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APOSTILA
DIREITO PENAL E SEGURANÇA
PÚBLICA
ESPÍRITO SANTO
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DIREITO PENAL E SEGURANÇA
PÚBLICA
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1. O surgimento do processo
A fala para o homem foi de suma importância, mas ele continuou se desenvolvendo e
procurou também aperfeiçoar os meios para solucionar seus conflitos de interesse.
Na verdade, ele criou o processo em decorrência de uma necessidade imperiosa de
um instrumento que pudesse dar amparo ao sentimento de justiça natural possuído
por todo ser humano. Evidentemente foi um processo demorado, em razão da
inexistência de um costume preexistente.
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A partir de sua criação, ao longo dos séculos, muitas teorias contribuíram para o seu
desenvolvimento, aperfeiçoando-o até chegar ao que é hoje.
O homem é um ser social por excelência e, portanto, não vive senão em sociedade,
até para proteger o seu próprio grupo. Assim, o seu instinto gregário deu origem à
sociedade e, com ele, surgem os conflitos de interesse. É importante ressaltar que,
quando o conflito de interesse pertence a uma única pessoa, é fácil de ser resolvido,
posto que ela terá de sacrificar o menos importante em detrimento do mais importante
para ela naquele momento. Entretanto, quando existe o conflito de interesses de
pessoas diversas, estes devem ser resolvidos pela sociedade dos homens, a fim de
manter a paz social. Só para relembrar, pensando em termos de sociedade e a sua
consequente subsistência, seria impossível que cada qual fizesse justiça pelas
próprias mãos, visando solucionar o conflito. Por estas razões, podemos afirmar que
o Estado é soberano e cabe a ele dirimir tais controvérsias, agindo de forma neutra e
imparcial, solucionando cada pretensão que um impõe ao outro.
O Estado recebe das pessoas delegação para agir em nome da vítima, que assim se
libera da vingança privada. Somente o Estado pode punir, exercendo a titularidade
do jus puniendi, o direito de impor sanções. Obviamente, esse direito é praticado
observando certos procedimentos, a fim de garantir total lisura na apuração da
conduta do infrator. Também, é da titularidade do Estado o jus persequendi, ou seja,
direito à persecução mediante instauração do devido processo legal.
Na verdade, este poder do Estado nada mais é do que um poder/dever, uma vez que,
encarregado de aplicar a Justiça, não detém discricionariedade que lhe permita optar
entre promover a ação penal e deixar de fazê-lo. Assim, praticado o crime, o Estado
tem a obrigação de propor a ação penal, salvo a hipótese de ação penal, onde a opção
cabe ao particular.
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Já o jus persequendi é um direito subjetivo do Estado exercido pelo Ministério Público,
encarregado de postular, perante o Estado-Juiz, a condenação do infrator. O
Promotor de Justiça é o dominus litis, mas, no entanto, está subordinado a
normatividade processual, não podendo agir de acordo com sua exclusiva vontade ou
predileções.
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O objetivo maior do processo penal é à busca da verdade real, diferente do processo
civil que tem por objetivo a busca da verdade formal, ou seja, a verdade contida nos
autos.
Desta forma, nenhuma ação humana, ainda que pareça imoral ou contrária aos
interesses coletivos, se não estiver prevista em lei escrita e anterior a sua execução,
pode constituir-se delito em sentido lato.
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Dentre as ciências auxiliares de maior conexão com o direito processual penal, podem
ser mencionadas a política criminal, a criminologia, a medicina legal, a psiquiatria
forense e a polícia científica.
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1. Política Criminal
É a política criminal que fornece o critério para apreciação do valor da norma vigente
e propõe o modelo de norma a vigorar. O processo criminal não pode se afastar do
modelo de política criminal adotado. Este se reflete no processo e é inegável a relação
existente entre ambos, pois não basta apenas impor as sanções, mas saber como
aplicar a pena eficazmente, a fim de se obter os seus efeitos preventivos e
repressivos.
2. Criminologia
3. Medicina legal
Há uma ligação muito próxima entre o direito processual e a medicina legal. Esta
fornecerá parâmetros para se aferir a imputabilidade do réu sobre o qual pairar
dúvidas quanto à sanidade mental. Apurará os vestígios dos delitos e suas sequelas
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nas vítimas. É importante ressaltar que o resultado final do processo está vinculado
à qualidade de determinada perícia, daí sua inequívoca relevância para o processo.
4. Psiquiatria forense
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
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A Constituição é fundamento de validade de toda a normatividade, pois, em relação
às suas normas, as demais são inferiores.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei;
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XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
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a. a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato perfeito e a coisa julgada;
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XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
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XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará entre outras, as
seguintes:
b.perda de bens;
c.multa;
a.de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
d.de banimento;
e. cruéis;
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LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem judicial escrita
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
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LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
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b. para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ao lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
do ônus da sucumbência;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
b. a certidão de óbito;
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XXIX - princípio da reserva legal;
LX – princípio da publicidade.
Ainda importam - e são fundamentais para o processo criminal - os incisos LII, LIII,
LVI, LVIII, LIX, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVI, LXVII e LXVIII, os quais podem ser
analisados, detalhadamente, no tópico relativo ao artigo 5º da CF.
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo território brasileiro, por este
Código, ressalvados:
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II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, parágrafo 2º, e 100);
As ressalvas mencionadas neste artigo não são, como podem parecer, exceções à
territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas à territorialidade do
Código de Processo Penal. Impõem, tendo em vista as peculiaridades do direito, a
aplicação de outras normas processuais positivas na Constituição Federal e em leis
extravagantes, v.g., nos casos de crimes de militares, eleitorais, falimentares, de
entorpecentes, nas contravenções do jogo do bicho, nas infrações de menor potencial
ofensivo etc. O inciso I contempla verdadeiras hipóteses excludentes da jurisdição
criminal brasileira, isto é, os crimes serão apreciados por tribunais estrangeiros
segundo suas próprias regras processuais, v.g., casos de imunidade diplomáticas, de
crimes cometidos por estrangeiros a bordo de embarcações públicas estrangeiras em
águas territoriais e espaço aéreas brasileiro etc.
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embarcações e aeronaves particulares que se acharem em espaço aéreo ou marítimo
brasileiro, ou em alto-mar ou espaço aéreo correspondente.
A lei penal aplica-se aos crimes cometidos fora do território nacional que estejam
sujeitos à lei penal nacional. É a chamada extraterritorialidade da Lei penal. Contudo,
é preciso que se frise: a lei processual brasileira só vale dentro dos limites territoriais
nacionais. Se o processo tiver tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei do país em
que os atos processuais forem praticados.
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Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Dessa forma, sem a sua retroatividade, os atos processuais realizados sob a égide
da lei anterior são considerados válidos e as normas processuais têm aplicação
imediata, regulando o desenrolar do processo.
Todavia, embora a lei processual não seja retroativa, há que se atentar quanto às
normas jurídicas que possuem natureza mista, ou seja, serem dotadas de natureza
processual e material, concomitantemente, atribuindo-lhe, assim, efeito retroativo ao
dispositivo que for mais favorável ao réu.
1. Verdade real
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Assim, a autoridade policial, nos crimes de ação pública, tem o dever de determinar a
instauração do inquérito policial, e o órgão do Ministério Público é obrigado a
apresentar a respectiva denúncia, desde que o fato seja delituoso.
3. Oficiosidade
4. Autoritariedade
- O Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem do recurso
interposto (CPP, arts. 42 e 576).
7. Publicidade (CPP, art. 792 e CF, arts. 5º, LX, e 93, IX, parte final).
O réu deve conhecer a acusação que se lhe imputa para poder contrariá-la, ou, ainda,
dela se defender, posto que nenhum acusado será processado ou julgado sem
defensor constituído ou nomeado, evitando possa ser condenado sem ser ouvido.
9. Iniciativa das partes (“ne procedat judex ex officio”) - (CF, art. 5º, LIX e art.
129, I, e CPP, arts. 29 e 30).
Se o juiz der início a uma ação penal ele perderá sua imparcialidade.
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10. Ne eat judex ultra petita partium (arts. 383 e 384 do CPP).
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O juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido. O que efetivamente vincula
o juiz criminal, definindo a extensão do provimento jurisdicional, são os fatos
submetidos à sua apreciação. Se o promotor, na denúncia, imputa ao réu um crime
de furto, e, ao final, apura-se que o crime cometido foi o de estupro, não pode o juiz
proferir condenação, ainda que o outro crime esteja caracterizado.
Entretanto, o art. 594 do nosso diploma processual impõe que o réu não poderá apelar
sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de bons
antecedentes, assim reconhecido na sentença penal condenatória, ou condenado por
crime que se livre solto.
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defesa possui certos recursos, como o protesto por novo júri e os embargos
infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor do réu (revisão criminal).
Todas as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo, visto
constituírem espécie de provas chamadas vedadas (CF, art.5º, LVI).
São consideradas provas ilícitas, aquelas produzidas com violação às regras de direito
material, onde são praticados ilícitos de ordem penal, civil ou administrativa.
Exemplos:
Entretanto, alguns autores como Fernando Capez e Vicente Greco, entendem que
desprezar, sempre, toda e qualquer prova ilícita não é conduta juridicamente correta,
tendo em vista que, em determinadas situações, a importância do bem jurídico
envolvido no processo e a ser alcançado com a obtenção irregular da prova levará os
tribunais a aceitá-las. Leve-se em consideração uma prova obtida por meio ilícito
que, entretanto, levará à absolvição de um inocente. Entendem estes autores que o
interesse que se quer defender é muito mais relevante do que a intimidade que se
deseja preservar. Acreditam que o juiz poderá admitir uma prova ilícita ou sua
derivação a fim de evitar um mal maior.
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Embora pacífica a aplicação do princípio da proporcionalidade somente pro reo, o
STJ, em julgado recente, admitiu a incidência pro societate, aceitando que, dentro de
princípios lógicos, é perfeitamente viável a aceitação da prova obtida mediante
interceptação telefônica.
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Hr
1. Conceito
Diante disto, levando-se em conta o sujeito que a promove, a ação penal pode ser
pública ou privada.
Ação penal pública: quando promovida pelo Ministério Público, e constitui regra do
nosso Direito.
Ação penal privada: quando promovida pelo particular. É privada, porque entendeu
o Estado que certas infrações penais afetam muito mais o interesse particular que o
social e, sem abrir mão do direito de punir, que irrefragavelmente lhe pertence como
uma das expressões mais características da sua soberania, transferiu ao particular o
direito de ação penal.
Por outro lado, a ação penal pública pode ser condicionada ou incondicionada.
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Ação penal pública incondicionada: quando o seu exercício não depende de
manifestação da vontade de quem quer que seja. Exemplo: homicídio.
a) ação penal privada, ou propriamente dita: que somente pode ser exercida pela
vítima ou por quem legalmente a represente e, no caso de morte, por qualquer uma
das pessoas citadas no art. 31;
b) ação penal privada subsidiária da pública: que é aquela iniciada por meio de
queixa, quando embora se trate de crime de ação pública, o Promotor não haja
oferecido denúncia no prazo legal (art. 29 do CPP);
3. As condições da ação
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São requisitos que subordinam o exercício do direito de ação. Para se poder exigir,
no caso concreto, a prestação jurisdicional, faz-se necessário, antes de tudo, o
preenchimento de certas condições, que se denominam condições de procedibilidade.
São de duas ordens:
b) legitimidade de parte:
Somente a parte legítima é que pode promover a ação penal. Assim, apenas
o titular do bem ou interesse lesionado é que pode exercer a ação penal.
O Estado é que detém o direito de punir, sendo, portanto, o titular desse direito,
apenas ele é que poderá exercer a ação penal. Todavia, em determinados
casos, poucos, aliás, sem abrir mão do seu direito de punir, o Estado transfere
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ao particular o jus persequendi in judicio, isto é, o direito de agir e de acusar -
são os casos de ação penal privada. Nestes casos, o particular é parte legítima
para requerer que se instaure o processo.
As específicas são:
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Obs: A partir da Lei 11.719/2008 revogou-se o art. 43 e o seu conteúdo foi
transferido, com alterações, para o art. 395 do CPP, todavia, quanto às
condições genéricas da ação, vários doutrinadores continuam a sustentar
serem as três já indicadas, ou seja, possibilidade jurídica do pedido, interesse de
agir e legitimidade de parte.
Titularidade e Princípios
4.1. Titularidade
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Oferecida à ação penal, o Ministério Público dela não pode desistir (CP, art. 42).
Tal princípio não vigora no caso das infrações regidas pela Lei n. 9.099/95, cujo art.
89, concede ao Ministério Público a possibilidade de preenchidos os requisitos legais,
propor ao acusado, após o oferecimento da denúncia, a suspensão condicional do
processo, por prazo de dois a quatro anos, cuja fluência acarretará a extinção da
punibilidade do agente (art. 89). É, sem dúvida, um ato de disposição da ação penal.
Também aplicável à ação penal privada (CPP, art. 48). A ação penal pública deve
abranger todos aqueles que cometeram a infração, não podendo o Ministério Público
escolher, dentre os indiciados, quais serão processados.
A ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática do
delito, é personalíssima.
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5. Ação penal pública condicionada
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição. Essa condição tanto pode ser
a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal
(representação), como também a requisição do Ministro da Justiça. Entretanto, a
ação continua sendo pública, exclusiva do Ministério Público, que só pode dar início
se a vítima ou seu representante legal o autorizarem, por meio de uma manifestação
de vontade. Todavia, uma vez iniciada a ação penal, o Ministério Público a assume
incondicionalmente, a qual passa a ser informada pelo princípio da indisponibilidade,
sendo irrelevante qualquer tentativa de retratação.
2) crime contra a honra de funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II,
c/c o art. 145, parágrafo único);
5.3. Prazo
5.4. Forma
5.5. Irretratabilidade
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A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia (CPP, art. 25). A
retratação só pode ser feita antes de oferecer a denúncia, pela mesma pessoa que
representou.
6.1. Fundamento
6.2. Titular
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O ofendido ou seu representante legal (CP, art. 100, § 2º; CPP, art. 30). Na técnica
do Código, o autor denomina-se querelante e o réu querelado. Se o ofendido for menor
de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante
legal, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado para o
ato (art. 33 do CPP).
6.4.Princípio da disponibilidade
Segundo o artigo 48 do CPP, o ofendido pode escolher entre propor ou não a ação.
Não pode, porém, escolher dentre os ofensores qual irá processar. Ou processa
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todos, ou não processa nenhum. O Ministério Público não pode aditar a queixa para
nela incluir os outros ofensores, porque estaria invadindo a legitimação do ofendido.
Significa que a ação penal só pode ser proposta em face do autor e do partícipe da
infração penal, não podendo se estender a quaisquer outras pessoas.
Pode ser proposta pelo ofendido se maior de dezoito anos e capaz; por seu
representante legal, se o ofendido for menor de 16; pelo representante legal ou pelo
ofendido, se ele for maior de 16 e menor de 18 anos (CPP, art.34); ou no caso de
morte do ofendido, ou declaração de ausência, pelo seu cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (CPP, art.31).
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6.7.3. Subsidiária da pública
7.1. calúnia, difamação e injúria (arts.138, 139 e 140), salvo as restrições do art.145;
7.3. dano, mesmo quando cometido por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima (art.163, “ caput ”, parágrafo único, IV);
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7.8. o exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência
(art.345, parágrafo único).
8. Prazo
O prazo para propor a ação penal privada é decadencial, conforme regra do artigo
10 do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o dia final.
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MODELOS EM AÇÃO PENAL
MODELO Nº 01
(Modelo de Denúncia)
O Promotor de Justiça que esta subscreve, no uso de suas atribuições, vem, perante
V.Exa., oferecer denúncia contra Basílio Carapuça, qualificado as fls.18 dos inclusos
autos de inquérito policial, pelo seguinte fato :
1) Consta dos referidos autos que, no dia 27 de fevereiro do ano em curso, por
volta das 20:00 horas, nesta cidade, à altura do prédio n.20 da Rua Bento Gonçalves,
o denunciado agrediu e lesionou Pedro Bernardino.
2) Na verdade, dias antes dos fatos, o denunciado soubera que a vítima ficara
desgostosa com o serviço mecânico prestado ao seu veículo na Oficina " Tudo OK ",
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de propriedade do denunciado, e, por isto, dissera que não pagaria o pretenso
conserto.
4) Assim, estando ele incurso nas penas do art.129 § 1º, do CP, combinado com
o art.61, II, primeira figura do mesmo estatuto, requer, após o recebimento e autuação
desta denúncia, seja o réu citado para o interrogatório e, enfim se ver processado até
final julgamento, nos termos do art.593 do CPP, notificando-se a vítima e as
testemunhas do rol abaixo para virem depor em juízo, em dia e hora a serem
designados, sob as cominações legais.
Promotor de Justiça
Rol :
MODELO Nº 02
" Recebo a denúncia. Designo o dia ____, as ____ horas para o interrogatório.
Cite-se. Notifique-se o Dr.Promotor de Justiça. Defiro as diligências solicitadas pelo
MP (Ministério Público) (arts.394 e 399). (Data e Assinatura)"
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MODELO Nº 03
MM.Juiz :
A denúncia deve ser oferecida contra o genuíno autor da infração, e, assim, tal ato
processual não pode ser praticado quando não se conhece a pessoa a quem deva
ser atribuído tal qualidade. Certo que ele está foragido. Nada impede que a digna
autoridade policial colha, junto à vítima, a sua qualificação. O indiciado já trabalhou
para a vítima. É possível que ela ainda possua, nos seus arquivos, os dados
qualificativos do indiciado. Se a diligência for infrutífera, poderá o Doutor Delegado,
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com os meios ao seu alcance, envidar esforços no sentido de trazer para os autos tais
elementos. Se de todo for impossível, restará à Promotoria requerer o arquivamento
dos referidos autos.
Promotor de Justiça
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MODELO Nº 04
MM.Juiz :
Bauru, 28-6-1990
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Maria Helena Côrtes Pinheiro
Promotora de Justiça
MODELO Nº 05
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MODELO Nº 06
(Modelo de Queixa)
1º) Consta dos inclusos autos de inquérito policial que, no dia 27 de fevereiro
último, por volta das 17:00 horas, o querelado, que possui um sítio contíguo ao do
querelante, neste município, sem assentimento do querelante ou de quem de direito,
abriu a porteira situada na divisa das duas propriedades e introduziu dois cavalos seus
no sítio do querelante.
2º) Apurou-se, no inquérito, que, dias antes, o querelado adquirira aquelas duas
alimárias e soltou-as em seu sítio, junto às outras de sua propriedade, em vez de
prendê-los no curral ou tomar outra providência, limitou-se a abrir a porteira e
introduzi-los no sítio do querelante.
3º) Pelo laudo de fls.10, vê-se que os referidos animais estragaram parte da
plantação de milho e feijão do sítio do querelante, estimando os peritos que os
prejuízos orçaram em R$ 100.000,00 (Cem mil reais).
4º) Ante o exposto, tendo o querelado infringido o disposto no art.164 do CP, requer
a V.Exa. que, recebida e autuada esta, seja o querelado citado para o interrogatório
e, enfim, para se ver processar até final julgamento, quando, então, deverá ser
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condenado, observando-se o disposto no art.539 do CPP, notificando-se as
testemunhas do rol abaixo para virem depor em juízo, em dia e hora a serem
designados, sob as cominações legais.
Nestes termos,
P.deferimento.
Advogada - OAB/SP__________
Rol :
50
Modelos extraídos do livro ‘Prática de Processo Penal ‘- Fernando da Costa
tourinho Fº - 1997.
51
BIBLIOGRAFIA
. FRANCO, ALBERTO SILVA, e outros. Leis Penais Especiais. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1995.
. GRECO Fº, VICENTE. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1997.
52
. TOURINHO Fº, FERNANDO DA COSTA, Prática de Processo Penal. São Paulo:
Saraiva, 1997.
53