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Portugal durante a idade média

A conquista do território terminou em 1249 no tempo de D. Afonso III°. Pelo direito de conquista, o território
pertencia ao rei. No entanto, grande parte dele foi sendo doado a nobres e a membros do clero. Estes tiveram um
papel muito importante na formação de Portugal.

A guerra era então uma atividade permanente que exigia grande treino e pericia. Essa condição favoreceu a
formação de uma grupo social especializado na atividade guerreira : a nobreza. Quanto ao clero, se bem que a sua
atividade essencial era rezar pela comunidade e ajudar a desenvolver as terras conquistadas, por vezes dedicava-se
também à função guerreira através das ordens religiosas militares.

Tanto o clero como a nobreza receberam do rei generosas doações à medida que a Reconquista avançava. Sabemos
isto através de documentos da época, como esta carta de doação:

«  Eu, D Afonso, rei de Portugal, concedeo a vos, Dom Guillaume de Corny, a herdade de Atoria para que a povoeis.
Damo-la portanto a vos de herança e a vossos sucessores e isso fazemos pelo bom serviço que nos prestastes.  »

As terras senhoriais da nobreza, as honras, assim como as terras senhoriais do clero, os coutos, ficavam isentas do
pagamento de impostos ao rei. Porém, os moradores dessas terras eram obrigados a pagar tributos e a cumprir as
regras estabelecidas pelos seus senhores.

Os senhorios

O senhoria compunha-se geralmente de terras onde se cultivavam cereais, vinhas e pomares e de grandes extensões
de pastos e bosques. O cultivo das terras do senhor era assegurado por servos e homens livres. Os servos estavam
ligados à terra, impedidos de a deixar. Pagavam ao senhor uma renda proporcional à produção do ano em serviços, a
que se chamavam geiras, ou em produtos. Eram muito as obrigações a que estavam sujeitos os moradores dos
senhorios, como podemos ler num documento da época:

«  os moradores darão um quinto do pão, do linho, dos legumes, dos alhos e cebolas.Plantarão vinhas e após o
terceiro ano darão um sexto do vinho., mais um frango pela são João. E darão pelo Natal uma fogaça de dois
alqueires, um bom galo e dez ovos. Na Pascoa, um bom frango, uma fogaça de um alqueire e um cordeiro. Da caça
darão um lombo e do urso duas patas. Dos coelhos, depois da terceira noite à caça, dar-se-a um coelho com a sua
pele. Os pescadores darão um décimo. Ferreiros e outros artesãos darão um soldo de forro. Quem tiver animal
utilizado em carretos, dê um dia de trabalho.  »

Quando eram cometidas infrações pelos moradores do senhorio, era o senhor que exercia justiça e aplicava as
penas. A guerra era a principal atividade da nobreza. Em tempo de paz os nobres ocupavam o seu tempo através da
caça, das justas e dos torneios. Também jogavam xadrez e organizavam serões onde havia jograis e trovadores.

Os mosteiros

As terras senhoriais que pertenciam às comunidades religiosas eram muito importantes. O centro da vida era o
mosteiro, constituido por um vasto conjunto de edificações onde viviam os monges, membros da comunidade
religiosa. Alguns deles cultivavam a terra ao lado de muitos camponeses, livres ou servos, que aí viviam; outros
estudavam obras antigas dos tempos dos gregos e dos romanos e copiavam muitas delas. Os mosteiros ensinavam e
mantinham escolas às quais tinham acesso os futuros clérigos. Os monges de Cister, com o apoio da coroa, atraem à
sua area de influência um numero crescente de colonos. Fazem grandes investimentos e sabem tirar partido das
tecnologias existentes de modo a rentabilizar os meios de produção. Fundam novas povoações.

Os concelhos

Para além dos senhorios da nobreza e do clero foram criados sobretudo no sul e no centro de Portugal grande
número de concelhos para assegurar o povoamento e a defesa do reino.

O concelho era constituido por um nucleo urbano e por terras de lavoura, pastos e mato. Os seus habitantes, os
vizinhos, eram homens livres. Os concelhos estavam submetidos à autoridade do rei representado pelo alcaide e
gozavam de grande autonomia. Os vizinhos podiam escolher entre si os magistrados que os governavam e
representantes para tratar com o rei assuntos ligados à vida dos concelhos. O pelourinho, por ser o simbolo da
autoridade dos moradores do concelho era também o local onde se castigava os que cometiam delitos. Ao contrário
das terra senhoriais em que a justiça era aplicada pelo senhor, no concelho quem resolvia as questões judiciais eram
os magistrados escolhidos entre os vizinhos.

Os limites territoriais do concelho, os direitos e as obrigações dos vizinhos tais como impostos e multas estavam
estabelecidos na carta de foral. Vejamos o que nos diz a carta de foral outorgada por D. Dinis ao concelho de Vila
Real:

Eu, D. Dinis, pela graça de Deus Rei de Portugal e do Algarve, (...) faço carta de foro para todo o sempre a vós
povoadores (...) de Vila Real de Panóias.
Saibam que vos dou as povoações e terras de Cabril e outras que me pertenciam (...) e podereis reparti-las entre vós
(...). Pagar-me-eis em cada ano mil maravedis*. Deveis escolher cada ano dois homens-bons desse concelho, os quais
serão juízes nessa terra e julgarão os povos da região em vez de mim (...).
* maravedi = moeda antiga

Pela leitura do foral podemos imaginar as atividades que se desenvolviam no concelho, como neste foral dado por
D.Afonso III°a Estremoz:

«  Os moradores de Estremoz paguem por égua vendida ou paga dois soldos, e por boi dois soldos e por carga de
azeite e cera mais um maravedi e por panos ou peles de coelhos ou de couros vermelhos um maravedi. E de carga de
pão ou sal que venderem ou comprarem a homens de fora que paguem 3 dinheiros. Mercadores de Estremoz que seu
pão ou seu vinho ou figos ou azeite em Lisboa ou em outro lugar tiverem e a Estremoz o trouxerem para seu proveito
e não para venderem não dêem portagem  »

O concelho abrangia terras de cultura e uma zona comum onde os vizinhos podiam por o gado a pastar, mato,
bosques onde se abasteciam de lenha e onde colhiam mel e cera. As terras produziam pouco porque as terras
agrícolas eram muito rudimentares.

Para além das casas de habitação havia  nas povoações mais desenvolvidas pequenas tendas e oficinas onde os
artesãos e mesteirais fabricavam e vendiam diversos artigos. Nas principais cidades como Porto e Lisboa os
mesteirais se agrupavam por arruamentos: isto facilitava-lhes o controle da qualidade e do preço dos artigos.

Em algumas povoações mais importantes do concelho tinham lugar as feiras mensais ou anuais onde se compravam
produtos vindos de longe. Os reis querendo animar as trocas comerciais concediam muitos privilegios aos
mercadores através de cartas de feira. Carta de feira dada à cidade de Torres Vedras pelo rei D.Diniz :

«  D.Diniz pela graça de Deus rei de Portugal e do Algarve a quantos esta carta virem faço saber que eu, querendo
fazer graça e mercê ao concelho de Torres Vedras mando que haja feira em cada ano que se comece no 1° dia de
junho e deva ir até o 1° dia de julho. Mando que nenhum faça mal àqueles que à feira vierem, nem os prendam ou
penhorem por divida enquanto a feira durar e 8 dias antes da feira e 8 depois da feira sair. E quem fizer outro mal
àqueles que a feira vierem, ficará por meu inimigo e pagará 6000 soldos  »

Perguntas:

1)Por que motivo a nobreza e o clero receberam do rei importantes doações? Como se chamavam essas doações?

2) Que mão de obra trabalhava nas doações? Quais eram as obrigações dela?

3) Quais eram os privilégios do clero e da nobreza?

4) O que era a carta de foral? A quem era destinada?

5) O que era a carta de feira? Para que servia?

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