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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof.

Marcel Guimarães
TCU e TC-DF Aula 8

Aula 8 – Receita pública


AFO p/ TCU e TC-DF
Prof. Sérgio Machado
Prof. Marcel Guimarães
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Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 5

INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS (RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA) ............................................................................ 6


RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS ................................................................................................................................... 10

ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ............................................................................................................... 12

PREVISÃO ........................................................................................................................................................... 13
LANÇAMENTO ..................................................................................................................................................... 14
ARRECADAÇÃO .................................................................................................................................................... 14
RECOLHIMENTO ................................................................................................................................................... 14

CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA .....................................................................................16

CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA ............................................................................................................ 17


Categoria econômica ..................................................................................................................................... 21
Origem ..........................................................................................................................................................26
Espécie .......................................................................................................................................................... 39
Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita .....................................................................40
Tipo ..............................................................................................................................................................40
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROCEDÊNCIA OU OBRIGATORIEDADE ................................................................................ 44
CLASSIFICAÇÃO POR FONTE/DESTINAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................. 46
CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO .................................................................................... 50
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL (QUEM?) ................................................................................................................. 51
CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA (EM QUAL ORÇAMENTO?) ........................................................................ 52
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO IMPACTO NA SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA .................................................................. 53
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À REGULARIDADE (OU PERIODICIDADE) ................................................................................. 54

QUESTÕES COMENTADAS - CESPE........................................................................................................ 55

LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 74

GABARITO - CESPE ................................................................................................................................79

RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 80

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Dica de um concursado para um concurseiro

Busque o apoio de seus amigos e familiares! Coloque fotos deles em seu local de estudo.

Mentalidade dos campeões 🏆

Você está onde está por causa de quem era, mas onde você vai depende inteiramente de quem você escolhe ser.

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Introdução
Para começar, você sabe o que é uma receita? 🤔

“Claro que sei, professor! Receita é dinheiro entrando no bolso. 💰 Muito fácil! Vamos! Passa logo para o
próximo tópico!”

Calma, porque não é bem assim! 😅

Em primeiro lugar, vale destacar que a arrecadação das receitas públicas tem papel primordial na
Atividade Financeira do Estado (AFE). Lembra dela?

Receita
pública
(obter)

Orçamento Despesa
público
(administrar)
AFE pública
(despender)

Crédito
público
(criar)

Pois é. Sem a arrecadação das receitas públicas o Estado não consegue alcançar a sua finalidade: o bem
comum da coletividade. Mas não se esqueça: arrecadar recursos não é o fim: é somente o meio para alcançar
o fim. ☝

“Tá certo, professor. Então o que é mesmo uma receita?” 🤨

Bom, aí depende! 😅

“Depende de que, professor?”

Depende se estamos falando de receita em sentido amplo ou em sentido estrito. 😄 De acordo com o
Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2020:

• Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado,
que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos
financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas
compensatórias.
• Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias.

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Receitas públicas amplo = Rec. Orçamentárias + Rec. Extraorçamentárias

Receitas públicas estrito = Rec. Orçamentárias

Ingressos extraorçamentários

Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito

Simplificando: receita pública em sentido amplo é qualquer ingresso de dinheiro nos cofres públicos!
Dinheiro entrou na conta? É receita sem sentido amplo! Não importa se esse dinheiro é do Estado ou se ele tem
que devolver esse dinheiro. É bem simples: qualquer ingresso de recursos financeiro é considerado receita
pública em sentido amplo.
“E em sentido estrito, professor?”
Em sentido estrito, nós não consideramos os ingressos extraorçamentários (receitas
extraorçamentárias). Somente as receitas públicas orçamentárias! ☝

“Tá! Mas o que são ingressos ou receitas extraorçamentárias e receitas orçamentárias?” 🧐

É isso que nós vamos ver agora! 😃

Mas, desde já, saiba que, normalmente, quando falamos em “receita pública”, estamos nos referindo a
receita pública em sentido estrito! 😁

Ingressos extraorçamentários (receita extraorçamentária)


“Ah, professor! Eu já sei! Agora que eu pensei melhor, a receita orçamentária é aquela que está prevista no
orçamento, na LOA. E a receita extraorçamentária não está! Não é assim?” 😏

Não! Não é assim! E esse é o erro que muita gente (inclusive muita gente boa) comete!
Veja bem: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a
sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público.

Você irá fazer a pergunta: esses recursos pertencem ao Poder Público? 🤔

• Se sim: é receita orçamentária;


• Se não: é receita extraorçamentária.

“Beleza, professor. Mas você ainda não falou o que é uma receita orçamentária e uma receita
extraorçamentária...” 😅

Pois não! Vamos lá então! 😄

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Segundo o MTO 2020, receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter
temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos
exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) 8ª edição dá uma definição bem parecida
(praticamente a mesma coisa, mas em outras palavras): ingressos extraorçamentários são recursos financeiros
de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a
autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por
ativos e passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio
Líquido da Entidade.

“Certo, agora traduz aí, professor, por favor!” 😅

É para já! 😉

Receitas extraorçamentárias são ingressos de recursos financeiros que não pertencem ao Poder Público.
Esse dinheiro só está momentaneamente transitando pela conta da Administração Pública (caráter
temporário). A Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os
recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível).

Por exemplo: se a Administração Pública recebesse R$ 100,00 em receitas extraorçamentárias, o ativo iria aumentar em
R$ 100,00, mas o passivo também iria aumentar em R$ 100,00. No final das contas, o Patrimônio Líquido (PL) não seria
alterado, porque PL = A – P.

“Entendi, mas que recursos transitórios são esses? Pode dar um exemplo?” 🧐

Claro! 😃 São exemplos:

• Depósitos em caução: como previsto no artigo 56, da Lei 8.666/93, por exemplo, a Administração
pode exigir uma garantia contratual. É como se a Administração dissesse: “contratado, você vai
prestar um serviço para mim, mas eu quero uma garantia, pois se o contrato não for bem executado,
pelo menos eu já vou estar mais seguro. Se houver algum sinistro, pelo menos eu já vou ter alguma
quantia na minha conta. Então deposite aqui 5% do valor do contrato e quando ele acabar, eu lhe
devolvo a quantia em dinheiro, atualizada monetariamente”. Esse dinheiro vai ficar na conta do
Poder Público, mas não pertence a ele. Pertence ao contratado!
• Restos a Pagar inscritos no exercício: essa explicação está muito relacionada à contabilidade
pública. No balanço financeiro, os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita
extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária (Lei 4.320/64,
parágrafo único). Esse foi um jeito encontrado para fazer com que o Balanço Financeiro
“fechasse”. Por enquanto, só grave que os Restos a Pagar inscritos no exercício são receitas

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extraorçamentárias (e em contrapartida, o pagamento de restos a pagar é despesa


extraorçamentária 😉).
• Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO): são empréstimos
destinados a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. Funciona assim:
digamos que a Administração Pública possui uma receita de impostos para receber em só no final
do ano, mas ela está precisando do dinheiro logo agora: no início do ano. Então, o Poder Público
procura uma instituição financeira: “banco, me antecipa essa quantia que vou receber de impostos.
Quando eu receber o dinheiro, no final do ano, eu lhe pago”. O banco assim o faz. Perceba que esse
dinheiro que entrou na conta da Administração pertence ao banco, e não à Administração! É a
mesma coisa que uma empresa faz quando quer antecipar títulos, duplicatas, ou que você faz
quando quer antecipar seu 13º ou alguma receita futura (só que a Administração deve seguir
algumas regras previstas em lei). 😄

Preste atenção!
Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!

“E, professor, esse ingresso da operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) está
previsto na LOA? Porque eu lembro que uma das exceções ao princípio da exclusividade era a operação de crédito
por ARO.” 🤨

Muito cuidado aqui! 😬

Não confunda o ingresso da operação de crédito por ARO com a autorização para contratação de
operação de crédito por ARO. O que pode constar na LOA (a exceção ao princípio da exclusividade) é a
autorização para contratação de operação de crédito por ARO. O ingresso dos recursos decorrentes dessa
operação não será previsto na LOA, porque ele nada mais é do que uma antecipação dos recursos já previstos.

Por exemplo: se a Administração quiser antecipar R$ 1.000,00 que irá receber em novembro, ela receberá somente R$
900,00, por conta dos descontos (quem aqui já estudou matemática financeira? 👋). Se esses R$ 900,00 forem previstos,
haverá uma dupla contagem: vai parecer que a Administração terá uma receita de R$ 1.900,00, quando, na verdade, ela
só irá receber os R$ 1.000,00 inicialmente previstos. Os R$ 900,00 pertencem ao banco. Pense no sentido inverso: é como
se a Administração pegasse R$ 900,00 emprestado hoje e pagasse R$ 1.000,00 (por conta dos juros) depois de um tempo.

Preste atenção!
O ingresso de operações de crédito por ARO não é previsto na LOA! O que é previsto é a
autorização para contratação de operações de crédito por ARO.

• Retenções da folha de pagamento (contribuição sindical, previdenciária, etc.): mas somente


quando essas retenções não pertencem ao ente. Por exemplo: se a União contrata um serviço, ela
deve reter o Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS) e depois repassar essa quantia ao
devido Município, pois trata-se de um imposto de competência municipal.

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• Emissão de papel-moeda: imprimir cédulas 💵 💵 💵 🤑


• Outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros: se aumentou o ativo e o
passivo ao mesmo tempo, é receita extraorçamentária.
Para fechar, quero dar só mais um exemplo:

Seu amigo quer tomar um banho de piscina e lhe pede um favor: “segura aqui essa nota de R$ 50,00 enquanto eu dou um
mergulho, por favor, senão eu vou molhar o meu dinheiro”. Você pega a nota e coloca no seu bolso.

O dinheiro entrou no seu bolso? Sim.

O dinheiro é seu? Não.

Você tem que devolver? Sim.

Então você não passa de um mero depositário e esse foi um ingresso extraorçamentário (ou receita extraorçamentária).

Questões para fixar


FCC – Prefeitura de Recife - PE - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019

As receitas públicas denominadas extraorçamentárias correspondem a ingressos financeiros dos quais o ente é apenas
depositário, que geram uma disponibilidade financeira em contrapartida a uma obrigação financeira.

Comentários:

Exatamente! Receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis (obrigação financeira). Ou seja: a
Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os recursos entram, mas
também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível).

Gabarito: Certo

FCC – TRT-8ª – Analista judiciário – 2016

As receitas públicas, do ponto de vista orçamentário, podem ser classificadas como receitas orçamentárias e
extraorçamentárias. São receitas extraorçamentárias os valores registrados em depósitos administrativos e judiciais.

Comentários:

É isso aí! 😄 As receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam
à autorização legislativa. Bons exemplos de receitas extraorçamentárias são os depósitos (sejam eles administrativos ou
judiciais): aqueles recursos não pertencem ao Estado, que, nesse caso, está agindo somente como mero depositário.

Gabarito: Certo

IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016

Classificam-se como receitas extraorçamentárias as entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiros.

Comentários:

Isso mesmo! Os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Isso é uma entrada
compensatória.

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Gabarito: Certo

Receitas orçamentárias
Se você entendeu bem o que são receitas extraorçamentárias, vai “tirar de letra” as receitas
orçamentárias. 😄

Ora, se as receitas extraorçamentárias são aquelas que não pertencem ao Poder Público, as receitas
orçamentárias são justamente aquelas que pertencem ao Poder Público. Elas são, de fato, disponibilidades
da Administração Pública. Atenção para o nome: “disponibilidades”. É algo que está disponível para ser
utilizado!
Veja como ela está descrita no MTO 2020: receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos
financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público.
Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de
recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades
públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder
Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força princípio da universalidade, estão
previstas na LOA.
Viu só? São disponibilidades, elemento novo, integram o patrimônio do Poder Público e aumentam o
patrimônio líquido da entidade, porque não há contrapartida no passivo (como ocorre nas receitas
extraorçamentárias).

Pertencem ao Estado

Integram o patrimônio
público
Receitas orçamentárias
Aumentam o saldo
financeiro

via de regra, estão previstas


na LOA

“Beleza. Mas como assim, as receitas orçamentárias, via de regra, estão previstas na LOA, professor? E por
que você marcou tanto isso?” 🤔

Isso é por conta daquilo que estávamos conversando: o critério utilizado para classificar se uma receita é
orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA.

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Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. Normalmente (via de regra), ela está
prevista, mas nem sempre é assim. 🙄

Preste atenção!
Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA

Por exemplo: uma receita de doação. Não dá para planejar muito bem o quanto será arrecadado em doações. Pode
acontecer de um bilionário decidir doar milhões de reais para a Administração Pública naquele ano, não é mesmo? E você
acha que a Administração Pública vai recusar esse dinheiro? Claro que não! 😄

Portanto, essa receita, que não estava prevista na LOA, constituirá elemento novo para o patrimônio público, pertencerá
ao Poder Público e, por conseguinte, será considerada uma receita orçamentária.

Então é o seguinte: se uma receita foi prevista no orçamento, com certeza, ela será uma receita
orçamentária. Agora, se a receita não está prevista no orçamento, não é possível afirmar se ela é uma receita
orçamentária ou extraorçamentária.
Portanto, se uma questão afirmar que determinada receita não está prevista na LOA, você ainda não
consegue dizer se ela é orçamentária ou extraorçamentária. 😬

Fiz questão de enfatizar esse ponto, porque as bancas adoram fazer confusão com isso aqui. É terreno
fértil de pegadinhas. Mas você a partir de agora você já está vacinado(a)! Lembre-se: o critério correto para
definir se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não ao Poder Público.
Para resumir tudo isso, preparei esse quadro para você:

Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público?


Tipo de receita
(critério incorreto) (critério correto)

Orçamentária Sim ou Não Sim

Extraorçamentária Não Não

“Ok, professor. Entendi. Agora, só para concluir, você poderia dar exemplos de receitas orçamentárias?” 😄

Claro! 😃 Veremos muitos ao longo da aula, mas já adianto alguns: receita de imposto de renda, receita
de taxas de limpeza urbana, receitas de aluguéis, receitas de serviços prestados, receitas de vendas de bens
e de obtenção de empréstimos.
E para finalizar, uma curiosidade:

Curiosidade
Para o mestre Aliomar Baleeiro, entrada ou ingresso é todo e qualquer dinheiro (com ou sem correspondência no passivo)
carreado para os cofres públicos.

E quando ele vai fazer a classificação das entradas ou ingressos, ele considera que:

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Movimentos de fundo ou de caixa: possuem contrapartida, não são elementos novos (de simples acréscimo). Exemplos:
empréstimos ao Tesouro, cauções, fianças, depósitos, indenizações; e

Receita Pública: é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.

Assim, para esse autor, existem dois itens distintos: a) Movimentos de fundo ou de caixa; b) Receita Pública.

⚠ Mas atenção: o ordenamento jurídico brasileiro (art. 11, da Lei 4.320/64) não segue essa conceituação, visto que
considera como receitas públicas os recursos que possuem contrapartida no passivo, como, por exemplo, as operações de
crédito. Ou seja: operações de crédito são receitas públicas!

Portanto, esses conceitos de Aliomar Baleeiro não são utilizados na prática em nosso país, mas às vezes aparecem em
provas. Por isso, na eventualidade de uma cobrança literal (se na sua prova vier assim “igualzinho”), marque certo! 😄

Questões para fixar


IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016

Classificam-se como receitas extraorçamentárias as receitas arrecadadas no exercício, que não estavam previstas no
orçamento.

Comentários:

Opa, opa, opa! Já avisei que o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é
a sua previsão na LOA.

Uma receita arrecadada no exercício, que não estava prevista no orçamento, pode perfeitamente ser uma receita
orçamentária! Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA.

O critério que nós utilizamos para determinar se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não
ao Poder Público. 😉

Gabarito: Errado

Etapas da Receita Pública


De acordo com o MTO 2020, as etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos
econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem
sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento.
E segundo o MCASP 8ª edição, as etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em:

• Previsão;
• Lançamento;
• Arrecadação; e
• Recolhimento.

Para memorizar isso, você pode utilizar o mnemônico: PLAR. 😃

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• Previsão
P

• Lançamento
L

• Arrecadação
A

• Recolhimento
R

“Certo, mas por que você destacou as etapas de ‘previsão’ e ‘lançamento’, colocando-as em itálico,
professor?” 🤨

Hum! Muito bem observado! 😄

Isso é porque nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.
Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas. Em outras palavras:
receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas.
Ou você acha que a Administração vai recusar dinheiro só porque ele não estava previsto ou porque ele
não foi lançado? 😅

Exemplo de receita que não passa pelas etapas de previsão e lançamento: doação em espécie recebida pelos entes
públicos. 💵

Previsão
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta
orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em
especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas
leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.

Como dito anteriormente, a previsão não é uma etapa obrigatória para a arrecadação da receita, isto é,
a receita pode ser arrecadada mesmo que não tenha sido prevista. 😉

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Lançamento
Lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa
que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art. 53 da Lei 4.320/64).
Lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito
passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível (art. 142, Código Tributário Nacional – CTN).

⚠ Agora atenção: da mesma forma que acontece na previsão, algumas receitas não percorrem a etapa
do lançamento, conforme se depreende do art. 52 da Lei nº 4.320/1964:

Art. 52 são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.

Preste atenção!
Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento

É interessante observar também que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de
lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e
contribuições de melhoria. 😉

Arrecadação
A arrecadação corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.

Por exemplo: a arrecadação ocorre quando você paga o boleto do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em um
banco privado. Esse banco é somente um agente arrecadador daqueles recursos, que posteriormente serão recolhidos à
conta específica do Tesouro.

⚠ Mais uma vez, atenção: em contabilidade pública, por força do art. 35 da Lei 4.320/64, é no momento
da arrecadação que as receitas orçamentárias são consideradas para fins de registro nos balanços
orçamentário e financeiro (regime de caixa). Já nos balanços patrimonial e na DVP (Demonstração das
Variações Patrimoniais), vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de
competência).
Confira o art. 35 da Lei 4.320/64 na íntegra:
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;


II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Recolhimento
Agora sim! Finalmente o dinheiro chegou na conta do ente público! 😅 Os recursos foram arrecadados
(por algum agente arrecadador ou instituição financeira autorizada) e agora serão recolhidos à conta do ente
público.

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Portanto, recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro,


responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o
princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir
transcrito:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Para finalizar, deixo você com um esquema fornecido pelo MCASP 8ª edição:

Questões para fixar


CESPE – FNDE- Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais – 2012

Toda receita orçamentaria passará, necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e lançamento.

Comentários:

Opa! Aqui você tem que lembrar que não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e
lançamento. Receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas
normalmente. Não há problema algum aí! 😄

Gabarito: Errado

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Classificações da receita orçamentária


“Está certo, professor. Já entendi o que é receita orçamentária e extraorçamentária. Também já entendi as
etapas da receita orçamentária. O que mais eu tenho que saber sobre receitas públicas?” 🤔

Vou direto ao ponto: você tem que saber classificar as receitas! 😄

“Classificar, professor? Como assim?” 🧐

É! Classificar significa distribuir em classes, de acordo com um sistema, método ou critérios de


classificação. E aqui nas receitas públicas nós temos alguns critérios de classificação.

“Como assim ‘critérios de classificação’?” 🤔

São somente “jeitos” de se classificar algo. 😄

Por exemplo: digamos que você tem uma coleção de animais de pelúcia. O primeiro método de classificação é “por espécie
de animal”. Então, você separa os ursos 🐻, os leões 🦁, os cachorros 🐶, etc. O segundo método é “por cores”. Portanto,
você separa os brancos ⚪, os azuis 🔵, os laranjas 🔶, etc. O terceiro método é “por tamanho”. Você separa os pequenos,
os médios e os grandes.

Por espécie de
Por cores Por tamanho
animal

Ursos Brancos Pequeno

Leões Azuis Médio

Cachorros Laranjas Grande

Pronto! É isso que nós vamos fazer com as receitas! Só que aqui nós vamos separar por Natureza de
receita, por fonte/destinação, por esfera, etc. 😉

“E para que isso, professor? Para que ter esse trabalho de classificar as receitas? É só para eu ter mais matéria
para estudar?” 😫

Não! 😂 Não é só para você ter mais matéria para estudar. A classificação das receitas nos ajuda a
administrar o planejamento e a execução orçamentária (o nome da nossa disciplina é Administração
Financeira e Orçamentária, está lembrando disso? 😏).

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Ah! E aqui vai uma dica (que eu mesmo usava) para auxiliar a compreensão e a memorização das
classificações: associe cada classificação a uma pergunta.

“Como assim, professor?” 🤨

É o seguinte: cada classificação busca responder uma pergunta. Portanto, quando você ver uma
classificação, lembre logo de sua pergunta! Assim você facilmente irá lembrar do que se trata e não cairá em
pegadinhas. 😉

Por exemplo: a classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento
Fiscal (OF), da Seguridade Social (OSS) ou de Investimento das Empresas Estatais (OI). Portanto, a pergunta a ser
respondida aqui é: “em qual orçamento?” 🤔 Portanto, quando você ver a classificação por esfera orçamentária
imediatamente pense na pergunta: “em qual orçamento?”.

Preste atenção!
Associe cada classificação a uma pergunta

“Espera aí, professor. Antes de estudarmos cada uma das classificações, me responde essa pergunta: todos
os entes precisam classificar a receita orçamentária? Para a União é muito fácil. Ela tem muitos recursos à sua
disposição. Mas eu fico imaginando aquele município lá no cafundó do Judas. Ele também tem que classificar a
receita?”

A resposta é: SIM! 😄

De acordo com o MTO 2020, a classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa,
é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para
atendimento das respectivas necessidades.
Muito bem. Agora vamos conversar sobre as classificações mais cobradas em provas de concursos
públicos, quais sejam:

• natureza de receita;
• procedência ou obrigatoriedade;
• fonte/destinação de recursos;
• identificador de resultado primário;
• institucional; e
• esfera orçamentária;
• quanto ao impacto na situação patrimonial líquida.

Classificação por Natureza de Receita


Essa classificação é muito importante e, provavelmente, é a mais cobrada em provas. 😄

A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.

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Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento
real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔

Preste atenção!
Classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da
receita nos cofres públicos?

Questões para fixar


COSEAC – UFF - Assistente em Administração – 2019

A classificação orçamentária da receita pública por natureza visa identificar a origem do recurso segundo:

A) o fato gerador

B) a classificação institucional.

C) a classificação funcional.

D) a função.

E) a aplicação.

Comentários:

A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso
segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos.

Gabarito: A

A classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita, ou seja, podemos dizer que é a mais
“detalhista”. Por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. É
tanto que o MTO assim discorre essa classificação no âmbito federal:

“a codificação das Naturezas de Receita em vigor para a União aplica lógica integralmente voltada para a
gestão das receitas orçamentárias. Os códigos são estruturados de forma a proporcionar extração de
informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e transparência, sem a necessidade de
qualquer procedimento paralelo para concatenar dados. Essa é a premissa que pauta a estrutura de
codificação da classificação orçamentária”.

Só que essa classificação não é tão simples assim. Para começo de história, ela sofreu uma alteração
recente (em 2015). A antiga codificação foi dada pela Portaria interministerial STN SOF n. 163/2001.

“O que é codificação, professor?” 🤔

É uma sequência de números (dígitos), um código, que especifica aquela receita. É como se fosse o “CPF
da receita”, sendo que cada dígito que está ali possui um significado. 😏

Então, continuando...
Essa codificação antiga, válida para a União, era estruturada em seis níveis, conforme segue:

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As duas letras “A” e as duas letras “S” indicam que eram dois dígitos no nível da Alínea e dois dígitos no nível da Subalínea.

A categoria econômica (C) era o nível mais abrangente, sendo a subalínea (SS) o mais analítico.
A figura a seguir exemplifica isso:

⚠ Agora atenção: essa é a codificação antiga, ok?! Não precisa memorizar isso. Coloquei só para ilustrar
e para evitar que você caia em alguma pegadinha que faça referência à antiga codificação.
Em 2015, por meio da Portaria STN SOF 05/2105, adotou-se uma nova estrutura de codificação. A grande
novidade (e vantagem) é que ela cria a possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com
aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa.

Por exemplo: com a nova estrutura de codificação é possível identificar imediatamente se aquela multa que está sendo
recolhida é uma multa referente ao Imposto de Renda. Antes isso não era possível! Era bem mais difícil! Ou seja: hoje
podemos associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas.

“Que legal. E como essa codificação faz isso, professor?” 😄

Bom, a associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos (assim como na antiga
codificação), cujas posições ordinais têm o seguinte significado:

Mas perceba que agora não temos mais 6 níveis (categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e
subalínea). Temos 5 níveis. Os três primeiros foram mantidos, os dois últimos foram alterados, justamente para
possibilitar essa associação de que estamos falando. Veja que o número de dígitos em cada nível também
mudou. O nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita” possui 4 dígitos e o nível
“tipo” possui somente 1 dígito.

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“Professor, está um pouco abstrato ainda. Me dá um exemplo?”


Na hora! Vamos utilizar o exemplo dado pelo MTO 2020: se a União estiver recolhendo o Imposto de
Renda Pessoa Física (IRPF), ela irá alocar essa receita pública na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1,
segundo o esquema a seguir:

Veja o mesmo exemplo, mas em outra representação gráfica:

Entendeu? 😄

Começamos por um nível mais abrangente (categoria econômica) e depois vamos descendo para o nível
mais analítico, detalhando cada vez mais essa receita. E você tem que saber essa ordem! Você não precisa,
obrigatoriamente, saber decorado o que cada dígito significa, apesar de que isso ajuda a resolver algumas
questões. Mas você precisa saber a ordem em que esses níveis aparecem e como classificar as receitas dentro
de cada um desses níveis (nós veremos isso a seguir).

“Beleza. Mas como é que eu vou memorizar a ordem, professor?” 😕

Bom, antigamente se utilizava o mnemônico COERAASS, mas essa codificação não existe mais, lembra?
A União passou a utilizar a nova estrutura de codificação a partir de 2016 e os Estados, DF, e municípios a partir
de 2018. Portanto, a partir de 2018, essa codificação se aplica obrigatoriamente a todos os entes da federação.

O novo mnemônico, então, é o seguinte:

C O E DDDD T
Observe: são 4 letras “D” porque o nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da
receita” possui 4 dígitos. 😉

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Então, você pode simplesmente memorizar isso ou você pode memorizar com essa historinha que eu vou
contar (e era assim que eu, professor Sérgio, memorizava. Essa vai para os meus alunos e alunas praticantes de
CrossFit): 😄

No CrossFit, todo dia temos um treino diferente. Você fica é ansioso(a) para saber qual é o treino do dia.

Bom, existe um treino muito famoso chamado DT. (se quiser saber como é esse treino, clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=nwaJL0B2pt8 ).

Imagine que você já suspeita que o treino de hoje seja o DT e já chega perguntando, querendo confirmar: “qual é? É DT?”

Só que você não fala assim “bonitinho”. Você não fala “qual é”. Você fala “coé”. 😂 E você junta as frases!

Pronto! Agora imagine você chegando na academia e perguntando: “COE, DT”? 😃

Está aqui o seu mnemônico! 😂

É. Uma viagem. Eu sei. Mas é como eu digo: se você lembrar disso na prova e acertar a questão, está valendo! 😅

Agora vamos aprender como classificar as receitas dentro de cada um desses níveis.

Categoria econômica
Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, classificam as receitas
orçamentárias em:

• Receitas Correntes (código 1); e


• Receitas de Capital (código 2).

Portanto, via de regra, quando um código iniciar com o dígito 1, você já sabe que se trata de uma receita
corrente. Quando iniciar com o dígito 2, receita de capital. 😄

“Por que você disse ‘via de regra’, professor?”


Porque, segundo o MCASP 8ª edição, é possível que o código de uma receita corrente se inicie com o
dígito 2! Isso está mais relacionado à contabilidade pública, mas, como esse conhecimento pode lhe ajudar a
resolver questões de AFO, vou dar uma “pincelada”.
Serão receitas correntes:

• Todos os códigos cujo o primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas correntes”); e
• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros) , “4” (Multas e Juros da Dívida
Ativa), “5” (Multas quando não se aplicar o tipo 2), “6” (Juros quando não se aplicar o tipo 2), “7”
( Multas da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4) ou “8” (Juros da Dívida Ativa quando não
se aplicar o tipo 4).
E serão receitas de capital:

• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa).

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Então, ficamos assim:

• Código começa com o dígito 1: você já sabe que é receita corrente. Não pode ser outra! 😅
• Código começa com o dígito 2:
o Se o oitavo dígito for 2, 4, 5, 6, 7 ou 8: é receita corrente;
o Se o oitavo dígito for 1 ou 3: é receita de capital.

Dica do professor
É mais fácil você memorizar o que será receita de capital. Todo o resto será receita corrente! 😉

Código começa
com 1 Receita
corrente
(1.O.E.DDDD.T)
Classificação
Categoria
por natureza
econômica Termina com 2, Receita
de receita
Código começa
4, 5, 6, 7 ou 8 corrente
com 2
(2.O.E.DDDD.T) Termina com 1 Receita de
ou 3 capital

Perceba que é a classificação quanto à categoria econômica (a qual, verdade seja dita, “está dentro” da
classificação por natureza) que divide as receitas (e as despesas) em correntes e de capital. Não é a classificação
por natureza. Deve-se prestar atenção a esse detalhe em provas, olha só:

Questões para fixar


CESPE – MPU - Técnico de Apoio Especializado/Orçamento – 2010

Em relação à natureza, as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de capital.

Comentários:

Não! Na verdade, é em relação à categoria econômica que as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de
capital.

Gabarito: Errado

“Beleza, entendi tudo isso aí sobre a codificação e sobre a classificação. Mas o que são receitas correntes e
receitas de capital, professor?”

Vamos lá! 😃

As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras


do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉

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De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas
provenientes de:

• tributos;
• de contribuições;
• da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial);
• da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços);
• de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes);
• demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

Já as receitas de capital aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa


das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.
De acordo com o § 2º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, receitas de capital são as provenientes de:

• realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas;


• conversão, em espécie, de bens e direitos;
• recebimento de recursos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a
atender Despesas de Capital;
• superávit do Orçamento Corrente.

“Eita, professor! Agora não entendi nada! Essas listas aí são enormes!” 😬

Essas são as origens das receitas. Vou explicar já, já, no próximo tópico! 😄

Mas, antes, devo fazer uma observação sobre receitas intraorçamentárias.

Receitas intraorçamentárias

“Afff, professor! 😫 Você já falou de receitas orçamentárias, receitas extraorçamentárias e agora me vem com
receitas intraorçamentárias?”

É, porque é importante que você saiba disso! 😄

“Tá certo. Então, espera aí, professor. O radical ‘intra’ dá a ideia de algo que está ‘dentro’. O radical ‘extra’
dá ideia de que está ‘fora’. As receitas extraorçamentárias transitam por fora do orçamento. Então as receitas
intraorçamentárias transitam dentro do orçamento? É isso?”

A ideia é essa mesmo! E quando eu digo “dentro do orçamento”, eu quero dizer dentro do orçamento de
um mesmo ente federativo!

De acordo com o MTO 2020, operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas
intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública
integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam
novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus
órgãos.

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Por exemplo: a Administração Pública de um município é composta por dois órgãos: órgão A e órgão B. O órgão A envia
recursos para o órgão B, de forma que o primeiro registra uma despesa intraorçamentária e o último registra uma receita
intraorçamentária.

Veja que essa receita intraorçamentária não representa uma nova entrada de recursos nos cofres públicos, pois aquele
dinheiro continua dentro do município. É como se o dinheiro fosse sacado da conta do município e posteriormente
depositado naquela mesma conta! O que há de novo aí? Nada!

Órgão Órgão
A B

É o mesmo quando você tem uma carteira com duas divisórias e uma cédula de R$ 100,00 dentro. Você retira a cédula da
divisória 1 e coloca na divisória 2. Mudou alguma coisa? Você enriqueceu? Não! O mesmo dinheiro continua dentro da
mesma carteira! 😄

As receitas intraorçamentárias servem justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.

“E como é que eu identifico as receitas intraorçamentárias, professor? Qual o código delas?” 🧐

Essa é fácil: 😄

• Quando o primeiro dígito for 7: Receitas Correntes Intraorçamentárias;


• Quando o primeiro dígito for 8: Receitas de Capital Intraorçamentárias.

O que aconteceu foi que a Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/06, que alterou a Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163/01, incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital
Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas
classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das
categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital (as categorias econômicas continuam sendo
somente duas: receitas correntes e receitas de capital).
Dessa forma, os códigos a serem utilizados seriam:

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Resumindo
Receitas orçamentárias: previstas (ou não) no orçamento;
Receitas extraorçamentárias: transitam por fora do orçamento;
Receitas intraorçamentárias: transitam por dentro do orçamento do mesmo ente.

Questões para fixar


VUNESP – TJ-SP - Administrador Judiciário – 2019
As receitas, cuja arrecadação ocorre dentro do exercício financeiro, contribuem para o aumento das disponibilidades
financeiras do Estado e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e nas ações
orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas, e provenientes de tributos, contribuições, exploração do
patrimônio, entre outras, são classificadas como

A) correntes.
B) de transferência.
C) intraorçamentárias.
D) financeiras.
E) arrecadatórias.
Comentários:

As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral
com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos
programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉

Gabarito: Certo

CESPE – CGM de João Pessoa - PB - Auditor Municipal de Controle Interno - Geral – 2018
As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 — aplicação
direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da
seguridade social —, mas não são capazes de possibilitar a anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.

Comentários:

A banca praticamente copiou o texto do MTO, mas alterou o final, porque as receitas intraorçamentárias servem
justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das contas governamentais.

Confira o texto do MTO 2020: “as receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade
de aplicação 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal
e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identificadas, evitam a dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.”

Gabarito: Errado
CESPE – Telebras - Analista Superior – Administrativo – 2015
As receitas intraorçamentárias são receitas correntes, pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.

Comentários:

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Isso aí não é receita intraorçamentária! 😅


Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e
demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente
federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de
receitas entre seus órgãos.
Essas receitas pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências
contratuais pactuadas para posterior devolução, são receitas extraorçamentárias, porque não pertencem ao Poder
Público, que, nesse caso, está atuando como mero depositário.
Gabarito: Errado
Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – CGM - RJ - Contador - Conhecimentos Específicos – 2015
As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e
entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera de governo.
Comentários:
Correto! Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre
órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do
mesmo ente federativo.

Gabarito: Certo

Origem
Chegou a hora de explicar aquilo que prometi! 😄
A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com
vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos, ou seja, a
origem identifica de onde procedem aquelas receitas!
Dentro da classificação por natureza de receita, primeiro classificamos por categoria econômica (receitas
correntes ou de capital). Esse é o primeiro dígito do código. O próximo passo é classificar por origem. Esse já é
o segundo dígito do nosso código (C O E DDDD T, lembra?) 😏
Tomemos aquele exemplo do MTO, sobre o recolhimento pela União do Imposto de Renda Pessoa Física
(IRPF). Primeiro identificamos que se trata de uma receita corrente, mas ainda não estamos satisfeitos.
Queremos mais detalhes. Queremos saber qual é a procedência dessa receita orçamentária. Então vamos fazer
um detalhamento das categorias econômicas. Quem faz isso é justamente a origem. Neste exemplo, a receita
corrente é procedente da origem “impostos taxas e contribuições de melhoria”, observe:

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“Beleza, estou entendendo, professor. Mas que origens são essas? Quais são as origens?”
Muito bem! Aqui estão elas (e preste atenção a essa parte. Isso despenca em provas de concurso):

“Professor, nas origens das receitas correntes, você pulou o número 8. Vai do 7 para o 9!”

É assim mesmo! 7 é dígito das “transferências correntes” e 9 é o dígito de “outras receitas correntes”. 😅

A partir de agora, vamos explicar o que significa cada uma dessas origens, começando com as origens que
compõem as receitas correntes:

Origens que compõem as receitas correntes

1. Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria (antes chamada de “receitas tributárias”): são


decorrentes da arrecadação dos tributos previstos no art. 145 da Constituição Federal.
Estas receitas foram durante muito tempo denominadas de “tributárias”. Entretanto, a partir da edição
do MTO 2017, passaram a ser identificadas como “Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria”.
Lembre-se: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria
pentapartida”). Esta origem abrange somente 3 (três) das cinco espécies: impostos, taxas e contribuições de
melhoria.

Impostos

Taxas

Tributos Contribuições de
melhoria

Empréstimos
compulsórios

Contribuições
especiais

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“Mas espera aí, professor. O que é tributo mesmo?” 🤔

A melhor definição é dada pelo artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66):

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

Mas, em provas de AFO e Direito Financeiro, você também pode encontrar definição dada pela Lei
4.320/64:

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.

Pronto! Agora vamos rapidamente explicar as três espécies de tributos abrangidas nessa origem:

• Imposto é a obrigação pecuniária perante o Estado, independentemente da prestação de uma


atividade específica, de natureza geral e indivisível, sem caráter de sanção.
• Taxas decorrem do poder de polícia ou da utilização efetiva ou potencial de um bem ou serviço
oferecido pelo Estado, de forma divisível e específica.
• Contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária.
Para fechar, preste atenção na seguinte jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF):

As custas, a taxa judiciária e os emolumentos são taxas

2. Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico (CIDE) e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF.

Não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria (que pertencem à origem
“impostos, taxas e contribuições de melhoria”). São espécies tributárias distintas!

As receitas de contribuições são, portanto, as seguintes:

• Contribuições sociais: tributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos
sociais previstos na CF, tais como a saúde, a previdência, a assistência social e a educação.
• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): tributo classificado no orçamento
público como uma espécie de contribuição que alcança determinada atividade econômica, como
instrumento de sua atuação na área respectiva, conforme dispõe o art. 149 da CF. Exemplos:
CIDE-Combustíveis e CIDE-Tecnologia.
• Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: a determinadas
categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as
instituíram. Observação importante: não transita pelo orçamento da União!
É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas acima e as contribuições
confederativas.
Conforme o art. 8º da CF/88:

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Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (…)

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei.

Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembleia geral da
categoria, além da contribuição sindical, prevista em lei. A primeira (confederativa) não é tributo, pois será
instituída pela assembleia geral e não por lei. A segunda (sindical) é instituída por lei, portanto compulsória, e
encontra sua regra no art. 149 da CF, possuindo assim natureza de tributo.

“Por que você está me explicando isso, professor?” 🤔

Para você não cair em pegadinhas que afirmam que a contribuição confederativa é um tributo e, por
conseguinte, pertence à origem “receitas de contribuições”. Não é a contribuição confederativa, mas sim a
contribuição sindical, ok? 😉

• Contribuição para o custeio de Serviço de Iluminação Pública (COSIP): possui a finalidade de


custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição é dos Municípios e do
Distrito Federal.
Então, ficamos assim:

Tributos (direito Receitas de impostos, taxas e


Receita de contribuições (AFO)
tributário) contribuições de melhoria (AFO)

Impostos Impostos Contribuições sociais

Taxas Taxas CIDE

Contribuições de Contribuições de interesse das categorias


Contribuições de melhoria
melhoria profissionais ou econômicas

Contribuição para o custeio do serviço de


Contribuições
iluminação pública (COSIP)

Empréstimos
compulsórios

Só para constar, aqui na Administração Financeira e Orçamentária, os empréstimos compulsórios são


classificados como operações de crédito. 😄

3. Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens
mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. Simplificando: se o Estado possui um
patrimônio e está ganhando dinheiro por conta da exploração desse patrimônio, então trata-se de uma receita
patrimonial. 😉

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Destacam-se, neste agrupamento (origem) as Receitas Imobiliárias (aluguéis, arrendamentos, foros e


laudêmios), Taxa de Ocupação de Imóveis, Receitas de Valores Mobiliários (juros de títulos de renda,
dividendos), Receitas de Concessões e Permissões e Compensações Financeiras (royalties do Petróleo).
Agora preste atenção a essa pegadinha: apesar da nomenclatura “taxa”, a taxa pela ocupação de imóvel
cedido a particular não representa contraprestação a serviço público específico e divisível, tampouco se refere
ao exercício do poder de polícia. Por isso, não constitui taxa, espécie tributária prevista no art. 77 do Código
Tributário Nacional.

Preste atenção
Taxa de ocupação de imóvel é receita patrimonial

4. Receita Agropecuária: receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos naturais vegetais
em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de cultivo agrícola, de cultivo de espécies
florestais para produção de madeira, celulose e para proteção ambiental, de extração de madeira em florestas
nativas, de coleta de produtos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas.
5. Receita Industrial: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como
a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a comercialização de bens relacionados às
indústrias mecânica, química e de transformação em geral.
6. Receita de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como
comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc.
Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa (e não mediante taxas).

Preste atenção
Receita de serviços são oriundas de tarifas (preço público), e não taxas

“Preço público? Tarifa? Isso é diferente de taxa? Como é isso, professor?” 🤨

É comum haver confusão entre os conceitos de taxa e preço público (tarifa), por isso que esse ponto
costuma ser explorado em provas.
Segundo o MCASP 8ª edição, a distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está
descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal (STF):

“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que
a instituiu”.

Assim, conforme afirmado anteriormente, preço público (ou tarifa) decorre da utilização de serviços
públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública, de forma direta ou por
delegação para concessionária ou permissionária, coloca à disposição da população, que poderá escolher se os
contrata ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo direito privado.

A taxa decorre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos impostos, os serviços
públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses

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serviços), específicos e divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo Estado.
O tema é regido pelas normas de direito público.
Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público.
Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços
forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório
(por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços
é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (legalidade,
anterioridade, etc). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica,
o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria
facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público.

Taxa
Tarifa

Para concluir, vale destacar, ainda, outro posicionamento (jurisprudência) do STF a respeito do assunto:

Pedágio é tarifa (preço público) em razão de não ser cobrado compulsoriamente de quem não
utilizar a rodovia.

Não quer pagar pedágio? Ora, é só não utilizar a rodovia! 😅 Esse foi o raciocínio utilizado.

7. Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos financeiros de outras


pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento que
não impliquem contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a
utilização dos recursos recebidos vincula-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado.

Simplificando: transferências correntes são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Então,
funciona assim:
Quando a transferência for destinada a atender despesas classificáveis em:

• despesas correntes: trata-se de transferência corrente;


• despesas de capital: trata-se de transferência de capital.

Simples assim! 😅

Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e
instituições privadas, conforme segue:

• intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo);


• intergovernamental (governos diferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios,
por exemplo);
• recebidas de instituições privadas.

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Neste item, destacam-se as Transferências de Convênios, receita bastante comum nos entes
subnacionais.
9. Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o
enquadramento nas demais classificações da receita corrente, tais como indenizações, restituições,
ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, entre outras.
Em outras palavras: se você não conseguiu encaixar a receita corrente em nenhuma das origens
anteriores, então coloque aqui em “outras receitas correntes”. 😄

As mais importantes desse agrupamento são as multas! Elas também são um tipo de receita pública, de
caráter não tributário, constituindo-se em ato de penalidade de natureza pecuniária aplicado pela
Administração Púbica aos administrados (a definição de tributo, dada pelo art. 3º do CTN, afirma que o tributo
não constitui sanção). Dependem, sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao
respectivo órgão competente (poder de polícia).

Portanto, multas não são tributos. Isso despenca em provas! 🤓

Preste atenção
Multas não são tributos!

Outro ponto bastante explorado é a classificação da “alienação de bens apreendidos ou caucionados”


como “outras receitas correntes”.

Essa é uma pegadinha das boas! 😬

“Por que, professor?” 🤨

Porque, em geral, as alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens
apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente!

⚠ Então cuidado! Se você se deparar com uma alienação de bens, pergunte-se: é alienação de bens
apreendidos ou caucionados?

• Se sim: trata-se de receita corrente;


• Se não: trata-se de receita de capital.

Preste atenção
Alienação de bens apreendidos ou caucionados = outras receitas correntes

E para finalizar, devo destacar que, até 2015, as receitas de dívida ativa provenientes do não pagamento
de receitas classificadas como correntes eram inseridas no agrupamento “Outras Receitas Correntes”. Mas
isso mudou! 😱

“Espera aí, professor. Eu não sei nem o que é dívida ativa!” 😅

Ah! É o seguinte (em termos bem simples): quando o ente público possui algum valor a receber e o prazo
que o devedor possui já transcorreu, o ente pode inscrever esse seu crédito em dívida ativa.

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Então, perceba: dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível) do ente. É o contrário disso! É um
ativo. É algo que o ente público tem a receber!
Veja só como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e
não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em
decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de
certeza e liquidez.”
O assunto também é regulamentado no art. 39 da Lei 4.320/64:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

A dívida ativa, portanto, pode ser:

• Tributária: é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal


relativa a tributos e respectivos adicionais e multas.
• Não tributária: são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de
empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou
natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas
processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações,
reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os
créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança,
aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
Entendeu o que é dívida ativa? Então agora vem a informação importante para nós: lembra que a nova
estrutura da codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela
originadas?
Pois é. Com isso, a dívida ativa não deverá mais ser classificada como “Outras Receitas Correntes “ou
“Outras Receitas de Capital”. Ela acompanhará o principal, conforme demonstrado no quadro abaixo, que
exemplifica a classificação de algumas receitas de dívida ativa, como as provenientes do não recebimento, em
momento oportuno, de impostos, alugueis e amortização de empréstimos (lembrando que essas regras
começaram a ser válidas em 2016 para União e em 2018 para Estados e municípios):

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“Caramba, professor. Essas foram só as origens que compõem as receitas de capital? Como é que eu vou fazer
para memorizar isso tudo?” 😣

Ah! Não se desespere! Existe um mnemônico (muito famoso, inclusive) para isso. 😏

Você me pergunta: “professor, eu vou tributar com o que?”


Eu lhe respondo:

Tributa Con PAISTO


Esse é o mnemônico! 😂

Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.

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Questões para fixar


FUNDATEC – SPGG-RS - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2018

Em termos de classificação da receita orçamentária, “Origem” é o detalhamento das Categorias Econômicas, ou seja, o
primeiro desdobramento, subdivisão das Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência
das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. Em qual das alternativas abaixo todas as expressões
correspondem a Origens de Receitas Correntes?

A) Alienação de Bens – Operações de Crédito – Receita Industrial.

B) Alienação de Bens – Receita Patrimonial – Receita de Serviços.

C) Amortização de Empréstimos – Receita Patrimonial – Receita de Serviços.

D) Contribuições – Operações de Crédito – Receita de Serviços.

E) Contribuições – Receita Patrimonial – Receita Industrial.

Comentários:

É só lembrar do nosso mnemônico: Tributa Con PAISTO.

Gabarito: E

CESPE – TCE-PE – Analista – 2017

De acordo com a classificação econômica da receita, a receita corrente tributária não se amolda à classificação tripartite
dos tributos, pois não inclui as receitas com contribuições de melhoria, apesar de incluir a arrecadação das multas
decorrentes de impostos e taxas.

Comentários:

Eita! Está tudo errado aqui! 😅

Em primeiro lugar, a receita corrente tributária se amolda sim à classificação tripartite dos tributos. Ela inclui sim as
receitas com contribuições de melhoria.

Em segundo lugar, as multas não são tributos! Elas são classificadas na origem “outras receitas correntes”!

Gabarito: Errado

CESPE – ANP – Analista – 2013

As receitas dos royalties são originadas pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos minerais,
hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes.

Comentários:

É isso mesmo. As receitas patrimoniais (origem que compõe a categoria econômica das receitas correntes) são
provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de
participações societárias.

Gabarito: Certo

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Origens que compõem as receitas de capital

1. Operações de Crédito: recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da


contratação de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou externas.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou esse conceito, observe:

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive
com o uso de derivativos financeiros;

2. Alienação de Bens: ingressos financeiros provenientes da alienação de bens móveis, imóveis ou


intangíveis de propriedade do ente público. O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente,
salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Aqui vale lembrar mais uma vez que, em regra, as alienações de bens são consideradas receitas de
capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada
receita corrente!

Regra Receita de capital

Alienação de bens
Exceção: alienação de Receita corrente
bens apreendidos ou (origem: outras receitas
caucionados correntes)

3. Amortização de Empréstimos: ingressos financeiros provenientes da amortização de


financiamentos ou empréstimos que o ente público haja previamente concedido (e não contraído. Se é uma
receita, o ente está sendo pago por alguém, e não pagando a alguém 😉).

⚠ Agora vem um ponto importante: embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria
econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas
Correntes / de Serviços / Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos
Financeiros!

“Por que, professor?” 🧐

Porque os juros representam a remuneração do capital!

Preste atenção
Receita de juros serão sempre consideradas como receitas correntes

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Portanto:

Categoria
Juros recebidos Classificação
econômica

Juros de Aplicação financeira Receita Patrimonial Receita corrente

Juros associados a empréstimo Receita de serviços (Serviços e Atividades


Receita corrente
concedido Financeiras)

Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente

Só mais um detalhe: cuidado com a amortização da dívida! ☝ Essa é uma classificação da despesa
orçamentária. Aqui nós estamos na receita! O nome da classificação é amortização de empréstimos!

Classificação da
Empréstimos
receita
Amortização de
Classificação da
Dívida
despesa

4.Transferências de Capital: recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou


privado destinados a atender despesas com investimentos ou inversões financeiras, independentemente da
contraprestação direta a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos
vincula-se ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou
entre entidades públicas e instituições privadas.
Então, simplificando: transferências de cpaital são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital.

Basta lembrar do que já comentamos antes. 😄

Quando a transferência for destinada a atender despesas classificáveis em:

• despesas correntes: trata-se de transferência corrente;


• despesas de capital: trata-se de transferência de capital.

9. Outras Receitas de Capital: registram-se nesta origem receitas cujas características não permitam o
enquadramento nas demais classificações da receita de capital, tais como resultado do Banco Central,
remuneração das disponibilidades do Tesouro, entre outras.
Mesma coisa que comentamos para as “outras receitas correntes”: se você não conseguiu encaixar a
receita de capital em nenhuma das origens anteriores, então coloque aqui em “outras receitas de capital”.
😄

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São exemplos de “outras receitas de capital”:

• Integralização do Capital;
• Resultado do BACEN;
• Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional;
• Dívida Ativa da Amortização de Empréstimos e Financiamentos;
• Dívida Ativa da Alienação de Estoques de Café;
• Detentores de Títulos do Tesouro Resgatados;
• Certificados de Potencial Adicionais de Construção.
“Beleza. Foi mais tranquilo do que as origens que compõem as receitas correntes. Mas ainda assim: como é
que eu vou lembrar disso, professor?” 🙁

É claro que temos um mnemônico para isso! 😅

Imagine que o seu amor é um(a) operador(a) na bolsa de valores.

Então você vai dizer para ele(a):

Opera Ali Amor e Transfere Outras


Onde:

• Opera: Operações de crédito;


• Ali: Alienação de bens;
• Amor: Amortização de empréstimos;
• Transfere: Transferências de capital;
• Outras: Outras receitas de capital.
Para concluir essa parte, deixo você com mais um excelente quadro comparativo das origens da receita,
separadas por categoria econômica (MCASP 8ª edição):

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Questões para fixar


VUNESP – Câmara Municipal de Descalvado - SP – Tesoureiro – 2015

As receitas de Operação de Crédito, de Alienação de Bens Móveis e Imóveis e de Amortização de Empréstimos


Concedidos, conforme determina a Lei nº 4.320/64, serão classificadas em qual categoria de receita?

A) Imobiliárias.

B) De capital.

C) Financeiras.

D) Industriais.

E) Patrimonial.

Comentários:

É só lembrar do mnemônico: Opera Ali Amor e Transfere Outras.

Gabarito: B

CESPE – MJ - Administrador– 2013

As receitas de alienação de bens apreendidos ou caucionados são classificadas na categoria econômica denominada
receitas correntes.

Comentários:

As alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma
exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente! Cuidado com esse detalhe! ☝

Gabarito: Certo

Espécie
O próximo nível é a espécie. Não há muito o que saber aqui, para falar a verdade. 😅

Segundo o MTO 2020, a espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior
detalhe o fato gerador das receitas.

Por exemplo, dentro da origem “Contribuições”, identificam-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições
Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional”.

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Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita


Foram reservados 4 dígitos para desdobramentos com a finalidade de identificar peculiaridades de cada
receita, caso seja necessário. Desse modo, esses dígitos podem ou não ser utilizados conforme a necessidade
de especificação do recurso. 😉

Tipo
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de
arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:

• “0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora;


• “1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita;
• “2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita;
• “3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; e
• “4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva receita.
Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos mencionados, e as
arrecadações de cada recurso – sejam elas da receita propriamente dita ou de seus acréscimos legais – ficarão
agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas apenas no último dígito, conforme detalhamento a
seguir:

Ressalte-se que dígitos correspondentes aos tipos “5” a “9” serão utilizados quando se tratar de outros
desdobramentos a serem criados, caso a caso, pela Secretaria de Orçamento Federal, mediante Portaria
específica.

O MCASP 8ª edição nos revela o que significam os tipos “5” a “9” (não precisa decorar isto, ok? É só para
conhecimento 😅):

• “5”, quando se tratar das Multas da respectiva receita quando a legislação pertinente diferenciar
a destinação das Multas da destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá ser
efetuado registro de arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”;

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• “6", quando se tratar dos Juros de Mora da respectiva receita, quando a legislação pertinente
diferenciar a destinação das Multas da destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá
ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”;
• “7”, quando se tratar das Multas da Dívida Ativa da respectiva receita, quando a legislação
pertinente diferenciar a destinação das Multas da Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora
da Dívida Ativa, situação na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 –
Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa”;
• “8”, quando se tratar dos Juros da Dívida Ativa da respectiva receita, quando a legislação
pertinente diferenciar a destinação das Multas da Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora
da Dívida Ativa, situação na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 –
Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa”;
• “9”, quando se tratar de desdobramentos que poderão ser criados, caso a caso, pela Secretaria
de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – SOF/MP,
mediante Portaria específica.
E, para fechar esse tópico, gostaria de lembrar-lhe que o Superávit do Orçamento Corrente é uma
receita de capital! Inclusive já falei isso antes, se você quiser conferir... 😅 E isso está na Lei 4.320/64, confira:

Art. 11, § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital
e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

“Como assim, professor? 😱 O nome já está dizendo que é um superávit do orçamento corrente. E você vem
me dizer que essa é uma receita de capital?” 🤨

É isso mesmo! Já percebeu o tamanho da pegadinha? 😅

O Superávit do Orçamento Corrente só existe se as receitas correntes superarem as despesas correntes.


Em termos matemáticos: 🤓

Superávit do Orçamento Corrente = Receitas Correntes – Despesas Correntes

Desse modo, essa sobra de receitas correntes em relação às despesas correntes só poderá ser aplicada
em despesas de capital, pois obviamente já não existem despesas correntes a serem pagas nessa situação. É
por esse motivo que a lei considera o Superávit do Orçamento Corrente como Receita de Capital, visto que
será aplicado em despesas de capital.

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Outro ponto confuso da lei é o § 3º do mesmo art. 11, no qual se afirma que o Superávit do Orçamento
Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração
a que se refere o Anexo n. 1, não constituirá item de receita orçamentária.

⚠ Muito cuidado com esse dispositivo! O fato de a lei mencionar que que o superávit do Orçamento
Corrente não constituirá item de receita orçamentária não significa que se trata de uma receita
extraorçamentária. Ora, se o próprio § 2º define que o superávit do orçamento corrente é uma receita de
capital, obviamente ele é uma receita orçamentária. 😎

“Então o que significa isso, professor?” 🤔

Assim, ao afirmar que o superávit não constituirá item de receita orçamentária, a intenção da lei foi definir
que ele não será demonstrado de forma explícita dentro das Receitas de Capital. Será algo implícito,
conforme demonstrado a seguir:

Receita Valor (R$) Despesa Valor (R$)

Correntes Correntes

Impostos 4.000,00 Pessoal 3.000,00

Taxas 3.000,00 Juros 2.000,00

Total de rec. correntes 7.000,00 Total de desp. correntes 5.000,00

De Capital De Capital

Alienação de bens 2.000,00 Investimentos 3.000,00

Operação de crédito 2.000,00 Inversões financeiras 2.000,00

Amortização de empréstimos 1.000,00 Amortização de dívidas 2.000,00

Total de rec. de capital 5.000,00 Total de desp. de capital 7.000,00

A partir do caso hipotético, constata-se que o Superávit do Orçamento Corrente vale R$ 2.000,00. Esse
item não será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital, embora o valor esteja sendo usado
para financiar as despesas de capital, tendo em vista que estas são maiores do que as receitas de capital
exatamente nesse montante de R$ 2.000,00.
É isso que a lei tentou expressar ao mencionar que o Superávit do Orçamento Corrente não constituirá
item de receita orçamentária.

Preste atenção
O Superávit do Orçamento Corrente não constituirá item de receita orçamentária, ou seja, não
será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital

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Questões para fixar


CESPE – TCE-PB – Auditor de Contas Públicas – 2018

As contribuições sociais e de melhoria, assim como as multas decorrentes do não pagamento de impostos, classificam-se
como receitas tributárias.

Comentários:

Não confunda as contribuições de melhoria com as contribuições sociais!

As contribuições de melhoria classificam-se como receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria. As


contribuições sociais classificam-se como receitas de contribuições. E as multas decorrentes do não pagamento de
impostos também se classificam como receitas de impostos, taxas e contribuição de melhoria, e serão identificadas pelo
tipo.

Gabarito: Errado

FCC – TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa– 2016

No que se refere às receitas públicas, a Lei n° 4.320/1964 estabelece que o superávit do orçamento corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes não constitui item de receita orçamentária.

Comentários:

É isso mesmo! O Superávit do Orçamento Corrente é uma receita de capital e ele não constitui item de receita
orçamentária. Mas isso não significa que ele não é uma receita orçamentária (ou que é uma receita extraorçamentária).
Isso só significa que ele não será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital. Ora, se ele é uma receita de
capital, é óbvio que ele é uma receita orçamentária.

Aqui está o dispositivo cobrado pela questão na íntegra (Lei 4.320/64):

Art. 11, § 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes,
apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária.

Gabarito: Certo

CESPE – FUB - Administrador – 2015

De acordo com a categoria econômica, o superávit do orçamento corrente é considerado fonte de receita corrente do
Estado.

Comentários:

Você não cai mais nessa pegadinha! 😏 De acordo com a categoria econômica, o superávit do orçamento corrente é
considerado fonte de receita de capital do Estado!

Gabarito: Errado

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Classificação quanto à procedência ou obrigatoriedade


A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência, em:

• Originárias; e
• Derivadas.
Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada (não está em nenhuma lei ou
regulamento); portanto, não é utilizada como classificador oficial da receita pelo poder público.
Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de
atividades econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio
mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais
e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
São exemplos de receitas originárias:

• taxa pela ocupação de imóvel cedido a particular (lembra que estas não são tributos? Elas são
classificadas na origem “receita patrimonial”);
• royalties do petróleo;
• dividendos oriundos da participação societária do Estado em sociedade de economia mista.
Receitas públicas derivadas, segundo a doutrina, são as obtidas pelo Poder Público por meio da
soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de forma impositiva,
como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.

São exemplos de receitas derivadas:

• ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços específicos);


• IPVA (imposto sobre a propriedade de veículos automotores);
• ITD (imposto sobre a transmissão causa mortis ou doação);
• Taxas (a espécie de tributo definida no artigo 77 do Código Tributário Nacional).
Resumindo:

• Receitas originárias: resultante da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos


usuários ou da cessão remunerada de bens e valores.
• Receitas DErivadas: são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade COercitiva, mediante
a arrecadação de tributos e multas.

“E qual é o mnemônico para memorizar isso aqui, professor? Eu sei que você é cheio de truques!”

Pior que tenho um mnemônico para isso mesmo! 😂 Você percebeu as marcações que fiz? Você vai
associar as duas primeiras letras da palavra “derivada” com as duas primeiras letras da palavra “coercitiva”.
Então você terá o seguinte:

De Co
Assim você já associa as receitas derivadas à autoridade coercitiva do Estado. E as originárias são as
outras! Pronto! 😄

Quem gosta de futebol, pode até lembrar do ex-jogador de futebol Deco: 😅

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Questões para fixar


CESPE – TCE-PB – Auditor de Contas Públicas – 2018

O pagamento pelo consumo de energia elétrica e a taxa de prevenção a incêndio constituem exemplos de receita pública
originária e derivada, respectivamente.

Comentários:

O pagamento pelo consumo de energia elétrica é uma receita pública originária. Ora, você não é obrigado a ter energia
elétrica na sua casa. Você contrata se quiser (muito embora acho difícil você não querer 😅). É diferente, por exemplo, do
Imposto sobre a propriedade predial e Territorial Urbana (IPTU) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA). Estes são tributos! Se você tem uma casa e tem um carro, você não tem escolha: tem que pagar esses
impostos! O mesmo acontece com a taxa de prevenção a incêndio, que também é tributo! Por ser arrecadada pelo Estado
em função de sua autoridade coercitiva, essa taxa é uma receita pública derivada.

Gabarito: Certo

CESPE – TCE-PE - Analista – 2017

As custas e os emolumentos recebidos em razão da prestação dos serviços de registradores e notários estão incluídos na
categoria de receita pública originária.

Comentários:

As custas e os emolumentos são contraprestações a um serviço específico e divisível, por isso constituem taxas (previstas
no art. 77, do Código Tributário Nacional). Por isso, as custas e os emolumentos estão incluídos na categoria de receita
pública derivada (e não originária), pois são obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal e decorrem de
imposição constitucional ou legal (sendo auferidas de forma impositiva), ao contrário das receitas públicas originárias,
as quais são arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública.

Gabarito: Errado

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Classificação por fonte/destinação de recursos


Você sabe que toda receita possui uma origem, não é? Toda receita vem de algum lugar!
E você também sabe que toda despesa possui uma fonte de financiamento, não é? Toda despesa é
financiada por alguma receita.
Portanto, não seria ótimo se existisse uma classificação que demonstrasse quais receitas financiam quais
despesas? 🤔

Seria! E ela existe! É justamente a classificação por fonte/destinação de recursos! 😄

Então, a classificação orçamentária por fontes/destinação de recursos tem como objetivo de identificar
as fontes de financiamento dos gastos públicos. É essa classificação que permite demonstrar a
correspondência entre as fontes de financiamento e os gastos públicos, pois exterioriza quais são as
receitas que financiam determinadas despesas. 😉

Nesse sentido, esta é uma classificação que é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas,
de modo a permitir a identificação de uma possível vinculação entre elas.
As bancas adoram dizer que a classificação por fonte/destinação é só da receita ou só da despesa. Elas
adoram essa pegadinha! 😅 Mas agora você já está imune a ela! 😉

Preste atenção
A classificação por fonte/destinação é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas

De acordo com o MTO 2020, o registro da arrecadação dos recursos é efetuado por meio de códigos de
natureza de receita, sendo que cada receita possui normas específicas de aplicação. Essas normas, por sua
vez, podem especificar tanto “quem” deverá aplicar a receita quanto “qual” atividade estatal (qual política
pública, qual despesa) deverá ser financiada por meio dessa receita.
Dessa forma, uma mesma atividade estatal pode ser financiada por recursos de diferentes receitas,
tornando necessário portanto agrupar e catalogar, sob o mesmo código comum, as diferentes origens de
receita que porventura devam ser aplicadas da mesma forma, no financiamento da mesma atividade estatal.
Denomina-se “Fonte/Destinação de Recursos” a cada agrupamento de receitas que possui as mesmas
normas de aplicação. A fonte, nesse contexto, é instrumento de Gestão da Receita e da Despesa ao mesmo
tempo, pois tem como objetivo assegurar que determinadas receitas sejam direcionadas para financiar
atividades (despesas) do governo em conformidade com Leis que regem o tema.
Segundo MCASP 8ª edição, como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de
fonte/destinação de recursos exerce um duplo papel no processo orçamentário:

• para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade de indicar a destinação de recursos
para a realização de determinadas despesas orçamentárias.
• para a despesa orçamentária, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.

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Explicando:

• se você está diante da classificação por fonte/destinação de uma receita, ela irá lhe informar qual
é a destinação que será dada a essa receita: “essa receita será destinada a financiar quais
despesas?”
• se você está diante da classificação por fonte/destinação de uma despesa, ela irá lhe informar
qual é a origem dos recursos que estão sendo utilizados naquela despesa: “essa despesa está
sendo financiada por quais receitas?”

indica a destinação de recursos para a


para a receita realização de determinadas despesas
orçamentárias
Classificação por
fonte/destinação
identifica a origem dos recursos que
para a despesa
estão sendo utilizados

Orçamentariamente, a classificação por natureza da receita orçamentária busca identificar a origem do


recurso segundo seu fato gerador, entretanto, existe ainda a necessidade de identificar a destinação dos
recursos arrecadados. Para isso, a classificação por fonte/destinação de recursos identifica se os recursos
são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, identifica a sua finalidade.
Portanto, destinação pode ser classificada em:

• destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em


atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma. Há, ainda, ingressos de
recursos em decorrência de convênios ou de contratos de empréstimos e de financiamentos.
Esses recursos também são vinculados, pois foram obtidos com finalidade específica - e à
realização dessa finalidade deverão ser direcionados.
• destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação livre entre a origem e a
aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das
competências de atuação do órgão ou entidade.
A vinculação de receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de
recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.

Ressalte-se que esse mecanismo de fonte/destinação de recursos é obrigatório, devido aos


mandamentos constantes da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), a qual traz
em seu art. 8º, parágrafo único, e art. 50, inciso I, o seguinte:
Art. 8º (...)
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o
ingresso.”
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;

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Preste atenção
A classificação por fonte/destinação é obrigatória

“Beleza, professor. E como é o código da classificação por fonte/destinação? Lá na classificação por natureza
de receita o código tinha 8 dígitos. E esse? Como é?” 🧐

Excelente pergunta! 😃

A classificação de fonte/destinação consiste em um código de 3 (três) dígitos.


“Só 3, professor?”

Só 3! 😄

O 1º dígito representa o grupo de fonte enquanto o 2º e o 3º representam a especificação da fonte.


Assim, olha:

Tomemos como exemplo o código 100. Veja como ele é construído:

O Anexo IV da Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001 lista os grupos de fontes e as respectivas


especificações das fontes de recursos vigentes. Vamos colocar aqui códigos dos grupos das fontes (1º dígito),
porque isso já caiu em prova:

Perceba que a classificação orçamentária da receita por fonte de recursos é dividida em cinco grupos!
Para finalizar, listo somente mais alguns exemplos para você se familiarizar com a classificação por
fonte/destinação:

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“Professor, você nem disse a qual pergunta eu devo associar essa classificação, para facilitar a memorização.”
🧐

Vou dizer agora! 😄

A pergunta é:

Qual é fonte e a destinação dos recursos arrecadados?

Bem intuitivo, não é? 😄

Questões para fixar


CESPE – STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – 2018

A classificação orçamentária da receita por fonte de recursos é dividida em cinco grupos, entre eles inclui-se o grupo de
recursos condicionados.

Comentários:

Eu não disse que isso tinha caído em prova? Por isso que coloquei isso na parte teórica. 😎

A questão está certa. São cinco grupos e um deles é o grupo de recursos condicionados (código 9), confira:

Gabarito: Certo

CESPE – MPOG - Administrador – 2015

O mecanismo de classificação de recursos por fonte tem por objetivo identificar a destinação dos recursos arrecadados.

Comentários:

É isso mesmo! A classificação por natureza da receita orçamentária busca identificar a origem do recurso segundo seu fato
gerador, entretanto, existe ainda a necessidade de identificar a destinação dos recursos arrecadados. Quem faz isso é
justamente a classificação por fonte/destinação.

Gabarito: Certo

CESPE – TCE-RN - Inspetor – 2015

O código de classificação por fonte de recursos é de utilização exclusiva na classificação da receita pública.

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Comentários:

As bancas adoram essa pegadinha. Adoram dizer que a classificação por fonte/destinação é só da receita ou só da despesa.
Na verdade, a classificação por fonte/destinação é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas. Como
mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação de recursos exerce um duplo papel no
processo orçamentário:

• para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade de indicar a destinação de recursos para a realização de
determinadas despesas orçamentárias.

• para a despesa orçamentária, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.

Gabarito: Errado

Classificação por identificador de resultado primário


Conforme esta classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em:

• Primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
• Financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.
A pergunta que você irá fazer então é:

A receita é entra no cálculo do resultado primário?

As receitas primárias (ou não financeiras) referem-se, predominantemente, às receitas correntes que
advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-
parte das compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das UOs, das
provenientes de doações e convênios e outras também consideradas primárias.
As receitas financeiras são aquelas que não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público
não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um
direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo. São adquiridas junto ao
mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por organismos
oficiais, das receitas de aplicações financeiras da União (juros recebidos, por exemplo) e outras.
O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento.

Receitas Despesas Resultado


primárias primárias primário

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Questões para fixar


CESPE – STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – 2015

A classificação destinada a identificar as receitas de acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em
receitas de resultado primário e secundário.

Comentários:

A classificação destinada a identificar as receitas de acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em
receitas primárias e em receitas financeiras. 😉

Gabarito: Errado

Classificação institucional (quem?)


A classificação institucional é tranquila. Ela tem por finalidade demonstrar as entidades ou unidades
orçamentárias que, respondendo pela arrecadação, são detentoras das receitas. Ela permite identificar as
unidades orçamentárias responsáveis pela arrecadação.
Assim, a pergunta que você irá fazer aqui é:

Quem está arrecadando receita?

O código da classificação institucional é composto por 5 dígitos, sendo os dois primeiros reservados à
identificação do órgão e os demais, à unidade orçamentária. Abaixo você encontra um exemplo:

Questões para fixar


FCC – TRT - 15ª Região - Analista Judiciário - Contabilidade – 2013

A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está estruturada em níveis
hierárquicos. No âmbito do Governo Federal, o código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos. Assim, é
correto afirmar que os

A) dois primeiros dígitos são reservados à identificação do órgão e os demais, à unidade orçamentária.

B) dois primeiros dígitos são reservados à identificação da função e os demais, à subfunção de governo.

C) três primeiros dígitos são reservados à identificação da unidade orçamentária e os demais, ao programa de governo.

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D) três primeiros dígitos são reservados à identificação dos órgãos da Administração direta e os demais à Administração
indireta.

E) dois primeiros dígitos identificam os órgãos do Poder Executivo e os demais dígitos, às entidades da Administração
indireta.

Comentários:

O código da classificação institucional é composto por 5 dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do
órgão e os demais, à unidade orçamentária.

Gabarito: A

Classificação por esfera orçamentária (em qual orçamento?)


A classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao
Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o §
5º do art. 165 da CF.
Então, a pergunta aqui é a seguinte:

Em qual orçamento?

Vale lembrar que, até 2014, essa classificação era uma classificação utilizada apenas para despesas. Foi a
partir da edição do MTO 2015 que ela também passou a ser usada para as receitas.
Na base de dados do SIOP, o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será
associado à ação orçamentária:

Código Classificação

10 Orçamento Fiscal (OF)

20 Orçamento da Seguridade Social (OSS)

30 Orçamento de Investimento (OI)

Convém destacar que o Orçamento da Seguridade Social será elaborado de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

Questões para fixar


CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Contabilidade – 2016

O objetivo da classificação da receita pública por esfera orçamentária é identificar se o item a ser classificado pertence ao
orçamento fiscal, ao orçamento da seguridade social ou ao orçamento de investimento das empresas estatais.

Comentários:
A pergunta é: em qual orçamento?
O objetivo da classificação da receita pública por esfera orçamentária é esse mesmo!

Gabarito: Certo

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Classificação quanto ao impacto na situação patrimonial líquida


Para fins contábeis, quanto ao impacto na situação patrimonial líquida, a receita pode ser efetiva ou não-
efetiva.
O que você deve se perguntar aqui é:

Houve alteração no patrimônio líquido?

Se a resposta for:

• Sim: trata-se de receita efetiva;


• Não: trata-se de receita não efetiva.

“Beleza, professor. Mas o que é mesmo uma receita efetiva e uma receita não efetiva?”
O principal você já sabe: a receita efetiva altera a situação patrimonial líquida. A receita não efetiva não
altera.
“Espera aí, professor. O Estado está recebendo dinheiro, uma receita, mas não está ficando mais rico? O
patrimônio líquido não se altera? Como é que pode, professor?” 🤨

Ora. É simples. Basta ele trocar um direito por outro ou contrair uma obrigação. 😅

Por exemplo: se você vende por R$ 100,00 o seu par de sapatos avaliado em R$ 100,00, você recebeu uma receita? Sim.
Ficou mais rico? Não. Você só trocou um ativo por outro. Você credita “Sapatos” e debita “Disponibilidades”. Assim:

E quando você faz um empréstimo de R$ 1.000,00 e possui a obrigação de devolver os R$ 1.000,00 no próximo mês: você
recebeu uma receita? Sim. Ficou mais rico? Não, porque daqui a pouco você tem que devolver o dinheiro. Você debita o
ativo e credita o passivo. Assim:

Portanto, segundo o MCASP 8ª edição:

• Receita Orçamentária Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos não


foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
• Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos
foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes, como é o caso das operações de crédito.

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Dica do professor
Normalmente,
as receitas correntes são receitas efetivas; e
as receitas de capital são receitas não efetivas.
Quer ver? 😄

A receita de impostos, taxas e contribuições de melhoria é uma receita corrente. O Estado não precisa
vender nenhum ativo para receber essa receita e nem precisa constituir uma obrigação correspondente (um
passivo exigível). Por outro lado, a receita de operações de crédito é uma receita de capital. O dinheiro entra na
conta, mas uma obrigação também é constituída.
Mas nem sempre é assim! Nem todas as receitas correntes são efetivas e nem todas as receitas de capital
são não efetivas. Você sempre tem que avaliar se houve impacto sobre o patrimônio líquido! 😅

Tomemos, por exemplo, as transferências de capital, que são receitas de capital. O ente que recebe a
transferência não precisa constituir nenhuma obrigação (a única obrigação é a de destinar os recursos para
despesas de capital). Portanto, transferências de capital, embora sejam receitas de capital, são receitas
efetivas.
Já no lado das receitas correntes, podemos tomar como exemplo a inscrição em dívida ativa. O direito
a receber é creditado (diminui o ativo) e a dívida ativa é debitada (aumenta o ativo). Na verdade, é como se
estivesse ocorrendo uma troca de ativos, um fato permutativo! Nesse caso, não há alteração da situação
patrimonial líquida, portanto, trata-se de receita não efetiva.

Lembre-se: sempre avalie se houve impacto sobre o patrimônio líquido! ☝

Classificação quanto à regularidade (ou periodicidade)


Existe ainda uma outra classificação de receita. Essa é apenas doutrinária e não costuma aparecer em
provas. É a classificação quanto à regularidade (ou periodicidade). Nesta, as receitas podem ser:

• Ordinárias: compostas por ingressos permanentes e estáveis, com arrecadação regular em


cada exercício financeiro. Portanto, são perenes e possuem característica de continuidade,
Por exemplo: a maioria dos tributos: IR, ICMS, IPVA, IPTU, etc.

• Extraordinárias: não integram sempre o orçamento. São ingressos de caráter não continuado,
eventual, inconstante e imprevisível.
Por exemplo: as receitas provenientes de guerras, doações, indenizações em favor do Estado, etc.

Resumindo: as ordinárias estão sempre lá. São normais, acontecem o tempo todo. As extraordinárias são
o contrário: são mais raras.

Certo! 😄 Agora qual é o cuidado que você tem que ter?

Não confunda as receitas ordinárias (da classificação quanto à regularidade) com as receitas
originárias (da classificação quanto à procedência ou obrigatoriedade).

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Questões comentadas - CESPE


1. CESPE – TCE-MG - Analista de Controle Externo – 2018

Receita decorrente de royalties da exploração de gás natural e auferida por município de estado federado é
classificada como
A) outras receitas correntes.
B) receita de serviços.
C) receita industrial.

D) receita patrimonial.
E) transferência corrente.

Comentários:
Vou ser bem sincero com você: na minha opinião (e na opinião do professor Marcel e de outros
professores), essa foi mais uma questão bizarra da banca. E o pior é que ela já cobrou uma questão
parecidíssima com essa no concurso do TCE-PR, em 2016, com o mesmo gabarito.
Vejamos: receita decorrente de royalties da exploração de gás natural, normalmente, é receita
patrimonial (alternativa D). Se essa receita pertencer a algum estado e este transferir a algum município,
consideramos que se trata de uma receita de transferência corrente (alternativa E).

Agora “outras receitas correntes”? 🤨 Não há nenhuma base legal ou em manuais técnicos que justifique
essa classificação.
Portanto, na minha opinião, a banca pisou na bola. Não fique com raiva da banca e nem de mim por ter
colocado essa questão no material. Você tem que conhecer essas bizarrices da banca! 😄 Faz parte!

Gabarito: A

2. CESPE – TCE-MG - Analista de Controle Externo – 2018


A classificação das receitas tributárias adotada pela Lei n.º 4.320/1964 abrange
A) receita oriunda de alienações de bens.
B) receita oriunda de contribuições de melhoria.
C) juros oriundos de operação de amortização de empréstimos.

D) receita oriunda de empréstimos compulsórios.


E) receita oriunda de contribuições especiais.
Comentários:
Segundo o § 4º do artigo 11, da Lei 4.320/64:

§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema:

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RECEITAS CORRENTES

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos.

Taxas.

Contribuições de Melhoria.

Portanto, gabarito: B.
Vejamos agora as demais alternativas:
a) Errada. Receita oriunda de alienações de bens são receitas de capital!
b) Correta.
c) Errada. Embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de
Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas Correntes / de Serviços /
Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos Financeiros!
d) Errada. Os empréstimos compulsórios são classificados como operações de crédito (receitas de
capital).
e) Errada. Receita oriunda de contribuições especiais são classificadas como receitas de contribuições.
Atenção: não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria.
Gabarito: B

3. CESPE – IFF – Administrador – 2018

O ingresso de determinado recurso é definido como receita agropecuária na classificação da receita pública por
A) categoria econômica.
B) origem.
C) espécie.

D) rubrica.
E) alínea.
Comentários:

Para começo de história, rubrica e alínea não existem mais. O mnemônico antigo era mnemônico
COERAASS. O mnemônico atual é:

C O E DDDD T
Onde:

• C: categoria econômica;
• O: origem;

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• E: espécie;
• D: desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita;
• T: tipo.

A categoria econômica classifica as receitas em:

• Receitas correntes;
• Receitas de capital.
A origem classifica as receitas correntes em:

Tributa Con PAISTO


Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.

Viu? A receita agropecuária, exigida pela questão, está aí! 😃

Ah! E a espécie permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.
Gabarito: B

4. CESPE – MPU – Técnico – 2018

Havendo a necessidade de que um órgão público classifique determinada receita de acordo com o
acontecimento real que tenha ocasionado o ingresso nos cofres públicos, ele deverá utilizar a classificação
orçamentária por natureza da receita.

Comentários:

É isso aí! 😃

A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.
Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita:

Qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔

Gabarito: Certo

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5. CESPE – CGM de João Pessoa - Técnico Municipal de Controle Interno – 2018


Receita orçamentária efetiva é aquela que recebeu prévio reconhecimento do direito ou constitui obrigação
correspondente.
Comentários:

Vejamos:

• Receita Orçamentária Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos não


foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
• Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos
foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes, como é o caso das operações de crédito.
Portanto, receita orçamentária efetiva é aquela que altera a situação patrimonial líquida, portanto não
recebe prévio reconhecimento de direito e não constitui obrigação correspondente! 😉

Gabarito: Errado

6. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


A etapa de arrecadação da receita consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do
Tesouro, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa.
Comentários:
Essa não é a fase da arrecadação, mas sim a fase de recolhimento (que vem logo após a arrecadação).
A arrecadação corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.
Recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável
pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o princípio da unidade
de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Gabarito: Errado

7. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


Se o Estado receber determinado recurso na condição de depositário, sem que a correspondente restituição se
sujeite à autorização legislativa, o ingresso não será incluído na lei orçamentária anual.

Comentários:
Se o Estado receber determinado recurso na condição de depositário, sem que a correspondente
restituição se sujeite à autorização legislativa, esse ingresso será extraorçamentário, certo?

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E os ingressos extraorçamentários não são previstos na LOA. São recursos que não pertencem ao Poder
Público. Lembre-se da nossa tabelinha:

Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público?


Tipo de receita
(critério incorreto) (critério correto)

Orçamentária Sim ou Não Sim

Extraorçamentária Não Não

Gabarito: Certo

8. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


A classificação da receita pública por esfera orçamentária deve ser utilizada para diferenciar os recursos que
serão diretamente utilizados pelo ente arrecadador daqueles que devem ser transferidos para outros entes da
Federação.
Comentários:
Quando a classificação da receita é feita por esfera, qual a pergunta que a gente faz?

Em qual orçamento?

A classificação por esfera orçamentária, portanto, tem por finalidade identificar se a receita pertence ao
Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais.
A questão estava se referindo a um nível (chamado de modalidade de aplicação) da classificação por
natureza da despesa. Conforme o MCASP 8ª edição, a modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se
os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por
outro ente da Federação e suas respectivas entidades. Indica se os recursos serão aplicados diretamente pela
unidade detentora do crédito ou mediante transferência para entidades públicas ou privadas.
Gabarito: Errado

9. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


A receita orçamentária será considerada efetiva caso os ingressos de disponibilidade de recursos tenham sido
precedidos de registro do reconhecimento do direito ou quando constituam obrigações correspondentes.
Comentários:
Se os ingressos de disponibilidade de recursos tiverem sido precedidos de registro do reconhecimento de
direito, então a entidade está trocando um ativo por outro. E se os ingressos de disponibilidade de recursos
constituírem obrigações correspondentes, do mesmo jeito que no caso anterior, a situação líquida não será
alterada.
Se a situação líquida não for alterada, nós estamos falando de uma receita não efetiva!
A pergunta aqui é:

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Houve alteração no patrimônio líquido?

Se a resposta for:

• Sim: trata-se de receita efetiva;


• Não: trata-se de receita não efetiva.
Gabarito: Errado

10. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

De acordo com a atual classificação da receita conforme a sua natureza, o último dígito da natureza de receita
tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação.

Comentários:
Aqui basta você lembrar do mnemônico:

C O E DDDD T
Onde a letra “T” corresponde ao tipo de arrecadação.
Eis aqui um exemplo:

Gabarito: Certo

11.CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


Para ser inscrito como dívida ativa, o crédito a favor da fazenda pública deve atender aos seguintes requisitos:
ter natureza tributária, ser líquido e certo e encontrar-se vencido há pelo menos trinta dias.

Comentários:
Não é bem assim. A dívida ativa pode ser tributária ou não tributária e o prazo definido em lei ou em
decisão proferida em processo regular (não necessariamente será de “pelo menos trinta dias”, como afirmou a
questão).
Segundo o MCASP 8ª edição: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor
da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em
processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.”
Gabarito: Errado

12. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

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Do ponto de vista orçamentário, as receitas são reconhecidas a partir da sua arrecadação.


Comentários:
Sim! Do ponto de vista orçamentário (no regime orçamentário), as receitas são reconhecidas no
momento da sua arrecadação (regime de caixa). Confira na própria Lei 4.320/64:
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Já no regime patrimonial, vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de
competência).
Gabarito: Certo

13.CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


São classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas — incluídas
as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento —, as operações de crédito por
antecipação da receita e as emissões de papel-moeda.
Comentários:

As operações de crédito até que são receitas orçamentárias. Elas são receitas de capital. Está lembrando
do mnemônico?

Opera Ali Amor e Transfere Outras


Onde:

• Opera: Operações de crédito;


Agora, as operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) são receitas
extraorçamentárias! Portanto, grave bem isso:

Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!

Além disso, as emissões de papel-moeda também são receitas extraorçamentárias!


Gabarito: Errado

14. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

São critérios para a classificação da receita orçamentária a sua natureza e a fonte/destinação dos recursos.
Comentários:
Sim! Duas das classificações da receita orçamentária que nós estudamos foram:

• a classificação por natureza da receita;


• a classificação por fonte/destinação dos recursos.

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Gabarito: Certo

15.CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


A respeito da receita pública e de sua classificação, assinale a opção correta.

A) O recebimento de amortização da dívida pública e o ingresso de recursos financeiros decorrentes de


operações de crédito se classificam como receita corrente.
B) As contribuições sociais e de melhoria, assim como as multas decorrentes do não pagamento de impostos,
classificam-se como receitas tributárias.
C) A definição de receita pública originária inclui a caução dada em garantia pelo particular que contrata com o
poder público.
D) O pagamento pelo consumo de energia elétrica e a taxa de prevenção a incêndio constituem exemplos de
receita pública originária e derivada, respectivamente.
E) A receita proveniente da arrecadação tributária dos estados é classificada como originária por estar
diretamente relacionada ao exercício da competência constitucional daqueles entes federativos.
Comentários:
Vamos logo para as alternativas:

a) Errada. A amortização de empréstimos e o ingresso de recursos financeiros decorrentes de operações


de crédito se classificam como receita de capital.
b) Errada. Não confunda as contribuições de melhoria com as contribuições sociais! As contribuições de
melhoria classificam-se como receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria. As contribuições
sociais classificam-se como receitas de contribuições. E as multas decorrentes do não pagamento de impostos
também se classificam como receitas de impostos, taxas e contribuição de melhoria, e serão identificadas pelo
tipo.

c) Errada. A caução dada em garantia pelo particular que contrata com o poder público é uma receita
extraorçamentária!
d) Correta. Senão vejamos:

• Receitas originárias: resultante da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos


usuários ou da cessão remunerada de bens e valores.
• Receitas DErivadas: são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade COercitiva, mediante
a arrecadação de tributos e multas.
O pagamento pelo consumo de energia elétrica é uma receita pública originária. Ora, você não é
obrigado a ter energia elétrica na sua casa. Você contrata se quiser (muito embora acho difícil você não querer
😅). Já a taxa de prevenção a incêndio é tributo, e por ser arrecadada pelo Estado em função de sua autoridade
coercitiva, essa taxa é uma receita pública derivada.
e) Errada. receita proveniente da arrecadação tributária dos estados é classificada como derivada, pois
são obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal, decorrem de norma constitucional ou legal e,
por isso, são auferidas de forma impositiva.

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Gabarito: D

16. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


A respeito de receita pública e da sua repartição no sistema constitucional, assinale a opção correta.

A) As multas administrativas não são incluídas no conceito de receita pública porque são atos punitivos.
B) Todo ingresso de receita nos cofres do Estado pressupõe sua previsão na lei orçamentária, pois a
movimentação de recursos financeiros exige a prévia autorização legislativa.
C) O princípio da unidade de tesouraria implica a centralização de todo o ingresso de receitas no tesouro público
para que seja contabilizado como receita provisória.

D) A retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da receita dos impostos é vedada à União,
razão pela qual é inconstitucional o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos ao governo
federal.
E) As parcelas do imposto sobre a renda retidas na fonte incidente sobre os rendimentos pagos pelos estados
lhes pertencem, incorporando-se, desde logo, às respectivas receitas correntes.
Comentários:

Para as alternativas! 😄

a) Errada. Multas são receitas públicas sim! Multas não são tributos, mas elas são receitas públicas, afinal
são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo
para o patrimônio público.
b) Errada. Opa, opa! Nem todo ingresso de receita nos cofres do Estado está previsto na lei orçamentária.
Por exemplo: receita de doações.
Lembre-se:

Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA

E nem toda receita precisa passar pelas etapas de previsão e lançamento.

Aqui a tabelinha também pode ajudar:

Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público?


Tipo de receita
(critério incorreto) (critério correto)

Orçamentária Sim ou Não Sim

Extraorçamentária Não Não

c) Errada. Receita provisória? 🤨 Só podemos chamar de receita provisória os ingressos


extraorçamentários, pois eles são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a
LOA. Nesse caso, o Estado atua como mero depositário dos recursos.
d) Errada. A retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da receita dos impostos é
vedada à União, mas existem duas exceções, senão vejamos (CF/88):

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TCU e TC-DF Aula 8

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos
relativos a impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a
entrega de recursos:

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;

Portanto, corrigindo a questão, a retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da
receita dos impostos é vedada à União, mas o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos
ao governo federal é constitucional.
e) Correta. Conforme artigo 157, I, da CF/88, pertencem aos Estados e ao Distrito Federal o produto da
arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.
Portanto, essas parcelas pertencem mesmo aos Estados!
Gabarito: E

17.CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


Multas e juros de mora que incidem sobre tributos arrecadados por entidades do setor público enquadram-se
nas receitas
A) extraorçamentárias, originárias e vinculadas.

B) orçamentárias, correntes, originárias e vinculadas.


C) extraorçamentárias, originárias e não vinculadas.
D) orçamentárias, de capital, derivadas e não vinculadas.
E) orçamentárias, correntes, derivadas e não vinculadas.

Comentários:
As multas e juros de mora que incidem sobre tributos enquadram-se nas receitas:

• Orçamentárias, porque pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público e


aumentam-lhe o saldo financeiro;
• Correntes, porque possuem origem tributária (são multas e juros de mora que incidem sobre
tributos, como afirmou a questão);
• Derivadas, porque são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade coercitiva (lembre-se do
mnemônico DeCo); e
• Não vinculadas, porque sua utilização não está vinculada a órgão, fundo ou despesa.

Gabarito: E

18. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018

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Com relação aos conceitos básicos, aos procedimentos de inscrição, à execução fiscal e à contabilização da
dívida ativa da fazenda pública, assinale a opção correta.
A) A execução da dívida ativa é requisito básico para o recebimento de transferências voluntárias.
B) A ocorrência do fato gerador da obrigação é suficiente para a inscrição na dívida ativa.
C) Cada unidade gestora é responsável pela inscrição de seus respectivos créditos na dívida ativa.
D) A inscrição de crédito na dívida ativa deve ser contabilizada como receita.
E) Somente os créditos de natureza tributária podem ser inscritos na dívida ativa.

Comentários:
Vamos analisar as alternativas:
a) Errada. Essa alternativa tinha sido apontada como gabarito preliminar da banca, mas, posteriormente,
foi corretamente considerada errada. Vejamos o porquê.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina o seguinte:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Veja que a proibição do recebimento de transferências voluntárias se aplica somente caso o ente não
realize a instituição, previsão e efetiva arrecadação dos impostos de sua competência.
Mas a dívida ativa é bem mais abrangente do que os impostos. A dívida ativa tributária poderá se referir
a outras espécies tributárias e ainda temos a dívida ativa não tributária.
Aí vem a questão dizer que “execução da dívida ativa é requisito básico para o recebimento de
transferências voluntárias”. Não! Não podemos generalizar assim. Somente a execução da dívida ativa
tributária de impostos é que é requisito básico para o recebimento de transferências voluntárias.
E só para confirmar, observe a justificativa da banca para anulação: “o fato de não ter sido considerada a
dívida ativa não tributária, na redação da opção apontada preliminarmente como gabarito, prejudicou o
julgamento objetivo da questão”.
b) Errada. Não. A ocorrência do fato gerador da obrigação não é suficiente para a inscrição na dívida ativa.
Para inscrição em dívida ativa, a prazo para pagamento já deve ter sido transcorrido e o crédito deve ter sua
liquidez e certeza apuradas.
c) Errada. A responsabilidade pela inscrição na dívida ativa não é da Unidade Gestora credora, mas sim da
Procuradoria da Fazenda Nacional, no âmbito federal, e das respectivas procuradorias, no âmbito estadual e
municipal. Confira na Lei 4.320/64:

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

d) Errada. De acordo com a Lei 4.320/64, a receita é contabilizada quando for arrecadada, olha só:

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Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias

e) Errada. A dívida ativa pode ser tributária ou não tributária. 😉

Gabarito: Anulada

19. CESPE – PGE-SE - Procurador do Estado – 2017

Quando decorrentes de operações de antecipação de receita orçamentária, as entradas de valores que


integram o orçamento público
A) são lançamentos dos juros que o Estado aufere como credor de empréstimos a terceiros.
B) geram, em contrapartida, lançamento no passivo.
C) são classificadas como receitas tributárias.
D) podem ser consideradas receita, mas não ingresso.

E) são classificadas como receita em sentido estrito.


Comentários:
Primeiro, você tem que lembrar que Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de
crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!
Em seguida, você deve saber que as receitas extraorçamentárias constituem passivos exigíveis
(obrigações).
Só com isso, você já resolve a questão. Gabarito: B. Mas vejamos as alternativas:
a) Errada. O Estado não está auferindo juros, mas sim pagando juros, como devedor dessa operação de
crédito.
b) Correta.
c) Errada. São receitas extraorçamentárias (e não orçamentárias e tributárias).
d) Errada. São consideradas ingressos, mas não receitas públicas (em sentido estrito).

Ingressos extraorçamentários

Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito

e) Errada. São classificadas como receita em sentido amplo. Confira:

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Receitas públicas amplo = Rec. Orçamentárias + Rec. Extraorçamentárias

Receitas públicas estrito = Rec. Orçamentárias

Gabarito: B

20. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017


Denomina-se classificação por categoria econômica a classificação orçamentária que se refere à
implementação de políticas em prol da sociedade e cujos resultados sejam passíveis de aferição por
indicadores.
Comentários:

O que? 🤨 😅

A classificação por categoria econômica não é nada disso.


Quanto à categoria econômica (primeiro nível da classificação por natureza da receita), as receitas
orçamentárias podem ser classificadas em:

• Receitas Correntes;
• Receitas de Capital.

As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras


do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉

Já as receitas de capital aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa


das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.
Gabarito: Errado

21. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017


Para identificar a origem de determinada receita pública de acordo com o acontecimento real que ocasionou o
ingresso da receita nos cofres públicos, utiliza-se a classificação por natureza de receita.
Comentários:

Exatamente! 😄

A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.
Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita:

Qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔

E a origem é o segundo nível da classificação por natureza da receita, olha só:

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Gabarito: Certo

22. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017

A inscrição de crédito em dívida ativa corresponde à representação contábil de um fato permutativo resultante
da transferência de valor não recebido no prazo estabelecido, dentro do próprio ativo.
Comentários:

É isso mesmo. A inscrição em dívida ativa é um fato permutativo: um direito a receber é creditado (diminui
o ativo) e a dívida ativa é debitada (aumenta o ativo). Veja que essa operação acontece dentro do próprio ativo
e a situação patrimonial líquida não se altera, por isso que a inscrição em dívida ativa é uma receita não efetiva!
😉

E a dívida ativa é justamente o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda
Pública, não recebidos no prazo para pagamento, ou seja, uma transferência de valor não recebido no prazo
estabelecido.

Com isso, confirmamos nosso gabarito como certo! 😉

Gabarito: Certo

23.CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário – 2017


As etapas da receita orçamentária
A) seguem a ordem cronológica dos fenômenos econômicos.
B) consistem no planejamento das receitas orçamentárias que constarão na proposta orçamentária.
C) dependem do comportamento da série histórica de arrecadação.
D) ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.
E) incluem o empenho, a liquidação e o pagamento.
Comentários:
Vou direto para as alternativas:
a) Correta. De acordo com o MCASP 8ª edição: “as etapas da receita orçamentária seguem a ordem de
ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no
país e a tecnologia utilizada.”
Dê uma olhada no esquema que o próprio MCASP traz:

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b) Errada. Esse é o conceito da etapa de previsão (a primeira etapa), observe o que diz o MCASP 8ª edição:
a previsão “compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária
Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).”
c) Errada. Novamente a questão está falando somente da etapa da previsão. Segundo o MCASP 8ª
edição: “a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas orçamentárias que constarão na
proposta orçamentária14. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais
correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida
norma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas orçamentárias busca assimilar o


comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o
período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. A busca deste modelo dependerá do
comportamento da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários
ou unidades arrecadadoras envolvidas no processo.”
d) Errada. Nem todas as receitas orçamentárias precisam passar pelas etapas de previsão e lançamento.

e) Errada. Essas são as etapas da despesa. 😅

Gabarito: A

24. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016

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Se determinado crédito for inscrito na dívida ativa, haverá acréscimo patrimonial na contabilidade do ente
federativo titular do referido crédito.
Comentários:
A inscrição de dívida é receita não efetiva, ou seja, ela não altera a situação patrimonial líquida! Portanto,
não há acréscimo patrimonial na contabilidade do ente federativo titular do referido crédito.
Gabarito: Errado

25.CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 (ADAPTADA)


Dívida ativa corresponde à despesa originada em exercício anterior, presente no orçamento corrente.

Comentários:
Dívida ativa não é isso. Dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da
Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em
processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.
A questão estava se referindo, na verdade, a Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).
Gabarito: Errado

26. CESPE – FUB - Auditor – 2015

Sob a ótica econômica, as receitas estão divididas em receitas correntes e de capital, abrangendo estas últimas
as operações de crédito, a alienação de bens, a amortização de empréstimos, as transferências de capital e
outras receitas de capital.
Comentários:
Quanto à categoria econômica (primeiro nível da classificação por natureza da receita), as receitas
orçamentárias podem ser classificadas em:

• Receitas Correntes;
• Receitas de Capital.
Para lembrar das receitas de capital, você pode utilizar o seguinte mnemônico:

Opera Ali Amor e Transfere Outras


Onde:

• Opera: Operações de crédito;


• Ali: Alienação de bens;
• Amor: Amortização de empréstimos;
• Transfere: Transferências de capital;
• Outras: Outras receitas de capital.

Gabarito: Certo

27.CESPE – MPU - Analista – 2015

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Qualquer renda com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato é objeto de lançamento.
Comentários:
Essa foi uma questão um tanto quanto literal. A resposta está no artigo 52 da Lei 4.320/64:

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.

Gabarito: Certo

28. CESPE – TRE-GO - Analista Judiciário – 2015

Os ingressos extraorçamentários, que integram o fluxo financeiro das receitas públicas, não têm impacto no
patrimônio líquido nem são objeto de programação orçamentária.
Comentários:
Veja o que o MCASP 8ª edição fala sobre ingressos extraorçamentários: são recursos financeiros de
caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a autorização
legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por ativos e
passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio Líquido da
Entidade.

Perceba que os ingressos extraorçamentários não integram a LOA, não “estão nos planos” da
Administração Pública, até porque esses recursos nem a pertencem. Por isso, também não são objeto de
programação orçamentária.

Gabarito: Certo

29. CESPE – CNJ - Técnico Judiciário – 2013

A dívida ativa é composta por créditos a favor da fazenda pública, os quais não foram efetivamente recebidos
nas datas aprazadas e cuja certeza e liquidez foram apuradas. Constitui, portanto, fonte certa de recursos.
Comentários:
Vejamos como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários
e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou
em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de
certeza e liquidez.”
Portanto, está tudo ok na primeira frase da questão. O problema está na segunda e última frase. A dívida
ativa não é fonte certa de recursos.
Gabarito: Errado

30. CESPE – ANEEL - Analista Administrativo – 2010


A classificação da receita por fonte de recursos procura identificar quais são os agentes arrecadadores,
fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de vinculação das mesmas.

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Comentários:
Opa! Não é isso que a classificação da receita por fonte de recursos procura identificar.
Essa classificação procura identificar as fontes de financiamento dos gastos públicos. É essa
classificação que permite demonstrar a correspondência entre as fontes de financiamento e os gastos
públicos, pois exterioriza quais são as receitas que financiam determinadas despesas. 😉

Especificamente para a receita orçamentária (porque essa classificação exerce um duplo papel e
também pode ser utilizada para a despesa orçamentária), essa classificação tem a finalidade de indicar a
destinação de recursos para a realização de determinadas despesas orçamentárias.

indica a destinação de recursos para a


para a receita realização de determinadas despesas
orçamentárias
Classificação por
fonte/destinação
identifica a origem dos recursos que
para a despesa
estão sendo utilizados

Gabarito: Errado

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Questões CESPE

Questão Resposta Errei Dúvida Questão Resposta Errei Dúvida


1 16
2 17
3 18
4 19
5 20
6 21
7 22
8 23
9 24
10 25
11 26
12 27
13 28
14 29
15 30

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Lista de questões - CESPE


1. CESPE – TCE-MG - Analista de Controle Externo – 2018

Receita decorrente de royalties da exploração de gás natural e auferida por município de estado federado é
classificada como

A) outras receitas correntes.


B) receita de serviços.
C) receita industrial.

D) receita patrimonial.
E) transferência corrente.

2. CESPE – TCE-MG - Analista de Controle Externo – 2018


A classificação das receitas tributárias adotada pela Lei n.º 4.320/1964 abrange
A) receita oriunda de alienações de bens.
B) receita oriunda de contribuições de melhoria.
C) juros oriundos de operação de amortização de empréstimos.

D) receita oriunda de empréstimos compulsórios.


E) receita oriunda de contribuições especiais.

3. CESPE – IFF – Administrador – 2018

O ingresso de determinado recurso é definido como receita agropecuária na classificação da receita pública por
A) categoria econômica.

B) origem.
C) espécie.
D) rubrica.

E) alínea.

4. CESPE – MPU – Técnico – 2018

Havendo a necessidade de que um órgão público classifique determinada receita de acordo com o
acontecimento real que tenha ocasionado o ingresso nos cofres públicos, ele deverá utilizar a classificação
orçamentária por natureza da receita.

5. CESPE – CGM de João Pessoa - Técnico Municipal de Controle Interno – 2018


Receita orçamentária efetiva é aquela que recebeu prévio reconhecimento do direito ou constitui obrigação
correspondente.

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6. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


A etapa de arrecadação da receita consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do
Tesouro, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa.

7. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

Se o Estado receber determinado recurso na condição de depositário, sem que a correspondente restituição se
sujeite à autorização legislativa, o ingresso não será incluído na lei orçamentária anual.

8. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

A classificação da receita pública por esfera orçamentária deve ser utilizada para diferenciar os recursos que
serão diretamente utilizados pelo ente arrecadador daqueles que devem ser transferidos para outros entes da
Federação.

9. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


A receita orçamentária será considerada efetiva caso os ingressos de disponibilidade de recursos tenham sido
precedidos de registro do reconhecimento do direito ou quando constituam obrigações correspondentes.

10. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
De acordo com a atual classificação da receita conforme a sua natureza, o último dígito da natureza de receita
tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação.

11.CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


Para ser inscrito como dívida ativa, o crédito a favor da fazenda pública deve atender aos seguintes requisitos:
ter natureza tributária, ser líquido e certo e encontrar-se vencido há pelo menos trinta dias.

12. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

Do ponto de vista orçamentário, as receitas são reconhecidas a partir da sua arrecadação.

13.CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


São classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas — incluídas
as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento —, as operações de crédito por
antecipação da receita e as emissões de papel-moeda.

14. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

São critérios para a classificação da receita orçamentária a sua natureza e a fonte/destinação dos recursos.

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15.CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


A respeito da receita pública e de sua classificação, assinale a opção correta.
A) O recebimento de amortização da dívida pública e o ingresso de recursos financeiros decorrentes de
operações de crédito se classificam como receita corrente.

B) As contribuições sociais e de melhoria, assim como as multas decorrentes do não pagamento de impostos,
classificam-se como receitas tributárias.
C) A definição de receita pública originária inclui a caução dada em garantia pelo particular que contrata com o
poder público.
D) O pagamento pelo consumo de energia elétrica e a taxa de prevenção a incêndio constituem exemplos de
receita pública originária e derivada, respectivamente.
E) A receita proveniente da arrecadação tributária dos estados é classificada como originária por estar
diretamente relacionada ao exercício da competência constitucional daqueles entes federativos.

16. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


A respeito de receita pública e da sua repartição no sistema constitucional, assinale a opção correta.
A) As multas administrativas não são incluídas no conceito de receita pública porque são atos punitivos.
B) Todo ingresso de receita nos cofres do Estado pressupõe sua previsão na lei orçamentária, pois a
movimentação de recursos financeiros exige a prévia autorização legislativa.
C) O princípio da unidade de tesouraria implica a centralização de todo o ingresso de receitas no tesouro público
para que seja contabilizado como receita provisória.

D) A retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da receita dos impostos é vedada à União,
razão pela qual é inconstitucional o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos ao governo
federal.

E) As parcelas do imposto sobre a renda retidas na fonte incidente sobre os rendimentos pagos pelos estados
lhes pertencem, incorporando-se, desde logo, às respectivas receitas correntes.

17.CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


Multas e juros de mora que incidem sobre tributos arrecadados por entidades do setor público enquadram-se
nas receitas
A) extraorçamentárias, originárias e vinculadas.
B) orçamentárias, correntes, originárias e vinculadas.

C) extraorçamentárias, originárias e não vinculadas.


D) orçamentárias, de capital, derivadas e não vinculadas.
E) orçamentárias, correntes, derivadas e não vinculadas.

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18. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


Com relação aos conceitos básicos, aos procedimentos de inscrição, à execução fiscal e à contabilização da
dívida ativa da fazenda pública, assinale a opção correta.
A) A execução da dívida ativa é requisito básico para o recebimento de transferências voluntárias.

B) A ocorrência do fato gerador da obrigação é suficiente para a inscrição na dívida ativa.


C) Cada unidade gestora é responsável pela inscrição de seus respectivos créditos na dívida ativa.
D) A inscrição de crédito na dívida ativa deve ser contabilizada como receita.

E) Somente os créditos de natureza tributária podem ser inscritos na dívida ativa.

19. CESPE – PGE-SE - Procurador do Estado – 2017

Quando decorrentes de operações de antecipação de receita orçamentária, as entradas de valores que


integram o orçamento público
A) são lançamentos dos juros que o Estado aufere como credor de empréstimos a terceiros.

B) geram, em contrapartida, lançamento no passivo.


C) são classificadas como receitas tributárias.
D) podem ser consideradas receita, mas não ingresso.
E) são classificadas como receita em sentido estrito.

20. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017

Denomina-se classificação por categoria econômica a classificação orçamentária que se refere à


implementação de políticas em prol da sociedade e cujos resultados sejam passíveis de aferição por
indicadores.

21. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017

Para identificar a origem de determinada receita pública de acordo com o acontecimento real que ocasionou o
ingresso da receita nos cofres públicos, utiliza-se a classificação por natureza de receita.

22. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017


A inscrição de crédito em dívida ativa corresponde à representação contábil de um fato permutativo resultante
da transferência de valor não recebido no prazo estabelecido, dentro do próprio ativo.

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23.CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário – 2017


As etapas da receita orçamentária
A) seguem a ordem cronológica dos fenômenos econômicos.
B) consistem no planejamento das receitas orçamentárias que constarão na proposta orçamentária.

C) dependem do comportamento da série histórica de arrecadação.


D) ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.
E) incluem o empenho, a liquidação e o pagamento.

24. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Se determinado crédito for inscrito na dívida ativa, haverá acréscimo patrimonial na contabilidade do ente
federativo titular do referido crédito.

25.CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 (ADAPTADA)


Dívida ativa corresponde à despesa originada em exercício anterior, presente no orçamento corrente.

26. CESPE – FUB - Auditor – 2015

Sob a ótica econômica, as receitas estão divididas em receitas correntes e de capital, abrangendo estas últimas
as operações de crédito, a alienação de bens, a amortização de empréstimos, as transferências de capital e
outras receitas de capital.

27.CESPE – MPU - Analista – 2015


Qualquer renda com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato é objeto de lançamento.

28. CESPE – TRE-GO - Analista Judiciário – 2015


Os ingressos extraorçamentários, que integram o fluxo financeiro das receitas públicas, não têm impacto no
patrimônio líquido nem são objeto de programação orçamentária.

29. CESPE – CNJ - Técnico Judiciário – 2013

A dívida ativa é composta por créditos a favor da fazenda pública, os quais não foram efetivamente recebidos
nas datas aprazadas e cuja certeza e liquidez foram apuradas. Constitui, portanto, fonte certa de recursos.

30. CESPE – ANEEL - Analista Administrativo – 2010


A classificação da receita por fonte de recursos procura identificar quais são os agentes arrecadadores,
fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de vinculação das mesmas.

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Gabarito - CESPE
1. A 11. Errado 21. Certo
2. B 12. Certo 22. Certo
3. B 13. Errado 23. A
4. Certo 14. Certo 24. Errado
5. Errado 15. D 25. Errado
6. Errado 16. E 26. Certo
7. Certo 17. E 27. Certo
8. Errado 18. Anulada 28. Certo
9. Errado 19. B 29. Errado
10. Certo 20. Errado 30. Errado

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Resumo direcionado
1. Introdução

Receitas públicas amplo = Rec. Orçamentárias + Rec. Extraorçamentárias

Receitas públicas estrito = Rec. Orçamentárias

Ingressos extraorçamentários

Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito

1.1. Ingressos extraorçamentários (receitas extraorçamentárias)


Recursos financeiros que

• apresentam caráter temporário;


• não integram a LOA;
• o Estado é mero depositário;
• São constituídos por ativos e passivos exigíveis;
• em geral, não têm reflexos no Patrimônio Líquido da Entidade;
• suas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.

Exemplos: os depósitos em caução, as fianças, restos a pagar inscritos no exercício, as operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária (ARO), retenções da folha de pagamento, a emissão de moeda, e outras entradas
compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!

1.2. Receitas orçamentárias

Pertencem ao Estado

Integram o patrimônio público

Receitas orçamentárias

Aumentam o saldo financeiro

via de regra, estão previstas na


LOA

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Cuidado: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a
sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público.

Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público?


Tipo de receita
(critério incorreto) (critério correto)

Orçamentária Sim ou Não Sim

Extraorçamentária Não Não

Perceba que:

Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA

2. Etapas da receita pública

• Previsão
P

• Lançamento
L

• Arrecadação
A

• Recolhimento
R

Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento

3. Classificações da receita orçamentária


3.1. Classificação por Natureza de Receita

Qual foi acontecimento real (fato gerador) que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos?

• utilizada por todos os entes da Federação e


• visa identificar a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou
o ingresso da receita nos cofres públicos.

Mnemônico da nova estrutura de codificação (obrigatória para todos os entes a partir de 2018):

C O E DDDD T
Onde:
• C: categoria econômica;
• O: origem;
• E: espécie;
• D: desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita;
• T: tipo.

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Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas
entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres
públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos.

Órgão Órgão
A B

3.1.1. Categoria econômica


• Receitas Correntes (código 1); e
• Receitas de Capital (código 2).

As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras


do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉

Já as receitas de capital aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa


das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.

3.1.2. Origem
Detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a
identificar a procedência das receitas.

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Receitas correntes:

Tributa Con PAISTO


Onde:
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
Receitas de capital:

Opera Ali Amor e Transfere Outras


Onde:
• Opera: Operações de crédito;
• Ali: Alienação de bens;
• Amor: Amortização de empréstimos;
• Transfere: Transferências de capital;
• Outras: Outras receitas de capital.

3.1.3. Espécie
• Nível de classificação vinculado à origem
• Permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas

3.1.4. Desdobramento para identificação de peculiaridades da receita


• Finalidade: identificar peculiaridades de cada receita, caso seja necessário
• Podem ou não ser utilizados conforme a necessidade de especificação do recurso

3.1.5. Tipo
• último dígito na natureza de receita
• Finalidade: identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza
• Todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos mencionados, e as
arrecadações de cada recurso ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas
apenas no último dígito, conforme detalhamento a seguir:

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Observações:

Alienação de bens apreendidos ou caucionados = outras receitas correntes

Dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não
recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em processo regular, inscrito
pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.
A dívida ativa, portanto, pode ser:

• Tributária: crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a
tributos e respectivos adicionais e multas.
• Não tributária: os demais créditos da Fazenda Pública.

Receita de juros serão sempre consideradas como receitas correntes

Categoria
Juros recebidos Classificação
econômica

Juros de Aplicação financeira Receita Patrimonial Receita corrente

Juros associados a empréstimo Receita de serviços (Serviços e Atividades


Receita corrente
concedido Financeiras)

Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente

O Superávit do Orçamento Corrente não constituirá item de receita orçamentária, ou seja, não
será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital

3.2. Classificação quanto à procedência ou obrigatoriedade


• Receitas originárias: resultante da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos
usuários ou da cessão remunerada de bens e valores.
• Receitas DErivadas: são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade COercitiva, mediante
a arrecadação de tributos e multas.

De Co

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3.3. Classificação por fonte/destinação de recursos

Qual é fonte e a destinação dos recursos arrecadados?


• É obrigatória
• É utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas. Exerce um duplo papel no processo
orçamentário:

indica a destinação de recursos para a


para a receita realização de determinadas despesas
orçamentárias
Classificação por
fonte/destinação
identifica a origem dos recursos que
para a despesa
estão sendo utilizados

3.4. Classificação por identificador de resultado primário

A receita é entra no cálculo do resultado primário?


As receitas são classificadas como:
• Primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
• Financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.

Receitas Despesas Resultado


primárias primárias primário

3.5. Classificação institucional (quem?)

Quem está arrecadando receita?

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3.6. Classificação por esfera orçamentária (em qual orçamento?)

Em qual orçamento?

Código Classificação

10 Orçamento Fiscal (OF)

20 Orçamento da Seguridade Social (OSS)

30 Orçamento de Investimento (OI)

3.7. Classificação quanto ao impacto na situação patrimonial líquida

Houve alteração no patrimônio líquido?

Se a resposta for:

• Sim: trata-se de receita efetiva;


• Não: trata-se de receita não efetiva.
Portanto,

• Receita Orçamentária Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos não


foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
• Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos
foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes, como é o caso das operações de crédito.

Normalmente, as receitas correntes são receitas efetivas; e as receitas de capital são receitas não efetivas.
Mas Nem todas as receitas correntes são efetivas e nem todas as receitas de capital são não efetivas. Você
sempre tem que avaliar se houve impacto sobre o patrimônio líquido!
Exceções:

• transferências de capital, embora sejam receitas de capital, são receitas efetivas.


• inscrição em dívida ativa, embora seja receita corrente, é receita não efetiva.

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