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Aula – 23/03/2020
Aplicação da Lei Penal no Tempo
Momento do crime
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
Ex.: Se no momento da conduta o ator era menor de idade, considera-se tal fato por todo
o processo; a condenação viria para um menor de idade, embora já tenha completado 18
anos.
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
Crime permanente
Crimes cuja consumação dura no tempo, a prática não é num momento
instantâneo da ação.
Ex.: cárcere privado, sequestro – o momento do sequestro vigora uma lei, mas
no momento da consumação (entrega) vigora outra – se a lei do início é mais favorável
do que a do momento da cessação, aplica-se a Súmula 711 do STF.
Súmula 711 do STF: aplica-se a lei mais grave se esta vigorar anteriormente ao
momento da cessação, durante a prática do crime. O autor tinha como ter conhecimento
(presunção de que ninguém pode alegar desconhecimento da lei) da mudança legislativa
e, assim, optando por continuar, consente com a prática de uma conduta com tamanha
reprovação.
Ex.2: crime de porte de arma – o estatuto do desarmamento aumenta a pena
restritiva de liberdade. Enquanto a arma estiver sob propriedade da arma, está sendo
cometido um crime, por tanto a decisão de continuar portando a arma tem a
consequência de submissão à lei posterior, mesmo que mais grave.
Conjugação/Combinação de leis
Comparando as diferentes legislações, do momento do crime e do julgamento,
não fica claro qual das duas é mais ou menos favorável.
Ex.: mudança de pena de 2 – 7 anos para pena de 4 – 6 anos; não há consenso
sobre qual é mais benéfica ao autor, há muitas variáveis.
i. Há uma corrente que defende a aplicação de uma combinação das leis
penais, de forma que as melhores partes sejam aproveitadas (2 – 6 anos).
Contudo, nesse caso o juiz estaria aplicando uma 3ª lei, assumindo papel
do legislador. Ponto controvertido na doutrina.
ii. Outra corrente defende que uma das leis deve ser aplicada; o réu
escolhendo qual das leis prefere.
iii. O juiz poderia calcular a pena de acordo com as duas diferentes leis,
aplicando o resultado mais favorável a que se chegou. É a solução com
maior aplicação jurisprudencial.