Sei sulla pagina 1di 175

Wim Malgo

Apocalipse de Jesus Cristo

Volume III ■ Capítulos 11-17

Wim Malao

APO
CALIPSE
relESCJS
CRISTO
Um comentário para a nossa época

Volume III Capítulos 11 -17


dA Me/A-iVo/fe
C.'iix.i INisi.il W.88

90001-970 • PORTO AI.I.GRF RS * Brazil _ Toni-: (51) 12 1 1 COSO • F.»X (51) 32-19-73M5

Mateus 25.6 uww.chamada.com.br

Tradução do original em alemão: "Offenbarung Jesu Christi",

publicado pela
Editora "Grosse Freude",

Zurique/Sufça

Tradutor: Ingo Haake

Obra Mlssloniria Chamada da Meia-Noite

Porto Alegre/RS - Brasil

ISBN: 385810 072 2

Numero para pedidos 19330

Impresso em oficinas próprias

“Mat, A mela-nolte, ouviu*»* um grito: Ba o noivo! aai ao aau encontro" (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite" 6 uma mlssáo sem fins lucrativos, que crá
em toda a Bíblia como infalível e eterna Palavra de Deus (2 Pe 1 21). Sua tarefa 6 alcançar
todo o mundo com a mensagem de salvação em Je9us Cristo e aprofundar os cristãos no
conhecimento da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor.

Indice página

A sétima trombeta (Ap 11.15-12.5) 7

A proteção de Israel na Grande Tribu-

lação (Ap 12.6-18) 13

A revelação do anticristo (Ap 13) 40

0 Cordeiro e os cento e quarenta e


quatro mil sobre o monte Sião (Ap 14.1-13) 62

A visão de Armagedom (Ap 14.14-20) 80

Os cantores junto ao mar de vidro (Ap 15.1-8) 88

As sete taças da cólera

Introdução (Ap 16.1) 95

A primeira taça da cólera (Ap 16.2) 96

A segunda e terceira taças da có-

lera (Ap 16.3-7) 99

A quarta taça da cólera (Ap 16.8-9) 102

A quinta taça da cólera (Ap 16.10-11) 106

A sexta taça da cólera Armagedom — a última guerra

mundial (Ap 16.12-16) 108

A sétima taça da cólera (Ap 16.17-21) 122


0 juízo sobre Babilônia (Ap 17.1-6) 131

0 desdobramento do império roma-

no-anticristão (Ap 17.7-18) 137

A sétima trombeta
"O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes,
dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro
anciãos que se encontram sentados nos seus tronos, diante de
Deus, prostraram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus,
dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-podero-so, que és e
que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e
o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o
galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem
o teu nome, assim aos pequenos como aos grandes, e para
destruires os que destroem a terra. Abriu-se, então o santuário de
Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da aliança no seu
santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e
grande saraivada.

Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com
a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,
que, achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo
tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu, e eis
um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas
cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das
estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve
em frente da mulher que estava para dar à luz. a fim de lhe devorar
o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há
de reger todas as nações, com cetro de ferro. E o seu filho foi
arrebatado para Deus até ao seu trono" (Ap 11.15-12.5).

Com a sétima trombeta aproximamo-nos do clímax da História


Mundial, que acontecerá em breve. Esses juízos do Todo-poderoso
sâo os mais amplos e terríveis. A sétima trombeta não será ouvida
somente por um momento ou durante um dia, mas por todo um
período: "... nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para
tocara trombeta, cumprir-se-à, então, o mistério de Deus, segundo
ele anunciou aos seus servos, os profetas (cap. 10.7). Nos dias da
sétima trombeta, que será ouvida após o arrebatamento e durante a
Grande Tribulaçâo, será cumprido,

portanto, o mistério de Deus. Não é dito por quanto tempo será


ouvida essa trombeta, mas será durante vários dias. pois é utilizado
o plural: "... nos dias ". É o terceiro ai, que virá então sobre a terra:
"Passou o segundo ai. Eis que sem demora, vem o terceiro ai"(cap.
11.14). O cumprimento do mistério de Deus acontece após o
arrebatamento, mas não se dá sem as sete taças da cólera, que
ainda seguem. O Milênio, o Juízo Final diante do grande trono
branco (cap. 20), o novo céu e a nova terra — tudo isso faz parte do
mistério de Deus, que ainda tem que ser cumprido. Evidentemente o
cumprimento do mistério de Deus inclui tudo que se encontra após a
redenção completa e )á começou com o reaparecimento de Israel.
Esse é um mistério, um milagre, que no inicio da década de
quarenta praticamente ninguém esperava. Mas o mistério de Deus
começou a cumprir-se e será concluído — etapa apôs etapa! Disso
faz parte tudo que Deus o Senhor realizou desde 1948 e o que
continuará realizando. O cumprimento como tal, entretanto, será
iniciado nos dias em que o sétimo anjo tocar a trombeta Nessa
sétima trombeta é desenrolado todo o Plano de Salvação. Trata-se
do cumprimento da plenitude divina, razão do número sete As
circunstâncias que acompanham o clangor da sétima trombeta, são
de significado profundo e abrangente.

"... Houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se


tornou de nosso Senhor e do seu Cristo" (cap. 11.15).
Essas grandes vozes representam as vozes de todos os seres vivos
no céu, que ficam muito emocionados com vistas àquilo que
acontece agora na terra. Elas anunciam o início do reino de Deus e
de Jesus Cristo na terra, quando o “ reino do mundo’' deverá tornar-
se o reino de nosso Senhor A Edição Revista e Corrigida diz: "Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e
ele reinará para todo o sempre." O reino de Deus no mundo através
de Jesus Cristo, será estabelecido, portanto, quando estiver
concluído o sétimo juízo das trombetas. Então Jesus Cristo reinará
como Cordeiro de eternidade em eternidade, como lemos em
Apocalipse 5.8-12: ’ ‘e, quando tomou o livro, os quatro seres
viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do
Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de
incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico,
dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque
foste morto e com o teu sangue com-

praste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e


nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes;
e reinarão sobre a terra. Vi, e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor
do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de
milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande
voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e
riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor." Quando o
Cordeiro tomou o livro da mão de Deus, os vinte e quatro anciãos e
todos os seres celestiais viram figuradamente a realização, o
cumprimento final do mistério de Deus na sétima trombeta. Mas aqui
no capítulo 11.16 está escrito agora: “E os vinte e quatro anciãos
que se encontram sentados nos seus tronos, diante de Deus,
prostraram-se sobre os seus rastos e adoraram a Deus, dizendo...”
Eles curvaram-se em adoração ainda mais profunda, porque agora
assistem como o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, cumpre tudo Ele é
o cumprimento da Palavra em pessoa, pois ele é o Verbo. Os corpos
glorificados dos vinte e quatro anciãos prostram-se sob o peso da
admiração: todo o seu ser é arrebatado em virtude do cumprimento
que agora vêem. O caudal da sua alegria adoradora avança como
um mar de gratidão para o trono de Deus. Tudo isso ainda se
encontra no futuro. Se lembrarmos que os vinte e quatro anciãos
coroados representam toda a Igreja de Jesus arrebatada e glorifica-
da, então sabemos que como filhos de Deus participaremos desse
acontecimento. Vamos primeiro prostrar-nos e adorar (cap. 5), mas
então, quando o cumprimento do mistério de Deus prosseguir,
vamos prostrar-nos sobre os nossos rostos e curvar-nos ainda mais
profundamente diante da sua Majestade. Isso será glória! E já hoje
podemos ver essa glória na Palavra! Mas que grandioso contraste
existirá então: na terra as mais extremas trevas de juízo, no céu a
maior glória! Ainda a vitória do Cordeiro não é visível na terra, sim,
seria de se concluir que o diabo está dominando. Mas ao soar da
sétima trombeta, a Igreja glori-íicada no céu vê o cumprimento
triunfal da vitória de Jesus. Quando estivermos arrebatados, vamos
ver ainda muito mais do que somos capazes de ver atualmente
através da Palavra!

No capítulo 11.17 os vinte e quatro anciãos começam a dizer algo e


repentinamente se interrompem. Isso é extremamente esclarecedor.
Eles dizem: “Graças te damos, Senhor Deus, Todo-poderoso, que
és e que eras... “Ao invés de prosseguirem: e

que virá ’'. eles dizem:' ..porque assumiste o teu grande poder e
passaste a reinar." Por que eles se interrompem aqui? Porque no
tempo da sétima trombeta já começou o (uturo do Senhor' Então ele
já terá assumido a sua herança! Realiza-se aqui algo maravilhoso:
enquanto os vinte e quatro anciãos coroados, ou seja, os
representantes da Igreja glorificada, s.e perdem na adoração e
assim mergulham no ser do Deus eterno, eles vêem acontecer o
que ainda é futuro na terra. Pois ainda é exercido na terra o domínio
anticristão, mas no céu eles já vêem como presente aquilo que é
dito no capítulo 11.18: "Na verdade, as nações se enfureceram;
chegou, porém, a tua ira. e o tempo determinado para serem
julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os
profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, assim aos
pequenos como aos grandes, e para destrui-res os que destroem a
terra. "Eles vêem, portanto, o ódio dos povos contra o Senhor e seu
Ungido e contra Sião, contra Israel, e vêem a ira de Deus e o Juizo
Final diante do grande trono branco. Tudo isso também João vê
como que antecipadamente, pois o juízo diante do grande trono
branco acontecerá após o Milênio. Os vinte e quatro anciãos e João
vêem a bem-aventurança e o galardão para três categorias de
crentes: 1 — os profetas, seus servos. 2 — os santos. 3 — os que
temem o Seu nome Mas eles vêem também a destruição para
aqueles que destroem a terra, ou seja, para aquelas pessoas que
são a causa da destruição da terra. Sempre existem alguns — até
mesmo dentro da Igreja de Jesus — que se encarregam de fazer
progredir a destruição, prestando-se a ser estações de passagem
do pecado. Mas se estamos em Jesus, somos estações finais do
pecado — no sentido de que levamos tudo para o santuário e não o
tocamos mais.

Aqui no versículo 18 temos, portanto, o cumprimento final e o Juízo


Final, que já são vistos como presente por aqueles que estão no
céu. Eles vêem a prova de que o dominio de Deus passou a ser
exercido sobre a terra. Isso abrange também a multidão inumerável
que vem da Grande Tribulação. Pois durante a Grande Tribulaçâo
muitos vão converter-se — como mostramos no comentário sobre o
capitulo 7 (comp. Volume II, página 44ss): pessoas de nossos
países cristianizados, cristãos de nome, que tiveram que ficar para
trás por ocasião do arrebatamento, e pes-

soas do Terceiro Mundo. João já vê essa multidão inumerável no


céu, enquanto fisicamente ela ainda está na terra, onde
nessa época realiza-se uma terrível carnificina e será um tempo
tão terrível como nunca antes houve nem haverá jamais. Israel
será perseguido, e todos que crerem em Jesus após o arrebatamen-
to serão executados. João é, portanto, levado em espírito de
um salto sobre o desenrolar dos acontecimentos até ao
alvo, tornando-se testemunha da realidade da salvação, vendo
Jesus como Vencedor. Também contigo Deus quer fazer isso.
Também tu podes ver isso em meio ao teu dia-a-dia escuro,
quando aumenta cada vez mais a pressão sobre tua alma. Pois
nosso combate de fé consiste justamente de partirmos do
fato celestial invisível, mas real: “Todas as cousas sujeitaste debaixo
dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as cousas, nada
deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas
as cousas a ele sujeitas" (Hb 2.8). Apeguemo-nos àquilo que não
vemos, e não naquilo que vemos (comp. 2 Co 4.18)1 Servimos a
Deus em espirito, ou seja: estamos firmados sobre o chão da vitória.
E assim nos é mostrado o que João vê no versículo 19, sendo que
para melhor compreensão esse versículo deveria ser na verdade
lido como parte do capítulo 12: “Abriu-se, então o santuário de
Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da aliança no seu
santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e
grande saraivada” (cap. 11.19). Observa as palavras: "Abriu-se... no
céu” e “foi vista... no seu santuário". Pois aqui temos a realização do
resultadc da morte do Senhor Jesus na cruz de Gólgota Pois o que
aconteceu em Jerusalém quando o Senhor Jesus morreu e
exclamou “Está consumado"? O véu do santuário se rasgou de alto
a baixo (Mt 27.51) — o santuário foi aberto I E aqui em Apocalipse
11.19, na profecia sobre os tempos finais, vemos como durante os
terríveis juízos, repentinamente é aberto o céu e torna-se visível a
arca da aliança com o sangue espargido, a presença de Deus
Sabemos que o templo terreno em Jerusalém é uma sombra, ou
seja, figura das coisas celestiais (Hb 8.5-9 23). No cumprimento do
mistério de Deus, ao soar da sétima trombeta, abre-se o santuário
no céu e revela-se o Santo dos Santos. O que aqui na terra
experimentamos em espírito — “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para
entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, peto novo e vivo
caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua
carne" (Hb 10.19-20) — será então oticamente visível: o céu se
abrirá.
Isso será então realidade escatológica e do Plano de Salvação,
realidade visível!

"... e foi vista a arca da aliança no seu santuário" (v. 19b). Aqui
aparece pela primeira vez no Apocalipse o grande tema que domina
os meios de comunicação em nossos dias: o povo de Israel! Pois
ela é a expressão visível da aliança de Deus com Israel. Todas as
alianças de Deus com seu povo Israel, todas as suas solenes
promessas, estão no fundo contidas nessa arca da aliança. Apesar
da destruição de Jerusalém, aparentemente a arca da aliança
terrena continuou existindo ainda por longo tempo. Os livros
apócrifos náo são a Palavra de Deus. mas em parte são bastante
interessantes historicamente. Em 2 Macabeus 2.48, por exemplo,
está escrito que o profeta Jeremias, em virtude de uma ordem de
Deus, determinou que a arca da aliança deveria ser escondida por
aqueles que seriam levados para o cativeiro babilônico, e que isso
foi feito. De modo que ela não teria sofrido dano por ocasião da
destruição de Jerusalém. Mas mais confiáveis são as informações
da Palavra inspirada de Deus. que diz a respeito em Jeremias 3.16:
"Sucederá que, quando vos multi-plicardes e vos tornardes
fecundos na terra, então, diz o Senhor, nunca mais se exclamará: A
arca da aliança do Senhor! ela não lhes virá à mente, não se
lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra. ” Mas o
modelo celestial original permanece, como permanecem as
promessas de Deus! Nem uma de suas promessas envelheceu ou
tornou-se inválida, nem para nós nem para Israel. Por isso, aparece
no final dos tempos a eterna arca da aliança. E com isso explicamos
também o reaparecimento de Israel, com o objetivo divino de que
Israel se converta e seja glorifiçado! Sabemos do Plano de
Salvação, que a arca da aliança sempre era acompanhada da glória
e do poder de Deus. Desse modo, as águas do Jordão retrocederam
quando os sacerdotes o atravessaram, e Israel pôde entrar em Ca-
naã. Na presença da arca da aliança, os muros de Jericó
cairam com enorme estrondo. Os filisteus, que profanaram a arca
da aliança, querendo roubá-la de Israel, foram violentamente
castigados. Mas milhares e milhares de israelitas estavam seguros
e eram abençoados quando estavam com a arca da aliança. Aqui no
versículo 19 ela torna-se agora visível no céu, como confirmação da
imutável fidelidade da aliança de Deus com seu duramente afligido
povo de Israel. Pois justamente então Israel esta-

rá passando na terra por algo muito difícil. Em reação ao


aparecimento da arca da aliança, acontecem "... relâmpagos, vozes,
trovões, terremoto e grande saraivada" (v. 19). A terra é
abalada como que por uma explosão de juízos quando Deus
manifesta com a arca da aliança sua fidelidade com relação a Israel.
É como que um Pentecoste negativo, como um derramamento
de uma plenitude de juízos, do mesmo modo como temos um
Pentecoste positivo, o derramamento do Espírito Santo no dia
de Pentecoste (At 2) Esse Pentecoste foi em primeiro lugar um juízo
individual sobre os discípulos, pois sobre cada um deles pousaram
línguas como de fogo. O juízo inicia pela casa de Deus! Mas agora
trata-se de um juízo geral, inevitável, sem expiação substituta.
Relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada são um
protesto de juízo divino contra um mundo anti-cristão.

- "Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol..."


(cap. 12.1). Junto com a arca da aliança não aparece aqui, como
muitos dizem apressadamente, uma mulher. Não se deve passar
por cima de nada no maravilhoso livro do Apocalipse. Primeiro fala-
se de um sinal. Como aceitamos tudo que aparece no Apocalipse
literalmente, aqui fica claro que se trata de um símbolo. Além disso,
é dito que se trata de um grande sinal. Aquilo que aparece,
claramente é algo muito importante aos olhos de Deus. Esse grande
sinal aparece no céu, o que indica um significado espiritual. Essa
mulher não é nem Maria, como ensinava antigamente a Igreja
Católica Romana, nem se trata de Mary Baker Eddy, como afirma a
Ciência Cristã, nem se trata de Jerusalém, como dizem muitos
comentadores bíblicos. Os últimos baseiam-se na passagem bíblica
em Gálatas 4.26, onde Jerusalém é descrita como nossa mãe. Mas
não devemos arrancar palavras bíblicas do contexto nem interpretar
a Palavra de Deus arbitrariamente. Comentadores que devem ser
levados a sério, acham que a mulher seria a congregação dos
crentes do Antigo e do Novo Testamento, mas a isso contradiz o fato
de que então a Igreja já terá sido arrebatada e não se encontra mais
na Grande Tribulação. Conforme meu entendimento, a mulher
vestida do sol aponta indubitavelmente para Israel, pois Israel e
a arca da aliança estão relacionados. Aqui aparece a mulher Israel,
que nos tempos finais estará novamente em primeiro
lugar. Sabemos que os tempos finais começaram em 1948, quando
o

Estado de Israel foi fundado novamente Israel é o verdadeiro centro


dos acontecimentos dos tempos finais: trata-se do sinal no relógio
mundial de Deus, pelo qual devemos orientar-nos. "... uma mulher
vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze
estrelas na cabeça (v. 1b). A mulher vestida do sol representa todo o
Israel, pois a coroa com as doze estrelas aponta para as doze tribos
de Israel. Em Romanos 11.25-26 está escrito que todo o Israel será
salvo apôs o arrebatamento da Igreja de Jesus: "Porque não quero,
irmãos, que ignoreis este mistério, para que não selais presumidos
em vós mesmos, que veio endurecimento em parte a Israel, até que
haja entrado a plenitude dos gentios (em outras palavras: até que se
tenha convertido o último dentre os gentios E quando a plenitude
estiver alcançada, acontecerá o arrebatamento). E assim todo o
Israel será salvo, como está escrito: Virá de Siâo o libertador, ele
apartará de Jacó as impiedades.' ’

Quem compara a Bíblia com a Bíblia, nâo se engana. A visào de


Apocalipse 12 faz referência ao sonho de José. Desse sonho le-mos
em Gênesis 37.9-10: "Teve ainda outro sonho, e o referiu a seus
irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se
inclinavam perante mim. "Com isso, não somente seus irmãos
ficaram irritados, mas também seu pai. É facilmente compreensível
que ele viu somente onze estrelas, pois ele mesmo era a décima
segunda. Seu sonho realizou-se. O grande sinal em Apocalipse 12.1
— a mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa
de doze estrelas na cabeça — mostra que todo o Universo, Sol, Lua
e estrelas, estão subordinados à vocação de Israel. Antes o Senhor
deixaria desmoronar o Universo, a rejeitar a descendência de Israel:
"Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as leis fixas à
lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as
suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem
estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a
descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para
sempre " (Jr 31.3536). Aliás: quando Israel entrou na terra
prometida, conquistando-a e batendo os inimigos pelo poder do
Senhor, Josué subordinou o Sol e a Lua pela fé no Senhor aos
objetivos estratégicos de Israel:' ‘Então Josué falou ao Senhor, no
dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de
Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom,
e tu, lua, no vale

de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se


vingou de seus inimigos” (Js 10.12-13). Aí vê-se claramente que o
Sol e a Lua servem à glória de Israel, e imagina-se algo da vocação
de Israel. A coroa da mulher com as doze estrelas, a glória celestial,
representa a vocação de Israel. O testemunho mais elevado e
perfeito procede de Israel, como disse o próprio Senhor Jesus: "... a
salvação vem dos judeus' ’ (Jo 4.22). No futuro, no reino milenar,
quando Jesus tiver voltado e tiver assumido o governo, da cidade de
Jerusalém sairá a Palavra para todo o mundo (Is 2 1ss e 66 19).

Que João vê essa mulher no céu, significa que ele a vê da


perspectiva eterna, ou seja: ele vê toda a história de Israel, tanto em
retrospecto como olhando adiante. Nessa visão do futuro ele vê o
grande sinal da mulher. Quando se entende isso, fica claro também
o que vem a seguir. Pois na mulher temos o resumo de lodo o Plano
de Salvação desde o nascimento de Jesus até ao seu retorno: "Viu-
se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a
lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que,
achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo
tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu, e eis
um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas
cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das
estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve
em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar
o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há
de reger todas as nações, com cetro de ferro. E o seu filho foi
arrebatado para Deus até ao seu trono”(vv. 1-5). Que afirmação
profética, compacta: "... achando-se grávida, grita com as dores do
parto." Pois isso descreve a história de Israel até ao nascimento de
Jesus A Edição Revista e Corrigida diz: "£ estava grávida, e com
dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz." O que Israel
passou até ao nascimento de Jesus I Quanto sofreu! Por quê,
afinal? Na minha opinião, existem duas razões para isso:

Primeiro: por causa da pecaminosidade: João vê Israel aqui em sua


maravilhosa vocação e destino divino, ou seja, como Deus vê Israel,
mas na terra a situação é bem diferente. Mas assim Deus quer ver
também a nós, e assim ele nos vê em Jesus Cristo perfeitos e em
dignidade real: "Agora, pois, já nenhuma con-

denaçâo há para os que estão em Cristo Jesus" (fím 8.1). João


vê aqui, portanto, retrospectivamente o nascimento do Messias. Mas
que lida e trabalho o Senhor teve com Israel I Ele lamenta através
de Isaías: "Mas me deste trabalho com os teus pecados, e me
cansaste com as tuas iniqüidades" (Is 43.24). Então nasceu
Jesus, o Messias, o grande filho de Israel, que ao mesmo tempo
eraeéo Filho de Deus. Tens conhecimento que também tu cansas e
dás muito trabalho ao Senhor? Que dores de parto sofre o Espírito
Santo, até que Jesus possa revelar-se através da nossa carne
mortal! Nós. que pertencemos à Igreja de Jesus, somos pecadores
perdoados, mas ainda vivemos na carne pecaminosa. Quem aceita
Gólgota para seu "eu" pecaminoso, é transformado na imagem de
Jesus. Também Paulo sabia que há dores de parto, até que Jesus
se revele em nós e através de nós. Ele escreve aos gálatas: "meus
filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós" (cap. 4.19). Que dores nós mesmos nos
causamos, quando insistimos em nosso impulso de conservação
diante da revelação de Jesus Cristo em nossa vida. Se te perguntas
por que tens que passar por certas coisas, então tens aqui uma
resposta: Deus quer que Jesus Cristo seja revelado através de ti!

A segunda razão das dores da mulher é citada nos versículos 34:


"Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande,
vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças,
sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas
do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em
frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar
o filho quando nascesse.'' O significado profético global dos dois
sinais no céu é: a mulher está revestida dos símbolos do poder
celestial, o dragão com os símbolos do poder terreno, pois ele tem
"sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas". O
dragão não é o anticristo, e sim o diabo, mas os dois têm muitas
semelhanças, entretanto, com uma diferença: enquanto o
grande dragão vermelho tem sobre suas cabeças os sinais do poder
terreno, o anticristo os tem sobre seus chifres: "Vi emergir do
mar uma besta, que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os
chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmia" (cap. 13.1). Isso significa que Satanás éo verdadeiro
dominador. Poderíamos descrever Satanás como poder legislativo,
e o anticristo como executivo, como poder executor. Lemos no
versícu-

Io 4 o que Satanás, o dragão vermelho, faz quando aparece diante


de Israel: "A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as
quais lançou para a terra. "Aí voltamos novamente para Jeremias
31.35-36, onde se mostra que antes o Senhor deixaria desaparecer
o Sol, a Lua e as estrelas a rejeitar a descendência de Israel. Depois
que o dragão tenta agredir Israel, o Universo é afetado: a terça parte
das estrelas é lançada sobre a terra. Quando Israel aparecer na
história mundial, e isso já aconteceu; quando a Igreja de Jesus for
arrebatada, e ela o será em breve; quando vier o Messias, e isso
acontecerá muito em breve, então vai cumprir-se a profecia de
Jesus: "Logo em seguida à tributação daqueles dias, o sol
escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do
firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá
no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se
lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu
com poder e muita glória'' (Mt 24.29-30).

Percebe-se: a profecia bíblica tem uma linha. Aqui no capítulo 12.3-


4 é descrita a antiga má serpente, que quer destruir, ou seja,
devorar o descendente da mulher. Milenares contextos proféticos
são resumidos e expressos em poucas palavras. Uma parte deles
cumpriu-se há quase dois mil anos: quando nasceu a criança de
Israel, ou seja, por ocasião da primeira vinda do Messias, Satanás
fez uso do médium Herodes para matá-la. Mas o Senhor a protegeu
e levou-a ao Egito. Mais tarde foram outros ataques à vida do
Senhor Jesus, pois de modo nenhum Satanás queria que Jesus
chegasse a Gólgota. A outra parte, a parte final, vai cumprir-se
justamente antes da volta do Senhor Jesus. Enquanto que o
primeiro cumprimento referia-se à pessoa do Messias — ' o dragão
se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de
lhe devorar o filho quando nascesse" — o segundo refere-se às
primícias de Deus e do Cordeiro durante a Grande Tribulação E
quem são essas primícias? Observa o que está dito em Apocalipse
12 5: "Nasceu-lhe, pois, um filho vario...” Esse "varão" são os cento
e quarenta e quatro mil selados de Israel, que segundo Apocalipse
14 estarão com o Cordeiro sobre o monte Sião: ‘ ‘Olhei, e eis o
Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e
quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o nome de seu
Pai... São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para
Deus epara o

Cordeiro”(cap 14.1,4b). Sem dúvida eles também serão arrebatados


e participarão do seu domínio. Essa é a razão do ódio de Satanás.
Agora compreendemos o duplo significado da palavra do capítulo
12.5: "Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as
nações, com cetro de ferro.'' E porque, como explicamos diversas
vezes, os acontecimentos do Plano de Salvação na terra — tanto
passados como futuros — são presente eterno no céu, vemos ao
mesmo tempo a ascensão do Filho de Deus: "E o seu filho foi
arrebatado para Deus até ao seu trono” (v. 5b). Junto com a
ascensão do Filho de Deus vemos também o arrebatamento já
realizado da Igreja de Jesus, que pertence in-separavelmente a
Cristo, e também o arrebatamento dos cento e quarenta e quatro mil
durante a Grande Tribulação. Pois no versículo 6 temos novamente
diante de nós a época anticristã, quando a própria mulher foge do
dragão: "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus
preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e
sessenta dias. " E então o dragão irá pelejar contra os "restantes" da
descendência da mulher (cap. 12.17), os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testerrjunho de Jesus, ou seja, os
cento e quarenta e quatro mil selados de Israel. Mas esses serão
então, como dissemos, arrebatados para Deus Aqui revela-se
cronologia produzida pelo Espirito, se bem que tudo isso se
efetivará somente depois do arrebatamento: "... o seu filho foi
arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para
o deserto." Por um lado há aproximadamente dois milênios entre as
duas frases, pois a fuga de Israel acontecerá depois do
arrebatamento, ou seja, durante a Grande Tribulação. Por outro
lado, quanto ao Plano de Salvação, está tudo relacionado, assim
como a primeira e a segunda vinda de Jesus são uma só coisa,
apesar de haver um período de quase dois mil anos entre a
ascensão do Senhor Jesus Cristo e a Grande Tribulação. Vemos,
portanto, que aquilo que João vê na luz celestial, aconteceu e
acontece sob terríveis lutas na terra. Durante séculos Israel estava
em dores de parto. Então aconteceu o nascimento do maior filho de
Israel, Jesus Cristo. Após sua obra consumada, ele foi
arrebatado para Deus como único governante legítimo. Chama a
atenção que são utilizadas duas descriçóes para a criança, e essa é
uma prova que aqui no nascimento dessa criança realmente trata-
se do Filho de Deus. do Messias. No versículo 5 está
escrito: "Nasceu-lhe, pois, um filho varão...", e no versículo 4
também
se fala no filho. Isso nos faz lembrar Isaías 9.6: “Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu." Assim reconhecemos que se fala
de Jesus Cristo.

Através dessa visão vemos agora nos versículos 3-4 também o


velho e mau inimigo, que está agindo durante os séculos, e agora
aparece para a luta final, apresentando-se como dragão vermelho
como fogo diante da mulher que está para dar à luz. Já na primeira
página da Bíblia encontramos o diabo no Paraíso diante de uma
mulher, para enganá-la e desviá-la de Deus. Ele conseguiu isso, e
em seguida Deus o Senhor disse à serpente as poderosas palavras:
"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o
seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar" (Gn 3.15). Agora, no último livro da Bíblia, nos são
apresentados novamente os dois partidos, entretanto, com indícios
inversos No Paraíso, Satanás parecia vencer; aqui vemos o triunfo
do Eterno. Apesar do dragão ter sete cabeças, dez chifres e sete
coroas, ele não é, como já dissemos, o anticristo. O número dez
(dez chifres) indica a totalidade do domínio político mundial. O
dragão é o anti-Pai. pois está escrito no capítulo 12 9: "E foi expulso
o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
Satanás." Por isso é também ele que dá o poder à besta: "... deu a
sua autoridade à besta" (cap. 13.4). A besta é o anti-Filho, o falso
profeta é o anti-Espírito; com o dragão, o anti-Pai, eles formam uma
trindade satânica. Em Daniel 7.7 a besta é descrita de maneira
semelhante como último império mundial: "... o quarto animal,
terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes
de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que
sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes
dele, e tinha dez chifres. ” O Senhor Jesus chama-o de "príncipe
deste mundo". Satanás é o ocupante do anti-trono. Com suas
palavras Jesus indica o combate que naquele tempo já estava
sendo travado há muito e foi realizado na cruz de Gól-gota. Paulo
chama o grande dragão de "deus deste século” (2 Co 4.4). A cor do
dragão é vermelha como fogo; trata-se da cor da ira e do ódio —
como atualmente a do comunismo. Pois dessa cólera fala o capítulo
12.12: "... cheio de grande cólera" (Ed. Rev. e Corr.: "grande ira"). O
dragão levanta-se agora para devorar a criança que ainda irá
nascer. Desde o nascimento de Jesus até sua vitória na cruz de
Gólgota, como dissemos, o inimigo

tentou devorá-lo. Ele não queria permitir que Jesus Cristo subisse
ao céu como Triunfador sobre ele, o príncipe das trevas e da morte.
Com grande esforço e grandiosa ira, Satanás queria evitar isso a
qualquer custo. Enquanto a mulher se contorcia em dores de parto
— isso é Israel no juízo e na dispersão—ele já se deteve diante
dela. Pois ele sabia que Jesus nasceria na plenitude do tempo.
Somente assim podemos compreender as coisas terríveis que Israel
já teve que passar antes do nascimento de Jesus. Pensemos
somente na perseguição sob Antioco Epifâ-nio, que edificou um altar
de Zeus no templo e atormentou os filhos de Israel, assassinando
muitos deles. Ou pensemos nos cativeiros assírio e babilônico, etc
Isso foi assim até ao nascimento de Jesus. E quando ele nasceu —
como foi quase impossível para Maria e José chegar a Belém ainda
antes do nascimento! E quando finalmente estavam lá, não acharam
lugar na hospedaria. Deus permitiu tudo isso. mas atrás estava
Satanás, que queria destruir a vida em formação. Após o
nascimento houve a fuga para o Egito e mais tarde a perseguição
pelas autoridades religiosas. Justamente antes de Qólgota, Satanás
realizou mais uma vez um ataque em grande escala contra Jesus,
pretendendo matá-lo no Getsêmani. Ali o Senhor Jesus já estava
em agonia; ele suava sangue. Muitos acham que Jesus ficou com
medo com vistas a Gólgota, tendo exclamado por isso: "Pai, tudo te
é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que
eu quero, e, sim, o que tu queres"(Mc 14.35). Mas tal
interpretação desonra nosso Senhor. No Getsêmani ele não ficou
com medo de Gólgota, mas clamou e chorou porque o diabo estava
a ponto de matá-lo ali mesmo, sem que aparentemente Deus o
impedisse. Deus colocava seu Filho à prova pela última vez. E então
Jesus em sua aflição disse aos seus discípulos que dormiam: “Não
pudestes vigiar ao menos uma hora comigo? Minha alma está
entristecida até a morte!" Mas ele submeteu-se à vontade do seu
Pai: ‘‘Pai, se é da tua vontade que eu não realize minha obra na
cruz de Gólgota e não possa reconciliar o mundo contigo, se é da
tua vontade que eu tenha que sucumbir justamente diante do alvo,
eu me submeto. Mas se não é da tua vontade, passa de mim este
cálice Mas não seja feita a minha vontade, mas sim a tua! ” E então
veio um anjo do céu e o fortaleceu (Lc 22.43; Hb 5.7). Ele foi
"obediente ató à morte", isso é Getsêmani. “e morte de cruz",
isso é Gólgota (Fp 2.8). O Filho de Deus venceu Satanás através de
completa obediência na fé. Por isso

justamente antes de Getsêmani eie podia dizer tao majestosamente:


"... ai vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim" (Jo
14.30).

Durante a Grande Tribulação o inimigo vai querer então procurar


destruir a qualquer preço os recém-nascidos de Israel, os cento e
quarenta e quatro mil israelenses que creram. Justamente por isso
eles são selados em suas frontes da parte de Deus pelo' 'outro anjo,
que subia do nascente do sol, tendo o selo de Deus vivo" — que é o
próprio Jesus Cristo (Ap 7.2-4). O inimigo não vai poder tocá-los,
portanto. Mas do mesmo modo nós, que estamos em Jesus Cristo,
somos atualmente ameaçados seriamente. Nosso nascimento, ou
seja, renascimento, aconteceu. Somos nascidos do Deus de Israel
(1 Jo 3.9). Israel é nossa fonte, pois a palavra de Jesus ' 'a
salvação vem dos judeus" continua totalmente válida1. Fomos
enxertados na oliveira verdadeira como ramos de oliveira brava (Rm
11.17-18). Desde nosso renascimento o grande dragão vermelho
deteve-se diante de nós, para devorar a ti e a mim. Pedro formulou
isso da seguinte maneira: "O diabo, vosso adversário, anda em
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar"
(1 Pe 5.8). Ele quer impedir a qualquer preço que tu, como membro
do corpo de Cristo, sejas arrebatado como vencedor. Por isso és tão
tentado. Mas eu repito: quando Jesus Cristo subiu ao céu, nós
já nos encontrávamos em seus lombos, assim como Levi já
estava nos lombos de Abraão, quando Melquisedeque foi ao seu
encontro (comp. Hb 7.9-10, Ed. Rev. e Corr.). Nós somos membros
do seu corpo, carne da sua carne e ossos dos seus ossos. Por
Cristo estar em nós e nós nele, em princípio já estamos
arrebatados. Por isso Paulo fala a respeito como de um
acontecimento que já

é realidade: "... e juntamente com ele nos ressuscitou e nos tez


assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef 2.6). E eis que.
agora repete-se a história e o círculo do Plano de Salvação fecha-
se: atualmente a mulher Israel é o grande sinal. Ela encontra-se em
fortes dores de parto para a revelação do reino de Deus na terra.
Quando dizemos Irequentemente que Israel é atribulado e
violentamente atacado por anti-semitas, sim, por povos anti-semitas
— atrás dos quais está ninguém mais do que Satanás — devemos
na verdade fazer uma restrição: ainda o ódio de Satanás não é
dirigido completa e inteiramente contra Israel. Isso acontecerá
somente depois do arrebatamento, quando a mulher tiver que fugir
para o deserto (cap. 12.6). Todo o ódio do inimigo volta-se
atualmente contra a descendência da mulher, que é a Igreja de
Jesus. Em certo sentido nós, que pertencemos à Igreja de Jesus,
somos o "Israel de Deus" (Gl 6.16), mas: Não no lugar de Israel, e
sim como Intercalaçáo no Plano de Salvação. Encontramo-nos
entre a rejeição e a nova aceitação de Israel. O inimigo ruge e
detém-se diante da mulher, mas ele ainda não a toca. Nós, porém,
estamos em combate I É o que quer dizer o apóstolo Paulo, quando
exclama em Efésios 6.12: "porque a nossa luta não é contra o
sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra
os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais
do mal, nas regiões celestes. "Enfrentamos o grande dragão
vermelho Por isso, nestes últimos dias anteriores ao arrebatamento.
é tão perigoso não permanecer em Jesus! Atrás do dragão, de
Satanás, já espera a besta, o anticristo, ou seja, o cristo aparente.
Aqui vemos o arrebatamento e o anticristo bem próximos:
Apocalipse 12 — o dragão, Satanás, que espera devorar a preciosa
descendência, os renascidos que aguardam o arrebatamento.
Apocalipse 13 — a besta, o cristo aparente. Por isso, é um
perigo mortal capengar de ambos os lados justamente antes do
arrebatamento, pois ter o coração dividido com relação ao Senhor
leva obrigatoriamente para o destruidor campo de ação do anticristo.
Ó terra, terra, ouve a palavra do Senhor!

A proteção de Israel na Grande Tribulação


"A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus
preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e
sessenta dias. Houve peleja no céu. Miguel e os seus
anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e
seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu
o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que
se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi
atirado para a terra e, com ele, os seus anjos. Então ouvi grande
voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder. o reino do
nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o
acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de
noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do
sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que
deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por
isso, festejai, ó céus, e vós os que neles habitais. Ai da terra e do
mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo
que pouco tempo lhe resta. Quando, pois, o dragão se viu atirado
para a terra, perseguiu a mulher que dera á luz o filho varão; e
foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que
voasse até ao deserto, ao seu lugar, ai onde ó sustentada durante
um tempo, tempos, e metade de um tempo, fora da vista da
serpente. Então a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher,
água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo
rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e
engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o
dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua
descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar" (Ap
12.6-18).

Já sabemos que o grande sinal, a mulher, que apareceu no céu, é


Israel. E o outro sinal, o dragáo, que se deteve diante da mulher e
queria devorar-lhe o filho quando nascesse, é Satanás. No versículo
1 vimos a mulher no céu, vestida do sol com a lua debaixo dos pés
e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Aqui agora a mulher
encontra-se em grande aflição sobre a terra. Trata-se do

tempo da Grande Tribulaçâo, na qual Israel será perseguido pelo


dragão. Pelo fato da mulher ser oculta em um lugar do deserto e
sustentada durante mil duzentos e sessenta dias por Deus, muitos
comentadores do Apocalipse acham que se trata somente da
segunda metade da Grande Tribulaçâo. Isso está certo em parte.
Mas deve-se observar ainda outra coisa: já vimos que no sinal da
mulher e do dragão é reproduzida toda a história de Israel: durante
os séculos Israel sofre fortes dores de parto até ao nascimento do
Messias, entào aconteceu o arrebata-mento do Messias e com ele,
do ponto de vista do Plano de Salvação, o arrebatamento da Igreja
de Jesus, pois quando ele subiu ao céu, em principio nós já
estávamos no seu corpo. Por isso, Deus nos ressuscitou e nos fez
assentar juntamente com ele "nos lugares celestiais em Cristo
Jesus" (Ef 2.6). E então o que nasceu de Israel nos tempos finais:
os cento e quarenta e quatro mil selados, “primícias para Deus e
para o Cordeiro”, que vemos depois em Apocalipse 14. Por isso não
temos aqui no versículo 6, na mulher que foge, somente a
representação de Israel afligido durante a Tribulaçâo, mas ao
mesmo tempo o Israel perseguido durante milênios, o judeu
peregrinante. Mas Israel foi sustentado por Deus e preservado como
nação — e somente isso já é um grande milagre — em meio ao
"desertodas nações”. Em Ezequiel 37.12 o Senhor chama as
nações de "sepulturas” de Israel.

Quando todo o povo de Israel fugiu do Egito e o dragão egípcio o


perseguiu para destrui-lo, já vemos a representação da perseguição
pelo grande dragão vermelho durante a Grande Tribula-ção. Em
Ezequiel 29.3-5 lemos desse Faraó do Egito, que é literalmente
chamado “grande dragão” (Ed. Rev. e Corr ). Pois ele perseguiu
Israel com seiscentos carros escolhidos e o que mais havia de
carros no Egito, mas o Senhor combateu por Israel e destruiu os
egípcios no Mar Vermelho (Êx 14).

Em Isaías 30.6 o Egito é chamado de "víbora e serpente volante


(dragão) na terra da aflição e angústia”. Como esse Egito enco-
lerizado, na pessoa do Faraó, perseguiu a mulher Israel! Mas já
naquele tempo Deus o Senhor tinha preparado um lugar no deserto,
onde protegeu Israel de maneira maravilhosa durante quarenta anos
e sustentou-o com o maná. Sempre novamente tentou-se explicar
racionalmente essa alimentação de Israel.

mas isso não é possível, pois trala-se de um milagre de Deus, Por


último vemos agora na segunda metade da Grande Tribula-çâo a
mulher fugindo de Satanás, que terá sido então lançado sobre a
terra, perseguindo-a com grande cólera. O motivo de Satanás, o
dragão encolerizado, perseguir a mulher, é explicado não somente
pela ascensão vitoriosa do Messias para Deus (v. 5), mas também
pelo resultado da conclusão triunfal da obra de Cristo na terra:
"Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o
dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não
prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi
expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e,
com ele, os seus anjos" (vv. 7-9). Se bem que os homens não verão
esses grandiosos acontecimentos no mundo invisível, eles os
sentirão, porque então esses seres espirituais, Satanás e seus
anjos, estarão realmente sobre a terra. Acontecerá uma terrível
invasão do inferno, que foi precedida por uma peleja no céu Esse
grandioso acontecimento se dará no início dos mil duzentos e
sessenta dias — 1260 dias = 42 meses = 3'/2 anos = a segunda
metade da Grande Tributação. Na peleja realizada no céu, trata-se
de saber se Satanás e sua hierarquia podem ser expulsos do céu ou
não. Vimos nos versículos 5 e 6 como a criança foi arrebatada para
Deus até ao seu trono, e na criança reconhecemos o Messias e com
ele a Igreja de Jesus. Logo em seguida vem essa violenta luta no
céu. Portanto, trata-se também de um resultado do arrebatarnento
da Igreja.

Quando Jesus Cristo, o “varão, aparecer nas nuvens do céu e


arrebatar para si seus comprados pelo sangue, ele descerá do céu
"ouvida a voz do arcanjo"(1 Ts 4.16). Observemos que não está dito:
"a voz de um arcanjo" mas ‘'do arcanjo”. Trata-se de Miguel. Miguel
significa: “Quem é como Deus?" Não é por acaso que no Plano de
Salvação, Miguel sempre novamente enfrenta Satanás, pois trata-se
dos dois polos opostos extremos. Antes da sua queda, também
Satanás era um poderoso príncipe angélico, provavelmente até um
arcanjo. Mas em seu coração nas-ceuopecado: "serei semelhante
ao Altíssimo" (comp. Is 14.1215). Segundo uma lenda, que
entretanto deve aproximar-se da verdade, Miguel se dirigiu então a
ele perguntando: “Quem é como Deus?! " Esse deve ser o segredo
do seu nome.

Miguel aparece sempre novamente no Plano de Salvação Conforme


Daniel 12.1 ele é o grande príncipe, o defensor dos filhos de Israel.
Ele é o único anjo chamado de arcanjo. Em Daniel 10 lemos que
Daniel pranteou, jejuou e orou pela restauração e volta de Israel do
cativeiro durante três semanas. Então um príncipe angélico lutou
para chegar até ele, a fim de tentar fazer retroceder o príncipe das
trevas. Depois de finalmente chegar a Daniel, ele diz: "... desde o
primeiro dia, em que aplícaste o coração a compreender e a
humilhar-te perante o teu Deus. foram ouvidas as tuas palavras; e
por causa das tuas palavras é que eu vim. Mas o príncipe do reino
da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos
primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os
reis da Pérsia. Agora vim para fazer-te entender o que há de
suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a
dias ainda distantes... Mas eu te declararei o que está expresso na
escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra
aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10.12-14,21).
Portanto, Miguel defende Israel. Al há um maravilhoso paralelo: no
momento do arreba-tamento o Senhor Jesus virá nas nuvens do céu
com a última trombeta e com a voz do arcanjo. Isso significa que
imediatamente Miguel começa a agir e inicia a peleja no céu*. É o
que está escrito também em Daniel 12.1: "Nesse tempo se levantará
Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo,
e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que
houve nação até aquele tempo: mas naquele tempo será salvo o
teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro." Esse é
o mesmo acontecimento de Apocalipse 12. A grande peleja
no mundo invisível é travada por causa de Israel. Quão violenta
ela deve ser, conclui-se pelo fato que ela é citada três vezes em
um curto versículo: "Houve peleja no céu. Miguel e os seus
anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão
e seus anjos" (v. 7). Sente-se que deve-se tratar de um
confronto terrível. Isso é algo muito incomum no Plano de Salvação,
pois até então a cólera de Satanás era dirigida contra a
descendência da mulher e não contra a mulher. A descendência da
mulher é, como já dissemos, a Igreja de Jesus. Ela encontra-se hoje
em

Disso concluímos que essa peleja já começa no Inicio da Tribulaçáo, ou seia, no inicio dos
sete anos, atingindo seu climax no inicio de segunda metade da Tri-bulaçáo.

meio à luta contra esses poderes das trevas nos lugares celestiais,
pois esses ainda não toram expulsos de lá: "porque a nossa luta
não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Et 6.12). Esses
não foram, portanto, lançados no abismo, se bem que lá também há
muitos deles, mas encontram-se "nas regiões celestes", como diz o
final do versículo bíblico acima citado (compare o terceiro capitulo
deste volume). Mas quando ocorrer o arrebatamento da Igreja, o
dragão e os seus anjos não têm mais lugar ali, pois a Igreja
triunfante passa apressadamen-te pelas regiões celestes ao
encontro do Senhor. Essa é a razão desse alto grito do grande e
forte arcanjo Miguel no momento em que o Senhor Jesus voltar para
arrebatar os seus. Já em tempos remotos, Miguel pelejou contra
Satanás por ocasião de uma mudança decisiva na história de Israel.
Um dos irmãos físicos do Senhor, Judas, relata a respeito: "Contudo
o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a
respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo
infamatório contra ele; pelo contrário, disse: o Senhor te repreenda"
(Jd9).Isso aconteceu quando Israel se encontrava na fronteira da
Terra Prometida por ocasião do seu primeiro retorno e Moisés
morreu. Portanto, tratava-se de Israel. Numa nova mudança de
rumo na história de Israel, por ocasião do seu segundo retorno à
terra dos pais, Satanás agarrou-se novamente ao mais elevado
representante de Israel. Em Zacarias 3 lemos que o sumo sacerdote
Josué estava diante do anjo do Senhor, diante da face do
Senhor. Mas Satanás encontrava-se do seu lado, para resistir-lhe.
Conforme meu entendimento, o anjo do Senhor, do qual se fala
aqui, é Miguel. Ele repreende Satanás e diz: "O Senhor te
repreende, ó Satanás, sim o Senhor que escolheu Jerusalém te
repreende; não é este um tição tirado do fogo?"(Zc 3.2). Também
nesse caso tratava-se de Israel e Jerusalém. Em todos os lugares
onde houve e há peleja por Jerusalém e Israel, também em
nossos dias, Miguel está presente lutando e combatendo por Israel.
Pois no mundo invisível acontecem muitas coisas, pois há mais
coisas que não vemos, do que coisas que vemos! Por isso é tão
importante que através de Jesus estejamos completamente a
limpo com o Deus invisível, pois de outro modo os poderes das
trevas tém direitos sobre nós. Que terrível, quando uma pessoa não
segue completamente o caminho após o Cordelrol Através de col-

sas mínimas, o velho e mau inimigo pode prender-te Jonas


exclamou advertindo no ventre do peixe: "Os que se entregam à
idolatria vã, abandonam aquele que lhes é misericordioso"(Jn 2.8).
Até tua elevada idade o inimigo procura obter algum direito sobre
ti, através de diferentes maneiras sorrateiras, para que vás para
as trevas. Mas Jesus é vencedor sobre todos os poderes das
trevas! Da tua parte, entretanto, é necessário um "sim" completo a
Jesus e um “nâo" completo ao pecado!

Retornemos mais uma vez a Daniel 10.0 príncipe angélico que foi
ao encontro de Daniel, mas foi impedido por três semanas, ficou
muito agradecido pelo auxílio de Miguel (Dn 10.13), pois era preciso
comunicar a Daniel, que estava orando, o que aconteceria com
Israel (Dn 10.21). Conforme o testemunho desse príncipe angélico,
provavelmente tratava-se de Gabriel, Miguel veio em seu auxílio,
expulsando os poderes das trevas que o impediam. Mas no cerne
do Apocalipse, trata-se do mais grandioso cumprimento de profecia
bíblica: do atendimento à oração de nosso Senhor Jesus: "Venha o
teu reino, seja feita a tua vontade tanto no céu como sobre a terra".
Essa grandiosa luta que, como já dissemos, começa imediatamente
após o arrebatamento, não é um símbolo como, por exemplo, a
mulher é um símbolo, um grande sinal. Não, neste caso temos algo
bem real; uma das etapas principais da vitória já alcançada do poder
da luz sobre o poder das trevas. Mas devemos sempre observar a
alternância dos atacados: da Igreja a Israel: do povo celestial para o
povo de Deus terreno que ficou para trás. Pois após o
arrebatamento da Igreja, a cólera de Satanás volta-se contra Israel
A última fuga do povo judeu, eternamente em fuga, acontece,
portanto, depois que Satanás e seus anjos forem lançados sobre a
terra:

' ‘Por isso, festejai ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e
do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande
cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. Quando, pois, o dragão
se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o
filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande
águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, ai onde é
sustentada, durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora
da vista da serpente" (cap. 12.12-14). A Igreja foi arrebatada
e agora, na segunda metade da Grande Tribulação, Israel é
extremamente ameaçado. Pois ainda luta por Israel um príncipe
angélico e não o próprio Senhor. Ainda não está dito, como em Êxo-
do 14.14: "O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis. ” Mas que
também o príncipe angélico é poderoso, prova o versículo 8 do
nosso texto, pois de Satanás e seus anjos está dito: "todavia, não
prevaleceram; nem se achou no céu o lugar deles." Por mais
violenta que seja a luta, a luz sempre vence as trevas! Este também
é, aliás, o segredo da vitória no dia-a-dia: anda continuamente na
luz, entào terás vitória e experimentarás o poder do sangue de
Jesus, que torna Satanás impotente! Quando sofres derrotas e és
dominado pelo inimigo, entáo isso acontece porque te retiraste para
a escuridão. O Senhor lamenta através de João: "... os homens
amaram mais as trevas do que a luz"(Jo 3.19). Aqui em Apocalipse
12 vemos como o reino das trevas defende-se desesperadamente.
Mas ele é vencido. Ele não pode continuar nas regiões celestes,
onde pôde manter-se durante tanto tempo sob a permissão de Deus
— para aprovação da Igreja de Jesus na terra. Pois, como
dissemos, após o arrebata-mento os poderes das trevas não têm
mais nada a procurar ali. Aí temos, aliás, também uma das muitas
provas de que a Igreja de Jesus será arrebatada antes da Grande
Tribulação. Quando o diabo e seus anjos estiverem na terra, a Igreja
de Jesus não poderá mais estar lá, pois de outro modo algo não
estaria certo com relação a Efésios 6 12 Pois lá está escrito com
quem nós como Igreja de Jesus aqui na terra temos que lutar: "...
contra os principados epotestades... ‘' E então também está dito
onde eles se encontram: "... nas regiões celestes". Mas depois do
arreba-tamento eles não estarão mais lá, mas terão sido lançados
sobre a terra pelo arcanjo. Através da vitória de Miguel e dos
seus anjos, acontece na terra uma invasão do inferno, ou seja, dos
lugares celestes até então habitados por Satanás e seus anjos. Um
sinal negativo da iminência do arrebatamento é que já sentimos as
dores preliminares dessa invasão de poderes das trevas. Não está o
mundo atual mais e mais endemoninhado? Também a ameaça à
mulher. Israel, assume formas cada vez mais assustadoras. Mas
tudo isso é somente o prelúdio dos próprios acontecimentos

Façamos mais um retrospecto: quando Israel saiu antigamente do


Egito e passou pelo deserto, Deus o fortaleceu de
maneira maravilhosa. No Salmo 105.37 até está escrito: "... entre as
tribos não havia um só inválido. "Os seus pés não incharam e suas

vestes nâo envelheceram (Dt 8.4). Assim será nesses mil duzentos
e sessenta dias no deserto anticristão. Oue maravilhoso, que a
duração é informada com exatidão. Isso mostra que Deus conta
exatamente os dias e as lágrimas do duramente afligido Israel no
tempo de provação e proteção! Trata-se do período em que é dada
á besta uma boca para proferir arrogâncias e blasfêmias (cap. 13.5),
e em que os gentios pisarão a cidade santa. No capítulo 11.2 está
dito que esse prazo é de quarenta e dois meses. João descreve o
mesmo período com "um tempo, tempos, e metade de um tempo"
(cap. 12.14); um tempo para experimentar o Senhor e sua presença
diante da face do inimigo: "e foram dadas á mulher as duas asas da
grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, ai onde
é sustentada durante um tempo, tempos, e metade de um tempo,
fora da vista da serpente. ’' Esse sustento durante os mil duzentos e
sessenta dias é o maior cumprimento do Salmo 23.5: "Preparas-me
uma mesa na presença dos meus adversários." Esse é o periodo de
que fala Daniel 7.25: "Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará
os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os
santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e
metade dum tempo. "Também Daniel 12.7 fala a respeito:
"Ouvio homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio,
quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu, e jurou por
aquele que vive etemamente, que isso seria depois de um
tempo, dois tempos e metade de um tempo. E quando se acabar a
destruição do poder do povo santo estas cousas todas se
cumprirão. " Pois encontramos o fim da destruição do poder do
povo santo, o fim da sua dispersão, em Mateus 24, onde o Senhor
diz: "Logo em seguida à tributação daqueles dias, o sol
escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do
firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá
no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se
lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu
com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com
grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos,
dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (vv. 29-
31). Então será completada a reunião de Israel por anjos
com trombetas, que arrebatarão os milhões de judeus das
nações para Israel. E isso que Daniel 12.7b afirma: "... quando se
acabar a destruição do poder do povo santo estas cousas todas
se cumprirão." Daniel e João evitaram determinar os anos. certa-

mente para fortalecer e animar os provados, a permanecerem firmes


em perseverante fé no Senhor.

No versículo 14 está dito que a mulher recebe asas. Que asas sâo
essas? Aí temos que retroceder novamente ao tempo
da peregrinação de Israel no deserto. Precisamos sempre comparar
a Bíblia com a Bíblia, pois a Bíblia fornece comentário para a Bíblia.
O Senhor diz em Exodo 19.4: "Tendes visto o que fiz aos egípcios,
como vos levei sobre asas de águias, e vos cheguei a mim." E o
mesmo em Deuteronômio 32.11-12. "Como a águia desperta a sua
ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as suas asas, e,
tomando-os, os leva sobre elas, assim só o Senhor o guiou, e não
havia com ele deus estranho." As mesmas asas aparecem
novamente nos tempos finais, para proteger e guardar Israel no
tempo de maior aflição e perseguição. Trata-se do milagre divino da
proteção. O pequeno profeta Habacu-que, igualmente viu essa
maravilhosa proteção "no meio dos anos" (Ed. Rev. e Corr.), isto é,
no meio da Tribulação: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas
declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no
decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida; na tua
ira, lembra-te da misericórdia. Deus vem de Temã, e do monte de
Parã vem o Santo. A sua glória cobre os céus, e a terra se enche do
seu louvor" (Hc 3.2-3). Deus fará isso no meio dos anos, três anos e
meio e três anos e meio, quando a tribulação estiver grande. É dito
frequentemente que a mulher em luga representaria os crentes
dentre Israel. Mas esse não deve ser o caso, porque de acordo com
Apocalipse 12.1, a mulher representa todo o Israel. De modo que
repentinamente não se pode tratar somente de uma seleção dentre
Israel. Todo o Israel é perseguido pelo dragão, e todo o Israel
será salvo. Como alguns dentre as nações ajudaram a alguns
judeus durante o tempo do nazismo, escondendo-os ou
possibilitando seu ocultamento, assim todo o Israel será guardado
de maneira maravilhosa durante os mil duzentos e sessenta dias.
enquanto está sendo perseguido pelo dragão, ou seja, pelo
anticristo Pois esse tempo será tão terrível, que eles contarão os
dias. Também o versículo 17 prova que a mulher continua
representando todo o Israel: "Irou-se o dragão contra a mulher e foi
pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.'' Depois que
a mulher lhe escapou, ele volta-se contra os “restantes da sua
descen-

dência". Trata-se daqueles que lhe nasceram nos tempos finais os


cento e quarenta e quatro mil selados de Israel (cap. 7). Também
contra eles o diabo lutará entáo, mas nào poderá vencê-los. pois
eles estarão selados e por isso intocáveis até ao seu arre-
batamento. A mulher lhe escapou por razões
racionalmente inexplicáveis, de modo que ele vai pelejar contra os
restantes da sua descendência, "que guardam os mandamentos de
Deus e têm o testemunho de Jesus". Também nós somos
intocáveis, quando somos selados com o Espírito Santo.

No meio da Grande Tribulaçào revela-se, portanto, o milagre da


proteção divina de Israel, em virtude da qual Israel
sobrevive. Existem muitas especulações em torno da mulher no
deserto, Diz-se, por exemplo, que Israel se esconderá em Petra.
Não existe base bíblica para essa tese. Simplesmente firmemo-
nos no fato de que o Deus vivo preparou um lugar para proteger
o seu povo no deserto anticristào. quando também a Terra Santa for
um deserto. Pois não foi também um grande milagre. que durante os
quatrocentos anos no Egito, durante os quarenta anos no deserto,
durante os setenta anos no cativeiro babilônico e durante os dois mil
anos de Diáspora, Israel foi guardado?
Contra toda lógica humana e apesar de toda a astúcia satânica.
Israel foi guardado e levado de volta à terra dos pais! Preparando
um lugar para Israel no deserto e sustentando-o durante
mil duzentos e sessenta dias, Deus também o guardará em
oposição a todos os cálculos anticristãos. O sustento de Israel
pelo Deus vivo prova seu completo desamparo; então Israel
dependerá completamente de Deus. Essa será uma preparação
para sua conversão. Mas aparentemente haverá então em Israel
um grande movimento de fuga. pois a perseguição pretende
sua destruição. É o que se conclui dos versículos 15 e 16; "Então
a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio,
a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém,
socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o
dragão tinha arrojado de sua boca." Aqui temos que observar a
palavrinha "como". Portanto, nào se trata de um rio, mas de algo
como um rio. O rio é algo que simboliza a ameaça mortal a Israel.
No caso, acontece mais um ataque concentrado contra a mulher
Israel, que porém não a atinge. Devemos entender que esse rio
simbólico, que é arrojado atrás da mulher no de-

serto. são os exércitos do anticristo. ou seja, do dragão, que aqui é


chamado 'serpente'' Será que isso não é especulação?
Não. Encontramos uma comparação bíblica em Jeremias 46.7-
8: “Quem é este que vem subindo como o Nilo, como rios
cujas águas se agitam? O Egito vem subindo como o Nilo, como
rios cujas águas se agitam, ele disse: Subirei, cobrirei a terra,
destruirei a cidade e os que habitam nela. ” Isso foi quando o
Faraó Neco subiu com seus exércitos contra Babilônia. Disso pode-
se concluir que em Apocalipse 12.15 se trata de exércitos anti-
cristãos, que querem exterminar Israel Encontramos a mesma figura
também em Jeremias 47.2-3, onde Nabucodonosor subiu com seus
exércitos caldeus contra Tiro e Sidom: “Assim diz o Senhor: Eis que
do Norte se levantam as águas e se tornarão em torrentes
transbordantes, e inundarão a terra e a sua plenitude, a cidade e os
seus habitantes; clamarão os homens, e todos os moradores da
terra se lamentarão, ao ruído estrepitoso das unhas dos seus fortes
cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas.''
Esses são os pavores da guerra. Será muito terrível, quando as
hordas anticristãs inundarem Eretz Israel com seus tanques, aviões
e helicópteros. Por isso, tal tempo como nunca antes existiu é
chamado também de "angústia de Jacó' ’:"... é tempo de angústia
para Jacó; ele, porém, será livre dela"(Jr 30.7). Novamente essa
preciosa promessa, de que o Deus vivo guardará Israel! Quando o
rio é arrojado atrás da mulher. Deus interfere indiretamente: “A terra,
porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que
o dragão tinha arrojado de sua boca." Estranho a serpente arrojou
água da sua boca para afogar a mulher, e a terra abriu sua boca
para ajudar a mulher! Não sabemos exatamente que catástrofes
atingirão então aos exércitos que perseguem Israel. Por outro
lado, são descritas claramente as catástrofes que atingirão a
União Soviética e seus satélites, quando eles invadirem Israel — e
isso pode acontecer da noite para o dia Essa invasão é descrita
em Ezequiel 38. No versículo 2 é citado seu nome: "... príncipe
e chefe de Meseque (que é Moscou) e de Tubal (que é Tobolsk;
a parte asiática da Rússia) ” No versículo 5 são citados os satélites
da Rússia: ‘‘Persas e etíopes, e Pute (a Líbia) com eles, todos com
escudo e capacete." E então lemos nos versículos 18-20: “Naquele
dia, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus,
a minha indignação será mui grande. Pois no meu zelo, no brasume
do seu furor, disse que naquele dia será forte-

mente sacudida a terra de Israel, de tal sorte que os peixes do mar,


as aves do céu, os animais do campo, e todos os répteis que se
arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face
da terra, tremerão diante da minha presença; os montes serão
deitados abaixo, os precipícios se desfarão e todos os muros
desabarão por terra. "Portanto, a conseqüência será um terremoto
mundial. Além disso, o Senhor fará então que se liberem as
agressões acumuladas que evidentemente existem entre os países
do Pacto de Varsóvia contra a União Soviética: "Chamarei contra ele
a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a
espada de cada um se voltará contra o seu próximo"(v. 21). Lemos a
respeito de outras catástrofes nos versículos 22-23: “Contenderei
com ele por meio da peste e do sangue; chuva inundante, grandes
pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, sobre as suas
tropas e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim eu
me engrandecerei, vin-dicarei a minha santidade e me darei a
conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o
Senhor.“ Essas são as catástrofes que terão por conseqüência o
aniquilamento do comunismo mundial sobre os montes e campos de
Israel. Mas o que acontece com os exércitos anticristâos que
perseguem a mulher, Israel, durante a segunda metade da Grande
Tribula-ção, é dito somente simbolicamente: "A terra, porém,
socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o
dragão tinha arrojado de sua boca" (v. 16). Imaginamos que também
esses exércitos anticristâos serão engolidos por um terremoto ou
através de uma fenda na terra. Recentemente lia-se na
imprensa que com pouco tempo de intervalo repentinamente
fendeu-se a terra no norte de Israel e em Jerusalém (em frente à
Porta de Damasco), formando-se enormes buracos. Os geólogos
não conseguiram explicar qual a razão disso, pois não se tratou de
um afundamento ou de um desabamento — simplesmente foi
algo inexplicável. Quem se orienta pela Palavra de Deus,
percebe que se trata de advertência antecipada.

Apocalipse 12 mostra-nos também o júbilo pela vitória no céu:


“Então ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a
salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do
seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o
mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus. Eles,
pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da
pa-

lavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não


amaram a própria vida" (vv. 10-11). Nesses dois versículos é
cantada e proclamada com júbilo, de maneira impressionante, a
vitória de Jesus aplicada decisivamente e seus efeitos
sobre Satanás e seus anjos. Que esse júbilo de vitória ressoa em
meio à Grande Tribulação, mostra novamente a realidade da
vitória alcançada de Jesus em contraste com aquilo que se vê e se
experimenta sobre a terra Pois esse contraste é mostrado
insistentemente no versículo 12: "Por isso, festejai, ócéus, e vós
os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu
até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe
resta. '' Como se alegrarão todos os bem-aventurados, toda a
Igreja glorificada! Mas sobre a terra certamente ninguém pode
alegrar-se nessa época Por isso o canto de júbilo da multidão bem-
aventurada acaba com um "ai..." Todos aqueles que habitam na
terra, estremecerão diante dos acontecimentos daquele tempo, e
isso não somente aqueles que vivem nos continentes, mas também
os que habitam as ilhas e os que viajam pelo mar Toda a
humanidade sentirá de maneira terrível o que significa o fato de
Satanás e seus anjos terem sido lançados das regiões celestes
sobre a terra E Satanás sabe então que tem pouco tempo —
somente os três anos e meio há muito determinados por Deus. Essa
é a razão da sua grande cólera Sua fúria será indescritivelmente
grande. E mesmo assim haverá naquele tempo inúmeros
"nascimentos tardios", pessoas que então chegarão à fé. Por outro
lado. o Senhor Jesus diz em Matejs 24.22: "Não tivessem aqueles
dias sido abreviados, e ninguém seria salvo; mas por causa dos
escolhidos tais dias serão abreviados." Mas a alegria no céu é
manifestada por uma "grande voz”, ouvida por João. No capítulo
11.15, no início da sétima trombeta, foi proclamada a legitimidade
do reino através de grandes vozee: "O sétimo anjo tocou a
trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do
mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
pelos séculos dos séculos. ” Aqui, no capítulo 12.10, trata-se de
uma grande voz, que, entretanto, corresponde a muitas vozes, pois
fala de "nosso Deus'' e "nossos irmãos'' Ela proclama bem alto o
fundamento da vitória do reino agora iniciado "Agora veio a
salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu
Cristo." A vitória é, portanto, um fato, apesar da Grande Tribulaçào
na terra. Até esse momento, ou seja, enquanto ainda vivem sobre a
terra
na carne pecaminosa, o dragão, a serpente — Satanás com seus
anjos — tem ainda direito de acusar os irmãos dia e noite diante de
Deus nas regiões celestiais. É de significado muito profundo o que
está escrito em 1 Joâo 3.8: “Aquele que pratica o pecado procede
do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio."

No versículo 7 falou-se três vezes de peleja. no versículo 9 é dito


duas vezes que o diabo foi destituído do seu poder e expulso: "E foi
expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e,
com ele, os seus anjos. ” Essas palavras impressionam muito, pois
todos os nomes dos vencidos sâo mais uma vez relacionados, para
que todos saibam a profundidade das conseqüências que sua
queda deve ter. O dragão é chamado de' 'antiga serpente" — uma
lembrança de como causou uma vez a queda da humanidade (Gn
3). Ele chama-se "diabo" — o acusador nunca se cansou de acusar
os filhos de Deus e a humanidade em geral. E, finalmente, seu
nome é "Satanás", que significa "diabolus" — o grande desordeiro, o
adversário. Ele é o constante lutador contra Deus e os seus sobre a
terra. Com isso se lembra que ele realmente engana o mundo
inteiro, sujeitando-o sempre mais à sua terrível influência. Pois já
vemos isso agora Depois de ser lançado sobre a terra, o âmbito do
seu poder ê muito limitado. O céu permanece fechado para ele, pois
a Igreja foi arrebatada. Ele está, justamente com os seus, com seu
campo de açâo restrito à terra, e também isso somente por
pouco tempo. Acentuemos mais uma vez: Satanás tem direitos
onde há pecado, e onde os pecados foram expiados, ele tenta
manter exigências ilegítimas. Deus permite isso, porque é justo. É o
que vemos, por exemplo, no livro de Jó, onde Satanás apresenta-
se diante do Senhor e diz: "Naturalmente Jó se mantém fiel a
ti, porque fazes que tudo corra bem em sua vida. Mas toca-o, e
a coisa mudará; ele blasfemará contra ti na tua face ” O
Senhor respondeu: “Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder;
somente contra ele não estendas a tua mão" (Jó 1.12). Ou,
pensemos mais uma vez em Zacarias 3. Quando o sumo sacerdote
Josué entrou no santuário, Satanás colocou-se do seu lado. Ele
ousou entrar com Josué no santuário interior, porque Josué
estava trajado de vestes sujas — uma representação do pecado. O
inimigo permaneceu ao seu lado, até que o Senhor o repreendeu

Mas agora, depois que a Igreja foi arrebatada e glorificada e o


mundo desmorona sob juízos divinos, e Israel, a mulher, está diante
do seu renascimento definitivo, já tendo dado à luz aos cento e
quarenta e quatro mil, que sâo primícias, acabou definitivamente o
tempo de Satanás nas regiões celestes: "foi atirado para a terra."
Ele não pode mais acusar nada e ninguém diante de Deus, pois eles
o venceram através do sangue do Cordeiro (v. 11). E enquanto eles.
os crentes já glorificados e os que ainda combatem sobre a terra,
reivindicaram e reivindicam o sangue derramado do Cordeiro pelo
seus pecados, eles proclamaram o genuíno poder de redenção
desse precioso sangue através da palavra do seu testemunho. A
palavra do testemunho na presença do inimigo é importante. Com
isso eles provam que mesmo em face da morte não amam a sua
vida, como também o Cordeiro derramou sua vida em seu sangue
por sua e por nossa causa. As três características mais marcantes
de um realmente salvo, tanto em nosso tempo como também após o
arrebatamento, sâo. 1 — A redenção através do sangue do
Cordeiro. Temos a redenção através do seu sangue. Não
combatemos para alcançar a vitória de Jesus, mas a partir da vitória
alcançada de Jesus. Não nos esforçamos para alcançar um ideal,
mas partimos do maior ideal: Jesus é Vencedor! 2 — A confirmação
da experiência pessoal dessa redenção através do nosso
testemunho. Isso não somente faz que o inimigo perca seu direito,
mas também seu poder sobre ti. 3 — A entrega da própria vida. Ela
te unifica com a vitória de Jesus Cristo, de modo que nâc
poderás mais ser tocado pelo inimigo por toda a eternidade. O que
aqui no capítulo 12 é realizado no Plano de Salvação, já tem que
ser hoje e aqui — antes do nosso arrebatamento — nossa
tríplice experiência através da fé. Com respeito ao futuro, é de
eminente importância, que exerçamos a vitória de Jesus
completamente. Pois se está dito em Jó 15.15: "Eis que Deus não
confia nem nos seus santos: nem os céus são puros aos seus
olhos", então compreendemos que até à limpeza geral do céu em
Apocalipse 12, quando com base na vitória de Jesus o diabo e seus
anjos são expulsos por Miguel, não existe cessar-fogo. Temos
que provar hoje, agora, diante do inimigo enfurecido, que a vitória
de Jesus é genuína.

Apresenta-se então a pergunta objetiva: como pode a vitória de


Jesus, o estabelecimento do reino de Deus. já ser proclamada

de maneira tão ampla aqui no capítulo 12, apesar de Satanás ter


sido atirado somente para a terra, e não para o abismo? Pois
somente no capítulo 20.3 ele é lançado no abismo e preso com uma
grande corrente durante mil anos. Por que essa contradição entre a
realidade celestial — a vitória de Jesus Cristo — e a cruel realidade
terrena, onde o diabo e seus anjos se enfurecem com grande cólera
e conscientes de que têm pouco tempo? Uma figura de tempos de
guerra pode ilustrar a resposta: uma tropa defende sua posição com
as últimas forças Ela está cercada pelo inimigo e não vê mais saída.
Mas então ela recebe repentinamente do quartel-general a
informação de que as forças do inimigo foram derrotadas em um
lugar decisivo. Isso diz à tropa desesperada que cedo ou tarde a
vitória se refletirá também sobre sua situação desesperadora. Tal
conhecimento não transforma repentinamente toda a disposição
moral e a situação dos soldados cercados? E o mesmo acontece do
ponto de vista espiritual: aqueles que se encontram então na
Grande Tributação, a multidão inumerável dentre as nações, povos
e línguas, e os cento e quarenta e quatro mil selados de Israel, se
ainda não arrebatados, encostarão seus ouvidos à Bíblia, ouvirão
esse júbilo de vitória do “quartel-general” e saberão: foi estabelecido
o domínio de Deus I As cadeias com que Satanás prendeu o
mundo, foram rompidas! Jesus é Vencedor!

Isso vale também hoje! Apesar de Satanás acusar-nos dia e noite


diante de Deus e de atacar-nos, sabemos: no fundo, nada temos a
ver com ele e com sua obstinação! Não, não! Nosso relacionamento
é com o grande Sumo Sacerdote, que incessantemente intercede
por ti e por mim diante do Pai: "este, no entanto, porque continua
para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso também pode
salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sampra para Intarcadar por alaa" (Hb 7.24-25). Ele pede por ti,
enquanto ainda pertences à Igreja em combate. Mas em breve,
muito em breve, iremos jubilando para a eternidade! Vem logo,
Senhor Jesus!

"E se pôs em pé sobre a areia do mar. "* Do ponto de vista do Plano


de Salvação, a areia na praia do mar é uma representação do povo
de Israel. É o que concluímos de Gênesis 22.17, onde o Senhor diz
a Abraão: "... que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a
tua descendência como as estrelas dos céus e

com o a areia na praia do mar... ” A praia, a areia do mar, regula o


mar — o mar dos povos. É o que vemos atualmente: Israel regula os
movimentos das nações. Como se sabe, há anos as Nações Unidas
praticamente não se ocupam com os perigosos focos de crises ou
mesmo com os genocídios no mundo. Não, elas ocupam-se com o
cálice de tontear, com Jerusalém, como está profetizado em
Zacarias. Realmente o pequeno Israel (do tamanho de Sergipe)
domina a atenção dos povos. Jerusalém está na boca e nos
pensamentos de todos. Essa é uma prova de que Israel realmente é
a areia. O dragão está agora, portanto, em pé sobre a areia e olha
para o mar. Ele ainda não desistiu da luta, mas concentra-se agora
primeiro completamente sobre a população de Israel: ele está em pé
em Israel e quer tomar posse das nações. Devemos lembrar, que na
época anticristã Israel fará uma aliança com o anticristo, como está
escrito em Daniel 9.27. E em Isaías 28.15 está até dito que fará
aliança com a morte.

A Edição Revisla e Corrigida não tem o versículo 18 do capitulo 12, ediz no capitulo 13.1 "E
eu pus-me sobre a areia do mar. " Como é sabido, no decorrer dos séculos foram
encontrados vários manuscritos do Novo Testamento, possibilitando traduções mais exatas
Na minha opinião, as revisOes mais recentes utilizam manuscritos do texto original mais
confiáveis, e mostram que não foi João. e sim o dragão que se pôs em pé sobre a areia do
mar "E odragio parou sobre a areia do mar" (cap. 12.18. Versa o da IBB, de Acordo com os
Melhores Textos em Hebraico e Grego) Essas traduções parecem tanto mais
evidentes, porque em nenhuma parte do Apocalipse João muda sua posição celestial
por iniciativa própria. Ele o fez somente por ordem expressa do Senhor ou de um anjo
Desse modo, lhe é dito, por exemplo, no capitulo 4.1: "Sobepara aqui...", no capitulo 10 8:
"Vai..", no capítulo 111: "Oispõe-te...". ou no capitulo 17 3 "Transportou-me o anjo, em
espirito.. "Conseqüentemente, quem está sobre a areia do mar é Satanás.

A revelação do anticristo
A visão de Amnagedom
A sexta taça da cólera
0 desdobramento do império romano-anticrístão
JESUS

1
O Professor |udeu Pmchas Lapide, que esiuda o Novo Testamento em base científica,
afirmou, entre outros, o seguinte em uma palestra " portanto, tudo aquilo que está escrito
no Novo Testamenio foi vivido à maneira judaica e transmitido em hebraico ou aramaico. E
toda a teologia original do cristianismo foi única e exclusivamente fruto do solo judeu E o
que descobre o judeu que lê o Novo Testamento através dos Ocuios hebraicos9 O que
aparece, se ele retira com muito cuidado, através de todos os pontos de interrogação da
ciência, as cascas gregas posteriores, é. uma luz de Israel. Jesus, que com impaciência
messiânica e aguda e febril esperança, aguardava a redenção de Israel e que com
grande probabilidade chegou ã compreensão de si mesmo como Messias ao final de
sua vida "
A revelação do anticristo
“Vi emergir do mar uma besta, que tinha dez chifres e sete cabeças
e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como
de urso, e boca como boca de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder,
o seu trono e grande autoridade. Então vi uma de suas cabeças
como golpeada de morte, mas essa fenda mortal foi curada; e toda
a terra se maravilhou, seguindo a besta, e adoraram o dragão
porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? quem pode pelejar contra
ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogãncias e blasfêmias, e
autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a sua boca em
blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o
tabemáculo, a saber, os que habitam no céu Foi-lhe dado também
que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda
autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão
todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram
escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto, desde a
fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém leva
para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada,
necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a
fidelidade dos santos. Vi ainda outra besta emergir da terra; possuia
dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce
toda a autoridade da primeira besta na sua presença Faz com que
a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja
ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de
maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens.
Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe
foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre
a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à
espada, sobreviveu, e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem
da besta, para que, não só a imagem falasse, como ainda
fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos,
os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os
escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão
direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o
número

do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento


calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse
número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap 13).

Que trecho terrível! Mas aquele que renasceu pela graça do Senhor,
escapará de tudo isso! Pois tudo isso acontecerá após o
arrebatamento da Igreja de Jesus. Mas ai daqueles que então ainda
estiverem sobre a terra!

É muito esclarecedor que já na sua primeira carta, João diz com


relação ao anticristo: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ou-vistes
que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido,
pelo que conhecemos que é a última hora" (1 Jo 2.18). Ele é o único
no Novo Testamento que utiliza a denominação "anticristo", e isso
por cinco vezes: duas vezes em 1 João 2.18 e uma vez nos
capítulos 2.22 e 4.3 da mesma epístola, além de mais uma vez em 2
João 7. Isso confirma em primeiro lugar o fato que citamos na
Introdução do Volume I: que João recebeu a revelação de Jesus
Cristo antes de escrever seu Evangelho e suas epístolas.
Provavelmente ele foi exilado para a ilha de Pat-mos pelo imperador
romano quando ainda era jovem, talvez logo depois de Pentecostes,
sendo novamente libertado mais tarde. É o que se conclui do fato
que o grego do Apocalipse não é tão bom como o grego das suas
epístolas e do Evangelho. Nos anos seguintes ele dominava melhor
a língua. Em suas cartas sente-se também que ele ainda está sob a
indelével impressão daquilo que viu em Apocalipse 13 e 17: o
desdobramento do an-ticnsto Paulo vê o anticristo no futuro Ele não
teve uma visão como João a recebeu; pelo contrário, ele fala
profeticamente da besta, do anticristo, utilizando diferentes
denominações Mas ele não utiliza a palavra "anticristo”: "Ninguém
de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniqüidade,
o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que
se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no
santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus"
(2 Ts 2.3-4). Então ele fala rapidamente do presente, dizendo: "Com
efeito o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somen te que seja
afastado aquele que agora o detém; então será de ta to revelado o
iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca, e
o destruirá, pela manifestação de sua vinda. Ora,

o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás,


com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo
engano de injustiça aos que perecem... "(2 Ts 2.7-10). Paulo vê o
caráter terrível da besta, mas simplesmente é incapaz de descrevê
Ia. Percebe-se como ele procura por palavras. Ele a chama de
"homem da iniqüidade”, "filho da perdição”, "o qual se opõe e
se levanta", "ostentando-se como se fosse o próprio Deus", "iníquo”.
Repito mais uma vez: apesar de Paulo dizer no versículo 7 que o
mistério da iniqüidade já opera (ou seja, no presente), ele vê o
anticristo no futuro. Os caminhos da revelação de Deus
sào maravilhosos! Paulo, o que nasceu tardiamente — ele foi ajun-
tado posteriormente — foi o único a receber o até entào
oculto mistério do corpo de Cristo, da Igreja, e assim do próprio ser
de Cristo. Desse modo, ele diz na Epístola aos Efésios: "... pois
segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério" (Ef
3.3). Mas a João, que durante a vida terrena do Senhor Jesus tinha
a mais intima comunhão com o Filho de Deus — pois ele era o
discípulo que Jesus amava — é revelado o anticristo em todo o seu
horror, como grande inimigo de Jesus Cristo. E sob a impressão
dessa revelação, ele diz a respeito do presente: "... também agora
muitos anticristos têm surgido".

O próprio Senhor Jesus conhecia muito bem seu grande adversário.


É o que se nota, por exemplo, pelas suas afirmações proféticas em
Mateus 24.15eMarcos 13.14. Ele fala do "abominável da
desolação”, referindo-se a Daniel 9.27 e Daniel 12.11: "Quando,
pois, virdes o abominável da desolação (de que falou o profeta
Daniel) situado onde não deve estar (quem lê, entenda), então os
que estiverem na Judéia fujam para os montes" (Mc 13.14). Trata-se
daquilo de que também Paulo fala: "... a ponto de assentar-se no
santuário de Deus."

Temos agora aqui em Apocalipse 13 o desdobramento da besta, do


anticristo, e isso até ao ponto em que Deus lhe colocou um limite.
Esse ponto é o momento em que o anticristo se assentar no templo
de Deus. apresentando a si mesmo como Deus. Isso naturalmente
pressupõe — e talvez ainda vejamos isso justamente antes do
arrebatamento —, que o templo seja novamente construído em
Jerusalém. Pois repentinamente pode chegar o momento em que se
iniciará a construção do templo. Pois a União Soviética é cada vez
mais pressionada pela sua falta de

petróleo, ou seja, de energia, e por isso avança em direção ao Golfo


Pérsico e para Israel, e invadirá Israel juntamente com seus
satélites, quando haverá um enorme terremoto (comp. Ez 38 e 39).
Então sem dúvida será destruída a mesquita de Ornar, o Domo da
Rocha, e então o templo poderá ser construído muito rapidamente

Se agora vemos aqui em Apocalipse 13 a sucessiva revelação do


ministério da iniqüidade, então admira-nos como a profecia bíblica é
completa e perfeita. Pois, enquanto o dragão está na areia do mar
— ou seja, em Israel —, ele chama agora como que seu semelhante
do mar dos povos: "Vi emergir do mar uma besta..." Essa besta será
seu instrumento! O mar dos povos será então idêntico ao abismo do
inferno. Pois já vimos que os demônios se encontram em dois
lugares distintos: uma categoria de principados, potestades e maus
espíritos encontra-se nas "regiões celestes" (Ef 6.12). Essa
categoria, juntamente com o dragão, será atirada para a terra por
Miguel e seus anjos (cap. 12.7-9). A outra categoria de poderes das
trevas está guardada no abismo. Pelo Evangelho de Lucas sabemos
que os maus espíritos têm terrível pavor de serem presos no
abismo. Pois quando o Senhor Jesus libertou o possesso da legião
de espíritos imundos, estes lhe rogavam que não os mandasse sair
para o abismo mas lhes permitisse entrar nos porcos. Qual, pois, a
razão da constatação de que o mar dos povos é equivalente
ao abismo infernal? Porque também os maus espíritos
guardados no abismo, poderão sair deste lugar durante a Grande
Tribula-ção: "O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caida
do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ele
abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça
de grande fornalha, e com a fumaceira saida do poço escureceu-
se o sole o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e
foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra" (Ap 9.1-
3; comp. tbém. o Volume II pág. 80ss). A terra será, portanto,
literalmente inundada por maus espíritos das regiões celestes e do
abismo. Não se necessita muito poder de imaginação, para
entender como será então na terra, quando o dragão estiver sobre a
areia da praia do mar e a besta emergir do mar. Já no capítulo 11.7
é citada a besta que subirá do abismo, do mundo das nações: "... a
besta que surge do abismo."

Repetidamente o Senhor mostrou ao seu povo, já no Antigo Tes


tamento. através de tipos, de precursores, como será o
grande adversário de Cristo. No fundo, o conflito entre Deus e
Satanás já começou no Paraíso, poiso Senhor diz em Gênesis 3.15:
"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e
o seu descendente. "Através de toda a história vemos essa
inimizade: Caim contra Abel. Faraó contra Moisés, Babilônia
contra Jerusalém, Hitler contra Israel, etc Todos eles foram
precursores daquele que representará a maior expressão de todo
mal, a reunião de tudo no mundo que se levantou contra Deus e seu
Filho. Lemos em Apocalipse 13.7 a respeito de quanto o
anticristo dispõe de poder satânico: "Foi-lhe dado também que
pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda
autoridade sobre cada tribo, povo, lingua e nação. "Ou no versículo
2b do mesmo capítulo: "E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono
e grande autoridade. ”
O dragão encontra-se agora ameaçador na praia do mar, como que
pronto para tomar posse do mar das nações. Mas ele parece
hesitar. Pois ele é somente um espírito, o que significa na verdade
que nas coisas deste mundo ele mesmo não pode agir diretamente.
Por isso ele necessita de um instrumento humano, de um médium.
Ele somente pode fazer todo o mal através do raciocínio humano,
dos vícios humanos e de atos humanos. De modo que, ele tem que
incorporar-se em um ser terreno, para poder realizar suas intenções
assassinas1. Através de João, que teve as visões iluminado pelo
Espírito de Deus, vemos o que e quem é esse último médium que
se levanta contra Cristo. Mas com isso vemos também as
possibilidades limitadas do diabo, que somente pode expressar-se
indiretamente, ou seja, através de um instrumento — em contraste
completo com o Deus vivo.

Pois nosso Deus manifesta-se tanto indiretamente — falando ou


agindo, por exemplo, através de homens — como também
diretamente: ele pode agir diretamente no coração humano. Alguém
poderá objetar: não estava o dragão agindo diretamente em
Apocalipse 11 e 12, quando queria devorar a criança recém-
nascida? Certamente, mas isso ele somente pode no mundo
Invisível, enquanto no mundo visível sempre tem, ou seja,
procura seus instrumentos.

Que momento de terrível tensão temos aqui diante de nós no clímax


dos acontecimentos apocalípticos! Das profundezas do agitado mar
das nações, o dragão quer agora ajuntar e liberar as forças das
trevas, para o último ataque àquilo que pertence a Deus na terra! E
então acontece diante dos olhos de João o milagre satânico: uma
besta emerge do mar, A semelhança com o dragão é tão evidente,
que imediatamente percebe-se o parentesco e a maneira diabólica.
Lemos a respeito do dragão: “Viu-se também outro sinal no céu, e
eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e,
nas cabeças, sete diademas" (cap. 12.3). E do anticristo está dito:
"Vi emergir do mar uma besta, que tinha dez chifres e sete cabeças
e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmia" (cap 13.1). Os chifres são vassalos, subordinados ao
anticristo.

No decorrer dos séculos pensou-se e especulou-se muito a respeito


de quem seria o anticristo. Muitas vezes se foi e se é muito
precipitado. Desse modo, em minha curta vida, já ouvi dizer
a respeito de diferentes personalidades. "Tal e tal pessoa
certamente é o anticristo!" Isso me foi dito, entre outros, a
respeito de Henry Kissinger e do ex-presidente Carter, e um
"profeta" da Alemanha escreveu-me antes das eleições de 1980
realizadas nesse país, que em oposição a todos os prognósticos
seria eleito Franz Joseph Strauss, por ser ele o anticristo! Existem
bons comentadores do Apocalipse, que afirmam que o anticristo
será Nero ressuscitado. Pois, como se sabe, Nero foi um
sanguinário perseguidor dos cristãos. Ele os utilizava como tochas
vivas nas festas realizadas em seus jardins. E existe também uma
tradição correspondente, de acordo com a qual o Nero retornado
seria uma das cabeças da besta, que foi golpeada de morte,
mas cuja ferida mortal foi curada.

Comentadores que devem ser levados mais a sério nesse aspecto,


dizem que o anticristo será Antíoco Epifãnio. que ressuscitaria.
Muito interessante é, de fato, que aquilo que Daniel profetiza sobre
o anticristo, aplica-se ao rei selêucida Antíoco Epifâ-nio. Pois,
desprezando a liberdade religiosa até então existente em Judá,
Antíoco Epifãnio introduziu costumes gregos e até saqueou o
templo. Seu esforço de helenização foi enorme Por exemplo,
através de intermediários e suborno, ele conseguiu investir um sumo
sacerdote do seu agrado, e os sacerdotes tinham que usar vestes
sacerdotais gregas. Não é de admirar que aqueles entre o povo que
se mantinham fiéis ao Deus dos seus pais resistiam mais e mais.
Quando essa resistência tornou-se sensivelmente maior, Antíoco
Epifãnio voltou-se cheio de cólera contra os judeus, marchando com
um poderoso exército para a Ju-déia, onde matou milhares do povo,
profanou o templo, até mesmo sacrificando porcos nele, anulou as
normas santificadas da lei judaica e exigiu adoração como deus
Daniel diz no capitulo 7.25: "Proferirá palavras contra o Altíssimo,
magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a
lei..." Mas as profecias de Daniel vão adiante — até ao anticristo
verdadeiro, final. Também nesse caso temos, portanto, uma profecia
dupla; uma profecia para o futuro próximo e para o futuro distante.
Pois Daniel 7.23-24 fala do quarto império, do Império Romano:
"O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente
de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a
fará em pedaços. Os dez chifres correspondem a dez reis que se
levantarão daquele mesmo reino; e depois deles se levantará outro,
o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis." E então
segue a palavra acima citada, segundo a qual ele proferirá palavras
contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em
mudar os tempos e a lei Continuamos lendo, então, no versículo
25b: “e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois
tempos e metade dum tempo." E então fala-se do reino de Deus sob
o governo do Senhor Jesus Cristo: "O reino e o domínio, e a
majestade dos reinos debaixo de todo o céu, serão dados ao povo
dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os
domínios o servirão e lhe obedecerão" (Dn 7.27). Antíoco Epifãnio é
citado também em Daniel 11.36: ‘ 'Este rei fará segundo a sua
vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra
o Deus dos deuses falará cousas incríveis, e será próspero, até que
se cumpra

a indignação; porque aquilo que está determinado será feito."


Antíoco Epifânio é, portanto, um tipo muito característico do an-
ticristo dos tempos finais. Isso é provado pelo fato de Daniel
ter visto, imediatamente depois de Antíoco Epifânio (do anticristol), o
Senhor Jesus em grande poder e glória: "Eu estava olhando nas
minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um
como o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias (= o Deus
eterno), e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória, e
o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o
servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o
seu reino jamais será destruído " (Dn 7.1314). É interessante que
Paulo descreve o anticristo com as mesmas expressões que Daniel.
Ele diz em 2 Tessalonicenses 2.4: "o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de
assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o
próprio Deus." Desse modo, chegou-se então à conclusão que
Antíoco Epifânio, que em tempos antigos realmente tinha cometido
‘‘a abominação desoladora”, ressuscitaria e seria o anticristo
neotestamentário2. Apesar da lerida mortal da besta — de que fala
Apocalipse 13 — ter sido curada, não posso concordar com tais
interpretações. Apesar disso a ferida mortal — literalmente:"... morto
e sua ferida mortal foi curada” — é de grande importância, pois essa
circunstância é citada três vezes. Versículo 3: "... mas essa ferida
mortal foi curada' . Versículo 12:"... cuja ferida mortal fora curada'
’. Versículo 14 ”... àquela que, ferida à espada, sobreviveu." Pois o
que significa essa ferida mortal da besta? De modo geral, que

em sua manifestação o anticristo é movido pelo impulso de imitação.


Se no grego está dito ‘ como morto’1, então fica claro que se trata
de imitação do Cordeiro que foi morto. Pensemos somente em
Apocalipse 5.6: “Então vi. no meio do trono e dos quatro seres
viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tinha sido
morto. ” Da mesma maneira o milagre divino da ressurreição de
Jesus Cristo é imitado em um caricatural milagre satânico: o
anticristo retorna. Com isso não queremos dizer de modo nenhum
que o retorno do anticristo será a volta de um morto — por exemplo,
a volta de Antíoco Epifânio ou de Nero. Pelo contrário, todos juntos
são uma fraca sombra do verdadeiro anticristo, como também no
último império que Daniel viu, percebe-se características de outros
reinos (Dn 7.7; Ap 13.1-2). Em outras palavras:: o anticristo é um
aglutinamento de todas as características negativas, de toda a
maldade de todos os anti-semitas de todos os tempos A respeito eu
gostaria de lembrar o seguinte:
1. A besta não é somente uma pessoa, mas ao mesmo
tempo também um reino, um sistema. Trata-se, portanto, ao
mesmo tempo do reino como também do seu líder. Conforme meu
entendimento, isso é provado por uma afirmação de João. Ele
descreve a besta com dez chifres (= dez formas de Estado)e
então continua: “A besta que vi era semelhante a leopardo, com
pés de urso, e boca como boca de leão. E deu-lhe o dragão o seu
poder... "(v. 2). Trata-se ao mesmo tempo do Império Romano
em sua estrutura dos tempos finais e da pessoa do anticristo —
conforme o lema: um povo, um reino, um "Führer" (líder).

2. Vemos na besta o aglutinamento das bestas, ou seja, dos


impérios mundiais anteriores. Daniel já os viu no capitulo 7
e descreveu-os individualmente: “No primeiro ano de Belsazar, rei
de Babilônia, teve Daniel um sonho, e visão ante seus olhos,
quando estava no seu leito; descreveu logo o sonho e relatou a
suma de todas as cousas. Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando,
durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu
agitavam o Grande Mar. Quatro animais (= reinos, como no caso da
imagem de Nabucodonosor), grandes, diferentes uns dos outros,
subiam do mar. O primeiro era como leão..." (Dn 7.1-4a). Ai temos
aquilo de que João diz no final da sua descrição: "... como boca de
leão”. Isso é Babilônia. "... e eis o segundo animal, semelhante a um
urso" (Dn 7.5). João

também o cita Trata-se do império medo-persa. “Depois disto,


continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo,
e tinha nas costas quatro asas... “(Dn 7.6). Esse é o império greco-
macedônio sob Alexandre Magno. Então Daniel quer descrever o
quarto império, mas não o consegue. Se bem que se trata também
de um animal, ele não sabe se é um urso, um leão ou um leopardo
— ele parece ser tudo em um só. Daniel relata: "Depois disto, eu
continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal,
terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes
de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que
sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes
dele, e tinha dez chifres" (Dn 7.7). Com isso, Daniel acenlua que
esse quarto animal será muito mais terrível do que todos que vieram
antes dele. João também vê esses animais Entretanto, ele não os
vê na mesma seqüência que Daniel, pois João vive em uma época
em que já vê esses três animais ao olhar para trás. enquanto Daniel
viveu antes do seu tempo. O último animal, ou seja, o Império
Romano, que está vindo agora, não somente terá todas as
características animalescas dos seus precursores — leopardo, urso,
leão — mas, eu repito, será ao mesmo tempo o anticristo em
pessoa. Ele incorpora todos os anticristos anteriormente
manifestados e que desapareceram. Do mesmo modo como o futuro
Império Romano tem todas as características animalescas dos
impérios que o precederam, também o anticristo as tem. O anticristo
é a maior expressão de maldade de homens como Faraó, Hamã,
Antíoco Epifâ-nio, Nero, Hitler e outros — também dos atuais anti-
semitas e anticristos. Se o Senhor Jesus diz do tempo do anticristo:
"porque nesse tempo haverá grande tributação, como desde o
principio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá
jamais" (Mt 24.21), então deve tratar-se de algo inimaginavelmente
terrível! Já agora ouvimos o ressoar dos passos do anticristo.
Quão próximo deve estar, então, nosso arrebatamento!

Do anticristo procederá um grande poder de sedução. Ele estará


equipado com toda a autoridade satânica, pois: "... deu-lhe o dragão
o seu poder, o seu trono e grande autoridade" (Ap 13.2b). Satanás
lhe dará tudo aquilo que quis dar ao Filho de Deus, quando tentou o
Senhor Jesus no deserto. Pois naquele tempo ele o levou para um
alto monte, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e disse:' ‘ Tudo
isto te darei se, prostrado, me ado-

rares"(Mt 4.9). Mas o Senhor rejeitou a oferta com a Palavra de


Deus. Agora o dragão dá tudo ao seu semelhante, à besta,
que aceita tudo: o trono — sua histórica posição de domínio; o
poder
— a plenitude dos seus meios violentos; autoridade — o seu
domínio. Por isso a besta é tão assustadoramente semelhante
ao dragão. Também nesse ponto vemos novamente o impulso
de imitação de Satanás; o Filho de Deus que se fez homem
queria aceitar o reino e a autoridade somente da mão de seu Pai,
não da mão do diabo. Leiamos mais uma vez Daniel 7.13-15, onde
é revelada no Antigo Testamento essa tomada de posse de
Jesus: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que
vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem (trata-se
de Jesus Cristo), e dirigiu-se ao Ancião de dias (o Eterno), e o
fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino,
para que os povos, nações e homens de todas as línguas o
servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o
seu reino jamais será destruído. Quanto a mim, Daniel, o meu
espirito foi alarmado dentro em mim, e as visões da minha cabeça
me perturbaram. "O Senhor Jesus Cristo receberá tudo isso da
mão do Pai. Portanto, a entrega de todo o poder do dragão à
besta também é imitação! Aliás, encontramos esse impulso de
imitação em muitos detalhes, por exemplo: o Cordeiro tem
chifres: “...um Cordeiro como tinha sido morto. Ele tinha sete
chifres..." (cap. 5.6). Mas também a besta tem chifres: "Vi emergir
do mar uma besta, que tinha dez chifres''(cap. 13.1). O Cordeiro tem
nomes de soberania: "... na sua cabeça há muitos diademas;
tem um nome escrito que ninguém conhece senão ele mesmo... e
o seu nome se chama o Verbo de Deus... Tem no seu manto, e
na sua coxa, um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS
SE-NHORES“(Ap 19.12,13,16). Também a besta tem nomes —
nomes de blasfêmia: "... e, sobre os chifres, dezdiademase,
sobre ascabeças, nomes de blasfêmia" (cap. 13.1b). Conforme o
versículo 6, a besta profere blasfêmias contra Deus, contra
seu santo Nome, seu tabernáculo celestial e os que habitam no céu

— portanto, também contra a Igreja arrebatada: “e abriu a


sua boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e
difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu." Mas
— graças ao Senhor — ao anticristo é dado somente um prazo
limitado, ou seja, quarenta e dois meses (v. 5). Sempre novamente
encontramos a citação desse tempo na Escritura: 42 meses
— metade de um tempo, um tempo, dois tempos — 1.260 dias. Nos

versículos 5,7,14 e 15 acentua-se cinco vezes que sua autoridade


lhe foi dada. O poder das trevas, também o anticristo, somente pode
chegar, portanto, até onde Deus o permite.

Isso vale também para tua vida. Nunca imagina que estás
completamente à mercê do inimigo! Ele somente pode ir até onde
Deus o permite! Através das tribulações és provado quanto
à medida em que exerces a vitória de Jesus em teu dia-a-dia. “Bem-
aventurado o homem que suporta com perseverança a provação;
porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a
qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).

Com relação à pergunta: "Quem será o anticristo?", especulou-se e


especula-se também sempre novamente a respeito do número
seiscentos e sessenta e seis, que é citado no versículo 18: "Aqui
está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número
da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos
e sessenta e seis." Desse modo, foram feitos diferentes cálculos,
que pretendiam provar que o número se encontra na tiara do papa
(tiara = cobertura de cabeça extra-litúrgica do papa, com três coroas
sobreposlas simbolizando o ministério sacerdotal, pastoral e
doutrinário do papa). Cálculos e "provas” semelhantes foram
apresentados a respeito de Napoleâo, Hitler, Mussolini, etc... Não
queremos fazer cálculos, mas dizer cornos "outros", com os
"demais" de Tiatira, que "Não conhecemos as cousas profundas de
Satanás" (Ap 2.24). É suficiente tomar conhecimento daquilo que
está escrito aqui em Apocalipse 13 e daquilo que Paulo diz em
2Tessalonicenses 2.9: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a
eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da
mentira." Mas, concluindo, eu gostaria de frisar mais uma vez: o
anticristo não será um anticristo antigo-testamentário ou mesmo
neotestamentário ressuscitado, mas uma incorporação de todas as
características negativas de todos os anticristos e todos os anti-
semitas de todos os tempos.

No que se refere, ainda, à "ferida mortal" da besta, três vezes


citada, ela tem tríplice significado. Já nos referimos a dois pontos,
mas voltamos a citá-los:

1.0 impulso satânico de imitação, que é tão forte que até a morte do
Cordeiro é imitada.

2. O milagre satânico-mentiroso da ressurreição.

3. Um pano de fundo puramente histórico-profético, que é descrito


detalhadamente em Apocalipse 17 8. Nas explicações sobre o
capitulo 17 — no qual se fala dos muitos enganos do anti-cristo —
vou entrar em mais pormenores. Mas já aqui no capítulo 13.1-2
João descreve Roma, a potência mundial romana restaurada com
as dez formas de Estados e a autoridade da besta que tudo domina,
o cruel déspota pela graça de Satanás. De Roma procederá então
perigo mortal, pois como em tempos antigos, essa potência mundial
terá a pretensão de ser autoridade divina. O cristo aparente com
seus milagres, com suas capacidades ilimitadas, deixará entào todo
o mundo profundamente admirado. É o que está escrito no versículo
3b: "e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta." Todo o mundo
ficará fascinado por esse super homem, que tudo pode, seguindo-o.
Essa “admiração" significa o espanto diante do sobrenatural. Esse
estupor admirado dos povos diante do inconcebível é que está
descrito em Apocalipse 13.3b. Haverá um espanto paralisador e um
horror mundial — o contrário de satisfeita admiração. Pois a
besta pode tudo. E assim exclama-se, pois, cheio de
admiração: “Quem é semelhante à besta? quem pode pelejar contra
ela?’’ (v. 4b). Mas uma coisa esse personagem capaz de tudo não
pode: ele não pode amar! Somente o Cordeiro é capaz de
amar: “Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos
nossos pecados" (Ap 1.5). Hoje em dia sente-se o anseio dos
povos por tal solucionador de todas as coisas. Que esperanças são
depositadas, por exemplo, em cada novo presidente dos
Estados Unidos! Pretende-se que ele solucione todos os problemas
políticos, econômicos e sociais. Todos gritam “paz, paz!”

O anticristo, a besta, solucionará todos os problemas de um só


golpe. Então irromperá também o elemento religioso, o endeu-
sarnento da besta: toda a terra adorará então o dragão e a besta: “e
adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também
adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante á besta? quem
pode pelejar contra ela?" (v. 4). Com isso Satanás alcançou seu
objetivo: o verdadeiro Cristo, o Cordeiro, é excluído

dos pensamentos dos homens. Certamente não haverá dupla


genuflexão diante do dragão e diante da besta, pois os dois são um.
Também nesse aspecto manifesta-se o motivo da imitação, poiso
Senhor Jesus afirmou. "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). "Quem
me vê a mim, vê o Pai" (Jo 14.9b). Também o anticristo pode dizer:
“Quem me vê a mim, vê o diabo". No anticristo estará satisfeita a
busca da humanidade por um homem forte. Ele terá tão grandiosa
influência e ao mesmo tempo tão enorme poder de atração, que
então muitos chefes de Estado terão grande prazer em entregar a
soberania do seu pals a ele. Apocalipse 17.13 afirma que esses
chefes de Estado — a Bíblia os chama de “reis” — terão um só
pensamento, e oferecerão à besta o poder e a autoridade que
possuem. Os intensos aplausos e o fervor com que a besta será
adorada, vão expressar-se então na pergunta retórica: "Quem é
semelhante à besta? quem pode pelejar contra ela?" Isso não é
somente o endeusamento da besta, mas ao mesmo tempo a
aceitação durante um tempo limitado do seu desejo milenar. Pois o
que Satanás já queria antes da fundação do mundo? Ser igual ao
Criador do céu e da terra: "Eu subirei ao céu; acima das estrelas de
Deus exaltarei o meu trono... subirei acima das mais altas nuvens, e
serei semelhante ao Altíssimo"(Is 14.13-14). Eagoralheédito:
"Quemésemelhanteà besta?" Que triúnfo será isso para ela. Ela se
eleva até mesmo acima de Deus, excluindo a possibilidade de
semelhança com ele, ao se proclamar seu poder de vitória
aparentemente ilimitado: "quem pode pelejar contra ela?" pois em
outras palavras, isso quer dizer: ninguém é semelhante a ela; ela é
a única poderosa.

Essa influência anticristã e essa reivindicação absolutista de


Satanás, obrigatoriamente levarão a uma perseguição nunca vista
dos santos: "Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e
os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo,
lingua e nação” (v. 7). Pois quem são esses santos' Trata-se das
inúmeras pessoas que não participarão do arreba-tamento; aqueles
que se converterão somente após o arrebata-mento. Se o anticristo,
com ódio louco, não somente profere blasfêmias contra Deus,
contra seu santo nome e seu taberná-culo celestial, mas também
contra aqueles que estão no céu, quão grande deve ser então seu
ódio e sua raiva contra aqueles que se converterem durante seu
domínio na terra e lavarem

suas vestes no sangue do Cordeiro! Pois no comentário sobre o


capitulo 7 do Apocalipse (vv. 9-17), vimos que durante a
Grande Tribulaçâo ainda vào converter-se milhões e milhões de
pessoas. que terào então o testemunho de Jesus (compare o
Volume II, página 44ss). Elas se converterão em virtude da
lembrança do testemunho dos arrebatados, que então não será
mais ouvido, pelos efeitos ulteriores da Palavra pregada ou pelo
testemunho dos cento e quarenta e quatro mil selados de Israel,
e não por último naturalmente através do testemunho das
duas testemunhas: "Foi-lhe dado também que pelejasse contra
os santos e os vencesse." O diabo está agora realizando um
dos seus outros objetivos, que lhe permite destruir ao menos
em parte a descendência da mulher. Ele, entretanto, pode matar
somente o corpo, e não a alma Pois aqueles que serão mortos
na terrível carnificina, encontram-se na vitória de Romanos 8.3539:
"Quem nos separará do amor do Cristo? Será tributação,
ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou
espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues
à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o
matadouro. Em todas estas cousas, porém, somos mais que
vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou
bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem
principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes,
nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor." Então eles literalmente sorverão essas palavras e
se apropriarão delas profundamente. Através do versículo 7
de Apocalipse 13 conclui-se claramente que durante quarenta e dois
meses a besta terá autoridade absoluta, ilimitada, tanto no campo
religioso como também no político: "Foi-lhe dada uma boca que
proferia arrogâncias e blasfêmias, e autoridade para agir quarenta e
dois meses " (v. 5). Do restante dos homens, que estarão vivendo
então na terra, está dito: "e adorá-la-ão todos os que habitam sobre
a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do
Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo"(v. 8). 3 Por
isso é lógico que logo após a informação sobre os poderes
ilimitados da besta, que tem domínio até sobre a alma e o espírito
do homem, seja acrescentada uma séria advertência: "Sealguém
tem ouvidos, ouça"(v. 9). No final das sete cartas estava dito cada
vez: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.' ’ Aqui
a advertência soa diferente.

Ela também é feita somente uma vez. Essa advertência é dirigida


em primeiro lugar àqueles que vivem atualmente, mas ainda não se
converteram ao Senhor Jesus Cristo. Mas ela vale também para os
atuais "cristãos”, que capengam de ambos os lados, que estão
mornos e indolentes e estão em perigo de perder o arrebatamento.

"Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar
à espada, necessário é que seja morto à espada"(v. 10). Conforme
meu entendimento, essa palavra é uma advertência para a multidão
inumerável que se tornou crente durante a Grande Tribulação e será
tentada a organizar resistência contra a besta, lutando
possivelmente até com a espada contra ela. Mas isso não pode ser.
Esse versículo diz muito claramente que tipo de mentalidade eles
devem mostrar. E eles sabem que seu martírio é inevitável. Eles se
revestirão então da mentalidade do Cordeiro, que foi levado ao
matadouro — a Gólgota. "Aquiestá a perseverança e a fidelidade
dos santos" (v. 10b). Essaéatual-mente a mentalidade mostrada por
muitos dos nossos irmãos que são violentamente perseguidos no
Oriente. Mas quão pouco nós. que estamos livres de perseguições,
mostramos essa mentalidade, essa perseverança e essa fidelidade
dos santos! Mas a Escritura adverte que somente reinaremos se
com ele perseve-rarmos (comp. 2 Tm 2.12). Também nisso Israel é
um exemplo para nós, pois na dispersão entre as nações, os judeus
deixaram matar-se como cordeiros. Mas desde que se encontra
novamente na terra dos pais como nação, Israel luta como um leão.
3

"Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres,


parecendo cordeiro, mas talava como dragão'' (v. 11). Quem é essa
outra besta? É extremamente esclarecedor, que o anticristo não
está sozinho. Além dos seus dez reis. dos seus dez vassalos, ele
tem também um relaçóes-públicas. um propagandists genial. Essa
outra besta é identificada nos capítulos 1613; 19 20 e 20.10; trata-se
do falso profeta. Agora também a imitação da Trindade é um fato! O
dragão = o anti-Pai, a primeira besta = o anti-Filho; a seguna besta
= o anti-Espírito. O falso profeta é o elemento religioso. No Antigo
Testamento, e na história de modo geral, temos exemplos dessa
tática. Faraó, o anti-semita, chamou os magos como auxiliares
religiosos (Êx 7.11,22). Balaque, o rei moabita, que queria
exterminar Israel, encarregou o falso profeta Balaâo de amaldiçoar
Israel (Nm 22ss) Dã, uma das tribos rebeldes de Israel — seu nome
significa "serpente" — tomou para si um levita como sacerdote (Jz
18). Absalão, o filho rebelde de Davi, teve por conselheiro a Aiiofel
(2 Sm 16 e 17). E Acabe, o sétimo rei na linha israelita, jamais teria
sido o que foi sem Jezabel e os que a seguiram (1 Rs 21 5ss). Hitler
tinha Goebbels e o lema era: "Cremos na vitória, porque temos
o "Führer"!” O elemento religioso é algo do mais poderoso
na história da humanidade. Quando o falso profeta se
manifestar, será acrescentado ao império mundial unificado também
a igreja mundial unificada, ou seja, uma religião mundial Que o
falso profeta também é chamado de “besta", mostra seu objetivo
comum: a glorificação de Satanás. Mas mostra também sua
crueldade animalesca. Essa segunda besta está subordinada à
primeira Ela faz tudo pelo anticristo. Se está dito que ela emerge da
terra, então isso tem sentido profético e se refere ao
Império Romano restaurado. Essa segunda besta é o
correspondente oposto do Espirito Santo, que glorifica Jesus, de
modo que adoramos o Cordeiro.

Que o falso profeta é um típico "realizador", conclui-se pelos


versículos 12-17, onde se destacam 9 verbos: "Exerce toda
a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que
a terra e os seús habitantes adorem a primeira besta, cuja
ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de
maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens.
Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe
foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre

a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à


espada, sobreviveu, e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da
besta, para que, não só a imagem falasse, como ainda
fizesse morrer quantos não adorassem a Imagem da besta. A todos,
os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os
escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão
direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o
número do seu nome." Isso significa o seguinte: assim como a
primeira besta recebeu toda a autoridade do dragão, ela por sua vez
faz exercer seu poder através da segunda besta. Em outras
palavras: a segunda besta faz com que a vontade e as leis do anti-
cristo sejam obedecidas. Por isso ela também é uma imitação quase
perfeita do Cordeiro, pois tem dois chifres — como um Cordeiro.
Pois o Senhor Jesus adverte muito seriamente em Mateus 7 15:
“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam
disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos rou-badores." Os
dois chifres expressam não somente poder político Chifres podem
caracterizar tanto o carneiro como também a ovelha (em contraste
com a maioria das ovelhas domésticas, as espécies selvagens têm
chifres). Através da atual atividade febril dos homens, já não está
sendo dada uma idéia do que acontecerá então'? Não é o espírito
do falso profeta que quase acossa os homens até a morte, porque
eles adoram dinheiro, automóveis ou outros bens?

Se bem que João descreve as duas bestas uma após a outra, elas
aparecem juntas. Pois tanto o versículo 4, onde se fala da adoração.
como também os versículos 12 e 15, mostram o que o falso profeta
pretende conseguir a qualquer custo: a adoração do an-ticristo.
Esse espírito, que procede de Satanás, já se torna mais e mais
perceptível em nossos dias, na adoração das coisas materiais, da
técnica, etc Somos protegidos da adoração inconsciente — pois
existe também adoração inconsciente — do espírito anticristão,
quando nos firmamos interiormente na adoração de Deus e do
Cordeiro. Muitos não conseguem orar, porque não adoram o
Cordeiro e sim algo terreno. Será essa a razão porque não
consegues orar com perseverança? Se conservamos o testemunho
de Jesus Cristo exteriormente, então somos guardados também
interiormente. A doutrina do anticristo pode ser claramente definida
adoração do anticristo e dessa forma

adoração de Satanás. Os meios utilizados para alcançar esse


objetivo são variados e sobrenaturais: “Também opera
grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra,
diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa
dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos
que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta,
àquela que, ferida à espada, sobreviveu" (vv 13-14). Ele seduz a
humanidade inteira. Por isso, torna-se necessária uma
advertência àqueles que têm sinais e milagres como centro da sua
pregação. O Senhor Jesus nos diz em Mateus 24.24: “porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos." Pois
aquele que atualmente está orientado para sinais e milagres, será
presa fácil do inimigo, que fará sinais e prodígios através de poderes
da mentira.

O falso profeta faz erguer uma imagem do anticristo, e então


acontece um milagre extraordinário: a imagem recebe fôlego, fica
viva e pode falar! Através da televisão via satélite, já hoje
a adoração mundial da besta seria tecnologicamente possível sem
dificuldades. Ele tem um terrível método para impor a adoração da
imagem: a ameaça de pena de morte e a execução de milhões que
se negarem a adorar a besta. Ninguém poderá esconder-se. Já
atualmente pode-se determinar os Indices de audiência de certos
programas de televisão. Em outras palavras: verifica-se quem
assiste a quais programas de televisão. A adoração de imagens em
si não é nada de novo. Roma, ou seja, a igreja católica, mantém até
ao dia de hoje essa abominação como parte do culto. O popular
papa João Paulo II tem uma imagem preferida: a madona negra. Ele
adora essa imagem. A terrível situação da adoração da imagem da
besta já é representada em Daniel 3, onde Nabucodonosor dá a
ordem para levantar a grande imagem de ouro. O arauto anuncia
que qualquer que não se prostrar e adorar a imagem, será lançado
na fornalha de fogo ardente. Desse modo, ele é uma representação
do falso profeta. Somente três jovens israelitas ficaram em pé diante
dessa imagem. A seguir eles são lançados na fornalha, mas
permanecem intocáveis. Eles são uma indicação para os cento e
quarenta e quatro mil selados de Israel, que durante a Grande
Tribulação serão guardados e arrebatados para o Senhor. Já
naquela época apareceu também o sinistro número 666 na imagem
de ouro:

a imagem tinha 60 côvados de altura e 6 de largura (Dn 3.1). Além


disso, foi mostrado aos povos, através de 6
instrumentos nominalmente citados, quando deviam prostrar-se
diante da imagem e adorá-la. Que paralelo com aquilo que João viu
mais tarde!

"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres


e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão
direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o
número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que
tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de
homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis”
(vv. 16.18). Após o estabelecimento da igreja mundial, cujos
atuais precursores se encontram no Conselho Mundial de Igrejas
e mais recentemente também no movimento "evangelical”, aparece
então o monopólio econômico mundial. Um antegosto são as fusões
de grandes empresas e fábricas. Os pequenos empreendimentos
são engolidos, pisados e amassados. Essas são sombras do
monopólio econômico mundial que então será uma realidade. De
acordo com o versículo 16 os homens não somente serão
cadastrados estatisticamente (isso já acontece atualmente através
de computadores, por meio de números), mas também identificados
oticamente através de uma marca. Os marcados na mão direita,
provavelmente serão os trabalhadores; os marcados na testa
certamente serão os intelectuais. Ninguém poderá escapar da teia
satânica, pois sem o número, sem o nome da besta, ninguém pode
existir, ou seja, não pode comprar nem vender. Esse será um
boicote absoluto, extremamente eficiente, contra todos que não
tiverem o sinal 666 ou o nome da besta Terrível! É interessante que
está escrito no versiculo 18: “Aqui está a sabedoria". Em outras
palavras, no comunicado seguinte está a sabedoria, que servirá
para reconhecer o anti-cristo a tempo naquela época difícil,
ajudando também a tomar a posição interior e exterior correta diante
dele Essa palavra vale, portanto, exclusivamente para aqueles que
não participarem do arrebatamento: "Aquele que tem entendimento
calcule o número da besta..." Portanto, quando surgir então o
grande imperador mundial, que aos olhos do mundo e dos cristãos
de nome parecer o anticristo, eles devem calcular o número do
nome da besta

Será possível ter clareza, quando se somar o valor numérico das


diferentes letras desse nome. Se compreendermos assim o sentido
simples dessas importantes palavras, então naturalmente parece
que é um esforço sem sentido e sem perspectivas querer descobrir
já atualmente o nome do anticristo. Pelo contrário, aqueles que
então não foram arrebatados, quando realmente aparecer um líder
suspeito, deverão quietamente calcular o valor numérico do seu
nome. Se resultar o número 666, suas suposições serão
confirmadas.

Na língua original do Novo Testamento, no grego, o santo nome do


Senhor Jesus representa o valor numérico 888.0 número 7 é o santo
número do Criador, que no 7? dia descansou das suas obras, e que
deu à criação terrena a semana de sete dias com seu regular dia de
descanso como sagrada condição de vida. Sete é, portanto, o
número do Criador, e o número oito é o número do Salvador, que
ressuscitou no dia após o sétimo dia da semana. Corn isso ele
lançou o fundamento para a nova criação Ao contrário, o número 6 é
o número dos dias da semana sem o sábado, ou também o número
da criação sem o Criador; o número do mundo sem Deus. Desse
modo o número do nome do anticristo forma o contraste mais
intenso com o número do santo nome de Jesus: 888.

Já dissemos que o anticristo será um aglutinamento, ou seja, uma


recorporificação das características de todos os anticris-tos políticos
de todos os tempos. Mas do mesmo modo também se projetarão
em sua expressão máxima, no número do seu nome, todos os
anticristos religiosos anteriores. Certamente por isso João disse; "...
também agora muitos anticristos têm surgido" (1 Jo 2,18).

Reconhecemos agora o caráter do anticristo. E sabemos que em 2


Timóteo 3.1-4, Paulo enumerou as três vezes seis características
dos cristãos de nome dos tempos finais: "Sabe, porém, isto: Nos
últimos dias sobrevirão tempos diliceis; pois os homens serão..." E
então ele enumera as suas características negativas;

"... egoístas,
avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes
aos pais, 6

ingratos,

irreverentes,

desafeiçoados,

implacáveis,

caluniadores,

sem domínio de si,

cruéis,

inimigos do bem, traidores, atrevidos, entatuados,

antes amigos dos prazeres que amigos de Deus.

E no versículo 5 do mesmo capitulo ele diz qual ê a característica


geral desses homens: "... tendo forma de piedade, negando-lhe,
entretanto, o poder". Todas essas são características do anticristo, e
muitos já agora tornaram-se anticristos. Se bem que uma vez se
converteram, degeneraram e se transformaram em anticristos,
porque perderam o amor à verdade. Como podes ser guardado
nesses tempos finais, com todas as suas tentações, de te tomares
um anticristo? Colocando-te dentro da absoluta verdade. Em outras
palavras: chegando completamente à luz! Somente assim serás
então capaz de distinguir entre verdade e mentira e de adorar Deus
e o Cordeiro em verdade!

O Cordeiro e os cento e quarenta e quatro


mil sobre o monte Sião
“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento
e quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o
nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas,
como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de
harpistas quando tangem as suas harpas. Entoavam novo cântico
diante do trono, diante dos quatro seres viven-tes, e dos anciãos. E
ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e
quatro mil que foram comprados da terra. São estes os que não se
macularam com mulheres, porque são castos. São eles os
seguidores do Cordeiro por onde quer que và. São os que foram
redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro;
e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula. Vi outro anjo
voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar
aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua
e povo. dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois
é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a
terra, e o mar, e as fontes das águas. Seguiu-se outro anjo, o
segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a
beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.
Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se
alguém adora a besta e a sua imagem, e recebe a sua marca na
fronte, ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de
Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será
atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na
presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos
séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem
de noite, os adoradores da besta e da sua imagem, e quem quer
que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos
santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
Então ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados
os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o
Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras
os acompanham "(Ap 14.1-13).

Aqui temos, em contraste com o escuro e terrível capítulo 13, uma


visão do céu. Isso é semelhante ao silêncio da noite após uma
trovoada destruidora. Após a revelação da besta e do falso profeta,
surge agora a aurora da glória do Cordeiro em meio às nuvens
negras! Assim temos que aprender a olhar atris das coisas; mas
somente o conseguimos através da fé. Para podermos olhar através
dos fatos, temos que olhar para o alto! "... olhando firmemente para
o Autor e Consumador da fé. Jesus" (Hb 122).

"Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento


e quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o
nome de seu Pai" (v. 1). Não está dito: "... os cento e quarenta e
quatro mil", mas simplesmente:" ... cento e quarenta e quatro mil"
Falta o artigo. Mas sem dúvida trata-se aqui dos cento e quarenta e
quatro mil selados dentre as doze tribos de Israel, que vimos no
capítulo 7: "dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem
as árvores, até selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus.
Então ouvi o número dos que foram selados, que era cento e
quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel" (cap.
7.3-4). Mas porque falta o artigo no nosso texto? Porque o Cordeiro
se sobrepóe a tudo! Além disso o Cordeiro ainda tem inúmeros
outros comprados pelo sangue — a Igreja de Jesus — além dos
cento e quarenta e quatro mil, pois em Hebreus 12 22 está escrito:
"Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos. "Com isso fica
também esclarecido que aqui em Apocalipse 14 não se trata do
monte Sião terreno, da cidade de Davi, da atual Jerusalém. Pelo
contrário, essa visão maravilhosamente agradável está em extremo
contraste com a Jerusalém terrena e o drama que se desenrola ali
durante os 42 meses de domínio da besta A descrição do Cordeiro e
dos cento e quarenta e quatro mil selados de Israel nada mais é
do que o inverso celestial daquilo que vimos no capitulo 13. As
duas bestas e seu comportamento era terreno; o Cordeiro e os
cento e quarenta e quatro mil são celestiais. Apresenta-se o
contraste entre o cruel e grosseiro monstro que é o anticristo e o
Cordeiro de Deus imaculado sobre o monte Sião. Os portadores da
marca da besta (666), seus seguidores e adoradores, são
confrontados com a assembléia dos discípulos do Cordeiro; aqueles
que têm escrito nas frontes o nome do Cordeiro eo nome do seu
Pai!

O caráter da besta e dos seus seguidores, que revela somente


prostituição, é contrastado com a pureza virginal dos cento
e quarenta e quatro mil selados de Israel, que rejeitaram
qualquer participação na imoralidade reinante.

Como crentes, também nós encontramo-nos atualmente em


profundo confronto com o espírito deste mundo. Por isso sente-se
tal pressão, por isso nota-se os risos e a zombaria e por isso se é
desprezado. Encontramo-nos em meio a um mundo anti-cristão,
apesar do anticristo não se poder manifestar ainda, pois a Igreja de
Jesus e com ela o Espírito Santo ainda estão na terra Mas
prossigamos corajosamente, pois somos — como os cento e
quarenta e quatro mil — libertados da culpa e do poder do pecado
através do precioso sangue do Cordeiro!

E enquanto na terra os homens estão maravilhados pela nova


ordem do anticristo e diante do seu poder, adorando-o — um povo,
um reino, um "Führer” — os cento e quarenta e quatro mil cantam o
novo cântico do Cordeiro: "Entoavam novo cântico diante do trono,
diante dos quatro seres viventes, e dos anciãos. E ninguém pôde
aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que
foram comprados da terra" (v. 3). Na verdade não se trata de um
cântico comum. Deve ser algo tão celestial-mente maravilhoso, que
apalavra "cântico" étotalmente insuficiente para descrevê-lo. O seu
som será magnífico e glorioso!

O contraste entre os cento e quarenta e quatro mil e os portadores


da marca da besta torna-se ainda mais intenso, se lembrarmos que
os adoradores da besta estarão perdidos para sempre. Pois eles
não estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 13.8). E no
capítulo 14.11 está agora dito deles: "A fumaça do seu tormento
sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de
dia nem de noite, os adoradores da besta..." Mas sobre o monte
Sião encontra-se uma multidão que segue o Cordeiro por onde quer
que vá. E para onde ele vai? Para a eterna bem-aventurança! Não
devemos, porém, ver em primeira linha os cento e quarenta e quatro
mil, e sim o Cordeiro! João fica tão profundamente impressionado
pela visão do Cordeiro, que não somente diz: "Vi o Cordeiro", mas:
"Olhei, e eis o Cordeiro". Isso faz lembrar João Batista, quando ele
exclamou junto ao Jordão: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do

mundo" (Jo 1.29). Em Jesus Cristo habita corporalmente a plenitude


da divindade; como Cordeiro que foi morto, ele é o resplendor da
glória de Deus. O que precisamos, é uma visão completamente
nova do Cordeiro! ‘ ‘ Eis o Cordeiro de Deus!'' Quando vemos Jesus,
todos os problemas, preocupações, frustrações, etc., desaparecem
de nós. Então ficamos livres; então somos capazes de jubílar: "tudo
posso naquele que me fortalece (Cristo)" (Fp 4.13).

João tinha essa visão do Cordeiro. Pois ele teve que digerir coisas
terríveis, porque aquilo que ele tinha visto — toda a maneira
sanguinária do anticristo, mandando executar milhões de crentes —
não podia deixá-lo sem marcas. De modo que ele exclama
profundamente emocionado: "Olhei, e eis o Cordeiro."

A revelação do Cordeiro e dos cento e quarenta e quatro mil já nos


mostra em si claramente, que esse maravilhoso
espetáculo acontece no céu. Pois em nenhum lugar do Apocalipse o
Cordeiro — com exceção do capítulo 17.14, onde extermina a besta
— foi visível na terra, a não ser na figura do "outro anjo” (caps.
7.2; 8.3).

Já constatamos que os cento e quarenta e quatro mil do capítulo 14


são os mesmos do capítulo 7, e que se trata de selados de todas as
tribos de Israel. Eles são. portanto, primlcias de Israel. Conhecemos
o selo também na atual dispensaçâo. pois conforme Efésios 113
todos que renasceram foram selados com o Espírito Santo. Por isso
somos intocáveis para o inimigo. O mesmo vale também para os
cento e quarenta e quatro mil, apesar da aparente onipotência da
besta, que controla todo o mundo estatística e espiritualmente,
impondo sua adoração através do falso profeta, mandando matar
todos que não adoram a imagem da besta, eles não são dizimados.
Em virtude de estarem selados com o Espírito Santo, eles resistiram
vitoriosamente à fúria da besta. Conforme o versículo 4b, eles "...
foram redimidos dentre os homens, primicias para Deus e para o
Cordeiro." Eles se encontram agora "diante do trono" (v. 3). Isso
significa, portanto, como já dissemos na análise de Apocalipse 12.6-
17, que eles foram arrebatados para o Cordeiro, pois o seu trono
encontra-se no céu. Esse arrebatamento também corresponde
exatamente ao princípio divino com relação aos selados. Como
cren-

tes da Nova Aliança somos selados até ao dia da redenção. Qual


será o dia da redenção? Nosso arrebatamento! E porque
aqui aparecem agora os cento e quarenta e quatro mil selados de
Israel com o Cordeiro de Deus sobre o monte Sião celestial,
eles devem ter sido arrebatados durante a Grande Tribulação.
De modo que vemos dois tipos de arrebatamento durante a
Grande Tribulação, que como Igreja de Jesus também conhecemos:

1 — O arrebatamento daqueles que passam pela morte e


então são ressuscitados e arrebatados — os nossos que dormiram
no Senhor (1 Ts 4.16).
2 — O arrebatamento daqueles que estarão vivos e restarem (1 Ts
4.17).

Quem no Apocalipse passou pela morte e foi arrebatado? As duas


testemunhas. Depois de terem dado seu testemunho, elas tiveram
que morrer primeiro, compare o capítulo 11.7-10. No versículo 11
está escrito então: "Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de
vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou e eles se ergueram
sobre seus pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo.
"Eno versículo 12: "e as duas testemunhas ouviram grande voz
vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu na
nuvem, e os seus inimigos as contemplaram. " Então isso não é um
arrebatamento?

Mas os cento e quarenta e quatro mil são arrebatados enquanto


vivem e restam. Se bem que isso não é dito literalmente, mas o fato
de repentinamente se encontrarem no céu, fala por si. Pois no
capítulo 12.17 ainda os vimos sobre a terra, onde Satanás,
o dragão, tentava devorá-los: "Irou-se o dragão contra a mulher e foi
pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus." Para destruir
a descendência da mulher, ele vai então para a areia do mar e
chama a besta, o anticristo — mas então os cento e quarenta e
quatro mil são arrebatados!

É como se na Grande Tribulação — especialmente nos últimos três


anos e meio — não somente se manifesta toda a maldade de
Satanás de maneira comprimida através da besta, mas também o
positivo se revela de maneira extraordináriamente clara e

resplandecente. Pois certamente em nenhuma parte do Novo


Testamento é citado tanto o nome do Cordeiro como no Apocalipse.

No céu sâo agora reveladas as características dos cento e quarenta


e quatro mil. O que eles eram na terra, manifesta-se agora na glória.
Suas características são ao mesmo tempo as características de
todos os selados com o Espirito Santo. O que somos aqui
interiormente, será então manifestado na glória. Isso corresponde
exatamente ao que está escrito em 1 Coríntios 15.49: “E, assim
como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer
também a imagem do celestial. "Que séria advertência para nós! Em
Apocalipse 7.3 somente é dito que os cento e quarenta e quatro mil
selados são' 'servos de Deus”. Mas com o Cordeiro na glória, sobre
o monte Sião, mostra-se o grau da sua semelhança com ele. Toda
falsa aparência em nossa vida desaparece com o arrebatamento,
pòis "... o dia a demonstrará"(1 Co 3.13). Naquele dia, no dia do
nosso arrebatamento, será revelado o que nós realmente somos.

Analisemos agora a selagem e seus efeitos sobre os cento e


quarenta e quatro mil. O selo é o Espírito Santo. Ele torna visível o
nome do Pai. o que aponta para Israel e que pertencem a Jeová. E
o nome do Cordeiro aponta para o fato de pertencerem a Je; sus
Cristo. Os cento e quarenta e quatro mil guardam os mandamentos
de Deus e têm o testemunho de Jesus. O selo com o nome sagrado
sobre sua fronte revela:

1. Que em meio ao furor do anticristo, eles foram fiéis


testemunhas. Eles perseveraram na fé. Isso em contraste com os
muitos milhões que têm o nome da besta gravado em sua fronte ou
na sua mão direita.

2. Que mantiveram a pureza absoluta, pois está dito deles:


"Sâo estes os que não se macularam com mulheres, porque são
castos"(v. 4a). Certamentenão se trata no caso do celibato, mas
de pureza. A Edição Revista e Corrigida diz: "... porque são virgens".
O próprio Senhor Jesus compara o reino dos céus com dez virgens
(Mt 25). E Paulo diz da igreja em Corinto: "Porque zelo por vós...
para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é
Cristo" (2 Co 11.2). A decadência dos costu-
mes, que atualmente se alastra cada vez mais. será tâo completa
durante a Grande Tributação, que será difícil permanecer imaculado.
Se já hoje é preciso combater de modo especial o combate da fé
nesse aspecto, quão difícil será no tempo anti-cristão. Mas em
virtude de estarem selados, os cento e quarenta e quatro mil
permanecem imaculados.

3. Que eles foram absolutamente verdadeiros. Isso é também tão


essencial para nosso discipulado atualmenteI Depois
de aparecerem com o Cordeiro sobre o monte Sião celestial,
eles recebem o testemunho: "e não se achou mentira na sua
boca; não têm mácula”(v. 5). Quão infinitamente importante éque
não haja mentira em nós, já somente porque o Senhor só nos
ouve quando o invocamos com coração verdadeiro. A afirmação
do Senhor Jesus: "a verdade vos libertará” (Jo 8.32), mostra-
nos que a veracidade interior atrai-nos com poder para o campo
de força do Salvador. Ele disse de si mesmo: "Eu sou... a
verdade" (Jo 14.6). Quem mente, afasta-se cada vez mais da sua
pessoa, sendo cada vez mais preso ao pai da mentira.

Em um período muito reduzido, os cento e quarenta e quatro mil


°*nerimentaram muitas coisas; eles creram, foram selados e tornai
am se semelhantes ao Cordeiro. Essas puras e verdadeiras
primícias de Israel, apesar de terem a mentalidade da noiva, não
farão parte da Igreja-Noiva. Pois essa já estará então ataviada e
preparada para as bodas do Cordeiro. Os cento e quarenta e quatro
mil também não se encontram sobre tronos, mas diante do trono, do
mesmo modo como a multidão inumerável dentre todos os povos e
línguas (cap. 7.9). Lá os selados de Israel entoam um “novo
cântico”, que é seu próprio cântico, pois está dito: "E ninguém pôde
aprender o cântico" (v. 3). Apesar de não serem ligados ao trono
como os quatro seres viventes (Ap 4.6-9) nem estarem sentados
sobre tronos e com coroas nas cabeças como os vinte e quatro
anciãos (a Igreja; comp. Ap 4.4,10-11), eles têm um motivo
extraordinário e especial para esse cântico singular. Nem os quatro
seres viventes, nem os vinte e quatro anciãos têm esse motivo. Pois
ninguém cumpriu tal tarefa como eles: a aprovação diante da face
da besta, do anticristo. Em virtude de estarem selados* eles
venceram na provação extrema da genuidade da sua fé em Jesus
Cristo. Não é de admirar que esse maravilhoso cântico é precedido
por um indescritível pre-

lúdio: "Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz
de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas
quando tangem as suas harpas"(V. 2). Observa que nessa palavra
bíblica aparece três vezes a palavrinha "como”: "... como voz de
muitas águas. "Não indica isso o rio de bênção que Jesus
prometeu? Ele disse: "Quem crerem mim, comodiza Escritura, do
seu interior fluirão rios de água viva''(Jo 7.38). "... como voz de
grande trovão." Não é isso a santidade e justiça de Deus? A justiça
de Deus diz “sim" aos cento e quarenta e quatro mil de Israel. "...
também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem as
suas harpas. ’' Que maravilhoso: trovão e agradável música de
harpas — aqui beijam-se a justiça e a paz (comp. SI 85.10).

Eu gostaria de frisar: apesar de vermos os cento e quarenta e


quatro mil unidos com o Cordeiro no monte Sião celestial,
temos aqui o espetáculo glorificado de sua vitória alcançada sobre
o monte Sião terreno na presença do anticristo. Oh, que hoje
e agora vencêssemos na presença do inimigo das nossas
almas, para que também na glória sejamos correspondentemente
glo-rificados. Como é o terreno, será também o celestial (1
Co 15.49)!

Essas primlcias de Israel mostram-nos também uma ordem


completamente nova: todo o Israel, que será salvo mais tarde (Rm
11.26). Mas os cento e quarenta e quatro mil são a "vanguarda”. Do
mesmo modo como os vinte e quatro anciãos representam toda a
Igreja de Jesus, os cento e quarenta e quatro mil representam o
novo Israel em formação, quando o tempo das nações tiver
terminado definitivamente. Eles são as testemunhas especiais do
Pai e do Filho nos escuros dias da angústia de Jacó, na humilhação
e miséria do seu povo. Junto a Cristo, em seus atos especiais para
a salvação final da nação escolhida Israel, eles têm a posição mais
elevada. Justamente por isso eles também são selados de maneira
especial nos dias especialmente difíceis. Esse é o galardão pela sua
fidelidade ao Senhor na presença do mentiroso desde o princípio.
Por isso está escrito sobre eles a honrosa referência: "São eles os
seguidores do Cordeiro por onde quer que vá "(v. A). Foi o que eles
fizeram, enquanto estavam sobre a terra. Agora eles são honrados
pelo pai, como o Senhor prometeu também a nós: "Se alguém me
serve.

siga-me. e onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se


alguém me servir, o pai o honrará'' (Jo 12.26). O servo está onde se
encontra o Cordeiro, e conseqüentemente o Pai honrará o servo.

Agora nossos olhares voltam-se por um momento para a terra. João


vê: “... outro anjo voando pelo meio do céu, tendoumevan-gelho
eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada
nação, e tribo, e língua e povo, dizendo, em grande voz: Temei a
Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai
aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (vv.
6-7). A voz, o testemunho dos cento e quarenta e quatro mil calou-
se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é então anunciado por
um anjo, que voa pelo meio do céu. Pela continuação concluímos
que se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma
mensagem desde o céu. Trata-se de um grupo de anjos —
poderíamos também chamá-lo de grupo de juízo — em cujo meio
(vv. 9-11) manifesta-se a santa e julgadora Majestade de Deus. Os
anjos falam da maldição eterna. Hoje em dia hão se gosta mais de
ouvir isso Apesar disso, esses seis anjos são anunciadores e
executores de juízo (w. 1020). Nesse panorama, que novamente
destaca-se de todo o resto, vemos o terrível tempo de juízo durante
a Grande Tribulação, agora novamente de outra perspectiva: da
perspectiva da pregação. É preciso compreender bem isso: quando
não houver mais nenhuma língua humana para anunciar o
evangelho — pois os cento e quarenta e quatro mil foram
arrebatados e os crentes são continuamente executados — o céu
fala! Então os anjos, que o anticristo não pode atingir, pregarão o
evangelho. Figuradamente eles terão seu púlpito em meio ao céu, e
todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar,
mesmo que não o gostariam. O inferno ficará então enfurecido
como nunca antes, mas a palavra de Deus não está algemada. Ela
é eternamente viva e tem que ser ouvida. A mensagem desse
primeiro anjo é: "Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada
a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e
o mar, e as fontes das águas" (v. 7). Que poderosa voz deve ter
o anjo, para que todos ouçam a sua mensagem! Por isso está
dito "em grande voz". Seu evangelho é: adorem e temam a
Deus. Mas isso é o contrário da mensagem da besta, que exige a
adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo

anuncia também o juízo. Quanto à época, sua pregação acontece


no limite entre o tempo e o princípio da eternidade, pois no versículo
14 vemos a volta do Senhor: "Olhei, e eis uma nuvem branca, e
sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na
cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada." Se está dito
que o anjo prega um "evangelho eterno”, então devemos lembrar
que a palavra "evangelho", no sentido do Novo Testamento, significa
“boa nova”. Essa, por sua vez, tem diferentes aspectos divinos:

— Em primeiro lugar, o evangelho é a boa nova de que


Jesus Cristo morreu na cruz de Gólgota pelo pecado do mundo e
que aquele que aceita isso pessoalmente na fé, é justificado
pela ressurreição de Jesus Cristo Esse é o chamado "evangelho
de Deus" (Rm 1.1) e ' 'evangelho de Cristo” (2 Co 10.14). Trata-
se também do "evangelho da graça de Deus” (At 20.24),
porque salva os que são malditos pela lei Além disso, a Escritura
fala também do "evangelho da glória” (1 Tm 1.11) e do
"evangelho da vossa salvação" (Ef 1.13).

— Mas a boa nova é também o "evangelho do reino”. O


próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do reino, antes de ir para
Gólgota: "Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino" (Mt 4.23). O evangelho do reino é a
mensagem de que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do
Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi.
Por isso João Batista anunciava: "Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus" (Mt3.2). Essa maravilhosa mensagem já
era anunciada no Antigo Testamento, por exemplo, em Isaías 9.5-6.
Mas especialmente, como já dissemos, ela foi anunciada pelo
próprio Senhor Jesus: "E percorria Jesus todas as cidades e
povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do
reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades”(Mt 9.35).
Se naquele tempo todo o Israel se tivesse convertido, o reino dos
céus teria sido estabelecido na terra e o Messias teria iniciado seu
reinado. Segundo meu entendimento, esse evangelho do reino será
anunciado pelos cento e quarenta e quatro mil em todo o mundo
durante a Grande Tributação, após o encerramento da pregação do
evangelho da graça, sendo que todos que então chegarem à fé
serão exterminados. Nesse contexto devem ser entendidas as
palavras de Je-

sus em Mateus 24.14: "E será pregado este evangelho do reine por
todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o
fim."

— Aqui em Apocalipse 14.6 temos agora o "evangelho eterno" Esse


é o anúncio do juízo divino sobre todo o mal que é feito durante a
Grande Tribulação. Mas ao mesmo tempo trata-se também de uma
boa nova para os crentes que então estiverem sofrendo: "Aqui está
a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de
Deus e a fé em Jesus" (v. 12).

A palavra "evangelho” engloba, portanto, diferentes resultados da


boa nova. Mas o fato de que Deus fez anunciar tanto a boa nova do
evangelho da graça, além do evangelho do reino futuro e do
evangelho do juízo divino, não significa que existe mais que um
evangelho da salvação Pois a graça é o fundamento de todas as
dispensações, e em todas as circunstâncias é o único caminho para
a salvação do pecador. Chama a atenção que não está escrito que o
anjo que voa pelo meio do céu prega "o" evangelho eterno, mas
"um" evangelho eterno. Poderia-se também dizer: um evangelho do
único evangelho da graça de Deus em Jesus Cristo. O grande
reformador Lutero disse certa vez que não gostava do Apocalipse,
porque tinha a impressão que o espirito desse livro não combinava
com o evangelho. Ele tem razão quanto ao aspecto de que o
Apocalipse não fala mais da dis-pensaçâo da graça, mas do tempo
do juízo. Mas a grande alma de Lutero estava completamente
imbuída do evangelho da graça.

De eminente significado é o fato de que o evangelho do reino, em


contraste com o evangelho eterno, será pregado a todos os povos
durante a Grande Tribulaçâo. Através de quem isso poderia
acontecer, a não ser em primeiro lugar pelos cento e quarenta e
quatro mil, antes que sejam arrebatados, e pela grande multidão
inumerável de crentes, antes que sejam executados? O resultado da
sua pregação será então o juízo sobre o mundo das nações, por
ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito o próprio
Senhor fala em suas palavras sobre os tempos finais: ' ‘Quando vier
o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele,
então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão
reunidas em sua presença, e ele separará uns

dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas" (Mt


25.31-32). Nesse julgamento do reino, os povos serão julgados de
acordo com o que fizeram com o evangelho do reino, o que fizeram
ou não fizeram a Israel: "... sempre que o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.40). O evangelho
eterno é chamado de "eterno” porque procede do Deus eterno, e
porque seu julgamento produz fatos eternos, que jamais serão
mudados É o que está escrito no versículo 11 "A fumaça do seu
tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso
algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua
imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome."
E agora segue a mensagem do segundo anjo: "Seguiu-se outro
anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que
tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua
prostituição" (v. 8). A Edição Revista e Corrigida diz somente: "E
outro anjo seguiu dizendo..." Mas o texto original diz claramente:
"Seguiu-se outro anjo, o segundo...” Acentua-se que agora fala
um segundo anjo. Esse prossegue com a mensagem do
primeiro anjo, ou seja, completa-a. Ele anuncia um resultado da
vitória alcançada pelo Cordeiro na cruz, que encontra-se
justamente diante da revelação visível: "Caiu, caiu a grande
Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria
da sua prostituição." A comunicação sobre a queda de Babilônia é
uma revelação antecipada daquilo que começa a cumprir-se Os
de talhes sobre a queda de Babilônia, ou seja. a execução do
juízc sobre Babilônia, nos são mostrados então em Apocalipse 17
e 18. Ali também é — e isso eu gostaria de adiantar — mostrado
o objetivo do anúncio antecipado no capítulo 14 8: uma advertência
para os crentes: "Retirai-vos dela, povo meu, para não ser-des
cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus
flagelos" (cap. 18.4). No anúncio antecipado, torna-se mais uma vez
visível o esforço da graça de Deus em meio aos terríveis juízos.
Pois no versículo 7 o primeiro anjo diz: "... é chegada a hora do seu
juízo. "A advertência é tanto mais insistente, porque Deus mesmo
anuncia através dos seus anjos que toda a Babilônia mundial caiu. A
besta, sobre a qual está assentada uma mulher (comp. Ap 17), ou
seja, o poder político mundial anti-cristão ligado à religião mundial
unificada, a falsa igreja, então caiu. Quão abrangente e completa é
sua queda, mostra a dupla

afirmação: “Caiu, caiu... " O mesmo está dito também em


Apocalipse 18.2. Babilônia, Babel, é em primeiro lugar toda a cris
tandade aparente, unificada com todas as religiões do mundo. No
que se refere ao Ocidente cristão: milhões de pessoas chorarão em
suas igrejas e salões de reunião, porque não participaram do
arrebatamento. Elas serão então arrastadas pela correnteza política
anticristâ e integradas no reino do anticristo. A autoridade do Estado
e a igreja mundial estarão então unificadas. Já por isso é atualmente
perigoso quando igrejas são "esta-tizadas". Pois o anticristo, como
único líder do Estado mundial, as uni rá com todas as outras
religiões do mundo, formando uma igreja mundial sem Cristo.

No que se refere à dupla afirmação, é muito esclarecedor que essa


expressão já é utilizada com relação à Babilônia antigo-tes-
tamentária. Em Isaías21.9 está escrito: “Caiu, caiu Babilônia..." Em
meio à Grande Tribulação, em Apocalipse 14, é
anunciada, portanto, a queda de Babilônia como fato consumado,
apesar de que isso se tornará visível somente após o derramamento
da sétima taça da cólera. De modo que nesse momento os anjos
já podem dizer o que está escrito no capítulo 18.2. Pois em
princípio, na verdade, Babilônia já caiu quando Jesus exclamou
na cruz deGólgota: "Está consumado!" Pois Babilônia é a
personificação da rebelião do homem contra Deus. Isso já começou
em Gênesis 11 com a construção da torre de Babel e com o
império babilônico de modo geral.

Agora segue a mensagem do terceiro anjo: “Seguiu-se a estes outro


anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e
a sua imagem, e recebe a sua marca na fronte, ou sobre a sua mão,
também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem
mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e
enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A
fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm
descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta
e da sua imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome"
(vv. 9-11). Enquanto o primeiro anjo anuncia o juízo sobre todas as
nações e línguas e o segundo anjo se refere em sua mensagem ao
império mundial romano anti-cristão e sua prostituição com a falsa
igreja, descrevendo-a como objeto de juízo divino, o terceiro anjo
dirige-se agora em sua

mensagem àquelas pessoas que serão atingidas pelo juízo da


maldição eterna. Possivelmente esse terceiro anjo fala ainda mais
alto do que os outros dois. Também dele édito: "... dizendo, em
grande voz". Isso não é de admirar, pois sua mensagem refere-se a
milhares de pessoas individualmente. Ele fala da maldição eterna,
que nunca acabará, da realidade do inferno. O terrível pecado de
adoração da besta trará a todos os seus seguidores a maldição no
inferno. Gosta-se hoje em dia de ouvir e falar da realidade do céu,
mas ai se alguém ousa falar da realidade do inferno. Mas a Bíblia o
faz:' A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e
não têm descanso algum, nem de dia nem de noite"(v. 11a). Duas
vezes é citado o terrível pecado que durante a Grande Tribulação
leva os homens à maldição do inferno. Versículo 9: "Se alguém
adora a besta e a sua imagem, e recebe a sua marca na fronte, ou
sobre a mão". Versículo 11: "... os adoradores da besta e da sua
imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome."

Oh tu, que ainda vives na época da graça, estás em perigo de cair


nesse pecado! Atualmente não são anjos que anunciam essa séria
mensagem, mas homens. Também tu és alguém que será salvo
eternamente, ou irá para a maldição que nunca acaba. Pois Deus
realmente quer dizer o que fala. Se a eterna bem-aventurança é
sem fim. então também a maldição eterna o é! Temos que ler
vagarosamente os versículos 10 e 11, que falam tão insistente e
claramente da fumaça do tormento, que subirá pelos séculos dos
séculos. Não é decisivo se compreendemos ou não o tormento do
inferno. Decisivo é se aceitamos essas palavras como completa
verdade de Deus ou se as rejeitamos. Tenta-se sempre novamente
enfraquecer através de filosofias humanas essa abaladoramente
séria verdade a respeito da maldição eterna. Mas eu gostaria de
lembrar que a expressão "pelos séculos dos séculos" aparece na
Bíblia mais de uma dúzia de vezes relacionada à elevada Pessoa de
Deus, por exemplo, em:

Salmo 90.2: "... de eternidade a eternidade, tu és Deus." Salmo


103.17: "Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade
a eternidade, sobre os que o temem..."
Hebreus 1.8: "O teu trono, ô Deus, é para todo o sempre".

1 Pedro 4.11 "... para que em todas as cousas seja Deusglorifi-

cado. por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o


domínio pelos sóculos dos séculos."

1 Pedro 5.11: "A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos.' ’
Apocalipse 1.6: "... para o seu Deus e pai, a ele a glória e o domínio
pelos séculos dos séculos."

Apocalipse 1.18: "estive morto, mas eis que estou vivo pelos
séculos dos séculos..."

Apocalipse 4.9:glória, honra e ações de graça ao que se encontra


sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos."

Apocalipse 4.10: "... adorarão ao que vive pelos séculos dos


séculos... " (comp. tbém. Ap 5.13 e 14; 15.7).

Apocalipse 7.12: "... e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a


força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos." Apocalipse
10.6: "... e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos..."

Apocalipse 11.15: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e


do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos."

Tudo isso refere-se à Pessoa de Deus, que tudo sobrepuja. Uma


vez a expressão "pelos séculos dos séculos" é utilizada também
com referência às bênçãos dos justos: "... e reinarão pelos séculos
dos séculos" (Ap 22.5). Com relação aos eternamente malditos, é
dito três vezes que sofrerão tormento pelos séculos dos séculos:

Apocalipse 14.11: "A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos


dos séculos..."
Apocalipsel 9.3: "E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos".

Apocalipse 20.10: "e serão atormentados de dia e de noite pelos


séculos dos séculos " (comp. w. 7-10).

Caso se queira, portanto, interpretar essa expressão "pelos séculos


dos séculos" como algo passageiro, também o Deus eterno seria
limitado no tempo em sua divindade! Se lemos em Apocalipse 19.9:
"São estas as verdadeiras palavras de Deus", quem pode ousar
duvidar dessa verdade eterna? Apresenta-se, portanto, com grande
insistência a pergunta: Tu, prezado leitor, já estás salvo, ou estás
indo para a perdição eterna?

Não sabemos exatamente o que é esse lago do fogo, que existirá de


eternidade em eternidade. Também nem conseguimos

imaginá-lo Mas quão terrível é a maldição, pode-se avaliar pela


indizivel grandeza do sacrifício que Deus realizou para salvar-nos
dela, pois ele entregou seu Filho unigênito, Jesus Cristo! "como
escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação" (Hb
2.3).

De modo semelhante ao capítulo 13.10b, temos agora


repentinamente um parênteses no versículo 12: "Aqui está a
perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de
Deus e a fé em Jesus." Essa mensagem de consolo será então
especialmente necessária, pois os muitos homens que se
tornaram crentes — aqui nào falo mais dos cento e quarenta e
quatro mil que entào, segundo meu entendimento, estarão com o
Senhor — estarão diante da alternativa de adorar a besta ou
morrer. Tantos hesitam hoje em dia diante de uma entrega
completa, até descobrirem tarde demais que então serão obrigados
a decidir-se Mas então sua decisão por Jesus Cristo terá
conseqüências terríveis. Por não negarem sua fé e guardarem
os mandamentos de Deus, haverá uma terrível carnificina nas
fileiras dos santos. Um após o outro será levado ao local de
execução. Eles serão marcados como dissidentes, oposicionistas,
revisionistas, hereges, etc. Os sangrentos julgamentos da
Revolução Francesa, os rios de sangue que foram derramados sob
Stálin ou Hitler, nada serão em comparação com esse banho de
sangue. Em meio a esse tempo terrível ouve-se primeiro a con-
soladora advertência: "Aquiestá a perseverança dos santos".
E então ouve-se outra voz do céu, que ordena a João:
"Escreve. Essa ordem já é agora conhecida. Atrás dela
reconhecemos o Senhor, pois também nos capítulos 1.11 e 1.19
João é incumbido da mesma tarefa Agora ele deve escrever: "Bem-
aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.
Sim, diz o Espirito, para que descansem das suas fadigas, pois
as suas obras os acompanham" (v. 13). Essas palavras podem
naturalmente ser aplicadas a todos os santos que dormiram,
pois todos que morreram no Senhor no decorrer dos séculos,
estão salvos. O sangue e a justiça de Cristo são seu adorno e suas
vestes de honra. Mas aqui elas valem em primeiro lugar para
os muitos que deixam sua vida durante a Grande Tribulaçâo. Após o
evangelho do reino, foi pregado um evangelho eterno. Pois chegou
a hora do juízo. Deve ser então um sentimento atormentador para
os santos, o serem mortos justamente quando o Se-

nhor está pronto para voltar e estabelecer seu remo. como está
escrito no versículo 14. Mas a voz celestial anuncia-lhes que
ganharão muitissimo através do martírio. Temos que ver essa
afirmação, "bem-aventurados os mortos que desde agora
morrem no Senhor", também com relação a Apocalipse 20.4. Lá
está escrito que também os mortos por causa do testemunho na
Grande Tribulação viverão com Cristo e reinarão durante mil anos, o
que é sua recompensa: "Vi também tronos, e nestes sentaram-se
aqueles aos quais foi dada autoridade para julgar. Vi ainda as almas
dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por
causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta,
nem tão pouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e
na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos" (cap.
20.4). O Espírito Santo dá seu "amém” a respeito: "Sim, diz o
Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras
os acompanham" (v. 13b). O Espírito Santo geme com os santos
que passam por sofrimentos e tribulações, e se alegra pela sua
salvação e glorificação. Ele foi testemunha da sua perseverante
fidelidade, ele conhecia o trabalho da sua alma. O trabalho em
oração realizado pelos homens crentes durante a Grande Tribulação
será muito intenso, pois de outro modo não poderiam testemunhar
de Jesus até à morte. Pois para eles realmente importa, aquilo que
nós dizemos muitas vezes superficialmente: "Ganhar almas para o
Cordeiro até a morte.' ’ Que as afirmações do versículo 13 valem
especialmente para os santos da Grande Tribulação, é
provado pelas palavras "desde agora": "Bem-aventurados os
mortos que desde agora morrem no Senhor." Há uma promessa
especial para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do
Cordeiro durante a Grande Tribulação. Seu morrer no Senhor
tem por conseqüência coroamento e grande honra. Através do
seu martírio eles se tornam participantes de algo muito melhor
do que se continuassem com vida. Na volta do Senhor em
grande poder e glória, eles participarão da primeira ressurreição
"Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele
que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda
morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de
Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos" (Ap 20.5b-6)
Temos aqui diante de nós duas etapas da primeira ressurreição (há
várias etapas, compare o comentário sobre Apocalipse 20 5-6
no Volume IV): 1 — por ocasião do arrebatamento e 2 — imediata-

mente após a Grande Tribulação. Se bem que os santos da Grande


Tribulação não pertencem à Igreja-Noiva, eles têm parte na
promessa que foi dada também a nós. A respeito temos uma tríplice
promessa:

— "Se perseveramos, também com ele reinaremos" (2 Tm 2.12).

— ' ‘Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo?" (1 Co


6.2).

— "Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?" (1


Co 6.3).

Essas promessas foram dadas para o tempo anterior ao arreba-


lamento. Em Romanos 8.17 está escrito que se sofrermos com ele,
"também com ele seremos glorificados". Mas os santos da Grande
Tribulação terão que morrer llslcamente; eles não terão outra
escolha. Nós temos que morrer esplrltualmente, para sermos
gloríficados. Cuida, para que não sejas envergonhado pelos santos
da Grande Tribulação ao se aplicar a ti as palavras: "Porém, muitos
primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros" (Mt 19.30). Os
"últimos” são os crentes da Grande Tribulação.

Hoje e agora, neste último prazo antes do arrebatamento, importa


uma entrega completa a Jesus Cristo. Quem atualmente não se
dedica totalmente ao discipulado, esse cai de volta e torna-se
desviado. Tal pessoa estará disposta a adorar a imagem, se aprecia
a televisão, e tem em si a raiz de todo mal, se é dominada pelo
amor ao dinheiro, compare 1 Timóteo 6.10: "Porqueo amor do
dinheiro é raiz de todos os males." Mas agora ainda tens tempo
para entregar teu coração e tua vida completamente ao Senhor.
Aproveita o tempo da graça, que não vai mais durar muito!

1
Isso não quer dizer que durante a realização do Plano de Salvação. Satanás não tenha
muitas vezes falado e agido diretamente Isso especiaimente com relação ao Filho de Deus,
ao qual tentou em pessoa (Mt 4) Ou pensemos no confronto com o arcanjo Miguel, com o
qual contendeu por causa do corpo de Moisés, como está escrito em Judas 9 Igualmente,
quando entrou de maneira atrevida até no santuário interior, para resistir ao sumo
sacerdote Josué (Zc 3) Mas de modo geral. Satanás depende de médiuns, especialmente
de doistipos como em Daniel, através de principes ou poderosos ou então em e através de
homens (comp Dn 10.13; Et 6 12; At 5 3)

2
Também B Keller, em seu livro "0 Apocalipse de João", segue essa linha ediz " será
possível reconhecer em qual das sele cabeças João deve ler visto a lerida mortal curada-7
Bem. ao menos a característica básica da besta (semelhante a leopardo, tanto em
Apocalipse 13 como Daniel 7 6) aponta para o terceiro império cilado por Daniel. que
aparece na quarta e quinta cabeças da besta E em 2 Tessalonicenses 2 4 Paulo descreve
o anticristo neotestamentário exatamente com as mesmas palavras que sáo utilizadas em
Daniel 11 36 para descrever Antíoco Epilânio no Antigo Testamento Já ali. na descrição de
Paulo, o anticristo dá a mnpressáo de ser Antíoco Epilàmo ressuscitado dentre os mortos
Isso combina perleitamente com a descrição do aparecimento do anticristo que Paulo
laz trés vezes nesse 2° capitulo da sua Segunda Epístola aos Tessalonicenses. versículos
1 -12. talando em revelação, o que de qualquer modo sigmlica que se torna visível algo que
já existia no mundo invisível De modo semelhante como em Lucas 17 30 também a
gloriosa volta de Cristo do além para este mundo é descn -ta como sua manifestação. '

3
A respeito escrevi em nosso tornai mensal "Chamada da Meia-Noite" de levereiro/82, na
página 12

Os nomes dos discípulos, como também os nossos, nào loram escritos no livro da vida
somente por ocasião da conversão, mas já constavam nele antes da fundação do mundo.
Pois Deus "deseja que iodos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento
da verdade " (1 Tm 2.4). Um perdido, porém, que reieitou Jesus Cristo conscientemente, ê
apagado do livro da vida Também dos vencedores o Senhor não diz que seu nome será
escrito, mas "... de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida "(Ap 3 5)
Portanto, o procedimento é lustamenteo contrário o homem está inscrito no livro da vida;
mas seu nome é apagado quando ele passa ao largo de Jesus Cristo
A visão de Amnagedom
"Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um
semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro,
e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando
em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem:
Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a
seara da terra já secou. E aquele que estava sentado sobre a
nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada. Então
saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele
mesmo também uma foice afiada. Saiu ainda do altar outro anjo,
aquele que tem a autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao
que tem a foice afiada, e ajunta os cachos da videira da terra,
porquanto as suas uvas estão amadurecidas. Então o anjo passou a
sua foice na terra e vindimou a videira da terra, e lançou-a no
grande lagar da cólera de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade,
e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão
de mil e seiscentos estádios" (Ap 14.14-20).

A introdução indica que a visão que João teve agora é


extraordinária: "Olhei, e eis... "(v. 14). O mesmo está escrito também
no capítulo 14.1, onde João viu o Cordeiro. Mas aqui ele vê algo
ainda muito mais amplo e elevado: ele vê o Cordeiro, o
Senhor, exercendo o juízo. Enquanto viu antes os anjos do juízo
sobre a terra, onde os que se tornaram crentes perseveram sob
terríveis perseguições, agora seu olhar é elevado através dessa
nova visão para o Senhor da ceifa que está vindo. As quatro vozes
celestiais, das quais falam os versículos 2, 7, S e 9, não são
mais ouvidas.

João tenta agora descrever essa nova visão, o indescritível que ele
vê, ou seja: a glória do Senhor que está voltando! Pois
quem poderia descrever Jesus Cristo, que virá como é — pois nós
o veremos como ele é! — em toda a sua glória e majestade?
Por isso João vê primeiro o seu poder em movimentação, e não a
ele mesmo: "Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a
nuvem um semelhante a filho de homem... "Ele está assentado
sobre uma nuvem branca, que o traz de volta para a terra em velo-

cidade inimaginável, para exercer o juízo — para a ceifa da terra É


escla recedor comparar as diversas afirmações sobre o poder do
Cordeiro no Apocalipse: no capítulo 22.1 vè-se seu poder
repousante. Deus o Pai e o Cordeiro estão assentados no trono. No
capítulo 19.11 ele está assentado sobre um cavalo branco, o que
indica seu poder que avança. Mas aqui no capítulo 14.14
o Cordeiro está assentado sobre uma nuvem, o que indica seu
poder de executar o juízo. Isso em contraste com os anjos. A
nuvem, sobre a qual está assentado o Senhor que está
voltando, não é negra ou cinzenta, mas branca. Em grego a palavra
usada é "leukos", traduzida por "luminosa” ou "lúcida". Poderia-
se dizer, portanto: "... uma nuvem luminosa”.

Se João prossegue e diz: ". .. e sentado sobre a nuvem um


semelhante a filho de homem'', então percebemos que esse é o
mesmo Filho do homem que, séculos antes, foi visto por Daniel
igualmente sobre as nuvens: "... e eis que vinha com as nuvens do
céu um como o Filho do homem ” (Dn 7.13). Sabemos também que
em Mateus 24 30b o Senhor Jesus falava da sua própria volta,
quando disse: "... e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens
do céu”. Não há dúvida de que aqui em Apocalipse 14 141 rata-se
de Jesus Cristo, que vem para o juízo: ‘ 'Olhei, e eis uma nuvem
branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem
'' Comovente é que João vê o Senhor por ocasião da sua volta para
o juízo sobre a humanidade anticristã e sobre as duas bestas (o
anticristo e o falso profeta), mas, apesar de descrevê-lo, não o
identifica Ele está tão em espirito, que qualquer conclusão
sentimental, apressada, lhe é estranha. Pelo contrário, ele
prossegue, inspirado pelo Espirito Santo, a descrever exatamente
aquilo que vê: "... tendo na cabeça uma coroa de ouro. e na mão
uma foice afiada ”(v. 14). Não é um diadema que enfeita a cabeça
dAquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro — trata-
se do rei das nações, do rei do mundo! 0 Rei dos reis coroado, que
vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice afiada. Essa é
a única vez na Escritura em que encontramos tal descrição do
Senhor. A foice afiada está erguida para realizar a ceifa' Essa
expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons
frutos. De modo que ela significa algo terrível: ele vem aqui como
Juiz do mundo! A terra tem que ser limpada das más plantas pelo
trabalho de juízo da vingança divina. Essa é a razão da foice ser
“afiada”. João rece-

be aqui uma visão de Armagedom! Ele vê, resumidamente, a luta


final dos povos, que é várias vezes citada no Apocalipse (comp.
capítulos 9 e 16). Trata-se da execução do juízo do Senhor contra
os povos anticristâos e contra a besta. Depois do ar-rebatamento,
tudo isso acontecerá muito rápido, dentro de sete anos.

Jesus Cristo está assentado, portanto, sobre essa nuvem luminosa


— pronto para executar o juízo. Então ouve-se repentinamente uma
grande voz: "Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz
para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua
foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra
já secou" (v. 15). O anjo grita em alta voz "do santuário", dirigindo-se
Àquele que está assentado sobre a nuvem. Esse grito nàoé uma
ordem, pois nenhum anjo pode dar uma ordem ao Senhor Jesus
Cristo. Não se trata também da transmissão de uma ordem do Pai,
pois o Pai confiou todo julgamento ao Pilho (Jo 5.22). Não, o que se
ouve é um pedido insistente, poderia-se quase dizer uma súplica em
aflição. Essa "grande voz" também não vem do alto. mas do lugar
onde se encontra o "abominável da desolação'' (Dn 9.27), do templo
reconstruído em Jerusalém. Enquanto no versículo 15 está
escrito somente "do santuário”, o versículo 17 fala expressamente
“do santuário que se encontra no céu”. De modo que, aqui no
versículo 15 a referência é sem dúvida ao templo de Deus então
reconstruído em Jerusalém, no qual se assentou o anticristo,
ostentando-se como Deus. E assim como o sangue de Abel clamou
da terra para Deus por vingança (Gn 4.10) — e como o clamor dos
pecados de Sodoma e Gomorra subiu a Deus, como diz o Senhor
por duas vezes a Abraão em Gênesis 18.20-21 — agora os pecados
da grande Babilônia sobem, através da boca do anjo, Aquele que
está prestes a vir para a ceifa da terra: "Toma a tua foice e ceifa,
pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já secou."
Em outras palavras: "Senhor, não é possível continuar assim." Davi
diz no Salmo 102.13: "Levantar-te-às... é tempo..." O profeta Joel o
disse literalmente: "Lançai a foice, porque está madura a seara;
vinde, pisai, porque o lagar está cheio, os seus compartimentos
transbordam..."(JI3.13). Juntamente com o grito do anjo começa a
ceifa, o juízo: "E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou
a sua foice sobre a terra..." (v. 16). Esse é o sinal para a grande
ceifa!

Agora começa a hora do juízo sobre a besta e seus adoradores. O


juízo por longo tempo adiado não pode mais esperar. Deus
é longânimo, paciente e de grande bondade! Ele é capaz de
esperar. Mas vem o momento — e aqui no versículo 15 ele chegou
— em que a medida lica cheia. A colheita está
excessivamente madura: "E aquele que estava sentado sobre a
nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada." Uma
ceifa estranha, que não podemos compreender racionalmente! Essa
ceifa de juizo engloba todas as catástrofes, que acontecerão em
breve sobre esta terra. As taças da cólera de Deus serão
derramadas; para horror de todo o mundo, Babilônia desmorona
com grande barulho, são cortados os mais importantes nervos
vitais do anticristo; a grande meretriz (cap. 18) perde seu esplendor
e seus adornos reais, sendo coberta de pragas, miséria e fogo.
Se João diz aqui: "... e a terra foi ceifada", então ele fala da
conclusão definitiva desta era da graça, como fez também o
Senhor quando estava sobre a terra: "a ceifa é a consumação do
século" (Mt 13.39). Esse é o curto, mas gravíssimo, conteúdo da
visão de João sobre Armagedom, sobre a luta final dos povos, que é
descrita detalhadamente em Apocalipse 9 e 16.
Mas imediatamente muda a cena no capitulo 14. João tem não
somente a visão da "ceifa", a vinda do Senhor para ceifar as
nações, mas também a visão da “vindima”: "Então saiu do santuário,
que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma
foice afiada. Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem a
autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tem a foice
afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada, e ajunta os cachos da
videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas\"(vv.
17-18). Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15-
16, mas referindo-se agora à vindima O anjo que vem do céu,
entretanto, é outro, não com relação à sua natureza, mas quanto à
sua missão. Isso significa, como já dissemos, que João vê a volta do
Senhor em diferentes aspectos. Em outras palavras; conforme meu
entendimento, esse anjo é o mesmo que ele acabou de ver sentado
sobre uma nuvem com uma coroa de ouro — trata-se do anjo do
Senhor, do próprio Jesus Cristo. Primeiro João o viu chegando com
a foice afiada, para a ceifa das nações; agora ele o vê chegando
como o anjo para realizar a vindima, o juízo sobre Israel. Pois a
"videira da terra" é Israel. É o que se conclui, por exemplo, do Salmo
80.8: "Trou-

xeste uma videira do Egito, expulsaste as nações, e a plantaste.'1


Ou pensemos em Isaías 5.1-7, onde a videira, ou se-já, a vinha
Israel é descrita de maneira muito séria, ou na emocionante
descrição em Oséias 10.1-2: "Israel é vide luxuriante, que dá o fruto;
segundo a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares;
quanto melhor a terra, tanto mais belas colunas fizeram. O seu
coração é falso; por isso serão culpados." Isso significa
concretamente: Israel foi então vítima do falso messias, da besta!

Mas não disse o Senhor Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele
é a' 'videira verdadeira"? Como pode então Israel ser a videira, se
Jesus Cristo o é? Esse é justamente o fato maravilhoso, pois
exatamente esse fato duplo mostra a identificação do Senhor com
seus irmãos segundo a carne! O mesmo acontece com o nome
"servo”, que é aplicado tanto ao Senhor como também a Israel. Em
Isaías 41.8 está escrito: “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacô, a
quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo..." Isso refere-se
claramente a Israel. Em Isaías 42.1 lemos, entretanto: "Eis aqui o
meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha
alma se compraz; pus sobre ele o meu Espirito..." Com a mesma
evidência, essas palavras referem-se a Jesus Cristo — portanto,
novamente essa identificação de Israel com o Senhor Jesus Cristo.
Que profunda tragédia é que eles ainda são exteriormente tão
separados!

Vamos fazer uma breve recapitulação: vemos em Apocalipse 14


duas etapas da volta de Jesus:

— Sua vinda como coroado sobre uma nuvem branca com


uma foice afiada na mão. Essa é sua vinda para as nações, que
não se converteram e por isso são atingidas por toda a cólera
de Deus.

— Sua vinda como anjo do Senhor. Essa é sua vinda para


Israel, que se converterá ao ver seu Messias e Sumo Sacerdote. É
o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por
duros juízos através da besta e então reconhecerá que o Senhor
que está voltando realmente é o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.
Essas experiências e conclusões levarão Israel à conversão.

Muitos perguntam: como pode Israel converter-se tão


repentinamente: pois ainda se trata de um Estado secular, que não
quer

saber nada de Jesus? Esquece-se que então Israel não somente


saberá da primeira etapa da volta de Jesus, do arrebatamento da
Igreja de Jesus, mas, como citamos antes, também da sua vinda
para as nações. ‘ Então o anjo passou a sua foice na terra e
vindimou a videira da terra, e lançou a no grande lagar da cólera de
Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar
até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seis-centos
estádios”(vv. 19-20). Nessa afirmação terrível está contido algo
maravilhoso: o ajuntamento final, rapidíssimo e definitivo de Israel
na terra dos seus pais — Israel! Temos que ver isso com relação a
Mateus 24: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem;
todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem
vindo sobre as nuvens do céu (essa é a nuvem branca de Ap 14 14)
com poder e muita glória. E ele enviará os seus an/os, com grande
clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos (isso é a
vindima, isso é Israel), dos quatro ventos, de uma a outra
extremidade dos céus" (Mt 24.30-31). Quando se lê isso, Apocalipse
14.18 fica bem claro, onde lemos o seguinte:' 'Saiu ainda do altar
outro anjo, aquele que tem a autoridade sobre o fogo, e falou em
grande voz ao que tem a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice
afiada, e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas
uvas estão amadurecidas." Em outras palavras: ajunta as uvas da
videira, ajunta os filhos de Israel. O que fará o Senhor então com
essas uvas ajuntadas em todo o mundo, com todos os judeus
espalhados, que em nosso tempo não puderam ou não quiseram ir
para casa, para Israel? Ele lança-os "no grande lagar da cólera de
Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar
até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos
estádios. ”0 que é esse terrível juízo, que então atingirá Israel? A
respeito, é preciso ler Isaías 63.1 -4: “Quem é este, que vem de
Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua
vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo
em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje e as
tuas vestes como as daquele que pisa no lagar? O lagar eu o pisei
sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei
as uvas na minha ira; no meu furor as esmaguei, e o seu sangue
me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia
da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos
é chegado." Esse lagar é Gólgota. Lá foram salpicadas as
suas vestes. Lá cumpriu-se aquilo que Israel exclamou, quando acu-
sou Jesus diante de Pilatos: "Ca/a sobre nós o seu sangue, e sobre
nossos filhos!"(Mt27.25). Quando Israel for lançado no Ia-gar da
cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de
Gólgota, “Eles verão a quem traspassaram.” Entãoo sangue do
Cordeiro terá efeito para eles — para seus próprios irmãos Vendo o
Senhor que está voltando, com sua foice afiada, eles se humilharão
sob o seu juízo "Porque o dia da vingança me estava no coração
(vingança contra as nações), e o ano dos meus redimidos é
chegado (redenção de Israel)” Quando Israel estiver no lagar da ira
de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. Apocalipse
14.20 descreve de maneira tão comovente o que aconteceu fora da
cidade também para Israel: "E o lagar foi pisado fora da cidade". Ali
foi derramado o sangue do Filho de Deus.

Essa maravilhosa figura da conversão de todo o povo de Israel é


completada pelo outro anjo: "Saiu ainda do altar outro anjo" (v. 18).
Ele vem do lugar onde, naquela época, novamente são oferecidos
os sacrifícios de animais, que apontam para Jesus, mas serão
interrompidos pelo anticristo. Nesse vácuo, o anjo que tem poder
sobre o fogo, isto é, sobre o juízo, exclama: “Senhor, ajunta Israel,
lança-o agora no leu grande lagar, lava-o pelo teu precioso sangue.”
Se agora lermos mais uma vez o versículo 20, a primeira frase fica
cristalinamente clara para nós: "Eo lagar foi pisado fora da cidade.
“Não é isso a mesma coisa de que fala Hebreus 13.12? Lá esta
escrito: "Por isso foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo
seu próprio sangue, sofreu fora da porta” — “O lagar eu o pisei
sozinho.. "(Is 63.3). Desse modo reconhecemos agora o significado
profético interior dessa palavra grandiosa, e a respeito pensamos
em Romanos 5.20b: ”... onde abundou o pecado, superabundou a
graça." Então valerá também para Israel: somente no sangue do
Salvador há poder! Entretanto, e isso também devemos acentuar,
essa vindima e suas conseqüências também têm um significado
literal e terrível: primeiro, que o juízo sobre os povos em
Armagedom acontecerá fora da cidade de Jerusalém (v. 20). A
Bíblia fala da planície de Megido ou do vale de Josafá. Segundo,
que haverá um terrível derramamento de sangue. Não devemos
interpretar as coisas somente espiritualmente. Há também o sentido
literal. "E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar
até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos

estádios. '' Esses estádios correspondem aproximadamente a


trezentos quilômetros. Isso. por sua vez, mostra que a luta final dos
povos em Armagedom atingirá mais do que todo o território atual de
Israel. Joel 3 12-17 descreve com grande exatidão
esse acontecimento transformador: "Levantem-se as nações, e
sigam para o vale de Josafà; porque ali me assentarei para
julgar todas as nações em redor. Lançai a foice, porque está madura
a seara; vinde, pisai, porque o lagar está cheio, os seus
compartimentos transbordam; porquanto a sua malícia é grande.
Multidões, multidões no vale da decisãoI porque o dia do Senhor
está perto, no vale da decisão. O sole a lua se escurecem, e as
estrelas retiram o seu resplendor. O senhor brama de Sião, e se
fará ouvir de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o
Senhor será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel.
Sa-bereis assim que eu sou o Senhor vosso Deus, que habito
em Sião, meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos
não passarão mais por ela." Em tudo isso vemos a base donde
procede o juízo divino sobre todo o mundo das nações: "O
Senhor brama de Sião."

Os cantores junto ao mar de vidro


"Vi no céu outro sinal grande e admirável, sete anjos tendo os sete
últimos flagelos, pois com estes se consumou a cólera de Deus. Vi
como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da
besta, da sua imagem e do número do seu nome. que se achavam
em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus; e entoavam o cântico
de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
Grandes e admiráveis são as tuas obras. Senhor Deus. Todo-
poderoso! Justos e verdadeiros são os teus ca minhos, ó Rei das
nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?
pois só tu és santo; por isso todas as nações virão e adorarão diante
de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos. Depois
destas cousas olhei, e abriu-se no céu o santuário do tabernáculo
do testemunho, e os sete anjos que tinham os sete flagelos saíram
do santuário, vestidos de linho puro e resplandecente, e dngidos ao
peito com cintas de ouro. Então um dos quatro seres viventes deu
aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera de Deus, que
vive pelos séculos dos séculos. O santuário se encheu de fumaça,
procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia
penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos
dos sete anjos" (Ap 15.1-8).

"Vi no céu outro sinal..." (v. 1). Lembramos que João já viu dois
sinais: primeiro ele viu um sinal no céu: uma mulher vestida do sol
com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,
etc. (cap. 12.1 ss). Então ele viu um segundo sinal: o dragão
vermelho, o diabo (cap. 12.3). Aqui ele vê agora um terceiro sinal,
do qual diz que é "grande e admirável". É esclarecedor que no
Plano de Salvação fala-se freqüentemente de três sinais: Moisés
recebeu três sinais da sua vocação; Gideão recebeu três sinais para
que sua fé fosse fortalecida; Saul recebeu três diferentes sinais
quando foi ungido rei. Em Mateus 24, o Senhor Jesus falou de três
sinais que indicarão sua volta: 1. O sinal do Filho do homem no céu.
2.0 sinal da figueira 3 O sinal do tempo

de Noé, isto é, a situação moral dos homens justamente antes da


sua volta.

O sinal que João vê agora é, portanto, "grande e admirável".


Grande, porque contém muito mais do que foi visto até agora.
E admirável, porque engloba as maiores revelações a respeito dos
milagres de juízo de Deus para o mundo atual. O próprio sinal
consiste em primeiro lugar de sete anjos: "... sete anjos tendo os
sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a cólera de
Deus"(v. 1).Sinais milagrosos de cura acompanham a pregação do
Evangelho. Sinais de morte caracterizam o fim desta época. Pois o
juízo já está aumentando, também individualmente, quer seja
através de doenças ou outros problemas, mas também de maneira
geral, política e militarmente. Que ameaça há no ar! Trata-se de
sinais de morte, que anunciam e acompanham o fim desta época

Os sete anjos assemelham-se àqueles das sete trombetas no


capítulo 8.2. Entretanto, aqui no capítulo 15, é acrescentada uma
palavra, que é preciso observar bem: esses sete anjos trazem as
últimas pragas: "... tendo os sete últimos flagelos”. Isso significa
encerramento1 Somos levados a pensar na última praga que Deus
fez vir sobre o Egito. Está escrito em Êxodo 11.1:' ‘Disse o Senhor a
Moisés: Ainda mais uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito.
Então vos deixará ir daqui." Em seguida Israel ficou livre. Também
no tempo anticristão, Israel ficará livre quando as últimas sete
pragas, as últimas das sete taças da cólera, tiverem sido
derramadas. Aqui temos a consumação do “mistério de Deus”, que
é citado em Apocalipse 10.7. Pode-se chamá-lo também de "as
palavras de Deus", como é o caso no capítulo 17 17b: "... e dêem á
besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de
Deus. " Esse é o cumprimento completo da profecia. Quando esses
últimos juízos das taças, que são inimaginavelmente terríveis,
tiverem passado sobre a terra, o sétimo anjo traz a notícia da
conclusão: "Feito está” (cap. 16.17).

Mas antes que João transmita detalhes desse grande e admirável


sinal, ele introduz a descrição de uma outra visão. Apesar da
mesma ter estreito relacionamento com o derramamento das taças
da cólera, ela é de caráter agradável. "Vi como que um

mar de vidro" (v. 2). Aqui temos novamente um símbolo, pois não se
trata de um mar de verdade, mas de algo que parece como que um
mar de vidro. Essa parábola nos faz lembrar do capitulo 4.6, onde
está escrito: "Há diante do trono um como que mar de vidro,
semelhante ao cristal. "Como um mar estende-se diante do trono de
Deus a superfície do céu, ou seja, o mundo das nações. Em
Apocalipse 4.6 ele é descrito como mar completamente
transparente, que se mantém calmo, pois um "mar de vidro” indica
uma massa compacta. Além disso, mostra-se que ele é atravessado
pela luz, como o cristal. O mar de vidro, o mar dos povos, apesar
das suas inquietações e guerras, tem que calar-se diante da face de
Deus (Is 41.1). Ele. o Eterno, já vê o mar dos povos, como
permanecerá sempre no futuro — quando o Senhor tiver voltado
para o estabelecimento do seu reino milenar — em elevada paz e
profunda tranqüilidade (Hc 2.20; Sf 1.7; Zc 2.13).

Agora no capítulo 15 Joào vê o mesmo mar, mas bem diferente: ”...


como que um mar de vidro, mesclado de fogo." Nessa hora ele não
é iluminado pela pura luz da glória e do amor, mas está totalmente
incandescente pelo fogo da cólera julgadora de Deus. Nisso
anuncia-se algo terrível para o mundo anticristão — os
acontecimentos de juízo então em realização na terra. Junto a esse
mar de cristal aqui de aparência tão ameaçadora, João vê reunida
uma santa multidão: "... os vencedores da besta, da sua imagem e
do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro,
tendo harpas de Deus "(v. 2) Essas pessoas deveriam ter servido à
besta, ao anticristo (cap. 13), mas negaram-se e obtiveram a vitória.
Esses crentes deveriam ter usado o sinal da besta, ou o número do
seu nome, sobre a fronte ou sobre a mão direita, mas não o fizeram;
elas rejeitaram o "símbolo do partido'' e conquistaram a vitória.
Apesar de todas as ameaças, o mundo anticristão não foi capaz de
dobrar sua grande coragem e sua fidelidade. Eles entregaram suas
cabeças, eles foram decapitados. Eles morreram, mas tiveram
vitória em tudo. Que multidão respeitável e majestosa! Esses
vencedores são os mesmos que já vimos no capítulo 7.9: a grande
multidão, vestida de vestiduras brancas, com palmas nas mãos,
diante do trono do Cordeiro. Pois dessa multidão inumerável, está
dito no capítulo 7.14: "São estes os que vêm da grande tributação,
lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro." No
ca-
pítulo 15 João os vê, como se encontram agora junto ao mar de
vidro, iluminados com o fogo de Deus, tendo harpas de Deus
— harpas que Deus lhes concedeu para seu serviço. João
também os ouve cantar: "... e entoavam o cântico de Moisés, servo
de Deus, e o cântico do Cordeiro... "(v. 3). Parece que é um
cântico, mas na verdade trata-se de dois. Quando o velho povo da
aliança de Deus foi uma vez escravizado e atormentado por Faraó,
o anticristo antigo-testamentário, Deus libertou Israel através
do sangue de um cordeirinho. E Moisés louvou esse grande ato
de libertação através de um cântico solene (Êx 15.1-21). Mas
com isso Israel ainda não estava completamente libertado da
escravidão deste mundo. O que aconteceu em Êxodo 15, foi uma
indicação profética, por assim dizer um esboço da verdadeira
redenção — da redenção que viria através de Jesus Cristo.
Deus tinha feito somente o início para libertar Israel. Muitos atos de
libertação ainda viriam. Na plenitude do tempo veio então
Deus mesmo em Jesus Cristo e reconciliou o mundo consigo
mesmo, e Jesus realizou uma redenção perfeita, eterna. O último
resultado dessa eterna redenção, que tudo completará, será a
derrota do anticristo pelo Cordeiro. Isso está para acontecer em
breve I Sim. já ouvimos os passos do anticristo. Pensemos
somente na anarquia que se expande, de modo que os políticos e
estadistas não sabem mais o que fazer. Os povos ficam cada vez
mais ingovernáveis. Os governantes tornam-se desgastados e
complacentes, para entregarem seu poder e sua autoridade à
besta. Mas então o anticristo dominará a todos, os pequenos e os
grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos. Então,
porém, o Cordeiro derrotará o anticristo, e por isso agora os
cantores reúnem-se no mar de vidro mesclado de fogo, para
entoarem o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro, o cântico do
mediador da Antiga Aliança e o cântico do Mediador da Nova
Aliança. Foi esse cântico de vitória dos filhos de Deus que os
cantores no mar de vidro entoaram agora, e eles dizem, ou seja,
cantam: "Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus,
Todo-poderosol Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei
das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó
Senhor? Pois só tu és santo; por isso todas as nações virão e
adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram
manifestos "(vv. 3-4). Pela segunda vez é utilizada a expressão
"grande e admirável", pois as obras de Deus, seu atos, são atos de
redenção para os seus. mas golpes de juízo para o mundo. No ver-

slculo 1. a expressão "grande e admirável” referia-se ao próprio


sinal, no versículo 3 ela refere-se às obras de Deus. O
mundo considera grandes muitíssimas coisas, que na verdade não
o são. Quem quiser ver o que é grande no sentido exato da palavra,
deve observar as obras de Deusl Delas fazem parte também os
renascidos, pois Efésios 2 10 diz: "... somos feitura dele." Será que
não é algo grandioso e admirável, que ele salvou a ti e a mim? As
obras de Deus têm algo de contraditório para o nosso raciocínio,
pois: são admiráveis. Se bem que podemos reconhecê-las em
espirito com admiração e adoração, mas não podemos explicá-las.
Que grandioso sinal João viu!

Mais uma vez muda o ângulo visual de João: ele recebe outra visão.
Ele vê a origem dos juízos de Deus e a última onda de juízos sobre
esta terra. Abre-se agora a parte interior do céu, o santuário; o
centro da habitação de Deus: "Depois destas cousas olhei, e abriu-
se no céu o santuário do tabernáculo do testemunho"(v. 5). Pela
primeira vez João fala do "santuário do tabernáculo do testemunho".
Se bem que no capitulo 11.19 ele já viu o céu aberto e no santuário
a arca da aliança com Israel, mas aqui trata-se do "santuário do
tabernáculo do testemunho". O que é isso? Quando o Deus
Onipotente deu a Moisés sobre o monte a incumbência de construir
o tabernáculo e seus utensílios, ele mesmo utilizou três vezes a
expressão "testemunho” (Êx 25.16,21,22). Nessa arca revestida de
ouro, foram então guardadas as tábuas em que Deus escreveu sua
sagrada Lei. Agora torna-se visível para João esse testemunho
divino. O céu abre-se e o testemunho, a Lei de Deus, volta-se contra
uma humanidade que rejeitou esses "testemunhos" da vontade de
Deus, e os últimos juízos de Deus derramam-se sobre ela. O
tabernáculo do testemunho é aberto, para derramar a cólera de
Deus sobre a humanidade culpada. Poderíamos formulá-lo também
assim: poderes invisíveis da eternidade estão transformando-se na
terra em grandiosos fatos de juízo.

Das profundezas do santuário saem sete anjos: "e os sete anjos que
tinham os sete flagelos saíram do santuário, vestidos de linho puro e
resplandecente, 6 cingidos ao peito com cintas de ouro" (v. 6). As
vestes dos anjos fazem surgir a pergunta, se trata-se de anjos-
sacerdotes. Mas isso é impossível, pois o Senhor não instituiu anjos
e sim homens, homens da tribo de Levi,

no ministério sacerdotal. 0 grande Sumo Sacerdote é o homem


Jesus Cristo. Mas sua aparência sacerdotal — "... vestidos de linho
puro e resplandecente, e cingidos ao peito com cintas de ouro" —
indica uma tarefa sacerdotal. Em contraste com os sacerdotes, eles
não apresentam um sacrifício substituto, mas são chamados a
exercer o juízo sobre uma humanidade que não tem substituto como
sacrifício de expiação pessoal. Mas isso é o terrível para os
habitantes da terra! Pois: "Horrível cousaé cair nas mãos do Deus
vivo" (Hb 10.31). Quando vemos o Cordeiro ensangüentado
sofrendo tanto, então imaginamos algo de quão sério e terrível é o
juízo divino. Deus nos amou de tal maneira, que não poupou seu
amado Filho unigênito, mas o entregou por nossa causa, para que
nós não nos perdêssemos eternamente. Louvado seja o Senhor,
porque como renascidos podemos estar abrigados em Jesus, de
modo que esse juízo não nos atingirá. porque nEle já estamos
julgados! Será que já compreendes-te o quanto necessitas da graça
de Deus em Jesus Cristo?

O terrível das sete últimas pragas é que não existe mais


possibilidade de arrependimento, não existe mais salvação. Apesar
dos cantores no mar de vidro louvarem o Senhor no versículo 4,
dizendo "... só fu és santo'a palavra' ‘santo” não significa aqui
o mesmo que em outros lugares, por exemplo, "santo, santo, santo
é o Senhor dos Exércitos "(Is 6.3), onde' ‘santo'' significa a ausência
de qualquer mal. Ali a palavra santo tem o sentido de
"misericordioso'' ou "perfeito em sua bondade". Mas quando
começarem os juizos, não haverá mais substituto e desse
modo também não existirá mais misericórdia. Além disso, as
vestes dos sete anjos, que devem ser altos príncipes, pois saem do
santuário interior, são um pouco diferentes das vestes do sumo
sacerdote terreno. Por exemplo, o cinto do sumo sacerdote terreno
é diferente: "O cinto de obra esmerada, que estava sobre a estola
sacerdotal, era de obra igual, da mesma obra de ouro, estofo azul,
púrpura, carmesim e linho fino retorcido" (Êx 39.5). Al temos, entre
outras, a cor do sangue da reconciliação, que o sacerdote — mais
tarde o grande Sumo Sacerdote — tinha que derramar pelos
pecados do povo. Mas nos cintos dos sete anjos falta o elemento do
sangue. Eles são de ouro puro. Os anjos também não usam os
cintos em volta da cintura, mas ao peito — seu coração está
fechado. Aqui eles são muitos semelhantes ao seu Senhor em sua
voíta (Ap 1).

' ‘Então um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças
de ouro, cheias da cólera de Deus, que vive pelos séculos dos
séculos. O santuário se encheu de fumaça, procedente da glória de
Deus e do seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário,
enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos" (vv. 7-
8). Vimos nas explicações sobre o quarto capítulo (Volume I, pág
105ss) que os quatro seres viventes representam a jurisdição de
Deus. Deus vive de eternidade em eternidade, e sua cólera não
pode ser apagada sem o sacrifício substituto do Cordeiro de Deus.
Se lemos que o santuário se "encheu de fumaça, procedente da
glória de Deus e do seu poder", de maneira que “ninguém podia
penetrar no santuário", isso nos faz lembrar a consagração do
tabernáculo terreno. Em Êxodo 40 34-35 lemos que até Moisés, que
tinha visto a Deus face a face. não podia entrar na tenda da
congregação por causa da nuvem da glória de Deus. E quando mais
tarde foi consagrado o templo de Salomão, está escrito em 2
Crônicas 7, que a nuvem da glória do Senhor encheu a sua casa, de
modo que os sacerdotes não podiam entrar nela por causa dessa
glória do Senhor. Mas em Apocalipse 15 temos diante de nós o dia
da explosão da cólera de Deus. "O santuário se encheu de fumaça,
procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia
penetrar no santuário. ” Poderia-se dizer: não se trata somente da
cólera, mas da cólera final de Deus, que aqui se descarrega: "...
ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem
os sete flagelos dos sete anjos." Portanto, durante esses últimos
juízos, ninguém mais podia entrar no templo. Isso significa concreta-
mente: ninguém mais pode arrepender-se, ninguém mais
pode implorar por graça e exclamar: "Senhor, salva-me.” Por
isso: Hoje, se ouvires a sua voz, não endurece teu coração! Pois
hoje ainda podes implorar por graça. Hoje o santuário no céu
ainda não está fechado. Pelo contrário, pois em Hebreus 10.19-20
está escrito: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no
Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho
que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne." Aproxima-
te. porque em breve virá o momento em que esse santuário
será fechado pela glória do Senhor, de modo que ninguém
poderá mais entrar.

As sete taças da cólera

Introdução

"Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete an-ios:
Ide, e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus" (Ap
16.1).

Devemos observar de antemão que essa grande voz, vinda do


santuário no céu, não é a voz de Deus, pois ela diz aos sete anjos
que devem derramar as taças da cólera de Deus sobre a terra. Se
fosse a voz de Deus, ela diria: "Ide, e derramai pela terra as sete
taças da minha cólera." Pode-se supor que essa "grande voz”
procede de um dos quatro seres viventes. A respeito lembro o
capitulo 15.7, onde está escrito: "Então um dos quatro seres
viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera de
Deus, que vive pelos séculos dos séculos.”

É esclarecedor que justamente neste 16° capitulo é utilizada nove


vezes a palavra "grande”:

Versículo 1: "... uma grande voz"

Versículo 9: ”... os homens se queimaram com o intenso ca

lor..."

Versículo 12. "... sobre o grande rio Eufrates..."

Versículo 14: "... do grande dia do Deus Todo-poderoso" Versículo


18: "... ocorreu grande terremoto..."

Versículo 18b: "... tal foi o terremoto, forte e grande"

Versículo 19: "E a grande cidade..."

Versículo 21: "... grande saraivada..."

Versículo 21b: "... o seu flagelo era sobremodo grande"

Essa repetição da palavra "grande" por nove vezes, mostra que de


fato deve tratar-se de juízos inimaginavelmente grandes. João sente
como seu vocabulário é insuficiente, e sempre novamente balbucia
"grande", "grande", "grande".

Apesar dos sete juízos dos selos e os sete juízos das trombetas já
terem sido terríveis as sete taças da cólera o são muito mais,

pois englobam a cólera completa de Deus, que não pode mais ser
impedida e derrama-se sobre a terra. O que as distingue das sete
trombetas, é o fato de que os sete anjos recebem uma ordem
conjunta. Simplesmente está dito: "Ide, e derramai pela terra as sete
taças da cólera de Deus", enquanto que nos capítulos 8 e 9 tem-se
a impressão que cada um dos sete anjos com as trombetas recebeu
uma ordem pessoal como, por exemplo, cada um dos quatro
cavalos no capítulo 6 recebeu a ordem de ir ou de vir. Mas aqui no
capítulo 16, uma única, alta ordem dá início às últimas pragas:
"Ide..." Eles devem ir, e um após o outro derramar as taças sobre a
terra. É como uma invasão. Chama a atenção que as primeiras
quatro taças da cólera correspondem exatamente aos efeitos das
primeiras quatro trombetas descritas no capitulo 8, obedecendo
também à mesma ordem. Façamos uma comparação com o
capítulo 8:

A primeira taça da cólera atinge a terra, os continentes. Do mesmo


modo o primeiro juízo das trombetas (cap. 8.7).

A segunda taça da cólera atinge o mar.

Do mesmo modo o segundo juízo das trombetas (cap. 8.8).

A terceira taça da cólera atinge os rios e as fontes.

Do mesmo modo o terceiro juízo das trombetas (cap. 8.10).

A quarta taça da cólera é derramada sobre o sol.

Assim foi também com o quarto juízo das trombetas (cap. 8.12).

Cada trombeta individualmente é como que uma última ameaça de


juízo e produz uma praga enviada como antegosto do último juízo.
Mas essas taças da cólera fazem entào com que os golpes de juízo
ameaçados sejam realizados em toda a sua extensão. Essa é a
razão da notável semelhança entre as diferentes pragas das
trombetas e os juízos das taças correspondentes.

A primeira taça da cólera


"Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra, e, aos
homens portadores da marca da besta e adoradores da
sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas"
(Ap 16.2).

As pessoas que repentinamente sofrem dessas úlceras malignas e


perniciosas são descritas com exatidão. Trata-se daquelas que
adoram a imagem da besta e têm o sinal da besta em sua fronte ou
sobre a mão direita (comp. cap. 13.17). A Edição Revista e Corrigida
diz: "... uma chaga má e maligna". Esse tumor ou câncer atacará
então a milhões de pessoas — a todas que seguirem a besta. Trata-
se de um castigo provisório, de um juízo por terem seguido a
Satanás. Enquanto que na primeira trombe-ta no capitulo 8.7 é
atingida a terra e queimado um terço da vegetação — "... e houve
saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi,
então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também
toda erva verde'' — aqui em Apocalipse 16 são atingidos os homens
anticristâos. Esse juízo não se limita a somente um terço deles, pois
atinge a todos. É de supor-se que a ciência médica no tempo do
anticristo estara ainda mais avançada do que atualmente, mas
ninguém será capaz de combater efetivamente essa terrível úlcera,
esse câncer. Há décadas tal epidemia de úlceras está
verdadeiramente sendo pré-programada. Penso na contaminação
radioativa da atmosfera através de testes nucleares. Já em nossos
dias muitas pessoas sofrem de doenças incuráveis em
conseqüência de contaminação nuclear. Essa praga, esse juízo, é
semelhante à sexta praga que atingiu o Egito, mas a excede em
muito Notavelmente aquela também começou com poluição, se bem
que simbólica: "Eles tomaram cinza de forno, e se apresentaram a
Faraó; Moisés atirou-a para o céu, e ela se tornou em tumores que
se arrebentavam em úlceras nos homens e nos animais "(Êx9.10).
Portanto, a conseqüência da poluição também foi uma epidemia.
É notável que nós, que nos encontramos diante do arrebatamen-to,
já podemos observar preparações para determinadas coisas, que
acontecerão após o arrebatamento. Lembremos somente que ainda
hoje inúmeros japoneses sofrem sob as conseqüências da explosão
das primeiras duas bombas atômicas, que foram lançadas sobre
Hiroxima e Nagasáqui no final da guerra, e que por causa dos
muitos testes nucleares americanos e russos nos últimos anos,
inúmeras pessoas já estão incu-ravelmente doentes. Li a respeito
dos maravilhosos atóis tropicais de Bikini e Eniwetok, localizados
entre o Haval e a Austrália. Depois que os americanos realizaram
testes nucleares no Pacifico e essas ilhas ficaram nuclearmente
contaminadas, elas são atualmente chamadas cinicamente de
"paraíso radiante". Inú-

meras pessoas estão incuravelmente doentes; a morte por radiação


está à espreita. Os EUA gastaram muito dinheiro para tentar
recuperar o atol de Bikini, destruído pelo bombardeio, mas não
tiveram sucesso. Os habitantes recebem dos
EUA aproximadamente 400 milhões de dólares de indenização,
mas isso não os faz ficar com saúde. Ou pensemos nos testes
de bombas atômicas no deserto de Nevada (EUA) Ainda
décadas depois desses testes, acumulam-se os casos de doenças.
Muitos ex-soldados, que tinham que estar lá como observadores,
sofrem de leucemia, tumores na pele e na tireóide. Já há anos
os cientistas alertaram insistentemente contra tais
experiências nucleares. A humanidade julga a si mesma através da
produção e do teste de armas nucleares. O famoso geneticista
americano Arthur Sturtevant já previu em 1954 essas conseqüências
para a saúde, e disse por ocasião do início dos testes: "Não há
como esquivar-se da conclusão de que as bombas que já foram
explodidas, terão um dia como resultado a geração de
numerosas pessoas defeituosas. Lamento que funcionários do
governo americano afirmem que pequenas doses de radiação não
apresentam risco biológico.” No mesmo ano também o
zoólogo americano Kurt Stern advertiu contra esses testes
nucleares e constatou: "Cada homem já tem pequenas quantidades
de radioatividade em seu corpo, provenientes dos testes:
estrõncio quente nos ossos, iodo quente na glândula tireóide.” E o
físico americano Ralph Lapp, após dialogar com um biólogo da
Comissão de Energia Atômica dos EUA, que não permitiu a
publicação do seu nome por medo de ser despedido, advertiu: "Os
cálculos mostram que, se continuarem os testes nucleares, até 1962
estará atingida a quantidade ainda suportável de estrõncio
radioativo nos ossos de todo homem, tendo sido provavelmente
ultrapassada em pessoas de constituição fraca.” Pergunta-se
hoje donde vêm as doenças misteriosas, qual a razão do
aumento mundial do câncer — por exemplo, câncer ósseo e nas
glândulas linfáticas — ou da poliartrite, etc. Estou convencido que
isso tem relação com a contaminação nuclear, como esse
biólogo americano já disse há 20 anos. Essas doenças cruéis
aumentarão e aparecerão em toda a sua intensidade por ocasião do
derramamento da taça da cólera, atingindo a todas as pessoas
que adoram a besta. Se bem que há muitos anos já se começou
com testes nucleares subterrâneos, mas então já era muito tarde.

No jornal “Die Welt" de 15 de setembro de 1982 lia-se:

' Cancerosos e seus parentes exigem mais de 2 bilhões de


dólares de indenização do governo americano. Eles o acusam,
como se conclui da ação que deu entrada na justiça, de ter
causado a doença através de testes nucleares na superfície da
terra, realizados nas décadas de 50 e 60 O processo foi aberto
ontem, e provavelmente durará três meses. Já no inicio da
semana o juiz Bruce Jenkins tinha rejeitado pela segunda vez a
exigência do governo de não aceitar a acusação O governo
americano defende a opinião de que tanto ele como os
funcionários responsáveis pelos testes nucleares seriam
imunes a tais acusações. Por isso ele rejeitou um acordo extra
judicial O processo trata de 24 de um total de 1192 casos, que
aos olhos dos advogados devem translormar-se em modelos
para os demais casos Já agora revela-se que testemunhas
do sul de Utah, de Nevada e do norte de Arizona descreverão
em juízo como seus cabelos cairam e se formaram manchas em
sua pele depois que grandes nuvens vermelhas procedentes da
região dos testes passaram sobre suas casas. Os acusadores
afirmam que a poeira que caiu das nuvens era radioativa."

Tudo é preparado para a primeira taça da cólera de Deus.

A segunda e terceira taças da cólera

"Derramou o segundo a sua taça no mar, e este se tomou em


sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar.
Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e
se tornaram em sangue. Então ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és
justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas cousas;
porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também
sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que
se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-poderoso, verdadeiros e
justos são os teus juízos" (Ap 16.3-7).

Em contraste com o capítulo 8 8, onde um terço do mar se


transforma em sangue, aqui no capítulo 16.3 são atingidos todos os
mares. O que significa essa afirmação: "... se tornou em
sangue como de morto"? Ela significa que esse sangue não é mais
portador de vida, mas morto, coagulado e malcheiroso. O mar,
ou seja, os gigantescos oceanos, parecem um enorme cadáver
em lenta putrefação. Eles são transformados em um lugar repuga-
nante e todos os seres que neles vivem são mortos: . e morreu

todo ser vivente que havia no mar." Uma grande parte da cria-

ção — e com isso também dos alimentos — está destruída. Mas


esse ainda não é o fim. O terceiro anjo vem com sua taça e
derrama-a "... nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram
em sangue"(v. 4). Isso lembra muito a praga que em tempos antigo-
testamentários veio sobre o Egito, pela qual foram atingidos o Nilo e
os demais riachos e ribeiros: "Assim diz o Senhor: Nisto saberás
que eu sou o Senhor: Com esta vara, que tenho na mão, ferirei às
águas do rio, e se tornarão em sangue. Os peixes, que estão no rio,
morrerão, o rio cheirará mal, e os egípcios terão nojo de beber água
do rio. Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Toma a tua vara
e estende a tua mão sobre as águas do Egito, sobre os seus rios,
sobre os seus canais, sobre as suas lagoas e sobre todos os seus
reservatórios, para que se tornem em sangue; haja sangue em toda
a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.
Fizeram Moisés e Arão assim como o Senhor lhes havia ordenado:
Arão, levantando a vara, feriu as águas que estavam no rio, à vista
de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio se tornou em sangue.
De sorte que os peixes, que estavam no rio, morreram, o rio cheirou
mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue
por toda a terra do Egito" (Êx 7.17-21). Isso foi terrível, apesar de
nâo estender-se por todo o mundo, ficando restrito ao Egito.
Também por ocasião da terceira trombeta nem toda a água fica ina-
proveitável, mas somente um terço: "O terceiro anjo tocou
a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre
as fontes das águas uma grande estrela ardendo como tocha.
O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se
tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa
dessas águas, porque se tornaram amargosas" (cap. 8.10-11). Mas
a praga no capítulo 16.4 atinge todas as fontes de água na terra,
e faz com que toda água fique inaproveitável. Nenhum homem
em todo o mundo, isto é, nenhum cidadão de todo o império anticris-
tão ou do exército anticristão poderá então beber algo! 0 que isso
significa, somente pode ser avaliado por quem já ficou alguns dias
sem água. Um juízo de Deus inimaginavelmente terrível, mas justo!

Nos versículos 5 e 6 ouvimos uma proclamação do anjo das águas.


Inicialmente, ele louva a justiça e santidade de Deus: "Então ouvi o
anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo,
pois julgaste estas cousas" (v. 5). E então se-

gue a justificativa, porque esses juízos nojentos se abatem sobre os


homens: “porquanto derramaram sangue de santos e de profetas,
também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso” (v. 6). Em
outras palavras: eles o merecem. Somente podemos compreender
esse terrível juízo em toda a sua extensão, se entendemos bem a
justificativa. Pois se já a voz do sangue de Abel — ou seja, de uma
única pessoa que foi assassinada — clama ao Senhor (Gn 4.10),
quanto mais alto deve então clamar ao céu o sangue de todos os
inúmeros assassinados1 Especialmente o sangue dos "santos e
profetas", istoé, da Igreja e de Israel, clama ao Senhor. Quantos
filhos de Deus são atualmente mortos atrás da Cortina de Ferro — e
inúmeros serão executados em todo o mundo, quando se
converterem somente durante a Grande Tribulação. Na Alemanha
fala-se muito que está na hora de colocar um ponto final no
passado; pois a nova geração não poderia ser responsabilizada por
aquilo que seus pais fizeram' De maneira nenhuma pode-se colocar
um ponto final I Pois o sangue de seis milhões de judeus
assassinados clama ao céu desde a Alemanha. Também o sangue
dos judeus que foram mandados embora na fronteira suíça e
enviados para a destruição, "porque o barco estava cheio", clama ao
céu. Também o sangue de milhões e milhões de crianças não
nascidas, que foram abortadas, clama ao céu Somente na Holanda
aborta-se, ou seja, assassina-se, aproximadamente 500 crianças
por dia. Tudo isso jamais pode ser esquecido, e por isso virá o
juízo1.

"Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas


cousas; porquanto derramaram sangue de santos e de
profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos
disso”(v. 6). É estranho, que o anjo das águas, que diz isso,
aparentemente é o mesmo anjo que executa o juízo mundial de
Deus contra as

águas. Poderia-se esperar que esse anjo lamentasse, porque sua


área é tão duramente atingida pelo derramamento da taça da cólera.
Mas ouvimos o contrário: ele louva em alta voz a elevada justiça
desse juizo. Deus era e é. desde sempre, justo e santo, como diz a
Escritura. No texto original é utilizada a mesma palavra do capitulo
15.4 para "santo": "Quem não temerá e não glo-rificará o teu nome,
ó Senhor?pois só tu és santo..." Ela significa: que permanece
sempre fiel a si mesmo em todas as coisas. Essa característica de
Deus revela-se claramente na execução desse jufzo. A humanidade
anticristâ derramou o sangue dos santos e profetas como água —
agora Deus lhes dá sangue ao invés de água para beber.
Realmente, eles não merecem outra coisa. Que a justiça
castigadora de Deus é exata, fica ainda confirmado no versículo 7
de uma maneira surpreendente e ao mesmo tempo comovente:
"Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-
poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos". Do próprio altar
procede, portanto, uma voz. Esse altar somente pode ser o tantas
vezes citado altar do holocausto, que sempre novamente
encontramos citado na Bíblia. Assim também em Apocalipse 6.9:
"Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas
daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e
por causa do testemunho que sustentavam. Clamavam em grande
voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro,
não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra.' ’ O altar do holocausto é a cruz de Gólgota, onde a justiça e
santidade de Deus foi anunciada em alta voz, e onde Jesus clamou:
"Está consumado". O altar que fala, confirma que Deus prova sua
onipotência em jui-zos que são verdadeiros, ou seja, genuínos, reais
e certos, e por isso também são perfeitamente justos.

A quarta taça da cólera

"O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado
queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se
queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus
que tem a autoridade sobre estes flagelos, e nem se
arrependeram para lhe darem glória" (Ap 16.8-9).

Novamente esse paralelismo com o juízo da quarta trombeta, que


também atingiu o sol: "O quarto anjo tocou a trombeta, e foi
ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça
parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse assim o
dia como também a noite'' (cap. 8.12). Adicionalmente foram
atingidas também a lua e as estrelas, mas de tudo somente a terça
parte, de modo que o dia e a noite perderam a terça parte da luz.
Isso deve ser terrivelmente angustiante, e mesmo assim esse
castigo preventivo através do juízo da quarta trombeta é em vSo.
Por isso o fogo da cólera de Deus derrama-se agora sobre todo o
sol. O calor causado dessa maneira é terrível: "... os homens se
queimaram com o intenso calor" (v. 9). Um calor nunca visto,
insuportável, tortura os homens. Seu sofrimento é tanto pior, porque
após o derramamento da terceira taça nâo existe mais bebida que
mate a sede. Eles não podem mais matar sua sede! Um terrível
antegosto do fogo eterno! O brasume do seu ódio contra os que
confessam a Jesus lhes é retribuído com esse calor que os castiga.
Mas eles não se humilham diante de Deus, pelo contrário: "... e
blasfemaram o nome de Deus que tem a autoridade sobre estes
flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória" (v. 9).
Quanto maior o sofrimento, tanto mais decididamente eles ficam
duros e obstinados!

Que então o sol causará tão terrível calor sobre a terra, prova ao
mesmo tempo algo maravilhoso: o Deus eterno mantém toda
a criação em suas fortes mãos. Mas quando o Senhor afasta
somente por um momento suas mãos que dirigem e
guardam, acontece o mais terrível juízo. Vejamos alguns fatos: todo
o Universo está exatamente balanceado, de modo que tudo
funciona com empolgante exatidão. Para que possa mesmo haver
vida na terra, devem ser cumpridas inúmeras condiçóes. Elas
são sincronizadas com tanta exatidão, que de modo nenhum
podem estar coordenadas por acaso. Quem tem uma idéia de
ciências naturais, sabe que no Equador a Terra gira em torno do seu
próprio eixo a uma velocidade de 1.600 km/h. Se ela o fizesse
somente com 160 km/h, nossos dias e nossas noites seriam
dez vezes mais longos do que agora. O calor solar em um dia tão
longo queimaria a vegetação; o que eventualmente
sobrevivesse, morreria de frio na longa noite. Que graça Deus, o
Senhor, nos concede através da sua exatidão matemática, fazendo
esquentar e esfriar sua criação — e com isso também a nós. O
próprio Sol, a fonte da nossa vida terrena, tem uma temperatura
superficial de aproximadamente 6.000° centígrados, e nossa Terra
es-

tá distante dele justamente o suficiente para que esse fogo eterno


não esquente nem mais nem menos do que exige a vida na terra.
Se, por exemplo, o Sol enviasse somente metade dos seus raios,
morreríamos de frio. Se enviasse a metade a mais, queimaríamos.
Tomemos outro exemplo desse maravilhoso poder de Deus, que
tudo mantém e guarda: a inclinação do eixo da Terra, de 23° em
relação à órbita da Terra, tem por conseqüência as estaçóes do ano.
Se não houvesse essa inclinação, os vapores oceânicos se
deslocariam para o norte e para o sul e formariam continentes
inteiros de gelo. Ou pensemos por um momento na Lua: se nossa
Lua estivesse aproximadamente 80.000 quilômetros distante da
Terra, ao invés da sua distância real, sua influência sobre as marés
seria tão intensa, que todos os continentes seriam inundados duas
vezes por dia. Ou: se nossa atmosfera fosse sensivelmente mais
rarefeita. parte dos meteoritos, que queimam diariamente aos
milhóes no espaço, cairiam sobre a Terra e causariam incêndios.
Quem toma conhecimento desses poucos fatos da ordem da criação
de Deus—existem ainda muito mais! — esse compreende
repentinamente de maneira completamente nova, quão dependente
o homem é da graça do seu Criador. Percebe-se quão grande é a
longanimida-de e paciência do nosso Deus, mas também como será
terrível na Terra quando ele retirar suas mãos e os sete anjos do
juízo com as taças tiverem caminho livre.

Não é o juízo da quarta taça da cólera idêntico àquele que já foi


predito em Deuteronômio 32.22? Lá está escrito: "Porque um fogo
se acendeu no meu furor, e arderá até ao mais profundo
do inferno, consumirá a terra e as suas messes, e abrasará os
fundamentos dos montes." Temos que comparar isso
também com Malaquias 4.1: "Pois eis que vem o dia, e arde como
fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem
perversidade, serão como o restolho; o dia que vem os
abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes
deixará nem raiz nem ramo."

Deveria-se esperar agora, que muitas pessoas que experimentam


essas coisas terríveis, reconhecessem suas faltas e que um grande
clamor de arrependimento subisse ao céu. Mas, como já dissemos,
o versículo 9 mostra o oposto trágico: "Com efeito, os homens se
queimaram com o Intenso calor, e blasfemaram o

nome de Deus que tem a autoridade sobre estes flagelos, e nem


se arrependeram para lhe darem glória.'' Que profundo contraste:
no céu, no alto, ouve-se o louvor dos anjos: "Tu és justo...
o Santo" (w. 5- 7), enquanto na terra, em baixo, se escuta vozes
de blasfêmias. Que eles blasfemam contra Deus, prova que
pertencem à besta. Pols a besta tem nomes de blasfêmia e fala
palavras de arrogância e blasfêmia; seus adeptos estão por
isso contaminados intelectual e espiritualmente (comp. cap. 17.4
e cap. 13.1 -5). Imaginemos o que significa isso, quando a
humanidade não crê mais em Deus! Já atualmente teólogos
modernos, ateus em camuflagem cristã, afirmam que Deus está
morto. Mas então esse será o "credo" mundial. A voz dos
pregadores estará então calada, pois a Igreja de Jesus já terá sido
arrebatada e a fé em Deus acabou. Mas os ateus fornecem a
melhor prova da existência de Deus, pois alguém que não existe
também não precisa ser negado. É esclarecedor que então, apesar
de não crerem mais em Deus, repentinamente blasfemam o
seu nome. Conseqüentemente, também eles sabem que Deus
vive, mas não lhe dão glória. Quando forem derramadas as sete
taças da cólera, acabou definitivamente o tempo da graça, ou seja:
mesmo pelo arrependimento, os juízos não podem mais
ser impedidos. Isso nos é mostrado insistentemente no
capítulo 15.8b: "... ninguém podia penetrar no santuário,
enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos."
Apesar de já termos citado isso no último capitulo, deve-se lembrar
ainda que isso significa também que então ninguém mais poderá
interceder por esse mundo anticristão. Eu também já experimentei
isso muitas vezes pessoalmente, que de repente o céu estava
fechado, de maneira que eu não conseguia mais orar. Certa vez
um homem veio para a "assistência espiritual'1 e pediu que eu
orasse com ele. Mas eu não podia orar, minha boca estava como
que amarrada. Mais tarde constatou-se que o homem continuava
vivendo conscientemente em adultério. Lembro-me também como
há muitos anos realizei uma evangelizaçâo em um
pequeno povoado, onde se praticava multa feitiçaria. Foi uma
semana terrível. No segundo dia um jovem, que antes ainda estivera
entre os ouvintes, suicidou-se Fui para o bosque, para orar e
implorar a Deus que houvesse um despertamento. De repente
ouvi bem claramente em meu Intimo:'' Não ora por esse povo; eu
não te ouvirei.” Todos que se converteram nessa semana,
moravam fora do povoado. O povoado encontrava-se sob o juízo de
Deus.

Assim será também por ocasião do derramamento das sete taças


da cólera. Por isso praticamente também não há mais pausas entre
os diversos juízos Certamente por isso os sete anjos não recebem a
ordem individualmente, mas em conjunto. Nem bem uma taça da
cólera foi derramada, e já vem a próxima. A expressão "derramar"
significa que o juízo não vem aos poucos, em doses. Deve-se
prestar atenção nas curtas palavras que são utilizadas com relação
às taças da cólera. Elas mostram que os juízos são abrangentes e
rápidos.

A quinta taça da cólera

"Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se


tornou em trevas, e os homens remordiam as línguas por causa da
dor que sentiam, e blasfemaram o Deus do céu por causa das
angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de
suas obras" (Ap 16.10-11).

As sete taças da cólera são um encadeamento de juízos.


Claramente essa quinta taça da cólera tem relação com a primeira,
com as úlceras malignas e perniciosas, que causam muito
sofrimento. Com essa quinta taça da cólera é atingido o cerne, o
centro de poder do império romano anticristão. Ela é
literalmente derramada sobre o trono da besta. A concentração do
poder do anticristo é atingida pelo juízo, sendo que a partir dali todo
o reino da besta se transforma em trevas. Mas a própria besta
ainda não é julgada; isso acontece somente quando o Senhor
Jesus Cristo aparecer com sua Igreja em grande poder e glória. Mas
o trono do anticristo é desmascarado, pois agora procede
desse trono, espalhando-se por todo o reino, aquilo que o anticristo
é na verdade: trevas! "... cujo reino se tornou em trevas."
"Seu reino", isso significa profeticamente todo o Império Romano
então novamente restaurado. As regióes que não pertencem a
ele, não serão atingidas, como também Israel foi guardado no
Egito. Certamente então a situação da terra será a mesma como
por ocasião da nona praga egípcia, da qual está escrito em
Êxodo 10.23:' ‘não viram uns aos outros, e ninguém se levantou do
seu lugar por três dias." Isaías também profetizou a respeito das
futuras trevas: "Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a
escuridão os povos" (Is 60.2). Também Joel fala a respeito: "Osolse

converterá em trevas, e a lua em sangue... "(Jl2.31). Será. portanto,


uma escuridão literal que cobrirá o império romano anti-cristão.

Porque então toda a sociedade humana estará como que paralisada


e não encontrará meios de escapar das suas terríveis dores, os
homens remorderâo as suas línguas: "... remordiam as línguas por
causa da dor que sentiam ”(v. 10). Certamente essas dores terão
dupla causa, pois em conseqüência do quinto juízo das trombetas,
os homens sofrem de picadas de gafanhotos demoníacos (comp.
cap. 9.3-6). Mas ainda mais terríveis são os tormentos da primeira
taça da cólera (cap. 16.2). Mas eles preferem remorder suas
línguas, a clamar: "Pecamos! Ó Deus, perdoa-nos!" Que
endurecimento! Os homens encontram-se então fora do campo de
ação do Espírito Santo, que convence de pecado, justiça e juizo.
Mas já não sentimos hoje como aumenta o endurecimento diante do
falar de Deus? Lemos então pela última vez o inacreditável: "e
blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras
que sofriam; e nâo se arrependeram de suas obras" (v. 11). Aqui fica
claro de maneira assustadora, para nós. que vivemos antes do
arrebatamento, que o crer em Deus em si não torna o coração do
homem disposto a arrepender-se. Pois essas pessoas crêem em
Deus, pois de outro modo não o blasfemariam. Se, portanto, dizes:
"Eu creio em Deus", deves saber que essa fé nâo te salva. Tiago
2.19 diz: "Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os
demônios crêem, e tremem. "Mas aqui, durante a quinta taça da
cólera, os homens excedem até ao seu mestre, o diabo: eles não
tremem mais, mas remordem as suas línguas!

Atualmente há tão pouco verdadeiro temor do Senhor çòbre a terra!


Oh, que fosses acometido do saudável tremor diante da santa
Majestade de Deus! Pois todos estão nesse perigo, também os
crentes, de não tremerem mais diante do Deus santo. Mas ainda
vivemos no tempo da graça e ainda temos a possibilidade de nos
arrependermos. Para quem deixa passar essa oportunidade de
arrependimento, existe o grande perigo de repentinamente não
poder mais fazê-lo. Que Isaias 33.14 se torne uma realidade na vida
de todos os leitores deste livro: "Os pecadores em Siâo se
assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam:
Quem dentre nós habitará com o fogo devora-

dor? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?" Esse é o


começo de um despertamento, quando um homem não mais
vê seus pecados no sentido de dizer: "Bem, somos todos
pecadores”, mas que os vê como Deus os vê! Se vi res teus
pecados como Deus os vê, então tremerás como nunca antes e
lamentarás: “Ai de mim, desfaleço; vou para a perdição eterna, pois
pensei, falei e agi irrefletidamente; fui impuro, fui avarento, fui..., fui.
" Se confessares hoje essa tua culpa, humilhando-te sincera-mente
por causa dela, poderás experimentar que Jesus Cristo tira tua
carga de pecados. Pois ele tremeu como teu substituto em
Getsêmani. E na cruz de Gólgota ele foi julgado por tua causa, para
que tu possas escapar do terrível juízo vindouro. Por isso: apressa-
te, salva tua alma! Busca a Jesus e à sua luz, todo o resto não te
adianta!

1
Segundo dados do serviço de saúde dos EUA. aumenta contmuamente o nú mero de
interrupções da gravidez legais nos Estados Unidos Desse modo. no anode 1979 foram
realizados mais de 1,2 milhões (')de abortos Isso significa, que para cada três crianças que
nascem, uma é morta Uma firma de ' containers' da California encontrou em um dos seus
"containers''. que lhe foi devolvido por uma clinica. 530 corpos de bebês abortados Os
corpos, que pesavam em média 1,5 quilos, tinham sido conservados em lormaldeído Junto
aos fetos encontravam-se os documenios de internação com os nomes das mâes e
outros dados médicos A policia de Los Angeles iniciou investigações."
A sexta taça da cólera

Armagedom - a última guerra mundial

"Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas


águas secaram para que se preparasse o caminho dos reis que vêm
do lado do nascimento do sol. Então vi sair da boca do dragão, da
boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos
semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios,
operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o
fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-
poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado
aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não
se veja a sua vergonha.) Então os ajuntaram no lugar que em
hebraico se chama Armagedom" (Ap 16.12-16).

Poderia-se chamar esse derramamento da sexta taça da cólera de


anti-pentecoste, pois trata-se de um derramamento de espíritos de
demônios, que tem por conseqüência um gigantesco ajuntamento
de todos os reis do mundo inteiro contra Jerusalém. Isso acontece
após o arrebatamento da Igreja, depois da abertura dos sete selos,
após os sete juízos das trombetas e depois do derramamento das
primeiras cinco taças da cólera. Apesar de atualmente a Igreja ainda
não ter sido arrebatada, já observamos como espíritos demoníacos
saem e começam a realizar sua obra com as naçóes. Por terem
resistido à obra do Espi-

rito Santo e lhe terem resistido e amargurado, as nações ficam


receptivas ao espirito enganador de Satanás.

"Então vi sair da boca do dragão (esse 6 Satanás, o anti-pai), da


boca da besta (esse é o anticristo, o anti-filho) e da boca do
falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque
eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se
dirigem aos reis do mundo inteiro (portanto, aos chefes de Estado)
com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-
po-deroso"(vv. 13-14). Esse ajuntamento está começando em
nossos dias. É o que prova a crescente tendência de formação
de blocos. Por que será que atualmente os homens são tão
abertos para a mentira? O Senhor mesmo respondeu a essa
pergunta através de Paulo em 2 Tessalonicenses 2.10b-11: "...
porque não acolheram o amor da verdade... é por este motivo, pois,
que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à
mentira." O homem natural, que não quer aceitar a verdade,
está aberto para tudo que é mentira. Torna-se realidade um
colossal engano mundial do ponto de vista político, militar e
econômico. Pois já atualmente experimentamos o que diz 1 Timóteo
4.1-2: "Ora, o Espirito afirma expressamente que, nos últimos
tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos
enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que
falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência."

Inicialmente o derramamento da sexta taça da cólera tem uma


profunda conseqüência geopolítica e profética, pois lemos
no versículo 12: "Derramou o sexto a sua taça sobre o grande
rio Eufrates, cujas águas secaram para que se preparasse o
caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol." Esse
grande rio, a fronteira norte de Israel segundo a Bíblia, portanto,
secará literalmente. Já várias vezes acentuamos e frisamos sempre
novamente: o que no Apocalipse não ê descrito, ou seja,
caracterizado como símbolo, deve ser entendido
literalmente. Quando o Senhor, o Deus de Israel, preparou em
tempos antigos um caminho para o povo da sua aliança através do
Mar Vermelho, isso também não foi algo simbólico, mas uma
interferência literal de Deus. Se o povo de Israel não tivesse
literalmente passado "em seco" pelo Mar Vermelho (Êx 14.22), hoje
não existiria Israel. E quando Israel passou pelo Jordão
quarenta anos mais tarde, as águas retrocederam. Também isso foi
uma
experiência real e nada de simbólico. Assim durante a Grande
Tribulação — quem sabe quão breve! — também o Euf rates secará.
E será exatamente como em tempos antigos, quando o Mar
Vermelho e o Jordão secaram. Isso teve naquela época um duplo
significado, ou seja, efeito: para Israel foi graça e libertação da
escravidão: para o Egito foi juízo e destruição. Quando Israel
passou depois "a pé enxuto" pelo Jordão (Js 3.17), isso também
significou novamente duas coisas: após quarenta anos
de peregrinação no deserto, Israel pôde finalmente tomar a terra —
uma terra que manava leite e mel. Mas para os povos que moravam
nela, isso significava juízo e destruição Exatamente assim será
quando em breve secar o Eufrates. Pois esse grande rio é algo
especial como fronteira. O Eufrates é o maior e mais importante rio
da Asia ocidental. Ele nasce nas montanhas da Armênia e
desemboca no Golfo Pérsico. O Eufrates tem um comprimento total
aproximado de 2.760 quilômetros Ele forma a fronteira natural e
protetora entre Israel e os povos a leste. O Eufrates ou “Phrat",
como também é chamado (antigamente também "Rio" ou o' 'grande
rio"), já ocupou lugar importante no início da Sagrada Escritura.
Conforme Gênesis 2.14 ele era um dos rios limítrofes do Paraíso.
Além disso — e isso è política e profeticamente muito atual — o
Eufrates foi citado para Abraão como fronteira da sua futura
herança. Pois Gênesis 15.18 de modo nenhum é oportuno
politicamente, mas está escrito na Bíblia! “Naquele mesmo dia fez o
Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta
terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates." Ou pensemos
em Deuteronômio 1.7: "Voltai-vos e parti; ide à região montanhosa
dos amorreus, e a todos os seus vizinhos, no Arabá, e à região
montanhosa, e à baixada, e ao Neguebe, e à costa marítima, terra
dos cananeus, e ao Líbano, até ao grande rio Eufrates." Para
entender os acontecimentos politicos no Oriente Médio, deve-se ler
a Bíblia e não os comentários políticos, pois esses estão sempre
capengando atrás! Durante os séculos, rios foram fronteiras entre
povos e orientações espirituais, e o são ainda hoje. Pensemos,
por exemplo, no Reno que divide, entre outros, a Suiça e a
Alemanha, que têm duas diferentes orientações espirituais. O
significado do Eufrates como fronteira natural e espiritual
desaparecerá, portanto, em breve, quando a sexta taça da cólera
de Deus for derramada sobre o mundo. Com isso desaparece
a barreira contra os povos do lado do nascimento do sol, e então

Israel está no maior perigo. Chama a atenção que os quatro anjos


da guerra, dos quais se fala em Apocalipse 9, estão atados junto ao
Eulrates e têm que ser soltos ali:' 'Solta os quatro anjos que se
encontram atados junto ao grande rio Eulrates. Foram, então,
soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora,
o dia. o mês e o ano, para que matassem a terça parte
dos homens” (Ap 9.14-15). Por ocasião da explicação da
segunda parte do nono capítulo (Volume II, pág. 87ss), vimos que a
conseqüência imediata dessa soltura é uma catástrofe nuclear,
enquanto que aqui. por ocasião do derramamento da sexta taça
da cólera, vemos uma primeira conseqüência geopolítica e profética:
agora os reis que vêm do lado do nascimento do sol são atraídos
com poder irresistível para Israel, para Armagedom.

Quem são os reis que vêm do lado do nascimento do sol? Para


reconhecer isso, precisamos estudar o mapa-múndi e estudar um
pouco de História Mundial. Trata-se das gigantescas potências
asiáticas como o Japão (que tem um sol nascente em
sua bandeira), a China (a velha China tem como símbolo um
dragão) e a índia. Assim como o Espírito Santo atrai pessoas de
todas as nações a Jesus Cristo, esses espíritos demoníacos em
Apocalipse 16 atraem os chefes das nações, e com isso os povos
inteiros, para Israel Não somente os reis que vêm do lado do
nascimento do sol, mas todos os reis da terra serão ajuntados
contra Israel (v. 14).
Poisqualéoobjetivodofuturoataque.cujapreparaçãojá notamos? Na
minha opinião, o versículo 14 dá uma resposta. Lá é descrito o que
fazem os espíritos imundos, que saem da boca do dragão, da besta
e do falso profeta: "... são espíritos de demônios, operadores de
sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o lim de
ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso”
(v. 14). Essa é a última guerra, que de acordo com o versículo 16
acontecerá em Armagedom. O objetivo desse ajuntamento é,
portanto, a grande peleja na qual, conforme Zacarias 14 2, todas as
nações da terra estarão reunidas contra Jerusalém. Essa é a última
guerra mundial antes da vinda do Senhor

Não é horrível que o dragão (= Satanás) com a primeira besta, o


anticristo (= anti-filho) e a segunda besta (= falso profeta) formam
uma trindade? Está escrito aqui que três espíritos imundos, saem
das bocas do dragão, da besta e do falso profeta: "Então

vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso


profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs" (v. 13).
Que poderes espirituais destruidores e enganadores procedem
desses três, se lemos: "... eles são espíritos de demônios,
operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o
fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-
poderoso" (v. 14). E então vem a estranha afirmação no versículo
16: “Então os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama
Armage-dom.”

Deus está no controle; ele mantém tudo em suas mãos! Todos os


povos da terra são ajuntados em Armagedom por forças satânicas
com um único objetivo: rebeldia contra Deus. Mas que eles vão para
Armagedom, é de Deus. Lemos em Apocalipse 19 19: “E vi a besta
e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para
pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo, e contra o
seu exército." Esse é Jesus Cristo com os seus. Os reis da terra
enganados tém “...um só pensamento, e oferecem à besta o poder e
a autoridade que possuem. Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o
Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;
vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com
ele” (Ap 17.13-14). Os "chamados, eleitos e fiéis” representam a
Igreja glorificada dentre judeus e gentios.
A guerra em Armagedom não será, portanto, uma guerra comercial,
nem uma guerra por herança: também não se tratará de uma guerra
ideológica nem de uma guerra por fronteiras. A batalha de
Armagedom distingue-se de todas as guerras anteriores, pois trata-
se de uma luta declarada contra Deus e o Cordeiro, e essa luta será
decidida pelo aparecimento pessoal do Senhor Jesus Cristo com
todas as suas milícias celestiais Então seus pés estarão sobre o
Monte das Oliveiras, como diz o profeta Zacarias no capítulo 14.4.

Já no Salmo 2 vemos que os poderes da terra se ajuntam contra o


Senhor e seu Ungido. "Por que se enfurecem os gentios e os povos
imaginam cousas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes
conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo:
Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas"
(SI 2.1-3). O diabo conhece seu tempo e sabe que lhe

resta somente um prazo muito curto, porque o reino de Jesus Cristo


está próximo. Pois a restauração de Israel è o sinal mais marcante
disso. Israel encontra-se em dores de parto para a revelação do
reino de Cristo na terra. Pois Israel será uma teocracia, e Jerusalém
será a capital. Por isso Satanás ajuntará os povos, para impedir pelo
mais longo tempo possivel o estabelecimento desse reino. Essa é a
razão porque já atualmente existe esse ódio ideológico mundial
contra tudo que é de Israel e se refere a Israel. O que Satanás faz
na última fase dos tempos finais, é um ato de loucura. Ele poderia
saber que será vencido, mas mesmo assim ele o ousa, porque trata-
se da sua penúltima oportunidade. Por isso ele joga seus maiores
trunfos e concentra todas as forças disponíveis contra o Senhor e
seu Ungido, concedendo-lhes poder

Os espíritos enganadores são "semelhantes a rãs" (v. 13). Rãs são


estranhos seres anfíbios. Elas vivem tanto nas escuras e
enlameadas profundezas, como em solo firme sob o sol. Elas
podem ocupar a fantasia dos homens. Elas têm membros
semelhantes a eles. O que chama a atenção são os olhos
extremamente grandes e o volume de voz desproporcional. Muitas
vezes elas surgem repentinamente das profundezas. Uma rã tem
algo de misterioso e sinistro Por que esses espíritos imundos
são comparados com rãs? Certamente porque a rã vive tanto na
terra como na água Esses espíritos enganadores, que saem da
boca do dragão, da besta e do falso profeta, andarão tanto
pelas ilhas — penso, por exemplo, na Grã-Bretanha, no Japão, na
Austrália, na Indonésia — como também pelos continentes,
para instigar os homens Eles promoverão uma verdadeira
campanha anti-semita, para que todos os povos marchem para
Arma-gedom. Já atualmente constatamos como o anti-
semitismo espalha-se mais e mais, surgindo aqui e ali. Mas como já
dissemos. no fundo trata-se de uma rebelião declarada contra
Deus e seu Ungido e dessa maneira contra o culto, e
conseqüentemente contra seu povo Israel Todo o mundo, que então
marchará junto — a Europa unificada, os Estados Unidos, o
Canadá, etc. — será unido sob um líder e formará um reino Todos
terão uma opinião e darão à besta, ao anticristo, o seu poder, isto é,
sua independência nacional (cap 17.13). Todos os povos
marcham em direção de Jerusalém, pois Armagedom inclui
Jerusalém As duas letras iniciais de Armagedom significam "monte",
"colina”.

e Armagedom significa "colina de Megido" A raiz da palavra


"Megido" significa "derrubar", "cortar", "malar" A palavra Armagedom
faz supor que nào se trata somente de um lugar, mas que também
se indica o que ali aconteceu tantas vezes e também acontecerá
novamente — mas então em proporções muito mais gigantescas:
um cortar, um matar, um derrubar desde o alto Uma outra
interpretação da palavra Armagedom é: "abater o alto’' Esse duplo
significado corresponde exatamente ao caráter dos acontecimentos,
pois o alto não somente é abatido, não, tal coisa acontece desde o
alto Existe ainda outra interpretação para Armagedom. que é muito
esclarecedora: "matança". Em todos os casos, o nome indica
acontecimentos que se darão por ocasião da luta final dos povos.
Assim como na Antigüidade a planície de Megido foi o campo de
batalha dos povos, como ensina a História, ela será pela última vez
o ponto de concentração dos exércitos terrenos, que Deus mesmo
destruirá desde o alto O Dr. Clarke, um historiador, escreve: "Desde
Na-bucodonosor até ao avanço de Napoleão até a Síria, essa
planície foi sempre escolhida como acampamento dos exércitos.
Judeus, gentios, sarracenos, cruzados, egípcios, persas,
drusos, turcos e outros povos armaram ali suas tendas de
campanha e deixaram molhar suas bandeiras pelo orvalho do Tabor
e do pequeno Hermom."

Deve-se observar que segundo o versículo 16 esse campo de


batalha não deve ser chamado Megido, mas Armagedom,
em hebraico (isso é dito expressamente no Novo Testamento grego)
Isso dirige nossa atenção em primeiro lugar para o fato de que
dessa forma está sendo dito profeticamente que então se falará
novamente hebraico em Israel, que, portanto, depois de muitos
séculos essa língua novamente se tornará viva — e desde 1948 o
hebraico é novamente a língua oficial de Israel. Além disso, diz-se
dessa maneira que não é a planície de Megido. e sim as colinas de
Megido que formarão o campo de batalha. Portanto, o "ar" ("monte",
"colina") refere-se tanto à colina estrategicamente importante na
planície de Jezreel como também ao caráter da luta final, que ali
será realizada. Quando se desce do Carmelo, está-se
imediatamente na planície de Megido — a luta será desde o alto Por
isso. Megido. pelo duplo significado da palavra. se tornará
"Armagedom" Pode-se entender bem isso, quando se lembra que
até ao dia de hoje Megido é um cruzamen-

to das grandes estradas estratégicas norte-sul e leste-oeste.


formando um ponto de grande importância estratégica, que dá ao
seu possuidor a chave para a parte central e norte de
Israel. Também nos antigos anais egipcios, Megido é descrita
como uma cidade de grande significado estratégico, cuja
conquista significava o mesmo que a de mil outras cidades. De
modo que, também é esclarecedor que, por exemplo, o rei Salomão
mandou fortificar Megido de maneira especial (1 Rs 9.15). Mas
ainda mais do que do ponto de vista estratégico, Megido assume
um lugar especial na Escritura, porque foi e será um lugar de juízo
de Deus: “Então os ajuntaram no lugar que em hebraico se
chama Armagedom" (v. 16). Essa planície começa ao sopé do
Carmelo Ali será o ponto de encontro dos reis do norte, sul, leste e
oeste e o local de aglomeração dos seus exércitos, mas a grande
planície de Megido. ou Jezreel, como também é chamada, não
será suficiente para receber todos os inumeráveis exércitos: e
como antigamente o nome da fortaleza de Megido foi transferido
para toda a planície de Jezreel, também o Armagedom do futuro
se estenderá pelos montes adjacentes em Israel. O profeta Joel
diz: "Multidões, multidões no vale da decisão. “(JI3.14). O ribeiro
de Ouisom corre pela planície de Megido, onde Elias matou
certa vez os quatrocentos sacerdotes de Baal. Agora ainda toda a
planície está em calma e paz Se bem que as forças armadas
israelenses têm ali pistas para sua força aérea, mas nada indica
para essa terrível batalha final dos povos, que ali será realizada.
Mas quem têm olhos e ouvidos abertos, vê como as nações sào
mais e mais atacadas pelo bacilo anti-semita Se bem que hoje em
dia utiliza-se uma palavra moderna, ou seja, “anti-sionismo".
Politicamente o ajuntamento contra Jerusalém já é um fato, p>ois já
no dia 11 de novembro de 1975 uma resolução da Assembléia Geral
da ONU condenou o sionismo como' ‘uma forma de racismo e
discriminação racial" A resolução foi aprovada com grande maioria
(70 contra 29 votos). Com isso negou-se no fundo o direito de
existência de Israel. Pois a palavra sionismo significa: movimento
para fundação e garantia de um Estado nacional
judaico. CTsiomsmo é, portanto, o anseio dos judeus de retornarem
à sua pátria — Siào. Politicamente, portanto, o mundo já se
colocou claramente contra Jerusalém O general prussiano
Clausewitz. que viveu no século passado, disse acertadamente: "A
guerra é a continuação da política com outros meios." Portanto,
piolitica-mente a marcha contra Jerusalém já começou, e em breve

acontecerá também o avanço militar. Os exércitos de milhões que


entào se ajuntarào. vào espalhar-se por quilômetros, de modo que
essa última e decisiva batalha de Armagedom chegará até
Jerusalém. Disso fala o profeta Zacarias no capítulo 12.9:

' 'Naquele dia procurarei destruir todas as nações que vierem contra
Jerusalém." E em Zacarias 14 2 lemos: "Porque eu ajun-tarei todas
as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada,
e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; metade da
cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será
expulso da cidade. "No capítulo 3 12, Joel diz que ‘ 'os povos se
levantarão e seguirão para o vale de Josafá'' Também essa
designação do vale é tanto local como típica: pois' 'Josafá" significa
"O Senhor julga” O vale de Josafá é idêntico a Armagedom, trata-se
do vale onde o Senhor julgará. Em Joel 3.14 lemos a respeito do'
‘vale da decisão'' (outras traduções dizem "vale do juízo''). Existem
ainda outras expressões A Sagrada Escritura é sempre muito exata
na utilização de nomes Os mesmos não significam nem demais nem
de menos. Por isso os nomes bíblicos são um grande auxílio para a
explicação de passagens bíblicas onde aparecem. No estudo da luta
do rei Josafá contra os filhos de Moabe e Amom e os do monte Seir,
quando Josafá recebeu a notícia de que grande multidão vinha
contra Jerusalém (2 Cr 20), vemos, por exemplo, que essa luta em
suas características bem especiais, assemelha-se totalmente à
de Armagedom. Pois também em 2 Crônicas 20 falhou toda a
capacidade guerreira humana. Mas Josafá começou a buscar o
Senhor e apregoou um jejum. O Senhor lhe deu ouvidos e
animou Josafá através do profeta. "... Não temais, nem vos
assusteis por causa desta grande multidão... Neste encontro não
tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados, e vede o salvamento
que o Senhor vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais nem vos
assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor é con-
vosco. Então Josafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá
e os moradores de Jerusalém também se prostraram perante o
Senhor, e o adoraram"(2 Cr 20.15b, 17-18). O que aconteceu? ‘
‘Pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao
saírem eles, pôs-se Josafá em pé. e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós,
moradores de Jerusalém! Crede no Senhor vosso Deus, e estareis
seguros; crede nos seus profetas, e prospera-reis. Aconselhou-se
com o povo, e ordenou cantores para o Senhor, que, vestidos de
ornamentos sagrados, e marchando à

frente do exército, louvassem a Deus. .. Tendo eles começado a


cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscadas contra os filhos
de Amom e de Moabe, e os do monte Seir que vieram contra Judá,
e foram desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se
levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e
exterminar; e. tendo eles dado cabo dos moradores de Seir,
ajudaram uns aos outros a destruir-se” (vv. 20-21 a, 2223).
Certamente por isso Armagedom é freqüentemente chamada "vale
de Josafá", porque essa luta é tão semelhante à luta final dos povos
em Armagedom.

Se como crentes da Nova Aliança temos que enfrentar em nossa


luta espiritual ao espirito de Armagedom, então devemos fazer o
que o rei Josafá fez junto com Judá! Temos que louvar e agradecer.
Então o Senhor preparará uma “emboscada" “Agradecer guarda de
cambalear e louvar leva ao alto! ” Louvar e agradecer diante da face
do inimigo excessivamente forte é a maior expressão da fé. Na luta
final dos povos em Armagedom, Israel será inundado de exércitos
estranhos, de modo que o “Tzahal", o exército israelense, ficará
impotente.1 Então acontecerá o extraordinário, havendo a
intervenção do alto, para destruir o alto: Jesus Cristo virá1

Quando falamos da batalha de Armagedom, devemos lembrar que


no fundo o foco da luta será mesmo Jerusalém. Direta ou
indiretamente, de alguma maneira tudo sempre gira em torno
de Jerusalém. Pensemos, por exemplo, no Irã e no Iraque, os
inimigos de Israel que lutam entre si Esse é um alívio para Israel,
pois dessa maneira são destruídas as armas que esses dois
países poderiam utilizar contra Israel. Ou pensemos nas tensões
entre a Jordânia e a Síria, que possivelmente um dia também
acabarão em um conflito militar De qualquer modo. a fraternidade
entre os árabes tem pernas bambas Acontecerá o que o Senhor diz
em Isaías 19 2: ' Porque farei com que os egípcios se levan-

tem contra os egípcios, e cada um pelejará contra o seu irmão, e


cada um contra o seu próximo; cidade contra cidade, reino contra
reino." Esse será um alivio para Israel Mas a verdadeira libertação
de Israel na luta de Armagedom será o aparecimento do Messias,
quando ele voltar em grande poder e glória com seus escolhidos e
fiéis!

É esclarecedor que o nome Armagedom não é desconhecido em


nossa época moderna. Já em 1914-18 talava-se a respeito, como
também depois da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma
palavra que descreve um conflito mundial generalizado. Mas no
sentido absoluto, literal, Armagedom é incomparável: "Então os
ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom. ” Nem
precisamos procurar nos anais da História Mundial por um
acontecimento que pudesse eqüivaler ao cumprimento dessa
passagem das Escrituras, pois Armagedom é único. Esse
acontecimento tem seu lugar especial, seu tempo especial e seu
caráter especial. Pois em todos os tempos Israel foi o centro de três
continentes e o palco dos atos especiais de Deus. Ali Deus revelou-
se a Abraão e a seus descendentes. Lá também foi alcançada a
maravilhosa vitória do Gólgota através de Jesus Cristo, e ali Deus
fará o acerto de contas com os povos eos exércitos demoníacos. Lá
será, finalmente, também restabelecido o trono de Davi.
Armagedom é único, apesar do fato de que, conforme Ezequiel 38 e
39, um dia a União Soviética vai invadir Israel. Pois a URSS será
obrigada a' volver" e levada a Israel com seus satélites Por mais
terrível que essa guerra seja — a tradução inglesa King James diz
que 87% dos exércitos comunistas serão aniquilados sobre os
montes e campos de Israel —, essa batalha não será comparável à
de Armagedom Pois na batalha de Armagedom não se trata do
domínio de um ou de outro povo sobre a terra ou o mar. também
não da expansão de um país ou de objetivos econômicos. Não,
Armagedom decidirá a quem vai pertencer o domínio total sobre
esta terra. A besta, o anticristo, se oporá publicamente como o rei
dos reis ungido por Satanás contra o Rei dos reis ungido por Deus.
Deus mesmo diz: "Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu
santo monte Sião "(SI 2.6). Em Armagedom será travada a luta final
entre Cristo e o anticristo, cujo resultado já foi anunciado na sétima
trombeta em Apocalipse 11.15: "... e houve no céu grandes vozes,
dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele rei-

nará pelos séculos dos séculos.” Essa foi a proclamação, o anúncio


do reinado de Cristo sobre os reinos deste mundo. Aqui em
Apocalipse 16 acontece agora o cumprimento após a batalha de
Armagedom, sob a sexta das sete últimas pragas. É notável que no
Novo Testamento são citados somente quatro "aleluias”; três deles
são entoados nos juízos sobre Babilônia e o quarto após a batalha
de Armagedom, quando Jesus Cristo assume o reinado e por
ocasião das bodas do Cordeiro com isso relacionadas. Então está
escrito em Apocalipse 19.5-7: "Saiuuma voz do trono, exclamando:
Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis,
os pequenos e os grandes. Então ouvi uma como voz de numerosa
multidão, como de muitas águas, e como de fortes trovões, dizendo:
Aleluia! pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso.
Alegremo-nos, exultemos, e demos-lhe a glória, porque são
chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se
ataviou." O Senhor Jesus Cristo estabelecerá seu reino em Israel e
de lá exercerá seu abençoado dominio de paz sobre o mundo. O
motivo porque até ao dia de hoje Israel é incapaz de ver isso, é
somente por causa das nações, pois Romanos 11.25 diz: "... veio
endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude
dos gentios.'' A cegueira de Israel durará até ao momento em que
se alcançar a plenitude dentre os gentios, até ao momento em que o
último dentre as nações tiver os olhos abertos. Então acontecerá o
ar-rebatamento da Igreja, e em seguida começará a grande
tributação com suas ondas de juízos e a grande batalha final em
Armagedom. Então Jesus Cristo voltará, e então Israel o verá e se
converterá a ele, a quem traspassaram.
Quando a batalha de Armagedom, que é uma realização visível do
Salmo 2 1 -3, estiver sendo realizada com todo furor, acabou
o tempo do silêncio de Deus. Então realizam-se os outros três
versículos do 2° Salmo: "Ri-se aquele que habita nos céus; o
Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar, e
no seu furor os confundirá: Eu. porém constituí o meu Rei sobre
o meu santo monte Sião." Deus vê todas as nações da sua
perspectiva divina, e confronta-as com seu "porém” divino. Ele vê
o exército soviético com os exércitos dos seus satélites e
seus mísseis e tanques. Ele vê os poderosos exércitos do Império
Romano. e ri deles

Por mais terrível que seja Armagedom, citamos mais uma vez as
palavras de Deus a respeito: ' 'Eu, porém constitui o meu Rei sobre
o meu santo monte Siâo." Nas duas palavras "Eu, porém" está
contida a resposta de Deus sobre Armagedom. Lá o orgulho do
homem terá atingido seu clímax, e entào terá chegado o momento
de Deus para desmascarar a Satanás e seus espíritos da mentira.
Então será solucionada para sempre a questão do domínio mundial
e Deus será justificado aos olhos de todos os seres viventes.
Cumprir-se-á a palavra do profeta Zacarias no capítulo 14.9: “O
Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor,
e um só será o seu nome.'' Então se calará o riso do homem e
começará o tempo de Deus rir. Pois a pedra — que Deus
transformou em pedra angular, mas que foi rejeitada pelos homens,
como está escrito no Salmo 118.22 — esmiuçará entào a obstinada
imagem das nações, que já Nabucodonosor viu em seu sonho
(comp. Dn 2). Deus dá seu tempo a todos — também a ti ele dá
tempo. Aparentemente podes fazer o que queres: podes rebelar-te
contra ele; podes rejeitar seu Filho Jesus Cristo — ele te deixa, pois
deixa que tudo amadureça para juízo. Ele deixa também que
Satanás, a besta e o falso profeta ajam livremente: ele permite a
livre ação dos espíritos imundos. Dessa maneira os homens não
têm desculpa. Também Satanás não terá motivos para acusar a
Deus, de que o restringiu em seu esforço de ganhar os homens para
si. Deus deixou Satanás agir livremente para tentar a Jó. Mas
quando então todos os povos estiverem reunidos para a peleja
naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso, a paciência de Deus
terá acabado e acontecerá o último confronto entre o Cordeiro e a
serpente, entre Cristo e o anti-cristo, entre Deus e Satanás. Então a
vitória de Jesus obtida na cruz do Gólgota será exercida plenamente
contra todos os poderes das trevas Então Israel terá "Shalom”, isto
é, paz O que encontramos agora individualmente em pessoas em
poder e maldade, aparecerá aglomerado em Armagedom: todos os
poderes humanos e demoníacos estarão ali reunidos, ou seja: o
dragão, a besta, o falso profeta, os reis da terra, os espíritos
imundos. Eles marcharão para Armagedom com os mais terríveis
armamentos e os inventos mais desenvolvidos do espirito humano
— por exemplo, a bomba de nêutrons ou armas bacteriológicas e
outras armas terríveis. Lá se revelará a soma de toda a
capacidade humana. Deus permite que se chegue a esse clímax;
ele cala-se Mas então acabará definitivamente seu tempo de
silêncio. Cum-

prir-se-á então a palavra de Isaías 42.14.“Por muito tempo me calei,


estive em silêncio, e me contive; mas agora darei gritos como a que
está de parto, e a todos assolarei e juntamente devorarei" (Ed. Rev.
e Corn). Quando vemos o desenvolvimento em nossos dias. ticamos
apavorados com relação à ameaça a Israel e Jerusalém Mas a
situação vai ficar ainda muito pior. Israel será cercado de exércitos.
A princípio parecerá que a intenção das diferentes nações (de
destruir Israel em seu próprio país) terá sucesso, pois elas
conquistarão e cercarão a cidade, etc. Mas então, quando a aflição
for maior e a tributação de Israel tiver atingido seu clímax, o Senhor
sairá, como pelejou no dia da batalha. como está escrito em
Zacarias 14.3 e como está descrito em Juizes 5 e também como diz
o profeta Isaías no capítulo 9. Isso acontecerá no momento em que
os povos tomarem as casas de Jerusalém. Mas eles serão como
palha, que o vento espalha, ou como um bosque que é queimado
pelo fogo. Então terá chegado o grande momento em que Cristo
aparecerá com todos os seus santos. Dessa vinda de Cristo com
seus "valentes" fala Joel 3.11 (comp, também Is 14.4-5). Então
Zacarias 14.4 será um fato I A essa vinda de Jesus precede sua
vinda nos ares. quando a grande multidão que ressuscitará dentre
os mortos e os renascidos ainda vivos serão arrebatados ao seu
encontro. É o que está escrito em 1 Tessalonicenses 4.16:
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida
a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus. descerá dos
céus. e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro." Isso pode
acontecer a qualquer momento. Então ele aparecerá com os seus
no Monte das Oliveiras. Primeiro ele virá então em grande poder e
glória para as nações, que gritarão de espanto. Mas então ele virá
também para Israel, entretanto, como Sumo Sacerdote e Messias, e
todo o Israel se converterá e será bem-aventurado.

Em Apocalipse 16 15 ouvimos repentinamente a insistente


advertência da boca do Cristo elevado: "(Eis que venho como vem o
ladrão. Bem-a venturado aquele que vigia e guarda as suas vestes.
para não andar nu. e não se veja a sua vergonha.)" Não é por acaso
que a voz de Jesus ressoa em meio aos acontecimentos dos
tempos finais, quando os poderes do engano anti-semitas-políticos,
militares e religiosos estiverem passando pela terra e pelo mar. Pois
essa luta não é somente em torno de Jerusalém, mas também em
torno de ti, pela tua alma. O paralelo entre os

perigos crescentes e as lutas em torno de Jerusalém e em torno da


tua alma é inevitável, pois em Jerusalém Jesus morreu na cruz do
Gólgota e clamou: "Está consumado'.' Lá ele foi sepultado, lá ele
subiu ao céu — e lá ele voltará em grande poder e glória! Por isso
vigia, pois ele virá como vem o ladrão!

A sétima taça da cólera

‘ "Então derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar. e saiu grande
voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está. E
sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande
terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a
terra; tal foi o terremoto, forte e grande. E a grande cidade se dividiu
em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se
Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor
da sua ira. Toda ilha fugiu, e os montes não foram achados;
também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com
pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da
chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o
seu flagelo era sobremodo grande " (Ap 16.17-21).

A sétima taça da cólera, que é agora derramada, é um juízo tão


terrível, que nem podemos imaginá-lo. Se bem que ele nos é
descrito somente em curtas frases, a amplitude desse juízo revela
o excesso de perversão que existirá então no mundo: a humanidade
anticristã. Por ocasião do derramamento dessa última taça da
cólera, saiu uma voz do trono no céu, donde procedeu o juízo
divino: "Feito está". Isso soa como um anúncio de conclusão. Deve-
se lembrar que esse terrível juízo não precisaria ter acontecido, ou
seja, não precisaria acontecer, poisojuízo sobre todos os homens de
todos os tempos foi executado vicariamen-te sobre Jesus Cristo,
quando ele exclamou morrendo na cruz do Gólgota: "Está
consumado!" Mas já nosso mundo atual não quer saber nada do
seu sacrifício expiatório, quanto menos o mundo anticristão. Quando
a Igreja de Jesus tiver desaparecido deste mundo — e com ela o
freio contra a impiedade — então não se vai mais querer saber nada
do sacrifício expiatório e do sangue derramado de Jesus. De
maneira que à humanidade anticristã nada mais resta do que dizer
em sentido figurado aquilo que está escrito em Hebreus 10.26-27 e
29-31: "Porque, se vi-

vermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o


pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos
pecados: pelo contrário, certa expectação horrível de iuizo e fogo
vingador prestes a consumir os adversários... De quanto mais
severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou
aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual
foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos
aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra
vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível cousa é cair nas mãos
do Deus vivo." Essa é a situação por ocasião da sétima taça da
cólera, quando a vingança de Deus, a santidade e justiça de Deus,
julgam um mundo que rejeitou seu sacrifício. Então o anticristo terá
assumido o domínio no lugar de Cristo As conseqüências dessa
sétima taça da cólera com seu alastramento são explicadas
detalhadamente na segunda metade do 17° capítulo e no capítulo
18. Essas destrui-ções são sem precedentes, sem igual, na história
da humanidade

"E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões''(v. 18a). Poderia-se


chamar a isso de prelúdio nos ares. pois o sétimo anjo derrama sua
taça da cólera pelo ar. O juizo começa, portanto, nos ares e é então
lançado sobre a terra. Ele é iniciado com trovões, vozes e
relâmpagos. Então as condições geográficas até ali existentes na
terra serão lotalmente desfeitas. Os trovões, relâmpagos e vozes
são, portanto, de certo modo convulsões nos ares, que virão a
explodir na terra. Conforme resultados de pesquisas geralmente
aceitos, supõe-se que antes do dilúvio, ou seja, antes do primeiro
juízo mundial, a terra tinha aparência completamente diferente do
que depois, do que atualmente. David Watston diz em seu livro
"Weltschõpfung und Urgeschichte aus wissenschaftlicher
Sicht'("Criação do Mundo e História Primitiva do Ponto de Vista
Científico'') muitas coisas esclarecedoras sobre a situação e as
condições climáticas anteriores ao dilúvio. Eleé de opinião que as
montanhas mais altas que atualmente conhecemos, nem existiam
antes do dilúvio Provavelmente elas teriam sido elevadas somente
após o dilúvio, através do que surgiram as grandes depressões
oceânicas, para receber as enormes quantidades excedentes de
água do dilúvio. Essa afirmação pode ser fundamentada
biblicamente, pois no Salmo 104.6-8 está esc r ito : ‘ ‘ Tomaste o
abismo por vestuário e a cobriste; as águas

ficaram acima das montanhas; à tua repreensão fugiram, á voz do


teu trovão bateram em retirada. Elevaram-se os montes, desceram
os vales, até ao lugar que lhes haviaspreparado. "Ojuízo único
através das massas de água transformou o mundo ante-di-luviano.
Para entendermos melhor os juizos da sétima taça da cólera,
devemos fazer esse retrospecto De modo que, antes do dilúvio a
terra também era redonda, mas mais plana do que atualmente, e os
mares não eram tão profundos. No terceiro dia da criação, está dito
que Deus aiuntou as águas num só lugar, e não em lugares
diferentes, e que a parte seca e o mar foram separados. Isso parece
indicar que antes do dilúvio não havia mares interiores como, por
exemplo, o Mar de Arai, localizado 50 metros acima do nível do mar,
ou o Mar Morto, que se encontra 400 metros abaixo do nível do mar,
mas mares que tinham o mesmo nível e formavam uma única
grande superfície de água. Muitos cientistas têm dificuldades de
acreditar que os continentes foram elevados em um só dia das
profundezas dos mares. Ninguém sabe como isso aconteceu, mas o
poder criador de Deus é imensuravelmente grande! Quando falamos
dos continentes ante-diluvianos, não nos referimos a continentes no
sentido atual, mas a toda a superfície terrestre Cremos que
havia um só grande continente.

Os trovões, relâmpagos e vozes da sétima taça da cólera


acontecem no final da Grande Tribulação, sendo que então
certamente acontecerá o que o Senhor diz em Hebreus 12 25-26:
"Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam
aqueles que recusaram ouvir quem divinamente os advertia sobre a
terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos
céus nos adverte, aquele, cuia voz abalou, então, a terra: agora,
porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar
não só a terra, mas também o céu." E então continuamos lendo em
Hebreus 12.27-29: "Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas,
significa a remoção dessas cousas abaladas. como tinham sido
feitas, para que as cousas que não são abaladas permaneçam. Por
isso, recebendo nós um reino inabalável. retenhamos a graça, pela
qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo
temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor. "Assim será
quando for derramada a sétima taça da cólera! Toda a atmosfera
estará repleta de trovóes, relâmpagos e vozes, enquanto o mundo
será abalado por um vio-

lento terremoto: "... grande terremoto, como nunca houve igual


desde que hâ gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande"
(v. 18). Já o profeta Isaias viu e descreveu esse terremoto nunca
visto: "A terra está de todo quebrantada, ela totalmente se rompe, a
terra violentamente se move. A terra cambaleia como um bêbado, e
balanceia como rede de dormir; a sua transgressão pesa sobre ela,
ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia o Senhor castigará, no
céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra. Serão ajuntados
como presos em masmorra, e encerrados num cárcere, e serão
castigados depois de muitos dias. A lua se envergonhará, e o sol se
confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião em
Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória" (Is 24.19-23).
Esse terremoto sem igual é anunciado em nossos dias nâo somente
pelo aumento estatisticamente comprovado do número de
terremotos, mas também pelo cambalear da terra, do qual Isaias
fala. Já no dia 2 de setembro de 1976 a revista alemã “Quick”
publicou um artigo cientifico sobre esse cambalear da terra. Nele se
dizia, entre outros:

" Mas o que entrementes deixou os geólogos surpresos foi


principalmente que as catástrofes da China e das Filipinas são
somente uma parte de toda uma série de tremores Esses
tremores '‘gaguejantes" levaram o geotísico Prot Wilhelm Hiller,
de Stuttgart/RFA, já há alguns anos ao pensamento de que a
surpreendente mudança de lugar dos centros dos tremores
entre os continentes seria causada por movimentos Irregulares
do núcleo central da terra De acordo com suposiçfies
cientificas, esse núcleo é lormado por uma massa maciça de
níquel ou terro, altamente concenlrada pela forte pressão no
interior da terra: ela poderia, uma vez em movimento, bater em
um lado da crosta terrestre e depois no outro, e cada batida
causaria então um tremor no lugar onde as camadas da crosta
terrestre já se arranham como gigantescas lâminas de tratores
A teoria fjoderia estar certa, pois após o tremor na Itália em 6
de maio de 1976, a terra tremeu alguns dias mais tarde no outro
lado — no Perú; então, no dia 17 de maio, na União Soviética e
em seguida novamente na Colômbia, Dali seguiu-se toda uma
série de tremores em direção do Extremo Oriente — China,
Filipinas, Nova Guiné Também o segredo da violenta
movimentação do núcleo da terra parece ter sido desvendado.
Pois labricantes de relógios de precisão constataram que
a terra há muito não gira mais com tanta precisão como
antigamente, mas que o planeta movimenta-se tiguradamente
em mancais gastos. A razão: os pontos lixos do eixo terrestre
— os pólos Norte e Sul — deslocam-se constantemente e desse
modo colocam o planeta em movimentos cambaleantes
Medições dos tísicos americanos Mansinha e Symilie

contirmaram. entrementes. que "dois terços dos movimentos


camba-leantes registrados entre 1957 e 1968 podem ser
considerados como causadores de terremotos" "

Em outro relato recentemente publicado na imprensa, lemos:

"A rotação da Terra em torno do seu eixo polar acelerou-se


novamenle pela primeira vez em um quarto de século Foi o que
informou recentemente o "Naval Observatory" em Washington.
Uma razão para o acele-ramento poderia ser que a massa
central da Terra, de rotação mais rápida que a crosta terrestre,
repentinamenle age como "volante" ”

Esses e outros sinais inexplicáveis indicam com clareza inequívoca


para o cumprimento das profecias bíblicas relacionadas ao caráter
passageiro da terra, como lemos em Isaías 24. Eles sào o anúncio
da sétima taça da cólera.

"£ a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades


das nações” (cap. 16.19). A "grande cidade" sem dúvida é
Jerusalém, pois é feita claramente uma distinção entre "as cidades
das nações” e essa grande cidade. Para que mesmo os tolos não
errem a identificação dessa cidade, está escrito no capítulo 11.8: "...
da grande cidade que. espintualmente, se chama Sodoma e Egito,
onde também o seu Senhor foi crucificado. ” Por ocasião do
derramamento da sétima taça da cólera, as cidades das nações
serão destruídas, mas Jerusalém se dividirá em três partes Quando
isso acontecer. Jerusalém se tornará no verdadeiro sentido da
palavra uma cidade portuária! Pois então terá chegado no terrível
juízo o momento em que o Senhor Jesus voltará em grande poder e
glória. Desse momento está escrito em Zacarias 14.4: "Naquele dia
estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte
de Jerusalém para o oriente: o Monte das Oliveiras será fendido
pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito
grande, metade do monte se apartará para o norte e a outra metade
para o sul." Além disso devemos ler também o que está escrito em
Zacarias 14.8-9: "Naquele dia (ou seja, quando a terra em
Jerusalém se dividir em três partes) também sucederá que correrão
de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental
(Mar Morto), e a outra metade até ao mar ocidental (Mar
Mediterrâneo): no verão e no inverno sucederá isto. O Senhor será
rei sobre toda a terra..." Também Ezequiel 47.1-8 descreve isso.

0 maravilhoso lado de luz da sétima taça da cólera é a volta do


Senhor com sua Igreja glorif içada! O rompimento de
Jerusalém tem, aliás, um significado de juízo muito profundo.
Pensemos nos diferentes montes de Jerusalém: o monte Moriá, no
qual estava edificado o templo, a habitação de Deus o Pai (agora
ainda se encontra ali o Domo da Rocha) O outro monte, ou seja,
colina, chama-se Gólgota. Lá Deus o Filho tirou o pecado do
mundo e venceu Satanás. O terceiro monte é o monte das Oliveiras,
sobre o qual estarão então os seus pés O monte das Oliveiras
é uma representação de Deus o Espírito Santo. Já no capítulo 11.13
vimos um grandioso terremoto, que abala Jerusalém pouco antes de
se ouvir a última trombeta A conseqüência daquele terremoto foi
que ruiu a décima parle da cidade e morreram sete mil pessoas,
enquanto as restantes deram glória ao Deus do céu Mas aqui João
vê como a cidade edifiçada sobre três elevações — a cidade alta, a
cidade baixa e o monte do templo — é dividida em três partes
através do terrível terremoto da sétima taça da cólera e que as
cidades das nações caem. É como se as três pessoas do Deus
triúno em uma pessoa — mas cada uma com sua tarefa de juízo —
estivessem agindo: Deus o Pai faz derramar sua taça da cólera.
Deus o Filho aparece em grande poder e glória; Deus o Espirito
Santo será derramado em Jerusalém como Espirito de graça sobre
os filhos de Israel (comp. Zc 12.10). Esse rompimento de Jerusalém
é também um juízo porque desprezou-se que o eterno Filho de
Deus, Jesus Cristo, que desde a Eternidade era um com o seu Pai,
foi arrancado do seu Pai em Jerusalém na cruz do Gólgota, para
que nós pudéssemos ser novamente unidos com Deus. Lá ele
gritou: "Deus meu. Deus meu, por que me desamparaste?"(Mt
27.46), para que nós possamos ter eterna comunhão com ele. Ó,
que através da visão dessas violentas mudanças de juízos na terra,
que ocorrerão depois do arrebatamento da Igreja, aconteçam ainda
agora violentas mudanças em muitos corações! O profeta Joel
exclama no capítulo 2.13: "Rasgai o vosso coração, e não as
vossas vestes."

Ao mesmo tempo em que acontece o rompimento de Jerusalém,


ocorrem gigantescas alterações continentais, pois não
somente caem todas as cidades das nações, mas: "Toda ilha fugiu,
e os montes não foram achados" (v. 20). Como já dissemos, supõe-
se frequentemente que já em tempos antigos a terra loi rompida.

e cita-se Gênesis 10.25:' A Héber nasceram dois filhos: um teve por


nome Pelegue, porquantoemseusdiasserepartiuaterra..." Pelegue
significa "repartido" Muitos pensam erradamente que isso se refere
à confusão de línguas de Gênesis 11 Mas isso não é assim, pois ali
os homens foram dispersados por toda a terra. É o que está escrito
também no texto original. Mas Gênesis 10.15 deve ser entendido
geograficamente. Se Deus, conforme Gênesis 1.10, fez uma clara
linha de separação entre a porção seca e a água no terceiro dia da
criação, no tempo de Pelegue houve claramente uma rápida
separação da terra, ou seja, um deslocamento dos continentes,
depois que já após o dilúvio devem ter acontecido enormes
mudanças geográficas, geológicas e climáticas. Esses fatos
históricos são confirmados por resultados de pesquisas recentes
Pois mesmo como leigo pode-se ver, quando se toma um globo ou
um mapa-múndi: é possível ajuntar os diversos continentes como
um quebra-cabeças: eles adaptam-se perfeitamente Devemos ver
esses bastidores, para compreender melhor o que acontece por
ocasião da sétima taça da cólera. Pois então, conforme o meu
entendimento, os diferentes continentes serão novamente
ajuntados, assim como es-tavam unidos antes de Gênesis 11. Pois
conforme o versículo 20 do nosso capítulo, por ocasião da sétima
taça da cólera desaparecerá, ou seja, se fundirão as ilhas e os
montes, do mesmo modo como depois haverá no início do Milênio
uma reunificação política mundial. Então não haverá mais bloco
oriental e bloco ocidental. Pelo contrário, toda a terra se encherá do
conhecimento do Senhor (Hc 2.14). Mas essa reunificação pacifica
dos povos, esse reino de paz, que se estenderá sobre todo o
mundo, será estabelecido somente através de Jerusalém. Primeiro
os povos precisam marchar para Jerusalém, para serem ali
julgados. Serão isso então o novo céu e a nova terra prometidos?
Não — e sim. Não, pois a terra antiga não passará por ocasião da
volta do Senhor. Sim. pois a aparência da terra será mudada
radicalmente. Não está dito quantos montes desaparecerão então
definitivamente. Se está dito que as ilhas “fugiram", isso não quer
dizer que elas deixarão de existir, mas que mudará sua localização
e sua aparência. Essas enormes modificações terão por
conseqüência também um outro clima. Depois desses terríveis
juízos, até mesmo o caráter dos homens e dos animais será
completamente diferente. A respeito lemos no profeta Isaías: "O
lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao
cabrito; o

bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um


pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas
crias juntas se deitarão, o leão comerá palha como o boi. A criança
de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá
a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em
todo o meu santo monte, porque a terra se encherá
dò conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Naquele
dia recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por
estandarte dos povos; a glória lhe será a morada" (Is 11.6-10).
A raiz de Jessé é Jesus Cristo!

Em todos esses terríveis e transformadores juízos, nos quais


repentinamente as cidades e as vilas cairão, os homens tentarão
fugir para o campo aberto. Quem presenciou alguma vez um forte
terremoto, sabe que em tal momento se tem a compulsão instintiva
de fugir para lugares abertos. Quanto mais esse será o caso quando
as ilhas fugirem e os montes desaparecerem! Mas então alcança-os
nova e terrível catástrofe: "também desabou do céu sobre os
homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um
talento" (v. 21). Imaginemos uma vez o terror dos homens, quando
repentinamente começarem a desabar pedaços de gelo em torno de
trinta quilos de peso! Mas também isso não levará a humanidade
anticristã a converter-se. pois produz um endurecimento ainda
maior: "e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens
blasfemaram de Deus, porquan-tooseu flageloera sobremodo
grande" (v. 21b). Portanto, quanto maior a praga, tanto mais
raivosas são as blasfêmias dos homens endurecidos. Que o Senhor
dê graça, para que ninguém que lê este livro tenha que
experimentar tal praga! Mas quem não participar do arrebatamento,
passará por coisas terríveis. Por isso, converte-te hoje. Também
Jeremias viu as coisas terríveis que observamos em Apocalipse 16.
Ele diz: "Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia: para os céus.
e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos
os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem
nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis
que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam
derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim
diz o Senhor: Toda a terra será assolada: porém não a consumirei
de todo" (Jr 4.23-27).
Já ouvimos duas vezes a respeito da catástrofe que atingirá a
grande Babilônia: primeiro no capítulo 14.8, onde está escrito: "Caiu,
caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do
vinho da fúria da sua prostituição. "Esse foi um anúncio antecipado
das coisas terríveis que viriam sobre Babilônia. E depois no capítulo
16.19: "E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice
do vinho do furor da sua ira. "Aqui menciona-se que Deus se
lembrou de dar a Babilônia o cálice do vinho do furor da sua ira Os
detalhes desse flagelo, como também o caráter dessa misteriosa
personalidade são descritos nos capítulos seguintes. A primeira
citação da grande Babilônia precedeu os acontecimentos. Aqui, na
execução do juízo sobre Babilônia, faz-se um breve retrospecto e
descreve-se em todos os detalhes o que antes foi resumido
sumariamente O próprio tema é um dos mais importantes do
Apocalipse e de todas as profecias de modo geral. Ele mostrou-se
tanto difícil como claro. Que, por exemplo, Roma e o sistema
romano estão incluídos na visão certamente é o caso. Mas que a
repentina queda da grande Babilônia significaria somente a queda,
ou seja, destruição da cidade de Roma, deve ser decididamente
negado. Devemos interpretar as palavras da visão de João assim
como estão escritas. Por isso, também no estudo dos próximos
capítulos, é importante nos voltarmos para o Deus vivo, pedindo-lhe
que nos abra nosso entendimento, ou seja, nosso raciocínio, para
que não erremos, mas compreendamos o que ele quer que seu
povo veja nessas visões santificadas

0 juízo sobre Babilônia


“Veio um dos sete anjos que têm as sete taças, e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se
acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis
da terra; e com o vinho de sua devassidão foi que se embebedaram
os que habitam na terra. Transportou-me o anjo, em espirito, a um
deserto, e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta
repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de
ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de
ouro transbordante de abominações e com as imundicias da sua
prostituição. Na sua fronte achava-se escrito um nome, mistério:
BABILÔNIA, A GRANDE. A MÃE DAS MERETRIZES E DAS
ABOMINAÇÕES DA TERRA. Então via mulher embriagada com o
sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e,
quando a vi, admirei-me com grande espanto" (Ap 17.1-6).

Já no capítulo 16.19b lemos a respeito de Babilônia: "E lembrou-se


Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da
sua ira.'' Propositalmente deixei de analisar esse versículo no
capítulo anterior, pois refere-se a outro tema: o juízo sobre Babilônia
Quem ou o que é Babilônia? Deve tratar-se de alguém ou de algo
muito abominável! Pois essa Babilônia é não somente objeto da ira
de Deus. mas objeto do "furor" da sua ira. Já uma vez — no capítulo
14 8 — é proclamada a queda de Babilônia por um anjo de Deus.
Aqui no capítulo 17 nos é descrito inicialmente o caráter de
Babilônia como cidade, João vê uma mulher assentada no deserto,
em meio aos terríveis juízos dos tempos finais e destruiçôes do
mundo. No versículo 1b a mulher é chamada “grande meretriz'1 e
no versículo 5, "mãe das meretrizes e das abominações da terra '' A
meretriz Babilônia é o oposto absoluto da noiva do Cordeiro então
arrebatada, a Igreja de Jesus, da qual Paulo fala como de um
mistério Também aqui fala-se duas vezes de um mistério: ‘ Na sua
fronte achava-se escrito um nome, mistério"(v. 5). "Dir-te-eio mistério
da mulher e da besta" (v. 7). Conforme o versículo 1b, a mulher está
sentada “sobre muitas águas". O versículo 15 mostra o que são
essas águas:

1 ‘As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos,

multidões, nações e linguas." Analisemos tudo uma vez na


seqüência, como a descrevi em meu livro'' Nas Sombras da Futura
Guerra Mundial": Enquanto Apocalipse 13 nos descreve o Império
Romano restaurado, encabeçado pela besta, Apocalipse 17 mostra-
nos algo novo, ou seja, que essa poderosa besta será guiada por
uma mulher. Um contraste repugnante. Pois na Escritura a mulher é
utilizada como uma figura da Igreja ou ao menos de uma corporação
espiritual. É o que vemos, por exemplo, em Apocalipse 12, onde
Israel é representado como mulher. Também a Igreja de Jesus é
representada como mulher, como a noiva do Cordeiro (Ap 21.9);
enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher
da besta. Jesus Cristo virá com os seus, mas também a besta virá
com os seus Em Apocalipse 17 vemos a mulher como a meretriz
"que se acha sentada sobre muitas águas"(v. 1). Essa mulher está
vestida de "púrpura e de escarlate, adornada de ouro, de pedras
preciosas e de pérolas" (v. 4). Ela é chamada "mãe das meretrizes"
(v. 5b). Além disso, ela está ' ‘embriagada com o sangue dos santos
e com o sangue das testemunhas de Jesus" (v. 6). Desse modo
sabemos de quem se trata.

Em princípio não podemos ver nessa mulher desviada nada além da


igreja romana, se bem que somente como que em germe. Pois
nenhum outro poder no mundo corresponde tanto a esse descrito
em Apocalipse 17. Quem conhece a História, sabe que a igreja de
Roma tem um passado gravado na História Mundial com letras de
sangue. Pensamos nos rios de sangue, que clamam ao céu, dos
inúmeros valdenses, albigenses, hugueno-tes, etc. Essa mulher
derramou o sangue dos discípulos de Jesus com tamanha
crueldade satânica,que os feitos de Nero empalidecem em
comparação com os dela. Através desse derramamento de sangue,
Satanás conseguiu parar a Reforma na Itália, França, Espanha,
Portugal, Irlanda, Áustria e outros países. Assim entendemos a
expressão do versículo 6, que a mulher está embriagada com o
sangue dos santos A igreja de Roma é a herdeira da grande
Babilônia, tanto com respeito aos mistérios pagãos, que foram
transformados em ritos cristãos, como também com respeito à
perseguição do povo de Deus. O “prostituir-se" representa a ligação
da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. Esse é o
catolicismo político. Onde existe uma igreja vestida de tanta
escarlata (v. 4) como a Católica. E onde

existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo
lhe serve de trono?' ‘A mulher que viste é a grande cidade que
domina sobre os reis da terra" (v. 18). Isso é RomaI Mas não
se deve ver somente a igreja romana! Não, pois ao mesmo
tempo vemos como a igreja protestante (ou reformada), em seus
diferentes matizes, é cada vez menos capaz de resistir ao poder
de Roma. Pelo contrário, através do Conselho Mundial de
Igrejas ela aproxima-se cada vez mais. Realmente, a igreja mundial
unida toma formas cada vez mais claras. Mas ela é a mulher,
a grande Babilônia. Tanto mais precioso é que percebe-se um des-
pertamento espiritual justamente entre as pessoas católico-ro-
manas: muitos católicos perguntam hoje pela verdade e chegam a
Jesus. Disso resulta uma terrível contradição, sendo que dentro da
Igreja Católica — cuja doutrina é mentirosa — surge um grandioso
anseio de alguns pela verdade. Enquanto isso, nas igrejas
protestantes, reunidas em seus diversos matizes no Conselho
Mundial de Igrejas, que pensam ter a verdade, verifica-se um claro
desvio, ou seja, o afastamento de membros de Jesus Cristo. De
modo que, aqueles católicos que amam seu Salvador, são nossos
irmãos e irmãs em Jesus Cristo, e estão mais próximos de nós do
que os protestantes modernos e apóstatas. O que dizemos de
Roma vale, portanto, para o sistema, para a doutrina, mas não para
as ovelhas dentro dessa igreja, que procuram a Jesus e querem
seguí-lo. A essas dizemos: "Fugi de Babilônia, para não morrerdes
em suas maldades.” Deixem-me frisar: falo do cada vez mais forte
catolicismo político e da politização do Conselho Mundial de Igrejas.
Ambas as coisas andam juntas e são um anúncio de Armagedom
Pode-se vê-lo também da seguinte maneira: Armagedom lança suas
sombras diante de si! Pois. enquanto por um lado a Igreja Católica
perde cada vez mais em substância religiosa, por outro lado ela
ganha em força política e expansão. Pois onde existe uma igreja
que tanto aproveitou e aproveita a “política oportunista", adaptando-
se a qualquer forma de governo, como ela9 Mas não somente isso
A igreja romana tirou dos crentes o cálice de agradecimento e ao
invés disso deu-lhes o cálice das abominações ela substituiu o
sacrifício de Gólgota pelo sacrifício sem sangue da hóstia na missa
Ela colocou Maria, que foi repreendida por Jesus quando quis
imiscuir-se em sua obra (Jo 2), como rainha do céu em lugar do
único Intercessor e Mediador, etc. Não nos enganemos, apesar da
igreja romana não ser ainda membro do Conselho Mun-

dial de Igrejas: apesar disso ela será cada vez mais o fator
dominante desse bloco religioso Pois conforme a palavra profética,
segundo a qual a mulher receberá enorme poder político, devemos
esperar que a igreja romana, inclusive o Conselho Mundial de
Igrejas, experimentarão grandioso progresso, Esse fato em si é
abalador Consternados, porém, ficam os crentes que são obrigados
a assistir como a maioria da Igreja de Jesus não reconhe ce esse
terrível desenvolvimento, mas já segue o caminho dí mistura —
agora em nova lorma sob o lema de unificação ‘ evangelical'’. A
mulher, a grande meretriz, é também a cidade de Babilônia: “A
mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da
terra" (v. 18). A cidade de Babilônia é citada sete vezes no
Apocalipse, ou seja, em 14.8; 17.18; duas vezes em 18.10; 18.16;
18.19 e 18.21. Babilônia, a mulher imoral, é suficientemente
caracterizada pela própria interpretação dada no Apocalipse, pois
está assentada sobre sete montes (v. 9) e está embriagada com o
sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus (v.
6). Por isso, todos os mterpretadores da Escritura, que não se
entregaram a explicações alegóricas, disseram unanimemente
desde o princípio da cristandade. através de todos os séculos e em
todas as confissões: a mulher. Babilônia, é uma figura da cidade de
Roma, e Roma é o Império Romano. Até que ponto ela se refere
exclusivamente a Roma, as opiniões divergem. Os católicos e
alguns racionalistas entendem que se trata da antiga Roma pagã. A
igreja evangélica ensina que se trata da Roma que se tornou mais
tarde cristã, ou seja, da Roma papal . As razões para a última
opinião são: 1 Não se pode tratar da antiga Roma, pois a profecia
do Apocalipse não foi cumprida nela. 2. A Roma que tornou-se mais
tarde cristã, desde o seu desvio do Evangelho (eu repito) tem todas
as características que o Apocalipse atribui a Babilônia Trata-se
ainda da antiga cidade de sete colinas que domina o mundo,
somente que agora estende seus braços mais longe que a antiga
domínadora mundial pagã. Todo o mundo, assim ensina-se em
Roma, é destinado à igreja cristã: Roma é a igreja-mãe, mestra e
regente de toda a igreja cristã. Roma exige obediência completa não
somente em assuntos espirituais, mas indiretamente também em
assuntos mundanos (Ap 17.18). Roma nunca desistiu desse objetivo
final. Nàoé por acaso que o amável papa viaja por todo o mundo. De
acordo com a palavra profética, ainda assistiremos no futuro a um
grandioso avanço de Roma. Isso acontece em conjunto com a umfi-

cação política e militar da Europa, com a restauração do Império


Romano. Roma em si é fraca — uma mulher. Mas ela será
carregada por uma potência mundial — a besta. Roma será
sustentada pelo poder anticristão, e seus nomes dominarão o
mundo. Desse modo, o poder da mulher é maior que o do maior
trono real. Isso não é conseguido pelo poder das armas, mas pelo
vinho da sua prostituição: superstição, política falsa, moral
totalmente corrupta, etc., através do que o mundo, os príncipes
deste mundo, ficam embriagados.

Quando João teve essa visão, ele foi tomado de espanto,


poderíamos dizer, comoção: "... quandoavi. admirei-me com grande
espanto" (v. 6b). Ele não consegue compreender o que viu. Por que
João ficou tão admirado, tão abalado? Porque ele, o discípulo de
Jesus, vê a mulher que era uma vez noiva! Originalmente essa
mulher foi uma fiel noiva, submissa ao Senhor Jesus — mas ela
transformou-se em prostituta! A primeira igreja, a igreja primitiva, era
uma igreja cheia do Espírito Santo — mas ela transformou-se em
prostituta. João espanta-se muito, mas o que ele vê é a continuação
da decadência da igreja de Laodi-céia. A mulher é, portanto,
inicialmente do ponto de vista global, toda a cristandade apóstata
dos tempos finais, que não será arrebatada Então haverá uma
religião unificada, uma igreja unificada Quantas vezes os profetas
advertiram Israel a respeito da prostituição espiritual, do
afastamento de Deus. compare Eze-quiel 16. Jeremias 3. etc. Mas
aqui trata-se de prostituição espiritual no mais elevado grau, pois a
igreja mundial então existente, a mulher, une-se em todos os
sentidos com a besta. Sim, durante algum tempo até acontecerá,
como vimos, que a mulher dirigirá a besta; a igreja mundial unificada
se tornará então visível em seu desdobramento de poder político. Já
atualmente reconhecemos algo desse poder, quando observamos
como o Conselho Mundial de Igrejas sustenta movimentos
terroristas, através do que cria-se o paradoxo de os contribuintes
das igrejas financiarem seus próprios carrascos. O espirito da
mulher, esse espírito de prostituição espiritual, já está atualmente
agindo em meio dos cristãos Com grande angústia temos que ver
que muitos em nossa proximidade foram atingidos por esse espirito
de prostituição. Pois já o espírito dessa mulher, dessa mãe das me-
retrizes, começa a oferecer seu cálice cheio de abominaçóes
e imundícias que tem na mão, como está escrito no versículo 4.

Tu. que és crente no Senhor Jesus Cristo, mas ticaste morno e


tirmaste compromissos com o espirito deste mundo: estás
em grande perigo! Pois a origem de toda prostituição espiritual é
o abandono do primeiro amor pelo Senhor. É visível em tua tronte o
sinal “Santidade ao Senhor'’. como era o caso com o sumo
sacerdote antigo-testamentário Arão'* Estás selado com o
Espirito Santo? Ou já se vislumbra na tua fronte o terrível, como no
caso dessa mulher: "Na sua fronte achava-se escrito um nome.
mistério: BABILÔNIA. A GRANDE. A MÃE DAS MERETRIZES E
DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA"(v. 5). Segundo meu
entendimento, essas são as palavras que correspondem aos três
algarismos— 666(comp. Ap 13.16). O desligar-se de Jesus Cristo,
do seu domínio, da sua vitória, da sua luz, já se torna atualmente
visível em proporçóes assustadoras, sendo que muitos entregam-se
ao espírito anticristâo. Se reconheces que pertences a essas
pessoas, que praticas prostituição espiritual, então volta a
Jesus Cristo! Oê o Senhor que sobre tua vida não precise estar
escrita a terrível palavra de juízo que lemos em Jeremias 3.3: "tu
tens a fronte de prostituta, e nào queres ter vergonha ",

1
Ainda me recordo do dia 10 de maio de 1940 na Holanda de repente chegaram os alemães
— veio ainda diante de mim os, naquela época, grandes aviões aos nossos olhos e os pára
quedistas Os holandeses toram impotentes Se bem que eles lutaram homem contra
homem, isso de nada adiantou, pois a supremacia era excessiva O país loi literalmente
atropelado, e depois de cinco dias tudo tinha acabado
0 desdobramento do império romano-
anticrístão
' '0 anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério
da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres, e
que leva a mulher: A besta que viste, era e não é, está para emergir
do abismo, e caminha para a destruição. E aqueles que habitam
sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no livro da vida desde
a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é,
mas aparecerá. Aqui está o sentido, que tem sabedoria: As sete
cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São
também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda
não chegou: e, quando chegar, tem de durar pouco. E a besta que
era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e
caminha para a destruição. Os dez chifres que viste são dez reis, os
quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como
reis, com a besta, durante uma hora. Têm estes um so pensamento,
e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem. Pelejarão
eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos
senhores e o Rei dos reis: vencerão também os chamados, eleitos e
fiéis que se acham com ele. Falou-me ainda: As águas que viste,
onde a me-retriz está assentada, são povos, multidões, nações e
línguas. Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a
meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes,
e a consumirão no fogo. Porque em seus corações incutiu Deus
que realizem o seu pensamento, o executem àumae dêem à besta
o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.
A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis
da terra" (Ap 17.7-18).

Às vezes perguntamo-nos por que as lutas entre a luz e as trevas


agravam-se tão intensamente, que se tomam quase que
perceptíveis fisicamente No fundo nossa alma é o campo de batalha
de poderes da luz e das trevas A razão porque essas lutas ticam
cada vez mais intensas é que começa a cumprir-se tudo aquilo
que Deus predisse através dos seus servos, os profetas A razão
dos terríveis acontecimentos iminentes é o juízo sobre a
sociedade anticristã Mas o objetivo é que se cumpram as palavras
de

Deus: "... até que se cumpram as palavras de Deus" (v. 17). Disso
faz parte o desdobramento do império mundial descrito nos
versículos anteriores. Um anjo explica ao espantado João, que não
consegue compreender a visão em sua forma compacta e terrivel, o
que significa tudo aquilo que viu: "A mulher que viste é a grande
cidade que domina sobre os reis da terra"(v. 18). Isso é, como já
vimos no capitulo anterior, o império mundial de Roma com o
anticristo na liderança, que é o grande adversário de Deus. O que é
na verdade a essência desse último império mundial? Somente
podemos entender isso quando retornamos à sua origem. Pois ela
tem algo misterioso na sua fronte: "Na sua fronte achava-se escrito
um nome. mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS
MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA" (v. 5). A origem
de Babilônia, ou seja.de Babel, encontra-se no passado cinzento.
Na Bíblia ela é cilada pela primeira vez apôs o dilúvio em Gênesis
10.8-10: "Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na
terra. Foi valente caçador diante do Senhor; dai dizer-se: Como
Ninrode. poderoso caçador diante do Senhor. O principio do seu
reino foi Babel. ..’’Em Gênesis 11 temos então a união dos povos,
da humanidade, com o objetivo de construir em Babel uma torre
cujo lope chegasse aos céus. Ninrode foi, portanto, o fundador do
império babilônico Qual era sua origem’’ Ele era um neto de Cão.
Mas Cão foi o filho que Noé amaldiçoou. O império de Ninrode foi
"Bab-el ”, o que significa ’ ‘porta dos deuses" — ou seja, idolatria no
lugar de culto verdadeiro; Satanás no lugar de Deus Ninrode era
inspirado satanicamente. “Bab-el" não era consagrada ao Deus de
Noé, Sem e Jafé. É esclarecedor como o Targum de Jerusalém
traduz Gênesis 10 8-9: "Ninrode foi o mais poderoso rebelde
contra Jeová que jamais existiu no mundo. ” O Targum de Jerusalém
é uma versão muito antiga do texto hebraico para a língua aramaí-
ca e era utilizado especialmente pelos velhos rabinos nas
sinagogas. Nessa versão explica-se que Ninrode era poderoso
em pecar diante da face de Deus; que caçava homens (por isso a
designação "caçador"), instigando-os a abandonarem o conselho de
Sem, o filho crente de Noé, e a segui-lo. O significado hebraico de
"Babel” é outro, ou seja, "confusão", porque Deus terminou com os
esforços blasfemos da humanidade de então sob a liderança de
Ninrode. Esclarecedor é o motivo da construção dessa torre: os
homens queriam tornar célebre o seu nome! Além disso. eles
também não queriam mais espalhar-se por toda a terra.

como Deus o Senhor tinha ordenado. E notável, que "nome” em


hebraico é "Sem”. Claramente eles queriam apropriar-se sem fé
daquilo que Sem tinha recebido através da fé. Como se sabe, os
descendentes de Sem, os semitas, são, entre outros, os judeus.
Quando o Deus vivo viu que os homens não queriam deixar daquilo
que tinham proposto fazer, eledisse: "Vinde, desçamos, e
confundamos ali a sua linguagem" (Gn 11.7). T radições de fontes
árabes relatam que o nome da mulher de Ninrode teria
sido "Semaris”, um nome, portanto, derivado de "Sem”.
Semaris significa "a pomba" Essa linha de Semaris pode ser
seguida historicamente. Semaris aparece em todos os estandartes
dos reis assírios, como Astarote ou Astarte, como rainha dos
céus. Israel sucumbiu porque adorou esses falsos ídolos (Jz 2.13; 1
Sm 7.3-4; 12 10; 1 Rs 11.5,33; 2 Rs 23.13,26-27). Poisem virtude
dessa idolatria, o Senhor os expulsou da terra de Israel. Quantas
vezes Deus acusou seu povo de prostituição espiritual e
apostasia através da boca dos profetas! Era o espírito de Babel, que
se levantava sempre novamente e enganava seu povo.

Se servimos ao Senhor e ao mesmo tempo aos ídolos — quer seja


o televisor, o dinheiro ou uma pessoa que se idolatra — então
servimos ao espírito de Babilônia, então nos encontramos em
rebelião contra Deus
Pela História sabemos que a mulher de Ninrode, Semaris, era bela
mas imoral. Ninrode e sua mulher fundaram uma doutrina secreta,
ou seja, um culto. Esse chamado culto babilônico reproduziu-se
durante os milênios. O espírito da construção da torre de Babel é
um espírito de rebelião, uma cultura sem Cristo, um "não" contra
Deus. Sabemos que os mistérios babilônicos são representados
pela figura de um cálice de ouro. Nesse caso temos uma relação
direta com a meretriz de Apocalipse 17. Pois nesse culto se tinha
que beber de um cálice de ouro, cujo conteúdo confundia os
sentidos. Trata-se, portanto, de uma bebida embriagadora Também
isso é um paralelo claro com Apocalipse 17 2: "com quem se
prostituíram os reis da terra, e com o vindo de sua devassidão foi
que se embebedaram os que habitam na terra."

A mulher, a mãe das meretrizes. que está unida com a besta, o


anticristo, é dessa maneira a personificação de todas as reli-

giões sem Cristo. Esses aspectos religiosos, mas diabólicos, servem


de camuflagem ao anticristo Inicialmente ele tem muita necessidade
dessa camuflagem, pois apresenta-se como Cristo. Por ser
religioso, os judeus aceitarão o anticristo como seu messias. Mas
aproximadamente na metade da Grande Tribula-ção ele lançará fora
essa camuflagem, quando romper a aliança com Israel. Ele
queimará a mulher. Pois em princípio ele odeia sua camuflagem
religiosa, que precisa usar para ser aceito como Cristo. "Os dez
chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão
devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão
no fogo"(v. 16). "Lhe comerão as carnes’’, significa no fundo: a besta
e o seu império tomarão para si as riquezas da mulher. Apocalipse
18 mostra então esse outro aspecto não-religioso de Babilônia

Em nossos dias já vemos que o objetivo do Conselho Mundial de


Igrejas vai em direção à unificação de todas as religiões. Seu
objetivo não é mais a unificação do cristianismo (católico-
romano, protestante, liberal, etc ), mas já vai muito mais longe Foi
em Utrecht, na Holanda, queoCMI aprovou uma declaração
oficial, segundo a qual vê a "presença de Cristo'' em todas as
religiões Em outras palavras: pretende-se a unificação de todas as
religiões. Quer seja hinduismo, budismo, islamismo, judaísmo
ou cristianismo — isso não é tão importante aos seus olhos,
importante é a religiosidade. Aí já vemos realmente a mulher, a
mãe das meretrizes, aparecendo no horizonte! O Espírito Santo
praticamente não encontra palavras, que sejam suficientemente
fortes, para expressar a devassidão dessa mulher Religião, também
reiigião cristã, sem Jesus Cristo como centro, é o que existe de mais
corrompido. Essa é a grande meretriz. Trata-se de prostituição
espiritual, quando aceitamos o cristianismo, sem aceitar Cristo como
Salvador e Redentor. Recentemente vi novamente uma prova disso,
como tais pessoas falam então, em uma revista holandesa: Nela um
teólogo escrevia primeiro bem direitinho sobre a pessoa de Jesus.
Mas depois revelou-se o engano, quando ele disse que se deveria
acabar finalmente com a lenda da ressurreição de Cristo! A isso
chama-se religião "cristã”, mas na verdade trata-se de uma religião
demoníaca.

Se dissemos no capítulo anterior que a mulher é a igreja de Roma.


essa é na verdade uma explicação superficial, ou seja, de

certo modo somente a ponta do iceberg. Por isso, aprofundemo-nos


Pois o caráter de Babilônia não se limita somente à Igreja Católica
com seu culto pagão. Pois justamente a Igreja Católica tirou muitas
coisas do culto babilônico: incenso, rosário, imagens, etc. Mas a
prostituição espiritual abrange todas as religiões sem Cristo.

' 'Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada


de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice
de ouro transbordante de abominações e com as imundi-cias da sua
prostituição"(v. 4). Por "abominações" a Bíblia sempre entende
idolatria. Assim como a besta tem "nomes de blasfêmia ' ’ (cap.
13.1) sobre as cabeças, o cálice da grande meretriz está
"transbordante de abominações". Não somente é dito que há idolos,
mas que o cálice está transbordante de abomina-çôes e com as
imundícias da sua prostituição, isso significa: mistura do sagrado
com o profano! É o que já experimentamos atualmente com o
cristianismo: mistura-se água ao vinho; o mundo e o cristianismo
são misturados entre si. Tudo é permitido; a fronteira entre o
discipulado de Jesus e o mundo foi apagada Em tempos antigos
apareceu a escritura, "pesado toste na balança, e achado em falta''
(Dn 5.27), na parede do palácio de Belsazar em Babilônia, no
momento em que ele misturou o sagrado com o profano, quando
ele, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas beberam dos
sagrados utensílios do templo.

O cálice "transbordante de abominações e com as imundícias da


sua prostituição "èo resultado completo daquilo que já se torna
visível em nosso atual mundo cristão. A mulher oferece 0 cálice a
todos os povos; todos participam, todos são religiosos! Quando se
pergunta a alguém: "Você é um filho de Deus?", a resposta é:
"Naturalmente. Eu também tenho fé!", sem que a pessoa em
questão tenha uma noção do que significa o renascimento. No
fundo, vemos nessa mulher a anti-igreja. Esse é o contraste com a
verdadeira Igreja de Jesus, que estará então com o Senhor, e da
qual Paulo escreve em suas epístolas, especialmente na Epístola
aos Efésios: "Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à
igreja" (Ef 5.32). Aqui em Apocalipse 17.5 temos o mistério oposto:
"Na sua fronte achava-se escrito um nome. mistério: BABILÔNIA, A
GRANDE... "Trata-sedo mis-

tério antícrístào-diabólico da injustiça: a grande Babilônia, sentada


sobre a besta Repito ela é o aspecto religioso no desdobra mento
do Império Romano anticristão. Pois inicialmente a besta (o
anticristo), o Império (o reino mundial romano) e a mulher são uma
só coisa:' A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre
os reis da terra"(Ap 17 18). Mas então acontece o rompimento
definitivo no versiculo 16 "Os dez chifres que viste e a besta, esses
odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão
as carnes, e a consumirão no fogo." Desse modo, porém, o
anticristo desliga-se do seu elemento religioso: então ele mostrará
sua verdadeira face! Não é de admirar que nessa visão, nesse
mistério da iniqüidade, João necessita da explicação do anjo, que
também recebe: “O anjo. porém, me disse: Por que te admiraste?
Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e
os dez chifres, e que leva a mulher" (v. 7).

No versículo 12 é acentuado mais uma vez que a besta tem dez


chifres: “Os dez chifres que viste são dez reis".
Extremamente esclarecedor é que João diz aqui no capítulo 17,
aquilo que também citou no capítulo 13.1: "... uma besta, que tinha
dez chifres e sete cabeças...' ’, e que já foi visto pelo profeta Daniel:'
Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui
o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha
grandes dentes de ferro: ele devorava e fazia em pedaços, e pisava
aos pés o que sobejava: era diferente de todos os animais que
apareceram antes dele. e tinha dez chifres "(Dn7.7). É muito
fascinante que Daniel e João, apesar de terem passado muitos
séculos entre eles, formam uma completa unidade em
suas afirmações proféticas a respeito do Império Romano
restabelecido, o pequeno chifre que então procederá desses dez
chifres Conforme Daniel 7.24, os dez chifres significam dez reis. que
se levantarão do reino: "Os dez chifres correspondem a dez reis que
se levantarão daquele mesmo reino: e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente dos primeiros". Essas são as três formas
de Estado que nos tempos finais formarão o quarto império mundial,
ou seja, o Império Romano. É esclarecedor que em 1.° de janeiro de
1981,aGréciafoiodécimoEstadoafiliar-se à Comunidade Européia.
Na revista política "Zeitbühne". lia-se sob a manchete: "A Grécia
filia-se à Comunidade Européia" “Agora não são mais nove. mas
dez”. Entre outros, dizia-se, en-

lão: "A partir de 1981 altera-se o âmbito institucional da


Comunidade. Agora a Grécia participa do processo decisório
europeu nas mesmas condições que os outros nove membros ”
Disso poderia-se concluir, que agora estaria completo o
frequentemente citado número dez de Daniel 7 e Apocalipse 17.
Entretanto. não se deve concluir disso, que dessa maneira a aliança
de dez Estados, ou seja, o Império Romano, já é um fato. Não,
ainda será preciso que muito mais pafses se filiem. Isso se vê
muito claramente quando olhamos para mapas do antigo Império
Romano De modo que, o Império Romano reslabelecido incluirá, por
exemplo, muitos países africanos, e também Israel Além disso,
naturalmente, também os países que pertencem ao hemisfério
ocidental, por exemplo, os EUA, o Canadá, a Nova Zelândia, a
Austrália, etc Pois a população desses países
procede originalmente do Império Romano. Conforme meu
entendimento das Escrituras, também os reis que vêm do lado do
nascimento do sol (Ap 16 12) — a China, o Japão, a índia, etc —
farão parte dele O império mundial do anticristo será composto de
dez formas de Estado. Isso. porém, não diminui o significado do
número alcançado pela filiação da Grécia à CE Pelo contrário, trata-
se de algo de forte poder profético, pois justamente a Grécia sob
Alexandre Magno foi o último reino antes da chegada de Roma,
conforme o sonho de Nabucodonosor e a visão de Daniel (Dn 2
3ss). Todo o grande Império Romano restabelecido, será então
subdividido em dez partes com dez chefes de Estado. Os dez
chifres (chifres são expressão de poder) serão dirigidos
pela cabeça, pelo anticristo. Os dez reis, as dez formas de
Estado, são, portanto, vassalos do anticristo: “Os dez chifres que
viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas
recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora “(v.
12). Isso significa que as novas formas de Estado que estão
surgindo (quando falamos de “formasde Estado”, pensamos em
organismos como os representados, por exemplo, pelos países
do Benelux e Maghreb), cujos líderes provavelmente foram
eleitos pouco antes, entregarão então seu poder e sua autoridade
à besta.

Se reconhecemos o que representam os dez chifres, também


gostaríamos de saber o que significam as sete cabeças, a respeito
das quais já lemosem Apocalipse 13 1: "Vi emergir do mar uma
besta, que tinha dez chifres e sete cabeças..." O capítulo

um no«d*i*mc)u t»çM Aoutmttom çassdoaete monte*


r àém sete ré» Sete t ca Séo também «ata aim raftamos
novame •drtcada aobra sete o truidet «abra «aterrar pte)
Por qua «a tratar* os romanos charraw

da raia. rate sèo. corra tado LMo. restore (ou «ata antes
dotam lormae da governo Si quatãcmãmomoo a ra naquate
tampo *« da governo Emnoaao umavtete Eaaearai Joéo
Atemteaso este tanto, naquete temoo a chagado Mas aqui
no du revi vssssios «te i daréo aau podar a a aul to. a ooaavo/ei
«orc çêo (Apini)tãmt ce de setuagasens ser trohorrivei Como
Sate «au trono a grands aut dar o aau rmra a grar agsa
Katoaamania na i nvai am rama da Satar dau à terra am dja
saa que meamo os vãos n( maré «ababota do ante dados nos
pet da mag

am aau «onno Tsrraan artecnsto. aan ate o


a peraortetdadea petnen •au aatudo dos proteta aos
oomantanoa M>te

sias. 0 primeiro procederia da casa de José. o segundo da casa de


Judá Conforme nosso entendimento, o primeiro será o
falso messias, o segundo será Jesus Cristo. Em Daniel 9.27 lemos
que o anticristo fará firme aliança com muitos por uma semana
(= semana de anos). O Senhor Jesus lamentou a respeito: “Eu
vim em nome de meu Pai e não me recebeis; se outro vier em
seu próprio nome. certamente o recebereis" (Jo 5.43).
Podemos perguntar-nos por que Israel aceitará como messias ao
ditador mundial romano, que será ao mesmo tempo o "mahdi", o
renovador do mundo e da fé esperado pelos muçulmanos, apesar
dele ser o diabo encarnado. Para isso existem alguns motivos:
Porque o anticristo será um judeu e a obra de mestre da mentira de
Satanás. Nào se reconhecerá essa maior camuflagem de Satanás
na terra, porque toda a humanidade "nào acolheu o amor da
verdade" (comp 2 Ts 2 10)

Porque ele será considerado o maior homem de todos os tempos.


Justamente as pessoas mais finas e cultas saudarão com júbilo ao
destruidor. Pois os esforços no plano cultural ajuntam-se todos no
ideal de personificação do anticristo. Em meio a uma sociedade
decadente e moribunda, ele aparecerá como o homem forte, o super
homem, o ditador benevolente, o profeta de uma nova religião, que
acabará com as repugnantes divisões e levará à unidade. Ele se
apresentará como o salvador em parte prometido e em parte
vagamente imaginado em todos os credos e tradições, que julgará
conforme os padrões dos homens do mundo. Tudo que esse grande
enganador disser e fizer, parecerá tão bom, tão razoável, tão bonito
e tão científico, que será preciso ter motivos muito convincentes e
ter muita coragem para permanecer calmo e afastado diante desse
furacão de entusiasmo que tomará conta da opinião pública. Ele terá
que ser um judeu, pois os judeus somente aceitarão um deles como
messias Pois todo o mundo dos povos é influenciado pela
genialidade e cultura judaica.

Certamente é importante fazer nesse ponto uma pergunta


intermediária: será que o anticristo já se encontra entre nós? Já em
1968 respondi afirmativamente a essa pergunta, e atualmente o faço
ainda mais decididamente Na História Mundial e no Plano de
Salvação Deus sempre novamente deu e dá sinais para o

bem, mas também sinais de advertência. Pensemos no arco depois


do dilúvio (Gn 9); no sinal das estrelas, que deu a Abraão (como as
estrelas são incontáveis, também a descendência de Abraão não
poderá ser contada, Gênesis 15); no sinal no céu por ocasião do
nascimento do Senhor Jesus (Mt 2, a estrela) e no sinal na terra (Lc
2, o esvaziamento) Na sua morte e ressurreição, o próprio Senhor
foi um sinal em Israel, ao qual se contradisse e também hoje se
contradiz Foi o que o ancião Simeão disse profeticamente, quando o
Senhor Jesus foi apresentado no templo (Lc 2.34). Nos tempos
finais, em nosso tempo, aumentam os sinais no céu. também os
sinais demoníacos Já em 3 de fevereiro de 1962 houve uma das
mais notáveis constelações das estrelas. de modo que milhões de
pessoas temeram uma catástrofe mundial na época. Em 1962 um
astrônomo indiano disse que deve ter nascido um salvador do
mundo. Também uma vidente americana afirmou que no dia 3 de
fevereiro de 1962, às sete horas da manhã, teria nascido no Oriente
Médio uma criança que levaria o mundo a uma religião unificada
Não nos orientamos por afirmações de videntes. Mas eu cito tais
coisas, porque sei que à medida que nos aproximamos da vinda de
Jesus, cada vez menos Santanás é capaz de camuflar-se Satanás é
obrigado a desmascarar-se pelos seus próprios servos A vidência —
toda adivinhação — procede do abismo! Quando o Senhor Jesus
andava sobre a terra, os espíritos, os demônios, que se
encontravam nas pessoas, não podiam ficar calados, mas
gritavam: "Que temos nós contigo. Jesus Nazareno?" (Mc 1.24), ou:
"Que tenhó eu contigo. Jesus. Filho do Deus Altíssimo?" (Mc 5.7).
Assim é também agora: aparentemente Satanás não
consegue deixar de revelar de alguma maneira que sua encarnação
— provavelmente — já aconteceu. Na minha opinião há seis
características marcantes que mostram que o anticristo já vive entre
nós, se bem que ainda oculto Se estivesse certo que ele nasceu em
fevereiro de 1962, então já teria agora entre vinte e trinta anos Com
trinta anos ele se apresentaria, pois é o imitador de Jesus, e de
Jesus sabemos que começou seu ministério com trinta nos. Não
estou afirmando que em 1992 o anticristo começará a agir
oficialmente, mas simplesmente aponto para a possibilidade. Não
devemos deixar-nos envolver por especulações Mas é um fato
inegável que já estamos respirando ares anticris-tãos. Pois o que é
a anarquia, que toma conta de todo o mundo, a não ser o espírito do
anticristo, o espírito do Rebelde? O que é a

matança de pessoas no Irã e em muitos outros países, dominados


por ditaduras, a não ser o espírito do anticristo!? Quando ele passar
então a agir pessoalmente, terá chegado o tempo do qual Daniel e
nosso Senhor Jesus disseram que será tão terrível, como nenhum
tempo anterior ou futuro (Dn 12.1; Mt 24.21).

O primeiro sinal que nos leva a crer que o anticristo já está entre
nós, é o falso profetismo mundial com todas as suas
variações: desde a ‘ ‘teologia ” moderna, que prega que " Deus está
morto", até ao ensino de que a alma ‘dorme’' após a morte Em
nossos dias, esse falso profetismo grita cada vez mais alto. Em
palavras concretas o falso profetismo representado no
protestantismo ganha em poder religioso

O segundo sinal porque imaginamos que o anticristo já se encontra


sobre a terra, é o falso sacerdócio mundial: o catolicismo, que
apesar de perder em influência religiosa, ganha tanto mais poder
político Quanto ao objetivo, na essência o protestantismo e o
catolicismo já são unidos: a igreja mundial unificada. Ultimamente a
“teologia venenosa” protestante, que nega o nascimento virginal, etc
, é discutida e aceita de bom grado também por teólogos católicos.
Por outro lado, a expressão “papado" quase não é mais utilizada.
Fala-se agora do “trono de S. Pedro", para que seja aplainado o
caminho para a unificação com o protestantismo.

O terceiro sinal, pelo qual cremos que o anticristo já se encontra


entre nós: porque o mundo clama cada vez mais intensamente por
um governante mundial O famoso historiador inglês, o falecido Mr.
Toynbee, disse uma vez que como última saída via somente um
governo mundial.

Em quarto lugar, cremos que o anticristo já está entre nós, porque


seu espírito torna-se cada vez mais perceptível. Acontece o mesmo
como quando entramos em um quarto escuro: não se consegue ver
nada, e mesmo assim — repentinamente percebe-se que não se
está sozinho. O espírito do anticristo penetra de tal maneira neste
mundo, que precisamos ocupar-nos cada vez mais com a pergunta
se ele já está entre nós. Pois. eu repito: a essência do seu caráter é
rebelião, e esse espírito de rebelião penetra em todos os povos,
comunidades, famílias, matrimônios

e não por último volta-se também contra os servos de Deus. Paulo


descreve o anticristo desta maneira: "o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto " (2 Ts 2.4).

O quinto motivo porque cremos que o anticristo já vive, consiste do


fato de Hitler ter vivido. Pois sem dúvida ele era um dos últimos
precursores do anticristo. Existem até pessoas, que crêem que ele
foi o anticristo. Nâo podemos concordar com essa opinião, mas
devemos admitir que Hitler, como ninguém antes dele, foi
semelhante ao anticristo em seu caráter e em seu poder,
com relação ao seu domínio sugestivo sobre as massas; seu
falso profeta chamado Goebbels e porque assassinou mais judeus
do que todos os anti-semitas anteriores juntos. Além disso,
durante algum tempo ninguém podia guerrear contra ele, o que
concordaria com Apocalipse 13 4. Ele era também um forte médium
espírita. Na Alemanha havia muitas pessoas que adoravam a
imagem do ‘'Führer'’ (comp. Ap 13 15). Mas depois de doze
anos. Deus lhe tirou o poder. Entrementes surgiu um Khomeini, um
assassino sanguinário e inimigo dos judeus. Ele será um dos últimos
precursores do anticristo

“Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não
receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta,
durante uma hora. Têm estes um só pensamento, e oferecem
à besta o poder e a autoridade que possuem. Porque em seus
corações incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem
à uma e dêem à besta o reino que possuem, até que se cumpram
as palavras de Deus" (cap. 17.12-13, 17). Por duas vezes é utilizada
aqui a palavra "pensamento”. Realiza-se, portanto, uma união
sobrenatural, sinistra, uma concentração de poder mundial como
nunca antes existiu, em cuja liderança estará a besta. Mas seu
tempo é limitado! “Durante uma hora”, dizover-sículo 12. Os dez
reis, os vassalos da besta, são portanto administradores do Império
Romano e têm “um só pensamento" (v. 13). Os contrastes políticos,
ideológicos, racistas e culturais serão então deixados de lado. Os
governantes do organismo formado pelas dez formas de Estado são
todos unidos em seu ódio contra o Cordeiro. Pode-se compará-lo
com a unidade das na-çOes árabes: se bem que são cronicamente
desunidas entre si. elas são unidas em seu ódio contra o povo de
Israel; contra o po-

vo em que o Cordeiro alcançou sua vitória, e a terra em que Jesus


voltará. A sinistra unidade política, econômica e principalmente
militar dos dez reis será realizada repentinamente, e novamente se
ouvirá, como no tempo de Hitler, mas então mundialmente. o clamor
por “um povo, um reino, um "Führer” (líder)" Eu repito: tudo isso è
dirigido contra o Cordeiro! O Cordeiro, porém, aparecerá com seus
chamados, eleitos e fiéis. Os "chamados” são aqueles que foram
chamados para a vida eterna e para a Igreja de Jesus. Os "eleitos"
são israelitas que se tornaram crentes, venceram e estão na glória.
Os "fiéis” são os crentes de todos os tempos O Cordeiro voltará com
esses glori-ficados. Ele aparecerá em grande poder e glória, como
Senhor dos senhores e Rei dos reis! O Cordeiro não precisa
primeiro obter a vitória, pois já venceu na cruz de Gólgota!

Os exércitos de Satanás transformam-se em instrumentos na mão


de Deus. para destruir a Roma, ou seja, a Babilônia ímpia: para
arrasar e saquear a cidade das abominações idólatras:' ‘Os dez
chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão
devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão
no fogo" (v. 16). Desse modo, até mesmo o anticristo tem que servir
como instrumento de juizo de Deus, para julgar a mulher, a grande
meretriz. Disso conclui-se que no final também o poder das trevas
tem que realizar a vontade de Deus!

O sexto motivo porque cremos que o anticristo já está entre nós, é o


mais doloroso e terrível: trata-se dos crentes, que como cristãos
tornam-se atualmente anticristos em número cada vez maior, porque
não atentam para as sérias palavras do Senhor em Lucas 21.36:
"Vigiai, pois. a todo tempo, orando, para que possais escapar de
todas estas cousas que têm de suceder, e estarem pé na presença
do Filho do homem. "Quão nitidamente o idoso apóstolo João já
analisou profeticamente há dois mil anos a atual situação:
"Filhinhos, já é a última hora; e, como ou-vistes que vem o anticristo,
também agora muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos
que é a última hora. Eles saíram de nosso meio, entretanto não
eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse
manifesto que nenhum deles é dos nossos "(1 Jo 2 18-19) Se
dissemos, que atualmente está sendo travada uma luta entre os
poderes do inferno e os ho-

mens, queremos formular isso ainda mais concretamente: trata-se


da luta entre o Espirito Santo e o espírito do anticristo, e — eu repito
— o campo de batalha é a tua e a minha alma. Estás do lado do
anticristo ou do Espirito Santo? É necessária uma clara
determinação da posição!

Esperamos que a leitura deste livro tenha sido de real proveito


para sua vida espiritual. Escreva-nos algo a respeito. Não deixe
de solicitar também o próximo volume.

Em busca de
mensal
• a revista

"Chamada da Meia-Noite"

(20 páginas coloridas)

- contendo mensagens de santificação e

• a revista

"Notícias de Israel"

(20 páginas coloridas)

- contendo mensogens sobre as profecias bíblicas que se cumprem com e em


torno de Israel, noticias e comentários sobre os acontecimentos aluais na Terra
Sonla ; Israel é o relógio no ponteiro mundiol de ■ Deus!

artigos sobre as profecias e seu cumprimento em nossos dias, além de análises bíblicas
sobre os acontecimentos atuais e respostas às mois diversas perguntas formuladas pelos
leitores 1

• Livros o Livreios
nu Lu n u.. «Ji»-- O c üa.ü. J.»u i u A Sedução do Cristianismo (2/2 ; ■ j i >■ \ Escapando da Sedução [,

Quanto Tampo Nos Rerio? ( i j.r,.i .1 Hriler, o Quase Anticristo i',tt jm

Jerusolém Um Cólica da Tontaar p.u, p,j; i - A Mulher Montado no Basto «,1 n i4< >

LHi-QjuLQnsj aílt JubJJ-AiXcjJUu.W<-?.liJL?ri-Séria "Os Patos Sobra..." Jesus ♦ o Messias, Moceoono, Evolução a Criação.

Saúda Hoiística a a Nova Medicina. Psícologío, Anjos, OVNls, Novo Era, upiritos-Guios, Movimento da Fé, Aborto. Homossexualidade, Cotolicismo Romano, V»da
Após a Morta, Astrologia a Mormonismo (&0-112 (vkjkvj^)

Dí-vautona dn TlTomijA.lcu u.ItmQlh.vJ^».jTty.

Séria "A Verdade Sobra. O Ano 2000 a as Previsões da Volta de Crista, Os Sinais dos Tampos, Armagedom a o Orienta Médio, O Anticristo a o Seu Reino, O
Templo dos Últimos Oias, O Milênio, Jarusolém na Profecia Bíblico, O Arrebolomento,

A Tribulaçõo, O Céu e o Élarnidode Mu r1 j ,J"i■ «si L2A.--u>.>l_oniJ_ < Jo l liorr.- i-. !«...• • • ko

Triunfondo na Batalha 1224 p<:.; i '»:)

Pu guloriQ do Charii.»^ C’ _h‘yrí_'.'

Vom Depresso, Senhor Jesus M.M l-m jiivi o autoria cJcj Mol Lj O Messias, Esperança Pora o Futuro 0B0 paginaM
Manual de Escatologio 1624 r'jj '^ ' "

D^ouLonn du .Wim MMI. IM

Pérolas Diárias 1384 póQmas) A Iluminação do Coroção H28 pcçj.ngv»

Quem São os 144.000 Gelados e os Duas Testemunhas do Apocalipse? H6H po-jmo-.t O Poder do Sangue (112 págm i ’ - A Fidelidade dos Profecias 196 pagino-,
l Jesus nes Gnco Sacrifícios do Amigo Teslamento (48 pog-r«j:,)

Apocalipse de Jesus Cristo - Um comentário para a nosso époco vol i (128 pgs ) - vai li (116 pgr. I v.-.i i:i US2 p.r-1 - viv |W4 p.j-.,!

Orocão e Dospertamento 111 .'; r ' i ru'i

Meoo, Problemas, Depressões, Oescspero - Para Onde ir Com Isso? (88 página;.) Chamado o Orar (128 pagino: Esperanço no Depressão 132 paginas)

Como Devo Educor os Meus Filhos? (24 po gina-J Deus Ainda Curo Enfermos Atualmente? MO pagino,!

A Espada do Senhor 148 pàairvj .1 Oecisoo Inevitável 02 p>> i-noM O Arrebatomenlo - O Que E E Quondo Acontecerá? 02 po-jm-r,)

Sete Carocterísticas de um Verdadeiro Crislao |40 pógmo',)

Vitória na Provação (24 págmo,i • Jesus Continuo Sendo Maior 124 paginas)

Israel o o Paz Mugdial 164 página-,)

Conheça Jesus - Unico, Incomparável, Maravilhoso (Ou paginasi A Esperança do Arrebotemonto (08 pagino-l 36S1 Jesus Voltará (208 página.)

Gideão - Mensagem de Alerta Pora os Tempos finois (98 poginm)

A Ultima Mensogem de Jesus à Sua igreja 0o4 pugincis)

O Estado Judeu -_De Escândalo a Necessidade Mundal |M4 pivimasl O Futuro do Cristão (190 pójj I Parábolas Proféticas (120 paginas)

Jonos -.Mensagem Profético Poro os Nações Israel • a Igreja (80 páginas)

Rute - A Luz do Plano de Sahaçõo ISO páginas)

Come a Democrocio Elegerá o Anticristol2S0 póa ) - Conflitos Mundiois o ot Profecios

(13bpõcj I - O Grande Mistério do Arrebotomento t?Zo p.á<i) _

Meu Deus, Obrigado por Não Responderes às Mínhos Orações (162 pág I

L>Si nulonn ria /VÍarc:«l?l (WiliJÇ?.

Confianço no Deus Todo-Poderoso ('04 poi)m'.vj

Auxílio para o Estudo Bíblico - 1 Tessalonicenses (48 pivjir.o',1 O Significado dos Dez Mandamentos Poro o Homem de Hoje 1/2 paging,)

A Nova Ero (20u («jjumsi

Os Anos Obscuros da Mocidade de Jesus Cristo n-tu p . ixi i i Horry Potter Enfeitiçondo uma Cultura ih,i [ Mjirur ) uuiuulis.»b. • j»ji.« >\ v O Volor da Profecia (64
página-,) - O Úlltmo Herói do Tilanic (1 76 pág ) • 301 Provas 6 Profecias Surpreendentes Mosfrondo que Oeus Existe (2ük p-j.j ,

Cutucando - O que os igrejas tolerom e a Bíblia reprova (i /4 p. i | i


• Bíblias do Estudo - Editamos ainda:

O Calendário de Isroel (anualmuilo 7 Lclci, luios lipK.qs cnlorrj'js c grande:,)

A Coso de Ouro (52 pògmasl

Blocos de corto com lolos colorida-; do Israel

Os Mais Betos Salmos com maravilhosas lolc-s do Term Santa (96 pagmatl

1.C rfW<-V-li-ll)~>< ■»»—11. Co^lu

CD's 'Jerusalem Isroeli Folk ', Hevenu Shalom Alechem1. 'Songs from Israel', ‘ShaJu Shalom Yerusholaim1, 'Pianissimo', 'Momentos de Harmonia - vol.V, ’Momentos
de Harmonia - vol.21, "Sob Suas Asos e Toors of Joy', ’ Israel1 in>irum»riiui.

Posters “Os Oois Caminhos", "Bondeiros dionte do Muro das LomentoçÕet", "Humanidode, donde vens • para onde vais?"

Adquira-os em suo livraria evongélico, ou através de Reembolso Postal!

Obra Missionária Chamada da Meia-Noite Caixa Postal, 1608 - 90001-970 PORTO


ALEGRE RS - Brasil Fone: (51) 3241-5050 • Fax: (51) 3249-7385 mail@chamada.com.br
• www.chamada.com.br

Escreva-nos se você tiver perguntas dc noiurezo ospmiual, se Be. quiser saber mais sobro a salvação ern Cristo Josus, desejar exemplares de amostra
das nossas publicações mensais. j ou faxer um curso bíblico por correspondência (giátr.)

Folhetos (mais de 50 títulos)

(evangelísticos, infantis, de esclarecimento, para Festas ou épocas especiais, para


crentes). ,
JESUS

CRISTO
Cartas de leitores a respeito dos volumes anteriores:

R.L. de C.: “O livro “Apocalipse de Jesus Cristo” é um comentário


revelador, bem fundamentado dentro do último livro bíblico. É uma
dádiva de literatura cristã. Deus inspirou o seu autor para comentar
magnificamente, tão claro que não deixa dúvidas. O autor discerne
com entendimento pleno e dentro de um contexto coeso, mas novo
em relação a outros autores. Enfim, é inspirador e maravilhoso.
Reforça e anima a todos aqueles que estão no caminho de Cristo,
esperando sua volta triunfante.”

V.A. de S.: “Fiquei muito impressionado como o autor deu uma


interpretação tão formidável ao Apocalipse. Nunca pensei que
alguém pudesse fa/er uma interpretação tão clara; senti que uma
pessoa para publicar tal obra tem que ser muito usada pelo Espírito
do Senhor...”

Mateus 25.6
A.E. de Portugal: “Tenho estado a ler o “Apocalipse de Jesus Cristo”
de Wim Malgo. recebendo conforto, iluminação e ajuda espiritual de
todos os tipos, e a todos os níveis, como nunca recebi em nenhum
comentário ao Apocalipse."

Caixa Poxtal 1688 90001-970 PORTO ALEGRE RS Fone: (51) 241-5050 - FAX: (51) 249-
7385 e-niail: mail<" chaniada.com.br

Potrebbero piacerti anche