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Controlar as pulsões.
Evitar o que é susceptível de as revelar.
Encontrar caminhos/ vias/ desvios para a satisfação pulsional.
Encontrar um arranjo harmonioso entre as pulsões e as exigências exteriores
(principio de realidade), entre as pulsões e as exigências morais do Super-Eu e evitar
os conflitos internos entre as pulsões.
É para poder levar a cabo estas missões que o Ego utiliza “mecanismos de defesa”.
Um mecanismo de defesa do Ego é assim, antes do mais, um processo psíquico do
Ego que visa dominar as pulsões.
E porque é que é preciso “dominar as pulsões”?
“Os processos de defesa, como refere Freud (em “Sobre a técnica psicanalítica”,
1905) são os equivalentes psíquicos dos reflexos de fuga e destinam-se a impedir a
eclosão do desprazer que deriva das fontes internas e, neste sentido, agem como
reguladores automáticos das operações psíquicas”.
1- A Clivagem
2- A Projecção
Na Identificação projectiva as partes inaceitáveis do self são clivadas e projectadas para “dentro
do outro”, com a consequente crença de que o outro se tornou nessas partes “más”de si mesmo.
É possível que, “em espelho”, o receptor da projecção possa ser induzido a sentir ou a agir de formas
que têm origem na projecção. Os sentimentos do interlocutor face a essa situação podem, entretanto,
permitir captar aspectos do mundo interno doindivíduo que está a projectar. Se não estamos cientes
destes sentimentos, podemos ser levados a agi-los em resposta (rejeição, agressão, indiferença, etc).
Também é possível projectar nos outros partes boas do self, aspectos positivos de que o sujeito não se
acha merecedor, podendo deixar o individuo privado/desconhecedor de aspectos essenciais da sua
própria personalidade, ao colocá-los num outro idealizado e de quem o individuo se acha dependente,
e, em consequência, frequentemente invejoso e a quem faz exigências constantes. Torna-se então
essencial ajudar o indivíduo a recuperar estes aspectos “perdidos do self”.
3 - Identificação
Processo pelo qual as representações do self são construidas e modificadas, assimilando aspectos ou
características de um objecto externo, com especial significado afectivo. É uma forma de incorporação
do Outro dentro do sujeito.
4 - Recalcamento
5- O Isolamento
Trata-se, por assim dizer, de um recalcamento parcial. Os afectos associados a uma representação são
dissociados dessa representação e são relegados para o inconsciente. Fica o “conhecimento intelectual
do facto, em estado puro”, mas não dos afectos.
A Ideia é discutida, numa “estranha indiferença afectiva”
6- O deslocamento
O afecto ou a pulsão associada a uma representação desligam-se desta última e investem-se sobre
outra representação ou um objecto substitutivo para se manifestarem ( ex: bode-expiatório, fobias)
7- A formação reactiva
É um processo pelo qual o Eu se substui ao papel de um Outro ameaçador. Um indivíduo que tem
medo de ser agredido, torna-se subitamente agressivo, o que tem medo de ser repreendido, agride a
pessoa de quem espera a reprovação. Freud utilizou o termo para descrever o comportamento de
uma criança em relação a um adulto, na qual a submissão à agressividade do adulto era total,
verificando-se posteriormente uma interiorização de sentimentos profundos de culpa. Este processo é
particularmente importante na transmissão intergeracional do abuso da criança, no qual a vitima de
uma geração se torna no agressor na geração seguinte.
Contém traços comuns à formação reactiva ( inversão de afectos) e à identificação.
9- A inflexão contra si próprio
A pulsão impossível de se descarregar sobre o verdadeiro objecto, pela angústia insuportável que daí
resultaria, vira-a o individuo contra si próprio .
O ódio tranforma-se em auto-punição, a agressão auto-mutililação.
10- A Regressão
Trata-se do evitamento de uma situação que revelaria as pulsões penosas: o indivíduo bloqueia-se,
apaga-se, paralisa as forças do Eu para não entrar na situação receada ou angustiante.
Ex. impotência sexual.
Trata-se de uma fuga perante situações exteriores susceptíveis de trazer um desgosto temido
( ex: evitar situações provocantes ou humilhantes).
NB - Para Freud quer a inibição quer a retracção são mecanismos muito primitivos, ligados à inibição
biológica e à fuga animal. São desencadeados para evitar perigos vindos do interior ou do exterior.
Consiste na organização de condutas destinadas a reparar uma acção cometida ou uma intenção
culpabilizada. Através de um comportamento mágico, que visa apagar (anular) o pensamento que se
teve ou a acção que se cometeu ( ex: rituais conjuratórios na obsessão).
14- Negação
Em contraste com o recalcamento, que procura manter fora da consciência um aspecto da realidade
interna, a negação ou recusa da realidade, lida com a realidade externa e permite ao individuo recusar
ou controlar afectivamente a sua resposta a um aspecto específico do meio exterior. Envolve uma
clivagem, na qual existe aceitação cognitiva de um acontecimento doloroso em paralelo com a recusa
das emoções dolorosas associadas...nega-se que “esses sentimentos” nos pertençam.
15- Intelectualização
É um processo pelo qual o Eu tenta controlar as pulsões, ligando-as a ideias com as quais se pode
conscientemente jogar, é um modo de manter à distância e neutralizar os afectos. Abrange uma série
de sub-defesas, incluindo o “pensar em vez de sentir”, o prestar demasiada atenção ao abstracto,
visando um evitamento da intimidade. (ex: o adolescente, com receio da sua sexualidade em
desenvolvimento, pode falar de forma intelectualizada acerca do sexo ou discutir com empenho o
comportamento sexual dos jovens).
16 - A racionalização
17- Sublimação
O afecto ou pulsão são reconhecidos, modificados e canalizados para um fim que é aceite
socialmente, é enriquecedor para o indivíduo e para a sociedade ( ex: o sadismo em profissões como
talhante ou cirurgião, o narcisismo através de uma carreira bem sucedida, impulsos agressivos podem
ter expressão no desporto e outros jogos). Freud viu a sublimação como um veículo pelo qual os
desejos mais básicos e profundos de uma sociedade, bem como as aspirações e ambições dos
indivíduos, ganham expressão, através do Carnaval, do Drama, das artes, da religião ou da política.
Ainda...
18- O Humor
Permite-nos partilhar a emoção, muitas vezes agressiva, sem desconforto, regredir sem embaraço,
jogar com liberdade, rir com impunidade e relaxar com prazer. Inclui, em vez de rejeitar e permite,
por vezes, tornar uma terrível tragédia suportável.