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SEGREDO DE JUSTIÇA

Nos termos do art. 5º, LX, da Constituição da     República Federativa do Brasil de


1988, a publicidade dos atos é regra aplicável aos processos em geral. Do mesmo modo
prevê Caput do art. 189 do Código de Processo Civil, seguido de alguns exemplos em
que há a mitiga~]ap

SEGREDO DE JUSTIÇA

Trazendo a situação para o âmbito das ações em que se discute a relação entre médico e
paciente, existem dois ângulos sob os quais a questão do segredo de justiça precisa ser
analisada. O primeiro diz respeito à proteção, à intimidade do paciente e ao sigilo dos
dados de saúde, tendo em vista que o sigilo médico profissional é dever inerente ao
desempenho da profissão, caracterizando a violação, infração ética, penal e cível, sendo
certo que, na área do Direito Civil é cabível juridicamente a responsabilização, caso
haja dano material ou moral ao paciente que tiver os dados clínicos tornados
públicos130. O segundo aspecto diz respeito aos efeitos negativos causados pela
publicidade negativa à atividade do profissional da saúde em geral, em especial ao
médico.

Atento a essas questões, o Conselho Federal de Medicina (CFM) editou a Resolução nº


1.605/2000, regulamentando a questão do sigilo médico, que prevê, no art. 7º, a
possibilidade do profissional utilizar o prontuário como meio de defesa judicial75. Em
razão disso, torna-se imprescindível a juntada do prontuário do paciente como meio de
prova de defesa, haja vista a necessidade de realizar uma perícia técnica na maioria dos
casos, motivo pelo qual a tramitação dos processos sob segredo de justiça tem o condão
de impedir a publicidade das informações pessoais e sigilosas lançadas no prontuário
médico do paciente.

O sigilo processual evita, ainda, a exposição e julgamento popular antecipado a respeito


do médico, que figura no polo passivo da demanda, pois é cada vez mais frequente que
os pacientes, antes de escolherem o mé- dico, consultem seus dados junto à justiça em
busca de processos, julgando a qualidade e o zelo do profissional em função da
existência de eventual processo, independentemente de condenação. Principalmente
quando o paciente se excede no exercício regular do seu direito, empenhando-se numa
verdadeira “cruzada” difamatória contra o médico nos principais meios de
comunicação, mais especificamente nas redes sociais. Hipótese que geralmente encontra
respaldo no sensacionalismo da mídia e que acaba alcançando proporções nacionais nos
casos em que a imprensa oferece grande repercussão aos fatos e “crucifica” o médico
nos noticiários, independentemente de haver comprovação de erro profissional. Pensar
de forma contrária implica admitir violação à intimidade da parte, de acordo com a
Constituição34 (art. 5º, X);  ao sigilo de dados, (art. 5º, XII); bem como ao resguardo de
informações necessárias ao exercício profissional (art.5º, XIV), tendo em vista que tais
informações têm sido utilizadas para desabonar a conduta dos profissionais no meio de
atuação.

SIGILO PROCESSUAL

O sigilo processual, nos processos que envolvem supostos “erros médicos”, visa
garantir o direito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem
do profissional, nos termos do art. 5°, X, da Constituição34. Isso porque a intimidade e
a vida privada são aspectos pessoais, familiares e profissionais de cada indivíduo,
tutelados pela inviolabilidade constitucionalmente garantida, que não devem ser
transmitidos em determinadas hipóteses ao público em geral sem a certeza da
veracidade da prática do ato tido como ilegal no ordenamento jurídico. Esse caso só será
alcançado de- pois da prolação de sentença transitada em julgado.

Não se deve esquecer também o art. 5°, LVII, da Constituição34, que vem em benefício
de qualquer sujeito com o intuito de preservar a presunção de inocência, enquanto não
houver o trânsito em julgado de sentença, ou seja, não é demais afirmar, ainda, que a
tramitação do processo sob segredo de justiça deverá ser observada como forma de
garantia da intimidade do médico, resguardando-se, assim, o estado de inocência. Essa
hipótese tem sido encampada pelos tribunais de justiça do País, conforme já decidiu o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) ao julgar o agravo de instrumento nº
70057793721, de relatoria da desembargadora Isabel Dias Almeida, assim como o
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ao julgar o Agravo de
Instrumento nº 20150020317013, de relatoria da desembargadora Maria Ivatônia.

O sigilo é, antes de tudo, uma garantia individual conquistada e positivada pela


Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que tem como objetivo principal
afastar as consequências nocivas do julgamento popular antecipado, prévio e precário a
respeito dos médicos que figuram no polo passivo de demandas judiciais, que lhe
atribuem conduta culposa no trato com o paciente.

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