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VIGILANTES PARA A VINDA DO SENHOR

– O Senhor convida-nos a estar vigilantes. Vigiar é amar. “Vem, Senhor Jesus”.

– A nossa vigilância deve concentrar-se nas pequenas coisas de cada dia. A oração diária, o
exame de consciência, as pequenas mortificações... mantêm-nos despertos.

– Purificação interior.

I. O SENHOR DESCERÁ com esplendor para visitar o seu povo na paz e


fazê-lo viver a vida eterna1.

O Senhor vem visitar-nos, trazer-nos a paz, dar-nos a vida eterna prometida.


E deve encontrar-nos como na parábola do servo prudente2 que não dorme
durante a ausência do seu amo e que, quando o seu amo regressa, o encontra
no seu lugar, entregue à sua tarefa.

O que vos digo a vós a todos o digo: vigiai! 3 São palavras dirigidas pelo
Senhor a todos os homens de todos os tempos, dirigidas a cada um de nós,
porque nós, os homens, tendemos à sonolência e ao aburguesamento. Não
podemos permitir que os nossos corações se ofusquem com a gula, a
embriaguez e as preocupações desta vida4, perdendo dessa forma o sentido
sobrenatural que deve animar tudo o que fazemos.

O Senhor vem a nós e devemos aguardar a sua chegada com espírito


vigilante, não assustados como quem é surpreendido praticando o mal, nem
distraídos como quem tem o coração posto unicamente nos bens da terra, mas
atentos e alegres como quem há muito tempo aguarda uma pessoa querida.

Vigiar é sobretudo amar. Pode haver dificuldades para que o nosso amor se
mantenha desperto: o egoísmo, a falta de mortificação e de temperança
ameaçam sempre a chama que o Senhor acende constantemente no nosso
coração. Por isso é preciso avivá-la sempre, sacudir a rotina, lutar. São Paulo
compara esta vigília à guarda montada por um soldado bem armado que não
se deixa surpreender5.

Os primeiros cristãos repetiam com frequência e com amor a jaculatória:


“Vem, Senhor Jesus”6. E ao exercitarem assim a fé e o amor, obtinham a força
interior e o optimismo necessários para cumprirem os seus deveres familiares e
sociais, e para se desprenderem interiormente dos bens terrenos, com o
domínio que dá a esperança na vida eterna.

Para o cristão que se mantém vigilante, o Senhor não chegará


inesperadamente, não virá como um ladrão no meio da noite7; não lhe estarão
reservadas surpresas, porque em cada dia já terá tido muitos encontros com
Ele, cheios de amor e de confiança, nos sacramentos e nos pequenos
incidentes do dia. Por isso a Igreja reza: Ouvi com bondade, ó Deus, as preces
do vosso povo, para que, alegrando-nos hoje com a vinda do vosso Filho em
nossa carne, alcancemos o prémio da vida eterna, quando Ele vier na sua
glória8.

II. É NECESSÁRIO permanecermos vigilantes contra os inimigos de Deus,


mas também contra a cumplicidade a que nos induzem as nossas más
inclinações: Vigiai e orai para não cairdes em tentação, porque o espírito está
pronto, mas a carne é fraca9.

Permanecemos alerta quando nos esforçamos por fazer melhor a nossa


oração pessoal, que aumenta os desejos de santidade e evita a tibieza, e
quando praticamos a mortificação, que nos mantém despertos para as coisas
de Deus. Também reforçamos a nossa vigilância quando fazemos um delicado
exame de consciência, para não merecermos a advertência que Santo
Agostinho põe na boca do Senhor: “Agora, enquanto te dedicas ao mal,
consideras-te bom, porque não te dás ao trabalho de olhar para ti. Repreendes
os outros e não reparas em ti mesmo. Acusas os outros e não te examinas.
Colocas os outros diante dos teus olhos e a ti próprio por trás das tuas costas.
Quando chegar a minha vez de arguir-te, farei o contrário: far-te-ei dar meia-
volta e pôr-te-ei diante de ti próprio. Então te verás e chorarás”10.

A nossa vigilância deve concentrar-se nas pequenas coisas que preenchem


o dia. “Esse modo sobrenatural de proceder é uma verdadeira táctica militar. –
Sustentas a guerra – as lutas diárias da tua vida interior – em posições que
colocas longe dos redutos da tua fortaleza. E o inimigo acode aí: à tua pequena
mortificação, à tua oração habitual, ao teu trabalho metódico, ao teu plano de
vida; e é difícil que chegue a aproximar-se dos torreões, fracos para o assalto,
do teu castelo. E, se chega, chega sem eficácia”11.

Se considerarmos no nosso exame de consciência “as pequenas coisas de


cada dia”, descobriremos as raízes das nossas falhas no amor a Deus, pois as
pequenas coisas costumam ser a antessala das grandes. E descobriremos
também o verdadeiro caminho e os meios para combatermos o “homem velho”,
essas tendências menos rectas que continuam latentes em nós.
Compreenderemos que, para conseguirmos a necessária purificação interior,
precisamos de uma constante mortificação da memória e da imaginação,
porque só graças a ela nos será possível eliminar do entendimento os entraves
que nos impedem de cumprir em plenitude a vontade de Deus.

Aprimoremos, portanto, a ânsia de mortificação interior durante estes dias de


espera do Natal, para podermos receber o Senhor com uma mente limpa que,
eliminando o que vai contra a nossa vocação de cristãos ou está à sua
margem, já não retenha nada que não lhe pertença: “Essa frase feliz, a piada
que não te escapou da boca, o sorriso amável para quem te incomoda, aquele
silêncio ante a acusação injusta, a tua conversa afável com os incómodos e os
inoportunos, o não dar importância cada dia a um pormenor ou outro,
aborrecido e impertinente, das pessoas que convivem contigo... Isto, com
perseverança, é que é sólida mortificação interior”12.
III. A PURIFICAÇÃO DA ALMA pela mortificação interior não é uma tarefa
meramente negativa, nem se propõe somente evitar o que esteja na fronteira
do pecado; pelo contrário, consiste em saber privar-nos, por amor de Deus, do
que seria lícito não nos privarmos.

Antes de mais nada, deve ter em vista livrar a memória de lembranças que
sejam contrárias ao caminho que nos leva ao Céu. São recordações que
podem assaltar-nos enquanto trabalhamos ou descansamos, e mesmo
enquanto rezamos. Sem violência, mas com prontidão, devemos esforçar-nos
por afastá-las, sabendo empregar os meios necessários para que a mente volte
a encher-se do amor e do desejo de Deus que nos domina o coração no dia de
hoje.

Deve ter em vista ainda desembaraçar a imaginação de fantasias estéreis:


que não nos incomode inventando histórias dos tipos mais diversos, tecendo
construções fantásticas que não servem para nada. “Afasta de ti esses
pensamentos inúteis que, pelo menos, te fazem perder o tempo”13. Também
aqui é preciso saber reagir com rapidez e voltar serenamente às tarefas que
nos cabem.

Em qualquer caso, a purificação interior não se limita a esvaziar o


entendimento de imaginações inúteis. Vai muito mais longe: a mortificação das
potências abre-nos o caminho para a vida contemplativa, nas diversas
circunstâncias em que Deus nos tenha querido colocar. Com esse silêncio
interior em relação a tudo o que é contrário ao querer de Deus e impróprio dos
seus filhos, a alma encontra-se preparada para iniciar um diálogo contínuo e
íntimo com Jesus Cristo, em que a imaginação se porá a serviço da
contemplação – ajudando-a, por exemplo, a meditar nas cenas do Evangelho
ou nos mistérios do Rosário – e a memória evocará as maravilhas e as
bondades de que Deus nos cumulou, despertando no nosso interior profundos
sentimentos de gratidão e um amor mais ardente.

A liturgia do Advento repete-nos muitas vezes este anúncio premente: o


Senhor está para chegar, e é preciso preparar-lhe um caminho amplo, um
coração limpo. Criai em mim, ó Deus, um coração puro14, pedimos-lhe. E na
nossa oração fazemos hoje propósitos concretos de esvaziar o nosso coração
de tudo o que não agrade ao Senhor, de purificá-lo mediante a mortificação, e
de cumulá-lo de amor a Deus com provas constantes de afecto por Ele – como
fizeram a Virgem Santíssima e São José –, por meio de jaculatórias, actos de
amor e desagravo, comunhões espirituais...

Muitas almas haverão de beneficiar-se deste nosso esforço por preparar


uma morada digna para o Salvador. Poderemos dizer a muitos que nos
acompanham pelos nossos mesmos caminhos o que uma antiga canção
popular exprime com toda a simplicidade: Eu sei de um caminho chão / por
onde se chega a Deus / com a Virgem pela mão.

Suplicamos à Virgem Maria que a nossa vida seja sempre tal como pedia
São Paulo aos primeiros cristãos de Éfeso: um caminhar no amor15.

(1) Cfr. Mc 13, 34-37; Antífona de entrada da Missa da sexta-feira da terceira semana do
Advento; (2) Mc 13, 37; (3) Lc 21, 34; (4) cfr. 1 Tess 5, 4-11; (5) cfr. 1 Cor 16; (6) cfr. Bíblia
Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra, Santos Evangelhos,
Eds. Theologica, Braga, 1985, nota a Mc 13, 33-37; (7) 1 Tess 5, 2; (8) Oração colecta da
Missa do dia 21 de Dezembro; (9) Mt 26, 41; (10) Santo Agostinho, Sermão 17; (11) São
Josemaría Escrivá, Caminho, n. 307; (12) ibid., n. 173; (13) ibid., n. 13; (14) Sl 50, 12; (15) cfr.
Ef 5, 2-5.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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