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Série telecomunicações

saúde e
segurança
em redes
telefônicas
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série telecomunicações

saúde e
segurança
em redes
telefônicas
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


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Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Instrução...........................................................................................................................................................14
Figura 2 -  Orientação do SESMT..................................................................................................................................14
Figura 3 -  Trabalhador acidentado..............................................................................................................................15
Figura 4 -  Acidente por falta de atenção..................................................................................................................17
Figura 5 -  EPC e EPI...........................................................................................................................................................21
Figura 6 -  Manutenção em poste de madeira.........................................................................................................22
Figura 7 -  Equipamentos de proteção individual..................................................................................................25
Figura 8 -  Acidente de trabalho...................................................................................................................................34
Figura 9 -  Evitando riscos...............................................................................................................................................41
Figura 10 -  Periculosidade e insalubridade..............................................................................................................42
Figura 11 -  Ambiente hostil de trabalho...................................................................................................................44
Figura 12 -  5S......................................................................................................................................................................54
Figura 13 -  Ambiente de escritório impróprio.......................................................................................................55
Figura 14 -  Ambiente de trabalho impróprio..........................................................................................................55
Figura 15 -  Utilidades.......................................................................................................................................................56
Figura 16 -  Carrinho de ferramentas organizadas.................................................................................................57

Quadro 1 - Matriz curricular...........................................................................................................................................11


Quadro 2 - Proteção individual....................................................................................................................................31
Quadro 3 - Nível de utilidade das ferramentas de trabalho................................................................................57
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Higiene e Segurança no Trabalho.............................................................................................................................13


2.1 Noções de higiene e segurança no trabalho......................................................................................14
2.2 Acidente de trabalho..................................................................................................................................15
2.2.1 Tipos de acidente de trabalho...............................................................................................16
2.2.2 Principais causas de acidente do trabalho.......................................................................17

3 Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual...............................................................................................21


3.1 Tipos de equipamento de proteção coletiva.....................................................................................22
3.1.1 Instrumentos de detecção de tensão e ausência de tensão......................................23
3.2 Equipamentos de proteção individual.................................................................................................24
3.2.1 Noções de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)...............................................24
3.2.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual.............................................................26
3.3 Uso de ferramentas manuais e portáteis.............................................................................................31
3.3.1 Regras gerais para o uso de ferramentas manuais........................................................32
3.4 Transporte de ferramentas manuais......................................................................................................33
3.5 Principais motivos de acidentes causados por falhas nos EPI......................................................33
3.6 Inspeções nos equipamentos de proteção individual....................................................................34

4 Riscos Ocupacionais e Legislação de Periculosidade e Insalubridade........................................................39


4.1 Riscos ocupacionais ergonômicos.........................................................................................................40
4.2 Legislação de periculosidade e insalubridade...................................................................................42
4.3 Atividades e operações insalubres.........................................................................................................44
4.4 Adicional de insalubridade.......................................................................................................................45
4.5 Adoção de medidas de controle de insalubridade..........................................................................46
4.6 Riscos em ambientes confinados...........................................................................................................47
4.6.1 Cabe ao empregador................................................................................................................47
4.6.2 Cabe aos trabalhadores...........................................................................................................48
4.7 Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados......................................48
4.8 Medidas técnicas de prevenção..............................................................................................................48
4.9 Equipamentos de sinalização em redes telefônicas........................................................................49
5 Organização do Ambiente de Trabalho e Profissionalismo.............................................................................53
5.1 Métodos de organização...........................................................................................................................54
5.1.1 Liberação de área (Seiri)...........................................................................................................56
5.1.2 Organização (Seiton).................................................................................................................56
5.1.3 Limpeza (Seiso)...........................................................................................................................57
5.1.4 Higiene (Seiketsu).......................................................................................................................59
5.1.5 Disciplina (Shitsuke)...................................................................................................................60
5.2 Profissionalismo............................................................................................................................................61
5.2.1 Capacitação..................................................................................................................................61
5.3 Empregabilidade..........................................................................................................................................63

Referências............................................................................................................................................................................69

Minicurrículo dos Autores...............................................................................................................................................71

Índice......................................................................................................................................................................................73
Introdução

Você está iniciando a unidade curricular de Saúde e Segurança em Redes Telefônicas na Área
de Telecomunicações. Este conteúdo tem por objetivo propiciar a aquisição de informação e
orientação sobre saúde e segurança do trabalho para alunos que visam uma capacitação em
redes telefônicas.
No decorrer deste estudo, você vai ver algumas ações e equipamentos que podem ajudá-lo
a manter uma boa saúde e desempenho no ambiente de trabalho, evitando assim acidentes e
contágios que possam comprometer a integridade física do trabalhador.
Além de ser muito importante para manter o bem-estar do indivíduo no ambiente de
trabalho, o conhecimento repassado neste estudo ainda contribui para o seu aprimoramento
pessoal e profissional.
A seguir, são descritos, na matriz curricular, os módulos e as unidades curriculares previstos
e suas respectivas cargas horárias.

Instalador de linhas, cabos e equipamentos de redes telefônicas

Carga
Unidades Carga
Módulos Denominação horária
curriculares horária
do módulo

• Fundamentos de Documentação Técnica 60h

Básico Básico • Desenho Técnico 20h 110h

• Fundamentos de Redes de Telecomunicações 30h

• Normatização de Redes Telefônicas 30h

• Redes Telefônicas – Fundamentos e Instalação 90h

Específico I Redes telefônicas • Manutenção e Diagnóstico em Redes de Telefonia 20h 190h

• Testes e Medidas em Redes Telefônicas 30h

• Saúde e Segurança em Redes Telefônicas 20h


Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI DN

Bons estudos!
Higiene e segurança no trabalho

Neste capítulo você vai conhecer importantes informações sobre higiene e segurança no
trabalho, buscando assim solucionar suas dúvidas e lhe mostrar o caminho a ser seguido nas
diversas situações de segurança corriqueiras no seu dia a dia. Para auxiliar seu estudo vamos
conhecer os objetivos de aprendizagem:
a) identificar a área de atuação da higiene e segurança no trabalho;
b) conhecer os tipos de acidente de trabalho;
c) ver as principais causas dos acidentes de trabalho.
Você é nosso convidado a fazer novas descobertas e somar ainda mais conhecimento para o
seu dia a dia de trabalho. Siga em frente!
saúde e segurança em redes telefônicas
14

2.1 Noções de higiene e segurança no trabalho

O principal objetivo da segurança no trabalho é orientar ações para que os em-


pregados possam exercer suas atividades de maneira segura, garantindo maior
confiança, o que resulta em um trabalho mais eficiente e, consequentemente, em
melhores resultados para a empresa.

Dreamstime (2012)
Figura 1 -  Instrução

O mundo modificou-se em seus costumes, formas de


vida e, com isso, houve também mudanças nas relações
VOCÊ de trabalho provocadas em sua base pela Revolução In-
SABIA? dustrial. Com a chegada da máquina, surgiram de forma
assustadora os acidentes de trabalho, oriundos dessa
nova realidade.

Sua área de atuação é composta praticamente por todos os locais onde a força
humana de trabalho é necessária, atuando de forma direta e indireta nos fatores
físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais relacionados com o trabalho e
o trabalhador.
Dreamstime (2012)

Figura 2 -  Orientação do SESMT


2 Higiene e segurança no trabalho
15

Todos os programas da área de segurança do trabalho


VOCÊ são multidisciplinares, ou seja, têm o envolvimento de
SABIA? profissionais de várias áreas, em prol de um único obje-
tivo: a saúde e segurança de todos.

Os principais profissionais responsáveis por essa área são: técnico de segu-


rança do trabalho; engenheiro de segurança do trabalho; médico do trabalho;
enfermeiro do trabalho e técnico e auxiliar de enfermagem do trabalho. Estes
compõem, conforme exigido pela legislação, o chamado SESMT (Serviço Especia-
lizado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) nas empresas,
setor responsável pela aplicação das ações relativas à segurança do trabalho.

2.2 Acidente de trabalho

Acidente de trabalho é todo e qualquer acontecimento inesperado que venha


causar danos à integridade física do trabalhador, podendo causar danos tempo-
rários ou permanentes, ou até levar a óbito.
Dreamstime (2012)

Figura 3 -  Trabalhador acidentado

Nem sempre o trabalhador precisa estar no local de trabalho para que o ocor-
rido seja considerado um acidente de trabalho. No próximos tópico, veja como se
classificam os acidentes.
saúde e segurança em redes telefônicas
16

2.2.1 Tipos de acidente de trabalho

a) Acidente típico: todo aquele ocorrido no local de trabalho ou em qualquer


local quando o trabalhador está a serviço da empresa.

CASOS E RELATOS

Acidente de trabalho
João trabalha em uma fábrica de móveis há muitos anos. Certo dia, estava
atrasado para entregar um móvel sob medida para um cliente parceiro da
marcenaria. Para agilizar o trabalho e cumprir o prazo, o marceneiro correu
contra o tempo para dar os acabamentos finais no armário, sem se preocu-
par com sua segurança. Quando já estava nas últimas prateleiras, João dei-
xou cair em cima de seu pé uma das ferramentas mais pesadas que havia
na fábrica. O resultado foi uma grave contusão no pé direito, algumas se-
manas em casa de recuperação e ainda mais atraso para entregar o móvel.
Em função do grave acidente do João, que gerou atraso na entrega, o ge-
rente de marcenaria passou a adotar para todos os serviços realizados da
marcenaria as técnicas de segurança do trabalho. Para isso ele consultou o
SESMT, onde obteve as informações necessárias para a implantação. Com
o uso correto dos itens de segurança do trabalho, a empresa pode manter
um serviço de qualidade, sem atrasos e sem que seus funcionários corram
riscos desnecessários.

b) Acidente de trajeto: é aquele ocorrido no trajeto normal do trabalhador


da casa para o serviço e do serviço para casa, sem o desvio desse caminho.

SAIBA Saiba mais sobre acidentes de trabalho no site: <http://www.


jusbrasil.com.br/legislacao/110319/lei-do-acidente-do-tra-
MAIS balho-lei-6367-76>.

Para compreender melhor esse assunto, é importante que você saiba que exis-
te uma cadeia de causas que levam o trabalhador a ser alvo de um acidente de
trabalho. No tópico a seguir vamos ver essas possibilidades.
2 Higiene e segurança no trabalho
15

2.2.2 Principais causas de acidente do trabalho

A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade. Seguindo a


mesma lógica de Newton, os fatores que causam os acidentes de trabalho tam-
bém são reações para algum tipo de atividade exercida de forma não adequada.
Esses fatores vêm das condições de trabalho, de atos inseguros prestados pelo
trabalhador ou ainda de fatores pessoais. Porém, em todos os casos, os acidentes
são o reflexo de que alguma coisa está errada. Para facilitar o entendimento, va-
mos ver cada um desses casos separadamente. Acompanhe:
a) Condição insegura – relacionada ao ambiente de trabalho. Condições ina-
dequadas de trabalho, deficiência no maquinário, falta de manutenção nos
equipamentos e instalações improvisadas são fatores que podem figurar
nesta condição de acidente de trabalho.
b) Ato inseguro – relacionado às ações do trabalhador.

Fazer uso de equipamentos de proteção coletiva e indivi-


FIQUE dual, além de manter a atenção e cuidado constante nas
ALERTA tarefas, são alguns fatores que evitam acidentes relaciona-
dos a um ato inseguro realizado pelo trabalhador.
Dreamstime (2012)

Figura 4 -  Acidente por falta de atenção

c) Fator pessoal – é o que podemos chamar de “problemas pessoais” de cada


trabalhador, como por exemplo:
saúde e segurança em redes telefônicas
18

a) problemas de saúde não tratados;


b) conflitos familiares;
c) falta de interesse pela atividade que desempenha;
d) alcoolismo;
e) uso de substâncias tóxicas;
f) problemas diversos de ordem social e/ou psicológica.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você conheceu os tipos de acidente de trabalho. Viu que


eles podem ser: típicos, ocorridos no próprio local de trabalho, e de traje-
to, que ocorrem durante o percurso casa-trabalho-casa, sem desvios. Além
disso, você identificou as áreas de atuação de segurança do trabalho. Iden-
tificou que ela é composta praticamente por todos os locais onde a força
humana de trabalho é necessária, atuando de forma direta e indireta nos
fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais relacionados com
o trabalho e o trabalhador. Por fim, você ainda aprendeu as principais cau-
sas desses acidentes. Viu que essas causas podem surgir por condições ou
atos inseguros e até mesmo por fatores pessoais.
No próximo capítulo, você vai ver alguns equipamentos que podem ajudar
a evitar os acidentes de trabalho. Siga em frente para aprofundar mais seus
conhecimentos nesse tema.
2 Higiene e segurança no trabalho
19

Anotações:
Equipamentos de proteção
coletiva e individual

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são dispositivos, sistemas, fixos ou móveis, de


abrangência coletiva destinados a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores,
usuários e terceiros. Neste capítulo você vai aprender que são previstos e adotados alguns equi-
pamentos para o desenvolvimento de serviços em instalações. Veja abaixo alguns objetivos de
aprendizagem desta seção:
a) identificar a função dos EPC em cada atividade;
b) aprender a importância do uso dos EPC;
c) conheceros Equipamentos de Proteção Individual(EPI).

EPC EPI

Ambiente Homem

elimina/neutraliza/sinaliza evita ou diminui


Denis Pacher (2012)

O RISCO A LESÃO

Figura 5 -  EPC e EPI


saúde e segurança em redes telefônicas
22

3.1 Tipos de equipamento de proteção coletiva

a) Chaves fusíveis: são dispositivos automáticos de manobra (conexão/des-


conexão), que na ocorrência de sobrecorrente (corrente elétrica acima do
limite projetado) promove a fusão do elo metálico fundível (fusível) e, con-
sequentemente, a abertura elétrica do circuito. Dessa forma, quando há uma
sobrecarga, o elo fusível se funde (queima) e o trecho é desligado. Normal-
mente em rede de distribuição elétrica estão instalada sem cruzetas. Tam-
bém permitem a abertura mecânica, devendo ser operadas por dispositivo
de manobra, a exemplo da vara de manobra.
b) Esporas: podem ser do tipo duplo T, utilizada para escalar postes duplo T.
É de aço redondo com diâmetro de 16 mm ou mais com correias de couro.
Outro modelo são as de ferro meia-lua (redonda), utilizada para postes de
madeira. É de aço, com estribo para apoio total do pé, correias de couro e
três pontas de aço para fixação ao poste. Por fim, há o modelo de espora
extensível, utilizado para escalar postes de madeira. Composta por haste em
forma de “J” com duas almofadas.

Dreamstime (2012)

Figura 6 -  Manutenção em poste de madeira

As obrigações legais da empresa relativas aos aspectos


de segurança do trabalho estão no Capítulo V da Con-
VOCÊ solidação das Leis do Trabalho (CLT), e na Portaria 3.214
de 08/06/78 do Ministério do Trabalho e Emprego. Nesta
SABIA? portaria estão descritas as Normas Regulamentadoras
(NR), que disciplinam os aspectos principais de preven-
ção nas empresas.
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

a) Escadas:
a) escada extensível portátil de madeira – que já está em desuso;
b) escada extensível de fibra de vidro – que é muito mais adequada que a de
madeira, pois é mais leve e mais isolante;
c) escada extensível de madeira ou de fibra de vidro para suporte giratório;
d) escada singela de madeira ou fibra de vidro;
e) escada para trabalhos em linha viva.
b) Cestos aéreos: confeccionados em PVC, revestidos com fibra de vidro, nor-
malmente acoplados ao munck ou grua. Pode ser individual ou duplo. Utili-
zado principalmente nas atividades em linha viva, pelas suas características
isolantes e devido à melhor condição de conforto em relação à escada. Os
movimentos do cesto possuem duplo comando (no veículo e no cesto) e são
normalmente comandados no cesto. Tanto as hastes de levantamento como
os cestos devem sofrer ensaios de isolamento elétrico periódico e possuir
relatório das avaliações realizadas. Os cestos aéreos podem ser:
a) plataformas isolantes, em fibra de vidro ou madeira, para degraus de es-
cada;
b) grua, munck, guindaste;
c) extensão isolante para grua em fibra de vidro ou madeira;
d) plataformas e gaiolas;
e) andaime isolante simplesmente apoiado: confeccionados em fibrade vi-
dro e alumínio e também utilizados em linha viva. Deve ser dotado de-
sistema guarda-corpo e rodapé de modo a atender todos os requisitos
determinados pela NR;
f) cadeira de acesso ao potencial. Para grua ou para a extensão da grua;
g) gancho de escalada.

3.1.1 Instrumentos de detecção de tensão e ausência de tensão

São pequenos aparelhos de medição ou detecção acoplados na pontada vara


que servem para verificar se existe tensão no condutor. Antes do início dos tra-
balhos em circuitos desenergizados, é obrigatória a constatação de ausência de
tensão através desses equipamentos. Esses aparelhos emitem sinais sonoros e
luminosos na presença da tensão. Por isso, sempre devem estar no veículo das
equipes de campo.
saúde e segurança em redes telefônicas
24

É frequente a observação de trabalhadores que improvi-


FIQUE sam na verificação da tensão ou não utilizam o aparelho,
fato que tem gerado acidentes graves. Esses instrumentos
ALERTA devem ser regularmente aferidos e possuírem um certifi-
cado de aferição.

São encontrados os seguintes tipos de instrumentos de detecção de tensão e


ausência de tensão:
a) detectores de tensão por contato;
b) detectores de tensão por aproximação;
c) microamperímetro para medição de correntes de fuga: para medição de
correntes de fuga em cestos aéreos, escadas e andaimes isolantes nas ativi-
dades de manutenção em instalações energizadas.

3.2 Equipamentos de proteção individual

A segurança e a saúde nos ambientes de trabalho devem ser garantidas por-


medidas de ordem geral ou específica que assegurem a proteção coletiva dos-
trabalhadores. Contudo, na inviabilidade técnica da adoção de medidas de se-
gurança de caráter coletivo, ou quando estas não garantirem a proteção total do
trabalhador, ou ainda como uma forma adicional de proteção, devem ser utiliza-
dos equipamentos de proteção individual, ou simplesmente EPI.

3.2.1 Noções de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 6, Equipamento de Proteção In-


dividual (BRASIL, 2007, p.73) “é todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar
a segurança e a saúde no trabalho.”
Segundo o artigo 166, Seção IV, capítulo V, Título II, da CLT (Lei n. 6.514/77), o EPI
deverá ser adotado “sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam comple-
ta proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.”
Na mesma Seção IV desse capítulo, composta pelos artigos 166 e 167, a lei em
questão estabelece a obrigação da empresa em fornecer o EPI gratuitamente ao
trabalhador e estabelece a obrigatoriedade da utilização somente de EPI com o
Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Por esse motivo, toda entrega ou substituição de EPI deve ser registrada
em uma ficha de entrega de EPI pela empresa com a assinatura do trabalhador.
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

Artigo 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos emprega-


dos, gratuitamente, equipamentos de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.

Artigo 167 - O equipamento de proteção só poderá ser pos-


to à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho. (Lei n. 6.514, de 1977).

Dreamstime (2012)

Figura 7 -  Equipamentos de proteção individual

A utilização dos EPI deve ser realizada mediante orientação e treinamento do


trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. A higienização, a ma-
nutenção e testes deverão ser realizados periodicamente em conformidade com
procedimentos específicos.

Sempre que for adotar umEPI como medida de controle


FIQUE ao risco, verifique se ele possui o CA e qual é sua validade,
ALERTA pois de nada vale utilizarum EPI com Certificado de Apro-
vação vencido.

Os EPI devem ser selecionados e implantados após uma análise criteriosa rea-
lizada por profissionais legalmente habilitados, considerando principalmente os
seguintes aspectos:
a) a melhor adaptação ao usuário visando minimizar o desconforto natural
pelo seu uso;
saúde e segurança em redes telefônicas
26

b) atender as peculiaridades de cada atividade profissional;


c) a adequação ao nível de segurança requerido face à gradação dos riscos.

SAIBA Para aprimorar seus conhecimentos sobre EPI, você pode


consultar o site do Ministério do Trabalho e Emprego, dispo-
MAIS nível em: <http://www.mte.gov.br/seg_sau/epi_default.asp>.

3.2.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual

Para o desempenho de suas funções, os trabalhadores dos setores elétrico e


de telefonia devem utilizar EPI de acordo com as situações e atividades executa-
das, dentre os quais destacamos:
a) Proteção do corpo inteiro: vestimenta de segurança para proteção de
todo o corpo contra arcos voltaicos e agentes mecânicos, podendo ser um
conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta, ou macacão
de segurança. Em relação a este item lembramos que para trabalhos exter-
nos as vestimentas deverão possuir elementos refletivos e cores adequadas.
Na ocorrência de abelhas, marimbondos etc. em postes ou em estruturas,
deverá ser utilizada vestimenta adequada à remoção de insetos e liberação
da área para serviço elétrico.
b) Proteção da cabeça: capacete de segurança para proteção contra impactos.
Esse equipamento destina-se a proteger o trabalhador contra lesões decor-
rentes de queda de objetos sobre a cabeça. Devem ser substituídos quando
apresentarem trincas, furos, deformações ou esfolamento excessivo.
c) Proteção dos olhos e face: óculos de proteção. Destinam-se a proteger o
trabalhador contra lesões nos olhos decorrentes da projeção de corpos es-
tranhos ou exposição a radiações nocivas. Cada trabalhador deve ter óculos
de proteção com lentes adequadas ao risco específico da atividade, poden-
do ser de lentes incolores para proteção contra impactos de partículas vo-
lantes, ou lentes coloridas para proteção do excesso de luminosidade.
d) Creme protetor solar: para trabalhos externos com exposição solar poderá
ser usado creme protetor da face e outras partes expostas, com filtro solar
contra a radiação.

Existem algumas medidas de controle aos riscos que


VOCÊ não são considerados EPI. O protetor solar é um exem-
plo de medida de controle da radiação que não é con-
SABIA? siderada EPI por não possuir Certificado de Aprovação
pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
e) Proteção dos membros superiores: as luvas de segurança isolantes para
proteção contra choques elétricos destinam-se a proteger o trabalhador
contra a ocorrência de choque elétrico, perfuração e demais acidentes que
podem ocorrer em suas mãos. Elas sempre devem estar em perfeitas condi-
ções de uso e serem acondicionadas em sacola própria.
Outra opção são as luvas de pelica que são utilizadas como cobertura das luvas
isolantes (sobrepostas a estas) e destinam-se a protegê-las contra perfurações e
cortes originados de pontos perfurantes, abrasivos e escoriantes. São confeccio-
nadas em pelica com costuras finas para manter a máxima mobilidade dos dedos
e possui um dispositivo de aperto com presilhas para ajuste acima do punho. Há
ainda as luvas de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e
escoriantes. Confeccionadas em raspa de couro ou vaqueta e com costuras refor-
çadas, destinam-se a proteger as mãos do trabalhador contra cortes, perfurações
e abrasões. O trabalhador deve usá-las sempre que estiver manuseando materiais
genéricos abrasivos ou cortantes que não exijam grande mobilidade e precisão
de movimentos dos dedos. Por fim, você ainda encontra as mangas de segurança
isolantes para proteção dos braços e antebraços contra choques elétricos. Esse
recurso destina-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de contato, pe-
los braços e antebraços, com instalações ou partes energizadas. As mangas são
normalmente empregadas com nível de isolamento de até 20 kV e em vários ta-
manhos. Possuem alças e botões que as unem nas costas. Devem ser usadas em
conjunto com luvas isolantes. Antes do uso, as mangas isolantes devem sofrer
vistoria e periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento.
a) Proteção dos membros inferiores: são os calçados de segurança para pro-
teção contra agentes mecânicos e choques elétricos. Destinam-se a proteger
os pés do trabalhador contra acidentes originados por agentes cortantes,
irregularidades e instabilidades de terrenos, evitar queda causada por escor-
regão e fornecer isolamento elétrico até 1.000V (tensão de toque e tensão de
passo). Os calçados de segurança para trabalhos elétricos são normalmente
de couro, com palmilha de couro e soladode borracha ou poliuretano e não
devem possuir componentes metálicos.
b) Proteção contra quedas: o conjunto cinturão/talabarte destina-se a prote-
ger o trabalhador contra a queda de alturas (sobre escadas e estruturas). Seu
uso é obrigatório em serviços em altura superior a 2 m em relação ao piso. O
cinturão deve ser posicionado na região da cintura pélvica (pouco acima das
nádegas) para que, no caso de uma queda, não haja ferimentos na coluna
vertebral. Deve ser usado em conjunto com talabarte.
c) Talabarte: acoplado ao cinturão de segurança, permite o posicionamento
em estruturas (torres, postes). Normalmente é confeccionado em poliamida-
trançada e revestida com neoprene e possui dois mosquetões forjados egal-
saúde e segurança em redes telefônicas
28

vanizados, dotados de dupla trava. Existem modelos em “Y” muito usados


emtorres de transmissão.
d) Cinturão de segurança tipo paraquedista: é um cinturão confeccionado
em tiras de náilon de alta resistência tantono material como nas costuras e
ferragens. Os pontos de apoio são distribuídos em alças presas ao redor das
coxas, no tórax e nas costas. O ponto de apoio é situado nas tiras existentes
nas costas. Conjugado com sistema trava-quedas, permite a subida, descida
ou resgate de forma totalmente segura e eficaz.
e) Dispositivo trava-queda: evita que o cinto se solte do cabo/corda de se-
gurança.
f) Fita ou cabo de aço retrátil: dispositivo de segurança para proteção do usu-
ário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal,
quando utilizado com cinturão de segurança paraproteção contra quedas. É
acoplado à corda-guia (ou “linhade ancoragem” ou “linha de vida”). Amor-
tecedor de queda utilizado para fixação em ponto de ancoragem em estru-
turas.
g) Proteção contra outros riscos: para serviços elétricos em ambientes onde
houver a presença de outros agentes de risco, deverão ser utilizados equipa-
mentos de proteção individual específicos e apropriados aos agentes envol-
vidos, tais como:
a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas, gases, fumo etc.
b) protetor auricular para proteção do sistema auditivo, quando o trabalha-
dor estiver exposto a níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido;
c) vestimenta adequada a riscos químicos, umidade, calor, frio etc. eventual-
mente presentes no ambiente;
d) calçado de segurança para proteção contra umidade;
e) luvas de proteção aos riscos mecânicos, químicos e biológicos;
f) outros em função da especificidade dos riscos adicionais.
A Norma Regulamentadora n. 9 (BRASIL, 2007, p. 97), no item 9.3.5.4.,diz que:

Quando comprovado pelo empregador ou instituição, a invia-


bilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva
ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em
caráter complementar ou emergencial, deveráserem adotadas
outras medidas obedecendo-se à seguinte hierarquia:
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do tra-


balho;
b) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.
O item 9.3.5.5. da NR 9 (BRASIL, 2007, p.97) diz que:

A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar


as Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver no
mínimo:

a) seleção dos EPI adequados tecnicamente ao risco a que o trabalhador


está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência ne-
cessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido
segundo avaliação do trabalhador usuário;

b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto a sua correta


utilização e orientação sobreas limitações de proteção que o EPI ofe-
rece;

c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o for-


necimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manu-
tenção e a reposição do EPI, visando a garantir a condições de prote-
ção originalmente estabelecidas;

d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a


respectiva identificação dos EPI utilizados para os riscos ambientais.

CASOS E RELATOS

Veremos agora uma situação real que ocorreu.


Acidente de trabalho mata mecânico em oficina de Maringá
Homem retirava um parafuso quando a campana de um caminhão caiu sobre
a cabeça dele
Um mecânico de 33 anos morreu em um acidente de trabalho, por volta
das 20h45 de quarta-feira (28), em uma oficina que fica na Rua Major Abe-
lardo José da Cruz, no Jardim Monte Rei, em Maringá. De acordo com infor-
mações do Corpo de Bombeiros, o homem tirava um parafuso quando a
campana (parte da roda) de um caminhão caiu sobre a cabeça dele.
O homem estava em horário de serviço durante o acidente. O crânio dele
foi esmagado no acidente. Segundo informações da Polícia Militar (PM),
saúde e segurança em redes telefônicas
30

que também acompanhou o caso, ele é de Umuarama (a 173 quilômetros


de Maringá)
O corpo do homem foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de
Maringá.
(GAZETA DE MARINGÁ, 2012.)
Devemos sempre cuidar da nossa proteção e dos nossos colegas, ficarmos
atentos ao que pode acontecer no ambiente de trabalho. Aos sinais de ris-
co, usar EPI, se for necessário conscientizar a todos sobre os EPC, trabalhar
com ações preventivas.
Lembre-se: você pode salvar sua vida usando o equipamento adequado
para cada situação em que se encontrar. E ainda poderá ajudar os outros
utilizando EPC, cuidando do meio ambiente em que vive.
Garanta sua vida e a de seus companheiros conhecendo e exigindo traba-
lhos seguros. Voltar para casa com saúde é um direito de todos os traba-
lhadores.

parte do
objetivo equipamento foto
corpo

Reduzir/eliminar

Bruno Lorenzzoni (2012)


riscos de quedas,
Crânio Capacete
batidas, cabelos
arrancados

reduzir/eliminar
riscos do impacto Óculos de segu-
Bruno Lorenzzoni (2012)

Face de partículas, res- rança, máscaras,


pingos de produ- escudos
tos químicos, etc

Reduzir/eliminar os
Protetores de
riscos decorrentes
Ouvido inserção ou
Dreamstime (2012)

dos ruídos exces-


externos
sivos
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

Reduzir/eliminar os
riscos de respingo
Tronco ou impacto dos Aventais

Dreamstime (2012)
inúmeros agentes
agressores

Reduzir/eliminar os
riscos da inalação
Respiradores
Nariz/boca de gases ou sub-

Dreamstime (2012)
(máscaras)
stâncias nocivas ao
organismo

Reduzir/eliminar
os riscos com
Membros cortes, escoriações,
Luvas

Dreamstime (2012)
superiores abrasões, per-
furantes, elétricos,
térmicos, etc.

Reduzir/eliminar
os riscos contra
Bruno Lorenzzoni (2012)

Membros Calçados e
impactos, eletrici-
inferiores perneiras
dade, metais em
fusão, etc.

Quadro 2 - Proteção individual


Fonte: SENAI DN

3.3 Uso de ferramentas manuais e portáteis

É muito importante conhecer o uso adequado das ferramentas de trabalho,


pois a utilização inadequada ou incorreta de ferramentas defeituosas ou que-
bradas nos serviços faz com que ocorram muitos acidentes. Estatisticamente os
acidentes com as mãos representam a maior parte dos acidentes ocorridos nas
empresas. Vamos conhecer algumas ferramentas de trabalho e seu uso?
a) Alicate: são vários os tipos e tamanhos de alicates existentes que são utili-
zados na realização de uma série de trabalhos. Os alicates nunca devem ser
usados como chaves, alavancas ou martelos. Toda vez que for utilizar um
alicate onde haja riscos de choques elétricos, deve-se usar um que tenha
cabo com isolamento elétrico.
saúde e segurança em redes telefônicas
32

b) Martelo: existem vários tipos de martelos, sendo que os dois mais utiliza-
dos são: o tipo marceneiro e o tipo bola. O martelo marceneiro, conhecido
como martelo de carpinteiro, tem “orelhas” curvas, batente cilíndrico e cabo
de madeira. Suas “orelhas” devem estar perfeitas, seu batente não deve ter
rebarbas e seu cabo deve estar fixado ao martelo e não deve ter rachaduras.
O ideal é que o cabo do martelo não seja nem muito áspero e nem muito liso.
c) Estilete: esta é uma ferramenta de corte, que com o menor descuido pode
causar um ferimento grave e até levar à morte. Para um melhor desempenho
e maior segurança, utilize sempre uma ponta bem afiada.
d) Furadeira: a furadeira é uma ferramenta portátil com a qualse deve ter mui-
to cuidado. Existem diversos riscos ligados ao manuseio desse equipamento:
perfurações, choques elétricos, lesões musculares etc. Sempre que for usar
a furadeira, verifique se os fios estão encapados, se existe algum defeito no
equipamento.

FIQUE Nas furadeiras com botão de regulagem de velocidade,


existe uma opção de baixa rotação, permitindo que em no-
ALERTA vos furos eles comecem a ser feitos com maior segurança.

e) Chave de fenda: existem diversos tipos de chaves de fenda, para os mais


diferentes fins. Use a chave adequada para cada situação. Não utilize chaves
de fenda como ponteiras. Quando for utilizar chaves em local com risco de
choques elétricos, use sempre uma que tenha cabo com isolamento.

3.3.1 Regras gerais para o uso de ferramentas manuais

Para se utilizar as ferramentas manuais, as seguintes regras devem ser seguidas:


a) sempre usar ferramentas para os fins a que se destinam, respeitando seus
padrões de medida;
b) nunca utilizar prolongamentos sobre ferramentas;
c) nunca alterar as condições originais da ferramenta;
d) respeitar as linhas de atuação de cada ferramenta;
e) observar as normas de segurança em sua totalidade;
f) certificar-se de que a ferramenta é compatível com o material a ser traba-
lhado;
g) nunca expor ferramenta ao calor excessivo.
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

3.4 Transporte de ferramentas manuais

As ferramentas manuais produzem graves acidentes se não forem transporta-


das com cuidado. Observe as seguintes precauções:
a) não transportar ferramentas nos bolsos;
b) as lâminas e as pontas das ferramentas devem ser protegidas contra conta-
tos acidentais;
c) transporte as ferramentas em caixas apropriadas, bolsas, sacolas ou cintos
porta-ferramentais;
d) ao transportar as ferramentas em veículos, não as deixe soltas; guarde-as
em lugar apropriado ou amarre-as com corda em locais que não apresentem
riscos de contatos acidentais.

3.5 Principais motivos de acidentes causados por falhas nos


EPI

O uso dos EPI é exigido por lei como uma das formas de prevenção contra
acidentes, porém apenas a exigência do uso dos EPI e o simples fornecimento
não impedem que acidentes aconteçam. Além da preocupação em fornecer trei-
namentos e conscientização sobre os riscos da não utilização, ou do uso incorreto
dos equipamentos, é importante levar em consideração a escolha do equipamen-
to mais adequado à função e ao funcionário visando conforto e mobilidade, além
de uma melhor aceitação por parte de seus usuários.
Deve-se ter o cuidado com a manutenção dos equipamentos, para que não
aconteçam falhas nos EPI.
Vamos conhecer alguns motivos de acidentes causados por falhas dos EPI:
a) ferramentas defeituosas;
b) ferramentas inadequadas para o serviço;
c) métodos incorretos de uso;
d) má conservação;
e) transporteinadequado de ferramentas.
saúde e segurança em redes telefônicas
34

Dreamstime (2012)
Figura 8 -  Acidente de trabalho

Se analisarmos as falhas sob o ponto de vista da prevenção, podemos dizer


que a causa de acidente é qualquer fato que, se removido a tempo, teria evitado o
acidente. Os acidentes são evitáveis, não surgem por acaso e, portanto, são passí-
veis de prevenção. E para a prevenção devemos manter os EPI em perfeito estado
de conservação, evitando acidentes como:
a) cortes;
b) contusões;
c) torções;
d) lacerações.

3.6 Inspeções nos equipamentos de proteção individual

Uma inspeção criteriosa e rigorosa descobre imperfeições e defeitos que, sen-


do corrigidos a tempo, evitam desarranjos futuros, que necessitam reparos dis-
pendiosos e demorados.

Nunca utilize uma ferramenta defeituosa. Elas são as maio-


res causadoras de acidentes. Sempre que for utilizar uma
FIQUE ferramenta, você deve inspecioná-la cuidadosamente.
ALERTA Quando se utilizam ferramentas inadequadas, para ativi-
dades que não as recomendadas, os riscos de acidentes
crescem consideravelmente.

Há dois tipos de inspeções: inspeções externas e inspeções internas da ferra-


menta. A inspeção externa se faz visualmente, detalhando-se todas as falhas ou
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
23

defeitos visíveis externamente; a inspeção interna é feita pelo setor ou pessoa


competente da empresa, no mínimo uma vez por mês, quando são detectadas
todas as falhas ou defeitos nos componentes da ferramenta. Em ambos os casos,
a inspeção deverá ser periódica: diária, semanal e mensal.
Veja a seguir orientações gerais de inspeção:
a) Prenda o cinto de segurança sempre em um ponto resistente e que esteja a
uma altura superior ao do piso trabalhado.
b) Inspecione atentamente o cinto de segurança antes de iniciar o trabalho,
para evitar uma queda acidental.
c) A utilização correta e adequada das escadas proporciona segurança e man-
tém o equipamento sempre em condições ideais de uso.
d) Examine a escada manual antes de usá-la. Verifique se não há rachaduras.
e) Amarre a extremidade da escada ou peça a alguém para segurá-la.
f) Ao subir ou descer da escada, faça de frente e segurando com ambas as
mãos.
g) Ao subir ou descer da escada, não carregue ferramentas ou materiais nos
bolsos ou nas mãos. Nunca utilizar escada metálica onde possa haver risco
de contato com eletricidade.
h) Ao transportar a escada, mantenha a parte da frente acima da linha da ca-
beça.
i) Se estiver trabalhando com escada em corredores ou passagem de carri-
nhos e empilhadeiras, isole e sinalize adequadamente o local.
j) Não corra nem pule degraus.
k) Nunca incline ou estenda se corpo para fora da escada. Mude a escada de
lugar.
l) Não amontoar ou guardar qualquer coisa sobre o telhado.
m) É proibido arremessar material para o solo, devem-se utilizar cordas para
descê-los.
n) Ao descer ou subir escadas, faça com calma e devagar.
o) Não improvise escadas.
saúde e segurança em redes telefônicas
36

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou e aprendeu sobre a importância de utilizar


conscientemente os EPI adequados, percebeu que pode salvar a sua vida
ea do colega. Seja em uma grande indústria, empresa, escritório ou ofici-
na automotiva, o trabalhador deve se conscientizar da importância do uso
correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Lembre-se: você
pode salvar sua vida usando o equipamento adequado para cada situação
em que se encontrar. E ainda poderá ajudar os outros utilizando EPC, cui-
dando do meio ambiente em que vive.
3 Equipamentos de proteção coletiva e individual
37

Anotações:
Riscos ocupacionais e legislação de
periculosidade e insalubridade

Neste capítulo você vai estudar sobre os riscos ocupacionais e conhecer a legislação sobre
periculosidade e insalubridade. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) regulamenta as ati-
vidades insalubres e perigosas, através de Norma Regulamentadora (NR), mas sua observância
somente é obrigatória para empresas privadas ou públicas que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), conforme a NR-1.
Veja os objetivos de aprendizagem deste capítulo para iniciar seus estudos:
a) aprender quais sãoos riscos ocupacionais;
b) conhecer qual a legislação vigente sobre periculosidade e insalubridade.
saúde e segurança em redes telefônicas
40

4.1 Riscos ocupacionais ergonômicos

Vamos iniciar esta parte do estudo com o propósito de desenvolver o melhor


ambiente para trabalharmos bem. Todos os trabalhadores querem e buscam um
ambiente que ofereça segurança e equipamentos adequados para cada situação.
Um lugar que ofereça ergonomia adequada, como posição da cadeira, do compu-
tador, dos maquinários, que proporcionem segurança, saúde e bem-estar.
As empresas estão investindo cada vez mais no talento humano, oferecendo
qualificações para a melhoria contínua dos processos, e também há uma grande
preocupação com o bem-estar dos trabalhadores.

CASOS E RELATOS

Prevenção
Antônio está na empresa e observa que um colaborador está mexendo em
um equipamento em movimento. Então, aproxima-se do colaborador e
alerta:
– Paulo, eu já lhe disse para não mexer nesta máquina quando ela estiver
sem as guardas de proteção e em movimento.
Paulo retruca em voz alterada:
– Se o senhor quer me mandar embora, por que não diz logo, em vez de me
censurar a todo o momento?
Antônio sabe que está com um sério problema a ser resolvido se pretende
evitar um acidente em sua empresa. Esse é o momento em que alguém
especializado deverá qualificar os trabalhadores para que se conscientizem
da importância do uso correto dos EPI e dos EPC, para proporcionar segu-
rança, saúde e bem-estar no ambiente de trabalho.
Veremos a seguir alguns relatos reais de trabalhadores que não receberam
orientação adequada sobre como trabalhar a questão da ergonomia, cui-
dar da postura e dos trabalhos repetitivos.
Funcionário da Caixa Econômica
˝Comecei a sentir as primeiras dores no ombro e nem ligava porque era
tanto trabalho e a gente era cobrado para ter resultados no fim do mês.
Só me dei conta quando tive de ir ao médico e começar com a fisioterapia.
Isso acabou influenciando o meu estado emocional e tive problemas de
depressão.˝
4 Riscos ocupacionais e legislação de periculosidade e insalubridade
41

Funcionária do Banco do Brasil


˝Eu tenho alguns colegas do banco e até terceirizados que sofrem com es-
sas lesões por esforço repetitivo. Eu estou de licença para o tratamento des-
de o ano passado. A estrutura que a empresa oferece parece que estimula
esse tipo de coisa e não há preocupação de prevenção.˝

Os riscos ocupacionais ergonômicos são significativos. Nas atividades dos se-


tores elétrico e telefônico, veja quais são os riscos ergonômicos relacionados:
a) Biomecânicos: posturas não fisiológicas de trabalho provocadas pela exi-
gência de ângulos e posições inadequadas dos membros superiores e in-
feriores para realização das tarefas, principalmente em altura, sobrepostes
e apoios inadequados, levando a intensas solicitações musculares, levanta-
mento e transporte de carga etc.
b) Organizacionais: pressão quanto ao tempo de atendimento a emergên-
cias ou em situações com períodos de tempo rigidamente estabelecidos,
realização rotineira de horas extras, trabalho por produção, pressões da po-
pulação quando há falta do fornecimento de energia elétrica.
c) Psicossociais: elevada exigência cognitiva necessária ao exercício das ati-
vidades associada à constante convivência com o risco de vida, devido à
presença do risco elétrico e do risco de queda (neste caso, sobretudo para
atividades em linhas de transmissão, executadas em grandes alturas).
d) Ambientais: representado pela exposição ao calor, radiação, intempéries-
da natureza, agentes biológicos etc.
Dreamstime (2012)

Figura 9 -  Evitando riscos


saúde e segurança em redes telefônicas
42

Os levantamentos de saúde do setor elétrico mostram


VOCÊ que nessas atividades são frequentes as lombalgias, os
SABIA? entorses, as distensões musculares e manifestações ge-
rais relacionadas ao estresse.

A prevenção não se faz da noite para o dia, então lembre-se:


a) tenha sempre atitude receptiva com tudo o que diz respeito à prevenção de
acidentes;
b) participar deste estudo pode ser útil à sua atuação;
c) busque e proponha soluções, como se isso dependesse só de você.

4.2 Legislação de periculosidade e insalubridade

INSALUBRIDADE
PERICULOSIDADE Denis Pacher (2012)

Figura 10 -  Periculosidade e insalubridade

A legislação considera como atividades ou operações perigosas todas aquelas


que, pela natureza ou métodos de trabalho, coloquem o trabalhador em contato
permanente com explosivos, eletricidade, materiais ionizantes, substâncias radio-
ativas ou materiais inflamáveis, em condições de risco acentuado.
O adicional de periculosidade é um direito constitucional, previsto atualmente
no artigo 7º, inciso XXIII, de nossa Constituição Federal. Vamos conhecer estear-
tigo? Acompanhe!
Artigo 7º, inciso XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Em nossa CLT, o adicional de periculosidade também encontra previsão legal,
sobretudo em seu capítulo V (Da segurança e medicina do trabalho), que na se-
ção XIII trata das atividades insalubres ou perigosas, artigos 193 e seguintes.
Art. 193 – São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da re-
gulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natu-
4 Riscos ocupacionais e legislação de periculosidade e insalubridade
41

reza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis


ou explosivos em condições de risco acentuado.
§ 1º – O trabalho em condições de Periculosidade assegura ao empregado um
Adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes
de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º – O empregado poderá optar pelo Adicional de insalubridade que porven-
tura lhe seja devido.
Também existem normas regulamentares (as NR) que tratam desta questão da
periculosidade, como a NR-16 da portaria 3.214/78.
É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interes-
sadas requererem ao Ministério doTrabalho, através das Delegacias Regionais do
Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor da empresa,com o
objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade perigosa.
a) O disposto no item 16.3 não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do
Trabalho nem a realização ex-officio daperícia.
b) Para os fins desta Norma Regulamentadora – NR são consideradas ativida-
des ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a degra-
dação química ou autocatalítica e a ação de agentes exteriores, tais como,
calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos.
c) As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos,
em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de pe-
riculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o
limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e
trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.
d) As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio
dos veículos, não serão consideradas para efeito desta Norma.
e) Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido combustí-
vel todo aquele que possua ponto de fulgormaior que 60oC (sessenta graus
Celsius) e inferior ou igual a 93oC (noventa e três graus Celsius), (Alterado
pela Portaria SIT n.º 312, de 23 de março de 2012).
f) Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sobres-
ponsabilidade do empregador (Incluído pela Portaria SSST n.º 25, de 29 de
dezembro de 1994).
saúde e segurança em redes telefônicas
44

4.3 Atividades e operações insalubres

Insalubridade em termos laborais significa o ambiente de trabalho hostil à


saúde, pela presença de agentes agressivos ao organismo do trabalhador, acima
dos limites de tolerância permitidos pelas normas técnicas.

Dreamstime (2012)
Figura 11 -  Ambiente hostil de trabalho

O artigo 189 da CLT estabelece que: “Serão consideradas atividades ou opera-


ções insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de traba-
lho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo de
exposição aos seus efeitos”.
A Norma Regulamentadora NR-15 da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,
do Ministério do Trabalho, estabelece os agentes nocivos, bem como os critérios
qualitativos e quantitativos para caracterização das condições de insalubridade.A
NR-15 traz as condições de trabalho que sãoconsideradas insalubres. Segundo
essa NR,são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvol-
vem:
a) acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos da Portaria nº 3214 n.º
1, 2, 3, 5, 11 e 12;
b) nas atividades mencionadas nos Anexos da Portaria nº 3214 n.º 6, 13 e 14;
c) nas comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, cons-
tantes dos Anexos da Portaria nº 3214 n.º 7, 8, 9 e 10.
SAIBA Para saber mais sobre os anexos da NR-15 da Portaria nº
3.214, de 8 de junho de 1978, acesse o site <http://portal.
MAIS mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm>.

4.4 Adicional de insalubridade

O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os su-


bitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, inci-
dente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
a) 40% para insalubridade de grau máximo;
b) 20% para insalubridade de grau médio;
c) 10% para insalubridade de grau mínimo.
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do
pagamento do adicional respectivo. Os casos de eliminação ou neutralização da
insalubridade ocorrerá:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde
do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro
de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar
adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável
sua eliminação ou neutralização. A eliminação ou neutralização da insalubridade
ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que com-
prove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessa-
das requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perí-
cia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar
ou determinar atividade insalubre.
Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que com-
provada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional
devido.
O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.
saúde e segurança em redes telefônicas
46

4.5 Adoção de medidas de controle de insalubridade

O art. 191 da CLT procura esclarecer a diferença entre eliminação e neutraliza-


ção da insalubridade.
A eliminação do agente insalubre depende da “adoção de medidas que con-
servem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância”.
A neutralização será possível “com a adoção de equipamentos de proteção
individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a li-
mites de tolerância”.
Fica claro que eliminar o agente insalubre é adotar medidas de proteção cole-
tiva, conservando o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância.
Não é por outra razão que a NR-6 da Portaria 3.124/78 condiciona o forneci-
mento do EPI a três circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem, tecnicamente, inviá-
veis, ou não assegurarem completa proteção à saúde do trabalhador;
b) no espaço de tempo em que as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas;
c) para atender situações de emergência.
Enquanto não for eliminado, é evidente que o agente insalubre continua aci-
ma do limite de tolerância. Então é que se justifica a utilização de EPI, desde que:
a) seja efetivamente utilizado pelo trabalhador, dentro do princípio de vigilân-
cia inerente à empresa (“cumprir e fazer cumprir”);
b) tenha efetivamente a capacidade de neutralizar o agente insalubre que, no
caso, afeta diretamente o trabalhador, dentro dos limites de tolerância;
c) se torne, ao invés de uma medida definitiva, uma forma provisória de ame-
nizar o problema da insalubridade, não eximindo a empresa da obrigatorie-
dade legal de eliminar o agente insalubre com medidas de proteção coletiva.
Entende-se por “Limite de Tolerância”, para os fins dessa Norma, a concentra-
ção ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo
de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante
a sua vida laboral.
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas con-
siderado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada
a percepção cumulativa.
4 Riscos ocupacionais e legislação de periculosidade e insalubridade
41

4.6 Riscos em ambientes confinados

Os trabalhos em espaços fechados, como caixas subterrâneas e estações de


transformação e distribuição, fechadas, expõem os trabalhadoresao risco de asfi-
xia por deficiência de oxigênio ou por exposição acontaminantes, tanto nas ativi-
dades do setor elétrico como no setor de telefonia.
Nesses ambientes pode ocorrer a presença de gases asfixiantes (monóxido
e dióxido de carbono, por exemplo) e/ou explosivos (metano, vapores de com-
bustíveis líquidos, etc.). Esses contaminantes originam-se por formação de ga-
ses orgânicos oriundos de reações químicas nos esgotos e presença de agentes
biológicos de putrefação existentes nesses ambientes e, ainda, de vazamentos
de combustíveis dos tanques subterrâneos de postos de abastecimento e da ca-
nalização de gás combustível. Além desses riscos, nos trabalhos executados em
redes de distribuição de energia elétrica e de telefonia subterrâneas, devido à
proximidade com redes de esgoto e locais encharcados, existe a possibilidade de
contaminação por agentes biológicos. A NR-33, sobre a Segurança nos Trabalhos
em Espaços Confinados, tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos
para identificação de espaços confinados eo reconhecimento, avaliação, monito-
ramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente
a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente
nesses espaços.
“Espaço confinado” é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupa-
ção humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja venti-
lação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir
a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. A seguir, acompanhe o que a NR-33
diz sobre cada parte:

4.6.1 Cabe ao empregador

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma;


b) identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços con-
finados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de
emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambien-
tes com condições adequadas de trabalho;
e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as me-
didas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;
saúde e segurança em redes telefônicas
48

f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão,


por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constan-
te no anexo II desta NR;
g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas
onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalha-
dores;
h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos tra-
balhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para
que eles possam atuar em conformidade com esta NR;
i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspenção de con-
dição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local;
j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes
de cada acesso aos espaçosconfinados.

4.6.2 Cabe aos trabalhadores

a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;


b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;
c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua
segurança e saúde ou de terceiros,que sejam do seu conhecimento;
d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com
relação aos espaços confinados.

4.7 Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços


confinados

A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementa-


da e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas
e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados.

4.8 Medidas técnicas de prevenção

a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de


pessoas não autorizadas;
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
4 Riscos ocupacionais e legislação de periculosidade e insalubridade
41

c) proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergo-


nômicos e mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos
atmosféricos em espaços confinados;
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhado-
res, para verificar se o seu interior é seguro;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a rea-
lização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou iner-
tizando o espaço confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas
onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas ta-
refas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;
k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de
alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interfe-
rências de radiofrequência.

É preciso adotar medidas para eliminar ou controlar


os riscos de inundação, soterramento, engolfamento,
FIQUE incêndio,choques elétricos, eletricidade estática, queima-
ALERTA duras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamen-
tos, amputações e outros que possam afetar a segurança e
a saúde dos trabalhadores.

4.9 Equipamentos de sinalização em redes telefônicas

A sinalização é um procedimento de segurança simples e eficiente parapreve-


nir acidentes. Os materiais de sinalização constituem-se de adesivos, placas, lumi-
nosos, fitas de identificação, cartões, faixas, cavaletes, cones, etc., destinados ao
aviso e advertência de pessoas sobre os riscos ou condições de perigo existentes,
proibições de ingresso ou acesso e cuidados, ou ainda aplicados para identifica-
ção dos circuitos ou partes. Veja alguns exemplos:
a) identificação de circuitos elétricos, de quadros e partes;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos de manobra;
c) restrições e impedimentos de acesso;
saúde e segurança em redes telefônicas
50

d) delimitações de áreas;
e) interdição de circulação em vias públicas.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu quão importante é cuidar dos aspectos er-
gonômicos, como sua postura, e conheceu os riscos ocupacionais e a le-
gislação de periculosidade e insalubridade que o Ministério do Trabalho
e Emprego - MTE regulamentou. Viu como é importante o uso dos equi-
pamentos de segurança, evitando acidentes graves. Também conheceu as
medidas técnicas de prevenção que podem ajudar a prevenir acidentes.
Todos estes conceitos foram ensinados com o propósito de desenvolver
melhor o ambiente de trabalho, e que para que você trabalhador busque
sempre medidas de segurança adequada para cada tipo de situação.
4 Riscos ocupacionais e legislação de periculosidade e insalubridade
51

Anotações:
Organização do ambiente de trabalho
e profissionalismo

Para trabalhar bem, todos precisam de um ambiente agradável – limpo, organizado e de


fácil acesso. Um ambiente de trabalho organizado gera satisfação em todos os funcionários – o
que pode influenciar diretamente na sua criatividade e produtividade.
Por esse motivo, vamos trazer agora algumas dicas que poderão ajudar você a organizar seu
ambiente de trabalho. Com esse intuito, nossos objetivos de aprendizagem são:
a) aprender métodos de organização de um ambiente de trabalho;
b) conhecer e aprender a colocar em prática os princípios do housekeeping.
Shutterstock (2012)
saúde e segurança em redes telefônicas
54

2 House keeping 5.1 Métodos de organização


Organização do lar. Com o passar dos anos todas as empresas japonesas passaram a adotar medi-
das para otimizar seu tempo produtivo utilizando o mínimo de tempo e esforço
possível para realizar suas tarefas. Atualmente, todas as empresas que se desta-
cam no cenário mundial demonstram uma enorme preocupação com o aprovei-
1 seiri, seiton, seiso, tamento de seu tempo, organização em todos os campos de trabalho e com sua
seiketsu e shitsuke
imagem.
Seiri – Liberação de área;
Seiton – Organização;
Seiso – Limpeza;
Seiketsu – Asseio; A palavra “otimizar”, segundo o dicionário Houaiss
Shitsuke – Disciplina.
VOCÊ (2001), significa “criar condições mais favoráveis para;
tirar o melhor partido possível de”. Envolve a ideia de
SABIA? obter rendimento máximo, seja de uma máquina, uma
empresa, etc.

Diferentemente da indústria do passado, a indústria moderna tem como obje-


tivo aprimorar seus processos produtivos de forma a produzir o máximo possível
utilizando o mínimo possível de recursos como: matéria-prima, esforço humano,
energia e principalmente tempo.
Os empresários japoneses decidiram utilizar os princípios do house keeping1
em suas organizações, mas resolveram incrementá-lo transformando-o em um
conjunto de cinco princípios fundamentais que, em japonês, iniciam com a letra
“S”. A soma dos cinco “S” compõe o programa de qualidade conhecido mundial-
mente por “5S”.
Os princípios são: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke2.

SEIRI
Senso de
Utilização

SHITSUKE SEITON
Senso de Senso de

5S
Ordem Organização
Denis Pacher (2012)

SEIKETSU SEISO
Senso de Senso de
Higiene Limpeza

Figura 12 -  5S
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
55

Antes de estudarmos mais detalhadamente cada um dos princípios mencio-


nados anteriormente, vejamos algumas imagens para reflexão:

Dreamstime (2012)
Figura 13 -  Ambiente de escritório impróprio

Dreamstime (2012)

Figura 14 -  Ambiente de trabalho impróprio

Essas imagens revelam a realidade do ambiente de trabalho de muitas pesso-


as e também a necessidade de se preocupar com a segurança e organização no
trabalho. Dessa forma, percebe-se que questões como limpeza e organização são
de extrema importância para um ambiente de trabalho saudável, na medida em
que ajuda na motivação e produtividade dos funcionários. Para ser bem-sucedido
na aplicação do programa, é necessário seguir alguns passos que serão citados a
partir de agora.
saúde e segurança em redes telefônicas
56

5.1.1 Liberação de área (Seiri)

Muitas vezes um profissional pode se deparar com um cenário nem um pouco


animador, um ambiente de trabalho completamente bagunçado. Nessas situa-
ções, a pessoa costuma ficar perdida sem nem saber por onde começar. É o mo-
mento de aplicar o primeiro “S”, Seiri, liberação de área.
O Seiri consiste em uma análise criteriosa sobre o que é necessário no ambien-
te. Tudo aquilo que for considerado útil pelo profissional encarregado da organi-
zação deverá permanecer, e aquilo que não for útil deverá obrigatoriamente sair
dali. Um problema existente na etapa é o apego que as pessoas têm a determi-
nados bens que jamais irão utilizar. Para que o programa funcione, é necessário
enfrentar as resistências e colocar a casa em ordem com muita disciplina.
Existem diferentes níveis de utilidade para as coisas e elas serão tratadas con-
forme a necessidade. Consideraremos isso em breve.

Denis Pacher (2012)

Figura 15 -  Utilidades

5.1.2 Organização (Seiton)

Após deixar o ambiente apenas com material útil, é necessário organizar tudo
aquilo que sobrou. Vale a pena mencionar que os 5S podem ser aplicados a qual-
quer atividade, independentemente do ramo.
A aplicação do Seiton irá fazer com que o ambiente de trabalho se torne mais
agradável, funcional e irá chamar a atenção de clientes e observadores. A ideia
principal dessa etapa é manter todas as coisas próximas e de fácil acesso, de uma
maneira tão organizada que mesmo um recém-contratado possa se encontrar e
trabalhar tão bem quanto qualquer outro membro da empresa.
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
55

Quando pensamos no âmbito de manutenção de redes, o exemplo mais clás-


sico de aplicação do Seiton é o quadro de ferramentas: um painel limpo e bem
pintado com as ferramentas fixadas e identificadas para serem facilmente encon-
tradas. Mas por que devemos fazer tudo isso? A resposta é simples: um quadro de
ferramentas bem montado fará com que o profissional ganhe tempo.
Os objetos têm diferentes níveis de utilidade e podem ser classificados da se-
guinte forma:

Nível de utilidade Local a ser guardado

Caixa de ferramentas, carrinho de ferramentas


(4) É utilizado a todo instante
ou quadro de ferramentas

(3) É utilizado uma vez por dia Quadro de ferramentas

(2) É utilizado uma vez por semana Quadro de ferramentas ou almoxarifado

(1) É utilizado uma vez por mês Almoxarifado

(0) Não é utilizado há mais de seis meses Lixo

Quadro 3 - Nível de utilidade das ferramentas de trabalho


Dreamstime (2012)

Figura 16 -  Carrinho de ferramentas organizadas

5.1.3 Limpeza (Seiso)

Após liberar e organizar o espaço, seguimos para uma importante etapa, a lim-
peza. Esse momento é de vital importância para o processo de organização, pois
afeta aqueles que trabalham no ambiente e também aqueles que usufruem de
seus produtos e serviços.
A preocupação em reciclar os dejetos da manutenção não está relacionada
apenas com a questão ambiental, mas também com a continuidade das ativida-
saúde e segurança em redes telefônicas
58

des de manutenção. Os materiais oriundos do petróleo não são renováveis. Por-


tanto, quanto maior for o seu reaproveitamento, maior será o tempo que o recur-
so estará disponível.
Quando há ordem e limpeza no local de trabalho, cria-se um ambiente mais
agradável e saudável que reforça a atitude positiva dos funcionários, aumentan-
do a produção e diminuindo os riscos de acidentes. Devido a isso, a ordem e a
limpeza são necessidades básicas que fazem parte integrante do nosso ambiente
de trabalho.
A NR-24 traz as obrigações quanto às condições sanitárias e de conforto nos
locais de trabalho. Veja abaixo:
a) Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água
potável, em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes co-
letivos. Onde houver rede de abastecimento de água, deverão existir bebe-
douros de jato inclinado e guarda protetora, proibida sua instalação em pias
ou lavatórios, e na proporção de 1 (um) bebedouro para cada 50 (cinquenta)
empregados.
b) Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com
o gênero de atividade. O serviço de limpeza será realizado, sempre que pos-
sível, fora do horário de trabalho e por processo que reduza ao mínimo o
levantamento de poeiras.
c) Deverão os responsáveis pelos estabelecimentos industriais dar aos resídu-
os destino e tratamento que os tornem inócuos aos empregados e à coleti-
vidade.

CASOS E RELATOS

Conscientização do sr. Agenor


Agenor, um senhor aposentado que tem o hábito de fazer pequenas manu-
tenções em redes domésticas na sua garagem. Com o número de clientes
aumentando Seu Agenor começou a se preocupar, pois estava demorando
muito para encontrar os equipamentos para o conserto das redes, o mate-
rial de trabalho se misturava com os de uso pessoal da família que estava
na garagem, ou seja o ambiente estava uma bagunça.
Vendo a dificuldade enfrentada por seu Agenor, seu vizinho indicou que
ele fizesse um curso de 5S para aprender como organizar seu local de tra-
balho.
Após fazer o curso seu Agenor resolveu colocar em prática o que aprendeu
sobre os 5S. Em sua garagem, primeiro separou o material útil do inútil,
depois organizou suas ferramentas e equipamentos e em seguida iniciou a
limpeza. Nesse processo separou os resíduos descartando metais separan-
dos dos materiais plásticos. Os fios e cabos novos foram guardados em um
armário arejado e seguro para não oxidar. Depois de concluídas as altera-
ções, a garagem de Agenor tornou-se um exemplo para toda a vizinhança.

5.1.4 Higiene (Seiketsu)

Até este momento estudamos medidas para tornar o ambiente de trabalho


mais agradável e funcional. A partir de agora a abordagem será sobre as pessoas
que fazem uso do ambiente.
Denis Pacher (2012)

O termo Seiketsu está ligado à padronização, ao asseio pessoal e à saúde. Para


que um profissional esteja condizente com o seu ambiente de trabalho organi-
zado, ele também precisa estar bem asseado. Trabalhar com um bom aspecto de
limpeza inclui manter os cabelos cortados, as mãos limpas e o uniforme lavado e
passado.
Nesse campo, as exigências do mercado têm sido tão incisivas que trabalhar
com um aspecto bem-arrumado é um pré-requisito para que todos os profissio-
nais conquiste seu emprego.
saúde e segurança em redes telefônicas
60

Na categoria de organização, encontra-se o cuidado pessoal e a utilização de


equipamentos de proteção individual (EPI), que asseguram o bem-estar físico de
um profissional.
Pessoas que trabalham bem-arrumadas estão preservando seu bem-estar
mental e cuidando de sua saúde. Além dos benefícios citados, não podemos dei-
xar de mencionar que a boa aparência de um profissional é um poderoso diferen-
cial competitivo.

Dreamstime (2012)
5.1.5 Disciplina (Shitsuke)

Shitsuke é a última e mais desafiadora etapa do processo, é a comprovação de


que todas as outras etapas foram feitas. O significado para essa palavra é discipli-
na, princípio fundamental para se conquistar e manter as melhorias obtidas com
todo o programa 5S.
De nada adianta fazer uma organização inicial fantástica se não houver dis-
ciplina para mantê-la, tornando permanentes os seus benefícios. Quando uma
empresa chega a esse ponto, é sinal de que venceu as outras etapas, mas nem
por isso deve relaxar.
A cultura do povo brasileiro não valoriza a disciplina. Reconhecer essa verda-
de é o primeiro passo para o sucesso, mas é preciso fazer como os japoneses e
enxergar uma oportunidade ao invés de um obstáculo; é preciso entender que
aqueles que têm disciplina se destacam a ponto de serem essenciais em qualquer
atividade que desempenhem. A disciplina é uma das características essenciais de
um bom profissional.
O Shitsuke deve ser obtido e desenvolvido em grupo, pois é o comprometi-
mento de todos que fará com que o programa funcione e beneficie tanto a em-
presa e seus colaboradores como os seus clientes.
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
55

Dreamstime (2012)
5.2 PROFISSIONALISMO

Hoje em dia o mercado de trabalho procura pessoas capacitadas para a execu-


ção das mais variadas tarefas. Dessa forma, o indivíduo precisa estar sempre pre-
parado e/ou buscando aprimoramento. É fundamental capacitar-se no que gosta
de fazer, encontrar sua autorrealização profissional. Tomemos o médico como
exemplo. Esse profissional precisa de longos anos de estudo. Mesmo assim, para
ele atuar no mercado de trabalho é necessário especializar-se numa área: fisiote-
rapia, oncologia, pediatria, entre outras.

5.2.1 Capacitação

Infelizmente, o mercado de trabalho sofre com a falta de profissionais especia-


lizados. Temos muitos indivíduos formados, porém sem profissionalismo, que é
muito mais que exercer o que você estudou: é fazer tudo o que estamos comen-
tando até agora.

PROFISSIONALISMO?
Denis Pacher (2012)

Nas telecomunicações, em especial no ramo de telefonia, o profissional pre-


cisa ter muitos conhecimentos para atuar em todas as suas variáveis. Desta for-
ma, o que estamos buscando neste curso é apenas o primeiro passo. Você deve
capacitar-se mais e mais para se tornar um profissional completo dentro das te-
lecomunicações.
saúde e segurança em redes telefônicas
62

Veja que o termo profissional sempre está atrelado a uma função específica,
ou seja, só seremos um profissional quando tivermos uma especialização em al-
guma área de atuação.
Por exemplo, você pode estar desempenhando a função de vendedor para
uma determinada loja, porém você nunca se especializou nessa área. Você po-
derá realizar seu trabalho com muito mais sucesso se buscar cursos adicionais,
táticas de vendas, enfim, torne-se um profissional qualificado no setor.

CASOS E RELATOS

O poder da televisão
Nesta pequena história, vamos ver a determinação de uma dona de casa,
que instalou em sua residência uma pequena sala de costura para ganhar
um dinheiro extra. Comprou as máquinas necessárias e começou fazendo
pequenos reparos em roupas. Como tinha uma televisão em sua pequena
sala que ficava ligada o dia inteiro, passou a se situar na moda vendo os es-
tilos de roupa usados nas telenovelas e propagandas. Dessa forma, ampliou
seu negócio copiando alguns modelos e confeccionando-os. Seus clientes
aprovavam e a vizinhança começou a fazer pedidos exclusivos para que
ela confeccionasse e costurasse. O resultado foi fabuloso e hoje a dona de
casa passou a ser uma empresária, e já possui cinco funcionárias. A visão de
negócio aliada à competência profissional transforma os sonhos em opor-
tunidade e devemos acreditar em nosso potencial para poder realizá-los.

Além do conhecimento profissional, é necessário ter bom comportamento,


conforme aprendemos na unidade Fundamentos de Redes de Telecomunica-
ções. Atualmente as empresas buscam cada vez mais profissionais competentes
e comprometidos. Se seu trabalho for progredindo e suas responsabilidades au-
mentando, não se assuste, pois se trata de uma nova seleção, você está sendo
alvo e cotado para um novo cargo. Mas, lembre-se, você precisa estar trabalhan-
do com autorrealização. Para que isso aconteça, o seu comprometimento é fun-
damental. E como já comentando anteriormente, nunca deixe de buscar por ino-
vações. Recicle-se, esteja sempre focado e motivado, sua ascensão na empresa é
só o começo da sua carreira profissional.
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
55

Nas organizações, atualmente, existe certa ˝etiqueta˝


comportamental observada em novos funcionários. No
VOCÊ endereço <www.editaisbrasil.com.br/como-agir-novo-
SABIA? -emprego-49802.html>, você assiste a um vídeo que
traz dicas essenciais a novos profissionais que entram
no mercado de trabalho.

Muitas vezes acontecem situações inusitadas, você é promovido e as cobran-


ças aumentam, você passa a ser o culpado de tudo, parece que todos os proble-
mas estão caindo na sua cabeça. Mais uma vez, não se assunte, isto é reflexo de
suas responsabilidades e novas atribuições. Afinal, numa posição de líder você
precisa se profissionalizar ainda mais e ser dono do seu processo. Lembre-se tam-
bém de que profissionalismo vai além de desempenhar bem o trabalho técnico,
envolve muitos atributos, como responsabilidade, comprometimento, dinamis-
mo etc.

5.3 EMPREGABILIDADE

A empregabilidade é um termo muito bem definido por José Augusto Mina-


relli como sendo a busca pela carreira sustentável, onde o profissional deve ofere-
cer um bom serviço, adaptando-se às transformações do tempo.
Para isso é necessário construir uma rede de relacionamentos e outros atri-
butos indispensáveis à sua permanência no mercado de trabalho. Esse seria um
novo perfil do profissional na era do conhecimento: o talento individual passa a
ser mais do que nunca um grande diferencial no mercado de trabalho.
A carreira profissional deve ter como foco a atualização das capacidades ad-
quiridas e a busca constante e crescente de novas habilidades. A educação conti-
nuada visando a qualificação gera, consequentemente, o aumento da produção.
Ao qualificar-se, o indivíduo amplia seus conhecimentos intelectuais e refina sua
atuação profissional, aprimorando seu modo de pensar e de agir.
A empregabilidade do trabalhador que constrói a sua carreira alicerçada na
busca do conhecimento de forma constante é vista com bons olhos pelo empre-
gador. O profissional deve portar-se como um fornecedor, dinâmico, atual, um
agente externo, autônomo e competitivo em meio à acirrada concorrência.
É a autogestão de sua carreira, a flexibilidade intelectual ao adequar-se às no-
vas situações, a individualização do potencial, a mensuração produtiva e compor-
tamental que irão definir quanto de valor está agregado aoprofissional.
Logo, um bom currículo, atualizado e com diversidade de habilidades técnicas
e específicas, não são garantias da empregabilidade. A postura profissional proa-
saúde e segurança em redes telefônicas
64

tiva, polivalência, a adequação comportamental e uma rede de relacionamentos


são aspectos esperados desse novo perfil profissional.
Isso quer dizer que o emprego tradicional está ameaçado? Esse tema também
é inserido nas políticas empresariais, uma vez que as organizações também estão
comprometidas com o nível de empregabilidade de seus colaboradores, crian-
do condições e estratégias para aumentar sua empregabilidade, buscando ações
inovadoras e desafiadoras aos seus profissionais.
De acordo com Minarelli (1995), a empregabilidade é constituída de seis im-
portantes características que formam o indivíduo um profissional capacitado:
a) adequação vocacional;
b) competência profissional;
c) idoneidade;
d) saúde física e mental;
e) ter uma reserva financeira ou fontes alternativas de renda;
f) ter uma rede de relacionamentos e amizades.
Podemos perceber que essas características são muito comuns em tudo que
já estudamos. O profissional moderno deve estar qualificado e preparado para as
mudanças e necessidades do mercado.

Shutterstock (2012)

A adequação vocacional indica que você precisa gostar do que faz ou ter in-
teresse em fazer o serviço para o qual foi contratado. Caso não seja o seu perfil
ou não está gostando de algo, é importante repensar e se readequar, pois você
pode estar comprometendo o desempenho da empresa em que trabalha e o seu
emprego.
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
55

Realizando seu trabalho com eficácia, você passa a ser visto como um profis-
sional competente, o que também requer outras qualidades, como respeitar os
colegas de trabalho, realizando sua jornada de trabalho corretamente e se com-
prometendo com os resultados de suas tarefas.
Você precisa também demonstrar capacidade para realizar seu trabalho e de-
monstrar ser conveniente, não misturando casos pessoais com o ambiente de
trabalho, por exemplo, cuidar dos seus pertences e ser um colaborador idôneo.
Uma característica importante é a saúde do profissional, ela precisa estar equi-
librada. É fundamental exercer nossa função sem dores ou preocupações, pois
tais disfunções em nossa saúde comprometerão toda e qualquer ação que iremos
desempenhar.
É importante que nosso ordenado mantenha nossas necessidades básicas,
além disso, sempre devemos reservar um pouco, é uma forma de ficarmos prepa-
rados para qualquer imprevisto. Assim você passa a não comprometer seu orde-
nado com situações emergenciais e utiliza sua reserva financeira.
A última característica, e não menos importante, tem a ver com nossa rede de
amizades, que deve ser cultivada dia a dia, pois é através dela que nosso sucesso
profissional irá se disseminar.

Profissionais da área de telecomunicações ou tecnologia


FIQUE devem buscar revisões dos seus conhecimentos constan-
ALERTA temente, visto que as frequentes inovações fazem com
que ocorram rápidas mudanças.

Essas características irão determinar o nível de empregabilidade do profissio-


nal. São fatores que irão ampliar as possibilidades no mercado de trabalho e sua
valorização dentro da empresa para a qual presta seu serviço. O conhecimento
passa a se tornar uma moeda de troca no mercado de trabalho. Quanto mais qua-
lificado e alinhado com as demais características você estiver, maiores serão as
possibilidades do seu crescimento profissional e reconhecimento financeiro, as-
pectos almejados por todos os profissionais.
O foco em gerir sua carreira cria a responsabilidade em estar sempre com os
olhos voltados para atualizações e novas habilidades. No mercado atualmente
existem diversas instituições focadas no saber, ou seja, na construção do conhe-
cimento, que hoje é a alma do negócio. Um exemplo disso é o SENAI, que é uma
organização que atua em diversos níveis e modalidades de ensino, capacitando
alunos desde o nível mais básico como um curso de aprimoramento até os cursos
superiores de tecnologia e pós-graduação, preocupando-se sempre com quali-
dade e inovação.
saúde e segurança em redes telefônicas
66

RECAPITULANDO

Conhecemos neste capítulo os 5S. Você deve ter percebido que, para que
possamos ter um local de trabalho organizado, devemos não somente cui-
dar da limpeza e da higiene no local de trabalho, mas também estar atentos
à NR-24, que traz as obrigações quanto às condições sanitárias e de confor-
to nos locais de trabalho. Além disso, vale lembrar que é de suma importân-
cia que todos conheçam suas obrigações e deveres de forma a exercer seus
direitos com responsabilidade e cidadania.
Também trouxemos neste capítulo informações voltadas ao nosso perfil
profissional. Atitude é uma das ações que um bom profissional deve pos-
suir: a busca por conhecimento, saber se portar perante dificuldades, pas-
sar aos seus superiores sua visão do negócio, entre outras.
Um profissional competente sabe diferenciar o comportamento pessoal do
profissional. Este foi o objetivo real deste capítulo: conscientizá-lo de que é
necessário trabalhar tanto a parte comportamental como técnica para ser
um profissional de destaque.
5 Organização do ambiente de trabalho e profissionalismo
67

Anotações:
REFERÊNCIAS

GAZETA DE MARINGÁ. Acidente de trabalho mata mecânico em oficina de Maringá. 29 mar. 2012.
Disponível em: <http://www.gazetamaringa.com.br/>. Acesso em: 9 set. 2012.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
MINARELLI, J. A. Empregabilidade. São Paulo: Gente, 1995.
MINICURRÍCULO Dos autores

Rosemeri Andrade de Souza, formada no Curso Técnico em Segurança do Trabalho no Centro


Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET) em 2000. Atualmente graduanda do
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Atua há mais de 10 anos na Empresa Back Serviços Especializados como Técnica em Segurança
do Trabalho, sendo responsável pelo setor de segurança do trabalho da empresa, realizando trei-
namentos, inspeções e demais medidas que visam a diminuição de fatores que possam levar os
colaboradores a sofrerem acidentes ou doenças do trabalho.

Estelamaris da Rosa Vieira, formada no Curso de Licenciatura em Educação Física no ano de


1981no Estado de Santa Catarina pela UDESC. Atua na empresa Back Serviços Especializados
como Técnica de Medicina e Segurança do Trabalho, realizando treinamentos e capacitações.
Índice

E
EPI 33, 34, 36, 40, 46

H
House keeping 54

N
NR 22, 23, 29, 39, 43, 44, 46, 47, 48, 58, 66

S
Seiketsu 54, 59
Seiri 54, 56
Seiso 54, 57
Seiton 54, 56, 57
SESMT 14, 15, 16
Shitsuke 54, 60
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela de Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Estelamaris da Rosa Vieira


Rosemeri Andrade de Souza
Elaboração

Vicente O’nofrio
Revisão Técnica

Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica

FabriCO

Design Educacional
Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa
Ilustrações
Tratamento de Imagens
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico

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