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gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-fiuza/depois-da-epidemia-guilherme-fiuza/
[21/03/2020] [09:02]
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O coronavírus desencadeou uma epidemia de pânico que não ajudará no enfrentamento
do problema. Qualquer tentativa de se pensar em saídas para o colapso mundial iminente
tem sido confundida com menosprezo pelo perigo e atentado contra a saúde pública.
Quem decide as medidas contra a epidemia são as autoridades, e o cidadão cumpre.
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Ponto. Pensar ainda não está proibido, mesmo que a patrulha do pânico aja como se
estivesse. Mas se você pronuncia uma palavra além do alerta “fique em casa”, você é um
potencial corona killer.
Não há até agora, por exemplo, uma diretriz geral para interrupção dos transportes, pelo
menos nas nações mais visíveis. O Reino Unido tem procurado manter setores da
sociedade e da produção em funcionamento, incluindo escolas – todos com protocolos
rigorosos de distanciamento, higiene e variadas formas de bloqueio de contágio,
especialmente em relação a idosos e grupos de risco em geral. Não é um flerte com o
perigo, nem uma aventura. É uma tentativa legítima de mitigar o colapso econômico e
social, que pelos níveis de paralisação impostos pelo coronavírus possivelmente fará mais
vítimas que a própria epidemia.
A própria OMS já tinha indicado que, pela facilidade do contágio, não seria possível deter
essa epidemia com isolamento – o que não anula as medidas de isolamento indispensáveis
que vêm sendo tomadas para tentar evitar os picos de contaminação. Mas também quer
dizer que nem sempre o curso geral da epidemia será alterado com essas medidas, ou
seja, o contágio inevitavelmente vai alcançar uma determinada abrangência para começar
a decair rumo ao fim da epidemia. A principal ação das sociedades é preservar ao máximo,
no curso do contágio, os idosos e grupos de risco – de forma que o maior número de
infectados fique entre os que têm sintomas brandos ou mesmo sintoma nenhum, muitos
dos quais nem saberão que tiveram coronavírus, mas terão contribuído para o declínio da
epidemia. E a outra ação essencial é ir calibrando a estratégia de paralisação não pelo
medo, mas pela inteligência – porque a tragédia pós-epidemia já está desenhada. Pensar
agora em formas de minimizar essa tragédia não é pecado, é obrigação.
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Guilherme Fiuza
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