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Este trabalho foi fruto da disciplina optativa História da África e da Cultura

Afro-Brasileira1, oferecida no curso de Museologia, semestre 2019.2 e mini


curso de extensão2, realizado no âmbito da disciplina, que teve como intuito
agregar discentes do curso e de outros cursos, bem como pessoas que não
estivessem vinculadas a universidade, mas que nutrissem interesse no diálogo
sobre as relações raciais, como professores de rede pública e privada, ONGs e
demais que pudesse tornar o processo de construção do Vocabulário
Antirracista mais amplo e com opiniões diversas.

Durante a disciplina foi discutido, dentre outros temas, sobre a


importância do Movimento Negro como percussor na educação antirracista,
com a qual foi possível a promulgação da Lei 10.639, que torna obrigatório o
ensino da História da África, Cultura e Religiosidade Afro-Brasileira. Desta
forma, houve o surgimento de cursos e disciplinas nas Universidades públicas
e particulares para cobrir um vácuo sobre a História da África e suas vertentes,
havia muito que aprender para ensinar. assim, foi proporcionando, através do
conhecimento adquirido pelos educadores e educadoras sobre História da
África, Cultura e Religiosidade Afro-Brasileira, levar para as salas de aula
discussões positivas sobre a população negra.

O racismo afeta diariamente a vida da população negra,


independentemente de sua classe social. Homens e mulheres negros são os
que mais sofrem violências e são mortos prematuramente, e a grande maioria,
pelas mãos do Estado. De acordo com o Atlas de Violência 2019:
Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos
negros, sendo que a taxa de homicídios por 100 mil negros foi
de 43,1, ao passo que a taxa de não negros foi de 16,0. Ou
seja, proporcionalmente às respectivas populações, para cada
indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017,
aproximadamente, 2,7 negros foram mortos (ATLAS DE
VIOLÊNCIA, 2019, p. 49).
Complementa informando que:
No período de uma década (2007 a 2017), a taxa de negros
cresceu 33,1%, já a de não negros apresentou um pequeno
crescimento de 3,3%. Analisando apenas a variação no último
ano, enquanto a taxa de mortes de não negros apresentou
relativa estabilidade, com redução de 0,3%, a de negros
cresceu 7,2% (ATLAS DE VIOLÊNCIA, 2019, p. 49).

1
Lecionada pela professora Ms. Daniela Moreira de Jesus; alunas Andrea, Juraci, Lourdes.
2
O mini curso teve duração de 24 horas e foi promovido juntamente a disciplina.
Diante de tais dados, o Atlas reconhece que: “Em termos de
vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em
países completamente distintos” (ATLAS DE VIOLÊNCIA, 2019, p. 50).
A violência através de arma de fogo, em sua maioria, pelo Estado,
também atinge veemente a população negra, principalmente jovens homens
negros. De acordo com dados a 13ª edição do Anuário da Violência, divulgada
no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado em 10 de setembro de
2019, que traz dados e análises de registros policiais sobre criminalidade, o
sistema prisional e os gastos com segurança pública, indica que 75,4% dessas
mortes são de jovens negros; provocadas, especificamente pelas policiais
brasileiras. Foram investigados 7.952 registros de intervenções policiais
terminados em morte no período de 2017 e 2018 (VELOSO, 2019).
Em relação a educação, são os que tem menores oportunidades de
concluir os estudos. Um terço dos brasileiros entre 19 e 24 anos não havia
conseguido concluir o ensino médio em 2018. Apesar da média geral já ser alta
(e cujo percentual é similar entre jovens brancos), o panorama entre os negros
é ainda pior: quase metade (44,2%) dos negros homens dessa faixa etária não
concluiu a etapa.

Os recortes por cor de pele e gênero revelam outros abismos: 33% das
meninas negras nessa idade não têm ensino médio, enquanto o índice é de
18,8% entre as brancas.

São discriminados por conta do seu fenótipo, a cor da pele, cabelo, lábios,
nariz são usados como motivo para ofender pessoas negras e não negras,
atribuindo-lhes, de forma pejorativa, palavras e/ou frases como o intuito de
ofender. Assim, “denegrir”, “cabelo duro”, “não sou tuas negas” são
frequentemente utilizados como ofensa: denegrir é tornar negro, não há ofensa
em ser negro.
O processo de escravidão desumanizou os negros a ponto de tornar ruim
tudo que se refere a ele, assim, para insultar alguém basta associá-lo a algo
que faça alusão ao ser negro. Neste sentido, é possível refletir como a
linguagem é algo extremamente poderoso, seja para ofender ou enaltecer.
Durante os encontros tratamos sobre como o poder da linguagem pode
nos ajudar a tratar de forma educadora e lúcida para tratar do racismo vigente
e estrutural que atinge a população negra.
Utilizamos como principal fonte de discussão o livro Afrocentricidade: a
teoria da mudança social, do professor Molefi Kete Asante. O livro trata sobre a
Afrocentricidade, que, de acordo como autor:

[...] é um modo de pensamento e ação no qual a centralidade


dos interesses, valores e perspectivas africanos predominam.
Em termos teóricos é a colocação no povo africano no centro
de qualquer análise de fenômenos africanas (ASANTE, 2014,
p. 3).
Ainda de acordo como autor, o livro foi realizado com a “[...] ideia de que
um renascimento africano somente é possível se houver uma ideologia
africana, distinta de uma ideologia eurocêntrica, que promova uma agencia
africana, ou seja, um sentimento de auto realização baseado nos melhores
interesses do povo africano”, completa propondo que: “[...] você seja capaz de
ter consciência do seu poder enquanto lê este livro e de reconhecer que nada
pode substituir seu lugar na sua própria história. Encontre seu próprio centro e
descubra-se a si mesmo completamente” (ASANTE, 2014, p. 3).

No livro, dividido em tópicos, Asante (2014) fala sobre o que ele denomina
Constituintes de Poder, dentre os quais a Liberação da Linguagem (ASANTE,
2014, p. 52) foi utilizada como fonte principal de discussão e reflexão, sendo
possível trazer à tona como a linguagem é estabelecida para propagar o
racismo, e como ela é utilizada como instrumento de poder pelo racista. Dizer
que existe gente feia e gente bonita constitui padrões de beleza e o negro não
se encaixa no padrão do bonito, do belo, mas sempre como gente feia ou de
beleza exótica. Neste sentido, o prof. Asante nos alerta que:

Nossa libertação do cativeiro da linguagem racista é a


prioridade do intelectual. Não pode haver Liberdade alguma até
que haja Liberdade da mente. A primeira regra para Liberdade
da mente é Liberdade da linguagem. Como Lorenzo Turner
disse, linguagem é essencialmente o controle do pensamento.
Não será possível direcionar nosso futuro sem primeiro
controlarmos nossa linguagem. O sentido da linguagem está na
precisão de vocabulário e na estrutura em um contexto social
particular. [...] A linguagem Negra deve possuir
instrumentalidade, ou seja, ela deve ser capaz de fazer algo
pela nossa libertação (ASANTE, 2014, p. 52)
Acreditando que podemos realizar algo pela nossa libertação, o
Vocabulário Antirracista vem com o intuito de trazer uma reflexão sobre a
utilização de palavras e frases como cabelo duro/ruim, não sou tuas negas,
serviço de preto, mulata dentre outras. Sabemos e refletimos que falta
diversidade em diversas áreas no que se refere a serviços e produtos para a
população negra: maquiagem, o nude utilizado pela mulher branca não é
proporcional a pele da mulher negra, o lápis cor de pele não alcança a
tonalidade da pele de uma criança negra dentre outras coisas. Porém, optamos
por só utilizar aqui palavras e frases que são utilizadas de forma pejorativa,
para ofender ou colocar pessoas, mesmo não sendo negras, numa situação
que é considerada ruim pelo simples fato de estar associado a população
negra.

Na elaboração do Vocabulário Antirracista prosseguimos da seguinte


forma: em algumas palavras ou frases sugerimos a utilização de forma positiva,
como denegrir, já que tornar algo negro não é ruim, afinal, ser negro não é
ruim; outras sugerimos a troca por outra, como mercado negro e demais
termos correlatos, por mercado ilegal, lista de coisas e ruins e/ou pessoas que
não gosto.

E você, com que frequência utiliza palavras ou frases que é associada a


população negra de forma pejorativa, racista? Utiliza sabendo o que significa?
Vê pessoas ao seu redor fazendo uso delas? Propomos que leia as palavras e
frase aqui elencadas e reflita sobre estas perguntas. Se conhece alguém que
pronuncia por já estar “acostumado” a falar “por que sempre foi assim”, pode
ser por puro desconhecimento. Proponha, de forma cuidadosa, uma reflexão a
esta pessoa, indique a leitura deste trabalho, este processo de desconstrução é
de todos nós, mas, e principalmente, de mulheres e homens negros.

Boa leitura!

AGRADECIMENTOS
A coisa tá preta – A fala racista se reflete na associação entre “preto” e uma
situação desconfortável, desagradável, difícil, perigosa. Aqui é possível utilizar,
a coisa não está boa, a coisa ou situação está ruim.

A dar com pau – Expressão originada nos navios negreiros. Muitos dos
capturados preferiam morrer a serem escravizados e faziam greve de fome na
travessia entre o continente africano e o Brasil. Para obrigá-los a se alimentar,
um “pau de comer” foi criado para jogar angu, sopa e outras comidas pela
boca.

Amanhã é dia de branco – Essa expressão que é bastante esdrúxula. Dia de


branco é utilizado para se referir a dia de trabalho, responsabilidade e
compromissos. Como se só gente branca trabalhasse duro. isso porque
antigamente o trabalho dos escravos não era considerado trabalho e essa ideia
perpetua até hoje. No entanto, os fatos históricos comprovam que os negros
foram os que mais trabalharam na construção do país e os que tem menos
reconhecimento e trabalhos mais mal remunerados.

A raiz do cabelo é boa – Expressão usada para comparação e diminuição do


cabelo crespo em relação ao cabelo liso, porém, informando que, mesmo
sendo negro, a raiz é boa, ou seja, lisa. O cabelo do negro, da negra é bom,
sendo liso ou crespo.

Você tem uma beleza exótica – Não há nada de exótico em ser negra. Fico
chocada porque a pessoa parece que não olha para o lado e percebe que vive
num país de maioria negra. Essa beleza é comum! Inclusive não gosta da ideia
de diversidade porque se nós negros somos maioria, devemos falar em
normalidade.

Cabelo ruim – Fios “rebeldes”, “cabelo duro”, “carapinha”, “mafuá”, “piaçava” e


outros tantos derivados depreciam o cabelo afro. Por vários séculos, causaram
a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre as mulheres e homens
negras sem o “desejado” cabelo liso. Cabelos de pessoas negras não é ruim,
nem duro, eles têm a sua especificidade e beleza.
Cor do pecado: É um comentário racista em muitos aspectos. Pela
objetificação e hipersexualização da população negra, historicamente relegada
a servir como brinquedo sexual — mulheres e homens sistematicamente
estuprados no período colonial e, depois da abolição, vistos pela lógica do
fetiche, corpos desumanizados, sem vontade nem possibilidade de gerar,
escolher e trocar afetos. Também por relacionar pessoas negras ao pecado, à
contravenção, ao ilegal, proibido, subentendendo que pessoas brancas estão
ligadas à norma, pureza, à correção.

Coisa de preto - Expressão usada para se referir a ações ruins ou de pessoas


desocupados ligadas aos negros. Mas se formos pensar em tudo que é coisa
de preto vamos ver que a origem das civilizações é preta, porém como esse
passado é negligenciado e não se fala sobre ele, da forma que deveria, cria-se
paradigmas que colocam o negro e qualquer coisa referente a ser negro visto
de uma forma negativa, já que quando fala coisa de branco se refere a algo
bem feitou e visto como positivo, por isso deveria se conscientizar sobre o que
é ser negro e quebrar estereótipos formados sobre isso, assim ajudaria a
desmitificar que algo referente a negro é ruim ou mal feito.
Denegrir – Esta palavra é, geralmente, utilizada como ofensa. Denegrir é
tornar negro. Tornar algo negro é ruim? Ser negro é ruim? Não, ser negro não
é ruim. Se você diz que uma pessoa está sendo denegrida, você está dizendo
que algo nela ou sobre ela está se tornando negro, portanto, denegrir não é
uma ofensa, já que ser negro não é algo ruim.

Doméstica – Negros eram tratados como animais rebeldes e que precisavam


de “corretivos”, para serem “domesticados”. Hoje essa palavra é utilizada para
denominar, em sua maioria, mulheres negras que são contratadas para limpar
casas de outras pessoas, geralmente brancas e com vida financeira
privilegiada. Considerada uma profissão, a empregada doméstica é a que tem
menores salários e com direitos trabalhistas irrelevantes.
Escravo - Por que não falar escravo ou escrever escravo quando é
mencionado pessoas que foram escravizadas? Pessoas negras que passaram
por essas condições não nasceram escravas, portanto não é uma condição de
vida, mas algo que lhes foi imposto. A escravidão tirou das pessoas negras
escravizadas o direito a humanidade, tornou-as objetos. Deste modo, não foi
uma escolha delas. Quando mencionar sobre o processo de escravidão ou
escrever sobre, mencione os negros africanos como escravizados, pois lhe foi
uma condição imposta.

Gente bonita - Geralmente é um termo usado para definir as pessoas,


carregam os padrões socialmente impostos. Esses padrões são na maioria das
vezes e historicamente os padrões brancos e fazem com que o diferente disso
seja socialmente reprimido. Esses estereótipos estão sendo transmitidos
diariamente pelas mídias e tem como resultado a criação de um conflito entre
as pessoas que nos rodeiam e as imagens inalcançáveis construídas e que
refletem uma minoria da sociedade. Por tanto, se questionar em relação a
essas imposições buscando referencias que dialoguem com o que se aproxima
das nossas representações do dia a dia é uma forma de quebrar com essa
cadeia usada para a propagação de um racismo velado.

Inveja branca – A ideia do branco como algo positivo é impregnada na


expressão que reforça, ao mesmo tempo, a associação entre preto e
comportamentos negativos. Ou seja, se alguém disser que tem inveja branca
quer dizer que ela tem inveja, mas é algo bom.

Lista negra - Uma lista negra é, geralmente, mencionado como local onde
colocamos tudo de ruim, sejam pessoas que não gostamos, sejam coisas que
não gostamos. Por que não ressignificar este termo? Na música Quadro Negro,
da banda de Hip Hop chamada Simples Rap’otagem lista negra é trazida como
um espaço em que está colocado pessoas negras e movimentos que lutam
contra a desigualdade racial. Nesta lista negra podemos ter negros e negras da
nossa família/comunidade, da nossa escola, nossos amigos, da universidade.
Cito algumas que revolucionaram e fizeram mudanças significativas na luta a
favor dos direitos para a população negra no mundo e no Brasil: Malcom X, a
Rainha Nzinga, Nelson Mandela, zumbi dos Palmares, Dandara, Zeferina.
Pesquise sobre elas!

Meia tigela – Os negros que trabalhavam à força nas minas de ouro nem
sempre conseguiam alcançar suas “metas”. Quando isso acontecia, recebiam
como punição apenas metade da tigela de comida e ganhavam o apelido de
“meia tigela”, que hoje significa algo sem valor e medíocre.
Mercado negro, magia negra e ovelha negra – São expressões que
utilizadas com tanta naturalidade que muita gente sequer percebe a conotação
negativa que tem para o negro. Estas e outras inúmeras expressões em que a
palavra ‘negro’ representa algo pejorativo, prejudicial, ilegal. Porém, podemos
trazer uma nova forma de utilizar estes termos ou não utilizá-los: Mercado
negro – mercado ilegal; magia negra – pense muito antes de utilizar este termo,
ele faz ataque a religiosidade do outro e ainda diz que é ruim por que é negra;
ovelha negra – analise antes de inferir sobre a personalidade das pessoas,
esse termo quer dizer que alguém é desgarrado, ovelha que se perdeu e sendo
preto, é pior. Não julgue e não seja racista.

Moreno(a): Racistas acreditam que chamar alguém de negro é ofensivo. Falar


de outra forma, como “morena” ou “mulata”, embranquecendo a pessoa,
“amenizaria” o “incômodo”. Se a pessoa é negra, por que me chamar de
morena? Ninguém chama uma loira de morena. Tem que ser algo normal,
tratado com normalidade.

Mulata – Na língua espanhola, referia-se ao filhote macho do cruzamento de


cavalo com jumenta ou de jumento com égua. A enorme carga pejorativa é
ainda maior quando se diz “mulata tipo exportação”, reiterando a visão do
corpo da zulher negra como mercadoria. A palavra remete à ideia de sedução,
sensualidade.

Negro(a) de traços finos – Utiliza da lógica do clareamento, que também se


aplica à “beleza exótica”, tratando o que está fora da estética branca e europeia
como incomum. Mas, os negros são diversos, a maioria tem lábios mais
carnudos e nariz achatado, porém, há muitos de nós com lábios menos
carnudos e nariz mais afinalados.

Negros são os mais racistas com eles mesmos – A partir do momento que
alguém diz esta frase, claramente não entende como o apagamento identitário
na construção do povo negro no Brasil foi extremamente tóxico, nos fazendo
não apenas esquecer nossas origens, mas nos fazendo não gostar delas por
serem vistas como negativas por toda a parcela da sociedade que é
etnicamente aceita. Ser negro sempre foi ruim na sociedade escravagista,
quem ia querer estar associado a coisas ruins? Hoje podemos falar de forma
positiva sobre ser negro, mostrando, principalmente para nossas crianças, que
há muitos exemplos positivos e o principal deles é que a humanidade começou
na África – Egito, os quais foram os criadores de uma diversidade de cultura,
tecnologia, literatura dentre outras coisas.
Neguinha da Mussuca – Uma expressão tornada racista, pois, em sua origem
não deveria ser. Neguinha é endossado pelo Mussuca, uma comunidade
Quilombola de Sergipe. Ou seja, uma expressão duplamente racista. Ofender
uma pessoa em Laranjeiras é dizer que é um “neguinho da Mussuca”. Ser
negro e da Mussuca não é ruim, uma comunidade negra quilombola, que tem
uma diversidade cultural muito grande e que mantém viva tradições negras,
como reisados e um ícone como Dona Nadir, deve ser exaltado e admirado por
todos.
Não sou tuas negas – Frase geralmente usada para dizer a alguém que não a
compare com “suas negas”, o que não quer dizer que essas negas existam,
literalmente, ou que a pessoa seja negra. Não passa de mais um ato racista de
objetificação de corpos negros, neste caso, da mulher negra. Através da página
Geledés – Instituto da Mulher Negra, podemos entender por que e o quanto
essa frase é racista: A frase “não sou tuas nega” carrega uma agressividade
imensa para as mulheres negras [...]. A expressão é histórica, remete à época
em que mulheres negras eram vendidas, compradas, trocadas. Enfim, elas
pertenciam a homens brancos ricos que as adquiriam como amantes, escravas
ou amas de leite. ‘Não sou tuas nega’ significa ‘não sou sua negra escrava’, o
que quer dizer ‘não pertenço a você’. A essência racista desta frase é bastante
evidente.

Porque neguinho isso, porque neguinha aquilo – Quando ouvimos ou


falamos esse termo logo sabemos que é algo pejorativo, quando queremos
dizer que alguém fez algo de ruim, independente desta pessoa ser ou não
negra. Por que não usamos branquinho isso ou branquinho aquilo? Veja bem,
tudo que está associado ao negro é colocado como ruim ou pejorativo, ou seja,
quando é para trazer algo não benéfico, que não é bom, é associado ao negro
e a negra. Vamos ao desafio de não utilizar mais esse termo e quando
ouvirmos alguém falar propor, de forma cuidadosa, uma reflexão?
Serviço de preto - Mais uma vez a palavra preto aparece como algo ruim.
Desta vez, representa uma tarefa malfeita, realizada de forma errada, em uma
associação racista ao trabalho que seria realizado pelo negro. Pensar em
serviço de preto como algo ruim ou tarefa mal feita é desconsiderar os fatos
históricos, a diversidade de trabalhos realizados pelos negros, no Brasil e no
mundo. O desenvolvimento arquitetônico, começando pelo Egito com as
pirâmides, no Brasil com a construção de igrejas que datam de mais de 500
anos, por exemplo. Os negros realizam tudo que fazem da melhor forma
possível e com muita competência.

Você é negra, mas é bonita: Essa frase é dita por muitos para mim
acreditando ser um elogio, algumas pessoas chegam a complementar dizendo
que sou bonita que nem pareço negra. Fica evidente a lógica do racismo e da
atuação do racista, que realmente acredita que beleza está em ser branco, e se
surpreende perante a pessoas negras que considera bonitas. Ofensivo e
racista, as pessoas podem apenas dizer que uma mulher ou homem negros
são bonitos.

Você nem é tão negra – Essa necessidade de dissociar a pele negra da


qualidade é uma tendência natural das pessoas que são vítimas ativas do
racismo. Sim porque os brancos são as vítimas ativas do racismo e os negros
são as vítimas passivas.

Referências

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/dez-expressoes-racistas-que-voce-
precisa-parar-de-falar-imediatamente/ Acesso em: 13/03/2020
https://catracalivre.com.br/cidadania/em-boca-fechada-nao-entra-racismo-13-
expressoes-racistas-que-devem-sair-do-seu-vocabulario/ Acesso em:
13/03/2020
https://www.4oito.com.br/blog/ananda-figueiredo/post/racismo-cotidiano-13-
expressoes-racistas-que-voce-usa-sem-saber-969 Acesso em: 13/03/2020

REFERENCIAS:
https://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2019/07/nao-parece-mas-
e-racismo-20-frases-para-extinguir-do-seu-vocabulario.html
https://www.geledes.org.br/18-expressoes-racistas-que-voce-usa-sem-saber/
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/dez-expressoes-racistas-que-voce-precisa-
parar-de-falar-imediatamente/

https://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2019/07/nao-
parece-mas-e-racismo-20-frases-para-extinguir-do-seu-vocabulario.html
Acesso em: 13/03/2020
https://www.geledes.org.br/18-expressoes-racistas-que-voce-usa-sem-saber/
Acesso em: 13/03/2020
GELEDÉS. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/o-racismo-lucrativo-
disfarcado-de-humor/> Consultado em: 03 de março 2020.

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