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MUNDO
Um divisor de águas
Durante a antiguidade, a idade média e o renascimento, sempre houve
indivíduos que se dedicavam a resolver problemas técnicos com o melhor
conhecimento e tecnologia que tinham à mão ou que podiam criar. Pouco a pouco
foi sendo adicionada a essa prática uma abordagem científica, teórica e abrangente,
o que culminou, no século XVIII, com o surgimento da engenharia moderna. A
engenharia moderna é resultado do desenvolvimento da matemática, da explicação
dos fenômenos físicos, dos experimentos realizados em ambiente controlado, da
prática de campo e de cursos formais. A engenharia é caracterizada pelo
estabelecimento de um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, em oposição
ao caráter mais fortuito e circunstancial da engenharia do passado (BAZZO, 2006).
Leonardo da Vinci, em meados do século XV, foi um dos primeiros que uniu
os conhecimentos teóricos aos práticos, criando invenções que são admiradas até
hoje, como as rodas d'água, máquinas voadoras, canhões, além de suas pinturas
(BAZZO, 2006). Também houve outros grandes cientistas que deram um impulso à
chamada ciência moderna, nas quais citamos Galileu Galilei, século XVI a XVII, que
realizou estudos com pêndulo, enunciou o princípio da inércia e descobriu a lei dos
corpos através de estudos experimentais (SANTOS, 20??). E Isaac Newton, que em
1687, publicou três leis que ficaram conhecidas como as Leis de Newton: princípio
da inércia, princípio da dinâmica e princípio da ação e reação, muito usadas em
mecânica (FERRARO e SOARES, 2004).
Dentre as várias descobertas que impulsionaram a engenharia moderna, a
implantação da máquina a vapor em 1782, nas fábricas de tecelagem, associado ao
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tear mecânico, inventado por Cartwright em 1785, foram responsáveis pela
Revolução Industrial (BAZZO, 2006).
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ano no Brasil, cada um com seus destaques.
No Instituto Federal de Educação Tecnológica de São Paulo campus
Sertãozinho, existe o curso de engenharia mecânica, que foi criado em 2012, tem
aproximadamente 30% da grade horária com disciplinas básicas, 16% com
disciplinas de caráter profissionalizante e 54% com disciplinas específicas
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011).
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apenas dar uma aula, mas proporcionar a vivência no campus para aprender a
conviver com outras pessoas”, diz. Sadoway diferencia o estudante de um
estudioso, e considera que o período na universidade deve promover a
transformação de um em outro.
No MIT, onde Sadoway está há quase 40 anos, um quarto dos cursos de
graduação em engenharia é formado por disciplinas não técnicas - e não apenas
temas relacionados a negócios, gestão ou liderança. As exigências das aulas
incluem fazer os alunos se expressarem de diversas formas, como apresentações
orais ou trabalhos escritos. “Se você quer formar um engenheiro melhor, não deve
empurrar mais conteúdo técnico para ele, e sim expô-lo a disciplinas humanas, para
expandir a mente dele”, diz. Isso ajuda no preparo para a carreira e faz com que
esses profissionais se destaquem mesmo em um mercado de trabalho menos
aquecido, como o do Brasil atualmente. “A chave é descobrir quais são as suas
habilidades transferíveis. Só porque você foi educado como um engenheiro
mecânico, não quer dizer que você só pode trabalhar nessa área. O que você
aprendeu na faculdade foi a resolver problemas”, enfatiza.
A realização pela qual é mais conhecido, sua pesquisa no desenvolvimento
da bateria de metal líquido, é um exemplo que ilustra bem as mudanças que
Sadoway defende no ensino de engenharia, como a importância de saber se
comunicar bem. Um dos pontos que ele sempre reforça é o fato de ter empregado
apenas alunos dos cursos de pós-graduação e doutorado do MIT, e não
especialistas da área de baterias. “Tudo o que os especialistas faziam era analisar
meus dados, dizer o que havia de errado com eles e que a pesquisa estava fadada
ao fracasso”, conta. Faltava dar o salto entre a capacidade de análise e a disposição
de construir algo em cima dos dados. Para o professor, isso pode ser uma lição para
empresas que querem desenvolver a inovação internamente. “Não serei arrogante
em dizer que não há espaço para especialistas, mas se você está tentando criar
algo pela primeira vez, apoiar-se demais na expertise existente pode levar a uma
condenação prematura”, enfatiza. O caminho mais indicado por Sadoway é agir
como guia e mentor de quem não tem experiência, mostrar o problema e ensiná-los
a como pensar nele. “A partir daí, se deixá-los livres para agirem sozinhos, eles
poderão fazer milagres”, diz (ARCOVERDE, 2015).
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Um futuro incerto
De acordo com o Confea, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, o
número de vagas para engenheiros no mercado de trabalho diminuiu
constantemente entre 2012 e 2014 no Brasil. Em 2014, diferentemente dos anos
anteriores, o saldo entre engenheiros admitidos e desligados naquele ano foi
negativo (FOREQUE, 2016), como mostra a figura 1.
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Figura 2: aumento do número de formandos em engenharia entre 2010 e 2013
(Adaptado de FOREQUE, 2016).
Referências
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<http://www.valor.com.br/carreira/4160694/o-engenheiro-do-futuro-vai-precisar-de-
muita-criatividade>. Acesso em: 03 jul. 2016.
FERRARO, N.; SOARES, P. T. Física básica: Volume único. 2a. ed. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2004.