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In: https://esquerdaonline.com.br/2020/03/30/curriculo-escolar-uma-discussao-necessaria/
A resposta, para um tema tão complexo, é simples e bem sabida por muitos:
socializar o que de melhor a humanidade produziu de conhecimento
científico, artístico e filosófico. Ou seja, os alunos e alunas precisam
aprender a ler e escrever, entender as operações básicas e intermediárias
da matemática, noções introdutórias das ciências da natureza (biologia,
química, física) e das ciências da sociedade (sociologia, geografia, história),
como também filosofia e arte. Mediar, portanto, o conhecimento sistemático
com aquilo que os alunos já sabem, que em geral, é ao nível do senso
comum.
Dirão, os mais apressados, que isto é óbvio! Mas vejam que este “simples”
objetivo encontra duras barreiras para ser realizado; por exemplo, a
precária formação dos professores e sua jornada de trabalho abusiva, seus
baixos salários e a inexistência de um plano de carreira atrativo. Junte-se a
tudo isto a péssima estrutura física das escolas públicas no Brasil que, de
acordo com o Censo Escolar de 2017, não oferece, para maioria delas,
laboratórios de ciências e informática, bibliotecas, internet e saneamento
básico!
O saber científico transformado em saber escolar serve, na luta de classes,
para instrumentalizar os trabalhadores à organização de sua força enquanto
classe revolucionária. Vejam bem: não é da escola que eles podem chegar à
famigerada “consciência de classe”. Isto é um delírio! A consciência
socialista surge na luta, no embate contra a burguesia; é, portanto, resultado
da prática revolucionária e não do puro conhecimento teórico. Como já foi
dito, é preciso saber qual o papel específico que a escola cumpre numa
sociedade dividida em classes. E para os trabalhadores, o que de melhor ela
pode oferecer é o conhecimento erudito e sistematizado, produzido por toda
a humanidade, mas que é apropriado pelas classes dominantes e usado para
reprimir e explorar as classes dominadas.
Portanto, os desafios são grandes. Pois temos todas essas dificuldades, como
a formação dos professores, os baixos salários, escolas sem estrutura e nada
interessantes para os alunos e alunas etc. Mas é a partir desta realidade
concreta que devem ser pensadas as táticas e estratégias das possibilidades
de socialização do conhecimento científico aos filhos e filhas da classe
trabalhadora nesta sociedade de classes.