Sei sulla pagina 1di 3

Segundo Codato (2008), Poulantzas formulou duas teorias sobre o Estado ao

longo de sua obra. Em Poder político e classes sociais (1968), o defini a partir de uma
perspectiva estruturalista, o Estado é uma estrutura, cuja sua função é garantir a
reprodução das relações sociais capitalistas e as relações de dominação burguesa sobre
as demais classes sociais. Segundo Poulantzas, trata-se da relação entre a unidade do
poder político institucionalizado e sua autonomia relativa. As instituições de poder de
Estado são relativamente separadas do poder econômico, de tal forma que mantém uma
coesão interna com a estrutura jurídico-política, essa separação apresenta em seus
efeitos, que as instituições de poder de Estado não são repartidas entre o bloco no poder.
O que desdobra no seu conceito de autonomia relativa do Estado, para garantir a
sociabilidade capitalista, pode por vezes negar alguns interesses específicos da
burguesia, para assegurar sua dominação no longo prazo, o que significa que nenhuma
classe têm seus interesses integralmente atendidos, “[...] se assim o fosse, não faria
sentido tratar o Estado como organizador da unidade da luta política da burguesia, uma
vez que a não haveria fissuras intestinas entre as frações dessa classe, ou o que é
correspondente a isso, a burguesia seria concebido como um todo monolítico”
(Martuscelli, 2018, P.2018). A autonomia relativa se da frente às frações do bloco no
poder, o Estado não é mero utensílio da classe dominantes, que exerce uma relação de
comando, como produto de um sujeito, como instrumento de uma classe dominante-
sujeito, de quem constitui um simples utensílio de dominação, manipulável a sua
vontade.
Por outras palavras, o caráter de unidade do poder de Estado, relacionado ao
seu papel na luta de classe, é o reflexo do seu papel de unidade em relação às
instâncias; a sua autonomia relativa face às classes ou frações politicamente
dominantes o reflexo da autonomia relativa das instâncias de uma formação
capitalista. Em suma, essa unidade e autonomia do tipo capitalista de Estado
reporta-se à especificidade das suas estruturas – relativamente autônoma face
ao econômico - na sua ligação com a luta política de classe - relativamente
autônoma face à luta econômica de classe. (POULANTZAS, 1968, P. 253)
A luta de classe no modo de produção capitalista é circunscrita pelas normas jurídico-
políticas do Estado, este se apresenta como arbitro da luta política entre as classes, ao
fixar os limites da ação concreta dessa luta sobre o Estado, visando interromper
qualquer ímpeto revolucionário das classes dominadas. Nesse sentido, Poulantzas em
PPCS, compreende o bonapartismo, isto é, a situação em que o Estado reina por cima
das classes dominantes, através de sua autonomia para assegurar a hegemonia burguesa,
como um traço constitutivo do Estado capitalista.
Na segunda fase, do pensamento do autor, O Estado aparece como um conjunto de
aparelhos repressivos e ideológicos, para Codato (2008), Poulantzas não está apenas
acrescentando uma nova função, mas uma nova maneira de cumprir a função global do
Estado através da ação específica dos seus aparelhos. O Estado é composto por um feixe
de aparelhos, alguns aparelhos repressivos como a política, o exército, entre outros; e
ideológicos como a Igreja, as escolas. Aqui Poulantzas enfatiza a noção gramsciana que
o Estado é repressão e coesão, cabe a ambos assegurar a hegemonia na burguesia da
mesma forma que o Estado o faz. Ao lado da ideia de Estado como aparelho, nessa fase
começa a esboçar a ideia de Estado “Relacional”, “O Estado capitalista é a
“condensação material” da relação de forças entre as classes e frações numa dada
sociedade.” (Codato, 2008, p. 41).
Já na terceira fase, Segundo Codato, Poulantzas abandona a ideia de que o Estado
possui força própria, desta feita, toma-o como o capital como uma relação social, ele
não tem poder político próprio é a emanação de um poder de classe e de frações de
classe. Está cristalizado em uma relação de forças, nas relações sociais contraditórias,
logo inseridas no seio do Estado. Nesse sentido, a sua terceira concepção de Estado é
um aprofundamento do aspecto relacional.
Tentaremos Tertium datur destas três concepções de Estado, para nós é essencial
resguardar teoricamente, como conceito-operativo a ideia de Autonomia-relativa do
Estado. Esse conceito-operativo precisa ser mediado à realidade e a conjuntura histórica
brasileira ao qual trataremos á frente, e em nosso entendimento, não é possível explicar
as contraditórias relações entre Estado e frações da classe dominante sem o conceito de
autonomia relativa. O Estado aqui por vezes inclusive dirigiu o processo de
transformações das estruturas política, econômica e social, muitas vezes impondo seu
projeto burocrático-político sobre as frações dominantes, buscando alianças com setores
não hegemônicos no bloco no poder; por outras, aparece como mediador e soldador de
uma frente política ampla visando a partir da mediação com os interesses da fração
dominante impor seu projeto hegemônico. Por outro lado, não é possível compreender a
dinâmica das decisões estatais sem o reconhecimento do seu aspecto relacional - arena
estratégica pelas quais as frações de classe disputam sua hegemonia -, o lócus para
observar essa disputa,
O faz não, pela ocupação de espaços dentro do Estado, ainda que isso seja um fator de
identificação da fração dominante, mas pelo atendimento de seu interesse político
específico, com políticas que seguem a linha de interesse dessa fração dominante. A
fração dominante não necessariamente está organizada em torno de um partido político,
- o Estado é o partido da burguesia – o que na prática significa que as classes
dominantes não necessitam de associações sindicais ou partidos políticos para ter seus
interesses garantidos pela política estatal.

Potrebbero piacerti anche