O Dia Internacional da Mulher existe, enquanto data comemorativa,
como resultado da luta das mulheres por meio de manifestações, greves, comitês etc. Essa mobilização política, ao longo do século XX, deu importância para o 8 de março como um momento de reflexão e de luta. A construção dessa data está relacionada a uma sucessão de acontecimentos. Uma primeira história que ficou muito conhecida como fundadora desse dia narra que, em 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio ocorrido nas instalações de uma fábrica têxtil na cidade de Nova York. Essa história, contudo, é falsa e, por isso, o 8 de março não está ligado a ela. Após a Segunda Guerra Mundial, o dia 08 de março tornou-se aos poucos o símbolo principal de homenagens às mulheres (em virtude da greve das russas). Também foi associado ao mês de março, a partir de então, o evento do incêndio em Nova York, ocorrido no dia 25, como narrado anteriormente. A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional, mas foi oficializada pela ONU apenas em 1975, quando essa organização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.
Situação da mulher no mercado de trabalho:
Hoje muitas mulheres no Brasil sustentam suas famílias, trabalham em diferentes áreas do mercado e possuem os próprios planos de carreira. Além disso, elas estão sempre em busca de mais qualificação para conseguir vagas de emprego melhores e com mais benefícios. Mas alguns problemas ainda fazem parte da realidade das mulheres no mercado de trabalho e você precisa conhecê-los. Salário: Pagar salários diferentes para homens e mulheres que ocupam um mesmo cargo em uma empresa é proibido por lei. Infelizmente, isso não é suficiente para acabar com a desigualdade salarial, ainda relacionada a vários preconceitos. Para você ter uma ideia, em 2018, o rendimento médio das mulheres com emprego foi 20,5% menor do que o dos homens. Isso sem comparar os cargos ocupados por ambos. Cargos de liderança: É claro que isso ainda é uma realidade em algumas áreas, como as ligadas à tecnologia, por exemplo. Mas a maior desigualdade está relacionada ao lugar ocupado por homens e mulheres na hierarquia das empresas. Tanto que isso é o que justifica parte da desigualdade salarial. Mesmo já sendo maioria em algumas profissões, os homens ainda dominam os cargos mais altos. Ainda de acordo com o IBGE, apenas 41,8% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres. Relevância das mulheres no mercado de trabalho: Em uma reunião do G20, grupo do qual o Brasil faz parte, foi estabelecida metas para a redução da desigualdade de gênero nas maiores economias do mundo. Até 2025, o Brasil precisa reduzir a diferença entre homens e mulheres em 25%. Se todos baterem a meta, quase 190 milhões de mulheres vão passar a fazer parte do mercado de trabalho. Sobretudo, a estimativa é de que 5,8 trilhões de dólares seriam injetados na economia mundial. Violência contra a mulher no Brasil: No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres, a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.
Na mesma década, foi registrado um aumento de 190,9% na vitimização
de negras, índice que resulta da relação entre as taxas de mortalidade branca e negra. Para o mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. Do total de feminicídios registrados em 2013, 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.