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Exmo. Sr. Dr.

Juiz de Direito da 11ª Vara de Fazenda Pública da Capital

Ref.: processo n.º...

... LTDA, nos autos da execução fiscal movida pelo ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, em trâmite nesse MM. Juízo, vem, por seu advogado, constituído nos
termos do instrumento de mandato em anexo, com fundamento nos incisos XXXIV,
XXXV e LV do artigo 5º da Constituição da República, através da presente

OBJEÇÃO DE EXECUTIVIDADE,

argüir a decadência do direito de constituição do crédito tributário, pedindo a


decretação da extinção do processo com o julgamento do mérito (NCPC, art. 487, II),
de acordo com os seguintes motivos:

I – A PRESENTE EXECUÇÃO

1. Ajuizou o Estado do Rio de Janeiro a presente execução fiscal para cobrança de


dívida no valor originário de R$ 170.583,85 (cento e setenta mil, quinhentos e oitenta e
três reais e oitenta e cinco centavos), consubstanciada na certidão de dívida ativa n.º
2015/..., com data de inscrição de 20/08/2015.

2. Tomando conhecimento da existência da demanda, e ingressando espontaneamente


nos autos nessa oportunidade, vem ela, executada, através do presente incidente,
requerer que seja reconhecida a decadência do direito de a Fazenda Estadual constituir
o crédito tributário, com base nos fundamentos a seguir deduzidos.

II – A DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO

4. Compulsando-se a presente execução fiscal, conclui-se que são 4 as obrigações


tributárias que constituem o crédito tributário, tendo como referência as datas de
15/01/1992, 02/01/1992, 16/12/1991 e 01/11/1991 (demonstrativo de fl. 4), tendo o
citado crédito tributário sido lançado na Certidão de Dívida Ativa n.º 2015/..., datada de
20/08/2015, que faz referência à nota de débito 00.../2013, ao processo administrativo
E-04-000.../1992 e à suposta intimação ocorrida em 08/10/2012 (fl. 03).

5. Estabelece o Código Tributário Nacional, no inciso I do seu art. 173, que o direito de
a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos, contados do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado.

6. Com efeito, não são necessárias mais do que pouquíssimas palavras para se
demonstrar a decadência do direito de o exequente efetuar o lançamento, uma vez que
as obrigações tributárias datam dos idos de 1991/1992, e a Certidão de Dívida
Ativa, de 2015, mais de uma década depois.

7. Assim, ficou ultrapassado, em muito, o prazo de 5 anos para que a Fazenda Pública
Estadual exercesse o direito de efetuar o lançamento tributário (ou seja, para, uma
vez ocorrido o fato gerador, que faz nascer a obrigação tributária, fazer o acertamento
dessa obrigação, conferindo-lhe exigibilidade e tornando-a líquida e certa).
8. Como se vê do demonstrativo do cálculo que instrui a Certidão de Dívida Ativa,
sobre o qual já se falou antes (fl. 04), as obrigações tributárias referem-se ao ICMS,
e são datadas de 1991/1992, há 14/13 anos da data em que foi lavrada a Certidão de
Dívida Ativa (2015), como já dito antes.

9. Deveras, não há dúvidas em se afirmar que, não tendo sido constituído no prazo legal
a que se refere o art. 173 do CTN, decaiu o exequente do direito de lançar o crédito
tributário.

III – O CABIMENTO DA MEDIDA ELEITA PELA EXECUTADA

10. Apesar de não haver mais, hodiernamente, a menor controvérsia a respeito de ser
possível ao executado insurgir-se à pretensão/ação executiva através de mera petição,
nos próprios autos da execução, importante que a executada demonstre que a medida
aqui por ela eleita é mais do que cabível.

11. Verificando-se, in casu, que decaiu o credor do direito de constituir o crédito


tributário, portanto se torna ele inexigível, isto deve levar à extinção da execução.
Restringir o direito de defesa do executado aos embargos à execução, por uma
interpretação literal de dispositivos legais processuais, além de estar mergulhado numa
visão conservadora e retrógrada, vai de encontro a vários princípios norteadores de todo
e qualquer tipo de processo.

12. Portanto, apresenta-se de extrema relevância o entendimento do Egrégio Superior


Tribunal de Justiça quanto à possibilidade de arguição de decadência em exceção de
pré-executividade:

"REsp 929266 / SP RECURSO ESPECIAL 2007/0041651-6

Relator (a): Ministro JOSÉ DELGADO (1105)

Órgão Julgador: T1 – PRIMEIRA TURMA

Data do Julgamento: 12/06/2007

Data da Publicação/Fonte: DJ 29/06/2007 p. 523

Ementa PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,


CONTRADIÇÃO OU FALTA DE MOTIVAÇÃO NO ACÓRDÃO A QUO.
EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ARGÜIÇÃO
DE DECADÊNCIA POR MEIO DE PETIÇÃO AVULSA. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. DECISÃO DA MATÉRIA PELA CORTE ESPECIAL
(SESSÃO DO DIA 16/03/2005).

1. Recurso especial contra acórdão que, em execução fiscal, rejeitou a exceção de


pré-executividade.

2. Decisão a quo clara e nítida, sem omissões, obscuridades, contradições ou


ausência de motivação. O não-acatamento das teses do recurso não implica
cerceamento de defesa. Ao juiz cabe apreciar a questão de acordo com o que
entender atinente à lide. Não está obrigado a julgá-la conforme o pleiteado pelas
partes, mas sim com seu livre convencimento (CPC, art. 131), usando fatos, provas,
jurisprudência, aspectos atinentes ao tema e legislação que entender aplicáveis ao
caso. Não obstante a oposição de embargos declaratórios, não são eles mero
expediente para forçar o ingresso na instância especial, se não há vício para suprir.
Não há ofensa aos arts. 128, 165, 458, I e II, e 535, II, do CPC quando a matéria é
abordada no aresto a quo.

3. A doutrina e a jurisprudência aceitam que “os embargos de devedor


pressupõem penhora regular, que só se dispensa em sede de exceção de pré-
executividade, limitada a questões relativas aos pressupostos processuais e às
condições da ação”, incluindo-se a alegação de que a dívida foi paga (REsp nº
325893/SP).

4. “Denunciada a ocorrência da prescrição, verificação independente da produção


ou exame laborioso de provas, não malfere nenhuma regra do Código de Processo
Civil o oferecimento da exceção de “pré-executividade”, independentemente dos
embargos de devedor e da penhora para a prévia garantia do juízo. Condicionar o
exame da prescrição à interposição dos embargos seria gerar desnecessários
gravames ao executado, ferindo o espírito da lei de execução, que orienta no
sentido de serem afastados art. 620, CPC. Provocada, pois, a prestação
jurisdicional quanto à prescrição, pode ser examinada como objeção à pré-
executividade. Demais, seria injúria ao princípio da instrumentalidade adiar para
os embargos a extinção do processo executivo” (REsp nº 179750/SP, 1ª Turma, Rel.
Min. MILTON LUIZ PEREIRA, DJ de 23/09/2002).

5. “A defesa que nega a executividade do título apresentado pode ser formulada


nos próprios autos do processo da execução e independe do prazo fixado para os
embargos de devedor” (REsp nº 220100/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. RUY ROSADO
DE AGUIAR, DJ de 25/10/1999).

6. “Não obstante serem os embargos à execução o meio de defesa próprio da


execução fiscal, este Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de
admitir a exceção de pré-executividade naquelas situações em que não se fazem
necessárias dilações probatórias, e em que as questões possam ser conhecidas de
ofício pelo magistrado, como as condições da ação, os pressupostos processuais, a
decadência, a prescrição, dentre outras. Assim, havendo demonstração de plano da
veracidade das alegações da parte, sem a necessidade de um exame mais
aprofundado das provas juntadas aos autos, não há óbice à análise da matéria por
meio da via eleita” (AgRg no REsp nº 843683/RS, 1ª Turma, Relª Minª Denise
Arruda, DJ de 01/02/2007).

7. A jurisprudência do STJ tem acatado a exceção de pré-executividade, impondo,


contudo, alguns limites. Coerência da corrente que defende não ser absoluta a
proibição da exceção de pré-executividade no âmbito da execução fiscal.

8. A invocação da prescrição/decadência é matéria que pode ser examinada tanto


em exceção de pré-executividade como por meio de petição avulsa, visto ser causa
extintiva do direito do exeqüente.
9. Vastidão de precedentes desta Corte de Justiça, inclusive em decisão da Corte
Especial no EREsp nº 388000/RS, julgado na Sessão do dia 16/03/2005, com
relação à prescrição e aplicável à decadência.

10. Recurso provido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino
Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator."

13. Nem se diga, outrossim, que a decadência (bem como a prescrição) pode ser
reconhecida até mesmo de ofício pelo magistrado, como se vê da redação do art. 487, II,
do NCPC, não havendo qualquer laivo de dúvidas acerca do cabimento da presente
arguição.

IV – O PEDIDO

14. Em razão de todo o aqui longamente exposto, pede a executada, após a manifestação
do exequente, o seguinte:

a) seja reconhecida e pronunciada a decadência do direito do exequente quanto às


obrigações estampadas na Certidão de Dívida Ativa que aparelha a ação de
execução, pelo transcurso do prazo de cinco anos que estabelece o art. 173 do CTN;

b) seja julgada extinta a execução, com fundamento no art. 487, II, do NCPC;

c) seja o exequente condenado, em razão de sua sucumbência, no pagamento das custas


judiciais e dos honorários advocatícios, arbitrados no percentual máximo do valor
atribuído à execução, estabelecidos no art. 85, § 3º, do NCPC.

Termos em que pede deferimento.

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