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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO

DE MATERIAIS METÁLICOS 2

Fabiano Dienstmann

Lucimari Levandoski

“Temperabilidade dos Aços comuns SAE 1045 x Aços ligados SAE 4340.”

São Leopoldo

2016

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 6
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL................................................................10
4 RESULTADOS ............................................................................................... .14
5 CONCLUSÃO ................................................................................................ .15
6 REFERÊNCIAS .............................................................................................. .16

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1 INTRODUÇÃO

A dureza que se consegue na têmpera de um aço e a temperabilidade ou


penetração de têmpera são duas características que frequentemente se
confundem. Na têmpera de vários tipos de aços, pode se ver que uns endurecem
mais do que outros e que a penetração da dureza no interior das peças também é
diferente. A dureza e a resistência opõem a penetração, e a temperabilidade está
determinada pela profundidade e distribuição da dureza no interior das peças. Tem-
se assim, a intensidade de endurecimento, grandeza que expressa a possibilidade
máxima de endurecimento e depende da quantidade de carbono, dos elementos de
liga em solução sólida durante a austenitização, do tamanho de grão austenítico e
da intensidade do resfriamento.

Um dos testes mais utilizados na prática industrial atualmente por conta da


sua praticidade é o chamado Ensaio de Jominy, conforme a norma ASTM A255, o
corpo-de-prova padrão com 25 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento, é
aquecido até a temperatura de austenitização do aço do qual o mesmo é fabricado
e resfriado rapidamente em condições padronizadas, através de um jato d’água.
Após o resfriamento do corpo de prova, é feito a medição da dureza na extremidade
resfriada e em seguida é feito uma análise gráfica dos resultados, onde teremos um
gráfico de dureza por distância que será característico do aço testado. O Ensaio de
Jominy é um ensaio útil para comparação entre os diversos aços, pois uma vez que
as velocidades de resfriamento em cada ponto são bem conhecidas e praticamente
imutáveis com a composição, a forma da curva nos dará uma idéia da
temperabilidade do aço. Assim um aço que apresente uma curva com queda na
dureza acentuada possui baixa temperabilidade, ao passo que um aço que
apresente uma queda suave na dureza possui alta temperabilidade. Facilmente se
entende que a maior ou menor queda na dureza depende dos elementos de liga
presentes ou não no aço. A Figura 1 representa um esquema da realização do
ensaio e da obtenção da curva de Temperabilidade Jominy.

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Figura 1. Ensaio Jominy esquemático: (a) Ensaio; (b) Curva de Dureza x Distância.

O aço SAE 1045 (médio teor de carbono) utilizado no ensaio, é um aço para
beneficiamento com temperabilidade baixa, ou seja, baixa penetração de dureza na
seção transversal, não se recomendando seu uso para seções superiores a 60 mm.
Possui uma boa relação entre resistência mecânica e resistência à fratura. É
utilizado em geral com durezas de 180 a 300 HB. Para grandes seções utilizar o
tratamento térmico de normalização. É utilizado na fabricação de componentes de
uso geral onde seja necessária uma resistência mecânica superior a dos aços de
baixo carbono convencionais. Aplicado principalmente em eixos em geral, pinos,
cilindros, ferrolho, parafusos, grampos, braçadeiras, pinças, cilindros, pregos,
colunas, entre outros. A tabela 1 abaixo apresenta a composição química do aço
SAE 1045.

Aço C Si Mg P S Cr Ni Mo
SAE 0,43 %- 0,15%- 0,30%- 0,03% 0,05% - - -
- - -
1045 0,50 % 0,35% 0,60% máx máx
Tabela 1: Composição química do aço SAE 1045.

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E o aço SAE 4340 (médio teor de carbono), também utilizado no ensaio, é
um aço para beneficiamento com elevada temperabilidade, ligado ao cromo-níquel-
molibdênio, utilizado na fabricação de diferentes componentes mecânicos, inclusive
com seções espessas, quando se deseja uma combinação de resistência mecânica
média e resistência à fratura. Também possui elevada resistência à fadiga, é
aplicado em componentes para sistemas mecânicos, principalmente estruturais,
onde se necessita uma homogeneidade de dureza ao longo da seção transversal
em pequenas ou grandes seções. Suas principais aplicações são: eixos,
engrenagens, engrenagens planetárias, colunas, mangas e cilindros. O aço SAE
4340 deve ser realizado na temperatura mínima de 900ºC e máxima de 1220ºC. A
tabela 2 abaixo apresenta a composição química do aço SAE 4340.

Aço C Si Mg P S Cr Ni Mo
SAE 0,38%- 0,15%- 0,60%- 0,03% 0,04% 0,70%- 1,65%- 0,20%-
4340 0,43% 0,35% 0,80% máx máx 0,90% 2,00% 0,30%
Tabela 2: Composição química do aço SAE 4340.

Os dois primeiros números da classificação dos aços referem-se à liga e os


dois últimos números referem-se à quantidade de carbono usado na liga. Ex.: 1045
(10 = indica ser aço carbono e 45 = 0,45% de carbono adicionado ao aço) 4340 (43
= aço molibdênio e 40= 0,40% de carbono). O Molibdênio aumenta a resistência a
quente e quando em presença de níquel e de cromo, aumenta o limite de
resistência à tração e o limite de escoamento.

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2 OBJETIVOS

- Realizar ensaio de Temperabilidade Jominy (Obter gráfico Dureza x


Profundidade Jominy);
- Identificar diferentes microestruturas formadas para dois aços ensaiados (SAE
1045 e SAE 4340);
- Associar diferentes microestruturas x composição química dos dois tipos de aços
utilizados no ensaio.

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3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A aula prática foi iniciada pelo laboratorista que já havia preparado os corpos
de prova dos aços SAE 1045 e do SAE 4340, conforme a norma ASTM A 255,
que foram utilizados no ensaio de Temperabilidade Jominy. Os corpos de prova
foram colocados em um forno Mufla (Brasimet), numa temperatura na faixa de
900ºC, durante um período de 30 minutos, para ocorrer o processo de
transformação do aço, chamada temperatura de austenitização, quando é
formada a austenita que é o ponto de partida para vários tratamentos térmicos.
Após esse período os corpos de prova foram retirados do forno, com o auxílio de
luvas e de uma tenaz, pelo próprio laboratorista, e colocados, um de cada vez,
no dispositivo Jominy, para ocorrer o TT de têmpera, onde receberam um jato
de água, de um tubo de 10 mm de diâmetro colocado pouco abaixo de sua
base, regulado a uma pressão correspondente a altura livre de 65 mm, durante
aproximadamente 15 minutos, que foi o tempo necessário para o resfriamento
total do corpo de prova.

Os dois corpos de prova receberam um corte transversal, também já feito


pelo laboratorista, que realizou o ensaio de dureza, no equipamento Durômetro
Rockwell (digital) Mitutoyo, presente no laboratório, onde a dureza foi medida
em Rockwell C (HRC). Primeiramente foi usado o corpo de prova do aço SAE
1045, que foi medido num intervalo de 2 em 2 mm de profundidade, iniciando o
ensaio no topo e terminando na medida de 40 mm de profundidade, onde fomos
anotando os valores da dureza para cada intervalo, conforme o equipamento
Durômetro informava o valor. Depois utilizamos o corpo de prova do aço SAE
4340, que foi medido em um intervalo de 2 em 2 mm também, até a distância de
40 mm, para depois ser medido num intervalo de 5 em 5 mm, até a distância de
70 mm, onde anotamos todos os dados, para termos condições de montar as
tabelas e de formar as curvas de Temperabilidade Jominy dos dois aços
ensaiados. As imagens 1, 2, 3, 4, e 5 abaixo mostram os corpos de prova e os
equipamentos utilizados nos ensaios.

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Imagem 1: Corpos de prova com corte transversal de aço SAE 1045 e de aço SAE 4340.

Imagem 2: Forno Mufla Brasimet de austenitização de aços.

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Imagem 3: Ensaio de Temperabilidade Jominy com um corpo de prova após saída do forno mufla.

Imagem 4: Corpo de prova quase totalmente resfriado em água.

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Imagem 5: Equipamento Durômetro Rockwell C utilizado no ensaio de dureza.

Após o ensaio de dureza, o laboratorista realizou um ataque químico na


seção do corte transversal das duas amostras, com o reagente Nital 2% (ácido
nítrico e álcool), e com as amostras atacadas fomos visualizar as microestruturas
de cada aço, utilizando o Microscópio Óptico OPTICAM OLYMPUS CX 31 presente
no laboratório.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As tabelas 3 e 4 abaixo informam os dados de dureza em função da


profundidade, dos corpos de prova do aço SAE 1045 e do aço SAE 4340, após
ensaio no Durômetro.

AÇO SAE 4340 AÇO SAE 1045


Dureza (HRC) Profundidade (mm) Dureza (HRC) Profundidade (mm)

57,7 0 59,6 0
56,2 2 48,4 2
56,5 4 43,9 4
56,1 6 30,2 6
55,3 8 28,2 8
54,7 10 28,1 10
53,4 12 26,7 12
51,9 14 24,7 14
49,8 16 23,7 16
47,4 18 23,7 18
45,8 20 22,3 20
44,9 22 23,5 22
43,6 24 21,5 24
42,3 26 19,9 26
41,4 28 19,7 28
40 30 20,4 30
40,7 32 19 32
37,9 34 17,3 34
39,4 36 16,8 36
38,8 38 16,2 38
39,3 40 15,3 40
37,6 45 Tabela 4: Resultados do ensaio do aço SAE 1045.
37,3 50
35,8 55
36,4 60
35,9 65
36,9 70
Tabela 3: Resultados do ensaio do aço SAE 4340.

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Com esses resultados, conseguimos construir as curvas de temperabilidade
destes dois materiais, conforme mostra o gráfico 1 abaixo:

70 Temperabilidade Jominy
D
60
u
r 50
e
z 40
a
30 AÇO SAE 4340
(

H 20 AÇO SAE 1045


R
C
10
)

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 45 50 55 60 65 70
Profundidade Jominy (mm)

Gráfico 1: Resultado do ensaio de temperabilidade Jominy ( Dureza x Profundidade) de aços SAE 1020 x SAE 4340.

Através deste gráfico podemos observar que a dureza média cai de acordo
com a profundidade do corpo de prova, isto porque quanto mais se aprofunda o
material, mais lenta se torna a taxa de resfriamento e como consequência diminui a
formação de martensita e aumenta a formação de ferrita e cementita. Podemos
perceber também que o aço SAE 4340 mesmo sendo um aço de menor
concentração de carbono que o SAE 1045, tem maior temperabilidade, portanto
mantém seus níveis de dureza relativamente altos enquanto comparado ao longo
da seção resfriada, isso se deve ao fato de que o SAE 4340 possui em sua
composição elementos de liga (Mn, Mo, Cr, Ni) que aumentam a temperabilidade
dos materiais, pois funcionam como elementos estabilizadores, retardando as
curvas de formação de ferrita e bainita. A partir disso concluímos que a
temperabilidade dos aços é afetada pelo teor de carbono em sua composição, mas
o fator que mais influi na temperabilidade do material é a adição de elementos de
liga. É possível visualizar visualizar a mudança da microestrutura de a cordo com a
teperabilidade nas imagens de 6 a 15 a seguir.

12
Imagem
Imagem 6: Microestrutura aço SAE 1045 2mm da borda Imagem 11: Microestrutura aço SAE 4340 2mm da borda

Imagem 7: Microestrutura aço SAE 1045 6mm da borda Imagem 12: Microestrutura aço SAE 4340 6mm da borda

Imagem 8: Microestrutura aço SAE 1045 10mm da borda Imagem 13: Microestrutura aço SAE 4340 10mm da borda

Imagem 9: Microestrutura aço SAE 1045 18mm da borda Imagem 14: Microestrutura aço SAE 4340 18mm da borda

Imagem 10: Microestrutura aço SAE 1045 60mm da borda Imagem 15: Microestrutura aço SAE 4340 60mm da borda

13
Através das imagens metalográficas contidas na página 13 foi possível
visualizar a alteração da microestrutura ao longo da superfície das mostras de aço
SAE 1045 e SAE 4340, onde é possível observar a presença predominante de
martensita em suas microestruturas até determinada profundidade das amostras,
até o ponto em que se observa a presença de bainita onde a profundidade da
têmpera “termina”. Essa profundidade de têmpera foi comprovada através de
ensaio de dureza ao longo da amostra conforme citado anteriormente.
É possível também confrontar os valores de dureza medidos com a microestrutura
apresentada, pois o valor de dureza muda significativamente quando ocorre a
mudança da microestrutura. A mudança mais significativa foi observada na
microestrutura do aço SAE 1045, onde foi possível verificar a mudança de sua
microestrutura em uma pequena profundidade da peça, diferente da microestrutura
da amostra de aço SAE 4340 onde a configuração microestrutural se manteve em
uma profundidade superior.

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5 CONCLUSÃO

Através do ensaio de Temperabilidade Jominy foi possível observar o


comportamento dos aços quanto sua temperabilidade e que a curva TT se
modifica de acordo com os elementos de liga presentes no aço. Foi possível
também observar e comprovar a diferença na temperabilidade de dois tipos de
aços (SAE 1045 e SAE 4340) através da medição da dureza ao longo da
amostra e observação de suas microestruturas através de ensaio
metalográfico. Foi concluído que a temperabilidade do aço SAE 4340 é
superior ao aço SAE 1045 devido a maior presença de elementos de liga em
sua composição química.

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6 REFERÊNCIAS

1) Callister, W. D. Jr, Ciência e Engenharia de Materiais: uma


introdução; Editora LTC, 7ª. Edição 2008;

2) COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns.


4. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2008;

3) CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. 7. ed. São Paulo: ABM,


2008;

4) CHIAVERINI, V. Tratamento Térmico das ligas Metálicas. 2. ed.


São Paulo: ABM, 2008.

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