Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
CENTRO DE TECNOLOGIA
NATAL/RN, 2016
2
Natal/RN, 2016
3
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.21. Diagrama simplificado de chave de partida Soft-starter para instalação de motor
trifásico ................................................................................................................................... 110
Figura 3.22. Chave inversor de frequência, instalação para motor trifásico .......................... 112
Figura 3.23. Diagrama de partida estrela-triângulo ................................................................ 113
Figura 4.1. Fluxograma de etapas do trabalho........................................................................ 116
Figura 4.2. À esquerda, parte frontal do quadro de comandos, à direita barrilete do poço com
motobomba PC ....................................................................................................................... 120
Figura 4.3. Quadro de comandos e proteção da motobomba PC (Partida Compensadora) .. 120
Figura 4.4. À esquerda, o barrilete do poço com motobomba PD, à direita, o abrigo do QCP
................................................................................................................................................ 121
Figura 4.5. Quadro de comandos e proteção da motobomba PD (Partida Direta) ................ 122
Figura 4.6. Barrilete do poço com motobomba PS ................................................................ 123
Figura 4.7. Quadro de comandos e proteção do poço com motobomba PS (Partida Soft-
Starter) ................................................................................................................................... 123
Figura 4.8. QCP (à esquerda), terminais de comando e de alimentação (ao centro), e LCP do
inversor (à direita) ................................................................................................................. 125
Figura 4.9. Barrilete do PT-63 com motobomba PI (à esquerda), transmissor de pressão (ao
centro), e macromedidor de vazão (à direita) ........................................................................ 125
Figura 4.10. Alicate Wattímetro ............................................................................................. 127
Figura 4.11. Função Potência Trifásica com Carga Balanceada, chave na posição “3~Bal *1~”
................................................................................................................................................ 128
Figura 4.12. Câmera termográfica, cedida pelo Laboratório de Energia UFRN .................... 128
Figura 4.13. Termohigrômetro utilizado durante as inspeções termográficas ....................... 129
Figura 4.14. Manômetro utilizado .......................................................................................... 129
Figura 5.1. Ficha de inspeção de parâmetros operacionais da motobomba PC...................... 131
Figura 5.2. Ficha de inspeção de parâmetros operacionais da motobomba PD ..................... 131
Figura 5.3. Ficha de inspeção de parâmetros operacionais da motobomba PS ...................... 132
Figura 5.4. Ficha de inspeção de parâmetros operacionais da motobomba PI ....................... 132
Figura 5.5. Quadro de comandos PC ...................................................................................... 134
Figura 5.6. Quadro de comandos PD...................................................................................... 134
Figura 5.7. Quadro de comandos PS ...................................................................................... 135
Figura 5.8. Terminais do inversor de frequência PI ............................................................... 135
Figura 5.9. Motobomba PC - Operação: 18h/dia.................................................................... 136
Figura 5.10. Motobomba PD - Operação: 24h/dia ................................................................. 136
Figura 5.11. Motobomba PS - Operação: 24h/dia .................................................................. 137
Figura 5.12. Motobomba PI - Operação: ~12h/dia ................................................................. 137
Figura 5.13. Modelo de Roda de falhas adaptado para motobombas submersas ................... 139
Figura 5.14. Principais mecanismos de danos secundários, envolvendo transições em
ambientes do modelo da Roda de falhas ................................................................................ 140
xiii
QUADROS
TABELAS
Tabela 2.1. Tempos (em horas) de ocorrência de falhas para as condições de operação de uma
motobomba na hipótese apresentada ........................................................................................ 42
Tabela 3.1. Máximas velocidades de sucção ............................................................................ 61
Tabela 3.2. Potência aparente de uma instalação elétrica de motobomba ................................ 73
Tabela 3.3. Folga de potência em função do quociente entre potência nominal do motor e
potência consumida pela bomba ............................................................................................... 94
Tabela 3.4. Vazões e fluxos mínimos exigidos para a refrigeração de diversos diâmetros de
motor e de poço, com água até 30°C ........................................................................................ 95
Tabela 4.1. Dados do perfil do poço tubular e da motobomba PC ......................................... 119
Tabela 4.2. Dados do perfil do poço tubular e da motobomba PD......................................... 121
Tabela 4.3. Dados do perfil do poço tubular e da motobomba PS ......................................... 123
Tabela 4.4. Dados do perfil do poço tubular e da motobomba PI .......................................... 124
Tabela 5.1. Índices simbólicos de confiabilidades baseados nas idades operacionais e na vida
média das motobombas submersas ......................................................................................... 133
xiv
LISTA DE GRÁFICOS
OS Ordem de Serviço
PT Poço Tubular
PVC Policloreto de Vinil (do inglês Polyvinyl chloride)
QCP Quadro de Comandos e Proteção
QEE Qualidade de Energia Elétrica
RA Registro de Atendimento
RS FCI ReliaSoft Failure Cricality Index (Índice de criticidade de falhas)
SAA Sistema de Abastecimento de Água
SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do
Norte
SEP Sistema Elétrico de Potência
SIN Sistema Interligado Nacional
TAP Terminação Central de enrolamentos de um transformador
TMEF Tempo Médio Entre Falhas
UNAP Unidade de Operação e Manutenção de Águas de Parnamirim
UPS Fonte de Alimentação Ininterrupta (Uninterruptible Power Supply)
xvii
i 1
– Produtório de i=1 ao n-ésimo item.
x – Média.
σ – Desvio padrão.
In – Corrente Nominal.
UL – Tensão de linha, alimentação.
UF – Tensão de fase.
Q – Vazão volumétrica.
V – Volume.
E – Energia.
Ce – Consumo específico.
η – Rendimento.
xviii
W – Trabalho.
ρ – Massa específica.
γ – Peso especifico do fluido.
°C – Grau Celsius.
% - Percentagem.
R, S, T – Fases da rede de alimentação.
N – Neutro.
F1, F2, F3 – Fusíveis de potência.
F21 – Fusível de comando.
K1, K2, K3 – Contactores, ou relés de comando.
FT1 – Relé de sobrecarga térmico.
M – Motor elétrico assíncrono trifásico.
S1, S0 – Botões de comando (liga, desliga).
KT1 – Relé eletrônico temporizador, retardo na energização de 3-30s.
L1, L2, L3 – Lâmpadas sinalizadoras de comando.
xix
RESUMO
PEREIRA, Leandro Luiz da Silva (2016). Análise de motobombas submersas com diferentes
acionamentos elétricos a partir da Roda de Falhas. Natal, 2016. 174 p. Dissertação
(mestrado) – Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
ABSTRACT
PEREIRA, Leandro Luiz da Silva (2016). Analysis of submersible motor pumps with different
electric drives from the Failure Wheel. Natal, 2016. 174p. Dissertation (masters) – Programa
de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Avoiding failures is an extremely necessary measure when managing water production and
distribution systems with 95% of networks pressurized directly by wells. Based on the
frequent water shortages in 2015, registered by CAERN at the Parnamirim Water Operation
and Maintenance Unit (UNAP), the most notable are the damages caused by overheating and
other mechanical and electrical damages that lead to failures in the motor pump Submerged.
In this scope, this work was carried out to carry out a case study on the installations of four
well pumps PC, PD, PS and PI, with different electric drives, using the Failure wheel proposal
in an electric predictive analysis And thermographic, to qualitatively infer about the level of
reliability and cost of maintenance in the water supply concessionaire. In order to subsidize
the analyzes, important items of the aforementioned facilities were inspected, observing their
relations of conformity with the specifications of the pumps, where electrical and thermal
parameters of operation were carried out, including stress variables to aid in the diagnosis and
to estimate the performances of these machines. The analysis was carried out by a checklist of
operational parameters, checklist and by Failure Wheel in discussion, which allowed for
diagnoses on inspection data and the history of recurring faults. In this sense, the application
of the Failure Wheel occurred with the adaptation of a model for the submersible pumps,
identifying the main damage mechanisms associated to the general causes of failures, which
demonstrated viability in maintenance routines based on the condition for detective-predictive
analysis of faults in the equipment. Comparing the specific energy consumption between the
pumps, the PI, with drive by frequency inverter, obtained better efficiency, offering greater
energy efficiency during the water harvest between July 2015 and July 2016. It showed a
reduced risk of failure Typical of motor pumps, among the equipment, considering the lower
thermal level in operation presented in thermographs, and the lower stress caused due to the
characteristics of the starter. It was concluded, therefore, that its reliability level was the
highest, followed by PS, PC and PD. The advantages of the systematic application of the
proposal, coupled with a planned maintenance policy, point to the reduction of intercurrences
due to failures and losses of production, and with this, allow to reduce premature equipment
changes and costs with maintenance and electric energy. As a result of the research, a
methodology of predictive monitoring was obtained, aiming at maintenance actions before the
catastrophic failure on items in the course of damages.
Keywords: Motor pump; Tubular well; Operating parameters; Failure Wheel; Maintenance;
Reliability.
21
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
A utilização dos recursos hídricos vem crescendo a cada dia, visto que a demanda
acompanha o crescimento mundial junto às mudanças climáticas, o que torna a escassez da
água uma preocupação combinada aos dilemas socioeconômicos e ambientais da “produção”
e distribuição de água, para as diferentes necessidades dos consumidores.
É perceptível a tendência atual a soluções que visem à redução do desperdício, como o
reaproveitamento de águas pluviais, a captação de água de chuva, o reuso doméstico, o
tratamento de esgotos, os métodos de lavagem a seco e os dispositivos economizadores de
água em equipamentos hidráulicos. Mesmo a tecnologia avançando no mundo a exploração de
águas de rios, e de poços, por meio de Conjuntos MotoBombas Submersas (CMBS), ainda
persistirá como principais fontes de água potável. Enquanto a salgada água do mar não
apresenta vantagens econômicas suficientes para viabilizar sua potabilidade, é imprescindível
que o ser humano compreenda o reaproveitamento dos recursos naturais em todos os
mecanismos ao seu redor.
Em curso de pleno desenvolvimento, a economia globalizada tem sido afetada com o
aumento notório na demanda por produtos, sistemas e novos processos de desempenho a
custos competitivos. Nesse âmbito, surge a necessidade de manter a qualidade, a confiança, a
integridade física e financeira nos processos de produção industrial, no que tange os
envolvidos, o cliente, a empresa e seus equipamentos. Isso se traduz em relevar critérios para
a operacionalização e manutenção industrial, prevendo a disponibilidade de equipamentos, e
reduzindo a probabilidade de falhas que afetem os custos envolvidos na produção e a
segurança homem/máquina.
A confiabilidade e a manutenção preditiva industrial constituem uma área da engenharia
mecânica de extrema importância na otimização da disponibilidade de sistemas e processos
produtivos. A eletromecânica e a eletroeletrônica de máquinas e equipamentos são vastos
campos de tecnologias aplicadas à produção industrial, que coexistem com os gargalos das
falhas. Assim, exigem uma crescente busca por soluções em automação, mas com avanços em
manutenção preditiva e economicidade de recursos, sendo um campo fértil e desafiante de
pesquisas.
A identificação e correção de problemas eletromecânicos de manutenção é um esforço
que as indústrias fazem para elevar os níveis de confiabilidade dos sistemas e para aumentar o
lucro operacional, sendo alavancados pela otimização do tempo de operação (idade) das
máquinas e equipamentos. Nesse contexto, os motores elétricos merecem atenção especial,
pois são responsáveis por cerca de 90% dos acionamentos de máquinas associadas a processos
industriais (BULGARELLI, 2006).
Em afirmação aos aspectos de produção em processos industriais,
22
888m
2204m
451m
1801m
Figura 1.1. Localização da área dos poços tubulares (Adaptado de Google Earth).
CAPÍTULO II
2. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Figura 2.1 Esquematização de tipos de falhas. Fonte: Blache & Shrivastava (1994) apud Oliveira et al. (2012).
A respeito desse quadro, Unfer (2011) descreve os tipos de falhas quanto ao grau de
importância na operação de um sistema, e em relação ao surgimento:
Falha Parcial: Desvios de características, além de limites estabelecidos, mas que não
causam perda completa da função requerida.
Falha Completa: Desvios além de limites estabelecidos, causando perda total da função
requerida.
Falha Gradual: Ocorrência pode ser prevista através de inspeção e/ou acompanhamento.
Falha Súbita: Ocorrência imprevisível e falha aleatória
Em geral, um sistema que é afetado por uma falha total/completa gradual distingue-se
pela negligência na falta de acompanhamento sobre os ativos. Já no tipo de falha parcial
gradual, a degradação está relacionada aos mecanismos de danos e intempéries.
Quando ocorre uma falha, seja em um ativo ou em uma instalação, a função prejudicada
pode ser completa ou parcial (conforme diagrama da figura abaixo), desta maneira, a ação de
correção pode também ser temporária (paliativa), caracterizando a ação realizada sobre o
efeito, ou final (reparo completo), caracterizando a ação realizada sobre a causa (JUNIOR,
2011).
pelo fato do equipamento ainda fornecer movimento ao fluido (vazão), porém com perda de
performance.
Em outra situação, o mesmo equipamento pode ser observado em um estado inoperante,
caracterizando uma falha completa devido à vazão nula, seja por causa de falha do rotor da
bomba, falha do motor ou operação em vazio, que pode se enquadrar como um problema de
negligência operacional, ou ainda, a coexistência de todos esses problemas. Em ambos os
casos, os modos de falhas típicos do equipamento são responsáveis pela perda parcial ou total
de sua função, os quais serão estudados mais adiante.
Para a definição da necessidade de aplicação de análise de falhas, são utilizados alguns
parâmetros, entre eles (JUNIOR, 2011):
Criticidade do ativo;
Riscos de segurança;
Riscos ambientais;
Indisponibilidade dos ativos;
Riscos a qualidade do produto;
Reincidência da falha.
A falha de motobombas em poços será tratada como um evento de falta d’água, que
corresponde a parada de funcionamento (indisponibilidade do ativo) devido a avarias no
próprio equipamento, nos circuitos de força e comandos ou na rede elétrica.
Figura 2.3. Roda de Falhas com quatro ambientes de falhas. Fonte: Tanzer e Westinghouse (2002, p. 733).
29
competitividade, e, consequentemente a meta do lucro. Nessa visão, além dos métodos citados
neste trabalho, vale destacar a Teoria das Restrições (TOC - Theory of Contraints) publicada
no livro “A meta”, de autoria de Goldratt e Jeff Cox, que sugere a eliminação de gargalos e
maximização da produtividade de uma empresa.
De acordo com Alves et al. (2010), essa teoria teve início na década de 80
fundamentada na criação do software Optimized Production Tecnology (OPT), como sistema
de administração de produção, que surgiu de um planejamento de um sistema de pequena
produção de gaiolas (ou galinheiros), desenvolvido na época pelo estudante de física
israelense Eliyahu Moshe Goldratt, para ajudar um amigo. Com base nisso definiu que,
“gargalo é qualquer recurso cuja capacidade seja igual ou menor que a demanda exigida deste
recurso” (GOLDRATT, p.145, 1992).
A ideia em torno do gargalo é que existe uma limitação física diante de um processo
produtivo, ou, analogamente, uma restrição transposta para outros setores que não têm contato
direto com a operacionalização da produção. Para Barcaui e Quelhas (2008), a TOC considera
a empresa não em partes isoladas, mas como um sistema integrado, onde o item global
depende dos empenhos de todos os envolvidos. Neste sentido é plausível observar a relação
da Teoria das Restrições com a Gestão de manutenção e processos, destacando-se a
manutenção industrial com base na confiabilidade e disponibilidade de itens.
Nesse âmbito, é importante impor condições de manutenção aos itens, do tipo: qualquer
parada maior que “x” minutos nas máquinas gera-se um gargalo, e isso é condição para que se
realize uma análise de falha para a manutenção, do contrário o prejuízo financeiro total sobre
o sistema será “y”. Assim, reduzir gargalos significa reduzir horas perdidas no sistema inteiro,
o que vai ao encontro da teoria das restrições, que aponta a melhoria da eficiência produtiva
pela redução de restrições e despesas operacionais, com manutenções corretivas e reposição
de itens.
Para tanto, é possível analisar poços voltados para o abastecimento d’água como um
sistema produtivo com pontos suscetíveis a falhas, logo, dependentes de um balanceamento
de recursos a nível de aperfeiçoamento de pessoal, manutenção e aquisição de itens de
qualidade. Neste trabalho, pode-se dizer que a TOC se relaciona com a termografia, aliada à
manutenção preditiva, quando sua aplicabilidade favorece a redução danos maiores, por esse
lado, implicando na predição de falhas que se manifestam como gargalos.
testes, aterrissando antes do alvo ou explodindo durante o voo. Diante dessas falhas, o
matemático Robert Lusser foi contratado para analisar o sistema operacional dos mísseis.
Segundo a análise de Lusser, proposta pela lei de probabilidade de um produto com
componentes em série, em que a confiabilidade de um sistema em série é igual ao produto das
confiabilidades de suas partes componentes, sistemas com muitos componentes em série
tendem a apresentar baixa confiabilidade. Embora ocorra melhora individual da
confiabilidade em componentes o efeito tende a ser pequeno sobre o sistema (FOGLIATTO e
RIBEIRO, 2009, p.3-4).
Na perspectiva dos autores, a aplicação da confiabilidade seguiu um percurso
importante, motivado pelas necessidades de desenvolvimento de produtos, processos e armas
cada vez mais competitivas, além de disputas como a Guerra Fria.
Nesse contexto, nos Estados Unidos, “A corrida para ser a primeira nação a enviar uma
missão tripulada à Lua, em particular, motivou avanços na área da confiabilidade, tendo em
vista os riscos humanos envolvidos”. A análise dos riscos associados à construção e operação
de usinas nucleares centralizou o estudo da confiabilidade na década de 1970. Suas aplicações
se consolidaram a partir daí nas mais diversas áreas, a exemplo de algumas ligadas à
engenharia de produção, como: análises de risco e segurança, qualidade, otimização da
manutenção, proteção ambiental e projetos de produtos (Ibid., p.4-5). Dentre essas, a
otimização da manutenção assume uma relação estreita com a confiabilidade, através da
adoção de programas de Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC).
t2
F (t ) f (t ) dt (2.2)
t1
t2
F (t 2 ) F (t1 ) f (t ) dt (2.3)
t1
32
A função de risco, ou taxa de falhas h(t) (hazard function ou hazard rate λ(t)) é uma
medida de confiabilidade associada ao nível de risco de um sistema/item falhar dentro de um
intervalo de tempo t. Unidades com mesma confiabilidade em t podem ter funções de risco
bastante diferentes, sendo essa uma medida útil na comparação entre sistemas com
propriedades distintas (ibid).
Accioly (1995); Fogliatto e Ribeiro (2009) descrevem a relação entre a função de risco
h(t), a função densidade de probabilidade f(t) e a função de confiabilidade R(t), para a
estimativa dos tempos de vida de equipamentos, conforme a expressão (2.5).
f (t ) f (t )
h(t )
1 F (t ) R(t ) (2.5)
Estas variáveis são consequências de outras variáveis aleatórias, tais como o tempo
alocado para operação, a resistência dos materiais e a carga exigida pelo serviço. Como não se
consegue conhecer e controlar todos os fatores ativos, usam-se técnicas probabilísticas para
prever o comportamento das variáveis (Ibid, p.48). Essas afirmações caracterizam itens
isolados, enquanto em sistemas é preciso considerar além das variáveis mencionadas o fator
humano, que envolve riscos durante intervenções realizadas por operadores, muitas vezes
ligadas à mau interpretação de instruções.
F (t ) 1 R (2.7)
1
h(t )
TMEF (2.8)
Conforme análise de Fogliatto e Ribeiro, (2009, p.17, questão 13), sobre um grupo de
dados de conjuntos motobombas, a distribuição de probabilidade que melhor se ajusta aos
dados para a estimativa do tempo até falha (MTTF) foi a lognormal, numa simulação
utilizando o software Proconf.
A lognormal é um tipo de distribuição com bastante aplicação na modelagem de tempos
até reparo em unidades reparáveis. A função de risco da lognormal exibe formato de uma
curva de banheira invertida, com h(t) crescendo inicialmente e, após, decrescendo
assintoticamente. Costuma-se supor que a taxa de reparo (isto é, a intensidade com que
reparos são concluídos) se assemelha à função de risco de uma distribuição lognormal, sendo
esse um fator que depende da eficiência do pessoal da manutenção e da disponibilidade de
recursos materiais (ibid, p.33).
36
Figura 2.4. Diagrama de blocos para sistema de itens ligados em série. Fonte: Fogliatto e Ribeiro (2009).
RS P( x1 ) P( x2 ) ... P( xn ) (2.10)
n
RS Ri (2.10)
i 1
Um aspecto importante sobre esse tipo de associação de itens, é que, à medida que o
número de itens aumenta no sistema, a confiabilidade decresce rapidamente.
Os sistemas em paralelo correspondem àqueles em que todos os itens devem falhar para
que o sistema falhe, como mostra a figura 2.5.
Figura 2.5. Diagrama de blocos para sistema de itens ligados em paralelo. Fonte: Fogliatto e Ribeiro (2009).
37
Figura 2.6. Representação genérica em diagrama de blocos de sistemas série-paralelo e paralelo-série, com
respectivas decomposições em subsistemas.
RS 1 (1 R n ) m (2.14)
38
Figura 2.7. Curvas de probabilidade condicional de falhas (função de risco). Fonte: Adaptada (NOWLAN e
HEAP, 1978).
Estas seis curvas são derivadas de análises de confiabilidade realizadas sobre aeronaves
civis, durante as quais todos os itens estudados foram caracterizados por uma ou outra curva
dentro de porcentagens que representam cada um dos padrões básicos (United Airlines in
NOWLAN e HEAP, 1978, p.68). Os 11% dos itens estudados e representados pelas curvas A,
B e C podem se beneficiar de um limite de idade operacional, os outros 89% não demonstram
tendência de aumento da probabilidade de falha com o tempo, o que dificulta o trabalho de
manutenção sobre itens mais complexos.
Os modelos A e B são característicos de itens simples. Segundo a literatura, é comum
equipamentos como bombas, válvulas, compressores, máquinas e motores chegarem à fase de
envelhecimento (ACCIOLY, 1995). Os modelos mais complexos são os C, D, E e F que
representam itens como componentes eletrônicos. Itens simples manifestam uma relação entre
a confiabilidade e o tempo de operação. Os itens complexos evidenciam uma tendência à
mortalidade infantil, e depois a probabilidade de falhas aumenta gradualmente (MOUBRAY,
1995; NOWLAN e HEAP, 1978).
40
Para Fogliatto e Ribeiro (2009, p.11), o ciclo de vida de equipamentos possui três
períodos distintos:
Mortalidade Infantil – Representa um período da vida útil com grande taxa de falhas
precoces, devido a defeitos de fabricação em componentes ou deficiências de projeto.
Essas falhas também ocorrem por causa de problemas de instalação.
Vida Útil (Maturidade) – A taxa de falhas é atenuada e relativamente uniforme em
qualquer momento no tempo, decorrendo de condições extremas no ambiente de
operação do item, ou por um acaso (falhas aleatórias). Depende de fatores de estresse
que atuam entre o meio e os itens do sistema, como sobreaquecimento, fadiga e
corrosão acelerada, sendo, portanto, mais difícil sua previsão.
Envelhecimento ou Degradação – A degradação natural do item conduz ao aumento
da taxa de falhas por desgaste, que se intensifica com o passar do tempo, também
conhecida como mortalidade senil.
A curva da banheira é uma forma qualitativa de esboçar o comportamento de um
equipamento quanto a seu tempo de vida útil. Sua representação na figura 2.8 sintetiza as
informações supracitadas, diante da função de risco h(t) ao longo do ciclo de vida
(FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009, p.11).
Figura 2.8. Exemplo de curva de banheira e ciclo de vida de equipamentos (FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009,
p.11).
3 4
1 2 5 6 7
(24h) (16h)
10
8 9 11 12 13 14
(6h)
15 16 17 18 19 20 21
26
22 23 24 25 27 28
(9h)
29 30
Figura 2.9. Falhas (em vermelho) ocorridas em um mês numa instalação de motobomba.
Tabela 2.1. Tempos (em horas) de ocorrência de falhas para as condições de operação de uma motobomba na
hipótese apresentada.
665h
D 100 92,3%
665h 55h (2.16)
A avaliação sobre esse caso hipotético leva a crer que a disponibilidade se manteve num
patamar satisfatório durante o mês, e que o número de falhas é relativamente tolerável por ter
acontecido problemas externos durante os 30 dias, sendo que essa análise pode se estender
para o tempo de vida útil de um equipamento. A depender desse fator, os prejuízos
incumbidos devem conduzir a uma melhoria na metodologia de acompanhamento e
manutenção dos ativos, para que se evite ao máximo as perdas de produção e custos elevados
com manutenção não planejada.
2.10. Mantenabilidade
CAPÍTULO III
No Brasil 36,3% da energia elétrica gerada é consumida pelo setor industrial, com
perspectiva de uma redução para 35% até 2019 (EPE, 2015), de acordo com a figura 3.1.
Figura 3.1. Estrutura do consumo por classe (%) no Sistema Interligado Nacional (SIN). Fonte: MME, 2015.
Desses dados, destaca-se uma tendência de aumento do consumo de energia elétrica por
parte da atividade comercial e residencial, motivada pelo crescimento populacional. Na
distribuição de consumo por classe apontada em 2015, dos 36,3% do consumo de energia
elétrica pelo setor industrial no país, 2/3 da energia é consumida pelo uso final de força
motriz, conforme mostra a figura 3.2.
Figura 3.2. Distribuição do consumo de energia elétrica por uso final na indústria. Fonte: SEBRAE-SP, 2014.
No SIN, é possível ajustar a carga de acordo com os dias que normalmente apresentam
carga baixa (sábados, domingos e feriados), dentro de uma programação em calendário.
Diferentemente, a carga consumida na operação de equipamentos industriais (a nível de baixa
tensão), é isenta de compensações para efeito de balanço de consumo, ou seja, toda a carga
medida (com ou sem perdas por aquecimento na instalação) é contabilizada.
Para retratar uma pesquisa a respeito da classificação de pontos quentes, feita por
termografistas da Flir Inc., nos Estados Unidos,
De março de 2005 a junho de 2010, os termografistas realizaram 6.445 inspeções
termográficas, com uma média de cerca de 100 exames por mês. Usando 22
câmeras, os termografistas encontraram 47.077 falhas (ou deficiências) para uma
média de 7,3 falhas por relatório. A redução de custos de reparo elétricos é estimada
em US$ 500 para pequenas falhas ou intermediários e US$ 3.000 para faltas graves
ou críticas. Essas estimativas são baseadas em experiências típicas na indústria. As
quatro categorias de falhas são baseadas em diferenciais de temperatura da norma.
Pequenas falhas são de 1 °F a 9 °F acima da norma. Falhas intermediárias são de 10
°F a 34 °F; as falhas graves são de 35 °F a 74 °F; e as críticas são 75 °F ou mais
acima do estabelecido pela norma (LISBOA, 2014).
A cidade de Parnamirim/RN, foco dos sistemas estudados, possui 95% de sua rede de
abastecimento de água ligada diretamente a poços, perfazendo um total de 108 poços em
operação de um total de 144 perfurados. Essa situação reflete apenas 5 % de um número
insuficiente de reservatórios elevados distribuindo água aos consumidores, os quais pela ação
da gravidade mitigam transtornos momentâneos com a parada do sistema de produção, pois
oferecem tempo para a realização de manutenções nos poços.
Nesse quadro, a vantagem que a cidade desponta está relacionada à sua topografia com
relevo predominantemente plano.
As demandas de manutenção na indústria de saneamento e distribuição de água tratada
relevam a devida atenção aos problemas de troca prematura de itens, com inclusão de outros
processos produtivos similares. Nota-se, que paradas prematuras de equipamentos rotativos
como motobombas, elevam os custos na correção de falhas, estando os problemas de
sobreaquecimento dentre os mais comuns. Não obstante, a irregularidade na operação de
sistemas eletromecânicos de poços reflete na redução da arrecadação. A filtragem dos
Registros de Atendimentos (RAs) do tipo “falta d’água”, referente ao período de atendimento
do ano 2015, baseia-se em falhas de poços que atendem diversos bairros de Parnamirim/RN.
De modo geral, são falhas causadas por danos cumulativos de caráter elétrico e térmico,
podendo ter outros motivos não especificados, a que se refere o gráfico 3.1.
40 312 312
35 262
30 212
25
162
20
112
15 100
10 54 62
35 33 30
5 12 16 1 7 9 7 5 2 8 4 11 4 5 11 12 12
0 -38
Gráfico 3.1. Números de RA's de falta d'água em 2015. Nota: “Outros” se refere aos bairros e comunidades
próximos à zona rural. Fonte: GSAN/ CAERN, 2016.
48
Quadro 3.1. Problemas, causas e possíveis soluções em poços tubulares. Fonte: Giampá e Gonçales (2005,
p.34).
Na prática, é possível estender essa relação para os problemas que podem surgir em um
poço, suas causas e ações de manutenção.
49
6%
11%
15%
68%
A maior fatia dentre os efeitos observados está associada a falhas de classe elétrica,
mas com efeito térmico. Os efeitos destacados no gráfico são discutidos na seção 3.5 a seguir.
51
Junto a essas informações, deve-se levar em conta a Altura Manométrica Total (AMT),
pressão, definida pela energia por unidade de peso fornecida ao fluido, a ser atendida pelo
projeto do SAA do poço. Na AMT são considerados o nível dinâmico da água, a altura de
recalque externa ao poço e as perdas de carga envolvidas, que resultam num valor que norteia
a escolha pela melhor relação entre vazão e altura manométrica requerida para a motobomba.
Outro ponto importante é a conformidade dos dados elétricos com os dados do conjunto
motobomba e do poço no projeto, onde a corrente nominal de operação deve ser considerada
até o limite suportável pelo fator de serviço do motor, para que o equipamento e a fiação não
sejam danificados.
Figura 3.3. Ilustração de raízes invasoras, Jurema e Algaroba. Fonte: Melo et al (2013).
Melo et al (2013), retrata dois casos, relatados em entrevista. O primeiro, sobre a queda
de um gato durante o processo de perfuração de um poço com 35 metros de profundidade no
município de Apodi – RN, na comunidade de Soledade, o segundo, sobre o aparecimento de
uma cobra quando uma equipe de teste de vazão da SEMARH estava retirando a tubulação de
um poço com 100 metros de profundidade e 6 polegadas de diâmetro, no município de Touros
– RN, na localidade de Umburama.
Como medida preventiva deve-se ter o cuidado durante os procedimentos de perfuração
do poço, assim como na instalação da motobomba, fazendo o fechamento da abertura superior
entre a tubulação edutora e a parede de revestimento do poço, e mantendo a tampa em bom
estado de conservação. Por segurança, uma altura mínima deve existir entre a boca do poço e
o nível do solo para evitar seu alagamento, sendo determinada durante a fase de instalação da
tubulação geomecânica de revestimento do poço, a depender da permeabilidade do solo e do
nível de precipitação de chuvas do local.
[...]um pré-filtro de baixa qualidade (por exemplo, areia de rio), ou seja, anguloso
proveniente de gnaisse, gera muita perda de carga, já que o ajuste entre essas faces
diminui também a permeabilidade. Neste caso, um novo desenvolvimento não vai
resolver. O ideal é um pré-filtro proveniente de praia, os quais são constituídos de
grãos de quartzo, pois o mesmo é bem arredondado, cujo empacotamento favorece
uma boa permeabilidade e o fluxo. A qualidade “ambiental” do tipo do pré-filtro
está também relacionada com o licenciamento para a exploração do mesmo (MELO
et al, 2013).
Dessa forma, para cada formação geológica a escolha adequada do tipo de filtro na zona
produtora permite obter bons resultados de vazão em um poço, e, ao mesmo tempo, previne o
desgaste abrasivo no bombeador, ainda mais se este for revestido com material especial
antifricção.
54
As incrustações dão origem à cor marrom na maioria dos casos, como produto da
adesão de partículas oxidadas presentes na água sobre crostas existentes (Ferro e outros
minérios como carbonatos, cloretos, nitratos e sulfatos). Nessas superfícies rugosas criam-se
condições propícias ao processo de proliferação microrgânica e corrosão das tubulações.
Conforme entrevista conduzida por Melo et al (2013), a respeito das bactérias
precipitadoras de ferro, já foram detectadas na praia de Pititinga, litoral norte do RN, e em
Camurupim, litoral sul, assim como em Natal.
A B
C D
Figura 3.4. Colunas em estágios avançados de corrosão. Fonte: acervo pessoal, A e B (PT-43, 08/03/2016); C
(PT-12, 17/05/2016) e D (PT-36, 22/09/2015).
Dessa maneira, a utilização do cloro para desinfecção de poços tubulares pode destruir
alguns dos microrganismos, mas, ao mesmo tempo gerar corrosão nos itens metálicos, a até
problemas de saúde com os Thrialometanos, não sendo a opção mais adequada para tais fins.
Figura 3.5. À esquerda o crivo de uma bomba submersa, à direita, tubulação edutora com incrustação de
calcário. Fonte: Melo et al (2013).
Em todo caso, o processo de incrustação nos poços é facilitado por mudanças na pressão
e velocidade do fluxo laminar de escoamento d’água para fluxo turbulento.
Um estudo sobre poços tubulares foi efetivado por Netto et al. (2010), em que 27
processos de reabilitação foram realizados preferencialmente em poços da SABESP, com a
utilização do agente desincrustante “NO RUST”, a base de orto-fosfatos ácidos, que
demonstrou grande capacidade de recuperação de vazão e qualidade de água, redução do
consumo de energia elétrica (KW/m³ extraído), redução dos custos operacionais e rápida
recuperação dos investimentos necessários.
Aplicações de novos produtos no mercado (COMBA-T), que atuam na eliminação de
diversas incrustações, apontaram uma recuperação de 50% em poço da CAERN instalado em
aluvião do rio Ipanguaçu, com cerca de 50 metros de espessura, de tal maneira que o nível
dinâmico passou de 15 metros de profundidade, antes do tratamento, para 7 a 8 metros, após a
aplicação, mantendo a mesma vazão (MELO et al, 2013).
Quando a técnica construtiva do poço não é o agente modificador da qualidade da água,
surge, muitas vezes, aspectos naturais do próprio background que não obrigam a reabilitação
57
do poço, portanto, livrando a empresa de eventuais ações judiciais. Em face disso, o mal
cheiro e coloração na água pode ser resultado do contato com alguma camada que contenha
fósseis ou matéria orgânica decomposta, onde a luz que incide sobre a água que sai do poço
provoca a ação de bactérias.
A prática tem confirmado que tubulações de ferro são sensíveis ao depósito de ferro
insolúvel e de outros minerais, formando tubérculos, devido à ação de bactérias oxidantes.
Caso a temperatura da água seja adequada à proliferação de bactérias, isso potencializará o
processo de formação de tubérculos e a “MIC” - Corrosão por Interferência Microbiológica
(Zona de Risco, 1999).
Determinados procedimentos químicos e físicos utilizados atualmente são eficientes
como soluções para eliminação de ferrobactérias, no entanto, de forma temporária porque as
mesmas voltam a proliferar, mantendo o problema sem solução definitiva.
Análises de composição da água, da extensão dos depósitos no interior das tubulações, e
da integridade física das tubulações (tipos de danos presentes), devem preceder qualquer
manutenção, para definir os métodos e ações mais indicados sobre as instalações do poço.
Nesta etapa, a água coletada passa por análises físico-química e bacteriológica para identificar
microrganismos presentes nos biofilmes e incrustações da tubulação, e a composição da água
(teor de dureza), onde a concentração de Ferro total na água permite até 0,3 mg/L, pela
Portaria 2.914 de 2011 (antiga 518) do Ministério da Saúde.
Algumas ações de manutenção, que incluem limpeza, reparo ou substituição de itens
afetados, aplicam-se na minimização dos problemas de incrustações e podem ser programadas
com periodicidade que vai depender do tipo e agravamento das mesmas:
Avaliação prévia sobre os casos de incrustações com utilização de ferramenta de
perfilagem óptica (vídeo-inspeção), a cada manutenção completa dos poços;
Lavagem do sistema “flushing” (descargas);
Limpeza mecânica com "Pigs" (dispositivos deslocados no interior de dutos para
limpeza e inspeção);
Limpeza química com produtos decompositores do biofilme bacteriano e completa
desincrustação de depósitos superficiais (com Orto-fosfatos ácidos), com ação eficaz
na formação geológica do poço e menor custo dentre os processos existentes;
Limpeza da motobomba e revestimento com filme anticorrosivo.
[...] torna-se necessário fazer a limpeza utilizando reagentes ácidos para dissolvê-los
(prazo de 12 horas geralmente), entretanto estes podem corroer as tubulações de aço
inoxidável. A fase mecânica do pistoneamento também costuma ser aplicada
posteriormente, tanto para facilitar a introdução dos reagentes no aquífero, quanto
para a remoção dos sedimentos finos. A utilização do ar comprimido associado em
seguida, conferindo um superbombeamento, pode também dar bons resultados. Os
resultados mostram que às vezes o rendimento do poço recupera a vazão inicial, mas
outras vezes vai gradualmente perdendo o seu desempenho. Há situações
particulares em que o trabalho de manutenção permite a recuperação de uma vazão
específica superior a original, mas isto se deve à baixa vazão aplicada na fase de
desenvolvimento inicial, devido ao nível estático estar mais baixo naquele período
sazonal (MELO et al, 2013).
58
Esse método de limpeza concorda com os procedimentos utilizados pela CAERN para
reabilitação de poços, tendo como exemplo hipotético o caso da seção 2.9 “Disponibilidade
média”. Na prática, o uso de produtos desincrustantes no interior dos poços é moderado. O
jateamento com partículas abrasivas de areia é uma opção para remoção de camadas de
óxidos e outras incrustações sobre a superfície de motobombas.
Segundo Filho (2009), para que não ocorra o fenômeno da cavitação, é necessário que a
energia que o líquido dispõe na chegada ao flange de sucção, seja maior que a que ele vai
consumir no interior da bomba, isto é, que o NPSH disponível seja maior que o NPSH
requerido, NPSHd NPSHr. Teoricamente é recomendada uma folga mínima de 5%, ou seja,
NPSHd 1,05 x NPSHr, sendo esta folga limitada a um mínimo de 0,30m, isto é, 1,05 x NPSHr
NPSHr + 0,30m. Santos (2007, p.157) recomenda que essa diferença seja de pelo menos
0,50m.
Para evitar que aconteçam cavitações nas instalações de bombeamento alguns
procedimentos são elementares, tanto na fase de projetos como na de operação, a saber
(FILHO, 2009):
Tubulação de sucção a mais curta possível;
Escorvamento completo;
NPSHd NPSHr + 0,30m;
Medidas antivórtices;
Limitação da velocidade máxima de aspiração em função do diâmetro
(tabela 3.1);
Indicação clara da posição de abertura e de fechamento das peças especiais;
61
Figura 3.6. Diagnóstico de ponto quente em emenda de cabo, PT-09 Bairro Cohabinal, em 23/06/2016.
Dessa figura, a falha ocorrida foi devido ao ponto quente identificado na emenda dos
cabos do motor submerso, próximo à boca do poço. A falha foi diagnosticada pelo desarme do
disjuntor ao tentar acionar a motobomba, onde, através de testes no Quadro de Comandos e
Proteção (QCP) verificou-se descontinuidade entre os terminais 1 e 2 do enrolamento do
motor. Na busca pela origem do problema, o mesmo teste foi realizado na emenda próxima ao
barrilete, sendo observada a continuidade entre os cabos do enrolamento do motor. Daí o
procedimento corretivo necessário foi levantar as colunas junto com a motobomba, de modo
que possibilitou refazer as emendas sobre o ponto quente.
A figura 3.7 ilustra uma falha em quadro de comandos e proteção com partida soft-
starter, onde se observou visualmente um ponto quente na fase “T” do disjuntor geral de 50A.
Figura 3.7. Diagnóstico de ponto quente em cabo do disjuntor, PT-20 Bairro Nova Parnamirim, em 08/11/2015.
Figura 3.8. Diagnóstico de descontinuidade entre terminais do enrolamento do motor, com sobrecarga nas fases
R e T, PT-17 Bairro Nova Parnamirim, em 06/01/2016.
iB in iz (3.2)
e i2 1,45iz (3.3)
65
Onde:
IB é a corrente de projeto do circuito;
Iz é a capacidade de condução de corrente dos condutores, nas condições previstas para
sua instalação (ver 6.2.5 NBR 5410);
In é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste, para
dispositivos ajustáveis), nas condições previstas para sua instalação;
I2 é a corrente convencional de atuação, para disjuntores, ou corrente convencional de
fusão, para fusíveis.
A condição posta pela equação 3.3, sobre as correntes i2 e iz, se aplica quando forem
assumidos os seguintes limites estabelecidos para o tempo de sobrecarga: as temperaturas
máximas especificadas, em função da isolação de condutores em regime operacional de
sobrecarga, não devem superar 100 horas durante doze meses consecutivos, nem superar 500
horas durante a vida do condutor (ABNT-NBR 5410, 2005). Quando esses limites não forem
atendidos prevalecerá a condição i2 ≤ iz.
O quadro 3.3 orienta os limites de temperatura para a capacidade de condução de
energia elétrica em alguns tipos de cabos, em funcionamento contínuo normal.
Quadro 3.3. Temperaturas características de condutores com diferentes tipos de isolação. Fonte: ABNT, NBR
5410 (2005).
Quadro 3.5. Exemplo de efeitos dos desequilíbrios de tensão em motor de indução trifásico. Fonte: Belchior,
2011.
Na indústria isso reflete em equipamentos que operam por meio de automação com
eletrônica embarcada e microprocessadores que tornam os sistemas mais sensíveis,
obedecendo à processos produtivos cada vez mais rigorosos.
Diante da definição é preciso entender que a qualidade da energia na indústria não está
associada ao funcionamento ininterrupto de máquinas ou equipamentos. Para o caso do
segmento de abastecimento d’água a produção é voltada para que os consumidores não sejam
afetados pela falta d’água, que pode ocorrer devido aos diversos modos de falhas elétricas.
Os aspectos indicadores da Qualidade de Energia Elétrica (QEE) em regime permanente
ou transitório, estão relacionados no módulo Prodist, ANEEL (2016):
a) tensão em regime permanente;
b) fator de potência;
c) harmônicas (distorções);
d) desequilíbrio de tensão;
e) flutuação de tensão;
f) variações de tensão de curta duração;
g) variação de frequência.
As definições relativas à QEE constam no Módulo 1 Prodist – Introdução (ANEEL,
2016). Em sistemas compostos basicamente de quadro de comandos elétricos, condutores,
motobomba (carga) e válvulas mecânicas de barrilete, há cada vez mais uma certa
dependência dos padrões de qualidade de energia, ao passo que são prejudicados por
distúrbios suprarelacionados, com destaque para surtos, variação de tensão, presença de
harmônicas e inconsistência do fator de potência das instalações.
O gráfico 3.3 mostra estimativas de como um distúrbio de falta de energia afeta os
custos de produção, em um tempo menor que 1 minuto, para diferentes setores industriais
(quadro 3.6).
Gráfico 3.3. Custos estimados para interrupção de processo por um intervalo inferior a 1 minuto. Fonte: Oliveira
(2014).
68
Setores da indústria
A – Saúde L – Computadores
B – Gás M – Engenharia
C – Papel N – Equipamentos de Transporte
D – Órgãos Públicos O – Órgãos de Financiamento
E – Transportadoras P – Centros de Negócios
F – Comércio Atacadista Q – Mineração
G – Madeireiras R – Equipamentos Eletrônicos
H – Químicas S – Equipamentos Instrumentação
I – Plásticos/Borrachas T – Refinarias de Petróleo
J – Extração de Petróleo U – Siderúrgicas
K – Produtos Alimentícios V – Têxtil
Quadro 3.6. Discriminação dos setores da indústria, relativa ao gráfico 3.3. Fonte: adaptado, Oliveira (2014).
Um estudo feito pela Electric Power Research Institute (EPRI) indica o nível de
sensibilidade de acionadores de corrente contínua, conhecidos como inversores, a partir de
88% da tensão nominal (MARTINHO, 2009, p.41).
Os inversores de frequência são casos típicos de equipamentos que podem tanto ser
afetados por distúrbios da QEE quanto podem gera-los, sendo caracterizados como poluidores
elétricos, conforme Martinho (2009, p.15). Nessa particularidade, a forma da onda distorcida
pelo inversor é para garantir o controle de uma carga, porém, ao receber tensão com forma de
onda distorcida deixa de funcionar corretamente. Mesmo esse tipo de equipamento sendo
capaz de maximizar o desempenho de máquinas e motores, geram-se distorções sobre a
71
energia distribuída nas linhas próximas desses equipamentos, devido às correntes harmônicas,
que podem afetar outros aparelhos eletrônicos mais sensíveis.
Ao dar seguimento a essa ideia, a compatibilidade entre a fonte de energia e o
equipamento elétrico ligado a essa é essencial para atender as demandas operacionais, o que
caracteriza a QEE.
trabalhar em corrente nominal. Para um motor de corrente nominal igual a 44,6 A, e fator de
serviço de 1.15, sua corrente máxima de operação será de 51,3 A, havendo sobrecarga e até
queima do equipamento caso esse valor seja ultrapassado.
Adotando o valor do FS é possível calibrar o valor de sobrecarga de relés térmicos e a
parametrização de Soft-starts ou inversores de frequência para desativá-los antes de atingir a
corrente máxima de operação, com isso, evitando danos aos sistemas de acionamentos e até a
queima do motor. Uma forma de obter o fator de serviço conhecendo os valores de corrente
elétrica máxima e nominal é a partir da expressão:
i i (3.4)
FS máx n 1
in
3.7.2. Variação de tensão
Quadro 3.8. Tensão nominal de atendimento para intervalos de variações em pontos de conexão igual ou
inferior a 1 kV (380/220). Fonte: Módulo Prodist (ANEEL, 2016, p.33).
Este quadro pode se aplicar nas medições baseadas na ficha de inspeção e modelo de
checklist para poços, permitindo a consulta dos valores de referência de tensão nominal para
efeito comparativo com o valor medido em campo.
Conforme Martinho (2009, p.39) o chaveamento de cargas de potência elevada
demanda uma energia extra da rede ao serem acionadas, o que provoca redução da tensão. O
mesmo ocorre no acionamento de bancos de capacitores de cargas de grande potência. A
desenergização causa o efeito contrário ao afundamento, elevando a tensão.
Para oferecer maior estabilidade na tensão de alimentação é fundamental separar
circuitos de potência e comando, além do uso de condicionadores de energia (UPS) de até
25% (MARTINHO, 2009).
73
O aumento de tensão acima dos níveis suportáveis danifica o componente, o qual fará
com que o equipamento a ele ligado também pare de funcionar, causando uma parada de
produção.
De acordo com Martinho (2009, p.49), uma elevação de tensão de intensidade pequena,
que seja suportada pelos equipamentos, acarreta outros distúrbios, como o desperdício de
energia e a diminuição da vida útil dos equipamentos alimentados pela linha alterada. Isso
acontece porque a sobretensão, ou a elevação de tensão, aquece os equipamentos ligados à
rede, e se o aquecimento não danificar o equipamento, diminui a sua vida útil, sendo mais
prejudicial que o afundamento de tensão.
Nesse âmbito, é importante destacar os significados dos termos sobretensão e subtensão,
Dentro da categoria de variação de tensão de longa duração, caracterizada por
variações que acontecem em torno do valor nominal por períodos maiores que um
minuto, estão os termos overvoltage ou sobretensão, quando o valor ultrapassa 10%
do valor nominal de tensão, sendo típico chegar até 20% da tensão nominal, e
subtensão ou undervoltage, quando atinge valores inferiores a 90% da tensão
nominal (MARTINHO, 2009, p.51).
Na prática, esses percentuais relativos à tensão nominal de uma instalação podem ser
confrontados com os valores de referência, constantes no quadro 3.8.
Na instalação elétrica de uma motobomba a potência aparente pode ser calculada com o
auxílio de um alicate amperímetro, por meio do qual é realizada a medição das correntes e das
tensões entre as fases do motor, e feito o produto entre elas, ou ainda de forma direta, através
da medição com alicate wattímetro. A título de exemplo, a tabela 3.2 mostra a potência
aparente total obtida da soma das potências aparentes.
A correção do Fator de Potência (FP) é uma prática que evita cargas indutivas na rede
elétrica, isso beneficia por um lado o dimensionamento adequado de cabos para a carga
instalada, na redução de custos com o uso de cabos de menor bitola.
A correção do FP é uma exigência das concessionárias de energia sobre grandes
consumidores, sobre a qual devem ficar atentos às multas aplicáveis em caso de
irregularidades. Normalmente as concessionárias de energia elétrica cobram o excedente de
energia reativa se o FP for menor que 0,92.
Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão inferior a 230
kV, o fator de potência no ponto de conexão deve estar compreendido entre 0,92 e 1,00
indutivo ou 1,00 e 0,92 capacitivo, de acordo com regulamentação vigente do módulo Prodist
(ANEEL, 2016). A figura 3.9 ilustra o triângulo retângulo de potência, como forma genérica
de expressar as relações de potência sobre uma instalação elétrica.
P EA (3.5)
FP FP
P2 Q2 EA2 ER2
P Q (3.6)
FP cos cos arctg
S P
Para cargas lineares, o FP também pode ser definido como sendo igual ao cosseno do
deslocamento de fase do ângulo , de acordo com a equação 3.6.
75
Ao saber que um dos objetivos deste trabalho é propor uma sistemática de manutenção
com base na metodologia de Roda de falhas, este capítulo irá expor alguns conceitos sobre
manutenção e preparar o leitor para o que será abordado dentro do panorama metodológico
proposto no trabalho.
Essa diferença de vida útil entre os componentes de redutores faz com que ocorra um
excesso de intervenções e trocas de itens com “meia vida”, ainda em boas condições de
trabalho. Os custos desnecessários com sobressalentes e sucessivas intervenções nos
equipamentos devem ser ponderados sob o aspecto das vantagens de um custo em relação ao
outro. Na situação apresentada, os ganhos com a adoção da preditiva no acompanhamento do
conjunto de redutores são garantidos por resultados globais mais satisfatórios. Dessa forma,
Kardec e Nascif (2009) afirmam, que o número de intervenções cairá drasticamente, o
consumo de sobressalentes também e o número de homens-hora alocado a esses
equipamentos, consequentemente, também será reduzido.
A qualidade atribuída ao acompanhamento preditivo está nos subsídios fornecidos pelos
dados relacionados ao acompanhamento, contendo histórico de medições e coletas de
parâmetros operacionais de uma planta, as curvas de tendência, e outras tantas informações de
importância para as pessoas que compõem a equipe de manutenção. Apesar disso, alguém que
esteja praticando Manutenção Corretiva não planejada terá um longo caminho a percorrer
para chegar a praticar Engenharia de Manutenção. E o maior obstáculo a ser vencido estará na
“cultura” que está sedimentada nas pessoas (KARDEC e NASCIF, 2009).
Numa empresa, o desenvolvimento de um programa de manutenção de ativos consiste
basicamente em determinar os métodos de manutenção adequados para cada estado funcional,
em registrar as tarefas de inspeção periódicas com medição de parâmetros operacionais, e os
danos e falhas na linha do tempo dos equipamentos. Paralelo a isso, atuam as medidas
manutentoras, que incluem as inspeções, prevenções, correções e substituições de itens. O
histórico, concebido por meio do registro de inspeções e das falhas, é um recurso útil na
tomada de decisões mais assertivas em outras intervenções, ao lado do conhecimento das
especificações dos equipamentos avaliados e da seleção dos métodos de manutenção mais
apropriados.
77
Planejamento da
manutenção
Manutenção preditiva
(função da condição)
A manutenção corretiva, conhecida também como reativa, pode ser entendida como a
manutenção não planejada, que tem o objetivo de localizar e reparar defeitos em
equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo (ALMEIDA; SOUZA, 2001). Em
linhas gerais, pode-se dizer que as empresas do início do século XX não possuíam métodos de
gerenciamento com estratégias de manutenção baseadas na condição dos ativos.
No contexto da produção industrial, a manutenção corretiva visa o atendimento
imediato à produção, sendo que, além de instalações que operam em regime contínuo, ela
atende as instalações que trabalham em regime intermitente, pois estas também possuem valor
agregado à produção. Conforme Almeida e Souza (2001), pode-se entender duas formas de se
operar com manutenção não planejada:
Manutenção de Emergência: é aquela em que, constatado o defeito ou a falha, o
atendimento deve ser feito de imediato, para recolocar o equipamento em
funcionamento normal.
Manutenção Organizada por Fila Baseada em Prioridade: é feita registrando as falhas
dos equipamentos e ordenando-as seguindo determinados critérios de priorização.
78
Monte Carlo com o método de busca informativa, tendo a técnica Bootstrap aplicada, a fim de
modelar as incertezas nas estimativas do parâmetro (LAGGOUNE et al., 2010). Nesse
contexto, buscam o momento oportuno para substituição de itens em sistema de
multicomponentes séries, considerando a incerteza de dados sobre falhas, onde o custo total
esperado por unidade de tempo é minimizado sob distribuição geral de vida.
O gráfico 3.4 mostra um exemplo típico de distribuição de vida aumentada em curva de
banheira, onde há pontos de substituições preventivas de itens entrando na etapa de desgaste.
Gráfico 3.4. Curva da banheira de probabilidade de falha para um sistema que passou por três substituições de
itens.
O aspecto mais comum na parada de máquinas e equipamentos é que eles não avisam o
momento da falha, no entanto, manifestam sinais que indicam o modo de falha em curso,
como vibração, ruído, sobreaquecimento e outros.
Em face disso, a manutenção preditiva prognostica o tempo de vida útil dos
componentes das máquinas ou dos equipamentos e as condições para que não ocorra falha
antes desse tempo (ALMEIDA; SOUZA, 2001). Nessa óptica, ela se aplica a avaliação das
condições operacionais de itens, dos danos e falhas que eles podem apresentar e ao
gerenciamento dos métodos e ações de manutenção. Havendo a necessidade de intervir sobre
determinado equipamento, entra em ação a manutenção corretiva planejada.
Essa metodologia de manutenção permite alcançar a máxima disponibilidade para a
qual os equipamentos foram projetados, proporcionando aumento de produção e de
faturamento (KARDEC e NASCIF, 2009).
Segundo Koyano (2002), após análise dos fenômenos, a manutenção preditiva adota
duas linhas de ação para impedir a ocorrência de falhas ou defeitos:
Diagnóstico: detectada a anomalia, o responsável terá o encargo de estabelecer, dentro
do possível, um diagnóstico referente à origem e gravidade do defeito constatado. Esse
diagnóstico precede a programação de reparos.
81
Análise da tendência da falha: a análise consiste em prever o dano ou a falha, por meio
de aparelhos que exercem vigilância constante, predizendo a necessidade do reparo.
A análise dos fenômenos que ocorrem em um sistema se dá sistematicamente por meio
do acompanhamento de parâmetros operacionais (tensão, corrente, vazão, pressão,
temperatura, etc.), e da avaliação da performance dos equipamentos. Esses dados podem
indicar caminhos tomados por avarias em curso nos itens inspecionados, em relação a dados
de um histórico operacional, de um padrão ou norma. Acompanha-los torna o processo de
manutenção mais preciso e confiável.
Na prática, a manutenção preditiva atua na interpretação dos sinais emitidos pelos
equipamentos através de medições de parâmetros elétricos, temperatura e desempenho,
inclusive com inspeção de desgastes, gerando-se com isso um diagnóstico que indica a origem
e a gravidade dos problemas. Ao dar sequência, o pessoal encarregado pela manutenção faz
uma análise da tendência de falha, periodicamente, a fim de prever este evento para uma
tomada de decisão mais assertiva sobre a técnica de manutenção, os custos e a produção de
uma empresa.
Diante disso, seguramente existem empresas que registram e utilizam bancos de dados
próprios para suas análises e aplicações no campo da manutenção, mas não ultrapassam seus
muros administrativos.
Nesta seção será feita uma descrição explanatória de algumas técnicas de análise de
falhas e de manutenção preditiva, visando um conhecimento geral e convergindo para a
metodologia abordada neste trabalho.
83
A análise Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) pode se dar conhecendo o sistema
de um ponto de vista externo, a fim de obter os sinais que ele emite. Desse modo, a busca dos
efeitos dos modos de falha é caracterizada como uma ação externa ao sistema. Caso a
investigação dos fenômenos se revele de um ponto de vista interno ao sistema, ou seja, sobre
os modos de falha atuantes, essa investigação se fará através dos componentes do sistema. Em
geral, a classificação das falhas é discutida nesta etapa (SAKURADA, 2001).
De acordo com Palady (1997), o método FMEA possui diretrizes gerais que orientam
sua elaboração, que exige a reflexão sobre cinco questões a respeito do sistema, a saber:
Como cada componente do sistema pode falhar;
Quais os efeitos dessa(s) falha(s) sobre o sistema;
Quão críticos são esses efeitos;
Como detectar a falha;
Quais as medidas contra essas falhas (evitar, prevenir a ocorrência das mesmas ou
minimizar seus efeitos).
O método FMEA tem o caráter qualitativo de análise para estimar a confiabilidade.
Normalmente, o mecanismo de falha do sistema deriva de uma avaliação e da conformidade
dos dados entre os especialistas. Para fins de complementação, é interessante realizar ensaios
para verificar a concordância das hipóteses dos modos de falhas, previstos na análise
qualitativa, com os identificados durante a operação do sistema em campo. As estratégias de
manutenção que se aplicam a este método são a preventiva e a preditiva.
pela Boeing com a finalidade de extinguir falhas do trem de pouso de suas aeronaves, na
década de 1960. É possível avaliar um evento indesejado sob dois aspectos, qualitativo, na
identificação das causas básicas ou do caminho que gerou a ocorrência de falha, e,
quantitativo, para inferir sobre a probabilidade de ocorrência de falha.
Para obter a probabilidade de ocorrência do evento indesejado, os seguintes passos da
metodologia devem ser atendidos (KUMAMOTO, 1996; ISO 14224, 2006 apud SANTOS,
2011):
Seleção do evento topo;
Determinação dos fatores contribuintes;
Diagramação lógica;
Simplificação booleana;
Aplicação dos dados quantitativos;
Determinação da probabilidade de ocorrência.
Figura 3.11. Evolução de trinca em suporte da roldana de um elevador. Fonte: Adaptado (NEPOMUCENO,
1999, p.795).
Quadro 3.9. Normas em vigor no Brasil sobre Termografia. Fonte: ABNT (2014).
Implicações financeiras fazem parte dos efeitos positivos ou negativos sobre a operação
de ativos, dentro da performance esperada, ou mediante intervenções ocasionadas por falhas.
Quando as paradas dos sistemas produtivos estão envolvendo muitos custos, especialmente
advindos de uma manutenção não planejada, isso indica a necessidade de estudo para
implantação de um programa de manutenção que atenda às demandas da empresa.
O planejamento das atividades de manutenção voltado ao controle dos ativos, em
conjunto com melhorias implementadas por programas de eficiência energética, é o principal
fator contribuinte para o aumento da competitividade, da produtividade, e com isso, do
faturamento nas indústrias. No quadro 3.10 é possível fazer comparações entre custos de
manutenção e faturamento bruto de diversos segmentos industriais.
Quadro 3.10. Custo de manutenção em relação ao faturamento bruto (Abraman 2011). Fonte: Junior et al
(2015).
Os dados mostram que no período analisado o setor que teve o maior percentual de seu
faturamento bruto com custo de manutenção foi o de transporte, seguido de mineração,
siderúrgico, e saneamento e serviços com 5%.
Segundo Mirshawka & Olmedo (1993), os custos gerados pela função manutenção são
apenas a ponta de um iceberg. Na parte invisível do iceberg estão os custos associados à
manutenção planejada e à maior disponibilidade dos ativos, diferentemente da parte visível,
que expõe os custos com peças e materiais de reposição, ferramentas, instrumentos, e mão de
obra. A figura 3.12 retrata o problema do iceberg, com os aspectos dos principais tipos de
manutenção.
89
Figura 3.12. Visões sobre a assimilação de falhas funcionais. Fonte: Arte & Técnica website.
Gráfico 3.5. Custos versus nível de manutenção. Fonte: Mirshawka e Olmedo (1993).
A visão obtida sobre os custos devido a falhas é que eles podem ser reduzidos ao longo
do tempo, caso existam investimentos paralelos em manutenção preventiva. No entanto, a
partir do ponto ótimo, mais investimentos com manutenção preventiva surtem poucas
vantagens para a redução de custos da falha, acabando por elevar o custo total.
90
Figura 3.13. Perfil típico de instalação de motobomba submersa em poço profundo. Fonte: Schneider (2014,
p.08).
O aspecto do poço em corte fornece uma visão sobre as medidas usadas no cálculo da
Altura Manométrica Total (AMT), para dimensionamento do sistema de bombeamento
conforme requisitos mencionados no item 3.5.2, destacando na figura os níveis estático,
dinâmico e a altura de recalque externa. No estágio inicial, após a perfuração de um poço,
esses parâmetros operacionais são obtidos e interpretados no teste de bombeamento, para de
fato haver o dimensionamento das especificações da motobomba. A submergência mínima é
um critério determinado pelo fabricante da bomba, definida pela distância entre o nível
dinâmico da água e este equipamento, para que não ocorra entrada de ar possivelmente gerado
93
pela presença de vórtices, causados pelo efeito turbulento na água. Ao considerar a presença
deste efeito, o rendimento e a vida útil do conjunto estariam comprometidos. No Anexo B
encontram-se as plantas da CAERN, com cortes e detalhes do sistema de captação d’água em
PT.
O procedimento de operação de sistema motobomba submersa é geralmente
determinado através de procedimentos elaborados pela engenharia de processo, operação e
manutenção, e pelos manuais dos fabricantes. Os principais cuidados sobre as condições de
operação são com: fluxo reduzido; distúrbios da QEE; partida e parada de motobombas.
Para fins de manutenção, é aconselhável que se acompanhe e registre periodicamente os
parâmetros operacionais de um poço em forma de relatório. Isso se faz medindo a temperatura
de funcionamento das instalações, os dados elétricos e demais variáveis utilizadas no
dimensionamento do sistema, como os níveis estático e dinâmico. Não obstante, o controle da
qualidade da água explorada deve estar fundamentado na portaria n.º 2.914/2011 do
Ministério da Saúde (ME), por meio de análises físico-químicas e bacteriológicas,
possibilitando consultas futuras e tomadas decisões sobre os dados.
Tabela 3.3. Folga de potência em função do quociente entre potência nominal do motor e potência consumida
pela bomba.
Deste modo, em um sistema de recalque onde a potência nominal do motor é 25cv, esta
deve corresponder a 25% a mais da potência de consumo da bomba, que seria de 20cv. Do
mesmo modo, na instalação de um motor de 40cv a bomba acoplada ao seu eixo deve
consumir até 34,8cv de potência, para que 15% de sua potência de consumo (5,2cv) seja a
folga em relação à potência do motor.
Em geral, o motor elétrico de bomba submersa funciona de modo assíncrono, com
alimentação por corrente alternada trifásica e frequência de rede elétrica de 60 Hz, através de
cabo elétrico do tipo chato. As ligações elétricas, a execução correta das emendas à prova
d’água nos cabos e a garantia de funcionamento das proteções são pontos cruciais a serem
observados durante a instalação, devendo seguir os ajustes conforme instruções de manuais de
instalação e serviço. Levando em consideração a distância do motor ao quadro de comandos e
proteção, e a espessura do cabo utilizado, calcula-se uma queda de tensão de até 3%.
Proteções contra surtos de tensão por descargas atmosféricas devem ser instaladas para
prevenir avarias ao motor, onde o aterramento do protetor deve ser o melhor possível e mais
eficiente que o aterramento do motor.
No arrefecimento e controle de pressão interna o motor submerso faz uso de água sem
aditivos em seu interior, a qual é isolada do meio externo, havendo ainda os que são
refrigerados à óleo. O acesso ao reservatório de água de refrigeração se dá por bujões, um
para entrada de água e outro para saída do ar. Segundo Tsutiya (2006, p.145), a temperatura
da água do poço também é um fator importante para o projeto de uma motobomba, uma vez
que a faixa de temperatura comum à operação do equipamento situa-se em torno de 24ºC,
chegando até 30°C. Algumas marcas trabalham com motores especificados para operar em
temperaturas de até 35°C, passando dessa condição a temperatura da água sobe naturalmente
em poços de grandes profundidades, conforme o grau geotérmico 33, que corresponde a
1ºC/33m.
Diferentemente de bombas lubrificadas de fábrica com graxas, os mancais de bombas
submersas dependem do preenchimento da água feito no motor para sua lubrificação. Esse
procedimento não pode ser negligenciado, sendo indispensável antes da instalação do
equipamento em poço, seguindo as devidas instruções do manual do fabricante, a fim de
prevenir a redução da vida útil do conjunto.
Na maioria dos projetos de motobomba submerso, a refrigeração do motor ocorre
devido a velocidade da água entre 1 e 3 m/s, conforme Tsutiya (2006). Esse fluxo ascendente
de água entre o motor e as paredes do poço é produzido pelo próprio conjunto motobomba, a
partir da sucção no crivo. O correto resfriamento é alcançado com um fluxo de 0,08 m/s para
motores de 4" de diâmetro a partir de 3 cv de potência, e com um fluxo de 0,16 m/s para
motores de 6" e 8".
95
Tabela 3.4. Vazões e fluxos mínimos exigidos para a refrigeração de diversos diâmetros de motor e de poço,
com água até 30°C.
Figura 3.14. Típica aplicação de camisa indutora de fluxo. Fonte: Electric (2013, p.06).
96
Figura 3.15. Montagem de camisa de sucção em motobomba submersa. Fonte: Ebara ® (2012, p.07).
Em nota, Mello et al. (2010) coloca que no caso da água a uma temperatura de 50ºC,
associada ao fator profundidade do poço, haverá uma perda de potência de bombeio, em
virtude do baixo resfriamento de um motor comum, sendo necessário avaliar o fator de
degeneração. Como alternativa, a potência do motor pode ser redimensionada, seguindo os
procedimentos descritos por Electric (2013, p.07-08),
2
p V2 (3.7)
p V
. .
W m gz gz
2
descarga 2 sucção
Nota-se que, para fins de análise de eficiência da bomba, deve-se considerar as
variações desprezadas na equação anterior. De acordo com Fox (2011, p.322), a altura de
carga (energia/massa) pode ser calculada usando:
.
2
p V2 (3.8)
W bomba p V
hbomba gz gz
.
2 2
m descarga sucção
Em muitos casos, os diâmetros de entrada e de saída da bomba, e desníveis, são os
mesmos ou têm diferenças desprezíveis, de modo a simplificar a equação 3.8 para:
pbomba (3.9)
hbomba
Nessa particularidade, as velocidades em volumes fixos de controle numa bomba levam
esta equação a uma relação útil para a potência fornecida ao fluido, obtida a partir do seu
.
produto com o fluxo de massa m Q , sendo descrita pela equação 3.10.
.
(3.10)
W bomba Qpbomba
No transporte até pontos mais elevados de uma tubulação de recalque, a pressão
fornecida à água é obtida por meio de uma parcela da potência motriz do motor, cedida pela
bomba. Logo, faz-se importante lembrar a expressão para a eficiência da bomba:
.
W bomba (3.11)
.
W entrada
Bombas Submersas
Figura 3.16. Principais tipos de bombas e classificação das bombas submersas. Fonte: Adaptado de Tsutiya,
(2006, p.227).
Figura 3.17. Cortes transversais em duas motobombas, uma com rotor radial e outra com rotor semi-axial.
Fonte: Zambon et al. (2016).
Em geral, a literatura técnica diz que os rotores radiais são projetados para atuar sobre
vazões de até 35 m³/h, enquanto que os rotores semi-axiais, ou de fluxo misto, produzem
vazões superiores, conforme Tsutiya (2006, p. 145) e Ebara® (2012, p.06). Sobre a água
bombeada por uma motobomba, é comum que os mecanismos de arrefecimento e de
lubrificação estejam em função do próprio fluxo gerado pelo equipamento.
É fundamental que o sentido de rotação do motor esteja correto para que se evite
operação à seco ou de vazão reduzida, vindo a comprometer drasticamente a vida útil do
conjunto. Com a bomba já instalada no poço, o procedimento de verificação segue com o
desacoplamento do barrilete e com o teste de bombeamento em descarga livre. A maior
pressão ou vazão indicará o sentido correto de rotação e da sequência de fases que alimentam
o motor.
No rotor de uma bomba a diferença de temperatura entre a sucção e o recalque pode
variar, em alguns casos, até 10 graus Celsius. (JABORANDY, 2010, p. 17). Diferenças de
temperaturas como essa, aliadas ao aumento da temperatura da água de acordo com a
profundidade do poço, podem ser suficientes para levar ao processo de cavitação nos rotores.
Nesse plano, a temperatura reafirma-se como um parâmetro útil nas análises de danos tanto
em motores quanto em bombas submersas.
101
O trabalho fornecido pela bomba sobre a água potável pode ocorrer de forma regular
numa concentração de areia de até 15 g/m³ à temperatura ambiente (TSUTIYA, 2006, p.145).
A quantidade de areia succionada pelo sistema de bombeamento deve ser analisada pelo
fabricante para definir os materiais a serem empregados na construção do equipamento, e
prevenir possíveis danos abrasivos, sendo uma característica de sua especificação.
Conforme Tsutiya (2006), na construção da bomba submersa é comum utilizar os
seguintes materiais constantes no quadro 3.11.
ITENS MATERIAIS
Carcaça (concêntrica) Ferro fundido GG-20, GG-25 ou aço inox
Rotor (radial ou semi-axial) Bronze SAE 40
Eixo Aço inox
Luva do mancal Aço AISI 420 ou AISI 316
Parafusos, porcas e arruelas que permanecem Aço inox (obrigatoriamente)
em contato com a água
Crivo Aço inox
Quadro 3.11. Materiais utilizados nos principais itens de uma bomba submersa. Fonte: Tsutiya (2006, p.146).
Shut off
1 2 3
4
5
6
Gráfico 3.6. Curvas do sistema e da bomba submersa para um ponto de operação/trabalho genérico. Fonte:
Adaptado de Filho (2009, p.85).
103
Para calcular a corrente nominal “ in ” do motor elétrico a partir dos dados de vazão e
AMT especificados para a motobomba, utilizam-se as equações da potência elétrica
convencional para motor trifásico e a potência hidráulica do motor, de acordo com as
equações:
Q H
Phidr.motor (3.12)
270000
U F 3 (Cos ) in
Pelét.motor (3.13)
735,5
Logo, a relação de igualdade entre as expressões acima permite chegar na equação 3.14
da corrente nominal, sendo simplificada na 3.15:
Q H 1000 735,5
in
270000 220 3 Cos
(3.14)
Q H 2,72
in (3.15)
380 Cos motor
Para efeito de cálculo, considera-se U L 220 3 380V e Cos motor 0,8 nas três
equações a seguir:
Pmotor 588,4
i (3.19)
380
Pmecânica
motor 100 (3.20)
Pelétrica
Partida Direta
A partida direta é um método que se aplica a motores que partem a vazio ou a plena
carga. Possui elevada vida útil devido a utilização de contator para manobra, mas tem
desvantagem dentre as chaves de partidas elétricas quando aplicada a altas potências, devido
ao pico de corrente no início, que também acompanha o conjugado de partida.
Esse método de acionamento deve ser adotado sempre que a instalação permitir, pois a
condição de projeto dos motores elétricos estabelece que a máquina opere em tensão de rede e
corrente nominal, e, portanto, com conjugado (torque) nominal. Em face disso, a elevada
corrente de partida traz as seguintes consequências (WEG, 2015, p.76):
a) Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede, provocando interferência em
equipamentos instalados neste sistema;
b) O sistema de alimentação (cabos, chaves, proteção, transformador) deverá ser
sobredimensionado, elevando os custos;
c) A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão da rede;
d) Limitação no caso de redes isoladas operando com grupos geradores.
Devido à limitação da queda de tensão, imposta pelas concessionárias de energia
elétrica, a partida direta fica restrita a condições onde: os motores podem ter até 7,5 cv para
serem ligados na rede secundária da concessionária; a corrente de partida do motor deve ser
bem inferior à da rede; as instalações elétricas devem ter capacidade para conduzir a corrente
de partida (tempo curto) e a corrente nominal (regime permanente); os motores devem partir
sem carga (a vazio), somente depois de se ter atingido a rotação nominal é que a carga poderá
ser aplicada.
A figura 3.18 representa o diagrama multifilar, com o circuito de potência (à esquerda) e
circuito de comando (à direita).
108
Figura 3.18. Diagrama multifilar de partida direta. Fonte: Adaptado WEG (2013).
Figura 3.19. Diagrama multifilar de partida compensadora. Fonte: Adaptado WEG (2013).
Figura 3.20. Diagrama multifilar de uma chave de partida Soft-Starter, modelo 3RW30 fabricante Siemens.
Figura 3.21. Diagrama simplificado de chave de partida Soft-starter para instalação de motor trifásico. Fonte:
Adaptado WEG (2013).
111
Figura 3.22. Chave inversor de frequência, instalação para motor trifásico. Fonte: Adaptado WEG (2013).
Gráfico 3.7. Comparativo entre correntes de partida, para diferentes tipos de acionamentos. Fonte: Adaptado de
Mascheroni et al. (2005).
em regime de operação e na parada, nem sempre apresenta melhor custo benefício, quando se
leva em conta a potência do motor e a aplicação a que ele se destina. Com isso, esse tipo de
acionamento acaba sendo mais indicado para motores com potência superior a 7,5cv
(conforme a concessionária de energia Cosern), e que demandam maior controle modular em
operação. Numa sequência decrescente, os tipos de partidas que apresentam melhores curvas
de corrente são: Inversor de Frequência, Soft-starter, Estrela-triângulo e Partida direta.
Para a maioria das motobombas que integram o SAA do qual as motobombas analisadas
fazem parte, o acionamento se dá normalmente através de partida Compensadora, invés da
partida Estrela-triângulo, esquematizada na figura 3.23.
Limitação da corrente de
partida.
Partida e desligamento suaves
(existem rampas de tensão
Soft-Starter Preço devido ao uso de componentes
controladas por meio de
Ou Partida Tensão eletrônicos em alta e média tensão.
tiristores).
Estática Problemas para cargas com altas inércias
(Eletrônica) Vida útil elevada (não possui
e conjugado constante.
desgastes mecânicos por
número de manobras).
Proteções ao motor
incorporadas.
Preço elevado.
Limitação da corrente de
Motor deve ter isolamento adequado (a
partida (próxima a nominal). operação do inversor gera picos de tensão
Inversor de Acionamento de cargas com no isolamento do motor).
Frequência Ou Tensão e altas inércias.
Harmônicas, geram aquecimento
Variador de Frequência Controle de velocidade do adicional.
Frequência motor.
Podem ser usados filtros para reduzir ou
Opera acima da rotação eliminar os efeitos prejudiciais do inversor
nominal do motor. ao motor, entretanto o custo deles é muito
alto.
Quadro 3.13. Comparação entre os principais métodos de partidas. Fonte: Adaptado WEG (2015, p.81).
CAPÍTULO IV
Entrevista e definição
das falhas recorrentes
1ª ETAPA nos poços
ANÁLISE DE
CONFORMIDADE DOS Estimativa da
DADOS
Disponibilidade e
Confiabilidade dos
sistemas
Cálculo dos
Consumos específicos
de energia (CEE).
Roda de
falhas
2ª ETAPA
Identificação dos
Não Manutenção Sim modos de falhas
planejada
Manutenção
corretiva não
planejada
Os procedimentos deste estudo de caso são definidos em duas etapas que antecedem a
análise dos resultados, planejadas e executadas com base em relatos sobre falhas recorrentes,
medições de parâmetros operacionais, e, dados de consumo e produção dos poços.
117
1ª ETAPA
Entrevista à equipe de manutenção
Destinou-se a colher informações sobre os tipos de falhas recorrentes nos poços, para
utilização na Roda de falhas, as quais foram obtidas por meio de relatos não formais e
experiência acumulada da equipe de manutenção da CAERN, em entrevista no dia
02/02/2016.
Dos eventos mais frequentes, a grande maioria está associada a falhas nas motobombas
(perda total ou parcial de vazão) e sobreaquecimentos em circuitos de potência a montante das
motobombas, nos quadros de comandos dos poços, as quais são causadoras de faltas de água
nos sistemas.
2ª ETAPA
A figura 4.2 apresenta a parte frontal do quadro de comandos e o barrilete desse poço.
120
Orifício para
medição de
nível de água
Figura 4.2. À esquerda, parte frontal do quadro de comandos, à direita barrilete do poço com motobomba PC.
Comandos e Amperímetro,
proteções Horímetro, Voltímetro
Contactor e chave manual/
principal e automático
auxiliar
Autotransformador
Alimentação
do motor Programação de
operação (on-off)
Os itens que compõem a chave de partida compensadora localizados nessa figura são o
autotransformador, com Tap’s 65-80% da tensão nominal (na parte de baixo do QCP), o
contactor de potência principal alinhado à esquerda, modelo CJX2-4011 BHS tripolar com
corrente nominal de operação 40 A, T≤ 55°C, e, à direita deste, o contactor auxiliar modelo
LC1-D25 BHS, de 25 A. Na linha a montante do contactor de potência principal está o
disjuntor geral do QCP, modelo SD-C63 3P STECK, e a jusante se encontra o relé térmico de
sobrecarga (RT), modelo JRS2-40/Z (3UA5) BHS, com faixa de atuação de proteção entre 32
e 40 A.
121
MOTOBOMBA PD: Sistema discreto, com número reduzido de itens, através do qual
a motobomba é acionada por chave de Partida Direta (PD). A idade operacional desse
sistema é de 5,50 anos, o que caracteriza um tempo considerável para a realização de
manutenção preventiva, tendo em vista que não se tem registros de manutenção ao
longo de seu funcionamento.
Abrigo do quadro
de comandos
Barrilete do poço
Figura 4.4. À esquerda, o barrilete do poço com motobomba PD, à direita, o abrigo do QCP.
122
A figura 4.5 se refere à parte externa frontal (à esquerda) e interna (à direita) do quadro
de comandos e proteção, onde se destacam os componentes elétricos.
Amperímetro e
Voltímetro
Horímetro e
ficha com perfil Disjuntores Comandos
de potência e proteções Contactor
de poço e de
e comando e relé
Motobomba térmico
Chave
manual/
automático Alimentação
do motor
Este quadro de comando é composto por uma chave de partida direta, definida pelo
contactor modelo LC1D18 Telemecanique de corrente nominal 18 A, cujo aciona o motor
submerso com 100% de carga na presença da tensão requerida nas três fases, caso os relés de
falta de fase FSN e relé de nível RN estejam habilitados. Logo abaixo do contactor está o relé
térmico de sobrecarga LDR21 Telemecanique, com faixa de atuação de proteção entre 12 e
18A.
A figura 4.6 ilustra uma foto tirada do barrilete do poço com motobomba PS, onde estão
itens mecânicos como registro, válvula e ventosa, com diâmetros de 100 mm (DN 4”).
Disjuntores Contactor
Comutador voltímetro, de potência auxiliarVentilação
e horímetro e comando lateral
Sistema Caixa de
ligado/desligado Chave Soft-Starter
Fusíveis
Chave
manual/automático Bornes de Alimentação
do QCP e do motor
Figura 4.7. Quadro de comandos e proteção do poço com motobomba PS (Partida Soft-Starter).
124
Relé de nível
instalado no
comando do
inversor
Circuito de
potência
alimentador do
Inversor de
frequência
Figura 4.8. QCP (à esquerda), terminais de comando e de alimentação (ao centro), e LCP do inversor (à direita).
Caixa onde se
localizam o
pressostato e o
macromedidor
Barrilete do poço
Figura 4.9. Barrilete do PT-63 com motobomba PI (à esquerda), transmissor de pressão (ao centro), e
macromedidor de vazão (à direita).
126
A coleta dos dados nas instalações dos poços (vide planta de poço de captação Anexo B)
se deu por meio de colaboração da CAERN, sendo facilitada pelas práticas experimentadas no
dia a dia de trabalho com manutenção na empresa. Nas medições dos parâmetros elétricos e
térmicos de operação das motobombas utilizou-se a instrumentação com a descrição a seguir.
A medição da potência aparente foi feita por meio do Wattímetro da figura 4.10, modelo
ET-4091 de fabricação Minipa, com funções de medição de potência, fator de potência,
funções amperímetro/multímetro.
Figura 4.11. Função Potência Trifásica com Carga Balanceada, chave na posição “3~Bal * 1~”. Fonte: MINIPA,
2014.
CAPÍTULO V
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 5.1. Índices simbólicos de confiabilidades baseados nas idades operacionais e na vida média das
motobombas submersas.
Confiabilidade
POÇO
Motobomba*
PC 0,620
PD -0,375
PS 0,593
PI 0,502
Observou-se, com base no critério analisado e nos dados dessa tabela, que as
motobombas operam com 62; -37,5; 59,3; e 50,2 % de confiabilidade, tendo as
disponibilidades os mesmos percentuais. Desses resultados verificou-se que um nível maior
disponibilidade está associado a:
• Utilização do menor número possível de componentes em série;
• Dimensionamento de equipamentos com margem de segurança adequada;
• Manutenção detectiva periódica das instalações das motobombas e poços;
• Prevenção de pontos quentes, com reapertos periódicos das conexões elétricas;
O maior grau conferido ao PC se deve ao fato de ser o sistema com menor idade
operacional, seguido do PS, PI e PD, sendo que este último apresenta maior risco de parada
funcional da motobomba, por estar no período pós vida útil (4 anos), em que excedeu o tempo
para ocorrência de manutenção. Ainda assim, esse critério usado tem limitação, pois vê
134
1,00
0,90 0,83
0,80
0,70
0,60 0,54
0,50 0,45
0,40 0,39 0,36
0,30 0,31 0,24
0,20
0,10
0,00
Gráfico 5.1. Resumo comparativo entre os resultados de CEE por produção dos poços.
A aplicação da Roda de falhas foi essencial para a análise das motobombas submersas,
onde o critério visado na elaboração do modelo foi identificar as principais causas de paradas
desses equipamentos nas instalações dos poços, como eventos que sucedem os chamados
mecanismos de danos. Embora cada equipamento tenha um tipo de acionamento distinto, os
modos de falhas convergem para um único modelo de Roda de falhas, estando os principais
mecanismos de danos relacionados às causas gerais de falhas, onde estão implícitos os fatores
inerentes às especificações das motobombas, ao ambiente e ao uso operacional.
139
De posse dos dados alçados por meio das consultas e inspeções realizadas, a figura 5.14
contribuiu para traçar um modelo de Roda de falhas adaptado para as motobombas analisadas,
onde foram categorizados os mecanismos de danos e as transições que tendem para as falhas.
Overheating
Electricity
Figura 5.13. Modelo de Roda de falhas adaptado para motobombas submersas. Fonte: Adaptado de ASM
HANDBOOK, Tanzer e Westinghouse (2002, p. 733).
ELECTRICITY E
TEMPERATURE
Abrasion; Overheating;
WEAR CORROSION
Hot corrosion;
Microbiological
corrosion;
Pitting;
Corrosion fatigue
Cavitation
Figura 5.14. Principais mecanismos de danos secundários, envolvendo transições em ambientes do modelo da
Roda de falhas.
5.3 CONSIDERAÇÕES
5.3.2 Manutenção
Mesmo que uma motobomba tenha sido bem dimensionada, instalada, e esteja operando
dentro da performance desejada (como no exemplo do Apêndice C, que simula a
confiabilidade de um sistema genérico), este equipamento ficará sujeito a reduções
imperceptíveis de vazão e a falhas precoces. Com o passar do tempo, as curvas características
de altura versus vazão e rendimento versus vazão dessas bombas, podem afastar-se das
referências de desempenho informadas pelos fabricantes. Esse afastamento decorre do
desgaste natural do equipamento eletromecânico (conjunto motor-bomba) e da tubulação
edutora, ou ainda, de avarias causadas por mecanismos de danos como os identificados no
modelo de Roda de falhas, devendo ser verificado caso a caso.
Ocorrendo a queda do rendimento da motobomba pode ser conveniente substituí-la
junto com a tubulação danificada, em decorrência do acréscimo do consumo de energia
elétrica. Essa substituição será tão necessária quanto maior for o afastamento entre as curvas
características observadas, quando comparadas com as curvas características do equipamento
novo.
Nos diferentes tipos de acionamentos dos motores submersos percebeu-se que o excesso
de calor no circuito de potência (pontos quentes) e a variação no CEE de cada sistema
refletem numa menor confiabilidade.
O fato de não existirem registros de falhas sobre as motobombas e equipamentos
associados dificultou a obtenção dos MTTF dos equipamentos, tendo em vista que as ordens
de serviços de manutenção na unidade da concessionária não apresentam descrição suficiente
145
para inclusão em banco de dados de sistema gerenciador. Os MTTF para os itens que
compõem os quadros de comandos dos poços não foram identificados, em consequência
também de serem considerados itens complexos (Modelo F componentes eletroeletrônicos –
seção 2.8) e com taxas de falhas aleatórias.
CAPÍTULO VI
6 CONCLUSÕES
A produção deste trabalho indica que ele não se esgote por aqui, por esse motivo,
sugere-se uma série de ideias baseadas na inspeção e nas condições operacionais, para o
acompanhamento preditivo e aprimoramento da manutenção em poços:
Aplicar a Roda de falhas dentro de um programa de manutenção planejada, com roteiros de
inspeção e registro de falhas com MTTF em banco de dados de motobombas, para
identificar as tendências de falhas e a confiabilidade dos sistemas por meio de simulações
(exemplo Apêndice C), e, com isso, retroalimentar a manutenção, otimizando a
disponibilidade desses conjuntos.
Realizar medições periódicas de temperatura nas instalações elétricas, para levantar um
histórico com curvas do comportamento térmico de equipamentos, úteis no controle das
MTA como indicadores de manutenção.
Investigar o melhor modo de monitorar a temperatura do motor submerso e da água, por
meio de sensores de fluxo, a fim de verificar a influência da temperatura na vida útil das
motobombas submersas.
Avaliar o CEE das motobombas considerando as paradas dos sistemas, com base no
histórico do banco de dados a ser levantado.
Analisar variáveis de estresse como umidade, temperatura, e vapor de Cloro, utilizando
sensores para identificar o grau de influência sobre danos causados às instalações dos
poços.
Desenvolver um aplicativo “mobile” com interface para entrada de dados do BCO, que
permita ao operador de sistema registrar eletronicamente os dados operacionais dos poços,
contribuindo para consultas e tomadas de decisões por equipe de manutenção.
148
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Brasileira Regulamentadora 5462 – NBR
5462: Confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1994, p.2, 37p. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAk3wAC/nbr5462>. Acesso em: 20 set. 2015.
______. NBR 13.604: Filtros e tubos de revestimento em PVC para poços tubulares profundos.
1996. Disponível em: <http://docslide.com.br/download/link/nbr-13604-filtros-e-tubos-de-
revestimento-em-pvc-para-pocos-tubulares-profundos>. Acesso em: fev. 2015.
______. NBR 5383-1: Máquinas elétricas girantes Parte 1: Motores de indução trifásicos –
Ensaios. 2002, 62 p.
______. Norma Brasileira Regulamentadora NBR 5410: instalações elétricas de baixa tensão. Rio
de Janeiro: ABNT, mar. 2005, 209 p. ISBN 978-85-07-00562-9. Disponível em:
<http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/normas%20e%20relat%F3rios/NRs/nbr_5410.pdf>. Acesso em:
18 set. 2015.
ACCIOLY, Ricardo M.S. Análise da duração do tempo de vida de bombas centrífugas submersas.
Tese (Mestrado em Engenharia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenação dos
Programas de Pós-Graduação em Engenharia, Rio de Janeiro, 1995. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/267632268>. Acesso em: 04 jan. 2016.
ALVES, Alessandro Pereira; ALMEIDA, Rodrigo Santana de; COGAN, Samuel; BOMFIM, Paulo
Roberto Clemente Marques; GOUVEIA, Verônica Andréa Lima. Utilizando o Processo de
Raciocínio da Teoria das Restrições para a Gestão de Projetos de Pesquisas e Atividades
Científicas. XVII Congresso Brasileiro de Custos, Belo Horizonte, 03 a 05 nov. 2010.
ARTE & TÉCNICA. Manutenção: Você atua na causa ou no efeito dos seus problemas de
manutenção? Iceberg da manutenção, Website Arte & Técnica, São Paulo. Disponível em:
<http://www.artetecnica.com.br/manut_problemas.asp>. Acesso em: 14 abr. 2015.
BLACHE, M.K. & SHRIVASTAVA, B.A., Defining Failure of Manufacturing & Equipment. In:
Proceeding Annual Reliability and Maintainnability Symposium, p.69-75, 1994.
BRASIL. Lei 8.078 de 11/09/90: Código de defesa do consumidor. Brasília, Diário Oficial da União,
1990. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em: 16 out.
2015.
149
BRASIL, MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria MS n.º 2914/2011.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011. Disponível em:
<http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/PORTARIA%20No-
%202.914,%20DE%2012%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202011.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2016.
CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte: relatos e experiências da equipe
de manutenção. Entrevista, Parnamirim: 2015.
FILHO, Isaias de Almeida da Costa, et al. (org.). NOÇÕES SOBRE OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES
ELEVATÓRIAS. Natal: CAERN - Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, out.
2014. 100p. Disponível em:
<http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/caern_intranet/DOC/DOC000000000044017.PDF>. Acesso em: 12
fev. 2016.
FOX, Robert W.; PRITCHARD, Philip J.; MCDONALD, Alan T. Introdução à Mecânica dos
Fluidos. 7ª Ed.: Rio de Janeiro: LTC, 2011. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgoAoAH/fox-pritchard-mcdonald-introducao-a-mecanica-
dos-fluidos-7>. Acesso em: 19 dez. 2015.
FREITAS, C.A.; INEZ, G. B.; JOROSKI, R. Projeto Piloto de Combate às Ferro Bactérias em
Poços Tubulares no Aquífero Aluvionar de Amaro Lanari no Vale do Aço – MG. XII Congresso
Brasileiro de Águas Subterrâneas, ABAS/DNPM/UFSC-PPGEA, Florianópolis, 2002. eISSN 2179-
9784. Disponível em: <https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/22628/14854>.
Acesso em: 21 fev. 2016.
GENTIL, Vicente. Corrosão. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2007. 353 p.
ISBN 9788521615569.
GIAMPÁ, Carlos E. Q.; GONÇALES, Valter Galdiano. Orientações para a utilização de águas
subterrâneas no estado de São Paulo. Realização FIESP, DMA e ABAS - Associação Brasileira de
Águas Subterrâneas, São Paulo, 2005. Disponível em: <http://www.abas.org/arquivos/aguasf.pdf>.
Acesso em: 15 mai. 2015. p. 32-34.
GOLDRATT, E. M., COX, J. The Goal: A Process of Ongoing Improvement. 2 ed. Great
Barrington: North River Press, 1992. Disponível em:<http://www.pilotsystems.net/cloud/ressources-
cloud/the-goal-theory-of-constraints/view>. Acesso em: 20 abr. 2016.
JUNIOR, José W. B. A falha não é uma opção. 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, Rio de
Janeiro: abraman, 2011. Disponível em: <http://www.abraman.org.br/arquivos/192/192.pdf>. Acesso
em: 10 jul. 2015.
JUNIOR, J.J.M.G.; RIBEIRO, M.V.;| FRANCO, B.C. Custo de manutenção de ativos numa óptica
operacional e estratégica no ambiente industrial. Artigo, XII SEGeT – Simpósio de Excelência em
Gestão e Tecnologia, Resende: 2015. Disponível em:
<http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/23022234.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2016.
KARDEC, A., NASCIF, J., 2009. Manutenção – Função Estratégica. 3 ed. Rio de Janeiro,
Qualitymark. Disponível em: <http://servidor.demec.ufpr.br/disciplinas/TM285/2015-
2/Conte%FAdos/Resumo%20Livro%20Manuten%E7%E3o.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2015.
KNIGHT, C. R., 1991. Four decades of reliability progress. Proceedings of the Annual Reliability
and Maintainabiliity Symposium [S.1]: IEEE Reliability Society. p. 156 – 159.
LAGGOUNE, R. et al. Impact of few failure data on the opportunistic replacement policy for
multi-component systems. Reliability Engineering & System Safety, 95 (2): 108-119, feb. 2010.
Disponível em: <http://fulltext.study/preview/pdf/806988.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2016.
LEÃO S.A, Bomba. Tabela de Curvas Características 60 Hz: Motobombas submersas. Leão, set.
2015. Disponível em: <http://www.leao.com.br/media/261587/Curvas-60Hz.pdf>. Acesso em: 06 jan.
2016.
LEWIS, E.E. Introduction to Reliability Engineering. 2. ed. Nova York: John Wiley, 1996. 435p.
MAGALHÃES, Eduardo R.P.V. de. O Uso da Abordagem Seis Sigma para a Melhoria da
Confiabilidade em Locomotivas. Especialização, Pós-Graduação em Métodos Estatísticos
Computacionais, UFJF, Juiz de Fora, 2013, 88p. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/estatistica/files/2014/10/ME_2013_Eduardo-Magalhães.pdf>. Acesso em: 28 ago.
2015.
MAINIER, F.B.; LETA, F.R. O ensino de corrosão e de técnicas anticorrosivas compatíveis com o
meio ambiente. In: Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, 2001. Disponível em:
<http://www.pp.ufu.br/Cobenge2001/trabalhos/EMA002.pdf> Acesso em: 19 dez. 2015.
151
MARTINHO, Edson. Distúrbios da energia elétrica. 2 ed. São Paulo: Érica, 2009.
MELLO, Ronnie C.M.de; ASSUNÇÃO, Marlon; ZANATTA, L.C. Análise de equipamentos para
captação de água em poços profundos para abastecimento público em Santa Catarina. XVI
Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços. São
Paulo, 2010. Disponível em:
<https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/22912/15053>. Acesso em: 21 out.
2015. 13 p.
MELO, R.A.C.; PEREIRA, Roberto; SILVA, F.H.R; JESUS, E.A. Deterioração de poços tubulares
no estado do Rio Grande do Norte. Artigo, XX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS
HÍDRICOS, Bento Gonçalves: 2013/ ISSN 2318-0358. Disponível em:
<https://www.abrh.org.br/SGCv3/UserFiles/Sumarios/c1071db7324bebe327a247c11ade0eb3_679915
706a27a0fb53216d42899dd66e.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2016.
MIRSHAWKA, V.; OLMEDO, N.C. Manutenção: combate aos custos na não-eficácia: a vez do
Brasil. São Paulo: Editora McGraw-Hill Ltda., 1993.
MME – Ministério de Minas e Energia. SÉRIE ESTUDOS DA DEMANDA. NOTA TÉCNICA DEA
08/15, NOTA TÉCNICA ONS 076/2015. 1ª Revisão Quadrimestral das Projeções da demanda de
energia elétrica do Sistema Interligado Nacional 2015-2019. EPE, Rio de Janeiro, maio de 2015,
p.15.
MOUBRAY, John. Maintenance Management: A New Paradign. Paper, p.1-15, 1995. Disponível
em: <http://reliabilityweb.com/articles/entry/maintenance_management_a_new_paradigm/>. Acesso
em: 09 nov. 2015.
NETTO, J.P.M.; MORAES, N.G.; FILHO, F.W.B.F.; NETO, C.B. O Aumento da Produção de
Água, Redução do Consumo de Energia Elétrica e Recuperação de Investimentos, Através da
Manutenção e Desincrustação Química em Poços, com a Utilização de Produto a Base de
Ortofosfatos Ácidos. 14° Encontro Internacional de Saneamento / Simpósio Luso-Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, Porto-Portugal, 2010. Disponível em:
<http://www.maxiagua.com/press/14.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2016.
152
NOWLAN, F.S. and HEAP, H.F. "Realibility Cetered Maintenance". San Francisco, Dolby Access
Press, 1978.
OLIVEIRA, José Kleber Costa de. Controle Inteligente de pressão para uma rede sem
reservatório de abastecimento urbano de água. Dissertação - Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação - UFRN, Natal, 2012. Disponível em:
<https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/15407>. Acesso em: 09 mar. 2015.
SAKURADA, Eduardo Yuji. As técnicas de Análise do Modos de Falhas e seus Efeitos e Análise
da Árvore de Falhas no desenvolvimento e na avaliação de produtos. Florianópolis: Dissertação
Eng. Mecânica/UFSC, 2001. Disponível em:
<http://www.daelt.ct.utfpr.edu.br/professores/marcelor/Cap.fmea.pdf>. Acesso em: 29 out. 2015.
SANTOS, S.L. Bombas & Instalações Hidráulicas, São Paulo: LTCE Editora, 1. Ed., 2007.
SEBRAE-SP. Indústria: economize energia para lucrar mais. Dicas do SEBRAE-SP e da ABESCO
para a sua unidade industrial. Abesco, 2014, p.5.
SELVIK, J. T. & AVEN, T. A framework for reliability and risk centered maintenance.
Reliability Engineering & System Safety, (96):324-331,11 aug. 2010. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0951832010001869>. Acesso em: 27 jul. 2015.
UNFER, Ricardo. Definições e Tipos de Falhas. Aula 2, UDESC – Universidade do Estado de Santa
Catarina, FEJ – Faculdade de Engenharia de Joinville, set. 2011. Disponível em:
<http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/unfer/materiais/MAN_AULA_2___Falhas__Modo_
de_Compatibilidade_.pdf>. Acesso em: 25 out. 2015.
WEG. Automação: Guia de Seleção de Partidas. WEG S.A, Jaraguá do Sul, ago. 2013. 44 p.
Disponível em: <http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-selecao-de-partidas-50037327-
manual-portugues-br.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2016.
WEG. Manual para Correção do Fator de Potência, modelo 958, WEG Automação S.A., 2009. 40
p. Disponível em: <http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-correcao-do-fator-de-potencia-958-
manual-portugues-br.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2016.
ZAMBON, Renato C.; CONTRERA, Ronan C.; SOUZA, Theo S. O. de. Captação de águas
subterrâneas. São Paulo: Escola Politécnica da USP - Departamento de Engenharia Hidráulica e
Ambiental. Disciplina Saneamento II, 2016. 64 p. Disponível em:
<http://www.pha.poli.usp.br/LeArq.aspx?id_arq=16847>. Acesso em: 16 jul. 2016.
ZONA DE RISCO. Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia. Fontes: Wilson Titton –
Sanclen; Microbiologically Influenced Corrosion of Fire Sprinkler Systems. The updated 1999
edition of NFPA 13 addresses MIC concerns, Dana Haagensen. Disponível em:
<http://zonaderisco.blogspot.com.br/2012/01/corrosao-em-tubulacao-de-incendio.html>. Acesso em
20 jan. 2016.
154
APÊNDICES
Não
Sim
Nº
circuito de potência estão dentro da tolerância (MTA)? inspeção térmica. programada para 3 meses.
Conforme teste de
A resistência elétrica das bobinas do motor submerso Teste programado para 3
X continuidade e resistência
5
Os diâmetros do motor submerso e do poço são Não há necessidade de Conferir fluxo de refrigeração
X
8
compatíveis para que haja a correta refrigeração? camisa indutora de fluxo. recomendado pelo fabricante.
Verificar itens 10 e 11 do
Existe alguma vibração excessiva no barrilete ou no
X Funcionamento normal. roteiro/ Realizar limpeza nos
9
quadro de comandos?
contatos do contactor.
Há fluxo negativo quando
10
X
programação ou faixa de pressão ajustada? BCO. alto da rede de distribuição.
X
programação? acordo com o BCO. Motobomba a cada 3 meses.
CEE regular, de acordo com Acompanhar eficiência da
O CEE mensal da Motobomba sofreu alterações nos
16
X ─ ─
especificações da Motobomba?
Não está disponível junto Esboçar croqui com
O diagrama multifilar das instalações elétricas
19
X ─ ─
anomalia?
155
Figura B.1. (PC) PT-34. À esquerda medição da pressão na boca do poço (24 mca), para determinação da AMT.
À direita, medições no quadro de comandos do PC. Potência aparente (22,36 KVA) e fator de potência (0,88).
Figura B.2. PT-20. Ponto quente em terminal de disjuntor geral, causado por erro de instalação de cabos de
alumínio. A seção dos cabos foi substituída por cabos de cobre, normalizando as temperaturas nas fases R=
35,8ºC, S=37,6ºC e T= 35,3ºC, registro em 05/12/2015.
Figura B.3. PT-24 NPA. Teste de vazão de motobomba (38m³/h), registro em 28/09/2015.
156
Figura B.4. PT-07. À esquerda ponto quente em terminal de fusível à montante do inversor de frequência; à
direita, dados operacionais antes da falha. Registro em 22/12/2015. Nota: Por falta de manutenção preventiva
este equipamento e a motobomba precisaram ser substituídos semanas depois.
Figura B.5. PT-24. Substituição de motobomba com efeito de falha no enrolamento do motor, realizada com
auxílio de caminhão munck. Motobomba nova: Q= 80m³/h, i= 44,6 A, P= 27,5cv, registro em 07/04/2015.
Figura B.6. (PC) PT-34. Modelo TP-20 de dosador de Cloro pastilha, registro em 04/08/2015.
157
Entrada de dados
A simulação foi realizada em 100mil eventos, para um tempo final de 87600 horas (10
anos), com resultados em intervalos a cada 730 horas, e sem paradas para manutenção.
Devido a carência de dados históricos sobre os MTTF, para os blocos “Circuito de
comando e proteção” e “Chave de Partida”, e por serem considerados itens complexos
(conforme Modelo F – seção 2.8), estes foram desconsiderados, e inserido apenas os valores
do primeiro e do último bloco. No primeiro (circuito de potência) incidiu a opinião técnica,
sobre a média de ocorrência de falhas em sistemas de poços da concessionária. O CMBS
genérico refere-se a um modelo S35-06 610, com MTTF consultado no fabricante (Leão, S.A,
2015), em que o sistema considerado é novo, com idade zero.
Mesmo assim, no diálogo com a equipe de manutenção e na entrevista não formal a
funcionários mais antigos se obteve a informação de que o MTTF dos quadros de comandos,
numa situação sem manutenção planejada, varia bastante, mas que em média gira em torno de
2,5 anos (21.900 h), especificamente o “circuito de potência”. O quadro a seguir apresenta o
resumo dos dados de entrada para o modelo processado no BlockSim:
158
Fonte: ReliaSoft-BlockSim.
Fonte: ReliaSoft-BlockSim.
Fonte: ReliaSoft-BlockSim.
Fonte: ReliaSoft-BlockSim.
A primeira falha ocorre com 4,77 anos (41825,4 h), conforme o gráfico da
disponibilidade/ indisponibilidade do sistema:
Fonte: ReliaSoft.
164
ANEXOS