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Por volta do ano de 1901 Agnes Ozman uma das alunas de Parham, foi a
primeira deste grupo que falou em línguas depois que Parham lhe impôs as mãos.
Logo outros estudantes começaram a falar em línguas, como também o próprio
Parham que começou sua missão de levar a outras cidades o que ele chamava de
evangelho pleno. Ele pregou em várias cidades até estabelecer um instituto bíblico
em Houston, Texas.
1
SOUZA José Roberto. Presbiterianos X Assembleianos: Embates em Pernambuco no Inicio do Século XX. Artigo
em Mosaico Religioso Vol 2. P.61.
Ate os dias de hoje os pentecostais encorajam os cristãos, que já nasceram de
novo, a serem “batizados no Espírito Santo”, e para apoiar isso, apelam para os
acontecimentos descritos em Atos 2. Assim como os discípulos de jesus
primeiramente nasceram de novo e, posteriormente, foram batizados no Espirito
Santo no Pentecoste, nós (segundo os pentecostais) também devemos busca essa
experiência pentecostal hoje.
Mas será que o Pentecoste era um modelo para ser usado pelas igrejas hoje?
É o movimento pentecostal é uma repetição de pentecoste registrada em atos 2, será
que de fato os fenômenos registrado em atos 2 é algo que deveria se repetir na
história? O movimento pentecostal é de fato uma repetição do que aconteceu no dia
de pentecoste no primeiro século? O que de fato aconteceu ali, qual a relevância
daquele momento para a igreja hoje?
O livro de Atos foi inspirado pelo Espirito Santo, mas sua inspiração divina não
deve nos levar a ignorar o seu autor humano. Ainda que o Espírito Santo tenha
preservado os escritos originais das Escrituras livres de erros utilizou as
personalidades, influência cultural e intenções de seus escritos humanos.
2
Abraham Kuyper. A Obra do Espirito Santo. P.159
4
do nome de Lucas como autor. Em vista deste fato, qual é então as evidencias que
podemos nos apoiar para assumir a autoria Lucana?
A autoria do livro de Atos foi atribuído a Lucas desde o segundo século d.C. Em
1952 foi descoberto um manuscrito escrito em papiro que inclui uma das nossas
evidencia mais antiga do Novo Testamento. O p75 (como foi chamado o manuscrito),
foi provavelmente copiado por volta de 175 – 200 d.C., e inclui grandes porções do
evangelho de Lucas e do evangelho de João. O manuscrito identifica Lucas como o
autor do terceiro evangelho e por extensão aponta Lucas como o autor de Atos.
O prólogo antimarcionista escrito entre 160 e 180 d.C. também apontam para
a autoria de Lucas:
Lucas é sírio, natural de Antioquia, por profissão um médico. Foi discípulo dos
apóstolos e mais tarde acompanhou Paulo até o seu martírio. Serviu ao Senhor sem
distrações, sem esposa, sem filhos. À idade de 84 anos adormeceu na Beócia, cheio
do Espírito Santo.
3
Camps Josep rius. El Mensaje de los Hechos de los Apostoles em Codice Beza. Navarra.
Espanha.Verbo Divino.2004.p23
5
1.1.2. – Evidências internas
1.2. Destinatário
1.3. Propósito
“No prologo de seu evangelho Lucas nos diz que a confirmação do evangelho é
seu proposito maior e usa a palavra διδάσκειν (ensinar), deixa implícito que essa
confirmação é dirigida a um cristão, talvez a um convertido recente. Na realidade,
talvez, devamos ver esse leitor alvo como alguém que já foi temente a Deus, um gentio
como Cornelio (At.10), que fora um ativo adorador do Deus de israel sem ter se
tornado judeu. Lucas alcança esse proposito ao descrever o fundamento histórico da
fé cristã e ao mostrar, mediante sua investigação histórica, que a igreja de seus dias,
e de Teofilo, é o ponto culminante da história bíblica. A salvação de Deus foi revelada,
e tornou-se disponível, em seu filho, Jesus Cristo. A mensagem dessa salvação foi
confiada pelo próprio Cristo a seus apóstolos e estes, mediante o poder e direção
dados pelo Espirito Santo, agora levaram essa mensagem e a salvação da qual ela é
mediadora “ate aos confins da terra”. Somente um proposito tão amplo é capaz de
comportar a riqueza de Lucas – Atos”.4
Nos parece que não a razão para discorda dos autores, pois a citação acima
resume bem o livro.
1.4. Data
4
Carson D.A. Moo Douglas J. Introdução ao NT.p225
7
O livro não fornece datas. Alguns defende que Atos foi escrito depois do ano
70 d.C. Mas o fato do livro terminar sem nos informa o resultado final da prisão de
Paulo em Roma nos leva a crer que o livro foi escrito quando Paulo ainda estava
vivo e esperando julgamento.
Existe mais alguns eventos importantes que nós dar uma pista da data do livro
de Atos. Primeiro é o fato de Lucas não mencionar o incêndio em Roma em 64 que
culminou no início da perseguição por parte do Estado Romano aos cristãos. Na
ocasião Nero culpou os cristãos pela devastação eu o incêndio causou a Roma e
começou a persegui-los. Segundo, geralmente se pensa que Paulo foi martirizado
durante a perseguição de Nero a igreja, provavelmente no ano 65. Então se o livro
de Atos tivesse sido escrito depois desses eventos, seria muito difícil acreditar que
Lucas não mencionasse ao menos o martírio de Paulo o personagem mais
proeminente do seu livro. Por fim no ano 70 d.C. houve a destruição do templo em
Jerusalém. O impacto deste evento para o cristianismo foi tão grande que parece
muito improvável que o autor de Atos omitisse essa informação.
A luz destes fatos concluímos então a provável data para a composição de Atos
seria por volta dos anos 60 ou 62 d.C.
Não encontramos muita linguagem figurada como poesia, mas bastante relatos
de eventos. Isso quer dizer que Lucas selecionou e apresentou certos acontecimentos
com algum proposito. Seus critérios seletivo e sua forma de apresentar os fatos
dependia do que ele queria alcançar com sua gênero literário e não o histórico.
Portanto concluímos que o gênero literário que melhor se enquadra em Atos é o
Histórico Teológico.
8
2. Análise Literária
· Perícope:
9
2. A preparação: narra como o Espírito preparara sua descida provocando um
fenômeno incomum que é descrito “como um vento” e “línguas como de
fogo”(v.2 - 3).
3. Descida do Espírito Santo: conclui a narrativa desta secção com a descida
do Espírito e o fenômeno do falar em línguas.
3. Análise Manuscritológica
No texto de Atos 2.1-4 encontramos muitas variantes nas ordem das palavras,
na ortografia e estilo. Entretanto, essas variantes têm pouco influência sobre o texto e
pouco interferem na interpretação do mesmo.
No presente trabalho usamos o texto conforme apresentado por B03 que traz
algumas variantes com o D05. A mais significativa encontramos no verciculo 1 onde
D05 traz: Kai egeneto em tai h]merais ekenais tou sunplpouqai, enquanto B03 traz: Kai.
evn tw/| sumplhrou/sqai. B03 vincula a enfusão do Espírito Santo com o episodio anterior
mediante a preposição “Kai” como o autor tem feito desde o começo do livro até 2.5.
No D05 a construção do genitivo com o infinitivo pode ser interpretada de vários
modos. A melhor opção que se encaixa com a inteção do narrador de D05 é “para
cumpri-se o dia de pentecostes” que implica que o que aconteceu em Pentecostes é
o cumprimento da promessa que jesus havia feita com respeito a esse dia. Mas a
promessa de Jesus não se referia estritamente ao dia de Pentecostes.
A nossa conclusão que a luz das evidencias internas e externas B03 é o que
está mais próximo do texto original.
4. – Análise Gramatical
10
Atos 2:1-4:
Kai. evn tw/| sumplhrou/sqai th.n h`me,ran th/j penthkosth/j h=san pa,ntej o`mou/ evpi. to. auvto,
2
kai. evge,neto a;fnw evk tou/ ouvranou/ h=coj w[sper ferome,nhj pnoh/j biai,aj kai. evplh,rwsen o[lon
to.n oi=kon ou- h=san kaqh,menoi\ 3 kai. w;fqhsan auvtoi/j diamerizo,menai glw/ssai w`sei. puro,j
kai. evka,qisen evf e[na e[kaston auvtw/n 4 kai. evplh,sqhsan pa,ntej pneu,matoj a`gi,ou kai. h;rxanto
lalei/n e`te,raij glw,ssaij kaqw.j to. pneu/ma evdi,dou avpofqe,ggesqai auvtoi/j
Kai. Conjunção E
evn Preposição Em
tw/| Artigo dativo neutro O
singular
sumplhrou/sqai, Verbo infinitivo presente Completar
passivo
th.n Artigo acusativo feminino A
singular
h`me,ran Substantivo acusativo Dia
feminino singular
th/j Artigo definido genitivo A
feminino singular
penthkosth/j Substantivo genitivo Pentecostes
feminino singular
h=san Verbo indicativo Estavam
imperfeito 3ª pessoa do
plural
pa,ntej Adjetivo nominativo Juntos
masculino plural
o`mou/ Adverbio Todos
evpi. Preposição Sobre
to. Artigo definido acusativo O
neutro singular
auvto, Adjetivo pronominal Mesmo
acusativo neutro singular
Kai. Conjunção E
evge,neto \ Verbo indicativo aoristo Veio
médio depoente 3ª
pessoa do singular
a;fnw Adverbio Repentinamente
evk Preposição De fora
tou/ Artigo definido genitivo O
masculino singular
ouvranou/ Substantivo genitivo Céu
masculino singular
h=coj Substantivo nominativo Som
masculino singular
w[sper Adverbio Como
11
ferome,nhj Verbo particípio presente Vindo trazido
médio
pnoh/j Substantivo genitivo Vento
feminino singular
biai,aj Adjetivo genitivo singular Forte
kai. Conjunção E
evplh,rwsen Verbo indicativo aoristo Encheu
ativo 3 pessoa singular
o[lon Adjetivo acusativo Todo
masculino singular
to.n Artigo definido acusativo O
masculino singular
oi=kon Substantivo acusativo Casa
masculino singular
ou- Adverbio Onde
h=san Verbo indicativo Estavam
imperfeito 3ª pessoa do
plural
kaqh,menoi Verbo particípio presente Assentados
média ou passiva
depoente nominativo
masculino plural
kai. Conjunção E
w;fqhsan Verbo indicativo aoristo Foram vistas
passivo 3 pessoa do
plural
auvtoi/j Pronome pessoal dativo por eles
masculino plural
diamerizo,menai Verbo particípio presente Distribuídas
médio nominativo
feminino plural
glw/ssai Substantivo nominativo Línguas
feminino plural
w`sei. Adverbio Como
5. – Tradução Do Texto
Tradução Literal
E em o completar a dia a pentecostes estavam todos juntos sobre o mesmo
lugar e veio repentinamente de fora o céu som como vindo trazido vento forte e encheu
todo o casa onde estavam assentados e apareceram a eles distribuídas línguas como
de fogo e posou sobre um cada deles e ficaram cheios todos de Espirito Santo e
começaram falar outras línguas segundo o Espírito dava para falarem eles.
Tradução Sugerida
13
Ao se completar o dia de pentecoste estavam todos juntos no mesmo lugar e
veio de repente um vento forte do céu enchendo toda a casa onde estava assentados.
E apareceram a eles línguas distribuídas como de fogo que posou sobre cada um
deles e ficaram todos cheios do Espirito Santo e começaram a falar em outras línguas,
segundo o espirito dava para eles falarem.
O proposito deste capitulo é realizar uma análise léxica das palavras πνεῦμα e γλῶσσα.
Análise etimológica
Essa é uma palavra que carrega uma grande importancia no NT tem “πνεῦ”
Como sua raiz gramatical que quando carrega o sufixo ma denota o resultado da ação
do ar em movimento. O substantivo “πνεῦμα” denota o movimento dinâmico do ar, daí
então a razão pelo qual seus derivados tem os significados de: 1. Soprar do vento e
do ar em geral, como por exemplo soprar sobre um instrumento musical; 2.Respirar
no sentido de ter vida. Como se presumia que calor, ira, coragem e benevolência eram
vinculados pelo ar “πνoε” é usado com esses sentidos também. Εkpnewn tem o sentido
expira, soprar para fora ou cessar de respirar. Εmpnewn significa aspirar, estar e
respirando, ter vida, sopra para dentro de alguma coisa.
Análise diacrônica
Não há como sabermos quando o substantivo πνεῦμα ocorreu pela primeira vez na,
mas já encontramos a palavra nos escritos pré – socrático usada para transmitir mais
de um sentido, porem todos ligados a o ar. Anaximenes por exemplo atribuía ao
πνεῦμα a substancia infinita, o principio de todas as coisas:
5
Gomes Pinharanda. Filosofia Grega Pré – Socrática. 4ªed.Lisboa.Potugal.Guimarães Editores.1994.p
14
Segundo Aecio para Anaximenes os conceitos ahr e πνεῦμα são sinónimos.6
Encontramos também o substantivo πνεῦμα e seus derivados na Teogonia de Hesíodo
usados no sentido de hálito, vento (elemento da natureza). Outros escritores gregos
usaram o substantivo no sentido de folego da vida, como Ésquilo em suas peças
Prometeu Acorrentado e Os Persas. Do século V em diante, os médicos gregos
desenvolveram uma fisiologia baseada sobre isto, e logo passaram a distinguir entre
o πνεῦμα interior e inato e o ar que ele respirava7.
Aristóteles entedia que πνεῦμα era o poder formativo que a parti do embrião em
diante, paulatinamente produzia o indivíduo maduro e depois, no caso do homem, veio
a ser instrumento mediante qual controlava o corpo. No vocabulário de Aristoteles
πνεῦμα se aproxima mais da palavra psyche (alma). Na filosofia estoica πνεῦμα é usado
como intelecto e tudo que diz respeito aos sentidos e pensamentos. Outro sentido que
os Estoicos dava a πνεῦμα era de um princípio elementar que dava coerências às
entidades diferentes na criação, embora, ao mesmo tempo diferente entre si. Na sua
forma puramente etérea era o logos de Deus como fogo espiritual era a alma do home;
como πνεῦμα físico formava as plantas, e como o πνεῦμα habitual dava coerência aos
objetos inanimados.
por espirito, ou sopra, quase sempre associado ao soprar de Deus para da vida.
Análise sincrônica
Análise etimológica
6
Ibid.
7
Dicionário Internacional de Teologia Novo Testamento Vol I. São Paulo. SP. Cultura Crista.p.714.
15
O substativo γλῶσσα pode ser traduzido como órgão da fala, do paladar. F. W.
Gingrich e F.W. Danker afirmaram que as expressões γλῶσσαi gevnh glwsswn laleíin
referem-se a fala extática daqueles acometidos de forte emoção em um contexto
cúltico.8
Neste caso em partícula a posição defendida por Carson parece ser favorecida pelo
contexto de Atos 2.
– Análise diacrônica
Existe cerca de 160 ocorrências de γλώσσῃ na LXX, 100 delas representa o hebraico ַ ְל ׁ֥שֹון
que significa língua (como parte do corpo ), de homem como podemos encontra em Lamentações 4.4:
8
Gingrich F. Wilbur & Danker Frederick W. Léxico do NT.1ªed. São Paulo. SP. Vida Nova. 2008.p.
9
Carson D.A. A Manifestação do Espírito: a Contemporaneidade dos dons a luz de I Coríntios de 12 – 14. São
Paulo. SP. Vida Nova.2013.p140.
16
יןַל ֶ ֽהם׃ַס
ָּ ׂשַא
ׁ֥ לּוַל ֶחםַפ ֹּּ֖ר
ֶ ֶ֔ ַש ֲא
ָׁ֣ ָּ ֹול ִל ֙ים
ָּ אַע
ֽ ל־ח ּ֖כֹוַב ָּצ ָּ ָ֑מ
ִ ֵ֛קַא
ֶ קַל ׁ֥שֹוןַיֹונ
ְ ָּד ֙ב
ἐκολλήθη ἡ γλῶσσα θηλάζοντος πρὸς τὸν φάρυγγα αὐτοῦ ἐν δίψει νήπια ᾔτησαν ἄρτον ὁ
διακλῶν οὐκ ἔστιν αὐτοῖς (Lam 4:4 LXX ).
fogo), no contexto essa figura aparece como sinal do juízo de Deus sobre a Israel
apostata. J.Riddebos comenta essa passagem nas seguintes palavras: “a destruição
por vir é pintada a princípio com o símile de línguas de fogo lambendo a palha deixada
no campo, ou reduzindo um fardo de feno a um pequeno monte de cinzas”.10 Não me
parece difícil fazer uma conexão com as γλῶσσαι ὡσεὶ πυρός, ( línguas como de fogo) de
Pentecoste.
– Análise sincrônica
7. – Análise Teológica
Logo após jesus ascender aos céus e deixar este mundo em termos de sua
presença física, um evento redentivo histórico muito importante aconteceu que
estava inseparavelmente relacionado tal ascensão: o dia de pentecoste. Quando
jesus disse aos seus discípulos que iria embora, e os discípulos ficaram triste com a
notícia, uma das coisas que aconteceu mudou a compreensão deles com relação a
sua partida. A promessa de que ele não os deixaria sem consolo, mas que ele
enviaria seu Espirito para estar com eles; assim ele podia dizer, por um lado, que os
estava deixando, e ao mesmo tempo dizer: Eu estarei sempre convosco, até a
consumação dos séculos (Mt 28). Mas o que aconteceu no pentecoste, e qual seu
significado em termos de história redentiva como um todo?
10
Ridderbons J. Isaias Comentário e Introdução. 1.ed. São Paulo. SP. Mundo Cristão. 1986.p.92.
17
V.1.
Lucas aponta para o termino de, ou o fim do Pentecoste para falar da nova era
da igreja inaugurando pelo dom do Espirito Santo. “O dia de pentecoste foi muitíssimo
notável e vital para a igreja Crista, e foi também um dos grandes pontos divisórios da
história do mundo. Se não entendermos isso, será completamente impossível ter
correta noção quanto ao caráter e a natureza da igreja Crista e da Mensagem Crista”.11
11
.Jones M.L. Cristianismo Autentico Vol 01 São Paulo.SP. Editora PES. 2005.. P.51.
18
apóstolos. O adverbio “pa,ntej ” provavelmente se refere aos 120 (1.15), portanto,
incluindo os mencionados em 1. 13-14 onde se diz que eles estavam no cenáculo.
Isso poderia ser suficiente para concluímos que estavam no cenáculo, porem uma
dificuldade a mais se apresenta quando em 2.5 fala de uma multidão. O fato de a
multidão ficar rapidamente a par do que estava acontecendo (cp. v. 6) sugere que os
discípulos estariam num lugar onde podiam ser vistos, como no pátio externo do
templo. O uso da substantivo “oi=kon " (casa) no v. 2 não elimina esta hipótese porque
na septuaginta Isaías 6: 4; o uso do substantivo " oi=kon " refere-se ao templo
V1. Kata. to. e;toj evn w-| avpe,qanen VOzi,aj o` basileu,j( ei=don to.n Ku,rion kaqh,menon evpi. qro,nou
u`yhlou/ kai. evphrme,nou( kai. to. kra,spedon auvtou/ evge,mise to.n nao,nÅ
V4 Kai. oi` parasta,tai th/j qu,raj evsei,sqhsan evk th/j fwnh/j tou/ kra,zontoj( kai. o` oi=koj
evplh,sqh kapnou/Å
V.2-4
12
Bruce F.F. Comentario de Hechos Del los Apostoles.Grand Rapids, Michigan.EUA.Libros Desafío.2007.
19
de um momento na história da igreja do Antigo Testamento em que o povo vem diante
de Moisés com um espirito de insatisfação. Eles estavam murmurando e resmungado
a respeito de sua circunstância no deserto. O aborrecimento de Moises é tanto que
ele pede para morrer, pois dizia que já não suportava pastorear todo aquele povo
sozinho e a resposta de Deus a Moises tem uma conexão com o evento ocorrido em
pentecoste.
Moisés era um mediador da antiga aliança, e como mediador ele não liderava
o povo em sua própria força natural. Foi dado a Moisés um dom peculiar e tal dom e
concedido a ele pelo Espírito Santo para que sua liderança fosse exercida no poder
de Deus pela unção do Espirito Santo. No Antigo Testamento certas pessoas
recebiam um dom especial do Espírito Santo que os capacitava para o ministério. O
rei, por exemplo, era ungido com óleo como sinal de ser capacitado pelo Espírito Santo
para executar seu oficio. O Espírito do Senhor vinha sobre os profetas, os sacerdotes
eram consagrados com a ideia de que eles também eram capacitados pelo Espírito
Santo para executar seu oficio.
Então nós damos conta através das narrativas do Antigo Testamento que em
casos isolados o Espirito de Deus e dado a certos indivíduos para que eles fossem
capacitados para executar certas funções. Nos livros de Juízes por exemplo, temos
os líderes que Deus levantou e ungiu com seu Espírito e os capacitou, como Sansão
e outros, para realizarem seu ministério. Quando Moises, que é dotado de maneira
singular pelo Espírito Santo, como mediador reclama a Deus que o fardo de ministrar
a multidão e pesado demais Deus diz a Moises:
20
setenta anciãos; quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois,
nunca mais (Nm 11. 24-25).
Então vemos aqui uma expansão do dom do Espírito Santo de um homem para
70 para que a igreja do Antigo Testamento tenha 71 pessoas que foram capacitadas
pelo Espírito Santo para o ministério. Mas Moisés não ficou satisfeito e fez um apelo
a Deus
Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta, e que o SENHOR
pusesse o seu espírito sobre ele! (Nm 11. 29).
Moises não queria que Deus simplesmente ungisse 70 de nosso grupo, mas
que ele pusesse seu Espírito sobre todo o povo. Esse desejo de Moisés, mais tarde
vai se transforma em profecia na boca do profeta Joel:
E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos
e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão
visões. 29 E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o
meu Espírito (Joel.2:28-29).
Pedro em seu sermão, diz que aquilo que estava ocorrendo em pentecoste era
o cumprimento da profecia feita por Joel.
21
similar ao registro de Números 11, mas em maior escala conforme havia Deus
prometido por intermédio do profeta Joel.
Esta é, então, uma das grandes diferenças entre a igreja do Antigo Testamento.
No antigo Testamento apenas algumas pessoas que exercia funções especificas
recebiam está obra do Espirito Santo em suas vidas, esta preparação para o
ministério. Mas depois que o nosso Senhor veio como o supremo Ungido, o supremo
Mediador, e ele ascende ao céu para junto do Pai, ele envia o Espírito que estava
sobre ele, e unge toda a igreja, para que todo crente agora na nova aliança seja
capacitado pelo Espírito Santo para o ministério.
Há uma grande variedades de dons, mas todo cristão recebe o Espírito, não
apenas em termos de ser renascido ou habitado pelo Espírito, mas todos são também
capacitados pelo Espírito para o ministério, para que, agora a igreja do Novo
Testamento seja uma igreja capacitada do alto para cumprir a missão que Cristo deu
a seu povo antes de ascender aos céus.
2. Os Sinais
E sua vinda foi acompanhada por três sinais sobrenaturais – um som, uma visão e
línguas.
a. Um Som
Lucas usa o substantivo “h=coj” de onde cuja raiz vem nossa palavra eco. O
termo não denota meramente uma Brisa, mas um vento impetuoso e barulhento, um
bramido, um som reverberante como um poderoso vento soprando intensamente. O
comentário de Lucas de que "veio do céu" reflete sua intenção de descrever um
acontecimento sobrenatural, e não algo natural. Observe as palavras como que. Não
13
Jr Gaffin Richard B. Perspectiva Sobre o Pentecostes. O Puritanos. São Paulo. SP. 2010. p23.
22
se tratava de um vento, mas algo de que o vento servia de símbolo, a saber, a
presença e o poder divinos (cp. 2 Samuel 5:24; 22:16; Jo 37:10; Salmo 104:4; Ezequiel
13:13.). Foi só os discípulos que escutaram o vento ou também foi audível para
outros?
Não há como saber. O certo é que o som simbolizava o Espirito Santo de Deus,
provavelmente uma alusão a visão de Ezequiel no vale cheio de ossos secos. Quando
Ezequiel, por mandato divino profetizou ao vento ele o chamou para soprar sobre os
corpos mortos no vale de sua visão, e o espirito de Deus soprou sobre eles e eles
voltaram a vida novamente.
b. Uma Visão
Muitos argumentam dizendo não ter havido nem som nem visão alguma nessa
ocasião, e que Lucas apresenta algo que foi pura experiência íntima, pessoal, como
um fenômeno auditivo e não visual. Todavia o aoristo indicativo w;fqhsan é claro, foram
visto por eles e não meramente sentido. Não se trata de algo ilusório, pois Lucas indica
claramente que eles viram línguas como que de fogo. A questão, se o fogo visto por
estes homens naquela ocasião pertencia a uma esfera mais alta, ou foi o efeito da
ação de Deus nos elementos da terra, não pode ser respondida.14
Me parece inevitável fazer uma conexão dessa visão do fogo com o batismo com
Espírito e fogo mencionado por João Batista (Mat.3.11, Mc 1.8). Alguns vão invitar
essa conexão argumentando que na escatologia judaica o fogo simboliza destruição
do ímpio ou juízo de Deus sobre uma nação. Porem esse não é o único símbolo que
o fogo representa, mas também indica purificação do justo. João claramente está
14
Kuyper Abraham. A Obra do Espírito Santo.p179
23
citando Malaquias que falava tanto de um fogo purificador, como um fogo de juízo
(Ml.3:2-3, 4.1) como comenta George Eldon Ladd:
Joao também anuncia um batismo de fogo. O contexto da expressão permite afirmar que
ela se refere ao julgamento de Deus. O significado do duplo batismo com o Espirito e com
fogo e descrito com mais precisão por meio da rápida limpeza que rapidamente varrera o solo:
o trigo será ajuntado no celeiro, mas a palha será queimada com fogo inextinguível (Mt. 3:12;
Lc. 3:17). A descrição do fogo como “inextinguível” aponta para um julgamento escatológico,
pois ele ultrapassa os limites dos meios comuns de consumir a palha (cf. Is.1:31; 66:24; Jr.
7:20). A vinda do Reino - a visitação divina iminente - afetara a todos os homens, uma
separação acontecera: alguns serão ajuntados no celeiro divino - o batismo deles será um
batismo do Espirito; outros serão varridos em juízo - esses receberão o batismo de fogo. Esse
prospecto do juízo que estava para acontecer e ainda mais enfatizado na advertência de Joao:
“Quem vos ensinou a fugir da ira futura?” O julgamento e iminente e as arvores infrutíferas
serão cortadas e lançadas no fogo (Mt. 3:7-10; Lc. 3:7-9). O caráter drástico desta
proclamação pode ser compreendido a partir do fato de que em um pais pobre como a
Palestina, as arvores infrutíferas normalmente não seriam destruídas pelo fogo, mas seriam
preservadas de modo que a madeira pudesse ser utilizada para fins domésticos ou para
alguma manufatura. No anuncio de Joao, tais arvores infrutíferas serão consumidas em um
holocausto de julgamento flamejante.15
Nesse caso então o fogo aqui aponta tanto para uma purificação da igreja realizada
na cruz mediante o sacrifício expiatório de Jesus Cristo e para o juízo sobre a nação
Israel.
O texto também se refere a línguas como de fogo essa associação parece nos
levar a alguns textos do Antigo Testamento onda a línguas estrangeiras e associada
a um sinal de que o juízo de Deus havia chegado à Israel apostata. Em Deuteronômio
28.46 temos a discrição da terrível maldição que cairia sobre Israel, caso eles
violassem o pacto.
15
Ladd. E. George. Teologia do NT.3ª Ed. Exudus Editora. São Paulo. SP.1997. p.35.
24
“Eis que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor: é
uma nação durável, uma nação antiga, uma nação cuja língua ignoras, e não
entenderás o que fala” (Jr.5:15).
Jesus mencionou que como juízo Deus iria tirar o seu reino da nação de Israel e
daria a um povo que de os seus frutos (Mt.21.43). Nesse caso, então, a visão de
línguas como de fogo era um sinal que apontava esse juízo, Deus indicando que não
mais falaria um único idioma a um único povo. Desse modo as línguas como de fogo
que pousaram sobre os discípulos era um sinal da maldição pactual para Israel como
nação. “Deus não mais lhes falaria exclusivamente em contraste com todas as nações
do mundo. Ao mesmo tempo, porém, as línguas no Pentecostes serviria como um
sinal de imensurável benção divina direcionadas a todas as nações do mundo,
inclusive Israel.
c. Línguas
Entre o povo judeu que vivia na dispersão, muitos decidiram fixar residência em
Jerusalém por motivos religiosos ou educacionais. Eles vieram de inúmeros países,
ficando em Jerusalém em caráter permanente ou temporário. E também, um grande
25
número de peregrinos tinha ido a Jerusalém a fim de celebrar a festa judaica da
colheita denominada Pentecostes e agora presenciavam este sinal do derramar do
Espírito. Embora, como já tínhamos apontado, o sinal lembrasse os judeus dos juízos
de Deus na história pelas mãos dos estrangeiros, apontava para algo muito maior.
Para compreedermos melhor este fato precisamos nos lembrar que o livro de Atos
menciona quatro grupos de pessoas que formava o mundo naqueles dias. Eram os
judeus, os tementes a Deus, os samaritanos e os gentios. No templo havia uma certa
seção para cada um desses grupos. Uma parte onde apenas os judeus poderiam
entrar, um patio para os gentios e assim por diante. Existia um antagonismo historico
entre os samaritanos e os judeus. Haviam diferenças entre aqueles que eram judeus
e aqueles que nao eram judeus, os gentios, e os samaritanos era uma raça misturada,
parte gentios, parte judeus. O quarto grupo era chamado de temente a Deus. Estes
eram na sua maior parte gregos helenistas que se converteram ao judaísmo. Eles cria
no Deus de israel e adotaram o ensino do judaismo, mas eles não estavam
completamente incluidos na comunidade judaica porque eles nao eram circuncidados
e nem se submetiam à circuncisão. Eles estavam no meio do caminho até que veio
pentecoste. As linguas era um sinal de que agora samaritanos, gentios, helenistas
todos agora faziam parte do mesmo reino e da mesma graça. Na medida em que o
evangelho se expande no livro de Atos todos esses grupos são atrelados a igreja e o
sinal de que isso estava acontecendo era as linguas. Por isso não temos apenas uma
experiencia de pentecoste, mas quatro.
1. Samaritanos
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nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.
Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo (Atos 8. 14-17) .
Os crentes samaritanos tinham sido batizados nas aguas, mas não tinham
recebido o batismo do Espírito Santo até que Pedro e João impuseram as mãos sobre
ele e quando isso aconteceu, eles receberam o Espirito Santo.
2. Helênistas
Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os
que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com
Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom
do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus.
Então, perguntou Pedro: Porventura, pode alguém recusar a água, para que
não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?
E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram
que permanecesse com eles por alguns dias (At.10:44-.48).
3. Gentios
E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a
Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras mediante
as quais serás salvo, tu e toda a tua casa. Quando, porém, comecei a falar, caiu o
Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei
da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo. Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom
que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que
pudesse resistir a Deus? E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram
a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento
para vida (At. 11: 13 -18).
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Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões
mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes:
Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam:
Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então, Paulo
perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.
Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que
cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto,
foram batizados em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam (At. 19:1-
6).
Isso deixa laro que o objetivo de pentecostes era dar, nao a alguns, não a uns
poucos selecionados dentro da igreja. Mas a todos os menbros do corpo de Cristo
poder para o ministerio pela presença do Espírito Santo.
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Por essa razão paulo escrevendo, mais tarde aos Corintios disse: Porque, assim
como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. 13 Pois, em um só
Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 14 Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos (I Co.12: 12-14).
Não ver Pentecostes como algo que assinalou o derramamento de Deus sobre
todos os Cristão é um equívoco. O derramar do espirito é para todo cristão de maneira
eu todo cristão tem sido fortalecido; se de fato alguém foi regenerado pelo Espírito
Santo tem o dom do Espírito Santo de modo que todos são chamados para participar
da grande comissão. Não precisamos mais esperar um novo pentecostes pois o
Espírito Santo já foi derramado. Já não precisamos esperar a repetição dos sinais,
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nenhum som, línguas como de fogo ou pessoas falando em outras línguas pois o sinal
já foi dado e somos chamados para viver essa nova realidade em Cristo Jesus.
Todos ficaram cheios do Todos ficaram cheios do Y fueron todos llenos del
Espírito Santo e Espíritu Santo, y
Espírito Santo e
passaram a falar em comenzaron a hablar en
outras línguas, segundo o começaram a falar otras lenguas, según el
Espírito lhes concedia Espíritu les daba que
noutras línguas, conforme
que falassem. hablasen.
o Espírito Santo lhes
concedia que falassem
9. – Paráfrase
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Quando se cumpriu os dias da festa do Pentecostes, os discípulos de Jesus
Cristo estavam todos reunido no mesmo lugar, então, de repente veio do Céu um
barulho ensurdecedor que tomou todo o lugar onde eles estavam assentados.
Depois apareceu línguas como de fogo, que foram distribuídas entre eles.
Então todo ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outros idiomas,
de acordo com a vontade do Espirito Santo.
Introdução
No Antigo Testamento o Espírito Santo vinha apenas sobre alguns crentes para
capacita-los a exercer algum ministério ordenado por Deus.
Em Pentecoste toda a igreja passa a ser habitação do Espírito Santo
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11. – Tradução Final
12. – Conclusão
Tudo isso aponta para a universalidade da igreja dos últimos dias inaugurada
em Pentecostes. Jonh W. Stott resume bem a questão:
Se permitirmos que outras partes das Escrituras nos guiem na interpretação, parece
que esses três sinais representavam pelo menos o início da nova era do Espírito (João Batista
havia associado o vento ao fogo) e a nova obra que ele viera realizar. Se for esse o caso, o
som como de um vento pode simbolizar o poder (que Jesus lhes havia prometido, para que
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testemunhassem, Lc 24:49; At 1:8), a visão de fogo, a pureza (como a brasa viva que purificou
Isaías, 6:6-7) e o falar em outras línguas, a universalidade da igreja cristã.16
16
Stott Jonh. A Mensagem de Atos. ABU. São Paulo. 1990. p66.
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Bibliografia
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