82-Acordão Do Tribunal Supremo Sobre o Confisco 2008

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REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL SUPREMO CAMARA DO CIVEL E ADMINISTRATIVO Processo 103/2004 ACORDAO EM NOME DO POVO ACORDAM, EM CONFERENCIA, NA CAMARA DO CiVEL E ADMINISTRATIVO, LABORAL E DE FAMILIA DO TRIBUNAL SUPREMO. 1-RELATORIO Na Cmara do civel e administrativo do tribunal Supremo, Diamantina de Moura Amaro, nos autos identificada, representada por Maria Adelina Bastos Moura, residente em Luanda, na Avenida Hoji-ya-Henda, Torre B, 1° andar F, introduziu o presente recurso contencioso contra 0 Ministro do Urbanismo e Ambiente, representado por Virgilio Fontes Pereira, com domicilio legal na Avenida 4 de Fevereiro com fundamento, nos factos descritos na petigao inicial de a fls. 2 a 13 que aqui se dio por inteiramente reproduzidos e que no essencial se resumem no seguinte: Que, por despacho conjunto n.°9-H/97, de 13 de Margo dos Ministros da Justiga ¢ do entdo Ministro das Obras Piiblicas e Urbanismo e Ambiente, foi confiscado 0 prédio urbano inscrito na matriz predial urbano do 2° Bairro Fiscal de Luanda, sob 0 n.° 3230 e registado na Conservatéria do Registo Predial da Comarca de Luanda sob o n.° 36 241, com o fundamento na auséncia injustificada pelo periodo superior a 45 dias da sua proprietéria Diamantina Moura Amarall doc.1.) Que, inconformada com o referido despacho por violar a Lei n.°43/76 apresentou aos Senhores Ministro da Justiga e do Urbanismo e Ambiente uma reclamagao na qual requereu a anulagdo daquele despacho. Que, aquela reclamagiio foi deferida pelo Ministro da Justiga e indeferida pelo Ministro do Urbanismo e Ambiente por despacho de 6 de Agosto de 2003 e do qual foi notificado a 29 do mesmo més, doc. 3 e 4. $r ae We < Que, deste despacho do Ministro do Urbanismo e Ambiente, a Recorrente apresentou a sua reclamagao (doc. 4 e 5), da qual no obteve qualquer resposta, decorrido que foram cerca de 60 dias e por isso, desse siléncio deduziu o seu indeferimento tacito, dai a razio do presente recurso dirigido 4 Camara do Civel e Administrativo do Tribunal Supremo porquanto: 1- O seu marido que em vida se chamou Fausto Amaral & data da publicagdo da Lei n.°43/76 encontrava-se no pais ¢ era proprietario do imével ora em litigio. 2- Em 1988 por motivo de satide seguiu mediante autorizagao da junta médica para Portugal, tendo a recorrente 0 acompanhado e ai veio a encontrar a morte a 2 de Fevereiro de 1989. 3- Com a sua morte a recorrente habilitou-se 4 heranga, tendo concluindo todo © processo em Julho de 1992, passando entéo o imével para o seu nome. A recorrente terminou requerendo a anulagio do despacho conjunto n.°9-H/97, de 13 de Marco do Ministro da Justiga e das Obras Pablicas e consequentemente a anulagdo do despacho do Ministro do Urbanismo e Ambiente. A recorrente fixou a acco do valor de Kz. 150.000,00, juntou 20 documentos e procuragdo forense e entregou os duplicados legais. Por douto acérdao de fls. 48 verso foi ordenado o prosseguimento dos autos. O senhor Ministro do Urbanismo e Ambiente foi notificado a fls. 56 para apresentar a sua contestagdio e nada trouxe aos autos. magistrado do Ministério Pablico foi notificado e apresentou 0 seu douto parecer dea fis. 58 que aqui se dé por inteiramente reproduzido no qual expressa a sua opiniao no sentido de ser levado em conta a justificagao dada pela recorrente. ‘A demandante apresentou as suas alegagdes de fls. 62 a 64 e concluiu: a) que a propriedade confiscada foi da Sra. Diamantina, ora recorrente, adquirida em Fevereiro de 1993. b) que a Sra. Diamantina, enquanto proprietaria, nunca abandonou 0 pais nem o préprio imével, que esteve sempre sob a administragdo de uma procuradora regularmente constituida. c) que, aliés mesmo que por hipétese se considere ausente do pais durante 0 periodo anterior a 1993 em que acompanhou o seu marido, em nada isso constituiria fundamento para confisco da sua propriedade, porque os confiscos so actos punitivos de cardcter pessoal, e sé visam os bens ou direitos contemporaneos com Dy? 8 i = 0s factos qualificados de auséncia injustificada, ¢ nunca direitos’ de rrr a posterior. Mostram-se colhidos os vistos legais e por isso cumpre apreciar e decidir. 2-QUESTAO PREVIA. O Tribunal € 0 préprio e as partes sio legitima e devidamente representadas, no se vislumbrando quaisquer nulidades ou excepgdes que obstem ao conhecimento do presente recurso contencioso contra o acto proferido pelo Ministro da Administragaio do Territério, ora recorrido representado pelo Dr. Virgilio Fontes Pereira, 3- OBJECTO DO RECURSO O objecto do presente recurso esta em saber se esto reunidos os requisitos para anulagao do confisco a que se refere 0 despacho conjunto n.°9-H/97, de 13 de Margo dos Ministros da Justiga e do Urbanismo e Ambiente, segundo as conclusées de recurso de fis. 62 a 64. 4 OS FACTOS Toda a matéria do presente recurso resume-se nos seguintes factos: O Senhor Fausto Amaral entéo casado com Diamantina de Moura Amaral viveu na cidade do Huambo onde foi Administrador da Lello até 1977 e posteriormente, veio residir na cidade de Luanda até 1988 e trabalhou na Agrotécnica-U.E.E cujo Director Geral foi Jodo Jardim, ex-Vice-Ministro da Agricultura, Em 1988 foi por motivo de satide, 0 senhor Fausto Amaral seguiu para Portugal devidamente autorizado pela Junta Nacional de saiide, na companhia da sua esposa, Diamantina de Moura Amaral, ora recorrente nos presentes autos. O Sr. Fausto Amaral faleceu a 2 de Fevereiro de 1989, em Portugal, tendo deixado 0 imével que agora € objecto do presente recurso. Apés a morte do seu marido, Diamantina de Moura Amaral, habilitou-se a heranga deixada pel de cujus e concluiu o processo de habilitagdio de herdeiro apenas em Julho de 1992, tendo conseguido a inscrigéo do prédio a seu favor conforme a matriz predial do 2° Bairro Fiscal de Luanda e em Fevereiro de 1993 fez © respectivo registo na Conservatéria do Registo Predial da Comarca de Luanda, conforme os documentos de fis. 9, 11, 12. ‘Apés a morte de seu marido permaneceu em Portugal onde tratou com a idade j4 muita avangada varios assuntos relacionados com a morte deste e acoberto do oT artigo 3° e 4° do Decreto n.°13/78, de 1 de Fevereiro, que autoriza os maiores an anos a residir fora do pais. Surpreendentemente, deparou-se com o despacho confiscatério n.° 9-H/97, de 13 de Margo dos Ministros da Justiga e das Obras Publicas que reverteu a favor do Estado 0 seu imével, com fundamento na sua permanéncia pelo periodo superior a 45 dias fora do pais, nos termos da Lei n.° 43/ 76, de 19 de Margo, do seu antigo proprietario. Estes so os factos constantes dos autos que passaremos a apreciar, para depois decidir. 4-APRECIACAO A senhora Diamantina de Moura Amaral entio com cerca de 67 anos de idade era vitiva de Fausto Amaral desde 1989, cuja morte ocorreu em Portugal quando ai se encontrava em tratamento com autorizagéo da Junta Nacional de Satide de Angola, em Luanda. O ex-marido era proprietario de um imével ora confiscado a cuja sucesso se habilitou nos termos da lei, logo apés a sua morte e em fevereiro de 1993conseguiu obter o respectivo registo e também a matriz predial. A permanéncia da requerente fora de Angola por periodo superior a 45 dias est enquadrada no disposto no Decreto n.°13/78, de 1 de fevereiro que autoriza os maiores de 60 anos a residirem fora do pais. Assim, nao procede o indeferimento operado pelo Sr. Ministro do Urbanismo e Ambiente, pois, se trata de uma pessoa de avangada idade e ainda como se ndo bastasse na condigao de vitiva. Em nosso entender foi intengiio do legislador dar solugdo a estas questdes ao mandar publicar o Decreto n.°13/78, de 1 de Fevereiro e por isso o indeferimento proferido pelo Ministro do Urbanismo e Ambiente deve ser revogado por ilegalidade. 5-DECISAO Nestes termos e fundamentos os desta Camara 27,7. cX¢2 Leu char fermrriul Crh Alcuety go lig Cerne NEUE Duta 0 raycebs Udoty te pi kegees rbiely 2 phelalnaced Pars path, ufor [ety te'sbae 5S Lobain bes" 9 frm litule ¢ plevtatam Dub 6 4A - pri tha Cra preabitce “Ut G/p [6% le t3 Ae Placer. fesrtectar W Letbrse’soao! 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