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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa


CURSO: Teologia
DISCIPLINA: Teologia Espiritual
PROFESSOR: Pe. André Erick
ALUNO: Jefferson Márcio Tenório Oliveira

A ORAÇÃO: VIA DE UNIÃO COM DEUS NA VIDA COTIDIANA

Resumo:

A oração é uma resposta do homem a iniciativa divina, brota do coração humano


desejoso por unir-se ao seu Criador. O caminho que propomos é apenas uma simples
contribuição a quem por ventura venha ter contato com este esforço de produção acadêmica,
embora, contenha um fim acadêmico avaliativo, poderá servir de auxílio a quem desejar, sendo
assim, esse caminho possui em seu desenvolvimento três pontos de reflexão: o primeiro, a
oração como primazia de Deus; o segundo, a oração como aliança esponsal; e finalmente, o
terceiro ponto exortar a necessidade de um coração puro para ver a Deus.

Palavras chaves: Oração – Aliança – Coração - Esponsalidade

Introdução:

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), dividido em quatro seções, dedica a última seção
a oração, e enfatiza que ela é o vínculo de relação pessoal do homem com Deus, no qual nós
professamos a fé e celebramos na liturgia sacramental, de tal modo, a oração proporciona “que
a vida dos fiéis seja configurada com Cristo no Espírito Santo para glória de Deus Pai” (CIC.
2558).

A oração, portanto, explicada por Santa Teresinha do Menino Jesus e apresentada pelo
próprio CIC, norteará a nossa explanação: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é
um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da
tribulação como no meio da alegria”. A Santa Carmelita propõe que compreendamos a oração
como um movimento natural do coração humano, um “impulso”, e que, por sua vez, é fruto de
um amor gratuito e dado em todos os momentos da vida, impulso esse que vai dando sentido
sobrenatural a vida ordinária e comum de todos os dias. Com esse intento, é desejo deste simples
trabalho acadêmico, apresentar um entre tantos outros aspectos da oração, que é justamente a
sua urgência para a vida do cristão que vive metido nas coisas do mundo e, nele, é chamado a
contemplar a Deus que se manifesta de forma simples e ordinária.

1. Oração: primazia de Deus:

Ao falarmos da oração como um impulso natural do homem que sente necessidade do


Transcendente, surge então um questionamento dos homens hodiernos que, numa postura
“ockheana”, navalharam até o pé de suas existências a possibilidade de Deus e, por essa razão,
estranham os que ainda hoje manifeste a sua necessidade de rezar. Nessa perspectiva, o CIC
abre a primeira seção com uma afirmativa extremamente contundente a respeito da estrutura
ontológica mais profunda do ser humano:

“O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o


homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem
para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que
procura sem descanso” (CIC, 27).
O homem é “primereiado” por Deus, porque a busca do homem por Deus é
consequência da iniciativa do próprio Deus, que o criou com um desejo inscrito em seu coração
e, ao mesmo tempo, não cansa de atraí-lo a si. É de Deus, e somente dele a primazia do dom da
oração, pela qual o homem sai ao seu encontro. O ser humano busca, porque primeiro Deus
chamou-o, provocou-lhe uma sede, um desejo, que somente pode ser saciado e satisfeito,
quando o verdadeiro objeto dessa busca é encontrado. Sendo assim, é natural rezar, é natural se
ajoelhar, é natural reconhecer que a inquietude que queima no peito é um desejo por unir-se a
Deus. Então, por mais que o materialismo ateu, e toda e qualquer corrente de pensamento
imanentista insista que Deus seja um sistema de alienação e projeção de remédio para a
enfermidade do homem, encontramos, em Chesterton, a verdade de que, essa busca, a oração,
é o que de fato concede lucidez e liberdade ao homem:

"O homem acha natural cultuar. Ele não apenas se sente mais livre quando se
curva; ele de fato se sente mais alto quando se curva. Qualquer coisa que retire
esse gesto de adoração acaba atrofiando-o ou mutilando-o para sempre. Ser
meramente secular seria servidão e aprisionamento. Se não pode orar, o
homem se sente amordaçado; se não pode ajoelhar-se, ele se sente
acorrentado". (Chesterton, O Homem Eterno. 2013. P.90).
2. Oração: aliança esponsal:

As Sagradas Escrituras falam continuamente do coração como lugar de decisão, e onde


no homem Deus habita. O coração como imagem da totalidade da pessoal humana, manifesta-
se inteiro quando o homem reza, pois, reza com toda sua totalidade, com o seu coração todo,
entregando-se ao Amado que o atrai a si e, com ele, deseja unir-se em comunhão, em uma
relação de esponsalidade, aquela mesma aliança profunda que faz a jovem do Cântico dos
Cânticos sair pelas ruas da cidade em busca do Amado (cf. Ct 3, 1-4).

Poderíamos, a partir da premissa anterior, nos aproximarmos de uma possível


conclusão, de que a união esponsal é o fim para o qual o homem foi criado, mais uma vez, as
Sagradas Escrituras nos ajudam a compreender essa dimensão escatológica da existência
humana: “Jesus respondeu-lhes: os homens e as mulheres neste mundo casam-se e são dados
em casamento, mas os que forem julgados dignos de participar do mundo vindouro e da
ressurreição dos mortos, não se casam nem são dados em casamento” (Lc 20,34-35). No céu,
os homens não são dados em casamento, pois a união, que é de aliança esponsal, dar-se-á com
Deus, por Ele o homem busca e encontra quando reza.

Por essa razão, a oração transforma o coração, deixando-o sensível a presença de Deus
e, assim, capaz de encontrá-lo no meio da vida cotidiana. Nesse sentido, ajuda-nos o exemplo
de Santa Tereza de Jesus, conta a tradição entre os carmelitas, que certa feita, quando Tereza
estava preparando ovos para a comunidade, teve um momento místico de êxtase que a
paralisou por alguns segundos, ao voltar em si, disse as monjas: “em meios às panelas, também
o Senhor anda”.

3. Coração puro para ver a Deus

O caminho que temos feito, tem nos permitido compreender que a oração brota de um
lugar específico e, que ao mesmo tempo, é o lugar onde Deus desce para habitar no homem, o
coração, que é anelado pelo amor gratuito e misericordioso de Deus. Esse coração que se eleva
ao Criador torna-se puro na medida que vai entregando-se nas mãos do Amado, essa pureza
torna límpida a visão beatíssima, já aqui na terra, dando por antecipação, centelhas de
eternidade e, assim, unindo cada vez mais a alma esposa ao divino Esposo.

No percurso de Nosso Senhor à Jerusalém, no monte das bem-aventuranças, enquanto


formava os doze, ele disse: “bem-aventurados os puros no coração, pois eles verão a Deus”
(Mt 5, 8).

Tomáš Špidlík cita em seu livro, “A arte de purificar o caração”, o místico siríaco
Martyrius Sahdôna que escreve: “Ah! O olhar puro do coração que vê bem, graças a sua
pureza, Aquele do qual os serafins cobrem o rosto! Onde, pois, [Deus] será amado a não ser
no coração? E onde se manifestará senão aí?” É unanime a compreensão da necessidade da
oração como suspiro da alma ao seu Senhor e, mais ainda, é certa a compreensão de que um
coração que se permite arder por causa da Palavra (cf. Lc 24, 32) é transformado no Amado,
como uma experiencia da forja que acontece com o ferro no fogo para ganhar a forma que o
ferreiro quer dar-lhe.

Conclusão:

Finalmente, o fim do homem é Deus, seu Criador e o Conservador da sua vida, é dele
a primazia da oração, suscitando-a no coração humano, é Ele que desce das alturas para ouvir
o clamor do seu povo (cf. Ex 3, 7). A Igreja, em sua liturgia, de modo específico, no diálogo
dos prefácios, clama aos seus filhos: “corações ao alto!”, pois essa é a vocação do homem, o
Céu, a santidade, no entanto, ninguém poderá alcançar este fim, se não reza: “santo, sem
oração?!... - Não acredito nessa santidade. (Caminho, 107)”.

Bibliografia:
- Bíblia Sagrada. 1º ed. Brasília. CNBB, 2018.
- Catecismo da Igreja Católica. Ed. Típica Vaticana. SP. Loyola, 2000.
- Escrivá, Josemaria. Caminho. 12º, ed. SP. Editora Quadrante
- Špidlik, Tomás. A arte de purificar o coração. 4º ed. SP. Paulinas,
2014.
- Chesterton. G. K. O homem eterno. 1º ed. SP. Mundo Cristão, 2013

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