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Ayrton Zulficar Jaime Assira

Sistema Financeiro de Moçambique

Licenciatura em Contabilidade Habilitação em Auditoria

Universidade Pdagógica

Maputo

2020
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Ayrton Zulficar Jaime Assira

Sistema Financeiro de Moçambique

Licenciatura em Contabilidade Habilitação em Auditoria

Trabalho de pesquisa a ser


apresentado na disciplina de
contabilidade sectorial, 4o ano,
para avaliação
Docente: DR. Francisco Moiane

Universidade Pdagógica

Maputo

2020
Introdução
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................1
1.1. OBJECTIVOS.............................................................................................................................1
1.1.1. OBJECTIVO GERAL.........................................................................................................1
1.1.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................1
2. METODOLOGIA................................................................................................................................2
3. REFERÊNCIAL TEÓRICO................................................................................................................3
3.1. Sistema Financeiro.....................................................................................................................3
3.2. Importância do Sistema Financeiro..........................................................................................4
3.3. O Sistema financeiro de Moçambique......................................................................................5
4. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO MOAMBICANO........................................................6
4.1. POLÍTICA...................................................................................................................................6
4.1.1. Mercados financeiros.........................................................................................................6
5. INSTITUIÇÕES..................................................................................................................................7
5.1. Cooperativas de crédito.............................................................................................................8
5.2. Bolsa de mercadorias e futuro..................................................................................................8
5.3. Bolsa de valores..........................................................................................................................9
5.4. Bancos.........................................................................................................................................9
5.4.1. Principais funções dos bancos:..........................................................................................9
5.5. Autoridades Financeira e Monetária......................................................................................10
5.5.1. Banco Central...................................................................................................................10
5.6. Tipos de bancos........................................................................................................................11
5.6.1. Bancos comerciais............................................................................................................11
5.6.2. Banco de desenvolvimento...............................................................................................12
5.6.3. Bancos de Investimento...................................................................................................12
5.7. O Papel dos Bancos na Economia...........................................................................................13
5.8. Sociedades de Seguros.............................................................................................................13
5.9. Sociedades financeiras.............................................................................................................13
5.10. Casas de Câmbio..................................................................................................................15
5.11. Bolsa de valores....................................................................................................................15
5.12. Microfinanças.......................................................................................................................15
6. LEGISLAÇÃO..................................................................................................................................16
6.1. Visão macroeconómica-requisito importante para o desenvolvimento do sistema
financeiro..............................................................................................................................................16
7. CONCLUSÃO...................................................................................................................................18
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................19
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1. INTRODUÇÃO

O Sistema Financeiro é o pilar da economia de um país, ela compreende: instituições monetárias,


instituições não monetárias, intermediários financeiros e entidades supervisoras. o sistema
financeiro é uma realidade multifacetada, na qual intervêm diversos agentes que, ao
corporizarem o exercício da actividade financeira nas suas distintas manifestações, tendem a
interpenetrar-se funcionalmente, apresentando vastas áreas de sobreposição operacional.

O Sistema Financeiro pode ser definido como sendo o conjunto de instituições da economia que
auxiliam o encontro dos agentes que possuem poupanças, agentes superavitários, com os que
necessitam de recursos, cujo principal objectivo é permitir o movimento de fundos emprestáveis
entre eles.

1.1. OBJECTIVOS
1.1.1. OBJECTIVO GERAL

Fazer um estudo sobre o Sistema Financeiro de Moçambique e descrever rigorosamente os seus


para que sejam facilmente compreensíveis.

1.1.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS


 Definir Sistema Financeiro;
 Identificar a sua importância para a economia de um país;
 Apresentar os componentes do Sistema financeiro Moçambicano; e
 Descrever cada componente do Sistema financeiro de Moçambique.
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2. METODOLOGIA

Segundo GALLIANO (1986: p.17), “conhecer é estabelecer uma relação entre a pessoa que se
conhece e o objecto que passa a ser conhecido”.

Ainda para GALLIANO (1986: p. 19), “o conhecimento científico resulta da investigação


metódica, sistemática, da realidade. Ele transcende os fatos e os fenómenos em si mesmos,
analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem”. O conhecimento se
faz necessário para que se entenda o significado de uma informação. Para se obter o
conhecimento, é preciso fazer uma pesquisa, pois esta parte de uma dúvida, estabelecendo uma
relação de identificação, entre o pesquisador e o objecto em estudo.

No que concerne aos procedimentos a pesquisa do trabalho em causa, refere-se a uma pesquisa
bibliográfica. Segundo MARTINS (1990:23), é a que se efectua para se resolver problema ou
adquirir conhecimentos a partir de consultas a livros, entre outros.

De acordo com MARCONI e LAKATOS (1996: p.66), entende-se como pesquisa bibliográfica,
“toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas monográficas, teses, material cartográfico,
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3. REFERÊNCIAL TEÓRICO
3.1. Sistema Financeiro

Segundo FERREIRA at all (2013, p. 15) por Sistema financeiro é normalmente designada a
estrutura organizada de instrumentos de mercados e de instituições, sob a regulação e controlo
das autoridades, de supervisão, através do qual se processa o tratamento do dinheiro, enquanto
objecto genérico da actividade financeira.

Cabe já salientar, no entanto, que a vertente institucional apresentada (quem faz o quê) não
esgota a noção de sistema financeiro. Nesta deve ser igualmente incluída uma vertente funcional
(O que é feito por quem)

A noção de sistema financeiro vem sendo abordada segundo a dicotomia estabelecida entre o
Sistema financeiro material e o sistema financeiro formal. O primeiro traduz uma perspectiva
muito ampla que se limitaria a agregar e a traduzir os elementos de natureza económica e social
subjacentes ao conceito, justificando-o num plano antecedente a qual quer intervenção
legislativa; o segundo salienta a ideia de ser através da intervenção legislativa que o Estado iria
desenhando, no uso das competências reguladoras que lhe são próprias, a organização que em
cada momento pretendesse imprimir ao sistema.

A relevância da intervenção legislativa, na definição do Sistema financeiro formal transpareceria


essencialmente a dois níveis muito importantes: por um lado, seria através da sua regulação que
o Estado iria definindo em cada momento, para efeitos jurídicos, o que para efeitos jurídicos, o
que devesse ser entendido por sistema financeiro, ou seja, quais os elementos que devessem ser
incluídos em tal noção; por outro lado, seria também com essa regulação que o próprio sistema
financeiro ganharia dimensão jurídico-cientifica, enquanto objecto de um conjunto de regras
jurídicas que lhe seriam especificamente destinadas.

Contudo, importa não esquecer que os termos desta dicotomia tendem forçosamente a coincidir,
dado as soluções legais não deverem ignorar as realidades económicas que lhes subjazem. Outra
qualquer solução faria decerto perigar o critério lógico de agregação e, com isso, afectaria a
segurança e a certeza do sistema e dos agentes económicos. Por outro lado, importa igualmente
não esquecer que a intervenção estadual no sistema financeiro não se limita à definição de quem
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integra, em cada momento, tal sistema, mas vai mais longe e define também as próprias regras
do exercício da actividade.

Através do sistema financeiro é assegurada, mediante a produção e a oferta de serviços


diversificados, a realização de três tarefas fundamentais para o funcionamento da economia: a
oferta de instrumentos de regulação das trocas; a acumulação das poupanças e o financiamento
do investimento, por via da intermediação no credito: finalmente, a gestão do risco.

3.2. Importância do Sistema Financeiro

O sistema financeiro tem um papel multidimensional no processo de desenvolvimento


económico porque a interacção dos agentes económicos na actividade económica envolve custos
de informação ou de transação resultados das imperfeições dos mercados, os quais devem ser
minimizados.

Para o efeito, é importante a existência de intermediários financeiros. A presença de


intermediários financeiros contribui para mitigar os problemas decorrentes dos custos de
transação e de informação, um facto que concorre para influenciar as decisões de poupança e de
investimentos, e, por via disso, o crescimento económico. Os intermediários financeiros podem
influenciar o crescimento através dos seguintes canais:

 Redução dos custos de aquisição e processamento de informação, e portanto,


melhoramento da alocação de recursos para as famílias;
 Fortalecimento do acompanhamento das operações das empresas, o que pode, por um
lado, reduzir os níveis de racionamento de crédito, e, por outro, facilitar o fluxo de
recursos dos aforradores para os investidores;
 Diversificação do risco, um facto que pode induzir os aforradores a direcionar a sua
carteira de investimentos para projectos com retornos esperados elevados;
 Mobilização de poupanças individuais com vista a aprofundar o processo de crescimento
económico, um facto que permite fazer melhor uso das economias de escala;
 Uso da moeda como um meio mais eficaz no processo das trocas, permitindo que os
custos de transação sejam reduzidos, promovendo dessa forma uma maior especialização,
inovação e crescimento económico
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Um sistema financeiro com intermediários que cumpram cabalmente com as funções financeiras
gera benefícios acrescidos para o crescimento económico. De facto, a importância do sistema
financeiro no crescimento económico não reside apenas na necessidade de aumentar a
quantidade do investimento, mas também na qualidade do mesmo.

3.3. O Sistema financeiro de Moçambique

No País moçambicano, os serviços financeiros desempenham um papel de carácter indispensável


no âmbito da dinamização da actividade económica. A promoção de hábitos de poupança de
valores monetários constitui uma tarefa com a capacidade de aumentar o volume de recursos
colocados à disposição para o investimento, com efeito no incremento da actividade económica,
criação de postos de trabalho, valor acrescentado, e bem-estar social e económico. No que
concerne a economia, a sua dinâmica deve estar junto a existência de um sistema financeiro
sólido, actualizado, forte, social, dinâmico e mais abrangente a nível territorial. (BDM, 2007).

Segundo o BDM, o sistema financeiro tem também o dever de colaborar para o incremento do
nível de monetarização da economia do País moçambicano e para o asseguramento das
necessidades da evolução do tecido produtivo, quer por meio de financiamento directo às
actividades desempenhadas pelos sectores produtivos, de comercialização para aquilo que é o
consumo, quer por meio da promoção do acto de captar poupanças e actividades de comércio
cambial, considerando a extensão geográfica do País e sua localização, com diversas e vastas
fronteiras.

No âmbito da economia moçambicana, a sua bancarização constitui um dos essenciais desafios


dos agentes que implementam políticas financeiras e monetárias no País, nomeadamente o banco
central, os bancos comerciais e outras instituições financeiras que se encontram a operar. A
existência de um sistema financeiro inclusivo, forte e com estabilidade faz parte de uma meta
que se faz sempre presente na agenda do banco central moçambicano. Daí que de forma contínua
se dota actualização ao quadro legal e regulamentar aplicável à sociedades de natureza financeira
e instituições de crédito tendo em vista o aumento de largura da oferta de serviços financeiros à
maior parte da população. (BDM, 2007).
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Segundo MALEIANE (2014) Em Moçambique, o Ministério das Finanças e o Banco de


Moçambique são as instituições com poderes para gerir as políticas fiscais e monetárias,
respectivamente, no quadro dos objectivos macroeconómicos definidos pelo Governo. Ao Banco
de Moçambique compete a supervisão das instituições financeiras e ao Ministério das Finanças a
sua superintendência, garantindo aos órgãos competentes de projectos de legislação para o
sistema bancário.

Assim, O sistema financeiro deve ser entendido como um conjunto que integra a POLÍTICA, as
INSTITUIÇÕES e respectiva LEGISLAÇÃO.

4. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO MOAMBICANO


4.1. POLÍTICA

Refere-se à política económica adoptada pelo Governo. Pode ser centralmente planificada, onde
predomina o sector público produtivo, com a tarefa de executar as metas, como foi o caso de
Moçambique desde 1978 a 1990, ou baseada nas forças de mercado, jogando o Estado o papel de
arbitro, através da imposição do cumprimento dos contratos e provimento de serviços públicos.
Este é o modelo que está em vigor em Moçambique desde aquele ano. Por isso, toda a estrutura
do sistema toma em consideração a politica e integra ainda os MERCADOS, que podem ser
monetários e de capitais, onde se transacionam instrumentos de curto e longo prazo,
respectivamente. São exemplos do mercado onde se transacionam activos de curto prazo o
Mercado Monetário Interbancário (MMI) e o Mercado Cambial Interbancário (MCI)a Bolsa de
Valores constitui exemplo de mercado de capitais que transaciona instrumentos de longo prazo.

4.1.1. Mercados financeiros

NHAMTUMBO (2013) Existem três grandes tipos de mercados financeiros: o mercado


monetário (financeiro a curto prazo), o mercado de capitais (que se distingue em relação ao
primeiro quanto aos prazos de vencimento, já que este é de longo prazo) e, por último, o mercado
cambial (onde se confrontam a procura e a oferta de divisas).
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Mercado Monetário- vocacionado para aplicações de excedentes de tesouraria e para o


financiamento de ruturas financeiras de curto prazo, transacionam-se títulos com um prazo de
vencimento até um ano. O principal segmento do mercado monetário são os mercados
interbancários, onde participam o Banco central e outras instituições de crédito. Estes mercados
são constituídos por:

 Mercado Monetário Interbancário (MMI) - em que instituições financeiras cedem


liquidez entre si por períodos de tempo variáveis. Não há emissões de títulos;
 Mercado de Operações de Intervenção - onde o Banco central e as instituições
financeiras transacionam títulos para levar a cabo a política monetária previamente
definida pelas autoridades monetárias: massa monetária em circulação e taxas de juro.

Por seu lado, no mercado de capitais têm lugar operações sobre títulos cujo prazo de vencimento
é superior a um ano. Este mercado encontra-se vocacionado para financiamentos e investimentos
de médio e longo prazo, através da emissão de títulos mobiliários, como ações, obrigações,
títulos de participação, etc.

O mercado de capitais tem importantes funções económicas, das quais se destacam a


mobilização das poupanças dos particulares e das empresas e o alargamento do leque de opções
de financiamento dos investimentos produtivos das empresas. O mercado de capitais subdivide-
se em mercado primário (onde são colocadas as novas emissões de títulos) e secundário (onde se
transacionam títulos emitidos e subscritos em períodos anteriores, dando assim liquidez ao
mercado primário). A este último (onde se recompram e revendem os novos títulos) chama-se
habitualmente Bolsa de Valores. Por fim, no mercado cambial (ou de câmbios) confronta-se a
procura e a oferta de divisas (moeda estrangeira). A taxa de câmbio é o preço de uma moeda
expresso em unidades de outra moeda.

5. INSTITUIÇÕES

As instituições podem ser classificadas, segundo a forma de propriedade, em públicas ou


privadas ou, de acordo com o tipo de operações que realizam, em monetárias e não monetárias.
São monetárias aquelas que aceitam depósitos e concedem crédito, isto é, criam moeda. As não
monetárias são todas aquelas que não aceitam depósito e usam fundos próprios ou alheios sob
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forma de títulos financeiros. são exemplos de instituições monetárias os bancos comerciais,


incluindo microbancos, e todas aquelas que por lei forem autorizadas a aceitar depósitos do
público para os aplicar nas operações activas (concessão de crédito). Estão enquadradas na
classificação de instituições não monetárias as seguradoras, as sociedades financeiras previstas
na lei e as microfinanças.

Segundo NHAMTUMBO (2013) São chamadas de "instituições financeiras" as organizações que


tem a finalidade de viabilizar alocações de capitais financeiros próprios ou de terceiros,
obedecendo a uma correlação d risco, custo e prazo para atender aos interesses de pessoas físicas
e jurídicas que participam como acionistas, clientes, colaboradores, cooperados, fornecedores e
agências reguladoras do mercado. Existem vários tipos de instituições financeiras: bancos,
cooperativas de crédito, agências de fomento, associações de poupança e empréstimos
("financiadoras") etc.

5.1. Cooperativas de crédito

são normalmente oriundas de associações de funcionários da mesma empresa, profissionais de


um mesmo segmento, empresários ou associados de uma determinada área de atuação. uma das
importante característica é que os eventuais lucros auferidos são repartidos entre os associados.

5.2. Bolsa de mercadorias e futuro

Segundo o Bacen (2011), "as bolsas de mercadorias e futuros são associações privadas civis,
com objectivo de efectuar o registo, a compensação e liquidação física efinanceira das operações
realizadas em pregão ou sistema eletrónico. Para isso tais associações devem desenvolver,
organizar e proporcionar um mercado de derivativos livres e transparente, proporcionando aos
seus usuários a devida proteção diante de flutuações de preços de produtos em geral, bem como
de variáveis macroeconómicas, cuja incerteza de preço possa influenciar negativamente suas
actividades.
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5.3. Bolsa de valores

São locais ou espaços onde se transacionam activos financeiros em regra títulos representativos
de capital social de empresas e de dívidas (publica e privada). São por isso mercados
organizados, estruturados e dotados de instrumentos jurídicos que permitem que as transações
sejam feitas com a maior segurança e transparência possíveis.

Pode ser constituída sob forma de sociedade anónima ou de sociedade civil e tem como principal
função manter um determinado local ou sistema para o encontro de seus membros para que
possam negociar títulos e valores mobiliários.

5.4. Bancos

Bancos, numa abordagem mais explícita, para MARTINS (1990, p. 497), por sua vez, são
“empresas comerciais que têm por finalidade realizar a mobilização do crédito, principalmente
mediante o recebimento, em depósito, de capitais de terceiro, e oempréstimo de importâncias, em
seu próprio nome, aos que necessitam de capital”.

O sistema financeiro, e neste, os bancos, desempenham um papel crucial em tudo o que diga
respeito à utilização da moeda pela economia.

5.4.1. Principais funções dos bancos:


 Administrar depósitos: são as contas correntes ou a poupança aplicada pelos clientes;
 Conduzir transacções: pagamento de cheques (ou seja, mediante a apresentação de um
cheque não cruzado, o banco entrega o dinheiro correspondente -"desconto" de cheques);
 Transferências entre contas correntes ou pagamentos;
 Concessão de créditos;
 Gestão de cofres: guarda de valores para seus clientes; e
 Serviço de câmbios: troca de moeda estrangeira.
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5.5. Autoridades Financeira e Monetária

Em Moçambique, o Ministério das Finanças é a autoridade financeira do país, coordena a


preparação de legislação para a deliberação do Governo ou para a submissão à Assembleia da
República, conforme se trate de Resoluções, Decretos ou Leis, respectivamente. É a instituição
que orienta a implementação da política fiscal do país, que integra a elaboração e execução do
orçamento do Estado. O Banco de Moçambique é o banco central do país, de acordo com, o
estipulado na Constituição, e rege-se pela sua lei orgânica-Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, que no
seu artigo 2 define a sua principal função, que é a preservação do valor do Metical interna e
externamente. Por causa destas funções, o Banco Central é a autoridade monetária do país e
nessa função tem a responsabilidade, de entre outras, de zelar pela implantação de um sistema
monetário, ou seja, conjunto de moedas em circulação no país.

5.5.1. Banco Central

A Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, no seu artigo 2, o objectivo principal do Banco Central a


preservação do valor da moeda nacional. Aqui o sentido de preservar deve ser entendido como
toda a política monetária do Banco Central tendente a garantir a aceitaqão da moeda nacional
como meio de pagamento para as transações internas. Este objectivo obtém-se normalmente
mantendo-se uma taxa de inflação baixa e estável. Em Moçambique, o Banco Central é ainda
gestor da política monetária e cambial, banqueiro dos bancos, emissor da moeda nacional,
supervisor das instituições de crédito e conselheiro do Governo em matéria da sua especialidade.
Para a execução destas funções o Banco central deve deter:

Independência institucional que se pode resumir no seguinte:

Capacidade técnica Deve possuir técnicos capazes de prever e comunicar claramente com o
público-alvo produzindo e divulgando informação de qualidade científica, de modo a granjear
simpatia e reconhecimento público e levar os agentes económicos a usar a informação nas suas
projeções económicas.

Capacidade legal - A lei orgânica deve ser clara quanto ao âmbito da actuação do Banco
Central, incluindo os aspectos relacionados com a nomeação dos Membros do Conselho de
Administração e respectivos mandatos. No caso moçambicano, O art. 132 da Constituição da
República define claramente que o Banco de Moçambique é o Banco Central da República de
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moçambique e rege-se por lei própria e pelos acordos internacionais a que o Estado aderir.
Também a referida Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, define as funções do Banco de Moçambique,
bem como a forma de nomeação dos Membros do Conselho de Administração.

Autonomia operacional - Que permite aos órgãos de direção do Banco decidirem sobre que
instrumentos de gestão de política monetária aplicar e a forma da sua implementação, sem
carecer de autorização prévia do governo ou de membros do governo.

SÓ nestas condições se pode afirmar que existe um Banco Central à altura para gerir os
mercados monetários, cambial e de crédito com maior liberdade e transparência.

Uma das actividades principais do Banco Central é a gestão da politica monetária. Para isso
necessita de projectar como é que a massa monetária devera evoluir para financiar o crescimento
do PIB a um nível de inflação adequado. É a chamada programação monetária.

Programação monetária - A programação monetária constitui uma das mais importantes


funções do Banco Central. Para isso, o sector financeiro deve estar devidamente organizado e
com a contabilidade em dia, de modo a facilitar a recolha de relevante informação pra efeito. Os
balanços consolidados são instrumentos incontestáveis, pois a partir deles podemos recolher
dados para programação do crédito total da balança de pagamentos. Com base nesta informação,
pode-se fixar metas para o funcionamento do PIB.

5.6. Tipos de bancos


5.6.1. Bancos comerciais

Podem ser representados por instituições financeiras públicas ou privadas que objetivam
proporcionar recursos para financiar, tanto a curto a medio prazo a empresas em geral e pessoas
físicas. Uma actividade típica de banco comercial é a captação de depósitos a vista, porem
também podem captar recursos a prazo. Oferece produtos bancários por meio dos quais capta
recursos de agentes económicos (pessoas físicas e jurídicas) poupadoras ou superavitárias (com
excedente de capital) e os empresta a agentes que necessitam de recursos (deficitários) para
movimentar suas actividades. Deve ser constituída sob forma de sociedade anonima.
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Dada a sua natureza, uma das maiores preocupações dos bancos comerciais é a captação de
fundos, através de, por exemplo, operações passivas como os depósitos (à ordem ou a prazo), os
depósitos de poupança, os certificados de depósitos e os fundos de investimentos. A partir de
capitais próprios e de fundos captados junto dos seus clientes, a banca desenvolve operações de
crédito procurando obter uma diferença (margem) positiva entre a taxa de juro praticada em
concessões de crédito e outros produtos e a taxa à qual se financia, quer junto de bancos centrais
quer junto dos seus clientes.

Para além da actividade de crédito, há ainda um conjunto de serviços prestados pelos bancos que
são cada vez mais um “negócio” disputado entre eles, como as garantias bancárias, operações de
pagamento, actuação nos mercados bolsista, guarda de valores ou a custódia de títulos.

5.6.2. Banco de desenvolvimento

Tem o objectivo principal proporcionar o suprimento de recursos ao financiamento a medio e


longo prazo de projectos que promovam o desenvolvimento económico e social local. Suas
principais operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão de cédulas
hipotecárias. Já as operações ativas são empréstimos e financiamento a projectos privados.

5.6.3. Bancos de Investimento

Segundo definição do Banco de Moçambique, os bancos de investimento são instituições


financeiras privadas, especializadas em operações de participação societária de carácter
temporário, de financiamento da actividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e
de administração de recursos de terceiros.

Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anónima e adoptar, obrigatoriamente, em sua
denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. Não possuem contas correntes e
captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas
de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações activas são
financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores
mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos.
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5.7. O Papel dos Bancos na Economia

O papel dos bancos é o de servir de intermediários no negócio do dinheiro e facilitar os


pagamentos. Recebem dinheiro dos depositantes e emprestam-no aos que necessitam de
empréstimos. Os bancos são instituições fundamentais na intermediação financeira, isto é,
recolhem a poupança de quem possui recursos excedentários e disponibilizam esses recursos a
quem deles necessita. Sem esta operação, a capacidade de investir dos particulares e das
empresas ficaria muito limitada. Os bancos asseguram o funcionamento dos sistemas de
pagamentos o que permite que os mercados locais desenvolvam a sua actividade e que os
particulares e as empresas se desloquem e actuem respectivamente em locais distantes. A
inexistência de um sistema bancário bem estruturado não permitiria a circulação da moeda,
sendo também mais difícil a criação de mercados de bens e serviços, bem como a circulação de
pessoas e bens.

5.8. Sociedades de Seguros

São instituições que aceitam o risco especificado na apólice contra o pagamento de um prémio
pelos segurados. Desempenham um papel relevante na sociedade na medida em que, aceitando o
risco, permitem que os gestores minimizem as consequências dos sinistros provocados pelos
próprios, os chamados danos próprios, e a outras instituições e pessoas. De acordo com o tipo de
ramo em que cada seguradora se especialize, podemos ter empresas de seguro de ramo VIDA,
também conhecido de seguro de longo prazo, e seguro de ramo NÃO VIDA ou seguro de curto
prazo.

5.9. Sociedades financeiras

A lei nº 15/99, de 1 de Novembro, com as alterações introduzidas pala A lei nº 9/2004, de 21 de


Julho, arrola as sociedades permitidas em moçambique, caracterizadas por não aceitarem
depósitos de público, mas que realizam operações especificadas nestas leis:

 Sociedades administrativas de compras em grupo; Sociedades financeiras que têm por


objectivo exclusivo a administração de compras em grupo. Entende-se por compras em
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grupo o sistema de aquisição de bens ou serviços pelo qual um conjunto determinado de


pessoas designadas participantes constitui um fundo comum, mediante a entrega
periódica de prestação pecuniária, com vista à aquisição, por cada participante, daqueles
bens ou serviços ao longo de um período de tempo previamente estabelecido;
 Sociedades corretoras: sociedades financeiras que têm por objecto principal o
exercício da actividade de intermediação em bolsa de valores, através do
recebimento de ordens dos investidores para a transação de valores
mobiliários e respectiva execução, podendo, no âmbito do mercado de valores
mobiliários, realizar outras actividades que lhes sejam permitidas por lei;
 Sociedades de capital de risco: sociedades financeiras que têm por objecto o
apoio e promoção do investimento em empresas, através da participação
temporária no respectivo capital social;
 Sociedades de factoring: Instituições de crédito que têm por objecto exclusivo
o exercício da actividade de factoring ou cessão financeira. Diz-se factoring
ou cessão financeira o contrato pelo qual uma das partes (factor) adquire, da
outra (aderente), créditos a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da
prestação de serviços a uma terceira pessoa (devedor);
 Sociedades de investimento: Instituições de crédito que têm por objecto
principal a concessão de crédito e a prestação de serviços conexos, nos termos
que lhes sejam permitidos por lei;
 Sociedades de locação financeira: Instituições de crédito que têm por objecto
exclusivo o exercício de actividade de locação financeira ou leasing. Entende-
se por locação financeira o contrato pelo qual uma das partes (locador) se
obriga, mediante retribuição, a ceder à outra (locatário) o gozo temporário de
uma coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou construída por indicação do
locatário e que este pode comprar, decorrido o período acordado, por um
preço determinado ou determinável mediante simples aplicação dos critérios
fixados no contrato.
 Sociedades financeiras de corretagem: sociedades financeiras que têm por
objecto principal o exercício da actividade de intermediação em bolsa de
valores, quer através do recebimento de ordens dos investidores para
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transação de valores mobiliários e respectiva execução, quer através da


realização de operações de compra e venda de valores mobiliários por conta
própria, podendo realizar outras actividades, no âmbito do mercado de valores
mobiliários, que lhes sejam permitidas por lei;
 Sociedades gestoras de patrimónios: Sociedades financeiras que têm por
objecto exclusivo o exercício da actividade de administração de conjuntos de
bens pertencentes a terceiros;
 Sociedades gestoras de fundos de investimento: Sociedades financeiras que
têm por objecto exclusivo a administração, em representação dos
participantes, de um ou mais fundos de investimento. Entende-se por fundos
de investimento o conjunto de valores resultantes de investimentos de capitais
recebidos do público e representados por unidades de participação.

5.10. Casas de Câmbio

Sociedades financeiras que-têm por objecto principal a compra e venda de moeda estrangeira e
cheques de viagem, podendo ainda realizar outras operações cambiais nos termos estabelecidos
por lei.

5.11. Bolsa de valores

São locais ou espaços onde se transacionam activos financeiros em regra títulos representativos
de capital social de empresas e de dívidas (publica e privada). São por isso mercados
organizados, estruturados e dotados de instrumentos jurídicos que permitem que as transações
sejam feitas com a maior segurança e transparência possíveis.

5.12. Microfinanças

São instituições que não aceitam depósitos, podendo, porém, fazê-lo em Representação de
instituições de crédito autorizadas a operar no país. Usando fundos próprios, podem conceder
crédito e prestar serviços financeiros permitidos por lei. Para seu funcionamento, carecem de
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autorização prévia do Banco Central e não são objecto de supervisão sistemática, devendo,
contudo prestar periodicamente informação ao Banco Central sobre a sua actividade.

6. LEGISLAÇÃO

Um aspecto importante no sistema é a existência de legislação adequada, que permita a fluidez


necessária na realização das operações no mercado. Em países onde o sistema financeiro ainda
não está suficientemente desenvolvido por estar a sofrer um processo de transição de um sistema
centralizado para o de economia de mercado é normal a abundância de legislação bem elaborada,
mais sem capacidade institucional para fazer cumpri-la. Às vezes, por causa da necessidade de se
dar passos acelerados, fazem-se adaptações da legislação das antigas metrópoles, mormente
desajustadas da cultura e das práticas locais e agravada pela falta de técnicos capazes de garantir
uma aplicação isenta da mesma. Nestas condições, o sistema financeiro continuará a apresentar
boas politicas e instituições, mas faltará elemento importante para o funcionamento do mercado,
que é a CONFIANÇA.

A confiança cresce com a capacidade do Estado de poder garantir o cumprimento dos contratos e
possuir mecanismos cé1eres para disciplinar o mercado. O sistema financeiro, é o conjunto de
politica, instituições e legislação que disciplina o funcionamento do mercado.

6.1. Visão macroeconómica-requisito importante para o desenvolvimento do


sistema financeiro

A existência de uma mão macroeconómica, tal como acontece em organizações e empresas, é


importante para o desenho e Implementação de ma política financeira adequada aos desafios de
cada momento da vida económica. A ausência desta pode equiparar-se a alguém que caminha
sem direção certa e nestas condições qualquer caminho serve. É o que acontece em muitos países
em desenvolvimento quando pedem ajuda externa sem primeiro ter ma visão de longo prazo. O
apoio vem e com ele o know-how e as prioridades de cada parceiro, para serem geridos pelo
país receptor, que, além da falta de visão, carece também de técnícos qualificados para gerir a
tecnologia e as prioridades do parceiro doador. Neste processo, o desenho e a implementação dos
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programas ficam reféns do doador. Por musa disso, o sistema financeiro desenhado raramente
responde às necessidades dos pais receptor de ajuda, porque desajustado à Cultura e capacidade
institucional locais. No caso moçambicano, já a primeira Constituição (1975) indicava
claramente o que eram então as prioridades nacionais. Por exemplo, a referência da agricultura
como base de desenvolvimento e da indústria como sector dinamizador desse desenvolvimento
tomava claro como é que o sistema financeiro devia organizar-se para responder a estas
prioridades.
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7. CONCLUSÃO

Foi de muito agrado trabalhar com o tema, donde se pode tirar conclusões muito importantes
relativas ao Sistema Financeiro Moçambicano que tem na sua essência três grandes pilares, onde
integram POLÍTICA, as INSTITUIÇÕES e respectiva LEGISLAÇÃO.

Pode se concluir ainda que Sistema financeiro é o conjunto de instituições que facilita o
ajustamento da poupança de um indivíduo com o investimento de outro indivíduo. Tem como
papel a mobilização de recursos e promoção de eficiência económica, uma vez que permite
transferência de recursos reduzindo assim a ociosidade, e ainda serve de fonte de financiamento
tanto para investimentos bem como para consumo
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANCO DE MOÇAMBIQUE, Relatório Anual, 2007, CDI, Maputo;

FERREIRA, A. Pedro; at all. Legislação do Sistema Financeiro de Moçambique. Maputo, 2013

GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra,
1986.

MALEIANE, Adriano. Banca & Finanças: o essencial sobre o sistema financeiro. Indico
editores, Maputo, 2014

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planeamento e execução de


pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e interpretação de dados. 3.ed. São
Paulo: Atlas, 1996.

MARTINS, J Didáctica Geral. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1990

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