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Antonio Manuel Teixeira Mendes, João Roberto Marinho,
Luís Frias, Luiz Eduardo Vasconcelos Equipe Responsável
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José Roberto Campos (jose.campos@valor.com.br) Copyright Valor Econômico S.A. Todos os direitos reservados. Proibida a
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impresso, sem autorização escrita do Valor Econômico S.A.
Secretária de Redação Comentários e sugestões: escreva para analise.setorial@valor.com.br
Célia de Gouvêa Franco (celia.franco@valor.com.br) Fechamento desta análise: junho de 2006.
Saneamento Básico
1 – Índice 4
2 – Apresentação 6
3 – Introdução 8
4 – Perspectivas 10
5 – Estrutura do setor 12
6 – Investimentos 17
7 – Fontes de financiamento 25
9 – Ambiente regulatório 31
10 – Principais agentes 37
11 – Cadeia produtiva 71
12 – Perfis de empresas 79
Índice
Apresentação
Apresentação
O Valor Análise Setorial Saneamento Básico aborda a estrutura e o mer-
cado, as perspectivas e oportunidades de negócios, os investimentos e os
perfis das empresas públicas e privadas de saneamento básico no país.
O estudo está estruturado em duas grandes partes. A primeira traz
informações e dados gerais do setor. A segunda, os perfis das empre-
sas que nele atuam.
Na primeira parte, há dados e informações sobre a estrutura do
setor e a conjuntura atual: as transformações ocorridas, a caracte-
rização dos players, os investimentos públicos e privados, o pano-
rama nos estados e as principais fontes de financiamento, além do
fornecimento de equipamentos.
Analisa o desempenho recente do saneamento brasileiro, com base
em informações quantitativas e qualitativas, como nível de atendi-
mento em abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, con-
sumo per capita de água, índices de perdas, novos projetos em desen-
volvimento e a grande demanda por investimentos do setor.
Um importante tópico abordado neste trabalho é a questão do
marco regulatório do setor. Embora ainda indefinido, a evolução
ocorrida após a apresentação de vários projetos de lei nos últimos
anos mostra que um consenso no setor parece cada vez mais próxi-
mo e já existem algumas indicações fortes nesse sentido.
Saneamento Básico Valor análise setorial
Introdução
Introdução
O setor de saneamento básico brasileiro Os desafios
apresenta grandes perspectivas de crescimento No Brasil, o setor público ainda é respon-
para os próximos anos. Embora em alguns es- sável pelo atendimento de cerca de 92% dos
tados mais desenvolvidos – como São Paulo – o municípios. Desde os anos 90 tem-se tentado
serviço de abastecimento de água já esteja pró- uma reformulação do setor – com maior aber-
ximo da sua universalização e os esgotos sejam tura para as empresas privadas –, uma vez que a
coletados e tratados em um bom nível, na maio- maior parte das companhias estaduais de sane-
ria dos demais estados do país o que se percebe amento se encontra desde os anos 80 em difícil
é que o atendimento de saneamento básico é situação financeira.
ainda muito precário. Estas estatais estão com baixa capacidade de
Para melhorar tais indicadores, é consenso a realização dos investimentos necessários e com
necessidade de retomar os investimentos. E, após alto grau de endividamento, o que dificulta a to-
alguns anos de impasse quanto à regulação do mada de novos empréstimos.
setor, já se vislumbram sinais que apontam para No entanto, a entrada de empresas privadas no
um amadurecimento dos enfoques legislativos setor não se deu de forma mais significativa por
que permitirão um mínimo de horizonte de pla- conta da dificuldade de estabelecimento de um
nejamento para o saneamento brasileiro. marco regulatório que definisse as regras e garan-
Segundo o último levantamento realizado tias para a operação dos agentes econômicos.
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- Também afetou negativamente uma oposição
tica (IBGE), divulgado em 2002, apenas 52,2% pública quase generalizada que se gerou em tor-
dos municípios brasileiros são atendidos por no do tema, quando se aventou a possibilidade de
rede de esgotos, que atinge apenas 33% dos do- venda de estatais do saneamento, como a Sabesp,
micílios do país. Além disso, três quartos dos nos mesmos moldes das privatizações realizadas
domicílios despejam esgoto sem tratamento em outros setores como telecomunicações.
em rios, lagos e praias. No cerne de toda a discussão que perdura há
Segundo a Secretaria Nacional de Saneamento mais de dez anos e que entrava a definição de um
Ambiental (SNSA, ligada ao Ministério das Cida- marco regulatório para o setor está a questão da
des), 60 milhões de brasileiros não têm coleta de titularidade dos serviços de saneamento, que
esgoto e 15 milhões vivem sem água encanada. pela Constituição brasileira pertence aos municí-
Numa comparação feita com os dados de pios; mas que, na realidade, foi transferida às con-
2000, com a expressiva parcela da população sem cessionárias estaduais no planejamento do setor
acesso a rede de esgoto (52,5%), o Brasil é supera- realizado nos anos 70.
do por países sul-americanos como Chile (22,9%, Atualmente, muitos desses contratos de con-
o melhor das Américas), Colômbia (39,8%), Vene- cessão estão vencidos ou por vencer (ou, em muitos
zuela (41,6%), Peru (47,3%) e Argentina (51,3%). casos, nem sequer chegaram a ser contratados).
Saneamento Básico Valor análise setorial
Perspectivas
Perspectivas
O marco regulatório do setor de saneamento No entendimento dos juízes, não existe sobe-
básico ainda não se encontra definido. A expec- rania municipal plena no caso de redes interde-
tativa é de que ocorram avanços em 2006, com a pendentes, ou seja, as decisões e ações referentes
possível (mas ainda incerta) aprovação do rela- à organização e à forma de prestar os serviços de
tório do Projeto de Lei nº 5.296/05, após anos de abastecimento de água e coleta de esgoto devem
impasse no setor. ser tomadas por um colegiado do qual partici-
Independentemente de sua aprovação imedia- pem todos os municípios envolvidos.
ta ou não, existem alguns indícios fortes de que
essa longa discussão se aproxima do seu final. Novas oportunidades
Também contribuem para a sinalização de uma
Marco regulatório: definições à vista nova fase do setor as parcerias público-privadas, que
Uma sinalização nesse sentido foi a primeira ro- estão saindo do papel e tendem a estimular forte-
dada de pareceres manifestada em março de 2006, mente a participação da iniciativa privada no setor.
no Supremo Tribunal Federal (STF), em deixar o Na mesma linha, a experiência das conces-
controle sobre saneamento com os municípios. sionárias privadas nos últimos anos às voltas
Em julgamento parcial de duas ações dire- com contratos mal elaborados, dificuldades de
tas de inconstitucionalidade (Adins), os três relacionamento com prefeituras e outras adver-
ministros que definiram posição indicaram a sidades fez com que estas adquirissem maior ex-
tendência do STF de derrubar as leis estaduais periência e know-how para planejarem os seus
que atribuem aos estados a competência para investimentos e negócios nos municípios.
decidir sobre a prestação dos serviços de sa- O ideal seria que as regras já estivessem cla-
neamento básico em regiões metropolitanas e ramente definidas, mas a experiência acumulada
outras áreas onde um mesmo sistema atenda a nos últimos anos já permite às empresas elabo-
dois ou mais municípios. rarem contratos que minimizem, na medida do
Para os ministros, mesmo nessas regiões, a ti- possível, os riscos políticos envolvidos e a ainda
tularidade é dos municípios. Em junho de 2006, incerta regulação do setor.
restavam ainda os pareceres de mais oito minis- Nesse cenário mais maduro, vislumbram-se algu-
tros, o que não credenciaria os pareceres de mar- mas oportunidades centrais para o desenvolvimento
ço como uma tendência definitiva, mas, sim, uma do setor nos próximos anos e para os agentes econômi-
sinalização do entendimento da matéria. cos a ele relacionados, conforme abordados a seguir.
Tal decisão não significa, no entanto, que as
capitais e outras grandes cidades que já tentaram Parceria Público-Privada
tirar os serviços das companhias estaduais em A lei de Parceria Público-Privada já foi sanciona-
seus territórios – a exemplo de São Paulo – pode- da pelo governo federal e regulamentada em vários
rão implementar decisões isoladas. estados, como São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Saneamento Básico Valor análise setorial 11
Estrutura do setor
Estrutura do setor
As atividades no saneamento ambiental com- Saneamento e saúde pública
preendem ações, sistemas, instalações e equipa- Antes de ser um setor com grande importân-
mentos voltados ao abastecimento de água, es- cia econômica, o objetivo primordial do sanea-
gotamento sanitário, coleta e disposição de lixo, mento é o impacto positivo que ele gera sobre a
controle de vetores, drenagem, recuperação de saúde pública. Os investimentos nesse setor aca-
áreas degradadas, manejo integrado de bacias e bam economizando gastos posteriores com tra-
redução da poluição e educação sanitária. tamento com saúde. A Organização Mundial da
O saneamento básico abrange o abastecimen- Saúde (OMS) estipula que, “para cada US$ 1 gasto
to de água tratada e o esgotamento sanitário em saneamento, são economizados US$ 4 com
– a coleta de esgoto e seu tratamento. Apenas nos tratamentos médico-hospitalares”.
últimos anos é que se vem notando o esforço de Dessa forma, o investimento em projetos de sa-
integrar às iniciativas de atuação em saneamento neamento reduz a ocorrência de doenças ao atuar
básico a problemática da coleta, tratamento e dis- na sua prevenção. Ou seja, as políticas e projetos
posição final de resíduos sólidos. nesse setor têm efeitos potenciais sobre a saúde ao
O saneamento básico constitui-se em um ser- atuarem sobre os processos geradores de ocorrên-
viço essencial para o bem-estar da população e cia ou sobre os determinantes das doenças.
está diretamente relacionado às suas condições As intervenções de saneamento, ao propicia-
de saúde pública. Além disso, nas últimas déca- rem melhorias nos níveis de higiene dos indiví-
das ganhou um ingrediente a mais. A percepção duos e do seu contexto, reduzem o contato das
da escassez de água em vários pontos do mundo populações com grande variedade de vetores,
tornou evidente a necessidade de uma adminis- reservatórios e veículos inanimados de agentes
tração sustentável do recurso. patogênicos e, assim, diminuem as chances de
O setor tem forte impacto em outros segmen- transmissão de diversas doenças.
tos indispensáveis à economia de um país. É in- Tanto o abastecimento de água quanto a co-
tegrante de uma extensa cadeia produtiva que leta e tratamento de esgotos causam impactos
engloba de prestadores de serviços a produtores positivos na qualidade de vida das pessoas. O
de máquinas e equipamentos. tratamento de água remove contaminantes,
Com tal dinâmica, o saneamento básico tem um tornando-a adequada para o consumo huma-
importante papel como catalisador de investimentos no em condições de potabilidade. Portanto, ter
e, via de regra, sobre o crescimento e desenvolvimen- acesso à água potável é uma condição essencial
to econômico do país. Desta forma, uma abordagem para a sobrevivência.
integrada do setor envolve temas que vão da escas- A melhoria das condições de esgotamento sa-
sez e cobrança da água, passam pelos seus impactos nitário reflete em benefício direto à saúde, como,
sobre a saúde e atingem aspectos administrativos por exemplo, na redução da incidência de diar-
como gestão pública e privada do recurso. réias. As instalações sanitárias sem destino ade-
Saneamento Básico Valor análise setorial 13
quado do esgoto, por sua vez, constituem-se em configuração peculiar. A duplicação – tanto para
fator de risco para a disseminação da cólera. abastecimento de água como para coleta e tra-
Os investimentos em programas ou projetos de tamento de esgotos – da rede para o aumento de
saneamento, ao propiciarem água facilmente aces- agentes concorrentes nesse setor implica custos
sível, além de meios mais adequados para coleta e fixos bastante elevados, o que praticamente in-
disposição de esgotos sanitários e resíduos sóli- viabiliza a atividade simultânea de dois ou mais
dos, elevam a qualidade e influenciam no modo players num mesmo local, como ocorre, por
de vida das populações beneficiadas, acarretando exemplo, na área de telecomunicações.
efeitos positivos sobre o seu bem-estar e saúde. Dessa forma, o setor caracteriza-se pelo mo-
Nos últimos anos, os projetos de saneamento nopólio natural. A experiência internacional tem
têm saído de sua concepção sanitária clássica, re- mostrado, com algumas poucas exceções, que a
caindo em uma abordagem ambiental. Além de sua realização pelo poder público se constitui num
promover a saúde do homem, visa à conservação meio natural para o suprimento de tais serviços.
do meio físico. A alta emissão de dejetos sem tra- No Brasil, os serviços de saneamento ainda
tamento em rios e córregos conduz a uma degra- são predominantemente conduzidos pelo setor
dação do próprio meio ambiente. público, num cenário dominado pelas compa-
No tocante ao aspecto propriamente ambiental, nhias estaduais de saneamento criadas pelo Pla-
o sistema de esgotamento sanitário, apesar dos be- no Nacional de Saneamento (Planasa) no início
nefícios à saúde pública, pode trazer também im- dos anos 1970 e também pelos serviços munici-
pactos negativos quando da sua implementação. pais, controlados pelas prefeituras.
O principal aspecto negativo desse tipo de sis- No entanto, em diversos países – principal-
tema (além de possíveis vazamentos) é a concen- mente nos subdesenvolvidos –, a crise fiscal dos
tração da poluição nas redes coletoras. Caso não Estados dificulta a realização dos investimentos
possua tratamento adequado, o sistema de esgo- necessários. No caso brasileiro, essa dificuldade
tamento sanitário poderá conduzir a uma dete- é patente: desde a década de 1980 os investimen-
rioração do corpo receptor (rios, lagos, lagoas, tos realizados pelo setor público têm se situado
represas, enseadas, baías e mares), inviabilizar a em um patamar abaixo do mínimo preconizado
vida aquática e ainda prejudicar outros usuários para que o abastecimento de água e, principal-
da água ou outras espécies de animais e vegetais. mente, a coleta e tratamento de esgotos atinjam
Além de coletar o esgoto, é necessário tratá- níveis aceitáveis.
lo para que o seu impacto no meio ambiente seja Sob tal perspectiva, para a ampliação do aces-
minimizado. Ampliar a cobertura de coleta e so dos consumidores aos serviços de saneamen-
tratamento de esgotos é um dos maiores desafios to têm-se buscado nos últimos anos a criação de
nos países em desenvolvimento. mecanismos e regras de atuação que permitam a
entrada mais intensa de capitais privados no se-
Características econômicas tor de saneamento básico, como será detalhado
Em relação aos seus aspectos econômicos, o nesta Análise Setorial.
saneamento tem como característica mais mar- A maior participação do setor privado esbar-
cante a presença de custos fixos elevados, com ra, no entanto, na inexistência de um marco regu-
prazos longos de retorno dos investimentos reali- latório para a sua atuação no saneamento. Anti-
zados; ou seja, o alto montante investido deman- gas disputas entre os estados e os municípios pela
da longos prazos de maturação. titularidade das águas dificultam a definição das
Além disso, as empresas do setor possuem regras para a atuação das empresas no setor.
pouca margem de manobra para reduzir seus
custos, o que dificulta o aumento de sua eficiência
produtiva. Por conta disso, nas companhias que
possuem uma boa gestão, a redução de perdas de
ÁguaEmbora cerca de 70% da superfície do pla-
água é um dos principais focos para o aumento neta seja coberta por água, a sua escassez é um
da sua eficiência. problema a cada dia mais preocupante em mui-
Com tais características, a forma de concor- tas regiões e países. A maior parte do recurso
rência no mercado de saneamento assume uma (97,5%) encontra-se nos oceanos; dos 2,5% res-
14 Valor análise setorial Saneamento Básico
tantes, 1,75% encontra-se nas calotas e geleiras todas elas, a demanda por recursos hídricos
polares. Ou seja, apenas 0,75% está disponível na responde por mais de 10% da disponibilidade
superfície e em aqüíferos. dos rios que as compõem.
Apesar de tais proporções, a água ainda exis- O caso mais grave é o da região Atlântico
te em quantidade suficiente para a sua utilização Nordeste Oriental, que se caracteriza pela baixa
pela população. O problema é que o intenso ritmo vazão dos seus cursos d’água. Ela engloba todo
de deterioração de suas fontes, por conta do cres- o Rio Grande do Norte, partes do Ceará, Alagoas
cimento e diversificação de atividades agrícolas, e Sergipe e quase todo o território da Paraíba. A
aumento da urbanização e intensificação de ati- relação entre demanda e disponibilidade hídrica
vidades humanas nas bacias hidrográficas, acaba chega a 144% – ou seja, não há água suficiente.
colocando em risco a sua disponibilidade futura. A ANA também considera crítica a situação
No Brasil, especificamente – que concentra em nas regiões Atlântico Leste, que englobo Salva-
torno de 12% da água doce superficial do planeta dor, e Atlântico Sul, que cobre a cidade de Porto
–, as formas de utilização e má gestão da água, em Alegre. A relação entre demanda e disponibilida-
especial nas regiões densamente urbanizadas, de atinge 21% e 38%, respectivamente.
trazem conseqüências graves sobre a sua quali- A situação também é descrita como preocu-
dade e resultam em perdas de água em condições pante na região hidrográfica do Uruguai, que
adequadas para o abastecimento da população. abrange o oeste do Rio Grande do Sul e de Santa
É nesse contexto que se torna imprescindível Catarina, e no Atlântico Sudeste, que inclui o Rio
o uso racional da água, estimulando o seu con- de Janeiro e a Baixada Santista.
sumo de forma sustentável. Isso passa por ques- No primeiro caso, os resíduos oriundos da
tões como o uso consciente, o reúso de água, os criação de animais (principalmente porcos) afe-
investimentos em redução de perdas e, também, tam a qualidade da água. No segundo, a maior
a cobrança pelo seu uso. Iniciativas nesse sentido preocupação é com o impacto da invasão de áreas
já estão sendo conduzidas em várias regiões do de mananciais.
Brasil e em nível mundial. Debatido ao longo dos últimos três anos, o
plano é pioneiro na América Latina. Com ele, o
Plano Nacional de Águas Brasil tentará alcançar um dos objetivos das Me-
Seguindo tal linha de atuação, em 2006, o tas do Milênio da ONU.
governo federal brasileiro lançou o seu Plano Na-
cional de Recursos Hídricos (PNRH), no qual es- Metas do Milênio
tabelece diretrizes e políticas públicas para o uso De acordo com as Metas do Milênio, ratificadas
racional da água até 2020. em 2002 por 191 países membros da Organização
Também conhecido como Plano Nacional de das Nações Unidas (ONU), os países têm até 2015
Águas, o PNRH aborda questões como o uso sus- para reduzir à metade a proporção de pessoas sem
tentável na indústria, agricultura, setor elétrico, acesso à água de boa qualidade para beber.
saneamento e pelo próprio cidadão. Por conta disso, a recuperação da qualidade
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos da água é um dos maiores desafios da gestão de
(CNRH) dividiu hidrograficamente o país nas re- recursos hídricos, não apenas por questões am-
giões Amazônica, Tocantins-Araguaia, Atlântico bientais, mas de saúde pública e de qualidade
Nordeste Ocidental, Parnaíba, Atlântico Nordeste de vida. Entre as medidas que podem ajudar o
Oriental, São Francisco, Atlântico Leste, Atlântico país a cumprir as metas estão os investimentos
Sudeste, Atlântico Sul, Uruguai, Paraná e Paraguai. em saneamento.
Embora seja considerado um país rico em ter- Entre os recursos do governo federal desti-
mos de posse de água, em cinco das 12 regiões nados ao saneamento está o dinheiro arrecada-
hidrográficas brasileiras, a situação é descrita do pela ANA por meio da cobrança pelo uso e
como preocupante, crítica ou muito crítica pela poluição da água das bacias hidrográficas sob a
Agência Nacional de Águas (ANA). responsabilidade da União. A taxa é paga pelos
Nessas cinco regiões, a escassez de água grandes usuários de águas, como propriedades
para atender o consumo humano, agropecu- que utilizam a água para irrigar as plantações e
ário e industrial atinge níveis alarmantes. Em grandes indústrias.
Estrutura do setor Saneamento Básico Valor análise setorial 15
Investimentos
Investimentos
Os investimentos no setor de saneamento bá- O impasse jurídico em torno da titularidade
sico têm forte impacto social. As estatísticas da dos serviços e da constitucionalidade dos chama-
Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram dos subsídios cruzados, por meio do qual se ope-
que o acesso a água tratada e rede de esgoto reduz raria uma transferência de recursos entre uma
em até 80% a incidência de febre tifóide e em 50% região e outra (processo que é utilizado pelas
os casos de diarréia e infecções gastrintestinais. companhias estaduais), tem dificultado a realiza-
Além disso, as obras de saneamento consti- ção de investimentos, o que deixa de atrair novos
tuem-se em uma importante fonte de criação de agentes para o setor.
empregos, pois geralmente são realizadas em Na crise dos investimentos, evidencia-se ain-
regiões periféricas e em áreas com grande taxa da a difícil situação financeira de um grande nú-
de desemprego. mero de companhias estaduais que se encontram
O modelo de gestão que ainda perdura no impossibilitadas de acessar novos recursos finan-
setor data do fim da década de 60 e início da de ceiros por não se credenciarem numa análise de
70, quando começou a ser constituída a maioria risco de crédito.
das companhias estaduais de saneamento. Estas Isso traz consigo também a percepção de
foram criadas a partir do Plano Nacional de Sa- um longo processo de má gestão que conduziu
neamento (Planasa), que definia as metas a serem muitas das companhias estaduais a uma caótica
alcançadas pelo país na área de saneamento. situação administrativa e financeira, que pratica-
Esse programa foi patrocinado pelo governo fe- mente inviabiliza seus investimentos por meio de
deral, que investiu nos projetos do setor e auxiliou recursos próprios.
no desenvolvimento das companhias estaduais de
água e esgoto, por meio da utilização de recursos Necessidade de financiamento
do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O Brasil precisará de R$ 178,4 bilhões para ga-
Apesar de sua importância para o desenvolvi- rantir, nos próximos 20 anos, a universalização
mento socioeconômico do país, os investimentos da oferta de serviços de água e esgoto tratados
em saneamento têm se mostrado bastante baixos em todo o país, inclusive nos aglomerados rurais,
desde os anos 90. segundo a Secretaria Nacional de Saneamento
Aos cortes orçamentários por conta da crise Ambiental do Ministério das Cidades.
fiscal do Estado, soma-se também a dificuldade O cálculo do montante necessário, realizado
de elaboração de um modelo – depois do fim do em 2003, foi obtido por meio de simulações feitas
Planasa na década de 80 – que consiga conciliar com base em estimativas de investimento anual
uma moderna e ativa gestão financeira “pari pas- de 0,45% do PIB no setor, com o PIB crescendo em
su” ao ideal de universalização dos serviços, es- média 4% ao ano.
tendendo-os mesmo aos consumidores que não De tal forma, os desembolsos começariam
possuem renda para pagar pelo bem. com R$ 6 bilhões no primeiro ano e chegariam
18 Valor análise setorial Saneamento Básico
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500 1.360
1.000
1.090
545
500
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
ram adicionadas à rede, que aumentou em 26,7 governo de Fernando Henrique Cardoso, com
mil quilômetros. ajustes ao longo dos últimos anos.
A mudança mais relevante ocorreu em
Investimentos federais em 2003-2005 1999, quando uma resolução do conselho de-
Quando o Partido dos Trabalhadores assumiu o terminou que o saldo das operações de uma
poder em 2003 havia uma expectativa generalizada instituição financeira com o setor público não
de que os investimentos de cunho socioeconômico poderia ultrapassar 45% do respectivo patri-
ganhariam força e o saneamento básico seria um mônio líquido.
dos focos prioritários a partir daquele momento. A resolução foi baixada sob a justificativa de
No entanto, a condução da política macroeco- que era preciso limitar a exposição do sistema
nômica petista mostrou-se até mesmo mais aus- financeiro ao risco de empréstimos ao setor pú-
tera do que a gestão anterior. E, no intuito de se blico. Na essência, porém, o contingenciamento
obter superávits primários no setor público, foram continuou sendo usado principalmente como
realizados seguidos cortes orçamentários, que não forma de controlar o endividamento público,
pouparam os investimentos planejados na área. para assegurar o cumprimento de metas fiscais.
Tanto é que, mesmo havendo grande espaço
Impactos do contingenciamento para novas contratações em relação ao patrimô-
O contingenciamento do crédito ao setor pú- nio líquido do sistema financeiro na época, o
blico, a falta de capacidade de pagamento e o en- CMN decidiu limitar também o fluxo de opera-
dividamento de estados, municípios e empresas ções novas a partir daquele momento.
públicas dificultaram o acesso desses agentes aos
recursos onerosos do FGTS. Os recursos federais
Como os recursos do FGTS têm sido a princi- Com tal regime de controle do gasto público,
pal fonte para os investimentos em saneamento e nos últimos três anos o que se verificou foi um
embutem um subsídio não desprezível na taxa de intervalo relativamente grande entre o volume
juros, os recursos do Orçamento da União, além de recursos comprometidos e o efetivamente de-
de sofrerem contingenciamento, acabaram res- sembolsado pelo governo federal com saneamen-
ponsáveis por uma pequena parcela dos investi- to. No total dos recursos federais comprometidos
mentos no setor. entre 2003 e 2005, apenas 39% chegaram a ser
As regras de contingenciamento do Conselho efetivamente desembolsados, e em 2004 essa pro-
Monetário Nacional (CMN) foram concebidas no porção atingira 27% (Tabela 1).
Financiamento Em % Orçamentário Em %
Fonte: SNSA.
20 Valor análise setorial Saneamento Básico
2.000
1.500 1.362,1
996,2
1.000
729,4 813,5
617,1
526,7
500
220,4 201,7
0
Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
Fonte: SNSA.
zonas (defasagem de 79,7% entre o contratado e Quando a fonte dos recursos são os financia-
o desembolsado), Espírito Santo (79,6%) e Mara- mentos (FGTS e BNDES), o principal destino é a
nhão (78,9%). Por outro lado, os que se viram me- Região Sudeste, onde as empresas possuem maior
nos prejudicados foram Roraima (24,2%), Tocan- capacidade de acessar as fontes de crédito por con-
tins (27,3%) e Piauí (29,7%) (Gráfico 5). ta de uma melhor situação financeira. No período
No tocante às fontes de recursos, existe uma 2003-2005, a região absorveu 42% dos recursos one-
nítida diferenciação entre as regiões. Em relação rosos, seguida pelo Nordeste (36%), Sul (10%), Cen-
aos recursos não onerosos (recursos orçamen- tro-Oeste (9%) e Norte (3%) (Gráfico 7 e Tabela 3).
tários), a preponderância é da Região Nordeste,
que absorveu 49% dos recursos, seguida pela Gastos por órgão
Centro-Oeste (22%), Sudeste (15%), Norte (9%) e Embora sua gestão tenha sido marcada pelo
Sul (5%) (Gráfico 6). contingenciamento de recursos, um dos prin-
Norte Nordeste
Norte Nordeste 3% 36%
9% 49%
Sul
Sul 10%
5%
Centro-Oeste
9%
Centro-Oeste Sudeste Sudeste
22% 15% 42%
Recursos
federais comprometidos e desembolsados com iniciativas
T3 de saneamento por UF, entre janeiro/2003 e dezembro/2005
UF Contratação Em % Desembolso Em %
Fontes: SNSA.
cipais méritos da constituição (em 2003) da em vários ministérios como os da Saúde, Meio
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental Ambiente e Integração.
(SNSA) no Ministério das Cidades foi a de coor- Apesar de coordenar o setor de saneamento,
denar as atividades de saneamento do governo o Ministério das Cidades não é o principal distri-
federal que até então se encontravam dispersas buidor de recursos para o setor. Essa posição cou-
Investimentos Saneamento Básico Valor análise setorial 23
política de revitalização das empresas de sanea- os moradores de baixa renda nas cidades que têm
mento estadual. entre 15 mil e 75 mil habitantes, e cujo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é inferior à média
Recursos do BID nacional. O programa abrangerá cerca de 120 mu-
Em 2004, o Banco Interamericano de Desenvol- nicípios das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste;
vimento (BID) e o Ministério das Cidades firmaram estado do Espírito Santo e norte de Minas Gerais.
um contrato de empréstimo no valor global de US$ O programa também permitirá apoiar proje-
95,5 milhões para dar início ao Programa de Ação tos que favoreçam o acesso da população de baixa
Social em Saneamento (PASS-BID). renda aos serviços de saneamento básico, fortale-
O objetivo do programa é melhorar e expandir cendo o desenvolvimento da política para o setor
os serviços de abastecimento de água e esgoto para de saneamento.
Saneamento Básico Valor análise setorial 25
Fontes de financiamento
Fontes de
financiamento
A necessidade de maiores definições no setor meio de Resoluções do CMN/Bacen, com o intuito
de saneamento no Brasil fica bem clara a julgar de controlar os gastos do setor público, para gera-
pelo ainda escasso número de bancos e fontes de ção de superávits primários.
financiamento para a ampliação dos serviços. A A Resolução nº 3.049, de novembro de 2002,
Caixa Econômica Federal é a principal financia- por exemplo, estabelece que a contratação de novas
dora de projetos e usa verbas do Fundo de Garan- operações de crédito com os municípios fica limi-
tia do Tempo de Serviço (FGTS). tada a R$ 200 milhões. O financiamento bancário
Outra fonte de recursos para o setor é o BNDES para o setor público é contabilizado como déficit.
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico No fim de 2005, o Conselho Monetário Nacio-
e Social). O BID e o Banco Mundial (Bird) têm des- nal (CMN) autorizou o sistema financeiro a con-
tinado expressiva soma de recursos para projetos tratar até R$ 2,2 bilhões em novas operações com
realizados no Brasil. estados, municípios e suas empresas estatais, ex-
Embora existam recursos do FGTS disponíveis clusivamente para financiar obras de saneamen-
para a utilização no saneamento básico, grande to ambiental.
parte das companhias não pode acessá-los, devi- Com reflexos somente em 2006, o objetivo é
do às suas precárias condições financeiras. desobstruir principalmente o fluxo de recursos
As companhias estaduais sem acesso a crédi- da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional
to bancário são aquelas que ou não geram lucro de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
suficiente para poderem obter empréstimos ou se para companhias de água e esgoto. Ambos pos-
enquadram no conceito de estatais dependentes, suem recursos para emprestar, mas enfrentam
isto é, dependem de recursos orçamentários dos restrições do CMN ao endividamento de estados
estados controladores para cobrir seus custos. e municípios.
O problema não se limita ao risco do crédito, Atualmente, a fila de projetos é muito grande
e sim na exigência do Conselho Monetário Na- para o baixo teto de contratações. Em outubro, o
cional para que os estados controladores gerem CMN já abrira um limite de R$ 200 milhões. Mas,
superávit primário em suas contas. além de ser destinado só para prefeituras, o valor
foi tirado dos estados, que, assim, ficaram com au-
Restrições fiscais ao endividamento torização para contratar apenas R$ 200 milhões.
Os investimentos na área de saneamento estão Além do global, há um limite por banco, de 45%
reduzidos. Mas isso não vem ocorrendo somente do Patrimônio de Referência (PR). O problema foi
por conta de uma suposta pouca disponibilida- resolvido com a transformação de parte do passivo
de de recursos. Devido à crise fiscal do Estado da instituição com o FGTS em dívida subordinada,
brasileiro em seus três níveis, o crédito ao setor o que elevou o seu PR. Essa modalidade de dívida
público está contingenciado desde julho de 1998, só pode ser paga depois de satisfeitos todos os de-
quando foram estabelecidas as regras atuais por mais credores, em caso de dificuldade do banco.
26 Valor análise setorial Saneamento Básico
Saneamento -
Outros agentes financeiros 63 309.992 382.449 1.699.776 61.574
FCP/SAN - FGTS (ATO) 4 53.183 75.922 337.431 12.223
PRÓ-SANEMENTO (ATO) 59 256.809 306.527 1.362.345 49.351
Total 1.332 5.786.898 8.024.802 35.665.795 1.291.989
nograma físico-financeiro estipulado. A taxa de mitados a 24 meses, com amortização em até 120
juros é composta pela TR (taxa referencial de ju- meses, com desembolso em parcelas mensais.
ros) mais 6,5% a.a. (no caso de esgoto) e de 8% a.a. As taxas de juros são as mesmas do Pró-Sanea-
(para investimentos em abastecimento de água). mento, assim como a taxa de administração.
O programa exige como contrapartida, no A contrapartida exigida, no entanto, atinge
mínimo, 10% do valor do investimento. A taxa de 25% do valor do investimento e deve ser integra-
administração cobrada é de 2% a.a. (Tabela 5) lizada simultaneamente ou antecipadamente ao
desembolso da Caixa/FGTS (Tabela 6).
FCP-SAN
O FCP-SAN também utiliza recursos do FGTS, BNDES
mas é voltado para os operadores privados. Sua No BNDES-Automático, a contrapartida míni-
carência é o prazo de execução mais 2 meses, li- ma exigida é de 40%. O período de carência refe-
1997 0 0 0 0 0
1998 0 0 0 0 0
1999 1 2.376 19.835 88.155 3.193
2000 0 0 0 0 0
2001 0 0 0 0 0
2002 2 19.075 25.874 114.995 4.166
2003 4 53.183 75.922 337.431 12.223
2004 5 52.884 70.956 315.360 11.424
2005 3 14.546 19.395 86.199 3.123
Acumulado 15 142.064 211.982 942.140 34.129
re-se ao tempo de execução das obras, acrescido liberado no ano foi 17,5% superior aos R$ 40 bi-
de até 3 meses, limitado ao máximo de 24 meses. lhões de 2004.
O prazo de amortização é definido pela capa- No segmento de captação, tratamento e dis-
cidade de pagamento do projeto, contado a par- tribuição de água, os desembolsos atingiram R$
tir do mês subseqüente ao término da carência. O 106,5 milhões em 2005, o que representou um
prazo total de financiamento, ou seja, a soma dos recuo de 16,6% em relação ao ano anterior.
prazos de carência e de amortização, limita-se ao Entre os projetos que foram aprovados em
máximo de 120 meses. 2005 estão o financiamento de R$ 6 milhões à
A taxa de juro nominal é variável, resultante prefeitura de Caxias do Sul (RS), destinado à im-
da somatória da TJLP limitada a 6% a.a., acrescida plantação de um sistema de tratamento de esgo-
de juros definidos de acordo com o conceito de tos (os recursos correspondem a 40% do valor do
risco de crédito do tomador e do projeto. Direcio- projeto, que totaliza R$ 14,9 milhões), e financia-
na-se tanto ao setor público quanto ao privado. mentos de R$ 3,7 milhões para a modernização e
Os desembolsos do BNDES atingiram R$ 47 expansão dos serviços de água e esgoto sanitário
bilhões em 2005, volume de recursos recorde nos municípios de Araújos, Bom Sucesso e Para-
destinado ao financiamento de projetos. O valor guaçu, em Minas Gerais.
Saneamento Básico Valor análise setorial 29
Parceria Público-Privada
Parceria
Público-Privada
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) são con- 3) determinação de que o pagamento das
tratos entre o governo e entidades do setor privado, obras seja feito diretamente aos agentes financia-
com a finalidade de prover equipamentos e servi- dores e não mais às empresas.
ços de infra-estrutura e outros serviços públicos.
As condições para o estabelecimento de uma PPPs nos estados
PPP variam, mas geralmente envolvem financia- A lei federal que disciplina as Parcerias Públi-
mento, projeto, construção, operação e manutenção co-Privadas foi aprovada em 2004 (Lei 11.079/04).
dos equipamentos e serviços de infra-estrutura. No ano anterior, a Lei mineira 14.868 – precursora
A PPP visa permitir ao governo o aporte de re- das PPPs no país – já havia sido aprovada, seguida
cursos para dar sustentabilidade a parcerias com de perto pela legislação paulista. Apesar disso,
a livre iniciativa. Pela Lei nº 8.666, de junho de até o primeiro trimestre de 2006, nenhuma PPP
1993 (das licitações), limita-se em até cinco anos havia sido estabelecida.
o prazo dos contratos com o setor público. Em São Paulo, o projeto da Linha 4 do Metrô
No caso das PPPs, os prazos podem chegar a da capital paulista, concebido sob a lei federal das
20 ou 30 anos. Os pagamentos poderão passar PPPs e da Lei paulista 11.688, foi estruturado como
a ser efetuados após a conclusão da obra, o que uma PPP na modalidade concessão patrocinada.
abre espaço para a sua quitação por meio de re- Parte substancial das receitas do parceiro
ceita de tarifas. privado incumbido da operação e manutenção
O financiamento dos projetos em PPP baseia- da linha, assim como do fornecimento do ma-
se no fluxo de caixa do projeto, podendo haver terial rodante, advém da tarifa paga pelos pró-
complementação da tarifa pelo Tesouro, regime prios usuários.
fiscal especial, prazos longos e garantias estrutu- Cabe ao governo estadual complementar a
rais incorporadas aos contratos. tarifa caso ela fique defasada em relação a uma
Pelas previsões iniciais do governo, as PPPs certa tarifa de referência (R$ 2,08 por passagei-
poderiam atrair investimentos de R$ 36 bilhões ro). Essa cesta é corrigida pela média do IGPM e
entre 2004 e 2007, o que, no entanto, parece ser do IPC-FIPE, nos primeiros 15 anos de operação, e
de difícil realização. pelo IPC-FIPE a partir de então.
Entre as garantias a serem oferecidas a inves- O projeto é um marco na história das PPPs no
tidores se encontravam: Brasil, constituindo o primeiro projeto de PPP a
1) criação de fundos para garantir os paga- ser licitado.
mentos previstos nos contratos – esses fundos Paralelamente, o estado de Minas Gerais já
serão formados com bens públicos, como imóveis submeteu à consulta pública a minuta de edital
ou ações de estatais; e contrato do que provavelmente será a primeira
2) prioridade aos pagamentos das PPPs em re- PPP no setor rodoviário, compreendendo a recu-
lação às demais obras que o governo licite; e peração e manutenção da Rodovia MG-050.
30 Valor análise setorial Saneamento Básico Parceria público-privada
A MG-50 foi também estruturada como uma administrativa, em que o serviço é prestado dire-
concessão patrocinada, integrando a remunera- tamente ao poder concedente, advindo deste 100%
ção do parceiro privado à cobrança do pedágio, da remuneração devida ao parceiro privado. Tal
fixado em R$ 3 por praça de pedágio, e uma con- contraprestação se dará na forma de cessão de re-
traprestação adicional limitada a R$ 30 milhões cebíveis detidos pela Embasa ao parceiro privado.
por ano e garantida pela Codemig, empresa esta- A Abdib calcula que os projetos de Parcerias
tal dotada da função de garantidora. Público-Privadas poderão financiar investimen-
tos de cerca de R$ 15 bilhões no país nos próxi-
A primeira PPP em saneamento mos anos. Documento produzido pela entidade
O primeiro projeto de saneamento básico destaca que a área de infra-estrutura voltou a
em licitação está sendo conduzido na Bahia (que ser uma das principais portas de entrada de in-
aprovou sua Lei de PPPs em dezembro de 2004 vestimentos diretos externos em 2005, quando o
– Lei 9.290). O projeto, que já teve concluído o Brasil recebeu US$ 6,63 bilhões, um volume 42,9%
processo de consulta pública de seu primeiro edi- maior que em 2004.
tal, tem por objeto a construção, operação e ma- No total, as áreas de energia elétrica, petróleo
nutenção do Sistema de Disposição Oceânica do e gás, telecomunicações, transportes e saneamen-
Jaguaribe (incluindo emissário submarino). to receberam 30,7% de todo o volume de investi-
Tal projeto, que será contratado pela Embasa mentos externos diretos que o Brasil atraiu em
– Empresa Baiana de Águas e Saneamento, consti- 2005: US$ 21,63 bilhões. Os dados citados no es-
tuirá a primeira PPP na modalidade de concessão tudo são do Banco Central.
Saneamento Básico Valor análise setorial 31
Ambiente regulatório
Ambiente
regulatório
Muitos dos projetos de investimento em sanea- ao saneamento, em muitos foros, uma discussão
mento básico planejados no Brasil esbarram na au- eminentemente política.
sência de um marco regulatório para o setor, prin- Apesar de tal discussão – que contamina for-
cipalmente por conta da disputa entre estados e temente os debates sobre o tema –, para que o
municípios pela titularidade e operação do serviço. setor consiga planejar o seu futuro, torna-se de
O problema surgiu na década de 1970, quan- fundamental importância um marco regulatório
do o extinto Banco Nacional da Habitação (BNH) definido e estável. A dificuldade governamental
emprestou aos governos estaduais recursos para de conduzir os investimentos necessários, que fi-
a instalação das redes de água e esgoto. cou patente nos últimos anos, mostrou que a par-
Por lei, a responsabilidade era (e continua) das ticipação privada pode ser um aliado na tarefa da
prefeituras, que a transferiu, em muitos casos, às universalização dos serviços.
companhias estaduais. Muitos dos contratos de Para que isso venha a ocorrer com maior in-
concessão celebrados à época estão vencidos ou tensidade, é preciso definir as formas de operação
em vias de se tornarem nos próximos anos. do setor. Num cenário de aumento das parcerias
E os estados não aceitam abrir mão dos in- público-privadas, para se associar ao governo, o
vestimentos realizados na constituição das redes investidor precisa exigir uma dose mínima de se-
municipais. O problema é maior nas regiões me- gurança institucional.
tropolitanas e no semi-árido, onde funcionam
sistemas integrados de abastecimento de água. Antecedentes
No saneamento, a possibilidade de investi- Na década de 1990, foram introduzidos esbo-
mentos por parte do setor privado é plenamen- ços de um novo modelo, que contemplava uma
te possível, mas não é uma alternativa óbvia. Ao maior participação da iniciativa privada na pres-
contrário de setores como telefonia e energia, no tação de serviços de saneamento; com esse objeti-
acesso a água e esgoto, o investimento público vo, foram enviados vários projetos para aprecia-
parece ser imprescindível em várias localidades, ção no Congresso Nacional.
normalmente nas regiões pobres e afastadas de Entre 1995 e 2001, alguns desses projetos de
centros mais populosos. leis tentaram instituir uma Política Nacional de
Em vários municípios, a prestação dos servi- Saneamento. Nenhum deles vingou. Outra linha
ços por entidades privadas mostrou-se possível, adotada foi a proposição de projetos de leis com-
contribuindo para a ampliação do atendimento. plementares, com base no parágrafo único do art.
Há, por conta disso, uma discussão que escapa 23 da Constituição. Alguns desses projetos ainda
a uma lógica essencialmente econômica: nas re- tramitam na Câmara e no Senado.
giões pobres e mais carentes dos serviços, não Em 2001, o Presidente da República enviou ao
existe interesse por parte da iniciativa privada Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 4.147, que
e o Estado é que precisa intervir. O que confere se notabilizou por possuir uma tendência centra-
32 Valor análise setorial Saneamento Básico
Tal interpretação gera controvérsias: no caso Jobim, disseram que, mesmo nessas regiões, a ti-
das regiões metropolitanas, pelo projeto de Lei nº tularidade é dos municípios.
4.147, apresentado no governo Fernando Henri- Apesar disso, os ministros demonstraram en-
que Cardoso, a titularidade passaria aos estados, tender que não existe soberania municipal plena
com os municípios desses entornos perdendo a no caso de redes interdependentes. Na interpreta-
sua autonomia. ção, as decisões e ações referentes à organização e
No governo Lula, a preferência é pelo controle à forma de prestar os serviços de abastecimento
dos municípios mesmo nas regiões em que os ser- de água e coleta de esgoto devem ser tomadas por
viços atendam a mais de um deles, como é o caso um colegiado do qual participem todos os muni-
das regiões metropolitanas. Pelo projeto de lei or- cípios envolvidos.
dinária elaborado pelo governo federal, apresen- Um ponto favorável às companhias estaduais
tado em dezembro de 2003, a concessão será dada foi a tendência manifestada no voto do ex-presi-
pelo poder (município, Estado ou União) que for dente do tribunal, de não permitir a divisão dos
responsável pela bacia hidrográfica em questão e serviços em etapas nem para efeitos de definição
não pelo município-sede das concessionárias. do município titular nem para escolha de dife-
rentes operadores.
A questão da titularidade Admitiu-se a viabilidade técnica de, por exem-
O problema em relação à titularidade começou plo, entregar a distribuição de água a uma empre-
a se evidenciar na década de 1970, quando foram sa concessionária e a captação e o tratamento a ou-
criadas as companhias de saneamento estaduais. tra. Sob o ponto de vista econômico-financeiro, no
Embora a Constituição já definisse como responsá- entanto, o parecer atenta para a complexidade da
vel pelos serviços os municípios, no âmbito do Pla- operação, dado que a tarifa só pode ser cobrada do
nasa (Plano Nacional de Saneamento) essa função consumidor na etapa da distribuição.
foi na prática passada para os governos estaduais. Para os ministros, a Constituição Federal per-
Segundo a Constituição brasileira, no país com- mite aos estados apenas instituir as regiões, por
pete aos municípios a prestação, direta ou indireta, lei complementar, para que os respectivos mu-
dos serviços de saneamento básico, decorrendo daí nicípios possam integrar os serviços públicos de
sua competência para concedê-los, sempre median- interesse comum a todos.
te licitação pública, à iniciativa privada.
Mas o Art. 30 (Inciso V), o Art. 23 (Incisos VI Política tarifária
e IX) e o § único da Constituição salientam que, Para que sejam regulamentados os mecanis-
“quando os serviços se destinarem ao atendimen- mos para a instituição de uma política tarifária
to de um único município, a competência para sua ajustada economicamente, um importante as-
prestação será municipal; quando os serviços se pecto a ser discutido no futuro marco regulatório
destinarem ao atendimento de dois ou mais muni- é a questão dos subsídios.
cípios, a competência para sua prestação será co- Essa questão é importante, pois, em um sentido
mum entre os municípios envolvidos e o estado”. estritamente econômico, as tarifas praticadas pelas
Apesar dos preceitos do Artigo 30, decisões empresas não podem sofrer interferências políticas
recentes apontam para um tendência do Supre- e devem refletir os custos reais dos serviços, além de
mo Tribunal Federal em deixar o controle sobre o permitir a remuneração do capital e contemplar a
saneamento com os municípios. capacidade de investimentos futuros.
Em março de 2006, no julgamento de duas Atualmente, uma prática bastante utilizada
ações diretas de inconstitucionalidade (Adins), é a dos subsídios cruzados, por meio da qual são
percebeu-se a tendência do STF de derrubar as transferidos recursos de uma região a outra, per-
leis estaduais que atribuem aos estados a compe- mitindo que os serviços sejam estendidos tam-
tência para decidir sobre a prestação dos serviços bém às áreas mais pobres.
de saneamento básico em regiões metropolitanas Essa política possibilita o financiamento dos
e outras áreas onde um mesmo sistema atenda a serviços de saneamento onde o empreendimento
dois ou mais municípios. não consegue ser rentável, dado o baixo poder
Os três ministros que definiram posição, en- aquisitivo dos moradores e às deseconomias de
tre eles o então presidente do tribunal, Nelson escala dos pequenos municípios. A Associação
34 Valor análise setorial Saneamento Básico
das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) outros se encontram na mesma situação. Pela Lei
defende a manutenção dessa prática. nº 8.987/95, é necessária a abertura de licitação
O financiamento do subsídio cruzado se dá, para que os serviços sejam concedidos.
fundamentalmente, com a tarifa progressiva. Por Em São Paulo, a maior cidade do país, a com-
meio dela, as pessoas que consomem menos água panhia estadual Sabesp opera desde a década de
pagam menos e aquelas que têm maior consumo 1970 sem contrato de concessão e sem nenhuma
pagam tarifas diferenciadas. ingerência do município, tendo, no entanto, rea-
A aplicação de tarifas diferenciadas, por parte lizado grandes investimentos no município.
dos prestadores de serviços públicos, está prevista Em levantamento realizado pelo SNIS em
no artigo 13 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 2001, em um universo pesquisado de 3,8 mil mu-
1995, que regulamenta o artigo 175 da Constitui- nicípios, 310 deles tinham suas concessões venci-
ção Federal, e que determina que “as tarifas pode- das, e 336 operavam sem contratos de concessão.
rão ser diferenciadas em função das características
técnicas e dos custos específicos provenientes do Projeto de Lei 1.144/03 – 5.296/05
atendimento aos distintos segmentos de usuários”. Atualmente, novos projetos de lei (PL) estão
Por outro lado, alguns agentes do mercado, tramitando no Congresso Nacional na tentativa
como a Associação das Concessionárias Privadas de consolidar o marco regulatório do setor. Em
de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), 2005, foi formada uma comissão especial para
contestam essa prática e sugerem a identificação analisar o Projeto de Lei nº 1.144/03, da deputa-
clara das transferências, defendendo a necessida- da Maria do Carmo Lara (PT-MG), ao qual estão
de da introdução de subsídios diretos no setor, apensadas outras cinco propostas. Entre elas está
mecanismo pelo qual seriam atendidas as áreas o PL 5.296/05, do Poder Executivo, que foi usado
mais pobres e as comunidades mais carentes. como base pelo relator da comissão.
Na mesma linha, a Associação Brasileira para Apresentada no fim de 2005 pelo deputado
o Desenvolvimento das Indústrias de Base (Ab- Júlio Lopes (PP/RJ), em linhas gerais, a proposta
dib) destaca a necessidade de criação de subsídios sugere a classificação dos serviços de saneamento
para as classes de baixa renda. A entidade propõe como de interesse local ou comum.
a criação do “vale-água”, custeado por recursos Na proposta, o município assumirá o serviço
públicos do orçamento e destinado à população quando todo o sistema de água e esgotamento sa-
que não teria condições de pagar pelo serviço. nitário ficar dentro dos seus limites geográficos. Se
Um outro aspecto que deverá ser definido é qualquer uma das etapas de tratamento de água e
a vinculação de cobrança entre tarifa de esgoto esgoto e de distribuição de água abranger mais de
e água (atualmente, na média de 80%). A Abcon um município, o serviço será de interesse comum.
considera necessária a criação de subsídios e faci- Isso significa que o município poderá contratar ou
lidades de financiamento para fomentar as obras estabelecer convênios com as companhias estadu-
em esgoto, pois se trata de investimento de capital ais para garantir o saneamento local.
intensivo e seu prazo de retorno é muito longo. Entre as diretrizes gerais do relatório, estão
as garantias da universalização do serviço, da in-
Contratos de concessão tegralidade do sistema e da regularidade, da efi-
Na década de 1970, com a criação das compa- ciência, da segurança e do bom atendimento ao
nhias estaduais, boa parte dos municípios (hoje, público, entre outras.
são cerca de 3,8 mil dos 5,5 mil existentes no país) As dificuldades para a aprovação da proposta
concedeu os serviços de saneamento às operado- podem ser sentidas pelo número de emendas apre-
ras estaduais. sentadas: 862. Muitas, no entanto, são repetitivas.
Verifica-se, atualmente, que grande número O relatório terá de ser votado na comissão especial
deles se encontra com contratos vencidos ou a para depois passar pelo plenário da Câmara, o que
vencer em curto prazo. Em alguns casos, como não havia ocorrido até junho de 2006.
na maioria das capitais, as companhias estaduais No entanto, com a perspectiva de eleições gerais
atuam sem ter firmado contrato de concessão. no segundo semestre de 2006, existe uma grande
Da mesma forma, os vários municípios que possibilidade de que a votação desse importante
foram criados a partir do desmembramento de projeto de lei seja postergada para o próximo ano.
Ambiente regulatório Saneamento Básico Valor análise setorial 35
regionalizadas, com a obrigação, por exemplo, de inclusive com a quebra do pacto federativo em re-
que a entidade prestadora dos serviços atualize lação às responsabilidades dos entes federados na
e divulgue, periodicamente, as tarifas de equilí- prestação dos serviços de saneamento básico.
brio e os custos dos serviços para cada localidade No documento, a FNSA pontua os principais
e para toda a região servida; problemas encontrados no substitutivo do relator
c) facultar – não obrigar – a estados, Distrito Júlio Lopes, sobre o PL 5.296/05, que foi divulgado
Federal e municípios a criação de fundos destina- em coletiva de imprensa no dia 16 de dezembro,
dos a subsidiar diretamente a prestação de servi- sem antes ter sido apresentado para as entidades
ços públicos de saneamento básico em localida- que participaram do processo de discussão sobre
des onde estes não possam ser sustentados pela o projeto de lei encaminhado pelo governo.
cobrança de taxas e tarifas. Segundo a entidade, o substitutivo pode ser
considerado uma reedição do PL 4.147/2000, por-
Críticas ao substitutivo que busca retirar dos municípios a autonomia
Logo após a apresentação do parecer do relator para a gestão do saneamento.
do PL 5.296/05, as críticas já começaram a surgir. Além disso, argumenta que a redação original
Entidades como o Instituto de Defesa do Consumi- do Projeto 5.296 assegurava quantidade mínima
dor (Idec) e a Frente Nacional pelo Saneamento Am- de água em casos de restrição de consumo de
biental (FNSA) argumentam que o projeto inicial usuários de baixa renda, dos estabelecimentos de
sofreu tantas emendas que acabou desvirtuado. saúde, educacionais e de internação coletiva. No
Com isso, não se garante mais, por exemplo, substitutivo, o relator subtraiu os direitos dos ci-
o fornecimento mínimo de água para famílias dadãos no que refere à restrição de acesso à água
de baixa renda, hospitais e escolas, em caso de em condições de inadimplência.
inadimplência. Além de ter sido excluída, ou mi- Em outro ponto, a FNSA critica a simplifica-
nimizada, a possibilidade de participação da so- ção feita pelo relator, pois entende que ele reduz
ciedade na tomada de decisões sobre as políticas o papel dos conselhos e esvazia a participação da
de saneamento. sociedade civil na formulação e execução das po-
Em documento apresentado a parlamentares líticas, no planejamento, regulação e fiscalização
em fevereiro de 2006, a Frente Nacional pelo Sa- dos serviços públicos de saneamento.
neamento salienta que o Projeto de Lei 5.296/05, A Frente Nacional pelo Saneamento Ambien-
apensado aos demais projetos de saneamento na tal defende que os Conselhos ligados ao sane-
Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara amento em todos os níveis de governo tenham
dos Deputados, sofre risco de descaracterização, caráter deliberativo.
Saneamento Básico Valor análise setorial 37
Os principais agentes
Os principais
agentes
O setor de saneamento básico no Brasil é majo- Cerca de 1,6 mil municípios (46% deles loca-
ritariamente controlado pelo poder público. Calcu- lizados nos estados de Minas Gerais e São Paulo)
la-se que aproximadamente 92% do setor de águas controlam os seus próprios sistemas de saneamen-
ainda é controlado pelo Estado, estando a partici- to, sendo conhecidos como sistemas autônomos.
pação privada restrita a alguns poucos municípios. A concessão dos serviços é outorgada pelos
Com a perspectiva de uma maior definição municípios, que – constitucionalmente – detêm
das regras de regulação do setor que permita um os direitos sobre a água e a exploração dos servi-
maior horizonte de planejamento por parte dos ços de saneamento.
agentes envolvidos, o potencial desse mercado Nos últimos anos, esse modelo quase homo-
mostra-se bastante amplo. gêneo de prestação de serviços na área tem pas-
A estrutura atual do setor foi configurada sado por várias alterações, ainda que tímidas. No
pelo Plano Nacional de Saneamento (Planasa), fim dos anos 1990, alguns governos estaduais
criada em 1969 e lançada em 1971, com o objeti- tomaram iniciativas no sentido de reestruturar
vo de promover a auto-sustentação financeira do as suas operadoras, com vistas a uma potencial
sistema e a eliminação dos déficits de atendimen- privatização, como foi o caso da Cedae (conces-
to no setor, por meio da criação das companhias sionária do estado do Rio de Janeiro) e da Cesan
estaduais de saneamento básico (Cesb´s). (Espírito Santo), embora as vendas não tenham
As Cesb´s tinham os seus recursos transferi- sido levadas a efeito.
dos pela União, por meio do BNH (Banco Nacio- Por sua vez, a Sanemat (Mato Grosso), em vista
nal da Habitação), com fundos do FGTS (Fundo de de sua precária condição financeira, municipa-
Garantia por Tempo de Serviço). lizou a prestação de serviços, devolvendo os sis-
Desde o fim do Planasa, em meados da década temas locais de oferta de serviços sanitários às
de 1980, o setor de saneamento básico brasileiro prefeituras municipais. Logo após, o governo de
deixou de ter um planejamento global. Com a bai- Mato Grosso extinguiu a Sanemat.
xa capacidade de investimento dos governos esta- A Sanepar (Paraná) e a Sabesp (São Paulo), por
duais e municipais e enfrentando assim grandes sua vez, utilizaram uma estratégia que buscou rees-
dificuldades para suprir as necessidades dos ser- truturar internamente a companhia. Privatizaram
viços, o setor (e a sociedade) passou a demandar sistemas operadores, abriram o capital da empresa
um novo modelo de atuação e organização que e modificaram os padrões técnicos de operação.
fizesse caminhar no sentido da ampliação e oti- No cenário atual, em que ainda se vive um
mização dos serviços. momento de transição após o início das trans-
Atualmente, a maior parte das operações do formações ocorridas na década passada, veri-
setor é realizada pelas 25 companhias estaduais de fica-se a existência de pelo menos três agentes
saneamento (Cesb´s), que detêm a concessão dos principais na prestação de serviços de sanea-
serviços em cerca de 3,8 mil municípios brasileiros. mento básico no Brasil:
38 Valor análise setorial Saneamento Básico
i) as empresas estaduais (companhias estaduais A grande parte dessas cidades está localiza-
de saneamento básico, também chamadas de Cesb´s); da nas regiões Norte e Nordeste, onde os cus-
ii) os serviços municipais (SAE´s); e tos são maiores, a capacidade de pagamento é
iii) as empresas privadas que adquiriram a conces- menor e, conseqüentemente, a inadimplência
são dos municípios para a exploração do negócio. também é maior.
O fato de esses agentes defenderem distintos in- Em relação à titularidade, a Aesbe entende que
teresses e posições explica, em parte, a dificuldade nas regiões metropolitanas a titularidade deve
de definição de um marco regulatório para o setor. ser estadual e o município participaria da gestão.
Nas áreas que não pertencem a regiões metropo-
Companhias estaduais litanas e não dependem de sistemas integrados, a
Segundo dados do SNIS, as companhias es- titularidade continuaria com os municípios.
taduais, atualmente em número de 25, prestam Apesar de a legislação atual conferir aos municí-
serviços de abastecimento de água a aproxima- pios o poder concedente, existem muitos pareceres
damente 3,8 mil municípios (69,6% do total de jurídicos que consideram as regiões metropolita-
municípios do país), mediante concessão, aten- nas como áreas de interesse comum, devido ao fato
dendo cerca de 95,1 milhões de pessoas, o que re- de a mesma legislação contemplar tal situação.
presenta 77% da população urbana abastecida. Embora sejam as mais importantes prestado-
No entanto, proporcionalmente essas em- ras de serviço no país, o conjunto das companhias
presas possuem menor presença na prestação de estaduais congrega empresas que convivem com
serviços de esgotamento sanitário, em termos situações muito distintas entre si. Enquanto a Sa-
de municípios atendidos. Apenas 762 municí- besp, prestadora paulista, auferiu receita líquida
pios, ou 13,8% do total, são servidos pelas com- de R$ 4,95 bilhões em 2005, empresas como Caer
panhias estaduais. (Roraima) e Caesa (Amapá) não obtiveram recei-
Isso significa que o serviço de esgotamento tas superiores a R$ 40 milhões.
sanitário prestado pelas Cesb´s concentra-se fun- Dessa forma, pode se dizer que as estaduais
damentalmente nas capitais e nas maiores cida- compartilham de um mesmo posicionamento
des de cada estado, o que explica o atendimento político, porém sua gestão e situação financeira
a 51% do total de habitantes servidos por redes diferem muito entre si. De acordo com dados da
coletoras de esgotos do país. Aesbe, menos de dez companhias estaduais são
As companhias estaduais estão representadas superavitárias hoje no país, a maioria delas con-
pela Associação das Empresas de Saneamento centrada nas regiões Sul e Sudeste.
Básico Estaduais (Aesbe). A associação defende o No Norte e Nordeste, com exceção de algumas
modelo institucional regionalizado por estado, companhias estaduais – como as da Bahia, Ser-
em que por meio do subsídio cruzado podem ser gipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará,
atendidos os municípios de pequeno porte, uma Paraíba e Pará –, as demais estão com sérias difi-
vez que estes não reúnem condições para opera- culdades financeiras, sem condições de fazer os
rem seus serviços de água e esgotos sem subsídios investimentos necessários.
orçamentários ou sem o apoio de outra entidade
estadual ou federal. Serviços municipais
Para a Aesbe, o modelo que visa o estímulo às As empresas municipais ou de serviços muni-
concessões privadas sob administração dos mu- cipais são responsáveis pela prestação de serviços
nicípios poderá fazer com que os investimentos na maior parcela dos demais 30,4% de municípios
se concentrem apenas nas cidades com popula- não atendidos pelas Cesb´s. A maior parte (64%)
ções de mais alta renda média. dos serviços municipais está concentrada no Su-
deste. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oes-
Grande participação te, representam apenas 26,5% do total do país.
As empresas estaduais de saneamento aten- Segundo dados da Associação Brasileira da
dem hoje cerca de 92% dos municípios brasileiros Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib), exis-
mais pobres, e muitas delas apresentam dificul- tem no Brasil cerca de 1.683 municípios que ope-
dades financeiras, com reduzida, ou mesmo ine- ram seus serviços de abastecimento de água e
xistente, capacidade de captação de recursos. também de coleta e tratamento de esgotos.
Os principais agentes Saneamento Básico Valor análise setorial 39
A gestão do saneamento básico pelos próprios No país, a única companhia com atuação esta-
municípios pode ser exercida de forma direta, dual sob controle do capital privado é a Saneatins,
por meio de um departamento da prefeitura, ou do Tocantins. Em algumas companhias, o estado
de forma indireta, por meio de uma autarquia ou ainda mantém o controle, mas contam também
de empresa pública, de capital municipal ou mis- com a participação do setor privado em seu con-
to (ou privado, ver a seguir). trole acionário, como é o caso da Sabesp (São Pau-
lo), que tem ações negociadas na Bolsa de Valores.
As formas de gestão Outro exemplo é a Sanepar (Paraná), em que
Ainda segundo a Abdib, cerca de 500 muni- pouco mais de 30% do capital foi vendido para
cípios administram seus serviços de saneamento um grupo privado, o Dominó Holdings, formado
básico de forma direta e outros 500, de forma in- pelas empresas Veolia, Andrade Gutierrez, Op-
direta, como autarquias ou como departamen- portunity e Copel, que, juntas, detêm 34,7% do
tos; a outra parte, 683, administra sob a forma de capital total da companhia.
economia mista. Atraídas pelas Parcerias Público-Privadas
Para as empresas municipais de saneamento, (PPPs), as companhias Embasa (Bahia) e Copasa
a titularidade das concessões deve permanecer (Minas Gerais) também negociam projetos com o
como, no seu entender, prega claramente a Consti- setor privado.
tuição brasileira; ou seja, com os municípios, inclu- Nos municípios, no entanto, a presença priva-
sive nas regiões metropolitanas. A Associação das da é um pouco mais significativa. Entre elas estão
Empresas Municipais de Saneamento (Assemae), as que cuidam da água e do esgoto de Araruama,
que representa os serviços municipais, é também Saquarema, Cabo Frio, Campos e Niterói, todas
contra a instituição do subsídio cruzado. no estado do Rio, Manaus (capital do estado de
Entre as principais empresas de serviços mu- Amazonas) e Limeira, no interior paulista.
nicipais encontram-se as de municípios de porte
como Porto Alegre (RS) (1,36 milhão de habitantes), Investimentos previstos
Guarulhos (1,01 milhão) e Campinas (969,4 mil). O Brasil possui 70 concessões privadas de ser-
A título de ilustração, com 209,3 mil ligações viços de água e esgoto em operação, que atendem
de água e 186,7 mil ligações de esgoto, a Sanasa 69 municípios e 7 milhões de pessoas. O setor
(Sociedade de Abastecimento de Água e Sanea- privado deverá investir R$ 3,4 bilhões até o final
mento) de Campinas – administrada pelo poder desses contratos de concessão.
público – registrou lucro de R$ 34,7 milhões e uma Desse montante, R$ 1,1 bilhão já foi imple-
receita operacional total de R$ 294,3 milhões em mentado até dezembro de 2004, representando
2005. É um resultado superior ao de mais de uma 32,7% do total comprometido. A previsão para o
dezena de companhias estaduais. período 2005-2009 é de investimentos em torno
de R$ 591 milhões.
Concessionárias privadas As maiores cidades com concessionários priva-
No início da década de 1990, quando os mo- dos são Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Niterói
vimentos de privatização assumiram papel de (RJ). Em Ribeirão Preto (SP), os serviços de sanea-
destaque na economia brasileira, a possibilidade mento na área de esgoto foram cedidos à concessio-
de desestatização do setor de saneamento passou nária privada Ambient pelo então prefeito Antônio
a ser aventada como uma alternativa para a redu- Palloci. A concessão é considerada um modelo: em
ção do hiato de investimentos que se verificava 2001 foi construída uma Estação de Tratamento de
desde a derrocada do Planasa na década de 1980. Esgoto (ETE) para tratar 100% do esgoto da cidade.
Desde 1995, os serviços de fornecimento de A Associação Brasileira das Concessionárias
água e coleta de esgoto podem ser realizados por Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto
empresas privadas. No entanto, apenas 1% dos (Abcon) é a entidade que representa os interesses
5.561 municípios brasileiros teve seus serviços das empresas privadas do setor de saneamento.
de saneamento privatizados. Administradas por Para a associação, a população carente deve ser
companhias estrangeiras de saneamento e/ou atendida com serviços de água e esgoto por meio
empresas de engenharia nacional, elas atendem de subsídio direto proveniente de recursos públi-
cerca de 5% da população urbana. cos orçamentários.
40 Valor análise setorial Saneamento Básico
Com relação à titularidade, entende que o tex- dos nos oito primeiros anos de concessão e o retor-
to da Constituição é claro ao conferir a titularida- no do capital investido se dá em cerca de dez anos.
de aos municípios quando for de interesse local e
ao estado (ou a um consórcio compartilhado) no Águas de Niterói: um bom exemplo
caso de haver interesse comum. O consórcio Águas de Niterói assumiu a ges-
A entidade defende ainda que uma nova legis- tão do saneamento do município de Niterói (RJ)
lação do setor deverá prever que cada estado defina em novembro de 1999, num contrato de 30 anos.
em legislação própria a sua forma de organização Desde então, investiu R$ 148 milhões na cons-
dos serviços de saneamento integrados, respeitan- trução de redes de distribuição, elevatórias, re-
do suas características e peculiaridades. servatórios, redes coletoras de esgoto e estações
Em pouco mais de dez anos (desde 1995), ape- de tratamento.
nas 1% dos municípios privatizou o fornecimento A empresa apresenta expressivos indicado-
de água e coleta de esgoto. Para a Abcon, a falta res. Em abastecimento de água, a segunda cidade
de regulação para o serviço de saneamento deve mais importante do estado do Rio de Janeiro saiu
ainda inibir o crescimento da participação do se- de 46% de seu território abastecido por água de
tor privado no segmento, mesmo com as grandes qualidade para 100%. Em esgoto, ostenta a marca
possibilidades de negociação dos próximos três de 75% de esgoto coletado e tratado, com cinco es-
anos. Entre 2005 e 2008, centenas de contratos tações de tratamento funcionando.
de prestação de serviço entre as empresas (em sua Quando a empresa assumiu a gestão, ela com-
maioria estaduais) e as prefeituras (responsáveis prava da Cedae 1.750 litros de água por segundo
pela concessão) devem vencer. para abastecer 350 mil pessoas. Atualmente, estão
Apesar disso, as recentes decisões parciais do agregadas mais 110 mil pessoas com a mesma va-
STF e a experiência acumulada nos últimos dez zão, o que se deveu ao combate às perdas, que gi-
anos na realização de dezenas de contratos com ravam em torno de 40% a 45%, entre vazamentos,
as prefeituras tendem a diminuir os erros e mi- ligações clandestinas e falta de hidrometração.
nimizar os riscos políticos que se verificaram em Ao fim do período de concessão, todos os in-
alguns casos. vestimentos deverão ser revertidos para o muni-
A Abcon trabalha com a perspectiva de que, cípio e todo o patrimônio da Águas de Niterói na
em um período entre cinco e dez anos após esta- cidade será entregue à prefeitura municipal.
belecida a regulação, a presença do setor privado
poderia atingir 30% dos municípios. Pequenos municípios: atuação da Funasa
Nesse sentido, pesquisa realizada pelo Ibo- Em 2005, a Fundação Nacional da Saúde (Funa-
pe junto a 550 municípios, divulgada no fim de sa) empenhou R$ 667 milhões para financiar obras
maio de 2006 pela Abdib, mostrou que, para 82% em 1.767 municípios. A estimativa da fundação é
dos prefeitos entrevistados, a iniciativa privada de que as obras contratadas com esses recursos be-
deve participar dos processos sempre que o in- neficiem mais de 3,3 milhões de pessoas e gerem
vestimento público não atender às necessidades 159 mil empregos diretos em todo o país, além de
da população. movimentar a economia das cidades menores.
Essa participação deve abranger tanto investi-
mento quanto parceria na prestação e gestão dos Os projetos
serviços oferecidos. A resposta está vinculada ao As ações previstas nos convênios abrangem
fato de que apenas 22% dos municípios conside- desde grandes projetos de infra-estrutura, como
ram que suas necessidades nesse setor são atendi- redes de água e esgoto, até iniciativas menores,
das plenamente pelos investimentos públicos. como melhorias sanitárias em lares pobres – ins-
Para a associação, a regulação também é fun- talações de acessórios básicos no banheiro, como
damental para as empresas privadas, já que, com vasos sanitários, pias e chuveiros.
contratos de concessão de 30 anos, as empresas en- Dos R$ 667 milhões empenhados pela Funa-
frentam até sete diferentes mandatos municipais, sa para realização de obras, mais de um terço (R$
o que pode ocasionar renegociações de contrato. 226 milhões) foi para a implantação de redes de
Segundo a Abcon, entre 60% e 70% dos inves- coleta de esgoto, melhoria que deve beneficiar
timentos de uma empresa privatizada são realiza- cerca de 442 mil pessoas.
Os principais agentes Saneamento Básico Valor análise setorial 41
Desempenho
Desempenho
No Brasil, o índice médio de abastecimento de Evolução da oferta de serviços
água era de 95,4% em 2004, o último dado dispo- Quando o Planasa foi instituído, no fim da
nível. Em contrapartida, o esgotamento sanitá- década de 1960, menos de 50% da população ur-
rio apresentava índice médio ainda baixo, igual bana brasileira possuía acesso ao abastecimento
a 50,3%. Em relação ao tratamento dos esgotos de água. Como meta, se estabeleceu que até 1980
coletados, os resultados são ainda menores, com pelo menos 80% da população urbana deveria ter
índice médio nacional de apenas 31,3%. acesso ao sistema de água tratada e 50%, aos ser-
Em 2004, a receita das prestadoras de serviços viços de esgotamento sanitário.
foi de R$ 17,3 bilhões (12% superior em relação a Em 1975, essa meta foi revista, ganhando
2003) e as despesas com os serviços, incluindo de- um contorno especial: além de 80% da popula-
preciação de ativos, foram de R$ 16,4 bilhões (acrés- ção, 80% das cidades brasileiras e regiões me-
cimo de 8,5% em comparação ao ano de 2003). Em tropolitanas deveriam estar servidas com água
ambos os casos, a variação foi superior à inflação potável até 1980.
de 2004, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Na mesma ocasião, não foram definidas me-
Consumidor Amplo (IPCA), igual a 7,6%. tas concretas para a coleta de esgotos e o seu
O número de empregos envolvidos diretamen- tratamento. Passados pouco mais de 30 anos,
te com a prestação dos serviços em 2004 foi de 165 o acesso ao abastecimento de água já atingia
mil, dos quais 112 mil gerados pelos próprios pres- praticamente 90% dos domicílios urbanos em
tadores de serviços e atividades terceirizadas. 2000 (Tabela 7).
Abastecimento de água
Domicílios urbanos – rede geral 41,8 60,5 79,2 86,3 89,8
Domicílios rurais - rede geral 1,3 2,6 5,0 9,3 18,1
Esgotamento sanitário
Domicílios urbanos – rede de coleta 26,0 22,2 37,0 47,9 56,0
Domicílios urbanos – rede + fossas sépticas 19,6 25,3 22,9 20,9 16,0
Domicílios rurais - rede de coleta 0,3 0,4 1,4 3,7 3,3
Domicílios rurais – rede + fossas sépticas 2,6 3,2 7,2 14,4 9,6
100
92,9
90
80 79,0
72,0
70
61,6
60 57,6
51,3 52,5 53,8
50 47,3
41,7 42,6
40 39,8
30
22,9 23,2 23,2
20
10
0
Chile EUA Canadá Colômbia México Venezuela Peru Argentina Brasil Uruguai Equador Cuba Bolívia Costa Rica Paraguai
Água e esgoto: resultados desiguais Apenas cerca de 10% do total de esgotos pro-
Os resultados do Planasa foram bastante duzido recebe algum tipo de tratamento, sendo
satisfatórios no tocante ao abastecimento de o restante despejado diretamente nos solos, rios,
água. Entre os anos de 1970 a 2000, o atendi- córregos e nascentes, transformando-se em po-
mento com água potável evoluiu de 60% dos tencial fonte de degradação do meio ambiente,
domicílios urbanos para 90%, ao mesmo tem- além de conduzir à proliferação de doenças in-
po em que essa população saltou de 55 milhões fecciosas e parasitárias (Tabela 8).
para 167 milhões de pessoas. Quanto à coleta O Planasa permaneceu em vigor até 1986,
de esgoto, a cobertura evoluiu de 22% dos do- quando foi formalmente extinto junto com o
micílios urbanos para 56%. BNH. A crise econômica dos anos 1980 tornou
No entanto, com relação ao esgotamento sa- mais difícil o crédito, o que levou as companhias
nitário, os resultados obtidos não foram tão aus- estaduais e estados a se endividarem cada vez
piciosos; embora a população incorporada a esse mais com a União.
serviço tenha sido significativa, os indicadores de Segundo dados da Secretaria Nacional de
coleta e tratamento de esgotos ainda são insatis- Saneamento Ambiental, vinculada ao Ministé-
fatórios. Com isso, o país apresenta desempenho rios das Cidades, a dívida das companhias es-
inferior ao de vários países da América do Sul taduais de saneamento atingia cerca de R$ 16
nesse quesito (Gráfico 9). bilhões em 2004.
Fonte: IBGE.
44 Valor análise setorial Saneamento Básico
90 88,33
80,06 77,82
80
73,19 73,42
70 66,39
60
50 48,01 47,24
40
33,27
30
29,56
25,11
20
10
9,64
0
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil
A despeito dos resultados alcançados, uma também que o volume de água distribuída sem
crítica que se faz ao Planasa é a de que ele foi prin- tratamento quase dobrou no período, passando
cipalmente direcionado à montagem do sistema, de 3,9%, em 1989, para 7,2% em 2000.
ou seja, a ênfase era dada à construção e não à sua Ainda que o abastecimento de água pareça
operação, o que acabou por determinar – em mui- próximo da universalização (em termos de muni-
tos casos – a sua ineficiência operacional, o alto cípios), ele também apresenta problemas no Bra-
índice de desperdício de água e o conseqüente sil, pois a sua distribuição é bastante desigual nas
endividamento das empresas do setor. diferentes regiões do país. O serviço concentra-se
Além disso, muitos foram os municípios que principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
acabaram por não aderir ao Planasa, preferindo A desigualdade manifesta-se em dois índices:
manter a sua autonomia, prejudicando os obje- no volume diário per capita de água distribuída
tivos de economia de escala pretendidos quando por rede geral, que na Região Sudeste é o dobro
da criação das Cesb´s. do computado na Região Nordeste; e também no
Após o grande incremento nos serviços nas fato de que a maior parte dos 116 municípios sem
décadas de 1970 e 1980, o setor cresceu muito rede geral de abastecimento em 2000 estava situ-
pouco na década de 1990. Segundo dados da ada nas regiões Norte e Nordeste.
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000, Tendo como unidade de análise os domicílios
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia permanentes, a situação de abastecimento e de
e Estatística (IBGE), entre 1989 e 2000, o número coleta de esgotos apresenta números mais baixos,
de municípios com algum tipo de serviço sanitá- mas a mesma situação de desigualdade.
rio aumentou 10%, passando de 47,3% para 52,2%, Enquanto na Região Sudeste, o abastecimen-
um número ainda bastante tímido. to de água por rede atinge 88,3% dos domicílios,
No caso do abastecimento de água, o servi- na Região Norte, esse número não ultrapassa os
ço consegue atender aproximadamente 98% dos 48%, ao passo que no Nordeste é de 66,4%; nes-
municípios brasileiros. Por outro lado, apenas sas regiões, o uso de poços, chafarizes, bicas ou
33,5% do número de domicílios recenseados são minas e caminhões-pipa e a captação direta nos
atendidos por rede geral de esgoto. Na Região cursos d’água são as alternativas mais comuns
Norte do país, cerca de 93% dos municípios não de abastecimento.
dispõem desse serviço. Em relação ao esgotamento sanitário, a discre-
No Brasil, dos 52,2% dos municípios que con- pância é ainda mais evidente: na Região Sudeste
tam com rede de esgoto sanitário, apenas 20,2% atinge 73,4% dos domicílios, ao passo que na Nor-
tratam o esgoto coletado. A pesquisa verificou te essa proporção é de apenas 9,6% (Gráfico 10).
Desempenho Saneamento Básico Valor análise setorial 45
As formas de abastecimento de água e de esgota- Em outros 15, o valor cobrado por metro cú-
mento utilizadas nos domicílios permanentes brasi- bico de água mais que dobrou (Goiás, Distrito Fe-
leiros, por região, estão apresentadas na Tabela 9. deral, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Espírito
Santo, Ceará, Rio de Janeiro, Rondônia, Paraná,
Redução do consumo de água Maranhão, Mato Grosso do Sul, Amapá, Santa Ca-
Entre 1995 e 2004, os brasileiros passaram a tarina, Pará e Roraima).
gastar menos água a cada ano. O consumo médio E somente em São Paulo, Piauí e Tocantins o
por residência ou estabelecimento comercial caiu aumento ficou abaixo de 100%. As companhias do
em pelo menos 24 das 27 unidades da Federação, Acre e Tocantins não dispõem dos dados referen-
segundo dados da principal prestadora de servi- tes a 1995.
ço de cada estado, levantados pelo Sistema Nacio- Essas variações de preço interferiram direta-
nal de Informações de Saneamento (SNIS). mente no volume de água distribuído, dado que
Os estados de Pernambuco e Rondônia tiveram a tarifa é, ao lado da renda, o maior determinante
as maiores reduções, com uma retração de mais de do consumo. O valor cobrado pela água só não
50% entre 1995 e 2004. Pará e Amapá, que tinham os afeta o comportamento de dois tipos de clien-
maiores consumos por cliente em 1995 – superior a tes: os muito ricos, que independentemente dos
32 metros cúbicos (32 mil litros) por mês –, cortaram custos podem continuar consumindo no mesmo
essas taxas em 47,2% e 23,5%, respectivamente. nível, e os muito pobres, que utilizam somente a
A diminuição do consumo foi provocada pelo quantidade realmente necessária.
aumento da tarifa e pela queda da renda média do O estado que apresentou a maior redução
brasileiro. Contribui também o fato de, após a crise de consumo entre 1995 e 2004 foi Pernambuco
energética de 2001, as pessoas terem adquirido há- (56,2%), onde o volume médio por domicílio ou
bitos que contribuem para economizar água. Elas estabelecimento comercial caiu de 32,77 para
se acostumaram a ficar menos tempo no chuveiro, 17,29 metros cúbicos por mês.
por exemplo, ou a não lavar roupa todos os dias, Nesse mesmo período, a tarifa cobrada pela
preferindo esperar a máquina encher para usá-la. Compesa (Pernambuco) quase triplicou, subindo
de R$ 0,52 para R$ 1,52 por metro cúbico de água.
Forte aumento das tarifas O cenário é semelhante ao de Rondônia, que regis-
Entre 1995 e 2004, a tarifa de água nominal trou uma retração de 53,6% no consumo e um au-
mais que triplicou em cinco estados (Rio Grande mento de 164% no preço cobrado por metro cúbico
do Sul, Alagoas, Minas Gerais, Sergipe e Paraíba). de água – o segundo mais caro do país: R$ 2,25.
46 Valor análise setorial Saneamento Básico Desempenho
Seguindo a mesma linha, a Cosanpa (do Pará), Até mesmo telefonia (117,10%) e ônibus urbano
que tinha o maior consumo médio em 1995 (68,56%), constantemente citados como impul-
– 32,77 metros cúbicos mensais por cliente –, re- sionadores da inflação nos últimos anos, tiveram
gistrou a terceira maior redução (47,2%), o que fez altas menores.
a taxa cair para 17,29 metros cúbicos em 2004. Segundo o SNIS, a alta das tarifas poderia estar
Nesses dez anos, a tarifa aumentou 135%, de R$ associada também, em alguns casos, às dificulda-
0,60 para R$ 1,41. des financeiras das empresas estatais, numa tenta-
Por outro lado, o estado com menor consumo em tiva de resolver problemas de caixa via preços.
1995, Alagoas (7,30 metros cúbicos por economia),
teve uma elevação de 15,2% no volume medido, que Sistema pré-pago
subiu para 8,41 metros cúbicos por mês – ainda as- Envolto em polêmica, o sistema pré-pago de
sim a menor taxa do país. Esse aumento, no entanto, acesso à água começou a funcionar no Brasil,
tende a refletir uma leve melhoria dos serviços, já numa experiência piloto da Saneatins, com aten-
que a alagoana Casal não vinha mantendo o forneci- dimento a 800 domicílios em Abadia de Goiás
mento constante em determinadas regiões. (GO) e em Palmas (TO), onde 100 domicílios tes-
Essas condições podem explicar, pelo menos taram o novo esquema.
em parte, por que os alagoanos fogem à regra da A Sabesp também estuda a aplicação da tec-
relação entre o preço e o uso de água. No mesmo nologia, mas diz não ter ainda interesse de colo-
período em que o consumo cresceu, a Casal mais cá-la em prática devido aos custos. O objetivo da
que triplicou o valor da tarifa, o que representou implantação de tal sistema é eliminar a inadim-
o segundo maior aumento do país (210%). Com plência. Se o consumidor não paga a sua conta,
isso, o metro cúbico de água passou de R$ 0,58 não tem acesso à água.
para R$ 1,80 entre 1995 e 2004. Há, no entanto, críticas de vários setores da
Essa elevação tarifária só superou a aplicada sociedade quanto à adoção dessa medida. O Ins-
pela Corsan (Companhia Riograndense de Sanea- tituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec),
mento), que quase quadruplicou o valor cobrado a Associação dos Serviços Municipais de Sanea-
dos consumidores. Esse forte aumento repercutiu mento (Assemae) e o Departamento de Proteção
diretamente no consumo, que recuou 38% entre e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério
1995 e 2004, passando de 18,38 para 11,39 metros da Justiça, por exemplo, argumentam que a água,
cúbicos por cliente. além do valor econômico, tem fundamental im-
Os dados do Piauí mostram que, apesar de ser portância para a saúde pública. As entidades te-
o principal determinante, não é somente o preço mem que a exigência do pré-pagamento deixe os
que influencia o consumo. A tarifa cobrada pela mais pobres desabastecidos ou os faça terem de
Agespisa (Águas e Esgoto do Piauí) foi a que me- escolher entre água, comida ou remédios.
nos aumentou entre 1995 e 2004 (73,2%), subindo Os que defendem a utilização do sistema ar-
de R$ 0,71 para R$ 1,23 por metro cúbico. gumentam que a medida traria benefícios am-
Nesse mesmo período, o estado foi o oitavo bientais, dado que estimularia a redução do con-
que mais reduziu o consumo (38%), com o volume sumo. O sistema funciona nos mesmos moldes do
médio medido por economia recuando de 18,38 popular celular pré-pago.
para 11,39 metros cúbicos por mês. O consumidor compra cartões com créditos
Quando se consideram os principais preços que são revertidos em água. No imóvel, a leitura é
administrados direta ou indiretamente pelo go- feita por um gerenciador de consumo, ligado a uma
verno, a taxa de água e esgoto só perde para a turbina, em vez de hidrômetro. Quando faltam três
energia elétrica (168%) e gás de botijão (226,66%). dias para acabar os créditos, o gerenciador avisa.
Saneamento Básico Valor análise setorial 47
O panorama estadual
O panorama
estadual
No Brasil existem grandes diferenças econô- leiros nas cidades e 22 milhões na área rural não
micas entre as regiões e isso também se reflete têm abastecimento de água.
nos serviços de saneamento básico. As regiões Sul As desigualdades não são vistas apenas de
e Sudeste que concentram parte substancial do uma região para outra ou entre as áreas rurais
PIB nacional têm, por conta disso, muito melho- e urbanas. As diferenças locais representam um
res condições de atendimento. obstáculo para as políticas públicas.
Em alguns estados como São Paulo, o percen- Os dados do “Diagnóstico dos Serviços de
tual de domicílios permanentes atendidos por Água e Esgotos”, publicação do Ministério das Ci-
abastecimento de água chega muito próximo da dades, a partir de dados do Sistema Nacional de
universalização, enquanto parcela expressiva do Informações e Saneamento (SNIS), indicam um
seu esgoto é coletada por rede geral. baixo desempenho também no quesito perdas de
Nas demais regiões, vários estados, como Ron- água. No ano de 2004, segundo dados do SNIS, o
dônia, apresentavam, em 2000, abastecimento de valor médio das perdas de faturamento para os
água por rede geral em apenas 30,7% de seus do- prestadores de serviços foi de 40,4%.
micílios; no Piauí, 42,9% dos domicílios perma-
nentes não tinham sequer banheiro ou instala- Norte
ções sanitárias, segundo dados do IBGE. Embora a Região Norte seja a que apresenta os
Menos da metade (44,3%) dos nordestinos tem maiores índices de chuva do país e disponha de
água encanada, enquanto na Região Sudeste 70,5% grandes mananciais de água em seu interior, seus
da população tem acesso ao abastecimento de principais indicadores de saneamento básico são
água. A desigualdade regional é um dos problemas inferiores à média nacional (Tabela 10).
apontados pelo Plano Nacional de Recursos Hídri- Segundo os dados das empresas que prestaram
cos, aprovado em fevereiro de 2006 pelo Conselho informações ao SNIS, em 2004, apenas 52,9% da
Nacional de Recursos Hídricos. No geral, o abasteci- amostra da população da Região Norte era atendi-
mento de água chega a 63,9% dos brasileiros. da por serviços de água, o pior índice do país.
Nas regiões Amazônica e Tocantins-Araguaia, Em Rondônia, verifica-se o índice mais
Atlântico-Nordeste Ocidental e Parnaíba, a des- baixo da região, 35,4%. Atualmente, menos de
peito de possuírem grandes mananciais, predo- metade dos cerca de 850 mil moradores das re-
minam os municípios com índices de cobertura giões urbanas do estado tem acesso à água tra-
menor que 25%. A região hidrográfica do Paraná tada e menos de 2% tem serviço de saneamento,
tem o maior número de municípios com índice segundo a estatal Caerd (Companhia de Água e
de atendimento de 90%. Esgoto de Rondônia).
O desequilíbrio também ocorre no campo: Segundo a empresa, em sua área de atuação,
menos de 30% da população rural do país tem 45,6% da população tem água tratada e 1,7% tem
acesso ao serviço. Ao todo, 12 milhões de brasi- esgotamento. A estatal atua em 40 municípios;
48 Valor análise setorial Saneamento Básico
Fonte: SNIS.
dos outros 12 municípios do estado, 8 têm siste- Para que se atinja a universalização dos ser-
ma autônomo (municipalizado). viços de água e esgoto, segundo dados do Minis-
Nos outros quatro restantes, em três a Caerd tério das Cidades, são necessários investimentos
está implantando o sistema de saneamento, e em de R$ 1,9 bilhão até 2020. Apenas os serviços de
uma cidade – Governador Jorge Teixeira – não há expansão de rede demandariam investimentos
nem água tratada nem esgoto. de R$ 1,43 bilhão.
Os reflexos dessas condições precárias apare-
cem na saúde da população: o estado é conside- Abastecimento de água
rado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Os estados do Acre e do Pará possuem índices
uma região endêmica de malária, leishmaniose e de atendimento de água próximos (42% e 41,2%,
febre amarela. De acordo com dados do Conselho respectivamente) e índices similares aos de Ron-
Federal de Medicina, Rondônia conta com 4,59 dônia. Na região, o estado com maior índice de
médicos para cada grupo de 10 mil habitantes, atendimento de água é o Amazonas, com 84,8%,
menos da metade do que é considerado aceitável seguido por Tocantins (84,5%) e Roraima (78,7%),
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). como pode-se ver no Gráfico 11.
100
90
84,8 84,5
80 78,7
70
60
51,2 52,9
50
42,0 41,2
40 35,4
30
20
10
0
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Norte
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 49
180
164,8 160,3
160 155,6
140
80
60
40
20
0
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Norte
Fonte: SNIS.
20
10
0
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Norte
Fonte: SNIS.
50 Valor análise setorial Saneamento Básico
O estado recordista do país é o Amapá, que re- inferiores aos de todas as nações pesquisadas em
gistrou perdas de faturamento e de distribuição um estudo da OMS (Organização Mundial da Saú-
de 72,8%. Do volume de água produzido no es- de) de 2002 – nesse relatório, as piores condições
tado, de 60,7 milhões de metros cúbicos, apenas foram encontradas na Etiópia (6%).
16,1 milhões são faturados. Segundo o relatório do IBGE, na Região Norte,
A situação é similar no Acre (71,6 %), Amazonas apenas 6,7% dos domicílios tinham acesso ao sa-
(70,6%) e em Rondônia (69,7%). Perdas de fatura- neamento adequado na classe de renda per capita
mento desse nível fazem com que as concessioná- de até meio salário mínimo, passando para 28,5%
rias enfrentem ainda maiores dificuldades para a na classe de renda per capita de mais de cinco sa-
realização de investimentos, dado que parte subs- lários mínimos. Na Região Sudeste, as proporções
tancial da sua receita é perdida (Gráfico 13). variam de 71,5% na classe de renda per capita de
Na região, apenas no Tocantins, as perdas são até meio salário mínimo a 96,8% na de mais de
inferiores à média nacional, devido basicamente cinco salários mínimos.
aos investimentos em redução de perdas empre- Na região, segundo os dados do SNIS, a média
endidos pela Saneatins. Essa concessionária es- do atendimento total de esgoto é de 4,4%, com
tadual possui 76,5% de seu capital em nome da coleta de 10,7% e tratamento de 34,1% do esgoto
companhia privada Emsa (Empresa de Monta- coletado. Em Rondônia e no Pará, o atendimento
gem Sul-Americana S.A.). de esgoto é especialmente precário, com índices
de 1,2% e 1,6%, respectivamente.
Coleta e tratamento de esgoto Os melhores índices de atendimento total de
Assim como nos demais indicadores de sane- esgoto são obtidos em Roraima (12,1%) e no Acre
amento, na Região Norte, os indicadores referen- (11,5%). As estatísticas do SNIS em relação ao ano
tes ao tratamento de esgoto são precaríssimos. de 2004 indicam que, no Acre e no Amapá, as
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2005, prestadoras que forneceram as informações ti-
feita pelo IBGE a partir da Pesquisa Nacional por nham 0% de tratamento de esgoto (Gráfico 14).
Amostra de Domicílios (PNAD) com dados de
2004, a Região Norte tem condições de sanea- Participação privada
mento piores que as de países africanos como So- Segundo a Associação das Concessionárias Pri-
mália, República Democrática do Congo, Burkina vadas de Saneamento (Abcon), na Região Norte do
Fasso e Libéria. país, apenas dois municípios contam com serviços
Apenas 5% dos domicílios no Amapá e 5,1% de operadoras locais privadas (Tabela 11). A Sanea-
em Rondônia, por exemplo, são adequados do tins, concessionária estadual do Tocantins, por sua
ponto de vista do saneamento. Esses índices são vez, é também controlada pela iniciativa privada.
40
34,1
30 25,2 25,0 23,3
20 18,8
11,5 10,0 12,1 10,7
10 5,7 8,3 5,1 7,6 6,4
4,4
1,2 0,5 0,0 1,6 0,0 0,0
0
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Norte
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 51
Fonte: Abcon.
O Instituto Águas de Novo Progresso é uma 1997. A Suez Ambiental tem nove empresas de
empresa instalada no município de Novo Pro- saneamento e limpeza urbana. Além da Águas
gresso (Pará) desde outubro de 2004. A compa- do Amazonas, a Suez controla também a Águas
nhia é integrante do Grupo Perenge, que possui de Limeira (SP).
sede em São Paulo, mas atua principalmente no Em Manaus, a empresa vem enfrentando um
estado de Mato Grosso, nas cidades de Sorriso, grave problema que é a não-adesão das fábricas
Cláudia, Guarantã do Norte, Matupá e Carlinda. ao serviço prestado. Segundo a companhia, a sua
Em Novo Progresso, está implantada uma de produção diária é de 17 milhões de litros, dos
suas concessionárias, que recebeu a concessão dos quais 77% são produzidos na unidade de capta-
serviços de tratamento e distribuição de água. A ção da Ponta do Ismael, 4% são oriundos da esta-
empresa planeja investir R$ 1,2 milhão no muni- ção do Mauazinho e 19%, dos 100 poços tubulares
cípio nos 30 anos de vigência do contrato. profundos administrados pela companhia.
Em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio Segundo a empresa, 80% dos seus clientes es-
de Janeiro em junho de 2000, a Águas do Ama- tão na categoria residencial; 10%, na comercial;
zonas adquiriu por R$ 193 milhões (ágio de 5%) 8% são instituições públicas; e apenas o restante
os direitos de exploração do mercado de Manaus é composto pelas 221 indústrias que utilizam o
por 30 anos, renováveis por igual período. serviço. Como grande parte dos seus clientes resi-
A empresa, controlada pela Suez Ambiental, denciais possui baixa renda, a sua capacidade de
comprometeu-se a investir R$ 1,3 bilhão em obras geração de receitas fica bastante prejudicada e a
e serviços até o fim da concessão. Por contrato, a companhia vem enfrentando dificuldades para a
companhia deve atender 95% da população de manutenção do plano de investimentos.
Manaus com água de boa qualidade até o fim de
2006, além de coletar 30% do esgoto e tratar 50% Nordeste
do esgoto coletado. Embora marcada pelas secas que costumam
O grupo Suez, de origem franco-belga, está afligir grande parte do seu território, a Região Nor-
presente no Brasil principalmente nas áreas de deste apresenta indicadores de saneamento (aten-
saneamento e de tratamento de resíduos sólidos, dimento de água, principalmente) bem melhores
de limpeza urbana e de energia (por meio da Trac- do que os verificados na Região Norte (Tabela 12).
tebel Energia). Em 2005, as áreas de saneamento e
de limpeza urbana geraram receita de cerca de R$ Abastecimento de água
700 milhões e 11,5 mil empregos. Segundo dados da PNAD de 2004, o total de
Uma das principais aquisições do grupo no domicílios atendidos por serviço de abasteci-
Brasil foi a Vega Sopave, de limpeza urbana, em mento de água na região era de 84,3% e em Ser-
52 Valor análise setorial Saneamento Básico
Fonte: SNIS.
gipe esse indicador chegava a 93,4%, seguido de Programa Auto-Sustentável de Saneamento, im-
perto pela Paraíba, com 92,9%. Pelos dados do plantado em comunidades rurais das regiões de
SNIS, também de 2004, a população atendida na Seabra e Jacobina, na Chapada Diamantina.
região era de 74,9%, sendo o melhor indicador o O programa foi financiado pelo banco alemão
alcançado pela Bahia, com 82,8% (Gráfico 15). KFW, com investimentos de R$ 40 milhões, e levou
A Bahia tem se destacado na área de sanea- o saneamento básico – abastecimento de água e
mento. Sua estatal, a Embasa, vem obtendo resul- implantação de esgotamento sanitário – a 97 co-
tados financeiros positivos. As iniciativas do Go- munidades rurais de 27 municípios baianos, be-
verno do Estado têm sido reconhecidas em nível neficiando diretamente mais de 11 mil famílias.
internacional, como a condecoração instituída
pela Organização das Nações Unidas (ONU) para Consumo per capita
premiar experiências bem-sucedidas na pres- Em 2004, o consumo médio per capita de água
tação de serviços públicos, com a realização do da região foi o mais baixo do Brasil. Na média re-
100
90
81,3 82,8
80 78,3
73,9 75,6 74,9
69,4 71,2
70 65,7
63,0
60
50
40
30
20
10
0
Maranhão Piauí Ceará R. G. do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Nordeste
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 53
140
128,2 131,5
121,1 118,2 119,0
120
109,4
100,5
100
92,2 95,0
82,8
80
60
40
20
0
Maranhão Piauí Ceará R. G. do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Nordeste
Fonte: SNIS.
20
10
0
Maranhão Piauí Ceará R. G. do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Nordeste
Fonte: SNIS.
54 Valor análise setorial Saneamento Básico
60
50 49,0 45,9
41,1
40 37,3
27,6 26,7 29,2
30 26,1
21,6 21,6 23,1 21,4 21,4
20
19,4
11,1 12,5 10,8 12,4 12,9
10 6,0
0
Maranhão Piauí Ceará R. G. do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Nordeste
Fonte: SNIS.
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 55
100
92,3
90 88,2 85,6 88,5
80,6
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sudeste
Fonte: SNIS.
neamento básico do que a média nacional. Nela, domicílios são atendidos por serviço público de
as companhias estaduais estão, na média, em me- abastecimento de água (Gráfico 19).
lhor situação financeira e com maior capacidade Na região metropolitana de São Paulo, esse ín-
de realização de investimentos. dice atinge 98,7%, bastante próximo da universa-
Os municípios com serviços próprios de sane- lização, o que também se verifica nas regiões me-
amento possuem uma boa estrutura e se verifi- tropolitanas do Rio de Janeiro (98,8%) e de Belo
cam também algumas experiências bem-sucedi- Horizonte (97,3%).
das em termos de operações privadas (Tabela 13).
Consumo per capita
Abastecimento de água O consumo médio per capita de água da Região
Segundo os dados do SNIS, todos os estados Sudeste em 2004 foi o mais alto do Brasil. Na média
da Região Sudeste alcançaram índices superio- regional, o consumo foi de 184,6 litros/dia. No Rio
res a 80% em termos de atendimento de água da de Janeiro, o consumo médio foi de 224 litros/dia e
população. Pelos cálculos do PNAD, 96,1% dos em São Paulo, de 185,6 litros/dia (Gráfico 20).
250
224,0
200
185,6 184,6
167,6
150 147,9
100
50
0
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sudeste
Fonte: SNIS.
56 Valor análise setorial Saneamento Básico
50 48,6 49,7
44,4 44,2
41,2
40 38,9 39,5
34,1
30 27,5 27,3
20
10
0
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sudeste
Fonte: SNIS.
90
80 78,1 77,9
70,1
70 65,9 64,0
61,2
60 58,0 55,9
52,7 51,1
50 47,5
43,8
40
32,7
30 27,8
24,5
20
10
0
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sudeste
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 57
Plenas
Guará Águas Hidrogesp 20.300 plena 17/01/200 25 6,00
de Guará
Limeira Águas de Suez Environment / 259.000 plena 02/06/95 30 120,00
Limeira Lumina
Mairinque Ciágua Villanova Engenharia; 38.000 plena 01/05/97 30 30,00
Concessionária de Guaimbê Engenharia
Águas de Mairinque
Mineiros Saneciste Saneciste 9.462 plena 20/08/95 20 2,00
do Tietê
Mirassol Paz Gestão Ambiental Paz Engenharia 48.312 plena 01/09/01 5 0,75
Parciais e BOT´s
Araçatuba Sanear Saneamento Amafi, Tejofran, 231.050 esgoto 01/01/00 21 17,00
de Araçatuba” Resil, Earth Tech
Birigui Aqua Pérola Hidrogesp, Colina 40.000 água 01/06/95 15 2,00
Birigui Matéria Perfuração Matéria Perfuração 30.000 água 01/09/03 15 3,10
de Poços de Poços
Cajamar Águas de Earth Tech, DH Perfuração 54.000 subconcessão 15/09/97 14 3,50
Cajamar de Poços, Rek, JNS Eng., água
Serviços Técnicos
Ambientais
Itu Cavo Itu Cavo 123.956 esgoto 15/05/98 20 25,30
Jaú Águas de Resil, Earth Tech, 90.000 água 14/11/98 21 10,00
Mandaguahy Tejofran, Brick, L.S.
Jaú SANEJ Amafi, Earth Tech 90.000 esgoto 01/07/03 25 27,00
Jundiaí Companhia de Augusto Velloso, 289.103 esgoto 15/09/98 20 40,00
Saneamento Coveg, Tejofran
de Jundiaí
Marília Águas de Marília Hidrogesp, Telar, 50.000 água 01/07/99 20 3,88
Paineira, Colina, Jamp
Matão Companhia Matonense MBP, Branco Peres, 72.200 esgoto 01/01/04 30 13,74
de Saneamento Emissão, Holding
Mauá Ecosama - Empresa Gautama 280.000 esgoto 05/03/03 30 135,75
Concessionária de
Saneamento de Mauá
Ourinhos Águas de Esmeralda Earth Tech, DH Perfuração 22.000 água 01/10/96 17 1,75
Ribeirão Preto Ambient OHL, INIMA, REK 550.000 esgoto 01/01/01 23 103,00
São Carlos DH Perfuração de Poços Hidrogesp 25.000 água 01/05/94 10 0,83
Total 2.232.383 545,60
Fonte: Abcon.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 59
Fonte: Abcon.
ção da atual Estação de Tratamento de Água, Além disso, o projeto visa ampliar o abasteci-
a construção de interceptores de esgoto e a mento de água de 95% para 98% dos domicílios,
construção de uma Estação de Tratamento de beneficiando 19 mil pessoas. A concessionária in-
Esgoto sanitário. veste R$ 3,9 milhões nas obras, dos quais 44%, R$
O financiamento do BNDES, de R$ 1,4 milhão, 1,7 milhão, são financiados pelo BNDES.
equivale a 52% dos investimentos que estão sendo
feitos pela concessionária. Espírito Santo
Em Paraguaçu, a concessionária Coságua A Citágua Águas de Cachoeiro S.A., que
(Concessionária de Saneamento Básico Ltda.) exe- presta serviços em Cachoeiro de Itapemirim,
cuta obras que estenderão a coleta de esgotos de é a única operadora privada do estado do Es-
91% para 98% dos domicílios locais, e a totalidade pírito Santo. No município de 174,9 mil habi-
do esgoto coletado passará a ser tratado por uma tantes, a empresa assumiu o compromisso de,
estação que será construída. em 15 anos, universalizar o abastecimento de
60 Valor análise setorial Saneamento Básico
Fonte: Abcon.
Cachoeiro de Águas de Cachoeiro Águia Branca, 177.050 plena 15/07/98 30 50,00 8,57
Itapemirim S.A. - Citágua CEPEMAR
Total 177.050 50,00 8,57
Fonte: Abcon.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 61
Fonte: SNIS.
100
90,9
90 85,9 87,0
81,4
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Sul
Fonte: SNIS.
62 Valor análise setorial Saneamento Básico
180
164,3
160 158,8
145,0
140
124,3
120
100
80
60
40
20
0
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Sul
Fonte: SNIS.
estado registra apenas uma concessão. tre elas ampliar a capacidade do reservatório de
Em Santa Catarina, a concessionária Águas de água, implantar a rede de esgoto e garantir a bal-
Itapema controla o saneamento do município de neabilidade da praia.
Itapema desde 2004, atendendo uma população Em dezembro de 2002, o prefeito do municí-
de 31,5 mil habitantes. A empresa é controlada pio havia encerrado o contrato com a companhia
por um consórcio formado por duas companhias estadual Casan pelo não cumprimento de cláusu-
de Cuiabá (MT), a Construtora Nascimento e a Li- la contratual que previa o início das obras de sa-
near Participações e Construções (Tabela 19). neamento básico. A falta de recursos fez o prefeito
Na licitação realizada em 2004, a empresa optar pela concessão dos serviços à iniciativa pri-
vencedora apresentou como proposta uma tarifa vada, em vez de administrá-los.
de R$ 1,40 por metro cúbico de água. O valor má- No Paraná, a única cidade com serviços de
ximo estipulado pela prefeitura para cobrança saneamento prestados por uma concessionária
era de R$ 1,44. O edital também previu uma série privada é Paranaguá, onde a Águas de Paranaguá
de metas que a companhia terá de cumprir, en- atende 135,8 mil pessoas (Tabela 20).
30
26,7
20
10
0
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Sul
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 63
90
80 78,9
70
60
50 48,5
45,6
40 39,1
35,2
30 28,5 28,5
24,3
20 19,2
12,1
10
0
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Sul
Fonte: SNIS.
Fonte: Abcon.
Fonte: Abcon.
Fonte: SNIS.
100
90,1 90,8
90 87,6 86,5
82,2
80
70
60
50
40
30
20
10
0
M.G. do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Centro-Oeste
Fonte: SNIS.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 65
200
183,1
180
160
140 133,2
124,4 119,7
120 115,6
100
80
60
40
20
0
M.G. do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Centro-Oeste
Fonte: SNIS.
leta de esgoto, 48%; e o tratamento atingia 68,6% veu as concessões aos municípios onde atuava e
do esgoto coletado (Gráfico 30). transferiu as suas instalações.
Desde então, a maior parte dos municípios
Participação privada passou a administrar os serviços de saneamento
Segundo a Abcon, as concessionárias privadas de de forma autônoma, ao passo que 29 deles con-
saneamento estão presentes na Região Centro-Oeste cederam os serviços às empresas privadas, perfa-
nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. zendo atualmente 530,3 mil habitantes que têm
Mato Grosso constitui-se num caso à par- seus serviços prestados pela iniciativa privada.
te da realidade do saneamento brasileiro, em O estudo do processo de municipalização dos
termos de organização. Devido aos constantes serviços levado a cabo em Mato Grosso foi reali-
déficits e à sua incapacidade de continuar exe- zado por um consórcio de consultorias liderado
cutando os serviços de saneamento no estado, pela Coopers & Lybrand.
a companhia estadual de Mato Grosso, a Sane- A principal recomendação da consultoria foi
mat, deixou de existir em 1997, quando devol- a de que os municípios de pequeno porte se asso-
10
0
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Centro-Oeste
Fonte: SNIS.
66 Valor análise setorial Saneamento Básico
90 88,8 87,5
84,3
80 75,4
71,8
70 68,6
60
50
49,5 51,1 48,0
40 35,6 37,4
33,0
30
20
19,4
15,5
12,5
10
0
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Centro-Oeste
Fonte: SNIS.
Fonte: Abcon.
O panorama estadual Saneamento Básico Valor análise setorial 67
com serviços privados é Sorriso, com 55 mil ha- todo o município de Campo Grande, sob o regime
bitantes (Tabela 22). de concessão, em caráter de exclusividade, pelo
A Águas Guariroba S.A. (controlada por Ag- prazo de 30 anos, renovável por igual período.
bar, Cobel e Sanesul) foi constituída em 2000, A meta da empresa é de estender a cobertura
quando assinou o contrato de concessão com a de coleta e tratamento de esgotos de 18% para 70%
prefeitura municipal de Campo Grande, Mato em 30 anos. O investimento total previsto para o
Grosso do Sul. A empresa começou a operar, efe- sistema de água e esgoto é de R$ 271,2 milhões.
tivamente, os serviços de água e esgoto da capital Os investimentos previstos para a ampliação
em outubro do mesmo ano. do sistema de água giram em torno de R$ 121 mi-
O contrato de concessão consiste na explora- lhões, com meta de atingir 98% da população da
ção dos serviços públicos de abastecimento de cidade. Para o sistema de esgoto, deverão ser in-
água e de esgotamento sanitário outorgada em vestidos mais R$ 150 milhões (Tabela 23).
Fonte: Abcon.
68 Valor análise setorial Saneamento Básico
Movimentos do setor
Movimentos
do setor
Embora não venham ocorrendo na medida Desde então, a visão e a aceitação de uma
em que os agentes do setor possam considerar participação privada no setor, por meio da Lei de
ideal, é fato que o setor vem passando por trans- Concessões, mudaram bastante. No balanço ge-
formações nos últimos anos. ral, observa-se que ocorreu uma grande transfor-
O fato mais marcante nesse processo, além da mação em relação a ideologias, entendimentos e
tentativa de privatização que se chegou a aventar concepções de mercado.
nos anos 90, foi a forte retomada de investimentos O único grande problema que parece perdu-
e modernização de gestão conduzida por estatais rar é a disputa entre estados (pelas companhias
como Sabesp, Copasa, Caesb, Embasa e Sanepar. estaduais, particularmente) e municípios pela ti-
tularidade da água.
Modernização da gestão
A Sabesp, especificamente, é um caso notório Participação estrangeira
no setor. A companhia paulista é atualmente um O setor de saneamento brasileiro despertou
modelo de administração no saneamento. Até o o interesse de grandes grupos internacionais a
início dos anos 1990, a sua situação financeira e partir da década de 1990, período marcado pela
operacional era bastante precária. abertura econômica do país e também pelas pri-
Desde 1994, no entanto, a Sabesp passou por vatizações ocorridas em diversos setores da eco-
uma reestruturação administrativa e financeira que nomia brasileira.
lhe possibilitou melhorar substancialmente seu de- A que primeira se instalou foi a francesa Suez,
sempenho: saiu de um prejuízo de R$ 214 milhões, uma das maiores empresas mundiais do setor, que
com dívidas vencidas orçadas em R$ 643 milhões em atua em Limeira (SP) com a Águas de Limeira.
1994, para um faturamento de quase R$ 5 bilhões em O grupo Suez também adquiriu a Manaus Sa-
2005 e um lucro líquido de R$ 866 milhões. neamento, prestadora de serviços na capital do
Nos últimos anos, a empresa realizou investi- estado do Amazonas, em leilão realizado no Rio
mentos médios anuais acima R$ 600 milhões em de Janeiro em julho de 2000, por R$ 193 milhões
programas de ampliação e melhoria de atendi- (pagando ágio de 5%). Logo após a privatização, a
mento. Desde 1996, a Sabesp busca recursos no empresa passou a se chamar Águas do Amazonas.
exterior, com emissão de “commercial papers” e A Vivendi, outra empresa de origem francesa,
eurobônus. Em 1997, a empresa começou a nego- detém 11,93% do capital total da Sanepar (Com-
ciar suas ações na Bovespa (Bolsa de Valores do panhia de Saneamento do Paraná). Ela faz parte
Estado de São Paulo). da Dominó Holdings, da qual também partici-
Nos anos 90, havia a perspectiva de que o mo- pam a Construtora Andrade Gutierrez, o Banco
vimento de privatização fosse incorporar tam- Opportunity e a Copel Participações.
bém as companhias estaduais, o que atualmente Em dezembro de 2000, a portuguesa Águas
é uma perspectiva remotíssima. de Portugal passou a controlar 100% da Prolagos,
Saneamento Básico Valor análise setorial 69
concessionária de saneamento da região dos La- A proposta da Abdib é que o governo inclua
gos (Rio de Janeiro) que atende uma população de no pacote o fim da cobrança de Imposto de Renda,
270 mil pessoas, mas que no verão se multiplica Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL),
com a chegada de mais de 1 milhão de turistas. PIS e Cofins sobre os rendimentos de aplicações
No interior de São Paulo, vários municípios fir- efetuadas em fundos destinados exclusivamente
maram, nos últimos anos, contratos de concessões a financiar obras de infra-estrutura.
com grupos privados, em prazos que variam de 14 Para isso, os fundos deverão estar registrados
a 30 anos. Entre os estrangeiros, além da Suez, em na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada
Limeira, os grupos espanhóis Obrascón Huarte Lain cotista não poderia deter mais de 20% das cotas
S.A.(OHL) e Inima Servicios Europeos de Medio Am- e as aplicações deveriam ter prazo igual ou supe-
biente fazem parte do consórcio que responde pelo rior a dez anos.
segmento de esgoto em Ribeirão Preto, por meio da
Ambient Serviços Ambientais de Ribeirão Preto S.A. Reposicionamento das construtoras
A Thames Water, gigante mundial de origem Quando se especulava sobre privatização do
britânica, estabeleceu bases no país no fim da saneamento brasileiro nos anos 1990, a imagem
década de 90 para atuar no setor de saneamento era a entrada de empresas globais como Lyon-
à espera das privatizações. A empresa pretendia naise des Eaux ou Thames Water controlando as
negociar com fundos de pensão e companhias grandes companhias estaduais do porte da Em-
nacionais para adquirir, em parceria, o controle basa ou da Sabesp.
da baiana Embasa e da pernambucana Compesa. Passados alguns anos, essa perspectiva parece
A companhia pleiteava também a concessão bastante remota. A participação estrangeira nas
dos serviços de saneamento básico da região da companhias estaduais limita-se à da Veolia na
Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As dificuldades Sanepar, que, no entanto, continua sob adminis-
e indefinições no processo regulatório fizeram tração do estado.
com que a empresa se retirasse do país em 2002, Segundo a Abcon, o principal agente privado
sem ter realizado nenhum negócio e desanimada no saneamento brasileiro são as construtoras. A
com a falta de perspectivas. entrada dessas empresas deve-se a um planeja-
mento estratégico: em vista da dificuldade de
Isenção tributária para estrangeiros receber pagamentos por parte do setor público
O setor de infra-estrutura tem intensificado (ao contrário do que ocorria à época do Planasa),
as pressões sobre o governo para ser beneficiado as companhias estão passando a operar sistemas
pelo pacote de isenção tributária que deve levar de saneamento.
os investidores internacionais a aplicar em títu- As construtoras deixaram de ser apenas um
los públicos brasileiros. prestador de serviços para governos para torna-
O pacote está em estudo no Ministério da rem-se também empreendedores, recebendo o
Fazenda. Para o setor, os fundos estrangeiros de pagamento direto do público consumidor. Nesse
pensão e de investimento podem multiplicar a mercado atuam as grandes construtoras nacio-
oferta de recursos para obras de infra-estrutura. nais e também as de menor porte.
Nos cálculos da Associação Brasileira da Infra- Na licitação de Limeira (SP), o consórcio ga-
Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), a isenção nhador era formado pela empresa CBPO, do
tributária pode atrair R$ 75 bilhões, em quatro grupo Odebrecht, e pela francesa Lyonnaise des
anos, para financiar projetos de energia elétrica, Eaux. Na licitação de Petrópolis, foi vencedor um
transporte, saneamento e telecomunicações. Isso consórcio formado pela Queiroz Galvão, Cowan,
significa aproximadamente 10% do que os fundos Developer S.A. e Trana Construções.
já canalizam para títulos do governo. A concessionária Águas de Juturnaíba foi tam-
Segundo a Abdib, sem a eliminação de tribu- bém formada por cinco empresas de construção
tos sobre os investimentos em infra-estrutura, a civil: Cowan, Developer S.A., Erco, EIT – Empresa
rentabilidade da aplicação em títulos de renda Industrial Técnica e Queiroz Galvão.
fixa com isenção de impostos sobre ganhos de ca- Em Mato Grosso, onde a companhia estadual
pital ficará imbatível na comparação com a apli- foi extinta por insolvência, mesmo em pequenos
cação de recursos no setor produtivo. municípios, empreiteiras como Perenge Enge-
70 Valor análise setorial Saneamento Básico Movimentos do setor
nharia, Encomind e Kullinan Engenharia têm foi comprada por um grupo de investidores pri-
assumido os serviços. vados, um consórcio formado pelo Blackstone
Group, Apollo Management LP e Goldman Sachs
Equipamentos: demanda reprimida Capital Partners. O total da transação alcançou a
A percepção sobre a demanda reprimida e da soma de US$ 4,35 bilhões.
perspectiva de realização de maiores investimen- Outras companhias também seguiram essa
tos na área de saneamento no Brasil e na América tendência, como a maior rival da Suez, a também
Latina, conjugada a um aumento das preocupa- francesa Veolia, que se uniu mundialmente no fim
ções quanto ao aspecto ambiental, em nível glo- de janeiro de 2000 à americana BetzDearborn (que
bal, fez com que também no Brasil se verificasse foi comprada pela GE por US$ 1,8 bilhão em 2002),
uma movimentação no mercado de equipamen- segunda maior em processos para tratamento de
tos voltados ao saneamento ambiental. água e efluentes, atrás apenas da Nalco.
No mercado internacional (com impactos no A então Vivendi já havia comprado, no início de
Brasil), o novo cenário de alianças começou a ser 1999, a US Filter (no Brasil, OTV), fabricante de equi-
delineado pelos movimentos dos grandes forne- pamentos e sistemas, por quase US$ 8 bilhões. Em
cedores de sistemas mecânicos e equipamentos, 2004, a Veolia vendeu essa empresa para a Siemens.
que se uniram a especialistas do condicionamen- Como se trata de um mercado com demanda
to químico da água. reprimida, parece ainda haver um bom espaço
A primeira a adotar essa estratégia para sua para companhias de menor porte, se comparadas
estruturação no mercado interno foi a compa- às mencionadas. Além dessas grandes empresas,
nhia francesa Suez (Lyonnaise des Eaux), con- existe no país uma expressiva quantidade de com-
troladora da Degrémont, que adquirira em 1999 panhias de menor porte que fabricam e projetam
a americana Nalco, que em novembro de 2003 sistemas de tratamento de águas e efluentes (ver
foi novamente objeto de negociação: a empresa mais informações em “Cadeia Produtiva”).
Saneamento Básico Valor análise setorial 71
Cadeia produtiva
Cadeia produtiva
O setor de saneamento, no qual se destacam tor. Isso demandaria atenção especial a reformas de
as grandes companhias estaduais, congrega tam- equipamentos e mesmo a sua modernização, assim
bém uma vasta gama de empresas, que compõem como de seus processos de gestão, abrindo espaço
a sua cadeia produtiva. para os serviços de consultoria técnica na área.
Nessa cadeia se observa um grande número de Os investimentos em projetos de redução de
produtos e serviços que viabilizam o setor, desde perdas direcionam-se principalmente à troca de
equipamentos para as adutoras e Estações de Tra- tubulações antigas, instalação de hidrômetros e
tamento de Esgoto até uma série de serviços es- sistemas avançados de medição, além das ações
pecializados e de conhecimentos específicos em contra fraudes e ligações clandestinas. Em alguns
tratamentos químicos. casos, os programas de redução de perdas repre-
Em 2005, todo o setor de tratamento de água e sentam mais de 20% dos investimentos totais fei-
esgoto movimentou um volume de produtos da or- tos nos sistemas de infra-estrutura.
dem de US$ 1,5 bilhão. Quase toda a demanda por Devido à escassez de investimentos para redu-
serviços e equipamentos no setor de saneamento é ção de perdas e às falhas de gestão em muitas das
atendida por empresas estabelecidas no Brasil. companhias, a prevenção de perdas representa
O setor tem uma longa tradição como forne- boas oportunidades de lucros a curto prazo. Sem
cedor do governo (ainda o principal agente do se- a necessidade de realização de investimentos pe-
tor), desde a implantação dos primeiros grandes sados em obras civis, com um bom programa de
projetos de saneamento na década de 1950. redução, as operadoras podem transformar boa
Como até o início da década de 1990 o merca- parte das perdas em receita.
do brasileiro era fechado, grandes empresas bra-
sileiras e multinacionais já instaladas puderam Uma vasta gama de produtos
nesse período construir as suas fábricas e se tor- A cadeia produtiva do saneamento básico abar-
naram fornecedores habituais das companhias ca um grande número de fornecedores como os de
de saneamento estaduais e municipais. tubos e conexões utilizados nas canalizações e tam-
bém de sistemas de automação sofisticados como
Investimentos em redução de perdas os usados em programas de redução de perdas.
O alto índice de perdas ainda registrado pelas Segundo a Associação dos Fabricantes de
companhias estaduais mostra que existe um am- Máquinas e Equipamentos para o Saneamento
plo campo a ser explorado pelos fornecedores de (Asfamas), estima-se que quatro segmentos – ca-
máquinas e equipamentos. nalização, bombas, hidrômetros e equipamentos
As perdas decorrentes da falta de maiores in- utilizados em ETA/ETE´s – representem quase 80%
vestimentos na resolução de problemas como vaza- do investimento no saneamento; somente os gas-
mentos e inadimplência sinalizam a necessidade de tos com canalização seriam responsáveis por cer-
maior cuidado a esses aspectos pelas empresas do se- ca de 50% dessas despesas.
72 Valor análise setorial Saneamento Básico
Nesse sentido, em conjunto com a Associação nos quais se incluem, além do saneamento básico, a
Brasileira do Cimento Portland (ABCP), a ABTC indústria química e a petroquímica, entre outros.
lançou o Selo de Qualidade para certificação de Nos últimos anos, o crescimento desse mer-
seus produtos, visando à melhora e à padroniza- cado tem sido puxado pelos investimentos rea-
ção da qualidade. lizados pela Petrobras (estimados em US$ 100
Com o selo, os fabricantes de tubos filiados ao bilhões até 2010), além de vários investimentos
Programa do Selo de Qualidade ABCP/ABTC para em mineração.
tubos de concreto qualificam-se para atender às A indústria brasileira de bombas é bastante
obras financiadas pelos governos federal, estadual competitiva, direcionando boa parte de sua pro-
e municipal, e às demais obras de infra-estrutura. dução ao mercado externo, com alto índice de na-
cionalização dos componentes.
Plástico reforçado
Estima-se que o mercado de polietileno usa- Principais fabricantes
do em redes de saneamento básico soma cerca de A empresa líder no mercado nacional de bom-
15 mil toneladas anuais, com grandes perspecti- bas é a KSB, que registrou receita líquida de R$
vas de crescimento. O PEAD (polietileno de alta 138 milhões em 2004. A KSB pauta-se pela diver-
densidade) oferece, segundo seus produtores, sificação da linha de bombas e também fornece
algumas vantagens frente aos demais materiais, alguns tipos de válvulas, vendendo-as de forma
como maior rapidez na instalação e leveza, o que independente. A empresa exporta perto de 12%
permite alcançar locais de difícil acesso. de seu faturamento total, com a meta de chegar a
Um dos municípios que mais utilizam o pro- 20% nos próximos anos.
duto no Brasil é Porto Alegre (RS), com cerca de Outra grande fabricante nacional é a Netzsch,
25% de sua tubulação composta por esse material. que possui portfólio variado, com faturamento
da ordem de R$ 50 milhões em 2005.
Principais fabricantes As grandes empresas internacionais também
A Ipiranga Petroquímica (IPQ), do grupo Ipi- se encontram presentes no mercado brasileiro de
ranga, instalada no Pólo Petroquímico de Triun- bombas, por meio de subsidiárias. Um exemplo é
fo, no estado do Rio Grande do Sul, comercializa a Flowserve, que, além de bombas, produz válvu-
anualmente 5,9 mil toneladas de PEAD para esse las e selos mecânicos nas unidades instaladas no
tipo de aplicação. A empresa é considerada a Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente.
maior produtora de polietileno de alta densidade A Flowserve adquiriu, em esfera internacio-
da América Latina, tendo faturado cerca de R$ 1,8 nal, a divisão de Flow Control da Invensys, in-
bilhão nos três primeiros trimestres de 2005. corporando, entre outras empresas, a Worcester,
Outra companhia de porte que produz tubos fabricante de válvulas de esferas, com fábrica em
de polietileno é a Brastubo, onde a participação do São Caetano do Sul (SP).
plástico nos seus negócios tem aumentado a taxas A Flowserve internacional tem sede em Dallas,
anuais perto de 50%. O faturamento total da em- Texas (EUA), e faturamento anual da ordem de US$
presa atingiu cerca de R$ 200 milhões em 2005. 2,5 bilhões. A divisão de bombas apresenta fatura-
mento anual de aproximadamente US$ 1 bilhão.
Bombas
A Câmara Setorial de Bombas e Motobombas Hidrômetros
(CSBM) da Abimaq congrega os fabricantes das Os equipamentos de monitoramento, automa-
máquinas utilizadas para movimentar e elevar ção e medição ganham importância fundamental
fluidos (gases, líquidos viscosos ou não). quanto à redução de desperdício de água no Brasil,
Segundo a Câmara, o faturamento médio anu- onde o índice de perda de água captada por ope-
al do segmento situa-se entre R$ 600 milhões e R$ radoras de saneamento básico é de cerca de 40%,
700 milhões. A Câmara conta com 43 empresas quase o dobro do aceito internacionalmente.
associadas, mais da metade do total estimado de As medidas básicas para reduzir perdas são:
75 produtores de bombas instalados no Brasil. instalar hidrômetros, fazer manutenção ade-
O segmento de produtores de bombas possui quada de equipamentos e ter agilidade para es-
grande interação com outros setores industriais, tancar vazamentos.
74 Valor análise setorial Saneamento Básico Cadeia produtiva
Participação privada:
cenário externo
A gestão dos negócios do saneamento é públi- cessões para operar em grandes cidades, como
ca na maioria dos países desenvolvidos. Existem Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba e Tucumán (Ar-
algumas poucas exceções nas quais o serviço é de- gentina), Valdivia (Chile), Bogotá (Colômbia) e na
senvolvido sob gestão predominantemente priva- cidade do México, entre outras.
da, como são os casos da França e Inglaterra. Além das francesas, entre as empresas multi-
nacionais interessadas no mercado latino-ameri-
O modelo francês cano estavam as inglesas North West Water e Tha-
A França é o grande exemplo mundial de priva- mes Water e a espanhola Águas de Barcelona.
tização no saneamento. No país, desde o século XIX, Essas companhias também começaram a ope-
a atividade esteve nas mãos da iniciativa privada. rar no mercado brasileiro e em quase todas as ten-
A Vivendi (Générale des Eaux) obteve seu pri- tativas de privatização de serviços de saneamento
meiro contrato municipal no começo do governo apareceram como interessadas. Mas, no Brasil, a
de Napoleón III, em 1853. A Suez (Lyonnaise des sua participação foi muito mais tímida.
Eaux), nessa época, também já existia. Uma característica inerente a essas empresas
No modelo francês, os governos locais conser- é a de que elas não se limitam à operação de ser-
vavam a propriedade da infra-estrutura enquan- viços de saneamento básico. Mas atuam em vários
to as empresas privadas concorriam pelos contra- ramos de serviços ambientais, incluindo as áreas
tos de gestão para oferecer o serviço. Esse modelo de limpeza de ruas e disposição de resíduos in-
permitiu o aparecimento de empresas fortes e dustriais, entre outras.
especializadas para lidar com um mercado frag- Também controlam, por meio de subsidiárias,
mentado e público. fábricas de materiais e equipamentos. O interes-
Com essa grande experiência, as empresas fran- se não se limita em obter concessões para operar
cesas dispunham de boas condições para atuar em serviços, mas visa criar um mercado cativo para
nível global, o que foi possível a partir da década suas próprias fábricas, verticalizando assim todo
de 1980. Nesse cenário, as empresas francesas Suez o ciclo produtivo.
(Lyonnaise des Eaux) e Vivendi (ex-Générale des
Eaux) assumiram a posição de líderes mundiais. Mercado global: US$ 400 bilhões
No fim da década de 1980, a Inglaterra privatizou O setor de saneamento, em esfera global, gera
os seus serviços de saneamento. Quase na mesma volume anual de negócios da ordem de US$ 400
época, o mercado global passou a registrar a entrada bilhões. As principais empresas são grandes con-
de capitais privados na operação dos serviços. glomerados industriais que operam, no mais das
vezes, também nos ramos correlacionados ao sa-
A entrada na América Latina neamento, em atividades como projetos, consul-
Na década de 1990, as empresas globais come- toria, engenharia e no fornecimento de equipa-
çaram a atuar na América Latina, obtendo con- mentos e materiais.
76 Valor análise setorial Saneamento Básico
Suez RWE
O Suez (ex-Lyonnaise) é uma das maiores com- A alemã RWE é uma empresa que opera em
panhias de saneamento básico do mundo, com uma série de setores por todo o mundo, entre os
atuação em cerca de 130 países, atendendo 125 quais se destacam energia, telecomunicações,
milhões de pessoas. construção e químico.
A empresa tem sua atuação voltada aos servi- A RWE Thames Water é a sua subsidiária para
ços de saneamento, energia e lixo. Também pos- área de saneamento. Surgiu após a aquisição da
sui pequenas participações nas áreas de mídia e britânica Thames Water em 1999.
de telecomunicações, e estas se resumem a com- Com faturamento anual da ordem de US$ 6
panhias francesas. bilhões, a RWE Thames Water fornece serviços de
A sua divisão de águas é conduzida pela On- água e esgoto para cerca de 13 milhões de pessoas
deo, que, por sua vez, é subdividida em Ondeo em Londres e no Vale do Tamisa.
Services (voltada para águas municipais); Ondeo A American Unit (adquirida em 2003) serve a cer-
Degrémont (projetos, engenharia de equipamen- ca de 18 milhões de pessoas na América do Norte.
tos e sistemas e ainda operação e manutenção de A companhia atua também na Austrália e em
unidades); e Ondeo Nalco, que é responsável pe- países da África, Ásia e América do Sul.
los processamentos químicos e serviços de água
industrial e efluentes. Bouygues-Saur
Na área de energia, o grupo conta com a Trac- A Bouygues é a terceira maior construtora do
tebel, dona no Brasil da geradora gaúcha Gerasul. mundo e terceira maior operadora de telecomu-
Em resíduos, a operação mundial é controlada nicações na França.
pela Sita, proprietária no país da Vega Sopave e A sua subsidiária no setor de saneamento é a
sócia do incinerador da Teris do Brasil, em Ta- Saur. Tem diversas concessões na África e na Euro-
boão da Serra (SP). pa, além de possuir a concessão de Gdansk, uma
das primeiras do Leste Europeu, ocorrida em 1992.
Vivendi A Saur presta serviço de saneamento básico
A Vivendi apresenta características um pouco para aproximadamente 40 milhões de pessoas ao
diferentes. Seu foco de ação é mais abrangente e in- redor do mundo. A empresa possui 22 subsidiá-
clui dois ramos de atividade. O primeiro, além dos rias locais em 17 países, entre os quais se incluem
negócios com saneamento, energia e lixo, agrega África do Sul, Argélia, Argentina, China, Costa do
ações na área de transporte público. O segundo re- Marfim, Espanha, Itália, Mali, Marrocos, Polônia,
fere-se à mídia, telecomunicações e internet. Inglaterra, Rússia, Senegal, Vietnã e Zâmbia.
Participação privada: cenário externo Saneamento Básico Valor análise setorial 77
Perfis de empresas
Perfis de empresas
Este bloco traz informações sobre algumas das principais concessionárias estaduais,
de serviços municipais e empresas privadas que atuam no setor de saneamento básico
brasileiro. Apresenta dados como estrutura, áreas de cobertura, desempenho e investi-
mentos, entre outros.
80 Valor análise setorial Saneamento Básico
Concessionárias estaduais
Caer
Companhia de Águas e Esgotos de Roraima
A Caer foi instituída pelo Decreto-Lei nº 490, de Na capital, o abastecimento d’água está divi-
4 de março de 1969. É uma sociedade de economia dido em dois sistemas: captação superficial rea-
mista (regida pela legislação aplicável às socieda- lizada no Rio Branco e captação subterrânea. O
des anônimas, às Empresas Estatais de Saneamen- abastecimento de água por captação subterrânea
to Básico e pelas disposições de seu Estatuto). é composto de 85 poços tubulares, distribuídos
Seu principal controlador é o Governo do Es- nos diversos bairros periféricos da cidade. Na
tado de Roraima, que detém 99% das ações. maioria das sedes municipais e vilas, o atendi-
mento é prestado por meio de poços tubulares.
Área de atuação Quanto ao esgoto sanitário, somente a capital
A empresa é a responsável pelo saneamento – Boa Vista – é atendida com o serviço de coleta e
básico no estado de Roraima. Atua nas áreas de tratamento.
execução, operação, manutenção e exploração O sistema é constituído por 149 quilômetros
dos sistemas de abastecimento d’água e de coleta de rede coletora e por cinco lagoas de estabiliza-
e tratamento de esgoto sanitário. ção com área útil superior a 45 hectares e volume
Também realiza a conservação, proteção e fis- de 783.859 metros cúbicos. O sistema possui ca-
calização das bacias hidrográficas utilizadas ou pacidade de tratar a vazão de 350 l/s, possibilitan-
reservadas para os fins de abastecimento d’água do a depuração dos esgotos por processos natu-
e o controle da poluição das águas. rais com a ação de bactérias e algas. Seus efluentes
são lançados no Igarapé Grande.
Estrutura
O abastecimento de água da empresa atende apro- Investimentos
ximadamente 98% da população urbana do estado de Segundo dados do Sistema Nacional de Infor-
Roraima, atingindo todos os seus 15 municípios. A mações sobre Saneamento (SNIS), em 2004 a Caer
extensão de rede de distribuição de água na capital é realizou investimentos da ordem de R$ 694,1 mil.
de 979.616 quilômetros e no interior, de 446.778 qui- Todo o investimento foi conduzido por meio de
lômetros, totalizando 1.426.394 quilômetros. recursos próprios.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Saneamento Básico Valor análise setorial 81
Informações cadastrais
Sigla Caer
Razão social Companhia de Águas e Esgotos de Roraima
Endereço da sede Rua Melvin Jonas, 219 - São Pedro - Boa Vista - Roraima - CEP 69306-610
Telefone central 55 (95) 3623-1575
Home page www.caer.com.br
Data de fundação 1969
Principal executivo José Evandro Moreira
Informações estruturais
Municípios atendidos 15
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 19.346 19.846 21.882
Arrecadação total (R$ mil) 17.916 14.753 18.924
Despesas com serviço (R$ mil) 32.360 29.351 32.536
Caerd
Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia S.A.
A Caerd é a companhia estatal que cuida do Rondônia. Destes, 45,6% da população tem água
saneamento em Rondônia. Desde os anos 90 a tratada e 1,7% tem acesso a serviços de esgoto.
empresa conviveu com uma crise financeira que Dos outros, 12,8% têm sistema autônomo (muni-
quase a conduziu à falência. cipalizado), em três a empresa está implantando
Por conta da crise, desde agosto de 2000, o es- o sistema, e em uma cidade – Governador Jorge
tado de Rondônia e o sindicato de funcionários Teixeira – não há nem água tratada nem esgoto.
da Caerd fizeram um acordo de gestão comparti-
lhada para tentar recuperar a empresa. Investimentos
O acordo possibilitou as despesas diminuírem Segundo dados do SNIS, em 2004 a Caerd
por meio de práticas como redução de salários, ex- efetuou investimentos da ordem de R$ 5,462 mi-
tinção de vários cargos comissionados e suspen- lhões. Desse total, 20,6% foram realizados por
são temporária de benefícios (assistência médica e meio de recursos próprios (R$ 1,126 milhão) e
adicional de periculosidade e insalubridade). 67,1%, de transferências do governo.
As despesas capitalizáveis representaram
Cobertura 12,3% dos investimentos, equivalentes a R$
A estatal atua em 40 municípios do estado de 669,283 mil.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Caerd
Razão social Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia
Endereço da sede Av. Pinheiro Machado, 2112 - São Cristovão - Porto Velho - Rondônia -
CEP 78901-250
Telefone central 55 (69) 3216-1712
Principal executivo Raimundo Marcelo Ferreira Fernandes
Informações estruturais
Municípios Atendidos 40
Tratamento de Esgoto (%) 1,7
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 24.705 32.955 42.875
Arrecadação total (R$ mil) 24.971 29.475 35.395
Despesas com serviço (R$ mil) 43.096 58.163 75.112
Caesa
Companhia de Água e Esgoto do Amapá
Sediada em Macapá, a Caesa é uma empresa mente para atender toda a população da capital
de economia mista. O principal acionista é o Go- do estado, Macapá.
verno do Estado do Amapá, com 99,99% das ações
da companhia. Desempenho
A companhia foi criada por meio do Decreto- A empresa fechou 2004 com prejuízo acumula-
Lei nº 490, de 4 de março de 1969, e é vinculada à do de R$ 140,49 milhões, 10,8% maior que o do ano
Secretaria de Estado da Infra-Estrutura. anterior, que havia sido de R$ 126,85 milhões.
Também fechou o ano com queda no patri-
Cobertura mônio líquido, que passou de R$ 11,325 milhões,
A Caesa atua em 14 municípios do estado, em 2003, para R$ 5,413 milhões em 2004, além de
abastecendo 275.765 habitantes. Atualmente, a ter terminado 2004 com contas a receber de usu-
Caesa capta água do Rio Amazonas e trata uma ários no valor de R$ 5,673 milhões.
vazão média de 1.202 l/s, com regime de operação
de 24 horas/dia, produzindo em média 103.862 Investimentos
m3/dia. A capacidade nominal de abastecimento Segundo dados do SNIS, em 2004 a Caesa
das ETA’s é de 10.034 m3/dia. realizou investimentos da ordem de R$ 2,569
Essa capacidade, no entanto, é insuficiente milhões. Do total, 88,1% dos recursos vieram de
para abastecer a população. Em agosto de 2005, transferências do governo.
a empresa divulgou que precisaria de R$ 2,5 As despesas capitalizáveis representaram 11,9%
milhões para ampliar o sistema de captação so- dos investimentos, equivalentes a R$ 306,934 mil.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
84 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Caesa
Razão social Companhia de Águas e Esgotos do Amapá
Endereço da sede Av. Ernestino Borges, 222 - Central - Macapá - Amapá - CEP 68900-010
Telefone central 55 (96) 3212-7204
Home page www.caesa.ap.gov.br
Data e local de fundação 4 / 1973 / Amapá
Principal executivo Antônio Braga Chucre
Informações estruturais
Municípios atendidos 14
Indicadores financeiros
Cosama
Companhia de Saneamento do Estado do Amazonas
A Cosama é uma empresa estatal que atua em mento ambiental no interior do Amazonas. O es-
15 municípios do Amazonas. Foi fundada por tudo argumenta que ações urgentes precisam ser
meio da Lei nº 892, de 13 de novembro de 1969, e tomadas para assegurar a qualidade dos serviços
sua instalação data de 5 de outubro de 1970. Vin- na maioria dos municípios.
culada à Secretaria de Estado de Viação e Obras, a O estudo do Banco Mundial propôs duas for-
Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosa- mas de gestão do saneamento: a municipalização
ma) foi criada como uma sociedade de ações, de dos serviços, com as funções de planejamento, re-
economia mista. gulação e fiscalização sendo executadas por órgãos
Em 4 de julho de 2000, o Governo do Estado públicos vinculados às respectivas administrações;
do Amazonas transferiu a gestão do sistema de ou a gestão institucional associada entre os muni-
água e esgoto sanitário da capital, Manaus, para cípios e o estado, com as funções sendo executadas
a iniciativa privada. Para facilitar essa transferên- por meio de consórcios públicos, preferencialmen-
cia, o governo dividiu a Cosama, separando os te organizados a partir das grandes calhas dos rios.
serviços da capital e do interior. Criou a empre- Para o Banco Mundial, a municipalização do
sa mista Manaus Saneamento S.A. (atualmente sistema não vem dando certo no Amazonas. Entre
Águas do Amazonas S.A.) para atuar exclusiva- outros motivos, porque a fase de preparação e ca-
mente em Manaus, permanecendo a Cosama com pacitação institucional dos municípios, essencial
os serviços do interior. ao sucesso do modelo, não foi realizada. A pre-
paração e a capacitação técnicas para a operação
Processo de dissolução dos sistemas, embora tenham ocorrido, mostra-
A gestão dos serviços de abastecimento de água ram-se insuficientes.
e de esgotamento sanitário, no Amazonas, passa O estudo faz parte do Programa de Moderniza-
por um período considerado de transição e a Cosa- ção do Setor Ambiental, conduzido pela Secretaria
ma caminha para sua dissolução. Desde 2000, a em- Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério
presa já está devolvendo as concessões e os sistemas das Cidades. Um dos objetivos do programa é a as-
à maioria dos municípios (como em Manaus). sistência técnica aos estados e municípios na reali-
O Banco Mundial (Bird) realizou, a pedido do zação de estudos para a formulação de políticas de
Governo do Estado, um estudo para definir um saneamento básico que promovam a qualidade, a
novo modelo de gestão dos serviços de sanea- universalização e a eficiência dos serviços.
Informações cadastrais
Sigla Cosama
Razão social Companhia de Saneamento do Estado do Amazonas
Endereço da sede Alameda Cosme Ferreira, 7600 – Corado III - Manaus - AM
Telefone central 55 (92) 647-1150
Home page www.cosama.am.gov.br
Data e local de fundação 1969
Principal executivo Heraldo Beleza Câmara
Cosanpa
Companhia de Saneamento do Pará
A Cosanpa foi criada em 1970 pela Lei nº 4336. (incluindo Mosqueiro), Ananindeua, Castanhal,
A companhia é responsável pelo abastecimento Marituba, Marabá, Altamira e Santarém.
de 69% da população urbana de 62 municípios A maior parte do investimento deverá ser apli-
do estado do Pará. Na região metropolitana de cada no município de Belém, capital do estado,
Belém, o atendimento atinge 70%. no montante de R$ 62,64 milhões. Serão aplica-
dos na ampliação da Estação de Tratamento de
Cobertura Água do Rio Bolonha e na expansão da captação
Em 2006, na região metropolitana, o número de água bruta do Rio Guamá e no esgotamento
de ligações de água e esgoto é de 268,2 mil; no in- sanitário de algumas áreas da capital.
terior, atinge 214 mil. A população atendida por Em Castanhal, estão planejados investimen-
água alcançou 1,2 milhão e no interior, 1 milhão. tos de R$ 6 milhões. A obra tem previsão para es-
Já a população atendida por serviços de esgo- tar concluída em fevereiro de 2007, quando mais
to é bem menor; na região metropolitana, esse de 131 mil pessoas serão beneficiadas.
número alcança apenas 80,8 mil pessoas. No inte- A empresa construirá um poço tubular, com
rior do estado, não existe atendimento de esgoto. 120 metros de profundidade e vazão de 80 mil
litros por hora; uma casa de química para reali-
Investimentos zação de tratamento de água; dois reservatórios,
A empresa prevê investimentos de aproxima- um elevado e um apoiado, com capacidade de
damente R$ 100 milhões a serem efetuados até 500 mil e 850 mil litros de água, respectivamen-
2007. Esses recursos são provenientes da Caixa te; instalará uma adutora de 300 milímetros e
Econômica Federal (R$ 81 milhões) e do Governo 597 metros de extensão; e ampliará a rede de dis-
do Estado do Pará (R$ 18,64 milhões). tribuição de água em 15.172 metros, passando de
As obras deverão beneficiar cerca de 480 mil 155.987 para 171.159 metros, e a extensão dos ra-
pessoas que moram nos municípios de Belém mais prediais, de 19.820 para 22.328 metros.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 87
Informações cadastrais
Sigla Cosanpa
Razão social Companhia de Saneamento do Pará
Endereço da sede Av. Magalhães Barata, 1201 - São Brás - Belém - Pará - CEP 66060-670
Telefone central 55 (91) 3181-4226
Home page www.cosanpa.pa.gov.br/
Data de fundação 1970
Principais executivos José Augusto Soares Afonso
Informações estruturais
Municípios atendidos 59
Abastecimento de água (%) 69
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 127.055 123.990 124.156
Arrecadação total (R$ mil) 88.593 79.053 83.213
Despesas com serviço (R$ mil) 268.342 201.901 235.707
Deas
Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre
Criado em 4 de dezembro de 1997, o Departa- de Rio Branco (Saerb). O governo estadual criou
mento Estadual de Água e Saneamento (Deas) está a Deas, uma autarquia, para operar os serviços de
vinculado à Secretaria Estadual da Infra-Estrutu- saneamento no interior do estado.
ra. O Deas surgiu a partir da dissolução da Sanacre
(Companhia de Saneamento do Acre), que faliu. Investimentos
No Acre, os serviços de saneamento da capital Segundo dados do SNIS, em 2004 o Deas reali-
do estado, Rio Branco, foram retomados pela pre- zou investimentos da ordem de R$ 4,860 milhões.
feitura municipal, que passou a administrá-los Todos os recursos para os projetos foram viabili-
por meio da autarquia Sistema de Saneamento zados por transferências do governo federal.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Deas
Razão social Departamento Estadual de Água e Saneamento
Endereço da sede Av. Brasil, 346 - Centro - CEP 69.900-100 - Acre
Telefone central 55 (68) 223-1579/223-3405/223-2629/223-4098
Principal executivo Tácio de Brito
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 3.717 4.061 4.052
Arrecadação total (R$ mil) 2.486 2.377 3.089
Despesas com serviço (R$ mil) 6.799 10.636 13.990
Saneatins
Companhia de Saneamento do Tocantins
Fonte: Saneatins.
Fonte: Saneatins.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
90 Valor análise setorial Saneamento Básico
Desde que foi criada, a empresa vem apresen- do Norte (FNO), e Agência de Desenvolvimento da
tando grande crescimento. Em dez anos (1988 a Amazônia (ADA).
1998), o índice de abastecimento saltou de 12% O maior volume financeiro deverá ser alocado
para 83% e, em 2005, já chegava a 97% da popula- da Agência de Desenvolvimento da Amazônia, da
ção urbana do Tocantins, como pode ser visto nas ordem de R$ 45 milhões, a ser investido exclusi-
Tabelas 29 e 30. vamente nos sistemas de coleta e tratamento de
Quanto ao esgotamento, quando a empresa esgoto sanitário.
foi criada não havia nenhuma ligação de esgoto Na Caixa, o financiamento somava R$ 38 mi-
em todo o território estadual. Atualmente, o índi- lhões (R$ 26 milhões destinados à expansão do
ce de atendimento é de 18% da população. sistema de esgotamento sanitário do estado). Já
no Basa, por meio do FNO, a solicitação de finan-
Investimentos ciamento era de R$ 22 milhões.
Em fevereiro de 2006, a Saneatins anunciou Com os recursos pleiteados, a Saneatins investirá
que estava buscando recursos para implantação na execução dos sistemas nos municípios de Aragua-
e ampliação dos sistemas de esgotamento sani- ína e Tocantinópolis e na ampliação dos sistemas de
tário do estado. Os valores totalizam R$ 105 mi- Paraíso, Peixe, Gurupi, Porto Nacional, Colinas, Pal-
lhões e estavam sendo negociados em três fontes: mas, Augustinópolis e Xambioá. Segundo a empre-
Caixa Econômica Federal (Caixa), Banco da Ama- sa, tais financiamentos permitirão antecipar em 15
zônia (Basa), por meio do Fundo Constitucional anos as metas previstas nos contratos de concessão.
Informações cadastrais
Sigla Saneatins
Razão social Companhia de Saneamento do Tocantins
Endereço da sede Quadra 302 Norte QI 11 Lotes 1/2 - Palmas - Tocantins - CEP 77006-340
Telefone central 55 (63) 3218-3400
Home page www.saneatins.com.br
Data de fundação 1989
Principal executivo Waterloo Vieira Fonseca
Informações estruturais
Municípios atendidos 117
Número de ligações 260.000
Abastecimento de água (%) 96
Coleta de esgoto (%) 8
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 -
Receita operacional bruta (R$ mil) 54.022 61.945 79.058
Receita operacional líquida(R$ mil) 52.122 59.095 -
Arrecadação total (R$ mil) 46.480 57.580 77.627
Despesas com serviço (R$ mil) 57.049 61.035 70.245
Lucro bruto (R$ mil) 10.925 16.501 -
Agespisa
Águas e Esgotos do Piauí S.A.
A Agespisa é uma sociedade de economia mis- do sua situação e, ao mesmo tempo, garantindo
ta, que tem o Governo do Estado do Piauí como abastecimento d´água para famílias que não
acionista majoritário. Foi criada por meio das contavam com o benefício.
leis estaduais nº 2.281, de 27 de julho de 1962, e
nº 2.387, de 12 de dezembro de 1962. Tem como Investimentos
objetivo executar a política de abastecimento de Desde 2005, a Agespisa implantou cerca de
água e de esgotamento sanitário do Piauí. 30 projetos na capital e interior, sem contar os
A companhia sucedeu o Instituto de Águas e outros que ainda estão previstos.
Energia Elétrica (IAEE). A constituição da empre- Em Teresina, os investimentos somaram qua-
sa ocorreu em 28 de janeiro de 1964, quando pas- se R$ 20 milhões, com recursos provenientes do
sou a coordenar e dirigir a aplicação de recursos Programa de Desenvolvimento Institucional
oriundos do Departamento Nacional de Obras (PDI). Foi substituída a rede de distribuição nas
contra a Seca (DNOCS), da Sudene e de emprésti- áreas mais críticas, instalados hidrômetros para
mos do BID, para a conclusão da segunda etapa regular o consumo, reformada a estação de trata-
do projeto do sistema de abastecimento de água mento para garantir qualidade à água distribuí-
de Teresina, iniciado em 1961. da e instalados novos equipamentos para tornar
o sistema mais eficiente.
Desempenho Além disso, a empresa concluiu a adutora
A Agespisa tem déficits crônicos. Em 2005, a Irmã Dulce, beneficiando cerca de 100 mil pes-
relação receita/despesa teve um déficit médio de soas de 22 comunidades da zona sul de Teresina.
R$ 3,5 milhões por mês. Em 2004, a companhia Para a zona leste, um reforço no sistema de abas-
teve prejuízo de R$ 77,95 milhões, ante prejuízo tecimento resolveu o problema da falta de água
de R$ 53,28 milhões no ano anterior. para vários bairros durante o período mais quen-
Ainda em 2004, a Agespisa teve receita bru- te do ano.
ta com serviços de abastecimento de água de R$ Entre as maiores cidades, merecem destaque
96,04 milhões e com serviços de esgotos sanitá- os investimentos feitos em Parnaíba, onde foram
rios, de R$ 7,98 milhões. gastos R$ 2,2 milhões (recursos da própria em-
presa) na reforma da estação de tratamento para
Cobertura dobrar a produção de água.
Para ampliar o abastecimento de água em Outro município beneficiado com grandes
várias cidades do interior do estado do Piauí, a obras foi Floriano, onde foram substituídos 24
Agespisa decidiu fazer parcerias com as prefeitu- quilômetros da rede mais antiga de cimento
ras dos municípios. No acordo, a empresa contri- amianto por PVC, melhorando o sistema de abas-
bui com o material e orientação técnica e as pre- tecimento. Na cidade, a empresa também recu-
feituras colaboram cedendo mão-de-obra. perou a Estação de Tratamento de Água (ETA) e
Muitas cidades inadimplentes com a compa- ampliou a rede de distribuição de água, benefi-
nhia, em meados de 2006, estavam regularizan- ciando mais famílias.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
92 Valor análise setorial Saneamento Básico
Os municípios do interior do estado tam- Mesmo tendo centrado esforços para universali-
bém foram beneficiados com as ações da Ages- zar o acesso à água no estado, a empresa tem busca-
pisa em 2005. Em São Francisco de Assis, por do recursos para implantar sistemas de esgotamen-
exemplo, a Agespisa iniciou projeto no valor de to sanitário em Teresina e em várias outras cidades.
R$ 1,8 milhão para garantir o fornecimento de Com recursos da Funasa, a Agespisa implan-
água, com captação em poços localizados a 23 tou esgoto em Barras, com investimentos da or-
quilômetros. dem de R$ 2,3 milhões, e em Altos, no valor de R$
Já em Marcolândia, uma cidade abastecida 2,6 milhões. Com recursos do Prodetur II, a Ages-
por meio de carros-pipa, o governo municipal pisa também pretendia atender com esgotamen-
fez uma parceria com a Agespisa para melhorar o to sanitário as cidades de Parnaíba, Luís Correia,
abastecimento de água. Cajueiro da Praia e Ilha Grande.
Informações cadastrais
Sigla Agespisa
Razão social Companhia de Águas e Esgotos do Piauí S.A.
Endereço da sede Av. Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, 101 - Cabral - Teresina
Piauí CEP 64000-810
Telefone central 55 (86) 3216-6320
Home page www.agespisa.com.br
Data e local de fundação 1962 / Piauí
Principail executivo Maria do Socorro Teixeira Mello Sales
Informações estruturais
Municípios atendidos 67
Número de ligações 533.767
Abastecimento de água (%) 68,4
Coleta de esgoto (%) 9,5
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receita bruta (R$ mil) - 95.414 104.017
Receita líquida (R$ mil) - 90.351 98.502
Receitas operacionais (R$ mil) 93.641 95.414 104.017
Arrecadação total (R$ mil) 90.489 86.550 94.465
Despesas com serviço (R$ mil) 170.071 157.940 182.739
Lucro bruto (R$ mil) - 17.926 8.229
Caema
Companhia de Águas e Esgoto do Maranhão
A Caema é uma sociedade por ações, em regi- realizados por meio de recursos próprios (R$ 6,8
me de economia mista. Foi constituída pela Lei milhões) e 2,1%, de transferências do governo. As
Estadual n° 2.653, de 6 de junho de 1966, e pela despesas capitalizáveis representaram 31% dos
Lei n° 3.886, de 3 de outubro de 1967. investimentos, equivalentes a R$ 3,2 milhões.
Os objetivos da empresa são a promoção de sa- Em 2005, o Governo do Estado do Maranhão
neamento no estado do Maranhão e em especial a investiu cerca de R$ 49 milhões na Caema. No pri-
exploração dos serviços públicos de abastecimento de meiro semestre de 2006, a empresa deverá concluir
água e esgotos sanitários em quaisquer comunidades as obras do Programa de Ampliação do Sistema de
do estado, por meio de convênios ou contratos, com as Abastecimento de Água do Centro de São Luís.
correspondentes administrações municipais. Nesse programa, serão implantados quase 40
mil metros de uma nova rede de abastecimento
Desempenho de água no centro da capital, para substituir a
Em 2005, a empresa empreendeu política de rede antiga formada por tubulações de ferro fun-
redução de custos, o que lhe permitiu renegociar dido e cimento amianto. Na nova rede estão sen-
e pagar dívidas de gestões anteriores, renegociar do utilizadas tubulações de PVC, PBA e materiais
contratos com fornecedores e reduzir dívida de R$ plásticos com fibra de vidro reforçado.
38 milhões para R$ 15,8 milhões no fim do ano. Todo o serviço do Programa de Ampliação do
Sistema de Abastecimento de Água do Centro está
Investimentos orçado em R$ 4,6 milhões, que foram custeados em
Segundo dados do SNIS, em 2004 a Caema in- parte pelo Governo do Estado (R$ 1,7 milhão). O res-
vestiu R$ 10,2 milhões. Desse total, 66,9% foram tante foi disponibilizado pela própria Caema.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
94 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Caema
Razão social Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão
Endereço da sede Rua Silva Jardim, 307 - Centro - São Luís - Maranhão - CEP 65020-560
Telefone central 55 (98) 3219-5000
Home page www.caema.ma.gov.br
Data e local de fundação 1966 / Maranhão
Principal executivo Bruno de Lima Mendonça
Informações estruturais
Municípios atendidos 140
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais(R$ mil) 88.630 98.264 140.700
Arrecadação total (R$ mil) 68.778 72.392 95.892
Despesas com serviço (R$ mil) 155.154 165.357 219.882
Caern
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
96 Valor análise setorial Saneamento Básico
Com recursos da Caixa Econômica Federal, tos de R$ 134 milhões. Nessas obras, serão exe-
do Governo do Estado, do Prodetur, do Minis- cutados 55.326 metros de adutoras e redes de
tério do Turismo e do Ministério das Cidades, já distribuição e 412.449 metros de emissários e
estão em fase de contratação obras de implan- redes coletoras de esgotos. Deverão propiciar
tação, ampliação ou melhorias de sistemas de o atendimento, principalmente em termos de
abastecimento d´água e de coleta de esgotos esgotamento sanitário, a aproximadamente
de 14 municípios, que totalizarão investimen- 339,1 mil habitantes.
Informações cadastrais
Sigla Caern
Razão social Companhia de Águas e Esgotos de Roraima
Endereço da sede Rua Melvin Jonas, 219 - São Pedro - Boa Vista - Roraima - CEP 69306-610
Telefone central 55 (95) 3623-1575
Home page www.caern.com.br
Data e local de fundação 1969
Principal executivo José Evandro Moreira
Informações estruturais
Municípios atendidos 61
Número de ligações 676.953
Abastecimento de água (%) 95,87
Coleta de esgoto (%) 32
Tratamento de esgoto (%) 40
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receita bruta (R$ mil) - 168.841 177.046
Receita líquida (R$ mil) - 162.009 167.217
Receitas operacionais (R$ mil) 134.881 162.930 176.327
Arrecadação total (R$ mil) 120.996 136.037 148.058
Despesas com serviço (R$ mil) 132.300 138.680 161.364
Lucro bruto (R$ mil) - 84.602 75.821
Cagece
Companhia de Água e Esgoto do Ceará
A Cagece é uma companhia de economia mis- possuem hidrômetros, enquanto Fortaleza já está
ta de capital aberto. Tem por finalidade a presta- com 98,24% das unidades medidas.
ção dos serviços de água e esgoto em todo o esta- Quanto aos serviços de coleta de esgoto sani-
do do Ceará. No fim de 2005, o Governo do Estado tário, a Cagece atende 2 milhões de pessoas, com
anunciou a intenção de colocar à venda na Bolsa 352.989 ligações de esgoto. A rede coletora tem
de Valores parte de seu capital (70% das ações pre- uma extensão de 3.505 quilômetros. Em Fortale-
ferenciais e 49% das ordinárias), mantendo-se, no za, o índice de cobertura com serviços de coleta
entanto, com o controle acionário. de esgoto é de 60%.
A companhia estima que a negociação desse
bloco de preferenciais e ordinárias poderia ser Desempenho
vendida por algo próximo de R$ 150 milhões. O A empresa fechou 2005 com lucro de R$ 25
anúncio foi feito depois de malsucedidas nego- milhões, pelo terceiro ano consecutivo. O fatura-
ciações para que a Caixa Econômica Federal se mento, de R$ 420 milhões, foi 20% superior ao do
tornasse sócia da companhia. ano anterior.
Cobertura Investimentos
Atualmente, a empresa está presente em 233 Segundo dados do SNIS, em 2004 a Cagece in-
localidades do estado, em 149 municípios. Abas- vestiu R$ 52,8 milhões. Desse montante, 6,4% fo-
tece uma população de 5,7 milhões de cearenses, ram realizados por meio de recursos próprios (R$
incluindo 2,8 milhões somente em Fortaleza. 3,4 milhões), 4,7% vieram de financiamentos obti-
A extensão da rede de distribuição de água dos e 70,7%, a partir de transferências do governo.
soma 8.827 quilômetros, dos quais 4.579 somente As despesas capitalizáveis representaram 18,2%
na capital. Do total de ligações do estado, 92,81% dos investimentos, equivalentes a R$ 9,6 milhões.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
98 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Cagece
Razão social Companhia de Águas e Esgotos do Ceará
Endereço da sede Rua Lauro Vieira Chaves, 1030 - Vila União - Fortaleza - Ceará - CEP 60420-280
Telefone central 55 (85) 3101-1730
Home page www.cagece.com.br
Data e local de fundação 1971 / Fortaleza / Ceará
Principal executivo Newton Rodrigues Sousa
Informações estruturais
Municípios atendidos 149
Número de ligações 5.700.000
Abastecimento de água (%) 95,52
Coleta de esgoto (%) 60
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Ativo total (R$ mil) 924.148 974.184 1.200.336
EBITDA (R$ mil) 55.869 70.707 96.593
Receitas operacionais (R$ mil) 232.763 276.020 351.547
Arrecadação total (R$ mil) 222.954 264.193 314.843
Despesas com serviço (R$ mil) 251.940 287.503 306.986
Lucro líquido (R$ mil) -9.620 1.062 16.627
Patrimônio líquido (R$ mil) 626.326 632.063 880.272
Cagepa
Companhia de Água e Esgotos da Paraíba
A Cagepa foi criada em 30 de dezembro de 1966. O atendimento nos municípios é feito pelas
Ela é fruto da união com outras duas companhias: Unidades de Negócio espalhadas pelo estado. São
a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), elas, a do Litoral, com sede em João Pessoa; Brejo,
fundada também em 1966, e a Saneamento de em Guarabira; Borborema, em Campina Grande;
Campina Grande (Sanesa), criada em 1955. As três Espinharas, em Patos; Rio do Peixe, em Sousa; e
empresas foram unificadas em 26 de julho de 1972. Alto Piranhas, em Cajazeiras.
A empresa tem um patrimônio de R$ 389 mi- A unidade de negócio que atinge maior parcela
lhões, tendo como acionista principal o Governo da população com serviços de esgotamente sanitário
do Estado, dono de 99,9% de seu capital social. é a de Borborema, como mostra a Tabela 37. Nenhuma
O restante 0,1% é distribuído entre Prefeitura de delas chegava a atingir, em dezembro de 2004, 40% da
Campina Grande, Sudene e Departamento Nacio- população da região pela qual era responsável.
nal de Obras contra a Seca (DNOCS). Após a conclusão do programa Boa Nova (veja
detalhes a seguir), a empresa pretende quase du-
Cobertura plicar o número de cidades atendidas por sistema
A Cagepa é responsável pelo abastecimento de esgotamento sanitário, ampliando de 15 para
de água em 185 municípios e pela coleta de es- 27. Quanto ao abastecimento de água, a previsão
gotos em 15 dos 223 municípios paraibanos. Em é de que o índice de atendimento da população
dezembro de 2004, a Cagepa era responsável pelo urbana chegue a quase 100%.
abastecimento de água e coleta de esgotos em
191 das 296 localidades paraibanas (municípios, Investimentos
distritos e vilas), distribuindo água para 91% da Desde 2003, o Governo do Estado da Paraíba con-
população, conforme mostra a Tabela 37. cluiu 75 obras de esgotamento sanitário e abasteci-
Cagepa – Abrangência*
T37
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
100 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Cagepa
Razão social Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba
Endereço da sede Rua Feliciano Cirne, S/N - Jaguaribe - João Pessoa - Paraíba
CEP 58015-901
Telefone central 55 (83) 3218-1286
Home page www.cagepa.pb.gov.br
Data e local de fundação 12/1966 / João Pessoa
Principal executivo Edvan Pereira Leite
Informações estruturais
Municípios atendidos 223
Número de ligações 714.172
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 178.654 191.949 215.964
Arrecadação total (R$ mil) 156.024 176.158 216.840
Despesas com serviço (R$ mil) 165.155 178.396 226.898
Casal
Companhia de Abastecimento d’Água e Saneamento do Estado de Alagoas
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Casal
Razão social Companhia de Abastecimento D’Água e Saneamento de Alagoas
Endereço da sede Rua Barão de Atalaia, 200 - Centro - Maceió - Alagoas - CEP 57020-510
Telefone central 55 (82) 3315-3106
Home page www.casal-al.com.br
Principal executivo Jorge Briseno Torres
Informações estruturais
Municípios atendidos 30
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 91.931 102.216 116.374
Arrecadação total (R$ mil) 77.149 94.553 95.892
Despesas com serviço (R$ mil) 127.917 104.761 124.304
Compesa
Companhia Pernambucana de Saneamento
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 103
Informações cadastrais
Sigla Compesa
Razão social Companhia Pernambucana de Saneamento
Endereço da sede Av. Cruz de Cabugá, 1387 - Santo Amaro -Recife - Pernambuco
CEP 50040-905
Telefone central 55 (81) 3412-4600
Home page www.compesa.com.br
Data e local de fundação 1971 / Recife
Principal executivo Luiz Gonzaga Leite Perazzo
Informações estruturais
Municípios atendidos 168
Número de ligações 1.227.330
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$) 291.775 351.838 446.741
Arrecadação total (R$) 242.569 298.835 383.758
Despesas com serviço (R$) 307.118 364.168 424.412
Deso
Companhia de Saneamento de Sergipe
A Companhia de Saneamento de Sergipe (Desa) lação do estado, num total de 321.375 ligações em
foi criada em 25 de agosto de 1969, pelo Decreto- 4.520 quilômetros de extensão de abastecimento de
Lei nº 109, que transformou o Departamento de água. A extensão da rede de esgoto é de 353 quilôme-
Saneamento de Sergipe (Deso), criado em 1963, tros, com 46.105 ligações, como mostra a Tabela 42.
em uma empresa de economia mista. É responsá-
vel por estudos, projetos e execução de serviços de Investimentos
abastecimento de água, esgotos e obras de sanea- Em 2005, o Governo do Estado de Sergipe im-
mento em todo o estado de Sergipe. plantou o Programa Água em Toda Casa, que tem
Atualmente, seu principal acionista é o Gover- o objetivo de transformar Sergipe no primeiro es-
no do Estado de Sergipe, que detém 99% do total tado brasileiro a ter água tratada em todos os do-
de ações. A empresa é vinculada à Secretaria do micílios até 2008. O projeto pretende beneficiar
Estado da Infra-Estrutura e a exploração dos ser- cerca de 1.300 comunidades, contemplando mais
viços ocorre por meio de contratos de concessão, de 400 mil sergipanos.
firmados com os municípios. Segundo dados do SNIS, em 2004 a Deso rea-
lizou investimentos da ordem de R$ 20,7 milhões.
Cobertura Desse total, 3,1% foram executados por meio de re-
A Deso abastece com água 70 das 75 sedes mu- cursos próprios (R$ 1,14 milhão) e 96,9%, a partir
nicipais do estado de Sergipe. Atende 75% da popu- de transferências do governo (R$ 19,5 milhões).
Deso - Abrangência
T42
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 105
Informações cadastrais
Sigla Deso
Razão social Companhia de Saneamento de Sergipe
Endereço da sede Rua Campo de Brito, 331 - São José - Aracaju - Sergipe - CEP 49020-380
Telefone central 55 (79) 3226-1002
Home page www.deso-se.com.br
Data de fundação 1969
Principal executivo Victor Fonseca Mandarino
Informações estruturais
Municípios atendidos 72
Número de ligações 321.375
Abastecimento de água (%) 75
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 110.722 128.760 144.665
Arrecadação total (R$ mil) 98.230 109.553 122.555
Despesas com serviço (R$ mil) 112.468 129.006 142.626
Embasa
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.
Desempenho Investimentos
O volume faturado de água foi de 383 milhões Nos últimos 15 anos (desde 1990), a Embasa
de m3, tendo crescido 2,74% em 2005. Em esgota- realizou um investimento total de R$ 1,9 bilhão
mento sanitário, foram faturados 128,8 milhões de (R$ 798 milhões em água e R$ 968 milhões em es-
m3, correspondendo a um crescimento de 19,21%. gotamento sanitário).
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 107
Gerais
População urbana dos minicípios atendidos 1.000 habs. 8.623 8.873 2,90
População urbana das localidades atendidas 1.000 habs. 8.385 8.621 2,82
População atendida com água 1.000 habs. 8.334 8.610 3,31
População atendida com esgoto 1.000 habs. 2.464 2.716 10,24
Nível de atendimeto - água % 99 99 -
Nível de cobertura com esgoto % 29 32 7,21
Número de empregados próprios Empregados 3.087 3.665 18,72
Lig. existentes Lig./empregados 813 722 -11,18
Lig. faturadas Lig./empregados 690 625 -9,46
Comercial-Operacional
Abastecimento de água
Ligações existentes Unids. 2.140.869 2.218.703 3,64
Ligações com hidrômetro (medidas) Unids. 1.750.328 1.805.520 3,15
Ligações faturadas Unids. 1.795.349 1.890.692 5,31
Economias existentes Unids. 2.593.060 2.685.264 3,56
Economias faturadas de água Unids. 2.197.772 2.308.004 5,02
Volume anual captado 1.000 m3 604.556 627.256 3,75
Volume anual disponibilizado 1.000 m3 578.316 599.494 3,66
Volume anual consumido 1.000 m3 348.443 353.189 1,36
Volume anual micromedido 1.000 m3 297.197 298.422 0,41
Vol. anual faturado de água - bruta e tratada 1.000 m3 419.748 431.927 2,90
Número de sistemas de água 386 400 3,63
Rede de distribuição em operação km 19.773 20.564 4,00
Esgotamento sanitário
Ligações existentes Unids. 368.966 427.964 15,99
Ligações com hidrômetro (medidas) Unids. 314.210 359.180 14,31
Ligações faturadas Unids. 361.616 417.275 15,39
Economias existentes Unids. 632.283 718.941 13,71
Economias faturadas de água Unids. 624.145 705.917 13,10
Volume anual faturado de água - bruta e tratada 1.000 m3 108.004 128.756 19,21
Número de sistemas de esgoto Unids. 43 44 2,33
Rede coletora em operação km 4.472 4.956 10,82
Fonte: Embasa.
Atividade 91-92 93-94 95-96 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total
Fonte: Embasa.
Informações cadastrais
Sigla Embasa
Razão social Empresa Baiana de Águas e Saneamento
Endereço da sede 4ª Avenida, 420 - Centro Administrativo - Salvador - Bahia - CEP 41745-002
Telefone central 55 (71) 3372-4842
Home page www.embasa.ba.gov.br
Data de fundação 1971
Principal executivo José Lúcio Lima Machado
Informações estruturais
Municípios atendidos 355
Número de ligações (mil) 2.220
Abastecimento de água (%) 99
Coleta de esgoto (%) 32
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004 2005
Receita bruta (R$ mil) - - 628.604 734.701
Receita líquida (R$ mil) - - 573.886 666.457
Receitas operacionais (R$ mil) 464.156 541.052 625.050 -
Arrecadação total (R$ mil) 424.798 484.064 588.816 -
Despesas com serviço (R$ mil) 631.699 570.518 665.599 -
Cedae
Companhia Estadual de Águas e Esgotos
Fonte: Cedae.
110 Valor análise setorial Saneamento Básico
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Cedae
Razão social Companhia Estadual de Águas e Esgotos
Endereço da sede Rua Sacadura Cabral, 103 - 9º Andar - Pça Mauá - Rio de Janeiro - RJ
CEP 20081-260
Telefone central 55 (21) 2518-2865
Home page www.cedae.rj.gov.br
Data e local de fundação 1975 / Rio de Janeiro
Principal executivo Lutero de Castro
Informações estruturais
Municípios atendidos 62
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 1.426.291 1.802.646 1.894.210
Arrecadação total (R$ mil) 1.022.413 1.189.678 1.324.273
Despesas com serviço (R$ mil) 2.284.052 2.277.003 1.869.357
Cesan
Companhia Espírito Santense de Saneamento
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
112 Valor análise setorial Saneamento Básico
gotamento sanitário em Nova Almeida, Praia Para as regiões do interior do estado, estavam
Grande e Manguinhos, na Serra; e a expansão planejadas obras como a expansão do sistema de
do sistema de esgotamento sanitário na Praia abastecimento em Castelo, Irupi, Nova Venécia,
do Morro, em Guaraparí, e na Praia da Costa, São Gabriel da Palha, São José do Calçado e outros.
em Vila Velha. Estava prevista, também, a implantação das Es-
Em Vitória, estava prevista a ampliação dos tações de Tratamento de Esgoto em Aracê e Viven-
sistemas de esgoto na Ilha do Boi, Ilha do Frade, das, além da ampliação do serviço de esgotamento
Praia do Canto, Jucutuquara e adjacências. sanitário em Anchieta e Muniz Freire, entre outros.
Informações cadastrais
Sigla Cesan
Razão social Companhia Espírito Santense de Saneamento
Endereço da sede Av. Governador Bley, 186 - 3º andar - Vitória - Espírito Santo
CEP 29010-150
Telefone central 55 (27) 3222-4369
Home page www.cesan.com.br
Data e local de fundação 1967 / Espírito Santo
Principal executivo Paulo Ruy Valim Carnelli
Informações estruturais
Municípios atendidos 52
Número de ligações 2.037.656
Coleta de esgoto (%) 27,6
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 199.479 239.110 276.233
Arrecadação total (R$ mil) 166.659 198.629 234.392
Despesas com serviço (R$ mil) 193.266 202.934 205.422
Copasa
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Criada em novembro de 1974 pela Lei 6.475, é A distribuição é feita por mais de 37,4 mil qui-
oriunda da junção da antiga Companhia Mineira lômetros de tubulações e 2,9 milhões de ligações
de Água e Esgotos (COMAG), que havia sido criada de água. Já o esgotamento sanitário beneficia 5,6
em 1963, e do Departamento Municipal de Águas milhões de habitantes (28% da população) em 170
e Esgoto (DEMAE), que era responsável pelo sane- municípios mineiros, por meio de 11,7 mil quilô-
amento em Belo Horizonte (MG). metros de coletores e 1,3 milhão de ligações de
Em fevereiro de 2006, a empresa lançou, pela esgoto, como mostra a Tabela 52.
primeira vez, ações na Bolsa de Valores de São No fim de 2005, a empresa renovou 100%
Paulo (Bovespa), captando, na oferta inicial, R$ das concessões de água e esgoto que venciam
813 milhões. Com a abertura de capital, os acio- no período, além de ter conseguido quatro
nistas da empresa passaram a ser o estado de novas concessões de serviços de água e nove
Minas Gerais (59,77%), a prefeitura de Belo Ho- de serviços de esgoto. Dos contratos de muni-
rizonte (9,67%) e investidores pulverizados nos cípios que a Copasa atende, 78% têm vigência
mercados brasileiro e internacional, os quais de- até 2025, incluindo a região metropolitana de
têm o restante das ações. Belo Horizonte.
No primeiro trimestre de 2006, 12 novas
Cobertura concessões de serviços de água e 16 de esgotos
Atualmente, a Copasa fornece água tratada foram obtidas.
para aproximadamente 12 milhões de pessoas,
ou 57% da população de Minas Gerais, em 608 Desempenho operacional
municípios do estado. A companhia ampliou sua rede de atendi-
mento, com um incremento de 88,6 mil ligações
de água e 59 mil de esgoto, o que também gerou
Copasa - Abrangência
T52 crescimento nos volumes de água e esgoto fatura-
dos, de 1,5% e 4,3%, respectivamente.
Abastecimento de Água Água Esgoto Em 2005, a empresa implantou o Programa
de Redução de Perdas de Água (PRPA), com inves-
Número de municípios com concessões de serviços 608 170 timento de R$ 23 milhões e previsão de mais R$
Nº de municípios com prestação de serviços 570 78 89 milhões até 2006. O programa permitiu me-
Localidades com concessões * 1.022 299 lhoras no índice de perda de faturamento, que no
Localidades operadas * 829 104 quarto trimestre de 2004 era de 23,95% e passou a
População atendida (em mil habitantes) 11.136 5.592 23,33% no quarto trimestre de 2005, um dos me-
Cobertura em relação à população total do estado (em %) 57,3 28,8 lhores índices entre empresas do setor.
Unidades abastecidas (economias faturadas) 3.599.333 1.811.882 A empresa tem um dos mais baixos índices de
Extensão de redes (km) 37.377 11.698 inadimplência (contas a receber/valor total fatu-
rado) do setor. Em 2005, reduziu-o ainda mais,
Fonte: Copasa (Dados - Dezembro-2005). *inclui sedes, vilas, povoados e outros.
deixando-o em torno de 1,69%.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
114 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Copasa
Razão social Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Endereço da sede Rua Mar de Espanha, 525 - 3º andar - Santo Antônio - Belo Horizonte
Minas Gerais - CEP 30330-270
Telefone central 55 (31) 3250-2020
Home page www.copasa.com.br
Data de fundação 1974
Principal executivo Márcio Nunes
Informações estruturais
Municípios com concessão 608
Municípios com operação 570
Número de ligações 3.599.333
Abastecimento de água (%) 97,7
Coleta de esgoto (%) 82,6
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2003 2004 2005
Receita bruta de serviços (R$ mil) 1.168 1.317 1.638
Receita líquida de serviços (R$ mil) - 1.194 1.477
Arrecadação total (R$ mil) 1.092 1.300 -
Despesas com serviços brutas (R$ mil) 1.144 1.278 -
Despesas operacionais líquidas (R$ mil) - 332 423
Lucro bruto (R$ mil) - 602 798
Sabesp
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
A Sabesp foi fundada em 1973 com a fusão das Nos últimos anos, a empresa realizou investi-
companhias e autarquias responsáveis pelo abaste- mentos médios anuais acima de R$ 600 milhões em
cimento de água e coleta de esgoto em São Paulo, tais programas de ampliação e melhoria de atendimento.
como DAE (Departamento de Água e Esgoto, autar- Desde 1996, a Sabesp busca recursos no exterior, com
quia fundada em 1954 e responsável pelo saneamen- emissão de “commercial papers” e eurobônus. Em
to em municípios da grande São Paulo), Compasp 1997, a empresa começou a negociar suas ações na Bo-
(empresa de economia mista fundada em 1968 com vespa (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo).
o objetivo de captar, tratar e vender água potável aos
municípios da Grande São Pauo) e Sanesp (Compa- Cobertura
nhia Metropolitana de Saneamento de São Paulo). A empresa atende um total de 25 milhões de
pessoas em 368 municípios no estado de São Pau-
Modernização da gestão lo. O índice de abastecimento de água é de 100%,
A companhia paulista é atualmente um mo- o de esgotos coletados é de 78% e o de esgotos tra-
delo de administração no saneamento. Até o tados, de 62%, como mostra a Tabela 54.
início dos anos 1990, a sua situação financeira e
operacional era bastante precária. Desempenho operacional
Desde 1994, no entanto, a Sabesp passou por Em 2005, a empresa faturou um volume de
uma reestruturação administrativa e financeira 1,759 bilhão de m 3 de água (em 2004 foi 1,692
que lhe possibilitou melhorar substancialmente bilhão de m 3) e de 1,198 bilhão de m 3 de esgoto
seu desempenho: saiu de um prejuízo de R$ 214 (em 2004 foi 1,141 bilhão de m 3). Obteve receita
milhões, com dívidas vencidas orçadas em R$ operacional bruta de vendas de R$ 5,356 bilhões
643 milhões em 1994, para um lucro líquido de (R$ 3,013 bilhões com serviços de água e R$ 2,257
R$ 866 milhões em 2005. bilhões com esgotamento sanitário).
Desempenho financeiro
Sabesp - Abrangência
T54 A Sabesp registrou lucro líquido de R$ 865,6
milhões em 2005, resultado 68,7% melhor do que
Dados gerais o de 2004, quando a empresa lucrou R$ 513 mi-
População total atendida 25 milhões de pessoas lhões. O retorno sobre o patrimônio líquido foi
Municípios atendidos 368 de 10,2%, ante 6,5% no ano anterior. E o retorno
Índice de tratamento de água 100% sobre ativos também foi maior, de 7,9%, em 2004,
Índice de esgotos coletados 78% para 9,7% em 2005.
Índice de esgotos tratados 62% A receita líquida foi de R$ 4,95 bilhões, um
Água incremento de 12,7% em comparação com 2004,
Produção de água tratada 2.830 milhões de m3 quando foram registrados R$ 4,4 bilhões. O bom
Ligações cadastradas de água 6,4 milhões resultado é justificado por três pontos principais,
Estações de Tratamento de Água 201 de acordo com a própria Sabesp.
Reservatórios 2037 A retomada de consumo nos segmentos de va-
Capacidade do armazenamento de água (reservatórios) 2,7 bilhões de litros rejo e atacado, que levou a um acréscimo de 4,4% no
Poços 1057 volume de faturamento. Esse fato é conseqüência
Adutoras 4.948 quilômetros do fim do programa de racionamento no estado.
Redes de distribuição de água 53.052 quilômetros Além disso, houve uma migração de consumo
Centrais de controle sanitário 15 para as faixas de tarifas onde o preço por metro
Esgoto cúbico é maior, o que teve um impacto de 1,1% no
Estações de Tratamento de Esgotos 439 período. E também o reajuste tarifário integral
Capacidade de tratamento de esgotos 37,6 mil litros por em 2004, 6,8%, e proporcional em 2005, de 2,4%.
segundo
Redes coletoras de esgotos 35.507 quilômetros Investimentos
Coletores, emissários e interceptores 1.674 quilômetros De 2001 a 2005, a Sabesp investiu cerca de R$ 642
Ligações cadastradas de esgotos 4,8 milhões milhões anuais, em média. Para 2006, estão planeja-
das aplicações de R$ 960 milhões (Tabela 56).
Fonte: Empresa (Dados - Dezembro-2005).
116 Valor análise setorial Saneamento Básico
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Sabesp
Razão social Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
Endereço da sede Rua Costa Carvalho, 300 - Pinheiros - São Paulo - SP - CEP 05429-900
Telefone central 55 (11) 3388-8200
Home page www.sabesp.com.br
Data de fundação 1973
Principal executivo Dalmo do Valle Nogueira Filho
Informações estruturais
Municípios atendidos 368
Número de ligações 6.400.000
Abastecimento de água (%) 100
Coleta de esgoto (%) 78
Tratamento de esgoto (%) 62
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004 2005
Receitas operacionais (R$ milhões) 3.962 4.308 4.643 -
Arrecadação total (R$ milhões) 3.561 3.855 4.131 -
Despesas com serviço (R$ milhões) 3.180 3.794 4.277 -
Receita operacional líquida (R$ milhões) - - - 4.953
Lucro (Prejuízo) líquido (R$ milhões) - - - 866
Casan
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
118 Valor análise setorial Saneamento Básico
milhões), 1,1% veio de financiamentos obtidos e área de esgoto sanitário, visando a melhorar o
8,3%, de transferências do governo. As despesas desempenho de Santa Catarina nesse item.
capitalizáveis representaram 13,2% dos investi- Além de ampliar a rede de coleta do Sistema
mentos, equivalentes a R$ 5,4 milhões. de Esgotos de Chapecó, recém-inaugurado, a
Em 2005, a Casan investiu R$ 55,7 milhões em Casan vai anunciar novos sistemas para São Joa-
obras de melhoria e ampliação da rede de abaste- quim, Gravataí e Criciúma, onde serão investidos
cimento de água e de coleta e tratamento de esgo- R$ 5 milhões.
tos. Entre as obras realizadas, destacam-se: Só em Florianópolis estão previstas obras de
• A nova adutora de água bruta de Pilões, do esgoto no Canto da Lagoa, Saco Grande e em In-
Sistema Integrado da Grande Florianópolis, re- gleses, onde será construída a estação de trata-
sultado de investimentos de R$ 7,8 milhões; mento. Em São José, a rede de coleta será amplia-
• Ampliação da capacidade da Estação de Tra- da para atender a Beira Mar e o Centro Histórico.
tamento de Esgoto da Lagoa da Conceição, com Além dos investimentos com recursos pró-
gastos de R$ 1 milhão; prios, a Casan estava, em maio de 2006, finalizan-
• Reforço e melhoria na rede de macrodistri- do as negociações com o Ministério das Cidades
buição de Forquilhinhas, em São José, onde foi e a Caixa Econômica Federal. Estava esperando a
aplicado R$ 1,21 milhão; análise de risco para poder voltar a obter linhas
• Ampliação da rede de esgotos da Barra da de financiamento (desde 1997, a empresa não
Lagoa, no valor de R$ 11,5 milhões; consegue captar esse tipo de recurso).
• Implantação da rede de esgotos da Costeira Também aguardava a conclusão das negociações
do Pirajubaé, com montante de R$ 7 milhões; com o banco japonês Japan Bank for International
• Construção da nova adutora de água bruta Cooperation (JBIC) para a obtenção de empréstimo
de Ingleses, do Sistema Costa Norte, resultado de de US$ 216,4 milhões e com o Banco Interamerica-
aplicações de R$ 220 mil; e no de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 66
• Sistema de Esgotos Sanitários de Chapecó, milhões. Esses recursos deverão ser investidos em
com investimento total de R$ 40,793 milhões. sistemas de abastecimento de água e de coleta e tra-
Para 2006, estão previstos investimentos de tamento de esgoto sanitário, e permitirão um salto
R$ 70 milhões. As obras serão concentradas na de qualidade na vida de milhares de catarinenses.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 119
Informações cadastrais
Sigla Casan
Razão social Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
Endereço da sede Rua Emílio Blum, 11 - Centro - Florianópolis - Santa Catarina
CEP 88020-010
Telefone central 55 (48) 3221-5012
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Data e local de fundação 1970 / Santa Catarina
Principal executivo Walmor Paulo de Luca
Informações estruturais
Municípios atendidos 210
Abastecimento de água (%) 94,38
Tratamento de esgoto (%) 98
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004 2005
Receitas operacionais (R$ mil) 339.915 325.831 355.478 -
Arrecadação total (R$ mil) 337.699 317.668 351.444 -
Despesas com serviço (R$ mil) 364.588 309.654 350.455 -
EBITDA (R$ mil) - - 71.175 91.282
Patrimonio líquido (R$ mil) - - 678.852 711.304
Lucro/Prejuizo do exercício (R$ mil) - - 20.618 32.418
Corsan
Companhia Riograndense de Saneamento
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 121
Informações cadastrais
Sigla Corsan
Razão social Companhia Riograndense de Saneamento
Endereço da sede Rua Caldas Júnior, 120 - 18º andar - Centro - Porto Alegre
Rio Grande do Sul - CEP 90018-900
Telefone central 55 (51) 3215-5677
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Data de fundação 1966
Principal executivo Telmo José Kirst
Informações estruturais
Municípios atendidos 158
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 584.870 705.562 830.017
Arrecadação total (R$ mil) 571.690 709.544 816.308
Despesas com serviço (R$ mil) 701.305 707.371 831.815
Sanepar
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sa-
nepar) foi criada no dia 23 de janeiro de 1963 possui contrato de concessão até dezembro de 2031,
para cuidar das ações de saneamento básico em representa, sozinho, 30% da receita da companhia.
todo o estado do Paraná. Apesar do crescimento da receita, o lucro líqui-
Ela é uma empresa estatal, de economia mis- do diminuiu na mesma proporção, caindo de R$
ta, cujo maior acionista é o Governo do Estado do 210,3 milhões, em 2004, para R$ 193 milhões em
Paraná, com 52,5% de seu capital total e 60% do 2005. O principal item que afetou o lucro foi a des-
capital votante. pesa com a remuneração dos créditos para futuro
A Sanepar tem como parceiro estratégico o Do- aumento de capital no valor de R$ 44,5 milhões.
minó Holdings, formado pelas empresas Vivendi,
Andrade Gutierrez, Opportunity e Copel, que, jun- Investimentos
tas, detêm 34,7% do capital total da companhia. Segundo dados do SNIS, em 2004 a Sanepar
investiu R$ 325,9 milhões. Do total, 79,6% foram
Cobertura executados por meio de recursos próprios (R$
A Sanepar presta serviços de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário em 343 dos
Sanepar - Desempenho
399 municípios do estado do Paraná. Atende com T60 operacional
água tratada 8,1 milhões de habitantes, cobrindo
98,8% da população urbana, e com serviços de Água 2005
esgoto sanitário, 3,9 milhões de pessoas ou 47,1%
da população urbana. População abastecida - em milhares 8.136
A empresa é a principal prestadora desses ser- Índice de abastecimento do estado - % 98,52
viços no estado. Em 2005, 25 prefeituras munici- Nº estações de tratameto 200
pais assinaram contratos de concessão com a Sa- Nº poços 826
nepar, com prazos entre 15 e 30 anos, totalizando Nº captações de superfícies 295
3,7% da receita total da companhia. Nº ligações 2.188.182
Em 2005, foram acrescentados 839 quilôme- Km de rede assentada 37.382
tros de rede para distribuição de água e 56,9 mil Receita bruta - R$ mil 832.756
novas ligações. Em esgoto, foram acrescentados Volume produzido - m3 609.500.088
440 quilômetros de rede para coleta e 68,6 mil Volume medido - m3 373.059.286
novas ligações. Volum faturado - m3 438.141.196
Índices de perda
Desempenho operacional No sistema distribuidor - % 38,79
Em 2005, o número de ligações de água au- No faturamento - % 28,11
mentou 2,7%, atingindo 2,188 milhões de liga- Evasão de receita - % 3,42
ções. O número de ligações de esgoto também Esgoto
cresceu: 8%, totalizando 926 mil ligações. População atendida - em mihares 3.892
O volume faturado cresceu 5,2% em água e 6,3% Índice de atendimento com esgoto - % 47,13
em esgoto. Em 2005, foram faturados 438,1 milhões Pop. potencial para atendimento -
de m3 de água e 217,3 milhões de m3 de esgoto. em milhares 4.367
A Tabela 60 sintetiza o desempenho operacio- Nº de estações de tratameto 211
nal da companhia em 2005. Nº de ligações 925.636
Km de rede assentada 17.984
Desempenho financeiro Receita bruta - R$ mil 341.334
A empresa fechou 2005 com receita líquida de Índice de tratamento do esgoto coletado - % 95,93
R$ 1,12 bilhão, 8,3% maior que a do ano anterior. Volume coletado - m3 188.850.783
Esse crescimento deve-se principalmente ao rea- Volume tratado - m3 181.170.556
juste das tarifas de água e de esgoto a partir de Volume faturado - m3 217.330.585
fevereiro de 2005, num percentual médio de 7,6%, Análises
e ao aumento do número de ligações de água e de Tratado-coletado - % 95,93
esgoto no período. Faturado-coletado - % 115,08
O sistema de Curitiba, com o qual a Sanepar
Fonte: Sanepar.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 123
259,4 milhões), 8,8% vieram de financiamentos de expandir e melhorar a qualidade dos servi-
obtidos e 2,9%, de transferências do governo. As ços prestados.
despesas capitalizáveis representaram 8,7% dos Estão previstos investimentos da ordem de
investimentos, equivalentes a R$ 28,4 milhões. R$ 710,6 milhões, dos quais R$ 616,3 milhões
Em 2006, a Sanepar pretende aplicar recur- deverão ser aplicados na implantação e amplia-
sos financeiros em obras de sistemas de abaste- ção de sistemas de água e esgoto e R$ 1 milhão
cimento de água e de esgoto sanitário, além de em resíduos sólidos.
outros investimentos menores, com o objetivo
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Informações cadastrais
Sigla Sanepar
Razão social Companhia de Saneamento do Paraná
Endereço da sede Rua Eng. Rebouças, 1376 - Rebouças - Curitiba - Paraná - CEP 80215-900
Telefone central 55 (41) 3330-3045
Home page www.sanepar.com.br
Data de fundação 1963
Principal executivo Stênio Sales Jacob
Informações estruturais
Municípios atendidos 342
Número de ligações 3.113.818
Abastecimento de água (%) 98,8
Coleta de esgoto (%) 47,1
Tratamento de esgoto (%) 97
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2003 2004 2005
Receita líquida (R$ mil) 960.047 1.031.699 1.117.705
Receitas operacionais (R$ mil) 924.731 1.003.845 1.104.703
Arrecadação total (R$ Mil) 902.548 991.070 1.078.770
Despesas com serviço (R$ Mil) 793.264 801.422 917.277
Lucro líquido (R$ mil) 193.048 210.335 260.036
EBITDA (R$ mil) 486.877 496.835 519.380
Patrimônio líquido (R$ mil) 1.271.910 1.432.150 1.577.947
Caesb
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
Criada em julho de 1969 para cuidar do sanea- Outro grande credor é o Banco Interamerica-
mento de Brasília, a Caesb é uma empresa pública no de Desenvolvimento (BID), para quem a Caesb
de direito privado, responsável pela prestação de deve R$ 87,9 milhões.
serviços de saneamento básico no Distrito Federal.
Investimentos
Cobertura Segundo dados do SNIS, em 2004 a Caesb in-
A Caesb atende 1,975 milhão de habitantes vestiu R$ 158,3 milhões. Do total, 48,5% foram
com abastecimento de água (92% da população realizados por meio de recursos próprios (R$
do Distrito Federal), 1,870 milhão de pessoas com 76,8 milhões), 35,1% vieram de financiamentos
coleta de esgoto (88% da população) e trata 66% obtidos e 3,5%, de transferências do governo. As
dos esgotos coletados. despesas capitalizáveis representaram 12,9% dos
A empresa opera 5 sistemas de água com capa- investimentos, equivalentes a R$ 20,4 milhões.
cidade de produção de 8.740 l/s de água e 17 siste- No início de 2006, a diretoria da empresa
mas de esgotos, que coletam 3,3 m³/s de esgoto. apresentou pacote de obras de água e esgotos a
Para isso, a Caesb dispõe de 28 mananciais; 25 serem realizadas no ano. Representavam investi-
poços em operação; 41 reservatórios, sendo 10 apoia- mentos de quase R$ 400 milhões em recursos do
dos, 10 elevados e um de equalização; 8 Estações de GDF/Caesb, BNDES, Caixa e outras fontes. Deverão
Tratamento de Água convencionais e 7 Unidades de beneficiar cerca de 2,5 milhões de pessoas do Dis-
Tratamento Simplificado; 13 Estações Elevatórias de trito Federal e entorno.
Água Bruta, 22 de água tratada e 5 para reservatórios A meta da companhia para 2006 é buscar a
elevados; 15 Estações de Tratamento de Esgotos, 35 universalização dos serviços de oferta de água
Estações Elevatórias de Esgotos, 14 Escritórios Regio- potável e coleta de esgotos. Para tanto, investirá
nais, 7 Postos de Serviço e o Parque de Serviço no Se- cerca de R$ 202,5 milhões em obras de água potá-
tor de Indústria e Abastecimento – SIA. vel em várias regiões do DF.
O maior volume de recursos, de cerca de R$ 101
Desempenho milhões, será aplicado na implantação do sistema
Em 2005, a Caesb registrou receita operacional de abastecimento de água potável para a cidade de
bruta de R$ 609,5 milhões, 25,8% superior ao resultado Águas Lindas (GO), no entorno de Brasília.
do ano anterior. No exercício, a companhia apurou um Os investimentos serão da Caesb e da Caixa
lucro líquido de R$ 68,3 milhões, mais do que o dobro Econômica Federal, para execução de quase 800
registrado em 2004, quando foi de R$ 28,3 milhões. quilômetros de redes e 30 mil ligações prediais,
No fim de 2005, seus empréstimos e finan- duas estações elevatórias, 98 quilômetros de adu-
ciamentos somavam R$ 320,7 milhões; sendo a toras e subadutoras e dois reservatórios com ca-
maior parte de longo prazo, R$ 286 milhões. pacidade para 5 milhões de litros cada um, aten-
O principal credor da Caesb é a Caixa Econô- dendo cerca de 270 mil habitantes.
mica Federal, que possui créditos de R$ 210,3 mi- Aproximadamente R$ 72 milhões, de recur-
lhões, com vencimento final em 2022. sos da Caesb, Caixa e Banco Interamericano de
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 125
Desenvolvimento (BID), serão aplicados em me- reservação da cidade, com a construção de uma
lhorias e modernização da Estação de Tratamen- estação elevatória, com vazão de 140 l/s, e implan-
to de Água (ETA) de Brasília. E mais R$ 1,5 milhão tar 28 quilômetros de redes de água e 360 liga-
será investido na barragem de Santa Maria/Torto ções prediais.
para reforço na estrutura da adutora, que abaste- Em obras de esgotos serão investidos cerca de
ce essa mesma região, beneficiando cerca de 1,1 R$ 182 milhões, com recursos da Caesb, do BID,
milhão de moradores. do BNDES e da Caixa, distribuídos nas cidades do
A ampliação do subsistema de abastecimento Gama, Planaltina, Santa Maria, São Sebastião, Re-
do manancial Taquari, no Paranoá, compreen- canto das Emas, Águas Claras, Jardim Botânico,
dendo a construção de 22 quilômetros de aduto- Itapoã, Lago Sul, Lago Norte e Plano Piloto (Brasí-
ra e uma estação elevatória de água, com vazão de lia) e Águas Lindas (GO). Deverão beneficiar cerca
227 l/s, terá investimentos de R$ 15,5 milhões da de 700 mil pessoas.
Caesb e do BNDES, beneficiando uma população O município de Águas Lindas continua tendo
de 70 mil pessoas. o maior volume de investimentos em esgotos em
A cidade de Santa Maria terá três obras da Ca- 2006. Cerca de R$ 100 milhões serão aplicados
esb em 2006, atendendo uma população de 260 na cidade na implantação de 650 quilômetros de
mil habitantes, no valor global de R$ 5,6 milhões redes, 37 mil ligações, 8 elevatórias, uma Estação
com recursos da Caesb e do BNDES. de Tratamento de Esgoto, com vazão de 200 l/s,
As obras deverão recuperar o reservatório do emissário e interceptor. Deverão beneficiar perto
Residencial Santos Dumont, concluir o Centro de de 224 mil pessoas.
Informações cadastrais
Sigla Caesb
Razão social Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
Endereço da sede Av. Sibipiruna lts. 13 a 21 - Águas Claras - Distrito Federal - CEP 70000-000
Telefone central 55 (61) 3213-7115
Home page www.caesb.df.gov.br
Data e local de fundação 06 / 1969 / Distrito Federal
Principal executivo Fernando Rodrigues Ferreira Leite
Informações estruturais
Municípios atendidos 1
Número de ligações 343.810
Abastecimento de água (%) 92
Coleta de esgoto (%) 88
Tratamento de esgoto (%) 66
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$) 353.298 405.536 484.672
Arrecadação total (R$) 311.938 407.751 506.917
Despesas com serviço (R$) 373.317 431.358 494.192
Saneago
Saneamento de Goiás S.A.
A empresa foi criada em 1967 pela Lei nº que representa 88% da população total. Com ser-
6.680, que transformou o Departamento Estadu- viços de esgotamento sanitário, atende 1,883 mi-
al de Saneamento (DES) numa empresa de econo- lhão de pessoas (37% da população total).
mia mista, com a denominação de Saneamento
de Goiás S.A. (Saneago). Desempenho
A Saneago registrou lucro líquido de R$ 20,98
Cobertura milhões em 2005. O EBITDA da empresa, que em
A Saneago está presente com serviços de abaste- 1999 era de R$ 48,8 milhões, chegou a R$ 155,3
cimento de água em 223 municípios e em mais 43 milhões.
localidades, totalizando 266 localidades. Em 37 mu- Apesar do desempenho positivo, a dívida de
nicípios, a empresa fatura serviços de coleta e trans- longo prazo da Saneago cresceu 3,53% e ficou em
porte de esgoto, como pode ser visto na Tabela 63, R$ 498,25 milhões. Esse valor inclui os financia-
que mostra a evolução da cobertura da Saneago. mentos feitos, as parcelas dos impostos a serem
A empresa atende, com serviços de abasteci- pagos à Secretaria de Fazenda e as contingên-
mento de água, 4,558 milhões de habitantes, o cias, como ações na Justiça e tributos. Já a dívi-
Saneago - Abrangência
T63
Água
Ano População % da população Ligações Extensão Comunidades
beneficiada da rede operadas
Fonte: Saneago.
Perfis de empresas - Concessionárias estaduais Saneamento Básico Valor análise setorial 127
da de curto prazo cresceu 38,11% e ficou em R$ Entre 1999 e 2005, a Saneago investiu R$ 880
254,18 milhões. milhões em obras de saneamento básico. Desse
Segundo a empresa, a dívida de longo prazo total, apenas R$ 42 milhões vieram de financia-
não chega a preocupar, já que tem até 2027 para mentos públicos. No período, a empresa desem-
ser paga e a estatal quita cerca de R$ 2 milhões bolsou R$ 168 milhões em pagamentos de em-
por mês. No entanto, as atenções se concentram préstimos. Entre as principais obras construídas
nos débitos de curto vencimento, para os quais a pela Saneago, destacam-se as 41 Estações de Tra-
Saneago conseguiu financiamento do BNDES. tamento de Esgoto em 40 municípios goianos.
A dívida de curto prazo será paga pelas debêntu- A ETE de Goiânia custou R$ 150 milhões. Ela
res de R$ 40 milhões, que serão negociadas com os está entre as oito maiores do país e garante tra-
bancos Unibanco, Alfa, WestLB e ABC do Brasil. Essa tamento de 78% do esgoto da capital de Goiás. Há
negociação permitirá alongar o prazo da dívida. sete anos, apenas 7% do esgoto de Goiânia era tra-
tado. Em abastecimento de água, destacam-se as
Investimentos 50 obras de ampliação de sistemas.
Segundo dados do SNIS, em 2004 a Saneago Novos investimentos ainda serão feitos para a
aplicou R$ 155,5 milhões. Desse total, 75,7% fo- construção da Barragem do João Leite, que garan-
ram realizados por meio de recursos próprios (R$ tirá abastecimento de água para Goiânia e cida-
117,7 milhões), 13,6% vieram de financiamentos des circunvizinhas até o ano de 2025. Deverão ser
obtidos e 5,9%, de transferências do governo. As investidos R$ 120 milhões, cujos recursos são dos
despesas capitalizáveis representaram 4,7% dos governos estadual e federal e do Banco Interame-
investimentos, equivalentes a R$ 7,3 milhões. ricano de Desenvolvimento (BID).
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
128 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Saneago
Razão social Companhia de Saneamento de Goiás
Endereço da sede Av. Fued José Sebba - Antiga Av. “B” - Nº 570 - Jd Goiás - Goiânia - Goiás
CEP 74815-100
Telefone central 55 (62) 3243-3101
Home page www.saneago.com.br
Data e local de fundação 1949 / Goiânia
Principal executivo Nicomedes Domingos Borges
Informações estruturais
Municípios atendidos 223
Número de ligações 1.153.199
Abastecimento de água (%) 88
Coleta de esgoto (%) 37
Tratamento de esgoto (%) 77
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receita operacional bruta (R$ mil) - 423.318 480.350
Receita operacional líquida (R$ mil) - 402.574 448.657
Lucro bruto (R$ mil) - 258.079 276.226
EBITDA (R$ mil) - 131.782 138.451
Receitas operacionais (R$ mil) 338.559 422.118 477.138
Arrecadação total (R$ mil) 317.558 395.201 463.027
Despesas com serviço (R$ mil) 412.781 447.421 466.014
Sanesul
Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A.
A Empresa de Saneamento de Mato Grosso do bloqueios judiciais e penhora sobre seu fatura-
Sul S.A. (Sanesul) foi constituída em 1979 a partir mento, o que agrava a situação.
do Decreto nº 71, de 24/1/1979, como uma com-
panhia pública com personalidade jurídica de Investimentos
direito privado, com patrimônio próprio e auto- Os investimentos feitos pela empresa em 2005 to-
nomia administrativa e financeira. talizaram R$ 12,3 milhões, dos quais R$ 3,5 milhões
em sistemas de abastecimento de água, R$ 6,9 mi-
Desempenho lhões em esgotamento sanitário e R$ 1,7 milhão em
A Sanesul fechou o ano de 2005 com pre- outras imobilizações. São R$ 7,1 milhões em recursos
juízo líquido de R$ 5,5 milhões, ante lucro de próprios e R$ 5,1 milhões em recursos de terceiros.
R$ 607 mil no exercício anterior. O prejuízo, Por meio do programa “Saneamento é Vida”, do
segundo a administração da empresa, foi oca- Ministério das Cidades, foram concluídas obras de
sionado por perdas em processos judiciais, que esgotamento sanitário em dez localidades: Cassi-
totalizaram R$ 19,4 milhões. lândia, Costa Rica, Paranaíba, Coxim, Antônio João,
Ao longo do ano, as receitas operacionais líqui- Caarapó, Bodoquena, Camapuã, Jardim e Juti.
das atingiram R$ 131,6 milhões, ante R$ 113,5 mi- O programa ainda prevê investimento de
lhões em 2004, ou seja, aumento de 16%. Por outro recursos do Orçamento Geral da União (OGU)
lado, os custos aumentaram em 21,52%, de R$ 113,1 em obras de saneamento básico em nove muni-
milhões para R$ 137,4 milhões. A maior parte dos cípios no caso de esgotamento e um para abas-
gastos, R$ 36 milhões, foi com pessoal e R$ 26,1 tecimento de água.
milhões com serviços prestados por terceiros. Por intermédio de convênio celebrado com a
Em parecer, auditores independentes ob- Petrobras, estavam em andamento, em maio de
servaram que a companhia vem sofrendo con- 2006, obras de ampliação do sistema de esgota-
tínuos prejuízos operacionais e apresentando mento sanitário em Bonito, com a implantação
deficiência de capital de giro. Além disso, eles de 24,2 mil metros de rede coletora de esgoto,
verificam que a empresa vem sofrendo diversos rede interceptora e 2,2 mil ligações domiciliares.
Ano Índice de atend. Índice Consumo Índice Índice de perdas Índice de Índice de Índice
total de água hidrometração médio per de perdas na distribuição atendimento total coleta de de tratamento
% % capita de água de faturamento % de esgoto esgoto de esgoto
1/ hab. dia % % % %
Fonte: SNIS.
130 Valor análise setorial Saneamento Básico Perfis de empresas - Concessionárias estaduais
Informações cadastrais
Sigla Sanesul
Razão social Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul
Telefone central 55 (67) 3318-7707
Home page www.sanesul.ms.gov.br
Principal executivo Antônio Carlos Navarrete Sanches
Informações estruturais
Municípios atendidos 67
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 86.566 100.997 113.507
Arrecadação total (R$ mil) 79.331 96.459 -
Despesas com serviço (R$ mil) 83.634 83.268 -
Serviços municipais
O Departamento Municipal de Água e Esgotos água distribuída, contando com uma rede de
(DMAE) é uma autarquia criada pela Lei 2312, de amostragem de 280 pontos de coleta e oito Esta-
15/12/1961. O DMAE é o maior prestador de serviços ções de Tratamento de Água (ETAs).
de saneamento integralmente municipal do Brasil. A atribuição da Divisão de Esgotos (DVE) é
Com 2,5 mil funcionários, o DMAE alcançou conservar e operar o sistema de esgotamento clo-
a universalização do abastecimento de água em acal público e executar ligações de esgoto no mu-
Porto Alegre: 99,5% da população tem acesso à nicípio de Porto Alegre. São 1.406 quilômetros de
água tratada com padrões de qualidade estabele- redes e 12 estações de bombeamento.
cidos pelo Ministério da Saúde.
Investimentos
Estrutura Em 2005, foram contabilizadas 30 grandes obras,
O DMAE, por meio da Divisão de Água (DVA), é avaliadas em R$ 31,4 milhões. São ampliações e me-
responsável pela conservação das redes adutoras e lhorias nos sistemas de água e esgoto da cidade.
distribuidoras, ramais prediais, entroncamentos, Entre as intervenções que se iniciaram, além
revisão e consertos de hidrantes, assim como pela dos vários projetos com o objetivo de melhorar os
verificação de falta de água, pesquisa de vazamen- serviços e a qualidade da água de Porto Alegre,
tos não-aparentes e pela operação de oito sistemas destaca-se a nova linha de captação da Estação de
de abastecimento de água. Possui 95 Estações de Tratamento de Água (ETA) Tristeza, cujo investi-
Bombeamento de Água Tratada e 96 reservatórios mento é de R$ 1,6 milhão.
espalhados pela cidade. A capacidade de reserva- Segundo dados do SNIS, em 2004 a DMAE
ção de água tratada é de 185.884 m³. – Porto Alegre-RS aplicou R$ 28 milhões. Desse
A qualidade da água do Lago Guaíba é mo- total, 99,6% foram realizados por meio de recur-
nitorada pela Divisão de Pesquisa (DVP). Cabe à sos próprios (R$ 27,9 milhões) e 0,4% veio de fi-
Divisão de Tratamento controlar a qualidade da nanciamentos obtidos.
Informações cadastrais
Sigla DMAE
Razão social Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre
Endereço da sede Rua 24 de Outubro, 200 - Moinhos de Vento - CEP 90510-000
Home page www.dmae.rs.gov.br
Data de fundação 1960
Principal executivo Flávio Ferreira Presser
Informações estruturais
Número de ligações 267.653
Abastecimento de água (%) 99,5
Coleta de esgoto (%) 85
Tratamento de esgoto (%) 27
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais(R$ mil) 226.811 258.307 279.048
Arrecadação total (R$ mil) 198.728 241.777 250.685
Despesas com serviço (R$ mil) 122.865 166.217 182.940
Sanasa – Campinas
Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
A Sanasa é uma empresa de economia mista, O número de ligações prediais atendidas pela
cujo acionista majoritário é a Prefeitura Munici- rede pública de distribuição é de 227 mil, todas
pal de Campinas. Ela é responsável pelo serviço equipadas com medidores (hidrômetros).
de abastecimento de água (captação, adução, tra- Quanto ao sistema de esgotamento sanitário,
tamento, reservação e distribuição de água potá- a Sanasa atende atualmente 88% da população ur-
vel), coleta, afastamento e tratamento dos esgotos bana de Campinas com coleta de 200 mil ligações
domésticos do município de Campinas. e correspondente a afastamento por meio de 3.037
Atualmente, a Sanasa atende com água potá- quilômetros de redes, emissários e interceptores.
vel encanada 98% da população urbana de Cam-
pinas por meio de cinco estações de tratamento Desempenho
(ETA´s 1 e 2 na Swift, ETA´s 3 e 4 na estrada de Em 2005, a Sanasa apurou receita bruta de
Sousas, com água captada no Rio Atibaia, e a ETA vendas e serviços de R$ 294,3 milhões, um incre-
Capivari, junto à Rodovia dos Bandeirantes, com mento de 17,4% em relação ao ano anterior.
água proveniente do Rio Capivari). No exercício, o lucro líquido foi de R$ 34,7 milhões
O conjunto de Estações de Tratamento de (crescimento de 64,1% em relação ao ano de 2004).
Água tem capacidade de produção de até 4.530 li-
tros/segundo, dos quais 95% são provenientes do Investimentos
Rio Atibaia e 5%, do Rio Capivari. Segundo dados do SNIS, em 2004 a Sanasa
O volume médio anual de água potável pro- – Campinas-SP investiu R$ 69,1 milhões. Desse
duzido é da ordem de 100 milhões de metros montante, 28,1% foram realizados por meio de re-
cúbicos transportados por 3.884 quilômetros de cursos próprios (R$ 19,4 milhões), 61,2% vieram
adutoras e redes de distribuição e reservado em de financiamentos obtidos e 1,1%, de transferên-
68 reservatórios dispersos pela cidade (25 eleva- cias do governo.
dos e 43 semi-enterrados), com capacidade total As despesas capitalizáveis representaram 9,7%
de 122 milhões de litros. dos investimentos, equivalentes a R$ 6,7 milhões.
Informações cadastrais
Sigla Sanasa
Razão social Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
Endereço da sede Avenida da Saudade, 500 - Ponte Preta - Campinas - SP - CEP 13041-903
Telefone central 55 (19) 37355000
Home page www.sanasa.com.br
Data de fundação 1974
Principal executivo Luiz Augusto Castrillon de Aquino
Informações estruturais
Número de ligações 208.024
Abastecimento de água (%) 98
Coleta de esgoto (%) 88
Indicadores financeiros
SAAE – Guarulhos
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos
Informações cadastrais
Sigla SAAE - Guarulhos
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos
Endereço da sede Av. Tiradentes, 3300 - Bom clima - Guarulhos - SP - CEP 07196170
Telefone central 55 (11) 64432625 / Fax: (11) 64432621
Home page www.saaeguarulhos.sp.gov.br
Data de fundação 1967
Principal executivo Afranio de Paula Sobrinho
Informações estruturais
Número de ligações 10.256
Abastecimento de água (%) 94
Coleta de esgoto (%) 72
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 127.150 134.802 142.935
Arrecadação total (R$ mil) 128.850 135.277 143.729
Despesas com serviço (R$ mil) 126.079 124.940 130.612
O Serviço Municipal de Saneamento Am- água, esgotos, resíduos sólidos, drenagem urba-
biental de Santo André (Semasa) foi criado em na, defesa civil e gestão ambiental.
novembro de 1969 como resultado da moderni- A administração integrada dos serviços asse-
zação do antigo DAE (Departamento de Água e gurou um arranjo de subsídio interno, por meio
Esgoto), órgão de administração direta da Pre- do qual setores cujos custos não são cobertos pe-
feitura de Santo André. las tarifas têm sido sustentados por outros servi-
Desde 1999, o Semasa segue um modelo de ços superavitários.
saneamento ambiental que integra a oferta de
água, coleta de esgoto, drenagem urbana, gestões Investimentos
dos resíduos sólidos, ambiental e de riscos am- Segundo dados do SNIS, em 2004 a Semasa
bientais por meio da defesa civil. – Santo André-SP investiu R$ 3,7 milhões. Desse
Foi o primeiro órgão de saneamento do país total, 100% foram realizados por meio de recur-
a integrar todos os componentes dos serviços: sos próprios.
Informações cadastrais
Sigla Semasa
Razão social Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André
Telefone central 55 (11) 44339600
Home page www.semasa.com.br/
Data de fundação 1969
Principal executivo Sebastião Ney Vaz Jr.
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 98
Coleta de esgoto (%) 96
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 96.720 118.564 95.961
Arrecadação total (R$ mil) 97.220 118.564 87.774
Despesas com serviço (R$ mil) 101.535 110.929 66.566
DMAE – Uberlândia
Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia – MG
Informações cadastrais
Sigla DMAE - Uberlândia
Razão social Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlandia
Endereço da sede Rua Martinésia, nº 245 - Bairro Aparecida
Telefone central 55 (34) 3233-4695
Home page www.uberlandia.mg.gov.br
Data de fundação 1967
Principal executivo Rubens de Freitas Filho
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 98,4
Coleta de esgoto (%) 97,5
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 27.490 32.735 48.464
Arrecadação total (R$ mil) 37.430 42.443 45.559
Despesas com serviço (R$ mil) 18.880 21.447 27.820
Informações cadastrais
Sigla DAERP
Razão social Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto
Endereço da sede Rua Amador Bueno, 22 - Ribeirão Preto- SP
Telefone central 55 (16) 36072200
Home page http://www.daerp.ribeiraopreto.sp.gov.br/index.html
Data de fundação 1969
Principal executivo Darvin Jose Alves
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 99,9
Coleta de esgoto (%) 98
Tratamento de esgoto (%) 14
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais(R$ mil) 76.937 94.727 97.071
Arrecadação total (R$ mil) 72.042 86.143 92.002
Despesas com serviço (R$ mil) 71.949 86.776 91.036
SAAE – Sorocaba
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba
Informações cadastrais
Sigla SAAE - Sorocaba
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba
Endereço da sede Av. Pereira da Silva, 1285 - Bairro Santa Rosália - Sorocaba - SP
CEP 18095-340
Telefone central 55 (15) 3224-5800
Home page www.saaesorocaba.com.br
Data de fundação 1965
Principal executivo Pedro Dal Pian Flores
Informações estruturais
Número de ligações 158.031
Coleta de esgoto (%) 98
Tratamento de esgoto (%) 30
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 64.181 62.674 78.143
Arrecadação total (R$ mil) 64.181 62.674 63.195
Despesas com serviço (R$ mil) 49.568 N.D. 47.178
Informações cadastrais
Sigla Cesama
Razão social Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora
Home page www.cesama.pjf.mg.gov.br
Data de fundação 2001
Informações estruturais
Número de ligações 98.153
Abastecimento de água (%) 99
Coleta de esgoto (%) 98
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 46.302 53.537 61.263
Arrecadação total (R$ mil) 43.094 49.640 60.113
Despesas com serviço (R$ mil) 41.932 45.976 53.837
Semae – Piracicaba
Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba
Informações cadastrais
Sigla Semae - Piracicaba
Razão social Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba
Endereço da sede Rua Quinze de Novembro, 2200 - Bairro Alto - Piracicaba - SP
CEP 13417-100
Telefone central 55 (19) 3403-9611
Home page www.semaepiracicaba.org.br
Data de fundação 1969
Principal executivo José Augusto B. Seydel
Informações estruturais
Número de ligações (2002) 105.389
Abastecimento de água (%) 100
Tratamento de esgoto (%) 37,2
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 35.863 47.320 46.800
Arrecadação total (R$ mil) 38.833 47.320 50.800
Despesas com serviço (R$ mil) 30.571 34.126 39.367
Desde a década de 30, o serviço de saneamen- mae atende atualmente 95% da população ur-
to em São José do Rio Preto pertence à esfera pú- bana de São José do Rio Preto, com coleta de
blica. Apenas por um breve período em 2000 ele 111.654 ligações e correspondente a afastamen-
chegou a ser concedido à iniciativa privada. to por meio de 1.174.854 quilômetros de redes,
Após essa tentativa de privatização dos serviço emissários e interceptores.
de saneamento é que surgiu a Semae de Rio Preto
na sua atual conformação. A sua criação foi apro- Investimentos
vada pela Câmara Municipal em agosto de 2001. Segundo dados do SNIS, em 2004 a Semae
– São José do Rio Preto-SP realizou investimen-
Cobertura tos da ordem de R$ 531,3 mil, a partir de recur-
O sistema de esgotamento sanitário do Se- sos próprios.
Informações cadastrais
Sigla Semae - São José do Rio Preto
Razão social Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto de São José do Rio Preto
Telefone central 55 (17) 230-1100
Home page www.riopreto.sp.gov.br/cpub/pt/semae/home.php
Data de fundação 2001
Principal executivo Nicanor Batista Júnior
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2003 2004 2005
Receita bruta (R$ mil) - - 39.358
Despesas (R$ mil) - - 40.822
Lucro (Prejuizo) bruto (R$ mil) - - -1.464
Receitas operacionais(R$ mil) 22.713 37.548 37.372
Arrecadação total (R$ mil) 6.612 31.259 30.072
Despesas com serviço (R$ mil) 17.644 26.110 29.461
DAE – Bauru
Departamento de Águas e Esgotos de Bauru
O DAE – Bauru foi regulamentado em dezem- ração até hoje. Atualmente, a cidade de Bauru
bro de 1962, como autarquia municipal para res- tem 100% de água encanada e tratada e 99% de
ponder pelo abastecimento e tratamento da água coleta de esgoto.
fornecida e coleta do esgoto no município. O abastecimento tem duas fontes: o Rio
Com o crescimento do município, houve a Batalha, responsável por 42% da água que che-
necessidade de ampliar os sistemas de captação ga às residências, e os poços profundos que
e tratamento de água. Em 1970, foram inaugu- atendem os outros 58% da cidade. A autarquia
radas: a estação de captação e a Estação de Trata- dispõe também de 27 poços profundos e 52
mento de Água (ETA), esta projetada para tratar reservatórios, localizados em diversos bairros
500 litros de água por segundo, e duas novas adu- do município.
toras que aumentaram o volume de água produ-
zido, que passou dos 12 milhões de litros, por dia, Investimentos
para 43 milhões. Segundo dados do SNIS, em 2004 o DAE – Bau-
ru-SP realizou investimentos da ordem de R$ 3,2
Cobertura milhões. Desse total, 100% foram feitos por meio
A captação e a ETA de 1970 estão em ope- de recursos próprios.
Informações cadastrais
Sigla DAE-Bauru
Razão social Departamento de Água e Esgoto de Bauru
Endereço da sede Rua Padre João, nº 11-25 - Altos da Cidade - Bauru - SP - CEP 17043-020
Telefone central 55 (14) 235-6137 / Fax: (14) 235-6145
Home page www.daebauru.com.br
Data de fundação 1962
Principal executivo José Clemente Rezende
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 100
Coleta de esgoto (%) 99
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 34.390 44.213 35.361
Arrecadação total (R$ mil) 26.223 34.526 36.920
Despesas com serviço (R$ mil) 25.923 33.520 35.135
Saned – Diadema
Companhia de Saneamento de Diadema
Informações cadastrais
Sigla Saned
Razão social Companhia de Saneamento de Diadema
Endereço da sede Rua Estados Unidos, 78 - Centro - Diadema - SP - CEP 09921-030
Home page www.saned.com.br
Data de fundação 1995
Principal executivo Walter Rasmussen
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 99,5
Coleta de esgoto (%) 76
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 38.411 43.925 43.128
Arrecadação total (R$ mil) 33.747 38.293 38.743
Despesas com serviço (R$ mil) 43.235 45.551 49.097
DAE – Jundiaí
DAE S.A.
Informações cadastrais
Sigla DAE - Jundiaí
Razão social DAE - S.A.
Endereço da sede Rodovia Vereador Geraldo Dias, 1500 - Hortolândia - Jundiaí - SP
CEP 13214-295
Telefone central 55 (11) 4589-1300
Home page www.daejundiai.com.br
Data de fundação 1969
Principal executivo Eduardo Santos Palhares
Informações estruturais
Número de ligações 87.337
Abastecimento de água (%) 95,41
Coleta de esgoto (%) 91,31
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 48.023 53.888 58.388
Arrecadação total (R$ mil) 39.799 44.277 48.595
Despesas com serviço (R$ mil) 45.147 49.024 57.185
O SAAE é uma autarquia municipal criada em O índice de hidrometração atinge 100% e seu
dezembro de 1967 para tratar do saneamento do índice de perda de faturamento é de 37,2%.
município de Volta Redonda (RJ).
Desde sua criação, o SAAE possui um vínculo Investimentos
muito forte com a CSN, siderúrgica que opera no Segundo dados do SNIS, em 2004 o SAAE
município. Em seus primórdios, 80% da água de – Volta Redonda-RJ investiu R$ 4 milhões. Do to-
abastecimento público era tratada pela Estação tal, 62,5% foram realizados por meio de recursos
de Tratamento de Água da CSN. Os 20% restantes próprios (R$ 2,5 milhões) e 7,6% vieram de trans-
eram operados pelo próprio SAAE na Estação de ferências do governo.
Tratamento de Água de Santa Rita. As despesas capitalizáveis representaram 29,8%
A situação só se alterou em 1979, quando foi dos investimentos, equivalentes a R$ 1,2 milhão.
inaugurada a ETA no bairro Belmonte, com ca- Atualmente, a empresa conduz o Projeto Qua-
pacidade de 390 litros/segundo, ampliada para tro Estações, orçado em cerca de R$ 15 milhões,
2.000 litros em 2001. que visa atender diretamente 106 mil habitantes.
O projeto prevê a construção de cinco reserva-
Cobertura tórios com capacidade de 18 milhões de litros de
O número de economias atendidas pelo SAAE água armazenada, cinco estações elevatórias, 13
evoluiu de 65.896, em 1990, para 104.776 em mil metros de rede coletora de esgotos sanitários
2005. O número de ligações de água é de 63.564 e e 53 mil metros de redes de distribuição e adução
o de ligações de esgoto, de 63.446. de água tratada.
Informações cadastrais
Sigla SAAE - Volta Redonda
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda
Endereço da sede Av. Lucas Evangelista, nº 643 - Aterrado - Volta Redonda - RJ
CEP 27215-630
Telefone central 55 (24) 3347-3232 / 3344-2957
Home page www.saaevr.rj.gov.br
Principal executivo Paulo Cesar de Souza
Informações estruturais
Número de ligações 63.564
Coleta de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 15.827 18.725 17.526
Arrecadação total (R$ mil) 17.576 20.619 19.236
Despesas com serviço (R$ mil) 14.921 23.124 20.147
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de laminar, que possibilita tratar até 1.200 litros
Governador Valadares (MG), criado em 1952, é uma de água por segundo. O seu laboratório central
autarquia municipal que controla todo o sistema de é certificado com ISO 9001:2000 com o escopo:
abastecimento de água do município. A partir de 1988, “Fornecimento de Serviços de Análises Laborato-
o SAAE passou a ser administrado pela prefeitura. riais para manutenção e controle de qualidade da
água produzida e distribuída”.
Cobertura
Atualmente, 99% da população recebe aten- Investimentos
dimento de água e 92%, de coleta de esgoto. O Segundo dados do SNIS, em 2004 o SAAE
SAAE-GV planeja construir uma nova Estação de – Governador Valadares-MG realizou investi-
Tratamento de Esgoto (ETE). mentos da ordem de R$ 7 milhões. Desse to-
A estação de tratamento do SAAE de Governa- tal, 100% foram bancados por meio de recur-
dor Valadares possui um sistema de decantação sos próprios.
Informações cadastrais
Sigla SAAE - Governador Valadares
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Governador Valadares
Telefone central 55 (33) 3279-8400
Home page www.saaegoval.com.br
Data de fundação 1952
Principal executivo Maridhemar Elias de Sá
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 99
Coleta de esgoto (%) 92
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 17.754 20.536 22.255
Arrecadação total (R$ mil) 17.754 20.536 22.255
Despesas com serviço (R$ mil) 9.926 13.902 14.882
SAAE – Jacareí
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Jacareí
O SAAE é uma autarquia municipal criada para ampliar de 2% para 18% o índice de esgoto
pela Lei nº1.761, de setembro de 1976. Em junho tratado em Jacareí.
de 1978, o SAAE iniciou sua fase operacional,
passando a responder pelos sistemas de abaste- Investimentos
cimento de água e afastamento e canalização de Segundo dados do SNIS, em 2004 o SAAE
esgoto sanitário de Jacareí. – Jacareí-SP realizou investimentos da ordem de
Atualmente, o SAAE conta com uma equipe R$ 3,7 milhões. Do total, 89% foram feitos com
de 325 funcionários e atende 99% da população recursos próprios (R$ 3,3 milhões), 0,4% veio de
do município com rede de água e 95% com rede financiamentos obtidos e 10,6%, de transferên-
de esgoto. O SAAE está com obras em andamento cias do governo.
Informações cadastrais
Sigla SAAE - Jacareí
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Jacareí
Endereço da sede Rua Antônio Afonso, 460 - Centro - Jacareí - SP
Telefone central 55 (12) 3954-0300
Home page www.saaejacarei.com.br
Data de fundação 1976
Principal executivo Davi Lino
Informações estruturais
Número de ligações 56.011
Abastecimento de água (%) 99
Coleta de esgoto (%) 95
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 20.886 18.919 21.600
Arrecadação total (R$ mil) 20.728 18.684 23.953
Despesas com serviço (R$ mil) 16.047 18.264 26.553
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São A rede de coleta e afastamento de esgotos cres-
Carlos (SAAE) foi criado por meio da Lei 6.199, de 26 ceu junto com a cidade, atingindo 98% dos domi-
de junho de 1969. Possui personalidade jurídica pró- cílios, com aproximadamente 300 quilômetros
pria e autonomia financeira e administrativa para de extensão. Os 2% restantes estão localizados na
gerir os serviços de abastecimento de água e coleta periferia da cidade.
de esgoto em todo o município de São Carlos. Para promover a recuperação total dos córre-
A partir de 1969, o SAAE passou a construir gos do Monjolinho, Água Fria e Água Quente, es-
poços profundos para ampliar sua produção de tão sendo projetadas Estações de Tratamento de
água e acompanhar o aumento da população de Esgotos. A administração pública já assinou um
São Carlos. O primeiro poço profundo foi o poço Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com o Minis-
“Antônio Fischer dos Santos”, que iniciou sua tério Público, para acelerar os processos de licen-
operação em 2 de junho de 1969, com vazão de ciamento ambiental.
100 m3/h de água (atualmente produz 48 m3/h). Foi contratada a execução do Relatório
Ambiental Preliminar (RAP), em dezembro de
Cobertura 2003, estando em fase inicial os processos de
A produção por poços foi ampliada acompa- licitação para o projeto de duas ETEs, que com-
nhando o aumento populacional. Possui poços portarão o tratamento total dos esgotos da ci-
de grande produção construídos nos bairros de dade até 2020.
São Carlos II, Azulville, Stella Fagá, Cidade Aracy e
no Distrito Industrial, além dos distritos de Água Investimentos
Vermelha e Santa Eudóxia. Segundo dados do SNIS, em 2004 o SAAE – São
O SAAE conta atualmente com 18 poços em ope- Carlos-SP realizou investimentos da ordem de R$
ração contínua, com produção de 525 l/s, equivalen- 1,4 milhão, inteiramente bancados por meio de
te à produção proveniente das águas de superfície. recursos próprios.
Informações cadastrais
Sigla SAAE - São Carlos
Razão social Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos
Endereço da sede Av. Getúlio Vargas, 1500 - Jardim São Paulo - São Carlos - SP
CEP 13570-390
Telefone central 55 (16) 3373-6400
Home page www.saaesaocarlos.com.br
Data de fundação 1969
Principal executivo Jurandyr Povinelli
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 23.821 28.903 34.128
Arrecadação total (R$ mil) 21.656 23.759 27.280
Despesas com serviço (R$ mil) 19.380 23.724 27.834
DAAE – Araraquara
Departamento de Águas e Esgotos de Araraquara
Informações cadastrais
Sigla DAAE - Araraquara
Razão social Departamento de Água e Esgoto de Araraquara
Endereço da sede Rua Domingos Barbieri, nº 100 - Fonte Luminosa - Araraquara - SP
Telefone central 55 (16) 3324-9555
Home page www.daaeararaquara.com.br
Data de fundação 1969
Principal executivo Guilherme Ferreira Soares
Informações estruturais
Número de ligações 70.000
Abastecimento de água (%) 100
Coleta de esgoto (%) 98,3
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 23.542 25.579 29.101
Arrecadação total (R$ mil) 19.292 23.015 24.510
Despesas com serviço (R$ mil) 16.154 19.771 24.148
Concessionárias privadas
Águas do Amazonas
Águas do Amazonas S.A.
Uma das principais causas desse desequilí- sídio cruzado, que visa a cobrança de tarifas di-
brio, segundo a companhia, encontra-se na dis- ferenciadas conforme a categoria do cliente e a
torção no perfil de seus clientes: o consumo ele- faixa de consumo em que se encontra.
vado de água pelas famílias carentes que pagam
taxas menores e a perfuração de poços artesianos Investimentos
pelas famílias de maior poder aquisitivo, empre- A empresa investiu, em 2005, R$ 25,7 milhões,
sas industriais e grandes varejistas, que pagam acumulando total de R$ 146 milhões, durante os
uma taxa irrelevante pelo recurso natural. cinco anos da concessão.
As quatro modalidades de clientes atendidas Os investimentos foram feitos na expan-
pela concessionária em Manaus são: residencial, são dos sistemas de abastecimento de água e
comercial, pública e industrial. A categoria resi- melhorias operacionais, com destaque para
dencial representa 75% dos clientes da companhia, os Programas “Água na Sua Casa” e “Água e Ci-
13% estão na comercial, 9% são instituições públi- dadania” e para a construção dos sistemas de
cas e quase 3% são compostos por indústrias. proteção para a central de cloração na Ponta do
As empresas instaladas no Pólo Industrial de Ismael e ETA Mauazinho.
Manaus proporcionam um faturamento mensal No fim de 2005, o BNDES aprovou o financia-
de apenas R$ 364 mil nos serviços de água e esgo- mento de R$ 9,4 milhões para serem aplicados
to da companhia. nos sistemas de água e esgoto.
A concessionária argumenta que se as fábri- Naquele mesmo ano, a empresa apresentou
cas atingissem o consumo de R$ 5,6 milhões, ha- diversos projetos de investimentos a vários or-
veria recursos para subsidiar os investimentos na ganismos: ao Ministério das Cidades, no âm-
infra-estrutura dos bairros sem água encanada. bito do Programa “Saneamento para Todos”;
As grandes empresas do pólo abandonaram o à Agência de Desenvolvimento da Amazônia
sistema público quando a concessionária ainda era (ADA); e ao Banco da Amazônia S.A. (BASA), res-
a Cosama. Com o surgimento de invasões e conjun- ponsáveis pela operação do Fundo de Desenvol-
tos habitacionais no entorno do pólo industrial, vimento da Amazônia (FDA) e do Fundo Consti-
houve o surgimento de ligações clandestinas. tucional do Norte (FNO).
A Cosama passou, então, a retirar mais água O objeto desses financiamentos era a cons-
do rio e a estação de tratamento não suportou. trução do sistema Ponta das Lajes, que inclui a
Como as empresas não podiam ficar sem água captação, produção, adução, reservação, redes
para atender sua produção, optaram pela instala- e ligações de água para as zonas norte e les-
ção dos poços artesianos. te da cidade, além de melhorias operacionais,
Segundo a Águas do Amazonas, esta decisão ampliação dos serviços de coleta e tratamento
das empresas impossibilitou a aplicação do sub- de esgoto.
152 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Nome Águas do Amazonas
Razão social Águas do Amazonas S.A.
Endereço da sede Rua do Bombeamento, 01 - Compensa - Manaus - Amazonas CEP 69029-160
Telefone central 55 (92) 627.5500
Home page www.aguasdoamazonas.com.br
Data e local de fundação 2000 / Manaus
Principal executivo Fernando A. Paraguassu de Sá
Informações estruturais
Número de ligações 236.436
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2003 2004 2005
Receita bruta (R$ mil) 104.856 129.638 142.267
Receita líquida (R$ mil) 100.814 122.677 133.246
Receitas operacionais (R$) 90.255 129.638 N.D.
Arrecadação total (R$) 70.977 105.284 N.D.
Despesas com serviço (R$) 127.114 134.164 N.D.
Lucro bruto (R$ mil) -34.420 42.899 40.111
Lucro líquido (R$ mil) -34.414 355 538
Citágua
Águas de Cachoeiro S.A.
A Águas de Cachoeiro S.A. (Citágua) é conces- cujo modelo implantado no município em me-
sionária dos serviços de abastecimento de água, ados de 1999 já é referência no país.
coleta e tratamento de esgotos do município de
Cachoeiro de Itapemirim (ES). Cobertura
A Citágua foi criada em julho de 1998 e é ori- A empresa atende, com abastecimento de água,
ginária do Consórcio Águas de Cachoeiro, for- a 39,5 mil ligações. Isso representa a totalidade da
mado pelo Grupo Águia Branca Participações população localizada nas áreas urbanas da sede,
Ltda., Cepemar Serviços de Consultoria em Meio distritos e pequenas localidades do município.
Ambiente Ltda. e Hidropart – Consultoria e Parti- Quanto ao esgotamento sanitário, possui
cipações Ltda., que foi vencedor da concorrência 42,37 mil ligações, atendendo 83% da população
pública para concessão dos serviços de abasteci- com a coleta de esgotos.
mento de água, coleta e tratamento de esgotos do
município de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Investimentos
O contrato de concessão foi assinado em 15 de O atendimento às metas contratuais como a
julho de 1998 e tem duração de 30 anos. Atual- modernização e informatização da empresa e a ade-
mente, a Águia Branca detém 73,33% das ações da quação da frota de veículos e equipamentos, bem
companhia e a Cepemar, 26,67%. como o treinamento dos funcionários, demandou
Por 30 anos, o saneamento básico da cidade de recursos da ordem de R$ 33 milhões. Estão previs-
Cachoeiro de Itapemirim (ES) foi realizado pelo tos para os próximos anos investimentos de cerca
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cachoeiro de R$ 17 milhões, totalizando R$ 50 milhões.
de Itapemirim (SAAE) sem qualquer regulação. O A Citágua vem realizando nesses cinco anos, des-
consumidor ficou sujeito por décadas a todo tipo de a sua fundação, o maior investimento per capita
de problema na prestação dos serviços. em saneamento do país, com um valor médio anual
ºCom a concessão do sistema ao consór- de R$ 147/ligação. A média anual no Brasil é de R$ 57/
cio privado Águas de Cachoeiro (Citágua), em ligação e na região Sudeste, de R$ 52/ligação.
julho de 1998, cresceu a necessidade de fisca- Segundo dados do SNIS, em 2004 a Citágua
lização. Para essa tarefa, foi criada a Agência aplicou R$ 4 milhões. Do total, 62,8% foram rea-
Municipal de Regulação dos Serviços de Sane- lizados por meio de recursos próprios (R$ 2,5 mi-
amento de Cachoeiro de Itapemirim (Agersa), lhões) e 37,2% vieram de financiamentos obtidos.
Informações cadastrais
Nome Citágua
Razão social Águas de Cachoeiro S.A.
Endereço da sede Praça Alvim Silveira, nº 01 - Ilha da Luz - Cachoeiro de Itapemirim - ES
CEP 29309-801
Telefone central 55 (28) 3526-3366/3375
Home page www.citagua.com.br
Data de fundação 1998
Principal executivo Mário Amaro da Silveira
Informações estruturais
Número de ligações 39.500
Coleta de esgoto (%) 83
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$) 16.167 19.349 21.559
Arrecadação total (R$) 15.373 18.116 20.820
Despesas com serviço (R$) 15.263 19.400 21.539
Águas de Limeira
Águas de Limeira S.A.
Informações cadastrais
Nome Águas de Limeira
Razão social Águas de Limeira S.A.
Endereço da sede Rua Boa Morte, nº 725 - Centro - Limeira - SP - CEP 13480-181
Telefone central 55 (19) 3404-5502
Home page www.aguasdelimeira.com.br
Data e local de fundação 1995
Principal executivo Fernando Ariani Mangabeira Albernaz
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 100
Coleta de esgoto (%) 100
Tratamento de esgoto (%) 70
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 32.336 40.745 43.448
Arrecadação total (R$ mil) 31.531 38.297 42.118
Despesas com serviço (R$ mil) 33.428 36.002 40.103
Águas do Brasil
Águas do Brasil Gestão e Participações Ltda.
Informações cadastrais
Nome Águas de Niterói
Razão social Águas de Niterói S.A.
Endereço da sede Rua Marquês do Paraná, 110 - Centro - Niterói - RJ CEP 24230-011
Telefone central 55 (21) 2729-9200
Home page www.aguasniteroi.com.br
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 100.484 108.050 116.898
Arrecadação total (R$ mil) 78.356 91.102 111.321
Despesas com serviço (R$ mil) 78.214 84.875 109.931
lhões. Desse total, o Banco Nacional de Desenvol- Até o fim de 2004, o investimento acumulado
vimento Econômico e Social (BNDES) está finan- atingia R$ 53,45 milhões. Desde janeiro de 1998,
ciando R$ 53 milhões. No período de 2005 a 2009, quando iniciou suas atividades, o volume de es-
a meta da empresa é investir R$ 54 milhões. goto tratado na cidade saltou de 3% para 28%. O
Uma das prioridades imediatas da companhia BNDES está financiando para a empresa o mon-
é instalar uma ampla rede de tratamento de esgoto. tante de R$ 24 milhões.
Cerca de R$ 35 milhões serão destinados à instala- O cronograma de obras e investimentos prio-
ção da rede de abastecimento na Região Oceânica. rizou as emergências, aumentando a captação em
A meta para o período é ampliar de 75% para locais onde a falta de água era mais freqüente. Para
90% a parcela da população servida com água ca- aumentar a oferta, foi necessário elevar a captação,
nalizada e tratada, além de aumentar de 35% para tratar a água e recuperar a rede de distribuição,
85% o volume de esgoto coletado e tratado. que registrava perdas de quase 50% da produção.
Informações cadastrais
Nome Águas do Imperador
Razão social Águas do Imperador S.A.
Endereço da sede Rua Dr. Saerp, 84 - Bairro Morin - Petrópolis - RJ - CEP 25625-070
Home page www.aguasdoimperador.com.br
Telefone central 55 (24) 2231-5656 / 2237-6981
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 18.190 21.696 25.194
Arrecadação total (R$ mil) 15.676 19.414 22.087
Despesas com serviço (R$ mil) 16.877 16.500 18.998
Águas Guariroba
Águas Guariroba S.A.
dade, que deverá ser atingida em 2008 e não em Além da expansão da rede coletora de esgoto,
2010, como previa o contrato anterior, firmado está prevista a construção de 68 mil ligações de
em 2000 no momento da concessão. esgoto, 42 quilômetros de interceptores, sete esta-
Em março de 2006, lançou o Programa Sanear ções elevatórias, 16 quilômetros de linha de recal-
Morena para atingir tal objetivo. O investimen- que e cinco unidades de tratamento de esgotos.
to atenderá 172 bairros, estendendo a malha da Segundo dados do SNIS, em 2004 a Águas de
rede coletora para mais de 50% da população, be- Guariroba aplicou R$ 7 milhões. Do total, 100% fo-
neficiando diretamente cerca de 238 mil pessoas. ram realizados por meio de financiamentos obtidos.
Informações cadastrais
Nome Águas Guariroba
Razão social Águas Guariroba S.A.
Endereço da sede Rua Bahia, nº 280 - Centro - Campo Grande - MS - CEP 79002-530
Telefone central 55 (67) 389-5600
Home page www.aguasguariroba.com.br
Data de fundação 2000
Principal executivo Leonardo Barbirato Junior
Informações estruturais
Número de ligações 209.498
Abastecimento de água (%) 98
Coleta de esgoto (%) 32
Tratamento de esgoto (%) 21
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 67.864 74.852 90.769
Arrecadação total (R$ mil) 60.110 62.485 85.346
Despesas com serviço (R$ mil) 69.155 85.389 83.851
Águas de Sorriso
Águas de Sorriso Ltda.
Cobertura
Em 2000, quando começou a atuar, a cidade
contava com apenas 4,6 mil ligações de água. De-
pois de dois anos de concessão, as ligações atingiam
o número de 8,2 mil.
A empresa construiu dois novos reservatórios
de água no município: um com capacidade de 2
milhões de litros e outro, de 1 milhão, o que re-
presentou um aumento de 700% na sua capacida-
de de reservação. Também construiu 7 quilôme-
tros de novas adutoras.
160 Valor análise setorial Saneamento Básico
Águas de Paranaguá
Concessionária Águas de Paranaguá S.A.
A Águas de Paranaguá iniciou suas atividades portação de grãos da América do Sul. Com essa ope-
em Paranaguá (PR) em março de 1997. A empresa ração, toda a carga de esgoto, cerca de 9 mil metros
detém a subconcessão dos serviços do município cúbicos de dejetos, deixou de ser lançada ao mar.
até 2025, período em que se comprometeu a reali-
zar investimentos da ordem de R$ 100,4 milhões. Cobertura
A concessionária tem como acionistas as empre- A cidade já possui uma cobertura de pratica-
sas Carioca, Developer, Castilho e Porto de Cima. mente 100% nos serviços de água, de forma contí-
A Águas de Paranaguá aplicou R$ 51,5 mi- nua e sem interrupção. A falta de água que todos
lhões até dezembro de 2004. Desse total, o BNDES os anos ocorria durante o período seco (maio a
financiou R$ 16 milhões. No período de 2005 a setembro) foi eliminada.
2009, a empresa planeja investir R$ 16,7 milhões. A Águas de Paranaguá coleta 70% dos esgotos
Um dos avanços mais significativos foi o fato domésticos. O tratamento teve início com a inau-
de a concessionária ter assumido o tratamento do guração da primeira estação de tratamento, em
esgoto do porto de Paranaguá, maior canal para ex- julho de 2001.
Informações cadastrais
Nome Águas de Paranaguá
Razão social Águas de Paranaguá S.A.
Endereço da sede Rua XV de Novembro, 494 - Paranaguá - PR - CEP 83203-010
Data de fundação 1997
Informações estruturais
Abastecimento de água (%) 2004 100
Coleta de esgoto (%) 2004 70
Tratamento de esgoto (%) 100
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 9.510 11.166 15.936
Arrecadação total (R$ mil) 9.074 11.380 15.166
Despesas com serviço (R$ mil) 8.356 8.679 9.352
Ambient
Serviços Ambientais de Ribeirão Preto S.A.
Águas de Itapema
Companhia Águas de Itapema
Desde 2004, a Companhia Águas de Itape- mento de esgotos que vai atender parte da cidade.
ma é concessionária dos serviços de água e es- As obras concentrar-se-iam na região da Meia
goto no município de Itapema (SC). A Águas de Praia, área que recebe o maior número de turistas
Itapema pertence às empresas Linear Participa- na temporada e apresenta os problemas mais gra-
ções e Construções e Construtora Nascimento, ves de balneabilidade.
que operam outras concessões em Mato Grosso O dinheiro investido nas obras virá da pró-
e no Paraná. pria companhia e, principalmente, dos acio-
nistas que formaram a Sociedade de Propósito
Investimentos Específico (SPE) para explorar o serviço em Ita-
Em meados de 2005, a companhia anunciou pema. A Águas de Itapema negocia financia-
que efetuaria investimentos de R$ 8 milhões, até o mento que pode acelerar o início das outras
fim do ano, na instalação da rede de coleta e trata- etapas do trabalho na cidade.
Informações cadastrais
Nome Águas de Itapema
Razão social Companhia Águas de Itapema
Endereço da sede Av. Nereu Ramos, 3.099 - Meia Praia - Itapema - SC - CEP 88200-000
Telefone central 55 (47) 268-8200
CSJ
Companhia de Saneamento de Jundiaí
A Companhia de Saneamento de Jundiaí (CSJ) foi construída pela CSJ e inaugurada em 1998, e
executa serviços de tratamento de esgotos munici- seu processo é bastante simples e robusto, con-
pais de Jundiaí (SP). A empresa foi contratada por sistindo de lagoas aeradas de mistura completa,
concorrência pública para construir e operar a ETEJ seguidas de lagoas de decantação.
(Estação de Tratamento de Esgotos de Jundiaí). Foi a primeira no Brasil a usar ar difuso em lago-
A modalidade de serviço prestada é chamada as, com difusores flutuantes de membrana. É auto-
de concessão precedida de obra pública ou BOT matizada e tem uma potência instalada de 4 MW.
(“buid operate and transfer”), e o financiamento
das obras e o custo da operação são cobertos pe- Cobertura
las tarifas ao longo do contrato. O município de Jundiaí tem pouco mais de
Ao término do período de concessão, as obras 300 mil habitantes e um grande parque indus-
e instalações passarão para o município. Seu ca- trial, e o esgoto gerado equivale a uma carga or-
pital é inteiramente nacional e seus acionistas gânica de 1 milhão de habitantes.
são: Tejofran Saneamento e Serviços, Construtora Hoje são tratados 100% dos esgotos coletados
Coveg e Construtora Augusto Velloso. no município, que representam mais de 95% dos
A Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí esgotos gerados.
164 Valor análise setorial Saneamento Básico
Caenf
Concessionária de Águas e Esgotos de Nova Friburgo Ltda.
A Concessionária de Águas e Esgotos de Nova companhia detém a concessão plena dos serviços
Friburgo Ltda. (Caenf) opera, desde julho de do município até 2024, período em que se com-
1999, a gestão plena dos sistemas e serviços de sa- prometeu a realizar investimentos da ordem de
neamento básico de água e de esgotos sanitários R$ 139,9 milhões.
nos perímetros urbanos do município de Nova
Friburgo (RJ). Cobertura
A empresa tem por objetivo realizar serviços No início das operações da Caenf, o número
de captação, tratamento, distribuição geral de de habitantes atendidos era de 144.346; em de-
água, coleta de esgotos, operação, conservação, zembro de 2003, evoluiu para 170.636; e no fim
manutenção, modernização, ampliação, explora- de 2004, para 171.418.
ção dos sistemas de cobrança direta aos usuários
dos serviços. Abrange ainda estudos técnicos, ser- Investimentos
viços e obras necessárias para o desenvolvimento Até dezembro de 2004, a empresa havia reali-
do empreendimento. zado investimentos da ordem de R$ 3,8 milhões.
As empresas que compõem o consórcio são: Para o período de 2005 a 2009, a previsão é apli-
Earth Tech do Brasil Ltda. e Tyco Group SARL. A car R$ 32,5 milhões.
Informações cadastrais
Sigla Caenf
Razão social Concessionária de Águas e Esgoto de Nova Friburgo Ltda.
Endereço da sede Av. Antônio Mário de Azevedo, 417- Duas Pedras - Nova Friburgo - RJ
CEP 28601-970
Telefone central 55 (024) 5220316
Home page www.caenf.com.br
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2002 2003 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 13.288 16.526 20.485
Arrecadação total (R$ mil) 12.751 15.832 17.979
Despesas com serviço (R$ mil) 9.522 21.533 20.715
Coságua
Concessionária de Saneamento Básico S.A.
A concessionária Coságua está estabelecida no cerca de R$ 5 milhões, dos quais R$ 1,8 milhão já
município de Paraguaçu (MG), onde conseguiu, foi realizado até 2005. Entre as obras e benefícios
em 2000, a concessão plena dos serviços de água implantados, estão a nova captação do Rio Sapu-
e esgoto da cidade por um período de 30 anos. caí e a adutora elevatória.
O controle acionário da empresa é dividido A Estação de Tratamento de Água foi ampliada.
entre a Global Engenharia e a Planex Consultoria, As câmaras nas unidades floculadoras passaram de
que também atuam nos municípios de Araújos (por 5 para 48, garantindo à população o fornecimento
meio da Sanarj Concessionária de Saneamento Bá- ininterrupto de uma água com melhor qualidade.
sico) e em Bom Sucesso (Águas de Bom Sucesso). No total, as empresas controladas pela Global
Engenharia e pela Planex Consultoria têm inves-
Investimentos timentos planejados de R$ 9,6 milhões nos três
A Coságua tem investimentos previstos de municípios mineiros.
Informações cadastrais
Nome Coságua
Razão social Concessionária de Saneamento Básico S.A.
Endereço da sede Rua Barão do Rio Branco, 263 - Centro Paraguaçu - MG - CEP 37120-000
Telefone central 55 (31) 3335-7747
Data de fundação 2000
Home page www.cosagua.com.br
Principal executivo Armando Freire Figueiredo
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2004
Receitas operacionais (R$ mil) 1.539
Arrecadação total (R$ mil) 1.593
Despesas com serviço (R$ mil) 750
Prolagos
Prolagos S.A. Concessionária de Serviços Públicos de Água
Informações cadastrais
Nome Prolagos
Razão social Prolagos S.A.
Endereço da sede Largo do Itajuru, nº 131 - Centro - Cabo Frio - RJ - CEP 28905-060
Telefone central 55 (22) 2647-9200
Home page www.prolagos.com.br
Data de fundação 1998
Principal executivo Joaquim Felipe Mendes
Informações estruturais
Número de ligações 75.441
Abastecimento de água (%) 90
Coleta de esgoto (%) 40
Indicadores financeiros
Ano/indicador 2004
Receitas operacionais (R$) 32.976
Arrecadação total (R$) 32.000
Despesas com serviço (R$) 48.596
Ecosama
Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá S.A.
Fonte: Ecosama.
Fonte: Ecosama.
168 Valor análise setorial Saneamento Básico
Informações cadastrais
Sigla Ecosama
Razão social Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá S.A.
Endereço da sede Rua São João, 133 - Jd. Estrela - Mauá - SP
Telefone central 55 4511 - 2500
Home page www.ecosama.com.br
Data de fundação 2002
Principal executivo Dagoberto Antunes da Rocha
Informações estruturais
Número de ligações 70.871
Sanear
Saneamento de Araçatuba S.A.
Informações cadastrais
Sigla Sanear
Razão social Esgotos de Araçatuba S.A.
Endereço da sede Alameda Santos, 2315 - São Paulo - SP - CEP 01419-002
Telefone central 55 (11) 3064 8920
Data de fundação 2000
Apêndice - Histórico
Apêndice – Histórico
Este apêndice retrata o histórico do desenvol- pal fonte de recursos do Planasa –, e pelas compa-
vimento do setor de saneamento básico brasileiro. nhias estaduais de saneamento então criadas.
Em uma breve retrospectiva, mostra os seguintes O Planasa foi a primeira iniciativa do governo
aspectos: como o setor foi estruturado nos anos federal no setor. Sua implementação viabilizou-
1960, os resultados, os problemas e impasses sur- se com os recursos do FGTS. O BNH foi o gestor
gidos e a sua crise nos anos 1980. Finalizando, do FGTS e, por extensão, da política nacional de
aborda o momento de transição e o novo cenário desenvolvimento urbano até 1986, quando este
que se desenha a partir dos anos 1990. órgão foi extinto.
Com o Planasa, foram criadas as Compa-
Histórico
A oferta pública de serviços de saneamento
nhias Estaduais de Saneamento Básico (Cesb´s)
em cada um dos estados da federação. Até 1985,
apenas essas empresas públicas podiam obter
básico em grande escala começou no Brasil ape- financiamentos junto ao BNH para instalação
nas nos anos 1970, quando o país passou a ser de sistemas de água e esgoto em regime de mo-
predominantemente urbano, com 56% dos 93 nopólio, sendo responsáveis pela construção e
milhões de habitantes vivendo nas cidades. A ur- manutenção das operações.
banização havia se acelerado nos anos 1960, cres- Para que as Cesb´s pudessem operar em seus
cendo a taxas de 5,2% ao ano. respectivos estados, foi necessária a concessão mu-
Até a década de 1970, a responsabilidade pela nicipal para a exploração dos serviços, por meio de
oferta de serviços era municipal, existindo basi- contratos de longo prazo, uma vez que a Constitui-
camente empresas municipais de águas e esgotos ção já estabelecia o poder da concessão dos servi-
com estruturas administrativas e financeiras in- ços públicos de saneamento aos municípios.
teiramente distintas entre si.
Ao mesmo tempo, não existiam instituições (ór- Expansão da cobertura
gãos, recursos financeiros, planejamento) para am- Em 1980, a população atendida pelo Planasa
pliar essa oferta na escala necessária, dados os índi- com os serviços de abastecimento de água era de
ces de crescimento populacional e de urbanização. cerca de 50 milhões de habitantes, ou 42% da po-
pulação total. O Brasil tinha então 119 milhões de
A criação do Planasa pessoas. Os serviços de esgotamento sanitário do
Para enfrentar tais demandas, foi criado em Planasa cobriam cerca de 17,5 milhões de pessoas.
1968 e implementado no início dos anos 1970 o Em 1990, quando a população total era de
Sistema Nacional de Saneamento, integrado pelo 146,8 milhões de habitantes, os serviços de água
Plano Nacional de Saneamento (Planasa), pelo do Planasa (das companhias estaduais de sanea-
Banco Nacional da Habitação (BNH) pelo Fundo mento) atendiam cerca de 83 milhões e os de es-
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – princi- goto, 29 milhões de pessoas.
Saneamento Básico Valor análise setorial 171
No entanto, essa expansão da cobertura ocor- Entre os municípios, houve casos de privati-
reu de modo desigual. Foram privilegiados os zação das empresas municipais via concessão dos
investimentos em água, pois esses representam serviços a uma concessionária privada. Uma ten-
menores custos e propiciam retornos mais rápi- dência que é particularmente forte nos municí-
dos por meio de tarifas. pios de médio porte do estado de São Paulo e nos
Uma outra crítica que se faz ao Planasa é a de que municípios de Mato Grosso, dado que sua estatal,
ele privilegiou as regiões mais ricas do Sul e Sudes- a Sanemat, foi extinta.
te do país e a maior parte dos investimentos esteve A participação da iniciativa privada que se
concentrada nas cidades mais populosas e, nessas, tentou fortalecer nos anos 1990 foi parcialmente
nos segmentos populacionais de maior renda. travada pela dificuldade de se definir um marco re-
gulatório para o setor, que ainda se vê às voltas com
Formas de gestão seguidas discussões que impedem que se definam
Nem todos os municípios aderiram ao Planasa. as regras de operação do saneamento brasileiro.
Alguns se mantiveram efetivamente autônomos,
operando com empresas municipais, isto é, com o Gestores públicos
controle acionário do município e a administração Atualmente, a gestão da política federal de
municipal responsabilizando-se integralmente saneamento básico está sob responsabilidade da
pelo serviço por intermédio de um órgão da admi- Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
nistração direta ou de uma entidade autônoma. (SNSA), ligada ao Ministério das Cidades. A ges-
Outros municípios mantiveram uma autono- tão financeira dos recursos do FGTS é de respon-
mia parcial, mantendo-se conveniados a um ór- sabilidade da Caixa Econômica Federal (Caixa).
gão do Ministério da Saúde, a atual Fundação Na- Nesse sentido, cabe à Secretaria Nacional de
cional de Saúde (Funasa). Esses municípios estão Saneamento Ambiental, a coordenação das ações
concentrados basicamente na região Nordeste. de saneamento ambiental realizadas pelo gover-
A partir dos anos 1990, sob o impulso dos pro- no federal, incluindo as ações de natureza finan-
cessos de reforma do Estado, uma grande reestru- ceira. A liberação de transferências de recursos
turação começou a ser engendrada nos serviços do Orçamento Geral da União para ações de sa-
de saneamento básico no Brasil, modificando neamento ambiental executadas por entidades
significativamente a estrutura institucional que não vinculadas ao governo federal é realizada
havia sido montada sob o Planasa. mediante assentimento da SNSA.
No caso das companhias estaduais, não hou- A Secretaria coordena o Grupo de Trabalho
ve um padrão único de reforma. Os governos es- Interministerial de Saneamento Ambiental,
taduais têm adotado estratégias diferentes para composto por nove ministérios e dois órgãos de
ampliar a capacidade de oferta de serviços. financiamento: Cidades, Casa Civil, Planejamen-
Alguns governos estaduais, como o do Rio de to, Fazenda, Saúde, Meio Ambiente, Integração
Janeiro e o do Espírito Santo, tentaram privatizar Nacional, Turismo, Desenvolvimento Econômico,
suas concessionárias, vendendo seus ativos a um Caixa Econômica e BNDES. Esse grupo tem a in-
operador privado. Outros estados, como São Pau- cumbência de, entre outras atribuições, definir o
lo, Paraná e Ceará, tomaram uma série de medi- marco regulatório do setor.
das para fortalecer sua empresa estadual. A SNSA é também responsável pela ope-
Nesse caso, as companhias reestruturaram racionalização dos demais instrumentos de
seus padrões de operação para manter e ampliar gestão da política de saneamento no âmbito
seus mercados, melhorando sua eficiência. Essa federal, entre os quais o sistema nacional de in-
estratégia compreendeu inclusive diversificar as formações, o programa de fomento da política
fontes de recursos, abrindo o capital da empresa tecnológica e o PMSS (Programa de Moderniza-
para investidores privados. ção do Setor Saneamento).
172 Valor análise setorial Saneamento Básico
Fontes de informação
Fontes de informação
Estudos http://www.cosama.com.br – Companhia de Sanea-
Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos. mento do Amazonas (Cosama).
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(SNIS) – 1995 a 2004. iários (CVM).
Folha de S. Paulo. Várias edições, 2004 a 2006. http://www.deso.se.gov.br – Companhia de Sanea-
Gazeta Mercantil. Várias edições, 2004 a 2006. mento de Sergipe (Deso).
O Estado de S. Paulo. Várias edições, 2004 a 2006. http://www.embasa.ba.gov.br – Empresa Baiana de
Programa de Modernização do Setor Saneamen- Águas e Saneamento (Embasa).
to. Sistema Nacional de Informações sobre Sanea- http://www.gazetamercantil.com.br – Gazeta Mercantil.
mento. Diagnóstico dos serviços de água e esgoto. http://www.generaledeseaux.com – Générale Des Eaux.
Brasília. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada http://www.guiamercadodeaguas.com.br
(IPEA), 1995 a 2003. http://www.iberdrola.com – Iberdrola.
Revista O Empreiteiro. Várias edições, 1998 a 2006. http://www.interagua.com.br – Interágua.
Revista Saneamento Ambiental. Várias edições, http://www.irc.nl – Centro Internacional de Água e
1998 a 2006. Saneamento.
Santos, Antonio Carlos Pinheiro dos; Krespky, http://www.prolagos.com.br – Prolagos S.A. – Conces-
Karla. Análise Setorial Saneamento Básico, Panorama sionária de Serviços Públicos de Água e Esgoto.
Setorial, março de 1998. http://www.sabesp.com.br – Companhia de Sanea-
Valor Econômico. Várias edições, 2004 a 2006. mento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
http://www.saneago.com.br – Saneamento de Goiás
Principais sites S.A. (Saneago).
http://www.abcon.com.br – Associação Brasileira http://www.saneamentobasico.com.br – Saneamento Básico.
das Concessionárias de Serviços Públicos em Água e http://www.semasa.com.br – Serviços Municipais de
Esgoto (Abcon). Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa).
http://www.abdib.com.br – Associação Brasileira da http://www.sanepar.com.br – Companhia de Sanea-
Infra-Estrutura e Indústria de Base (ABDIB). mento do Paraná (Sanepar).
http://www.aesbe.org.br – Associação das Empresas http://www.worldbank.org – Banco Mundial (Bird).
de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe).
http://www.aguaonline.com.br – Revista Digital da Entidades e associações
Água, Saneamento e do Meio Ambiente. Associação Brasileira das Concessionárias Privadas
http://www.aguasdelimeira.com.br – Águas de Limeira. de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon)
http://www.assemae.org.br – Associação dos Serviços Presidente: Carlos Henrique da Cruz Lima
Municipais de Saneamento (Assemae). Avenida São Gabriel, 149 – Conj. 507
http://www.caesb.df.gov.br – Companhia de Sanea- São Paulo (SP) CEP 01435-001
mento do Distrito Federal (Caesb). Tel.: (11) 3165-6151 – Fax: (11) 3071-3541
http://www.cagece.com.br – Companhia de Água e http://www.abcon.com.br
Esgoto do Ceará (Cagece).
http://www.cagepa.pb.gov.br – Companhia de Águas Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
e Esgotos da Paraíba (Cagepa). Ambiental (Abes)
http://www.casan.com.br – Companhia Catarinense Presidente: José Aurélio Boranga
de Águas e Saneamento (Casan). Av. Beira Mar, 216 – 3º andar
http://www.cedae.rj.gov.br – Empresa Estadual de Rio de Janeiro (RJ) CEP 20021-060
Águas e Esgotos (Cedae). Tel.: (21) 2210-3221 – Fax: (21) 2262-6838
http://www.cesan.com.br – Companhia Espírito-San- http://www.abes-dn.org.br
tense de Saneamento (Cesan).
http://www.compesa.com.br – Companhia Pernambu- Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP)
cana de Saneamento (Compesa). Presidente: Renato José Giusti
http://www.copasa.com.br – Companhia de Sanea- Av. Torres de Oliveira, 76 – Jaguaré
mento de Minas Gerais (Copasa). São Paulo (SP) CEP 05347-902
http://www.corsan.com.br – Companhia Riograndense Tel.: (11) 3760-5312
de Saneamento (Corsan). http://www.abcp.org.br
Saneamento Básico Valor análise setorial 173
Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústria SBS Quadra 2 – 12º andar – Sala 1.212
de Base (Abdib) Brasília (DF) CEP 70070-904
Presidente: Paulo Roberto de Godoy Tel.: (61) 3325-7592 – Fax: (61) 3322-5911
Praça Monteiro Lobato, 36 – Butantã http://www.assemae.org.br
São Paulo (SP) CEP 05506-030
Tel.: (11) 3094-1950 – Fax: (11) 3094-1970 Associação Nacional dos Fabricantes de Máquinas e
http://www.abdib.com.br Equipamentos para Saneamento (Asfamas)
Presidente: Wilson Passeto
Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos Av. Gen. Furtado Nascimento, 684 – Conj. 64
(Abimaq) São Paulo (SP) CEP 05465-070
Presidente: Luis Carlos Delben Leite Tel.: (11) 3026-4380
Av. Jabaquara, 2.925 asfamas@asfamas.org.br
São Paulo (SP) CEP 04045-902
Tel.: (11) 5582-6311 – Fax: (11) 5582-6312 Câmara Setorial de Bombas e Motobombas (CSBM-
E-mail: abimaq@abimaq.org.br Abimaq)
http://www.abimaq.org.br Presidente: Corrado Vallo
Av. Jabaquara, 2.925
Associação Brasileira da Indústria de Tubos e São Paulo (SP) CEP 04045-902
Acessórios de Metal (Abitam) Tel.: (11) 5582-6363 – Fax: (11) 5582-6379
Presidente: Carlos Eduardo de Sá Baptista E-mail: csbm@abimaq.org.br
Avenida Marechal Câmara, 160 – Sala 632 – Centro
Rio de Janeiro (RJ) CEP 20020-080 Fundação Nacional de Saúde (Funasa)
Tel.: (21) 2262-3882 – Fax: (21) 2533-1872 Presidente: Paulo de Tarso Lustosa da Costa
E-mail: abitam@abitam.com.br SAS – Quadra 4 – Bloco N – 10º andar – Sala 1000
Brasília (DF) CEP 70040-070
Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Tel.: (61) 3314-6362 / 3314-6619
Concreto (ABTC) http://www.funasa.gov.br
Presidente: Carlos Cesar da Costa Pereira
Av. Torres de Oliveira, 76-A – Jaguaré Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA)
São Paulo (SP) CEP 05347-902 Secretário: Abelardo de Oliveira Filho
Tel.: (11) 3763-3637 Esplanada dos Ministérios
www.abtc.com.br Bloco “A” – 3º andar – Sala 340
Brasília (DF) CEP 70050-901
Associação das Empresas de Saneamento Básico Tel.: (61) 2108-1931 – Fax: (61) 3222-2024
Estaduais (Aesbe) http://www.cidades.gov.br
Diretor-Presidente: Dalmo Nogueira Filho
SBN – Quadra 01 – Bloco B – Edifício CNC – Conj. 403 Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de
Brasília (DF) CEP 70041-902 Cimento (Sinaprocim)
Tel./Fax.: (61) 3326-4888 Presidente: José Carlos de Oliveira Lima
http://www.aesbe.org.br Av. Paulista, 1.313 – 10º andar – Conj. 1.070
São Paulo (SP) CEP 01311-923.
Agência Nacional de Águas (ANA) Tel.: (11) 3289-4100 – Fax: (11) 3287-1463
Diretor-Presidente: José Machado http://www.sinaprocim.org.br.
SPO – Setor Policial –Área 5 – Quadra 3 – Blocos B, L e M
Brasília (DF) CEP 70610-200 Sindicato Nacional das Indústrias de Equipamentos
Tel.: (61) 2109-5400 – Fax: (61) 2109-5404 para Saneamento Básico e Ambiental (Sindesam)
http://www.ana.gov.br Presidente: Gilson Cassini Afonso
Av. Jabaquara, 2.925 – Planalto Paulista
Associação Nacional dos Serviços Municipais de São Paulo (SP) CEP 04045-902
Saneamento (Assemae) Tel.: (11) 5582-6363 – Fax: (11) 5582-6379
Presidente: Silvano Silvério da Costa www.abimaq.org.br
174 Valor análise setorial Saneamento Básico
A Caesa.........................................................................38, 83 E
Águas de Barcelona...............................................75 Caesb.....................................68, 124, 124, 124, 125 Earth Tech........................................................164, 169
Águas de Bom Sucesso.............................57, 165 Cagece...............................................................................97 Ecosama.........................................................................167
Águas de Guariroba............................................158 Cagepa...................................................................99, 100 Eit.......................................................................57, 69, 155
Águas de Itapema....................................... 62, 162 Caixa Econômica Federal........25, 26, 86, 90, Embasa...............9, 30, 39, 52, 68, 69, 106, 107
Águas de Juturnaíba..........................57, 69, 155 97, 107, 118, 124, 137, 171 Empresa de Montagem
Águas de Limeira..........................51, 57, 68, 154 Cardinali...........................................................................72 Sul-americana S.A..................................................89
Águas de Niterói................................... 40, 57, 155 Carioca Christiani-Nielsen Engenharia.......155 Empresa de Saneamento de Mato
Águas de Paranaguá.................................62, 160 Casal.........................................................................46, 101 Grosso do Sul (Sanesul)...................................157
Águas de Portugal...................................................68 Casan.............................................................62, 117, 118 Empresa Industrial Técnica............................69
Águas de Sorriso...................................................159 Castilho..........................................................................160 Emsa...........................................................................50, 89
Águas do Amazonas...... 51, 68, 85, 150, 151 CBPO........................................................................69, 154 Encomind.........................................................................70
Águas do Brasil....................................................... 155 Cedae..............................................................37, 40, 109 Epal....................................................................................166
Águas do Imperador....................... 57, 155, 156 Cepemar.........................................................................153 Equipav S.A. Pavimentação,
Águas do Paraíba...........................................57, 155 Cesama...........................................................................138 Engenharia .................................................................157
Águas Guariroba.............................................67, 157 Cesan.........................................................................37, 111 Erco..............................................................................57, 69
Águia Branca.............................................................153 Ch2m Hill 161..................................................................... Ernst & Young..........................................................150
ABB Nansen.................................................................. 74 Citágua...................................................................59, 153
ABC do Brasil.............................................................127 Cobel.........................................................................67, 157 F
Achini..................................................................................72 Cobel Engenharia...................................................157 Flowserve.......................................................................73
Agbar........................................................................67, 157 Codevasf........................................................................101 Funasa..........................................23, 40, 48, 92, 107
Agespisa..........................................................46, 91, 92 Companhia de Saneamento
Alfa.....................................................................................127 de Jundiaí (CSJ)......................................................163 G
Amanco.............................................................................72 Companhia de Saneamento Générale Des Eaux...................................................75
Ambient.............................................. 57, 69, 136, 161 de Sergipe....................................................................104 Gerasul..............................................................................76
American Unit.............................................................76 Compesa.......................................................45, 54, 54, Global Engenharia.........................................57, 165
Andrade Gutierrez...............................39, 68, 122 Confab...............................................................................72 Goldman Sachs Capital Partners +
Apollo Management..............................................70 Connex...............................................................................76 Grupo Águia Branca
Aquamec.......................................................................... 74 Construtora Gautama........................................167 Participações Ltda................................................153
Asea Brown Boveri................................................. 74 Construtora Nascimento....................... 62, 162 Grupo Nansen.............................................................. 74
Augusto Velloso............................................143, 163 Coopers & Lybrand.................................................65 Grupo Perenge ...........................................................51
Copasa.....................................9, 11, 39, 68, 113, 114
B Copel........................................................................39, 122 H
Banco da Amazônia....................................90, 151 Copel Participações...............................................68 Heber Participações Ltda...............................157
Banco Mundial............................................................85 Corsan....................................................................46, 120 Hidropart – Consultoria e
Banco Opportunity.................................................68 Coságua.................................................................59, 165 Participações Ltda................................................153
Bechtel – United Utilities..........................76, 77 Cosama...................................................... 85, 150, 151
Bertin................................................................................157 Cosanpa...................................................................46, 86 I
Betzdearborn...............................................................70 Coveg.....................................................................143, 163 Inima Servicios Europeos
BID................24, 25, 91, 107, 118, 124, 125, 127 Cowan.............................................................57, 69, 155 de Medio Ambiente.....................................69, 161
Blackstone Group.....................................................70 CSN....................................................................................144 Instituto Águas de Novo Progresso.........51
BNDES.....................20, 21, 23, 25, 26, 27, 28, 57, Interfibra........................................................................72
59, 63, 100, 124, 125,127, 135, 150, 151, 155, D Invensys...........................................................................73
156, 160, 161 DAAE – Araraquara.............................................148 Ipiranga Petroquímica........................................73
Bouygues-saur............................................................76 DAE – Bauru................................................................141
Bovespa.......................................................68, 113, 115 DAE – Juiz de Fora................................................138 J
Brastubo..................................................................72, 73 DAERP...................................................................136, 161 Japan Bank For International
Brick.................................................................................169 Dalkia ................................................................................76 Cooperation................................................................118
Degrémont.....................................................................70
C Deso..................................................................................104 K
Caema................................................................................93 Developer......................................... 57, 69, 155, 160 KFW.....................................................................................52
Caer.............................................................................38, 80 DMAE – Porto Alegre................................60, 131 Krona ................................................................................72
Caerd 47, 49, 82.............................................................. DMAE – Uberlândia..............................................135 KSB.......................................................................................73
Caern....................................................................9, 53, 95 Dominó Holdings....................................39, 68,122 Kullinan Engenharia...............................................70
Saneamento Básico Valor análise setorial 177