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FACULDADE DE DIREITO DA USP

TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL I


Profª. Mariângela Gama de Magalhães Gomes
Isadora Toledo Santos N°USP 11263471

Aula – 23/03/2020
Aplicação da Lei Penal no Tempo

Momento do crime
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
Ex.: Se no momento da conduta o ator era menor de idade, considera-se tal fato por todo
o processo; a condenação viria para um menor de idade, embora já tenha completado 18
anos.
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. 

Irretroatividade da lei penal


i. Novatio legis incriminadora:
Aquela que restringe a liberdade, que prejudica o ator. Se, no momento da
prática, a conduta não era criminosa, não há como haver condenação.
Ex: criação do crime de abandono de idoso (Estatuto do Idoso); se o
abandono ocorreu antes da criação, não há julgamento.

ii. Novatio legis in pejus (desfavorável)


Uma nova lei que aumenta a pena de um crime já cometido anteriormente à
mudança legislativa não retroage; a condenação segue a pena menor, a
vigente no momento da conduta.
Ex.: lei anti-crime; porte de armas.

Retroatividade da lei penal


i. Abolitio criminis
Revogação da lei que caracterizava conduta como crime.
Alguém processado por um crime que não é mais assim caracterizado deve
ser absolvido ou se alguém está cumprindo pena por aquela conduta, deve ser
posta em liberdade imediatamente. Cessa a execução da pena e os efeitos penais
(volta-se, por exemplo, o réu primário se for o caso; exclui-se do histórico
criminal). Não caberia aqui, contudo, indenização por cumprimento da pena ou
condenação.
Ex.: crime por sedução.

ii. Novatio legis in mellius (favorável)


Conduta continua tendo juízo de reprovação como crime, mas recebe um
tratamento penal mais favorável ao auto da conduta.
Ex.: porte de drogas para uso próprio – houve despenalização; não há
mais pena restritiva de liberdade, mas advertência, prestação de serviços à
comunidade ou participação de curso.

Aplica-se sempre a Lei Penal mais favorável ao réu.

Crime permanente
Crimes cuja consumação dura no tempo, a prática não é num momento
instantâneo da ação.
Ex.: cárcere privado, sequestro – o momento do sequestro vigora uma lei, mas
no momento da consumação (entrega) vigora outra – se a lei do início é mais favorável
do que a do momento da cessação, aplica-se a Súmula 711 do STF.
Súmula 711 do STF: aplica-se a lei mais grave se esta vigorar anteriormente ao
momento da cessação, durante a prática do crime. O autor tinha como ter conhecimento
(presunção de que ninguém pode alegar desconhecimento da lei) da mudança legislativa
e, assim, optando por continuar, consente com a prática de uma conduta com tamanha
reprovação.
Ex.2: crime de porte de arma – o estatuto do desarmamento aumenta a pena
restritiva de liberdade. Enquanto a arma estiver sob propriedade da arma, está sendo
cometido um crime, por tanto a decisão de continuar portando a arma tem a
consequência de submissão à lei posterior, mesmo que mais grave.

Lei Penal Intermediária


Há três legislações diferentes no período entre momento do crime e julgamento.
A lei intermediária é aquela do meio, que não estava em vigor nem no momento da
prática e nem no da condenação.
Se a lei intermediária é mais favorável do que a inicial, é ela que prevalece. Se a
lei 3 for mais prejudicial em relação à 2, a que prevalece ainda é a lei intermediária, a
mais favorável. Houve um período em que a sociedade julgou que tal conduta merecia
um tratamento mais brando, expresso na lei 2.

Conjugação/Combinação de leis
Comparando as diferentes legislações, do momento do crime e do julgamento,
não fica claro qual das duas é mais ou menos favorável.
Ex.: mudança de pena de 2 – 7 anos para pena de 4 – 6 anos; não há consenso
sobre qual é mais benéfica ao autor, há muitas variáveis.
i. Há uma corrente que defende a aplicação de uma combinação das leis
penais, de forma que as melhores partes sejam aproveitadas (2 – 6 anos).
Contudo, nesse caso o juiz estaria aplicando uma 3ª lei, assumindo papel
do legislador. Ponto controvertido na doutrina.
ii. Outra corrente defende que uma das leis deve ser aplicada; o réu
escolhendo qual das leis prefere.
iii. O juiz poderia calcular a pena de acordo com as duas diferentes leis,
aplicando o resultado mais favorável a que se chegou. É a solução com
maior aplicação jurisprudencial.

Leis excepcionais e temporárias – ultratividade gravosa


Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência.
Ex.: suposição em que durante a duração da pandemia do COVID-19 é crime
sair de casa. Não se sabe quando a situação terá um fim, mas sabe-se que ela acabará. Se
alguém decidir por sair de casa nesse período, no momento do julgamento sair de casa
não será mais crime – se a lei não fosse aplicada, seria uma lógica sem sentido, portanto
ela vale futuramente em relação ao ato praticado no momento da sua vigência.

Lei Penal em Branco


Algumas normas penais dependem de uma regulamentação por parte do poder
público ou autoridades administrativas. Há um crime definido em lei, mas a abrangência
depende do conhecimento de algum outro ato normativo, normalmente uma lista.
Ex.: tráfico de drogas ou porte de drogas para uso próprio – não há listagem de
todas as drogas proibidas, mas uma citação da Portaria do Ministério da Saúde que as
elenca periodicamente.
Ex.2: art. 269, CP – omissão de notificação de doença compulsória (COVID-19).
Os médicos devem reportar à Secretária de Saúde o surgimento dessas doenças de
notificação compulsória.
O que muda não é a legislação quanto à omissão, mas a presença ou ausência de
uma doença específica na lista. A partir do momento da inclusão da doença nessa lista
há crime. (Aplicam-se normalmente os conceitos de ir/retroatividade)

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