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Sociologia: Aspectos

Iniciais
Material Teórico
Augusto Comte

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Andrea Borelli

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Augusto Comte

·· Auguste Comte

Nesta unidade, vamos tratar da doutrina desenvolvida pelo pensador


francês Augusto Comte, considerado o pai da Sociologia.

Você encontrará, entre outros, o seguinte conteúdo:


1) Um texto teórico, que aborda de forma clara e concisa o tema da unidade.;
2) Uma apresentação narrada, no formato adobe presenter, que sintetiza o conteúdo teórico
de forma bastante elucidativa;
3) Uma videoaula que apresenta as questões centrais do conteúdo;
4) As atividades de avaliação e aprofundamento, que devem levá-lo a refletir sobre o tema
de forma ampla; e
5) Material complementar sobre o tema, onde você encontrará uma bibliografia sobre o
tema tratado e outros materiais que podem auxiliar sua compreensão do tema.

Agora, mãos à obra e, caso exista dúvida, entre em contato com seu professor tutor!

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Unidade: Augusto Comte

Contextualização

Observe as imagens abaixo:

http://oficinasociologica.blogspot.com.br/2013/09/augusto-comte-em-quadrinhos.html

O quadrinho acima marca a trajetória intelectual de Augusto Comte. Vamos conhecer um


pouco a produção do homem que recebeu o título de pai da Sociologia.

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Auguste Comte
Auguste Comte

No mundo atual, é difícil medir a influência e o fascínio que o


pensamento do francês Auguste Comte tinha sobre as pessoas. Suas
teorias e propostas políticas tiveram grande difusão e, no caso do
Brasil, provocaram um efeito concreto nos projetos nacionais.
No momento da Proclamação da República, os seus discípulos
conseguiram incluir o moto positivista, “Ordem e Progresso”, na
bandeira nacional.
A ideia dessa nova bandeira foi desenvolvida por Raimundo
Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, com
o auxílio de Miguel de Lemos e Manuel Pereira Reis.
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Explore
Sobre o tema do positivismo no Brasil, leia: http://bndigital.bn.br/francebr/positivismo.htm

Biografia
Auguste Comte nasceu em Montpellier, na França, em 20 de janeiro de 1798, durante os
agitados anos pós-Revolução Francesa. Foi um aluno brilhante e, em 1814, conseguiu uma
vaga na Escola Politécnica de Paris.
O final do período napoleônico provocou mudanças no governo francês, e uma dessas
mudanças foi o fechamento da Politécnica em 1816. Como todos os alunos da instituição,
Comte foi surpreendido pela ação do novo governo Bourbon, mas permaneceu em Paris e, em
agosto de 1817, conheceu Henri de Saint-Simon, de quem se tornou secretário.
Nesse período, iniciou a produção de uma série de artigos esboçando suas opiniões sobre
várias áreas, e esses artigos lhe deram fama. Caroline Massin

Em 1824, ele se casou com Caroline Massin, de quem se separou


em 1842. Ainda no mesmo ano, perdeu seu emprego como secretário
de Saint-Simon e passou a viver como professor.
Em 1826, inicia seu Curso de Filosofia Positiva, mas problemas de
saúde dificultaram seu trabalho, o que fez com que o primeiro volume
do Curso só fosse publicado em 1829.
Os treze anos seguintes foram marcados pelo lançamento dos outros seis
volumes do Curso e pelo afastamento de Comte do mundo acadêmico.
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Em 1844, publicou o Discurso sobre o Espírito Positivo, que marcou uma mudança em suas
preocupações, direcionando-as ao estudo da moral, e indicou também seu retorno à filosofia política.

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Unidade: Augusto Comte

Clotilde de Vaux
Ainda em 1844, Comte conhece Clotilde de Vaux e inicia o que
intitulava a sua “segunda carreira”, centrando seus estudos no que
chamava de “contínuo domínio do coração”. A morte de Clotilde o
abalou profundamente e ele ficou obcecado por sua imagem.
No ano seguinte, Comte escolheu como tema de seu curso a
evolução da humanidade e, nesse momento, surgiram as premissas
do que viria a ser a Religião da Humanidade, que fundaria em 1849.
Entre 1851 e 1854, publicou Sistema de política positiva e o
Wikimedia Commons Catecismo Positivista.
Seu envolvimento com a Religião da Humanidade se tornou cada vez mais intenso e ele
dedicou grande parte de seu tempo às funções de sumo sacerdote do movimento.
Auguste Comte morreu em 5 de setembro de 1857 e foi enterrado em Père Lachaise.

Escritos iniciais e as polêmicas com Saint- Simon


Os escritos iniciais de Comte são marcados por seu relacionamento Henri de Saint-Simon:
com Saint-Simon, e ajudam a vislumbrar os seus objetivos.
Comte se apropriou e desenvolveu três ideias que podem ser
encontradas na obra de Saint-Simon:

1) O contraste entre os momentos críticos da História e os momentos


orgânicos – como visto na Revolução Francesa, que derrubou a
sociedade tradicional;
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2) O conceito da sociedade industrial: Saint-Simon dedicou muitas de suas reflexões às


mudanças que estavam acontecendo por conta do processo de industrialização e passou
a considerar que todas as relações sociais seriam alteradas. Ainda segundo Saint-Simon, o
comércio passaria a controlar as relações no mundo e substituiria a guerra como principal
instrumento de relação entre os homens. Foi a partir desse conceito que Comte construiu
a ideia de que a era das guerras teria chegado ao fim;

3) A ideia do poder do espírito: esse conceito foi muito importante para o pensamento de
Comte e indica sua filiação, pelo menos inicial, a Saint-Simon.
Ele considerava que a ciência era central em nossa sociedade e que os estados deviam voltar
todos os seus esforços a seu desenvolvimento. Além disso, apontava que a coesão social
tinha um caráter religioso e demandava a criação de um grupo de pessoas suficientemente
letradas responsáveis para manter a ordem.

A partir daí, Comte começou a considerar a necessidade de uma nova ciência da ordem
social e suas relações com a religião. Nessa proposta, a religião seria uma das aplicações da
ciência e produziria a difusão do conhecimento.

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Comte acusou Saint-Simon de tentar se apropriar de seu trabalho e se negou a ficar conhecido
somente como alguém que sistematizou o pensamento de Saint-Simon.
Em 1825, Comte publicou Considerações filosóficas sobre a Ciência e os cientistas, que
apresentou dois conceitos para o positivismo: a lei dos três estados e a classificação das ciências.
No ano seguinte, 1826, ele resolveu centrar seus esforços na preparação de um curso sobre a
Filosofia Positiva e, segundo Comte, deveria ser um prelúdio de seu trabalho, que tomaria somente
alguns anos; contudo, a doença e o envolvimento com o tema o afastaram da vida pública até 1844.

[...] o positivismo compõe-se essencialmente de uma filosofia e de uma política,


que são necessariamente inseparáveis; uma constituindo a base e a outra o
fim de um mesmo sistema universal, no qual a inteligência e a sociabilidade se
acham intimamente combinadas.
Augusto Comte1

O Curso de Filosofia Positiva


Ao analisarmos O Curso de Filosofia Positiva, devemos considerar que Comte tinha dois
grandes objetivos com essa obra: revisar o todo do conhecimento positivo e advogar o surgimento
da Sociologia, chamada aqui de Física Social.
Os primeiros três volumes foram construídos para examinar cinco áreas do saber: Matemática,
Astronomia, Física, Química e Biologia.
Os últimos três volumes lidam com as ciências sociais e demandaram grande reflexão, pois
foi preciso criar todo um conjunto de referências fundamentais para a nova ciência que criara.

A lei dos três estágios


Segundo Comte, as sociedades humanas passam por três estágios consecutivos: o teológico,
o metafísico e o positivo.

O primeiro estágio, o teológico, é concebido como ponto de partida para a mente humana. Neste
ponto, os fenômenos são explicados pela vontade de seres sobrenaturais e/ou transcendental.
Este estágio é dividido em três fases consecutivas: o animismo, o politeísmo e o monoteísmo.

Apud COSTA, João Cruz. Augusto Comte e as origens do positivismo: origens da filosofia e da política de Augusto Comte. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1959. p.30

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Unidade: Augusto Comte

O segundo estágio é o metafísico, em que os acontecimentos são atribuídos às entidades


abstratas; contudo, as questões são as mesmas do estágio anterior, procura-se explicar as causas
dos fenômenos e encontrar seus objetivos finais.
No estado positivo, a mente humana deixa de procurar a causa dos fenômenos e passa a
considerá-los subordinados às leis naturais que possam ser demonstradas. É necessário entender
como os fenômenos ocorrem para determinar que leis os governam e, por fim, entender como
essas leis se encadeiam e se processam.

A classificação das ciências e a filosofia da ciência.


Este conceito era outro elemento fundamental da filosofia positivista e, ainda hoje, é popular.
Comte analisa com ele o que considera as seis ciências fundamentais: Matemática, Astronomia,
Física, Química, Biologia e Sociologia.
Comte apresenta, durante o Curso, a filosofia dessas seis esferas do conhecimento com o
objetivo de evitar a fragmentação do conhecimento. Graças a essa proposição, as ciências são
interligadas em uma escala enciclopédica, que vai dos conhecimentos mais gerais aos mais
particulares, do simples ao complexo, movendo-se da Matemática para à Sociologia.
A classificação tinha também um aspecto histórico, pois, segundo Comte, ele apresentava
a ordem em que as ciências se desenvolviam e cada uma delas resultava dos conhecimentos
acumulados pela anterior.

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O método positivo aparece em todas essas ciências de forma diferente,
de acordo com sua aplicação: na Astronomia era a observação, na Física
era a experimentação, na Biologia era a comparação.
A Sociologia é o ponto máximo do desenvolvimento das ciências,
pois seu objetivo era analisar o fenômeno mais complexo de todos: a
sociedade humana.
A Sociologia tem um status duplo: ela não é somente a ciência da
sociedade, ela é a ciência final, aquela que coordena o desenvolvimento
de todo o conhecimento.

O Sistema de Política Positiva e o Positivismo


Ao terminar o Curso, Comte voltou seus esforços ao desenvolvimento do Sistema de Política
Positiva. O Discurso sobre o Espírito Positivo serviu de prefácio ao seu livro sobre a Astronomia
e, nele, já era possível observar a ênfase no proposito social do positivismo e sua aptidão para
substituir a Teologia na política e na moralidade.

A mente como serva do coração.


Após a morte de Clotilde, em 1846, o positivismo mudou junto com Comte, e tornou-se o
“positivismo completo”, que era o “domínio contínuo do coração”. O positivismo transformava
a ciência em filosofia e o “positivismo completo” transformava a filosofia em religião.
Essa nova posição perante a ciência levou à ruptura definitiva de Comte com a academia.
Ele então passou a dirigir seu discurso às mulheres e aos proletários. Ele reservou um lugar
importante para as mulheres no positivismo, mas esse papel estava relacionado ao conceito
da virgem-mãe; já os proletários eram considerados positivistas espontâneos, e os positivistas
seriam proletários sistemáticos.
Dizia que a mente não estava destinada a governar, mas a servir o coração –não como
escrava mas como serva.

A política positiva
Atualmente não associamos o positivismo à política, contudo, essa questão está presente no
pensamento de Comte desde o princípio.
Comte postula que não há sociedade sem governo e que o funcionamento adequado da
sociedade requer um poder espiritual independente do poder temporal.
O primeiro ponto pode ser visto de duas maneiras: uma negativa, que é expressa pela falta de
interesse de Comte na concepção de estado; e uma positiva, o fato de que para entender porque
é necessário existir o governo, nós temos que considerar como a vida em sociedade acontece.

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Para os positivistas, existe uma ordem natural espontânea, que é um fenômeno natural e,
portanto, não é perfeita nem imutável. De forma geral, a ação humana tem como objetivo
substituir essa ordem natural por uma artificial, que atenda a seus interesses. É por isso que o
governo é necessário: sua função é controlar a desorganização e promover a convergência de
interesses entre os agentes sociais.

Considerando o segundo ponto, Comte considera que as ideias governam o mundo – no


sentido de que não existe ordem social possível sem um consenso mínimo. Inicialmente, Comte
planejava garantir aos cientistas o controle dessa base espiritual da ordem social.

Há pelo menos 50 anos a política positiva foi descartada como reacionária e totalitária, o
que é verdade em muitos pontos; contudo, muitas das preocupações de Comte são próximas
às contemporâneas: Comte foi um dos primeiros anticolonialistas, segundo seus postulados, a
Europa formava a elite intelectual e política do mundo, pois era o lugar onde o pensamento
positivo tinha sido criado e desenvolvido. Ao tomar o mundo por meio da violência, em vários
níveis, negava seu papel de centro do positivismo.

A Religião da Humanidade
Este foi um dos pontos mais polêmicos do pensamento de Comte, pois ele propunha uma
religião sem deuses e sem o sobrenatural, e suas proposições desagradaram os crentes e os
descrentes da mesma forma.

Comte considerava a religião como um estado de “completa harmonia”, em que partes da


vida estavam organizadas em sua “ordem natural” umas com as outras. Ele também define
religião como um consenso, análogo ao que é saudável para o corpo.

A religião teria duas funções: a função moral, que tem por meta governar o indivíduo e o
coletivo; e a função de reunir todos os indivíduos. Além disso, ele apontava que a religião era
composta por três elementos: a doutrina, o culto e ordem moral.

Na religião positiva, esses três elementos trabalham pelo mesmo objetivo: a Humanidade.
Ela deve ser amada, conhecida e auxiliada, pois Comte compara o conceito de Humanidade ao
de Deus, e afirma a superioridade do primeiro. Em 1847, Comte claramente substitui um pelo
outro e postula que a síntese sociológica deve substituir a síntese teológica.

É a Sociologia que traz o conhecimento sobre as leis da ordem humana e, como se trata
da “ciência final”, ela recapitula todas as outras em escala enciclopédica. Esse conhecimento
constitui a doutrina da nova religião e, a partir desse ponto, o conhecimento é demonstrado e
não mais inspirado ou revelado.

A principal novidade da religião de Comte residia no culto, que era privado, realizado junto à
família, e ao público. Os positivistas criam todo um sistema de preces, hinos e sacramentos, que
cultuavam os grandes homens – visto que ou objetivo era o culto a Humanidade.

Os positivistas, inclusive, criaram um novo calendário inspirado na história humana, e que


prestava homenagem aos “grandes homens e civilizações”.

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Bibliothèque nationale de France

Ética e Sociologia
O positivismo postula a construção de uma doutrina moral, que não tinha conexão com
o sobrenatural.
As reformas da sociedade deveriam acontecer em uma ordem determinada: primeiro era
necessário mudar as ideias, depois a moral e, por fim, as instituições.
A questão central é reverter a ordem natural do ser humano, que é a tendência ao egoísmo,
e ensinar às pessoas como viver para os outros. A solução consistia no bom uso da mente, que
deveria se aliar ao altruísmo e ocupar o lugar de sua serva.
Para os positivistas, o coração sem a luz da razão é cego.

Algumas considerações
Deve-se considerar que a ideia central do positivismo é o conceito de que o saber humano
pode ser sintetizado por meio de uma pesquisa meticulosa, que tem como parâmetro o método
utilizado pelas ciências naturais.
Tudo que acontece na sociedade, segundo Comte, pode ser analisado e sintetizado em leis
gerais, como as da Matemática ou da Física.

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Unidade: Augusto Comte

A Sociologia seria a disciplina responsável por analisar a sociedade e fornecer subsídios


para o planejamento da organização social, visto que, segundo os postulados de Comte, o seu
funcionamento obedecia diretrizes determinadas, que deveriam trazer o bem estar para o maior
número de indivíduos.
Esse bem estar só poderia ser atingido no estado positivo, em que não haveria espaço para
o individualismo e no qual as ações deveriam ser norteadas pelo altruísmo de cada pessoa em
favor da sociedade. Para que essa situação fosse atingida, era necessário a manutenção da
ordem como valor fundante do progresso.

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Material Complementar

Apresentamos aqui algumas sugestões para aprofundar seus estudos.

Artigo
• LACERDA, Gustavo Biscaia de. Augusto Comte e o “positivismo” redescobertos.
Revista Sociol. Polit., Curitiba, v. 17, n. 34, Out. 2009. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782009000300021&lng=en&nrm
=iso>. Acessado em: 25 Jun. 2014.

Site
• Biblioteca Nacional – artigo sobre o sentido da bandeira brasileira: http://bndigital.
bn.br/francebr/positivismo.htm

Material didático – para docência


• Livro didático sobre Sociologia: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/
livro_didatico/sociologia.pdf

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Referências

ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. 3. ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes,
1993.

COMTE, A. Discurso sobre o Espírito Positivo. Rio de Janeiro: Ed. Martins Fontes, 1990.

COSTA, J. C. Augusto Comte e as origens do positivismo: origens da filosofia e da


política de Augusto Comte. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.

RIBEIRO JR, J. Augusto Comte e o Positivismo. São Paulo: Ed. Edicamp, 2003.

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Anotações

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