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3 - CANA-DE-AÇÚCAR

O Brasil é o líder na produção canavieira no mundo, seguido da Índia, China e

Tailândia. Em 2004 o país respondeu por 31% da produção e por 27% da área colhida de

cana, respectivamente, de 1,32 bilhões de toneladas e 20,29 milhões de hectares. Na

evolução do ranking mundial de 2000 para 2004, destaca-se a forte queda na participação

de Cuba, assim como, a ascensão de Colômbia e Filipinas (Tabela 1).

TABELA 1 - Ranking dos Principais Países Produtores de Cana em 2000 e 2005

Ranking Produção (toneladas) Área (ha)


País
2004 2000 2004 2000 2004 2000
Mundo 1.323.951.980 1.251.142.450 20.287.184 19.499.557
1 1 Brasil 411.009.984 327.704.992 5.571.400 4.845.990
2 2 Índia 244.800.000 299.230.016 4.100.000 4.219.700
3 3 China 92.000.000 66.280.000 1.352.500 1.188.589
4 4 Tailândia 63.707.272 49.563.000 1.050.000 921.920
5 5 Paquistão 52.040.000 46.332.600 1.074.000 1.009.800
6 6 México 45.126.500 44.100.000 639.061 618.282
7 9 Colômbia 37.100.000 33.500.000 440.000 396.560
8 7 Austrália 36.892.000 38.164.688 415.000 419.000
9 11 Filipinas 28.000.000 24.491.000 380.000 394.935
10 10 Estados Unidos 27.501.310 32.762.070 379.680 417.760
11 12 Indonésia 24.600.000 23.900.000 360.000 365.962
12 8 Cuba 24.000.000 36.400.000 700.000 1.040.900
Fonte: FAO Stat Database.

A produção brasileira de cana moída na safra 2004/2005 foi de 383 milhões de

toneladas, representando crescimento de 7,6% em relação ao ano agrícola anterior (Figura

1). Entre as safras 2001/2002 e 2004/2005 houve uma expansão média anual de 10,5%, ou
14

seja, o dobro da taxa verificada no período 1995/1996 - 1999/2000. O desempenho da

cultura na Região Centro-Sul (CS) tem sido responsável pelo crescimento da produção,

com destaque para o Estado de São Paulo onde no último ano agrícola considerado foram,

produzidas 241 milhões de toneladas, representando 63% do volume nacional.

Milhões de toneladas
450

400

350

300

250
Brasil
200 Centro-Sul
150 São Paulo
Norte-Nordeste1
100

50

0
00/01 01/02 02/03 03/04 04/05
Safra

Figura 1 - Evolução da Produção de Cana-de-Açúcar, Safras 2000/2001 - 2004/2005.


1
Dados até março de 2005.
Fonte: Elaborado com dados da ÚNICA.

A área colhida, no Brasil, teve uma taxa crescimento de 3,7% a.a., com evolução de

4,8 milhões de hectares em 2000 para 5,76 milhões de hectares em 2005, embora na safra

2004/2005, a expansão (2,3%) tenha sido menor que a média anua l do qüinqüênio.

Novamente, a atividade canavieira paulista se destaca, visto que a área colhida no

estado cresceu à taxa média anual de 4,7%, no mesmo período, enquanto que no ano

agrícola 2004/2005 houve expansão de 6,4%, isto é, muito superior à taxa média do país.
15

A produtividade agrícola em São Paulo apresentou crescimento de 5,8% entre 1995

e 2004, com taxa de variação anual média nas safras 1997/1998 a 1999/2000 de –1,5%, que

se tornou positiva de 1,9% a.a. nas safras de 2001/2002 a 2004/2005. Contudo, no último

ano agrícola considerado houve quebra de –2,0% em relação ao recorde da safra 2003/04,

quando foi registrado o pico histórico de 81,98 t/ha, na média do estado. As condições

climáticas favoráveis no Centro-Sul, com estiagem a partir de abril, nessa safra, permitiram

maior concentração de açúcar por tonelada (Açúcar Total Recuperável – ATR), com média

de 138,46kg comparados com os 135,18kg da safra anterior. Assim, a maior concentração

de açúcar e maior produção, em 2004/2005, compensaram o efeito de menor produtividade

(Figura 2).

83 120
82 110
100
Produtividade (t/ha)

Índice de preço (%)


81 90
80 80
79 70
60
78 50
77 40
76 30
20
75 10
74 0
2001
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000

2002
2003
2004
2005

Produtividade (t/ha) Índice de Preço (Base 100=1989)

Figura 2 - Índice de Preço da Cana-de-Açúcar Pago pela Indústria e Produtividade Agrícola em São Paulo -
1989-2004.
Fonte: Elaborado com dados do Instituto de Economia Agrícola - IEA e co m dados da FGVDados.

O preço pago pela indústria para a cana -de-açúcar declinou, desde o início da

desregulamentação do setor, à taxa anual média de -1,8% no período 1989 – 2005, porém
16

com tendência de menores oscilações (Figura 2). Após a baixa registrada na crise de

superoferta de 1999, o setor tem mostrado uma sinalização de demanda por matéria-prima

de forma mais eficiente para a programação da produção canavieira.

Para a safra brasileira de 2005/2006 espera-se aumento de 5,1% na área colhida

(6,1% no CS e 1,4% no NE), ganho de 0,6% de produtividade (1,2% no CS e –2,2% no

NE) e aumento de 5,7% na produção de cana (7,3% no CS e -2,7% no NE). Quanto à safra

paulista estima-se área colhida de 3,1milhões de hectares e produção de 252,2 milhões

toneladas, o que deverá resultar em variações de 6,4% e 4,3%, respectivamente, em relação

à safra anterior e em redução de 2% na produtividade. A área nova plantada (549,7

mil hectares) apresenta também um aumento de 18,5%. Destaque-se que para os próximos

cinco anos apenas na Região Noroeste do estado espera-se um crescimento de 1,2 milhões

de hectares decorrente da implantação de 30 novas destilarias de álcool.

Destaque-se que, a força motora da expansão canavieira, no Brasil é a oportunidade

dos baixos custos de produção frente à demanda crescente de álcool no mercado interno e

de açúcar no mundo. O mix de produção entre açúcar e álcool é dado pelo custo de

oportunidade entre as alternativas de produtos e subprodutos, sendo que toda a produção

canavieira não absorvida pelo consumo esperado do álcool, será destinada ao açúcar de

exportação.
17

3.1 - Açúcar

A participação brasileira na produção mundial de açúcar passou de 15,2% para

20,0% de 2001/2002 para 2004/2005, devendo se manter estável na próxima safra. O

mesmo comportamento é verificado quanto à participação do país no total exportado no

mundo, que variou de 27,7% para 38,9% no mesmo período (Tabela 2).

Segundo dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a exportação de açúcar bruto acumulada

de janeiro até outubro de 2005 foi de 9,55 milhões de toneladas, no valor FOB de

US$1,905 bilhões, ao preço médio de US$199,30/t (métrica líquida). A exportação de

açúcar refinado, no mesmo período, acumulou 5,84 milhões de toneladas, no valor FOB

US$1,339 bilhões ao preço médio de US$229,30/t (métrica líquida).

Na safra 2004/05, embora a Região Norte-Nordeste tenha exportado apenas 14,3%

do volume de açúcar brasileiro comercializado no exterior, os 2,57 milhões de toneladas

corresponderam a cerca de 56,0% da produção regional. Destaque-se ainda que, o Estado

de São Paulo exportou 10,89 milhões de toneladas, isto é, 60,2% da exportação brasileira.

Um dos principais concorrentes do produto brasileiro no mercado internacional é o

açúcar extraído da beterraba, cuja área plantada no mundo diminuiu de 6,0 milhões para 5,6

milhões de hectares de 2000 para 2004. Na Europa, principal região produtora, a redução

tem sido superior, com diminuição de 30% nos últimos 10 anos. Considerando-se apenas as

últimas cinco safras, a média de produtividade européia foi de 6,2t/ha, sendo que o maior

valor foi registrado na safra 2004/2005 (6,9t/ha).


18

TABELA 2 - Participação do Brasil na Produção Estoque e Exportações de Açúcar


Centrifugado no Comércio Internacional, nas Safras 2001/2002 a
2005/2006
(mil toneladas)
2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005* 2005/20061

Mundo Brasil % Mundo Brasil % Mundo Brasil % Mundo Brasil % Mundo Brasil %

Estoque inicial 39579 860 2,2 36609 210 0,6 40924 270 0,7 38827 1030 2,7 35142 585 1,7

Produção 134270 20400 15,2 148656 23810 16,0 142400 26400 18,5 140811 28175 20,0 144151 28700 19,9

Importação 39131 0 0,00 40319 0 0,00 40113 0 0,00 42877 0 0,00 42714 0 0,00

Fornecimento total 212980 21260 10,0 225584 24020 10,7 223437 26670 12,0 222515 29205 13,1 222007 29285 13,2

Exportação 41917 11600 27,7 46345 14000 30,2 45862 15240 33,2 46317 18020 38,9 47720 18250 38,2

Consumo doméstico 134454 9450 7,0 138315 9750 7,1 138649 10400 7,5 141056 10600 7,5 142781 10800 7,6

Estoques finais 36609 210 0,6 40924 270 0,7 38926 1030 2,7 35142 585 1,7 31506 235 0,8

1
Dados de 23/11/2005
Fonte: Elaborado com dados do U.S. PS&D - World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE).

Tomando-se apenas a produção de açúcar de beterraba no continente europeu, safra

2005/06, tem-se que a União Européia (UE) participa com 80,2% do volume total de 26,47

milhões de toneladas (Tabela 3), e no bloco os maiores produtores são França, Alemanha,

Polônia e Itália, nessa ordem1.

TABELA 3 - Produção de Açúcar na Europa na Safra 2005/2006


Produção de Açúcar
Países
1.000 t %
União Européia (25) 21.233 80,2
Outros da Europa 0cidental 235 0,9
Rússia 2.250 8,5
Ucrânia 1.830 6,9
Outros da Europa Oriental 927 3,5
Total 26.475 100,00
1
Dados de 11/23/2005.
Fonte: Elaborado com dados do U.S. PS&D - World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE).

1
F.O.Licht. International Sugar & Sweetner Report. Vol. 137, No.26, September, 2005.
19

As boas safras de 2004/2005 e 2005/2006 da UE, e os limites da OMC de subsídios

à exportação de 21 milhões de toneladas levaram ao aumento dos estoques na comunidade

européia e ao problema de equalização em seu mercado interno. Para atender à quota

máxima de €500 milhões, a limitação dos subsídios às exportações resultou em preços

internos abaixo dos preços mínimos recebidos pelos produtores, os quais eram justamente

mantidos por esses subsídios, e o ajuste interno em 2005 ocorreu com a formação de

estoques de 750 mil toneladas de açúcar.

Todavia, a produção excedente da União Européia deverá ter pouca influência no

mercado internacional em função dos baixos estoques mundiais. Com a determinação da

OMC para a mudança do regime de subsídios à exportação da Comunidade - sob alegação

de que 1,2 milhão de toneladas de açúcar é exportado anualmente de forma ilegal, pois

recebem U$1,8 bilhões de subsídios - espera-se uma menor distorção dos preços

internacionais. A União Européia tem mais influência no mercado de açúcar branco dos

países mediterrâneos e do Oriente Médio, os quais deverão se voltar à importação de açúcar

branco de outros fornecedores, enquanto os maiores mercados no mundo têm mostrado

maior tendência ao investimento em refinarias, criando demanda para o açúcar demerara.

A produção de açúcar em países da Europa Oriental que não pertencem à UE está

estimada, para a safra 2005/06, em 7,9 milhões de toneladas. Os três maiores produtores

são Rússia (29%), Ucrânia (26%) e Turquia (27%). Na Rússia, apesar de ter sido

importadora de açúcar demerara, o consumo per capita de açúcar tem decrescido 0,5% a.a.

nos últimos 6 anos, em função de mudança no hábito alimentar, causando a acumulação de

estoques. Contudo, não há crescimento substancial na oferta nesses países.


20

A Ásia tem seus principais produtores em regime de mercado interno regulado,

como é o caso de Tailândia e Vietnã . Na Tailândia há sinalização para o início da

desregulamentação e no Vietnã as usinas estão em processo de privatização. Nesses países

espera-se um acentuado ganho de eficiência nos próximos anos contribuindo para maior

oferta no longo prazo.

Na Índia, onde a produção prevista de 17,5 milhões de toneladas para 2005/2006 foi

40% maior que na safra anterior, há recuperação lenta das quebras de safras anteriores. A

demanda interna implica na importação de 1,5 milhões de toneladas nesta safra. Para

2006/2007, espera-se aumento expressivo de área plantada em função do incentivo da

sustentação dos preços, com uma produção 19,7 milhões de toneladas, contudo ainda não

suficiente para suprir o consumo interno de 19,9 milhões de toneladas. Dessa forma os

estoques continuarão baixos, ao redor de 4,5 milhões de toneladas.

A Austrália, que exportará 4,2 milhões de toneladas em 2005/06, tem grandes

desafios para o crescimento da base produtiva em função das limitações edafoclimáticas e

dos custos de produção. Entretanto, tanto esse país quanto à Tailândia, que deverá exportar

2,7 milhões de toneladas nessa mesma safra, poderão também auferir as oportunidades da

sua eficiência produtiva com a liberalização do comércio mundial de açúcar devido à

decisão da OMC. Portanto, ainda há possibilidade de expansão de área.

Nos Estados Unidos, houve um grande impacto, tanto dos furacões no sul do país

onde há produção canavieira, quanto da baixa produtividade no norte onde há produção de

beterraba. Assim a produção norte-americana na safra atual caiu 600 mil toneladas e houve,

inclusive, a necessidade de um ajuste interno no programa de açúcar do USDA para atender

a expressivas demanda interna nesta safra.


21

Os preços do açúcar branco no mercado internacional evoluíram de US$201,85/t,

em janeiro de 2004, para US$324,32/t, em julho de 2005 (aumento de 60,7%). Para o

açúcar demerara houve elevação de 69,6% na bolsa de Nova York, isto é de 6,42 cents/lb

para 10,89 cents/lb, no mesmo período, e estima-se que esse comportamento favorável

deverá se sustentar no decorrer do próximo ano. Considera-se que a sustentação dos preços

internacionais, até outubro de 2005, ocorreu, principalmente, em função da forte demanda

mundial, a demanda crescente por álcool no Brasil, baixa nos estoques países asiáticos e o

efeito dos furacões na região do Golfo do México.

Tomando-se para análise do comportamento dos preços internacionais o período de

janeiro a julho de 2005, constata-se que mesmo o Brasil tendo aumentado suas exportações

em 33,3% em relação a 2004 (8,1 milhões de toneladas e 10,8 milhões de toneladas,

respectivamente) não houve qualquer impacto negativo porque ocorreu,

concomitantemente, às quebras de safra e aos baixos estoques na Índia e Austrália, na safra

2004/2005, causados por condições climáticas adversas e, também, ao declínio da indústria

açucareira cubana.

O preço ISA do mercado spot de açúcar demerara foi de 11,35UScents/lb no final

de outubro de 2005, mantendo-se em 10,78UScents/lb em 11 de novembro de 2005. Já o

açúcar branco teve uma queda abrupta após sete anos de alta, em função da arbitragem da

OMC que decidiu estender o prazo de início do ajuste dos subsídios da União Européia

para maio de 2006. O preço LDP (brancos) caiu de 15,51UScents/lb em 6 de setembro para

12,32UScents/lb em 10 de novembro 2 .

2
ISO - International Sugar Organization. QUARTERLY MARKET OUTLOOK NOVEMBER 2005. Sugaronline.
MECAS (05), November 2005.
22

3.1.1 - Produção e mercado brasileiro de açúcar

O volume de açúcar produzido no Brasil, em 2004/2005, foi de 26,5 milhões

toneladas, um crescimento de 6,37% em relação à safra anterior. Entre as safras 2001/2002

a 2004/2005, o crescimento médio anual foi de 13,1%, bem acima da taxa anual média do

período de 1995/2005 (8,9%). A Região Centro-Sul (CS) é responsável pelo crescimento da

produção nacional, com taxas mais expressivas de crescimento anual em comparação com a

Região Norte-Nordeste (NE) (Figura 4). Para o Estado de São Paulo, líder na produção de

açúcar no país, o crescimento médio anual de 14,6% de 2001/2002 a 2004/2005,

ligeiramente superior à taxa média nacional.

A estimativa de produção de açúcar segundo a CONAB (Companhia Nacional de

Abastecimento) para a safra brasileira de 2005/2006 é de 27,2 milhões de toneladas (23,1

milhões de toneladas no CS e 4,0 milhões de toneladas no NE), um aumento estimado de

1,5% em relação à safra anterior.

O consumo doméstico de açúcar apresentou crescimento anual de 3,4% entre as

safras 2001/2002 a 2005/2006 e, para os próximos anos, a expectativa é de estabilidade. A

participação brasileira no consumo mundial manteve-se praticamente constante nesse

período (passou de 7,0% para 7,6%) e os estoques finais no país, em 23 de novembro de

2005, representavam aproximadamente 0,8% dos estoques finais do mundo, conforme

apresentado na tabela 2.
23

Milhões de sc. 50kg


600

500

400
Brasil
300 Centro-Sul
São Paulo
Norte-Nordeste1
200

100

0
00/01 01/02 02/03 03/04 04/05
Safra

Figura 4 - Evolução da Produção de Açúcar, Safras 2000/2001 - 2004/2005


1
Dados até março de 2005.
Fonte: Elaborado com dados da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo - UNICA.

O preço do açúcar (Cristal Cambial), cotado em 06 de dezembro de 2005, na Bolsa

de Mercadorias e Futuros (BM&F), para entrega em abril de 2006, era de US $16,35/sc.

50kg.

3.1.2 - Perspectivas

A estimativa da International Sugar Organization (ISO) para a produção mundial de

açúcar, na safra de 2005/2006, é de 149,7 milhões de toneladas (demerara), volume 5,3

milhões maior que o de 2004/2005. Com o consumo mundial estimado em 150,7 milhões,

deverá haver déficit de 1,0 milhão de toneladas. Assim, os estoques mundiais deverão cair

2,3%, com a utilização de 1,4 milhões de toneladas dos estoques nos próximos doze meses,
24

atingindo o nível de 59,2 milhões de tone ladas. A ISO indica déficit de dois milhões de

toneladas para a safra 2006/07 (ISO, 2005).

Análise de novembro do USDA estima uma produção mundial na safra 2005/2006

de 144,2 milhões de toneladas, principalmente em função dos maiores volumes produzidos

na Índia (mais 4,2 milhões de toneladas); Brasil (mais 500 milhões de toneladas) e China

(mais 700 milhões de toneladas). De outra parte, redução prevista de 900 mil toneladas das

exportações da Tailândia é contrabalançada pelo aumento nas exportações da União

Européia de 1,7 milhões de toneladas, e Brasil de 200 mil toneladas (USDA/FAS, 2005)3.

No debate da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bruxelas, a UE se

dispõe a reduzir em 36% os subsídios pagos aos produtores de beterraba, de julho de 2006

até 2010.

As estimativas de consumo mundial de açúcar para 2015 mostram uma projeção de

crescimento de 30% na Ásia/Pacífico, China, Rússia e África, dado pelo efeito da migração

rural urbana com mudança nos hábito alimentar. Essa população representará mais de

80,0% do consumo mundial de açúcar.

O Brasil deverá aumentar a produção açucareira a uma taxa anual média de 5,0% nos

próximos dez anos para atender basicamente a maior demanda mundial de açúcar,

principalmente, asiática pela atratividade dos preços internacionais com a redução programada

dos subsídios à exportação da UE. Se essa previsão se efetivar, na safra 2014/2015, o

montante a ser produzido será de 42,4 milhões de toneladas e um volume exportado de 29

milhões de toneladas, e um consumo interno de 12,5 milhões de toneladas (Figura 5).

3
USDA/FAS – United State Department of Agriculture – Foreign Agricultural Service World Sugar Situation – November
2005. Market and Trade Data. USDA/FAS. November 23, 2005.
25

Outra estratégia brasileira, resultante da esperada retração nas exportações da União

Européia, é a implantação de refinarias de açúcar no Oriente Médio, grande importador de

açúcar refinado da Europa. A Crystalsev, por exemplo , já está em negociação adiantada

para construir uma refinaria de açúcar na Síria em parceria com a Cargill e com produtores

locais de açúcar.

50000

40000
(mil toneladas)

30000

20000

10000

2001/2002 2002/2004 2003/2005 2004/2005 2005/2006 2014/20151

Produção Exportação Consumo doméstico

Figura 5 - Produção, Consumo e Exportação de Açúcar - Brasil - safras 2001/2002 a 2014/2015.


1
Estimação do autor.
Fonte: Elaborado com dados do U.S. PS&D - World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE).

O Estado de São Paulo aumentará em 35% sua área de produção nos próximos 5

anos e em 50% nos próximos 10 anos, principalmente na região noroeste do estado, voltada

para a produção de etanol. Essa expansão poderá ser financiada com capital estrangeiro de

empresas alemãs, francesas, australianas, americanas e japonesas. O Brasil também começa

a internacionalizar seus negócio s em joint ventures no Caribe para a produção de álcool

dirigida para o mercado americano.

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