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Augusto Comte
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Augusto Comte
·· Auguste Comte
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Unidade: Augusto Comte
Contextualização
http://oficinasociologica.blogspot.com.br/2013/09/augusto-comte-em-quadrinhos.html
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Auguste Comte
Auguste Comte
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Sobre o tema do positivismo no Brasil, leia: http://bndigital.bn.br/francebr/positivismo.htm
Biografia
Auguste Comte nasceu em Montpellier, na França, em 20 de janeiro de 1798, durante os
agitados anos pós-Revolução Francesa. Foi um aluno brilhante e, em 1814, conseguiu uma
vaga na Escola Politécnica de Paris.
O final do período napoleônico provocou mudanças no governo francês, e uma dessas
mudanças foi o fechamento da Politécnica em 1816. Como todos os alunos da instituição,
Comte foi surpreendido pela ação do novo governo Bourbon, mas permaneceu em Paris e, em
agosto de 1817, conheceu Henri de Saint-Simon, de quem se tornou secretário.
Nesse período, iniciou a produção de uma série de artigos esboçando suas opiniões sobre
várias áreas, e esses artigos lhe deram fama. Caroline Massin
Em 1844, publicou o Discurso sobre o Espírito Positivo, que marcou uma mudança em suas
preocupações, direcionando-as ao estudo da moral, e indicou também seu retorno à filosofia política.
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Clotilde de Vaux
Ainda em 1844, Comte conhece Clotilde de Vaux e inicia o que
intitulava a sua “segunda carreira”, centrando seus estudos no que
chamava de “contínuo domínio do coração”. A morte de Clotilde o
abalou profundamente e ele ficou obcecado por sua imagem.
No ano seguinte, Comte escolheu como tema de seu curso a
evolução da humanidade e, nesse momento, surgiram as premissas
do que viria a ser a Religião da Humanidade, que fundaria em 1849.
Entre 1851 e 1854, publicou Sistema de política positiva e o
Wikimedia Commons Catecismo Positivista.
Seu envolvimento com a Religião da Humanidade se tornou cada vez mais intenso e ele
dedicou grande parte de seu tempo às funções de sumo sacerdote do movimento.
Auguste Comte morreu em 5 de setembro de 1857 e foi enterrado em Père Lachaise.
3) A ideia do poder do espírito: esse conceito foi muito importante para o pensamento de
Comte e indica sua filiação, pelo menos inicial, a Saint-Simon.
Ele considerava que a ciência era central em nossa sociedade e que os estados deviam voltar
todos os seus esforços a seu desenvolvimento. Além disso, apontava que a coesão social
tinha um caráter religioso e demandava a criação de um grupo de pessoas suficientemente
letradas responsáveis para manter a ordem.
A partir daí, Comte começou a considerar a necessidade de uma nova ciência da ordem
social e suas relações com a religião. Nessa proposta, a religião seria uma das aplicações da
ciência e produziria a difusão do conhecimento.
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Comte acusou Saint-Simon de tentar se apropriar de seu trabalho e se negou a ficar conhecido
somente como alguém que sistematizou o pensamento de Saint-Simon.
Em 1825, Comte publicou Considerações filosóficas sobre a Ciência e os cientistas, que
apresentou dois conceitos para o positivismo: a lei dos três estados e a classificação das ciências.
No ano seguinte, 1826, ele resolveu centrar seus esforços na preparação de um curso sobre a
Filosofia Positiva e, segundo Comte, deveria ser um prelúdio de seu trabalho, que tomaria somente
alguns anos; contudo, a doença e o envolvimento com o tema o afastaram da vida pública até 1844.
O primeiro estágio, o teológico, é concebido como ponto de partida para a mente humana. Neste
ponto, os fenômenos são explicados pela vontade de seres sobrenaturais e/ou transcendental.
Este estágio é dividido em três fases consecutivas: o animismo, o politeísmo e o monoteísmo.
Apud COSTA, João Cruz. Augusto Comte e as origens do positivismo: origens da filosofia e da política de Augusto Comte. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1959. p.30
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O método positivo aparece em todas essas ciências de forma diferente,
de acordo com sua aplicação: na Astronomia era a observação, na Física
era a experimentação, na Biologia era a comparação.
A Sociologia é o ponto máximo do desenvolvimento das ciências,
pois seu objetivo era analisar o fenômeno mais complexo de todos: a
sociedade humana.
A Sociologia tem um status duplo: ela não é somente a ciência da
sociedade, ela é a ciência final, aquela que coordena o desenvolvimento
de todo o conhecimento.
A política positiva
Atualmente não associamos o positivismo à política, contudo, essa questão está presente no
pensamento de Comte desde o princípio.
Comte postula que não há sociedade sem governo e que o funcionamento adequado da
sociedade requer um poder espiritual independente do poder temporal.
O primeiro ponto pode ser visto de duas maneiras: uma negativa, que é expressa pela falta de
interesse de Comte na concepção de estado; e uma positiva, o fato de que para entender porque
é necessário existir o governo, nós temos que considerar como a vida em sociedade acontece.
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Para os positivistas, existe uma ordem natural espontânea, que é um fenômeno natural e,
portanto, não é perfeita nem imutável. De forma geral, a ação humana tem como objetivo
substituir essa ordem natural por uma artificial, que atenda a seus interesses. É por isso que o
governo é necessário: sua função é controlar a desorganização e promover a convergência de
interesses entre os agentes sociais.
Há pelo menos 50 anos a política positiva foi descartada como reacionária e totalitária, o
que é verdade em muitos pontos; contudo, muitas das preocupações de Comte são próximas
às contemporâneas: Comte foi um dos primeiros anticolonialistas, segundo seus postulados, a
Europa formava a elite intelectual e política do mundo, pois era o lugar onde o pensamento
positivo tinha sido criado e desenvolvido. Ao tomar o mundo por meio da violência, em vários
níveis, negava seu papel de centro do positivismo.
A Religião da Humanidade
Este foi um dos pontos mais polêmicos do pensamento de Comte, pois ele propunha uma
religião sem deuses e sem o sobrenatural, e suas proposições desagradaram os crentes e os
descrentes da mesma forma.
A religião teria duas funções: a função moral, que tem por meta governar o indivíduo e o
coletivo; e a função de reunir todos os indivíduos. Além disso, ele apontava que a religião era
composta por três elementos: a doutrina, o culto e ordem moral.
Na religião positiva, esses três elementos trabalham pelo mesmo objetivo: a Humanidade.
Ela deve ser amada, conhecida e auxiliada, pois Comte compara o conceito de Humanidade ao
de Deus, e afirma a superioridade do primeiro. Em 1847, Comte claramente substitui um pelo
outro e postula que a síntese sociológica deve substituir a síntese teológica.
É a Sociologia que traz o conhecimento sobre as leis da ordem humana e, como se trata
da “ciência final”, ela recapitula todas as outras em escala enciclopédica. Esse conhecimento
constitui a doutrina da nova religião e, a partir desse ponto, o conhecimento é demonstrado e
não mais inspirado ou revelado.
A principal novidade da religião de Comte residia no culto, que era privado, realizado junto à
família, e ao público. Os positivistas criam todo um sistema de preces, hinos e sacramentos, que
cultuavam os grandes homens – visto que ou objetivo era o culto a Humanidade.
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Ética e Sociologia
O positivismo postula a construção de uma doutrina moral, que não tinha conexão com
o sobrenatural.
As reformas da sociedade deveriam acontecer em uma ordem determinada: primeiro era
necessário mudar as ideias, depois a moral e, por fim, as instituições.
A questão central é reverter a ordem natural do ser humano, que é a tendência ao egoísmo,
e ensinar às pessoas como viver para os outros. A solução consistia no bom uso da mente, que
deveria se aliar ao altruísmo e ocupar o lugar de sua serva.
Para os positivistas, o coração sem a luz da razão é cego.
Algumas considerações
Deve-se considerar que a ideia central do positivismo é o conceito de que o saber humano
pode ser sintetizado por meio de uma pesquisa meticulosa, que tem como parâmetro o método
utilizado pelas ciências naturais.
Tudo que acontece na sociedade, segundo Comte, pode ser analisado e sintetizado em leis
gerais, como as da Matemática ou da Física.
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Material Complementar
Artigo
• LACERDA, Gustavo Biscaia de. Augusto Comte e o “positivismo” redescobertos.
Revista Sociol. Polit., Curitiba, v. 17, n. 34, Out. 2009. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782009000300021&lng=en&nrm
=iso>. Acessado em: 25 Jun. 2014.
Site
• Biblioteca Nacional – artigo sobre o sentido da bandeira brasileira: http://bndigital.
bn.br/francebr/positivismo.htm
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Referências
ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. 3. ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes,
1993.
COMTE, A. Discurso sobre o Espírito Positivo. Rio de Janeiro: Ed. Martins Fontes, 1990.
RIBEIRO JR, J. Augusto Comte e o Positivismo. São Paulo: Ed. Edicamp, 2003.
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Anotações
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