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Introdução
1
A designação “Hyderabad” é usada para referir-se às cidades adjacentes de Hyderabad e Secunderabad,
localizada em margens opostas do rio Musi. O Conselho de Águas de Hyderabad serve toda a área de
Hyderabad-Secunderabad. Salvo indicação em contrária, todas as figuras (ex: área, população) referem-se à
totalidade dessa área metropolitana. O censo dos estados da Índia de 2001 declara que a população de
Hyderabad é de 3.449.878.
Este caso foi escrito pela professora Jennifer Davis do Massachusetts Institute of Technology e Sunil Tankha para Henry Lee, palestrante sobre
políticas públicas da Kennedy School of Government. A pesquisa na qual esse caso é baseada foi apoiada em parte pela John F. Kennedy School
of Government de Harvard, pelo UNDP-World Bank Water & Sanitation Program, escritório regional do sul da Ásia, e pelo governo dos Países
Baixos, Netherlands Partnership Program. O caso tem a intenção de servir como base para discussão, e não descrever a tratamento apropriado
ou inadequado de uma situação administrativa ou problema de política. (0106)
Direitos autorais © 2006 pelo presidente da Fellows Harvad College. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, revisada,
traduzida, armazenada em sistema de recuperação, usada em uma planilha, ou transmitida por qualquer forma (eletrônica, mecânica,
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de direitos autorais, por favor visite nosso site www.ksgcase.edu ou envie um pedido por escrito para Case Program, John F. Kennedy School of
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Conselho Metropolitano de Suprimento de Água e Esgoto de Hyderabad CR14-06-1828.0
Naidu é orgulhoso por suas realizações, mas ele também se preocupa com a habilidade de
sua cidade de lidar com aproximadamente 250.000 novas pessoas que se relocam
para Hyderabad a cada ano. Ele está particularmente preocupado em cumprir sua promessa de
prover infraestrutura de alta qualidade para firmas e lares. Uma combinação de preços
altamente subsidiados para serviços públicos e falta de fundos de investimentos adequados
colocaram tremenda pressão nas agências publicas de Hyderabad. Por alguns anos, Naidu tem
liderado um esforço para reforma nas agências de serviços públicos de Hyderabad,
encorajando servidores públicos a se tornarem mais orientados ao consumidor e profissionais em
suas performances. Em sua campanha de reeleição de 1999, Naidu seguiu uma estratégia
nova na política indiana prometendo melhores serviços públicos em troca de maiores
tributos, uma promessa que lhe garantiu reeleição.
Enquanto o Banco Mundial apoia o plano de privatização de Naidu, oficiais do banco estão
preocupados que os benefícios da reforma sejam compartilhados com os aproximadamente 1,7
3
milhões de moradores das favelas de Hyderabad. Experiências com outras privatizações
tornaram o Banco Mundial cada fez mais sensível aos fatos de que (1) suprimento de
água e saneamento são vistos como tendo mais benefícios públicos do que qualquer outro
setor da infraestrutura, e (2) dado o alto custo dos serviços e a pressão para atender lares de baixa
renda com preços muito baixos, operadores privados irão compreensivelmente resistir a
estender os serviços a áreas de favela. Para receber assistência técnica e financeira no
processo de privatização, o banco, juntamente com várias ONGs e organizações de direitos do
consumidor
locais, insiste que a equipe de Naidu trace uma estratégia para privatizar a HMWSSB
que resolva a questão dos serviços para os pobres de Hyderabad.
Naidu nomeou M.G. Gopal, um servidor civil diligente conhecido por seu gerenciamento
bem sucedido da privatização dos hotéis da Andhra Pradesh Tourism Development Corporation,
2
Os dois termos são usados intercaladamente nesse texto.
3
Em Hyderabad, assim como em várias cidades indianas, o termo favela é uma designação administrativa usada
para se referir para uma ampla variedade de assentamento habitacionais informais compostos por “casas mal feitas
e congestionadas, um ambiente não higiênico normalmente com infraestrutura inadequada e falta de instalações
sanitárias e de água potável adequadas” (censo de 2001). Comunidades designadas como favelas (uma classificação
conhecida por ser “notificada”) têm direito a uma gama de assistências públicas, como conexões de suprimento de
água subsidiadas. Além das favelas designadas, há vários assentamentos invadidos ilegais em Hyderabad que não
têm direito a assistência pública; de fato, não é claro se agências públicas são legalmente permitidas a prover
serviços a essas comunidades. Em Hyderabad, estimativas do número de habitantes de favelas variam entre 1,2 e 2
milhões (o caso usa o número de 1,7 milhões).
Esse documento é autorizado apenas para uso de revisão educacional por Oscar Javier Ariza, Universidade Estácio de Sá, até fevereiro de 2017. Copiar ou postar é
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como Diretor-Gerente da HMWSSB. Gopal entende que, para preparar uma organização
para privatização, ele precisa equilibrar as demandas competitivas de fazer a HMWSSB atrativa
para investidores privados enquanto garante que os interesses dos residentes mais
pobres de Hyderabad são protegidos. Ele identificou três abordagens alternativas, nenhuma
que pareça satisfatória.
Que estratégia Gopal deveria recomendar para satisfazer os oficiais do Banco Mundial e
executar uma privatização bem-sucedida da HMWSSB? Existe uma forma de
equilibrar objetivos comerciais e sociais na privatização de serviços essenciais, como suprimento
de água e saneamento?
Fundo
A reorganização foi encorajada pelo Banco Mundial como forma de estabelecer uma
autoridade de águas e esgoto com maior autonomia financeira e operacional, bem como maior
prestação de contas ao consumidor. Por sua vez, esperava-se que o Conselho se voltasse
a recuperação de custos através de taxas a usuários, que o livraria de interferência política e
geraria uma proporção substancial de recursos necessários para aumentar o suprimento em
massa de água. De fato, a lei criando o Conselho estipula que ele seja financeiramente
autossuficiente através de taxas para o usuário. Como um primeiro passo nessa direção, a
HMWSSB alcançou praticamente mensuração universal de seus consumidores em 1992.
Uma revisão dos balancetes do Conselho sugere que a HMWSSB está alcançando um lento
progresso em direção à autossuficiência financeira (Tabela 1); em 2001, taxas de usuários
e custos de novas conexões combinados não cobriam nem mesmo as operações de
manutenção (O&M) e custos com quadro de funcionários. De fato, entre 1989 e 2002 as
tarifas só foram reajustadas duas vezes, em 17 por cento em 1993 e 25 por cento em 1997.
Durante esse mesmo período, contudo, a inflação da Índia teve uma média de 8,5 por cento por
ano. No começo de
2002, o Conselho finalmente ganhou a aprovação para um considerável aumento (64 por cento)
nas tarifas. Taxas de usuário agora devem cobrir custos com O&M, mas não depreciação,
reabilitação de sistemas ou novos investimentos (Tabela 2). Cada ano o governo de
Andhra Pradesh provê suporte em termos de grants-in-aid para o Conselho. Para propósitos
contábeis, essas subvenções são tratadas como contribuições seja para a base de capital do
HMWSSB ou para despesas operacionais.
As tarifas foram mantidas baixas como resposta à pressão de oficiais eleitos que veem a
água como um bem social que deve ser fornecido a custo baixo ou nenhum custo para
os residentes, particularmente os pobres. Na realidade, são as tarifas baixas que restringem
a habilidade do Conselho de expandir sua infraestrutura aos assentamentos de baixa renda onde
os residentes pobres vivem. Casas de classe média e alta com conexões individuais de
água encanada se beneficiam com este serviço subsidiado, enquanto as casas pobres
são frequentemente forçadas a depender de fontes coletivas públicas ou em vendedores de água.
Outra razão para os pedido de aumento de tarifas do Diretor-Gerente serem rejeitadas pelo
Ministro Chefe e pelo conselho de administração, apesar de forte apoio por parte do
Banco Mundial para um reforma tarifária, é o alto nível de águas não aproveitadas pelo
sistema de
4
O Indian Administrative Service é um braço de elite de nível nacional da burocracia indiana. Admissão para as
posições da IAS ocorre através de um processo de prova competitiva e entrevista. Os oficias da IAS são protegidos
pelas regras do serviço civil da Índia, e só podem ser dispensados se condenados por um crime enquanto estiverem
em serviço. Os oficiais da IAS são bem pagos pelos padrões da burocracia indiana e gozam de considerável poder e
benefícios marginais associados com seus cargos. Oficiais da IAS também têm o potencial de se tornarem
representantes de organizações internacionais como as Nações Unidas e o Banco Mundial.
Hyderabad. Estimativas variam ente 40-55 por cento do fornecimento, com cerca de 40 por cento
5
considerados como perdas físicas e 60 por cento perdas administrativas (Figura 5). Antes
de muitos oficiais políticos apoiarem aumentos nas tarifas e investimentos em novos
suprimentos, eles insistem que o Conselho melhore o gerenciamento dos recursos que eles já
controlam. “Se eles reduzirem o nível de água que não gera receita, eles vão
automaticamente conseguir um aumento substancial nas suas receitas,” nota um membro
do conselho de administração que repetidamente se opôs ao aumento nas tarifas de água. “O
consumidor não deveria pagar pela ineficiência da HMWSSB.”
Como outras cidades ao sul da Índia, Hyderabad tem vários problemas com falta de água.
Em parte, isso é resultado das decisões sobre o gerenciamento dos recursos aquáticos
pelo governo de Andhra Pradesh; necessidades agrícolas exercem controle sobre uma
proporção substancial das águas de superfície da região. Ademais, enquanto muitas outras partes
da Índia experimentam fortes precipitações regionais durante os meses de monções (junho a
setembro e dezembro a janeiro), Hyderabad recebe comparativamente pouca precipitação de
monções. A média anual de precipitação na cidade é de apenas 78 cm, muito menos do que os
163 cm em Calcutá e os 225 cm em Bombaim.
5
Perdas administrativas incluem toda a água usada pelos consumidores pela qual o Conselho não recebe qualquer
receita, incluindo água roubada ou faturada de forma insuficiente, bem como água fornecida sem cobrança pelo
Conselho, como pelas fontes coletivas públicas ou caminhões pipa.
6
Não há estimativas
reservatórios confiáveis para a redução dos custos em UFW. Em um projeto recente, o Conselho gastou Rs.
até a cidade.
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270 milhões (US$ 5,5 milhões) para reabilitar 27 quilômetros de linhas transmissão saindo de um de seus
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necessária para prover duas horas de suprimento por conexão por dia (aproximadamente
250 litros) – um volume total de 1.300 MLD (Figura 2). Habitantes da cidade
experimentarão escassez de suprimento de água se investimentos substancias na
infraestrutura não forem implementados logo.
7
US$1 = Rs. 48. Um metro cúbico = 1.000 litros. 3,87 litros = 1 galão.
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8
Saleth, R.M., amd A. Dinar. 1997. Satistying urban thrist: Water supply augmentation and pricing policy in
Hyderabad, India. World Bank Technical Paper No. 395. Washington, DC: The World Bank.
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Serviço aos pobres
Entre os residentes de Hyderabad que sofrem por falta de água e serviços de saneamento, os
1,7 habitantes de favelas são os mais seriamente impactados. A maioria dos lares de classes
média e alta tem poços instalados que fornecem água de baixa qualidade de lençóis freáticos para
banho e limpeza, mas moradores de favelas normalmente não podem arcar com
9
esse investimento. A linha de pobreza oficial para a cidade é de Rs. 1500 (US$31). As diárias
médias para trabalho não qualificado varia entre Rs. 60 e 80, o que significa que um trabalhador
10
com um emprego em tempo integral ganharia aproximadamente Rs. 1400-1750 por mês.
Outros pesquisadores trabalhando em Hyderabad estimaram que a renda mensal total para
lares em favelas é de aproximadamente Rs. 3.000-5.000 (US$63-104) em média.
A HMWSSB faz conexões a rede mais acessíveis para lares pobres ao participar do
National Slum Development Program. O programa fornece um subsidio federal de 50 por cento
do custo de conexão (aproximadamente US $115) para lares localizados em uma
das aproximadamente 800 vizinhanças de favela designadas. O custo também pode ser
pago em prestações em um período de cinco meses sem juros. Há, contudo, subsídios
disponíveis para conexões de esgoto. Entre 1992-1998 o Conselho também encarregou-se,
sob a insistência do Banco mundial, de uma ampla iniciativa de saneamento de custo baixo que
envolvia construir
20.000 latrinas fossos duplos pour flush em favelas de vizinhanças afastadas como parte de um
9
O Conselho não recebe nenhum pagamento por subtração de águas de lençóis freáticos, e os residentes não
precisam obter nenhuma permissão para perfuração de poços.
10
O governo de Andhra Pradesh estimou a renda média mensal per capita em 2001 para todo o estado como
sendo de Rs. 800 por mês (~US$17). Contudo, dados confiáveis sobre os pobres de Hyderabad não estão
disponíveis e os residentes de favelas tem um incentivo para subdeclarar seus ganhos para poderem ser elegíveis
para os serviços de programas sociais como cartões de ração alimentar.
11
Note que esse número refere-se apenas às favelas oficias; acredita-se que outros 300.000-400.000 residentes
vivem em favelas não registradas dentro da área metropolitana maior. Nessa época, o Conselho não tem
obrigações oficias de servir assentamentos não planejados.
projeto maior de água e saneamento financiado pelo banco. Por conta de relatos de contaminação
de lençóis freáticos pelas latrinas instaladas, contudo, o Conselho desde então decidiu não
construir instalações sanitárias locais adicionais a não ser que não haja praticamente
nenhum prospecto de estender linhas de esgoto para uma comunidade em particular.
Ademais, apesar de mais de 6.600 fontes coletivas públicas serem localizadas nas áreas de
favela da cidade, funcionários seniores da HMWSSB firmaram um compromisso informal para
12
“eliminar” seus serviços. Essa decisão se deve principalmente ao fato de que cada fonte
coletiva, que supre água de graça para residentes, é um empreendimento que causa perdas para
13
um Conselho que já luta para melhorar sua situação financeira. Representantes de algumas das
maiores ONGs da cidade atuantes em saúde e melhorias para as favelas foram
praticamente unânimes em entrevistas que “o Conselho não está trabalhando nas favelas em
nenhuma forma sincera.” De fato, em 1997 estimativas davam conta de que o Conselho
provia uma média aproximada de 135 litros per capita por dia (LPCD) para lares não
pertencentes a favelas, mas apenas 20 LPCD para lares de favelas servidas por fontes coletivas
14
públicas.
Algumas das politicas do Conselho são na verdade prejudiciais para consumidores de baixa
renda. Por exemplo, apenas conexões individuais de água e esgoto estão disponíveis. Lares que
15
querem compartilhar uma conexão pagam uma taxa mais alta.
A base lógica para essa penalidade pelo compartilhamento é que conexões servindo
múltiplos lares sofrerão maior desgaste, necessitando de serviços do Conselho mais
frequentemente e, portanto justificando uma maior taxa inicial. Para configurações de
países industrializados, essa explicação pode parecer razoável; contudo, em Hyderabad,
onde os suprimentos de água pela rede do Conselho estão disponíveis apenas por no máximo
duas horas por dia, esse argumento é menos convincente. De fato, um oficial sênior do Conselho
comentou “Quando as pessoas me dizem que elas querem candidatar-se a uma conexão
compartilhada, eu as digo para colocarem no nome de uma pessoa e fazerem o
compartilhamento por elas mesmas.” Apesar de cifras confiáveis não estarem disponíveis
em relação ao número de lares que usam essa combinação, um funcionário trabalhando no
escritório de novas conexões estimou que ele recebe duas a três dúvidas sobre conexões
compartilhadas a cada semana.
12
Anteriormente, o conselho estabeleceu um programa de conversão das fontes coletivas públicas nas favelas da
cidade pelo qual um grupo de lares precisava se organizar e definir um líder para coletar pagamentos mensais de
todos os usuários. Esse sistema foi encerrado graça a campanhas do Members of the Legislative Assembly (MLAs),
que disseram que os lares pobres que recebem um serviço de qualidade tão baixa não deveriam sequer ser
cobrados.
13
Há tensão entre a HMWSSB e a corporação municipal de Hyderabad (MCH) a respeito de qual instituição tem
responsabilidade por O&M das fontes coletivas públicas, e sobre as taxas devidas pelo suprimento de água pelo
mesmo. Declaradamente, ambas as organizações assinaram um acordo em 1989 pelo qual a MCH iria reembolsar a
HMWSSB por toda a água fornecida de graça para os residentes da cidade. Depois de alguns anos, contudo, o
município suspendeu seus pagamentos por esse serviço.
14
A Organização Mundial da Saúde usa o modelo de 50 LPCD para “necessidades básicas”, incluindo beber,
cozinhar e higiene.
15
Esse é o resultado do uso pelo Conselho de uma área de terreno para determinar o preço que cobrará para os
2
consumidores por novas conexões de água e esgoto. Por exemplo, um lar com uma área de terreno de 101-200 m
paga Rs. 5.250 (~US$115) por uma conexão de meia polegada de água/saneamento. Se o lar quiser colaborar com
seu vizinho em uma conexão compartilhada, e se o vizinho tiver um tamanho de terreno similar, o custo dessa
mesma conexão aumentaria para pelo menos 1,5 vezes o preço, Rs. 8.250-16.500 (US$180-365).
O fato de a HMWSSB não estar dando atenção concertada à facilitação de novas conexões
para lares pobres não é particularmente surpreendente. A seção 8 da lei que criou o Conselho
estipula que ele seja financeiramente autossuficiente através de taxas de usuários; dadas
as restrições para o aumento de tarifas domésticas e a percepção problemas de não pagamento em
vizinhanças de baixa renda, favelas não tem potencial substancial de receita. E os moradores de
favelas também não tem o grau de “arranque” político dos residentes mais opulentos de
Hyderabad. Ao mesmo tempo, uma variedade de programas de desenvolvimento de favelas em
Hyderabad, implementados primariamente através do município, proveem mecanismos
16
alternativos para que lares de renda baixa recebam serviços melhorados.
Reformas no Conselho
16
A corporação municipal de Hyderabad (MCH) é um corpo local, estabelecido em 1955, que é responsável pela
instalação e manutenção de infraestrutura pública como estradas, pontes, redes de água e esgotos e iluminação
pública; gerenciar algumas centenas de parques e playgrounds; e por operar muitas outras instalações públicas
como estádios, postos urbanos de saúde e abatedouros. A MCH tem mais de 10.000 funcionários e é comandada
por um comissário. O comissário é um oficial do Indian Administrative Service (ver nota de rodapé 3) e é nomeado
pelo Ministro Chefe, tipicamente para um mandato de dois a três anos. A MCH também tem um Standing
Commitee composto por oficiais eleitos dos 100 guardas, que, juntamente com o prefeito da cidade, supervisionam
as atividades orçamentárias do município.
Conselho e seus consumidores – tiveram seus títulos mudados de engenheiro assistente
para gerente, apesar de suas responsabilidades terem permanecido essencialmente as mesmas.
Todos os funcionários do Conselho nesse nível mais alto foram submetidos a treinamentos em
assuntos como resolução de reclamações e satisfação do consumidor. Muitos foram enviados em
visitas de treinamento para serviços públicos de água na Austrália, Inglaterra e Singapura.
Depois, uma série de programas de serviço ao consumidor, muitos dos quais foram
adotados de agências nesses países, foram implementados pelo Conselho.
Informações do banco de dados da MCC são usadas para gerar uma “taxa de eficiência”
para cada gerente de área, que é computada dividindo o número de reclamações ele(a) recebeu
em um dado mês que foram resolvidas dentro da meta de tempo pelo número total de
reclamações ele(a) recebeu durante o período (Tabela 3).taxas de eficiência são reportadas
mensalmente para o Diretor-Gerente, e são também exibidas publicamente em terminais
de computador e vários escritório do Conselho (Figura 6). Gerentes gerais e o Diretor-Gerente
tem sido bem ativos em monitorar essas taxas e os gerentes estão bem cientes de que
suas performances estão sendo monitoradas dessa forma.
É claro que daremos a conexão a eles. Deixe-os pagas a taxa e daremos a conexão, rapidamente.
Mas não podemos garantir que haverá água naquela conexão! Queremos fornecer o serviço, e
não queremos esperar até [o projeto de desenvolvimento da nova fonte de água] para dar
as pessoas suas conexões... Talvez esses consumidores nos ajudarão a pressionar para
novos projetos.
O
Conselho também tentou combater a falta de confiança do público nas agências governamentais
com uma estratégia d comunicação proativa e com um Citizen’s Charter. O
tratado, desenvolvido em 1999 pela gerencia do Conselho, é distribuído para todos os
consumidores e define os direitos e responsabilidades do Conselho e de seus consumidores. O
tratado especifica padrões de serviço para os consumidores do Conselho, incluindo a provisão de
17
pelo menos 250 litros de água por conexão por dia, notificações com antecedência de quaisquer
mudanças na agenda e quantidade de fornecimento de água e prazos dentro dos quais o
Conselho tem a obrigação de atender reclamações dos consumidores (Tabela 3).
A ideia por atrás de todas essas iniciativas foi de conseguir apoio público para o Conselho
que pudesse ser traduzido em aceitação de aumento de tarifas. “Precisamos nos
movimentar primeiro”, explicou um oficial no Conselho. “Precisamos reconquistar a confiança
do público. Eles precisam entender os problemas que enfrentamos. Quando eles souberem
como estamos tentando, e o que é necessário [para melhorar o serviço], eles apoiaram nossas
propostas [para aumentar as taxas].” Também é verdade, claro, que tais medidas farão o
Conselho ser mais atraente para potenciais licitantes para um contrato de concessão. “Esses são
o tipos de reforma que um operador provado implementar a partir do momento que
assumisse o serviço,” um funcionário do Banco Mundial notou. “É ainda melhor para a
privatização que elas sejam feitas antes. ... Comparativamente, Hyderabad parece bem atraente
para licitantes.”
Esses achados não seriam tão problemáticos se a HMWSSB operasse um sistema misto de
registro de reclamações que permitisse lares pobres um meio diferente, mas igualmente efetivo de
reportar problemas de serviço para o Conselho. Os residentes ainda têm a opção de preencher
reclamações pessoalmente em um dos aproximadamente 120 escritórios seção e evidência
anedótica sugere que esse é o caminho adotado por consumidores de menor renda.
Porém, gerentes de escritórios seção recebem forte incentivo para priorizar reclamações
enviadas por telefone. As “taxas de eficiência” mensais pelas quais as performances dos
gerentes são avaliadas são calculadas usando apenas dados de reclamações por telefone –
reclamações feitas pessoalmente são ignoradas. De fato, gerentes de seção foram instruídos eles
mesmos a usar a linha telefônica, por exemplo, para registrar quaisquer reclamações
que recebem de consumidores que chegam pessoalmente em seus escritórios. Mais de um
terço dos gerentes admitiram durante uma pesquisa recente que eles nunca registram essas
reclamações por telefone.
Assim, os gerentes não têm incentivo para registrar reclamações em nome dos consumidores que
as apresentam pessoalmente no escritório seção; na verdade, eles têm um incentivo significativo
para não registrá-las. Levando todos os fatores em consideração, quanto menos reclamações um
gerente registrar por telefone, mais fácil fica ara receber uma boa nota de eficiência. Na medida
em que os que registram reclamações pessoalmente são consumidores de baixa renda, a
crescente confiança do Conselho na tecnologia da informação para gerenciamento de
reclamações e avaliação de performance dos funcionários está aumentando a lacuna
na capacidade de resposta para os problemas de O&M entre os lares pobres e não pobres.
Olhando em Direção à Privatização
Conclusões
Para M.G. Gopal, há várias escolhas difíceis a fazer para equilibrar as necessidades
de fazer a concessão atrativa para investidores privados e garantir que ele não perca o
apoio do Banco Mundial e popular no processo. Idealmente, deveria haver uma obrigação
universal de serviço imposto para a concessionária. Entretanto, essas exigências podem fazer da
empreitada pouco atraente para potenciais licitantes; a concessionária também deveria ter
permissão de promover um grande aumento de tarifas de forma a tornar a expansão
comercialmente viável. Lares pobres podem simplesmente se recusar a pagar preços mais
altos pelo serviço, o que levaria a uma taxa maior de desconexões pelo operador privado.
Gopal está ciente do potencial para oposições políticas e civis sob esse cenário.
19
Por exemplo, em 1998, o Diretor-Gerente do Conselho tentou recompensar alguns de seu gerentes com melhor
performance com bônus em dinheiro. Outros gerentes desafiaram esse movimento no tribunal, entretanto, e
conseguiram impedir o Diretor-Gerente de pagar os bônus.
20
A HMWSSB tem aproximadamente 5.500 funcionários com 500 postos vagos, para cerca de 380.000 conexões.
Logo, a proporção de conexões/funcionários não é particularmente impressionante, mesmo se comparada a
outros conselhos de água da Índia. A HMWSSB tem cerca de 1,8 vezes o número de funcionários dos conselhos de
Chennai ou Bangalore para sérvios equivalentes (Franceys and Sansom, 1999). Com um atual congelamento de
contratações para a maioria dos postos, contudo, a taxa está melhorando já que cerca de 200 funcionários se
aposentam a cada ano.
Menos ideal mas mais prático seria corrigir a agenda de expansão de cobertura ao mesmo
tempo permitindo que a concessionária tenha flexibilidade para escolher onde tais
expansões ocorrerão. Essa abordagem seria mais atrativa para potenciais licitantes, mas
provavelmente resultaria em um grande número de pobres continuando excluídos dos
serviços de água e saneamento da rede do Conselho por bastante tempo. Os líderes
políticos da cidade, que têm tolerado essa situação por muitos anos, têm agora incentivo
para mobilizar resistência ativa quando um operador privado assumir o Conselho?
Uma reunião com a equipe do Banco mundial que ajudará o Conselho na preparação para
sua estratégia de privatização é iminente, e Gopal precisa avaliar as três estratégias
rápido. A equipe de banco insiste que o Conselho enuncie uma estratégia clara para a entrega do
serviço para os pobres como parte dos esforços de privatização. Ele não tem estado feliz com o
histórico do Conselho até agora. Gopal percebe que sem uma estratégia verossímil, o banco vai
retirar seu apoio para o programa de privatização e a iniciativa certamente irá ceder. Gopal então
precisa rascunhar uma proposta “pró-pobres” que atenda completamente as preocupações do
banco.
Figura 1
Suprimento
Milhões de litros/dia
Demanda racionada
Fonte: HMWSSB
Figura 3: Organograma da HMWSSB
Diretor-Gerente
Chefe Geral
DIVISÃO
Vice gerente
SEÇÃO
geral
Gerente de
suprimento de
água e esgoto
CONSUMIDOR
Figura 4: dados dos consumidores da HMWSSB, 2000
Fontes coletivas
públicas Receitas
De água usada
Volume
Comércio /
Indústria
Doméstico
Fonte: HMWSSB
Suprimento
Receita
Transmissão
Distribuição
Figura 6
Outros O&M
Funcionários
Depreciação
Juros
Tabela 1
Patrimônio líquido
Contribuições do Governo de Andhra Pradesh:
Para patrimônio líquido dos ativos 14.439,92
Em dinheiro como grants-in-aid 44.220,65
Para reservas de melhoria 3,13
Menos: (Despesas-Renda) (3.381,19)
Total 55.282,51
Avarias:
Ativos fixos 57.351,86
Investimento 225,00
Dinheiro, débito devido 3.516,43
Passivos (LIC, HUDCO, empréstimos) (5.990,78)
Fonte: HMWSSB, 2002
Taxas de suprimento de serviço de água e esgoto, HMWSSB (2002)
(Todas as taxas em Rs.; US$=Rs. 48)
Taxas mensais de serviço
3
Para consumo mensal de ≤500 m Preços para caminhões pipa
3 3 3
Rs. 6/ m por ≤ 30 m 5.000 ≤ m : Rs. 250
3 3 3 3
Rs. 10/ m por ≤ 31 m ≤ 200 m 9.000 ≤ m : Rs. 360
3 3
Rs. 25/ m por > 200 m
Medição mensal de cobrança
3
Para consumo mensal de >500 m Por conexões de 15 mm (1/2”): Rs. 15
3
RS. 25/ m por todo consumo Por conexões de 20 mm (3/4”): Rs. 30
Por conexões de 25 mm (1”): Rs. 50
21
Cobranças mensais mínimas por serviço Para conexões maiores: Rs. 15 para cada 5 mm de
diâmetro
Por conexões de 15 mm (1/2”): Rs. 90
Por conexões de 20 mm (3/4”): Rs. 270 Cobranças mensais por serviço
(faturamento, coleta, etc.)
Por conexões de 25 mm (1”): Rs. 600 Rs. 6 por polegada de diâmetro de conexão
Por conexões de 40 mm (1,5”): Rs. 1.500
Por conexões de 50+ mm (2”): Rs. 3.200
21
Cobranças mensais mínimas por serviço são as cobranças para consumidores sem um medidor funcional.
Fonte: Adaptado de HMWSSB, 2001
Tabela 3