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NATAL/RN
2018
MIGUEL MAESTU ALMEIDA JÚNIOR
NATAL/RN
2018
MIGUEL MAESTU ALMEIDA JÚNIOR
Aprovado em:___/___/___
_____________________________________________________
(DGEO-CCET/UFRN-Orientador)
_____________________________________________________
(DGEO-CCET/UFRN)
_____________________________________________________
(PPGG/UFRN)
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus, ele quem me deu força e paz para que passos fossem
dados e está sempre comigo em todos os momentos.
Agradeço a minha família, que forneceram toda a base e apoio necessário para meu
crescimento pessoal e evolução académica, em especial a minha mãe, cujo apoio e motivação
nunca deixaram de ser dados e ao meu pai, que mesmo que longe, também deu seu apoio.
Agradeço aos amigos que fiz no GGEMMA este ano. Obrigado Andressa Lima, Arthur
Gerar, Carla Gabriela, Daniela Andrade, Fernando, Flávia Velanea, Jõao Paulo, Júnior, Thiago
Augusto, Úrsula Martin e Yoe Alain, pelas ótimas conversas e momentos descontraídos neste
último ano. Agradeço mais uma vez a Carla Gabriela pela paciência tida no desenvolver deste
trabalho, por todo o apoio fornecido durante esta última etapa do curso e pelas conversas
aleatórias durante os sábados e domingos no GGEMMA, acredito que eu não teria realizado
boa parte do que fiz se não fosse por você.
Castro, Diego Dominguéz e Pepe Bernárdez, apesar da distância e do tempo, sempre guardarei
um lugar especial no meu coração para cada um de vocês. Acredito que eu não teria me tornado
metade da pessoa que sou hoje se não fosse pelos anos de convivência com todos.
iv
RESUMO
ABSTRACT
The Barreirinhas Basin is located in the Brazilian Equatorial Margin. It was formed
during the opening of the Equatorial Atlantic in the Lower Cretaceous. The Basin was genereted
by a combined tectonic regime which are distension, responsible for the separation of the
supercontinent Gondwana during the Mesozoic, and shearering strain, influenced by the
Romanche Fracture zone. Barreirinhas basin had its exploratory beginning occurred in the
1960s, but due to the fact that this occurs unsatisfactorily the basin remained stigmatized. Its
studies have recently been resumed with the discovery of promising indication of oil and gas in
its conjugated margin in Africa, in the Oil Field of Jubilee. This study purpuses at the
construction of reliable geophysical and geological models, which represent the internal
architecture and the sedimentary filling of the emerged portion of the Barreirinhas Basin. For
this, the interpretation of two 2D seismic sections was integrated with information from five of
geophysical profiles of wells and gravimetric data. The seismic sections are arranged
perpendicular to each other and oriented in WNW-ESE and NNE-SSW directions, being
located in the central segment of the basin, north of the Sobradinho Fault Zone and south of the
coastline. The use of seismic attributes provided a significant highlight in both the seismic and
the structural features, thus evidencing the predominance of listric normal faults in the rifte
sequence and a later occurrence of trantensional kinematics, associated with a dextral
movement during separation of South America and Africa. In relation to the gravimetric data,
the qualitative analysis of its anomalies allowed the subdivision of the study area into three
main domains: D1, D2 and D3, it is associated to intercalations of meta-vulcano-sedimentary
rocks and ortho-derivative gneisses, to the internal geometry of the basin and the Moho Rise
toward the coastline. The quantitative interpretation of the gravimetric data, linked to the
seismic data previously analyzed, allowed to delimit in four subsurface units, being associated
to the Rifte and Drifte supersequence and crustal blocks of high and low density. The integration
of the geophysical information made possible the construction of a simplified geological model
of the emersed portion of the basin, as well as the inference of a Pinch out type geometry for
the depocenters.
Key Words: Seismic Attributes, 2D Gravity Modeling, Barreirinhas Basin, Sobradinho Fault
Zone, Romanche Fracture Zone.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.2: Mapa geológico da porção emersa da Bacia de Barreirinhas, com a localização das
linhas sísmicas e informações de poços empregados. ................................................................ 6
Figura 3.4: Análise dos perfis de raio gama, sônico, densidade e neutrônico na estipulação de
litologias....................................................................................................................................18
Figura 3.5: Representação esquemática dos modelos Dominó (A) e Dominó Soft (B)..............18
Figura 3.6: Estruturas associadas a falhas de transtração, estrutura em flor negativa (a) e a falhas
de transpressão, estruturas em flor positivas (b).........................................................................19
Figura 3.7: Padrões de terminações de refletores em Onlap, Toplap, Downlap e
Truncamento.............................................................................................................................20
Figura 3.8: Esquema dos padrões internos de reflexões que definem as fácies sísmicas.....................21
Figura 3.9: Correções Gravimétricas de elevação. Em (a), tem-se a correção Ar-Livre. Em (b),
a correção Bouguer. Em (c), a correção de Terreno ou Bouguer Completa...............................25
Figura 3.10: Determinação da geometria do corpo em profundidade mediante o ajuste entre a
anomalia gravitacional calculada e observada...........................................................................28
Figura 3.11: Análise dos perfis de raio gama, sônico, densidade e neutrônico na estipulação de
litologias....................................................................................................................................30
Figura 4.1: Fluxograma retratando os principais atributos utilizados nas etapas de interpretação
sísmica.......................................................................................................................................31
Figura 4.2: Seção sísmica correspondente à linha L0043, exibindo em (a) o dado sísmico
original; em (b) o atributo structural smooth com picagem de descontinuidades; em (c) a
remoção de ruído proporcionado pelo Remove Bias e por último, em (d) ocorre a representação
completa do atributo tecVA com descontinuidades evidenciadas..............................................33
vii
Figura 4.3: Seção sísmica correspondente à linha L0043, exibindo em (A) o dado sísmico
original com a paleta de cores Seismic default; e em (B) o atributo cosseno de fase instantânea
responsável por tornar mais evidente e energizada a continuidade dos refletores......................34
Figura 4.4: Representação simplificada da modelagem litológica realizada mediante a
interpretação dos perfis geofísicos compostos e o procedimento de correlação dos poços,
utilizado durante a etapa de delimitação dos horizontes sismo-estratigráficos...........................35
Figura 4.5: Mapa de anomalias gravimétricas Bouguer, indicando as porções Offshore e
Onshore da Bacia de Barreirinhas e o seu limite com a Bacia do Parnaíba.................................37
Figura 5.1: Interpretação sismoestrutural da linha L0043, com delimitação do embasamento e
principais falhas.........................................................................................................................39
Figura 5.2: Interpretação sismoestrutural da linha L0052, com delimitação do embasamento e
principais falhas.........................................................................................................................40
Figura 5.3: Seções sísmicas interpretadas das Linhas L0052 e L0043. A linha vermelha
representa o embasamento, as linhas azius as unidades sísmicas com correspondentes nos poços
e as linhas amarelas as sub-unidades delimitadas com base apenas na interpretação
sismoestratigráfica....................................................................................................................41
Figura 5.4: Mapa de anomalias Bouguer, com a delimitação da porção onshore da Bacia de
Barreirinhas e principais domínios gravimétricos.....................................................................44
Figura 5.5: Mapa de anomalias Bouguer da Bacia de Barreirinhas, evidenciando os perfis
gravimétricos L052E e L043N (azul) ao longo das linhas sísmicas L0052 e L0043 (negrito); e
a área correspondente ao modelo geológico a ser realizado (pontilhado)...................................45
Figura 5.6: Modelagem gravimétrica realizada sobre o perfil L43N. Em (A) o ajuste entre as
anomalias gravimétricas observada e calculada; em (B) a seção sísmica L0043 com a
demarcação do embasamento e a superfície correspondente à base da supersequência Drifte; e
em (C) o modelo gravimétrico final, vinculado pela seção sísmica em (B)...............................47
Figura 5.7: Modelagem gravimétrica realizada sobre o perfil L52E. Em (A) o ajuste entre as
anomalias gravimétricas observada e calculada; em (B) a seção sísmica L0052 com a
demarcação do embasamento e a superfície correspondente à base da supersequência Drifte; e
em (C) o modelo gravimétrico final, vinculado pela seção sísmica em (B)..............................48
Figura 5.8: Mapa do topo do Embasamento da porção emersa da Bacia de Barreirinhas (em
tempo duplo de percurso)..........................................................................................................50
Figura 5.9: Representação dos seis horizontes estratigráficos, interceptados pelas linhas
sísmicas L0043 e L0052............................................................................................................51
Figura 5.10: Modelo geológico simplificado representativo da porção emersa da Bacia de
Barreirinhas...............................................................................................................................51
Figura 5.11: Modelo geológico representativo da porção emersa da Bacia de Barreirinhas,
interceptado pelas linhas sísmicas L0043 e L0052 (a) e corte realizado sob a linha L0043 (b).52
viii
SUMÁRIO
Agradecimentos.......................................................................................................................... i
Resumo..................................................................................................................................... iii
Abstract..................................................................................................................................... iv
Lista de Figuras.......................................................................................................................... v
CAPÍTULO 1-INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1
1.1 Apresentação e Objetivos.............................................................................................. 1
1.2 Justificativa do Tema e Problemática Abordada........................................................... 1
1.3 Metodologia................................................................................................................. 2
1.3.1 Pesquisa Bibliográfica e Banco de Dados Geofísicos................................................. 3
1.3.2 Análise dos Perfis Geofísicos de Poços........................................................................4
1.3.3 Geração da Curva Tempo x Profundidade ....................................................................4
1.3.4 Análise de Atributos Sísmicos.......................................................................................4
1.3.5 Interpretação Sismo-Estrutural e –Estratigráfica...........................................................4
1.3.6 Interpretação Gravimétrica Qualitativa..........................................................................4
1.3.7 Interpretação Gravimétrica Quantitativa.........................................................................5
1.3.8 Modelagem Geológica....................................................................................................5
1.4 Localização da Área de Estudo....................................................................................5
CAPÍTULO 2 – GEOLOGIA REGIONAL............................................................................6
2.1 Introdução......................................................................................................................6
2.2 Arcabouço Geológico....................................................................................................6
2.2.1 Embasamento da Bacia de Barreirinhas..........................................................................7
2.2.2 Grupo Canárias................................................................................................................8
2.2.3 Grupo Caju................................................ .....................................................................9
2.2.4 Grupo Humberto de Campos.........................................................................................10
2.2.5 Formação Pirabas e Formação Barreiras.......................................................................10
2.3 Evolução Tectônica e Arcabouço Estrutural............................................................11
CAPÍTULO 3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................13
3.1 O Método Sísmico........................................................................................................13
3.1.1 Interpretação Sismoestrutural........................................................................................17
3.1.2 Interpretação Sismoestratigráfica..................................................................................19
3.2 O Método Gravimétrico..............................................................................................22
3.2.1 Correções Gravimétricas...............................................................................................23
ix
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO
A evolução das bacias sedimentares, de acordo com as ideias expostas por McKenzie
(1978), em seus estudos realizados nas proximidades do Mar no Norte, explicam que a
deposição sedimentar em regimes divergentes podem ser explicados mediante o entendimento
dos movimentos das placas tectônicas e por modelos térmicos. Segundo Lopes et al. (2018),
ambas as ideias pregam que o preceito para a evolução de uma bacia do tipo rifte ou margem
passiva, são a ascensão da Moho devido ao aumento de pressão ocasionada pelo aporte
sedimentar e o relaxamento térmico associado à subsidência termal.
Este é o caso da Bacia de Barreirinhas, a qual é reconhecida como uma das principais
bacias pertencentes à Margem Equatorial Brasileira. Do tipo Margem Passiva, esta compreende
uma porção Onshore, limitada a Sul, pelo Arco de Ferrer e a Norte pela linha de costa e uma
porção Offshore estendendo-se desde a linha de costa até alto mar (PAMPLONA, 1969;
MOHRIAK, 2003).
2
Soares Júnior et al. (2008) datam sua gênese do período Aptiano (125 Ma), associada à
separação do supercontinente Gondwana, mais precisamente aos seus efeitos. Estes
possibilitaram o entendimento da Bacia de Barreirinhas como uma bacia de geometria rômbicas
com estruturas distensionais, cuja gênese encontra-se associada a regimes de transtração;
gerados pela interação do o regime divergente presente no período de rifteamento e a
movimentação dextral associada à projeção em crosta continental da Zona de Fratura Romanche
(AZEVEDO, 1991; TROSDTORF JÚNIOR et al., 2007; TAVARES, 2017).
Dessa maneira, devido ao fato das descobertas terem sido realizadas há pouco tempo e
ter-se pouco conhecimento sobre o arcabouço da Bacia de Barreirinhas, torna-se necessária a
elaboração, através da interpretação de dados geofísicos, de modelos geológicos que
representem fielmente a influência da evolução tectono-deposicional sobre os sistemas
petrolíferos em tal bacia, com intuito de comprovar a existência de depósitos de óleo e gás,
assim como na sua semelhante em Gana e Costa de Marfim. Possibilitando também, de forma
adicional, um melhor reconhecimento e compressão em âmbitos não só exploratórios, como
também geológicos em bacias com gênese semelhante (margem passiva).
1.3 Metodologia
O segundo tópico teve como finalidade a análise dos perfis geofísicos de Densidade,
Neutrônio, Raio Gama e Sônico referentes a cinco poços disponibilizados pela ANP. Os
registros contínuos dos três primeiros perfis foram empregados na modelagem litológica da
4
bacia no local onde o poço foi perfurado, permitindo assim, a utilização desta como ferramenta
essencial na distinção e delimitação de horizontes sísmicos.
Na última etapa do trabalho, a prévia interpretação dos dados geofísicos permitiu, por
meio de softwares específicos de modelagem, a correlação multidisciplinar entre horizontes
sísmicos e dados de poços, produzindo mapas geológicos em profundidade, cuja integração
possibilitou a criação de um modelo simplificado representativo da deposição estratal existente
na Bacia de Barreirinhas ao longo da sua evolução temporal.
Figura 1.2: Mapa geológico da porção emersa da Bacia de Barreirinhas, com a localização das linhas
sísmicas e informações de poços empregados.
2.1 Introdução
A Bacia de Barreirinhas é caracterizada como sendo uma das cinco bacias que integram
a margem equatorial brasileira. Soares Júnior et al. (2008) datam sua gênese do período Aptiano
e afirma que esta desenvolveu uma porção onshore e outra offshore durante seu assentamento
sobre a Bacia do Parnaíba, visto que, os mesmos elementos da coluna estratigráfica desta última
são encontrados na Bacia de Barreirinhas (Figura 2.1).
gerados por uma movimentação dextral e projeção em crosta continental da Zona de Fratura
Romanche (AZEVEDO, 1991).
O Cráton São Luís é descrito por Almeida et al. (1976) e Almeida e Hasui (1984) como
sendo uma unidade arqueana de direção NNE, que apresentou modificação crustal ao longo do
Paleoproterozoico. Nesta identificam-se conjuntos de supracrustais metavulcano-sedimentares
e granitogênese de origem calcio-alcalina a peraluminosos pertencentes às unidades
geotectônicas do Grupo Aurizona, Suíte Intrusiva Tromaí, Granito Areal e Suíte Intrusiva
Tracateua (VEIGA JÚNIOR et al., 2000).
A Faixa Móvel Gurupi, também conhecida como Cinturão Gurupi, apresenta gênese
colisional atrelada ao choque entre as rochas que compõe o Cráton São Luís, e um pseudo-
continente Arqueano (KLEIN e MOURA, 2003). Após essa etapa, ocorreram mais dois
processos responsáveis pela orientação na direção SSW e modelagem atual do cinturão.
Definido por Pamplona (1969) como fase inferior e essencialmente terrígena do período
de deposição Cretácea, o Grupo Canárias representa o pacote de transição entre a deposição dos
sedimentos Pré-cretáceos referentes à Bacia do Parnaíba e a seção carbonática do Grupo Caju.
Sendo assim, posteriormente, por meio da lito- e bioestratigrafia, Pamplona (1969), Figueiredo
et al. (1983) e Feijó (1994) dividiram este Grupo em quatro formações: Arpoador, Bom Gosto,
Tutóia e Barro Duro.
Regali et al. (1985) e Feijó (1994) estimam a idade Neoalbiana do Grupo Caju e definem
as litologias da Formação Bonfim e Preguiças como sendo compostas, respectivamente, por
calcarenitos bioclásticos e calcilutitos, associados estes, a ambientes deposicionais neríticos de
alta e baixa energia. De maneira semelhante, Trodstorf Júnior et al. (2007), descrevem
litologicamente a Formação Periá pela presença de folhelhos com calcarenitos subornidados,
associados a uma natureza de sedimentação marinha rasa.
De acordo com Soares Júnior et al. (2008), estas formações se integram lateralmente
formando um pacote depositado por um único sistema em ambientes marinhos, do nerítico ao
abissal. No que se refere à Formação Areinhas, esta compreende clastos grossos depositados na
zona nerítica. A Formação Ilha de Santana caracteriza-se pela presença de carbonatos de alta
energia, os quais também são depositados no mesmo ambiente. Enquanto que, a Formação
Travosas, diferentemente das outras duas, possui folhelhos escuros e arenitos finos depositados
mais profundamente, na zona abissal (TROSDTORF JÚNIOR et al., 2007).
Por seguinte, tem-se o estágio Sinrifte, o qual por meio de um aumento na subsidência
mecânica gerada por intensos falhamentos normais dispostos em padrão backstepping e direção
preferencial Oeste-Sudoeste (TROSDTORF JÚNIOR et al., 2007). De acordo com as ideias de
Milani et al. (2007) e Soares Júnior et al. (2011), esta segunda etapa caracterizou-se pela
expansão da bacia associada à nucleação das descontinuidades em grandes falhas transcorrentes
que foram ativadas e reativadas durante todo o período de separação dos continentes africano e
sul-americano. Segundo Szatmari (1987), tal procedimento influenciou fortemente o estilo
estrutural da bacia, resultando na gênese de blocos falhados e rotacionados, com grandes
depocentros relacionados a grábens rômbicos (Figura 2.2).
Por meio de estudos da atividade termal, de esforços tectônicos e até mesmo os tipos de
falhas atuantes na região, Pamplona (1969) associou todos esses fatores às quatro etapas
anteriores, caracterizando esta região como consequência de um complexo processo de
cinemática transformante. A forte deformação gerada pela extensão da Zona de Fratura
Romanche no extremo nordeste da bacia e na região oriental durante a fase rifte, possibilitou o
desenvolvimento de vários dobramentos em échelon e formação de arcos anticlinais (ZALÁN
et al., 2004). Dando continuidade a esses estudos, Woodcock e Fischer (1986) confirmaram a
geometria transtensional na região oeste da bacia. Por meio da retratação da natureza estrutural
da bacia, compreendida por falhas normais paralelas e lístricas de direções WNW-ESE e NW-
SE, pôde‐se definir assim um sistema distensivo cortado por falhas transcorrentes mais recentes
com orientação NE-SW (PAMPLONA, 1969; WOODCOCK e FISHER, 1986; ZALÁN et al.,
2004).
𝒁 = 𝝂 ∗ 𝝆𝒂 (3.1)
Durante sua propagação em subsuperfície, como pode ser visto na Figura 3.1, os pacotes
de energia liberados por um pulso sísmico podem desenvolver três diferentes trajetórias: Onda
Direta (OD), Onda Refletida (OR) e Onda Refratada (OR’). Os fatores que determinam a
quantidade de energia que irá propagar-se de uma maneira ou de outra encontram-se
diretamente relacionados aos contrastes de impedância acústica entre dois meios, sendo estes
conhecidos como coeficientes de Reflexão e Refração.
𝑨𝟏 𝒁𝟐 −𝒁𝟏
𝑹= = (3.2)
𝑨𝟎 𝒁𝟐 +𝒁𝟏
No instante em que a energia sísmica atinge uma dada interface, com diferentes
propriedades físicas, possibilitando a existência de um contraste de impedância entre os dois
meios, esta tem sua trajetória alterada. Como introduzido anteriormente, a depender dos valores
assumidos para o coeficiente de reflexão, a energia presente no pulso sísmico poderá sofrer
reflexão (R = 1), retornando para a superfície ou uma camada anterior, refração (R = 0),
prosseguindo para a camada seguinte ou até apresentar coeficiente de reflexão diferente de 0
ou 1, resultando na propagação simultânea das duas anteriores (Figura 3.1).
Após o pulso ser emitido e sofrer reflexão (Onda Refletida), este retornará para a
superfície e será registrado por uma série de receptores (hidrofones ou geofones), responsáveis
estes, por armazenar informações das amplitudes das ondas em intervalos de tempo regulares
(SIMM e BACON, 2014). Dessa maneira, entende-se que o método sísmico é fundamentado
na medição dos tempos duplos referentes aos trajetos realizados pela energia oriunda da fonte
sísmica ao longo de diferentes distâncias e trajetórias (KEAREY, 2009).
O produto final desta etapa de aquisição é o dado registrado pelo receptor, o qual
denomina-se de traço sísmico. Este é definido como a representação gráfica das amplitudes e
dos tempos de percurso da onda em cada um dos receptores após a sua emissão na fonte. Que
de acordo com as ideias de Simm e Bacon (2014), pode ser obtido por meio da adição de ruído
à resposta da convolução do pulso sísmico com a função refletividade (Figura 3.2).
16
Figura 3.3: Esquematização das influências dos esforços máximos (𝜎1 ), intermediários (𝜎2 ) e mínimos
(𝜎3 ) aplicados em blocos. Em (A) regime compressional e aparecimento de falhas reversas. Em (B)
regime distensional e falhamentos normais. E em (C), tem-se falhas direcionais, resultado estas de uma
compressão máxima perpendicular aos eixos intermediário e mínimo.
Os Nappes de cavalgamento são definidos por Duarte (2011) como estruturas de baixo
ângulo, limitadas por uma superfície livre e uma falha mestra, cuja movimentação do topo em
relação à base dá-se seguindo a linha de maior mergulho. Diferentemente dos Nappes, a
estrutura Duplex encontra-se limitada em topo e em base por falhas mestras.
Figura 3.4: Estruturas associadas a falhas contracionais. Em (a) tem-se a presença de Nappes e em (b)
estruturas denominadas de Duplex.
Figura 3.5: Representação esquemática dos modelos Dominó (A) e Dominó Soft (B).
Por último, o regime cisalhante (Figura 3.3c) reflete os efeitos de uma compressão
máxima (𝜎1 ) perpendicular aos eixos intermediário (𝜎2 ) e mínimo (𝜎3 ), ocasionando o
surgimento de falhas direcionais. As quais, através do acréscimo das componentes
contracionais e distensionais possibilita sua subdivisão em falhas de transpressão e transtração.
Figura 3.6: Estruturas associadas a falhas de transtração, estrutura em flor negativa (a) e a falhas de
transpressão, estruturas em flor positivas (b).
forma concordante, onde seu limite de sequência pode ser identificado através das relações de
terminação desses refletores, os quais ocorrem em Toplap, Baselap (Onlap e Downlap) e
Truncamento (Figura 3.7).
Outros autores como Zarauza (1977) e Posamentier et al. (1988) associaram os diversos
padrões de reflexões das estratificações a mudanças climáticas e de estações, variação da
energia de correntes, assim como também à subsidência tectônica e variação dos níveis do mar
21
(eustasia). Tais padrões de reflexão das fácies sísmicas podem ser evidenciados de forma
esquemática na Figura 3.8.
Figura 3.8: Esquema dos padrões internos de reflexões que definem as fácies sísmicas.
Conforme as ideias de Severiano Ribeiro (2001), cada uma dessas configurações podem
ser compreendidas com base no sistema deposicional gerador e ambiente de deposição:
Por meio da correlação das características das configurações oblígua e sigmoidal surge
o complexo sigmoidal-oblíquo. Este retrata uma situação intermediária entre as duas citadas,
caracterizando um ambiente de alta energia, com alternância entre processos bypass e
construtivos.
Dando seguimento à classe anterior tem-se a configuração caótica. Esta é formada por
um padrão de refletores discordantes e descontínuos, associados a um possível ambiente de alta
energia deposicional ou de deformações posteriores à essa deposição. A configuração caótica
apresenta grande funcionalidade no quesito de delimitação de zonas de fraqueza da rocha ou
estruturas de escorregamento.
A Gravimetria tem como base as ideias propostas por Newton sobre a gravitação, as
quais explanam que a força atrativa atuante entre um corpo de massa 𝑚2 e um sólido massivo
de massa M e raio R, pode ser obtida através da razão entre o produto da constante gravitacional
(G) com as massas e o quadrado das suas respectivas distâncias entre os corpos (Equação 3.3):
𝑮𝑴𝒎𝟐
𝑭= (3.3)
𝑹𝟐
23
Por meio de manipulações na equação anterior, e considerando que a relação entre força
e massa pode ser estabelecida através da influência de uma aceleração, principiou-se a Equação
3.4, a qual afirma que a força peso de um corpo de massa 𝑚2 atuando sobre a Terra é definida
pelo produto da massa do mesmo e a aceleração gravitacional (LOWRIE, 2007).
𝑭 = 𝒎𝟐 𝒈 (3.4)
Com o tempo, a gravidade medida em um ponto fixo varia em função dos efeitos
gravitacionais associados a movimentos orbitais de corpos celestes próximos (Lua e Sol). Tais
efeitos tornam-se visíveis diariamente através de variações eustáticas do nível do mar,
resultando em alterações no centro de massa da Terra por meio de mudanças na elevação de um
ponto observado (KEAREY, 2009). Com intuito de remover todos os efeitos citados
anteriormente, faz-se uso da etapa denominada de correção de Maré. Sua realização é necessária
quando os levantamentos gravimétricos são realizados sob uma plataforma em movimento, que
24
a depender da direção, pode gerar uma aceleração centrípeta que influenciará positiva ou
negativamente os valores do 𝑔𝑜𝑏𝑠 (KEAREY, 2009). Sendo assim, a correção Eötvös (𝑔𝐸 )
aplica-se com a finalidade de retificar a influência da movimentação do veículo (Equação 3.5)
No que diz respeito à correção realizada em estações que possuem diferentes elevações,
esta pode ser dividida em três etapas: Correção Ar-Livre, Bouguer e Terreno.
Bouguer, desconsidera a aproximação realizada sobre a topografia ser plana nas proximidades
da estação gravimétrica, considerando-a com a sua real morfologia (Equação 3.8):
Figura 3.9: orreções Gravimétricas de elevação. Em (a), tem-se a correção Ar-Livre. Em (b), a
correção Bouguer. Em (c), a correção de Terreno ou Bouguer Completa.
onde ∆𝑔𝑖 representa a componente residual da anomalia Boguer, 𝑔𝑜𝑏𝑠 o valor da gravidade
medida, 𝑔𝐴𝐿 o valor da correção Ar-Livre, 𝑔𝑠𝑏 o valor da correção Bouguer, 𝑔𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 o valor
corrigido de latitude e fornecido pela Rede Internacional de Padronização da gravidade,
𝑔𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 a correção de terreno e como último termo tem-se o 𝑔𝑖 , que retrata as anomalias
Bouguer regionais.
3.2.2.2 Inversão
3.10). Tal grandeza tem sua estipulação por meio da determinação das espessuras dos prismas
verticais sobrepostos.
∆𝛒 (𝐳) = 𝐚𝟎 + 𝐚𝟏 𝐳 + 𝐚𝟐 𝐳 𝟐 (3.10)
Caso o procedimento acima não se mostre satisfatório, reiteradas interações devem ser
realizadas visando a correspondência e uma maior similaridade entre as anomalias do modelo
assumido e o real (Figura 3.10).
28
Figura 3.10: Determinação da geometria do corpo em profundidade mediante o ajuste entre a anomalia
gravitacional calculada e observada.
3.3.1 Introdução
3.3.2 Densidade
De acordo com Nery (2013), o perfil de densidade ou “Density log” consiste num
registro continuo das variações de densidade em relação à mudança das propriedades físicas do
meio em profundidade. Geologicamente falando, as ideias expostas por Rider (1986), retratam
que a densidade do meio se encontra diretamente atrelada ao volume dos poros presente nas
rochas, obedecendo a tendência de que, quanto maior o volume de fluidos presente no meio,
menor será a sua densidade. Sendo assim, o perfil de densidade emprega-se quantitativamente
com o intuito de estimar a porosidade e qualitativamente como indicador de litologias.
29
3.3.3 Sônico
Semelhante ao de densidade, o perfil sônico também promove o registro contínuo de
uma grandeza em profundidade. Tal registro, conforme Rider (1986), estima o tempo que uma
onda sonora tarda para atravessar uma determinada formação. Devido ao fato de apresentar o
comportamento inverso que o perfil de densidade quando se trata de aspectos texturais, o perfil
sônico auxilia igualmente no cálculo da porosidade, tornando-se indicativo de fluidos e zonas
de fraturas (ROSA, 2006).
Como consequência das informações extraídas mediante a análise do perfil sônico tem-
se a obtenção da velocidade intervalar entre os topos das camadas e de maneira complementar
a curva tempo x profundidade (LOPES, 2018). A finalidade desta, conforme Rider (1986),
consiste em auxiliar a etapa de interpretação, visto que promove a conversão tempo duplo
(TWT) em profundidade, outorgando à sísmica um significado geológico direto.
3.3.5 Neutrônico
Conforme Nery (2013), o perfil neutrônico, diferentemente do perfil gama, representa
um registro contínuo de radioatividade induzida artificialmente mediante o bombardeio de
nêutrons. Devido à influência do hidrogênio no espalhamento deste último, e considerando o
fato de que quanto maior a porosidade maior o conteúdo de hidrogênio, o perfil Neutrônico
torna-se indicativo de porosidade. De maneira a tornar essa delimitação mais eficiente, o
método de correlação do perfil de densidade com o Neutrônico (NPHI) torna-se bastante
utilizado (RIDER, 1986).
30
Figura 3.11: Análise dos perfis de raio gama, sônico, densidade e neutrônico na estipulação de
litologias.
4. 2 Atributos Sísmicos
Figura 4.1: Fluxograma retratando os principais atributos utilizados nas etapas de interpretação
sísmica.
Outra ferramenta que deve ser salientada faz referência à seleção do espectro de cores,
cuja aplicabilidade encontra-se diretamente relacionada com o atributo sísmico em análise.
Balch (1971) tornou-se o pioneiro em defender tal teoria e afirmou que as cores estariam
diretamente relacionas com o espectro de frenquência das wavelets. Propondo que variações de
impedância e feições estruturais poderiam ser evidenciadas em seções através de mudanças na
coloração e assinaturas espectrais específicas.
Neste trabalho, foram utilizados principalmente dois dos disversos espectros de cores
disponíveis no PETREL. O primeiro deles, Seismic (default), empregou-se sobretudo na análise
das polaridades do dado sísmico sobre o atributo Remove Bias proporcionando uma melhor
visualização da continuidade dos refletores. Já o segundo, Black-Grey-White, utilizou-se com
o intuito de maximizar a visualização de descontinuidades existentes no dado a partir da
sobreposição dos atributos de Structural Smooth, RMS Amplitude, Remove Bias e Phase Shift,
o qual Bulhões e Amorim (2005) denominaram de técnica Volume de Amplitudes (tecVA).
Pode ser entendida como uma etapa prévia de condicionamento do dado sísmico antes
do uso do tecVA. Segundo SCHLUMBERGER (2015), o atributo Structural Smooth
proporciona um incremento do sinal, mediante a retirada de ruídos e suavização do dado
utilizando médias locais (Figura 4.2b). No entanto, o seu principal efeito dá-se na melhor
delimitação de descontinuidades e maior continuidade das camadas sem sacrificar a resolução
vertical do dado.
𝑀
𝑖+ ⁄2
𝑋̅𝑅𝑀𝑆 = √∑𝑗=𝑖−𝑀 𝑋 2𝑗 (3.13)
⁄ 2
Por meio da aplicação deste atributo, pôde-se evidenciar que o mesmo tornou-se
indicativo de variações significativas na densidade do meio adjacente através da delimitação de
pontos brilhantes (bright spots) e consequentemente mudanças litológicas.
Após o dado original passar pelo atributo de Amplitude RMS e permanecer com os
maiores valores de amplitudes evidenciados aplicou-se sobre o mesmo o segundo atributo
mencioando anteriormente. Conforme Duarte (2011), o termo bias entende-se a uma tendência
negativa sobre um determinado dado. Sendo assim, a função do atributo Remove Bias consiste
na remoção de sinais indesejados (ruídos) podendo ser associadas à etapa de processamento ou
respostas geológicas sem interesse (Figura 4.2c).
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
X RMS−90°i = H −1 { ̅̅̅̅̅̅̅
XRMSi } (3.14)
Figura 4.2: Seção sísmica correspondente à linha L0043, exibindo em (a) o dado sísmico original; em
(b) o atributo structural smooth com picagem de descontinuidades; em (c) a remoção de ruído
proporcionado pelo Remove Bias e por último, em (d) ocorre a representação completa do atributo
tecVA com descontinuidades evidenciadas.
De acordo com as ideias explanadas por Taner et al. (1979), o traço sísmico nada mais
é do que o produto entre uma componente real e imaginária, cuja análise permite individualizar
características instantâneas como amplitude e fase. O atributo de cosseno de fase instantânea,
34
Figura 4.3: Seção sísmica correspondente à linha L0043, exibindo em (A) o dado sísmico original com
a paleta de cores Seismic default; e em (B) o atributo cosseno de fase instantânea responsável por
tornar mais evidente e energizada a continuidade dos refletores.
Figura 4.4: Representação simplificada da modelagem litológica realizada mediante a interpretação dos perfis geofísicos compostos e o procedimento de
Figura 4.5: Mapa de anomalias gravimétricas Bouguer, indicando as porções Offshore e Onshore da
Bacia de Barreirinhas e o seu limite com a Bacia do Parnaíba.
A influência destas falhas, de rejeito normal, juntamente com suas naturezas sintéticas
e antitéticas produzem um grande basculamento regional dos estratos sedimentares presentes
ao longo de toda a área estudada. Como consequência, um espesso pacote sedimentar foi
gerado, atingindo profundidades de até 4000 ms A base da sequência sedimentar foi inserida
com auxílio da modelagem gravimétrica, visto que os poços não atingem o embasamento local.
39
Fonte: Autor
De maneira semelhante à seção anterior, devido ao fato das linhas sísmicas estarem se
interceptando, um comportamento semelhante é esperado para ambas. Sendo assim, na linha
L0052, torna-se evidente a visualização de falhas lístricas, com componente de rejeito predo-
minantemente normal e com traços verticais a sub-verticais (Figura 5.2).
Ainda sobre esta linha, devido ao fato da sua disposição dar-se perpendicular à ZFS
extensos falhamentos normais sintéticos dispostos seguindo uma direção preferencial NNE ‐
SSW são demarcados, sendo responsáveis pela delimitação da principal estrutura presente na
mesma, um gráben rômbico rotacionado, com um depocentro central, atingindo uma
profundidade máxima de 3800ms.
40
Como evidenciado na linha L0043 (Figura 5.1), a mudança de regime tectônico torna-
se presente para as porções mais superficiais, sendo caracterizado pelo aparecimento de um
mecanismo de cisalhamento e retratado sismicamente por meio do aparecimento de estruturas
em flor negativas, caracterizando assim o regime de transtração atuante.
Figura 5.2: Interpretação sismoestrutural realizada sob a linha L0052 com discriminação do embasa‐
mento e principais estruturas.
No âmbito regional, é possível inferir mediante a análise das duas linhas sísmicas
interpretadas, uma distribuição equilibrada entre a presença de falhamentos normais sintéticos
associados à Zona de Falha de Sobradinho e antitéticos com relação direta à proximidade da
linha de costa, mais precisamente com o afinamento crustal característico de tais regiões.
empoço foram retratadas em tom de azul, onde da base para o topo tem‐se Embasamento
(Horizonte 1), Formação Bom Gosto, Formação Tutóia, Formação Barro Duro, Formação Pería
e Formação Bonfim (Horizontes 2 a 6). Na Figura 5.3 encontra-se retratado a extrapolação de
cada um dos horizontes sísmicos demarcados entre as duas linhas interpretadas.
Figura 5.3: Seções sísmicas interpretadas das Linhas L0052 e L0043. A linha vermelha representa o
embasamento, as linhas azius as unidades sísmicas com correspondentes nos poços e as linhas amarelas
as sub-unidades delimitadas com base apenas na interpretação sismoestratigráfica.
L0043
2
L 005 0
5 km
como a S1 apresenta falhas de rejeito normal com naturezas sintéticas e antitéticas, com
basculamento da região central até 3.0 s e afinamento nos seus limites laterais com 2.5 s. A
análise dos seus refletores permite discriminar uma natureza de sismofácie subparalela contínua
e altas amplitudes, as quais sugerem uma alternância textural entre arenitos e folhelhos, típicos
de ambientes plataformais.
A Sequência III (S3), assim como a S2 é um pacote pouco espesso, limitado na base
pela superfície limítrofe da S2 e pela Formação Barro Duro (Horizonte 4) na porção superior.
Esta sequência é identificada nos perfis geofísicos através de variações frequentes na contagem
de radioelementos e densidade de elevados valores de porosidade e baixa densidade. Do mesmo
modo que na S2, o estudo dos seus refletores possibilita a distinção de uma natureza de
sismofácie paralela/subparalela contínua com altas amplitudes. Esta unidade tectono-
sedimentar não apresentou falhamentos significativos, sendo sua deposição controlada
prioritariamente pelos falha de borda, atribuindo a tal unidade profundidade máxima na porção
central de 2.4 s e nos seus limites laterais de 2.1 s. A análise das informações anteriores sugerem
uma natureza de sedimentação característica de intercalações litológicas entre arenitos e
folhelhos.
identificados (Figura 5.4). Na porção leste, limitados pela Zona de Falhas de Sobradinho entre
as bacias de Barrerinhas e do Parnaíba evidencia-se o Domínio D1, representado por uma ampla
faixa de anomalias positivas com tendência preferencial E-W e vergência para NE-SW, na
porção leste da área de estudo. Seu caráter positivo é relacionado ao embasamento cristalino
mais raso na borda falhada da Bacia de Barreirinhas, recoberto por rochas sedimentares da
Bacia do Parnaíba e sedimentos recentes. O embasamento é composto por intercalações de
gnaisses ortoderivados com rochas metassedimentares e metavulcano-sedimentares
correspondentes ao Domínio Gurupi (PALHETA, 2001; KLEIN et al., 2005).
Figura 5.4: Mapa de anomalias Bouguer, com a delimitação da porção onshore da Bacia de Barrei‐
rinhas e principais domínios gravimétricos.
A parte centro-norte da área é dominada por um extenso mínimo gravimétrico (até -32
mGal), com orientação NW-SE e inflexão para NE-SW no seu limite leste, caracterizando o
Domínio D2. De localização central e de ocorrência paralela à linha de costa seguindo uma
direção preferencial NW-SE, este caracteriza-se por assumir os menores valores de amplitudes
encontradas na Bacia de Barreirinhas. Deste modo, e partindo do princípio que anomalias
negativas se apresentam diretamente associadas com aumento do pacote sedimentar ou
diminuição da densidade das rochas especula-se a existência de uma série de grábens profundos,
confirmando, dessa maneira, as ideias propostas por Azevedo (1986), bem como a interpretação
das seções sísmicas da Figura 5.3.
45
Por último, o Domínio D3 foi definido no extremo NW da área, marcado por anomalias
suaves com amplitudes intermediárias (~-18 mGal). O aumento das amplitudes em relação ao
Domínio 2 indica o limite norte do rifte central da porção emersa, com diminuição da espessura
do pacote sedimentar sobre um alto estrutural do embasamento cristalino.
Figura 5.5: Mapa de anomalias Bouguer da Bacia de Barreirinhas, evidenciando os perfis gravimé ‐
tricos L052E e L043N (azul) ao longo das linhas sísmicas L0052 e L0043 (negrito); e a área corres ‐
pondente ao modelo geológico a ser realizado (pontilhado).
Com base nos perfis geofísicos dos cinco poços distribuídos na área, as velocidades e
densidades das principais unidades presentes foram definidas e sintetizadas na Tabela 5.1. As
médias das velocidades e densidades foram estimadas através das informações derivadas do
46
A geometria interna da bacia foi definida pela interpretação sísmica e não foi modificada
durante a modelagem gravimétrica. Porém, para ajustar a anomalia calculada foi necessário
incluir variações de densidade no embasamento. Neste sentido, dois blocos crustais foram
inseridos no modelo gravimétrico (Figuras 5.6 e 5.7). O Bloco Crustal de Baixa Densidade
(BBD) exibe valores de densidade de 2630 kg/m³, provavelmente associado a rochas
metamórficas de médio a alto grau da Faixa Móvel Gurupi. Esta unidade precambriana é
constituída por intercalações de gnaisses ortoderivados com rochas metassedimentares (Klein
et al., 2005). O Bloco BBD apresenta-se como o principal arcabouço estrutural do rifte da Bacia
de Barreirinhas e ocorre sobreposto a um bloco mais profundo e denso (BAD).
O Bloco Crustal de Alta Densidade (BAD) ocorre em uma faixa central de direção NE-
SW na porção emersa da bacia. Nesta região, este encontra-se diretamente capeado pelo pacote
sedimentar (Figura 5.6), bem como para norte na direção da linha de costa (Figura 5.7). Este
bloco apresenta um valor de densidade elevado quando comparado com o BBD, com um
contraste médio de +190 kg/m³, podendo corresponder ao embasamento paleoproterozoico da
47
Faixa Gurupi. O limite estrutural dos dois blocos crustais parece ser delimitado pela Zona de
Falhas de Sobradinho (Figura 5.4).
Figura 5.6: Modelagem gravimétrica realizada sobre o perfil L43N. Em (A) o ajuste entre as anomalias
gravimétricas observada e calculada; em (B) a seção sísmica L0043 com a demarcação do embasamento
e a superfície correspondente à base da supersequência Drifte; e em (C) o modelo gravimétrico final,
vinculado pela seção sísmica em (B).
Figura 5.7: Modelagem gravimétrica realizada sobre o perfil L52E. Em (A) o ajuste entre as anomalias
gravimétricas observada e calculada; em (B) a seção sísmica L0052 com a demarcação do embasamento
e a superfície correspondente à base da supersequência Drifte; e em (C) o modelo gravimétrico final,
vinculado pela seção sísmica em (B).
sedimentar tem seu início marcado pelo topo do embasamento no Albiano, e limiar na ruptura
continental, sendo caracterizado na modelagem gravimétrica por apresentar profundidade
máxima de 4.5 s e espessura variando entre 2.0 e 4.5 km, sendo litologicamente representada
por uma sedimentação siliciclástica com intercalações de arenitos e folhelhos, o que acaba por
inferir a esta unidade tectonossedimentar uma densidade média de 2465 kg/m³.
Por último, a unidade mais superficial, a Supersequência Drifte, tem seu início e fim
marcados pelo aparecimento do mar restrito, durante a separação transtensional dos continentes
americano e africano, e o período atual, respectivamente. Através da análise das anomalias
gravitacionais geradas, inferiu-se para o referido pacote profundidades em torno de 2.0 s e
espessuras de 3.0 km, com valores de densidade média da ordem de 2570 kg/m³, sendo este
associado a uma sedimentação mais profunda de natureza carbonática, representado em toda a
área por intercalações de calcarenitos, calcilutitos e margas. Superficialmente, nota-se a
existência de sedimentação recente caracterizada por meio da visualização de depósitos eólicos
e uma sedimentação arenosa (TRODSTORF JÚNIOR et al., 2007).
De maneira geral, a técnica de modelagem aplica-se para dados sísmicos 3D, porém, na
ausência destes, realizou-se por meio da interpretação de dados geofísicos. Estes consistem na
integração de dados sísmicos 2D, de perfis compostos, e com a finalidade de tornar mais preciso
tal processo o mapa de anomalias Bouguer é adotado como tendência para estipulação das
unidades tectonossedimentares, assim como também na delimitação do embasamento.
Um modelo geológico de dados reais da área foi criado seguindo a rotina de trabalho
descrita por Reyes-Pérez (2008), a qual pode ser subdida em duas principais etapas: A primeira
delas consiste na elaboração de superfícies em profundidade. Para isso, os horizontes
sismoestratigráficos 2D, retratados nos poços e nas seções sísmicas, referentes aos topos e bases
de cada uma das unidades foram selecionadas e utilizadas na confecção de seis mapas
estratigráficos. A Figura 5.8 apresenta o mapa do topo do embasamento, cuja realização deu-se
mediante a integração dos dados de poços e horizontes sísmicos descritos precedentemente. O
paleorelevo do embasamento evidencia dois grábens rômbicos com máximas de 4000 ms.
Figura 5.8: Mapa do topo do Embasamento da porção emersa da Bacia de Barreirinhas (em tempo
duplo de percurso).
Mapa em tempo do Embasamento
Mapa Embasamento
Brasil Scale
-1 1 :350000
-18
-24
00
00
00
2 00
00
0
-3600 9710000
-3
-3000
-1200
60
-18
-30
-24
0
00
00
-3600
00
-3600
-120
-18 0
-3000
00
-30
00
-2
9700000
-120
40
-24
-3600 0
00
00
-3
-18
-3
0
60
-3 00
60
-3 -2
0
-3600
40
0
00 0
-30 0
00 -300
0 00
-180
-3
00 -36 9690000
0
0
0
-2400 0 0
0
-30
-24
0
-240 -24
00
0
-1800
-180
-2400
-1800
Elev ation time [ms]
-180 9680000
0
0 0 0
-800.00
80 -18 0
-1 -180 80
-1600.00
0 -1
00
-2400.00
-18
-120
-3200.00 0 9670000
0 2500 5000 7500 10000 12500m
-4000.00
1:350000
são intercaladas com os mapas estratigráficos, inferindo ao dado um significado geológico mais
direto.
Figura 5.9: Representação dos seis horizontes estratigráficos, interceptados pelas linhas sísmicas
L0043 e L0052.
Figura 5.10: Modelo geológico simplificado representativo da porção emersa da Bacia de Barreirinhas.
Mediante análise e realização de cortes espaciais sobre os locais onde as duas linhas
sísmicas interceptam o modelo geológico desenvolvido (Figura 5.11), interpreta-se com maior
confiabilidade um estilo de configuração dos estratos sedimentares em forma de cunha. Nas
duas seções em estudo torna-se evidente tal característica através de uma subsidência de grande
intensidade, retratada por um maior espessamento do pacote sedimentar na porção central e
52
uma gradativa redução da mesma em direção às bordas, atribuindo de tal maneira à bacia um
padrão geométrico do tipo pinch-out.
de uma geometria pinch out, associada à influência direta da Zona de Fratura Romanche e da
Zona de Falha de Sobradinho, retratada através de uma subsidência dos estratos na porção
central da área em estudo. Adicionalmente, etapas posteriores ao desenvolvento da modelagem
deverão contribuir para uma melhor compressão, não somente em âmbitos exploratórios, como
também geológicos das bacias marginais da Margem Equatorial Brasileira.
55
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