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I SÉRIE – N.

º 87 – DE 15 DE JUNHO DE 2015 2505

3. A apresentação de documentos por parte dos cidadãos ou Lei n.º 9/15


a produção de prova testemunhal, que não reúna os requisitos de 15 de Junho

previstos na presente Lei, reserva à entidade registadora o O carácter dinâmico do Sector do Turismo, como criador de
direito de não efectuar o registo. emprego, potenciador da igualdade do género, factor de combate
4. Sempre que os documentos o permitam, deve ser pri- à pobreza, captador de divisas e difusor da imagem do País no
vilegiado o tratamento do Bilhete de Identidade do cidadão exterior, entre outros, impõe ao Executivo a necessidade de
e, em consequência, a sua inscrição na BDIC. criação de condições para o seu desenvolvimento sustentável.
ARTIGO 69.º
Efectivamente o País dispõe de recursos turísticos, culturais,
(Cartão do eleitor) históricos e naturais, que o colocam numa situação privilegiada
1. No acto do registo presencial é entregue ao cidadão um e competitiva no mercado turístico regional e internacional.
cartão de eleitor comprovativo do seu registo, devidamente Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos
autenticado pela entidade registadora e no qual constam termos das disposições combinadas da alínea b) do artigo 161.º
obrigatoriamente os seguintes elementos: e da alínea d) do n.º 2 do artigo 166.º, ambos da Constituição
da República de Angola, a seguinte:
a) Fotografia;
b) Número de registo;
c) Nome completo; LEI DO TURISMO
d) Data e local de nascimento;
e) Sexo; CAPÍTULO I
f) Assinatura e/ou impressão digital. Disposições Gerais
2. Compete ao Executivo aprovar o modelo de cartão ARTIGO 1.º
de eleitor. (Objecto)

ARTIGO 70.º A presente Lei estabelece o quadro legal de suporte à


(Segunda via do cartão de eleitor) organização, monitorização, fiscalização, promoção e fomento
Em caso de extravio do cartão, o cidadão deve comunicar das actividades turísticas.
imediatamente o facto à Administração Municipal da sua área ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
de residência ou a uma entidade registadora, devendo esta emitir
novo cartão com a indicação de que se trata de segunda via. A presente Lei aplica-se às actividades turísticas dos
sectores público e privado, aos turistas, aos consumidores de
CAPÍTULO VII produtos e serviços turísticos, aos prestadores de serviços e
Disposições Finais aos fornecedores de produtos e serviços turísticos, bem como
ARTIGO 71.º a outros intervenientes na actividade turística.
(Incorporação do FICRE na BDCM e no FICM)
ARTIGO 3.º
Os dados do FICRE existentes à data de entrada em vigor (Definições)
da presente Lei, devem ser incorporados na BDCM e no FICM. Para efeitos da presente Lei, entende-se por:
ARTIGO 72.º a) «Actividade turística», actividade comercial que
(Revogação) concorre para o fornecimento de prestações de
É revogada a Lei n.º 3/05, de 1 de Julho — Lei do Registo alojamento, de restauração e/ou satisfação das
Eleitoral e demais legislação que contrarie o disposto na necessidades das pessoas que viajam para o seu
presente Lei. lazer ou por motivos profissionais, ou que, têm
ARTIGO 73.º
por finalidade um motivo de carácter turístico;
(Dúvidas e omissões) b) «Agente de turismo», pessoa singular ou colectiva
As dúvidas e omissões que resultarem da interpretação e da que funciona como intermediária entre o turista
aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional. e determinada empresa que presta serviços no
domínio do turismo;
ARTIGO 74.º
(Entrada em vigor) c) «Animação turística», conjunto de actividades de
carácter cultural, desportivo, recreativo ou outras
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
de idêntica natureza, que se desenvolvem numa
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
região, área ou estabelecimento turístico, destina-
aos 21 de Abril de 2015.
das a atrair turistas e preencher os tempos livres
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
dos que ali se encontrem;
Piedade Dias dos Santos.
d) «Comunidade local», agrupamento de famílias e
Promulgada aos 4 de Junho de 2015.
indivíduos vivendo numa circunscrição territo-
Publique-se. rial, que visa a salvaguarda de interesses comuns
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos. através da protecção de áreas habitacionais, áreas
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agrícolas cultivadas ou em pousio, florestas, locais de pesca, utilizando serviços logísticos para faci-
de importância cultural, pastagens, fontes de água, litar a prática destes desportos num contexto de
áreas de caças e de expansão; conservação e sustentabilidade da vida silvestre;
e) «Consumidor de produtos e serviços turísticos», q) «Turismo de habitação», actividade desenvolvida
pessoa que, não reunindo a qualidade de turista, através do recurso a estabelecimentos de natureza
utiliza serviços e facilidades turísticas; familiar instalados em imóveis antigos particulares
f) «Ecoturismo», segmento da actividade turística que que, pelo seu valor arquitectónico, histórico ou
utiliza de forma sustentável o património natural e artístico, sejam representativos de uma determi-
cultural, incentiva a sua conservação, promovendo nada época, tais como palácios e solares, podendo
o bem-estar das populações envolvidas; localizar -se em espaços rurais ou urbanos;
g) «Empreendimentos turísticos», estabelecimentos r) «Turismo rural», actividade prestadora de serviços
que se destinam a prestar serviços de alojamento a turistas, dispondo para o seu funcionamento de
temporário, restauração ou animação de turis- um adequado conjunto de instalações, estruturas,
tas, dispondo para o seu funcionamento de um equipamentos e serviços complementares, tendo
conjunto de estruturas, equipamentos e serviços em vista a oferta de um produto turístico completo
complementares; e diversificado no espaço rural;
h) «Fornecedor de produtos e serviços turísticos», s) «Turismo de natureza», actividade prestadora de
pessoa singular ou colectiva que fornece ou serviços de alojamento a turistas em áreas clas-
presta serviços para os turistas como sua fonte sificadas ou noutras áreas com valores naturais,
de rendimento; dispondo para o seu funcionamento de um adequado
i) «Oferta turística», conjunto de produtos e serviços conjunto de instalações, estruturas, equipamentos
turísticos existente num núcleo turístico, baseado e serviços complementares relacionados com a
nos seus recursos e infra-estruturas; animação ambiental, a visitação de áreas naturais,
j) «Operadores turísticos», agente de turismo que o desporto de natureza e a interpretação ambiental;
organiza e se especializa na combinação de bens t) «Turista», pessoa que passa pelo menos uma noite,
e serviços turísticos num pacote adquirido aos num local que não seja o da sua residência habitual
respectivos produtores e que os vende na sua rede e a sua deslocação não tenha como motivação o
de distribuição ou agência de viagens; exercício de actividade profissional remunerada
k) «Produto turístico», conjunto de bens, atractivos no local visitado;
e serviços prestados ao turista, designadamente u) «Utilidade turística», qualidade atribuída aos empreen-
transporte, alojamento, alimentação, actividades dimentos de carácter turístico que satisfaçam os
de lazer, fauna bravia, paisagens, locais e sítios princípios e requisitos a definir pelo Presidente da
de valores históricos; República, enquanto Titular do Poder Executivo.
l) «Recursos turísticos», os bens que pelas suas carac- ARTIGO 4.º
(Princípios gerais)
terísticas naturais, culturais ou recreativas tenham
capacidade de motivar visita e fruição turísticas; São princípios gerais de políticas públicas de turismo:
m) «Restauração e bebidas», actividade destinada a a) O princípio da sustentabilidade;
proporcionar, mediante remuneração, refeições e/ b) O princípio da transversalidade;
ou bebidas, podendo oferecer no mesmo espaço, c) O princípio da competitividade.
espectáculos de variedades ou dança; ARTIGO 5.º
n) «Transporte turístico», actividade devidamente (Princípio da sustentabilidade)

licenciada que se destina a transportar turistas ou O princípio da sustentabilidade traduz-se na adopção de


consumidores de produtos e/ou serviços turísticos políticas que fomentem:
de um local para o outro; a) A fruição e a utilização sustentável dos recursos
o) «Turismo», deslocação temporária de pessoas para naturais com respeito pelos processos ecológicos,
destinos diferentes da sua residência habitual por contribuindo para a conservação da natureza e da
período superior a 24 horas, por motivos de lazer, biodiversidade;
negócios ou outros, utilizando as facilidades de b) O respeito pela autenticidade sociocultural das
alojamento, restauração e outras oferecidas no local; comunidades locais, visando a conservação e a
p) «Turismo cinegético», actividade desenvolvida por promoção das suas tradições e valores;
um caçador ou pescador desportivo nacional ou c) A viabilidade económica das empresas como base da
estrangeiro que visita destinos, localidades ou criação de emprego, de melhores equipamentos e
áreas onde é permitida a prática de fauna silvestre de oportunidades de empreendedorismo para as
de carácter cinegético ou no seu meio natural e comunidades locais.
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ARTIGO 6.º que estimule a sua participação na promoção e


(Princípio da transversalidade)
desenvolvimento do turismo;
O princípio da transversalidade traduz-se na necessidade e) Definir uma estratégia de marketing, promoção e
de articulação e de envolvimento harmonizado de todas as divulgação da imagem do País e da marca Angola;
políticas sectoriais que influenciam o desenvolvimento turístico, f) Impulsionar a participação activa das comunidades
nomeadamente nos domínios da segurança, do ambiente, do locais, no Sector do Turismo;
ordenamento do território, dos transportes e das acessibilida- g) Definir programas de cooperação bilateral e
des, das comunicações, da saúde, dos desportos e da cultura. multilateral;
ARTIGO 7.º h) Definir uma estratégia de inspecção, estatísticas e
(Princípio da competitividade)
controlo da actividade turística.
O princípio da competitividade traduz-se: ARTIGO 9.º
a) Na implementação de políticas de ordenamento do (Política Nacional do Turismo)
território que potencializem os recursos naturais A Política Nacional de Turismo é regida por um conjunto
e culturais como fontes de vantagem competitiva de normas reguladoras das actividades do sector, da sua
para os destinos e produtos turísticos; organização, de atribuições das competências das entidades
b) Na adopção de mecanismos de regulação focados na públicas e privadas, assim como do exercício das profissões
qualificação do sector e na defesa do consumidor que por razões de segurança dos consumidores e qualidade
e da concorrência; de serviço, exijam tutela jurídica específica.
c) Na materialização de políticas de simplificação de ARTIGO 10.º
(Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo)
procedimentos administrativos, tendo em vista a
redução dos custos de contexto; As políticas públicas de turismo são enquadradas por
d) Na adopção de políticas de educação e de formação um conjunto de directrizes, metas, linhas de acção e matriz
que garantam o desenvolvimento das competên- estratégica de produtos, destinos e mercados, identificados
cias e qualificações necessárias ao crescimento num Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, com
vigência mínima de dez anos, susceptível de revisão sempre
do turismo;
que alterações conjunturais a justifiquem.
e) Na execução de medidas de natureza política fiscal
ARTIGO 11.º
e laboral, que permitam às empresas angolanas
(Estratégia intersectorial para a consolidação de turismo)
competirem com as empresas estrangeiras.
A estratégia intersectorial para a consolidação do turismo
CAPÍTULO II visa a implementação harmoniosa de programas e políticas
Política, Plano Estratégico e Estratégia Intersectorial públicas de desenvolvimento do turismo em coordenação
com os demais Departamentos Ministeriais transversais a
ARTIGO 8.º
(Competência) actividade turística, por forma a se alcançarem os objectivos
macro e micro económicos preconizados pelo Executivo.
1. Compete ao Presidente da República, enquanto Titular
do Poder Executivo a aprovação dos seguintes instrumentos: CAPÍTULO III
a) A Política Nacional do Turismo; Desenvolvimento do Turismo
b) O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo; ARTIGO 12.º
c) A Estratégia Intersectorial para a Consolidação do (Gestão sustentável do turismo)
Turismo. 1. O desenvolvimento sustentável da actividade turística
2. Para o fomento e desenvolvimento do turismo nacional,
deve assentar numa gestão dos recursos turísticos que satisfaça
compete ainda ao Presidente da República, enquanto Titular
as necessidades actuais, sem comprometer uma repartição
do Poder Executivo:
equilibrada dos benefícios daí decorrentes, salvaguardando
a) Definir a estratégia de facilitação dos acessos e
os interesses das gerações futuras, respeitando o ambiente
fluxos turísticos;
e a biodiversidade, permitindo que a vertente económica e
b) Promover acções que concorrem para a criação,
recuperação ou reabilitação das infra-estruturas sociocultural evoluam de forma equilibrada e em respeito
de suporte à actividade turística; pelos valores comunitários.
c) Promover a capacitação e formação dos recursos 2. As autoridades públicas de nível central, provincial,
humanos do sector, através de uma estratégia e municipal, comunal, autarquias locais bem como autoridades
sistema de formação; tradicionais devem favorecer e incentivar o desenvolvimento
d) Definir uma estratégia de fomento e incentivo das turístico que proteja e ajude a preservar os recursos florestais,
actividades turísticas junto do sector privado, a fauna, a flora, os recursos hídricos, os recursos energéticos,
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entre outros, que fazem parte da biodiversidade e dos recursos ARTIGO 17.º
(Interesse e utilidade turística)
naturais do País, favorecendo e promovendo a realização de
estudos de impacto ambiental. 1. O Departamento Ministerial que tutela o Sector de
3. As autoridades públicas do Sector do Turismo devem Hotelaria e Turismo pode, sem prejuízo das competências
realizar o inventário e o cadastro dos recursos turísticos da atribuídas por lei a outras entidades, declarar de Interesse
sua competência, devendo este processo ser permanente e Turístico, nos termos a estabelecer em diploma específico,
contínuo, nas suas componentes de identificação, manutenção os estabelecimentos, projectos e outras actividades de índole
e preservação dos activos turísticos nacionais. económica, cultural, ambiental e de animação que, pela sua
4. O ordenamento do território, a concepção urbanística ou localização e pelas características do serviço prestado e das
arquitectónica e o modo de exploração dos empreendimentos
suas instalações, constituam um relevante apoio ao turismo ou
turísticos, devem ser considerados como requisitos relevantes
motivo de atracção turística das zonas em que se encontram.
para a qualidade da actividade turística e são determinantes
tanto para assegurar a estabilidade geológica e biofísica, como 2. Podem ser declarados de Utilidade Turística, os
o enquadramento sociocultural e o equilíbrio do desenvolvi- empreendimentos turísticos que satisfaçam os princípios e os
mento económico. requisitos estabelecidos em diploma específico.
5. A concepção urbanística ou arquitectónica do ordenamento
CAPÍTULO IV
turístico do território angolano é regulada em lei própria. Qualificação da Oferta, Formação
ARTIGO 13.º e Marketing Turístico
(Áreas de interesse e potencial turístico)
ARTIGO 18.º
1. São consideradas áreas de interesse e potencial turístico, (Qualificação da oferta turística)
as áreas que pelas características relevantes dos seus recursos
A qualificação da oferta dos produtos e destinos turísticos
naturais, culturais e valor histórico, são capazes de originar
nacionais tem por objecto aumentar a competitividade da oferta
correntes turísticas nacionais e internacionais.
2. As áreas de interesse turístico são criadas e aprovadas pelo turística nacional, relativamente a mercados concorrentes e
Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo. deve orientar-se por:
3. Do diploma de criação das áreas de interesse e potencial a) Instalação de projectos turísticos de qualidade em
turístico deve constar as coordenadas geográficas e a definição zonas especialmente vocacionadas para a activi-
precisa do seu perímetro, as normas reguladoras da respectiva dade turística, nos termos dos instrumentos de
ocupação e afectação ao interesse turístico, sem prejuízo da gestão territorial em vigor;
demais legislação igualmente aplicável. b) Definição e implementação dos procedimentos de
ARTIGO 14.º licenciamento de infra-estruturas, estabelecimen-
(Pólos e regiões de turismo)
tos, empreendimentos, empresas e actividades
Os pólos e regiões de turismo são criados por diploma
que contribuam para o desenvolvimento de uma
próprio, do qual constam, além dos elementos mencionados
oferta turística de qualidade;
no n.º 3 do artigo anterior, a definição dos órgãos de gestão,
suas atribuições e competências, bem como a relação com os c) Dinamizar os produtos turísticos em função da evo-
demais órgãos da Administração Pública. lução da procura e das características distintas dos
ARTIGO 15.° diferentes destinos;
(Turismo rural) d) Adoptar soluções que incentivem a inovação e a
O turismo nas áreas rurais deve ser focalizado na rea- criatividade;
bilitação e construção de infra-estruturas e na promoção de e) Valorizar os serviços como elementos diferenciado-
investimentos, respeitando o ambiente e os valores culturais res da oferta turística, incentivando a adopção de
das comunidades locais, assegurando para tanto o envolvimento mecanismos de certificação.
das mesmas no processo.
ARTIGO 19.º
ARTIGO 16.º (Formação e qualificação dos recursos humanos)
(Areas de protecção)
1. A formação turística nos seus diversos níveis de ensino
1. Podem se desenvolver actividades de turismo da natureza,
é objecto de definição de uma Estratégia e um Sistema de
cinegético, mergulho recreativo e outras actividades sustentáveis,
Formação orientados para a capacitação e integração da socie-
no âmbito do turismo ecológico, nas áreas classificadas em
legislação especial, como de protecção ambiental. dade civil nas funções relacionadas com a actividade turística.
2. O turismo nas Áreas de Protecção deve participar na 2. A formação dos recursos humanos no Sector do Turismo
preservação, conservação e auto-sustentação dos ecossistemas, deve centrar-se na qualificação profissional, disseminando
dos habitats e das espécies da referida área. uma cultura de serviço que garanta uma elevada satisfação
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dos turistas, sem prejuízo da criação de condições objectivas e) Criação de representações turísticas no exterior,
para efectivação de instituições de ensino vocacionadas para através de escritórios de turismo, nos potenciais
a actividade do sector. mercados emissores de turistas.
3. O sistema de formação dos recursos humanos do Sector ARTIGO 21.º
(Informação turística)
do Turismo assenta nos seguintes vectores:
a) Qualificação progressiva da oferta formativa, através 1. A informação turística visa promover o desenvolvimento
de parcerias que integrem sistemas formativos de de uma rede nacional de informação turística que garanta a
referência internacional; qualidade e um nível homogéneo da informação prestada
b) Aproximação crescente da formação em hotelaria ao turista, independentemente do ponto em que é solicitada.
e turismo ao mercado empregador, por via da 2. Os pontos de informação nacionais, provinciais, muni-
adaptação curricular à evolução das necessidades cipais e comunais, devem evoluir para um funcionamento em
da oferta e da adequação da oferta formativa à rede, recorrendo progressivamente à utilização de ferramentas
evolução técnico-profissional do sector; tecnológicas para o registo e divulgação dos conteúdos,
c) Parcerias com o sector empresarial para o desenvol- privilegiando a maior interacção possível com os turistas.
vimento de projectos de formação em contexto 3. Compete às entidades públicas centrais, provinciais,
real de trabalho; municipais e comunais, bem como o sector privado, a produção
d) Aumento da capacidade de formação nos estabeleci- de conteúdos informativos e a sua disponibilização aos turistas.
mentos de ensino em função do desenvolvimento 4. São definidos em diploma próprio, as normas de
turístico das diversas Províncias, Municípios e adaptação e harmonização da sinalização rodoviária e da
Comunas. sinalética turística, enquanto instrumento essencial para a
4. Os princípios e os requisitos do sistema de formação satisfação dos turistas.
mencionado no número anterior são definidos em diploma ARTIGO 22.º
(Conhecimento e investigação)
específico para o efeito.
ARTIGO 20.º
A investigação, pesquisa e análise de informações do
(Marketing turístico) Sector da Hotelaria e Turismo, engloba os seguintes aspectos:
1. O marketing turístico tem como objectivos principais, a) Recolha, implementação, sistematização e intercâm-
o crescimento das receitas turísticas e dos demais indicadores bio de dados estatísticos;
da actividade do sector, tanto por um enfoque nos mercados b) Recolha e tratamento das informações relativas ao
exercício da actividade e aos empreendimentos
emissores tradicionais, como na progressiva diversificação
turísticos;
de mercados emissores e no aumento do peso do mercado
c) A análise e divulgação dos dados estatísticos;
interno no consumo turístico.
d) A pesquisa de novos modelos de actividades turís-
2. A promoção turística deve ser desenvolvida em torno
ticas adaptados à realidade do País.
dos seguintes vectores:
ARTIGO 23.º
a) Reforço das acessibilidades e facilitação da mobilidade (Apoio ao investimento)
dos cidadãos nacionais e estrangeiros, através do Os agentes públicos do turismo têm a incumbência de
estabelecimento e aprofundamento de parcerias promover, nomeadamente através de parcerias com as insti-
com as entidades ligadas de forma intersectorial; tuições financeiras, o aumento e a diversificação de linhas de
b) Captação de eventos, reuniões e congressos nacionais incentivo e financiamento para a actividade turística e para
e internacionais, de acordo com o estabelecido no o estímulo ao desenvolvimento, em particular das Micro,
Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo; Pequenas e Médias Empresas e do tecido empresarial nacional,
c) Progressiva participação do sector privado no processo privilegiando, a inovação, a qualificação e a sustentabilidade.
de decisão e financiamento da promoção turística, ARTIGO 24.º
(Fiscalização)
através da profissionalização das estruturas com
O Serviço de Inspecção do Sector do Turismo, a nível
responsabilidades na promoção externa;
central e local é a entidade responsável pelo controlo e pela
d) Posicionamento da marca Angola, baseado em fiscalização das actividades turísticas e dos agentes turísticos,
factores distintivos sólidos que sustentem uma assegurando o cumprimento da legislação aplicável ao sector
comunicação eficaz e adequada aos segmentos bem como, a aplicação de uma estratégia de inspecção actuante
preferenciais da procura; e eficaz que garanta a qualidade dos serviços prestados.
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CAPÍTULO V 2. Concorrem ainda para a formação da oferta turística,


Agentes de Turismo a prestação de serviços em estabelecimentos de alojamento
SECÇÃO I local e os serviços prestados pelas empresas organizadoras
Agentes Públicos do Turismo de eventos, congressos e conferências.
ARTIGO 25.º 3. Os requisitos e condições para o exercício das actividades
(Noção e tipologia) previstas no número 1 do presente artigo são definidos em
1. Consideram-se agentes públicos do turismo, todas as diplomas próprios.
entidades da Administração Central e Local do Estado com SECCÃO III
competências no planeamento, desenvolvimento e concretização Direitos e Deveres dos Fornecedores de Produtos
das políticas de turismo, nomeadamente: e Prestadores de Serviços

a) O Departamento Ministerial que superintende o ARTIGO 27.º


Sector da Hotelaria e Turismo; (Direitos)
b) Os Governos Provinciais; São direitos dos fornecedores de produtos e prestadores
c) As Administrações Municipais; de serviços turísticos:
d) As Administrações Comunais; a) O livre exercício da sua actividade, em conformi-
e) As Entidades de Gestão das Áreas de Interesse dade com o estabelecido na presente Lei e demais
Turístico a serem definidas; legislação, definida e aplicável ao sector;
f) O Instituto de Fomento Turístico enquanto institui- b) O acesso e participação nos programas de apoio,
ção pública de fomento e promoção do turismo; promoção, financiamento, capacitação turística
g) Autarquias Locais. e outros benefícios constantes da legislação de
2. Os agentes públicos do turismo têm como missão pro- fomento ao turismo;
mover o desenvolvimento da actividade turística através da c) A menção dos seus empreendimentos ou estabe-
coordenação e da integração das iniciativas públicas e privadas. lecimentos comerciais, bem como dos serviços
e actividades que exploram ou administram,
SECÇÃO II
Agentes Privados do Turismo em campanhas promocionais organizadas pelos
órgãos centrais e locais de turismo, para as quais
ARTIGO 26.º
contribuam financeiramente;
(Noção e tipologia)
d) Constar dos conteúdos informativos produzidos e
1. São agentes privados do turismo, as pessoas singulares divulgados pelas entidades públicas com respon-
ou colectivas que exerçam actividade económica organizada sabilidades na área do turismo.
para a produção, comercialização, intermediação e gestão de ARTIGO 28.º
produtos e serviços que concorrem para a formação de oferta (Deveres)
turística nacional, nomeadamente: 1. São deveres dos fornecedores de produtos e prestadores
a) Empreendimentos Turísticos e Meios Complemen- de serviços turísticos:
tares de Alojamento Turístico; a) Cumprir os requisitos estabelecidos nos regulamen-
b) Agências de Viagens e Turismo; tos para cada tipo de produto e serviço turístico;
b) Apresentar preços e tarifas ao público de forma
c) Unidades de Restauração;
visível, clara e objectiva, em moeda nacional
d) Agentes de Animação Turística;
e língua oficial, podendo facultativamente e de
e) Operadores Turísticos e Marítimo-Turísticos; forma complementar, ser apresentada em outras;
f) Prestadores do Serviço de Turismo de Natureza; c) Desenvolver a sua actividade com respeito pelo
g) Prestadores do Serviço de Turismo Cinegético; ambiente, pelos direitos do consumidor e pelas
h) Prestadores do Serviço de Turismo de Habitação e comunidades locais, nomeadamente, no que respeita
Turismo Rural; às manifestações, tradições e práticas culturais;
i) Prestadores do Serviço de Turismo da Saúde, SPA's d) Denunciar as práticas de exploração de seres humanos
e Termas; para fins turísticos, de que tomem conhecimento
j) Prestadores do Serviço de Marinas e Empreendimentos no decurso das suas actividades ou por meio delas;
e) Preservar, e em caso de prejuízo reparar os bens
de Apoio ao Turismo Náutico ou à Pesca Turística;
públicos e privados que têm uma relação com
k) Casinos e Actividades de Jogo;
o turismo;
l) Aluguer de veículos para fins de turismo (Rent-a-Car); f) Assegurar a existência de sistemas de seguro e de
m) Informação Turística; assistência apropriados que garantam a respon-
n) Transporte Turístico; sabilidade civil por danos causados no exercício
o) Outras actividades estabelecidas pelo Executivo. da actividade turística.
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2. Além dos deveres estabelecidos no número anterior, turísticos conforme a lei e obter respostas opor-
os fornecedores de produtos e serviços turísticos devem, tunas e adequadas;
em especial: f) Usufruir dos produtos e serviços turísticos em boas
a) Prestar exclusivamente, serviços para os quais foram condições de manutenção, conservação, higiene
autorizados, fazendo-o sem discriminação, em e limpeza;
razão da nacionalidade, condição social, raça, g) Obter a devida informação para a prevenção de
sexo, origem étnica, religião ou filiação política; acidentes e doenças contagiosas.
b) Delimitar as zonas para fumadores e não fumadores,
ARTIGO 33.º
de acordo com a legislação em vigor; (Deveres)
c) Adequar os estabelecimentos turísticos e seus equi- Os turistas e os consumidores de produtos e serviços
pamentos ao uso de pessoas com mobilidade turísticos têm os seguintes deveres:
condicionada;
a) Respeitar e cumprir a Constituição da República de
d) Apresentar na forma e prazo estabelecidos pelo Depar-
Angola e a lei;
tamento Ministerial que superintende o Sector da
b) Respeitar o património natural, histórico e cultural
Hotelaria e Turismo, as informações e documentos
das comunidades, assim como os seus costumes,
referentes ao exercício da sua actividade.
crenças e comportamentos;
ARTIGO 29.º
(Exercício de actividade)
c) Usufruir dos serviços, produtos e recursos turísticos
com respeito pelo ambiente, tradições nacionais
O exercício das actividades turísticas, estabelecidas em
e os costumes locais;
conformidade com a presente Lei, depende do prévio licencia-
d) Pagar as taxas devidas pelos serviços de que usufruem.
mento dos serviços competentes do Departamento Ministerial
que superintende o Sector da Hotelaria e Turismo. CAPÍTULO VII
ARTIGO 30.º Recursos Financeiros
(Taxas)
ARTIGO 34.º
O licenciamento está sujeito ao pagamento de taxas, que (Suporte financeiro)
devem ser fixadas e actualizadas através de Decreto Executivo 1. O suporte financeiro ao turismo é viabilizado através dos
Conjunto aprovado pelos Ministros que superintendem os seguintes mecanismos operacionais de canalização de recursos:
Sectores das Finanças e da Hotelaria e Turismo. a) O Orçamento Geral do Estado, pela inscrição de
ARTIGO 31.º verbas do OGE para o turismo;
(Entidades representativas do sector privado na área do turismo)
b) O percentual das receitas provenientes dos impostos,
As associações empresariais, profissionais e sindicais da taxas e multas a serem consideradas para efeitos de
área do turismo constituem parceiros fundamentais na definição fomento do sector, aprovadas em diploma próprio;
e prossecução das políticas públicas de turismo. c) As linhas de crédito de instituições financeiras des-
CAPÍTULO VI tinadas ao Sector do Turismo;
Direitos e Deveres do Turista d) Os recursos financeiros provenientes de outras entida-
des públicas e privadas, nacionais e internacionais;
ARTIGO 32.º
(Direitos) e) Outros mecanismos estabelecidas por lei.
Sem prejuízo dos demais direitos reconhecidos no ordena- 2. O fomento do sector, os seus princípios e requisitos são
mento jurídico angolano, o turista e o consumidor de produtos definidos em diploma específico para o efeito.
e serviços turísticos têm em especial, os seguintes direitos: ARTIGO 35.º
(Incentivos fiscais)
a) Obter informação prévia, objectiva, exacta e completa
sobre todas e cada uma das condições, preços e No âmbito da Política Nacional do Turismo deve ser promovida
facilidades que lhe oferecem os fornecedores de a adopção de medidas de política fiscal, que nomeadamente:
produtos e serviços turísticos; a) Contribuam para o maior desenvolvimento das
b) Beneficiar de produtos e serviços turísticos nas actividades económicas que integram o Sector
condições e preços convencionados; do Turismo;
c) Obter os documentos que comprovam os termos exac- b) Estimulem o consumo turístico interno e a desloca-
tos da sua contratação e preços convencionados; ção turística dos angolanos em território nacional;
d) Gozar de tranquilidade, privacidade e segurança c) Fomentem a criação do emprego estável e promovam
pessoal e dos seus bens; a qualificação técnico-profissional;
e) Formular denúncias e reclamações inerentes ao d) Contribuam para a criação de legislação sobre incen-
fornecimento de produtos e prestação de serviços tivos fiscais para o fomento do investimento no
Sector do Turismo.
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CAPÍTULO VIII d) Encerramento do estabelecimento;


Representação Internacional e) Cassação da licença/alvará;
ARTIGO 36.º f) Embargo administrativo;
(Cooperação e participação internacional) g) Demolição, nos termos da legislação em vigor.
A representação internacional de Angola no Sector do 2. Compete ao Presidente da República, enquanto Titular
Turismo é assegurada pelo Departamento Ministerial com do Poder Executivo, regulamentar a aplicação das sanções
a tutela da Hotelaria e Turismo, nomeadamente através dos referidas no número anterior do presente artigo.
seguintes mecanismos: ARTIGO 38.º
a) Desenvolvimento de programas de cooperação (Impugnação)
internacional de carácter bilateral e multilateral Da aplicação das sanções previstas no artigo anterior
do Sector do Turismo; cabe impugnação administrativa e contenciosa, nos termos
b) Participação nos diversos organismos internacio- previstos por lei.
nais com competências na área do turismo, com
particular ênfase nos grupos de trabalho que CAPÍTULO X
incidam sobre matérias de interesse para o desen- Disposições Finais
volvimento da actividade turística nacional, no ARTIGO 39.º
âmbito dos princípios e objectivos definidos no (Dúvidas e omissões)
presente Diploma. As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplica-
ção da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional.
CAPÍTULO IX
Sanções e Impugnação ARTIGO 40.º
(Entrada em vigor)
ARTIGO 37.º
(Sanções)
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
1. Sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal a que
aos 21 de Abril de 2015.
haja lugar, a violação às disposições legais aplicáveis ao Sector
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
do Turismo é punível com as seguintes sanções:
Piedade Dias dos Santos.
a) Advertência;
Promulgada aos 4 de Junho de 2015.
b) Multa;
c) Suspensão temporária do funcionamento do Publique-se.
estabelecimento; O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

O. E. 543 - 6/87 - 650 ex. - I.N.-E.P. - 2015

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