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Introdução

Charles Parham ex ministro metodista é considerado o precursor do moderno


movimento pentecostal iniciado no início do século XX. Parham era adepto do
movimento pietista que ensinava que a santificação era uma segunda e definida obra
da graça que destruía completamente o pecado inato. Ele também defendia que
depois que alguém tenha obtido uma santificação real e completo faltava um grande
derramamento do poder que os cristãos teriam que experimentar. Convencido disso
Parham e seus discípulos começaram a buscar ativamente o batismo do Espirito
Santo, acompanhada da evidencia que a luz de Atos 2 é um extático falar em línguas.

Por volta do ano de 1901 Agnes Ozman uma das alunas de Parham, foi a
primeira deste grupo que falou em línguas depois que Parham lhe impôs as mãos.
Logo outros estudantes começaram a falar em línguas, como também o próprio
Parham que começou sua missão de levar a outras cidades o que ele chamava de
evangelho pleno. Ele pregou em várias cidades até estabelecer um instituto bíblico
em Houston, Texas.

W. J. Seymour foi um estudante do Instituto Bíblico de Parham, e ficou


plenamente convencido da mensagem Pentecostal ensinada ali. Este jovem ministro
negro deu início a o chamado aviamento da rua Azuza em Los Angeles em 1906. A
rua Azuza logo se tornou o centro do movimento pentecostal que enviava missionários
por vários estados do EUA, América Latina. O movimento só chega ao Brasil em
1910.

A presença Pentecostal em solo brasileiro só aconteceu no inicio do Século


20, especificamente em março de 1910 com a chegada do primeiro missionário
pentecostal, o italiano Luigi Francesco. No mesmo ano chegariam os suecos Gunnar
Vingren e Daniel Berg, os dois missionários que plantaram de vez a semente do
pentecostalismo no pais.1

O chamado avivamento pentecostal estendeu-se por praticamente, todo o


mundo, estima-se que hoje haja aproximadamente oito milhões de seguidores
pentecostais no mundo.

1
SOUZA José Roberto. Presbiterianos X Assembleianos: Embates em Pernambuco no Inicio do Século XX. Artigo
em Mosaico Religioso Vol 2. P.61.
Ate os dias de hoje os pentecostais encorajam os cristãos, que já nasceram de
novo, a serem “batizados no Espírito Santo”, e para apoiar isso, apelam para os
acontecimentos descritos em Atos 2. Assim como os discípulos de jesus
primeiramente nasceram de novo e, posteriormente, foram batizados no Espirito
Santo no Pentecoste, nós (segundo os pentecostais) também devemos busca essa
experiência pentecostal hoje.

Mas será que o Pentecoste era um modelo para ser usado pelas igrejas hoje?
É o movimento pentecostal é uma repetição de pentecoste registrada em atos 2, será
que de fato os fenômenos registrado em atos 2 é algo que deveria se repetir na
história? O movimento pentecostal é de fato uma repetição do que aconteceu no dia
de pentecoste no primeiro século? O que de fato aconteceu ali, qual a relevância
daquele momento para a igreja hoje?

O propósito da presente exegese não é explicar de forma exaustiva a narrativa


de Atos 2 e solucionar inteiramente todos os seus mistérios, pois como bem disse
Abraham Kuyper “conquanto simples possa parecer a narrativa do segundo capítulo
do livro de Atos, ela é muito intrincada e difícil de explicar; e aquele que sinceramente
tentar entender e explicar o evento encontrará dificuldades mais e mais sérias,
conforme ele penetrar mais profundamente na íntima conexão da Sagrada Escritura”2.
A nossa abordagem se limitara a explicar a relevância de Pentecoste dentro do
arcabouço salvífico – histórico apresentado por Lucas.

1. – Análise Histórica Geral


1.1. – Autoria

O livro de Atos foi inspirado pelo Espirito Santo, mas sua inspiração divina não
deve nos levar a ignorar o seu autor humano. Ainda que o Espírito Santo tenha
preservado os escritos originais das Escrituras livres de erros utilizou as
personalidades, influência cultural e intenções de seus escritos humanos.

Atos é tradicionalmente atribuído a Lucas que também é o autor do evangelho


que leva seu nome. Porém, não temos nenhuma menção especifica no livro de Atos

2
Abraham Kuyper. A Obra do Espirito Santo. P.159
4
do nome de Lucas como autor. Em vista deste fato, qual é então as evidencias que
podemos nos apoiar para assumir a autoria Lucana?

Vamos então analisar a autoria de Atos em duas perspectivas. Primeiro


examinaremos o testemunho dos escritos dos pais da igreja, segundo analisaremos o
testemunho da própria Escritura do Novo Testamento que indica a autoria de Lucas.

1.1.1. – Evidências externas

A autoria do livro de Atos foi atribuído a Lucas desde o segundo século d.C. Em
1952 foi descoberto um manuscrito escrito em papiro que inclui uma das nossas
evidencia mais antiga do Novo Testamento. O p75 (como foi chamado o manuscrito),
foi provavelmente copiado por volta de 175 – 200 d.C., e inclui grandes porções do
evangelho de Lucas e do evangelho de João. O manuscrito identifica Lucas como o
autor do terceiro evangelho e por extensão aponta Lucas como o autor de Atos.

Encontramos também outra evidencia no Fragmento Muratoriano (170 -180 d.C),


que é o documento mais antigo que se tem conhecimento com uma lista dos livros
canônicos do Novo Testamento. O Fragmento Muratoriano, depois de afirma a autoria
de Lucas sobre o evangelho de Lucas, aponta explicitamente à ele como o autor de
Atos também:

Mais ainda, os Atos de todos os apóstolos foram escritos em um livro...Lucas


compilou os eventos individuais que sucederam a sua presença.3

O prólogo antimarcionista escrito entre 160 e 180 d.C. também apontam para
a autoria de Lucas:

Lucas é sírio, natural de Antioquia, por profissão um médico. Foi discípulo dos
apóstolos e mais tarde acompanhou Paulo até o seu martírio. Serviu ao Senhor sem
distrações, sem esposa, sem filhos. À idade de 84 anos adormeceu na Beócia, cheio
do Espírito Santo.

No início do século 3ª, Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano declaram


que Lucas, o que autor tanto do Evangelho quanto de Atos.

3
Camps Josep rius. El Mensaje de los Hechos de los Apostoles em Codice Beza. Navarra.
Espanha.Verbo Divino.2004.p23
5
1.1.2. – Evidências internas

Quanto as evidencias internas duas linhas de argumento favorece a autoria de


Lucas.

Primeiro certas passagens estão escritas na 1ª pessoa do plural, e a explicação


mais plausível delas é que provem da pena de algum companheiro de Paulo. Quando
pensamos quem era este companheiro de Paulo, várias pessoas que são menciona
pelo nome em Atos, tais quase: Timóteo e Aristarco; entre as varias pessoas que
Paulo menciona como sendo seus companheiros em Roma (ou em Cesárea, se for
este lugar de origem das cartas da prisão); Lucas se destaco como obvio.

Segundo a partir de uma análise do vocabulário de Lucas no Evangelho e em Atos,


ficamos cientes de que o escritor poderia ter sido um médico, refletindo sua profissão
nos seus escritos.

1.2. Destinatário

No prologo de Atos dos Apóstolos percebemos logo a dedicação explicita do


livro a Teófilo. Mas que era Teofilo? Lucas o chama de excelentíssimo o termo é
usado no grego para indicar uma posição de honra. Essa terminologia tem levado
muitos a concluir que Teofilo foi um nobre romano que provei os recursos para
apoiar Lucas na escrita do seu Evangelho e Atos. Embora não possamos fechar o
assunto Lucas dar entender em sua primeira obra (Luc.1.3.4), que Atos e o
Evangelho foi a princípio, escrito para instruir à Teófilo. Porém, Lucas menciona
uma série de dificuldades que a igreja enfrentou e a forma como o evangelho se
expandiu pelo mundo deve nos levar a pensar que ele tinha em mente que sua
obra fosse lida por crentes de todas as igrejas.

1.3. Propósito

A relação entre Atos e Lucas torna complicado a identificação do proposito ao


escreve essa obra. A escola de Tubingen, que nem reconhece a autoria de Lucas,
sugeriu que o propósito de Atos e conciliar a teologia de duas figuras chaves de
6
Atos, Pedro e Paulo. Segundo os críticos de Tubingen a igreja do II século estava
dividida em facções. Sendo assim o autor de Atos rescreve a história da igreja
primitiva mostrando uma parceria e harmonia entre Pedro e Paulo. Este argumento
carece de bases solida para se auto sustentar, pois outros livros das escrituras do
NT deixa claro eu não havia necessidade nenhuma de reconciliar a teologia de
Paulo e Pedro, ambos eram apóstolos do Senhor Jesus Cristo e perseveravam na
mesma doutrina. Além do mais não há nenhuma base para a suposição de que a
igreja no início do século II estava dividida em facções.

A proposta mais plausível é que embora Lucas tenha vários propósitos em


mente, o proposito mais amplo e geral era a edificação. Edificação de Teófilo e da
igreja como demostra D.A.Carson & Douglas J. Moo:

“No prologo de seu evangelho Lucas nos diz que a confirmação do evangelho é
seu proposito maior e usa a palavra διδάσκειν (ensinar), deixa implícito que essa
confirmação é dirigida a um cristão, talvez a um convertido recente. Na realidade,
talvez, devamos ver esse leitor alvo como alguém que já foi temente a Deus, um gentio
como Cornelio (At.10), que fora um ativo adorador do Deus de israel sem ter se
tornado judeu. Lucas alcança esse proposito ao descrever o fundamento histórico da
fé cristã e ao mostrar, mediante sua investigação histórica, que a igreja de seus dias,
e de Teofilo, é o ponto culminante da história bíblica. A salvação de Deus foi revelada,
e tornou-se disponível, em seu filho, Jesus Cristo. A mensagem dessa salvação foi
confiada pelo próprio Cristo a seus apóstolos e estes, mediante o poder e direção
dados pelo Espirito Santo, agora levaram essa mensagem e a salvação da qual ela é
mediadora “ate aos confins da terra”. Somente um proposito tão amplo é capaz de
comportar a riqueza de Lucas – Atos”.4

Nos parece que não a razão para discorda dos autores, pois a citação acima
resume bem o livro.

1.4. Data

4
Carson D.A. Moo Douglas J. Introdução ao NT.p225
7
O livro não fornece datas. Alguns defende que Atos foi escrito depois do ano
70 d.C. Mas o fato do livro terminar sem nos informa o resultado final da prisão de
Paulo em Roma nos leva a crer que o livro foi escrito quando Paulo ainda estava
vivo e esperando julgamento.

Existe mais alguns eventos importantes que nós dar uma pista da data do livro
de Atos. Primeiro é o fato de Lucas não mencionar o incêndio em Roma em 64 que
culminou no início da perseguição por parte do Estado Romano aos cristãos. Na
ocasião Nero culpou os cristãos pela devastação eu o incêndio causou a Roma e
começou a persegui-los. Segundo, geralmente se pensa que Paulo foi martirizado
durante a perseguição de Nero a igreja, provavelmente no ano 65. Então se o livro
de Atos tivesse sido escrito depois desses eventos, seria muito difícil acreditar que
Lucas não mencionasse ao menos o martírio de Paulo o personagem mais
proeminente do seu livro. Por fim no ano 70 d.C. houve a destruição do templo em
Jerusalém. O impacto deste evento para o cristianismo foi tão grande que parece
muito improvável que o autor de Atos omitisse essa informação.

A luz destes fatos concluímos então a provável data para a composição de Atos
seria por volta dos anos 60 ou 62 d.C.

1.5. Gênero literário

O gênero literário de Atos corresponde as histórias gregas e romanas de sua época


e é semelhante aos livros narrativos históricos do Antigo Testamento. Atos apresenta
uma série de eventos em ordem cronológica, contem discursos de pessoas
importantes, viajes e descrições de lugares. Este estilo literário e composto de prosa
e narração.

Não encontramos muita linguagem figurada como poesia, mas bastante relatos
de eventos. Isso quer dizer que Lucas selecionou e apresentou certos acontecimentos
com algum proposito. Seus critérios seletivo e sua forma de apresentar os fatos
dependia do que ele queria alcançar com sua gênero literário e não o histórico.
Portanto concluímos que o gênero literário que melhor se enquadra em Atos é o
Histórico Teológico.

8
2. Análise Literária

2.1. – Delimitação do texto

· Perícope:

A construção grega Καὶ ἐν τῷ no inicio do capitulo 2 aponta para o inicio de


uma nova perícope que vai narrar a chegada do Espírito Santo conforme havia
prometido o Senhor Jesus.

A perícope que começa no versículo 1 e termina no versículo 47 onde o autor


apresenta o impacto da descida do Espirito não apenas sobre os discípulos, mas
também nos ouvintes. Embora o capitulo 2 de Atos possa ser considerado uma
perícope completa encontramos algumas subdivisões dentro da perícope como
demostraremos mais adiante.

2.2. – Análise contextual

2.2.1. Contexto anterior

No contexto anterior Lucas narrou a recomposição dos discípulos e a


expectativa da descida do Espirito Santo.

2.2.2. Contexto posterior

O contexto posterior narra os acontecimentos após a descida do Espirito.


Várias subdivisões são apresentadas dentro da perícope (At.2). A descida do Espirito
apresentada no texto que estamos consideramos (1-4), e seguida pela explicação
dos fenômenos ocorrido em Pentecostes no discurso de Pedro. Por fim e demostrada
o efeito da descida do Espirito Santo na vida da igreja.

2.3. – Estrutura do texto

O texto de Atos 2.1-4 é muito bem estruturado.

1. Introdução: Narra a ocasião do evento o local onde os discípulos estavam


(v.1).

9
2. A preparação: narra como o Espírito preparara sua descida provocando um
fenômeno incomum que é descrito “como um vento” e “línguas como de
fogo”(v.2 - 3).
3. Descida do Espírito Santo: conclui a narrativa desta secção com a descida
do Espírito e o fenômeno do falar em línguas.

3. Análise Manuscritológica

No texto de Atos 2.1-4 encontramos muitas variantes nas ordem das palavras,
na ortografia e estilo. Entretanto, essas variantes têm pouco influência sobre o texto e
pouco interferem na interpretação do mesmo.

No presente trabalho usamos o texto conforme apresentado por B03 que traz
algumas variantes com o D05. A mais significativa encontramos no verciculo 1 onde
D05 traz: Kai egeneto em tai h]merais ekenais tou sunplpouqai, enquanto B03 traz: Kai.
evn tw/| sumplhrou/sqai. B03 vincula a enfusão do Espírito Santo com o episodio anterior
mediante a preposição “Kai” como o autor tem feito desde o começo do livro até 2.5.
No D05 a construção do genitivo com o infinitivo pode ser interpretada de vários
modos. A melhor opção que se encaixa com a inteção do narrador de D05 é “para
cumpri-se o dia de pentecostes” que implica que o que aconteceu em Pentecostes é
o cumprimento da promessa que jesus havia feita com respeito a esse dia. Mas a
promessa de Jesus não se referia estritamente ao dia de Pentecostes.

No B03 a expressão em dativo parece significar apenas que o evento ocorreu


quando os dias de Pentecostes havia chegado ao seu fim. Está opção é que melhor
concorda com os eventos anteriores.

A variante encontrada em B03 tem ao seu favor a maioria esmagadora dos


unciais e o sinaítico concorda com B03. Tertuliano e Orígenes também concordam
com B03.

A nossa conclusão que a luz das evidencias internas e externas B03 é o que
está mais próximo do texto original.

4. – Análise Gramatical

10
Atos 2:1-4:
Kai. evn tw/| sumplhrou/sqai th.n h`me,ran th/j penthkosth/j h=san pa,ntej o`mou/ evpi. to. auvto,
2
kai. evge,neto a;fnw evk tou/ ouvranou/ h=coj w[sper ferome,nhj pnoh/j biai,aj kai. evplh,rwsen o[lon
to.n oi=kon ou- h=san kaqh,menoi\ 3 kai. w;fqhsan auvtoi/j diamerizo,menai glw/ssai w`sei. puro,j
kai. evka,qisen evf e[na e[kaston auvtw/n 4 kai. evplh,sqhsan pa,ntej pneu,matoj a`gi,ou kai. h;rxanto
lalei/n e`te,raij glw,ssaij kaqw.j to. pneu/ma evdi,dou avpofqe,ggesqai auvtoi/j

Kai. Conjunção E
evn Preposição Em
tw/| Artigo dativo neutro O
singular
sumplhrou/sqai, Verbo infinitivo presente Completar
passivo
th.n Artigo acusativo feminino A
singular
h`me,ran Substantivo acusativo Dia
feminino singular
th/j Artigo definido genitivo A
feminino singular
penthkosth/j Substantivo genitivo Pentecostes
feminino singular
h=san Verbo indicativo Estavam
imperfeito 3ª pessoa do
plural
pa,ntej Adjetivo nominativo Juntos
masculino plural
o`mou/ Adverbio Todos
evpi. Preposição Sobre
to. Artigo definido acusativo O
neutro singular
auvto, Adjetivo pronominal Mesmo
acusativo neutro singular
Kai. Conjunção E
evge,neto \ Verbo indicativo aoristo Veio
médio depoente 3ª
pessoa do singular
a;fnw Adverbio Repentinamente
evk Preposição De fora
tou/ Artigo definido genitivo O
masculino singular
ouvranou/ Substantivo genitivo Céu
masculino singular
h=coj Substantivo nominativo Som
masculino singular
w[sper Adverbio Como
11
ferome,nhj Verbo particípio presente Vindo trazido
médio
pnoh/j Substantivo genitivo Vento
feminino singular
biai,aj Adjetivo genitivo singular Forte
kai. Conjunção E
evplh,rwsen Verbo indicativo aoristo Encheu
ativo 3 pessoa singular
o[lon Adjetivo acusativo Todo
masculino singular
to.n Artigo definido acusativo O
masculino singular
oi=kon Substantivo acusativo Casa
masculino singular
ou- Adverbio Onde
h=san Verbo indicativo Estavam
imperfeito 3ª pessoa do
plural
kaqh,menoi Verbo particípio presente Assentados
média ou passiva
depoente nominativo
masculino plural
kai. Conjunção E
w;fqhsan Verbo indicativo aoristo Foram vistas
passivo 3 pessoa do
plural
auvtoi/j Pronome pessoal dativo por eles
masculino plural
diamerizo,menai Verbo particípio presente Distribuídas
médio nominativo
feminino plural
glw/ssai Substantivo nominativo Línguas
feminino plural
w`sei. Adverbio Como

puro,j Substantivo genitivo De fogo


neutro singular
kai. Conjunção E
evka,qisen Verbo indicativo aoristo Se assentaram
ativo 3ª pessoa do
singular
evf Preposição Sobre
e[na Adjetivo acusativo Um
masculino singular
e[kaston Adjetivo acusativo Cada
masculino singular
auvtw/n Pronome pessoal genitivo Deles
masculino plural
kai. Conjunçao E
12
evplh,sqhsan Verbo indicativo aoristo Ficaram cheios
passivo 3 pessoa do
plural
pa,ntej Adjetivo nominativo Todos
masculino plural
pneu,matoj Substantivo genitivo De Espirito
neutro singular
a`gi,ou Adjetivo genitivo neutro Santo
singular
kai. Conjunção E
h;rxanto Verbo indicativo aoristo Começaram
médio depoente 3ªpessoa
do singular
lalei/n Verbo infinitivo presente Falar
ativo
e`te,raij Adjetivo dativo feminino Outras
plural
glw,ssaij Substantivo dativo Línguas
feminino plural
kaqw.j Adverbio Segundo
to. Artigo definido nominativo O
neutro singular
pneu/ma Substantivo nominativo Espirito
neutro singular
evdi,dou Verbo indicativo Dava
imperfeito ativo 3ª pessoa
do plural
avpofqe,ggesqai Verbo infinitivo presente Para falarem
médio ou passivo
depoente
auvtoi/j Pronome pessoal dativo Eles
masculino plural

5. – Tradução Do Texto

Tradução Literal
E em o completar a dia a pentecostes estavam todos juntos sobre o mesmo
lugar e veio repentinamente de fora o céu som como vindo trazido vento forte e encheu
todo o casa onde estavam assentados e apareceram a eles distribuídas línguas como
de fogo e posou sobre um cada deles e ficaram cheios todos de Espirito Santo e
começaram falar outras línguas segundo o Espírito dava para falarem eles.

Tradução Sugerida
13
Ao se completar o dia de pentecoste estavam todos juntos no mesmo lugar e
veio de repente um vento forte do céu enchendo toda a casa onde estava assentados.
E apareceram a eles línguas distribuídas como de fogo que posou sobre cada um
deles e ficaram todos cheios do Espirito Santo e começaram a falar em outras línguas,
segundo o espirito dava para eles falarem.

6. – Análise Léxico Sintática

O proposito deste capitulo é realizar uma análise léxica das palavras πνεῦμα e γλῶσσα.

πνεῦμα (Pneuma) “espirito”, “vento”

Análise etimológica

Essa é uma palavra que carrega uma grande importancia no NT tem “πνεῦ”
Como sua raiz gramatical que quando carrega o sufixo ma denota o resultado da ação
do ar em movimento. O substantivo “πνεῦμα” denota o movimento dinâmico do ar, daí
então a razão pelo qual seus derivados tem os significados de: 1. Soprar do vento e
do ar em geral, como por exemplo soprar sobre um instrumento musical; 2.Respirar
no sentido de ter vida. Como se presumia que calor, ira, coragem e benevolência eram
vinculados pelo ar “πνoε” é usado com esses sentidos também. Εkpnewn tem o sentido
expira, soprar para fora ou cessar de respirar. Εmpnewn significa aspirar, estar e
respirando, ter vida, sopra para dentro de alguma coisa.

Análise diacrônica

Não há como sabermos quando o substantivo πνεῦμα ocorreu pela primeira vez na,
mas já encontramos a palavra nos escritos pré – socrático usada para transmitir mais
de um sentido, porem todos ligados a o ar. Anaximenes por exemplo atribuía ao
πνεῦμα a substancia infinita, o principio de todas as coisas:

“O ar é o principio de todas as coisas, qual retornam, e a nossa alma é aeriforme,


mantida pelo πνεῦμα que envolve o universo.”5

5
Gomes Pinharanda. Filosofia Grega Pré – Socrática. 4ªed.Lisboa.Potugal.Guimarães Editores.1994.p
14
Segundo Aecio para Anaximenes os conceitos ahr e πνεῦμα são sinónimos.6
Encontramos também o substantivo πνεῦμα e seus derivados na Teogonia de Hesíodo
usados no sentido de hálito, vento (elemento da natureza). Outros escritores gregos
usaram o substantivo no sentido de folego da vida, como Ésquilo em suas peças
Prometeu Acorrentado e Os Persas. Do século V em diante, os médicos gregos
desenvolveram uma fisiologia baseada sobre isto, e logo passaram a distinguir entre
o πνεῦμα interior e inato e o ar que ele respirava7.

Aristóteles entedia que πνεῦμα era o poder formativo que a parti do embrião em
diante, paulatinamente produzia o indivíduo maduro e depois, no caso do homem, veio
a ser instrumento mediante qual controlava o corpo. No vocabulário de Aristoteles
πνεῦμα se aproxima mais da palavra psyche (alma). Na filosofia estoica πνεῦμα é usado
como intelecto e tudo que diz respeito aos sentidos e pensamentos. Outro sentido que
os Estoicos dava a πνεῦμα era de um princípio elementar que dava coerências às
entidades diferentes na criação, embora, ao mesmo tempo diferente entre si. Na sua
forma puramente etérea era o logos de Deus como fogo espiritual era a alma do home;
como πνεῦμα físico formava as plantas, e como o πνεῦμα habitual dava coerência aos
objetos inanimados.

Platão usou πνεῦμα no sentido de inspiração, considerando –o como


substancia material que enchia o homem e o capacitava a profetizar. Os manuscritos
helenistas encontrados em Quran πνεῦμα aparece no sentido de demônio e espirito.

Na LXX πνεῦμα é usado para o equivalente hebraico ‫ּוח‬


ַ ‫( ֙ר‬rúah) que é traduzido

por espirito, ou sopra, quase sempre associado ao soprar de Deus para da vida.

Análise sincrônica

No NT o termo πνεῦμα tem uma gama de sentido mas quando é usado no


sentido da relacionamento entre o homem e Deus é muito difícil especificar. Mas em
Atos 2 o termo aparece como uma referência a pessoa e obra do Espírito Santo.

γλῶσσα (Glossa), língua, linguagem, fala,

Análise etimológica

6
Ibid.
7
Dicionário Internacional de Teologia Novo Testamento Vol I. São Paulo. SP. Cultura Crista.p.714.
15
O substativo γλῶσσα pode ser traduzido como órgão da fala, do paladar. F. W.
Gingrich e F.W. Danker afirmaram que as expressões γλῶσσαi gevnh glwsswn laleíin
referem-se a fala extática daqueles acometidos de forte emoção em um contexto
cúltico.8

Essa posição é contestada por D.A. Carson em sua obra A Manifestação do


Espírito. Segundo Carson “a palavra γλῶσσα não pode ter seu significado facilmente
reduzido à verbalização livre que não carregue conteúdo cognitivo; e Lucas atesta que
os ouvintes, no dia de Pentecostes, perguntaram maravilhados c0mo poda ouvir
pronunciamentos distintos em seu próprio “dialeto” (τῇ ἰδίᾳ διαλέκτῳ ἡμῶν ἐν ᾗ
ἐγεννήθημεν; At.2.8). O que ouviram não foi uma palavra aqui e outra ali, aparecendo
acidentalmente em uma verborreia lexical, uma mera inevitabilidade estática, mas sim
“as grandezas de Deus” (at.2.11). essas grandezas foram anunciadas em idiomas de
grupos linguísticos reconhecidos (partos, medos, elamitas), Foge ao texto argumentar
que esse foi um milagre da audição, e não da fala, pois o propósito de Lucas é associar
a vinda do Espirito com a atividade do Espirito entre os crentes, e não postular um
milagre do Espírito entre aqueles que ainda não eram crentes”.9

Neste caso em partícula a posição defendida por Carson parece ser favorecida pelo
contexto de Atos 2.

– Análise diacrônica

No grego clássico o substantivo γλῶσσα , denota uma expressão obscura nos


escritos de Aristóteles e em Homero γλῶσσα figuradamente representa a facudade
de falar, de pronuciar, bem como, idioma, dialeto.

Na LXX γλῶσσα aparece na forma de γλώσσῃ com o sentido de linguagem como


em Juizes 7.10: καὶ κατεβίβασεν τὸν λαὸν εἰς τὸ ὕδωρ καὶ εἶπεν κύριος πρὸς Γεδεων πᾶς ὃς ἂν λάψῃ
τῇ γλώσσῃ …

Existe cerca de 160 ocorrências de γλώσσῃ na LXX, 100 delas representa o hebraico ‫ַ ְל ׁ֥שֹון‬
que significa língua (como parte do corpo ), de homem como podemos encontra em Lamentações 4.4:

8
Gingrich F. Wilbur & Danker Frederick W. Léxico do NT.1ªed. São Paulo. SP. Vida Nova. 2008.p.
9
Carson D.A. A Manifestação do Espírito: a Contemporaneidade dos dons a luz de I Coríntios de 12 – 14. São
Paulo. SP. Vida Nova.2013.p140.
16
‫יןַל ֶ ֽהם׃ַס‬
ָּ ‫ׂשַא‬
ׁ֥ ‫לּוַל ֶחםַפ ֹּּ֖ר‬
ֶ ֶ֔ ‫ַש ֲא‬
ָׁ֣ ָּ ‫ֹול ִל ֙ים‬
ָּ ‫אַע‬
ֽ ‫ל־ח ּ֖כֹוַב ָּצ ָּ ָ֑מ‬
ִ ‫ֵ֛קַא‬
ֶ ‫קַל ׁ֥שֹוןַיֹונ‬
ְ ‫ָּד ֙ב‬

ἐκολλήθη ἡ γλῶσσα θηλάζοντος πρὸς τὸν φάρυγγα αὐτοῦ ἐν δίψει νήπια ᾔτησαν ἄρτον ὁ
διακλῶν οὐκ ἔστιν αὐτοῖς (Lam 4:4 LXX ).

Curiosamente em Isaias 5.24 encontramos a expressão ‫( ַ ֵ֗אש ןֹו שְׁ֣ל‬Língua de

fogo), no contexto essa figura aparece como sinal do juízo de Deus sobre a Israel
apostata. J.Riddebos comenta essa passagem nas seguintes palavras: “a destruição
por vir é pintada a princípio com o símile de línguas de fogo lambendo a palha deixada
no campo, ou reduzindo um fardo de feno a um pequeno monte de cinzas”.10 Não me
parece difícil fazer uma conexão com as γλῶσσαι ὡσεὶ πυρός, ( línguas como de fogo) de
Pentecoste.

– Análise sincrônica

No Novo Testamento γλῶσσα aparece 52 vezes 6d4las em Atos 18 vezes nas


Cartas aos Corintios como um retrato do batismo com fogo e do Espírito Santo. Em
Lucas 16.24 , Tiago 1.26 e outro textos dos evangelhos e epistolas γλῶσσα tem o
sentido de língua órgão da fala. Em Apocalipse γλῶσσα se emprega 7 vezes na frase
resumida “tribos, línguas, povos e nações para denotar a totalidade dos povos aos
olhos de Deus.

7. – Análise Teológica

Logo após jesus ascender aos céus e deixar este mundo em termos de sua
presença física, um evento redentivo histórico muito importante aconteceu que
estava inseparavelmente relacionado tal ascensão: o dia de pentecoste. Quando
jesus disse aos seus discípulos que iria embora, e os discípulos ficaram triste com a
notícia, uma das coisas que aconteceu mudou a compreensão deles com relação a
sua partida. A promessa de que ele não os deixaria sem consolo, mas que ele
enviaria seu Espirito para estar com eles; assim ele podia dizer, por um lado, que os
estava deixando, e ao mesmo tempo dizer: Eu estarei sempre convosco, até a
consumação dos séculos (Mt 28). Mas o que aconteceu no pentecoste, e qual seu
significado em termos de história redentiva como um todo?

10
Ridderbons J. Isaias Comentário e Introdução. 1.ed. São Paulo. SP. Mundo Cristão. 1986.p.92.
17
V.1.

A narrativa de Lucas começa dizendo: Ao se completar o dia de pentecoste:


Essa introdução nos assegura que chegamos a uma data importante da história da
redenção. Com está mesma formula Lucas anunciou o nascimento de Jesus (Lc.2.6),
e a inauguração da Ascenção de Jesus (Lc.9.51). Equivale, por conseguinte, um
indicativo que aponta o princípio de importantes etapas da história da redenção. Ao
chamar a atenção do leitor para a ocasião a festa de Pentecostes, já chamada pelos
judeus das festas das Semanas, celebrada 50 dias após a Páscoa (comemoração da
saída do Egito e da Aliança do Sinai), o autor não desvincula os acontecimentos
cristológicos dos acontecimentos vétero-testamentário da tradição judaica; mas, pelo
contrário, recorre a eles a fim de dar maior valor interpretativo.

Lucas aponta para o termino de, ou o fim do Pentecoste para falar da nova era
da igreja inaugurando pelo dom do Espirito Santo. “O dia de pentecoste foi muitíssimo
notável e vital para a igreja Crista, e foi também um dos grandes pontos divisórios da
história do mundo. Se não entendermos isso, será completamente impossível ter
correta noção quanto ao caráter e a natureza da igreja Crista e da Mensagem Crista”.11

O dia de pentecostes se chamava assim porque caia no quinquagésimo dia, o


termo Pentecoste deriva de uma palavra grega que significa “quinquagésimo”. Essa
festa tinha dois significados, um agrícola e outro histórico. Originalmente, ela era a
segunda das três festas anuais dos judeus para comemorar a ceifa e era chamada
Festa da Colheita, pois nela se comemorava o fim da colheita dos cereais. Entre os
judeus de falar hebreia e arameia era conhecida como as festas da semanas e o dia
das primícias porque nesse dia se apresentava a Deus a sega do trigo. O dia de
pentecoste caia em um sábado, o que implica que a narrativa de Lucas aponta para o
primeiro dia da semana, o nosso domingo, assim, então, da mesma forma que o nosso
Senhor Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana para inaugurar a nova criação
nele, o Espirito Santo, no mesmo dia, inaugura seu ministério na igreja.

Estavam todos unanimemente juntos, alguns comentaristas sustentam que


Lucas estava se referindo ao templo, porem os interpretes patrísticos e medievais
entenderam o lugar como o cenáculo onde Jesus celebrou sua última ceia com seus

11
.Jones M.L. Cristianismo Autentico Vol 01 São Paulo.SP. Editora PES. 2005.. P.51.
18
apóstolos. O adverbio “pa,ntej ” provavelmente se refere aos 120 (1.15), portanto,
incluindo os mencionados em 1. 13-14 onde se diz que eles estavam no cenáculo.
Isso poderia ser suficiente para concluímos que estavam no cenáculo, porem uma
dificuldade a mais se apresenta quando em 2.5 fala de uma multidão. O fato de a
multidão ficar rapidamente a par do que estava acontecendo (cp. v. 6) sugere que os
discípulos estariam num lugar onde podiam ser vistos, como no pátio externo do
templo. O uso da substantivo “oi=kon " (casa) no v. 2 não elimina esta hipótese porque
na septuaginta Isaías 6: 4; o uso do substantivo " oi=kon " refere-se ao templo

V1. Kata. to. e;toj evn w-| avpe,qanen VOzi,aj o` basileu,j( ei=don to.n Ku,rion kaqh,menon evpi. qro,nou
u`yhlou/ kai. evphrme,nou( kai. to. kra,spedon auvtou/ evge,mise to.n nao,nÅ

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime


trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.

V4 Kai. oi` parasta,tai th/j qu,raj evsei,sqhsan evk th/j fwnh/j tou/ kra,zontoj( kai. o` oi=koj
evplh,sqh kapnou/Å

As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de


fumaça.

Embora pudéssemos esperar que o templo fosse mencionado se de fato, a


reunião se realizasse nele. O fato é que o lugar onde os discípulos estavam naquela
ocasião não é especificado precisamente. Pode ser que tenha sido no cenáculo, ou
no pátio do templo, mas não há como saber12.

V.2-4

1. O Derramar do Espírito Santo

De repente, diz Lucas, ocorreu o grande fenômeno. O espirito Santo desceu


sobre eles (At.2:2 -4).

No Antigo Testamento encontramos uma narrativa no livro de Números no


capitulo 11 que está profundamente ligada a narrativa de Lucas aqui. A narrativa fala

12
Bruce F.F. Comentario de Hechos Del los Apostoles.Grand Rapids, Michigan.EUA.Libros Desafío.2007.
19
de um momento na história da igreja do Antigo Testamento em que o povo vem diante
de Moisés com um espirito de insatisfação. Eles estavam murmurando e resmungado
a respeito de sua circunstância no deserto. O aborrecimento de Moises é tanto que
ele pede para morrer, pois dizia que já não suportava pastorear todo aquele povo
sozinho e a resposta de Deus a Moises tem uma conexão com o evento ocorrido em
pentecoste.

Moisés era um mediador da antiga aliança, e como mediador ele não liderava
o povo em sua própria força natural. Foi dado a Moisés um dom peculiar e tal dom e
concedido a ele pelo Espírito Santo para que sua liderança fosse exercida no poder
de Deus pela unção do Espirito Santo. No Antigo Testamento certas pessoas
recebiam um dom especial do Espírito Santo que os capacitava para o ministério. O
rei, por exemplo, era ungido com óleo como sinal de ser capacitado pelo Espírito Santo
para executar seu oficio. O Espírito do Senhor vinha sobre os profetas, os sacerdotes
eram consagrados com a ideia de que eles também eram capacitados pelo Espírito
Santo para executar seu oficio.

Então nós damos conta através das narrativas do Antigo Testamento que em
casos isolados o Espirito de Deus e dado a certos indivíduos para que eles fossem
capacitados para executar certas funções. Nos livros de Juízes por exemplo, temos
os líderes que Deus levantou e ungiu com seu Espírito e os capacitou, como Sansão
e outros, para realizarem seu ministério. Quando Moises, que é dotado de maneira
singular pelo Espírito Santo, como mediador reclama a Deus que o fardo de ministrar
a multidão e pesado demais Deus diz a Moises:

Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel,


que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei
do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo,
para que não a leves tu somente ( Nm 11. 16-17).

A narrativa mais adiante vai mostra como isso aconteceu:

Saiu, pois, Moisés, e referiu ao povo as palavras do SENHOR, e ajuntou setenta


homens dos anciãos do povo, e os pôs ao redor da tenda. Então, o SENHOR desceu
na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles

20
setenta anciãos; quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois,
nunca mais (Nm 11. 24-25).

Então vemos aqui uma expansão do dom do Espírito Santo de um homem para
70 para que a igreja do Antigo Testamento tenha 71 pessoas que foram capacitadas
pelo Espírito Santo para o ministério. Mas Moisés não ficou satisfeito e fez um apelo
a Deus

Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta, e que o SENHOR
pusesse o seu espírito sobre ele! (Nm 11. 29).

Moises não queria que Deus simplesmente ungisse 70 de nosso grupo, mas
que ele pusesse seu Espírito sobre todo o povo. Esse desejo de Moisés, mais tarde
vai se transforma em profecia na boca do profeta Joel:

E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos
e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão
visões. 29 E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o
meu Espírito (Joel.2:28-29).

Pedro em seu sermão, diz que aquilo que estava ocorrendo em pentecoste era
o cumprimento da profecia feita por Joel.

Pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens


judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as
minhas palavras. 15 Estes homens näo estäo embriagados, como vós pensais, sendo
a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias
acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os
vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens teräo visöes, E os
vossos velhos terão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus
servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão (At. 2:114 -18).

Antes do dia de pentecoste, quando os discípulos estavam olhando para o céu


enquanto jesus era assunto, lhes foi dito por Jesus que eles receberiam poder após
vir sobre eles o Espírito Santo (At.1.8). Agora, somos informados em Ato 2.2 que a
promessa foi cumprida. Então o que aconteceu no dia de pentecoste é o
derramamento do Espírito de Deus sobre toda a comunidade crente reunida. Muito

21
similar ao registro de Números 11, mas em maior escala conforme havia Deus
prometido por intermédio do profeta Joel.

Esta é, então, uma das grandes diferenças entre a igreja do Antigo Testamento.
No antigo Testamento apenas algumas pessoas que exercia funções especificas
recebiam está obra do Espirito Santo em suas vidas, esta preparação para o
ministério. Mas depois que o nosso Senhor veio como o supremo Ungido, o supremo
Mediador, e ele ascende ao céu para junto do Pai, ele envia o Espírito que estava
sobre ele, e unge toda a igreja, para que todo crente agora na nova aliança seja
capacitado pelo Espírito Santo para o ministério.

Nas palavras de Richard B Gaffin jr O “Pentecoste é nada menos do que o


estabelecimento da igreja como povo de Deus na nova aliança, ou seja, o corpo de Cristo. O
Espirito dado no Pentecoste constitui o corpo de Cristo como um lugar de habitação de Deus
no Espírito (Ef. 2:22), como o templo de Deus no qual habita o Espírito de Deus (I Co. 12:13).
Por via de consequência todos os que têm sido inseridos nesse corpo Batizados no Espírito
e encontra lugar nele, compartilham do dom do Espírito (I Co.12:13)”.13

Há uma grande variedades de dons, mas todo cristão recebe o Espírito, não
apenas em termos de ser renascido ou habitado pelo Espírito, mas todos são também
capacitados pelo Espírito para o ministério, para que, agora a igreja do Novo
Testamento seja uma igreja capacitada do alto para cumprir a missão que Cristo deu
a seu povo antes de ascender aos céus.

2. Os Sinais
E sua vinda foi acompanhada por três sinais sobrenaturais – um som, uma visão e
línguas.

a. Um Som
Lucas usa o substantivo “h=coj” de onde cuja raiz vem nossa palavra eco. O
termo não denota meramente uma Brisa, mas um vento impetuoso e barulhento, um
bramido, um som reverberante como um poderoso vento soprando intensamente. O
comentário de Lucas de que "veio do céu" reflete sua intenção de descrever um
acontecimento sobrenatural, e não algo natural. Observe as palavras como que. Não

13
Jr Gaffin Richard B. Perspectiva Sobre o Pentecostes. O Puritanos. São Paulo. SP. 2010. p23.
22
se tratava de um vento, mas algo de que o vento servia de símbolo, a saber, a
presença e o poder divinos (cp. 2 Samuel 5:24; 22:16; Jo 37:10; Salmo 104:4; Ezequiel
13:13.). Foi só os discípulos que escutaram o vento ou também foi audível para
outros?

Não há como saber. O certo é que o som simbolizava o Espirito Santo de Deus,
provavelmente uma alusão a visão de Ezequiel no vale cheio de ossos secos. Quando
Ezequiel, por mandato divino profetizou ao vento ele o chamou para soprar sobre os
corpos mortos no vale de sua visão, e o espirito de Deus soprou sobre eles e eles
voltaram a vida novamente.

b. Uma Visão

No Antigo Testamento “fogo” é usado frequentemente como símbolo da presença


de Deus, seja em juízo, em graça, ou para apontar sua santidade. Aqui Lucas diz que
pousou sobre os discípulos língua como de fogo (At.2.3). Mais uma vez estamos
diante de uma difícil tarefa, pois como traduzir essa experiência em termos que
explique seu verdadeiro significado? Os crentes não apenas ouvem a vinda do
Espírito Santo, como também o veem aparecendo, no que parecem ser, línguas de
fogo.

Muitos argumentam dizendo não ter havido nem som nem visão alguma nessa
ocasião, e que Lucas apresenta algo que foi pura experiência íntima, pessoal, como
um fenômeno auditivo e não visual. Todavia o aoristo indicativo w;fqhsan é claro, foram
visto por eles e não meramente sentido. Não se trata de algo ilusório, pois Lucas indica
claramente que eles viram línguas como que de fogo. A questão, se o fogo visto por
estes homens naquela ocasião pertencia a uma esfera mais alta, ou foi o efeito da
ação de Deus nos elementos da terra, não pode ser respondida.14

Me parece inevitável fazer uma conexão dessa visão do fogo com o batismo com
Espírito e fogo mencionado por João Batista (Mat.3.11, Mc 1.8). Alguns vão invitar
essa conexão argumentando que na escatologia judaica o fogo simboliza destruição
do ímpio ou juízo de Deus sobre uma nação. Porem esse não é o único símbolo que
o fogo representa, mas também indica purificação do justo. João claramente está

14
Kuyper Abraham. A Obra do Espírito Santo.p179
23
citando Malaquias que falava tanto de um fogo purificador, como um fogo de juízo
(Ml.3:2-3, 4.1) como comenta George Eldon Ladd:

Joao também anuncia um batismo de fogo. O contexto da expressão permite afirmar que
ela se refere ao julgamento de Deus. O significado do duplo batismo com o Espirito e com
fogo e descrito com mais precisão por meio da rápida limpeza que rapidamente varrera o solo:
o trigo será ajuntado no celeiro, mas a palha será queimada com fogo inextinguível (Mt. 3:12;
Lc. 3:17). A descrição do fogo como “inextinguível” aponta para um julgamento escatológico,
pois ele ultrapassa os limites dos meios comuns de consumir a palha (cf. Is.1:31; 66:24; Jr.
7:20). A vinda do Reino - a visitação divina iminente - afetara a todos os homens, uma
separação acontecera: alguns serão ajuntados no celeiro divino - o batismo deles será um
batismo do Espirito; outros serão varridos em juízo - esses receberão o batismo de fogo. Esse
prospecto do juízo que estava para acontecer e ainda mais enfatizado na advertência de Joao:
“Quem vos ensinou a fugir da ira futura?” O julgamento e iminente e as arvores infrutíferas
serão cortadas e lançadas no fogo (Mt. 3:7-10; Lc. 3:7-9). O caráter drástico desta
proclamação pode ser compreendido a partir do fato de que em um pais pobre como a
Palestina, as arvores infrutíferas normalmente não seriam destruídas pelo fogo, mas seriam
preservadas de modo que a madeira pudesse ser utilizada para fins domésticos ou para
alguma manufatura. No anuncio de Joao, tais arvores infrutíferas serão consumidas em um
holocausto de julgamento flamejante.15

Nesse caso então o fogo aqui aponta tanto para uma purificação da igreja realizada
na cruz mediante o sacrifício expiatório de Jesus Cristo e para o juízo sobre a nação
Israel.

O texto também se refere a línguas como de fogo essa associação parece nos
levar a alguns textos do Antigo Testamento onda a línguas estrangeiras e associada
a um sinal de que o juízo de Deus havia chegado à Israel apostata. Em Deuteronômio
28.46 temos a discrição da terrível maldição que cairia sobre Israel, caso eles
violassem o pacto.

“O senhor levantara contra ti de longe, da extremidade da terra, uma nação que


voa como a águia cuja língua não entenderás” (Dt.28:49).

Em Jeremias a menção de línguas estrangeiras é associada ao juízo divino:

15
Ladd. E. George. Teologia do NT.3ª Ed. Exudus Editora. São Paulo. SP.1997. p.35.
24
“Eis que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor: é
uma nação durável, uma nação antiga, uma nação cuja língua ignoras, e não
entenderás o que fala” (Jr.5:15).

Jesus mencionou que como juízo Deus iria tirar o seu reino da nação de Israel e
daria a um povo que de os seus frutos (Mt.21.43). Nesse caso, então, a visão de
línguas como de fogo era um sinal que apontava esse juízo, Deus indicando que não
mais falaria um único idioma a um único povo. Desse modo as línguas como de fogo
que pousaram sobre os discípulos era um sinal da maldição pactual para Israel como
nação. “Deus não mais lhes falaria exclusivamente em contraste com todas as nações
do mundo. Ao mesmo tempo, porém, as línguas no Pentecostes serviria como um
sinal de imensurável benção divina direcionadas a todas as nações do mundo,
inclusive Israel.

c. Línguas

Os dois primeiros sinais precederam, enquanto que o terceiro ocorreu após o


derramar do Espírito Santo. O terceiro sinal seguinte ao derramamento do Espírito
santo consistiu de sons extraordinários que provinham dos lábios dos apóstolos - sons
estranhos ao idioma Aramaico, nunca antes ouvidos dos seus lábios. Eram idiomas
estranhos aqueles galileus, idiomas de várias nações do mundo como Lucas explica:

Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas


as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão,
que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria
língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura,
galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em
nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da
Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das
regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto
judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas
próprias línguas as grandezas de Deus? (At.2.5-11).

Entre o povo judeu que vivia na dispersão, muitos decidiram fixar residência em
Jerusalém por motivos religiosos ou educacionais. Eles vieram de inúmeros países,
ficando em Jerusalém em caráter permanente ou temporário. E também, um grande

25
número de peregrinos tinha ido a Jerusalém a fim de celebrar a festa judaica da
colheita denominada Pentecostes e agora presenciavam este sinal do derramar do
Espírito. Embora, como já tínhamos apontado, o sinal lembrasse os judeus dos juízos
de Deus na história pelas mãos dos estrangeiros, apontava para algo muito maior.

O dom de línguas era um sinal para indicar o caráter universalístico do cristianismo.


As linguas era um sinal que começava uma nova era na igreja, onde os muros raciais
e culturais foram derrubados.

Para compreedermos melhor este fato precisamos nos lembrar que o livro de Atos
menciona quatro grupos de pessoas que formava o mundo naqueles dias. Eram os
judeus, os tementes a Deus, os samaritanos e os gentios. No templo havia uma certa
seção para cada um desses grupos. Uma parte onde apenas os judeus poderiam
entrar, um patio para os gentios e assim por diante. Existia um antagonismo historico
entre os samaritanos e os judeus. Haviam diferenças entre aqueles que eram judeus
e aqueles que nao eram judeus, os gentios, e os samaritanos era uma raça misturada,
parte gentios, parte judeus. O quarto grupo era chamado de temente a Deus. Estes
eram na sua maior parte gregos helenistas que se converteram ao judaísmo. Eles cria
no Deus de israel e adotaram o ensino do judaismo, mas eles não estavam
completamente incluidos na comunidade judaica porque eles nao eram circuncidados
e nem se submetiam à circuncisão. Eles estavam no meio do caminho até que veio
pentecoste. As linguas era um sinal de que agora samaritanos, gentios, helenistas
todos agora faziam parte do mesmo reino e da mesma graça. Na medida em que o
evangelho se expande no livro de Atos todos esses grupos são atrelados a igreja e o
sinal de que isso estava acontecendo era as linguas. Por isso não temos apenas uma
experiencia de pentecoste, mas quatro.

Há quatro eventos registrados no livro de Atos no qual o derramar do Espírito Santo


ocorre sobre certos grupos.

1. Samaritanos

Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a


palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, oraram por
eles para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia ainda descido sobre

26
nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.
Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo (Atos 8. 14-17) .

Os crentes samaritanos tinham sido batizados nas aguas, mas não tinham
recebido o batismo do Espírito Santo até que Pedro e João impuseram as mãos sobre
ele e quando isso aconteceu, eles receberam o Espirito Santo.

2. Helênistas

Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os
que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com
Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom
do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus.
Então, perguntou Pedro: Porventura, pode alguém recusar a água, para que
não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?
E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram
que permanecesse com eles por alguns dias (At.10:44-.48).

3. Gentios

E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a
Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras mediante
as quais serás salvo, tu e toda a tua casa. Quando, porém, comecei a falar, caiu o
Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei
da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo. Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom
que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que
pudesse resistir a Deus? E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram
a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento
para vida (At. 11: 13 -18).

27
Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões
mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes:
Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam:
Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então, Paulo
perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.
Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que
cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto,
foram batizados em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam (At. 19:1-
6).

O ciclo se fechou, notem agora que o evento cumpriu o seu proposito se


extendendo para os quatros grupos que dividia a humanidade. De uma vez por todas
o Espirito foi derramado sobre toda carne ( no sentido de pessoas de toda a
nacionalidade em no necessariamente em toda humanidade). Aqui está a
consequencia do significado das linguas.

No primeiro Pentecoste os judeus estavam reunidos e receberam o batismo do


Espírito Santo, depois os crentes samaritanos receberam o batismo com o Espírito
Santo. Na casa de Cornélio todos os tementes a Deus receberam o batismo com o
Espírito Santo e por fim os gentios. A conclusão de Pedro e dos restante dos apostolos
em jerusalém é que o que Deus fez no dia de Pentecoste à eles se estedeu a todos
os crentes independente de raça. Não existe mais classes na igreja, todos tem
cidanania plena. A igreja já não é mais composta apenas por judeus, mas helênistas,
samaritanos e gentios. Todos receberam o Espírito Santo e foram fortalecidos para o
ministerio.

Isso deixa laro que o objetivo de pentecostes era dar, nao a alguns, não a uns
poucos selecionados dentro da igreja. Mas a todos os menbros do corpo de Cristo
poder para o ministerio pela presença do Espírito Santo.

28
Por essa razão paulo escrevendo, mais tarde aos Corintios disse: Porque, assim
como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. 13 Pois, em um só
Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 14 Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos (I Co.12: 12-14).

Aqui o apostolo Paulo fala da universalidade da igreja e do fortalecimento do


Espirito para cada crente. Esse é o significado de Pentecostes. A natureza da igreja
após pentecostes é bem definida pelo apostolo mais uma vez em sua epistola aos
efésios:

Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados


incircunciso por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,
naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos
às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora,
em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de
Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede
da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos
mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um
novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por
intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós
outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele,
ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não sois estrangeiros e
peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus (Ef.2.11-19).

Tudo isso aconteceu em Pentecostes no derramamento do Espírito sobre judeus


e samaritanos, nos helenistas e sobre os gentios.

Não ver Pentecostes como algo que assinalou o derramamento de Deus sobre
todos os Cristão é um equívoco. O derramar do espirito é para todo cristão de maneira
eu todo cristão tem sido fortalecido; se de fato alguém foi regenerado pelo Espírito
Santo tem o dom do Espírito Santo de modo que todos são chamados para participar
da grande comissão. Não precisamos mais esperar um novo pentecostes pois o
Espírito Santo já foi derramado. Já não precisamos esperar a repetição dos sinais,

29
nenhum som, línguas como de fogo ou pessoas falando em outras línguas pois o sinal
já foi dado e somos chamados para viver essa nova realidade em Cristo Jesus.

8. – Comparação Com Traduções Bíblicas Existentes

ARA SBP Reino Valera


Ao cumprir-se o dia de Quando chegou o dia da Cuando llegó el día de
Pentecostes, estavam festa do Pentecostes, Pentecostés, estaban
todos reunidos no mesmo estavam todos reunidos todos unánimes juntos.
lugar; no mesmo lugar.

de repente, veio do céu De repente, veio do céu Y de repente vino del


um som, como de um um ruído semelhante ao cielo un estruendo como
vento impetuoso, e de um vento forte que de un viento recio que
encheu toda a casa onde ressoou por toda a casa soplaba, el cual llenó toda
estavam assentados. onde se encontravam. la casa donde estaban
sentados;
.

E apareceram, Foram entäo vistas por y se les aparecieron


distribuídas entre eles, eles umas línguas como lenguas repartidas, como
línguas, como de fogo, e de fogo, que se de fuego, asentándose
pousou uma sobre cada espalharam e desceram sobre cada uno de ellos.
um deles. sobre cada um deles.

Todos ficaram cheios do Todos ficaram cheios do Y fueron todos llenos del
Espírito Santo e Espíritu Santo, y
Espírito Santo e
passaram a falar em comenzaron a hablar en
outras línguas, segundo o começaram a falar otras lenguas, según el
Espírito lhes concedia Espíritu les daba que
noutras línguas, conforme
que falassem. hablasen.
o Espírito Santo lhes
concedia que falassem

As versões comparadas acima não trazem nenhuma variante significativa,


porem a versão da SBP se aproxima mais de uma paráfrase do que uma tradução
propriamente dita.

9. – Paráfrase

30
Quando se cumpriu os dias da festa do Pentecostes, os discípulos de Jesus
Cristo estavam todos reunido no mesmo lugar, então, de repente veio do Céu um
barulho ensurdecedor que tomou todo o lugar onde eles estavam assentados.

Depois apareceu línguas como de fogo, que foram distribuídas entre eles.
Então todo ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outros idiomas,
de acordo com a vontade do Espirito Santo.

10. – Comentário Homilético

Tema - As Bênçãos de Pentecostes

Introdução

Pentecostes foi um evento único na história da igreja mas os seus benefícios


tem perdurando por todos os séculos da nossa era. Mas quais foram de fato as
bênçãos que nos trouxe Pentecostes?

I A Benção da habitação do Espírito em nós

 No Antigo Testamento o Espírito Santo vinha apenas sobre alguns crentes para
capacita-los a exercer algum ministério ordenado por Deus.
 Em Pentecoste toda a igreja passa a ser habitação do Espírito Santo

II A Benção da União dos Povos

 No primeiro século da era crista as divisões de etnias eram bem acentuadas.


 Os povos mesmo debaixo de do Imperio Romano que queria unificar os povos
as divisões só aumentavam.
 Pentecostes trouxe a União de povos de todas as tribos e raças quebrando a
parede de separação que havia entre eles.

III A Benção da Universalidade da Igreja

 Em pentecostes a promessa de Deus feita a Abraão foi colocada em ação.


 A igreja agora não estaria mais confinada em uma nação, mas em Pentecoste
ela se torna universal.

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11. – Tradução Final

Ao se completar o dia de pentecoste estavam todos juntos no mesmo lugar e


veio de repente um vento forte do céu enchendo toda a casa onde estava assentados.
E apareceram a eles línguas distribuídas como de fogo que posou sobre cada um
deles e ficaram todos cheios do Espirito Santo e começaram a falar em outras línguas,
segundo o espirito dava para falarem.

12. – Conclusão

Pentecoste foi a culminação de todo o ministério de Jesus, pois ali os discípulos


receberam os benefícios e as bênçãos que Jesus conquistou com sua morte,
ressureição e ascensão. Pentecoste é a inauguração de um novo tempo, de algo que
não havia existido antes.

A presença de Deus no meio do seu povo não estar mais condicionada a


tendas, ou a templos, mas o Senhor, na terceira pessoa da trindade, habita em seu
povo, somos templo do Espírito Santo (I Co.6.19).

Pentecostes é a resposta para os problemas do racismo, lutas de classes e a


todo tipo de segregação racial. É na igreja eu encontramos o único lugar onde ricos e
pobres, negros, brancos, judeus e gentios, homens e mulheres podem sentar à
mesma mesa, comer da mesmo pão e beber do mesmo vinho. Pentecostes é a
concretização da obra de unificação dos povos realizada na morte e ressureição de
Jesus Cristo. A igreja é um só corpo pois a todos foram dado de beber de um só
Espírito (I Co 12.12-13).

Tudo isso aponta para a universalidade da igreja dos últimos dias inaugurada
em Pentecostes. Jonh W. Stott resume bem a questão:

Se permitirmos que outras partes das Escrituras nos guiem na interpretação, parece
que esses três sinais representavam pelo menos o início da nova era do Espírito (João Batista
havia associado o vento ao fogo) e a nova obra que ele viera realizar. Se for esse o caso, o
som como de um vento pode simbolizar o poder (que Jesus lhes havia prometido, para que

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testemunhassem, Lc 24:49; At 1:8), a visão de fogo, a pureza (como a brasa viva que purificou
Isaías, 6:6-7) e o falar em outras línguas, a universalidade da igreja cristã.16

Assim sendo, ao invés de esperarmos uma repetição de Pentecostes devemos


usufruir e das bênçãos trazida por ele vivendo em obediência e gratidão ao nosso
senhor Jesus Cristo, que nos abriu este novo e vivo caminho.

16
Stott Jonh. A Mensagem de Atos. ABU. São Paulo. 1990. p66.
33
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