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1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1

EDUCAÇÃO
FÍSICA
Linguagens
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR

EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 1

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu


trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 6

Tema 1 – Esporte coletivo: basquetebol 9

Situação de Aprendizagem 1 – Apreciar e analisar um jogo de basquetebol 14

Situação de Aprendizagem 2 – Os sistemas do basquetebol 16

Situação de Aprendizagem 3 – Nossas estratégias para jogar basquetebol são... 19

Atividade Avaliadora 21

Proposta de Situações de Recuperação 22

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão


do tema 22

Tema 2 – Corpo, saúde e beleza 24

Situação de Aprendizagem 4 – Espelho, espelho meu... 29

Situação de Aprendizagem 5 – Balança energética 34

Atividade Avaliadora 39

Proposta de Situações de Recuperação 40

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão


do tema 40

Tema 3 – Atividade rítmica: o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança 43

Situação de Aprendizagem 6 – Do ritmo próprio ao ritmo nas manifestações


da Cultura de Movimento 46

Atividade Avaliadora 51

Proposta de Situações de Recuperação 51

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a


compreensão do tema 52
Tema 4 – Esporte individual: ginástica rítmica 53

Situação de Aprendizagem 7 – Os aparelhos da ginástica rítmica 56

Situação de Aprendizagem 8 – Aprendendo a apreciar um espetáculo esportivo 59

Atividade Avaliadora 64

Proposta de Situações de Recuperação 64

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para


a compreensão do tema 64

Tema 5 – Corpo, saúde e beleza 65

Situação de Aprendizagem 9 – A construção histórica e cultural dos padrões


estéticos e a minha beleza 72

Situação de Aprendizagem 10 – Tribunal da beleza 78

Atividade Avaliadora 81

Proposta de Situações de Recuperação 81

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para


a compreensão do tema 81

Quadro de conteúdos do Ensino Médio 83


ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME
A Educação Física no Ensino Médio deve Ensino Médio como uma rede de inter-relações
possibilitar que os alunos confrontem suas que partem dos cinco grandes eixos de conteúdo
experiências de Se-Movimentar no âmbito da (jogo, esporte, ginástica, luta e atividade rít-
Cultura de Movimento juvenil com outras dimen- mica) e se cruzam com eixos temáticos inter-
sões do mundo contemporâneo, gerando conteú- disciplinares relevantes na sociedade, gerando
dos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim, subtemas a serem tratados como conteúdos ao
a Educação Física pode se tornar mais relevante longo das três séries. Os eixos temáticos esco-
para eles, não só durante o tempo e o espaço da lhidos (corpo, saúde e beleza; contemporanei-
escolarização, mas, e principalmente, auxiliando- dade; mídias; e lazer e trabalho) justificam-se
-os a compreender a Cultura de Movimento de por estarem relacionados à construção da Cul-
forma mais crítica. Isso lhes possibilitará parti- tura de Movimento contemporânea e por se-
cipar e intervir nessa cultura com mais recursos rem importantes e atuais para a formação de
e de forma mais autônoma. Vale lembrar que um jovem no Ensino Médio.
os alunos de Ensino Médio, ao longo dos ciclos
anteriores de escolarização, já vivenciaram um Neste volume da 1a série, discutem-se os
amplo conjunto de experiências de Se-Movimen- temas “Esporte” e “Corpo, saúde e beleza”,
tar, incluindo o contato com as codificações das os quais não se limitam a esta série ou vo-
culturas esportiva, gímnica, rítmica e das lutas. lume, pois aparecerão ao longo de todo o
Ensino Médio.
Podemos, então, definir como objetivos ge-
rais da Educação Física no Ensino Médio: a Em relação ao tema “Esporte”, pretende-
compreensão do jogo, do esporte, da ginástica, -se considerar uma modalidade esportiva co-
da luta e da atividade rítmica como fenômenos letiva conhecida pelos alunos, ou seja, que já
socioculturais em sintonia com os temas do tenha sido abordada em suas aulas de Educa-
nosso tempo e com a vida dos alunos, amplian- ção Física do Ensino Fundamental. Sugere-se
do os conhecimentos no âmbito da Cultura de que a escolha da modalidade leve em conta,
Movimento; e a ampliação das possibilidades entre outros fatores, os interesses dos alunos e
de significados e sentido das experiências de o contexto local. O basquetebol será tomado
Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas, como exemplo neste volume. O objetivo, neste
lutas e atividades rítmicas, rumo à construção momento, não é apenas repetir um conteúdo já
de uma autonomia crítica e autocrítica. desenvolvido, mas proporcionar conteúdos
e atividades que facilitem aos alunos a com-
Tomando-se por base essas considerações, preensão de que os sistemas de jogo e as táticas
vislumbra-se o Currículo de Educação Física no utilizadas pelas equipes permitem uma prática

Entende-se por Cultura de Movimento o conjunto de significados ou sentidos, símbolos e códigos


que se produzem e reproduzem dinamicamente em jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas,
ginásticas etc., influenciando, delimitando, dinamizando e constrangendo o Se-Movimentar dos sujei-
tos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.
O Se-Movimentar é a expressão individual e grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a re-
lação que o sujeito estabelece com essa cultura com base em seu repertório (informações e conhecimentos,
movimentos, condutas etc.), em sua história de vida, em suas vinculações socioculturais e em seus desejos.

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

mais qualificada, bem como contribuem para a presença de sons, música e canções. Assim, a
apreciação do espetáculo esportivo. Situação de Aprendizagem proposta buscará
fazer que os alunos percebam o ritmo como or-
A importância do tema “Corpo, saúde e ganização expressiva do movimento, usando,
beleza” centra-se no fato de que as doenças para fins de exemplificação, algumas modali-
relacionadas ao sedentarismo (hipertensão, dades esportivas coletivas.
diabetes, obesidade etc.) e, de outro lado, o
insistente chamamento para que se alcancem É também o ritmo que estará em destaque
determinados padrões de beleza corporal, em na retomada do tema “Esporte”, quando a gi-
associação com produtos e práticas alimenta- nástica rítmica será discutida como exemplo de
res e de exercício físico, entre outros fatores, modalidade individual conhecida dos alunos,
colocam os alunos do Ensino Médio na “linha tendo sido abordada nas aulas de Educação
de frente” dos cuidados com o corpo e a saúde. Física no Ensino Fundamental. O objetivo
agora é evidenciar a importância das técnicas
Esse tema aborda, também, a questão dos e táticas para o desempenho no esporte, como
padrões e estereótipos de beleza corporal e também para a apreciação do espetáculo espor-
oportuniza o reconhecimento de seus riscos e tivo. Pretende-se que os alunos possam, além
benefícios à saúde orgânica, com ênfase no cál- de realizar os diferentes gestos e movimentos
culo do balanço energético, relacionando-o ao da ginástica rítmica, ser capazes de apreciar e
consumo de alimentos, ao gasto com exercícios analisar técnicas e táticas em uma sequência de
físicos e à obesidade. O exame dos indicadores exercícios. Contudo, o projeto político-pedagó-
que levam à construção das representações so- gico da escola poderá optar pelo atletismo ou
ciais, no que concerne aos estereótipos, permi- pela ginástica artística, com o mesmo enfoque,
tirá que os alunos elaborem uma perspectiva levando em conta os interesses dos alunos e o
crítica e autocrítica sobre esse fenômeno. contexto local.

Na sequência, são contempladas as re- As estratégias escolhidas – que incluem a


lações desses padrões com os diferentes realização de gestos e movimentos, a participa-
contextos histórico-culturais que os condi- ção em jogos, a busca de informações, a assis-
cionam e com os interesses mercadológicos tência e análise de vídeos, o debate, a tomada
envolvidos. A finalidade é que os alunos per- de medidas corporais, o relato das próprias
cebam as representações da beleza em seu percepções e a resolução de situações-proble-
próprio grupo sociocultural, identifiquem ma – procuram ampliar as possibilidades de
e critiquem os recursos (exercícios físicos, aprendizagem e compreensão por parte dos
produtos e práticas alimentares) voltados à alunos no âmbito da Cultura de Movimento.
busca de padrões de beleza.
A avaliação é proposta de modo integrado
O tema “Atividade rítmica” partirá do ao processo de ensino e aprendizagem, sem se
pressuposto de que o ritmo, entendido como restringir a procedimentos isolados e formais
organização do tempo e considerado em sua eti- (como uma prova, por exemplo). Sugere-se pri-
mologia original (aquilo que flui, que se move), vilegiar a proposição de Atividades Avaliadoras
está presente em todos os outros conteúdos e, que, vinculadas ao percurso da aprendizagem,
ao mesmo tempo, é bem visível nas manifesta- favoreçam a elaboração de sínteses relacionadas
ções da Cultura de Movimento, que se caracte- aos temas e conteúdos abordados, bem como a
rizam pela intenção explícita de expressão por aplicação, em situações-problema, das habilida-
meio de movimentos e gestos coreografados na des e competências pretendidas para os alunos.

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As Atividades Avaliadoras devem permi- desenvolvidas na sala de aula, no pátio exter-
tir aos alunos a geração de informações ou no, na biblioteca, na sala de informática ou de
indícios, qualitativos e quantitativos, verbais vídeo, bem como em espaços da comunidade
e não verbais, que serão interpretados pelo local, desde que compatíveis com as atividades
professor, nos termos das competências e programadas. Algumas etapas podem ser tam-
habilidades que se pretende desenvolver em bém realizadas pelos alunos como atividade
cada tema/conteúdo. Nesse sentido, professor, extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.).
você pode valer-se de observações sistemáti-
cas sobre interesse, participação e capacidade As orientações e sugestões a seguir ob-
de cooperação do aluno, autoavaliação, tra- jetivam oferecer-lhe subsídios para o desen-
balhos e provas escritas, resolução de situa- volvimento dos temas apresentados. Não
ções-problema, elaboração e apresentação pretendem apresentar as Situações de Apren-
de situações táticas nos esportes coletivos, dizagem como as únicas a serem realizadas,
dramatizações, entre outros recursos. nem restringir a sua criatividade, como pro-
fessor, para elaborar outras atividades ou va-
Por fim, é importante lembrar que a avalia- riações de abordagem dos mesmos temas.
ção não tem como finalidade primeira atribuir
conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá- As Situações de Aprendizagem aqui pro-
-los sobre suas aprendizagens, assim como pro- postas também poderão ser enriquecidas
blematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica com leitura de textos (adequados ao Ensino
para que essas expectativas sejam atingidas. Médio) e exibição de filmes relacionados aos
temas. Sugestões nesse sentido serão apresen-
A quadra é o tradicional espaço da aula de tadas ao longo deste volume.
Educação Física, porém algumas Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser Isso posto, professor, bom trabalho!

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

TEMA 1 – ESPORTE COLETIVO: BASQUETEBOL


O esporte é um conteúdo importante da Tratar do esporte a partir de seus sistemas
Educação Física e talvez um dos que mais de jogo e de suas táticas não significa que o ob-
motivam os alunos. De fato, compreende- jetivo da aula deva ser o treinamento esportivo.
-se esse interesse pelo esporte em virtude da Afinal, não é o propósito da Educação Física
dimensão que esse fenômeno alcançou nas escolar especializar os alunos em nenhuma mo-
últimas décadas. As mídias (televisão, jor- dalidade esportiva. Pretende-se que eles sejam
nais, internet etc.) ocupam muito espaço e capazes de compreender que o esporte pode ser
tempo para difundir notícias do esporte, da praticado com sistemas de jogo e táticas mais
vida dos atletas, dos recordes, das medalhas, elaborados, e que isso faz o jogo ser mais bem
das jogadas espetaculares. Há canais de te- estruturado. Ainda mais importante que isso é
levisão e jornais exclusivamente esportivos. mostrar aos alunos que todos podem e devem
Além disso, o esporte difundido pelas mí- praticar esporte e que podem fazer isso com
dias tem gerado ídolos e mitos que passam mais autonomia, consciência e qualidade. Nes-
a ser exemplos para jovens e crianças cujo se nível, a prática esportiva poderá gerar prazer
sonho é repetir aqueles gestos, ascender na em vez de frustração, fazendo as pessoas esta-
carreira esportiva e alcançar a desejada mo- belecerem contato em quadras, parques, clubes
bilidade social. e escolas, em seus momentos de lazer.

© Wilson Dias/ABr

Figura 1 – Esporte coletivo.

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© Conexão Editorial

P. Henriques

David Nenck
Marinescu
Dyduch
Pedro Roma

Zé Castro

Tixier

Ákos Buzeky

Delmer
Tonel

Filipe Alvim

Figura 2 – A compreensão das táticas nos esportes coletivos, como o futebol, permite uma prática mais qualificada.

Várias pessoas, em sua vida adulta, relatam No Currículo de Educação Física, as mo-
dificuldades com a prática esportiva. Algumas dalidades esportivas coletivas serão compreen-
até detestam qualquer atividade com bola, didas a partir da categoria esporte coletivo,
relatando traumas originários das aulas de que reúne o futsal, o handebol, o basquete-
Educação Física, como a exclusão por parte bol, o voleibol, o futebol de campo e outras
dos companheiros, a autoexclusão ou simples- atividades menos praticadas. De fato, em
mente a falta de oportunidade para experi- todas elas, duas equipes disputam um imple-
mentar tais atividades. mento (a bola), criando táticas para levá-lo
a um alvo, ao mesmo tempo que devem pro-
Há quem relate o gosto pela prática espor- teger o próprio alvo das investidas da equipe
tiva, mas sem conseguir realizá-la com um ní- adversária (BAYER, 1994).
vel mínimo de organização e conhecimento,
atribuindo essa capacidade aos atletas de alto Nessa abordagem, a técnica não se restrin-
rendimento. É óbvio que os atletas de nível ge à execução mecanicamente perfeita de um
elevado praticam alguma modalidade espor- movimento específico para o jogo, mas se am-
tiva com mais destreza, em virtude do próprio plia ao conjunto dos modos de fazer necessá-
tempo de treino, uma vez que a relação que rios para sua prática; e a tática não se reduz
eles mantêm com o esporte é de trabalho. É ao sistema de jogo definido pelo professor, mas
importante que os alunos compreendam, po- inclui razões do fazer, que orientam as ações
rém, que os sistemas de jogo e as formas tá- exigidas pela própria situação. A técnica não
ticas de seu desenvolvimento também podem existe sem a tática e o contrário é igualmente
ser aprendidos, aperfeiçoados e exercitados verdadeiro. O que deve ser feito numa situação
nas aulas de Educação Física, gerando me- de jogo (a técnica) é demandado pelas exigên-
lhoria na prática. cias da situação (a tática).

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

Tradicionalmente, o basquetebol, por exem- ços da quadra ou do campo, movimentam-se


plo, foi ensinado a partir de seus elementos téc- apenas em torno da bola e comunicam-se prio-
nicos, também chamados de fundamentos do ritariamente de forma verbal. A intenção é que
jogo: o drible, o passe, a bandeja, o arremesso, o os alunos possam avançar nas fases do jogo,
jump etc. O voleibol resumia-se à reunião dos fun- compreendendo-o melhor e executando ações
damentos de toque, manchete, cortada, bloqueio mais inteligentes.
e saque. O futsal era dividido em recepção, passe,
drible, chute etc. Uma modalidade esportiva era A forma mais elaborada de jogo prevê pra-
fragmentada em elementos técnicos, e o seu en- ticantes mais afinados com a bola, que se mo-
sino seguia hierarquicamente as partes do jogo, vimentam taticamente pelo espaço de jogo,
que deveriam ser reunidas ao final do processo. mesmo que estejam sem a posse dela, já ante-
cipando os passes, tentando se deslocar para
A execução técnica é requerida para se prati- onde ela deverá ir, além de não necessitarem
car uma modalidade esportiva, mas não garante tanto da linguagem verbal para pedir o objeto
uma ação inteligente. É uma condição necessá- para si. Há uma comunicação e uma movimen-
ria, porém não suficiente. A questão principal tação taticamente inteligente não só de cada
não é arremessar uma bola com precisão à cesta, jogador, mas do grupo como um todo.
ou chutar forte em direção ao gol, ou cortar uma
bola com força no voleibol – a precisão pode ser É importante ressaltar que essas quatro fa-
alcançada com a prática repetitiva por aqueles ses estão relacionadas aos níveis de compreen-
que assim a desejarem. A questão principal é sa- são do jogo. Dessa forma, pode haver grupos
ber para quê, quando e como executar determina- de crianças que consigam praticar essa mo-
da ação, uma vez que as situações que ocorrem dalidade esportiva de forma mais elaborada e
nas modalidades esportivas coletivas são impre- adultos que ainda estejam presos a modelos
visíveis e exigem constantes adaptações. anárquicos de prática.

Portanto, cabe à Educação Física estimular No caso dos alunos de Ensino Médio,
os alunos a compreender a dinâmica tática do espera-se que já tenham abandonado o jogo
esporte coletivo, a fim de que saibam, numa anárquico e mostrem-se capazes de praticar
situação real de jogo, o que taticamente se- o esporte coletivo de forma mais organiza-
ria melhor fazer, tanto em termos individuais da em termos táticos, tanto individual como
como coletivos. coletivamente. Ao professor, cabe fazer que
os alunos compreendam que são capazes de
Garganta (1998, apud SILVA e ROSE praticar o esporte em níveis mais qualificados,
JR., 2005) define quatro fases de prática do chegando a formas elaboradas de jogo, ainda
esporte coletivo, denominadas em ordem de que não venham a se tornar atletas.
organização crescente: (1) jogo anárquico; (2)
descentração; (3) estruturação; e (4) elabora- Em relação ao espetáculo esportivo, é im-
ção. Essa classificação não depende somente portante garantir aos alunos de Ensino Médio
do nível técnico dos praticantes, mas de três va- a possibilidade de sua apreciação de forma
riáveis indissociáveis: (a) comunicação entre os mais tática. Isso lhes permitirá uma análise do
jogadores; (b) estruturação no espaço de jogo; jogo esportivo para além do ganhar ou perder
e (c) relação com a bola. Dessa maneira, a for- ou do torcer de forma passional para seu time
ma mais simples de jogo, o anárquico, é aquela vencer e, assim, compreender que a dinâmica
em que os praticantes se aglutinam em torno tática das equipes é importante para o resul-
da bola, não utilizam adequadamente os espa- tado do jogo.

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© Per Winbladh/Ivy by Corbis/Latinstock

Figura 3 – A compreensão das táticas permite uma apreciação mais qualificada do


esporte televisivo.
© Bill Bachmann/Alamy/Glow Images

Figura 4 – Jovens jogando basquetebol ao ar livre ou na quadra da escola.

Professor, para iniciar o tema, solici- Este esporte não é inédito na escola, pois já
te aos alunos que façam a leitura do foi trabalhado no Ensino Fundamental. Talvez
texto reproduzido na seção “Para você o pratique em parques, clubes e no interva-
começo de conversa”, do Caderno lo das aulas. Quem sabe até você seja um prati-
do Aluno, e respondam às questões propostas. cante de streetball (basquetebol de rua) ou um

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

espectador de jogos de basquete. Quase posso Agora, nesta fase, você compreenderá as
ouvir seu pensamento: “Tudo de novo...”. Mas táticas defensivas e ofensivas do basquetebol.
você se engana! No Ensino Fundamental, você Mas, antes, responda a estas questões:
vivenciou diversas situações nas quais aprendeu
noções de técnica e tática, desenvolveu a agilida- 1. O que é marcação individual?
de (lembra-se dela?) e outras capacidades físicas Cada jogador marca um adversário específico.
relacionadas às diversas modalidades. Agora,
vai dar continuidade à construção e à ressigni- 2. O que é marcação por zona?
ficação de conceitos para compreender mais e Os defensores atuam em determinados setores.
melhor o basquetebol. Você deve estar se per-
guntando: “Para que eu deveria saber isso?” Vou 3. O que caracteriza a ação ofensiva de uma
lhe dar um exemplo: Você se lembra de como era equipe?
o jogo nas séries iniciais? Aposto que todo mun- A posse de bola por essa equipe.
do se deslocava em direção à bola, sem aprovei-
tar os espaços da quadra – é o que chamamos de 4. Qual a diferença entre técnica e tática?
jogo anárquico. Mas isso já faz tempo, não faz? Técnica é a execução de um movimento em que, para sua
Hoje você já compreende que deve se deslocar, prática, se considera o conjunto dos modos de fazê-lo. Tá-
mesmo não estando com a posse de bola, e que tica é o conjunto de estratégias adotadas por meio dos sis-
toda a equipe precisa se movimentar a fim de temas, orientadas segundo as razões do fazer exigidas pela
atingir o objetivo (cesta, gol etc.). situação de jogo.
© Wilson Dias/ABr

© Iwan Ahlim/Getty Images

Figura 5 – Competição oficial. Figura 6 – Jogando no intervalo escolar.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
APRECIAR E ANALISAR UM JOGO DE BASQUETEBOL
As modalidades esportivas coletivas fazem uma modalidade esportiva coletiva pelos aspectos
parte da vida cotidiana dos alunos e estão na técnico e tático? Quais são as características táticas
rua, no clube, na escola, nas matérias televisivas defensivas e ofensivas em um jogo de basquete-
etc. No entanto, muitos alunos apresentam difi- bol? A sugestão nesta Situação de Aprendizagem
culdades para compreender e analisar técnica e é a apreciação, para posterior análise, de alguns
taticamente a partida de uma modalidade espor- princípios técnico-táticos de um jogo de basque-
tiva coletiva. Será que os alunos reconhecem os tebol. Essa apreciação pode ser feita pelos alunos
motivos que levam uma equipe a vencer outra em em conjunto com você, professor.

Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas em modalidade esportiva coletiva; basquetebol.

Competências e habilidades: analisar, do ponto de vista técnico-tático, um jogo de basquetebol assistido


pela televisão ou presencialmente; valorizar o conhecimento dos sistemas de jogo e das táticas como
fator importante para a apreciação do espetáculo esportivo.

Sugestão de recursos: televisor, DVD; aparelho de DVD; computador.

Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
Etapa 1 – Um jogo de basquetebol

Apresente, em sala de aula, uma partida, um terior, destacando, posteriormente, os principais


período ou um quarto de jogo de basquetebol elementos a serem vivenciados na quadra. Pro-
previamente gravado e solicite aos alunos que cure mostrar também as vantagens obtidas pelas
procurem perceber os sistemas de jogo utilizados equipes em cada momento do jogo, em decorrên-
pelas equipes, bem como a relação de oposição cia da realização de determinadas ações táticas.
entre os sistemas, uma vez que um tenta anular
o outro. Solicite ainda aos alunos que procu- É importante sensibilizar os alunos para que
rem perceber a dinâmica tática apresentada pe- percebam que um jogo de basquetebol se cons-
las equipes, em termos de ocupação do espaço, titui em um conjunto de ações táticas, tanto no
ritmo de jogo, comunicação entre os jogadores, plano individual como no coletivo, e que nor-
domínio de bola, transição da defesa para o ata- malmente vence a equipe que realiza essas ações
que e retorno para a defesa. Se julgar necessário, de forma mais coordenada e elaborada.
divida a classe em grupos e estabeleça o que cada
grupo pode observar durante o jogo. Para finalizar esta etapa, proponha aos
alunos que, em grupos, registrem os aspectos
Etapa 2 – Registro das observações considerados mais importantes referentes às
analisadas ações táticas individuais e coletivas para uma
modalidade coletiva. Vale ressaltar que todos
Com base nas observações dos alunos, resu- os aspectos observados pelos alunos dos gru-
ma os sistemas de jogo verificados na etapa an- pos precisam ser registrados.

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

Professor, solicite que os alunos O basquetebol feminino brasileiro, que


investiguem a classificação da teve sua época de ouro com a dupla Hor-
equipe feminina brasileira de tência e Paula, esteve entre as oito melhores
basquetebol nos Jogos Olímpi- equipes nas Olimpíadas de 1992 a 2008, ex-
cos. Para isso, sugira que realizem a ativida- ceto em uma. Pesquise, conforme o exem-
de descrita na seção “Pesquisa individual”, plo dado na tabela, e assinale qual foi essa
do Caderno do Aluno. Olimpíada.

Olimpíada (local) Ano Colocação

Barcelona 1992 7o

1996

2000

2004

2008

Que avaliação você faz do desempenho da f Mais pontos totais em campeonatos


seleção brasileira feminina de basquetebol mundiais: 893
nesse período? A modalidade está progredin- f Mais pontos em um jogo olímpico: 55,
do? Por quê? contra a Espanha em 1988
Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno perceba a que-
da no desempenho da seleção feminina de basquetebol, o f Mais pontos em um jogo de campeo-
que possibilitaria a discussão sobre uma possível ausência de
nato mundial: 52, contra a Austrália
renovação na equipe, bem como pouco investimento nas
em 1990
categorias de base, além da precária organização da modali- Quem é esse jogador?
dade, baixo investimento financeiro. Oscar Schmidt.

1. A seleção brasileira masculina de 2. Durante as aulas, você teve a oportunidade


basquetebol teve um atleta apelida- de analisar alguns sistemas de jogo. Con-
do de “Mão Santa”, com os seguin- siderando os conhecimentos abordados
tes recordes: nessas aulas, você consegue lembrar por
f Maior número de Olimpíadas: 5 que determinados alunos tiveram mais ou
menos facilidade para concretizar suas in-
f Mais pontos em Olimpíadas: 1 093 tenções táticas e técnicas no jogo?
f Maior número de vezes considerado Espera-se que o aluno consiga perceber que, apesar de de-
“cestinha” em Olimpíadas: 3 terminados alunos dominarem melhor a bola (por terem
maior experiência no esporte), o desempenho desses joga-
f Mais cestas de 3 pontos, 2 pontos e lan-
dores estará também diretamente relacionado a como ele
ces livres em Olimpíadas
age técnica e taticamente diante da equipe adversária, bem
f Mais minutos jogados em Olimpíadas como perante sua própria equipe.

15
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
OS SISTEMAS DO BASQUETEBOL
Atribuir aos alunos a responsabilidade importância dos sistemas táticos no desem-
de transferir alguns princípios de organiza- penho esportivo e na apreciação do espor-
ção técnica e tática percebidos em um jogo te como espetáculo. Os alunos vivenciarão
de basquetebol para uma vivência torna-se algumas situações táticas analisadas na Si-
uma tarefa extremamente desafiadora. Isso tuação de Aprendizagem anterior com a in-
exigirá deles capacidade de organização e tenção de perceber os sistemas defensivos e
compreensão para valorizar e reconhecer a ofensivos no basquetebol.

Conteúdos e temas: importância dos sistemas táticos no desempenho esportivo e na apreciação do


esporte como espetáculo.

Competências e habilidades: vivenciar e compreender alguns sistemas de jogo e alguns preceitos táticos
inerentes ao basquetebol; compreender os sistemas defensivos e ofensivos no basquetebol; reconhecer
a importância dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo.

Sugestão de recursos: bolas de basquetebol.

Desenvolvimento da Situação de por todas as posições, tanto de ataque como


Aprendizagem 2 de defesa, a fim de que compreendam me-
lhor as características de cada uma delas.
Etapa 1 – Vivência dos sistemas de jogo
observados e analisados Agora, professor, peça aos alunos
que atentem para a questão 3 da
Procure “reproduzir” com os alunos algu- “Lição de casa”. Observando as
mas situações de jogo observadas por meio imagens da marcação por zona,
do vídeo apresentado durante a Situação de oriente-os a desenhar, no Caderno do Aluno,
Aprendizagem 1 e que já tenham sido discu- as movimentações do sistema 2-1-2 (para isso,
tidas. Destaque algumas situações em que se é necessário que interpretem a legenda).
observem os claros limites de reproduzir situa-
ções de jogo de equipes de alto rendimento. Por 3. Foram discutidas em aula vivências refe-
exemplo, o momento em que uma equipe utili- rentes aos sistemas de defesa 2-1-2, 3-2 e
zou a defesa por zona 2-1-2 ou a 3-2 ou a 2-3, 2-3.
a ocasião na qual uma equipe utilizou a defesa Na figura a seguir, observe as elipses em tor-
individual, as situações em que o ataque prio- no dos defensores. Cada uma delas indica
rizou o jogo próximo à cesta, a transição da a área que o respectivo jogador deve prote-
defesa para o ataque etc. ger, mas, como em todo sistema, sempre há
pontos vulneráveis; do contrário, nenhum
Inicialmente, procure destacar as ações time converteria as cestas, não é? Este é um
de defesa e, depois, as de ataque. É impor- sistema de fácil execução e, por isso, é muito
tante garantir que todos os alunos passem utilizado em campeonatos escolares.

16
Educação Física – 1ª série – Volume 1

© Leopércio de Oliveira Guimarães

© Leopércio de Oliveira Guimarães


ĞĨĞŶƐŽƌ
ĞĨĞŶƐŽƌ

4 5 [
[
4 5

3
3
2
2 1 1
[
[
Vulnerável

[
Ponto

Veja o que acontece quando X2 passa a


Relembre a movimentação: bola para X5:
© Leopércio de Oliveira Guimarães

© Leopércio de Oliveira Guimarães


ĞĨĞŶƐŽƌ ĞĨĞŶƐŽƌ

4 5 [ 4 5 [
[ [
3
3
2 1 2 1

[ [ [


[
[ [

Legenda:
Agora observe: quando X1 passa a bola
para X2, o defensor 1 sai para a marcação – trajetória da bola
de X2; o defensor 3 se desloca do meio do X – jogador da equipe ofensiva
garrafão para cobrir o defensor 1. – jogador da equipe defensiva

17
© Leopércio de Oliveira Guimarães
Quando X5 recebe o passe, o defensor 1 volta
para o seu lugar na cabeça do garrafão; X5
recebe a marcação do defensor 5 e o defensor
3 cobre a posição do 5. Veja como fica: ĞĨĞŶƐŽƌ
© Leopércio de Oliveira Guimarães

4 3
5

ĞĨĞŶƐŽƌ
2 1

4 3 5 [
[

Vulnerável
Ponto
2 1

[ [
[
Pode-se observar que todos os sistemas
apresentam pontos vulneráveis, e a escolha
de um ou outro vai depender das caracte-
rísticas de sua própria equipe e da equipe
adversária. O importante é que você come-
ce a identificar os sistemas ao assistir aos
jogos ou quando participar deles.
Veja agora os sistemas 3-2 e 2-3.
Você vivenciou em aula a movimentação do
© Leopércio de Oliveira Guimarães

sistema 2-1-2. Agora, indique as movimen-


tações nas imagens a seguir e, depois, confi-
ra nas páginas anteriores se você acertou.
© Leopércio de Oliveira Guimarães

ĞĨĞŶƐŽƌ

4 5
Ponto Ponto
Vulnerável Vulnerável
Ponto de maior
vulnerabilidade

2 3

18
Educação Física – 1ª série – Volume 1

© Leopércio de Oliveira Guimarães

© Leopércio de Oliveira Guimarães


Professor, solicite aos alunos 2. Quais sistemas de defesa você conhece?
que respondam à atividade Resposta pessoal. O aluno poderá responder: 2-1-2, 2-3 e/ou 3-2.
proposta na seção “Você
aprendeu?”, disponível no Ca- 3. Quais dos sistemas citados você vivenciou?
derno do Aluno. Relativamente à questão 5 A resposta dependerá do conteúdo desenvolvido nas aulas.
dessa atividade, peça-lhes que desenhem
um sistema tático criado por eles e tragam 4. O que você achou mais difícil nos sistemas?
na próxima aula para que o vivenciem na Resposta pessoal que depende das atividades desenvolvidas.
Situação de Aprendizagem 3 (relacione as
respostas dos alunos com as etapas dessa 5. Desenhe um esquema tático que você tenha
situação). vivenciado ou crie outro e justifique cada
posição da defesa ou do ataque.
1. O que indica se uma equipe está no ataque O aluno deverá representar um esquema tático de defesa ou
ou na defesa? de ataque que tenha vivenciado e justificar de modo coeren-
A posse de bola. te suas escolhas.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
NOSSAS ESTRATÉGIAS PARA JOGAR BASQUETEBOL SÃO...
Como organizar um time na defesa? Como A tarefa dos alunos nesta Situação de Apren-
partir para o ataque após um bom posiciona- dizagem é organizar as próprias estratégias,
mento defensivo? As Situações de Aprendiza- com a intenção de valorizar e reconhecer a
gem anteriores mobilizaram os alunos para a importância dos sistemas táticos. Em grupo,
apreciação, a análise e a “reprodução” de alguns os alunos elaborarão sistemas táticos para vi-
princípios técnico-táticos no basquetebol. venciar diferentes situações no basquetebol.

19
Conteúdos e temas: elaboração de sistemas táticos.

Competências e habilidades: elaborar estratégias táticas para o basquetebol; reconhecer a importância


dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo.

Sugestão de recursos: bolas de basquetebol; folhas de papel sulfite; canetas; lápis; giz.

Desenvolvimento da Situação de f situações de jogo na quadra toda, 5=5,


Aprendizagem 3 que exijam ações para obter a rápida tran-
sição da defesa para o ataque e o necessá-
Com base nas observações feitas e discu- rio retorno para a defesa.
tidas em sala e nas aplicações realizadas na
quadra, proponha aos alunos atividades que É importante, nesta etapa, que os alunos
possam otimizar alguns elementos táticos pre- possam se organizar em grupos e definir as
tendidos, como: estratégias para vivenciar as diferentes pos-
sibilidades do basquetebol como modalida-
f jogo de passes com marcação individual: o de esportiva coletiva. Coloque à disposição
objetivo é a disputa de bola por parte de dos alunos folhas de sulfite, canetas, lápis,
duas equipes, compostas de quatro joga- giz etc., para que eles registrem as estraté-
dores cada, que deverão realizar o maior gias elaboradas.
número possível de passes num espaço pre-
viamente delimitado. Esse jogo pretende Etapa 1 – Três contra três, rotativo
dinamizar a marcação e a fuga da marca-
ção, isolando nesse momento a finalização Organize os alunos em trios, divididos
na cesta. Procure iniciar a atividade em um equitativamente, para cada meia quadra.
espaço maior, reduzindo-o em seguida, a Dois trios iniciam o jogo após definirem a
fim de dificultar as ações de passe; posse da bola. As equipes tentarão converter
f minijogos de basquetebol: jogos em meia a cesta após passar a bola entre os compo-
quadra, com número reduzido de partici- nentes do grupo. A bola será recolocada em
pantes, em que algumas ações possam ser jogo sempre pelas laterais. O jogo poderá ser
otimizadas. Por exemplo, 3=3, em que há feito com troca de uma equipe a cada cesta
possibilidade de demonstrar mais facil- convertida, a cada cesta não convertida, a
mente alguns elementos, por haver equilí- cada duas ou três perdas da posse de bola ou
brio entre as ações ofensivas e defensivas. qualquer outra convenção estabelecida entre
Pode ser variado para 3=2, com vantagem professor e alunos. O jogo poderá ser realiza-
para o ataque, ou 2=3, com vantagem da do inicialmente apenas com passes para pos-
defesa; terior introdução do drible.
f minijogos de basquetebol 5=5: jogos com
a composição normal de cinco jogadores,
mas ainda realizados em meia quadra. A Etapa 2 – Três contra dois ou dois contra três?
intenção, com esse tipo de jogo, é que os
alunos atentem para a organização coleti- Organize a classe em grupos de cinco alu-
va da equipe, tanto na situação de defesa nos, com uma bola para cada grupo. Divida
como na de ataque; os grupos equitativamente nos lados opostos

20
Educação Física – 1ª série – Volume 1

da quadra, conforme a Figura 7. Os integran- defender enquanto a dupla ataca. Peça que os
tes do grupo devem estar subdivididos em alunos façam um rodízio de formação entre
uma dupla e um trio. Inicialmente os trios fa- os integrantes do grupo, de tal forma que haja
rão passes entre si, tentando chegar ao outro um rearranjo das duplas e dos trios. Posterior-
lado da quadra sem perder a bola, enquanto mente peça novas composições. Para variar a
a dupla tentará interceptá-la. Na execução de atividade, introduza o drible e a finalização do
volta, invertem-se os papéis, e o trio passa a percurso com arremesso à cesta.

Figura 7 – Posições ofensivas e defensivas.

ATIVIDADE AVALIADORA
Proponha situações encontradas nos jo- nem atente para o fato de a ação proposta ter
gos oficiais de basquetebol, apresentadas culminado ou não na consecução de ponto.
como problemas a serem discutidos, viven- Avalie a compreensão, por parte dos alunos,
ciados e solucionados pelos alunos (divididos da situação de jogo proposta e das iniciativas
em grupos de cinco), por escrito ou median- para solucioná-la. Alguns exemplos:
te demonstração na quadra. Com isso, será
possível avaliar, a princípio, a capacidade dos f Como uma equipe de basquetebol deveria se
alunos de pensar taticamente o jogo de bas- comportar se estivesse perdendo o jogo por
quetebol e, posteriormente, realizar na quadra um ponto de diferença e tivesse de repor a
as ações pensadas. Não valorize a execução bola em jogo numa lateral no ataque, faltando
perfeita das ações específicas do basquetebol, apenas cinco segundos para terminar o jogo?

21
f Como uma equipe de basquetebol deve- Ao final de cada situação de jogo proposta,
ria se comportar se estivesse perdendo o discuta com os alunos as alternativas apresen-
jogo por vinte pontos e restasse apenas um tadas pelas equipes e realize as correções ne-
quarto de jogo para o seu final? cessárias. É importante garantir que os alunos
f Como uma equipe de basquetebol deveria atentem para a organização tática coletiva,
se comportar se estivesse vencendo o jogo em vez de recorrerem às iniciativas individuais
e sofresse marcação individual? para a solução das situações propostas.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas Situações de posterior apresentação das respostas em


Aprendizagem, alguns alunos poderão não registro escrito;
apreender os conteúdos da forma esperada. f apreciação e registro, por parte do aluno, de
Serão necessárias, portanto, outras Situações seus próprios movimentos e dos colegas;
de Aprendizagem, que permitam ao aluno re- f resolução de outras situações-problema
visitar o processo de maneira diferente. Tais não contempladas na Atividade Avalia-
situações podem ser desenvolvidas durante as dora, referentes às técnicas e às táticas da
aulas ou em outros momentos, individualmen- modalidade em questão;
te ou em pequenos grupos, envolvendo todos f atividade-síntese relacionada a determina-
os alunos ou apenas aqueles que apresentarem do conteúdo, em que as várias atividades
dificuldades. Por exemplo: sejam refeitas numa única aula e discutidas
posteriormente (por exemplo: circuito que
f roteiro de estudos com perguntas nortea- contemple diferentes preceitos e sistemas
doras elaboradas por você, professor, para táticos da modalidade em questão).

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros
ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possi- sentando os princípios operacionais comuns
bilidades da prática pedagógica. Campinas: às modalidades esportivas.
Autores Associados, 2001. Relata o desenvol-
vimento de uma pesquisa em que o autor teve PAES, Roberto R.; BALBINO, Hermes F.
por objetivo a “reinvenção” do esporte na es- Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas.
cola, atribuindo outros valores à experiência. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. O
livro é composto por nove capítulos que discu-
BAYER, Claude. O ensino dos desportos colec- tem a pedagogia do esporte sob vários aspectos,
tivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o pro- desde a iniciação em modalidades individuais e
cesso de ensino dos esportes coletivos, apre- coletivas até o treinamento.

22
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Artigos Confederação Brasileira de Basketball. Dispo-


nível em: <http://www.cbb.com.br>. Acesso
DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coleti- em: 24 out. 2013.
vos: dos princípios operacionais aos gestos
técnicos. Modelo pendular a partir das ideias Confederação Brasileira de Futebol. Disponí-
de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciên- vel em: <http://www.cbf.com.br>. Acesso em:
cia e Movimento, São Caetano do Sul, v. 10, 29 maio 2013.
n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível em: <http://
portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/ Confederação Brasileira de Handebol. Dispo-
article/view/478/503>. Acesso em: 28 maio nível em: <http://www.brasilhandebol.com.
2013. O artigo parte das ideias de Claude br>. Acesso em: 29 maio 2013.
Bayer sobre o esporte coletivo e propõe um
modelo para seu tratamento pedagógico. Confederação Brasileira de Voleibol. Disponí-
vel em: <http://www.cbv.com.br>. Acesso em:
SILVA, Thatiana A. F.; ROSE JR., Dante 24 out. 2013.
de. Iniciação nas modalidades esportivas
coletivas: a importância da dimensão tática. Confederação Brasileira de Futebol de Salão.
Revista Mackenzie de Educação Física e Disponível em: <http://www.futsaldobrasil.
Esporte, São Paulo, ano 4, n. 4, p. 71-93, 2005. com.br/2009/cbfs/index.php>. Acesso em: 29
Disponível em: <http://mackenzie.br/fileadmin/ maio 2013.
Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/
REMEFE-4-4-2005/art5_edfis4n4.pdf>. Acesso O site do Comitê Olímpico Brasileiro e os sites
em: 28 maio 2013. Neste artigo, defende-se a das confederações esportivas brasileiras po-
importância do desenvolvimento da dimensão dem auxiliar tanto o aluno quanto o profes-
tática na iniciação em modalidades esportivas, sor em seus estudos e pesquisas, no sentido de
levando-se em consideração as características aprofundar o tema esporte coletivo, com in-
de cada modalidade e também das crianças. formações oficiais sobre competições e trans-
missões pela televisão. Também apresentam
Sites as regras oficiais das modalidades, algumas
informações históricas, as principais conquis-
Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em: tas das seleções nacionais em diversas catego-
<http://www.cob.org.br>. Acesso em: 29 rias e acesso para outros sites, bem como para
maio 2013. alguns pequenos vídeos.

23
TEMA 2 – CORPO, SAÚDE E BELEZA
Todo professor de Ensino Médio percebe o mulher jovem (raramente de etnia negra),
impacto que certos modelos de beleza corpo- bela, magra e sorridente, em geral trajando
ral, insistentemente propagados pelas mídias biquíni, fotografada das coxas para cima, em
(televisão, revistas etc.), exercem sobre os alu- pose sensual. Também as figuras masculinas
nos, que, com frequência, se julgam obesos, são, em geral, homens jovens e brancos, às
querem emagrecer e tornar-se musculosos. vezes com o torso nu e pernas expostas, para
Para isso, aderem a regimes “milagrosos”, exibir uma musculatura bem delineada.
praticam exercícios de forma equivocada e
eventualmente fazem uso de substâncias proi- No interior dessas revistas sempre há progra-
bidas, como anabolizantes e remédios que ini- mas de exercícios ginásticos para diversos grupos
bem o apetite, com prejuízos para a própria musculares, com a promessa de “diminuir a bar-
saúde. Sabemos que muitas vezes os alunos riga”, “endurecer o bumbum” etc., ou sugestões
comunicam tais práticas aos professores de de corridas, caminhadas e prática de esportes
Educação Física, os quais precisam estar pre- para “perder calorias” e, portanto, emagrecer.
parados para lidar com isso. Percebe-se aí como o exercício físico não é asso-
ciado à saúde ou ao bem-estar, mas a um modelo
Basta prestar atenção às capas das revis- estereotipado de beleza corporal caracterizado
tas voltadas para o público adolescente e jo- pela extrema magreza. Se calcularmos o índice
vem (em especial para as meninas), à venda de massa corpórea – IMC (peso dividido pela
em qualquer banca de jornal, para constatar altura ao quadrado) – das modelos e artistas es-
o que sugerem ou prometem explicitamente: tampadas nas capas, encontraremos valores mui-
“Emagreça comendo de tudo!”, “Defina seus to baixos, que indicam magreza, às vezes abaixo
músculos com apenas 15 minutos de ginás- do mínimo para que uma pessoa seja considera-
tica!”, “Corpo novo em três meses!” etc. A da saudável, além de muito distantes da média
personagem central das capas é sempre uma nacional.
©Fabio Chialastri/Conexão Editorial

Figura 8 – Revistas dirigidas ao público jovem feminino prometem a “beleza-padrão” de modo excessiva-
mente fácil e rápido: “Corpo novo em três meses”, “Emagreça e fique durinha com a dieta antiflacidez” etc.

24
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Todavia, para esculpir esse modelo cor-


É importante que os alunos compreen-
poral definido pelas mídias (para mulheres e
homens), não basta apenas o exercício físico, dam as relações entre os contextos históricos
nem mesmo conjugado com dieta. Exige-se e culturais que estabelecem padrões de bele-
também a intervenção cirúrgica (lipoaspiração, za inalcançáveis pela maioria da população.
cirurgia plástica propriamente dita, próteses Não temos de buscar um “corpo perfeito” ou
de silicone). Tudo isso, com o devido suporte ideal. Temos de aprender a cuidar de nosso
de supostas evidências científicas, aumenta o “corpo possível”!
oferecimento de produtos e serviços associados
à busca desse ideal de beleza corporal – mas-
sagens, cosméticos, equipamentos de ginásti- Apesar dos avanços em relação à compreen-
ca domésticos, alimentos light e diet etc. – no são dos mecanismos pelos quais a alimentação e
contexto do chamado “mercado do corpo e o exercício físico podem contribuir para a aqui-
do fitness”. Contraditoriamente, esse mercado sição e a manutenção de níveis adequados de
convive em nossa realidade com bolsões sociais saúde, a busca por um determinado padrão
de pobreza e miséria, nos quais há ainda mui- de perfectibilidade da beleza impulsiona o
tos brasileiros que passam fome! consumo de produtos, práticas e recursos nem
sempre compatíveis com esse propósito.
Esse bombardeio de informações verbais e
visuais fixa um modelo de beleza (o qual con- Diante da possibilidade (ou ilusão) de ob-
tribui decisivamente para a construção das re- ter resultados expressivos em curto espaço de
presentações sociais do corpo) e, ao propor os tempo, muitos jovens passam a adotar con-
meios para alcançá-lo com facilidade ilusória, dutas por vezes enganosas ou mesmo preju-
não mais nos dizem: “Você pode...”, mas “Você diciais à saúde, entre as quais se encontram
deve!”. É muito difícil resistir a essa pressão e, as dietas “milagrosas” e o uso inadequado de
a partir de certo grau de adesão às práticas ali- suplementos alimentares.
mentares e de exercitação física sugeridas, pode
haver comprometimento da saúde, bem como Modificações drásticas na dieta que resul-
constrangimento social decorrente da sensação tam em perdas acentuadas de peso em curto
de não atingir o padrão idealizado. espaço de tempo são difíceis de serem man-
tidas. Além disso, a perda de peso observada
Referências desse tipo dificultam o autoco- decorre principalmente da redução hídrica
nhecimento, o reconhecimento das possibili- (perda de água), bem como da perda de tecido
dades do ser humano e seus limites tal como magro, permanecendo as reservas de gordura
é, e restringem as possibilidades do Se-Movi- quase inalteradas, especialmente em virtude
mentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e da diminuição na taxa metabólica de repouso
atividades rítmicas a certos objetivos muito (energia gasta para manter o funcionamento
específicos (emagrecer, delinear a musculatura orgânico durante o estado de repouso).
etc.), empobrecendo seu potencial formativo.
Em verdade, programas saudáveis de ema-
Em todos os canais de comunicação, e também grecimento preconizam que a perda ponderal
nos espaços públicos, ditam-se as regras de cultivo não exceda 1% do peso corporal total por
do corpo. Dentre os exercícios físicos, difundiram- semana, evitando-se assim prejuízos na regu-
-se a musculação, o fisiculturismo, as atividades de lação metabólica, na função imunológica, na
fitness. O corpo belo é aquele sempre “superdefi- integridade óssea e na manutenção da capaci-
nido”, “durinho”, sem celulite ou estrias. dade funcional ao longo do envelhecimento.

25
Outros problemas que afetam frequen- Controle ponderal, níveis de
temente os alunos do Ensino Médio, diante
do forte apelo social em favor de padrões de
atividade física e obesidade
beleza caracterizados pela magreza corporal, A manutenção do nosso peso corporal obe-
são distúrbios alimentares como a anorexia e dece a um mecanismo regulador encarregado
a bulimia. de equilibrar a ingestão alimentar (influxo
e consumo calórico) com o custo energéti-
A anorexia nervosa, mais comum entre as
co (gasto calórico ou produção de energia).
meninas, caracteriza-se pelo desejo obsessivo
Quando, por qualquer motivo, esse equilíbrio
de manter o peso corporal abaixo dos níveis
é rompido, ocorre modificação no peso cor-
normais para a faixa etária e a estatura em
poral. Se a quantidade de calorias adquiridas
virtude da preocupação excessiva com a ima-
pela alimentação ultrapassar aquela utilizada
gem corporal, que se encontra distorcida, pois
para atender às necessidades diárias de fun-
pessoas anoréxicas se percebem gordas apesar
cionamento do organismo (gastos com meta-
de sua magreza. Visando à “magreza”, essas
bolismo basal, termogênese e atividade física),
pessoas se mantêm em jejum por longos perío-
esse excesso será armazenado sob a forma de
dos e ingerem menos alimento que o necessá-
gordura no tecido adiposo, ocasionando au-
rio para manter o balanço energético, além de
mento ponderal (ganho de peso corporal).
estimularem compulsivamente o maior gasto
Uma ingestão reduzida, por sua vez, associa-
energético possível em sessões de exercícios.
da a um maior gasto energético, promove a
A bulimia nervosa caracteriza-se por epi- redução ponderal (perda de peso corporal).
sódios frequentes de ingestão alimentar em
A obesidade (acúmulo excessivo de gordura
excesso num curto período de tempo, quase
corporal, acima dos limites de normalidade es-
sempre seguidos por jejum, uso abusivo de
perados) é um fenômeno multifatorial comple-
laxantes ou diuréticos, vômitos autoinduzi-
xo, mas se sabe que a alimentação e a falta de
dos ou prática compulsiva de exercícios, numa
atividade física são fatores importantes, espe-
tentativa de evitar o aumento de peso após o
cialmente por sua relação com condições am-
exagero alimentar.
bientais e aspectos comportamentais diversos.
A redução dos níveis de atividade física
Anorexia e bulimia (hipocinesia) é um dos principais responsá-
Quando não tratadas, cerca de 6% a 20%
veis pelo aumento excessivo de peso a partir
do acúmulo de gordura nas reservas corpo-
das pessoas diagnosticadas com anorexia
rais. Muitos estudos sustentam que o aumen-
têm morte prematura por suicídio, por car-
to da adiposidade, normalmente associado ao
diopatia ou por infecções.
processo de envelhecimento, decorre princi-
palmente do baixo nível de atividade física,
uma vez que, com o passar dos anos, as pes-
soas apresentam sedentarismo progressivo.
A orientação a ser dada aos alunos do
A condição mais adequada para que se
Ensino Médio é que estes vejam com ressal-
possa estabelecer um controle efetivo sobre o
vas a divulgação de estratégias que propo-
fenômeno da obesidade requer a associação
nham, em curto espaço de tempo, perda de entre exercícios e dieta. Em crianças e adul-
peso, redução de medidas, hipertrofia e de- tos moderadamente obesos, essa combinação
finição muscular e busquem supervisão ade- oferece maior possibilidade de atingir balanço
quada antes de modificar hábitos alimenta- calórico negativo e, consequentemente, redu-
res ou relativos à prática de exercícios físicos. ção da gordura e do peso corporal, compara-
da ao exercício ou à dieta isoladamente.

26
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Possibilidades interdisciplinares

Os temas “Produtos e práticas alimentares e de exercícios físicos associados à busca de padrões de be-
leza” e “Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade” poderão ser desenvolvidos
de modo integrado com Ciências (organismo humano, composição e estrutura química dos nutrientes) e
Matemática (cálculo do consumo e do gasto calórico). Converse com os professores que ministram essas
disciplinas e auxilie os alunos a refletir sobre os temas de forma multidimensional.

© Worldwide Features/Barcroft Media/Getty Images


Professor, para iniciar o tema, soli-
cite aos alunos que leiam a seção
“Para começo de conversa”, no Ca-
derno do Aluno, e respondam às
questões 1 e 2.

Nas bancas de jornal existem dezenas de


revistas com dicas de dietas, exercícios físicos
para emagrecer e definir a musculatura e algu-
mas delas abordam até cirurgias estéticas. Na
capa, uma “atriz-cantora-modelo-dançarina”
ou um “bonitão”. Essas publicações sugerem
implicitamente que, seguindo as recomenda-
ções nelas descritas, é possível alcançar aquele
corpo magro e definido, aquele cabelo sempre
liso e quase sempre loiro, dentes brancos e
perfeitos etc.

Antes das tecnologias da imagem (fotogra-


Figura 9 – Imagem de menina anoréxica.
fia, infografia, vídeo), as figuras humanas eram
retratadas pela pintura, ou seja, o artista pro-
curava reproduzir a imagem da pessoa retra- uma obsessão e prejudica a saúde. Nas au-
tada. E hoje? Existem sessões de maquiagem, las de Educação Física, será abordada uma
cabelo, fotos (sempre do melhor ângulo) e pro- patologia que vem crescendo, especialmen-
gramas de computador que corrigem qualquer te entre as adolescentes, chamada anorexia.
“imperfeição” do rosto ou do corpo. Aí a ima- Existem muitos blogs e sites que dizem que a
gem está pronta para a capa da revista e para anorexia não é uma patologia, mas um esti-
nos indicar o que é belo. Antes, o desafio era lo de vida. Não se engane! As estatísticas in-
reproduzir uma imagem fiel ao corpo; hoje, é formam que 6% a 20% das pessoas com esse
transformar o corpo nas imagens produzidas transtorno alimentar, se não tratadas, sofrem
artificialmente. morte prematura por infecção, suicídio ou al-
guma cardiopatia. Preste atenção se você ou
Não há mal algum em querer um corpo alguém do seu convívio apresenta as seguin-
bonito, o problema é quando isso se torna tes características:

27
f perda de peso autoinduzida por abstenção Identificando os padrões de beleza
de alimentos;
f vômitos e purgação autoinduzidos, exercí- Procurem imagens de revistas, jornais ou
cios excessivos, uso de anorexígenos (remé- internet, destinadas ao público jovem femini-
dios para tirar o apetite) e/ou diuréticos; no e masculino, que mostrem os padrões de
f distorção da imagem corporal (a pessoa beleza veiculados na sociedade e as estratégias
se julga gorda, embora não o seja), pavor para alcançá-los.
de engordar e amenorreia (suspensão da
menstruação). Com base nas imagens que vocês pesquisa-
ram, respondam às seguintes questões:
Se você se identificou ou conhece alguém
nessas condições, converse com o professor de 1. Quais são os modelos de beleza corporal
Educação Física. Ele lhe dará as informações predominantes em nossa sociedade?
necessárias sobre esse assunto e sobre emagre-
cimento saudável, se necessário. 2. O que vocês pensam sobre esses modelos?

1. O que você pensa das afirmações desse 3. Qual é o impacto que esses modelos cau-
texto? sam em vocês?
Espera-se que os alunos percebam que as imagens ofere-
cidas pelas diversas mídias não são reais, uma vez que tais 4. Como vocês se percebem em relação a tais
imagens são sempre manipuladas para atender ao padrão de modelos?
beleza vigente. Espera-se também que eles, a partir do texto,
conheçam as condutas patológicas relacionadas à imagem 5. Vocês julgam que é possível alcançar esses
corporal e reflitam sobre elas. modelos?

2. Você lê esse tipo de publicação descrita no 6. De que maneira e por quais meios esses
texto? Com que frequência? Por quê? modelos podem ser alcançados?
Esta questão pretende verificar se os alunos se identificam
com esse tipo de publicação e questioná-los em caso afir- 7. Observem as respostas dos outros grupos e
mativo ou negativo. Também busca saber os motivos por vejam se coincidem com as suas. Elaborem
que procuram esse tipo de leitura. O importante é fazer uma uma síntese das opiniões de todos os grupos.
análise criteriosa desses motivos, evitando-se qualquer tipo As respostas são de cunho pessoal; no entanto, espera-se
de constrangimento nos alunos. uma associação lógica entre os padrões de beleza vigentes
e o modo como os alunos se sentem em relação a esses
Professor, antes de desenvolver a padrões. Também se espera que os alunos comparem o im-
Situação de Aprendizagem 4, pacto desses modelos sobre a sua vida às alternativas saudá-
oriente a turma para que realize a veis para a manutenção da saúde e do bem-estar. Por fim, os
“Pesquisa em grupo”, descrita no grupos deverão confrontar suas respostas com as das outras
Caderno do Aluno. equipes para enriquecer o debate.

28
Educação Física – 1ª série – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
ESPELHO, ESPELHO MEU...

Esta Situação de Aprendizagem focaliza suração objetiva de certas características


o tema com base na questão: “Como me corporais poderá indicar os critérios que
percebo em relação aos modelos de beleza presidem à construção de representações
corporal predominantes na sociedade em sociais sobre beleza corporal em nossa so-
que vivo?”. Inicia-se com a identificação ciedade, com base na percepção e na avalia-
prévia de tais modelos em material prove- ção, por parte dos alunos, de suas próprias
niente de diversas mídias, acompanhada da medidas corporais em comparação com
devida discussão sobre o tema. Posterior- tabelas de referência e com os padrões
mente, entre as várias formas de mensura- propostos pelas mídias. Nesse sentido, as
ção dos dados corporais, sugere-se o índice técnicas de medidas e avaliação e seus re-
de massa corporal, por exigir a tomada de sultados não devem ser vistos como fins em
medidas simples (peso e estatura) e pela si mesmos, mas como estratégias para pro-
facilidade de cálculo e utilização. A men- vocar reflexões sobre o tema.

Conteúdos e temas: padrões e estereótipos de beleza corporal; indicadores que levam à construção de re-
presentações sobre corpo e beleza; medidas e avaliação da composição corporal; índice de massa corporal.

Competências e habilidades: identificar padrões e estereótipos de beleza presentes nas mídias; reconhe-
cer e criticar o impacto dos padrões e estereótipos de beleza corporal sobre si próprio e sobre seus pa-
res; identificar os indicadores que levam à construção de representações culturais sobre corpo e beleza;
selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos sobre padrões e estereótipos de
beleza e indicadores de composição corporal para construir argumentação consistente e coerente.

Sugestão de recursos: papéis; canetas; cartolinas; fita métrica ou estadiômetro (balança toesa); calculadoras.

Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4 Posteriormente, estando os alunos de posse
do material, já em aula, e divididos em pequenos
Etapa 1 – Quais são os padrões de beleza grupos, estimule-os a identificar as característi-
predominantes em nossa sociedade? cas corporais mais frequentes nas pessoas suge-
ridas no material coletado (peso, estatura, etnia,
Solicite previamente aos alunos que, di- cor e tipo de cabelos, musculatura etc.). Solicite
vididos em grupos, em horário extra-aula, também que identifiquem as práticas associadas
procurem, em revistas ou em sites, imagens à busca desse padrão de beleza (dietas, exercícios
destinadas ao público jovem que sugiram os físicos, cosméticos, cirurgias etc.).
padrões de beleza predominantes em nossa
sociedade e revelem os diversos artifícios re- Em seguida, discuta com os alunos as
comendados para alcançar esse estereótipo. questões a seguir, objetivando debater o tema:

29
f Quais são os modelos de beleza corporal leza impostos pela sociedade de consumo. O
predominantes em nossa sociedade? material elaborado poderá ser exposto para
f O que vocês pensam disso? toda a escola ou apresentado em formato
f Reconhecem o impacto que causam em si eletrônico, de acordo com as condições da
próprios e em seus pares? instituição de ensino.
f Como se percebem em relação a tais mo-
delos? Peça aos alunos que tragam, para a aula
f Julgam que é possível alcançar tais mode- seguinte, a medição do seu peso (tomada em
los? Por que meios? uma balança de farmácia ou de casa) e uma
calculadora. A tomada do peso em aula po-
Cada grupo anotará os principais pon- derá causar constrangimento em alguns, o que
tos resultantes da discussão, os quais serão deverá ser evitado.
apresentados para o restante da classe em
forma de plenária, na qual se estimulará Etapa 2 – Como calculo as minhas
o debate entre os alunos. Ao final, busque medidas?
elaborar uma síntese, destacando os pontos
comuns e contrastando as diferentes mani- Utilize uma ou mais fitas métricas pre-
festações e opiniões surgidas. gadas em uma parede ou um estadiômetro
(balança toesa) para realizar a mensuração
Proponha aos alunos que elaborem car- da estatura dos alunos. Proponha que cada
tazes com base nas conclusões a que che- um calcule o próprio IMC. Informe-os so-
garam, com imagens (pode-se utilizar as já bre a fórmula a ser utilizada e apresente a
coletadas) e pequenos textos, procurando tabela de classificação. Se houver quanti-
chamar a atenção dos leitores para o apelo dade insuficiente de calculadoras, os alu-
à busca do padrão de traços e formas cor- nos poderão se organizar em grupos para
porais que representam estereótipos de be- efetuar o cálculo.

Como calcular o IMC

O índice de massa corporal (IMC) é calculado por meio de uma fórmula matemática que relaciona
peso e altura e, a partir da localização do resultado do cálculo em uma tabela de classificação, indica
se uma pessoa está obesa, acima do peso, abaixo do peso ou no peso ideal, considerado saudável e
reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. A vantagem de trabalhar
com esse sistema, utilizado pela Organização Mundial da Saúde, é sua simplicidade, com números
redondos e fáceis de utilizar.

Para calcular o IMC, basta dividir o peso (em quilogramas) pela estatura ao quadrado (em metros):

peso
IMC =
(estatura × estatura)

30
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Por exemplo: qual é o IMC de uma pessoa que tenha 1,80 m de estatura e pese 80 kg?
80 kg
IMC = = 24,69
(1,80 m × 1,80 m)
O índice obtido permite a classificação da pessoa segundo a tabela:

CATEGORIA IMC
Abaixo do peso Abaixo de 18,5
Peso normal Entre 18,5 e 24,9
Acima do peso Entre 25 e 29,9
Obesidade grau I Entre 30,0 e 34,9
Obesidade grau II Entre 35,0 e 39,9
Obesidade grau III 40,0 e acima

Alertas sobre o IMC

O IMC é apenas um indicador e não determina de forma inequívoca se uma pessoa está acima do
peso ou obesa.
Por relacionar apenas peso e estatura, pessoas musculosas podem ter um índice de massa corporal elevado
e não serem gordas. O mesmo pode acontecer com aquelas que visualmente são magras e apresentam um alto
percentual de gordura. É recomendável, então, comparar o IMC com a porcentagem de gordura da pessoa,
que pode ser estimada por medidas da “circunferência corporal”, uma mensuração mais complexa, mas que
pode ser realizada com fita métrica. A esse respeito, consulte os sites da Cooperativa do Fitness.
Disponível em: <http://www.cdof.com.br/avalia1.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Disponível em: <http://www.cdof.com.br/protocolos2.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, das diferenças raciais e étnicas
sobre o IMC. Por exemplo, especialistas apontam que pessoas de origem asiática poderiam ser consi-
deradas acima do peso com um IMC de apenas 23.
As categorias do IMC aqui apresentadas não são aplicáveis para menores de 12 anos, para os quais
existe uma tabela especial.

Depois de os alunos finalizarem os cálcu- Sugira a comparação dos dados individuais


los, recolha as informações de todos e calcule com a tabela de classificação já apresenta-
a média da classe. Deve-se evitar a divulgação da, com a média da classe e com os padrões
de dados individuais à classe para não causar de beleza propostos nas matérias e imagens já
constrangimentos. mostradas pelos alunos. Pode-se, por exemplo,

31
calcular o IMC das modelos que posam para vista da saúde, e não da estética) e que há mé-
as capas das revistas pesquisadas e verificar todos para identificá-las.
como muitas vezes essas mulheres estão abaixo
do peso mínimo recomendado. De um modo abrangente, podemos dizer
que nossa composição corporal é formada
Ao final da Situação de Aprendizagem, apre- por massa gorda, representada por todos
sente uma síntese do tema, levando em conta as os lipídios (gorduras) do corpo, e de massa
atividades realizadas e as conclusões parciais já magra, isto é, tudo o que estiver livre de gor-
obtidas. Procure estimular, entre os alunos, a re- dura, como músculos, ossos, água, órgãos
flexão sobre as questões dos padrões e ideais de internos etc. Medir a porcentagem de mas-
beleza difundidos pelas mídias, de modo que ob- sa gorda e de massa magra requer procedi-
tenham mais autonomia para compreender essas mentos mais complexos; portanto, deve-se
mensagens. Estimule a discussão em pequenos utilizar o IMC. Veja bem, o Índice de Mas-
grupos sobre as seguintes questões: sa Corporal não avalia as porcentagens de
gordura e massa muscular; trata-se apenas
f As pessoas perseguem um ideal de beleza de um indicador utilizado pela Organização
por escolha própria? Mundial da Saúde (OMS) para classificar o
f É possível a todas as pessoas alcançarem grau de gordura corporal individual.
tal ideal?
f Quais os significados dessa busca pela beleza? De acordo com a tabela, a pessoa citada
f Quais os riscos dessa busca? está com o peso normal.

Professor, uma vez desenvolvida a 1. Pese-se em uma farmácia, posto de saúde


Situação de Aprendizagem 4, orien- ou em algum lugar que ten ha uma balança.
te os alunos para que façam a “Li- Dê preferência às balanças do tipo A e B.
ção de casa”, sugerida no Caderno
do Aluno.
© Fernando Favoretto

A.
Como calculo as minhas medidas?

“Eu me acho gordo, eu me acho magro,


acho que estou num peso bom (me dá um
autógrafo?).” Será que não estamos conside-
rando o ideal de beleza que vemos na mídia
para fazer essas avaliações? Você sabia que
em alguns países, para poder desfilar, as mo-
delos devem apresentar um Índice de Massa
Corporal (IMC) mínimo? Como saber então
qual é o peso saudável? Há alguns métodos de
aferição da porcentagem de gordura corporal
e há também padrões percentuais de gordura
corporal para homens e mulheres. Isso quer
dizer que existem faixas de porcentagem de
gordura corporal que indicam se estamos aci-
ma ou abaixo do peso desejável (do ponto de

32
Educação Física – 1ª série – Volume 1

© Fernando Favoretto
B. C.

© Gary Volgelmann/Alamy/Glow Images


Meça agora a sua altura e calcule o seu IMC, usando a fórmula anteriormente descrita:
© Fernando Favoretto

© Cubolmages srl/
Alamy/Glow Images
Anote aqui seu IMC
e a sua classificação

Calcule também o IMC dos seus amigos e fa- tais pessoas podem ser classificadas como
miliares. Além do peso e da altura, pergunte obesas, de acordo com a tabela do IMC, em
aos entrevistados se eles praticam alguma ati- função da quantidade de massa muscular,
vidade física regular, especialmente muscula- uma vez que a balança não faz distinção en-
ção. Essa investigação é importante porque tre massa gorda e massa magra no peso total.

Nome Peso Altura Classificação

33
2. Quantos dos entrevistados apresentaram de peso corporal por quilômetro percorri-
índice normal? do, ou seja, uma aluna de 50 kg que corre
três quilômetros tem um gasto calórico de
3. Comente os resultados obtidos, conside- 150 kcal (1 × 50 × 3). Ah! Isso se a corri-
rando a relação entre IMC e saúde. da acontecer num terreno plano. Você deve
estar pensando: “Credo! Eu preciso correr
4. Calculando o gasto calórico: três quilômetros para gastar as calorias de
um iogurte!”
A manutenção do nosso peso corporal de-
pende do equilíbrio entre o consumo caló- Calma! Além do gasto calórico dos exercí-
rico (ingestão alimentar) e o gasto calórico. cios físicos, também queimamos calorias
Quando se consome mais do que se gasta, com o metabolismo basal, com a manu-
há o que chamamos de balanço energético tenção da temperatura do corpo, entre
positivo, e esse excedente será armazenado outras coisas. Uma mulher adulta conso-
sob a forma de gordura. De maneira inver- me em média 2 200 kcal/dia, e um homem,
sa, se consumimos menos do que gastamos, 2 500 kcal/dia; os homens podem comer
temos um balanço energético negativo e, mais porque têm mais massa muscular.
consequentemente, perda de peso. Hoje é
consenso que, a fim de mantermos um peso Leve para a escola uma embalagem de ali-
saudável, é recomendada uma dieta balan- mento em que se possa verificar a quanti-
ceada associada a exercícios físicos. dade de calorias na informação nutricio-
nal. Durante a aula, será proposta uma
Repare, nas embalagens de alimentos que prática de corrida. Após a prática, faça o
você costuma consumir (suco em caixinha, cálculo do gasto energético da corrida e es-
biscoito etc.), um campo intitulado “infor- tabeleça uma relação entre o gasto ocorri-
mação nutricional”. Nele você encontrará do e o alimento ingerido.
a quantidade de calorias de uma porção Aqui serão feitos os registros da coleta de dados realizada pe-
daquele alimento, ou seja, a quantidade de los alunos. A intenção é que eles estabeleçam se há ou não
calorias que você vai ingerir se consumi-lo. algum risco de saúde para os entrevistados, a partir do IMC.
Para saber o gasto calórico numa corrida Na última questão, espera-se que a turma compreenda o
ou caminhada, leve em conta que, em mé- mecanismo do balanço energético por meio da observação
dia, gasta-se uma caloria por quilograma da relação entre gasto e consumo de calorias.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
BALANÇA ENERGÉTICA
Os alunos devem calcular o gasto calórico pelos alunos ou a merenda da escola, no todo
em uma corrida ou caminhada e comparar ou em partes. Com base nisso, o professor
esse resultado com o valor calórico conhecido apresentará informações e conceitos sobre ba-
de um alimento – um pequeno lanche trazido lanço energético, exercício físico e obesidade.

34
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Conteúdos e temas: balanço energético, valor calórico dos alimentos e custo calórico do exercício físico;
alimentação, exercício físico e obesidade.
Competências e habilidades: identificar aspectos referentes à participação da alimentação e do exercício
no desenvolvimento e no controle da obesidade; estimar valores calóricos relacionados ao consumo de
alimentos e ao gasto com exercícios físicos.
Sugestão de recursos: balança; tabela de calorias de alimentos; cones.

Desenvolvimento da Situação de Explique aos alunos que durante a cor-


Aprendizagem 5 rida em plano horizontal o custo energético
(gasto) é, em média, de aproximadamente
Etapa 1 – Quantas calorias ingeri? uma caloria por quilograma de peso cor-
poral para cada quilômetro percorrido, ou
Inicialmente, no máximo até um dia antes seja, 1 kcal/kg/km. Por exemplo, um aluno
da aula, cada aluno deverá registrar seu peso com 50 kg que corresse 3 km teria um gasto
corporal (em quilogramas), medido em ba- calórico estimado de 150 kcal/kg/km (150 =
lanças de farmácia ou na própria escola, caso 50 = 3). A partir dessas informações, solicite
haja uma balança antropométrica. Oriente os aos alunos que calculem o gasto provocado
alunos para que, de preferência, pesem-se com pela corrida.
as roupas que normalmente usam nas aulas de
Educação Física. Essa medida será utilizada Opcionalmente, no caso de alunos com
na etapa seguinte. baixo nível de condição física, proponha uma
caminhada, em lugar de corrida. Considere,
Calcule o número de calorias de algum para esse caminhar, a velocidade entre 3 e 6
alimento que os alunos possam trazer e con- km/hora, que produzirá um gasto energético
sumir na aula (um chocolate, bolachas, suco de 0,6 kcal por quilômetro percorrido. Agora,
em caixinha etc.) ou da merenda da escola (de a partir da fórmula indicada, calcule o gasto
preferência a que foi consumida no mesmo energético dessa caminhada:
dia ou no dia anterior). Para isso, utilize como
referência tabelas que indicam o valor calóri-
co aproximado dos alimentos. 0,6 kcal × distância (km) × peso corporal (kg)
Por exemplo, um aluno com 60 kg, ao cami-
Etapa 2 – Quanto gasto na corrida? nhar 1,5 km, consumirá 54 kcal:
0,6 × 1,5 × 60 = 54.
Proponha a realização de uma corrida com du-
ração entre 15 e 20 minutos, em local plano, com
distância conhecida (com aquecimento e alonga- De posse do resultado, cada aluno compara-
mento prévios). O percurso pode ser delimitado rá as calorias gastas na corrida (ou caminhada)
por cones ou por outras marcações. Ao término com o número de calorias presente no alimento
da corrida, os alunos registrarão as distâncias per- tomado como referência. Aproveite para apre-
corridas (em quilômetros). Os valores obtidos e os sentar outros exemplos de valor calórico de
pesos corporais registrados serão utilizados para alimentos, bem como a quantidade e o tipo de
calcular, de modo estimativo, o gasto energético exercício físico que seria necessário realizar para
individual despendido durante a corrida. consumi-lo.

35
Professor, antes da Atividade 4. Um colega da escola pratica musculação
Avaliadora, solicite aos alunos e todos acham que ele é “sarado”; no en-
que realizem as atividades pro- tanto, ao calcular o IMC, sua classifica-
postas na seção “Você apren- ção foi Obesidade grau I. Isso está correto?
deu?”, do Caderno do Aluno. Por quê?
O que caracteriza a condição de obesidade é o excesso
1. As pessoas perseguem um ideal de bele- de gordura corporal e, neste caso, o peso elevado refere-
za por escolha própria? -se à grande quantidade de massa muscular. Este é um
caso em que o IMC é inadequado para classificação de
2. Quais os significados dessa busca pela obesidade.
beleza?
Professor, oriente os alunos a realizarem a
3. Quais os riscos dessa busca? tarefa proposta no quadro “Desafio!” e a le-
As respostas têm caráter pessoal. Contudo, espera-se que os rem a seção “Aprendendo a aprender”, que
alunos compreendam que o padrão de beleza é sempre uma traz dicas de alimentação saudável. Retome o
construção cultural. Na atualidade, como consequência do conteúdo do “Aprendendo a aprender”, asso-
rigor desse padrão, as práticas adotadas para atingi-lo podem ciando-o ao tema desenvolvido.
representar prejuízos para a saúde.

Desafio!
Encontre oito palavras que se referem ao tema “Corpo, saúde e beleza”. As palavras
podem estar invertidas, na diagonal, na vertical ou na horizontal. Ao encontrar a palavra
no quadro, risque-a da lista:
Beleza – Composição – IMC – Mídia – Massa corporal – Balança – Massa gorda – Massa magra

X C V B N M H J B E L E Z A L Z C A Q U I X Z
P J B G Ç A M L O B N H T Ç B C D D A Q W O X
Q W V B I S J Q H N X Z Ç N A Q E R O U Q T O
U Y U I O S S U Ç O P B P A J U H O D R U Ç Ã
A M Í D I A L A N H E Z A L C A D G U B A L Ç
D H N X Z M F D G K J X A A L D N A L Ç D J I
F A D R Y A Z F X O B N M B A F Ç S Q R F B S
G P J B G G A W U A Q W O X C G I S U B G Q O
J J U H B R M J H N X Z I L Ç J O A A H J X P
K C F P Q A H A N H I M C N Ç D S M D P H I M
A Q W O X P J B G Ç N H T X B Q U A Q W O X O
M A S S A C O R P O R A L M L O B N H T X A C

36
Educação Física – 1ª série – Volume 1

Coma menos gordura f diminua o consumo de frituras. Prefira


alimentos cozidos, assados, ensopados
Além dos conteúdos vivenciados ou grelhados;
em aula, o Caderno do Aluno f se estiver em dúvida entre dois alimen-
apresenta dicas de alimentação e tos, compare a quantidade de gordura
postura para você e toda sua fa- citada em seus rótulos e escolha o produ-
mília. Assim, você poderá contribuir para to com a menor quantidade de gordura
a saúde de todos. Neste volume a nossa total. Veja como é fácil:
dica é sobre alimentação. Observe se seus
hábitos alimentares estão corretos.
Bolacha de amido de Bolacha recheada
Certamente você já ouviu falar que as milho (50 gramas = de chocolate (60
gorduras fazem mal à saúde. Porém, nosso 5 bolachas) gramas = 5 bolachas)
organismo precisa delas para funcionar
bem. Entre outras coisas, as gorduras nos
dão energia, servem de transporte para Gordura total: Gordura total:
algumas vitaminas entrarem no corpo, fa- 7 gramas 12,6 gramas
zem-nos sentir satisfeitos após uma refei-
ção e ajudam a nos proteger contra o frio.
Se as gorduras são tão importantes, o que Gordura saturada: Gordura saturada:
há de errado com elas? O problema está na 2 gramas 6 gramas
quantidade que comemos.

Então, qual a quantidade de gordura Por exemplo, 5 bolachas de amido de mi-


que podemos comer por dia sem que ela lho têm cerca de 7 gramas de gordura total,
nos faça mal? enquanto 5 bolachas recheadas de chocola-
te têm 12,6 gramas dessa mesma gordura.
No máximo uma porção. O que é isso? É Portanto, a escolha mais saudável é a bola-
uma colher de sopa de azeite ou uma colher cha de amido de milho, já que a recheada
de sopa de óleo de soja, milho ou outros óleos tem quase o DOBRO de gordura total.
vegetais ou meia colher de sopa de margarina.
Evite:

Dicas importantes: f salgadinhos industrializados e batatas


fritas;
f troque a gordura animal (banha, bacon, f bolachas recheadas ou do tipo wafer;
manteiga) por gordura vegetal (marga- f salgadinhos fritos (como coxinhas,
rina e óleos de soja, milho ou outros bolinhas de queijo, croquetes, quibes,
óleos vegetais); rissoles) e assados (como pão de quei-
f em vez de carne vermelha (de boi), jo, empadas, minicroissants);
prefira as carnes brancas (de peixe ou f pipoca, especialmente se ela for prepa-
frango); rada com muito óleo;
f retire sempre a capa de gordura da car- f alimentos com maionese ou creme de
ne ou a pele do frango; leite.

37
© Marcos André/Opção Brasil Imagens

© Iara Venanzi/Kino

© Iara Venanzi/Kino
Figura 10 – Alimento Figura 11 – Produto Figura 12 – Produto gorduroso e
gorduroso. industrializado. industrializado.

Curiosidade
Você consegue comer apenas UMA bolacha recheada e guardar o restante do pacote? É
difícil, não é? Sabe por quê? Porque esse tipo de bolacha tem no seu recheio uma mistura
de gordura e açúcar. Esses dois ingredientes juntos fazem o seu cérebro achar esse alimento
muito gostoso e demorar para avisar que você já está satisfeito. Conclusão: o aviso chega
tarde demais e, quando percebemos, já comemos mais gordura e açúcar do que deveríamos.

Para refletir:
Com que frequência você consome os alimentos que estão na lista dos que suge-
rimos evitar?

Você deve saber


f Quando você troca um alimento com grande quantidade de gordura por outro com quan-
tidades menores, você está fazendo uma escolha mais saudável.
f Exagerar sempre na gordura aumenta o risco de doenças do coração, obesidade, hiper-
tensão arterial e diabetes.

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Educação Física – 1ª série – Volume 1

ATIVIDADE AVALIADORA
Com base nos conteúdos desenvolvidos nesta Situação de Aprendizagem, solicite aos alu-
nos que produzam individualmente um texto no qual comentarão e interpretarão os seguintes
versos do poeta Carlos Drummond de Andrade:

Meu corpo ordena que eu saia em busca do que não quero, e me nega, ao se afirmar como senhor do
meu Eu convertido em cão servil.
Quero romper com meu corpo, quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência, mas ele se-
quer me escuta e vai pelo rumo oposto.

ANDRADE, Carlos Drummond de. As contradições do corpo.


In: Corpo. São Paulo: Companhia das Letras (com futuro lançamento).
Carlos Drummond de Andrade © Granã Drummond. Disponível em: <http://www.carlosdrummond.com.br>.

f Será que, como bem expressou o poeta Proponha aos alunos que, divididos em du-
Carlos Drummond de Andrade, os interes- plas ou trios, identifiquem e entrevistem duas
ses da sociedade de consumo não nos têm a três pessoas que tenham se valido de dietas
ordenado a busca do que não queremos “milagrosas” ou de suplementos alimentares
em relação ao corpo, à saúde e à beleza, aliados a exercícios físicos intensos ou, ainda,
e assim nega nossos próprios desejos, inte- que tenham adquirido e utilizado equipamentos
resses e necessidades, dificultando o auto- domésticos de ginástica (esteira-rolante, apare-
conhecimento? lhos para exercitação abdominal, aparelhos de
eletroestimulação muscular etc.). Eles devem so-
f Procure avaliar, nos textos produzidos, se os licitar aos entrevistados informações como: (1)
alunos obtiveram, ao longo do desenvolvi- sexo, idade e profissão; (2) tempo de utilização
mento da Situação de Aprendizagem, mais do produto ou gasto com essa prática; (3) moti-
argumentos para discutir a questão da difu- vo de adesão a esse produto ou tempo dedicado
são, pelas mídias, de padrões ideais de beleza. a essa prática; (4) existência ou não de super-
Verifique como se percebem imersos nessa visão durante esse período; (5) custos da utili-
dinâmica e observe se notam os riscos da bus- zação e aquisição ou da prática; (6) resultados
ca desenfreada por um corpo supostamente observados e percebidos; (7) possíveis queixas
belo e perfeito. associadas à adoção desse produto ou prática.

Peça aos alunos que, em grupos de cinco, Oriente os alunos para que esclareçam
leiam seus textos para os colegas, estimulando às pessoas a finalidade da entrevista. O pro-
a discussão entre eles. Após essa fase, peça que duto das entrevistas poderá ser entregue em
cada grupo faça uma síntese para os demais registro escrito ou filmado, quando houver
colegas sobre os argumentos apresentados. condições para tal. Com base nas entrevis-
É importante sua intervenção no sentido de tas, os alunos deverão elaborar um texto no
destacar os argumentos mais consistentes rela- qual realizem uma reflexão sobre pelo me-
cionados à percepção das influências da mídia nos um dos casos relatados, selecionando,
e aos padrões ideais de beleza, como também relacionando e interpretando informações e
as ações dos alunos no sentido de agir critica- conhecimentos sobre padrões e estereótipos
mente em relação a tais influências e padrões. de beleza, bem como produtos e práticas ali-

39
mentares associados à busca desses padrões. Ao avaliar os textos, verifique se apresen-
Solicite aos alunos que omitam o nome real tam argumentação consistente e coerente, que
das pessoas entrevistadas. vá além dos discursos de senso comum.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pela Situação de f roteiro de estudos com perguntas nortea-
Aprendizagem, talvez alguns alunos não doras elaboradas por você, professor, para
apreendam os conteúdos da forma espera- posterior apresentação em registro escrito;
da. É necessário, portanto, que outras Si- f pesquisa em sites ou em outras fontes para
tuações de Aprendizagem sejam propostas, posterior apresentação;
permitindo ao aluno revisitar o processo de f apreciação e análise de filmes ou documen-
maneira diferente. Tais situações podem ser tários sugeridos pelo professor;
desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos f reapresentação da Atividade Avaliadora, de-
senvolvida em outra linguagem (por exemplo,
grupos, envolvendo todos os alunos ou ape-
dramatizar a argumentação contida em um
nas aqueles que apresentaram dificuldades. texto escrito, ou apresentá-la com imagens
Por exemplo: extraídas de diversas mídias).

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros amarga e depressiva e se submeteu a trata-


mento psiquiátrico.
BOUCHARD, Claude. Atividade física e obe-
sidade. São Paulo: Manole, 2003. Reúne in- GUEDES, Dartagnan P.; GUEDES, Joana E.
formações sobre a relação entre (in)atividade R. P. Controle do peso corporal: composição
física e obesidade e sua influência sobre o es- corporal, atividade física e nutrição. Londrina:
tado de saúde, dando ênfase aos determinantes Midiograf, 1998. Expõe as causas e consequên-
biológicos e comportamentais da obesidade, cias do excesso de peso/gordura corporal, bem
bem como à participação da atividade física na como aborda aspectos associados à orientação
prevenção e no tratamento dessa patologia em dietética e à prescrição de exercícios físicos com
grupos diversos, como crianças e adolescentes, vista à prevenção e ao tratamento do sobrepe-
adultos, idosos e gestantes. so e da obesidade, com base em princípios que
norteiam a elaboração de programas voltados
CURY, Augusto. A ditadura da beleza e ao controle do peso corporal.
a revolução das mulheres. Rio de Janeiro:
Sextante, 2005. Alerta para um problema McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.;
do mundo moderno: a ditadura da beleza, KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia
que mantém crianças, adolescentes e adul- do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
tos tristes e frustrados. Parte da história de Koogan, 2002. Destina o Capítulo 13 à abor-
uma famosa modelo de 16 anos que, obceca- dagem sobre a relação entre equilíbrio energéti-
da pela aparência física perfeita, tornou-se co, exercício físico e controle do peso corporal,

40
Educação Física – 1ª série – Volume 1

destacando a participação dos níveis de ativi- mídias, cultura corporal de movimento e Edu-
dade física e da dieta no balanço energético e cação Física no mundo contemporâneo.
consequente interferência sobre a composição
corporal e a regulação do peso corporal asso- MATTHIESEN, Sara Q. Espelho, espelho meu...
ciada à sua redução ou ao seu aumento. Existe alguém mais perfeita do que eu? Mo-
triz, Rio Claro, v. 8, n. 1, p. 25-26, abr. 2002.
McARDLE, William D., KATCH, Frank I., Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/
KATCH, Victor L. Nutrição para o despor- efisica/motriz/08n1/Matthiesen.pdf>. Acesso
to e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara em: 29 maio 2013. O artigo aborda os excessos
Koogan, 2001. Destina o Capítulo 7 ao gasto presentes hoje na relação com o próprio cor-
energético durante o repouso e o exercício físi- po, em busca de padrões de beleza e perfeição.
co, propondo estimativas para o dispêndio de
energia tanto em repouso quanto em diferen- Sites
tes atividades como caminhada, corrida etc. O
Capítulo 19 trata da relação entre obesidade, Cooperativa do Fitness. Disponível em: <htttp://
exercício e controle do peso, reforçando a im- www.cdof.com.br/nutri1.htm>. Acesso em: 29
portância do exercício e da dieta para a manu- maio 2013. Disponibiliza o valor calórico refe-
tenção do equilíbrio energético. rente a várias categorias de alimentos em quan-
tidades diversas e possibilita o cálculo online do
POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T. gasto calórico de várias atividades físicas.
Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 3. ed. São Instituto de Metabolismo e Nutrição. Disponível
Paulo: Manole, 2000. Contém informações re- em: <http://www.nutricaoclinica.com.br/content/
lacionadas à prescrição de exercícios voltados view/162/16/>. Acesso em: 29 maio 2013.
à saúde e ao condicionamento físico, além de
destacar a influência de aspectos nutricionais Saúde em Movimento. Disponível em: <http://
sobre o estado de saúde, de acordo com sua www.saudeemmovimento.com.br>. Acesso em:
interferência em relação à composição corpo- 29 maio 2013. Disponibiliza cálculo online de
ral, ao gasto energético e ao controle do peso. ingestão e gasto calórico diários.

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes insaciáveis: Tabela de calorias dos alimentos mais servidos
anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Rio em nossa mesa. Disponível em: <http://www4.
de Janeiro: Ediouro, 2005. Trata das dificulda- faac.unesp.br/pesquisa/nos/bom_apetite/
des de celebridades e anônimos com os trans- tabelas/cal_ali.htm>. Acesso em: 5 set. 2013.
tornos alimentares, apresentando uma abor- Apresenta uma tabela com grupos de alimen-
dagem multidisciplinar e prática sobre o tema. tos reunidos por total de calorias fornecidas,
indicando a quantidade de alimentos ingeridos
Artigos e uma medida caseira equivalente (por exem-
plo, duas colheres de sopa).
BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mídias e edu-
cação física: novas relações no mundo con- Universidade Federal de Pelotas. Disponível
temporâneo. Lecturas: Educación Física y De- em: <http://minerva.ufpel.edu.br/~holanda/
portes, Buenos Aires, v. 10, n. 79, p. 1-9, 2004. index.htm>. Acesso em: 29 maio 2013. Permi-
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/ te acesso a uma tabela (em Excel) na qual se
efd79/corpo.htm>. Acesso em: 29 maio 2013. pode verificar o valor calórico referente a 100
Este artigo objetiva analisar as relações entre g de vários alimentos. É possível também con-

41
sultar em outra tabela o número de gramas e Homem que só se interessa pela “beleza ex-
de determinados alimentos obter o total de terior” feminina, ao ser hipnotizado por um
calorias correspondente. guru de autoajuda, passa a ver apenas a “be-
leza interior” das mulheres; apaixona-se então
Filmes por uma jovem muito obesa, que para seus
olhos é magra e linda.
Miss Simpatia (Miss congeniality). Direção:
Donald Petrie. EUA, 2000. 110 min 12 anos. O professor aloprado (The nutty professor).
Na busca de um criminoso, uma policial se Direção: Tom Shadyac. EUA, 1996. 107 min
infiltra em um concurso de beleza (Miss Es- Livre. Um obeso e atrapalhado professor
tados Unidos). A policial escolhida nunca se universitário descobre, por acaso, uma fór-
preocupou com a sua aparência física ou com mula química que o torna charmoso e en-
etiqueta social e, por isso, um consultor de be- cantador. Ele tenta então conquistar o amor
leza é contratado para transformá-la em uma de uma estudante, mas às vezes a poção per-
candidata com chances de chegar à final do de o efeito, criando situações embaraçosas
concurso e garantir o sucesso da investigação. e divertidas.

Muito além do peso: obesidade a maior epi- Simone (S1m0ne). Direção: Andrew Niccol.
demia infantil da história. Direção: Estela EUA, 2002. 117 min Livre. Diretor de cinema
Rinner. Brasil, 2012. 85 min. O documentá- decadente recebe de um gênio da computação
rio brasileiro analisa não só as consequências um software capaz de criar uma atriz virtual,
da obesidade infantil, como também ques- perfeita em todos os sentidos, e que se torna ra-
tões econômicas e sociais. pidamente uma estrela de cinema e símbolo se-
xual. No entanto, o sucesso gera sentimento de
O amor é cego (Shallow hal). Direção: Peter culpa no diretor, e tudo se complica quando ele
e Bobby Farrelly. EUA, 2001. 113 min Livre. resolve destruir sua criação.

42
Educação Física – 1a série – Volume 1

TEMA 3 – ATIVIDADE RÍTMICA: O RITMO NO ESPORTE,


NA LUTA, NA GINÁSTICA E NA DANÇA

Se consultarmos o significado de “ritmo” em combinação de durações iguais ou diferentes


alguns dicionários, encontraremos um ter- de unidades de tempo. Como exemplos, no
mo derivado do grego rhytmos e que man- caso do esporte, há dois tempos rítmicos
tém seu sentido em alguns idiomas (como em na bandeja do basquetebol e três tempos
espanhol, inglês e português), designando tudo rítmicos para o deslocamento no handebol,
aquilo que se move, que flui de modo sequen- ou para preparar uma cortada no voleibol.
cial ou que tem movimento regulado. O ritmo Quanto ao acento rítmico, ele consiste em
que envolve os movimentos corporais pode ser uma ênfase que acentua a importância
definido como a compreensão original do de um movimento, um tipo de tensão que
tempo que nós marcamos com o corpo, antes pode surgir de forma abrupta ou gradual.
mesmo de representá-lo com o pensamento No caso da luta, temos o exemplo de um
(HELLER, 2003 apud KUNZ, 2003). Por isso, golpe efetivo no boxe após uma sequência
consideramos que o ritmo está presente em de movimentos de esquiva ou, no caso da
todas as manifestações de nossa vida e abrange ginástica, o momento de transferência de
tudo o que conhecemos, incluindo nós mesmos energia e peso em um salto realizado com o
e o modo como percebemos nossos movimen- apoio das mãos.
tos no ambiente.
Laban também propôs uma organização
Há bastante associação entre música e do espaço para analisar o ritmo objetiva-
ritmo, pois a música provoca uma sensibi- mente, apresentando quatro elementos para
lidade maior sobre nossos órgãos sensoriais a observação e descrição dos movimentos –
e, ao ampliarmos a intensidade da audição, direções, planos, extensões e caminhos. As
aumentamos a concentração, de modo que o direções podem ser para a frente, para trás,
processo de transformar o ritmo musical em para a esquerda ou para a direita; os planos
movimento torna-se espontâneo. De acordo podem ser alto, médio ou baixo; as extensões
com essa concepção, os movimentos produ- podem ser perto, pequena, normal, grande
zidos não tendem a seguir uma orientação ou longe; os caminhos podem ser direto, an-
determinada, fazendo a pessoa se libertar de gular ou curvo. No caso do esporte, da luta,
movimentos corriqueiros e padronizados. E da ginástica e da dança, realizados formal-
quando a sensibilidade estética e a concen- mente em um espaço restrito (quadra com
tração melhoram, seja para ouvir música ou demarcações, tatame, ringue, solo demarca-
se expressar, é possível desenvolver ativida- do ou tablado), os elementos citados podem
des rítmicas sem a participação da música. ser relevantes para que sejam identificados e
analisados como atividades rítmicas.
Para aprofundarmos a compreensão sobre
o ritmo, dois conceitos apresentados por No entanto, essas tentativas de classifi-
Laban (1978) são importantes: o tempo e o cação não são mais importantes do que as
acento rítmicos. O tempo rítmico em uma possibilidades de expressividade, criação
série de movimentos pode ser percebido na e coeducação que os alunos podem viven-

43
ciar nas aulas. Por exemplo, para Saraiva e e evitando a demarcação de movimentos
Fiamoncini (1998), a coeducação em dança masculinos e femininos.
permite que alunos e alunas estejam juntos
para elaborar seus pensamentos, sentimen- Na Situação de Aprendizagem sugerida a
tos e movimentos em um processo significa- seguir, propõe-se que os alunos se expressem
tivo e valorativo, sem ações estereotipadas ritmicamente em variados movimentos.

Possibilidades interdisciplinares

Professor, o tema “Atividade rítmica: o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança” poderá
ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina de Arte, na medida em que envolve conteúdos
como a dança e sua apreciação estética. Converse com o professor responsável por essa disciplina em
sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada
pelos alunos.

Professor, para iniciar o desenvolvi- cenas e tentar estabelecer uma relação entre
mento do tema, proponha que a tur- elas.
ma realize a atividade “Para começo
de conversa”, do Caderno do Aluno. 1. Observe atentamente as imagens a seguir
e relacione cada uma ao tema que vamos
O mundo que nos cerca é cheio de diferen- trabalhar.
ças e similaridades. Vamos analisar algumas

A. B.
© Rubens Chaves/Pulsar Imagens

© Terry Vine/Stone/Getty Images

44
Educação Física – 1a série – Volume 1

C. tinuidade, assim como a fonte pode emitir

© André Seale/Pulsar Imagens


jatos de água contínua ou alternadamente
e pode mantê-los a uma mesma altura, à
mesma distância ou variá-los. Isso traz uma
mudança na dinâmica, no movimento, ou
seja, tem relação com ritmo. Afinal, ritmo
está associado à fluência, a fracionamento
do tempo, a movimento.

O movimento nos esportes é caracteriza-


do como cíclico quando o gesto realizado se
repete sucessivamente, ou seja, é contínuo.
O movimento também pode ser acíclico, isto é,
D. ter um início, uma acentuação rítmica e uma
© Blaine Franger/UpperCut Images/
Getty Images
finalização; nesse caso, o mesmo movimento
não se repete sucessivamente.

3. Agora, para cada figura, indique se o mo-


vimento é cíclico ou acíclico.

© Krebs Hanns/Alamy/Glow Images


Que efeito há em comum nessas imagens?
Som.

2. Se cada imagem pudesse emitir um som,


ele seria alternado, forte, suave, repetitivo, Corrida feminina.
agudo, grave? Utilize essas informações e
associe-as às imagens. a) Cíclico.
As respostas podem variar segundo a interpretação. © Wilson Dias/ABr
Imagem A: suave, repetitivo.
Imagem B: suave, repetitivo.
Imagem C: forte, alternado, grave.
Imagem D: forte, alternado, grave.

Como você pode perceber, há intensi-


dade, movimento e um tempo envolvido
na natureza e no cotidiano do ser humano.
Há uma fração de tempo entre uma onda
e outra, entre um raio (que vem seguido de
um trovão) e outro. O músico pode tocar o Arremesso a gol no handebol.
violino, emitindo o som com ou sem con- b) Acíclico.

45
© David Madison/Getty Images

© Philippe Roy/Alamy/Glow Images


Bloqueio no voleibol. Pedalada no ciclismo.

c) Acíclico. d) Cíclico.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
DO RITMO PRÓPRIO AO RITMO NAS MANIFESTAÇÕES
DA CULTURA DE MOVIMENTO

Inicia-se esta Situação de Aprendizagem organização expressiva do movimento. Com


partindo-se da percepção do ritmo do próprio isso, pretende-se que os alunos compreendam
corpo e do corpo do colega, com e sem música. as noções de tempo rítmico e acento rítmico.
Em seguida, sugere-se uma atividade em que Finalmente, trabalha-se a noção de ritmo em
a percepção rítmica é solicitada visando à atividades características do esporte coletivo.

Conteúdo e temas: o ritmo vital; o ritmo como organização expressiva do movimento; tempo e
acento rítmicos; o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança.
Competências e habilidades: reconhecer a importância do ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na
dança; identificar o ritmo vital e perceber o ritmo como organização expressiva do movimento; perce-
ber noções de tempo e acento rítmicos nas manifestações da Cultura de Movimento; identificar carac-
terísticas do ritmo ao assistir ou vivenciar manifestações do esporte, da luta, da ginástica e da dança.
Sugestão de recursos: folhas de papel sulfite; caneta ou lápis; bolas de futebol; bolas de basquetebol ou
de borracha.

Desenvolvimento da Situação de mentação das pessoas? Na movimentação dos


Aprendizagem 6 automóveis? Na movimentação dos animais?
Nos elementos da natureza? O objetivo desta
Etapa 1 – O ritmo vital etapa, que não precisa exceder 15 minutos, é
investigar o conhecimento prévio dos alunos
Organize os alunos em um grande círculo sobre o assunto, possibilitando, ao final do
e questione: O que é ritmo? Como o ritmo é percurso de aprendizagem, avaliar os avan-
percebido no próprio corpo? O ritmo está pre- ços obtidos e as dificuldades surgidas com
sente nas atividades do cotidiano? Na movi- o tema proposto.

46
Educação Física – 1a série – Volume 1

Em seguida, sugira aos alunos que Cada grupo deve expor suas conclusões
percebam e identifiquem o ritmo presente no e organizar uma nova sequência expressiva
próprio corpo com e sem deslocamento – com características semelhantes ao que fi-
no piscar dos olhos, na respiração, nos bati- zeram antes, representando outra manifes-
mentos cardíacos, na articulação das palavras tação da Cultura de Movimento. Por exem-
etc. Sugira também que, organizados em du- plo, quem se expressou em uma luta, como
plas, percebam o ritmo do corpo do colega, o boxe ou o judô, poderia se expressar com
com e sem deslocamento. a capoeira.

Posteriormente, peça aos alunos que se dei- Etapa 3 – Tempo e acento rítmicos
tem no solo, formando um círculo, preferen-
cialmente intercalando meninos e meninas, Solicite aos alunos que criem sequên-
de modo que cada um possa colocar uma das cias de movimentos utilizando cada uma
mãos sobre o abdome dos dois colegas ao lado. das articulações, movendo, por exemplo,
Oriente cada aluno a perceber sua própria res- primeiro os cotovelos, depois os ombros
piração e a respiração dos colegas, procurando e os punhos ou as articulações dos mem-
notar se é possível alcançar um ritmo comum bros inferiores, como os joelhos, depois os
para todos. Ainda com os alunos deitados em tornozelos e o quadril. Os alunos podem
círculo, utilize músicas de tipos variados (lenta usar as diversas articulações (ombro, co-
ou rápida) para que eles verifiquem em si mes- tovelo, punho, joelho, tornozelo, quadril)
mos se há alterações no ritmo da respiração ou de forma simultânea ou sequencial. Pro-
dos batimentos cardíacos. ponha que, na sequência dos movimentos,
estabeleçam um momento que deverá ser
Etapa 2 – O ritmo como organização enfatizado e repetido ocasionalmente. Por
expressiva do movimento exemplo, eles podem movimentar de for-
ma diferente todas as demais articulações,
Escritos em pedaços de papel, apresente aos mas repetirão sempre o movimento reali-
alunos os nomes de algumas manifestações da zado com o cotovelo.
Cultura de Movimento referentes à dança, à gi-
nástica, à luta, ao esporte e a atividades do co- Peça aos alunos que se organizem em gru-
tidiano. Por exemplo: samba, frevo, ginástica pos mistos, formados por meninos e meninas,
aeróbica, alongamento, boxe, judô, futebol, para que os mesmos movimentos possam ser
basquetebol, varrer uma casa, subir e descer combinados entre os componentes de cada
escadas, tomar banho etc. Cada aluno deve grupo, sem que conversem entre si. Os alu-
receber um papel contendo essa informa- nos poderão elaborar uma sequência comum
ção e representá-la por meio de movimen- contendo tempo e acento rítmicos para que
tos. Incentive os alunos a perceber quais são todos os componentes do grupo realizem os
os colegas que estão fazendo movimentos mesmos movimentos, expressando-se ritmica-
semelhantes aos seus e peça para que se agru- mente sem usar a fala. Enquanto um grupo
pem sem que conversem entre si. Depois de se estabelece uma sequência de movimentos, os
agruparem, eles devem dialogar e se organizar demais identificam o tempo rítmico (quantos
para identificar as características rítmicas dos movimentos são feitos até que o acento apa-
movimentos que realizaram e perceber como reça) e o acento rítmico (qual movimento é
foi possível identificá-las. constantemente repetido) estabelecido.

47
Etapa 4 – O ritmo no esporte As bolas devem ser trocadas entre os grupos
para que todos possam vivenciar movimen-
Peça aos alunos que se organizem em tos do futebol e do basquetebol.
grupos, cada grupo com pelo menos uma
bola de futebol ou uma de basquetebol (ou Sugira aos alunos que criem jogos de fútbol
bolas de borracha). Cada grupo deve reali- callejero (futebol de rua) e de streetball (bas-
zar movimentos específicos das modalida- quete de rua), em que algumas regras enfati-
des esportivas futebol ou basquetebol que zem a importância do ritmo nos movimentos.
evidenciem uma atividade rítmica, de modo Por exemplo, quem estiver fazendo “embai-
que todos no grupo consigam realizá-los. xadinhas” no futebol ou driblando a bola al-
Por exemplo, controlar o ritmo dos chutes ternadamente entre as pernas (cross-over) no
em direção a uma parede ou trocar passes basquetebol não pode ter a bola tirada por
com os colegas em um mesmo ritmo, ou outros alunos. Assim o aluno tem a garantia
driblar com uma bola de basquetebol, alter- de que permanecerá com a bola enquanto do-
nando as mãos cada vez mais rapidamente. minar essas sequências rítmicas.

Principais características do fútbol callejero e do streetball

Fútbol callejero

O jogo é organizado em três tempos. No primeiro tempo, há a elaboração de regras pelos


participantes; no segundo, ocorre a vivência com o jogo, de acordo com as regras estabelecidas
inicialmente; e, no terceiro, a análise do jogo e das condutas dos jogadores pelos próprios parti-
cipantes, com a mediação do professor.

Streetball

As regras devem ser combinadas inicialmente pelos jogadores. A apreciação estética das jogadas,
tanto no ataque quanto na defesa, é o principal aspecto enfatizado durante o jogo. A música rap
acompanha as partidas de streetball, e o envolvimento dos jogadores aumenta quando conseguem
relacionar o ritmo musical com o ritmo das suas jogadas em quadra.

Professor, peça aos alunos que rea- que circunstâncias eles se modificam. Por
lizem as atividades propostas nas exemplo: ritmo respiratório – acelera
seções “Pesquisa individual”, “Li- quando corremos; diminui quando dor-
ção de casa” e “Você aprendeu?”. mimos. Agora é a sua vez. Se precisar de
ajuda, consulte outras pessoas, converse
1. Como você já sabe, as atividades realiza- com professores, parentes ou amigos que
das em nosso cotidiano têm ritmo e exis- fazem diferentes atividades diariamente
te ritmo na natureza. Pesquise que ritmos e, se preferir, pesquise também na inter-
há no nosso corpo e verifique como e em net. Coloque suas respostas no quadro:

48
Educação Física – 1a série – Volume 1

Ritmo Alterações e circunstâncias

Espera-se que o aluno consiga identificar outras manifesta- f trajetória – angulosa (a proximidade do
ções de ritmo no corpo humano, tais como as envolvidas nos jogador adversário, que tenta impedir a
movimentos cardíaco e peristáltico, no piscar dos olhos, na progressão da jogada, obriga o jogador
fala, no caminhar etc. atacante a realizar movimentos de zigue-
-zague, procurando sair por um dos lados,
Se analisarmos cuidadosamente o que é típico no movimento da finta);
as questões rítmicas envolvidas
nas práticas esportivas, verificare- f extensão – perto (a bola e o oponente estão
mos que o ritmo pode ser obser- próximos, o que obriga a um movimento
vado também em fatores espaciais, como a rápido e curto).
direção do movimento (direita, esquerda,

© Jan Greune/LOOK/Getty Images


frente, trás), a sua extensão (longe, perto, pe-
queno, grande), o plano ou nível (alto, baixo)
e a trajetória ou caminho (direto, curvo, an-
guloso). Vejamos um exemplo, que pode ser
usado como referência para esta atividade.

Na imagem a seguir temos um jogador


aplicando uma finta sobre o adversário. Do
ponto de vista espacial, esse movimento en-
volve os seguintes fatores:

f direção – desvio para a esquerda (ao fin-


tar, o jogador desvia para a esquerda, le-
vando o adversário a uma movimentação
em zigue-zague para acompanhar a sua
jogada);

f plano – baixo (a proximidade do adver-


sário exige a posição de marcação, com
flexão dos joelhos); Figura 13.

49
1. Quando um jogador dribla a
1. Agora, com um ou dois colegas, faça o bola seguidamente por entre as
mesmo exercício, escolhendo pelo me- pernas, no basquete de rua,
nos uma das situações ilustradas nas esse movimento é:
fotos. Registre as suas conclusões no ( ) acíclico.
quadro. ( ) bicíclico.
© David Madison/Getty Images

( X ) cíclico.
( ) reduzido.

2. O movimento das ondas do mar, ao que-


brarem na praia, é exemplo de tempo:
( X ) rítmico.
( ) útil.
( ) reduzido.
Figura 14.
a) Situação de jogo: Bloqueio. ( ) cronometrado.
Análise:
3. Ocorre acento rítmico quando, durante a
f direção – direita (bola); esquerda (defesa). realização de um movimento, surge uma
f plano – alto. tensão que pode alterar de maneira abrupta
f trajetória – direita. ou gradual a forma como esse movimento
f extensão – perto. vem sendo realizado. É o que acontece, por
exemplo, na cortada no voleibol. Assinale
© Wilson Dias/ABr

em quais movimentos isso também ocorre:


( ) corrida de 10 000 m, no atletismo.
( X ) cabeceio, no futebol.
( ) pular corda.
( ) andar na esteira ergométrica.
( ) levantamento de peso, no halterofilismo.

Figura 15.
( X ) jump, no basquetebol.
b) Situação de jogo: Arremesso ao gol.
4. Quando jogamos, o ritmo cardíaco e o rit-
Análise: mo respiratório, respectivamente:
f direção – frente. ( ) diminui; diminui.
f plano – alto.
f trajetória – direita (podendo variar se ( ) aumenta; diminui.
houver uma finta).
( ) diminui; aumenta.
f extensão – longe.
( X ) aumenta; aumenta.

50
Educação Física – 1a série – Volume 1

ATIVIDADE AVALIADORA
Solicite aos alunos que, em grupos com- portante não é avaliar a execução perfeita
postos por oito membros, realizem uma co- dos movimentos, mas sim a compreensão,
reografia construída com base em elementos por parte dos alunos, do tempo e do acen-
rítmicos característicos dos esportes, das to rítmicos nas atividades selecionadas para
lutas ou de atividades do cotidiano. O im- apresentação.

© Mitch Diamond/Alamy/Otherimages
Figura 16 – Streetball.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da f apreciação e registro, por parte do alu-
Situação de Aprendizagem, alguns alunos po- no, dos próprios movimentos e dos movi-
derão não apreender os conteúdos da forma mentos dos colegas;
esperada. É necessário, então, professor, que
outras Situações de Aprendizagem sejam pro- f elaboração e apresentação (pode-se optar
postas, permitindo ao aluno revisitar o proces- pelo registro com uso de palavras, desenhos,
so de outra maneira. Tais situações podem ser audiovisual etc.) de atividades rítmicas com
desenvolvidas individualmente ou em pequenos base em referenciais e elementos sugeridos
grupos, durante as aulas ou em outros momen- por você, professor;
tos, envolvendo todos os alunos ou apenas aque-
les que apresentaram dificuldades. Por exemplo: f atividades que sintetizem determinado
conteúdo, em que as várias atividades
f roteiro de estudos com perguntas nor- sejam refeitas numa única aula e dis-
teadoras elaboradas por você, professor, cutidas posteriormente (por exemplo,
para posterior apresentação das respostas circuito que contemple diversas ativida-
em registro escrito; des rítmicas).

51
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros futebol de rua no Brasil e em outros países, en-


fatizando a integração da modalidade na Amé-
KUNZ, Elenor. Os movimentos ritmados no rica Latina.
futebol. In: ______ (org.). Didática da Educação
Física 3: futebol. Ijuí: Unijuí, 2003. p. 13-40. No Filmes
contexto da teoria do Se-Movimentar, apre-
senta considerações sobre a importância do ATL: o som do gueto (ATL). Direção: Chris
ritmo no futebol, com exemplos práticos. Robinson. EUA, 2006. 106 min. 14 anos. Gru-
po de estudantes do Ensino Médio que moram na
LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. São periferia de Atlanta, Estados Unidos, dedica-se a
Paulo: Summus, 1978. Obra clássica no estu- elaborar coreografias em um rinque de patinação.
do do ser humano em movimento, levando em A amizade entre eles é ameaçada quando surgem
consideração as dimensões cultural, física e questões envolvendo lealdade, romance, perma-
psíquica. Propõe exercícios e descreve e analisa nência no emprego e comércio de drogas.
ações corporais, com base nos quatro fatores
de movimento (peso, espaço, tempo e fluência). Honey: no ritmo dos seus sonhos (Honey). Di-
reção: Bille Woodruff. EUA, 2003. 94 min. 14
SARAIVA, Maria C.; FIAMONCINI, Lucia- anos. Dançarina trabalha como instrutora de
na. Dança na escola: a criação e a coeducação streetdance (dança de rua) para jovens em um
em pauta. In: KUNZ, Elenor (org.). Didática da centro comunitário, utilizando coreografias com
Educação Física 1. Ijuí: Unijuí, 1998. p. 95-120. movimentos de modalidades esportivas e do co-
Apresenta princípios educativos para o traba- tidiano. Quando recebe convite para trabalhar
lho com a dança na escola, com destaque para na indústria do entretenimento com videoclipes
o ritmo e o processo criativo. musicais, surge o dilema quanto à continuidade
de seu convívio com os jovens alunos.
Site
Jump in! (Jump in!). Direção: Paul Hoen. EUA,
Streetfootball: futebol de rua internacional. 2007. 85 min. Um adolescente que está se prepa-
Disponível em: <http://streetfootballworld. rando para lutar boxe se aproveita das técnicas
org>. Acesso em: 19 jul. 2013. Fotografias, rítmicas do pular-corda e descobre que o boxe
vídeos, regras, torneios e reportagens sobre o não é sua atividade predileta.

52
Educação Física – 1a série – Volume 1

TEMA 4 – ESPORTE INDIVIDUAL: GINÁSTICA RÍTMICA


O universo da Cultura de Movimento no qual um espaço de produção de cultura a partir das
estão inseridos os adolescentes é caracterizado manifestações humanas que podem ser viven-
por diferentes elementos. Eles saltam e giram ciadas, apropriadas e reinventadas individual e
em uma coreografia de streetdance; pulam cor- coletivamente (PIRES e NEVES, 2005).
da nas ruas, com velocidades variadas; lançam e
recuperam objetos com precisão; assumem po- Alguns alunos acreditam que as modali-
sições invertidas nas rodas de capoeira; realizam dades de ginástica esportiva não podem ser
rolamentos nas lutas; frequentam academias de aprendidas por qualquer pessoa. Tal entendi-
ginástica em busca de força, resistência, saúde e mento pode fazer que essas modalidades não
beleza. Tais movimentos, além de tomarem parte sejam incluídas nas aulas de Educação Física,
no cotidiano dos jogos e de modalidades esporti- principalmente no Ensino Médio. Movimentos
vas, podem e precisam ser identificados e contex- muito difíceis e o apelo ao espetáculo esportivo
tualizados no universo gímnico. (já que, para a maioria dos alunos, o contato
com a GR só é possível por meio da televisão,
A ginástica rítmica (GR) requer do pratican- por ocasião da transmissão de grandes eventos
te uma combinação de movimentos variados, esportivos) devem ser desmistificados. Desse
associados à manipulação de aparelhos como modo, os alunos poderão compreender que a
corda, arco, fita, bola e maças, com acompa- apropriação e a eficácia dos gestos técnicos de-
nhamento musical. A GR praticada no âmbito pendem, em qualquer modalidade, de treino, e
esportivo envolve características técnicas de alto não podem ser vistas como fatores limitantes
grau de dificuldade atreladas à beleza artística, à para a aprendizagem de novos esportes.
leveza e à elegância na utilização dos aparelhos,
o que desafia os adolescentes em seus limites in- Os alunos precisam compreender que, nas
dividuais e coletivos (SCHIAVON, 2003). aulas de Educação Física, a GR pode apresentar
códigos e regras menos rígidos do que aqueles
Coordenar ritmicamente com harmonia e observados no universo competitivo do espor-
expressividade diferentes movimentos e obje- te, mediante critérios elaborados e estabelecidos
tos que constituirão uma sequência da coreo- pelo professor e pelos próprios alunos, respeitan-
grafia individual ou em grupo permite aos do as características individuais e interpessoais.
alunos melhor percepção das possibilidades
do Se-Movimentar. Ao mesmo tempo, tam- Assim, no decorrer das Situações de Apren-
bém permite perceber com maior clareza a dizagem da GR, caberá ao professor motivar
necessidade e a importância da repetição de os alunos para que percebam a necessidade das
gestos para obter melhor desempenho técnico técnicas de manipulação dos diferentes imple-
e tático no esporte, o que facilita a compreen- mentos. Provavelmente, durante os anos do
são e a apreciação do espetáculo esportivo. Ensino Fundamental, os alunos associaram a
GR às modalidades de ginástica exclusivamente
É necessário redimensionar e ressignificar femininas. Contudo, embora ainda não reconhe-
a maneira pela qual os temas “esporte” e “gi- cidas oficialmente pela Federação Internacional
nástica” são abordados nas aulas. Não é preci- de Ginástica (FIG), apresentações e competições
so “inventar” outros temas ou conteúdos, mas de GR masculina são realizadas em vários países,
tratá-los pedagogicamente na intenção de tornar fato pouco explorado pelas mídias e que deve ser
as aulas de Educação Física no Ensino Médio destacado aos alunos do Ensino Médio.

53
Professor, para introduzir o tema, a) Nos Jogos Olímpicos, nas competições
solicite aos alunos que leiam o tex- da modalidade GR participam:
to da seção “Para começo de con-
versa”, do Caderno do Aluno, e ( ) apenas homens.
façam as atividades nela descritas. ( X ) apenas mulheres.
( ) homens e mulheres.
No universo dos esportes individuais exis-
tem muitas modalidades, dentre as quais en- b) Nas competições de GR:
contramos a ginástica rítmica (GR). Sendo
uma das versões competitivas da ginástica, ( X ) são utilizados os aparelhos: corda, arco,
essa modalidade se destaca pela beleza e pela fita, maças e bola.
plasticidade dos movimentos que a compõem. ( ) são utilizados os aparelhos: trave, pa-
O nível técnico dos movimentos, as exigências ralelas, barras, cavalos e argolas.
corporais de flexibilidade, de coordenação, de ( ) não são utilizados aparelhos.
movimentos e a criatividade das composições
impressionam o público que assiste às compe- c) A GR tem apresentações:
tições dessa modalidade.
( ) somente individuais.
1. O que você sabe a respeito dessa modalida- ( ) somente em grupo (conjunto).
de? Quer conferir? Então vejamos. ( X ) individuais e em grupo (conjunto).
© Mike Powell/Allsport Concepts/Getty Images

© Redlink Production/Corbis/Latinstock
© Issei Kato/Reuters/Latinstock

Figuras 17 a 19.

54
Educação Física – 1a série – Volume 1

Professor, para o desenvolvimento de conjunto (duração: 2min15s a 2min30s). A


da Situação de Aprendizagem 7, ginasta que compete individualmente tem de
peça aos alunos que realizem a se apresentar em quatro dos cinco aparelhos,
“Pesquisa individual” proposta que são determinados pela organização. Da
no Caderno do Aluno. mesma forma, as equipes (cinco ginastas) que
participam da competição devem apresentar
A ginástica rítmica como modalidade es- dois exercícios de conjunto distintos (o primei-
portiva é praticada com aparelhos, todos de ro com cinco aparelhos iguais e o segundo com
pequeno porte, que devem ser manuseados de dois aparelhos diferentes).
diferentes formas, com movimentos corporais
variados, conforme um ritmo musical, numa Com base nas figuras a seguir, pesquise os
unidade perfeita entre movimentos e música. movimentos que podem ser realizados com cada
aparelho. Você poderá valer-se da experiência
Os aparelhos oficiais da GR são a bola, a obtida nas aulas de Educação Física e de pes-
corda, o arco, as maças e a fita. Os exercícios quisas na internet, em livros, revistas ou jornais;
que compõem o programa de competição são poderá, ainda, conversar com pessoas que prati-
individuais (duração: de 1min15s a 1min30s) e cam ou conhecem a modalidade.

a) Bola: de borracha; 18 a 20 centímetros de diâmetro; peso


mínimo de 400 gramas.

© Conexão Editorial
Movimentos:

Quicadas, rolamentos livres sobre o corpo ou sobre o solo, manejos (impulsos, balanceios,
circunduções, movimentos em oito, reversão com ou sem movimentos circulares dos bra-
ços, com o aparelho em equilíbrio sobre uma das mãos ou sobre uma parte do corpo).

b) Fita: de cetim; mínimo de 6 metros de comprimento; peso de


35 gramas; largura de 4 a 6 centímetros. A fita é presa a um

© Conexão Editorial
estilete que tem de 50 a 60 centímetros de comprimento e cuja
base tem no máximo 1 centímetro de diâmetro.
Movimentos:
Serpentinas (4 a 5 ondas), espirais (4 a 5 voltas), manejos (impulsos, balanceios, circun-
duções, movimentos em oito), lançamentos, soltadas do aparelho e passagem através ou
por cima do desenho do aparelho, com todo o corpo ou apenas uma parte dele.

c) Corda: de sisal ou material sintético; comprimento variando de


© Conexão Editorial

acordo com a estatura da ginasta.

Movimentos:
Saltos e saltitos por dentro do aparelho, lançamentos e recuperações, soltadas de uma
ponta, rotações, manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito, voiles ou véus).

55
d) Arco: de madeira ou material sintético; 80 a 90 centímetros de

© Conexão Editorial
diâmetro; peso mínimo de 300 gramas.

Movimentos:
Rolamentos (sobre o corpo e sobre o solo), rotações (ao redor de uma mão ou outra par-
te do corpo, ao redor do eixo do aparelho, estando em apoio sobre o solo ou sobre uma
parte do corpo), lançamentos e recuperações, passagem através do aparelho, elementos
por cima do aparelho e manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito).

© Conexão Editorial
e) Maças: duas peças de madeira ou material sintético; 40 a 50
centímetros de comprimento; peso mínimo de 150 gramas cada
uma.
Movimentos:
Pequenos círculos, molinetes, lançamentos com ou sem rotação durante o voo do apa-
relho (uma ou duas peças) e respectivas recuperações, batidas, manejos (impulsos, ba-
lanceios, circunduções dos braços, impulsos, circunduções do aparelho, movimentos
em oito, movimentos assimétricos).

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
OS APARELHOS DA GINÁSTICA RÍTMICA
Nesta Situação de Aprendizagem, o obje- movimentos combinados utilizando os apa-
tivo é verificar o conhecimento prévio dos relhos característicos da GR: maças, corda,
alunos, pois alguns movimentos caracterís- fita, bola e arco, com e sem acompanhamen-
ticos da GR podem não ser conhecidos ou to musical. Os “movimentos obrigatórios”
vivenciados pelos alunos: quicar a bola, exe- característicos da GR são associados às exi-
cutar saltitos com passagem da corda, rolar gências competitivas para qualquer composi-
ou fazer rotações do arco, entre outros. Os ção e constituem os fundamentos básicos de
alunos serão desafiados a realizar diferentes cada aparelho.

Conteúdo e temas: a importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo.

Competências e habilidades: reconhecer e analisar as técnicas da GR; realizar e combinar diferentes


movimentos que constituem a GR.

Sugestão de recursos: aparelhos de GR (bolas, cordas, arcos, fitas e maças) ou material adaptado (su-
gerido neste volume).

56
Educação Física – 1a série – Volume 1

Desenvolvimento da Situação de Etapa 2 – A corda na GR


Aprendizagem 7
Mantenha, se possível, a mesma organiza-
Etapa 1 – A bola na GR ção dos grupos da etapa anterior. Solicite que
cada aluno pegue uma corda adequada à sua
Divida a turma em cinco grupos e solici- estatura (o comprimento adequado é medido
te que realizem diferentes movimentos uti- pisando-se no centro da corda com os dois pés
lizando bolas de vários tamanhos e pesos. e trazendo as extremidades até a altura das axi-
Organize os alunos de maneira que possam las) e que cada grupo apresente diferentes pos-
vivenciar situações diversas: sozinhos, em sibilidades de movimentos, utilizando a corda
duplas, trios, quartetos e assim por diante. individualmente, em duplas, trios, quartetos
Sugira alguns movimentos característicos da e assim por diante. Proponha alguns desafios
GR: lançar a bola com uma das mãos e rece- (percepção do tempo e do espaço ao pular
ber com a outra; lançar a bola a certa altura corda): Quantos passos você consegue dar entre
acima da cabeça e dar um giro; rolar a bola uma passagem da corda e outra? É possível saltar
no solo e realizar um rolamento para a fren- ou pular corda e ao mesmo tempo realizar giros?
te, recebendo-a com uma das mãos; quicar E saltar ou pular corda com impulsão em um
a bola com uma das mãos e elevar a perna dos pés? E girar a corda fechada, posicionando-
contrária etc. Solicite que os alunos rolem -se lateralmente ao corpo e realizando diferentes
a bola sobre o próprio corpo – esse é um movimentos corporais: giros, saltitos, ondulações
dos movimentos fundamentais utilizados na etc.? É possível girar a corda utilizando somente
GR. Proponha que realizem os movimentos uma das mãos? É possível lançar a corda com
com mudança de direção, em diferentes pla- uma das mãos e receber com a outra sem deixá-
nos e níveis ao som de músicas com ritmos -la cair no chão? Todos os grupos devem vi-
variados. Sem o acompanhamento musical, venciar os movimentos propostos pelos outros
a percussão rítmica pode ser feita com as grupos. Proponha a combinação de dois dos
“batidas” da própria bola; por exemplo, en- movimentos realizados isoladamente. Amplie
quanto um grupo realiza os movimentos, os a proposta para três, quatro ou mais movimen-
outros fazem a percussão rítmica com bolas tos. Depois sugira que cada grupo elabore uma
ou palmas. Procure atender às necessidades sequência de movimentos de 8, 16 ou 32 tem-
dos alunos conforme elas aparecerem e apro- pos, conforme as possibilidades de seus com-
veite para pedir a colaboração daqueles que ponentes, utilizando algumas das combinações
possuem controle maior do aparelho para expostas. Apresente uma música com compas-
que auxiliem os demais colegas. Sugira que so binário ou quaternário e solicite aos grupos
percebam e escolham o tamanho e o peso da que criem sequências de movimentos dentro de
bola mais adequados para as características seu ritmo. Pode-se solicitar que cada grupo tra-
de cada um. É importante chamar a atenção ga a música considerada mais adequada para a
dos alunos para que utilizem as duas mãos, sua sequência de movimentos.
e não apenas a dominante. Essa orientação
serve também para as outras etapas. Caso Etapa 3 – O arco na GR
você não tenha a quantidade suficiente de
bolas para todos os alunos, uma alternativa O arco permite uma variedade de combi-
é sugerir a eles, com antecedência, a confec- nações. Solicite aos grupos que identifiquem
ção de bolas com folhas de jornal, revestidas as diferentes possibilidades de lançar e recu-
por uma sacola plástica ou fita adesiva. perar um arco; rolar o arco no solo com dife-

57
rentes formas de recuperação e movimentos possível realizar esse mesmo movimento com
corporais durante a trajetória do aparelho; as duas maças simultaneamente? Podemos
girar o arco no solo ou não; rodar o arco variar o sentido das maças (mesmo sentido,
ao redor de diferentes partes do corpo (mão, sentidos opostos, defasadas)? As maças, assim
cintura, pé etc.), entre outras. Depois apre- como a bola, o arco, a corda e a fita, podem
sente desafios: Que tipo de movimento pode ser lançadas? Elevando à frente uma das per-
ser feito enquanto o arco está no ar, durante o nas, é possível realizar que tipo de movimen-
lançamento? E girando no solo? O arco pode tos com as maças nas mãos? A necessidade de
ser lançado somente com as mãos? É possí- resolver situações-problema quando estive-
vel transpor um arco em movimento? Solicite rem utilizando os objetos em ambas as mãos
combinações de movimentos, como realiza- requer controle principalmente da mão não
do nos aparelhos anteriores. dominante. O lançamento das maças deman-
da cuidados especiais, sobretudo em relação
Etapa 4 – A fita na GR à segurança dos alunos. Outro cuidado a ser
observado é a preservação do material, seja
Solicite aos alunos que manuseiem as fitas ele oficial ou adaptado.
e identifiquem diferentes figuras geométricas
durante a exploração. Sugira que, inicial- Etapa 6 – Fazendo as próprias escolhas
mente, não se desloquem. Alguns exemplos: e elaborando os códigos de pontuação
movimentar a fita de modo que ela “desenhe”
uma circunferência no ar ou delineie o núme- Nas etapas anteriores, os alunos adqui-
ro oito no solo; fazer a fita simular o movi- riram alguma experiência no manuseio dos
mento de uma cobra ou serpentina etc. Após aparelhos característicos da GR. Agora,
descobrirem uma maneira de manter a figura cada grupo será responsável por apresen-
“sustentada” por certo tempo, proponha que tar uma lista de “movimentos obrigatórios”
tentem realizar movimentos como circundu- para cada aparelho, com base nos movi-
ções, serpentinas, espirais; procurem ultrapas- mentos vivenciados anteriormente, que se
sar, transpor ou saltar a fita individualmente, constituirão como exercícios de dificuldade
em duplas, trios, quartetos e assim por diante. a serem realizados pelos grupos. Por exem-
Sugira que os alunos realizem a movimenta- plo: lançamento da bola ao alto, seguido
ção da fita em diferentes planos e níveis, com e de salto com giro de 180º, e recuperação da
sem deslocamento. bola no plano baixo. Defina tais movimen-
tos com os alunos, por meio de um “código
Etapa 5 – As maças na GR de regras”, conhecido na GR como Código
de Pontuação.
O manuseio das maças é mais difícil, pois
exige coordenar e combinar movimentos uti- Com base no Código de Pontuação ela-
lizando as duas mãos. No entanto, as etapas borado, os alunos escolhem um determinado
anteriores já permitem que os alunos ajustem aparelho da GR e apresentam uma sequência
os aparelhos às suas características. Solicite de movimentos. Conforme o número de alu-
que façam um movimento de circundução nos por turma, a apresentação pode ser feita
do punho segurando a “cabeça” (ponta) da em grupos, possibilidade existente nas compe-
maça com os dedos, primeiro com a mão do- tições de GR. Outra alternativa é propor a
minante e depois com a outra, realizando o apresentação em um momento em que toda
gesto com as maças dispostas sobre o solo e a comunidade escolar esteja reunida, como
depois suspensas no ar. Desafie os alunos: É em um festival de GR, por exemplo.

58
Educação Física – 1a série – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
APRENDENDO A APRECIAR UM ESPETÁCULO ESPORTIVO
Os alunos assistirão a um vídeo com sequências de exercícios em vários aparelhos da GR e
procurarão identificar e analisar: as técnicas e táticas utilizadas, as características pessoais
e interpessoais dos ginastas, a influência do tipo da música, a combinação e coordenação
de movimentos e materiais.

Conteúdo e temas: a importância da técnica e da tática na apreciação do espetáculo esportivo.

Competências e habilidades: apreciar e analisar as técnicas e as táticas da GR em uma sequência de


exercícios.

Sugestão de recursos: vídeos ou DVDs de GR; aparelho de DVD ou de vídeo; televisão ou computador.

Desenvolvimento da Situação de Os exercícios de ginástica rítmica são compo-


Aprendizagem 8 sições que devem incluir os movimentos típicos
que cada aparelho possibilita, combinados com
Providenciar antecipadamente vídeos ou movimentos e capacidades corporais, como sal-
DVDs de GR que contenham apresentação tos, equilíbrios, pivôs (não os do basquete, cla-
do maior número possível de aparelhos. Es- ro, mas giros sobre um pé, de pelo menos 360o),
pera-se que a Situação de Aprendizagem an- flexibilidade, entre outros. Quando o exercício
é em conjunto, as cinco ginastas devem variar
terior tenha sensibilizado os alunos para que
as formações (posições em que se organizam no
apreciem sequências de exercícios de GR exi- espaço), trocar os aparelhos entre si (geralmen-
bidas em vídeo. Conforme a disponibilidade te utilizam os lançamentos) e mostrar que há
de tempo e de vídeos ou DVDs, pode-se tam- harmonia e sincronismo na equipe. Todas essas
bém eleger, de acordo com a preferência dos ações devem estar ajustadas à música escolhida
alunos, apenas um ou dois aparelhos. para a composição, valorizando e realçando os
movimentos selecionados.
Apresentar os vídeos ou DVDs aos alu-

© Mike Powell/Allsport
Concepts/Getty Images
nos e propor que identifiquem e analisem as
técnicas e táticas utilizadas, as característi-
cas pessoais e interpessoais dos ginastas, a
influência do tipo de música, a combinação
e coordenação de movimentos.

Para encerrar, estimule os alunos a comen-


tar os vídeos e associar aquilo que percebe-
ram às próprias experiências na Situação de
Aprendizagem proposta.
Figura 20 – Salto e flexibilidade.
Professor, para auxiliar a aprendiza- 1. Veja as ilustrações a seguir e anote quais
gem do conteúdo, instrua os alunos movimentos e capacidades corporais es-
a fazer as atividades propostas na tão associados ao movimento do apare-
seção “Lição de casa”, disponível lho: equilíbrio, salto, saltito, flexibilidade,
no Caderno do Aluno. giro. Veja o exemplo:

59
© Conexão Editorial

© Conexão Editorial
a) Equilíbrio, flexibilidade. b) Giro, equilíbrio.
© Conexão Editorial

© Conexão Editorial

c) Equilíbrio, flexibilidade. d) Equilíbrio.


© Conexão Editorial

© Conexão Editorial

e) Salto, flexibilidade. f) Equilíbrio, flexibilidade.

60
Educação Física – 1a série – Volume 1

Professor, para auxiliar a aprendizagem do conteúdo, instrua os alunos a fazerem as


atividades propostas na seção “Lição de casa”, disponível no Caderno do Aluno.

Você sabia que a ginástica rítmica só foi reconhecida como desporto pela Federação In-
ternacional de Ginástica (FIG) em 1962? Até então as competições eram realizadas apenas
entre alguns países da Europa. Passou a esporte olímpico, em 1984, nos Jogos Olímpicos de
Los Angeles. De 1962 até 1984, a competição mais expressiva era o Campeonato Mundial
da modalidade.

No Brasil, começou a ser praticada na década de 1950, com a chegada da professora Ilona
Peuker, que veio ministrar cursos no Rio de Janeiro, onde criou o primeiro grupo de ginástica
rítmica, chamado Grupo Unido de Ginastas (GUG). Foi Daise Barros a primeira represen-
tante brasileira em competições internacionais, integrante do GUG, ao participar do Cam-
peonato Mundial em 1971, na cidade de Copenhague, Dinamarca. A participação do Brasil
nessa modalidade vem crescendo, e os resultados dos atletas nacionais vêm melhorando nas
competições das quais participam, o que se reflete na paulatina adesão do povo brasileiro a
essa prática esportiva altamente desafiadora.

O primeiro resultado expressivo do Brasil em competições internacionais foi a medalha de


ouro nas provas de conjunto nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999.

Apesar de ser uma das poucas modalidades ainda disputadas oficialmente apenas por
mulheres, há muitas competições masculinas ocorrendo em vários países e a modalidade
é praticada por homens no Japão, na Rússia, no Canadá, nos EUA, na Coreia do Sul, na
Malásia e no México. Mas será que essa prática é como a feminina?

© Danilo Marques
A GR masculina é bastante
expressiva, valorizando a for-
ça e a resistência e combinan-
do movimentos da ginástica e
das artes marciais. No Japão,
por exemplo, as apresentações
são feitas sem aparelhos, ou
com aparelhos como dois bas-
tões longos, duas maças e dois
arcos menores e a corda. Já na
Europa, os homens realizam
os exercícios com a corda, o
bastão, a bola, as maças e dois
arcos menores, com compo-
sições mais próximas da GR
feminina. Há apresentações
individuais e em grupos. Ginástica rítmica masculina.

61
Professor, antes da avaliação, 1. Trace linhas para relacionar os aparelhos
proponha aos alunos que fa- ao grupo de movimentos característicos
çam as atividades sugeridas realizados com eles.
na seção “Voce aprendeu?” e
no quadro “Desafio!”.

Aparelho Grupo de movimentos fundamentais

r 4BMUPTFTBMUJUPTQPSEFOUSPEPBQBSFMIPMBOÉBNFOUPTFSFDVQFSBÉ×FTTPM-
Fita t tadas de uma ponta; rotações; manejos (balanceios, circunduções, movi-
mentos em oito, voiles ou véus).

r 2VJDBEBT  SPMBNFOUPT MJWSFT TPCSF P DPSQP PV TPCSF P TPMP  F NBOFKPT


(impulsos, balanceios, circunduções, movimentos em oito, reversão com
Arco t
ou sem movimentos circulares dos braços, com o aparelho em equilíbrio
sobre uma das mãos ou sobre uma parte do corpo).

t Rolamentos (sobre o corpo e sobre o solo); rotações (ao redor de uma


mão ou outra parte do corpo; ao redor do eixo do aparelho, estando em
Corda t apoio sobre o solo ou sobre uma parte do corpo); lançamentos e recupe-
rações; passagem através do aparelho; elementos por cima do aparelho e
manejos (balanceios, circunduções, movimentos em oito).

r 4FSQFOUJOBT BPOEBT
FTQJSBJT BWPMUBT
NBOFKPT JNQVMTPT CB-
lanceios, circunduções, movimentos em oito), lançamentos; soltadas do
Maças t
aparelho e passagem através ou por cima do desenho do aparelho, com
todo o corpo ou apenas uma parte dele.
r 1FRVFOPTDÎSDVMPTNPMJOFUFTMBOÉBNFOUPTDPNPVTFNSPUBÉÈPEVSBOUFPWPP
do aparelho (uma ou duas peças) e respectivas recuperações; batidas e manejos
Bola t
(impulsos, balanceios, circunduções dos braços; impulsos, balanceios, circun-
duções do aparelho; movimentos em oito, movimentos assimétricos).

2. Assinale se a afirmação é verdadeira ou falsa: c) A música é obrigatória nas competi-


ções de GR.
a) A GR é uma modalidade feminina, mas ( X ) Verdadeira ( ) Falsa
há vários países que têm competições de
GR masculina. d) O trabalho com os aparelhos é combina-
( X ) Verdadeira ( ) Falsa do com os movimentos corporais de salto,
pivô, equilíbrio e flexibilidade, além de ou-
b) São cinco os aparelhos oficiais de com- tros como giros, ondas, deslocamento etc.
petição da GR feminina e os exercícios ( X ) Verdadeira ( ) Falsa
de conjunto são apresentados com cin-
co ginastas, cada uma trabalhando com e) Os aparelhos da GR feminina são o
um dos aparelhos. arco, a bola, a corda, a fita e o bastão.
( ) Verdadeira ( X ) Falsa ( ) Verdadeira ( X ) Falsa

62
Educação Física – 1a série – Volume 1

Desafio!
Escreva no diagrama as palavras em destaque, respeitando os cruzamentos.

Por dentro da ginástica rítmica

3 letras 5 letras 6 letras 8 letras 10 letras


FIG Maças Manejo Molinete Serpentina
CBG Corda Quicar Rotações Balanceios
Saltar
4 letras Price Impulsos Individual
7 letras
Fita Girar Conjunto
Espiral
Arco Rolar Árbitro 9 letras 11 letras
Bola Tablado Ginástica Lançamentos
Véus Rítmica Exercício
P
R I T M I C A R
M A N E J O N I
L D C R
F A I E X E R C Í C I O
G I R A R V T
T F I G A
A D M A Ç A S
U G Õ
M A I E
O L A N Ç A M E N T O S
S A L T A R Á S
I S P
N T I
E C Q I R V C
T O U C B A L A N C E I O S
S E R P E N T I N A L R U R
J C B S D
U A R C O I A
N R B T
C T O R
T A B L A D O I M P U L S O S
G A

63
ATIVIDADE AVALIADORA
Solicite aos alunos que apresentem, por Avalie as respostas considerando se os alu-
escrito, as dificuldades encontradas para rea- nos levam em conta, nos motivos explicita-
lizar os movimentos nos diversos aparelhos e dos, as características pessoais (preferência,
peça para explicitarem os motivos pelos quais coordenação, força etc.), as características
julgam que isso ocorreu. Uma “roda de conver- dos aparelhos, o tipo e o nível de dificulda-
sa” também poderia servir para esse propósito, de dos movimentos e a necessidade de treino
com a vantagem de trazer a reflexão coletiva para melhorar o desempenho.
sobre as possíveis razões das dificuldades.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pelas Situações de Por exemplo:
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada. É f elaboração e apresentação (pode-se optar
necessário, então, professor, que outras Situa- pelo registro com uso de palavras, dese-
ções de Aprendizagem sejam propostas, per- nhos, audiovisual etc.) de sequências de
mitindo ao aluno revisitar o processo de outra movimentos, com base em referenciais e
maneira. Tais estratégias podem ser desen- elementos sugeridos por você, professor;
volvidas individualmente ou em pequenos f reapresentação da Atividade Avaliadora,
grupos, durante as aulas ou em outros mo- desenvolvida em outra linguagem. Por
mentos, envolvendo todos os alunos ou ape- exemplo: apresentá-la com imagens ex-
nas aqueles que apresentaram dificuldades. traídas de diversas mídias, desenhos etc.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros Física) − Universidade Estadual de Campinas,


Campinas, 2003. Disponível em: <http://libdigi.
SCHIAVON, Laurita M.; NISTA-PICOLLO, unicamp.br/document/?code=vtls000300852>.
Vilma L. Desafios da ginástica na escola. Acesso em: 24 out. 2013. Aponta alternativas para
In: MOREIRA, E. C. (Org.). Educação Fí- as dificuldades encontradas no desenvolvimento
sica escolar: desafios e propostas 2. Jundiaí: das modalidades de ginástica artística e ginástica
Fontoura, 2006. p. 35-60. Apresenta suges- rítmica nas aulas de Educação Física, em termos
tões de como viabilizar estratégias de ensino de infraestrutura, materiais e estratégias de ensino.
e recursos materiais para as aulas de GR na
Educação Física. Site
Dissertação Confederação Brasileira de Ginástica. Dispo-
nível em: <http://cbginastica.com.br/web/>.
SCHIAVON, Laurita M. O projeto crescen- Acesso em: 19 jul. 2013. Apresenta informa-
do com a ginástica: uma possibilidade na es- ções sobre o processo histórico e as regras da
cola. Dissertação (Mestrado em Educação ginástica rítmica.

64
Educação Física – 1a série – Volume 1

TEMA 5 – CORPO, SAÚDE E BELEZA


A Grécia Antiga foi o berço das reflexões evidenciou-se a compreensão do corpo femi-
filosóficas mais reconhecidas sobre estética nino como aquele da beleza contemplativa e
e beleza que passaram a nortear a nossa inalcançável, ao passo que o corpo masculino
civilização. O tema da beleza foi associado aos trazia a marca da força e da invencibilidade.
conceitos de harmonia, proporção, simetria e Os homens eram os defensores dos princípios
esplendor. Relacionava-se também à ideia de e das virtudes, responsáveis pelo trabalho na
justiça e de conhecimento. As formas perfei- terra e pelo sustento das famílias.
tas e as medidas simétricas solidificaram um
modo “matemático” de ver a beleza. Na Idade Média, o corpo passou a identi-
ficar-se como o lugar de encarceramento do
Na mitologia grega, o deus que representa espírito. Como as formas físicas eram consi-
a beleza masculina é Apolo, considerado o deradas passageiras, o cuidado do corpo era
mais belo do Olimpo e também o deus pro- considerado pecado. Esse moralismo medie-
tetor das artes (poesia, música, dança etc.) val fortaleceu o dualismo entre a beleza in-
e da medicina. Outro mito greco-romano terna e a externa, entre a beleza espiritual e
muito conhecido é Narciso, jovem de singu- a física. No século XI, a beleza feminina foi
lar beleza, cuja vida seria longa desde que espiritualizada. Houve uma respeitosa ado-
não contemplasse, jamais, a própria imagem. ração à mulher, idolatrada num amor platô-
Conta o mito, porém, que, no dia em que viu nico e inatingível, pela voz dos trovadores e
seu rosto refletido nas águas de uma fonte, dos romances cavalheirescos. Enaltecia-se a
Narciso se apaixonou tão perdidamente por beleza da mulher angelical, de traços deli-
sua própria imagem que, de tanto contemplá- cados, pele clara e cabelos em requintados
-la, morreu afogado. penteados.

A civilização grega também difundiu a Com o cristianismo, alteraram-se os prin-


ginástica como o elemento da formação cípios que norteavam o sentido de beleza. As
integral do indivíduo, cultuando a harmonia coisas belas se revelavam na alma, e não fora
da forma física e o desenvolvimento do espírito. dela. Os exercícios físicos, que antes eram
A educação, segundo o filósofo Platão, deveria difundidos para expressar a beleza interior,
proporcionar ao corpo e à alma toda a perfei- passaram a ser condenados por desviar o ho-
ção e a beleza de que são capazes. Ao lado da mem do encontro com Deus.
preparação física, os poemas homéricos eram
a base dessa educação, que se pautava em O Renascimento, movimento intelectual,
heróis e na virilidade guerreira. estético e social ocorrido nos séculos XIV e
XV, retomou a cultura física, as artes, a mú-
Entretanto, ao final do século IV a.C., sica, a ciência e a literatura tão valorizadas
as manifestações religiosas do politeísmo na Antiguidade ocidental. Houve mais inves-
grego (inclusive os Jogos Olímpicos) fo- timentos na educação e na saúde. A mulher,
ram proibidas. Gradativamente, a cultura antes inspirada na imagem de “Maria”, vir-
religiosa e a ideia de transitoriedade do corpo gem, pura, angelical e inalcançável, passou a
mudaram o foco da beleza mundana para ser adorada por suas formas físicas. A beleza
a celestial. Com o avanço da religião cristã, do corpo foi novamente explorada.

65
O corpo passou a ser dissecado, dividido e as ações e os gestos, estava relacionada ainda
analisado em sua composição biológica para ser à noção de economia de tempo, à ideia de gas-
compreendido pela ciência. Destaca-se o traba- to de energia e ao conceito de cultivo à saúde.
lho de Leonardo da Vinci (1452-1519), que es-
tudou os movimentos dos músculos e das arti- A partir do século XIX, a ideia de beleza
culações, criou as regras de proporção do corpo se modificou. O corpo humano foi explorado
humano e produziu um dos primeiros tratados em seu caráter terreno, tátil, sensual, sede do
de biomecânica. Seu “homem vitruviano” sim- pecado e do prazer.
bolizava as proporções corporais ideais: face
medindo 1/10 do comprimento total do corpo, Nos anos 1920 e no início da década de
a cabeça 1/8 desse comprimento e o tórax 1/4. 1930, evidenciou-se mais a beleza do corpo
A chamada proporção áurea definiu os cânones feminino que do masculino. Houve mais li-
para que a beleza fosse revelada pela simetria. berdade para mostrar os seios em decotes,
Havia, por exemplo, uma medida-padrão entre vestir saias curtas e expor a sensualidade. No
as duas orelhas ou os dois olhos. Quanto mais final dos anos 1930 até a década de 1950, o
igual, perfeita, simétrica e equilibrada a forma, puritanismo vulgarizou a mulher que de-
maior a contemplação da beleza. monstrava sua sensualidade: a beleza do
corpo precisava ser discretamente revelada,
© Bettmann/Corbis/Latinstock

em vez de escandalosamente exibida.

Na década de 1960, vários movimentos


pregaram a liberdade sexual e a emancipação
da mulher. Muitas protestaram contra sua
histórica submissão. O corpo, antes modelado
e preso no espartilho, ganhou liberdade. Até
mesmo as mulheres grávidas começaram a
mostrar a barriga em público.

A exibição do corpo belo passou a ter


cada vez mais valor comercial. A nova beleza
do século XX unia, ainda mais, as forças da
ciência, da indústria e do comércio. A beleza,
agora exibida nos meios de comunicação de
Figura 21 – O homem vitruviano, desenho de Leonardo da massa, passou a ser “produto” de consumo,
Vinci, de 1492. vendido como imagem e como bem. Cresceu
No século XVIII, marcado pela Revo- a venda de roupas curtas, sensuais e exóticas.
lução Industrial, estabeleceu-se uma nova Maquiagens, sutiãs, lentes de contato...
concepção de beleza. A ciência difundiu a ideia Além disso, maneiras de andar e sentar dita-
de modelagem e adestramento do corpo, por ram regras da postura feminina. Investiu-se
meio dos aparelhos que ajudavam a corrigir e numa nova cultura estética, que instaurou a
melhorar posturas consideradas inadequadas “ditadura da beleza”. Os estereótipos foram
do ponto de vista médico, ortopédico e esté- definidos para cada detalhe: cabelos (surgiu
tico. Surgiram as “séries de exercícios físicos” uma variedade de cosméticos e aumentou
para trabalhar grupos musculares específicos. o número de pessoas que mudavam a cor e
A ginástica, prática “comprovadamente cien- os cachos), olhos (coloridos, fortes, marca-
tífica”, anunciada como meio de potencializar dos pelo delineador e pelo rímel), pele (sem

66
Educação Física – 1a série – Volume 1

© Private Collection/The Stapleton Collection/


The Bridgeman Art Library International/Keystone
Figura 22 – Aparelhos de ortopedia, 1868.

manchas, sem estrias, sem celulite), roupas tintas, cirurgias plásticas, dietas arriscadas
(justas, com decotes e “na moda”) e seios e muita maquiagem. Com a crescente mer-
(com silicone, muito à mostra). A indústria cantilização do corpo feminino, a beleza na-
químico-farmacêutica produz cremes e re- tural foi desaparecendo, naturalizando-se a
médios que prometem modificar tudo: pele, beleza produzida artificialmente.
contornos e pesos.
Se inicialmente a principal referência de
Se nos últimos anos o investimento merca- beleza eram as mulheres europeias e nórdicas,
dológico na beleza expandiu seu foco, a exi- esse conceito foi se alargando. Ao longo da
gência da beleza deixou de ser apenas sonho história, ora o corpo belo tem seios grandes,
para modelos e manequins e tornou-se um cabelos longos e cacheados, cinturinha dese-
atributo essencial a pessoas de todas as idades. nhada com espartilho e quadril largo, ora o
Ser belo e aparentar juventude tornou-se um corpo belo tem cabelos lisos, seios delineados,
dever, uma busca a qualquer preço e risco. quadril estreito, pernas longas, braços finos,
com medidas quase anoréxicas.
Na modernidade, o corpo foi redescoberto,
despido e modelado pelos exercícios físicos. Todavia, é preciso ressaltar que os diferentes
Novos espaços e práticas gímnicas/esportivas grupos culturais podem ver a beleza de
passaram a convocar as pessoas para modelar maneiras distintas − por exemplo, os grupos
o corpo. Multiplicaram-se os locais públicos indígenas ou afrodescendentes –, tanto a sua
e privados para práticas físicas: academias de própria como a dos outros grupos.
ginástica, salas de musculação, praças, par-
ques e clínicas estéticas. Embora a exploração da beleza feminina
seja mais enfatizada, também os padrões de
A ciência aperfeiçoou suas técnicas para beleza para os homens têm sofrido transfor-
que homens e mulheres inovassem no visual. mações. Muitos homens começaram a dedi-
Tornou-se possível alterar a cor da pele, mu- car-se aos cuidados estéticos. Chamados de
dar de rosto, aumentar os seios ou as náde- “metrossexuais”, eles passaram a frequentar
gas, conquistando assim o padrão de bele- salões de beleza, fazer as unhas, pintar os ca-
za vigente, construído com botox, silicone, belos e/ou depilar os pelos do peito.

67
Em todos os canais de comunicação e tam- de perfectibilidade da beleza impulsiona o
bém nos espaços públicos, ditam-se as regras de consumo de produtos, práticas e recursos nem
cultivo do corpo. Dentre os exercícios físicos, sempre compatíveis com esse propósito.
difundiram-se a musculação, o fisiculturismo,
as atividades de fitness. O corpo belo é aquele Comumente nos deparamos com a divul-
sempre “superdefinido”, “durinho”, sem celu- gação de dietas milagrosas (receitas de sopas,
lite ou estrias. saladas etc., associadas, às vezes, a laxantes e
diuréticos) que permitem redução acentuada
Além da “boa forma”, valorizam-se o tipo de peso corporal em poucos dias ou semanas,
de pele, o bronzeado, mesmo que artificial, e sem, contudo, haver maiores esclarecimentos
as medidas corporais − alteradas tanto com a respeito dos efeitos sobre a saúde em geral
os recursos das roupas íntimas com enchi- ou acerca da eficácia na manutenção dessa
mentos quanto com as cirurgias. Os salões de perda a longo prazo.
beleza prometem alisamentos progressivos e
permanentes. Os cabelos modificados (com A perda de peso por meio de dietas que
escovas “revolucionárias” de formol, chocola- preconizam a ingestão excessiva ou restrita
te etc.) deixaram até de ser uma característica de um ou mais macronutrientes (carboidra-
para identificar alguém. A beleza vem sendo tos, gorduras ou proteínas) pode ser prejudi-
tão artificializada, que os cabelos naturais são cial à saúde humana, uma vez que promove
apontados como falsos. Como você ainda não sobrecarga das estruturas orgânicas durante a
pintou? Fez chapinha hoje? As perguntas coti- absorção e/ou excreção dos nutrientes ou ca-
dianas declaram: não sabemos mais o que foi rência de alguns deles.
alterado com recursos da beleza.
Uma ampla variedade de suplementos ali-
A doentia busca pela beleza deve ser um mentares encontra-se disponível no mercado
assunto discutido também na escola, inclusive do “corpo perfeito”, dentre eles os lipolíticos
nas aulas de Educação Física. Deve-se alertar ou fat burners (queimadores de gorduras), os
os alunos de que a “beleza” é um tema comple- energéticos, os anabolizantes (aminoácidos e
xo, influenciado por interesses religiosos, polí- precursores), os complementos vitamínicos e
ticos, ideológicos e comerciais que direcionam minerais e os famosos sports drinks (bebidas
nosso modo de vê-la e buscá-la. Por isso, é esportivas). Entretanto, seu uso indiscrimina-
primordial compreender que a “beleza” de- do, em detrimento de uma alimentação con-
pende do contexto histórico em que estamos vencional adequada, pode expor o organismo
inseridos ou de quais referenciais nos valemos a situações de risco, visto que muitos produtos
para interpretar a realidade. comercializados como suplementos, incluindo
alguns precursores hormonais (DHEA – dei-
Vale destacar que, apesar de identificar- droepiandrosterona), não possuem compro-
mos alguns padrões em determinadas épocas vação científica quanto ao uso seguro e eficaz.
históricas, vários padrões coexistem numa
mesma época. Por vezes, a suplementação de alguns
nutrientes e substâncias já presentes no orga-
Apesar dos avanços na compreensão dos nismo em quantidades normais ou próximas
mecanismos pelos quais a alimentação e o do normal eleva sua proporção em relação a
exercício físico podem contribuir para a aqui- outros nutrientes e substâncias, deixando o
sição e a manutenção de níveis adequados de organismo suscetível a distúrbios diversos, in-
saúde, a busca de um determinado padrão cluindo doenças como diabetes.

68
Educação Física – 1a série – Volume 1

Possibilidades interdisciplinares
O tema “Corpo e beleza em diferentes períodos históricos” poderá ser desenvolvido de modo
integrado com as disciplinas de História, Filosofia e Arte ou outras, na medida em que envolvem
conteúdos afins.

Outra prática comum no mercado da bele- neamente, de dietas que favoreçam a redu-
za é a difusão de propagandas relacionadas a ção da gordura corporal total e a utilização
programas e/ou produtos que envolvem exer- dos equipamentos e exercícios propostos.
cícios físicos. Em geral, propõem modificações
nas formas corporais (hipertrofia ou definição Mediante uma restrição calórica induzida
muscular, redução de medidas) em curto espa- pela dieta, a realização de exercícios aeróbios
ço de tempo, metas difíceis de serem atingidas vinculados ao treinamento de força resulta na
quando o exercício é utilizado isoladamente. manutenção do peso corporal magro ou mes-
mo num pequeno aumento deste, de tal forma
Notadamente a região abdominal consti- que o nível de metabolismo basal é mantido
tui um dos principais alvos desse mercado, ou ainda aumentado, reduzindo a tendência
cujo propósito − definição muscular − im- orgânica para acumular calorias. É impor-
pulsiona o lançamento de vários modelos tante destacar que tais processos também
de equipamentos e rotinas de exercícios di- exigem fornecimento adequado de nutrientes
recionados à aquisição de um abdome bem por meio de uma dieta equilibrada. Vale dizer
definido. Entretanto, o que a grande maioria também que esses não são os únicos deter-
dos anúncios não informa é que, sendo essa minantes do gasto energético. Se uma pessoa
região um dos principais sítios de acúmulo gasta, em repouso, “x” calorias durante um
de gordura corporal, a obtenção de resul- dia inteiro, deve ingerir um mínimo de “x” ca-
tados semelhantes àqueles mostrados pelos lorias diárias, mais as calorias relativas aos de-
modelos utilizados em propagandas só se mais componentes do gasto energético diário,
torna possível mediante a adoção, simulta- conforme quadro a seguir.

Determinantes do gasto energético diário


Metabolismo basal: a taxa metabólica basal (TMB) ou de repouso (TMR) representa o gasto mínimo
de energia necessário à manutenção das funções corporais no estado de jejum ou de repouso. Representa
o principal determinante do gasto energético diário, correspondendo a 60%-75% do gasto total humano.
Termogênese induzida pela dieta: representa o gasto de energia que acompanha a ingestão alimen-
tar, decorrente das reações sofridas durante a digestão, a absorção e a conversão de nutrientes.
Termogênese facultativa: conhecida como termogênese sem calafrio, manifesta-se mediante a redu-
ção da temperatura ambiente quando precisamos gastar energia especificamente para produzir calor.

Atividade física: é responsável por aproximadamente 15% (para indivíduos sedentários) e 30% (para
pessoas que se exercitam regularmente) do gasto diário total, distribuído entre gastos com: (1) a atividade
física espontânea, relacionada ao gasto com movimentos irrequietos e nervosos, normalmente incons-
cientes e sem propósitos; e (2) a atividade física intencional, relacionada ao gasto no trabalho ocupacio-
nal ou em exercícios físicos intencionais.

69
Professor, para introduzir o tema, necessárias dietas restritivas, anabolizantes,
solicite aos alunos que leiam e ana- remédios para emagrecer e exercícios exaus-
lisem o texto apresentado na ativi- tivos. Os prejuízos à saúde advindos dessas
dade “Para começo de conversa”. práticas, como as lesões e o “efeito sanfona”
Em seguida, oriente-os a realizar a “Pesquisa (que é a perda e a recuperação, reincidentes,
em grupo”. do peso perdido), são justificados pelos ob-
jetivos estéticos contemporâneos.
Você é daquelas pessoas que, em dias de
chuva, quer morrer porque vai estragar o ca- As propagandas que prometem efeitos rápi-
belo ou não tira o boné porque o cabelo “tá dos de emagrecimento e de aumento de massa
zoado”? Você deixa de ir à praia, piscina ou muscular vinculam essas conquistas ao consu-
festa porque acha que está acima do peso? Em mo de seus produtos. Mas a adoção de uma
caso afirmativo, você está deixando de apro- dieta equilibrada, com todos os macronutrien-
veitar a vida porque incorporou o padrão de tes (carboidrato, proteína e gordura) e fibras,
beleza da sua época! Estou falando “da sua aliada aos exercícios aeróbios e aos de força, é
época” porque o conceito de belo foi mudan- a melhor forma de atingir esse resultado.
do ao longo da história. E também é pouco
criativo todo mundo ter o cabelo, as roupas e Com base nas informações do texto, discu-
tudo mais do mesmo jeito, não acha? ta em sala de aula a influência do padrão de
beleza, veiculado pelas mídias, na sua imagem
Se pensarmos no conceito de belo tal corporal. Analise as seguintes proposições
como entendido desde a civilização grega até para sua resposta:
os dias de hoje, veremos que ele foi sofrendo
modificações sempre atreladas ao contexto a) Você está satisfeito com a sua imagem cor-
histórico-cultural vigente. Os movimentos poral? Por quê?
de emancipação feminina que eclodiram na
década de 1960, por exemplo, trouxeram b) Você adota estratégias recomendadas em
maior liberdade em expor o corpo, o que an- revistas e sites para modificar sua imagem
tes era reprimido. corporal? Por quê? Quais?

Essa exibição do corpo incrementou a c) Essas estratégias têm, predominantemen-


“indústria da beleza”. Cosméticos, roupas e te, apelo estético ou de saúde e bem-estar?
acessórios, a indústria de material esportivo, Pode exemplificar?
tratamentos estéticos e a medicalização da
beleza (por meio das intervenções cirúrgicas) d) Você adota comportamentos como jejum
contribuíram para a transformação do belo prolongado, consumo de remédios sem
em produto e forneceram material para a prescrição médica, exercícios físicos exaus-
criação dos estereótipos. tivos e sem orientação profissional e dietas
oferecidas por revistas para atender exi-
Hoje o padrão de beleza busca a perfei- gências estéticas? Em caso afirmativo, você
ção exibida nas imagens “retocadas” por acredita que vale a pena? Por quê?
softwares. Nada de celulite, estrias ou “gor- Espera-se que o aluno reflita sobre sua imagem corporal e
durinhas extras”. Homens fortes, mulheres identifique se as estratégias adotadas para a melhoria dessa
magras, sem rugas e com dentes perfeitos imagem atendem aos apelos estéticos ou aos de saúde e
– ainda que para atingir esse padrão sejam bem-estar.

70
Educação Física – 1a série – Volume 1

Identificando os padrões de sociocultural. Por exemplo: ao longo da


beleza história, nos momentos em que o cris-
tianismo teve uma representação maior,
1. Pesquise em revistas, jornais ou sites o conceito de beleza estava relacionado
imagens de atletas olímpicos ou atores e às questões da alma, e não às do corpo.
atrizes que mostrem os padrões de bele- Assim, os exercícios físicos tão valoriza-
za no decorrer da história. Compare as dos na antiga cultura grega assumiam,
modificações no corpo, nos cabelos e nas nessas fases de valorização do sagrado,
roupas. Feito isso, elabore cartazes ou, se um caráter de afastamento do divino.
houver disponibilidade de equipamento Veja a seguir você tem uma tabela com
na escola, providencie uma apresentação sugestões do que pode ser observado na
digital e associe as imagens ao contexto pesquisa:

Período Cabelo Roupa Corpo

Homem – menos muscu-


Tipo de cabelo Tipo de roupa loso do que na atualidade.
Década de 1960
usado na época usada na época Mulher – menos magra do
que na atualidade.

2. Se você preferir pesquisar atletas, esco- acessórios nos diversos períodos. Houve
lha uma modalidade esportiva, acesse mudanças? Quais?
o site da federação correspondente aos Espera-se que os alunos percebam, por meio da pesquisa,
esportes indicados nas imagens a seguir que a beleza é uma construção sócio-histórica e que, por
e observe os atletas dessa modalidade isso, se modifica ao longo do tempo. As mudanças são ob-
ao longo da história. Preste atenção ao servadas também no corpo dos atletas, nas vestimentas e nos
corpo dos atletas, às vestimentas e aos acessórios utilizados.
© Bettmann/CORBIS/Latinstock

© Tony Duffy/Getty Images

© Jim Cummins/Taxi/Getty Images

Figura 23 – Atleta realiza salto triplo (1960). Figura 24 – Atleta em prova de salto Figura 25 – Atleta da atualidade, no momen-
triplo (1972). to da largada.

71
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E CULTURAL DOS PADRÕES
ESTÉTICOS E A MINHA BELEZA

Os alunos coletarão imagens de atle- penteados dos cabelos etc.) contribuem


tas em vários períodos históricos para para estabelecer tais padrões. Com base
estabelecer comparações com obras de nisso, propõe-se a elaboração de cartazes
arte ou fotos de atores e atrizes que ilus- sobre o tema e uma vivência para que os
tram, ao longo do tempo, padrões de be- alunos atentem para a própria imagem cor-
leza predominantes, buscando identificar poral e beleza, nas suas relações com o con-
quais categorias (formas corporais, tipos e texto sociocultural.

Conteúdos e temas: padrões de beleza em diferentes períodos históricos.

Competências e habilidades: identificar padrões e estereótipos de beleza nos diferentes contextos histó-
ricos e culturais; perceber as representações da beleza em seu grupo sociocultural.

Sugestão de recursos: papel e cartolinas de cores variadas; pincel atômico; corda ou barbante.

Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 9
Etapa 1 – A beleza ao longo do tempo e atrizes. Os grupos podem ser divididos entre
os dois assuntos.
Previamente, solicite aos alunos que, em
grupos e em horário extra-aula, procurem Nas páginas que se seguem, apresentamos
fotos de atletas olímpicos em situações de um quadro em que se retratam alguns padrões
competição. Para ilustrar padrões de beleza de beleza, representados por obras de arte, até
de diferentes épocas históricas, sugira a pes- o século XIX. O mesmo pode ser feito em re-
quisa sobre as obras de arte, fotos de modelos lação aos modelos de beleza masculina.

72
Educação Física – 1a série – Volume 1

Época Obra de arte (representação feminina)

Século IV a.C.

© Album/DEA/G. DAGLI ORTI/Album Art/Latinstock


Vênus de Cnido.

Século II a.C. iStockphoto/Thinkstock/Getty Images

Vênus de Milo.

73
74
1540
1509
1503-1506
Época

© Staatliche Kunstsammlungen Dresden/


The Bridgeman Art Library International/
Keystone

©The Bridgeman Art Library International/Keystone

© Gianni Dagli Orti/Corbis/Latinstock

A Bela, obra de Ticiano Vecellio.


Vênus adormecida, obra de Giorgione.
Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci.
Obra de arte (representação feminina)
Educação Física – 1a série – Volume 1

Época Obra de arte (representação feminina)

© Erich Lessing/Album/Latinstock
1650

Vênus no espelho, obra de Diego Velázquez.

1797-1800

© The Bridgeman Art Library


International/Keystone
Maja desnuda, obra de Francisco Goya y Lucientes.

1833
© Alfredo Dagli Orti/The Art Archive/ Corbis/Latinstock

Madalena penitente, obra de Francesco Hayez.

75
Época Obra de arte (representação masculina)

© Pirozzi/Album/akg-images/Latinstock
460-450 a.C.

Discóbolo, obra de Míron.

Século I d.C.
© iStockphoto/Thinkstock/Getty Images

Apolo de Belvedere.

1842
© The Bridgeman Art Library International/Keystone

Sansão e o leão, obra de Francesco Hayez.

76
Educação Física – 1a série – Volume 1

Peça aos alunos que organizem as imagens escreveu no início da aula. Convide os gru-
pesquisadas e estimule-os a identificar algu- pos a identificar se escreveram sobre temas
mas categorias que estabelecem padrões de semelhantes ou diferentes, se apareceram
beleza (formas corporais, definição muscular, mais referências ao formato do corpo, ao
cabelos, roupas etc.), relacionando-as ao con- tipo de cabelo, à cor da pele, ao biotipo ou às
texto histórico. partes do corpo de que mais gostam ou que
queriam que fossem diferentes. Estimule-os a
relacionar as maneiras como olharam para
Etapa 2 – A história da própria a própria beleza com os contextos histórico-
beleza -culturais explicitados na etapa anterior. Em
seguida, solicite a cada grupo a distribuição
Distribua pedaços de papel de cores e for- dessas palavras no molde. Por exemplo, as
matos variados (medida aproximada de 5 cm palavras referentes aos tipos de cabelo po-
× 10 cm). Peça que os alunos escrevam as pala- derão ser colocadas na região da cabeça, e
vras que melhor representam seus sentimentos assim por diante.
sobre a própria beleza. Por enquanto, cada
aluno guarda suas palavras e é convidado para Quando todos os grupos terminarem, de-
a fase seguinte da Situação de Aprendizagem. vem formar um grande círculo em torno dos
moldes e analisar os diferentes sentimentos
Solicite aos alunos que se dividam em sobre a beleza, expressos pelas palavras es-
pequenos grupos (de quatro a seis pessoas). colhidas e distribuídas nos diferentes mol-
Cada grupo recebe uma corda ou barbante des. Estimule os alunos a pensar nos pos-
(com 6 metros de comprimento, no míni- síveis significados das palavras, estabelecer
mo). Os integrantes do grupo definem uma relações, fazer comparações, refletir sobre
pose e escolhem alguém para representá-la, as causas desses sentimentos etc., sempre
isto é, para ser a “estátua”. Com a corda ou considerando os contextos histórico-cultu-
barbante, o grupo deve desenhar no chão o rais vistos na etapa anterior.
contorno do corpo da “estátua” apenas pela
observação (não é permitido deitar no chão Professor, antes da Situação de
para servir de “molde”). Aprendizagem 10, é necessário
que os alunos preparem a “Lição
Quando terminarem, o aluno que serviu de casa”, para organização do
de “estátua” se deita sobre o molde. Todos “tribunal da beleza”.
analisam se as partes do corpo ficaram pro-
porcionais ou muito diferentes do modelo. Se Colete propagandas ou matérias jornalísti-
houve diferenças, discutem os motivos. Por cas sobre cosméticos, aparelhos de ginástica,
exemplo: O colega é mais gordo ou mais magro, suplementos, programas de exercícios físicos
mais alto ou mais baixo do que achamos ou do e dietas recomendados como produtos que
que aparenta? Por que será que o “enxergamos” auxiliem na conquista do padrão de beleza.
assim? Depois tentam “arrumar” o molde com Observe essas matérias e propagandas: Elas
o colega posicionado dentro dele. Quando con- falam apenas dos benefícios ou trazem in-
cluírem, o colega se levanta, evitando, ao má- formações sobre algum risco na utilização
ximo, desmanchar o molde. desses produtos? Elas prometem “satisfação
garantida ou seu dinheiro de volta” ou aler-
A seguir, os grupos sentam em redor do tam sobre resultados diferentes conforme a
molde e cada aluno apresenta as palavras que individualidade ou o comportamento do con-

77
sumidor? Por exemplo: digamos que você pre- simplesmente afirmam que, se você praticar
cisa e quer emagrecer! Muito provavelmente, aqueles exercícios, vai emagrecer?
seu comportamento alimentar é inadequado,
concorda? Então, você compra um DVD com Por fim, elabore cartazes ou uma apresen-
exercícios para emagrecer. A pergunta é: Na tação digital com imagens e textos que cha-
propaganda eles alertam que você deverá ad- mem atenção para os aspectos mais relevantes
quirir hábitos alimentares mais saudáveis ou da discussão.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10
TRIBUNAL DA BELEZA
Os alunos farão um levantamento dos pro- em diferentes mídias (revistas, internet etc.) e
dutos, práticas alimentares e programas de discutirão os riscos e benefícios à saúde asso-
exercícios com finalidades estéticas presentes ciados à utilização desses recursos.

Conteúdo e temas: produtos, práticas alimentares e programas de exercícios associados à busca de


padrões de beleza.
Competências e habilidades: identificar recursos voltados ao alcance de padrões de beleza corporal;
reconhecer e criticar o impacto dos estereótipos de beleza corporal na opção por exercícios físicos,
produtos e práticas alimentares; reconhecer riscos e benefícios que a utilização de produtos, práticas
alimentares e programas de exercícios pode trazer à saúde orgânica.
Sugestão de recursos: matérias de jornais; revistas; sites e propagandas.

Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 10
Etapa 1 – Coletando provas

Previamente solicite aos alunos que, dividi- Auxilie os alunos, ainda em grupos, a
dos em grupos, pesquisem − em revistas, jor- analisar e dividir o material coletado em
nais e sites (indicados ou não por você, profes- termos dos produtos e práticas tratados e
sor) − textos, matérias jornalísticas, imagens das respectivas abordagens em relação a
e propagandas sobre produtos (cosméticos, bene fícios e/ou riscos à saúde. Por exem-
remédios, equipamentos de ginástica etc.), plo, se uma matéria jornalística sobre
práticas alimentares e/ou programas de exercí- determinado programa de exercícios ou
cios físicos voltados ao alcance de padrões de prática alimentar enfatiza apenas os bene-
beleza corporal. Opcionalmente, você mesmo, fícios dele decorrentes ou também alerta
professor, poderá trazer material sobre a te- para riscos à saúde e/ou limitações nos re-
mática, incluindo propagandas e matérias jor- sultados em função da individualidade do
nalísticas gravadas da programação televisiva. usuário.

78
Educação Física – 1a série – Volume 1

Etapa 2 – Culpado ou inocente? a) dieta hiperproteica e abstenção de car-


boidratos, ou seja, pode-se ingerir carnes,
Divida os alunos em três grupos, sendo que ovos, leite, mas nada de farinhas, batatas,
o maior grupo (cerca de metade da turma) será arroz e açúcar.
o júri e os outros dois grupos, os advogados de
acusação e defesa, respectivamente. O réu é o b) dieta balanceada, com a presença de
“Mercado do corpo e dos padrões de beleza”. todos os macronutrientes (carboidra-
Um aluno fará o papel de juiz, organizando os to, proteína e gordura) e fibras, aliada
trabalhos. Os grupos de acusação e de defesa a exercícios físicos.
deverão, com base no material coletado e com
sua assistência, professor, encontrar argumen- c) exercícios físicos.
tos para atacar ou defender o réu. Cada grupo
terá um tempo estipulado para expor seus ar- d) fazer jejum e tomar remédios.
gumentos, e o outro grupo terá um tempo para
a réplica. Ao final, o júri dará seu veredito. 2. O que é “efeito sanfona”?
É a recuperação de peso experimentada, em geral, pelas pes-
Na conclusão, procure evidenciar a existên- soas que perderam peso muito rapidamente. As consequên-
cia de argumentos divergentes em relação aos cias do emagrecimento acelerado são perda de massa magra
produtos e práticas e aos interesses econômicos e queda do metabolismo.
envolvidos na venda desses produtos e serviços,
além da indução ao consumo estimulada pe- 3. Os padrões de beleza na humanidade:
las propagandas. Apresente informações mais
aprofundadas em relação aos produtos, práticas a) variam de acordo com o contexto social
e exercícios físicos citados, de modo a funda- e histórico.
mentar seus possíveis riscos e benefícios à saúde.
b) são os mesmos desde que o mundo é
Professor, solicite que a turma mundo.
realize a atividade descrita na
seção “Você aprendeu?” e leia c) variam: entre os atletas, o padrão é um;
o texto de “Aprendendo a entre os artistas, é outro; para os que não
aprender”, disponíveis no Caderno do Aluno. sofrem exposição da imagem, é outro.

1. Para emagrecer com saúde, precisamos de: d) são ditados pela medicina.
© Karl Newedel/Stock Creative/Getty Images

Diminua a ingestão de refrigerantes


e refrescos artificiais

Como você costuma matar a sua sede? Se res-


pondeu “bebendo água”, ótimo! Essa é mesmo a
melhor opção. Mas se você respondeu “bebendo
refrigerantes e refrescos artificiais”, é importante
lembrar que, para termos uma alimentação mais
saudável, devemos ingerir essas bebidas com mo-
deração. Existem pelo menos oito razões para isso,
destacadas no texto a seguir: Figura 26.

79
© Nicolas Rigg/Photographer’s
Choice/Getty Images

estamos com fome e tomamos essas


bebidas, o açúcar nelas contido será
absorvido rapidamente, dando-nos
energia. Porém, em pouco tempo nos-
so cérebro sentirá falta de outra “car-
ga” de açúcar. O que acontece então?
Acabamos bebendo uma quantidade
muito grande de refrigerantes ou re-
Figura 27. frescos até nos sentirmos satisfeitos.

f Refrigerantes e refrescos artificiais têm f Os refrigerantes e bebidas à base de cola


pouco ou nenhum valor nutritivo. O contêm cafeína. Essa substância é acres-
refrigerante é uma bebida feita à base de centada para aumentar o sabor da bebi-
água com gás, suco de fruta ou extrato da; porém, se for consumida em grande
vegetal, açúcar (ou adoçante), adicio- quantidade, pode afetar o sono e causar
nado de várias substâncias artificiais ou agitação e irritação.
naturais que servem para dar cor e sa-
bor. O refresco artificial (em pó) é feito f Os refrigerantes também têm uma
de maneira parecida, porém, quando é substância que pode fazer nosso
preparado, a água utilizada é sem gás. organis mo armazenar menos cálcio.
Ao contrário dos sucos naturais, os re- Isso prejudica não só a formação
frigerantes e refrescos não têm vitami- dos ossos, mas, com o tempo, pode
nas e minerais importantes. torná-los mais frágeis.

f Os refrescos artificiais também possuem f Já que um dos grandes problemas dos


aditivos que podem causar alergia se a refrigerantes e refrescos artificiais é o
pessoa for sensível a essas substâncias. açúcar, você pode estar se perguntando
se as versões dessas bebidas sem esse in-
f A grande quantidade de energia (açúcar) grediente são aconselháveis. Não exata-
adicionada aos refrigerantes e refrescos mente. Mesmo que não haja açúcar, elas
artificiais pode levar ao aumento de peso. continuam sem nutrientes importantes,
e o uso de adoçante em excesso pode ter
f Os refrigerantes e refrescos artificiais não efeito laxativo, ou seja, “soltar” o intes-
matam a sede completamente. Como você tino. Além disso, a grande quantidade
já deve ter percebido, quando tomamos de sódio (presente em alguns adoçantes)
esse tipo de bebida, depois de pouco tem- pode afetar quem tem pressão alta ou se
po queremos tomar mais, porque conti- acumular nos rins.
nuamos com sede. Não se engane! Para a
hidratação, não existe nada mais saudável, Depois de tudo isso, você deve estar pen-
barato e fácil de encontrar do que a água sando que nunca mais deve tomar refrigeran-
(que deve ser filtrada ou fervida!). Água te e refresco artificial, não é? Também não é
de coco, chás e sucos naturais também são assim. Essas bebidas podem fazer parte de
excelentes opções! uma alimentação saudável se forem consu-
midas de forma equilibrada. Isso significa
f Refrigerantes e bebidas artificiais somente nos fins de semana e, no máximo,
também demoram a nos satisfazer. Se uma latinha.

80
Educação Física – 1a série – Volume 1

Curiosidade! Você deve saber

© Ivania Sant’Anna/Kino
Você sabia que f Refrigerantes e refrescos possuem pouco
a quantidade de ou nenhum nutriente.
açúcar presente em f O melhor líquido para matar a sede é a
uma latinha de re-
água, que deve ser filtrada ou fervida.
frigerante (350 ml)
é igual à de 1 colher f O suco de fruta contém nutrientes, como
e meia (de sopa) de vitaminas e minerais, e o mais importante:
doce de leite? de forma natural.

ATIVIDADE AVALIADORA
A partir dos conteúdos desenvolvidos imagens, os cartazes podem conter peque-
nesta Situação de Aprendizagem, proponha nos textos que chamem atenção para os as-
que, em grupos, os alunos elaborem cartazes pectos mais importantes relativos ao tema,
com base nas identificações e relações que segundo a opinião dos próprios alunos. O
estabeleceram sobre os diferentes padrões material elaborado poderá ser exposto para
de beleza ao longo da história. Além de toda a escola.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pelas Situações de f roteiro de estudos com perguntas nortea-
Aprendizagem, alguns alunos poderão não doras elaboradas por você, professor, para
apreender os conteúdos da forma esperada. posterior apresentação em registro escrito
É necessário, então, que outras Situações de ou outra forma;
Aprendizagem sejam propostas, permitindo f criação de história em quadrinhos ou
ao aluno revisitar de outra maneira o proces- colagem com imagens de revistas;
so. Tais estratégias podem ser desenvolvidas f produção de um texto autobiográfico
durante as aulas ou em outros momentos, en- sobre a construção da própria beleza,
volvendo todos os alunos ou apenas aqueles relacionada com o contexto histórico-
que apresentaram dificuldades. Exemplos: -cultural.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros mantém crianças, adolescentes e adultos tris-
tes e frustrados. Parte da história de uma fa-
CURY, Augusto. A ditadura da beleza e mosa modelo de 16 anos que, obcecada pela
a revolução das mulheres. Rio de Janeiro: aparência física perfeita, torna-se amarga e
Sextante, 2005. Alerta para um problema do depressiva e tem de se submeter a tratamento
mundo moderno − a ditadura da beleza − que psiquiátrico.

81
ECO, Umberto. História da beleza. Rio de Dissertação de Mestrado − Faculdade de
Janeiro: Record, 2004. Retrata, por meio de Educação Física, Universidade Estadual de
imagens de obras de arte, a construção das Campinas, Campinas, 2001. Disponível em:
ideias de beleza desde a Grécia Antiga até os <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/
dias atuais. Ricamente ilustrado, o livro facilita document/?code=vtls000228730>. Acesso em:
a compreensão sobre os padrões de beleza que 17 dez. 2012.
ditaram modos de ver as pessoas e o mundo.
Artigo
QUEIROZ, Renato S. O corpo do brasileiro:
estudo de estética e beleza. São Paulo: Senac, ESTEVÃO, Adriana; BAGRICHEVSKY,
2000. Coletânea de textos que abordam o Marcos. Cultura da “corpolatria” e body-
fato de que a diversidade racial e cultural é building: notas para reflexão. Revista Mackenzie
pressionada pela padronização de beleza vi- de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.
gente nos meios de comunicação de massa. 3, n. 3, p. 15-27, 2004. Disponível em: <http://
Os autores discutem os diferentes atributos editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/
da beleza, os riscos da exaltação de um tipo article/view/1316/1010>. Acesso em: 24 out.
de beleza, a questão do corpo europeu e o 2013. Discorre sobre a cultura da “malhação”,
corpo nacional. em especial o fisiculturismo, cujo objetivo é
desenvolver grande volume muscular, com
SILVA, Ana B. B. Mentes insaciáveis: anore- padrão estético peculiar, mesmo à custa de
xia, bulimia e compulsão alimentar. Rio de ultrapassar limites fisiológicos humanos. Para
Janeiro: Ediouro, 2005. Trata das dificuldades tal, analisa subjetividades e engendramentos
de celebridades e anônimos com os transtor- que perpassam o assunto, buscando identificar
nos alimentares, apresentando uma aborda- a contextualização de alguns paradoxos.
gem multidisciplinar e prática sobre o tema.
Filme
TAVARES, Maria C. F. Imagem corporal:
conceito e desenvolvimento. Barueri: Manole, O preço da perfeição (Dying to be perfect).
2003. Apresenta conceitos básicos e aborda o Direção: Jan Egleson. EUA, 1997. 100 min
processo de formação e desenvolvimento da Classificação etária não informada. Histó-
imagem corporal. ria verídica, narra a vida de uma ex-corre-
dora estadunidense que, pressionada desde
cedo a vencer, precisou emagrecer para ob-
Dissertação ter melhor desempenho e conseguir classi-
ficação para os Jogos Olímpicos. A atleta
BARROS, Daniela D. Estudo da imagem cor- quase morreu ao atingir um estado crítico
poral da mulher: corpo (ir)real × corpo ideal. de bulimia.

82
Educação Física – 1a série – Volume 1

QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO


1a série 2a série 3a série
Esporte Ginástica Luta
– Modalidade coletiva: basquetebol – Práticas contemporâneas em academias: – Modalidade de luta pouco conhecida
– Sistemas de jogo e táticas em uma ginástica aeróbica, ginástica localizada pelos alunos: boxe
modalidade coletiva já conhecida dos e/ou outras Contemporaneidade
alunos Mídias – Corpo, Cultura de Movimento, diferença,
Corpo, saúde e beleza – Significados/sentidos no discurso das preconceito e expectativas de desempenho
– Padrões e estereótipos de beleza mídias sobre a ginástica e o exercício físico e esportivo como construções
corporal físico culturais
– Consumo e gasto calórico: alimenta- – O papel das mídias na definição de mo- Corpo, saúde e beleza
ção, exercício físico e obesidade delos hegemônicos de beleza corporal – Princípios do treinamento físico:
Volume 1

Atividade rítmica Corpo, saúde e beleza individualidade biológica, sobrecarga e


– Ritmo vital e ritmo como organização – Capacidades físicas: conceitos e ava- reversibilidade
expressiva do movimento liação Atividade rítmica
– Tempo e acento rítmicos Esporte – Manifestações rítmicas ligadas à cultura
Esporte – Modalidade individual: tênis jovem: hip-hop e street dance
– Modalidade individual: ginástica – Técnicas e táticas em uma modalidade Lazer e trabalho
rítmica ainda não conhecida pelos alunos – Ginástica laboral: saúde e trabalho
Corpo, saúde e beleza Corpo, saúde e beleza Contemporaneidade
– Corpo e beleza em diferentes períodos – Efeitos fisiológicos, morfológicos e – Esportes radicais: criatividade sobre
históricos psicossociais do treinamento físico rodas
– Exercícios resistidos (musculação):
benefícios e riscos à saúde nas várias
faixas etárias

Esporte Esporte Atividade rítmica


– Sistemas de jogo e táticas em uma mo- – Modalidade “alternativa” ou popular – Manifestações e representações da
dalidade coletiva ainda não conhecida em outros países: beisebol, badminton, cultura rítmica nacional ou de outros
dos alunos frisbee ou outra países
Corpo, saúde e beleza Corpo, saúde e beleza Lazer e trabalho
– Atividade física, exercício físico e saúde – Fatores de risco à saúde: sedentarismo, – O lazer como direito do cidadão e dever
Ginástica alimentação, dietas e suplementos ali- do Estado
– Práticas contemporâneas: ginástica aeró- mentares, fumo, álcool, drogas, dopping Contemporaneidade
bica, ginástica localizada e/ou outras e anabolizantes, estresse e repouso – A virtualização do corpo na contempo-
– Doenças hipocinéticas e relação com raneidade
Luta a atividade física e o exercício físico:
– Princípios orientadores, regras e técni- Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica
Volume 2

obesidade, hipertensão e outras


cas de uma luta ainda não conhecida – Organização de eventos esportivos e/ou
dos alunos Mídias festivais (apresentações) de ginástica,
– A transformação do esporte em espetá- luta e/ou dança
culo televisivo e suas consequências
Lazer e trabalho
Ginástica – Espaços, equipamentos e políticas
– Ginástica alternativa: alongamento, públicas de lazer
relaxamento ou outra – O lazer na comunidade escolar e em seu
Corpo, saúde e beleza entorno: espaços, tempos, interesses e
– Atividade física/exercício físico e estratégias de intervenção
prática esportiva em níveis e condições Corpo, saúde e beleza
adequadas – Estratégias de intervenção para promo-
Contemporaneidade ção da atividade física e do exercício
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença físico na comunidade escolar
e preconceito

83
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências Humanas Área de Ciências da Natureza
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora
Teônia de Abreu Ferreira.
Maria Elizabete da Costa Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Santana da Silva Alves.
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Fernandez. de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Luís Prati.
Valéria Tarantello de Georgel Almeida e Tony Shigueki Nakatani.

Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
e Sonia Maria M. Romano.
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Esdeva Indústria GráÅca Ltda.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu


FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Sérgio Adas.
Presidente da Diretoria Executiva CADERNOS DOS ALUNOS
Antonio Rafael Namur Muscat Ghisleine Trigo Silveira História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO
Vice-presidente da Diretoria Executiva Raquel dos Santos Funari.
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Alberto Wunderler Ramos Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
À EDUCAÇÃO AUTORES
Schrijnemaekers.

Direção da Área Linguagens


Coordenador de área: Alice Vieira. Ciências da Natureza
Guilherme Ary Plonski
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Coordenação Executiva do Projeto
Makino e Sayonara Pereira. Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Gestão Editorial
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Denise Blanes
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Equipe de Produção
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina Fidalgo. Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb González.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
José Luís Marques López Landeira e João
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
Henrique Nogueira Mateos.
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Yassuko Hosoume.
Tiago Jonas de Almeida. Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Matemática: Nílson José Machado, Carlos Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Vanessa Leite Rios. Walter Spinelli.
Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Ciências Humanas Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Coordenador de área: Paulo Miceli. Felice Murrie.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são


indicados sites para o aprofundamento de conhecimen- S239m São Paulo Estado! Secretaria da Educação.
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é física, ensino médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites Sérgio Roberto Silveira. - São Paulo : SE, 2014.
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. v. 1, 88 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
Médio e Educação ProÅssional ¹ CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos ISBN 978-85-7849-581-7
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). 1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Souza,
Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana. V. Neto, Luiz Sanches. VI. Betti,
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título.
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades. CDU: 371.3:806.90
Validade: 2014 – 2017

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