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Fundamentos

Metodológicos do
Ensino de História e
Geografia
Material Teórico
A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Adriana Furlan

Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia S. Leite Di Iório
A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

• Ensino e Representação do Espaço

• O Ensino de História e a Leitura do Mundo

• O Ensino de Geografia e a Leitura do Mundo

• A História da Cartografia e a Evolução dos Mapas

• Algumas Regras e Convenções Cartográficas da


Construção dos Mapas

• Alfabetização Cartográfica

·· A temática desta unidade é importante tanto para os estudos


de História, como de Geografia.
·· A Cartografia (ciência e arte dos mapas) é de fundamental
importância para o conhecimento do espaço em uma outra forma
de representação e isto pode ser relacionado ao presente e passado.
··
Para atingirmos satisfatoriamente nossos objetivos, nesta
disciplina, saliento a importância da leitura atenta aos textos e
empenho na realização das atividades propostas.

Nesta unidade, veremos a forma pela qual o espaço é representado desde há muito tempo
atrás. Para tanto, estudaremos, também, um pouco da história desta área do conhecimento
chamada de Cartografia.
Para melhor compreensão da evolução dos mapas, tanto em termos de conhecimento do
espaço a ser representado, quanto do avanço das técnicas para a representação do espaço
utilizaremos exemplos de mapas antigos e atuais, mas sugiro que busque em sua estante,
naquela caixa de livros antigos, em bibliotecas, na internet entre outros, mais exemplos de
mapas além dos apontados nesta unidade.
Há uma infinidade de mapas disponíveis para consulta e estudo e em várias situações de
nosso cotidiano fazemos uso deles, seja para indicarmos o caminho de nossa casa a um
amigo, para chegarmos a um evento, para localizarmos os pontos turísticos de algum lugar
que estejamos visitando entre tantas outras possibilidades.

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Mas para nós da área de educação, incluir mapas em nosso trabalho em sala de aula é de
fundamental importância. O uso de mapas desenvolve uma série de habilidades mentais e
raciocínios que serão importantes para a formação do aluno. A análise da paisagem sob a
perspectiva do mapa contribui para desenvolvimento do poder de abstração no aluno.
Conhecer as convenções e regras para a construção dos mapas contribui para que este
instrumento seja cada vez mais desvendado e utilizado, em qualquer situação, seja em sala
de aula, seja no cotidiano.
Vamos, primeiramente, aprimorar nosso olhar sobre esta ferramenta, que é o mapa, para
depois trabalharmos com propriedade e entusiasmo com ela em nossas aulas.

Contextualização

Os mapas estão presentes em nosso dia a dia, seja na escola ou no nosso cotidiano. Fazemos
mapas para indicar um lugar qualquer a um amigo, solicitamos aos alunos que anexem um
mapa em seu trabalho, ou que produza pequenos mapas em ocasiões variadas.
Quando queremos saber como estavam divididos os continentes há séculos atrás, recorremos
aos mapas históricos (hoje facilmente encontrados na internet).
Quando necessitamos de um trajeto para nos deslocarmos de um lugar a outro utilizamos,
da mesma forma, os mapas. Estes estão disponíveis hoje de várias maneiras: GPS, roteadores
em sites da internet entre outros. Quando não dispomos destas ferramentas computacionais,
construímos manualmente nossos mapas.
Desta forma, a Cartografia (ciência que estuda os mapas) ganha uma importância
relevante em nossas vidas e, também, em nossas aulas, seja de História, seja de Geografia.
Ao conhecermos um pouco mais da história desta ciência e das regras e convenções
estabelecidas para a construção dos mapas, aprimoraremos nossa capacidade de interagir com
estes, podendo tirar o maior proveito desta ferramenta.

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Ensino e Representação do Espaço

Compreender a organização do espaço através da observação da paisagem é uma tarefa


difícil para as crianças e observar esta organização por meio dos mapas é algo ainda mais
complexo, pois exige um nível de abstração bastante elevado.
Desta forma, entendemos que as crianças nem sempre compreendem os conceitos espaciais
usados pelos adultos, principalmente aqueles utilizados nas aulas para explicar a distribuição
dos fenômenos no espaço, como por exemplo, onde estão as fábricas, as cidades, as florestas,
onde chove mais entre outros.
Para que o aluno consiga compreender e abstrair o espaço representado em uma folha de
papel é necessário que algumas noções e habilidades sejam, previamente, desenvolvidas.
A construção da noção de espaço pela criança ocorre por meio de um processo psicossocial, no
qual ela elabora conceitos espaciais através de sua ação e interação com o seu meio e os objetos
que nem existem, ao longo de seu desenvolvimento psicobiossocial. (ALMEIDA E PASSINI, 2002).
Desta forma, o aprendizado espacial está vinculado ao contexto sociocultural no qual o
indivíduo está localizado e este aprendizado espacial se torna, dependendo da sociedade a que
se refere um instrumento necessário à vida das pessoas, pois há certa exigência do domínio de
conceitos e referenciais espaciais para deslocamentos e, até mesmo, o desenvolvimento de uma
visão crítica de seu espaço social e a forma como este se organiza (ALMEIDA E PASSINI, 2002).
Para que estes conceitos e referenciais sejam trabalhados de forma satisfatória, se faz necessário
um preparo para esse domínio espacial e este é, em grande parte, desenvolvido na escola, através
de atividades lúdicas e motoras que permitam ao educando interagir com o espaço ao seu redor
e estabelecer relações relacionais (projetivas e euclidianas, por exemplo) com este.
Neste sentido, adquirindo estas noções e passando-se a utilização do mapa em sala de aula,
proporcionaremos ao aluno uma mudança qualitativamente superior em sua capacidade de
pensar o espaço.
Segundo Vygotsky (apud ALMEIDA e PASSINI, 2002, p. 13) “o uso de signos conduz os seres
humanos a uma estrutura específica de comportamentos que se desloca do desenvolvimento
biológico e cria novas formas de processos psicológicos enraizados na cultura”.
Os mapas são, desta maneira, um universo de signos que apresentarão significados na
medida em que estes começarem a ser desvendados. Cabe ao professor conduzir este processo
de desvendamento do significado contido nos mapas. Para tanto, será sempre necessário que
façamos exercícios de aprimoramento do conhecimento acerca dos mapas e de seu significado,
para que tenhamos cada vez mais, a capacidade de ler os mapas e tirar o melhor proveito deles.
A importância dos mapas será sempre avaliada por nós em função da utilidade que terá para
nós na escola e em nossa vida cotidiana. O mapa é um modelo de comunicação visual em que os
espaços e seus elementos aparecem de forma codificada. Quanto mais conhecermos os códigos
que ele contém e o conteúdo nele representado, maior será nossa interação com ele, o mapa.

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

No processo de construção do mapa, desde mapas bem simples, como o de uma sala
de aula ou do caminho da escola até a sua casa, embutimos uma série de habilidades que
serão desenvolvidas ao longo do processo. Não estamos preocupados em formar cartógrafos
(profissionais que desenham mapas), mas sim utilizar o processo de construção do mapa para
aprimorar a capacidade do aluno de ler o mapa.

O Ensino de História e a Leitura do Mundo

O mapa é uma ferramenta muito importante para a compreensão da organização do espaço


pelas sociedades do passado. Pode ser utilizado para comparação e percepção da evolução do
espaço em determinada época e lugar.
Podemos exercitar o caráter histórico da construção dos mapas em exercícios simples em
sala de aula, como por exemplo, comparando mapas antigos do bairro com mapas atuais, ou,
mapas do mundo de 100 anos atrás e atuais. Para que essa comparação seja completa devemos
colocar algumas questões para reflexão, as quais levarão o aluno a desenvolver a curiosidade
sobre os porquês das transformações ocorrerem.
Este tipo de exercício com caráter histórico pode ser associado ao desenvolvimento da lógica
dialética, na qual, questionamos a organização do espaço, constatamos que tudo se transforma,
contribuindo assim para a formação de uma consciência crítica e de um espírito questionados
em nosso aluno. Vejamos o exemplo a seguir.
Mapa da Europa no século XVI

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Mapa da Europa Atual

Observe com atenção os dois mapas apresentados acima. Percebemos que a quantidade de
países mudou e, além disso, hoje não há mais reinos e impérios. Os territórios que se chamavam
reinos e impérios passaram a se chamar países.
Um primeiro exercício que pode ser feito é o questionamento do porquê de tais mudanças: Por
que havia reinos no século XVI e hoje não tem mais? Por que territórios que tinham dimensões
grandes foram fragmentados? Podemos afirmar que o mapa do século XIX é definitivo? Por quê?
Mesmo que não respondamos a estas questões, o importante é criarmos a possibilidade para
o questionamento e a reflexão.

O Ensino de Geografia e a Leitura do Mundo

Desde há muitos séculos, a ideia de Geografia se associa diretamente à de identificação dos


lugares (ao associarem-se as ideias de forma e de significado, isto é, como é o lugar e o que ele
significa para cada um de nós) e, como decorrência, dos caminhos necessários ao deslocamento
de um lugar para outro.
Vários autores consideram que, no processo de construção do espaço, devem ser considerados
os estágios operatórios e as relações espaciais, tendo as topológicas (de lugares e significados)
como básicas. A cognição dos mapas insere-se em uma concepção construtivista, na qual o
conceito de espaço deve ser construído pouco a pouco pelo aluno, a partir de suas próprias
experiências. Desta forma, as habilidades mentais desenvolvidas pelo aluno lhe permitirão
entender o espaço e, dessa forma, interagir com o mapa.

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

O mapa pode ser entendido, então, como uma reprodução interativa do real a que se refere.
O mapa pode ser em princípio, o espaço vivido e é importante que seja destacado que este mapa
representa somente um momento, um tempo – um momento histórico com uma organização
geográfica espacial específicas -, pois ele pode ser transformado em seguida, uma vez que a
paisagem, como a sociedade é dinâmica.
Os mapas auxiliam no ensino de Geografia na medida em que representam realidades
distintas relacionadas à diferentes tempos e sociedades. É uma ferramenta indispensável, pois
possibilita a visualização de diferentes espaços, em diferentes escalas. Sendo assim, o trabalho
do professor, ao estimular no aluno a percepção das diferentes visões de mundo de acordo com
a sua realidade e valores, contribui para o entendimento da dinâmica do espaço geográfico.

Saber ler e escrever cartograficamente é uma das condições básicas para que possamos
compreender a geograficidade dos fenômenos que observamos no mundo, pela simples razão
de que a cartografia nos permite identificar em diferentes escalas e recortes temáticos (com
temas, assuntos variados) a ordenação territorial dos fenômenos, que é a base de toda análise
geográfica do espaço.

Olhar o mundo e o mapa. Olhar o mundo no mapa. Olhar o mapa do mundo. Seja
para nós (os professores), seja para nossos alunos, o desvendamento das paisagens mais
imediatas ou das formas representadas nos mapas é, sempre, importante realizar o exercício
de entendimento das diversas dimensões da realidade do mundo a ser observado. Os mapas
cumprem esta tarefa de mostrar a organização do espaço em diferentes lugares e escalas
(tamanho dos lugares representados).

Para que a interação entre o leitor do mapa e este seja cada vez mais profunda, é necessário
que se conheça, sempre, um pouco mais sobre a cartografia (os mapas) do ponto de vista de
sua história, da evolução das técnicas de construção e da ideologia que está embutida em cada
representação do espaço.

A História da Cartografia e a Evolução dos Mapas

A história dos mapas é muito antiga. Antes de saber escrever, o homem já fazia desenhos
para representar o espaço em que vivia.
Um dos mapas mais antigos que se conhece foi construído por volta do ano 2.500 a.C.
Tratava-se de uma placa de barro cozido, representando o vale de um rio, com montanhas de
um lado e de outro, indicadas em forma de escamas. A placa que cabe na palma da mão foi
descoberta nas escavações das ruínas da cidade de Ga-Sur, próxima a antiga Babilônia, em
território que hoje pertence a um país chamado Iraque.

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Desde então, a confecção de mapas teve uma longa evolução, através da qual os meios de
representação do espaço foram sendo aos poucos aperfeiçoados. Entre os povos mais antigos, os
gregos foram os que mais se destacaram na Cartografia, ou seja, na confecção de cartas ou mapas.
Claudio Ptolomeu, que viveu entre os anos de 90 a 168 d.C., foi uma figura muito importante
na história da Cartografia em função de suas grandes contribuições para a evolução dos mapas.
Ele escreveu uma extensa obre, intitulada Geografia, em oito volumes e acompanhada de uma
coleção de 27 mapas. Um dos mapas representava o mundo conhecido na época, os outros 26
detalhavam diferentes regiões. Assim, Ptolomeu foi o autor de primeiro atlas universal. Seus
mapas apresentavam uma grande riqueza de detalhes em termos de forma dos lugares e outras
informações importantes para a época. Podemos observar na figura abaixo (mapa mundi de
Ptolomeu) a representação de terras elevadas (montanhas) em diversas áreas e a direção dos
ventos em cada estação do ano (representadas pelas figuras ao redor do mapa).

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Durante a Idade Média, o forte sentimento religioso cristão levou os europeus a conceberem
o mundo como se fosse um disco. No centro do disco ficava Jerusalém, a Terra Santa. Por
causa disso, os mapas do mundo tinham forma circular, semelhantes a uma roda. Observe
este mapa a seguir. Estão colocados somente três continentes: Europa, Ásia e África. Nesta
época, os europeus ainda não sabiam da existência da parte do mundo que se chamou
América. O oriente ficava na parte superior do mapa (orientação, como os pontos cardeais
que utilizamos – norte, sul, leste e oeste), no centro Jerusalém e na parte superior, ou seja, em
cima de tudo, o paraíso. Havia corpos de água representados e o circulo ao redor de tudo era
a representação do oceano.
Esta representação do mundo ficou conhecida como Mapa T-O.

No século XVI, a confecção de mapas passou por um grande desenvolvimento. Além da


confirmação de que a Terra era redonda (a partir da viagem de circunavegação realizada
por Fernão de Magalhães, navegador português), diversos fatores contribuíram para o
desenvolvimento da Cartografia.
Em primeiro lugar, as grandes navegações exigiam mapas mais rigorosos e corretos quanto aos
contornos das costas. Os grandes descobrimentos – consequência das navegações – alargaram
o horizonte geográfico e ampliaram o espaço conhecido, tornando possível a representação do
mundo de maneira mais próxima da realidade.
Observe na imagem a seguir que o contorno dos continentes já era bem próximo do que
conhecemos hoje, embora a Terra não tivesse ainda sido vista do espaço (a partir de quando
se pôde ter uma ideia ampla dos contornos dos continentes, algo que só aconteceria muitos
séculos depois).

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Em segundo lugar, a invenção da imprensa e da técnica de gravação permitiu que os mapas
pudessem ser reproduzidos em grande número. Antes disso, eles eram manuscritos e não havia
produção em grande escala. Estes mapas manuscritos eram verdadeiras obras de arte e levavam
meses e até anos para serem finalizados. A possibilidade de impressão e copia dos mapas fez
com que muitas pessoas tivessem acesso a eles e com mais pessoas observando os mapas
muitos ajustes poderiam ser feitos, a partir das diversas informações que cada um obtinha sobre
os lugares conhecidos.

Fonte: Vlasta2 - en.wikipedia.org

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Em terceiro lugar, a redescoberta dos trabalhos de Ptolomeu, proporcionou um novo avanço


na Cartografia. Embora imprecisos no que se refere a contornos, extensões e escalas, os mapas
elaborados por Ptolomeu eram os que até então melhor representavam os espaços conhecidos.

Baseando-se nos trabalhos de Ptolomeu, aproveitando seus acertos e corrigindo seus erros,
os cartógrafos (pessoas que faziam os mapas) do século XVI aprimoraram bastante os mapas
da época. Dentre os cartógrafos, destacou-se Gerard Mercator, que viveu de 1512 a 1594. O
mapa-múndi mais comum que conhecemos hoje deve sua origem ao mapa-múndi elaborado
por Mercator, pois já naquela época ele construiu seu mapa com um grande rigor e detalhes de
informações, em relação à representação da Terra e suas dimensões.

Fonte: Puente, L. d. l., Fernández, L. d. l. P. (2008, December 09). Mapa mundi de Mercator. Site: http://goo.gl/jlQd79.

Nos séculos seguintes, os progressos da Agrimensura (técnicas de medida do terreno), da


Astronomia e da Geometria ofereceram conhecimentos e técnicas para a formação de uma
verdadeira ciência cartográfica, baseada em cálculos complexos e rigorosos. Atualmente, a
Cartografia é uma ciência bastante exata e a representação do espaço é feita com grande precisão.

Para identificar corretamente os elementos do espaço, os cartógrafos utilizam as fotografias


aéreas – tiradas de modernos e bem equipados aviões – e as imagens obtidas de grande altura,
transmitidas por satélites colocados em órbita a muitos quilômetros de distância da Terra. Depois
disso, sofisticados equipamentos eletrônicos permitem a confecção de mapas muito fiéis aos
elementos materiais do espaço do homem.

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Algumas Regras e Convenções Cartográficas da Construção dos Mapas

Os mapas têm características típicas que os classificam e representam elementos selecionados


em um determinado espaço geográfico, de forma reduzida, utilizando simbologia e projeção
cartográfica (LOCH, 2006). Os mapas são produtos construídos a partir de um sistema de
signos que são explicados na legenda do mapa. Esta legenda pode ser considerada como a
tradução dos símbolos e cores utilizados no mapa. Há símbolos e cores internacionalmente
estabelecidos e estes fazem parte do que se denomina convenções cartográficas. Por exemplo,
é uma convenção cartográfica utilizar a cor azul para pintar tudo que se relacione a água, verde
para vegetação, marrom para relevo e assim por diante.
Outro detalhe essencial de ser observado nos mapas é a escala. Em função da redução
da área para ser colocada no papel os elementos aparecerão ou não na representação. Por
exemplo, em um mapa-múndi não é possível se localizar todas as cidades ou rios que existe no
mundo. Se quisermos localizar as cidades ou rios de um determinado lugar precisamos mudar
de escala, ou seja, fazer um recorte de um detalhe do território e dar um “zoom” para que nos
aproximemos do lugar e desta forma, será possível ver (e desenhar no mapa) mais detalhes.
A escala pode ser colocada no mapa de duas maneiras:
–– escala numérica: aparece em números 1: 100.000 (lê-se um para cem mil, onde cada
centímetro do mapa representa 100.000 centímetros ou 10 quilômetros do terreno);
–– escala gráfica: onde cada centímetro representa uma quantidade X de quilômetros (no
exemplo a seguir 1 cm representa 50 km) -

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Utilizamos a escala para calcular a distância entre os lugares do mapa. Para tanto, é preciso
medir a distância entre eles em centímetros, com uma régua, e se multiplicar pela escala (o valor
equivalente a 1 cm da escala valerá X km no mapa). Por exemplo, se a escala do mapa indica,
como a escala gráfica mostrada acima, que 1 cm vale 50 km e medimos uma linha de 8 cm no
mapa devemos multiplicar 8X50 (8cm medidos com a régua no mapa vezes o que vale 1 cm na
escala, ou seja 50). O resultado será 400 km, ou seja, a distância real no terreno, em função da
escala do mapa, é de 400 km.

Os mapas são representações da superfície terrestre e é necessário que se considere que


a Terra é redonda e o mapa será construído em uma superfície plana (a folha de papel, por
exemplo, ou mesmo a tela do computador).

Desta forma, os cartógrafos devem considerar a curvatura da Terra na construção de seus


mapas e informar que modelo de Terra utilizam para tal construção, uma vez que há várias
possibilidades de modelos de Terra. A isto chamamos de Projeções Cartográficas. Projeta-se
uma superfície curva em um plano. O resultado é que sempre haverá distorção na superfície a
ser representada quando a distância de representação for igual ou superior a 100 quilômetros.
Concluímos, então, que muitas áreas podem aparecer nos mapas com um tamanho diferente do
que são na realidade. Observe o mapa-múndi a seguir e observe que a Groenlândia é quase do
tamanho da América do Sul. Isto é efeito do sistema de projeção adotado pelo cartógrafo que
escolheu esticar mais a parte norte do planeta, já que ao transferir uma esfera para o plano
sobrarão áreas que precisam ser “esticadas”.

Fonte: geology.com.

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Alfabetização Cartográfica

Para que o aluno possa interagir da melhor forma possível com o mapa ou possa produzir
seus próprios mapas, é necessário que este seja, paulatinamente, treinado.
A este processo de aprendizagem de confecção e leitura do mapa chamamos de alfabetização
cartográfica. Assim como ensinamos letras, palavras e frases aos alunos com o objetivo de
alfabetizá-lo na linguagem escrita e de leitura é preciso, ao longo do tempo escolar, alfabetizar o
aluno na linguagem dos mapas.
O mapa é outra forma de linguagem, outra possibilidade de leitura da realidade. Por meio
deles podemos observar a distribuição territorial dos fenômenos.
Para tanto, devemos capacitar o educando a se localizar no mundo e a decodificar os símbolos
inseridos no mapa e o significado que eles têm. Para isso, devemos partir do reconhecimento
da relação entre os lugares e sua diferenciação (sempre questionando a localização das coisas –
fenômenos – no mapa); observarmos o nosso ponto de partida, ou seja, onde estamos e para
onde vamos e unir forma e significado.
O mapa é uma construção paulatina do conceito de espaço e auxilia na leitura da realidade,
mas deve ser visto como uma reprodução interpretativa do real e nunca neutra (o cartógrafo
tem interesse pré-determinado quando constrói um mapa).
Ensinar o aluno a construir pequenos mapas, incluir as regras e convenções nestas construções
e fornecer mapas para que o aluno os leia e se familiarize com a sua linguagem é a forma que
temos para que esta ferramenta fundamental para o ensino de História e de Geografia seja
utilizada em sala de aula e para que nossos alunos, com o passar do tempo, façam cada vez
mais uso dela.

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Material Complementar

Leituras:

ALMEIDA, R. D de PASSINI, E. Y. O Espaço Geográfico - Ensino e Representação. São


Paulo: Contexto, 2008.

GEORAMA. História da Cartografia. São Paulo: Codex, 1987. (livro ilustrado sobre a história
da cartografia com uma centena de mapas – procurar em www.estantevirtual.com.br)

JOLY, F. A Cartografia. Campinas: Papirus, 2013.

Filmes e vídeos:
–– História da Cartografia (3min 18seg)
http://www.youtube.com/watch?v=qtbi4cgomK8
–– A evolução da Cartografia (7min 35seg)
http://www.youtube.com/watch?v=1qoZwMRS-Jo
–– Projeções cartográficas (13min 50seg)
http://www.youtube.com/watch?v=eJLHN1Dy0MM
–– Calculando escalas (10min 35seg)
http://www.youtube.com/watch?v=OSsg_h0lWAs

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Referências

ALMEIDA, R. D. DE; PASSINI, E. Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São


Paulo: Contexto, 2002.

BLACK, J. Mapas e história: construindo imagens do passado. Bauru: Ed. da UDUSC, 2005.

LOCH, R. E. N. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados


espaciais. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006.

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Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia

Anotações

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