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N U E V A REVISTA DE

FILOLOGÍA HISPÁNICA
TOMO XXIV NÚM. 1

¿ES P O É T I C A L A F U N C I Ó N POÉTICA?

E l concepto de función poética, cuya vigencia se asocia hoy con


el n o m b r e de R o m a n Jakobson, fue forjado, si no me e n g a ñ o , por los
l i n g ü i s t a s del C í r c u l o de Praga, en el marco de su c o n c e p c i ó n fun-
cional de l a lengua como "sistema de medios apropiados a u n f i n "
(Tesis, 1 a ) , directamente i n f l u i d a por K a r l B ü h l e r , que mantuvo
con ellos amistosas relaciones (su estudio " P h o n e t i k u n d Phonolo-
1
gie" a p a r e c i ó en los Travaux, 4, 1931) . P e r o no hubiera podido
ser a c u ñ a d o sin l a ayuda de Jakobson y de otros exiliados rusos,
que aportaban al C í r c u l o l a p r e o c u p a c i ó n por el lenguaje artístico
y las conclusiones a que sobre él h a b í a n llegado los miembros de la
Opojaz. E n t r e ellas, l a de que el i d i o m a literario se diferencia del
e s t á n d a r p r i m o r d i a l m e n t e por el relieve que confiere a los signos,
atrayendo sobre ellos l a a t e n c i ó n d e l lector y del oyente. E n las
2
Tesis de Praga de 1929, l a 3 a, redactada por J a k o b s o n , opone l a
fonction de communication, que orienta el lenguaje hacia el signi-
3
ficado, a l a fonction poétique, que l o dirige hacia el signo m i s m o .
P e r o ese concepto, cuya fecundidad se i n t u í a , distó de ser cla-
ro en P r a g a por aquellos años. Jakobson, en su famoso ensayo " C o
4
je p o é s i e ? " (1933-1934), l o identifica con l a n o c i ó n formalista de
poeticidad, que c o r r e s p o n d í a a l o m i s m o : sería u n componente que
transforma necesariamente los otros elementos y hace que la pala-

1
Las propuestas de Bühler fueron muy discutidas en el Círculo; cf. K .
HORÁLEK, "Les fonctions de la langue et de la parole", Travaux Lingidstiques
de Prague, 1 (1966), 41-46, y C . H E E S C H E X N , Cuestiones fundamentales de
lingüistica, M a d r i d , 1975, pp. 64-65.
2
Cf. Change, 1969, n ú m . 3, p. 51. Redacción no significa autoría: las Tesis
recogían el sentir colectivo del Círculo.
8
L a idea tenía precursores; cf. T . T O D O R O V , " R o m a n Jakobson poéticien",
Poétique, 1971, n ú m . 7, pp. 275-276; y "Artistic language and ordinary lan-
guage", The Times Literary Supplément, 5.X.73, p. 1169.
4
H a y traducción francesa: "Qu'est-ce que la poésie?", en Questions de
poétique, Paris, 1973, pp. 123-124. Antes en Poétique, 1971, n ú m . 7,"pp. 299-309.
2 FERNANDO LÁZARO CARRETER NRFH, XXIV

b r a sea sentida como tal palabra. Poeticidad es, por l o d e m á s , u n a


variante t e r m i n o l ó g i c a de dominante, concepto que l a Opojaz reci-
5
b i ó con toda p r o b a b i l i d a d del a l e m á n Christiansen y que el gran
maestro ruso p r e f i r i ó en las conferencias a que fue i n v i t a d o por l a
U n i v e r s i d a d Masaryk de B r n o en 1935, de las cuales conocemos u n
6
extracto p u b l i c a d o hace pocos a ñ o s . D e l a dominante h a b í a n tra-
tado con frecuencia los formalistas, especialmente I. T y n i a n o v , el
cual, en su resonante obra Archaisty i novátory (1929), tras haber
repetido el aserto fundamental, en que c o i n c i d í a todo el grupo, de
que " l a literatura es u n a c o n s t r u c c i ó n verbal, p e r c i b i d a precisa-
mente por su c o n s t r u c c i ó n " , afirmaba que no todos los elementos
de ese sistema se relacionan en pie de igualdad, sino que el funda-
mento d i n á m i c o d e l texto exige que predomine u n grupo de ele-
mentos (la dominante), con l a consiguiente d e f o r m a c i ó n y subordi-
7
n a c i ó n de los o t r o s . Jakobson, en B r n o , r e p e t í a estos conceptos:
" l a dominante es el elemento focal de u n a obra de arte: gobierna,
determina y transforma los d e m á s elementos, garantiza l a c o h e s i ó n
de l a estructura". Sólo que, a c o m o d á n d o s e al marco funcionalista
8
del C í r c u l o , adoptaba para l l a m a r l a el nombre de función estética ,
preferido por algunos praguenses como Mukarovsky y H a v r á n e k y
que m u y pronto s u s t i t u i r á por el ya definitivo en él de función
poética. D e este modo, poeticidad, dominante y función poética
son, en su pensamiento, u n a m i s m a cosa.
A tal f u n c i ó n v o l v i ó a referirse el a ñ o siguiente, en u n a inter-
v e n c i ó n a que fue i n v i t a d o por el C í r c u l o L i n g ü í s t i c o de Copenha-
gue (12 de septiembre de 1936) ; en ella expuso sucintamente las i n -
quietudes y conclusiones científicas de l a Opojaz (era tal vez una
de las primeras informaciones que, sobre aquel m o v i m i e n t o , reci-
9
b í a n lingüistas ajenos a l a e s l a v í s t i c a ) . T r a s referirse al primer
m o m e n t o de dicha escuela, en que l a obra l i t e r a r i a fue conside-
rada como u n a suma de procedimientos, d e s c r i b i ó c ó m o se h a b í a
pasado a interpretarla como u n sistema de procedimientos jerar-
quizados. Y e x p l i c ó que este sistema p o d í a oponerse al lenguaje

5
Cf. V . E R L I C H , El formalismo ruso, Barcelona, 1974, p. 285.
6
L . M A T E J K A y K . P O M O R S K A (eds.), Readings in Russian poetics, Cam-
bridge y Londres, 1971; trad. francesa en Questions de Poétique, pp. 145 ss.
7
Sigo la traducción italiana Avanguardia e tradizione, Barí, Dédalo L i b r i ,
1968, pp. 32 y 54. Puede verse m i aplicación de la noción de dominante en
" L a poética del arte mayor castellano", HRL, 1, pp. 343-378.
8
Cf.: " L a definición de la función estética como dominante de la obra
poética permite definir l a j e r a r q u í a de las diversas funciones lingüísticas en
el interior de la obra poética . . . Si la función estética desempeña el papel
de dominante en u n mensaje v e r b a l . . . " , Questions, p. 148.
9
Se h a b í a n hecho algunas exposiciones anteriores del pensamiento forma-
lista ruso en lenguas occidentales (seis registra V . E R L I C H , op. cit., pp. 428-429),
siempre en revistas de estudios eslavos.
NRJFH, XXIV ¿ES POÉTICA L A FUNCIÓN POÉTICA? 3

de l a r e p r e s e n t a c i ó n (Darstellung) por e l hecho de que en ambos


operaban distintas funciones indisolublemente unidas, pero orde-
nadas d e modo distinto: l a representativa y l a poética. Acerca de
en q u é consistiera esta ú l t i m a , se l i m i t ó a decir q u e permite perci-
b i r el signo como t a l : n i n g ú n progreso, pues, sobre l o que estable- *,
1 0
c í a n las Tesis de 1929 .
S i n embargo, l a c u e s t i ó n d e b i ó de ser activamente considerada
en el C í r c u l o praguense. T a m b i é n en 1936, J a n M u k a r o v s k y pre-
1 1
s e n t ó a l cuarto Congreso de L i n g ü i s t a s u n a c o m u n i c a c i ó n en l a
que s i n duda refunde hallazgos propios y ajenos, especialmente
los de Jakobson o recibidos a través de é l . Es u n a buena muestra
de l a acción fecundante que ejerció sobre los filólogos checos l a ,
i n c o r p o r a c i ó n de los desterrados rusos. M u k a r o v s k y , partiendo d e l
m o d e l o funcional de B ü h l e r , le a ñ a d e u n a cuarta f u n c i ó n , l a esté-
tica, q u e se o p o n d r í a a las tres definidas por el psicólogo de V i e n a
por su naturaleza n o práctica. S u acción consiste, s e g ú n el comuni-
cante, en privar a l a lengua de conexiones utilitarias y en conver-
tir el signo en centro de a t e n c i ó n , v o l v i e n d o l a actividad de hablar
en hablar sobre sí mismo. E n realidad, eran las ideas formalistas
rusas, las de " C o je p o é s i e ? " de Jakobson, sobre todo, mejor estruc-
turadas, m á s p l á s t i c a m e n t e expuestas, y enunciadas ante u n audito-
r i o q u e t e n í a escaso contacto c o n aquellas cuestiones, y que d e b i ó
sorprenderse ante u n a a f i r m a c i ó n como esta: " L a L i n g ü í s t i c a n o
tiene derecho a regatearle a l a f u n c i ó n p o é t i c a el lugar que le es
d e b i d o a l lado de las otras funciones fundamentales de l a lengua".
D e este modo, como hemos dicho, los problemas del i d i o m a
12
particular de l a literatura quedaban insertos en el p a r a d i g m a
funcional b ü h l e r i a n o , e incorporados, p o r tanto, a l a L i n g ü í s t i c a .
C o n ello, se a d q u i r í a n perspectivas que p a r e c í a n valiosas para des-
e n t r a ñ a r l o s , pero era necesario averiguar e l m o d o concreto de
manifestarse y actuar l a f u n c i ó n poética, es decir, se precisaba des-
c u b r i r los artificios de que se vale para lograr l a mise en relief de
los signos. M u k a r o v s k y y, en general, los checos n o lograron avance
alguno, en este punto, sobre l o que ya h a b í a n establecido los for-
malistas. V i k t o r Sklovskij, por ejemplo, h a b í a afirmado que, en l a
literatura, se desautomatiza el lenguaje; todo cuanto sorprenda, será
ú t i l instrumento para el artista, el cual l o g r a r á sus objetivos me-
diante e l e x t r a ñ a m i e n t o (ostranenie) y l a c o m p l i c a c i ó n de l a for-

1 0
Cf. Bulletin du Cercle Linguistique de Copenhague, 3 (1938) ; hay
traducción francesa del original alemán, en Change, 1969, n ú m . 3, pp. 93-99.
1 1
" L a d é n o m i n a t i o n poétique et la fonction esthétique de la langue",
Actes du Quatrième Congrès International de Linguistes, Copenhague, 1938,
pp. 98-104.
1 2
Empleo este término en la acepción precisa definida por T H O M A S S.
K U H N , La estructura de las revoluciones científicas, Mexico, F.C.E., 1971.
4 FERNANDO LÁZARO CARRETER NRFH, XXIV

1 3
m a . E n la citada c o m u n i c a c i ó n del c é l e b r e esteta checo, n o se
leen observaciones precisas sobre el m o d o de e x t r a ñ a r ; sólo en u n
momento, en que señala q u e l a f u n c i ó n p o é t i c a no está ausente d e l
lenguaje ordinario, apunta: "todo procedimiento que hace resaltar
las relaciones s e m á n t i c a s que organizan el contexto, provoca l a fun-
c i ó n estética; toda semejanza u o p o s i c i ó n de sentido puesta de re-
lieve, todo parecido f o n é t i c o chocante, toda i n v e r s i ó n desacostum-
brada del orden de palabras, etc., provocan u n a sacudida de placer
estético". Pero esto tampoco s u p o n í a u n a novedad, tras los delicados
análisis del tejido l i n g ü í s t i c o en l a prosa y, sobre todo, en el verso
a que se h a b í a n aplicado los formalistas, para comprobar c ó m o y
c u á n t o se desviaba de l a n o r m a (cf. E R L I C H , op. cit., pp. 3 3 5 - 3 3 6 ) .
E l punto de vista funcional checo y los viejos problemas y solu-
ciones de la Opojaz a c o m p a ñ a r o n a Jakobson en su e x i l i o norte-
americano, durante el cual fue madurando su pensamiento hasta
darle una f o r m u l a c i ó n neta, destinada a i n f l u i r del m o d o que se
h a visto después, en su famosísima conferencia del Congreso de
1 4
Indiana sobre el estilo ( 1 9 5 8 ) , " L i n g u i s t i c s and poetics" . E n ella,
el paradigma funcional de B ü h l e r alcanza el desarrollo de todos
conocido, con el m a n t e n i m i e n t o de la f u n c i ó n poética, conforme
a las conclusiones de Praga, y l a a d i c i ó n de dos m á s : l a fática o de
1 3
contacto, definida antes por M a l i n o w s k i , y l a meta-lingüística,
adoptada por Jakobson de l a lógica. A través de esa c o m u n i c a c i ó n ,
d i f u n d i d a por sus traducciones a muchas lenguas y amparada por
el prestigio o m n í m o d o que como l i n g ü i s t a rodeaba a su autor, el
concepto de función poética se hizo familiar para todos los filólo-
gos, ya no sólo como concepto sino como clave eficiente para sor-
prender l a literaridad en c u a l q u i e r texto. Partiendo de las dos

1 3
Por lo demás, el origen aristotélico de esta doctrina es evidente, como
reconoce el propio S'klovskij, a quien leo en la traducción italiana de su prin-
cipal ensayo, "L'arte come arteficio", en Una teoría della prosa, Bari, 1966,
p. 28 (hay t a m b i é n traducción francesa, en la conocida antología de forma-
listas rusos de T . Todorov, pp. 76-97). Los formalistas aceptaron, .en general,
la explicación del e x t r a ñ a m i e n t o (cf. Erlich, op. cit., p. 258), pero fue en
Praga donde se estableció su correlación con la función estética, por obra de
R . Jakobson, J . Mukarovsky y B . H a v r á n e k ; éste lo hizo de modo explícito
en u n memorable trabajo de 1932, que conozco en su traducción inglesa, " T h e
functional differentiation of the standard language", en P. L . G A R V Í N (ed.),
A Fragüe school reader on esthetics, literary structure and style, Georgetown
University, 1964, pp. 3-16.
1 4
De la cual hay t r a d u c c i ó n al español, en T H O M A S A . S E B E O K (ed.),
Estilo del lenguaje, M a d r i d , pp. 123-173. Sobre la importancia y significado
de este texto jakobsoniano, remito a m i trabajo " L a lingüística norteameri-
cana y los estudios literarios en la ú l t i m a década", ROcc, 27 (1969), 319-347.
1 5
Puede leerse el importante pasaje sobre lo que él l l a m ó comunicación
fática, en la traducción al español del libro de C . K . O G D E N y I. A . R I C H A R D S ,
El significado del significado, Buenos Aires, 1954, pp. 328-332.
NRFH, XXIV ¿ES POÉTICA LA FUNCIÓN POÉTICA? 5

coordenadas estructurales básicas, l a de selección (que permite ex-


traer d e l corpus el vocablo apropiado, e l i g i é n d o l o entre otros que
se ofrecen al hablante y que, por tanto, desecha) y l a de combina-
ción (mediante l a cual los t é r m i n o s elegidos se r e ú n e n en u n a
cadena), aquella f u n c i ó n "proyecta el p r i n c i p i o de l a equivalencia
del eje de l a selección sobre el eje de l a c o m b i n a c i ó n ' ' . D i c h o de
otro modo, en l a lengua artística, al contrario de l o que ocurre en
el discurso o r d i n a r i o , l o ya e m i t i d o reaparece en l a cadena; el emi-
sor vuelve sobre ello con el f i n de ponerlo de relieve y, por lo
tanto, de llamar l a a t e n c i ó n sobre el mensaje. Y n o sólo en el n i v e l
léxico, sino t a m b i é n en el fonológico, en el p r o s ó d i c o , en el morfo-
lógico y en el sintáctico. Veni, vidi, vici alcanzó esplendor p o é t i c o
por " l a s i m e t r í a de los tres verbos bisílabos con i d é n t i c a consonante
i n i c i a l e i d é n t i c a vocal f i n a l " . L a r i m a , a l a que d e d i c ó Jakobson
importante espacio (enriqueciendo los hallazgos formalistas con las
sagaces opiniones de H o p k i n s ) sería u n modelo de estas recurren-
cias o repeticiones en que la f u n c i ó n p o é t i c a consiste. Pero e l fenó-
meno, como he dicho, se p r o d u c i r í a a m á s altos niveles que el del
sonido o el l é x i c o : " L o s manuales creen en la existencia de poemas
desprovistos de i m á g e n e s pero, de hecho, l a pobreza en tropos léxi-
cos está compensada por suntuosos tropos y figuras gramaticales.
L o s recursos p o é t i c o s disimulados en l a estructura m o r f o l ó g i c a y
sintáctica del lenguaje, es decir la poesía de la g r a m á t i c a , y su pro-
ducto literario, l a g r a m á t i c a de l a poesía, han sido raramente reco-
1 6
nocidos por los c r í t i c o s , y casi totalmente descuidados por los
l i n g ü i s t a s ; como contrapartida, los escritores creadores han sabido
sacar de ellos, a menudo, u n partido magistral".
Jakobson, pues, en l a madurez de su genio, daba a l f i n con la
f ó r m u l a á v i d a m e n t e buscada desde sus a ñ o s de M o s c ú y de Praga:
l a función poética definida en las Tesis checas de 1929, es primor-
dialmente l a función recurrente del lenguaje, como l a l l a m a r á , es-
t i m u l a d o por las ideas de H o p k i n s algunos años d e s p u é s , en u n fun-
1 7
damental trabajo , donde profundizando en su e x p o s i c i ó n de 1958,
escribe: " T o d a r e p e t i c i ó n , susceptible de atraer l a a t e n c i ó n , de u n
mismo concepto gramatical, se convierte en procedimiento p o é t i c o
eficaz". Se trata de u n artificio que compromete a la g r a m á t i c a en
todos sus niveles. A r m a d o con este eficaz instrumento, el gran l i n -
güista escribía hace poco: " D u r a n t e los ú l t i m o s veinte años, mis
investigaciones en e l d o m i n i o de la poética se h a n concentrado
1 6
E n rni art. cit., p. 339, señalé cómo de esta acusación d e b í a exceptuarse
Amado Alonso, que h a b í a explicado el verso libre de Neruda (Poesía y estilo
a
de Pablo Neruda, 2 d . cd., Buenos Aires, 1951) por la observación de sus
recurrencias.
1 7
"Poésie de la grammaire et grammaire de la poésie", Lingua, 21 (1968),
597-609. Reproducido en Questions, pp. 219-233.
6 FERNANDO LÁZARO CARRETER NREH, XXIV

p r i n c i p a l m e n t e en el estudio de l o que el poeta G e r a r d Manley


1 8
H o p k i n s d e f i n i ó como «figuras de l a g r a m á t i c a » " . Y obsesionado
1 9
con el p r o b l e m a y su presunta solución , h a experimentado en
esta é p o c a l a fecundidad de su t e o r í a en textos literarios de q u i n c e
o dieciséis lenguas diferentes.
D e esta manera, Jakobson ha construido u n sistema para e x p l i -
car los f e n ó m e n o s de l a lengua l i t e r a r i a , q u e n o sé b i e n si despla-
za a l de A r i s t ó t e l e s o si es su c u l m i n a c i ó n . Frente al b i m i l e n a r i o
paradigma a r i s t o t é l i c o , en el c u a l l a i n v e s t i g a c i ó n de las "virtutes
e l o c u t i o n i s " constituye u n aleatorio d e s c u b r i m i e n t o i n d u c t i v o para
su posterior clasificación ( t a x o n o m í a , por t a n t o ) , al servicio de l a
mimesis en que debe ejercitarse el aprendiz de escritor u orador, y
en e l que los hallazgos se suman c u m u l a t i v a m e n t e , sin intentar re-
2 0
ducirlos a u n principio ú n i c o , el p a r a d i g m a jakobsoniano absorbe
la casuística de l a r e t ó r i c a y p o é t i c a tradicionales, y l a dota de u n
2 1
principio informador . L a p r o p i a o b r a d e l maestro, y la de m u -
chos de quienes, reticentes o no, h a n adoptado sus p r i n c i p i o s e x p l i -
cativos —-Levin, R u w e t , J . D u b o i s y colaboradores en l a Rhétorique
2 2
genérale (Paris, 1970), Koch, Lotman , etc.— se inscriben en

1 8
"Postscriptum", en Questions, p. 487.
1 9
" E l problema que empezó a preocuparme y que, por supuesto, me pre-
ocupa continuamente, es el del papel de l a gramática en l a lengua poética.
T a l problema se impuso a m í cuando empecé a comparar obras originales con
sus diversas traducciones. Y cuando empecé a estudiar lo que se llamaba
"poemas sin imágenes", "poemas de ideas" [...] Fue entonces cuando entrevi
el papel esencial de las figuras y de los tropos gramaticales"; conversación de
R . Jakobson con J . P. Faye, J . Paris y J . R o u b a n d (1970), en Change
(Hypothéses), 1972, p. 48.
2 0
L a mejor exposición de conjunto y de detalle del modelo aristotélico
es l a de H . L A U S B E R G , Manual de retórica literaria, M a d r i d , 1966, 3ts.; puede
consultarse ahora t a m b i é n la reciente traducción de su libro Elementos de
retórica literaria, Madrid, Credos, 1975. Sobre el paso que Aristóteles dio
convirtiendo en arte lo que antes era simple constatación empírica, véase
t a m b i é n el prólogo de A . T o v a r a su edición y traducción de la Retórica,
M a d r i d , Instituto de Estudios Políticos, 1953, pp. xxvii-xxviii.
2 1
R . Barthes escribía en los comienzos de este giro fundamental que
Jakobson i m p r i m í a a los estudios sobre l a lengua literaria, apartándolos del
secular modelo aristotélico: "Se trata de u n análisis cuyo proyecto no es nuevo,
pero al que el reciente desarrollo de la lingüística estructural y de la teoría
de la información ofrecen nuevas posibilidades de exploración" ( " E l análisis
retórico", en Literatura y sociedad (1967), M a d r i d , 1969, p. 39). Pero, de
ser cierto m i punto de vista, no son sólo "posibilidades de exploración" las
que ha abierto Jakobson, sino u n enfoque revolucionariamente original de la
retórica y de la poética,. Cf. estas palabras de N . R U W E T , Langage, musique,
poésie, Paris, 1972, p. 214: " [ E l modelo jakobsoniano] representa el primer
esfuerzo serio para formular una hipótesis general sobre l a estructura del
lenguaje poético y unifica en u n esquema ú n i c o u n gran n ú m e r o de rasgos
dispares a primera vista".
2 2
E n su extraordinario libro (que empleo en traducción francesa) La
NRFH, XXIV ¿ES 1*0 É T I C A LA FUNCIÓN POÉTICA? 7

d i c h o paradigma, que constituye hoy por hoy la m á s fecunda clave


para interpretar la literatura como u n a clase peculiar de lenguaje.
E l auge c o n t e m p o r á n e o de la r e t ó r i c a es l a consecuencia m á s visi-
ble de l a influencia de Jakobson.
Este hecho incontestable ofrece, sin embargo, o p o r t u n i d a d para
u n a breve m e d i t a c i ó n acerca del curso que sigue la historia de la
ciencia. P o r q u e ocurre que los fundamentos básicos de ese para-
d i g m a h a b í a n sido observados ya en 1924 por u n investigador
francés, E u g è n e - L o u i s M a r t i n , en u n a tesis doctoral que n o ha
23
dejado el menor recuerdo en los estudios l i t e r a r i o s . D e b o su ha-
llazgo a mero azar. Se trata de u n estudio ordenado y m e t ó d i c o ,
p r á c t i c a m e n t e exhaustivo, de los geometrismos observables en poe-
tas y prosistas franceses de los tres ú l t i m o s siglos no es escaso m é -
r i t o el suyo haber r e u n i d o bajo una sola r ú b r i c a , la de poesía, tanto
l a prosa como el verso; pero t e n í a d e t r á s a M a l l a r m é y a Souza).
P o r supuesto, no hay en la bibliografía que cita n i el menor rastro
de los formalistas; debe sus principales impulsos para estudiar las
s i m e t r í a s a Beck de F o u q u i è r e s , que escribió sus obras entre 1879
y 1881, y al p r i m e r G r a m m o n t (1908-1914). Puede suponerse, por
tanto, que su sustento t e ó r i c o resulta hoy absolutamente delezna-
ble. Fundamenta, por ejemplo, el p r e d o m i n i o de las simetrías en la
textura literaria por su constante presencia en l a naturaleza, de la
cual el arte es p u r a i m i t a c i ó n . A p r o v e c h a sus observaciones para
convertirlas en n o r m a del buen escribir, recomendando l a s i m e t r í a
variada a la simple, con el f i n de evitar l a m o n o t o n í a , etc.
Pero, mezcladas con tan estricta s u m i s i ó n a l a t r a d i c i ó n r e t ó r i c a
el lector tiene ocasión de sorprenderse con observaciones agudas.
H e a q u í algunas que copio para no alterar su l i t e r a l i d a d :
I
[La simetría] est un moyen d'appeler dans le champ lumineux de
l'attention certains mots ou groupes de mots, de les rapprocher
ainsi et de faire apparaître le rapport que les unit (18).

[La simetría] frappe notre attention d'autant plus vivement qu'elle


es plus accusée. Parfois elle nous étonne et elle va même jusqu'à
nous choquer (24).

structure du texte artistique, Paris, 1973, dedica abundantes páginas (148-


298) a la función estructuradora de las repeticiones, en todos los niveles de
la lengua. C o n su familiar conocimiento de sus compatriotas, señala las abun-
dantes observaciones que, sobre esta cuestión, realizaron los formalistas, y que
Jakobson tuvo, sin duda, en cuenta al realizar su síntesis. Pero al hablar de
las "repeticiones gramaticales", atribuye su descubrimiento a Jakobson (p. 234) ;
el cual a su vez remite a Hopkins, según hemos dicho, el hallazgo de su
importancia como estructura básica del lenguaje literario.
2 3
Les symétries du français littéraire, Paris, P.U.F., 1924. L a tesis fue
defendida un a ñ o antes en Poitiers.
8 FERNANDO LÁZARO C ARRETER NRFH, XXIV

2 4
Y recuerda tanto a Jakobson como a S. L e v i n ( m á s a éste
a ú n ) , en afirmaciones como las siguientes, que n o necesitan glosa
para los lectores familiarizados con ambos l i n g ü i s t a s :

Deux ou plusieurs idées sont parallèles lorsqu'elles sont compara-


bles, c'est à dire lorsqu'elles se ressemblent ou contrastent plus ou
moins, et lorqu'elles ont des places comparables (27).

Que l'on considère la phrase simple [...] ou la phrase complexe


[...],' ses divers éléments, mots et groupes de mots, sont semblables
ou analogues lorsque les rôles qu'ils ont à jouer sont analogues ou
semblables. I l suffira qu'ils aient des places analogues pour qu'ils
se correspondent symétriquement (30).

Il suffit que deux mots ou deux groupes de mots soient gramma-


ticalement de même espèce et placées d'une manière analogue pour
qu'on aperçoive entre eux une symétrie (60).

¿ Q u é es esto, en gran m e d i d a sino l a " g r a m á t i c a de l a p o e s í a "


que tanto preocupa a Jakobson? A buen seguro, gozaría leyendo
los millares de ejemplos demostrativos que M a r t i n a c u m u l ó en su
tesis. P o r supuesto, u n a parte fundamental del l i b r o está dedicado
al estudio de las s i m e t r í a s prosódicas y fónicas (le bruyt des cymbales
barbares, M i c h e l e t ; O nef inébranlable aux flots comme aux rafales,
L e ç o n te de L i s i e ) , para acabar con una c o n c l u s i ó n de aire jakobso-
n i a n o sorprendente:

Il faut proclamer hautement que ces phénomènes très diférents


en apparence, et que l'on sépare soigneusement, le parallélisme
logique entre les phrases et entre les divisions naturelles de chacune
d'elles, les oppositions grammaticales, les correspondances mélodi-
ques, les jeux de syllabisme, ceux d u rythme et ceux de l'homo-
phonie sont en réalité du m ê m e genre, et relèvent d'une m ê m e
science qu'il importerait de constituer: celle de la symétrie [...] Les
symétries de chaque espèce dans le français littéraire, sont nom-
2 5
breuses et forment un système très compliquée (278) .

E . - L . M a r t i n preveía, pues, u n a nueva ciencia, la de la sime-


t r í a (¡tan p r ó x i m a a la actual p o é t i c a ! ) , y, por tanto,, la r u p t u r a
con algo en que, sin embargo, estaba preso: el paradigma aristoté-
lico. A pesar de las intuiciones brillantes que hemos seleccionado

2 4
Cf. Estructuras lingüísticas en la poesía, presentación y apéndice de
F. Lázaro Carreter, Madrid, 1974.
2 5
Por supuesto la importancia de la función organizadora de los geo-
metrismos había sido observada desde antiguo en las poesías hebrea y china,
y en el folklore de muchos países. Cf. R . Jakobson, " L e parallélisme
grammatical et ses aspects russes", 1966, en Questions, p. 234-279.
NRFH, XXIV JES POÉTICA L A FUNCIÓN POÉTICA? 9

en su texto, éste n o es sino u n c a p í t u l o externo y pormenorizado de


c u a l q u i e r r e t ó r i c a o poética tradicional. L o confirma l a calidad
de ars q u e le atribuye, y l a falta de u n p r i n c i p i o ordenador, porque
sus observaciones, por certeras y pormenorizadas que sean, son sólo
constataciones, casuismo arbitrariamente ordenado; el cual, por su
elocuente abundancia, le estaba haciendo ver que se hallaba ante
u n descubrimiento importante. Pero su carencia de instrumentos
teóricos, su desconocimiento de Saussure, por ejemplo, l o confinaban
en l a categoría de los precursores. Y como tal, creo que es justo
este recuerdo que dedico a su olvidada y polvorienta tesis.
E l esquema explicativo de Jakobson, su concepto de función
poética, ha levantado, como es b i e n sabido, oposiciones cerradas.
Georges M o u n i n , por ejemplo, fundamenta l a suya en que el
análisis meramente formalista olvida el hecho de que l a forma es
u n v e h í c u l o del significado, recayendo en u n a i n d i s t i n c i ó n entre
r e t ó r i c a y poesía: "Esta estilística formalista fracasa ante l a ú n i c a
c u e s t i ó n decisiva: ¿ p o r q u é estas estructuras simétricas, estas corre-
laciones y estas combinaciones formales nos conmueven (suponien-
2 6
do que sean ellas) en tal texto, y nos dejan fríos en tal otro?" .
C o n l o cual demuestra no haber c o m p r e n d i d o el alcance de l a
p o é t i c a estructuralista, que no pretende traspasar los límites de
la textura verbal d e l lenguaje; y olvida que l a crítica literaria, m á s
o menos parafrástica, tampoco explica por q u é u n texto nos emo-
27
ciona o nos resulta indiferente: se l i m i t a a glosar esas reacciones .
Pero n o escasean, como decíamos, las matizaciones y reservas ante
2 8
la potencia explicativa de l a f u n c i ó n p o é t i c a .

2 6
La communication poétique, Paris, 1969, pp. 24-25.
2 7
A críticas como las de M o u n i n ha respondido así Jakobson: los críticos
"se esfuerzan por convencernos de que los métodos estrictos y rigurosos que
el lingüista trata de introducir en la poética, jamás p o d r á n dar cuenta del
sutil no sé qué del que se pretende que l a poesía está hecha. Pero ese no sé
qué permanece igualmente inasible en el estudio lingüístico del lenguaje o de
la sociedad o de la vida o de los misterios de la materia. Resulta inútil opo-
ner con aire de suficiencia el no sé qué a la aproximación ineluctable de las
ciencias".
2 8
E n u m e r a r é sólo algunas: J . D U B O I S y colaboradores, Rhétorique, pp. 23 ss.;
H . M E S C H O N N I C , Pour la poétique, Paris, 1970, pp. 28 ss.; K . D . U I T T I , Lin-
guis tics and ïiterary theory, Englewood Cliffs, N e w Jersey, 1969, pp. 228-240;
M . R I F F A T E R R E , Essais de stylistique structurale, Paris, 1971, pp. 145 ss. Las
más recientes disidencias que conozco son las de P. M . W E T H E R I L L , The
literary text: An examination of critical methods, Oxford, 1973, pp. 191 ss.;
y J . C U L L E R , Structuralist poetics, Londres, 1975, pp. 55-74; esta última es
especialmente incomprensiva y banal. A gran cantidad de las objeciones — mu-
chas de ellas se repiten— contesta Jakobson con mucha viveza, y tal vez
extremando sus posiciones, en el "Postscriptum" de Questions, pp. 485-504, y
en el ensayo "Structures linguistiques subliminales en poésie", ibid., pp. 280-
292, en el que puede verse, tal vez, una réplica a las objeciones que, perso-
10 FERNANDO LÁZARO CARRETER NRFH, XXIV

Entre las objeciones que se h a n aducido alguna vez está l a que,


2 9
tras u n a aceptación imo pectore de l a doctrina jakobsoniana , se
me presenta hoy como m á s d i f í c i l m e n t e reducible. N o constituye
n i n g ú n descubrimiento, puesto que él m i s m o l a s u g i r i ó (sugeren-
cia, por lo d e m á s , que ya h a b í a formulado ante los l i n g ü i s t a s de
Copenhague, cuando les h a b l ó de l a i n d i s o l u b i l i d a d entre f u n c i ó n
poética y función representativa) en su conferencia en Bloorning-
ton: " e l estudio l i n g ü í s t i c o de l a f u n c i ó n p o é t i c a debe rebasar los
l í m i t e s de la poesía". D e otro m o d o : a c t ú a t a m b i é n en actos comu-
nicativos que n o son poéticos. L a poeticidad se alcanzaría cuando
tal función reina sobre las d e m á s ( " L a f u n c i ó n p o é t i c a n o es la
ú n i c a función del arte d e l lenguaje; es sólo l a f u n c i ó n dominante,
mientras que en las d e m á s actividades verbales se l i m i t a a desem-
p e ñ a r u n papel subsidiario, accesorio"). Puede actuar, pues, en l a
c o m u n i c a c i ó n ordinaria, al igual que en cualquier otra clase de
c o m u n i c a c i ó n . Y su eficacia no d e p e n d e r á del n ú m e r o y grado de ar-
tificios que concentre en u n mensaje, sino en que este subordine
sus posibilidades prácticas a la mera e x h i b i c i ó n de sí mismo. E l aná-
lisis que hizo Jakobson d e l eslogan p o l í t i c o I like Ike se h a con-
sagrado como modelo de c ó m o interviene l a p r o b l e m á t i c a f u n c i ó n :
será difícil hallar u n cuerpo verbal m á s breve que le iguale en
artificiosidad. Pero n o sería p o é t i c o porque su i n t e n c i ó n era atraer
votos para l a causa de Eisenhower y dominaba en él, por tanto, l a
f u n c i ó n conativa. S i n embargo, ¿ q u é criterio científico nos permite
controlar l a posología de las funciones? C u a n d o decidimos que en
tal o cual texto prepondera l a poética, ¿ n o estaremos afirmando
t a u t o l ó g i c a m e n t e l o que ya s a b í a m o s antes de considerar su ur-
d i m b r e l i n g ü í s t i c a ? P o r otra parte —y pienso que este argumento
posee fuerza— las funciones son solidarias de l a s i t u a c i ó n en que el
mensaje se emite. / like Ike obraba conativamente en las elecciones
presidenciales norteamericanas de 1953, y sólo entre sus potenciales
electores. ¿Era p o é t i c o ese mensaje para quienes n o l o r e c i b í a n
como exhorto? ¿ L o es hoy, cuando el eslogan, ya inactivo como tal,
es sólo una ingeniosa u r d i m b r e de malicias lingüísticas?
M i insatisfacción actual ante el concepto estampillado en Praga
y adoptado por j a k o b s o n para su estupenda acción en los dominios
de l a lengua literaria, se debe, pues, a este hecho: l a f u n c i ó n poética
no es exclusivamente poética y, por tanto, n o es distintiva. P o r el
contrario se la encuentra en i n f i n i d a d de mensajes —espontáneos,

nalmente y por escrito, le ha planteado Gianfranco Contini; sobre estas


objeciones, cf. S I L V I O A V A L L E D ' A R C O , Formalismo y estructura, Madrid, 1974,
pp. 100 ss.
2 9
Cf. m i trabajo " F u n c i ó n poética y verso libre", Homenaje a Francisco
Ynduráin, Zaragoza, 1972.
NRFI-I, X X I V ¿ES POÉTICA LA FUNCIÓN POÉTICA? 11

publicitarios, religiosos, políticos, legales, contractuales, testimonios


de ofrendas, de pesar o regocijo, de c o n g r a t u l a c i ó n . . que n i
remotamente podemos empadronar en l a literatura. M e parece una
o b j e c i ó n grave, que, u n i d a a otras varias propuestas por diversos
investigadores —descartando muchas ineptas, hay varias de e n t i d a d -
hace pensar en que el paradigma jakobsoniano ha entrado en crisis.
M e d i a n t e él ha sido posible explicar unitariamente f e n ó m e n o s que
o n o se observaban o n o rebasaban el n i v e l de l a observación. Pero,
tras l a c o n m o c i ó n i n i c i a l , se han aportado hechos nuevos que no
encajan en la teoría, que l a desbordan y que, por tanto, l a hacen
peligrar. Estamos en u n momento de retoques m á s que de negacio-
nes abiertas (aunque n o faltan), y j a k o b s o n tiene que dedicar
m u c h a a t e n c i ó n a su defensa, a intentar r e d u c i r al esquema las ano-
m a l í a s . Son los s í n t o m a s de la crisis.
Pero l a ciencia del lenguaje, p o r acción suya, ha c o n t r a í d o el por
ahora indeclinable compromiso de d e s e n t r a ñ a r el i d i o m a especial
de l a literatura. Y otros modelos explicativos han surgido estos últi-
mos años, que pretenden desplazar el funcionalismo estructuralista;
entre ellos figuran las "text grammars", ante las cuales ya he expre-
30
sado mis reservas . Pienso que esta nueva d i r e c c i ó n m e t o d o l ó g i c a
pone en grave riesgo l a a u t o n o m í a de l a g r a m á t i c a , con escaso bene-
ficio de l a poética. Y que el paradigma de Jakobson puede conservar
su fecundidad, si se somete a u n a r e o r d e n a c i ó n . Las recurrencias no
son el rasgo definidor del lenguaje literario, sino u n uso del len-
guaje que la poesía comparte con otros tipos de mensajes. Se requiere,
por tanto, remontarse a l a caracterización de ese g é n e r o , del cual
la poesía es sólo una especie. Y es dentro de ese g é n e r o de los men-
sajes con recurrencias donde h a b r á que hallar los rasgos distintivos
del propiamente literario.
N o es este el lugar para desarrollar u n a propuesta alternativa.
P e r o entiendo que la lingüística debe d i s t i n g u i r netamente dos usos
diferentes del i d i o m a : el destinado a perecer apenas la comunica-
c i ó n ha sido consumada, y el que se emplea para preservar l a iden-
tidad del mensaje, de modo que éste pueda ser repetido en sus pro-
pios t é r m i n o s . Y es en este, en l a i n n u m e r a b l e variedad de mensajes
a alguna de cuyas clases hemos a l u d i d o antes, en donde a c t ú a l a
llamada función poética, que no es tal, sino función estructurante.
D e a q u é l l a ha dicho recientemente J a k o b s o n "que está copresente
en el habla de todo ser h u m a n o desde su p r i m e r a infancia y que
d e s e m p e ñ a u n papel capital en l a e s t r u c t u r a c i ó n del discurso" (Oues-
tions, p. 485) . P o r l o pronto, deben distinguirse con cuidado las
recurrencias expresivas, propias de l a c o m u n i c a c i ó n o r d i n a r i a —del

3 0
"Consideraciones sobre la lengua literaria", en el volumen colectivo
Doce ensayos sobre el lenguaje, Madrid, 1974, pp. 43-44.
12 FERNANDO LÁZARO CARRETER NRFH, XXIV

3 4
c o l o q u i o principalmente— y que son meros factores de relieve s

de aquellas otras propiamente estructuradoras al servicio de l a pre-


servación del mensaje. T a l vez en l a d i s t i n c i ó n entre u n a clase de
lenguaje í u n g i b l e y otro destinado a su r e p r o d u c c i ó n literal, esté la
s o l u c i ó n de algunas dificultades en que hoy se halla el sistema
jakobsoniano. Se t r a t a r í a de afrontar previamente el estudio del
lenguaje literal, entidad que hasta ahora no ha interesado a l a l i n -
güística, del cual, sin l a m e n o r duda, el lenguaje literario es sólo
una variedad que debe ser definida dentro de aquel.

FERNANDO LÁZARO CARRETER

Universidad A u t ó n o m a de M a d r i d .

2 1
Cf. B R O N I S L A V A V O L K O V Á , "Emotionally motivated repetition and its
functions", PhP, 14 (1971), 65-7S.

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