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Resumo:
Introdução:
O Catecismo da Igreja Católica (CIC), dividido em quatro seções, dedica a última seção
a oração, e enfatiza que ela é o vínculo de relação pessoal do homem com Deus, no qual nós
professamos a fé e celebramos na liturgia sacramental, de tal modo, a oração proporciona “que
a vida dos fiéis seja configurada com Cristo no Espírito Santo para glória de Deus Pai” (CIC.
2558).
A oração, portanto, explicada por Santa Teresinha do Menino Jesus e apresentada pelo
próprio CIC, norteará a nossa explanação: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é
um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da
tribulação como no meio da alegria”. A Santa Carmelita propõe que compreendamos a oração
como um movimento natural do coração humano, um “impulso”, e que, por sua vez, é fruto de
um amor gratuito e dado em todos os momentos da vida, impulso esse que vai dando sentido
sobrenatural a vida ordinária e comum de todos os dias. Com esse intento, é desejo deste simples
trabalho acadêmico, apresentar um entre tantos outros aspectos da oração, que é justamente a
sua urgência para a vida do cristão que vive metido nas coisas do mundo e, nele, é chamado a
contemplar a Deus que se manifesta de forma simples e ordinária.
"O homem acha natural cultuar. Ele não apenas se sente mais livre quando se
curva; ele de fato se sente mais alto quando se curva. Qualquer coisa que retire
esse gesto de adoração acaba atrofiando-o ou mutilando-o para sempre. Ser
meramente secular seria servidão e aprisionamento. Se não pode orar, o
homem se sente amordaçado; se não pode ajoelhar-se, ele se sente
acorrentado". (Chesterton, O Homem Eterno. 2013. P.90).
2. Oração: aliança esponsal:
Por essa razão, a oração transforma o coração, deixando-o sensível a presença de Deus
e, assim, capaz de encontrá-lo no meio da vida cotidiana. Nesse sentido, ajuda-nos o exemplo
de Santa Tereza de Jesus, conta a tradição entre os carmelitas, que certa feita, quando Tereza
estava preparando ovos para a comunidade, teve um momento místico de êxtase que a
paralisou por alguns segundos, ao voltar em si, disse as monjas: “em meios às panelas, também
o Senhor anda”.
O caminho que temos feito, tem nos permitido compreender que a oração brota de um
lugar específico e, que ao mesmo tempo, é o lugar onde Deus desce para habitar no homem, o
coração, que é anelado pelo amor gratuito e misericordioso de Deus. Esse coração que se eleva
ao Criador torna-se puro na medida que vai entregando-se nas mãos do Amado, essa pureza
torna límpida a visão beatíssima, já aqui na terra, dando por antecipação, centelhas de
eternidade e, assim, unindo cada vez mais a alma esposa ao divino Esposo.
Tomáš Špidlík cita em seu livro, “A arte de purificar o caração”, o místico siríaco
Martyrius Sahdôna que escreve: “Ah! O olhar puro do coração que vê bem, graças a sua
pureza, Aquele do qual os serafins cobrem o rosto! Onde, pois, [Deus] será amado a não ser
no coração? E onde se manifestará senão aí?” É unanime a compreensão da necessidade da
oração como suspiro da alma ao seu Senhor e, mais ainda, é certa a compreensão de que um
coração que se permite arder por causa da Palavra (cf. Lc 24, 32) é transformado no Amado,
como uma experiencia da forja que acontece com o ferro no fogo para ganhar a forma que o
ferreiro quer dar-lhe.
Conclusão:
Finalmente, o fim do homem é Deus, seu Criador e o Conservador da sua vida, é dele
a primazia da oração, suscitando-a no coração humano, é Ele que desce das alturas para ouvir
o clamor do seu povo (cf. Ex 3, 7). A Igreja, em sua liturgia, de modo específico, no diálogo
dos prefácios, clama aos seus filhos: “corações ao alto!”, pois essa é a vocação do homem, o
Céu, a santidade, no entanto, ninguém poderá alcançar este fim, se não reza: “santo, sem
oração?!... - Não acredito nessa santidade. (Caminho, 107)”.
Bibliografia:
- Bíblia Sagrada. 1º ed. Brasília. CNBB, 2018.
- Catecismo da Igreja Católica. Ed. Típica Vaticana. SP. Loyola, 2000.
- Escrivá, Josemaria. Caminho. 12º, ed. SP. Editora Quadrante
- Špidlik, Tomás. A arte de purificar o coração. 4º ed. SP. Paulinas,
2014.
- Chesterton. G. K. O homem eterno. 1º ed. SP. Mundo Cristão, 2013