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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,

PROCESSO Nº001/2019

“As leis por si só não bastam, os lírios não nascem das leis”
- Carlos Drummond de Andrade

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio dos Defensores Públicos


abaixo firmados, no pleno exercício de suas atribuições legais e nos termos do
art. 41 do Código de Processo Penal, vem apresentar a DEFESA a favor do
cidadão:

VINÍCIUS BATISTA DA SILVA, escritor, solteiro,39 anos, RG nº


4782038813495, CPF nº 446.802.300-11

Em efeito da ausência de culpa do réu que utilizou de


forma legal os instrumentos de cunho estatal para fins
de defesa da pátria contra um real delator. Este seguiu
os conformes da legislação então vigente, inalterada
durante o período de revolução. Logo, estão sujeitos à
jurisprudência e ordenamentos nacional e internacional
da época acerca dos fatos jurídicos relacionados à
defesa.
I. DOS FATOS
O Brasil, quando levado por governos democráticos, é uma nação com viés
fleumático e que obedece às normas constitucionais em atividade, visando o
pleno funcionamento da democracia do país. Entretanto, com a chegada de
uma terrível crise econômica, essa paz foi interrompida, grupos políticos
entraram em divergência por seguirem linhas de pensamento diferentes.

Na eleição, sérias irregularidades nas campanhas marcaram o país. O líder


do partido dos Camisas-Púrpuras foi eleito Presidente da República e, com sua
popularidade, conseguiu alavancar a conquista de cargos de seus
companheiros de partido para a Assembleia Nacional. Tal popularidade
adquirida pelo Presidente foi conquistada com promessas impulsivas, que
tinham o fito de iludir a população, e com ameaças físicas, o que motivou a
adversários políticos desistirem da votação.

Com o início do governo dos Camisas-Púrpuras, os costumes, leis, códigos


e outras normas do estado não foram alteradas. Não existiu repressão a
funcionários públicos ou membros do judiciário. As eleições permaneceram
normais, mantendo sua periodicidade e sua forma de execução. Entretanto, o
país estava vivendo um ordenamento governamental considerado por muitos
como um regime antidemocrático.

Com o passar dos meses, foram firmados regulamentos secretos que


somente eram conhecidos por membro do alto escalão governamental, tais
normas secretas evidenciavam uma guerra política contra a oposição que
vigorava no país, com isso, atitudes antes consideradas legais ou de menor
gravidade passaram a ser consideradas traição, passíveis de pena de morte.
As atividades que passaram a ser denunciadas foram: críticas ao governo, a
escuta de estações de rádio estrangeiras, o relacionamento com notórios
vândalos e baderneiros, o armazenamento de saquinhos de ovos em pó
quantidade maior do que a autorizada, a não informação à respeito da perda de
documentos de identidade no prazo de cinco dias. O governo passou a
desrespeitar a constituição, eliminou todos os partidos opositores e assassinou
muitos integrantes dos mesmos.

O governo dos Camisas-Púrpuras permaneceu pleno entre os anos de


2003 a 2015. Nesse período, muitas pessoas denunciaram seus opositores
com o intuito de obter vantagens, visto que, com a efetivação do regulamento
secreto pelas forças de segurança, o povo se integrou e abraçou essas
normas, pois não possuíam acesso a positivação de tal norma.

Com a crítica situação do poder judiciário do país, qualquer violação,


mesmo que mínima, às normas estabelecidas pelos Camisas-Púrpuras
poderiam sofrer pesadas sanções, penas de morte eram comuns e normais
durante esse governo.
Atualmente, os Camisas-Púrpuras foram derrotados e um novo governo
democrático assumiu o poder do país e restabeleceu a devida ordem
democrática e constitucional do país. Com isso, foi outorgada a anistia geral a

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favor de todos os acusados que contribuíram com o governo dos Camisas-
Púrpuras.

No supracitado regime dos Camisas Púrpuras, por se posicionarem contra


o regime, no dia 15 de março do ano de 2004, Virginia Sousa Batista e Marcos
Soares Da Silva foram executados. Estes, eram os pais de Vinícius Batista Da
Silva, que é o intimado deste processo. Perder seus pais de forma tão trágica
marcou Vinícius, que, devido aos fatos, desenvolveu estresse pós-traumático,
como constatado posteriormente no laudo psicológico anexado aos autos do
processo Nº 0001/2019. Na tentativa de dirimir a insegurança e o constante
medo que lhe atormentava (não sabendo ainda que estes provinham de um
transtorno), Vinícius realizou matrícula em um curso de gastronomia na
Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza.

Ora, os pais de Vinícius não eram os únicos opositores do regime dos


Camisas Púrpuras, João Henrique, grande empresário e milionário, era um dos
que estavam na lista de perseguidos, conforme demostrado na lista do AIN
anexado aos autos do processo. Devido ao seu grande poder de influência no
mercado e na sociedade e movidos pelo medo de uma possível rebelião
organizada contra o regime, João Henrique se tornou uma das prioridades na
lista de execução do Estado. No entanto, João Henrique não era um opositor
explícito do governo, ele exercia sua influência sobre os demais empresários
de forma discreta e nunca deu provas para que o governo conseguisse prendê-
lo por isso. Além disso, João Henrique era acompanhado de seguranças no
seu cotidiano, o que impedia o Estado de mandar alguém matá-lo diretamente.

Atentando-se ao fato de que Vinícius e Vitoria estavam matriculados na


mesma turma do curso de gastronomia, o Estado, visando atingir seus
objetivos, coagiu Vinícius a se aproximar de Vitoria. O des ignado a ele era que
a convencesse a armar uma situação em que João Henrique seria pego sem
identidade, haja vista que, tal conduta, ia contra lei posta à época, que previa
não portar a identidade como crime grave e cominava a pena de morte.

Vinícius e Vitoria já eram um pouco próximos, pois, outrora, estudaram


juntos quando mais jovens. O plano foi, assim, instruído pelo Estado a ele, que
por coação direta e sob ameaça, aproximou-se de dela com falsas intenções
românticas, como mostram os bilhetes que estão anexados aos autos. Junto
com Vitoria, Vinícius planejou furtar a identidade de JOÃO HENRIQUE em um
jantar, na casa do mesmo, que seria promovido por ela.

Aos quatro dias de janeiro de 2005 ocorreu o jantar, e deu-se a execução


do plano previamente estabelecido, no qual Vinícius instruiu Vitória a furtar a
identidade de João Henrique e guardá-la secretamente. Por conseguinte,
Vinícius foi a delegacia aos cinco dias de janeiro de 2005 e realizou denúncia
contra João Henrique acusando-o de não portar a identidade. João foi preso e,
posteriormente, conforme o Estado havia planejado, foi executado aos treze
dias de janeiro de 2005.

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Após cominado o plano, Vinícius afastou-se de Vitoria. Ele estava tão
perturbado e fora de si pelo que acabara de acontecer que, em um momento
de desespero, tentou fugir do país para não mais sofrer com esse regime.
Passado o desespero, a culpa consumiu Vinicius. Ele repudiava a atitude de
Vitória em ser cúmplice do ato que levou Henrique à morte, mas a ideia de
abandonar a mulher que havia recém perdido o marido também lhe embrulhava
o estômago. Vinicius, pois, voltou para viver com Vitoria, ainda que a
contragosto e com o constante medo de ser caçado ou usado pelos camisas -
púrpuras. E, passados treze anos da execução de Joao Henrique, quando o
regime dos Camisas Púrpuras já havia acabado, Vitoria, movida de profunda
culpa, cometeu suicídio. Antes, porém, fez uma carta de suicídio, colocou esta
em uma caixa e a entregou para outrem para que este entregasse a polícia. Na
carta Vinícius era acusado de cumplicidade na execução de João Henrique,
que é o objeto deste processo. Fica claro, entretanto, que ela não tinha pleno
conhecimento dos fatos, visto que não sabia que Vinícius estava agindo sob
ameaça do Estado.

II. DOS FUNDAMENTOS DE ORDEM FILOSÓFICA – DISPOSITIVOS


NÃO OBRIGATÓRIOS, PORÉM ESSENCIAIS PARA A BASE
PROPEDÊUTICA REFERENTE À LEGISLAÇÃO E AO PROCESSO.

Após a acusação do suposto caso em evidência, é necessário se valer dos


aspectos filosóficos que rondam a conjuntura, os quais foram negligenciados
quando do processo de acusação. In casu de efetivação deste, vê-se realçado
a suspeição dos argumentos quando destes não houve solidificação de base
propedêutica a partir de uma análise lógico-filosófica que compreendesse os
aspectos positivos, paradireitológicos e humanitários.

Inicialmente, falhas dentro dos argumentos da acusação devem ser


reconhecidas, a partir dos quais dificultam a quem se refere a real acusação.
Tal fato reflete a descompostura no que concerne à reflexão acerca dos
valores morais, éticos, da justiça e do direito. Num segundo momento, é válido
ressaltar quando da sujeição do indivíduo à opressão estatal, visto que em
tempos de crise, o Estado geralmente acentua o uso de instrumentos e
dispositivos de controle ideológico de massa para subjugar a população e
torná-la mais pacata e, ainda que subjetivamente, mais submissa. Este caso
não destoa a regra. O governo de camisas-púrpuras se utilizou do monopólio
do uso da força e da violência física, numa perspectiva weberiana, para
imprimir sua vontade nos cidadãos a partir do medo e da ação coercitiva. No
entanto, houvera ainda o uso da violência simbólica, como descrita por Slavoj
Žižek, a qual se caracterizava pela imposição constante de uma ideologia em
veículos de comunicação de massa baseada na ideia de “agir agora”
(Violência, 2014, p.21) que não só coage os indivíduos a agirem a partir de
um falso senso de responsabilidade, pertencimento de causa e urgência,
como também sistematiza e estrutura esse tipo de violência simbólica e
psicológica na vida cotidiana, condicionando os atingidos a tomarem ações
fortemente induzidas e condicionadas pela propaganda estatal. Para tanto, o

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réu fora exposto a ambas as violências e viu-se na condição de se submeter
ao poder e à violência, a qual era, evidentemente, muito superior à sua
compostura, haja vista que, além disso, quereria manter seus direitos naturais
à vida e à dignidade da pessoa humana, motivação proeminente em todos os
seres. Ademais, a própria acusação assume a postura estatal em tolher e
violentar a sanidade, contudo, insiste em querer punir e promulgar justiça com
o discurso de reduzir um problema estatal a um cidadão que se valeu de
artifícios para que, dentro do regime camisas-púrpuras não fosse morto.

Ainda numa abordagem ideológica, o regime dos camisas-púrpuras, por


meio de suas propagandas, veiculava estruturas ideológicas em um molde
semelhante ao da hegemonia cultural de Antonio Gramsci, no sentido de que
as utilizavam com o intuito de estabelecer “um consenso passivo” na população
de que os opositores do regime seriam, de fato, um perigo para o governo e
para nação, e de que era de condição sine qua non a denúncia para que se
mantivesse a ordem. A partir dessa ideia, todo o processo discursista, toda a
construção simbólica e semiótica era profundamente carregada de um teor
ideológico a fim de convencer e influenciar a todos aqueles que de alguma
maneira ainda não “seguia os planos do regime”, tal como enfatiza John
Thompson, quando afirma que “as formas simbólicas são ideológicas somente
enquanto servem para estabelecer e sustentar relações assimétricas de poder;
e é essa atividade, a serviço das pessoas e grupos dominantes, que tanto
delimita o fenômeno da ideologia, dando-lhe especificidade e distinguindo-o da
circulação das formas simbólicas em geral, como dá a essa concepção de
ideologia proposta um sentido negativo.” (THOMPSON, [1990] 1995, p. 90-1)
Nesse sentido, sob constante exposição ao incentivo e à opressão ideológica
das propagandas de denúncia, afirma-se que o inocente que aqui defendemos
não fez nada além do que seria esperado, como muitos também o fizeram,
sendo sua punição fungível, visto que ele o fez sob coerção externa e que
atuaria aqui como mero bode expiatório de outros crimes muito mais hediondos
praticados sob a égide deste regime. Puni-lo seria o mesmo que afirmar que
todo indivíduo é superior ao Estado em diversos âmbitos e que este último não
tem autoridade ou validade. Sua punição lograda, portanto, resultaria somente
no estopim de uma anarquia social, além de novamente evidenciar o caráter
contraditório dos argumentos da acusação que insiste em querer reduzir um
problema estatal à punição de um indivíduo que era subjugado pelo próprio
Estado, isto é, significaria julgar um indivíduo que é obrigado a obedecer às
regras e normas estatais, mas que, no entanto, será punido pelo próprio Estado
por ter sido obediente, desconsiderando o fato de o réu ter sido ameaçado de
punição capital de morte.

Outrossim, Byung-Chul Han disserta em seus livros (Agonia do Eros, 2019)


(O que é poder?, 2019) sobre a ideia da auto exploração e do poder
descontínuo. Quanto à primeira, ele afirma que na sociedade moderna o
Estado deixa de ser o agente opressor do indivíduo e passa esse papel para o
próprio, por meio da ideia de que este é unicamente responsável por seu
sucesso ou fracasso em todos os âmbitos de sua vida (incluindo o social e o
jurídico), de modo que a “Ética do eu-mesmo”, de Foucault, que se opõe ao
poder repressivo perde o seu valor, na medida em que agora é o indivíduo que

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se coage. Nesse sentido, Vinicius simplesmente agiu a fim de preservar sua
vida em todos os âmbitos ao tomar essas atitudes. Assim, Vinicius, na
condição de paciente com transtorno de estresse pós-traumático e sob intensa
ameaça do Estado, uma força muitas vezes mais forte que seu direito de
resistência, não tem como ser culpabilizado pelo simples fato de que, para ele,
tudo o que foi feito não tinha sentido nenhum além do mero seguimento de
ordens: ele não tinha a finalidade de cometer o crime e, muito pelo contrário, é
uma pessoa sensível e normal, que demonstrou remorso ao tomar consciência
plena de suas ações. O Estado, obrigando-o de forma perniciosa, o fez
cometer um ato inadmissível. Logo, é sequer lícito afirmar que ele o fez por
vontade própria, pois o que ele fez, fez motivado por um sentimento implantado
(pelo próprio Estado) de necessidade de desculpa, de expiação e de
gratificação. Quanto à segunda ideia, ela relaciona-se ao caso na medida em
que é possível afirmar que o poder não é a mera reprodução da vontade do
“ego” no “alter”, mera coerção física e psicológica. O poder, nesse caso, é a
“impressão” daquele que domina no dominado, de tal modo que o dominado
sequer é capaz de reagir à isso, tanto por questões estruturais (como a
violência e a vigilância presente durante o regime) quanto psíquicas (como, o
medo constante e a necessidade de pertencimento àquela sociedade para
manter o sentimento de normalidade). Assim, as ações de Vinícius não foram
nada mais que as ações do Estado executadas por uma marionete sem meios
e sem suporte para reagir, de modo que não se deve, de forma alguma, puni-
lo, mas sim aos dirigentes do Estado que perpetuaram essa estrutura de
violência física e psicológica durante o regime e que com certeza incitaram
muito mais crimes.

Friedrich Nietzsche, em sua visão acerca do destino, traça um entorno


sobre como ocorrem fatos que, muitas vezes, estão além da alçada do ser
humano e que, por razões óbvias de sobrevivência do Eu, é preciso lutar contra
o destino sem destruir a si mesmo: a sua visão de vontade de potência, aqui,
finalissimamente se põe para aplicar a noção de sobrevivência pessoal do
mesmo. As pessoas querem sobreviver, e Vinicius estava agindo, sem saber
do verdadeiro tom de suas ações, por puro medo do Estado, que o ameaçava
constantemente. Era sua vontade de potência – através do instinto por viver –
que estava sendo presente, de forma que culpar Vinicius seria culpa-lo
enquanto ser humano: ora, dificilmente um de nós não faria o mesmo em seu
lugar. Todos têm vontade de potência, de viver, e de querer viver feliz.

Essa reflexão nossa se faz necessária no ponto de que Vinicius não deve
ser colocado numa mera divisão entre jusnaturalismo e juspositivismo: pelo
contrário, seu caso é complexo. Vinicius foi uma vítima do Estado, não tendo
culpa de suas ações pelo simples fato de que não era um ator com dolo, mas
um ator manipulado, sozinho e com medo, pois queria sobreviver. O povo do
país busca por justiça plena para o caso dos denunciantes e nós, enquanto
juristas, também o buscamos. Porém, queremos ressaltar que a verdadeira
culpa por todos os crimes não é um simples homem, que não tem sequer
pequenos traços da força do Estado de exceção da época, mas os próprios
atores líderes do Estado, que o forçaram a tais ações que, para o próprio,
foram absolutamente terríveis psicologicamente.

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Enquanto defesa, não buscamos, com essa argumentação filosófica,
defender o caso absurdo de que não deve haver punições. Pelo contrário:
defendemos a punição, mas dos verdadeiros responsáveis, de forma que
culpar um indivíduo por todo um aparato estatal seria, ao contrário de fazer
justiça, fazer SER injustiça, colocando as vítimas de um regime de exceção
como as culpadas pela ação do próprio regime. Que se defenda o direito das
vítimas, de todas, sem exceção, contra o autoritarismo dos camisas-púrpuras.
Que se defenda a punição, por certo, dos autoritários.

Além disso, a partir de uma breve e pequena digressão a fim de que flua a
constituição deste texto, a partir da construção da expressão metafórica
aristotélica, acerca do agir paradireitológico, evidencia-se a ideia da
flexibilização e adaptação das normas aos contextos ou fatuísticas jurídicas,
ampliando os limites legais intrafísicos aos paradireitológicos. Nesse viés,
Vinicius, como já dito, não estava em condições de liberdade de ação, o que
impossibilita suas condições razoáveis para interpretar a finalidade de seus
atos. Isso é indispensável de se tomar na análise, afinal, o Estado é uma
estrutura institucional que tem força de ação e, em casos perigosos como o de
um autoritarismo, especialmente velado, não está sujeito à força de uma
oposição legal às suas ações. A teoria do domínio do fato, aqui, se articula em
torno de uma oposição à ideia de dolosidade do ator Vinicius: o dolo da ação
é do Estado, que não apenas planejou como usou-se de Vinicius para atingir
João Henrique, de modo que seria impossível culpabilizar Vinicius pelo que
não cometeu, ainda mais em estado de grave ameaça à sua integridade.
Desse modo, a partir da análise basilar em relação a toda a articulação acerca
do assunto do autoritarismo de um governo e sua particular relação com
crimes hediondos que afetam direitos humanos, Hannah Arendt em seu livro
Eichmann em Jerusalém clarifica o termo de banalidade do mal, segundo o
qual as pessoas, em um regime de hierarquização subserviente, seguem
ordens, banalizando o mal de uma forma que não os parece mal, mas apenas
ordens. Meramente, nesse sentido, não detêm de consciência de suas ações,
o que se articula com a teoria do domínio do fato, que vem se tornando muito
importante no direito.

Por assim dizer, a intencionalidade reta e a integridade consciencial


desenvolvida a partir da teoria da régua de lesbos da metáfora aristotélica,
realça o sentido puro e inato do processo de modificação e alteração das
faculdades morais e éticas de Vinícius, transferindo responsabilidades sobre o
agir e sobre as ideias do indivíduo a fim de se valer isento das supostas,
possíveis e futuras punições num dado processo de justiça de transição, fato
ainda não dialogável e em voga. Assim, o réu é, reiterando, acusado de crime
cometido por estruturas estatais de poder, vê-se produto de artimanhas de
sistemas autoritários, paciente-passivo de problemas psiquiátricos em virtude
do regime anterior e de problemas psicológicos desenvolvidos no processo
transitório da justiça e agora, então, acusado de crime tendo sido ameaçado
de morte se caso não seguisse a ordem do regime anterior.

Por fim, observando a presente contradição do papel da justiça sob uma


ótica do Estado como ser superior e insuperável, e parafraseando o explícito

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no texto da Crítica ao programa de Gotha de Karl Marx, como seria punir um
indivíduo por ter cometido atos, ou ordens, signatárias do Estado, sendo, na
condição de operador-mor do Direito, o próprio Estado o que disponibilizará
os meios e dispositivos por meio dos quais será efetivada e evidenciada por
qual razão, ou motivação, o indivíduo deve ser condenado? T al situação gera
no mínimo um desconforto, sensação de injustiça e corrompe todos os
argumentos até então declarados pela acusação, quando decide colocar nas
mãos dos indivíduos problemas que são relacionados às relações de poderes
estatais.

III. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


A defesa se baseia em fundamentos jurídicos que comprovam a inocência
de Vinicius Batista da Silva. Entende-se que o réu é, na verdade, mais uma
vítima do regime dos camisas púrpuras, pois agiu contra sua vontade em
função da coerção de seus governantes.

a) Do regulamento paralelo
É importante ressaltar que, após a tomada do poder pelos “Camisas -púrpuras”,
não houve uma preocupação para com a alteração das leis anteriores ao
regime de exceção, sendo essas preservadas e mantidas.
Entretanto, embora o ordenamento jurídico do período anterior à ditadura
ainda, teoricamente, estivesse vigente, como alega a acusação, é possível
encontrar provas incontestáveis de que havia um regulamento vigente, editado
pelo governo do partido, como demonstram os dois trechos do livro-base
abaixo:
“O governo não respeitava as obrigações impostas pela Constituição, pelas
antigas leis ou mesmo por suas próprias leis.” (FULLER, Lon L., Caso dos
denunciantes invejosos, pág. 30).
“O chefe optou pela solução de ação direta do partido, acompanhada por
um regulamento secreto que ratificou sua legalidade, confirmando os títulos de
propriedade obtidos pelo emprego de violência física.” (FULLER, Lon L., Caso
dos denunciantes invejosos, pág.31).
Apesar do regulamento dos Camisas Púrpuras ser, em tese, secreto, era
de conhecimento geral que quem desobedecesse às ordens do regime nunca
mais era visto. Por mais que não se possa usar o artigo específico que
comprove isso, a própria acusação concorda sobre o autoritarismo e a violência
do regime anterior. É importante lembrar que foi sob esse contexto que o réu
cometeu o ato do qual está sendo acusado o que explicita a privação de sua
vontade e a necessidade de cumprir minuciosamente o que lhe era ordenado.

Artigo 22 CP: Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita


obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem.

b) Dos atributos da Norma jurídica

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De acordo com Nader, a norma jurídica possui alguns atributos básicos.
Dentre eles, há três de grande relevância, os quais são: a vigência, a eficácia e
a efetividade. As normas anteriores ao regime que iam contra às novas leis
impostas não eram cobradas da população, ou seja, não tinham vigência ou
aplicabilidade. Não possuíam eficácia, pois os próprios governantes a
ignoraram. Por fim, não eram efetivas, uma vez que durante o regime estavam
apenas no papel como teoria, mas não era postas em prática. Sendo assim,
foram substituídas, de forma imposta, pelas normas do partido dos Camisas
Púrpuras e aceitas tacitamente pela população, passando a vigorar dentro do
território nacional. Vale lembrar que as normas dos Camisas Púrpuras tinham
validade no que se refere ao aspecto técnico-jurídico pois foram criadas
segundo critérios já estabelecidos no sistema jurídico através de emendas
constitucionais:

Artigo 60 CF: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


II- do presidente da república

c) Irretroatividade da Lei
Após a promulgação de uma lei, passado o vacatio legis, a lei deve
começar a produzir efeitos a partir do momento em que se torna vigente. Um
novo direito, ou uma nova lei, não pode alterar fatos já ocorridos no passado e
julgar velhos acontecimentos. De acordo com Bonnecase, “se fosse permitido a
lei destruir ou perturbar todo um passado jurídico regularmente estabelecido, a
lei não representaria mais do que um instrumento de opressão e anarquia”.
Sem a garantia da irretroatividade, não há segurança jurídica. No âmbito do
direito penal brasileiro, a lei só poderá retroagir em benefício do réu. Se o réu
fosse condenado por atos que cometeu durante a vigência das leis dos
Camisas Púrpuras, o ato seria tão contraditório quanto o regime ditatorial em
questão que desobedece a própria Constituição.

Artigo 5° XL CF: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

d) Do perdão judicial
O réu teve seus pais mortos pelo Estado, desenvolveu estresse pós-
traumático, foi obrigado a permanecer no país e a participar de uma armação
do Estado contra um empresário opositor de grande influência. Também foi
obrigado a enganar Vitória, que tirou sua vida pedindo a condenação de
Vinícius sem saber as reais razões dele. Todo esse martírio o réu será
obrigado a carregar pelo resto de sua vida. Portanto o perdão judicial é a
medida mais adequada.

Artigo 121 CP Parágrafo 5°: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz


poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal dose torne
desnecessária.

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Artigo 4° CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de
os exercer:
III- Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade.

Além do mais, como apontado pela própria acusação, o regime dos


Camisas Púrpuras era marcado pelo terror e pela repressão. Vinicius foi
ameaçado inúmeras vezes para satisfazer as vontades do regime, além de ter
sido proibido de deixar o país, o que o torna tão vítima quanto os outros
envolvidos no processo: João Henrique e Vitória, infelizmente já falecidos. Não
é justo deixar que o Estado falhe mais uma vez, punindo o réu que agiu
mediante aos seguintes crimes cometidos contra ele:

Artigo 146 CP: Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça,


ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.

Artigo 147 CP: Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou


qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.

Artigo 148 CP: Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou


cárcere privado.

Sendo esses, apenas os crimes cometidos pelo Estado a um único


indivíduo em uma única ação. Se alguém deve ser punido, deve ser as
pessoas que ocupavam os mais altos cargos e não os indivíduos que eram
usados e dispensados pelo Estado a todo instante. Para que a justiça seja feita
é necessário que o réu, que já sofreu o suficiente, seja perdoado e libertado de
uma vez por todas.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após um breve período de transformação é necessário que se haja uma


mudança de mentalidade em função da contínua progressão. Isso posto, cabe
salientar que a jurisprudência deve se adaptar ao período a qual se refere o
caso e se atentar as minudências de cada caso em função de uma real justiça.

Salienta-se assim, então, um julgamento em conforme às leis então


postas e aos valores vigorados por elas nesse período de revolução. Dito isto
torna se completamente plausível a absolvição do réu frente a uma denúncia
com pormenores levianos.

Sendo assim a absolvição do réu torna se necessária para que os


instrumentos estatais de cunho executivo mantenham seu princípio de
credibilidade e de equanimidade frente a acusações passionais.

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Os caminhos de uma nova época são traçados nos mínimos detalhes de
cada decisão. Como no referente à absolvição de Vinícius Batista da Silva
posto que este não fez mais que sua obrigação legal.

Fortaleza, 28 de abril de 2019

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V. DAS EVIDÊNCIAS CONCRETAS
PROVA Nº1
A prova abaixo se refere ao depoimento de um Ex-Secretário Nacional
de Segurança Pública que atuou durante o regime dos Camisas-Púrpuras.
1. Registro taquigráfico de Audiência realizado pela Coordenadoria de
Taquigrafia do STJ, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal,
Ministro Relator
2. Para manter a fidelidade à gravação, foi preservada a oralidade do texto,
inclusive no que se refere a eventuais inadequações à norma culta, bem como
a grafia dos nomes próprios não pôde ser verificada por falta de acesso aos
autos do processo.
3. Trechos inaudíveis estão marcados no texto pelo símbolo (…).
PODER JUDICIÁRIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
AIJE n. 2343-09.2019.3.00.0000/DF
Depoimento de William Carlos Vellasquéz, no dia 09 de abril de 2019
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL N. 2343-
09.2019.3.00.0000/DF
TERMO DE TRANSCRIÇÃO 342
Juiz - Senhor Henri, bom dia.
Depoente - Bom dia.
Juiz - Doutor, para que conste nos autos, o senhor foi secretário nacional de
segurança pública no governo dos Camisas Purpuras pelo período de 2003 a
2015?
Depoente - Sim, participei do governo desde sua ascensão até sua queda.
Juiz- O senhor estava a par de todas as decisões que o alto escalão dos
Camisas Purpuras
e do governo?
Depoente - Não, mas eu trabalhei próximo à sala do ex-ministro da justiça e da
segurança pública, e ele sempre fazia reuniões na salinha dele, especialmente
acerca das questões jurídicas e da construção da ideia do ato jurídico de modo
que a população, caso cometesse algum ato supostamente desejado pelo
partido, não houvesse a responsabilização do Estado.
Juiz- E esses atos seriam de alguma forma para tolher àqueles que infringiam
as suas infrações que o partido considerava?
Depoente – Supostamente sim, inclusive havia rumores pelos corredores do
Ministério da Justiça que o partido estaria se apropriando de legislação para se

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utilizar de pena de morte nos casos que o partido julgasse necessário, foi então
aí então que o Ministro, em conversas nos horários de almoço, dizia para os
outros ministros sobre os atos de guerrilha e de subversão ao governo.
Juiz – E a que se referiam essas conversas?
Depoente – Geralmente ele dizia sobre coisas que angustiava a ele para
acabar com os problemas pequenos do Estado, como pessoas que sonegavam
impostos, gente que era irresponsável com os próprios documentos, ricos que
se valiam de poder para ir contra o sistema.
Juiz – Então, por ideia do Ministro o Presidente se utilizou da ideia de um
Estado de exceção, em condição análoga a uma guerra?
Depoente – Possivelmente, não sei ao certo se foi ideia do Ministro, mas ele
falava muito disso.
Juiz – E você sabe por qual motivação coisas simples foram tidas como crime
com pena de morte?
Depoente – Como eu disse, o porquê eu não sei, mas ele sempre esbravejava
acerca dessas pessoas que eram irresponsáveis e que, possivelmente, elas
estariam ligadas às guerrilhas.
Juiz – E isso não poderia incorrer? Não poderia haver confusões entre quem
era subversivo e ou apenas coagido?
Depoente – De fato sim, mas seguiram em frente com a ideia e hoje há vários
processos em andamento em virtude disso.
Juiz – Havia algo que ditava que e porquê de seguir essas regras? Como um
regulamento que faria toda a população se conscientizar?
Depoente – Não, pelo menos eu nunca ouvi falar de um. No entanto, na
agenda da secretaria de segurança nacional tinha inúmeras reuniões nos
tribunais com todos os desembargadores e responsáveis locais pela justiça.
Juiz – E você nunca ouviu mencionarem os assuntos dessas reuniões?
Depoente – Não, mas eu ouvia o ex-ministro dizer que seria um grande para a
pátria e contra os subversivos.
Juiz – E como se davam essas denúncias?
Depoente – Uma colega de trabalho na época, também secretária-adjunta do
ministério da justiça, disse que estava rolando uns boatos que a polícia local
estava coagindo a população e praticamente oprimindo elas a denunciarem os
possíveis casos de subversão.
Juiz – E que casos eram esses?

13
Depoente – Era os que passavam nas propagandas, como denunciar que não
estivesse com a carteira de identidade. Na época havia várias propagandas
coercitivas que praticamente “compravam” as pessoas que se sentiam na
mesma condição ideológica do partido.
Juiz – E ninguém nunca desconfiou de você no período? Afinal, você,
aparentemente, detém muita informação acerca do período.
Depoente – Se eu demonstrasse qualquer postura que fosse incomoda ao
partido, eu seria removido do cargo e possivelmente acusado de algum crime
que me levaria à pena de morte. Eu tinha família, todos eram preocupados
comigo, preferi ceder e seguir o que a mim era ditado.
Juiz – Então havia um regulamento sobre o regime?
Depoente – Não, havia discursos que insinuavam, mas regulamentos não. Eu
tinha acesso aos arquivos do governo e até hoje não de haver visto algo do
tudo e pra mim, tudo ainda é muito vivo. Foram tempos cruéis.
Juiz – Então você confirma que, embora não houve explícito textualmente,
havia um código coercitivo dentro do serviço público que obrigava a todos a
seguirem o “regimento” que ditava o partido?
Depoente - Sim. Exatamente isso aí!
Juiz - Certo. Nada mais havendo a ser transcrito, encerra-se o presente termo.

14
PROVA Nº 2
Abaixo contém o documento emitido pelo órgão (AIN), que controlava a
inteligência e os dados durante o regime, que veio a se tornar público após o
fim do regime dos camisas - púrpuras.

15
PROVA Nº 3

Segue a Certidão de Óbito dos pais de Vinicius Batistas da Silva.


Respectivamente, o sr. Marcos Soares da Silva e a sra. Virginia Sousa Batista,
constando que eles foram mortos devido perfurações, ele com 17 perfurações
e ela com 8, profundas feitas por balas de Calibre .380ACP. No mesmo dia e
no mesmo local e aproximadamente a mesma hora.

REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

CERTIDÃO DE ÓBITO
NOME:
Marcos Soares da Silva

MATRÍCULA:
29008101552019458267456818124322

SEXO COR ESTADO CIVIL E IDADE


Masculino Negro Casado 54 anos

NATURALIDADE DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO


Brasileiro Registro Geral (210241214)
Cadastro de Pessoa Física (373.958.303-77)
ELEITOR
Sim

FILIAÇÃO E RESIDÊNCIA
Filho de Jorge Gonçalves da Silva com sua esposa Fátima Porto da Silva, associando a
residência de habitação como uma casa localizada na Rua Antônio Augusto Número 570, com
CEP definido de 60110-370

DATA E HORA DE FALECIMENTO


A Data de falecimento é 15/03/2004
Falecimento datado às 21:00 horas

DIA MÊS ANO


15 03 2004

LOCAL DE FALECIMENTO
Cruzamento da Rua Professor Vieira com Rua Graco Cardoso – Município de Fortaleza - CE

16
CAUSA DA MORTE
Perfuração de Projéteis de calibre .380ACP

SEPULTAMENTO/CREMAÇÃO (MUNICÍPIO E CEMITÈRIO, SE CONHECIDO)


Sepultamento no Cemitério Jardim da Paz encontrado no Município de Fortaleza

DECLARANTE
Dr. Antônio Arildo Bezerra, Legista.

NOME E NÚMERO DE DOCUMENTO DO MÉDICO QUE ATESTOU O ÓBITO


Raimundo Gonçalves Leite — 19847

OBSERVAÇÕES AVERBAÇÕES

Foi constatado a presença de 17 perfurações causa por arma de fogo. Com ênfase em dois
projéteis que atingiram o crânio e ricochetearam rasgando a massa encefálica e interrompendo
funções cerebrais.

NOME DO OFÍCIO - O conteúdo da certidão é verdadeiro. Dou fé


OFICIAL REGISTRADOR - Tabelião Data e local: 15/03/2004
Cartório Pergentino Maia

MUNICÍPIO/UF - Fortaleza – Ceará


ENDEREÇO - Av. Padre Antônio Tomás, 920 Tâmia Sucupira Jonas

Assinatura do
Oficial

17
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

CERTIDÃO DE ÓBITO
NOME:
Virginia Sousa Batista

MATRÍCULA:
29008101552019458267456818124323

SEXO COR ESTADO CIVIL E IDADE


Feminino Negra Casada 56 anos

NATURALIDADE DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO


Brasileiro Registro Geral (220456309)
Cadastro de Pessoa Física (403.601.315-87)
ELEITOR
Sim

FILIAÇÃO E RESIDÊNCIA
Filho de Clodoaldo da Silva Batista com sua esposa Antonia Sousa Batista, associando a
residência de habitação como uma casa localizada na Rua Dona Leopoldina Número 20, com CEP
definido de 60160-040

DATA E HORA DE FALECIMENTO


Data de falecimento é 15/03/2004
Falecimento datado às 21:00 horas

DIA MÊS ANO


15 03 2004

LOCAL DE FALECIMENTO
Cruzamento da Rua Professor Vieira com Rua Graco Cardoso – Município de Fortaleza - CE

CAUSA DA MORTE
Perfuração de Projeteis de calibre .380ACP

SEPULTAMENTO/CREMAÇÃO (MUNICÍPIO E CEMITÈRIO, SE CONHECIDO)


Sepultamento no Cemitério Jardim da Paz encontrado no Município de Fortaleza

DECLARANTE
Dr. Antônio Arildo Bezerra, Legista.

NOME E NÚMERO DE DOCUMENTO DO MÉDICO QUE ATESTOU O ÓBITO


Raimundo Gonçalves Leite — 19847

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OBSERVAÇÕES AVERBAÇÕES

Foi constatado a presença de 8 perfurações causa por arma de fogo. Com ênfase em um projétil
que atingiu o crânio, perfurando a massa encefálica, interrompendo funções cerebrais.

NOME DO OFÍCIO - O conteúdo da certidão é verdadeiro. Dou fé


OFICIAL REGISTRADOR - Tabelião Data e local: 15/03/2004
Cartório Pergentino Maia

MUNICÍPIO/UF - Fortaleza – Ceará


ENDEREÇO - Av. Padre Antônio Tomás, 920 Tâmia Sucupira Jonas

Assinatura do Oficial

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PROVA Nº 4

A prova abaixo relata sobre o Laudo Psicológico de Vinicius, feito em


05 de abril de 2019, o qual identifica que Vinicius adquiriu transtornos
psicológicos, nomeado de “estado de ‘stress’ pós-traumático”, após vivenciar
um trauma que foi a execução de seus pais.

20
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PROVA Nº 5

Lista de matriculados no curso de gastronomia na Fametro, no ano de


2004, que incluem o sr. Vinicius e a sra. Vitória, sendo esse o meio por qual
eles se conheceram.

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PROVA Nº 6
A carta da RECEITA FEDERAL abaixo indica incongruências no
processo de declaração do imposto sobre renda e lucro
Para confirmar a veracidade da carta enviada, a Receita Federal encaminhou
mensagem para a caixa postal do respectivo contribuinte, que pode ser acessada por
meio do e-CAC (http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/atendimento-virtual)

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PROVA Nº 7
Histórico de pesquisa do celular de Vinicius Batista da Silva,
evidenciando uma tentativa do mesmo de fugir do país.

HISTÓRICO:

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PROVA Nº8

A prova abaixo se refere ao testemunho do indivíduo que, pago por


Vitoria, entregou a caixa com as provas à polícia.
1. Registro taquigráfico de Audiência realizado pela Coordenadoria de
Taquigrafia do STJ, conforme determinação do Senhor Ministro Relator.
2. Para manter a fidelidade à gravação, foi preservada a oralidade do texto,
inclusive no que se refere a eventuais inadequações à norma culta, bem como
a grafia dos nomes próprios não pôde ser verificada por falta de acesso aos
autos do processo.
3. Trechos inaudíveis estão marcados no texto pelo símbolo (…).
4. Fora novamente, através de registro taquigráfico, conferidas novas
perguntas acerca do caso para o Sr. Francisco Sousa da Silva Pereira,
requerido no caso por nova avaliação por parte da DEFESA.
PODER JUDICIÁRIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
AIJE n. 2343-09.2019.3.00.0000/DF
Depoimento de Francisco Sousa da Silva Pereira, no dia 12 de março de 2019
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL N. 1943-
58.2014.6.00.0000/DF
TERMO DE TRANSCRIÇÃO 435
O depoente respondeu da seguinte forma ao que lhe foi perguntado:
Juiz - Senhor Francisco, bom dia.
Depoente - Bom dia, doutor juiz.
Juiz – Sem adições de contestas e já admirando sua postura quanto ao caso, e
para que este seja logo solucionado, quereria que você me respondesse a
algumas perguntas, seria possível?
Depoente –Sim. Claro, senhor.
Juiz - Onde o senhor vive atualmente?
Depoente – Atualmente eu estou aqui perto, próximo a uma ponte que está
abandonada.
Juiz - Portanto, configura-se sem teto e com pouca ou nenhuma parte
financeira?
Depoente – Isso aí mesmo, doutor.
Juiz – Posto o caso, você já viu algo de parecido com bonança ultrajante e sem
perspectiva de benefício próprio?

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Depoente – É mei (sic) difícil, senhor. É que nós que mora na rua, a gente
sofremo muito até pra pedir, o povo não gosta de ve mendingo.
Juiz - No entanto, a você lhe foi concedido algo como parecido?
Depoente – Sim, no começo eu achei estranho aí depois, a senhora tava tão
estranha, meio triste. Me deu um dinheiro, pediu pra mim ser feliz e que ela
tava muito abalada porque acabou com a vida de alguém e pediu que levasse
uma caixa pra polícia. Né todo dia que nos ve gente boa assim, né?
Juiz – O senhor já havia visto ou tido algum contato que comprometesse a
relação entre vocês?
Depoente – Não seu doutor, mas ela me disse o nome dela que era Vitória e na
hora eu disse que meu nome era Francisco.
Juiz – Em algum momento ocorreu a sensação de vê o que havia na caixa?
Por alguma motivação você verificou o que estava contido ali?
Depoente – Não seu doutor, fui muito respeitoso, ela me deu uma bolada de
dinheiro, nunca tinha visto tanto na vida, eu não fazia algo de errado né? Ai eu
levei pra delegacia né?
Juiz – E o fato de ela ter dito que tinha acabado com a vida de alguém não o
fez curioso?
Depoente – Um pouquinho. Achei estranho porque sei lá né, vai saber, mas eu
levei mesmo assim porque ela parecia que tinha acabado com alguém, que era
uma briga de romance, de novela mesmo, aí tinha a caixinha de coração né?
Eu levei, vai que o marido dela fosse da polícia e ela queria fazer as paze.
Juiz - Certo. Nada mais havendo a ser transcrito, encerra-se o presente termo.

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PROVA Nº 9

Consta a perícia feita na identidade de João Henrique, exigida após a


entrega da mesma ao morador de rua. Na qual foi encontrada apenas as
impressões digitais de João Henrique e Vitória. Eximindo o réu de qualquer
ligação ao sumiço e o suposto roubo da Identidade de João Henrique.

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PROVA Nº 10

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PROVA nº10

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Solicitante: ROL DE PROMOTORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO, a partir de


solicitação do Ministro Relator responsável;

Dado o reconhecimento da conversação através de SMS por celular, e após


comprovação mediante ATA NOTARIAL, vê-se necessário o diálogo com os
supostos policiais condicionados como atuantes pela prova, segundo a carta da
acusação.

1. Dados de localização dos dois policiais foram obtidos através da


utilização do número telefônico, o qual, por coincidência, permanecera o
mesmo, embora se tenha trasladado o tempo;
Casa de Roberto Ferreira Ramos, localizado em SHA Conjunto 4 - SH
Arniqueiras Colônia Agrícola Vereda da Cruz, 44 - Taguatinga, Brasília -
DF

40
Casa de Thomas Daniel, localizado em Q 204 - Taguatinga, Brasília -
DF, 71939-540, Apartamento 5° Piso-A

2. A plataforma de utilização desta localização para tal pesquisa, fora a


LOCALIZE, reconhecida e utilizada por diversas empresas;
(https://assertivasolucoes.com.br/servicos/localize/)
3. Dado o processo de recolhimento de relatório taquigráfico, fora solicitado
aos indivíduos o comparecimento à audiência para o registro
taquigráfico, mediado e solicitado pela Coordenadoria de Taquigrafia do
STJ, conforme determinação do Senhor Ministro relator, perante
solicitação passível de negação do rol de advogados do ministério
público;
4. Para manter a fidelidade à gravação, foi preservada a oralidade do texto,
inclusive no que se refere a eventuais inadequações à norma culta;
5. Trechos inaudíveis estão marcados no texto pelo símbolo (…);

PODER JUDICIÁRIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

41
AIJE n. 2343-09.2019.3.00.0000/DF

Depoimento de Thomas Daniel Moura Eufrades, no dia 16 de março de


2019

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL N. 1943-


58.2019.7.00.0000/DF

TERMO DE TRANSCRIÇÃO 556

Juiz – Sr. Cabo Eufrades, bom dia.

Depoente – Bom dia, excelência.

Juiz – Para que conste nos autos, o senhor atuou enquanto policial no período
de 2003 a 2015, correto?

Depoente – Sim, excelência.

Juiz – Neste período, era comum algum tipo de orientação para a atuação da
polícia nas ruas ?

Depoente - Sim, participei de palestras e organizações corporativas na época,


eles explicavam pra gente que nós tínhamos que seguir o que o comando
mandava, porque a polícia tinha que seguir ordens, pois só assim o povo
também obedeceria à polícia.

Juiz- O senhor estava a par de todas as decisões que o alto escalão dos
Camisas Purpuras e do governo?

Depoente – Eu gostava do que eles pregavam, algumas coisas me empolgava


no trabalha e não faltava nunca.

Juiz- Você admite haver tido algum processo de tortura, de agressão, de


coação ou de incitação ao desrespeito à constituição?

Depoente – Falando assim parece muito forte, mas o governo sempre nos dizia
que ia fazer as reformas nas leis para poder colocar ordem no país, para que
ele voltasse ao progresso, acabar com os sonegadores de impostos, com os

42
mentirosos, com os frouxos, o país precisava de gente que tivesse coragem
para vestir a camisa do partido, o partido do Brasil.

Juiz - E qual foi a razão para se utilizar de violência e tortura, ou não houve?

Depoente – A gente não torturava ninguém, excelência, a gente só queria que


eles nos dissessem o que havia ocorrido, quem estaria subvertendo o sistema.
Era difícil pra gente, a gente também sofria porque se a gente não fizesse, eles
também ameaçavam a gente de expatriação.

Juiz - Havia algum texto que regulamentava essas ações?

Depoente – Não, eu nunca soube, mas a pressão era muito grande, a gente foi
obrigado a perseguir um rapaz aí, por exemplo, que fazia um curso de culinária
e que vivia com uma moça, o marido dela era sonegador de imposto, a gente
tinha que sumir com o cara.

Juiz - Então, como que os operadores da justiça ficavam sabendo desses atos?

Depoente – Eles não ficavam, senhor, eles que mandavam a gente fazer isso.

Juiz – Como se dava esse processo de “desaparecimento dos indivíduos”?

Depoente – Isso é difícil de falar, tenho medo de me comprometer e destruir


minha família, eu só estava seguindo ordens.

Juiz – Os desaparecimentos eram feitoS por vocês ou pelos indivíduos


coagidos?

Depoente – Pelos indivíduos coagidos, eles no futuro que seriam


culpabilizados.

Juiz - Certo. Nada mais havendo a ser transcrito, encerra-se o presente termo.

Depoimento de Roberto Ferreira Ramos, no dia 17 de março de 2019

TERMO DE TRANSCRIÇÃO 557

Juiz – Sr. Cabo Ramos, bom dia.

Depoente – Bom dia, senhor.

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Juiz – Para que conste nos autos, o senhor atuou enquanto policial no período
de 2003 a 2015, correto?

Depoente – Sim, senhor.

Juiz – A sua relação com os outros policiais era equânime? É... igualitária,
havia intimidade entre vocês?

Depoente - Sim, senhor. As palestras fez com que nos aproximemos, ainda
teve um caso que eu fiz em Fortaleza, mas logo fui transferido para Brasília,
porque a gente sempre era remanejado depois de terminar um caso.

Juiz- O senhor estava a par de todas as decisões que o alto escalão dos
Camisas Purpuras e do governo?

Depoente – Mais ou menos, não sei exatamente do que o senhor fala, mas nas
palestras eles ensinavam a gente à seguir o que eles diziam, que a gente
alcançaria o progresso e que os delinquentes mereciam ser mortos, eu
concordava demais porque a violência era muito grande, e quem cometia ato
ilícito pequeno, cometia dos grandes.

Juiz- E como se davam esses casos?

Depoente – Eles faziam com que nós incentivássemos os civis a perseguir aos
que de alguma forma ia contra o que pregava o governo, os subversivos.

Juiz – Houve algum motivo para se utilizar de violência e tortura?

Depoente – A gente só fazia isso com quem o governo dava corda, os


subversivos, os negligentes com documentos pessoais, os sonegadores de
impostos, com quem não respeitasse os símbolos do governo.

Juiz - Havia algum texto que regulamentava essas ações?

Depoente – Não, não era de conhecimento de nenhum de nós. Mas as


palestras feitas pelo ministro da justiça nos estados eram suficientes, eu
mesmo assisti à duas.

Juiz – E há alguma comprovação do que era dito lá?

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Depoente – Que eu lembre não, mas eu lembro que toda documentação
relacionada era fictícia. Ele sempre enfatizava que por não haver mudanças na
constituição, era necessário que tudo fosse muito ocultado, para que sem que
houvesse um choque social, houvesse mesmo assim o progresso e a ordem.

Juiz – Então havia um regulamento, mas fictício?

Depoente – Regulamento é estranho, senhor. Havia um pacto de voz, a gente


também era submetido a certas ameaças, eu mesmo fui ameaçado de morte. E
eles sempre se utilizavam de discursos bem fantasiosos, mas mesmo assim,
eu entendia o que eles queriam e não tinha porque eu não seguir.

Juiz - Certo. Nada mais havendo a ser transcrito, encerra-se o presente termo.

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PROVA N°11

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL

PROCESSO Nº 001/2019

Vinícius Batista da Silva, brasileira, solteiro, escritor, por seus advogados


e procuradores Ana Carolina Alves Araújo, OAB/CE nº 31.737, Sidrack Rack
Moraes Alves, OAB/CE n° 61.443 e Loyhan Ferreira Torres, OAB/CE nº 74.161
vêm à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 427 do
Código de Processo Penal, ingressar com o presente pedido de
DESAFORAMENTO, pelos fatos e direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O suplicante Vinícius Batista da Silva, incurso no art. 121, § 2o, inciso I e IV,
do Código Penal, teve seu julgamento designado com o prazo de 3 (três)
meses.
Certo que o crime atraiu as atenções da imprensa, do Tribunal de Justiça e dos
supostos agentes que estariam na condições de imparcialidade no júri, além de
gerar grande comoção social e em virtude das condições de justiça de
transição, recentemente entendidos pós-regime dos camisa-púrpuras, poderá
de alguma forma influenciar no processo de decisão e na imparcialidade dos
membros do Júri.

DO DIREITO

O suplicante deve ser desaforado, Excelentíssimo Ministro do Supremo


Tribunal Federal.
O Código de Processo Penal no seu artigo 427 afirma que se o interesse da
ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri
ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do
Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante
representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do
julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existem
aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

46
Ora Excelência, as circunstâncias fáticas apontam que o requerente está em
vias de ser submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, e se isso
ocorrer o veredito será decaído de imparcialidade, vez que a vítima
exercia ordens de um regime autoritário e, por essa razão era ainda submetido
a coação seguido de pena de morte caso não seguisse as ordens estatais,
além de todo o processo sentimental motivado pelos corpos de prova
apresentados pela acusação, o que evidencia a ideia de que por haver sido
responsabilidade estatal os ditos processuais que criminalizam o suplicante,
este se vê na condição de réu a ser julgado por um mesmo local, onde antes
era submetido a ordens de cunho autoritário.
Em decorrência disso, gera dúvidas sobre a imparcialidade dos jurados,
especialmente nesta situação de justiça de transição, criando assim um clima
de possível sentimentalismo, a partir da perspectiva da não responsabilidade
do Estado do regime dos camisas-púrpuras, por parte dos jurados.
Na contramão da imparcialidade está a Constituição Federal que, no seu artigo
5º, inciso LIV garante o devido processo legal através de julgamento imparcial
ao acusado em processo.
Que seja obedecido o contraditório, nos termos da Súmula 712 do STF, e dada
à defesa oportunidade de audiência.

DO PEDIDO

Do exposto, denotar-se-á, após a audiência com a parte contrária, na qual será


garantida o contraditório e a ampla defesa, que seja deferido o pedido de
desaforamento conforme assegura a Lei.

Nestes termos, Pede Deferimento.

Fortaleza, 12 de abril de 2019

Advogada Ana Carolina Alves Araujo


OAB/CE nº 31.737

Advogado Sidrack Rack Moraes Alves


OAB/CE n° 61.443

Advogado Loyhan Ferreira Torres


OAB/CE nº 74.161
PROCURAÇÃO PARTICULAR

47
OUTORGANTE: VINÍCIUS BATISTA DA SILVA, brasileiro, solteiro, escritor, inscrito
no CPF/MF sob o nº446.802.300-11, RG nº4782038813495 SSP/CE, filho de Marcos
Soares da Silva e Virgínia Souza Batista.

OUTORGADOS: Dra. Ana Carolina Alves Araújo, brasileira, solteira, advogada,


inscrita na OAB-CE sob nº 31.737, Dr. Sidrack Rack Moraes Alves, brasileiro, solteiro,
advogado, inscrito na OAB-CE sob o nº 61.443 e ao Dr. Loyhan Ferreira Torres,
brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB-CE sob o nº 74.161, estando estes com
mesmo endereço profissional na Rua 731, 251- A – Conjunto Ceará, Etapa 2,
Fortaleza - CE, 60531-770

PODERES: por este instrumento particular de procuração, constituo meus bastantes


procuradores os outorgados, concedendo-lhes os poderes da cláusula ad judicia et
extra, para o foro em geral, e especialmente para: PROPOR AÇÃO PENAL em face
de CONJUNTURA LTDA., inscrita no CNPJ/MF sob nº 467.776.009/0000-02,
podendo, portanto, promover quaisquer medidas judiciais ou administrativas, em
qualquer instância, assinar termo, substabelecer com ou sem reserva de poderes, e
praticar ainda, todos e quaisquer atos necessários e convenientes ao bom e fiel
desempenho deste mandato.

PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga aos Advogados acima


descritos, os poderes para, em nome do outorgante, receber citação, confessar,
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito
sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso, pedir a
justiça gratuita e assinar declaração de hipossuficiência econômica. (Em
conformidade com a norma do art. 105 do NCPC15)
Os poderes específicos acima outorgados poderão (ou não poderão) ser
substabelecidos.

Fortaleza/CE, 11 de abril de 2019

VINÍCIUS BATISTA DA SILVA


RG nº 4782038813495 SSP/CE

48
CONJUNTURA
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S

Direito e Humanização
ROL DE ADVOGADOS PARTICIPANTES DA BANCA DE DEFESA

___________________________________ ___________________________________
Sidrack Rack Moraes Alves Ryan Ramalho Lima de Lavor
OAB/CE 61.443 OAB/CE 74.444

___________________________________ ___________________________________
Ana Carolina Alves Araújo Luis Gustavo Cruz Gomes
OAB/CE 31.737 OAB/CE 62.434

___________________________________
Francisco Yuri Souza de Menezes
___________________________________
OAB/CE 21.261
Arthur Nogueira Soares
OAB/CE 40.231

___________________________________
___________________________________ Iago Felipe da Costa Monteiro
OAB/CE 71.714
Francisco Batista Ribeiro Filho
OAB/CE 32.611

___________________________________
___________________________________ Jessica Maria de Sousa Oliveira
OAB/CE 17.172
Ana Luiza Souto Maior Viana
OAB/CE 61.663

___________________________________
___________________________________
Victor Matheus Santos Feitosa
Loyhan Ferreira Torres
OAB/CE 61.619
OAB/CE 74.161

___________________________________ ___________________________________
Lara Camilly Andrade Gomes Pablo dos Santos Nogueira
OAB/CE 41.441 OAB/CE 17.710

___________________________________ ___________________________________
Maria Beatriz Abreu da Graça Silva Abraao Oliveira Batista Landim
OAB/CE 07.097 OAB/CE 41.232
___________________________________
Bruno Soares Alves Diniz
OAB/CE 61.459

___________________________________
João Pedro Cunha Carneiro
OAB/CE 69.495

___________________________________
Rodrigo Araújo Pinheiro
OAB/CE 72.264

___________________________________
Lucas Palácio de Queiroz Garcia
OAB/CE 29.099

___________________________________
Isaac Michiles Freire
OAB/CE 63.353

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