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DIRETRIZES E PANORAMA
DAS COMUNIDADES
TERAPÊUTICAS NO BRASIL
CRITÉRIOS TERAPÊUTICOS,
CONTÁBEIS E JURÍDICOS
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca da Universidade Positivo, Curitiba, PR, Brasil)
CDU 159.9(81)
DIRETRIZES E PANORAMA DAS
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS NO BRASIL
CRITÉRIOS TERAPÊUTICOS,
CONTÁBEIS E JURÍDICOS
Autores:
Marina Pires Alves Machado
Rafael Sfreddo
Thiago Aguilar Massolin
Pedro Guilherme Basso Machado
Volume 1 | 1ª edição
Curitiba | 2016
Créditos Expediente
Departamento de Marketing da
Universidade Positivo 2016
Autores:
Diretor do Núcleo de Ciências Marina Pires Alves Machado
Biológicas e da Saúde: Rafael Sfreddo
Flares Baratto Thiago Aguilar Massolin
Atendimento: Pedro Guilherme Basso Machado
Betina Dias Ferreira
Coautores:
Capa e projeto gráfico: Leandro Marins de Souza
Jessica Zanon Baja
Raphael Souza Luciana Franco da Rocha Palombo
Egon Schluter
Fotos e ilustrações: Rafael Aguilar Massolin
ThinkStock Photos Raphael Henrique Castanho Di Lascio
Revisão de texto:
Thais Macedo Coordenador do curso de Psicologia:
Raphael Henrique Castanho Di Lascio
Apoio:
Curso de Psicologia da Universidade Positivo
Marins de Souza Advogados
Confenact e Cruz Azul no Brasil
ISBN 978-85-8486-245-0
CDU 159.9:613.83
in memorian
Ao psicólogo Flavio Lemos (in memoriam), ex-presidente
da Compacta e idealizador deste manual. Com sua garra e
coragem, lutou o bom combate, doando-se em vida por
vidas. Agradecemos pelos anos dedicados ao serviço social
e pelo legado deixado nesse país.
Documentação obrigatória 31
Esse acolhimento é
oferecido às pessoas que
fazem uso nocivo ou
estejam dependentes de
substâncias psicoativas.
As instituições funcionam
com caráter voluntário
de acolhimento, tendo o
acolhido a possibilidade
de abandonar o
tratamento a qualquer
tempo. Nesse local
protegido, na forma de um
ambiente residencial, os
acolhidos utilizam a mútua
ajuda (convivência entre
os pares) como forma
de auxiliar no tratamento da dependência química, acompanhados pela
equipe da CT. O tempo de acolhimento varia de instituição para instituição,
podendo ser de um mês a um ano. Nesse período, a CT deve manter
articulação com a rede de atenção psicossocial.
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Os principais objetivos das CTs contemporâneas são: auxiliar os dependentes
químicos, que em sua maioria estão excluídos do convívio na sociedade, a se
reinserirem nela; promover a autonomia da pessoa acolhida e a restauração
dos vínculos familiares; desenvolver serviços de atendimento pós-recuperação
para quem termina a fase de acolhimento; promover a mudança de hábitos
e rotinas para o fortalecimento de fatores de proteção e redução dos fatores
de risco para evitar a recaída; desenvolver avaliações e pesquisas para a
equipe baseadas em demandas advindas da própria equipe; e padronizar
competências na formação e certificação de funcionários (DE LEON, 2000).
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As comunidades
terapêuticas
no brasil
As CTs surgiram no Brasil na década de 1960, quando havia falta de opções de
atendimento do poder público, caracterizado pelo tradicional tratamento em
hospitais psiquiátricos. O tratamento era conjugado com o atendimento de
pessoas com transtornos mentais, voltado praticamente para a desintoxicação
do dependente. A procura e pedido de ajuda de pessoas dependentes e
familiares junto às igrejas e instituições religiosas incentivou a criação das
primeiras CTs.
O modelo aplicado no Brasil é variável. Algumas CTs têm como base princípios
espirituais, enquanto outras mantêm os aspectos voltados ao trabalho. Há,
ainda, modelos que tendem à abordagem médica/farmacológica, e os que
têm uma forte tendência psicológica nas mais diversas abordagens teóricas.
As CTs são, muitas vezes, divididas em grupos específicos, sejam eles de
gênero ou de tendências religiosas. Algumas possuem mais de um modelo
simultaneamente, conciliando aspectos psicológicos, espirituais e voltados ao
trabalho.
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quem
pode ser
atendido por
uma comunidade
terapêutica?
As CTs são instituições voltadas ao acolhimento de pessoas com problemas
associados ao uso nocivo ou dependência de substâncias psicoativas, que
alterem seu estado psíquico, emocional, cognitivo, comportamental, familiar
e social.
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O que os
acolhidos e
familiares podem
esperar do
tratamento em
uma comunidade
terapêutica?
As comunidades devem elaborar um Plano de Acolhimento Singular (PAS),
observando o programa de acolhimento da entidade. Devem estar claros os
critérios de admissão, permanência e desligamento, e a participação familiar
deve ser incentivada desde os primeiros momentos.
Por fim, deve-se promover não apenas medidas que visem à prevenção ao uso
de drogas, mas a promoção da saúde integral do acolhido no que diz respeito
a doenças transmissíveis como HIV, hepatite e tuberculose, entre outros
problemas que podem estar associados ao uso de drogas. Assim sendo, deve-
se buscar sempre a capacitação de profissionais, colaboradores e voluntários.
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quais atividades
uma comunidade
terapêutica pode
oferecer?
Segundo a resolução Conad nº 01/2015, as CTs podem oferecer atividades
terapêuticas, sendo elas: recreativas; atividades de desenvolvimento de
espiritualidade; promoção do autocuidado e da sociabilidade; de capacitação;
promoção de aprendizagem; formação; e atividades práticas que busquem a
inclusão do acolhido.
É possível que uma pessoa que saiu volte a ser acolhida em uma
comunidade terapêutica?
todas as
comunidades
terapêuticas são
iguais?
A resolução 01/2015 do Conad elenca as principais
características do modelo de acolhimento de CT,
que são:
• Desenvolvimento da espiritualidade;
• Acolhimento voluntário;
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• Conhecimento antecipado, a ceitação e
participação ativa no programa de acolhimento
pelos dependentes e seus familiares;
As principais atividades
terapêuticas, comuns à todas as
instituições, são:
• Atividades recreativas;
• Atividades de desenvolvimento
da espiritualidade;
• Atividades de promoção do
autocuidado e da sociabilidade;
• Atividades de capacitação,
promoção da aprendizagem,
formação e atividades práticas
inclusivas.
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qual a relação
das comunidades
terapêuticas
com o poder
público?
Segundo o artigo 5º da resolução Conad 01/2015, a comunidade deverá atuar
de forma integrada desde o início com a rede de serviços situada em seu
território de atenção, cuidado, tratamento, proteção, promoção, reinserção
social, educação e trabalho, além dos órgãos que atuem direta ou indiretamente
com tais políticas sociais. Deve comunicar o início e o encerramento de suas
atividades aos seguintes órgãos da administração pública: Secretaria Nacional
de Políticas sobre Drogas (Senad); órgãos gestores de políticas sobre drogas
estadual e municipal (se houver); Conselho Estadual de Políticas sobre
Drogas; Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (se houver); Secretaria
e Conselho Estadual de Saúde; Secretaria e Conselho Municipal de Saúde;
Secretaria e Conselho Estadual de Assistência Social; Secretaria e Conselho
Municipal de Assistência Social.
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Quais pessoas trabalham nas comunidades terapêuticas?
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É possível consumir álcool, tabaco ou outras drogas durante a
permanência em uma comunidade terapêutica?
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Legislação de políticas sobre drogas
das comunidades terapêuticas
Dr. Leandro Marins de Souza
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Além dessa legislação específica, a depender da característica de cada CT
deverá ser observada legislação complementar, por exemplo:
O que caracteriza uma instituição como “sem fins lucrativos” é, em linhas gerais,
o fato de não distribuir qualquer parcela das suas rendas ou do seu patrimônio,
a qualquer título e a quem quer que seja. Assim, o eventual superávit das suas
atividades deve ser reinvestido em prol da sua causa social, não podendo ser
distribuído para associados, dirigentes, benfeitores, mantenedores e demais
envolvidos.
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As associações civis são criadas pelo interesse comum de um grupo de pessoas
na solução de uma questão social, e não necessitam de capital para a sua
constituição. Os associados devem ter iguais direitos. Entretanto, o estatuto
poderá instituir categorias com vantagens especiais, conforme preceitua o
artigo 53, 55 e 56 do Código Civil.
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• A responsabilidade dos membros pelas obrigações sociais;
O estatuto é lei para a instituição, devendo ser seguido sob pena, inclusive, de
responsabilização solidária dos dirigentes. As regras para a redação do estatuto
estão previstas no Código Civil e na lei de Registros Públicos, conforme visto
anteriormente. A legislação própria das comunidades terapêuticas também
deve ser consultada.
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(Senad; órgãos gestores de políticas sobre drogas estadual e municipal, se
houver; Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas; Conselho Municipal de
Políticas sobre Drogas, se houver; Secretaria e Conselho Estadual de Saúde;
Secretaria e Conselho Municipal de Saúde; Secretaria e Conselho Estadual de
Assistência Social; Secretaria e Conselho Municipal de Assistência Social) quanto
ao início e fim das suas atividades (art. 5), bem como encaminhar ao Conad,
anualmente, as informações atualizadas sobre o seu funcionamento, número
de vagas e perfil das pessoas acolhidas (art. 25).
Por fim, quanto ao regime jurídico das parcerias entre a administração pública
e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, deve-se
atentar às recentes inovações implementadas pela Lei nº 13.019 de 31/07/2014
– MROSC, especialmente por ocasião da realização de termos de colaboração,
termos de fomento ou acordos de cooperação.
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dos requisitos legais, dentre os quais destaca-se a necessidade de prestação
de serviços no âmbito do SUS, como a comprovação de pelo menos 20% de
aplicação de suas receitas em gratuidade e pactuar via convênio, contrato ou
outro instrumento vagas sociais com o gestor do SUS. Caso o gestor municipal
do SUS não tiver interesse, deve oferecer uma demonstração expressa de
ausência de interesse do SUS na contratação.
Art. 76. As entidades de que trata o art. 75, que protocolaram os requerimentos
de concessão e renovação antes da publicação da Lei nº 12.868, de 2013, e cujos
processos foram redistribuídos ao Ministério da Saúde, serão, excepcionalmente,
certificadas desde que comprovem o cumprimento da aplicação de 20% (vinte
por cento) de sua receita bruta em ações de gratuidade.
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Documentação administrativa,
contábil e jurídica das comunidades
terapêuticas
Luciana Franco da Rocha Palombo
Rafael Aguilar Massolin
Egon Schlüter
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A apresentação da relação dos documentos em lista foi escolhida para auxiliar
o gestor da comunidade. Assim, ele pode fazer uma “check list” do que ele
deve organizar, além de ter um formato que facilite o controle administrativo,
jurídico e contábil da CT.
Documentação obrigatória
• Alvará de funcionamento;
• Licença sanitária;
- Balancete de verificação;
- Balanço patrimonial;
- Livro diário;
- Livro razão;
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• Controle de estoques de mercadorias e controle de itens recebidos e
destinados de doações;
Observações:
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• Certidão negativa do tribunal de contas;
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Segundo mapeamento realizado em 2012 pela Senad
e pela UFRGS, em parceria com as federações de CTs
(Cruz Azul no Brasil, Febract, Feteb e Fennoct), há no
Brasil mais de 1 800 CTs e mais de 64 000 vagas, sendo
quatro mil no Paraná.
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referências
DE LEON, G. A Comunidade Terapêutica – Teoria, Modelo e Método, março 2012 4ª edição,
Editora Loyola Jesuitas/SP.
Sites úteis
Compacta – Federação Paranaense de Comunidades Terapêuticas Associadas:
compactaparana.org.br | facebook.com/CompactaFederacaoParanaense
Confenact - Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas:
confenact.org.br
Cruz Azul no Brasil:
cruzazul.org.br
Universidade Positivo – Graduação em Psicologia:
up.edu.br/graduacao/psicologia
Marins de Souza Advogados – especializado no Terceiro Setor:
marinsdesouza.com.br
Cape/Denarc-PR – Centro Antitóxicos de Prevenção e Educação:
denarc.pr.gov.br
Governo Federal - Observatório crack, é possível vencer:
brasil.gov.br/observatoriocrack
Ministério da Saúde - Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução – RDC Nº 29,
de 30 de junho de 2011:
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/res0029_30_06_2011.html
Sesa – Secretaria Estadual de Saúde – roteiro de inspeção para rede de comunidades
terapêuticas do Paraná:
saude.pr.gov.br/arquivos/File/ROTEIRODEINSPECAOCOMUNIDADESTERAPEUTICAS.pdf
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Informações
compactaparana.org.br
contato@compactaparana.org.br
COMPACTA - Federação Paranaense de
Comunidades Terapêuticas Associadas
Rua Benjamin Constant, 67, Cj 1104, Centro, Curitiba - PR. CEP:
80.060-020.
up.edu.br
up.edu.br/graduacao/psicologia
centrodepsicologia@universidadepositivo.com.br
Tel: (41) 3317-3169 | Bloco Amarelo | Universidade Positivo
R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300, Campo Comprido,
Curitiba - PR
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