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A HISTÓRIA DA ENGENHARIA E O FUTURO DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO

MUNDO

A engenharia é uma ciência que está presente desde o começo da história da


humanidade.
Na pré-história, os hominídeos dominavam a técnica de alavanca, polimento de
pedras e produção de fogo. Com isso, surgiram ferramentas robustas para caça, corte e
defesa na época do Período Paleolítico (BAZZO, 2006).
O Período Neolítico foi a época em que houve a domesticação de animais, da
agricultura e a criação de ferramentas mais elaboradas, como as machadinhas. A
modelagem de peças cerâmicas foi um avanço considerável para esta época devido às
conquistas técnicas para fabricação de artefatos, além da comunicação através do
surgimento da escrita (BAZZO, 2006).
Na época da Idade dos Metais houve o domínio das técnicas de fundição de cobre
e estanho com a principal finalidade de fabricar instrumentos de caça e defesa.
Posteriormente, outros metais, dentre os quais o ferro, foram sendo trabalhados e novas
técnicas e instrumentos foram descobertos e/ou aprimorados.
Da transição entre o período Paleolítico para o Neolítico, percebe-se o aumento da
curiosidade humana e a evolução das ferramentas e técnicas. Posteriormente, com a era
dos Metais, novas ferramentas foram criadas e técnicas foram aprimoradas com tal
rapidez que muitas construções, criações, invenções surgiram. A transmissão do
conhecimento adquirido era passado por seus antecessores através da prática ensinada
(BAZZO, 2006). A invenção da escrita foi o marco que separou a Pré-história da História e
o aparecimento de grandes obras.
Na antiguidade, com o avanço da arquitetura e de técnicas fundamentais como a
invenção da roda, o uso de polias e de alavancas, foram construídas as 7 Maravilhas do
Mundo Antigo, dentre as quais a Pirâmide de Quéops, no Egito.
Fatos determinantes para a história da humanidade e, portanto, da engenharia,
aconteceram no Egito Antigo, às margens do rio Nilo. Os egípcios desenvolveram
técnicas de irrigação com a água do rio e começaram a utilizar o papiro como suporte
para a escrita. Simultaneamente, as técnicas para a construção de navios foram
aperfeiçoadas no norte e no sul da Europa. Uma série de inovações foram feitas na China
e somente foram conhecidas no ocidente muito tempo depois, como o sismógrafo, a
pólvora, a bússola magnética e a imprensa de tipos móveis (BAZZO, 2006).
Alguns povos acumulavam mais habilidades técnicas que outros, e isso determinou
os rumos da história. O império romano só pôde atingir a extensão que atingiu
depois que os romanos venceram os cartaginenses e assimilaram sua tecnologia
naval, o que lhes permitiu dominar o mediterrâneo (PEREIRA, 2006).
A transmissão dos conhecimentos científicos e técnicos foi grandemente
potencializada após Johannes G. Gutenberg, em 1450, introduzir a imprensa de
tipos móveis na Europa, acelerando e popularizando a produção de livros e textos
(BAZZO, 2006).

Um divisor de águas
Durante a antiguidade, a idade média e o renascimento, sempre houve
indivíduos que se dedicavam a resolver problemas técnicos com o melhor
conhecimento e tecnologia que tinham à mão ou que podiam criar. Pouco a pouco
foi sendo adicionada a essa prática uma abordagem científica, teórica e abrangente,
o que culminou, no século XVIII, com o surgimento da engenharia moderna. A
engenharia moderna é resultado do desenvolvimento da matemática, da explicação
dos fenômenos físicos, dos experimentos realizados em ambiente controlado, da
prática de campo e de cursos formais. A engenharia é caracterizada pelo
estabelecimento de um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, em oposição
ao caráter mais fortuito e circunstancial da engenharia do passado (BAZZO, 2006).
Leonardo da Vinci, em meados do século XV, foi um dos primeiros que uniu
os conhecimentos teóricos aos práticos, criando invenções que são admiradas até
hoje, como as rodas d'água, máquinas voadoras, canhões, além de suas pinturas
(BAZZO, 2006). Também houve outros grandes cientistas que deram um impulso à
chamada ciência moderna, nas quais citamos Galileu Galilei, século XVI a XVII, que
realizou estudos com pêndulo, enunciou o princípio da inércia e descobriu a lei dos
corpos através de estudos experimentais (SANTOS, 20??). E Isaac Newton, que em
1687, publicou três leis que ficaram conhecidas como as Leis de Newton: princípio
da inércia, princípio da dinâmica e princípio da ação e reação, muito usadas em
mecânica (FERRARO e SOARES, 2004).
Dentre as várias descobertas que impulsionaram a engenharia moderna, a
implantação da máquina a vapor em 1782, nas fábricas de tecelagem, associado ao

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tear mecânico, inventado por Cartwright em 1785, foram responsáveis pela
Revolução Industrial (BAZZO, 2006).

O engenheiro e sua formação


No século XVIII, foi que a palavra engenheiro começou a ser utilizada para
designar aqueles que faziam técnicas baseados em princípios científicos. O primeiro
título de engenheiro foi do inglês John Smeaton, autointitulado engenheiro civil e
considerado pai da engenharia civil, desenvolveu pesquisas com cimento além de
várias contribuições como pontes, faróis e portos (BAZZO, 2006).
Mas foi na França que surgiram as primeiras aplicações da matemática às
engenharias, no século XVIII, nas chamadas escolas politécnicas. E foi aí também
que surgiram as primeiras escolas para a formação de engenheiros, sendo a École
des Ponts et Chaussées considerada a primeira do mundo. Posteriormente, no
século XIX, surgiram as escolas técnicas superiores nos países de língua alemã e
nos Estados Unidos (BAZZO, 2006).
No Brasil, a introdução das escolas de engenharia se deu tarde devido à
economia ser baseada na mão de obra escrava e a implantação de indústrias não
ser economicamente interessante na época do Brasil Colonial. Em 1810, a
Academia Real Militar foi considerada a primeira escola de engenharia no Brasil,
porém só para militares servidores da coroa. Foi somente em 1823 que a então
Academia Militar da Corte, antiga Academia Real Militar, aceitou estudantes civis
que não eram obrigados a servir ao Exército (BAZZO, 2006).
Em 2012, o Guia do Estudante publicou os 35 diferentes cursos de
engenharia oferecidos em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, que são
as engenharias: aeronáutica, ambiental, cartográfica, da computação, de alimentos,
de controle e automação, de horticultura, de minas, de petróleo e gás, de segurança
do trabalho, elétrica, florestal, industrial, mecatrônica, naval, sanitária, em tecnologia
têxtil e da indumentária, acústica, agrícola, biomédica, civil, em agrimensura, de
aquicultura, de energia, de materiais, de pesca, de produção, de telecomunicações,
física, hídrica, mecânica, metalúrgica, química, têxtil e nuclear (GUIA do
ESTUDANTE, 2012). Isto mostra a gama de engenheiros que são formados todo

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ano no Brasil, cada um com seus destaques.
No Instituto Federal de Educação Tecnológica de São Paulo campus
Sertãozinho, existe o curso de engenharia mecânica, que foi criado em 2012, tem
aproximadamente 30% da grade horária com disciplinas básicas, 16% com
disciplinas de caráter profissionalizante e 54% com disciplinas específicas
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011).

O futuro da engenharia é a criatividade


Donald Sadoway, professor do departamento de engenharia e química dos
materiais do Massachusetts Institute of Technology (MIT), desenvolveu a bateria
com metal líquido, uma nova forma de energia renovável que pode ser usada em
grande escala. Segundo ele, falta às universidades ensinarem os engenheiros a
desenvolverem mais a capacidade de criação. “Identificar o problema é só metade
do trabalho. Esse profissional precisa ser capaz de construir algo melhor. É quase
como tentar despertar o lado artístico de alguém”, diz.
Sadoway acha que o ensino de engenharia precisa passar por uma mudança
que mova o foco de habilidades analíticas para outras mais “sintéticas”. “Isso
significa que precisamos ser melhores em construir coisas ao invés de apenas fazer
diagnósticos”, diz.
Segundo ele, o modelo de ensino atual é muito reflexivo, dando prioridade a
ensinar os estudantes como se analisa componentes de um todo. “A engenharia é
uma ciência aplicada e, desse modo, o engenheiro precisa ser um inventor. A ciência
deve ser usada a serviço da humanidade”, diz. Ele reconhece, entretanto, que esse
processo não é fácil. “É como ensinar criatividade”, diz.
O caminho, para ele, é se dedicar mais a aspectos sociais dentro do ensino
de disciplinas técnicas. Do contrário, o resultado são engenheiros eficientes em seu
trabalho, mas que não conseguem alcançar os níveis mais altos das corporações.
“Se você observar quem vira CEO de uma empresa tecnológica, raramente é um
engenheiro. Hoje, não adianta apenas ser capaz de chegar à resposta certa, é
preciso convencer os outros da validade da sua resposta”, diz.
O ambiente universitário tem papel crítico nesse processo. “Educar não é

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apenas dar uma aula, mas proporcionar a vivência no campus para aprender a
conviver com outras pessoas”, diz. Sadoway diferencia o estudante de um
estudioso, e considera que o período na universidade deve promover a
transformação de um em outro.
No MIT, onde Sadoway está há quase 40 anos, um quarto dos cursos de
graduação em engenharia é formado por disciplinas não técnicas - e não apenas
temas relacionados a negócios, gestão ou liderança. As exigências das aulas
incluem fazer os alunos se expressarem de diversas formas, como apresentações
orais ou trabalhos escritos. “Se você quer formar um engenheiro melhor, não deve
empurrar mais conteúdo técnico para ele, e sim expô-lo a disciplinas humanas, para
expandir a mente dele”, diz. Isso ajuda no preparo para a carreira e faz com que
esses profissionais se destaquem mesmo em um mercado de trabalho menos
aquecido, como o do Brasil atualmente. “A chave é descobrir quais são as suas
habilidades transferíveis. Só porque você foi educado como um engenheiro
mecânico, não quer dizer que você só pode trabalhar nessa área. O que você
aprendeu na faculdade foi a resolver problemas”, enfatiza.
A realização pela qual é mais conhecido, sua pesquisa no desenvolvimento
da bateria de metal líquido, é um exemplo que ilustra bem as mudanças que
Sadoway defende no ensino de engenharia, como a importância de saber se
comunicar bem. Um dos pontos que ele sempre reforça é o fato de ter empregado
apenas alunos dos cursos de pós-graduação e doutorado do MIT, e não
especialistas da área de baterias. “Tudo o que os especialistas faziam era analisar
meus dados, dizer o que havia de errado com eles e que a pesquisa estava fadada
ao fracasso”, conta. Faltava dar o salto entre a capacidade de análise e a disposição
de construir algo em cima dos dados. Para o professor, isso pode ser uma lição para
empresas que querem desenvolver a inovação internamente. “Não serei arrogante
em dizer que não há espaço para especialistas, mas se você está tentando criar
algo pela primeira vez, apoiar-se demais na expertise existente pode levar a uma
condenação prematura”, enfatiza. O caminho mais indicado por Sadoway é agir
como guia e mentor de quem não tem experiência, mostrar o problema e ensiná-los
a como pensar nele. “A partir daí, se deixá-los livres para agirem sozinhos, eles
poderão fazer milagres”, diz (ARCOVERDE, 2015).

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Um futuro incerto
De acordo com o Confea, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, o
número de vagas para engenheiros no mercado de trabalho diminuiu
constantemente entre 2012 e 2014 no Brasil. Em 2014, diferentemente dos anos
anteriores, o saldo entre engenheiros admitidos e desligados naquele ano foi
negativo (FOREQUE, 2016), como mostra a figura 1.

Figura 1: Número de engenheiros admitidos e número de engenheiros desligados, em


milhares, no mercado de trabalho brasileiro entre 2012 e 2014 (Adaptado de FOREQUE,
2016).

Surpreendentemente, existe cada vez mais interesse pelas carreiras de


engenharia. Entre as cinco áreas com mais demanda por profissionais (como
engenharia civil e mecânica), o número de formandos cresceu 60,6% entre 2010 e
2013 como mostra a figura 2.

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Figura 2: aumento do número de formandos em engenharia entre 2010 e 2013
(Adaptado de FOREQUE, 2016).

O número de engenheiros formados no Brasil não para de crescer, enquanto


que as vagas para engenheiros no mercado de trabalho brasileiro cai
constantemente. Isso significa que os engenheiros, sobretudo os recém-formados,
terão dificuldade para conseguir e para manter bons empregos nos próximos anos.
Em 2013 o número de calouros superou, pela primeira vez, o de direito. Na ocasião,
o então ministro da Educação disse que o Brasil precisava de mais engenheiros.
Agora em 2016 o cenário econômico do país não está mais tão favorável e o futuro
se torna mais incerto para os futuros engenheiros brasileiros. Eles precisarão de
uma dose extra da criatividade recomendada pelo professor Donald Sadoway.

Referências

ARCOVERDE, L. Valor Econômico: Carreira. O engenheiro do futuro vai precisar de


muita criatividade – 03/08/2015. Disponível em:

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<http://www.valor.com.br/carreira/4160694/o-engenheiro-do-futuro-vai-precisar-de-
muita-criatividade>. Acesso em: 03 jul. 2016.

BAZZO, W. .A. Introdução à engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos


/ Walter António Bazzo, Luiz Teixeira do Vale Pereira. Florianópolis: Ed. da UFSC,
2006.

FERRARO, N.; SOARES, P. T. Física básica: Volume único. 2a. ed. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2004.

FOREQUE, F. Folha de São Paulo (on-line): Mercado. Engenheiros ficam sem


emprego, mudam de área e vão até para o Uber – 23/01/2016. Disponível em
<http://folha.com/no1732828>. Acesso em: 03 jul. 2016.

GUIA DO ESTUDANTE. Vestibular: Veja quais são os 35 cursos de Engenharia que


existem no Brasil – 27/07/2012. Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/veja-quais-sao-35-cursos-engenharia-
existem-brasil-694665.shtml#0>. Acesso em: 03 jul. 2016.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto Federal de Educação Tecnológica de São


Paulo – IFSP. Curso superior de engenharia mecânica. IFSP campus
Sertãozinho. Sertãozinho: 2012.

PEREIRA, P. Aventuras na História: Roma x Cartago – 01/09/2006. Guia do


Estudante. São Paulo: Ed. Abril. Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/roma-x-cartago-
434901.shtml>. Acesso em: 03 jul. 2016.

SANTOS, C. A. Os dez mais belos experimentos da física: Experimento da queda de


corpos realizada por Galileu. Física Moderna. UFRGS. 20??). Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod06/m_s06.html#exp02>. Acesso em: 03
jul. 2016.

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