LEITURA CONTROLADA EM DETERMINAÇÃO TEXTUAL E LIBERDADE
SEMÂNTICA DO RECEPTOR
DILI/TL, NOVEMBRO DE 2019
Leitura controlada em determinação textual e liberdade semântica do receptor
A leitura pode ser estudada sob vários aspectos: sóciocultural, afetivo,
pedagógico e cognitivo. Texto é multinível, multilinear, e não contém toda a proposta de sentido por insuficiência de explicitude. Texto não é uma simples sequencia de palavras escritas ou faladas, mas “um evento comunicativo no qual convergem ações linguísticas, cognitivas e sociais” cuja existência depende de que alguém o processe como tal. O ensino de leitura e de produção escrita tornou-se um tema constante não apenas de pesquisas acadêmicas, mas também de debates, cursos, seminários e demais eventos científicos, nos quais se discutem problemas relacionados ao processo de ensino-aprendizagem formal da língua portuguesa e alternativa para tentar resolvê-los. O denominador comum de tais discussões é a necessidade de reflexão sobre as bases desse processo e, consequentemente, sobre o redimensionamento das atividades de sala de aula, devido ao fato de grande parte dos alunos não conseguir produzir textos linguisticamente relevantes e adequados às diferentes finalidades a que um texto pode servir. Em seguida o escrito é uma pintura: repete-se eternamente, difundido por um suporte material inerte, apesar de gozar da liberdade de rolar livremente em todas as direções e se prestar a uma leitura livre, a uma interpretação e a um uso do texto com total liberdade. Ao nível textual também atua cognitivamente o princípio da canonicidade, uma vez que o leitor espera encontrar sentenças tópico nos parágrafos e constituintes básicos de superestrutura textuais. Embora as estratégias cognitivas tenham nesse tipo de leitura papel tão fundamental quanto em outro qualquer, pois comandam a compreensão ortográfica, sintática e semântica do texto, entendemos que deva haver um trabalho específico para a passagem de estratégias cognitivas para metacognitivas, especialmente em nível de texto. Julgamos que o domínio consciente de algumas etapas permite identificar "fatias" ou segmentos significativos do texto, estabelecer relações de sentido e referência entre certos segmentos, manter a coerência entre as macroproposições semânticas do texto, o que permite avaliar a consistência das informações, inferir até mesmo o significado e o efeito pretendido pelo autor. Uma palavra de um signo de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico.
Referências e Bibliográficas
LOPES, E. Fundamentosda linguísticacontemporânea. São Paulo: Cultrix, 1987.
MORRIS, C. W. Fundamentos da teoria dos signos. São Paulo: EdUSP, 1976. DA SILVA ELIAS, Vanda Maria. Hipertexto, leitura e sentido. Calidoscópio, 2005, 3.1: 13-19. SMIT, Johanna. Análise documentária: a análise da síntese. 1987.
Resumo Do Capítulo "A Natureza Da Leitura e Da Escritura" - Parte Do Livro 'No Mundo Da Escrita - Uma Perspectiva Psicolinguística', de Mary Kato - by Feli