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HITLER
ANTONY C. SUTTON
Finalmente, um estudioso penetrou no
acobertamento da falsidade, decepção e
duplicidade que por mais de trinta anos tem
protegido um dos mais incríveis segredos da
Segunda Guerra Mundial: o apoio de
financistas chaves de Wall Street e outros
banqueiros internacionais no subsídio da
ascensão de Hitler ao poder.
O Professor Antony C. Sutton prova que a
Segunda Guerra Mundial foi não somente
inevitável, como foi extremamente lucrativva −
para um seleto grupo de financistas insiders.
Cuidadosamente, traçando este muito bem
guardado segredo através de documentos
originais e testemunhas oculares, Sutton
conclusivamente estabelece sua tese: “A
contribuição feita pelo capitalismo americano
às preparações de guerra da Alemanha só
pode ser descrita como fenomenal. Ela foi
certamente crucial à capacidade militar da
Alemanha”.
E este diligente pesquisador continua: “Não foi
somente um setor influente dos negócios
americanos conhecedor da natureza do
Nazismo, mas para seus próprios objetivos
apoiaram o Nazismo sempre que possível (e
lucrativo) − com total conhecimento de que o
provável resultado seria guerra envolvendo a
Europa e os Estados Unidos.”
Aqui está o registro totalmente documentado
do papel de J. P. Morgan, T. W. Lamont, os
interesses de Rockefeller, General Electric
Company, Standard Oil, National City Bank,
os bancos Chase e Manhattan, Kuhn Loeb and
Company, General Motors, a Ford Motor
Company e outros bem sucedidos homens de
negócios elitistas, no apoio financeiro à mais
sangrenta e destrutiva guerra da história.
A publicação de Wall Street e a Ascensão de
Hitler, marca o término da trilogia do
Professor Sutton sobre o papel de insiders
americanos corporativos no financiamento do
socialismo internacional.
Seu novo livro por certo detonará inflamadas
negações e acalorados debates. Wall Street e a
Ascensão de Hitler torna todos os prévios livros
sobre Segunda Guerra Mundial obsoletos.
WALL STREET E A
ASCENSÃO DE HITLER
ANTONY C. SUTTON
Dedicatória
Dedicado à memória de Floyd Paxton − empreendedor,
inventor, escritor e Americano, o qual acreditava em, e
trabalhava para, os direitos individuais em uma
sociedade livre sob a Constituição.
CONTEÚDO
Prefácio....................................................................................................................
Introdução
Facetas Inexploradas do Nazismo...........................................................................
Capítulo 1
Wall Street Pavimenta o Caminho para Hitler........................................................
1924: O Plano Dawes...............................................................................................
1928: O Plano Young...............................................................................................
BIS − O Clímax do Controle..................................................................................
Construindo os Cartéis Alemães..............................................................................
Capítulo 2
O Império da IG Farben..........................................................................................
O Poder Econômico da IG Farben...........................................................................
Polindo a Imagem da IG Farben..............................................................................
A American IG Farben.............................................................................................
Capítulo 3
A General Electric Financia Hitler..........................................................................
A General Electric na Alemanha de Weimar...........................................................
A General Electric e o Financiamento de Hitler......................................................
Cooperação Técnica com a Krupp...........................................................................
AEG Evita Bombardeio na Segunda Guerra Mundial.............................................
Capítulo 4
A Standard Oil Abastece a Segunda Guerra Mundial.............................................
Chumbo Etílico para a Wermacht............................................................................
Standard Oil e a Borracha Sintética.........................................................................
Deutsche-Amerikanische Petroleum AG.................................................................
Capítulo 5
A ITT Trabalha para os Dois Lados da Guerra......................................................
O Barão Kurt von Schröder e a ITT.........................................................................
Westrick, Texaco e ITT...........................................................................................
A ITT em Tempo de Guerra na Alemanha..............................................................
Capítulo 6
Henry Ford e os Nazis..............................................................................................
Henry Ford: Primeiro Banqueiro Estrangeiro de Hitler...........................................
Henry Ford Recebe uma Medalha Nazi...................................................................
Ford Suporta o Esforço de Guerra Alemão..............................................................
Capítulo 7
Quem Financiou Adolf Hitler?................................................................................
Alguns Antigos Suportes de Hitler..........................................................................
Fritz Thyssen e a W. A. Harriman Company..........................................................
Fanciamento de Hitler nas Eleições de 1933...........................................................
As Contribuições Políticas de 1933.........................................................................
Capítulo 8
Putzi: Amigo de Hitler e de Roosevelt.....................................................................
O Papel de Putzi no Incêndio do Reichstag.............................................................
O New Deal de Roosevelt e a Nova Ordem de Hitler.............................................
Capítulo 9
Wall Street e o Círculo Interno Nazi........................................................................
O Círculo de Amigos da SS.....................................................................................
IG Farben e o Círculo Keppler................................................................................
Wall Street e o Círculo SS.......................................................................................
Capítulo 10
O Mito de “Sidney Warburg”..................................................................................
Quem foi “Sidney Warburg”?.................................................................................
Sinopse do Suprimido Livro “Warburg”.................................................................
Declaração Juramentada de James Paul Warburg...................................................
Algumas Conclusões sobre a Estória “Warburg”....................................................
Capítulo 11
Colaboração Wall Street-Nazi na Segunda Guerra Mundial..................................
American IG na Segunda Guerra Mundial..............................................................
Culpados por Crimes de Guerra?.............................................................................
Capítulo 12
Conclusões...............................................................................................................
A Dispersa Influência de Banqueiros Internacionais...............................................
São os Estados Unidos Dirigidos por Uma Elite Ditatorial?...
A Elite de Nova York como Força Subversiva........................................................
A Lenta Emergência da Verdade Revisionista.........................................................
Apêndice A
Programa do Nacional Socialismo Alemão.............................................................
Partido dos Trabalhadores........................................................................................
Apêndice B
Declaração Juramentada de Hjalmar Schacht........................................................
Apêndice C
Movvimentação da Conta “Nationale Treuhand”..................................................
Apêndice D
Carta do Departamento de Guerra dos Estados Unidos à Ethyl Corporation.......
Apêndice E
Ercerto do Diário de Morgenthau (Alemanha).......................................................
Notas .......................................................................................................................
Bibliografia..............................................................................................................
PREFÁCIO
Este é o terceiro e último volume de uma trilogia que descreve o papel de socialistas corporativos
americanos, conhecidos também por Elite Financista de Wall Street ou por Establishment Liberal da
Costa Leste (Eastern Liberal Establishment) em três significantes eventos históricos do século XX:
a Revolução de Lênin-Trotsky na Rússia em 1917, a eleição em 1933 de Franklin Delano Roosevelt
nos Estados Unidos e a subida ao poder em 1933 de Adolf Hitler na Alemanha.
Cada um destes eventos introduziu alguma variante de socialismo num grande país − Isto é,
socialismo Bolchevista na Rússia, socialismo New Deal nos Estados Unidos e Nacional-Socialismo
na Alemanha.
Trabalhos acadêmicos contemporâneos, talvez com a única exceção de Tragedy and Hope
(Tragédia e Esperança) de Carroll Quigley, ignoram esta evidência. Por outro lado, é
compreensível que universidades e organizações de pesquisa, dependentes de ajuda financeira por
parte de fundações controladas por esta mesma elite financista de Nova York, dificilmente
apoiariam e publicariam pesquisas sobre estes aspectos de políticas internacionais. Aos financistas
não é conveniente cortar a mão que alimenta suas organizações.
Está também eminentemente claro pela evidência mostrada nesta trilogia que, “homens de negócios
com espírito público” não viajam à Washington como lobistas e administradores com o propósito
de servir aos Estados Unidos. Eles estão em Washington para servir à maximização de seus próprios
lucros e interesses. Seus objetivos não são aumentar a competitividade, economia de livre mercado,
mas manipular um regime politizado, chame a isto o que quizer, para suas próprias vantagens.
É sobre a manipulação de negócios na ascensão de Hitler ao poder em março de 1933 o tópico deste
livro.
Antony C. Sutton
Julho de 1976
INTRODUÇÃO
FACETAS INEXPLORADAS DO NAZISMO
Desde o início dos anos 20, relatórios desprovidos de conteúdo têm circulado, com relação ao fato
de que não somente industriais alemães, mas também financistas de Wall Street, tiveram algum
papel na trama − possivelmente papel substancial − de ascensão de Hitler e do Nazismo. Este livro
apresenta evidências previamente não publicadas, uma grande quantidade de registros dos Tribunais
Militares de Nuremberg (Nuremberg Military Tribunals), que suportam esta hipótese. Contudo, o
impacto total desta evidência não pode ser visto pela leitura apenas deste livro. Dois livros prévios
desta série, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Wall Street e a Revolução Bolchevista) e Wall
Street and FDR (Wall Street e FDR) (FDR = Franklin Delano Roosevelt − N.T.), descreveram as
tramas das mesmas empresas, e sempre os mesmos indivíduos e seus membros diretores,
trabalhando duro na manipulação e assistência da Revolução Bolchevista na Rússia em 1917,
suportando Franklin Delano Roosevelt para a Presidência dos Estados Unidos em 1933, assim como
ajudando a ascensão de Hitler na Alemanha pré-guerra. Em resumo, este livro é parte de um estudo
mais extenso sobre a ascensão do moderno socialismo e do corporativismo socialista.
Este grupo politicamente ativo de Wall Street é mais ou menos o mesmo círculo elitista conhecido
geralmente entre os conservadores como “Establishment Liberal”, entre os liberais (por exemplo, G.
William Domhof) como “Classe Dirigente”, e entre os teóricos da conspiração como Gary Allen e
Dan Smoot como “Insiders (os que agem por dentro − N. T.)”. Mas qualquer que seja a forma pela
qual designemos este auto-perpétuo grupo elitista, é visível sua fundamental significância na
determinação dos relacionamentos mundiais, num nível muito escondido e acima daquele dos
políticos eleitos.
Este autor enquadra-se num campo diferente. Previamente acusado de ter sido excessivamente
crítico sobre o regime soviético e o socialismo doméstico (nos Estados Unidos − N. T.), ignorando
Wall Street and the Rise of Hitler (Wall Street e a Ascensão de Hitler), este livro, esperamos,
corrigirá um desequilíbrio filosófico incorreto e assumido, e enfatizará o real problema: qualquer
que seja a forma de designar sistema coletivista − nacionalismo soviético, socialismo New Deal,
socialismo corporativo, ou nacional-socialismo − é o cidadão médio, a pessoa comum, que
realmente perde para as pessoas que dirigem as operações do topo. Cada sistema em sua própria
forma é um sistema de pilhagem, um dispositivo organizacional para que cada um viva (ou tente
viver) às custas de outro, enquanto os líderes elitistas, os dirigentes e políticos, escalpelam a melhor
parte.
A trama desta elite de poder americana na ascensão de Hitler poderia também ser vista em conjunto
com um aspecto pouco conhecido do Hitlerismo, somente agora sendo explorado: as origens
místicas do Nazismo, e suas relações com a Sociedade Thule e com outros grupos conspiracionais.
Este autor não é especialista em ocultismo ou conspiração, mas é óbvio que as origens místicas, as
raízes históricas neo-pagâs do Nazismo, os Iluminados da Bavária (Bavarian Illuminati) e a
Sociedade Thule (Thule Society), são áreas relativamente desconhecidas a serem exploradas por
pesquizadores tecnicamente competentes. Alguma pesquisa já foi escrita em francês; provavelmente
a melhor introdução em inglês é a tradução de Hitler e la Tradicion Cathare (Hitler e a Tradição
Cátara) por Jean-Michel Angebert (Publicado em inglês como The Occult and the Third Reich –
The Mystical Origins of Naziism and the Search for the Holy Grail [O Ocultismo e o Terceiro
Reich-As Origens Místicas do Nazismmo e a Busca do Santo Graal], New York: The Macmillan
Company, 1974. Veja também de Reginald H. Phelps, Before Hitler Came: Thule Society and
Germanen Orden [Antes da Vinda de Hitler: Sociedade Thule e a Ordem Germânica] no Journal of
Modern History (Jornal de História Moderna), Setembro de 1963, No. 3).
Angebert revela a cruzada de 1933 do membro da Schutzstaffel [SS], Otto Hahn, na busca do Santo
Graal, o qual estava supostamente localizado na fortaleza cátara de Montesegur, no sul da França.
Os primeiros da hierarquia Nazi (Hitler e Himmler, como também Rudoph Hess e Rosenberg)
foram levados a uma teologia neo-pagã, em parte associada com a Sociedade Thule, cujos ideais
eram muito chegados aos daqueles dos Iluminados da Bavária. Esta foi uma força submersa
dirigindo ocultamente o Nazismo, com um poder místico muito seguro no coração da fé SS
(Schutzstaffel). Nossos historiadores contemporâneos do establishment, dificilmente mencionam
estas origens ocultas; consequentemente, eles perdem um elemento igualmente tão importante
quanto as origens financeiras do nacional-socialismo.
Em 1950, James Stuart Martin, publicou um livro muito lido, All Honorable Man (Todos os
Homens Respeitáveis), descrevendo suas experiências como Chefe da Seção Econômica de Guerra
(Chief of the Economic Warfare Section) do Departamento de Justiça, investigando a estrutura da
indústria Nazi. Martin declara que homens de negócios americanos e britânicos indicaram-se a si
mesmos para posições chaves nesta investigação pós-guerra para distrair, obstruir e camuflar a
investigação dos industriais Nazis e assim manter escondido seu próprio envolvimento. Um
funcionário britânico foi sentenciado por corte marcial à dois anos na cadeia, por proteger um Nazi,
e muitos oficiais americanos foram removidos de suas posições. Por que homens de negócios
americanos e britânicos queriam proteger homens de negócios Nazi? Em público eles
argumentaram que estes eram meramente homens de negócios alemães que não tinham nada a ver
com o regime Nazi e eram inocentes de cumplicidade nas conspirações Nazi. Martin não explora
estas explicações em profundidade, mas está obviamente insatisfeito e cético acerca do caso. A
evidência sugere que houve combinação de esforços não somente para proteger homens de negócios
Nazi, mas também para proteger elementos colaboradores dos negócios americanos e britânicos.
Os homens de negócios alemães poderiam ter revelado muitos fatos desconfortáveis. Por proteção,
em resposta, eles disseram muito pouco. Não é coincidência, indubitavelmente, que os industriais
de Hitler no julgamento de Nuremberg tenham recebido menos que uma algema no pulso. Nós
leventamos a questão, se não seria o caso do julgamento de Nuremberg não ter sido fiel à
Washington − com alguns proeminentes homens de negócios dos Estados Unidos assim como
homens de negócios Nazi atrás das grades.
Tanto mais eu acredito em paz como nossa melhor política, tanto menos eu posso evitar
os medos os quais Wilson enfatizou mais de uma vez em conversações comigo, em 15
de agosto de 1915 e depois: a quebra da democracia em toda a Europa será um desastre
para o povo. Mas o que pode você fazer? No presente momento, mais de uma centena de
corporações americanas têm subsidiárias aqui ou entendimentos corporativos. A DuPont
tem três aliadas na Alemanha que estão ajudando nos negócios de armamento. Sua aliada
chefe é a IG Farben Company, a qual é parte do governo e que doa 200.000 marcos por
ano para uma organização de propaganda que opera na opinião americana. A Standard
Oil Company (sub-companhia de Nova York) enviou dois milhões de dólares para cá em
dezembro de 1933 e tem feito envios de 500.000 dólares por ano na ajuda aos alemães na
fabricação de gás Ersatz com finalidades bélicas; mas a Standard Oil não pode retirar
seus lucros para fora do país exceto em mercadorias. Eles fazem pouco disto, relatam
seus investidores em casa, mas não explicam os fatos. O presidente da International
Harvester Company disse-me que seus negócios aqui cresceram 33% ao ano (manufatura
de armas, acredito eu), mas eles não podem retirar nada do país. Até mesmo nosso
pessoal de aviões tem arranjos secretos com a Krupp. A General Motors Company e
Ford fazem negócios enormes (sic) aqui, através de suas subsidiárias e não retiram
nenhum lucro para fora do país. Eu menciono estes fatos porque eles complicam as
coisas e aumentam o perigo de guerra.
Segundo, uma citação do diário do mesmo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha. O leitor
deve ter em mente que um representante da citada Vacuum Oil Company − assim como
representantes de outra firma americana Nazi-suportada − foram indicados para a Comissão de
Controle do pós-Guerra para desnazificar os Nazis:
E mais:
Estes homens estiveram fora do prédio antes do advogado vir novamente para relatar
suas dificuldades. Eu não pude fazer nada. Contudo, perguntei a ele: Por que a Standard
Oil Company of New Jersey enviou para cá em dezembro de 1933, 1 milhão de dólares
para ajudar os alemães na fabricação de gasolina derivada de carvão macio (betuminoso)
para emergências de guerra? Por que o pessoal da Interrnational Harvester continua a
fabricar na Alemanha quando suas companhias não retiram lucro do país e quando
falharam em coletar suas perdas de guerra? Ele entendeu minha dúvida e concordou que
parecia loucura e que aquilo somente significaria perdas maiores se outra guerra
terminasse perdida.
A aliança entre a força política Nazi e os “Big Business” americanos bem podem ter parecido
loucura para o embaixador Dodd e o procurador questionado por ele. Na prática, é claro, “Big
Business” pode ser qualquer coisa, menos loucura quando ele vem para promover seus próprios
interesses. Investimentos na Alemanha Nazi (similares a investimentos na União Soviética) foi um
reflexo de altas políticas, com muito mais do que lucros imediatos em jogo, mesmo que os lucros
não pudessem ser repatriados. Para rastrear estas “altas políticas”, tem-se que penetrar no controle
financeiro das corporações multi-nacionais, porque aqueles que controlam o fluxo financeiro, em
última análise controlam as políticas dia-a-dia.
Carrol Quigley tem mostrado que o clímax deste sistema de controle financeiro internacional antes
da Segunda Guerra Mundial era o Bank for International Settlements (Banco para Compensações
Internacionais), com representantes de firmas bancárias internacionais da Europa e dos Estados
Unidos, num arranjo que continuou através da Segunda Guerra Mundial. Durante o período Nazi, o
representante alemão no Bank for International Settlements era o gênio financeiro de Hitler e
presidente do Reichsbank (Banco do Reich), Hjalmar Horace Greeley Schacht.
O envolvimento de Wall Street com a Alemanha de Hitler nos mostra dois alemães com ligações
com Wall Street − Halmar Schacht e “Putzi” Hanfstaengl. Este último era amigo de Hitler e de
Roosevelt e teve papel suspeito e proeminente no incidente que levou Hitler ao pico do poder
ditatorial − o incêndio do Reichstag (Parlamento alemão − N. T.) em 1933.
A história anterior de Hjalmar Schacht, e em particular seu papel na União Soviética depois da
Revolução Bolchevista de 1917, foi descrito em meu livro anterior, Wall Street and the Bolshevik
Revolution (Wall Street e a Revolução Bolchevista). O pai de Schacht tinha trabalhado no escritório
de Berlim da Equitable Trust Company de Nova York no início do século XX. Hjalmar nasceu na
Alemanha ao invés de Nova York somente por causa da doença de sua mãe, que fez com que a
família retornasse para a Alemanha. O irmão, William Schacht, era cidadão nascido na América.
Para registrar a origem americana de Hjalmar Schacht, seu nome do meio era “Horace Greeley”, do
bem conhecido político democrata americano. Consequentemente Hjalmar falava inglês fluente e o
seu interrogatório de pós-guerra no Projeto Dustbin foi conduzido tanto em alemão quanto em
inglês. O fato importante é que a família Schacht tinha suas origens em Nova York, trabalhou para a
proeminente casa financeira Equitable Trust de Wall Street (a qual era controlada pela firma
Morgan), e durante sua vida, Hjalmar manteve estas conexões com Wall Street. Jornais e fontes
contemporâneas registram repetidos encontros com Owen Young da General Electric, Farish,
chairman da Standard Oil Company of New Jersey e suas contrapartes banqueiras. Em resumo,
Schacht era um membro da elite financeira internacional que manipulava seu poder por trás das
cenas através do aparato político de uma nação. Ele é a ligação chave entre a elite de Wall Street e o
círculo interno de Hitler.
Este livro é dividido em duas partes. A Parte 1 registra a construção dos cartéis alemães através dos
Planos Dawes e Young nos anos 20. Estes cartéis foram os principais apoios de Hitler e do
Nazismo, e foram diretamente responsáveis por levar os Nazistas ao poder em 1933. Os papéis da
American IG Farben, General Electric, Standard Oil Company of New Jersey, Ford e outras firmas
americanas é descrito. A Parte 2 apresenta a evidência documental completa conhecida sobre o
financiamento de Hitler, com reproduções fotográficas dos recibos de transferência bancária, usados
nas transferências de fundos da Farben, General Electric e outras firmas a Hitler, através de Hjalmar
Horace Greeley Schacht.
PARTE 1
WALL STREET CONSTRÓI A
INDÚSTRIA NAZI
CAPÍTULO 1
WALL STREET PAVIMENTA O CAMINHO PARA
HITLER
O Plano Dawes, adotado em agosto de 1924, encaixava-se perfeitamente nos planos do staff
geral alemão dos economistas militares.
Testemunho ante o Senado dos Estados Unidos, Comitê de Relações Militares (Committee on
Military Affairs ), 1946.
O Comitê Kilgore do Senado dos Estados Unidos de pós-Segunda Guerra Mundial ouviu detalhada
evidência dos funcionários do governo, de que,
...quando os Nazis assumiram o poder em 1933, viram que um longo caminho havia sido
percorrido desde 1918, na preparação da Alemanha para a guerra, do ponto de vista
econômico e industrial.
Esta construção para a guerra européia tanto antes quanto depois de 1933, foi em grande parte
devida a asistência financeira de Wall Street nos anos 20, para criar o sistema de cartel alemão, e
também a assistência técnica por parte de bem conhecidas firmas americanas, as quais serão
identificadas a seguir, para construir a Wehrmacht alemã. Mesmo que esta assistência técnica e
financeira seja tida como “acidental” ou devida a “curta visão” de homens de negócios americanos,
a evidência apresentada a seguir, sugere fortemente algum grau de premeditação por parte destes
financistas americanos. Similares e inaceitáveis desculpass de “acidente” foram feitas no caso de
financistas e industriais americanos, no semelhante exemplo de construção do poder militar da
União Soviética, de 1917 em diante. Ainda, estes mesmos capitalistas americanos, estavam
desejosos para financiar e subsidiar a União Soviética enquanto a guerra do Vietnã estava em
andamento, sabendo que os soviéticos estavam suprindo o outro lado.
A contribuição feita pelo capitalismo americano para a preparação de guerra da Aalemanha antes de
1940, pode somente ser descrita como fenomenal. Foi certamente crucial para a capacidade militar
alemã. Por exemplo, em 1934, a Alemanha produziu domesticamente 300.000 toneladas de
produtos derivados de petróleo natural e menos de 300.000 toneladas de gasolina sintética; a
diferença foi importada. Ainda, 10 anos depois, na Segunda Guerra Mundial, depois da
transferência pela Standard Oil Company of New Jersey das patentes e tecnologias de hidrogenação
para a IG Farben (usadas para produzir gasolina sintética derivada do carvão), a Alemanha produziu
cerca de 6 ½ milhões de toneladas de óleo --- das quais 85% (5 ½ milhões de toneladas) eram óleo
sintético usando o processo de hidrogenação da Standard Oil. Mais ainda, o controle da produção de
óleo sintético alemã estava nas mãos da subsidiária da IG Farben, a Braunkohle-Benzin AG, e este
próprio cartel Farben foi criado em 1926 com assistência financeira de Wall Street.
Por outro lado, a impressão geral deixada para o leitor, por historiadores modernos, é a de que esta
assistência técnica americana foi “acidental” e que industriais americanos eram inocentes pelo que
estavam fazendo de errado. Por exemplo, o Comitê Kilgore declarou:
Seguindo estas observações, que enfatizam a “acidental” natureza da assistência, tem sido concluído
por alguns escritorres acadêmicos, como Gabriel Kolko, que não é usualmente suporte de Big
Business, que:
É quase supérfluo indicar que os motivos das firmas americanas, restrito ao que diz
respeito a contratos com a Alemanha, não foram pró-Nazi, no mais podem ter sido.
A imprensa de negócios [nos Estados Unidos] estava consciente, de 1935 em diante, que
a prosperidade da Alemanha estava baseada em preparações de guerra. Mais importante,
estava consciente do fato de que a indústria alemã estava sob controle dos Nazis, e
estava sendo direcionada ao rearmamento alemão, e a firma mais freqüentemente
mencionada neste contexto era o gigante império químico IG Farben.
Ainda mais, a evidência apresentada a seguir, sugere que não somente um influente setor de
negócios da América estava consciente da natureza do Nazismo, mas, para suas próprias
finalidades, ajudaram o Nazismo sempre que possível (e lucrativo) --- com total conhecimento de
que o provável resultado poderia ser guerra envolvendo Europa e Estados Unidos. Como veremos,
as desculpas de inocência não se encaixam nos fatos.
O Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial, impôs uma carga muito pesada para a
Alemanha perdedora. Esta carga financeira − a causa real do descontentamento alemão que levou a
aceitação de Hitler − foi utilizada pelos banqueiros internacionais para seus próprios benefícios.
Nos Estados Unidos, a oportunidade para utilizar empréstimos lucrativos aos cartéis alemães, foi
apresentada pelo Plano Dawes e mais tarde pelo Plano Young. Ambos os planos foram engendrados
por banqueiros, os quais manipularam os comitês no sentido de obterem vantagens financeirras em
seus próprios benefícios, e ainda que, tecnicamente, os comitês não fossem indicados pelo governo
dos Estados Unidos, seus planos resultantes eram de fato aprovados e patrocinados pelo governo.
Entre 1924 e 1931, sob o Plano Dawes e o Plano Young, a Alemanha pagou aos Aliados cerca de 36
bilhões de marcos em reparações. Ao mesmo tempo, a Alemanha pediu emprestado, a vários países,
principalmente aos Estados Unidos, cerca de 33 bilhões de marcos − perfazendo então um pagamento
líquido de somente 3 bilhões de marcos em reparações. Conseqüentemente, o peso das reparações
monetárias da Alemanha aos Aliados, foi efetivamente pago por subscritores estrangeiros dos títulos
alemães, emitidos por casas financeiras de Wall Street − com lucros significativos, para elas próprias,
é claro. E, deve ser ainda observado, estas firmas eram de propriedade dos mesmos financistas os
quais periodicamente retiravam a cobertura bancária e forneciam-nas novamente, para com isto,
tornarem-se “influentes” no Estado. Com esta “influência”, eles formularam o Plano Dawes e o Plano
Young, para “resolver” o “problema” das reparações. Como banqueiros, eles flutuavam as taxas dos
empréstimos. Como Carroll Quigley mostra:
É importante notar, que este sistema foi montado pelos banqueiros internacionais, e que
os subseqüentes empréstimos de dinheiro de outras pessoas para a Alemanha, eram
muito lucrativos para estes banqueiros.
Quem eram os banqueiros internacionais de Nova York que formaram essas comissões de
reparações?
Os especialistas dos Estados Unidos, do Plano Dawes de 1924, foram os banqueiros Charles Dawes
e o representante de Morgan, Owen Young, que foi presidente da General Electric Company.
Dawes foi chairman do Comitê Aliado de especialistas em 1924. Em 1929, Owen Young tornou-se
chairman deste mesmo comitê, apoiado pelo próprio J. P. Morgan, com alternancia de T. W.
Lamont, parceiro de Morgan, e T. N. Perkins, banqueiro com associações com Morgan. Em outras
palavras, as delegações dos Estados Unidos eram pura e simplesmente, como Quigley mostrou,
delegações de J. P. Morgan, usando a autoridade e o selo dos Estados Unidos para promover planos
financeiros em seu próprio benefício. Como resultado, de acordo com Quigley, os banqueiros
internacionais sentaram-se no céu, sob uma chuva de pagamentos especiais e comissões.
Finalmente, os membros e conselheiros das comissões Dawes e Young, eram não somente
associados a casas financeiras de Nova York mas, como veremos mais tarde, eram diretores de
firmas dentro dos cartéis alemães que ajudaram Hitler a ganhar poder.
De acordo com o gênio das finanças de Hitler, Hjalmar Horace Greeley Schacht, e o industrial
Nazista Fritz Thyssen, foi o Plano Young de 1928 (sucessor do Plano Dawes), formulado pelo
agente de Morgan, Owen D. Young, que trouxe Hitler ao poder em 1933.
Fritz Thysen declara que:
A diferença entre o Plano Young e o Plano Dawes era que, enquanto o Plano Dawes requeria
pagamentos em bens produzidos na Alemanha financiados por empréstimos no exterior, o Plano
Young requeria pagamentos monetários e, “Em meu julgamento − escreveu Thyssen − o débito
financeiro assim criado seria pesado o suficiente para desmantelar toda a economia do Reich”.
O Plano Young foi acertadamente um dispositivo para ocupar toda a Alemanha com capital
americano, e deixar todas as propriedades da Alemanha presas por uma giganteasca alienação aos
Estados Unidos. É importante notar, que as firmas americanas com filiais na Alemanha escaparam
ao plano por meio de um dispositivo temporário de “propriedade externa”. Conseqüentemente, a
AEG (General Electric Alemã), filial da General Electric dos Estados Unidos, foi vendida para uma
companhia holding franco-belga e escapou das condições do Plano Young. Deve-se notar ainda que
Owen Young foi o principal suporte financeiro para Franklin Delano Roosevelt no risco União
Européia quando Roosevelt, como iniciante em Wall Street, aventurou-se em obter vantagens da
hiper-inflação da Alemanha em 1923. O risco da União Européia foi um veículo de especulação e
lucros sob a imposição do Plano Dawes, e é claramente evidente que investidores privados
(incluindo Franklin Delano Roosevelt) usaram o poder do Estado para satisfazer seus próprios
interesses manipulando a política externa.
Schacht, comparando, acusa Owen Young de responsável pela ascensão de Hitler, aproveitando-se
da situação obviamente, e esta comparação está registrada num relatório da Inteligência do governo
dos Estados Unidos, que relata o interrogatório do Dr. Fritz Thyssen em setembro de 1945:
Contudo, foi Schacht, e não Owen Young, que concebeu a idéia que mais tarde veio a ser o Banco
para Compensações Internacionais (Bank for International Settlements − BIS). Os detalhes deste
banco foram discutidos numa conferência presidida por Jackson Reynolds, “um dos maiores
banqueiros de Nova York” juntamente com Melvin Traylor do First National Bank of Chicago, Sir
Charles Addis, o primeiro homem da hierarquia do Hong Kong and Shanghai Banking Corporation
(HSBC), e vários outros banqueiros da França e Alemanha. O BIS (Bank for International
Settlements) foi essencial para o Plano Young como meio de fornecer um instrumento rápido para a
promoção de relações financeiras internacionais. De acordo com suas próprias declarações, Schacht
também deu a Owen Young a idéia, que mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, veio a ser
o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (International Bank for
Reconstruction and Development):
“Um banco deste tipo demandará cooperação financeira entre vencidos e vencedores que
levará à comunidade, interesses que redundarão em aumento de mútua confiança e
entendimento, conseqüentemente promovendo e assegurando a paz”.
Eu posso vivamente lembrar-me do ambiente no qual esta conversação teve lugar. Owen
Young estava sentado em sua cadeira de braço, bafejando seu cachimbo, suas pernas
esticadas, seus olhos fixos diretamente em mim. Como é meu hábito, quando propondo
tais argumentos, eu andava de um lado para o outro na sala. Quando terminei houve uma
breve pausa. Em seguida toda sua face brilhou e sua decisão foi dita com as seguintes
palavras: “Dr. Schacht, você me deu uma ótima idéia e vou vendê-la ao mundo”.
Esta troca de idéias e compreensão entre Hjalmar Schacht na Alemanha, e, através de Owen Young,
os interesses de J. P. Morgan em Nova York, foi somente uma faceta de um vasto e ambicioso sistema
de cooperação e aliança internacional para controle do mundo. Como descrito por Carroll Quigley,
este sistema era “... nada menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro, em mãos
privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo”.
Este sistema feudal funcionou nos anos 20, assim como funciona hoje, através de bancos centrais
privados em cada país, os quais controlam o suprimento de dinheiro nacional de economias
individuais. Nos anos 20 e 30, o sistema da Reserva Federal de Nova York, o Banco da Inglaterra, o
Reichsbank da Alemanha e o Banco da França, também mais ou menos influenciavam o aparato
político de seus respectivos países, indiretamente, através do controle do suprimento de dinheiro e a
criação do ambiente monetário. Influência mais direta era realizada suprindo fundos políticos para,
ou retirando os mesmos de, políticos e partidos políticos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o
Presidente Herbert Hoover expressou desaprovvação por sua derrota, indicando como causa a
retirada de apoio por parte de Wall Street e a mudança deste apoio para Franklin Delano Roosevelt.
O fato de que o Banco [BIS] possuía um verdadeiro staff internacional, tornou presente,
com certeza, uma situação altamente anômala em tempo de guerra. Um presidente
americano fazia transações de negócios diários do banco através de um gerente geral
francês, que tinha um assistente alemão, enquanto o secretário geral era italiano. Outras
nacionalidades ocupavam outros cargos. Estes homens estavam, é claro, em contato
pessoal diário uns com os outros. Exceto pelo Sr. Kittrick, eles estavam é claro, situados
permanentemente na Suíça durante este período e não era de se esperar que estivessem
sujeitos às ordens de seu governo em tempo algum. Contudo, os diretores do banco
permaneciam, é claro, em seus respectivos países e não tinham contato direto com o
pessoal do banco. Alega-se, contudo, que Hjalmar Schacht, presidente do Reichsbank,
mantinha um representante pessoal em Basle durante a maior parte deste tempo.
Foram tais reuniões secretas, “... reuniões mais secretas que as reuniões do Círculo Real
dos Maçons (Royal Ark Masons) ou as da Ordem Rosacruz (Rosacrucian Order)...” entre
os banqueiros centrais no “clímax” do controle, que tanto intrigou jornalistas
contemporâneos, embora eles rara e rapidamente penetrassem atrás da máscara de segredo.
Os três cartéis dominantes, as quantias tomadas emprestadas e o sindicato flutuante de Wall Street
que colocou os títilos alemães no mercado foram como segue:
Olhando todos os empréstimos emitidos, vemos que somente as grandes casas financeiras de Nova
York manipularam as finanças de reparações alemães. Três casas − Dillon, Read & Co.; Harris,
Forbes & Co. e National City Company − emitiram quase três quartos da quantia total de
empréstimos e recuperaram a maior parte de seus lucros:
Dentre os produtos que fizeram com que a IG Farben e a Vereinigte Stahlwerke trabalhassem em
colaboração mútua, estavam o betume de carvão e o nitrogênio químico, ambos de primeira
importância para a fabricação de explosivos. A IG Farben tinha uma posição no cartel que
assegurava domínio na fabricação e venda de nitrogênio químico, mas tinha apenas um por cento da
capacidade de produção de coque da Alemanha. Portanto um acordo foi feito sob o qual, as
subsidiárias de explosivos da IG Farben obtinham benzol, tolueno e outros produtos primários
derivados de betume de carvão nos termos estabelecidos pela Vereinigte Stahlwerke, enquanto as
subsidiárias de explosivos da Vereinigte Stahlwerke eram dependentes de seus nitratos nos termos
estabelecidos pela Farben. Sob este sistema de colaboração mútua e interdependência, os dois
cartéis, IG Farben e Vereinigte Stahlwerke, produziam 95% dos explosivos da Alemanha em 1937-
38 no início da Segunda Guerra Mundial. Esta produção devia-se à capacidade construída pelos
empréstimos americanos e em alguma extensão por tecnologia americana.
A cooperação IG Farben-Standard Oil para produção de óleo sintético derivado do carvão, deu ao
cartel da IG Farben o monopólio alemão na produção de gasolina durante a Segunda Guerra
Mundial. Em 1945, metade da gasolina alemã de alta octanagem era produzida diretamente pela IG
Farben e a maior parte do restante por suas companhias afiliadas.
Em resumo, em gasolina sintética e explosivos (dois dos mais básicos produtos da guerra moderna),
o controle da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, estava nas mãos de duas empresas
alemães combinadas, criadas por empréstimos de Wall Street sob o Plano Dawes.
Não obstante, a asistência americana ao esforço de guerra Nazi, estende-se à outras áreas. As duas
maiores produtoras de tanques de guerra da Alemanha de Hitler eram a Opel, uma subsidiária
totalmente pertencente a General Motors (controlada pela firma de J. P. Morgan), e a Ford AG,
subsidiária da Ford Motor Company de Detroit. Os Nazis autorizaram status de isenção de impostos
para a Opel em 1936, para facilitar a General Motors a expandir suas instalações de produção. Com
isto, a General Motors obrigatoriamente tinha que reinvestir os lucros resultantes na indústria
alemã. Henry Ford foi condecorado pelos Nazis por seus serviços ao Nazismo. A Alcoa e a Dow
Chemical, trabalharam juntas com a indústria Nazista fornecendo inúmeras transferências de suas
tecnologias domésticas americanas. A Bendix Aviation, da qual a empresa controlada por J. P.
Morgan, General Motors, possuía a maior quantidade de ações, supriu a Siemens & Halske AG na
Alemanha com dados sobre pilotos automáticos e instrumentação de aviação. Já em 1940, durante a
“guerra não oficial”, a Bendix Aviation forneceu dados técnicos completos a Robert Bosch para uso
em aviação e motores de arranque para motores diesel e recebeu pagamentos de royaltys como
retorno.
O cartel Farben data de 1925, quando o gênio organizador Hermann Schmitz (com assistência
financeira de Wall Street) criou o super-gigante empreendimento químico das seis companhias
químicas gigantescas já existentes na Alemanha − Badische Anilin, Bayer, Agfa, Hoechst, Weiler-
ter-Meer e Grieshein-Elektron. Estas companhias foram unidas para tornarem-se Internationale
Gesellschaft Farbenindustrie Aktien Gesellschaft − ou IG Farben AG abreviadammente. Vinte anos
depois, o mesmo Hermann Schmitz foi colocado no Julgamento de Nuremberg por crimes de guerra
cometidos pelo cartel IG Farben. Outros diretores da IG Farben foram também colocados no
Julgamento, mas os afiliados americanos da IG Farben e os diretores americanos da própria IG
foram rapidamente esquecidos; a verdade foi burlada nos arquivos.
São estas conexões com os Estados Unidos em Wall Street que nos interessa. Sem o capital
fornecido por Wall Street, em primeiro lugar, poderia não ter existido IG Farben e certamente nem
Adolf Hitler nem Segunda Guerra Mundial.
Os banqueiros alemães da Farben Aufsichsrat (a junta de diretores supervisora) no fim dos anos 20,
incluiram o banqueiro de Hamburgo Max Warburg, cujo irmão Paul Warburg foi o fundador do Sistema
da Reserva Federal (Federal Reserve System) dos Estados Unidos (Congresso dos Estados Unidos.
Senado. Audiências ante o Sub-comitê do Comitê de Assuntos Militares. Eliminação de Recursos
Alemães para a Guerra. Relatório de acordo com S. Res. 107 e 146, 2 de julho de 1945, Parte 7, [78º.
Congresso e 79º. Congresso], [Washington: Escritório de Impressão do Governo, 1945], daqui por diante
citado como Eliminação de Recursos Alemães) . Não coincidentemente, Paul Warburg estava também na
junta de diretoria da American IG Farben, subsidiária americana totalmente pertencente a Farben. Além de
Max Warburg e Hermann Schmitz, os cabeças da criação do império Farben, a antiga Farben Vorstand,
incluía Carl Bosch, Fritz ter Meer, Kurt Oppenheim e George von Schnitzler. Todos com exceção de Max
Warburg foram condenados por “crimes de guerra” depois da Segunda Guerra Mundial.
Em 1928, as holdings (matrizes − N. T.) americanas da IG Farben (i.e,a Bayer Company, General
Aniline Works, Agfa Ansco e Winthrop Chemical Company) foram organizadas em uma holding
suíça, a IG Chemie (Internationale Gesellschaft für Chemische Unternehmungen AG), controlada
pela IG Farben da Alemanha. No ano seguinte estas firmas americanas juntaram-se tornando-se
American IG Chemical Corporation, mais tarde renomeada para General Aniline & Film. Hermann
Schmitz, organizador da IG Farben em 1925, tornou-se proeminente Nazi e suporte de Hitler, assim
como chairman da suíça IG Chemie e presidente da American IG. Depois, ambos os complexos da
Farben, na Alemanha e nos Estados Unidos, desenvolveram-se como parte integral na formação e
operação da máquina de Estado Nazista, a Wehrmacht e a SS.
Observadores qualificados tem argumentado que a Alemanha poderia não ter ido à guerra em 1939 sem
a IG Farben. Entre 1927 e o início da Segunda Guerra Mundial, a IG Farben dobrou em tamanho, uma
expansão em grande parte possívvel pela assistência técnica americana e pela emissão de títulos no
mercado americano, como aquele de 30 milhões de dólares oferecido pelo National City Bank. Por volta
de 1939, a IG adquiriu participação e influência gerencial em cerca de outras 380 firmas alemães e mais
de 500 firmas estrangeiras. O império Farben possuía suas próprias minas de carvão, suas próprias
centrais elétricas, unidades de ferro e aço, bancos, unidades de pesquisa e numerosos empreendimentos
comerciais. Existiam mais de 2.000 acordos entre a IG e firmas estrangeiras − incluindo Standard Oil of
New Jersey, DuPont, Alcoa, Dow Chemical e outras nos Estados Unidos. A estória completa da IG
Farben e sua atividade mundial antes da Segunda Guerra Mundial nunca poderá ser conhecida, pois
arquivos-chave da Alemanha foram destruídos em 1945, em antecipação à vitória Aliada. Contudo, um
investigador de pós-guerra do Departamento de Guerra dos Estados Unidos concluiu que:
Sem as imensas facilidades produtivas da IG, suas intensas pesquisass e vastas ligações
internacionais, o prosseguimento da guerra pela Alemanha teria sido impensável e
impossível; a Farben não somente dirigiu suas energias no sentido de armar a Alemanha,
mas também concentrou-as no sentido de enfraquecer o inimigo, e esta dupla tentativa
de expandir o potencial alemão para a guerra e restringir o do resto do mundo, não foi
concebido e executado “pelos caminhos normais dos negócios”. A prova está fortemente
confirmando que os funcionários da IG Farben tinham total conhecimento do plano
alemão de conquista do mundo e de cada ato específico deslanchado depois...
Os diretores das firmas Farben (i.e., os “funcionários da IG Farben” referidos na invstigação) incluíam não
somente alemães, mas também proeminentes financistass americanos. Esta conclusão do relatório do
Departamento de Guerra dos Estados Unidos de 1943, foi de que os compromissos da IG de Hitler no
período pré-guerra foram para tornar a Alemanha auto-suficiente em borracha, gasolina, óleos lubrificantes,
magnésio, fibras, graxas, explosivos, etc. Para realizar plenamente esses compromissos, vastas somas foram
gastas pela IG em processos para extrair esses materiais de regiões nativas da Alemanha, ainda não
exploradas --- em particular os ricos recursos alemães de carvão. Quando esses processos eram impossíveis
de serem desenvolvidos na Alemanha, eram adquiridos fora do país por arranjos do cartel. Por exemplo, o
processo de iso-octana, essencial para combustível de aviação, foi obtido dos Estados Unidos:
De fato, inteiramente dos americanos, e ficou sendo conhecido para nós em detalhes os
seus vários estágios, através de nossos acordos com eles (Standard Oil of New Jersey), e
está sendo usado extensivamente por nós.
O processo para a fabricação de chumbo tetra-etílico, essencial para gasolina de aviação, foi obtido
dos Estados Unidos pela IG Farben, e em 1939, a IG comprou 20 milhões de dólares em gasolina de
aviação de alta qualidade da Standard Oil of New Jersey. Até antes da Alemanha fabricar chumbo
tetra-etílico pelo processo americano, ela foi capaz de tomar emprestado 500 toneladas da Ethyl
Corporation. Este empréstimo de chumbo tetra-etílico não foi devolvido, e a IG foi obrigada a pagar
o seguro de 1 milhão de dólares. Depois, a IG comprou grandes estoques de magnésio da Dow
Chemical para bombas incendiárias, e também, de fora do país, comprou explosivos para
mineração, estabilizantes, fósforo e cianetos.
Em 1939, dentre os 43 principais produtos fabricados pela IG, 28 eram de importância primária
para as Forças Armadas alemães. O controle da economia de guerra alemã pela Farben, adquirido
durante os anos 20 e 30 com assistência de Wall Street, pode ser melhor analisado pelo exame da
porcentagem de material de guerra alemão produzido pelas fábricas da Farben em 1943. A Farben
naquele tempo produzia 100% da borracha sintética alemã, 95% de gases tóxicos ou venenosos da
Alemanha (incluído todo o Ziklon B usado nos campos de concentração), 90% dos plásticos da
Alemanha, 88% do magnésio alemão, 84% dos explosivos alemães, 70% de explosivos para armas,
46% de gasolina de alta octanagem (aviação) e 33% de gasolina sintética alemã. (Veja Tabela 2-1 e
Gráfico 2-1)
O Dr. Von Schnitzler, da IG Farben Aufsichsrat, fez a seguinte declaração pertinente em 1943:
Não é exagero dizer que sem os serviços alemães de química realizados sob o Plano de
Quatro Anos, o prosseguimento da moderna guerra poderia ser impensável.
Infelizmente, quando provamos as origens técnicas dos mais importantes destes materiais militares
− desconsiderando-se o suporte financeiro a Hitler − encontramos canais ligados à indústrias
americanas e a homens de negócios americanos. Houvera numerosos arranjos da Farben com firmas
americanas, incluindo arranjos cartelizados de mercados, acordos de patentes e trocas de tecnologia
como exemplificado no caso mencionado acima de transferência de tecnologia da Standard Oil e
Ethyl. Estes arranjos foram usados pela IG para espalhar a política Nazi, coletar informações
estratégicas e consolidar seu cartel químico no mundo.
Um dos mais horrorosos aspectos do cartel da IG Farben, foi a invenção, produção e distribuição do
gás Ziklon B, usado nos campos de concentração Nazi. Ziklon B era puramente ácido prússico, um
tóxico letal produzido pela IG Farben Leverkusen e vendido pelos escritórios de vendas da Bayer,
através da Degesh, uma detentora independente de licença. As vendas de Ziklon B atingiam quase
três quartos dos negócios da Degesh; gás bastante para matar 200 milhões de seres humanos foram
produzidos e vendidos pela IG Farben. O relatório do Comitê Kilgore de 1942, torna claro que os
diretores da IG Farben tinham perfeito conhecimento dos campos de concentração nazistas e do uso
de produtos químicos da IG. Este conhecimento anterior torna-se significante quando mais tarde
consideramos o papel dos diretores americanos na subsidiária americana da IG. O interrogatório de
1945 do diretor da IG Farben, Schnitzler diz:
Pergunta: O que você fez quando eles lhe disseram que os produtos químicos da IG
estavam sendo usados para matar, para assassinar pessoas presas nos campos de
concentração?
R: Eu guardei isso para mim porque era terrível...Eu perguntei a Muller Cunradi “é do
seu conhecimento, e de Ambros, e de outros diretores em Auschwitz, que os gases e os
produtos químicos estão sendo usados para assassinar pessoas?”
Não houve nenhuma tentativa da IG Farben de parar a produção dos gases − a melhor maneira que
Von Schnitzler encontrou para expressar-se com respeito a vidas humanas foi, “porque era terrível”.
LUBRIFICANTE
GASOLINA DE
OCTANAGEM
EXPLOSIVOS
AVIAÇÃO DE
VENENOSOS
SULFÚRICO
BORRACHA
PLÁSTICOS
MAGNÉSIO
CORANTES
SINTÉTICA
METANOL
PÓLVORA
NÍQUEL
ÁCIDO
GASES
ÓLEO
ALTA
Com o estouro da guerra em 1939, os empregados da VOWI foram mandados para a Wehrmacht,
mas de fato, continuaram a realizar o mesmo trabalho como quando estavam nominalmente sob a
IG Farben. Um dos mais proeminentes nomes destes funcionários da Inteligência Farben da NW 7,
foi o príncipe Bernhard (Bernardo, consorte da rainha Juliana − N. T)) da Holanda, que juntou-se a
Farben no início dos anos 30 depois de completar um período de 18 meses de serviços em
uniformes negros SS (Conselho de Controle de Grupo dos Estados Unidos [Alemanha], Escritório
do Diretor de Inteligência, Relatório de Inteligência No. EF/ME/1, 4 de setembro de 1945).
O braço da malha de Inteligência da VOWI nos Estados Unidos, era a Chemnyco, Inc., de acordo
com o Departamento de Guerra.
Utilizando negócios normais para contato, a Chemnyco foi capaz de transmitir para a Alemanha,
tremendas quantidades de material, desde fotografias e diagramas (blueprints) até descrições
detalhadas de todas as instalações industriais.
O vice presidente da Chemnyco em Nova York, era Rudolph Ilgner, cidadão americano e irmão do diretor
da American IG Farben, Max Ilgner. Em resumo, a Farben operava a VOWI, a operação externa de
Inteligência Nazi, antes da Segunda Guerra Mundial e as operações da VOWI estavam associadas a
membros proeminentes do establishment de Wall Street, através da American IG Farben e Chemnyco, Inc.
O Departamento de Guerra dos Estados Unidos também acusou a IG Farben e suas associadas
americanas, de serem ponta-de-lança dos programas de guerra psicológica e econômica Nazi
através da disseminação de propaganda via agentes da Farben, espalhados pelo mundo, e de prover
intercâmbio externo para esta propaganda Nazi. Os arranjos do cartel da Farben promoveram a
economia de guerra Nazi --- sendo o melhor exemplo, a voluntária restrição da Standard Oil of New
Jersey, no desenvolvimento de borracha sintética nos Estados Unidos, por ordens da IG Farben.
Como foi colocado pelo relatório do Departamento de Guerra:
Em 1945, o Dr. Oskar Loehr, procurador chefe da IG “Tea Buro”, confirmou que a IG Farben e a
Standard Oil of New Jersey operavam um “plano pré-concebido” para suprimir o desenvolvimento
industrial de borracha sintética nos Estados Unidos, para vantagem da Wehrmacht alemã e
desvantagem dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
Resposta: Sim.
R; Sim.
P: Você estava presente na reunião de Hague quando o Sr. Howard (da Standard Oil)
esteve nela em 1939?
R: Não.
P: É verdade que o Sr. Howard nesta reunião falou para a IG que o desenvolvimento nos Estados
Unidos tinha atingido tal estado, que não seria por mais tempo possível para ele ocultar a
informação, com respeito aos processos de fabricação de buna das empresas americanas?
P: Foi esta, nesta reunião, a primeira vez que o Sr. Howard disse para a IG que as companhiass
americanas teriam de ser informadas com respeito aos processos, e que ele garantiu à IG que a
Standard Oil controlaria a indústria de borracha sintética nos Estados Unidos? Está correto?
A IG Farben era a maior credora da Alemanha no comércio exterior pré-guerra, e este comércio exterior
tornou possível para a Alemanha a compra de matérias primas estratégicas, equipamento militar,
processos técnicos e financiamento de seus programas externos de espionagem, propaganda e variadas
atividades políticas e militares precedentes a Segunda Guerra Mundial. Atuando como suporte do Estado
Nazi, a Farben ampliou seus horizontes em escala mundial, o qual mantinha relações estreitas com o
regime Nazi e a Wehrmacht. Um escritório de ligações ilícitas, o Vermittlungsstelle W, foi estabelecido
para manter ligações entre a IG Farben e o Ministério da Guerra alemão:
O objetivo deste trabalho é a construção de uma organização coesa para armamentos dentro da
IG, a qual poderia ser inserida sem dificuldades na existente organização da IG e em fábricas
individuais. No caso de guerra, a IG será tratada pelas autoridades ligadas as questões
armamentistas como uma grande fábrica, a qual, em suas tarefas armamentistas, tanto quanto
possível do ponto de vista técnico, regular-se-á por si mesma sem nenhuma influência
organizacional externa (o trabalho com este objetivo estava em princípio, em concordância
com o Ministério da Guerra Wehrwirtschaftsant) e, deste escritório, com o Ministério da
Economia. Ao campo de trabalho da Vermittlungsstelle W pertence, além de ajustes
organizacionais e planejamentos de longo prazo, a contínua colaboração com respeito a
armamento e questões técnicas com as autoridades do Reich e com os planos da IG.
A Kriegsspiele foi preparada pelo Sr. Ritter e pelo Dr. Eckell, depois, em parte pelo Dr.
von Brunning por ordens pessoais e de iniciativa própria do Dr. Krauch ou por ordem da
Força Aérea (Luftwaffe --- N. T.), mas não é conhecido por mim. As tarefas eram
parcialmente dadas pela Vermittlungsstelle W e parcialmente pelos escritórios da Força
Aérea. Um quantidade de oficiais de todos os grupos da Wehrmacht (Marinha, Força
Aérea e Exército) participaram destas Kriegsspiele.
Os lugares os quais fossem atingidos pelas bombas eram marcados num mapa da
instalação, de forma que pudesse ser assinalado quais as partes da instalação haviam sido
danificadas, por exemplo, um medidor de gás ou uma importante linha de produção. Tão
cedo o ataque terminasse, o gerenciador da instalação assinalava os danos, e relatava
qual parte da instalação deveria parar de trabalhar; depois eles relatavam qual o tempo
requerido para proceder ao reparo dos danos. Numa reunião posterior, as conseqüências
da Kriegsspiele eram decritas, e foi assinalado que, no caso de Leuna (Instalação), os
danos envolvidos foram consideravelmente altos; foi especialmente verificado, que
alterações na linha de produção deveriam ser feitas à considerável custo.
Conseqüentemente, durante os anos de 1930, a IG Farben fez mais do que somente concordar com
ordens do regime Nazi. A Farben foi uma iniciadora e operadora dos planos Nazistas para conquista do
mundo. A Farben atuou como uma organização de pesquisa e Inteligência para as Forças Armadas da
Alemanha e voluntariamente iniciou projetos da Wehrmacht. De fato, as Forças Armadas só raramente
tinham que se aproximar da Farben; é estimado que cerca de 40 a 50% dos projetos da Farben foram
iniciados pela própria Farben. Em resumo, nas palavras do Dr. Von Schnitzler:
Então, agindo como ela agiu, a IG assumiu uma grande responsabilidade e tornou-se de
substancial ajuda no domínio da química e decisiva na ajuda da política externa de
Hitler, a qual levou guerra e ruína à Alemanha. Então, devo concluir que a IG é
realmente responsável pela política de Hitler.
Este quadro miserável de preparação militar pré-guerra, foi conhecido em todo o mundo e teve que
ser vendido − ou maqueado − para o público americano de forma a facilitar para Wall Street o
levantamento de fundos e asistência técnica em defesa dos interesses da IG Farben nos Estados
Unidos. Uma proeminente firma de relações públicas foi escolhida para o trabalho de vender a
imagem da IG Farben, para combinar com a América. A mais notável firma de relações públicas
nos anos de 1920 e 1930 era a Ivy Lee & T. J. Ross de Nova York. A Ivy Lee tinha previamente
realizado a campanha de relações públicas para os Rockefeller, com o objetivo de tornar o nome
Rockefeller imaculado entre o público americano. Esta firma tinha também produzido um livro
escandaloso intitulado “URSS”, realizando a mesma tarefa de limpeza para a União Soviética −
mesmo enquanto os campos de trabalho estavam em pleno funcionamento nos anos 20 e 30.
De 1929 em diante, Ivy Lee tornou-se consultora de relações públicas para a IG Farben nos Estados
Unidos. Em 1934, Ivy Lee apresentou testemunho ao Comitê House de Atividades Anti-Americanas
sobre este assunto para a Farben. Lee testemunhou que a IG Farben era afiliada da American Farben e
“a American IG é uma companhia holding com diretores como Edsel Ford, Walter Teagle e um dos
funcionários do City Bank...”. Lee explicou que a ele era pago 25 mil dólares por ano por um contrato
feito com Max Ilgner da IG Farben. Seu trabalho era refutar as críticas contra a IG Farben dentro dos
Estados Unidos. O conselho dado por Ivy Lee para a Farben, sobre este problema foi bastante aceitável:
Em primeiro lugar, eu tinha dito para eles, que jamais no mundo poderiam ter o povo
americano reconciliado com o tratamento dispensado por eles aos judeus: que aquilo
estava fora da mentalidade americana e jamais poderia ser justificado perante a opinião
pública americana, e que não haveria efeito se fosse tentado.
Em segundo lugar, que qualquer coisa que cheirasse a propaganda Nazi neste país era
um erro, e passível de não ser aceito. Nosso povo olha isto como uma interferência em
assuntos de relações americanas, e isto era mau negócio.
O pagamento inicial de 4.500 dólares para Ivy Lee por este contrato foi feito por Hermann Schmitz,
chairman da IG Farben na Alemanha. Foi depositado no New York Trust Company sob o nome da
IG Chemie (ou seja, da IG suíça, como Ivy Lee determinou). Contudo, o segundo e maior
pagamento de 14.450 dólares foi feito por William von Rath da American IG e também depositado
por Ivy Lee no New York Trust Company, para crédito em sua conta pessoal (a conta da firma era
do Chase Bank). Este ponto, com respeito a origem dos fundos, é importante quando consideramos
a identidade dos diretores da American IG, porque pagamentos feitos pela American IG significava
que o volume dos fundos para propaganda Nazista não era de origem alemã. Eram fundos
americanos, adquiridos nos Estados Unidos e sob controle de diretores americanos, embora
usados para propaganda Nazista nos Estados Unidos.
Em outras palavras, muitas das propagandas Nazistas manipuladas por Ivy Lee não eram
importadas da Alemanha. A finalidade destes fundos americanos foi levantada em questão, pelo
Comitê House da Atividades Anti-Americanas:
Sr. Dickstein: Se eu o entendo, você testemunhou que não recebeu propaganda alguma, e
que não tinha nada a ver com a distribuição de propaganda neste país?
Sr. Lee: Eu não testemunhei que não recebi nada Sr. Dickstein.
Sr. Dickstein: Você recebeu, ou sua firma recebeu alguma literatura de propaganda, da
Alemanha, alguma vez?
Sr. Lee: Oh, temos recebido --- é uma questão de o que o senhor chama de propaganda.
Temos recebido uma imensa quantidade de literatura.
Sr. Dickstein: Você não sabe qual literatura era, e o que ela continha?
Sr. Lee: Temos recebido livros e panfletos além de reportagens de jornais e documentos
sem fim.
Sr. Dickstein: Posso assumir que alguém em seu escritório poderia ir além, e ver o que
eles eram?
Sr. Dickstein: E então, depois de você descobrir o que eles eram, posso assumir que você
manteve cópias deles?
Sr. Lee: Em alguns casos sim; noutros, não. A grande maioria deles, é claro, era em
alemão, e eu tinha os que o meu filho me enviou. Ele disse que eram interessantes e
significantes, e aqueles que eu traduzi, ou excertos deles o eram.
Finalmente, Ivy Lee empregou Burnham Carter para estudar relatórios de jornais americanos na
Alemanha e preparar respostas pró-Nazistas apropriadas. Seria de se observar que esta literatura
alemã não era literatura Farben, era literaturra oficial de Hitler:
Sr. Dickstein: Em outras palavras, você recebe este material que lida com condições
atuais da Alemanha. Você os examina e os aconselha. Eles não tem nada a ver com o
Governo alemão, embora o material, a literatura, seja literatura oficial do regime de
Hitler. Isto é correto, ou não?
Sr. Lee: Bem, uma boa parte da literatura não era oficial.
Sr. Dickstein: Você pode nos mostrar um fragmento de papel que veio parar aqui, o qual
tinha algum relacionamento com a IG?
Sr. Lee: Oh, sim. Eles requisitaram uma boa parte da literatura. Mas eu não quero me
evadir da questão. Não há qualquer dúvida de que sob a autoridade deles eu tenho
recebido uma imensa quantidade de material provinda de fontes oficiais e não oficiais.
Sr. Dickstein: Exatamente. Em outras palavras, o material que foi enviado para cá, pela IG,
era material de divulgação − poderíamos chamá-lo propaganda − por autorização do
Governo alemão. Mas a distinção que você fez em seu depoimento é, como eu entendo, de
que o Governo alemão não o enviou para você diretamente; que lhe foi enviado pela IG.
Sr. Dickstein: E aquilo não tinha nada a ver com as relações de negócios deles até agora.
AMERICAN IG FARBEN
Quem eram os proeminentes financistas do establishment de Wall Street que dirigiram as atividades
da American IG Farben, a IG Farben afiliada dos Estados Unidos, promotorra de propaganda Nazi?
Os diretores da American IG Farben incluiam alguns dos mais proeminentes membros de Wall
Street Os interesses alemães reentraram nos Estados Unidos depois da primeira Guerra Mundial, e
com sucesso sobrepassaram as barreiras construídas para manter a IG fora do mercado americano.
Nem a nacionalização de patentes alemães, nem o estabelecimento da Chemical Foundation
(Fundação de Química), nem as altas barreirras tarifárias foram de maior problema.
Por 1925, a General Dyestuff Corporation foi estabelecida como agente exclusivo de vendas de
produtos fabricados pela Gasselli Dyestuff (renomeada General Analine Works, Inc., em 1929)
e importada da Alemanha. As ações da General Analine Works foram transferidas em 1929
para a American IG Chemical Corporation e depois em 1939 para a General Analine & Film
Corporation, quando a American IG e a General Analine Works foram unidas. A American IG e
sua sucessora, General Analine & Film, são as unidades através da qual o controle do
empreendimento IG nos Estados Unidos era mantido. A autorização para lançamento de ações
da American IG foi para três milhões de ações ordinárias A e três milhões de ações ordinárias
B. Como retorno pelos interesses da General Analine Works e da Agfa-Ansco Corporation, a IG
Farben da Alemanha recebeu todas as ações B e 400.000 ações A. Trinta milhões de dólares em
títulos conversíveis foram vendidos para o público americano e garantidos pela IG Farben
alemã, que recebeu uma opção para a compra adicional de mais 1.000.000 das ações A.
A junta de diretores original incluia nove membros que eram, ou tinham sido, membros da junta da
IG Farben da Alemanha (Hermann Schmitz, Carl Bosch, Max Ilgner, Fritz ter Meer e Wilfred
Grief), ou tinham sido previamente empregados da IG Farben da Alemanha (Walter Duisberg,
Adolf Kuttroff, W. H. von Rath, Herman A. Metz). Herman A. Metz era cidadão americano, de
princípio político democrata e primeiro controlador da cidade de Nova York. Uma décima pessoa,
W. E. Weiss, tinha estado sob contrato da IG.
IG FARBEN
E
AMERICAN
IG
H. A. Metz
Paul M. Warburg Walter Teagle
Muitas observações básicas podem ser feitas a partir desta evidência. Primeiro, a junta da American
IG tinha três diretores do Federal Reserve Bank of New York, o mais influente dos vários bancos do
Federal Reserve. A American IG também tinha ligações com a Standard Oil of New Jersey, com a
Ford Motor Company, com o Bank of Manhattan (depois tornando-se Chase Manhattan) e com a
AEG (General Electric Alemã). Segundo, três membros da junta desta American IG foram
considerados culpados nos Julgamentos de Nuremberg por crimes de guerra. Estes eram alemães,
não os membros americanos. Dentre estes alemães estava Max Ilgner, diretor do escritório NW 7 da
IG Farben em Berlim, isto é, o escritório de Inteligência Nazi pré-guerra. Se os diretores de uma
corporação são coletivamente responsáveis pelas atividades da corporação, então, os diretores
americanos deveriam também ter sido colocados nos Julgamentos de Nuremberg, junto com os
diretores alemães --- isto é, se a finalidade dos Julgamentos era determinar culpados de guerra. Sem
dúvida, se a finalidade dos Julgamentos tinha sido de desviar a atenção do envolvimento americano
na ascensão de Hitler ao poder, eles saíram-se muito bem em tais objetivos”.
CAPÍTULO 3
GENERAL ELECTRIC FINANCIA HITLER
Dentre as anteriores medidas fascistas de Roosevelt estava o Ato de Recuperação Industrial
Nacional (National Industry Recovery Act --- NRA) de 16 de julho de 1933. A origem deste
esquema está se repetindo. Estas idéias foram sugeridas pela primeira vez por Gerard Swope
da General Electric Company... seguindo isto elas foram adotadas pela Câmara de Comércio
Americana (US Chamber of Commmerce)...
Herbert Hoover, As Memórias de Herbert Hoover; A Grande Depressão, 1929-1941, New York:
The Mcmillan Company, 1952 pg. 420
A gigantesca multinacional General Electric tem um papel sem paralelo na história do século XX.
Ela eletrificou a União Soviética nos anos de 1920 e 1930, e preencheu totalmente o ditado dos
Sovietes de Lênin de que “socialismo = eletrificação”. O Plano Swope criado por Gerard Swope,
presidente durante certo tempo da General Electric, tornou-se o New Deal de Franklin Delano
Roosevelt, por um processo deplorado pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover, e
descrito no livro Wall Street and FDR (Wall Street e FDR). Houve um duradouro e estreito
relacionamento entre Swope e Young da General Electric Company e a família Roosevelt, assim
também como entre a General Electric e a União Soviética. Em 1936, o Senador James A. Reed do
Missouri, anterior suporte de Roosevelt, tornou-se alerta com respeito às idéias liberais traidoras de
Roosevelt e atacou o programa New Deal de Roosevelt como sendo medida “tirânica” “levando ao
despotismo, [e] vista sob seus patrocinadores sob o choro comunista de ´Justiça Social`” . O
Senador Reed, depois acusou, dentro do Senado, Franklin Delano Roosevelt de ser “um homem
contratado pelos Royalistas econômicos” em Wall Street e que a família Roosevelt “é uma das
maiores detentoras de ações da General Electric Company”.
Como investigado, por trás das cenas, a história entre-guerras e a história de Hitler e o Nazismo,
encontramos ambos, Owen D. Young e Gerard Swope da General Electric ligados à ascensão do
Hitlerismo e a suspensão da democracia alemã. Os diretores da Generral Electric devem ser
colocados em cada uma das três distintas categorias históricas − isto é, o desenvolvimento da União
Soviética, a criação do New Deal de Roosevelt e a ascensão do Hitlerismo − sugerindo como os Big
Business estão intensamente interessados na socialização do mundo, para seus próprios propósitos e
objetivos, ao invés da manutenção do mercado imparcial numa sociedade livre. A General Electric
lucrou bastante com o Bolchevismo, com o socialismo New Deal de Roosevelt, e, como veremos
adiante, com o nacional socialismo da Alemamnha de Hitler.
Walter Rathenau era, até seu assassinato em 1922, diretor gerente da Allgemeine Elekricitäts
Gesellschaft (AEG), ou German General Electric (General Electric Alemã), e como Owen D.
Young e Gerard Swope, suas contrapartes nos Estados Unidos, foi proeminente advogado do
socialismo corporativo. Walter Rathenau discursou publicamente contra competição e livre
empresa. Por que? Porque ambos, Rathenau e Swope queriam proteção e cooperação do Estado para
seus próprios objetivos e lucros corporativos (mas, é claro, para ninguém mais). Rathenau
expressou sua defesa no The New Political Economy:
A nova economia não será, como temos visto, economia estatal ou governamental, mas
uma economia privada compromissada com o poder cívico da resolução, que certamente
requererá cooperação do Estado para consolidação orgânica para ultrapaçar fricções
internas e aumentar a produção e tolerância.
Quando colocamos em ordem o pomposo discurso de Rathenau, o mesmo significa que o poder do
Estado seria para estar disponível para firmas privadas para suas próprias finalidades corporativas,
isto é, o que é popularmente conhecido como nacional socialismo. Rathenau discursou
publicamente contra competição e livre empresa.
Owen D. Young da General Electric, foi um dos três delegados americanos para a reunião do Plano
Dawes de 1923 que estabeleceu o programa de reparações (reparações de guerra depois da
Primeirra Guerra Mundial − N. T.) alemão. E nos Planos Dawes e Young podemos ver como
algumas firmas privadas estiveram aptas a se beneficiar do poder do Estado. Os maiores
empréstimos de Wall Street para a Alemanha durante os anos 20 foram empréstimos de reparação;
em última análise foi o investidor americano que pagou as reparações alemães. A cartelização da
indústria elétrica alemã sob a AEG (assim como as indústrias químicas e de aço discutida nos
Capítulos 1 e 2) tornou-se possível graças a estes empréstimos de Wall Street:
Em 1928, nas reuniões de reparação do Plano Young, encontramos o presidente da General Electric,
Owen D. Young, na cadeira como chefe da delegação americana, indicado pelo governo dos
Estados Unidos para usar a força e prestígio do governo americano para decidir matéria de finanças
internacionais, aumentando os lucros de Wall Street e da General Electric. Em 1930, Owen D.
Young, de quem o nome do plano para a Alemanha provém, tornou-se chairman da junta da
General Electric Company na cidade de Nova York. Young era também chairman do Comitê
Executivo da Corporação Rádio da América (Radio Corporation of América − RCA) e diretor de
ambas, German General Electric (AEG) e Osram na Alemanha. Young também serviu nas juntas de
outras grandes corporações americanas, incluindo General Motors, NBC e RKO; ele foi participante
do conselho da junta de Conferência Industrial Nacional (National Industrial Conference Board),
diretor da Câmara de Comércio Internacional (International Chamber of Commerce), e
representante do chairman da junta do Banco da Reserva Federal de Nova York (Federal Reserve
Bank of New York).
Gerard Swope era presidente e diretor da General Electric Company assim como de companhias
francesas e alemães associadas, incluindo a AEG e a Osram na Alemanha. Swope foi também
diretor da General Electric Internacional (International General Electric − IGE) quando neste tempo
era refletido o controle de Morgan na companhia, e tanto Young quanto Swope eram geralmente
conhecidos como representantes de Morgan na junta da GE, que incluía Thomas Cochran, outro
parceiro na firma de J. P. Morgan. O diretor da General Electric, Clark Haynes Minor era presidente
da General Electric Internacional nos anos 20. Outro diretor foi Victor M. Cutter do First National
Bank of Boston e figura nas “revoluções de bananas” na América Central.
No final dos anos 20, Young, Swope e Minor, da General Eelectric Internacional, mudaram-se para
a indústria elétrica da Alemanha e ganharam, senão controle como alguns relatam, ao menos
substancial voz nas relações internas da AEG e Osram. Em julho de 1929, um acordo foi alcançado
entre a General Electric e as três firmas alemães − AEG, Siemens & Halske e Koppel and Company
− que entre elas, eram possuidoras de todas as ações da Osram, fabricante de lâmpadas. A General
Electric comprou 16 2/3 % das ações da Osram e alcançou um acordo conjunto para controle
internacional de produção e mercado de lâmpadas. Clark Minor e Gerard Swope tornaram-se
diretores da Osram.
Em julho de 1929, grande interesse foi demonstrado em rumores circulando por círculos financeiros
alemães, que a General Electric estava também comprando a AEG e que conversações para este fim
estavam em progresso entre AEG e GE. Em agosto foi confirmado que 14 milhões de marcos em
ações comuns da AEG eram para ser emitidos para a General Electric. Estas ações, adicionadas a
ações compradas no mercado aberto (Open Market), deram à General Electric 25% de participação
na AEG. Um estreito acordo de trabalho foi assinado entre as duas companhias, fornecendo à
companhia alemã tecnologia e patentes americanas. Foi enfatizado nas reportagens jornalísticas que
a AEG não teria participação na GE, mas por outro lado a GE poderia financiar a expansão da AEG
na Alemanha. A imprensa financeira alemã também divulgou que não haveria representação da
AEG na junta da GE nos Estados Unidos, mas que cinco americanos estavam agora na junta da
AEG. O Vossische Zeitung divulgou:
A indústria elétrica americana tem conquistado o mundo, e somente uns poucos bastiões
remanescentes opostos tem sido capazes de resistir ao assalto...
Por volta de 1930, sem conhecimento da imprensa financeira alemã, a General Electric tinha
similarmente ganho monopólio técnico efetivo da indústria elétrica soviética e estava prestes até a
penetrar nos bastiões remanescentes da Alemanha, particularmente o grupo Siemens. Em janeiro de
1930, três homens da GE foram eleitos para a junta da AEG − Clark H. Minor, Gerard Swope e E.
H. Baldwin − e a Generral Electric Internacional (IGE) continuou seu movimento para unir a
indústria elétrica mundial em um gigantesco cartel sob o controle de Wall Street.
Em fevereiro, a General Electric focalizou-se no remanescente gigante elétrico alemão, Siemens &
Halske, e enquanto apta a receber um grande bloco de debêntures emitidas em nome da firma alemã
pela Dilon, Read of New York, a GE não foi capaz de ganhar participação ou diretores na junta da
Siemens. Enquanto a imprensa alemã reconheceu este limitado controle como “um evento
econômico histórico de primeira grandeza e um importante passo em direção a um futuro cartel
elétrico mundial”, a Siemens reteve sua independência da General Electric − e esta independência é
importante para nossa história. O New York Times divulgou:
A imprensa inteira enfatiza o fato de que a Siemens, ao contrário da AEG, mantém sua
independência para o futuro e demonstra que nenhum representante da General Electric
sentará em sua junta de diretores.
Não há evidência de que a Siemens, tanto através da Siemens & Halske ou da Siemens-Schukert,
tenha participado diretamente do financiamento de Hitler. A Siemens contribuiu para Hitler
somente leve e indiretamente através da participação na Osram. Por outro lado, tanto AEG como
Osram financiaram diretamente Hitler através do fundo “Nationale Treuhand”, de formas
substanciais. A Siemens reteve sua independência nos idos de 1930, enquanto ambas, AEG e Osram
estavam sob domínio americano e com diretores americanos. Não há evidência de que a Siemens,
sem diretores americanos,tenha financiado Hitler. Por outro lado, temos evidências documentais
irrefutáveis de que tanto a German General Electric e a Osram, ambas com diretores americanos,
financiaram Hitler.
Nos meses seguintes à tentativa de Wall Street em tomar a Siemens, o padrão de desenvolvimento
de cartel mundial na indústria elétrica tornou-se claro: havia um fim na luta por patentes
internacionais, e a participação da GE na AEG aumentou para próximo de 30%.
Conseqüentemente, no início dos anos 30, enquanto Hitler preparava-se para assumir poder
ditatorial na Alemanha − suportado por alguns, mas de modo algum por todos industriais alemães e
americanos − a German General Electric (AEG) tornou-se propriedade da General Electric
Internacional (cerca de 30%), a Gesellschaft für Electrische Unternemungen (25%) e Ludwig Lowe
(25%). A General Electric Internacional tinha também participação de cerca de 16 2/3 na Osram, e
influência indireta adicional na Osram através de diretores da AEG na junta da AEG; aparte quatro
diretores americanos (Young, Swope, Minor e Baldwin), encontramos Pferdmenges da Oppenheim
& Co. (outro financiador de Hitler), e Quandt, que possuía 75% da Accumulatoren-Fabrik, o maior
financiador direto de Hitler. Em outras palavras, dentre os membros alemães da junta da AEG
encontramos representantes de várias das firmas alemães que financiaram Hitler nos anos 20 e 30.
A raiz central do moderno socialismo corporativo vai fundo no gerenciamento de duas corporações
multinacionais: General Electric Corporation nos Estados Unidos e suas associadas estrangeiras,
incluindo a German General Electric (AEG) e Osram na Alemanha. Temos notado que Gerard
Swope, segundo presidente e chairman da General Electric, e Walter Rathenau da AEG
promoveram idéias radicais para controle do Estado por interesses comerciais.
De 1915 em diante, a International General Electric (IGE) localizada na Broadway 120, na cidade
de Nova York, atuou como investidor estrangeiro, e como organização fabricante e de vendas para a
General Electric Company. A IGE agrega interesses em companhias estrangeiras de manufaturas
incluindo 25 a 30% de propriedade na German General Electric (AEG), mais a propriedade parcial
da Osram GmbH Kommanditgesellschaft, também em Berlim. Estas propriedades parciais deram a
International General Electric quatro diretores na junta da AEG, e outro diretor na Osram, e
influência significante nas políticas internas domésticas destas companhias alemães. A significância
desta General Electric é que a AEG e a Osram eram proeminentes fornecedoras de fundos para
Hitler em sua subida ao poder da Alemanha em 1933. Um recibo de transferência bancária datado
de 2 de março de 1933, da AEG para o Delbrück Schickler & Co., pede que 60.000 Reichsmark
sejam depositados na conta “Nationale Treuhand” (National Trusteeship) para uso de Hitler. Esta
transferência está reproduzida na página seguinte.
A IG Farben foi o mais importante dos suportes financeiros domésticos de Hitler, e (como
verificado em algum lugar) a IG Farben controlava a American IG. Mais ainda, vários diretores da
AEG estavam também na junta da IG Farben − isto é, Hermann Bucher, chairman da AEG, estava
na junta da IG Farben; do mesmo modo, os diretores da AEG, Julius Flechthein e Walter von Rath.
A IG Farben contribuiu com 30% do fundo National Trusteeship (ou tomada de poder) de Hitler.
A Osram Gesellschaft, na qual a International General Electric tinha 16 2/3 de participação direta,
também tinha dois diretores na junta da AEG: Paul Mamroth e Heinrich Pferls. A Osram contribuiu
com 40.000 RM diretamente ao fundo de Hitler. A Vereinigte Stahlwerke AG, pertencente a Otto
Wolff, recebedora de substanciais empréstimos de Nova York nos anos 20, tinha três diretores na
junta da AEG: Otto Wolff, Henry Nathan e Jacob Goldschmidt. Alfred Krupp von Bohlen, o único
proprietário da organização Krupp e antigo suporte de Hitler, era um membro da Aufsichsrat
(diretoria) da AEG. Robert Pferdmenges, membro do Círculo de Amigos de Himmler, era também
diretor da AEG.
Em outras palavras, quase todos os diretorees da German General Electric eram suportes financeiros
de Hitler e associados não somente com a AEG, mas com outras companhias financiadoras de
Hitler.
Walter Rathenau tornou-se diretor da AEG em 1899 e pelo início do século XX foi diretor de mais
de 100 corporações. Rathenau foi também autor do “Plano Rathenau”, que beirava estraordinária
semelhança ao “Plano Swope” − isto é, o New Deal de Franklin Delano Roosevelt, mas escrito por
Swope da GE. Em outras palavras, temos a extraordinária coincidência de que os autores dos
planos do tipo New Deal nos Estados Unidos e Alemanha foram também suportes primários de
seus implementadores: Hitler na Alemanha e Roosevelt nos Estados Unidos.
Swope foi chairman da junta da General Electric Corporation e da International General Electric.
Em 1932, os diretores americanos da AEG estavam proeminentemente conectados com círculos
banqueiros e políticos americanos como segue:
Em resumo, temos fortes evidências de autenticidade inquestionável para mostrar que a German
General Electric contribuiu com somas substanciais ao fundo político de Hitler. Houvera quatro
diretores americanos da AEG (Baldwin, Swope, Minor e Clark), a qual era 30% de propriedade da
International General Electric. Ainda mais, a IGE e os quatro diretores americanos eram os maiores
interessados individuais e consequentemente tinham a maior influência individual nas ações e
poilíticas da AEG. Mais ainda, quase todos os outros diretores da AEG eram ligados a firmas (IG
Farben, Accumulatoren Fabrik, etc.) que contribuíram diretamente − como firmas − para o fundo
político de Hitler. Contudo, somente os diretores da AEG foram colocados nos Julgamentos de
Nuremberg (Nuremberg Trials) em 1945.
A GENERAL ELECTRIC INTERNATIONAL E SUAS LIGAÇÕES AO FUNDO “NATIONALE
TREUHAND (REPRESENTAÇÃO NACIONAL)¨ ADMINISTRADO POR JHALMAR SCHACHT E
RUDOLF HESS
ACUMULATOREN
Completamente aparte da assistência financeira a Hitler, a General Electric estendeu sua assistência
aos esquemas de cartel com outro suporte de Hitler para seus benefícios mútuos e benefício do
Estado Nazista. A liga de tungstênio carbide (composto de carbono com certos elementos, incluindo
cálcio, magnésio, ferro, etc.− N. T.) é um exemplo desta cooperação GE-Nazi. Antes de novembro
de 1928, indústrias americanas tinham várias fontes tanto de tungstênio carbide como de
ferramentas e lâminas cortantes (usadas em prensas de corte − N. T.) contendo esta composição de
metal duro (carbide). Dentre estas fontes, estavam a Krupp Company of Essen, na Alemanha, e
duas firmas americanas para as quais a Krupp esteve depois transportando e vendendo, a Union
Wire Die Corporation e a Thomas Prosser & Son. Em 1928, a Krupp foi obrigada
compulsoriamente a autorizar licenças de patentes americanas que ela possuía, para a Firth-Sterling
Steel Company e para a Ludlum Steel Company. Antes de 1928, este tungstênio carbide para uso
em ferramentas e prensas eram vendidos nos Estados Unidos por cerca de 50 dólares a libra.
O primeiro passo neste acordo de cartel, foi dado pela Carboloy Company, Inc., incorporada com a
finalidade de exploração de tungstênio carbide. O preço dos anos 20 de cerca de 50 dólares a libra
foi elevado pela Carboloy para 453 dólares a libra. Obviamente, nenhuma firma pôde vender
grandes quantidades de tungstênio carbide nesta faixa de preço, mas o preço aumentaria os lucros
da GE. Em 1934, a General Electric e a Carboloy estavam também aptas a receber, por compra, a
licença autorizada pela Krupp à Ludlum Steel Company, eliminando assim um competidor. Em
1936, a Krupp foi induzida a parar com posteriores exportações para os Estados Unidos. Parte do
preço pago pela eliminação do mercado americano do tungstênio carbide fabricado no exterior, foi
o entendimento recíproco de que a General Electric e a Carboloy não exportariam para a Alemanha.
Assim, essas companhias americanas deram-se as mãos por contrato, ou permitiram que a Krupp
desse também suas mãos, e negaram mercados externos para a indústria americana. A Carboloy
Company depois adquiriu os negócios da Thomas Prosser & Son, e em 1937, por aproximadamente
1 milhão de dólares, adquiriu o competidor negócio da Union Wire Die Corporation. Por recusa de
venda, a Krupp cooperou com a General Electric e com a Carboloy persuadindo a venda da Union
Wire Die Corporation.
Licenças para fabricação de tungstênio carbide foram depois recusadas. Um pedido para licença da
Crucible Steel Company foi recusado em 1936. Um pedido da Chrysler Corporation para licença foi
recusado em 1938. Uma licença da Tripplet Electrical Instrument Company foi recusada em 25 de
abril de 1940. Uma licença foi também recusada para a General Cable Company. A Ford Motor
Company por vários anos expressou forte oposição à política de alto preço praticada pela Carboloy
Company, e em determinado ponto fez um pedido para direito de fabricação para seu próprio uso.
Este foi recusado. Como resultado destas táticas, a General Electric e sua subsidiária Carboloy
emergiram em 1936 e 1937 com virtualmente completo monopólio de tungstênio carbide nos
Estados Unidos.
Resumindo, a General Electric − com a cooperação de outro suporte de Hitler, a Krupp − obteve
para a General Electric o monopólio nos Estados Unidos do tungstênio carbide. Assim, quando a
Segunda Guerra Mundial começou, a General Electric tinha o monopólio ao preço estabelecido de
450 dólares a libra − quase 10 vezes mais que o preço de 1928 − e o uso nos Estados Unidos tinha
sido correspondentemente restringido.
Por volta de 1939 a indústria elétrica alemã tinha se tornado estreitamente ligada a duas firmas
americanas: International General Electric e International Telephone and Telegraph. As maiores
firmas de produção elétrica na Alemanha e suas ligações listadas em ordem de importância foram:
Firma e Tipo de produção % da produção alemã em 1939 Firma americana afiliada
Em outras palavras, em 1939 a indústria de equipamentos elétricos alemã estava concentrada em algumas
poucas corporações ligadas a um cartel internacional e por um estoque acionário de propriedade das duas
maiores corporações americanas. Este complexo industrial jamais foi alvo primário de bombardeio na
Segunda Guerra Mundial. As instalações da AEG e da ITT foram atingidas somente incidentalmente em
ataques relâmpagos na região, mas raramente. As instalações de equipamento elétrico bombardeadas
como alvo, eram aquelas não ligadas às firmas americanas. Foram a Brown Boveri em Mannheim e a
Siemenstadt, em Berlim − as quais não estavam ligadas aos Estados Unidos − que foram bombardeadas.
Como resultado, a produção alemã de equipamento elétrico de guerra ficou ilesa durante a Segunda
Guerra Mundial, cujo pico foi em 1944. De acordo com os relatórios da Informação Estratégica de
Bombardeio dos Estados Unidos (US Strategic Bombing Survey), “na opinião dos assistentes de Speer e
funcionários das instalações, o esforço de guerra na Alemanha nunca foi prejudicado de qualquer maneira
importante por qualquer deficiência de fornecimento de equipamento elétrico”.
Os danos físicos por bombardeio desta instalação foram insignificantes. Nenhum dano sério ocorreu
até os ataques de 20 e 21 de fevereiro de 1945, perto do fim da guerra, e ainda, a proteção foi muito
bem desenvolvida. Ataques durante os quais bombas acertaram a área da instalação e danos triviais
são listados como segue:
Outro exemplo de uma instalação da German General Electric não bombardeada é a AEG de
Koppelsdorf, que produzia radares e antenas. Outra instalação da AEG que não foi bombardeada e
sua produção de equipamentos de guerra que também não, foram as que seguem:
A indústria nunca tem sido atacada como sistema de alvo básico, mas poucas
instalações, isto é, Brown Boveri, em Mannheim, Bosch em Stuutgart e Siemenstadt em
Berlim, tem sido objetivo de ataques precisos; muitas outras foram atingidas em áreas
de ataque.
No final da Segunda Guerra Mundial um time de investigadores aliados conhecido como FIAT foi
enviado para examinar os danos por bombardeio sobre instalações da indústria elétrica alemã. O
time foi composto por Alexander G. P. E. Sanders da International Telephone and Telegraph de
Nova York, Whitworth Ferguson da Ferguson Electric Company, Nova York, e Erich J. B da
Westinghouse Electric. Embora o objetivo estabelecido destes times fosse examinar os efeitos do
bombardeio aliado em alvos alemães, o objetivo deste particular time era o de colocar a indústria de
equipamentos elétricos alemã novamente em produção o mais rápido possível. Whitworth Ferguson
escreveu um relatório datado de 31 de março de 1945, sobre a AEG Ostlandwerke e concluiu, “esta
instalação está disponível para produção imediata de peças de metal fino e peças”.
Para concluir, descobrimos que ambos, Rathenau da AEG e Swope da General Electric nos Estados
Unidos tinham idéias similares sobre colocar o Estado para trabalhar para seus próprios fins
corporativos. A General Electric foi proeminente no financiamento de Hitler, e lucrou bastante com
produção de guerrra − e ainda é gerenciada, para escapar de bombardeio na Segunda Guerra
Mundial. Obviamente, a história brevemente descrita aqui merece a mais absoluta − e oficial −
investigação.
CAPÍTULO 4
STANDARD OIL ABASTECE A SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL
Em dois anos a Alemanha estará fabricando óleo e gas suficiente, derivado de carvão macio,
para uma longa guerra. A Standard Oil of New Jersey está fornecendo milhões de dólares
como ajuda..
O grupo de companhias da Standard Oil, do qual a família Rockefeller era proprietária de um quarto
das ações e controle (em 1935, John D. Rockefeller Jr., era proprietáro de 45 milhões de dólares na
Standard Oil of New Jersey, Standard Oil of Califórnia, e Scony-Vacuum Company, New York
Times, 10 de janeiro de 1935), serviu de assistência crítica ajudando a Alemanha nazista a preparar
a Segunda Guerra Mundial. Esta assistência em preparação militar, tornou-se necessária por causa
da relativa insignificância da Alemanha no suprimento de óleo cru que era insuficiente para uma
moderna guerra mecanizada; em 1934 por exemplo, cerca de 85% de produtos derivados de
petróleo eram importados. A solução adotada pela Alemanha nazista foi fabricar gasolina sintética a
partir de suas minas domésticas de carvão. Foi o processo de hidrogenização para produção de
gasolina sintética e propriedades de iso-octanagem de gasolina que capacitaram a Alemanha a ir
para a guerra em 1940 − e este processo de hidrogenização foi desenvolvido e financiado pelos
laboratórios da Standard Oil nos Estados Unidos, em parceria com a IG Farben.
Evidência apresentada aos Comitês Truman, Bone e Kilgore, depois da Segunda Guerra Mundial,
confirmaram que a Standard Oil tinha ao mesmo tempo “arriscado seriamente as preparações de
guerra dos Estados Unidos”. Evidência documental foi apresentada aos três comitês congressuais de
que antes da Segunda Guerra Mundial a Standard Oil tinha concordado com a IG Farben, no
chamado “Acordo Jasco”, que borracha sintética estava dentro da esfera de influência da IG Farben,
enquanto a Standard Oil teria o monopólio absoluto nos Estados Unidos somente se, e quando
Farben autorizasse o desenvolvimento da borracha sintética nos Estados Unidos:
Lamentavelmente, os comitês congressuais não exploraram um aspecto muito mais ominoso deste
conluio Standard Oil-IG Farben: que durante este tempo, diretores da Standard Oil of New Jersey
tinham não somente estratégicas afiliações de guerra com a IG Farben, como tinham também outras
ligações com a Alemanha de Hitler − indo ao ponto de contribuições, através de companhias
subsidiárias alemães, ao fundo pessoal de Heinrich Himmler e a membros do “Círculo de Amigos
de Himmler (Himmler Circle`s of Friends)” até 1944.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Standard Oil of New Jersey foi acusada de traição por esta
aliança pré-guerra com a Farben, mesmo enquanto a continuação de atividades em tempo de guerra
dentro do Círculo de Amigos de Himmler era desconhecida. As acusações de traição foram
vementemente refutadas pela Standard Oil. Uma das maiores defesas foi publicada por R. T.
Haslam, um diretor da Standard Oil of New Jersey, no The Petroleum Times (25 de dezembro de
1943), e entitulada “Secrets Turned Into Mighty War Weapons Through IG Farben Agreement
(Segredos Viraram Poderosas Armas de Guerra Através de Acordo IG Farben)”. Isto foi uma
tentativa de virar as mesas e apresentar o conluio pré-guerra como vantajoso para os Estados
Unidos.
Ainda que possam ter sido lembranças e rápida defesa recolhidas do tempo de guerra da Standard
Oil, as negociações e contratos de 1929 entre Standard e IG Farben foram gravadas na imprensa
contemporânea e descreve acordos entre Standard Oil of New Jersey e IG Farben, e seu objetivo.
Em abril de 1929, Walter C. Teagle, presidentte da Standard Oil of New Jersey, tornou-se diretor da
nova organizada American IG Farben. Não porque Teagle estivesse interessado na indústria
química, mas porque,
Foi anunciado por Teagle que trabalho de pesquisa conjunto sobre produção de óleo derivado de
carvão, tem sido realizado por algum tempo e que um laboratório de pesquisa para este trabalho
seria para ser estabelecido nos Estados Unidos. Em novembro de 1929 este laboratório conjunto de
propriedade Standard-Farben foi estabelecido sob gerenciamento da Standard Oil Company of New
Jersey, e todas as pesquisas e patentes relativas a produção de óleo derivado de carvão detidas por
ambas IG e Standard seriam unidas. Previamente, durante o período 1926-1929, as duas
companhias tinham cooperado no desenvolvimento do processo de hidrogenização, e plantas
experimentais haviam sido colocadas em operação tanto na Alemanha quanto nos Estados Unidos.
Foi proposto agora construir novas plantas nos Estados Unidos em Bayway, Nova Jersey, e em
Baytown, Texas, além da expansão da planta experimental anterior em Baton Rouge. A Standard
anunciou:
...A importância do novo contrato no que se refere a este país, reside no fato de que ele
garante que o processo de hidrogenização poderia ser desenvolvido comercialmente
neste país sob a direção de interesses americanos de óleo.
A maioria das ações da companhia de pesquisa ficou como propriedade da Standard Oil. O trabalho
técnico, o trabalho de desenvolvimento do processo e a construção de três novas plantas de
conversão óleo-em-carvão foi colocada nas mãos da Standard Oil Development Company, a
subsidiária técnica da Standard Oil. Está claro por estas reportagens contemporâneas que o trabalho
de desenvolvimento sobre óleo-de-carvão ficou como responsabilidade da Standard Oil of New
Jersey dentro dos Estados Unidos, em plantas da Standard Oil e com financiamento majoritário e
controle da Standard. Os resultados desta pesquisa ficavam disponíveis para a IG Farben e
tornavam-se a base para o desenvolvimento do programa óleo-de-carvão de Hitler o qual tornou a
Segunda Guerra Mundial possível.
Pouco antes da guerra, um novo método para a produção de iso-octana foi encontrado na
América − alkylation com isomerização como passo preliminar. Este processo, que o Sr.
Haslam não menciona ao todo, originou-se, de fato, inteiramente com os americanos e
tornou-se conhecido para nós em detalhes, em seus estágios separados através de nossos
acordos com eles, e vem sendo usados extensivamente por nós.
Sobre tolueno, IG Farben aponta uma factual falta de exatidão no artigo de Haslam: tolueno não era
produzido por hidrogenização nos Estados Unidos, como declarado pelo Professor Haslam. No caso
do oppanol, o memo da IG chama a informação de Haslam de “incompleta” e por mais que a buna
seja mencionada, “nós nunca demos informação técnica aos americanos, tão pouco cooperação
técnica no campo da buna teve lugar”. Mais importante, o memo Farbem vai além, para descrever
alguns produtos não citados por Haslam em seu artigo:
Outro ótimo exemplo de assistência da Standard Oil à Alemanha nazista − em cooperação com a
General Motors − foi o suprimento de chumbo etílico. O fluido etílico é um composto anti-
detonante (detonação, por exemplo, em automóvel é vulgarmente conhecido como “bater pino” −
N. T.) usado tanto em aviação quanto em automóveis à gasolina para eliminar a detonação, e assim
aumentando a eficiência do motor; sem tal composto anti-detonante a moderna guerra automotiva
seria impraticável.
Em 1924, a Ethyl Gasoline Corporation foi criada na cidade de Nova York, sendo possuída
conjuntamente pela Standard Oil Company of New Jersey e General Motors Company, para
controlar e utilizar patentes americanas na fabricação e distribuição de chumbo tetraetílico e fluido
etílico (radical univalente C2H5 = álcool etílico = C2H5OH − N. T.) nos Estados Unidos e
estrangeiro. Até 1935 a fabricação destes produtos era feita somente nos Estados Unidos. Em 1935
a Ethyl Gasoline Corporation transferiu seu know-how à Alemanha para uso no programa de
rearmamento alemão. Esta transferência foi feita sob protestos do governo dos Estados Unidos.
A intenção da Ethyl em transferir sua tecnologia anti-detonante para a Alemanha nazista chegou ao
conhecimento da Força Aérea do Exército (Army Air Corps) em Washington, DC. Em 15 de
dezembro de 1934, E. W. Webb, presidente da Ethyl Gasoline, foi avisado de que Washington tinha
sabido da intenção de “formação de uma companhia alemã com a IG Farben para fabricar chumbo
etílico naquele país”. O Departamento de Guerra disse que havia considerável crítica com respeito à
transferência desta tecnologia, que poderia ter “graves repercuções” para os Estados Unidos; que a
demanda comercial de chumbo etílico na Alemanha era muito pequena para ser de interesse; e,
...tem sido declarado que a Alemanha está armando-se secretamente [e] chumbo etílico
poderia sem dúvida alguma ser de valorosa ajuda para a aviação militar.
A Ethyl Company foi depois avisada pela Força Aérea do Exército (Army Air Corps) de que “sob
condições algumas poderia você ou a junta de diretores da Ethyl Gasoline Corporation fornecer
qualquer segredo ou ´Know-How` com relação a fabricação de chumbo tetraetílico à Alemanha”.
Em 12 de janeiro de 1935, Webb enviou ao chefe do Army Air Corps uma “declaração de fatos”, a
qual foi com efeito, uma proibbição de que tal conhecimento tecnológico fosse transferido; ele
recomendou que tal cláusula fosse inserida no contrato para garantia contra tal transferência.
Contudo, contrariamente a recomendação do Army Air Corps, a Ethyl subsequentemente assinou
acordo de produção conjunta com a IG Farben na Alemanha para formar a Ethyl GmbH e com a
Montecatini na Itália fascista para o mesmo propósito.
Desde o nício da guerra nós nos encontramos em posição de produzir chumbo tetraetílico
sozinhos porque, pouco tempo antes do início da guerra, os americanos estabeleceram
plantas para nós, prontas para a produção e nos supriram com toda a experiência
disponível. Desta maneira nós não tivemos necessidade de realizar o trabalho difícil de
desenvolvimento, porque nos foi possível iniciar a produção imediatamentte com base
em toda a experiência que os americanos haviam tido por anos.
Em 1938, pouco antes do início da guerra na Europa, a Luftwaffe (Força Aérea Alemã) alemã teve
necessidade urgente de 500 toneladas de chumbo tetraetílico. A Ethyl foi avisada por um
funcionário da DuPont que tais quantidades seriam usadas pela Alemanha para finalidades
militares. Estas 500 toneladas foram emprestadas pela Ethyl Export Corporation of New York para
a Ethyl GmbH da Alemanha, em uma transação arranjada pelo Ministro de Aeronáutica do Reich
(Reih Air Ministry, Hermann Goering − N. T.) com o diretor da IG Farben, Mueller-Cunradi. O
seguro colateral (garantia sobre o empréstimo − N. T.) foi arranjado por uma carta datada de 21 de
setembro de 1938, através da Brown Brothers, Harriman & Co. de Nova York (empresa de William
Averel Harriman e dirigida por Prescott Bush, avô de George Herbert Walker Bush, ex-presidente
dos Estados Unidos − N. T.) .
A transferência de tecnologia de etil para a máquina de guerra nazista foi repetida no caso da
borracha sintética. Não há dúvidas de que a habilidade da Wehrmacht (Forças Armadas) alemã em
lutar na Segunda Guerra Mundial dependeu da borracha sintética − assim como petróleo sintético −
porque a Alemanha não possuía borracha natural, e a guerra poderia ser impossível sem a produção
de borracha sintética da Farben. A Farben detinha virtual monopólio neste campo e o programa para
produzir as grandes quantidades necessárias foi financiado pelo Reich:
O volume da produção planejada neste campo foi muito além das necessidades da
economia em tempo de paz. Os elevadíssimos custos envolvidos eram consistentes
somente com objetivos militares no qual a necessidade de auto-suficiência sem levar em
conta o custo, foi decisiva.
Assim como na transferência de tecnologia de etil, a Standard Oil of New Jersey estava
intimamente associada com a borracha sintética da IG Farben. Uma série de acordos conjuntos entre
cartéis foram feitos, em fins dos anos 20, direcionados a um monopólio mundial unido de borracha
sintética. O Plano de Quatro Anos de Hitler veio à efeito em 1937, e em 1938 a Standard forneceu à
IG Farben seu novo processo de borracha butílica (butil = butila = radical alcoólico monovalente
C4H9, borracha sintética altamente elástica feita do gás natural butano − N. T.). Por outro lado, a
Standard manteve o processo alemão de buna em segredo dentro dos Estados Unidos e não foi
senão em 1940 que a Firestone e a US Rubber foram autorizadas a participar dos testes de butil e
obtiveram licenças para fabricação de buna. Até mesmo, a Standard tentou obter financiamento do
governo americano para um programa de buna em larga escala − reservando seus próprios fundos
para um mais promissor processo de butil.
Esta seqüência de eventos não foi um acidente. O presidente W. S. Farish argumentou que se não
houvesse autorização de tal assistência tecnológica à Wehrmacht “...poderia ter sido sem
autorização”. A assistência era conhecida, funcionando por mais de uma década, e foi tão
substantiva que sem ela a Wehrmacht não poderia ter ido à guerra em 1939.
Em suma, a Standard Oil of New Jersey tinha dois membros do Círculo Keppler como diretores de
subsidiárias alemães totalmente de sua propriedade. Pagamentos ao Círculo, da companhia
subsidiária da Standard Oil, e de Lindermann e Helfferich como diretores individuais, continuaram
até 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial.
CAPÍTULO 5
ITT TRABALHA PARA OS DOIS LADOS DA
GUERRA
Então enquanto os aviões Foke-Wolfe estavam bombarrdeando navios aliados, e as linhas da
ITT estavam passando informações para os submarinos alemães, rastreadores da ITT
estavam salvando outros navios de torpedos.
Anthony Sampson, The Sovereign State of ITT, New York: Stein & Day, 1973, p. 40.
A gigantesca multinacional International Telephone and Telegraph (ITT) foi fundada em 1920 pelo
empreendedor nascido nas ilhas Virgens, Sosthenes Behn. Durante sua vida, Behn foi o epítome do
homem de negócios politizado, ganhando seus lucros e construindo o império ITT através de
manobras políticas ao invés do mercado competitivo. Em 1923, através de engenhosidade política,
Behn adquiriuu o monopólio telefônico espanhol, a Companhia Telefônica de Espanha. Em 1924, a
ITT agora suportada pela firma J. P. Morgan, comprou o que mais tarde seria a International
Standard Electric, grupo de plantas industriais à volta do mundo.
O National City Bank (NCB) no grupo Morgan era representado por dois diretores, Sosthenes Behn
e Allen G. Hoyt. Em resumo, a ITT era uma companhia controlada por Morgan; e já foi verificado
previamente o interesse de companhias controladas por Morgan em guerra e revoluções mundo
afora, e manobras políticas dentro dos Estados Unidos.
Em 1930, Behn adquiriu a companhia holding alemã Standard Elektrizitäts AG, controlada pela ITT
(62% das ações com direito a voto), a AEG (31,1% das ações com direito a voto) e Felton &
Guilleaume (6% das ações com direito a voto). Neste negócio, a Standard adquiriu duas plantas
industriais alemães e a maioria das ações da Telefonfabrik Berliner AG. A ITT também obteve as
subsidiárias da Standard na Alemanha, Ferdinand Schuchardt Berliner Fernsprech-und
Telegraphenwerck AG, assim como a Mix & Genest em Berlim, e a Suddeutsche Apparate Fabrik
GmbH em Nuremberg.
De passagem, é interessante notar que enquanto a ITT de Sosthenes Behn controlava companhias de
telefone e plantas industriais na Alemanha, o tráfego à cabo entre os Estados Unidos e Alemanha
estava sob controle da Deutsche-Atlantische Telegraphengesellschaft (a German Atlantic Cable
Company). Esta firma, junto com a Commercial Cable Company e a Western Union Telegraph
Company, tinham o monopólio das comunicações transatlânticas à cabo entre Estados Unidos e
Alemanha. A W. A. Harrimann & Company adquiriu um bloco de 625.000 ações da Deutsche-
Atlantische em 1925, e a junta de diretores da firma incluía uma incomum lista de personagens,
muitos dos quais já temos encontrado em algum lugar. Ela incluía, por exemplo, H. F. Albert, o
agente de espionagem alemão nos Estados Unidos durante a primeira Guerra Mundial; Franklin
Delano Roosevelt, antigo associado de negócios da Von Berenberg-Gossler; e o Dr. Cuno, antigo
Chanceler alemão da era inflacionária de 1923. A ITT nos Estados Unidos era representada na junta
por Von Guilleaume e Max Warburg da família banqueira Warburg.
Não há nenhuma indicação de que a ITT tenha feito pagamentos diretos a Hitler antes da tomada de
poder nazista em 1933. Por outro lado, numerosos pagamentos foram feitos a Heinrich Himmler nos
anos 30, depois da tomada de poder, e na Segunda Guerra Mundial propriamente dita, através das
subsidiárias alemães da ITT. A primeira reunião oficial entre Hitler e a ITT − até onde sabemos −
foi relatada em agosto de 1933 quando, Sosthenes Behn e o representante alemão da ITT, Henry
Manne, reuniu-se com Hitler em Berchesgaden. Subseqüentemente, Behn fez contato com o Círculo
Keppler (veja Capítulo 9) e, através da influência de Keppler, o nazista Barão Kurt Von Schröder
tornou-se guardião dos interesses da ITT na Alemanha. Schröder atuou como canal de ligação para
o dinheiro que fluía da ITT para a organização SS de Heinrich Himmler em 1944, enquanto a
Segunda Guerra Mundial estava em progresso, e os Estados Unidos em guerra contra a Alemanha.
Através de Kurt Von Schröder, Behn e sua ITT ganharam acesso à rentável indústria de
armamentos alemães e compraram substanciais particippações nas firmas de armamentos alemães,
incluindo a indústria de aviação Focke-Wolfe (Fock-Wolfe Aircraft). Estas operações com
armamentos traziam lucros, os quais podiam ser repatriados para a sede da empresa nos Estados
Unidos. Mas eles eram reinvestidos no rearmamento alemão. Este reinvestimento dos lucros em
firmas alemães de armamento sugere que a declaração de Wall Street de que, era inocente do mau
uso no rearmamento alemão − consequentemente que nem ao menos conhecia as intenções de Hitler
− é falsa. Especificamente, a compra pela ITT de substancial parte da Focke-Wolfe significou,
como Anthony Sampson assinalou, que a ITT estava produzindo aviões alemães usados para matar
americanos e seus aliados − e ela fez excelentes lucros com a empresa.
Com Kurt Von Schröder, a ITT teve acesso ao coração da elite de poder alemã. Quem era
Schröder? O barão Kurt Von Schröder nasceu em Hamburgo em 1889, em uma antiga e
estabelecida família banqueira alemã. Um membro anterior da família Schröder mudou-se para
Londres, mudou seu nome para Schroder (sem trema) e organizou a firma bancária J. Henry
Schroder em Londres e J. Henry Schroder Banking Corporation em Nova York. Kurt Von Schröder
tornou-se também parceiro no privado Cologne Bankhaus, J. H. Stein & Company, fundado nos fins
do século XVIII. Ambos, Schröder e Stein haviam sido promotores, em companhia de financistas
franceses, do movimento separatista alemão de 1919, para separar a rica Renânia (Rhineland) da
Alemanha e seus problemas. Nesta tentativa, proeminentes industriais da Renânia reuniram-se na
casa de J. H. Stein em 7 de janeiro de 1919, e poucos meses após, organizaram uma reunião com
Stein como presidente, para desenvolver suporte público para o movimemto separatista. A tentativa
de 1919 falhou. O grupo tentou novamentte em 1923, e lideraram outro movimento para tirar a
Renânia da Alemanha e torná-la sob proteção da França. Esta tentativa também falhou. Kurt Von
Schröder então uniu-se a Hitler e aos nazistas, e como nos movimentos separatistas da Renânia de
1919 e 1923, Schröder representou e trabalhou para os industriais e fabricantes de armamentos
alemães.
Em troca de suporte financeiro e industrial arranjado por Schröder, mais tarde ele ganhou prestígio
político. Imediatamente após os nazistass subirem ao poder em 1923, Schröder tornou-se o
representante alemão do Bank for International Settlements, o qual Quigley chama de Apex (ponto
culminante) do sistema de controle internacional, assim como chefe do grupo de banqueiros
privados conselheiros do Banco do Reich. (Reichsbank) alemão. Heinrich Himmler indicou
Schröder para Líder de Grupo Sênior da SS (SS Sênior Group Leader), e com isto Himmler tornou-
se proeminente membro do Círculo Keppler (veja Capítulo 9).
Em meados dos anos 30, outra conexão foi forjada entre Wall Street e Schröder, desta vez através
dos Rockefeller. Em 1936, os negócios de subscrições e seguros gerais manejados pelo J. Henry
Schroder Banking Corporation em Nova York, foi fundido em uma nova firma de banco de
investimento − Schroder, Rockefeller & Company, Inc. na Wall Street 48. Carlton P. Fuller do
Schroder Banking Corporation tornou-se presidente e Avery Rockefeller, filho de Percy Rockefeller
(irmão de John D. Rockefeller) tornou-se vice presidente e diretor da nova firma. Previamente,
Avery Rockefeller tinha sido associado por trás das cenas com J. Henry Schroder Banking
Corporation; a nova firma o troxe à luz.
A ITT já tinha outro canal com a Alemanha nazista, através do advogado Dr. Gerhard Westrick.
Westrick era um de um seleto grupo de alemães que havia conduzido espionagem nos Estados
Unidos durante a Primeira Guerra Mundial. O grupo incluía não só Kurt von Schröder e Westrick,
mas também Franz Von Papen − o qual encontraremos em companhia de James Paul Warburg, do
Banco de Manhattan (Bank of Manhattan) no Capítulo 10 − e o Dr. Heinrich Albert. Albert,
supostamente ligação comercial da embaixada alemã nos Estados Unidos na Primeira Guerra
Mundial, estava na realidade encarregado do financiamento do programa de espionagem de Von
Papen. Depois da Primeira Guerra Mundial, Westrick e Albert formaram a firma de advocacia
Albert & Westrick especializada em, e com lucros pesados dos empréstimos de reparação
(reparação da Primeira Guerra Mundial − N. T.) de Wall Street. A firma Albert & Westrick
gerenciava a ponta alemã dos empréstimos do J. Henry Schroder Banking, enquanto a firma de John
Foster Dulles, Sullivan & Cromwell em Nova York, gerenciava a ponta americana dos empréstimos
da Schroder.
Westrick neste tempo tornou-se diretor de todas as operações da ITT na Alemanha, com o propósito
de proteger os interesses da ITT durante o esperado envolvimento dos Esttados Unidos na guerra
européia. Dentre suas outras empresas, Westrick tentou persuadir Henry Ford a cortar
fornecimentos para a Grã-Bretanha, e o tratamento favorecido dispensado pelos nazistas aos
interesses da Ford na França sugere que Westrick foi bem sucedido parcialmente em neutralizar a
ajuda americana à Grã-Bretanha.
Embora a mais importante conexão de negócios de Westrick durante a guerra nos Estados Unidos
tenha sido a International Telephone and Telegraph, ele também representou outras firmas
americanas, incluindo a Underwood Elliott Fisher, proprietária da companhia alemã Mercedes
Buromaschinen AG; Eastman Kodak, que tinha uma subsidiária Kodak na Alemanha; e a
International Milk Corporation, com uma subsidiária em Hamburgo. Dentre os acordos de Westrick
(e um dos quais recebeu a maior publicidade) foi um contrato com a Texaco, para fornecimento de
óleo para a Marinha alemã, o qual ele arranjou com Torkild Rieber, presidente da junta de diretores
da Texaco Company.
Em 1940, Rieber discutiu um acordo de óleo com Hermann Goering (Ministro da Aeronáutica de
Hitler − N. T.), e Westrick nos Esstados Unidos trabalhou para a Texas Oil Company (Texaco). Seu
automóvel foi comprado com fundos da Texaco, e na carteira de motorista de Westrick constava a
Texaco como seu endereço de trabalho. Estas atividades foram tornadas públicas em 12 de agosto
de 1940. Rieber, subseqüentemente, demitiu-se da Texaco e Westrick retornou para a Alemanha.
Dois anos depois Rieber era chairman da South Carolina Shipbuilding and Dry Docks,
supervisionando construções de mais de 10 milhões de dólares em navios da Marinha, e diretor da
Barber Asphalt Corporation e da Seaboard Oil Company of Ohio, pertencentes a família
Guggenheim.
Em 1939 a ITT nos Estados Unidos controlava a Standard Elektrizitäts na Alemanha, e a Standard
Elektrizitäts por sua vez controlava 94% da Mix & Genest. Na diretoria da Standard Elektrizitäts
estava o Barão Kurt Von Schröder, banqueiro nazista no coração do nazismo, e Emil Heinrich
Meyer, cunhado do Secretário de Estado Keppler (fundador do Círculo Keppler) e diretor da
General Electric Alemã (German General Electric). Schröder e Meyer eram também diretores da
Mix & Genest e de outra suubsidiária da ITT, a C. Lorenz Company; estas duas subsidiárias da ITT
eram contribuintes de fundos para o “Círculo de Amigos de Himmler” − isto é, o fundo de suborno
SS Nazi. No final de 1944, Mix & Genest contribuiu com 5.000 RM (reichsmark = marco do Reich
− N. T.) a Himmler, e Lorenz com 20.000 RM. Resumindo, durante a Segunda Guerra Mundial, a
International Telephone and Telegraph (ITT) estava fezendo pagamentos em dinheiro ao líder SS
Heinrich Himmler. Estes pagamentos capacitavam a ITT a proteger seu investimento na Focke-
Wolfe, uma firma fabricante de aviões que produzia aviões de guerra usados contra os Estados
Unidos.
Rresposta: Sim. A Lorenz Company, pouco antes da guerra, pegou uma participação de
cerca de 25% na Focke-Wolfe AG, em Bremen. Focke-Wolfe estava fabricando aviões
para o Ministério de Aeronáutica alemão. Creio que depois que a Focke-Wolfe
expandiu-se e pegou mais capital, a participação da Lorenz Company caiu um pouco
abaixo destes 25%.
P: Então esta participação na Focke-Wolfe pela Lorenz Company começou depois da
Lorenz Company ser possuída e controlada quase 100% pelo Coronel Behn, através da
International Telephone and Telegraph Company?
R: Sim.
R: Estou certo de que o Coronel Behn aprovou antes de seus representantes − os quais
estão em contato próximo com ele − formalmente aprovassem a transação.
R: Lembro-me que foi pouco antes de estourar a guerra, isto é, pouco tempo antes da
invasão da Polônia [Ed. 1939].
R: Sim. Enquanto poderia ter requerido que suas companhias tirassem um pouco menos
que os dividendos totais, por causa da dificuldade de assegurar câmbio externo, a grande
parte dos lucros poderiam ter sido transferidas à companhia do Coronel Behn nos
Estados Unidos. Contudo, o Coronel Behn não ordenou que isto fosse feito. Em tempo
algum, pediu-me que fizesse isto para ele. Ao contrário, ele parecia estar perfeitamente
contente em manter todos os lucros das companhias na Alemanha, as quais ele e seus
interesses controlavam, reinvestindo esses lucros em novos edifícios e maquinarias e em
quaisquer outras empresas engajadas em produção de armamentos.
Uma outra dessas empresas era, Huth and Company, GmbH of Berlin, que fabricava
peças para rádio e radar, muitas das quais eram usadas em equipamentos destinados às
Forças Armadas alemães. A Lorenz Company, que eu me lembre, tinha 50% de
participação na Huth and Company. A Lorenz Company tinha também uma pequena
subsidiária que atuava como agência de vendas da Lorenz Company para consumidores
privados.
P: Você era um membro da junta de diretores da Lorenz Company, de cerca de 1935 até
o presente. Durante este tempo, a Lorenz Company e alguma das outras companhias, tal
qual a Focke-Wolfe, na qual ela tinha grande participação, estavam engajadas em
fabricação de equipamento para armamento e produção de guerra. Você soube, ou ouviu
falar, de algum protesto feito pelo Coronel Behn, ou seus representantes, contra estas
companhias engajadas nestas atividades preparando a Alemanha para a guerra?
R: Não.
P: Você está seguro de que não houve ocasião em que você foi questionado por
Westrick, Mann [sic], Coronel Behn ou qualquer outra pessoa ligada aos interesses da
International Telephone and Telegraph Company na Alemanha, para intervir em favor
da companhia com as autoridades alemães?
R: Sim. Não me lembro de nenhum pedido para minha intervenção em qualquer caso de
importância para a Lorenz Company ou qualquer outro interesse relativo a International
Telephone and Telegraph Company.
Eu li a gravação deste interogatório e juro que as respostas dadas por mim às questões
dos meretíssimos Adams e Pajus são verdadeiras no melhor de meu conhecimento e fé.
Assinado: Kurt Von Schröder
Foi esta a história da ITT − cooperação nazista durante a Segunda Guerra Mundial e associação da
ITT com o nazista Kurt Von Schröder que a ITT queria manter segredo − e quase obteve sucesso.
James Stuart Martin reconta como durante as reuniões de planejamento da Divisão de Finanças da
Comissão de Controle ele foi designado para trabalharr com o Capitão Norbert A. Bogdan, que na
reserva foi vice-presidente do J. Henry Schroder Banking Corporation of New York. Martin relata
que “o Capitão Bogdan tinha argumentado vigorosamente contra a investigação do Stein Bank em
base de que seria ´batata pequena`”. Pouco após bloquear esta manobra, dois membros permanentes
do staff de Bogdan pediram permissão para investigar o Stein Bank − embora Colônia não tivesse
ainda nas mãos das Forças americanas. Martin relembra que “a Divisão de Inteligência bloqueou a
mesma”, e assim alguma informação sobre a operação do Stein-Schroder Bank-ITT sobreviveu.
PARTE 2
WALL STREET E OS FUNDOS
PARA HITLER
CAPÍTULO 6
HENRY FORD E OS NAZIS
Eu gostaria de destacar a importância acatada por altos funcionários [Nazi] em respeitar o
desejo e manter a boa vontade de “Ford”, e por Ford, quero dizer seu pai, você mesmo e a
Ford Motor Company Dearborn.
Josiah E. Dubois Jr., “Generals in Gray Suits (Generais em Uniformes Cinza)”, Londres: The
Bodley Head, 1983, p.
Henry Ford é sempre visto como um enigma entre a elite de Wall Street. Por muitos anos durante os
anos 20 e 30 Ford foi popularmente conhecido como inimigo do establishment financeiro. Ele
acusou Morgan e outros de usarem a guerra e revolução como camuinho para lucrar e suas
influências em sistemas sociais como meio de avanço pessoal. Por volta de 1938, Henry Ford, em
suas declarações públicas, dividiu financistas em duas classes: aqueles os quais lucraram com a
guerra e usaram suas influências em criar guerra para lucro, e os financistas “construtivos”. Dentre
este último grupo ele agora inclui a Casa Morgan. Durante uma entrevista para o New York Times
em 1938, Ford declarou:
Alguém uma vez disse que 60 famílias tem dirigido os destinos da nação. Deve-se
deixar bem claro que se alguém focalizasse a luz em 25 famílias que manipulam as
finanças das nações, os reais criadores de guerra do mundo poderiam ser aliviados.
O repórter do Times perguntou a Ford como ele equacionou esta declaração com sua antiga crítica
sobre a Casa Morgan, a que Ford respondeu:
Depois de expor os danos da limitada produção agrícola − alegadamente causada por Wall Street −
Ford continuou:
... se estes financistas tivessem caminho livre, poderíamos estar em guerra agora. Eles
querem guerra porque fazem dinheiro com tal conflito − com a miséria humana que a
guerra traz.
Por outro lado, quando investigamos por trás destas declarações públicas, verificamos que Henry
Ford e seu filho Edsel Ford tem estado na frente dos negócios americanos os quais tentam andar em
ambos os lados da cerca de todas as ideologias em busca de lucro. Usando o próprio critério de
Ford, os Ford estão dentre aqueles elementos “destrutivos”.
Foi Henry Ford que nos anos 30 construiu a primeira indústria automotiva moderna da União
Soviética (localizada em Gorki) e que nos anos 50 e 60 produziram os caminhões usados pelos
norte vietnamitas para transportar armamentos e munições para uso contra americanos. E por volta
do mesmo tempo, Henry Ford foi também o mais famoso suporte estrangeiro de Hitler, e foi
condecorado nos anos 30 por seu suporte de longo tempo com a mais importante medalha Nazi para
estrangeiros.
Este favor Nazi gerou um furacão de controvérsias nos Estados Unidos, e por fim degenerou em
uma troca de notas diplomáticas entre o governo alemão e o Departamento de Estado. Enquanto
Ford publicamente protestou dizendo que não gostava de governos totalitários, verificamos na
prática que Ford sabidamente lucrou com os dois lados da Segunda Guerra Mundial − obtendo
lucros das fábricas da França e Alemanha produzindo veículos para a Wehrmacht, e também das
fábricas americanas produzindo veículos para o Exército dos Estados Unidos.
Os protestos de inocência de Henry Ford sugerem, como veremos neste capítulo, que ele não
aprovava financistas Judeus lucrando com a guerra (como alguns fizeram), mas se os anti-semitas
Morgan e Ford lucrassem, era aceitável, moral e “construtivo”.
HENRY FORD: PRIMEIRO SUPORTE ESTRANGEIRO DE HITLER
Em 20 de dezembro de 1922, o New Yort Times relatou que o fabricante de automóveis Henry Ford,
estava financiando movimentos nacionalistas e anti-semitas de Adolf Hitler em Munique.
Simultaneamente, o jornal de Berlim Berliner Tageblatt apelou ao embaixador americano em
Berlim para investigar e parar com a intervenção de Henry Ford em assuntos domésticos alemães.
Foi relatado que suportes estrangeiros de Hitler tinham fornecido “quartéis-generais espaçosos”
com “um corpo de altamente bem pagos representanrtes e funcionários”. Retratos de Henry Ford
estavam proeminentemente à mostra nas paredes do escritório pessoal de Hitler:
A parede atrás de sua mesa no escritório privado de Hitler é decorada com uma grande
fotografia de Henry Ford. Na antecâmara há uma grande mesa coberta com livros, quase
todos eles tradução do livro escrito e publicado por Henrry Ford.
A mesma reportagem do New York Times comentou que no domingo prévio Hitler tinha revisto,
Estes fundos de Ford foram usados por Hitler para fomentar a rebelião bavariana. A rebelião falhou,
e Hitler foi capturado e consequentemente levado a julgamento. Em fevereiro de 1923, no
julgamento, o vice – presidente Auer da Dieta bavariana testemunhou:
A Dieta bavariana tem de longa data a informação de que o movimento de Hitler foi
parcialmente financiado por um chefe americano anti-semita, o qual é Henry Ford. O
interesse do Sr. Ford no movimento bavariano anti-semita começou um ano atrás quando
um dos agentes do Sr. Ford, procurrando vender tratores, entrou em contato com
Diedrich Eichart, o notório pan-germânico. Pouco depois, Herr Eichart pediu ao agente
do Sr. Ford ajuda financeira. O agente retornou a América e imediatamente o dinheiro do
Sr. Ford começou a vir para Munique.
Hitler recebeu uma pálida e confortável sentença de prisão por suas atividades revolucionárias na
Bavária. O descanço de atividades revolucionárias tornou-o capaz de escrever Mein Kampf. O livro
de Henry Ford “The International Jew (O Judeu Internacional)”, antes circulado pelos Nazis, foi
traduzido por eles em uma dúzia de línguas, e Hitler utilizou partes do livro palavra por palavra para
escrever Mein Kampf.
Poderemos depois ver que o suporte de Hitler no final dos anos 20 e início dos 30 veio dos cartéis
industriais de química, aço e eletricidade, ao invés de vir diretamente de indivíduos industriais. Em
1928, Henry Ford uniu suas propriedades alemães com aquelas do cartel químico da IG Farben.
Parcela substancial, 40% da Ford Motor AG da Alemanha, foi transferida para a IG Farben; Carl
Bosch, da IG Farben, tornou-se chefe da Ford Motor AG na Alemanha. Simultaneamente, nos
Estados Unidos, Edsel Ford juntou-se à diretoria da American IG Farben (veja Capítulo 2).
Uma década depois, em agosto de 1938 − depois de Hitler ter assumido o poder com ajuda dos
cartéis − Henry Ford recebeu a Grande Cruz da Águia Alemã (Grand Cross of German Eagle),
condecoração nazista para estrangeiros destacados. O New York Times relatou que era a primeira
vez que a Grande Cruz tinha sido oferecida nos Estados Unidos e que era para celebrar o 75º
aniversário de Henry Ford.
A condecoração levantou um furacão de críticas dentro de círculos sionistas nos Estados Unidos.
Ford aproveitou-se da extensão pública do encontro com Rabbi Leo Franklin de Detroit, para
expressar sua simpatia pelos Judeus Alemães:
Minha aceitação de uma medalha do povo alemão [disse Ford] não envolve, como
algumas pessoas parecem pensar, qualquer simpatia de minha parte para com o nazismo.
Aqueles que me conhecem por muitos anos sabem que qualquer coisa que cheire a ódio
é repulsivo para mim.
O caso da medalha Nazi foi levantado num discurso feito em Cleveland pelo Secretário de Interior
Harold Ickes. Ickes criticou tanto Henry Ford como o Coronel Charles A. Lindbergh, por aceitarem
medalha Nazi. A parte curiosa do discurso de Ickes, feito em um banquete da Sociedade Sionista de
Cleveland (Cleveland Zionist Society) foi sua crítica sobre “judeus ricos” e sua aquisição e uso da
riqueza:
Um erro cometido por um milionário não-judeu reflete-se sobre ele próprio sozinho, mas
um erro cometido por um homem Judeu rico, reflete-se sobre sua raça inteira. Isto é
desagradável e injusto, mas é um fato que precisa ser visto.
Talvez Ickes estivesse referindo-se indiretamente ao papel dos Warburg no cartel IG farben: Os
Warburg estavam na junta de diretores da IG Farben nos Estados Unidos e na Alemanha. Em 1938
os Warburg foram expulsos da Alemanha pelos Nazis. Outros judeus alemães, como os banqueiros
Oppenheim, fizeram sua paz com os nazis e receberam “status ariano honorário (honorary aryan
status)”.
De acordo com evidência apresentada ao Comitê, a Ford-Werke AG foi, no final dos anos 30,
tecnicamente transformada em uma companhia alemã. Todos os veículos e suas peças eram
produzidos na Alemanha, por trabalhadores alemães usando materiais alemães sob direção alemã e
exportados tanto para terrritórios europeus quanto para territórios além-mar nos Estados Unidos e
Grã-Bretanha. Qualquer necessidade de matéria prima estrangeira, borracha e metais não ferrosos,
eram obtidos através da American Ford Company. A influência americana tinha sido mais ou
menos convertida em posição de suporte (Hilfsstellung) para as instalações da Ford alemã.
Quando do estouro da guerra, a Ford-Werke colocou-se ela própria à disposição da Wehrmacht para
produção de armamentos. Foi assumido pelos Nazis que quanto mais a Ford-Werke AG tivesse
maioria de participação americana, mais seria possível trazer as companhias remanescentes da Ford
na Europa para a influência alemã − isto é, influência da Ford-Werke AG − e assim executar
políticas da “Grande Europa” Nazi nas instalações da Ford em Amsterdan, Antuérpia, Paris,
Budapest, Bucareste e Copenhagen:
Em julho de 1942, informações foram enviadas à Washington da Ford of France (Ford da França)
com respeito a atividades da Ford em prol do esforço de guerra alemão na Europa. A informação
incriminatória foi prontamente encoberta, e até hoje, somente parte da conhecida documentação
pode ser rastreada em Washington.
Sabemos, contudo, que o Cônsul Geral americano na Argélia era possuidor de uma carta de
Maurice Dollfuss da Ford francesa − o qual declarou ser o primeiro francês a ir a Berlim depois da
queda da França − a Edsel Ford com respeito a um plano pelo qual a Ford Motor poderia contribuir
ao esforço de guerra nazista. A Ford francesa estava apta a produzir 20 caminhões por dia para a
Wehrmacht, o qual [escreveu Dollfuss] é melhor que,
Dollfuss declarou que os lucros destes negócios alemães eram já de 1,6 milhões de Francos, e que
os lucros líquidos para 1941, não seriam menores que 58 milhões de Francos − porque os alemães
pagavam prontamente pela produção da Ford. Recebendo estas notícias, Edsel Ford respondeu:
Satisfação em ouvi-lo dizer que está fazendo progresso. Suas cartas são muito
interessantes. Demonstram o grande handcap sob o qual você trabalha. Espero que você
e sua família estejam bem. Abraços.
Assinado/Edsel Ford
Embora haja evidência que as instalações européias possuídas pelos interesses de Wall Street não
foram bombardeads pela Força Aérea americana na Segunda Guerra Mundial, esta restrição
aparentemente não foi observada pelo Comando de Bombardeio Britânico (British Bombing
Command). Em março de 1942, a Real Força Aérea (Royal Air Force − RAF) bombardeou a
instalação da Ford em Poissy, França. Uma carta subseqüente de Edsel Ford ao gerente geral da
Ford, Sorenson, com respeito a este reide da RAF comentava, “fotografias da instalação em chamas
foram publicadas em jornais americanos, mas, felizmente nenhuma referência foi feita à Ford Motor
Company”. De qualquer modo, o governo de Vichy pagou à Ford Motor Company 38 milhões de
Francos como compensação por danos ocorridos na instalação de Poissy. Isto não foi relatado na
imprensa americana, e dificilmente poderia ser apreciado por aqueles americanos em guerra com o
Nazismo. Dubois declara que estas mensagens privadas da Ford na Europa eram passadas para
Edsel Ford pelo Secretário Assistente de Estado Breckenridge Long. Este foi o mesmo Secretário
Long o qual, um ano depois suprimiu mensagens privadas através do departamento de Estado com
respeito ao extermínio de judeus na Europa. Divulgação destas mensagens poderiam ser usadas para
ajudar aquelas pessoas desesperadas.
Um relatório da Inteligência de Bombardeio da Força Aérea dos Estados Unidos (US Air Force
Bombing Intelligence) escrito em 1943, observa o seguinte:
Principais atividades em tempo de guerra [da instalação da Ford] são provavelmente
fabricação de caminhões leves e peças de reposição para todos os caminhões e carros
Ford em serviço no Eixo europeu (incluindo molotovs russos capturados).
Os molotovs russos, eram, é clarro, fabricados pela Ford em Gorki, Rússia. Na França durante a
guerra, a produção de automóveis de passeio foi inteiramente substituída para fabricação de
veículos militares, e para esta finalidade, três grandes prédios foram adicionados à fábrica de
Poissy. O prédio principal continha cerca de 500 máquinas industriais, todas importadas dos
Estados Unidos, e incluindo aquelas de tipos mais complexos.
Ford também expandiu suas atividades em tempo de guerra ao norte da África. Em dezembro de
1941, uma nova Ford Company, Ford-Afrique, foi registrada na França, e todos os direitos da antiga
Ford Motor Company, Ltd. of England (Ford Motor Company Ltda da Inglaterra) na Algéria,
Tunísia, Marrocos francês, Equatorial francesa e África-Oeste francesa foram autorizados. O norte
da África não era acessível à Ford britânica, então, esta nova Ford Company − registrada na França
sob ocupação alemã − foi organizada para preencher a lacuna. Os diretores eram pró-nazi e
incluíam Maurice Dollfuss (correspondente de Edsel Ford) e Roger Messis (descrito pelo Cônsul
Geral americano na Algéria como “conhecido por este escritório pela reputação de inescrupuloso, é
tido como 100% pró-Alemanha”).
O Cônsul Geral americano também relatou que propaganda era comum na Algéria com respeito
Resumindo, existe evidência documental que a Ford Motor Company trabalhou para os dois lados
da Segunda Guerra Mundial. Se os industriais Nazis levados ao julgamento de Nuremberg foram
culpados de crimes contra a humanidade, então, da mesma maneira deveriam ser seus amigos
colaboradores da família Ford, Henry e Edsel Ford. Contudo, a hisstória Ford foi encoberta por
Washington − aparentemente como tudo o mais que poderia tocar o nome e o sustentáculo da elite
financista de Wall Street.
CAPÍTULO 7
QUEM FINANCIOU ADOLF HITLER?
O financiamento de Hitler e do movimento Nazi tem ainda que ser explorado exaustivamente e em
profundidade. O único exame público das finanças pessoais de Hitler é um artigo de Oron James
Hale, “Adolf Hitler, Taxpayer (Adolf Hitler, Pagador de Impostos)”, o qual registra o
relacionamento de Adolf Hitler com as autoridades de impostos alemães antes dele tornar-se
Reichskanzler (Chanceler do Reich). Nos anos 20, Hitler apresenava-se à receita alemã como
meramente um escritor reduzido à pobreza vivendo de empréstimos bancários, com um automóvel
comprado à crédito. Infelizmente, os registros originais usados por Hale, não forneceram a fonte da
receita, empréstimos ou créditos de Hitler, e a lei alemã “não requeria que profissionais liberais ou
empregados profissionais declarassem em detalhes as fontes de receita ou a natureza de serviços
prestados”. Obviamente, os fundos para os automóveis, o secretário particular Rudolf Hess, outro
assistente, um motorista e despeasas decorrentes de atividades políticas, vinham de algum lugar.
Mas, como a estada de Leon Trotsky em Nova York em 1917, é difícil conciliar as conhecidas
despesas de Hitler com a fonte precisa de sua receita.
Sabemos que proeminentes industriais europeus e americanos estavam patrocinando todas os tipos
de grupos políticos totalitaristas naquele tempo, incluindo comunistas e vários grupos Nazi. O
Comitê Kilgore dos Estados Unidos registra que:
Por volta de 1919, Krupp já estava dando ajuda financeira para um dos grupos políticos
reacionários o qual disseminou a semente da presente ideologia Nazista. Hugo Stinnes
foi um dos primeiros contribuintes do partido Nazi (Nacional Socialistsche Deutsche
Arbeiter Partei = NSDAP = Partido Nacional Socialistta dos Trabalhadores Alemães −
N. T.). Por volta de 1924, outros proeminentes industriais e financistas, dentre eles Fritz
Thyssen, Albert Voegler, Adolf [sic] Kirdorf e Kurt von Schröder, estavam secretamente
fornecendo somas substanciais aos Nazis. Em 1931, membros da Associação de
Carvoeiros, a qual Kirdorf encabeçou o pedido para que eles pagassem 50 pfennings por
cada tonalada de carvão vendida, enviavam dinheiro para a organização que Hitler estava
construindo.
O julgamento de Hitler em 1924, em Munique, forneceu evidência de que o Partido Nazi recebeu
20.000 dólares de industriais de Nuremberg. O nome mais interessante deste período é o de Emil
Kirdorf, que tinha antes atuado como canal para financiar o envolvimento alemão na Revolução
Bolchevista. O papel de Kirdorf no financiamento de Hitler foi, em suas próprias palavras:
Em 1925, a família de Hugo Stinnes contribuiuu com fundos para converter o jornal semanal Nazi
Volkischer Beobachter em publicação diária. Putzi Hanfstaengl, amigo e protegido de Franklin
Delano Roosevelt, forneceu o restante dos fundos. A Tabela 7-1 sumariza conhecidos contribuintes
financeiros e negócios associados com contribuintes dos Estados Unidos. Putzi não é listado na
Tabela 7-1 por não ser industrial nem financista.
No início dos anos 30, assistência financeira a Hitler começou a fluir mais prontamente. Naquele
tempo houve uma série de reuniões na Alemanha, irrefutavelmente documentadas em várias fontes,
entre industriais alemães, o próprio Hitler, e mais freqüentemente, os representantes de Hitler,
Hjalmar Schacht e Rudolf Hess. O ponto crítico é que os industriais alemães financiando Hitler
eram predominantemente diretores de cartéis com associações, participações ou de propriedade
americana, ou algum tipo de conexão subsidiária. Os suportes de Hitler não eram, de modo algum,
firmas de origem puramente alemã, ou representantes de famílias alemães de negócios. Exceto por
Thyssen e Kirdorf, na maioria dos casos eles eram as firmas multinacionais alemães − isto é, IG
Farben, AEG, DAPAG, etc... Estas multinacionais tinham sido construídas com empréstimos
americanos nos anos 20, e no início dos anos 30, tinham diretores americanos e pesada participação
financeira americana.
Um fluxo de fundos políticos estrangeiro não considerado aqui é aquele relatado sobre a empresa
européia Royal Dutch Shell, grande competidora da Standard Oil nos anos 20 e 30, e o gigante dos
negócios anglo-holandeses, Sir Henry Deterding. Tem sido amplamente declarado que Henry
Deterding financiou Hitler pessoalmente. Este argumento é feito, por exemplo, pelo biógrafo Glyn
Roberts no The Most Powerful Man in the World (O Homem mais Poderoso do Mundo). Roberts
mostra que deterding ficou impressionado com Hitler logo cedo, em 1921:
... e a imprensa holandesa relatou que, através do agente Georg Bell, ele [Deterding]
colocou à disposição de Hitler, enquanto o Partido estava “ainda usando fraldas”, não
menos de 4 milhões de guilders.
Foi relatado (por Roberts) que em 1931, Georg Bell, agente de Deterding, participou de reuniões de
Ucranianos Patriotas em Paris “como delegado conjunto de Hitler e Deterding”. Roberts também
relata:
Deterding foi acusado, como Edgar Ansell Mowrer testemunha em seu Germany Puts
the Clock Back (Alemanha faz o Relógio Retroceder) de disponibilizar uma grande soma
de dinheiro para os Nazis sob o entendimento de que o sucesso poderia dar-lhe posição
mais favorecida no mercado de petróleo alemão. Em outras ocasiões, números tão
grandes quanto £55.000.000 (55 milhões de libras) foram mencionados.
O livro de Mowrer não contém índice nem notas sobre as fontes de suas informações. Há evidência
circunstancial de que Deterding era pró-Nazi. Ele depois foi viver na Alemanha de Hitler e
aumentou sua participação no mercado de petróleo alemão. De forma que pode ter havido algumas
contribuições, mas estas não foram provadas.
Similarmente, na França (11 de janeiro de 1932), Paul Fauré, membro da Chambre des Députés
(Câmara dos Deputados − N. T.), acusou a firma industrial francesa Schneider-Creuzot de financiar
Hitler − e incidentalmente implicou Wall Street em outros canais de financiamento.
O grupo Schneider é uma famosa firma de fabricação de armamentos francesa. Depois de relembrar
a influência da Schneider no estabelecimento do fascismo na Hungria, e suas extensas operações
internacionais com armamentos, Paul Fauré virou para Hitler, e declarou no jornal francês Le
Journal “que Hitler tinha recebido 300.000 francos suíços em ouro” de subscrições abertas na
Holanda sob o caso de um professor universitário chamado Von Bissing. A fábrica da Skoda em
Pilsen, declarou Paul Fauré, era controlada pela família francesa Schneider, e foram os diretores da
Skoda, Von Duschnitz e Von Arthaber que fizeram as subscrições para Hitler. Paul Fauré concluiu:
Novamente, nenhuma evidência definitiva foi encontrada para este alegado fluxo de fundos para
Hitler.
Outro caso elusivo de relato de financiamento de Hitler é aquele de Fritz Thyssen, o magnata do aço
alemão que associou-se ao movimento Nazi no início dos anos 20. Quando interrogado em 1945,
sob o Projeto Dustbin, Thyssen relembrou-se ter se aproximado do General Ludendorf em 1923 no
tempo da evacuação francesa do Ruhr. Pouco depois desta aproximação, Thyssen foi apresentado a
Hitler e forneceu fundos para os Nazis através do General Ludendorf. Em 1930-1931, Emil Kirdorf
aproximou-se de Thyssen e subsequentemente enviou Rudolf Hess para negociar mais fundos para
o Partido Nazi. Desta vez Thyssen arranjou um crédito de 250.000 marcos no Bank voor Handel en
Scheepvaart NV localizado na Zuidblaak 18 em Roterdam, Holanda, fundado em 1918 com H. J.
Kowvenhoven e D. C. Schutte como sócios gerentes. Este banco era uma subsidiária do August
Thyssen Bank of Germany (antigo Von der Heydt`s Bank AG). Ele era o banco de operações
pessoais de Thyssen, e era afiliado aos interesses financeiros de W. A. Harriman em Nova York.
Thyssen relatou aos interrogadores do Projeto Dustbin que:
Eu escolhi um banco holandês porque não queria misturar-me com os bancos alemães
em minha posição, e porque pensei que seria melhor para fazer negócios com um banco
holandês, e pensei que poderia ter os Nazis um pouco mais em minhas mãos.
O livro de Thyssen I Paid Hitler (Eu Paguei Hitler), publicado em 1941, foi aparentemente escrito
pelo próprio Fritz Thyssen, embora Thyssen negue sua autoria. O livro declara que os fundos para
Hitler − cerca de 1 milhão de marcos − veio principalmente do próprio Thyssen. I Paid Hitler tem
outras afirmações não confirmadas, por exemplo, que Hitler era na verdade descendente ilegítimo
da família Rothschild. Supostamente, a avó de Hitler, Frau Schilckelgruber, tinha sido empregada
da família Rothschild quando engravidou-se:
Uma investigação, certa vez pedida pelo então Chanceler da Áustria, Engelbert Dollfuss,
forneceu alguns resultados interessantes, resultando no fato de que os dossiês do
Departamento de Polícia da monarquia austro-húngara era deveras completo.
Esta afirmação com respeito a ilegitimidade de Hitler é inteiramente refutada baseando-se em um
sólido livro de Eugene Davidson, o qual implica a família Frankenberger, não a família Rothschild.
De qualquer modo, e mais relevante do nosso ponto de vista, o August Thyssen Bank na Holanda −
isto é, o Bank voor Handel en Scheepvaart NV − controlava o Union Banking Corporation em Nova
York. Os Harriman tinham interesses financeiros no, e E. Roland Harriman (irmão de Willliam
Averell Harriman) era diretor do, Union Banking Corporation. O Union Banking Corporation da
cidade de Nova York, era uma corporação conjunta Thyssen-Harriman com os seguintes diretores
em 1932:
Thyssen arranjou um crédito de 250.000 marcos para Hitler, através deste banco holandês afiliado
aos Harriman. O livro de Thyssen, depois repudiado, declara que 1 milhão de marcos vieram de
Thyssen.
Concluindo estes negócios russos em 1929, Averell recebeu um lucro caído do céu de 1 milhão de
dólares dos normalmente inteligentes soviéticos, os quais tem a reputação de não dar nada sem algo
em troca. Concorrentemente com estes bem sucedidos movimentos em finanças internacionais,
Averell Harriman tem sempre sido atraído pelo assim chamado serviço “público”. Em 1913, o
serviço “público” de Harriman começou com uma indicação para a Palisades Park Commission. Em
1933, Harriman foi indicado chairman do Comitê de Empregos do Estado de Nova York (New
York State Commmittee of Employment), e em 1934 tornou-se funcionário administrativo do NRA
(National Recovery Administration − Administração de Recuperação Nacional) de Roosevelt
(Administrative Officer of Roosevelt`s NRA) − similar ao mentor de Mussoline da General Electric,
Gerard Swope. Em seguida seguiu-se um fluxo de serviços “públicos”, primeiro o programa Lend
Lease, depois Embaixador para a União Soviética e depois Secretário de Comércio.
O financista Nazi Hendrik Jozef Kouvenhoven, amigo de, e diretor do Union Banking Corporation
de Roland Harriman em Nova York, era diretor gerente do Bank voor Handel en Scheepvaart NV
(BHS) de Roterdam. Em 1940 o BHS tinha aproximadamente 2,2 milhões de dólares de
participação no Union Banking Corporation, o qual fez a maioria dos seus negócios com o BHS.
Nos anos 30, Kouvenhoven era também diretor da Vereinigte Stahlwerke AG, o cartel de aço
fundado com fundos de Wall Street em meados dos anos 20. Como o Barão Schröder, ele foi um
proeminente suporte de Hitler.
Outro diretor do Union Banking Corporation de Nova York era Johann Groeninger, sujeito alemão
com numerosas afiliações industriais e financeiras envolvendo a Vereinigte Stahlwerke, o grupo
August Thyssen e a diretoria do August Thyssen Hütte AG.
Esstas afiliações e negócios mútuos entre Harriman e Thyssen não sugerem que Harriman tenha
financiado diretamente Hitler. Por outro lado, isto mostra que os Harriman eram intimamente
conectados com os proeminentes Nazis Kouwenhoven e Groeninger e com um banco de frente
Nazista, o Bank voor Handel en Scheepvaart. Há motivos suficientes para acreditar-se que os
Harriman conheciam o suporte de Thyssen aos Nazistas. No caso dos Harriman, é importante ter em
mente seu íntimo e de longo tempo relacionamento com a União Soviética e a posição central dos
Harriman no New Deal de Roosevelt e o Partido Democrata. A evidência sugere que alguns
membros da elite de Wall Street estavam conectados com, e certamente tinham influência com,
todos os grupos políticos significativos no espectro socialista do mundo contemporâneo −
socialismo soviético, o Nacional-Socialismo de Hitler e o socialismo New Deal de Roosevelt.
Krupp von Bohlen, o qual, no início de 1933, foi presidente do Reichsverband der
Deutschen Industrie Reich Assotiation of Germany Industry; Dr. Albert Voegler, o líder
da Vereinigte Stahlwerke; Von Loewenfeld; Dr. Stein, chefe da Gewerkschaft Auguste-
Vitoria, uma mina pertencente à IG.
Hitler expôs suas visões políticas aos homens de negócios em um discurso de duas horas e meia,
usando o perigo do comunismo e o golpe comunista para grande efeito:
Depois do discurso de Hitler, Krupp von Bohlen expressou o apoio dos industriais e banqueiros na
forma concreta de 3 milhões de marcos como fundo político. Este fundo mostrou-se mais que o
bastante para a aquisição do poder, porque 600.000 marcos permaneceram intocados depois da
eleição.
O maior contribuinte para o fundo foi a IG Farben, a qual comprometeu-se com 30% (500.000
marcos) do total. O diretor A. Steinke, da BUBIAG (Braunkohlen-u Brikett-Industrie AG − BUBI
AG), uma subsidiária da IG Farben, contribuiu pessoalmente com outros 200.000 marcos.
Resumindo, 45% dos fundos para a eleição de 1933 veio da IG Farben. Se olharmos os diretores da
American IG Farben − a subsidiária americana da IG Farben − chegaremos perto das raízes do
envolvimento de Wall Street com Hitler. A diretoria da American IG neste tempo, era composta por
alguns dos mais prestigiados nomes dentre industriais americanos: Edsel B. Ford da Ford Motor
Company, C. E. Mitchell do Banco da Reserva Federal de Nova York (Federal Reserve Bank of
New York = o principal distrito do FED, o qual é composto por 12 bancos da Reserva em 12
distritos − N. T.) e Walter Teagle, diretor do Banco da Reserva Federal de Nova York, da Standard
Oil Company of New Jersey e da Fundação Geórgia Warm Springs (Geórgia Warm Springs
Foundation) de Franklin Delano Roosevelt.
Paul M. Warburg, primeiro diretor do Banco da Reserva Federal de Nava York e chairman do
Banco de Manhattan (Manhattan Bank), era diretor da Farben, e na Alemanha, seu irmão Max
Warburg era também diretor da IG Farben. H. A. Metz da IG Farben era também diretor do banco
de Warburg, o Banco de Manhatttan. Finalmente, Carl Bosch da American IG Farben era também
diretor da Ford Motor Company AG na Alemanha.
Três membros da junta da American IG Farben foram considerados culpados nos Julgamentos por
Crimes de Guerra: Max Ilgner, F. Ter Meer e Hermann Schmitz. Como temos notado, os membros
americanos da junta − Edsel Ford, C. E. Mitchell, Walter Teagle e Paul Warburg − não foram
colocados no julgamento de Nuremberg, e tão longe quanto os registros possam demonstrar, eles
sequer foram questionados com respeito a seus conhecimentos sobre o fundo de Hitler de 1933.
Quem eram os industriais e banqueiros que colocaram fundos para a eleição à disposição do Partido
Nazi em 1933? A lista de contribuintes e a quantia de suas contribuições é a seguinte:
Como podemos provar que estes pagamentos políticos realmente foram feitos?
Os pagamentos a Hitler no percurso final do caminho para o Nazismo ditatorial foi feito através do
Banco Delbrück Schickler. O Delbrück Schickler Bank era uma subsidiária da Metallgesellschaft
AG (“Metal”), uma gigante industrial, a maior companhia de metais não-ferrosos da Alemanha, e
com influência dominante no comércio mundial de metais não-ferrosos. Os principais detentores
das ações da Metal eram a IG Farben e a British Metal Corporation. Podemos notar incidentalmente
que os diretores britânicos da Metal Aufsichsrat eram Walter Gardner (da Amalgamated Metal
Corporation) e o Capitão Oliver Littelton (também da junta da Amalgamated Metal Corporation e
paradoxalmente, depois, na Segunda Guerra Mundial, tornou-se Ministro Britânico da Produção).
I. G. FARBENINDUSTRIE AKTIENGESELLSCHAFT
Departamento Bancário
Nós o estamos informando através desta de que autorizamos o Banco Dresdner em Frankfurt / M.,
pagá-lo amanhhã depois do final da tarde: RM 400.000 o qual você utilizará em favor da conta
“NATIONALE TREUHAND” (Representação Nacional).
Respeitavelmente,
I. G. Farbenindustrie Aktiengesellschaft
por Ordem:
(assinado) SELK (assinado) BANGERT
Sob esta exigência podemos verificar os esforços que tem sido feitos para afastar nossa atenção de
financistas americanos (e financistas alemães conectados a companhias afiliadas americanas) que
estavam envolvidos com o financiamento de Hitler. Normalmente, a culpa pelo financiamento de
Hitler tem sido colocada exclusivamente sobre Fritz Thyssen ou Emil Kirdorf. No caso de Thyssen
esta culpa foi amplamente circulada em um livro alegadamente de autoria dele no meio da Segunda
Guerra Mundial, mas depois repudiado por ele. Por que Thyssen quereria admitir tais ações antes da
derrota do Nazismo, é inexplicado.
Emil Kirdorrf, que morreu em 1937, foi sempre orgulhoso de sua associação com a ascenção do
Nazismo. A tentativa de limitar o financiamento de Hitler à Thyssen e à Kirdorf extendeu-se aos
Julgamentos de Nuremberg em 1946, e foi contestado somente pelo delegado soviético. Ainda que
o delegado soviético não estivesse desejoso de produzir evidência sobre associações americanas;
isto não é surpresa porque, a União Soviética depende da boa vontade destes mesmos financistas
para transferência da muito necessitada tecnologia avançada Ocidental para ela.
Em Nuremberg, declarações foram feitas e deixadas sem contestação, o que era diretamente
contrário à conhecida evidência exposta acima. Por exemplo, Buecher, diretor geral da German
General Electric (General Electric alemã − N. T.), foi absolvido de simpatia por Hitler:
Thyssen confessou seu erro como homem e tem corajosamente pago pesada pena por
ele. Por outro lado, temos homens bem colocados como Reusch da Gutehoffnungshuette,
Carl Bosch, o depois chefe da IG Farben Aufsichtsrat, os quais poderiam provavelmente
ter um triste fim, não tivessem morrido à tempo. Seus sentimentos foram compartilhados
com o representante do chairman da Aufsichtsrat de Kalle. As companhias Siemens e
AEG, as quais, próximas da IG Farben, eram as mais poderosas no que diz respeito à
Alemanha, eram determinadamente oponentes do Nacional-Socialismo.
Eu sei que esta inamistosa atitude da parte da Siemens com relação ao Nazismo resultou
em tratamento rude recebido por ela. O diretor geral da AEG (Allgemeine Elektrizitäts
Gesellschaft), Geheimrat Buecher, o qual eu conheci de minha longa estadia nas
colônias, foi qualquer coisa, menos Nazi. Posso garantir ao General Taylor que é
certamente errado afirmar que tais líderes industriais favoreceram Hitler antes de sua
subida ao poder.
Similarmente, Von Schnitzler, que estava presente no encontro de 1933, por parte da IG Farben,
negou que contribuições da IG Farben à conta Nationale Treuhand em 1933 tenham sido feitas:
Novamente, eu nunca ouvi o caso todo [aquele de financiamento de Hitler], mas acredito
que tanto o escritório de Goering ou Schacht ou o Reichsverband der Deutschen
Industrie tenha pedido ao escritório de Bosch ou Schmitz pagamentos pela participação
da IG no fundo eleitoral. Novamente, como eu não tomei conhecimento do caso, não
sabia naquela altura dos acontecimentos, quando e qual quantia tinha sido paga pela IG.
De acordo com o tamanho da IG, poderia estimar a participação dela como sendo alguma
coisa em torno de 10% do fundo eleitoral, mas tanto quanto eu saiba, não há evidência
de que a IG Farben tenha partcipado de pagamentos.
Como temos visto, a evidência é incontroversa quanto a contribuições políticas em dinheiro para
Hitler, no ponto crucial da tomada de poder na Alemanha − e o anterior discurso de Hitler aos
industriais, claramente revelou que uma tomada de poder coerciva era o intento premeditado.
Sabemos exatamente quem contribuiu, com quanto e através de quais canais. É notável que os
maiores contribuintes − IG Farben, German General Electric (e sua firma afiliada Osram) e Thyssen
− eram afiliados a financistas de Wall Street. Estes financistas de Wall Street estavam no coração da
elite financista e eram proeminentes na política americana contemporânea. Gerard Swope, da
General Electric, foi autor do New Deal de Roosevelt, Teagle foi um dos mais altos administradores
do NRA e Paul Warbuurg e seus associados na American IG Farben eram conselheiros de
Roosevelt. Talvez não seja uma extraordinária coincidência que o New Deal de Roosevelt −
chamado de “medida Fascista” por Herbert Hoover − seja tão semelhante ao programa de Hitler
para a Alemanha, e que tanto Hitler quanto Roosevelt tenham subido ao poder no mesmo mês do
mesmo ano − março de 1933.
CAPÍTULO 8
PUTZI: AMIGO DE HITLER E DE ROOSEVELT
Ernst Sedgewick Hanfstaengl (Hanf ou Putzi, como era mais usualmente chamado), como Hjalmar
Horace Greeley Schacht, era outro alemão americano no núcleo da ascenção do Hitlerismo.
Hanfstaengl nasceu numa bem conhecida família da Nova Inglaterra. Ele era primo do General John
Sedgewick da Gerra Civil (Guerra de Sesseção americana − N. T.) e neto de outro General da
Guerra Civil, William Heine. Introduzido à Hitler no início dos anos 20, pelo Capitão Truman-
Smith, adido militar em Berlim, tornou-se fervoroso suporte de Hitler. Em uma ocasião financiou os
Nazis e, de acordo com o Embaixador William Dodd, “... diz-se ter salvado a vida de Hitler em
1923”.
Por coincidência, o pai do líder SS Heinrich Himmler foi também professor de Putzi no Royal
Bavarrian Wilhelms Gymnasium. Os amigos de Putzi nos tempos de estudante na Universidade de
Harvard eram “futuras figuras proeminentes” como Walter Lippman, John Reed (que figurou
proeminentemente em Wall Street e na Revolução Bolchevista) e Franklin Delano Roosevelt.
Depois de poucos anos em Harvard, Putzi estabeleceu os negócios de arte da família em Nova
York; foi uma agradável combinação de negócios e prazer, pois como ele diz, “os nomes famosos
que visitaram-me eram lenda, Pierpont Morgan, Toscanini, Henry Ford, Caruso, Santos Dumont,
Charlie Chaplin, Paderewski e uma filha do Presidente Wilson. Foi também em Harvard que Putzi
fez amigos como o futuro Presidente Franklin Delano Roosevelt:
Eu fazia a maioria das minhas refeições no Clube Harvard, onde fiz amigos como o
jovem Franklin Delano Roosevelt, naquele tempo ascendendo a Senador pelo estado de
Nova York. Também recebi vários convites para visitar seu distante primo Teddy, o
primeiro Roosevelt presidente, que tinha se retirado para sua propriedade em Sagamore
Hill.
Daquela variedade de amizades (ou talvez depois de ler este livro e seus antecessores, Wall Street e
FDR e Wall Street e a Revolução Bolchevista, o leitor possa considerar as amizades de Putzi como
confinadas a um círculo elitista peculiar), Putzi tornou-se não somente um dos primeiros amigos,
suporte e financiador de Hitler, mas dentre aqueles primeiros suportes de Hitler ele foi “... quase a
única pessoa que cruzou as linhas de seus (de Hitler) grupos íntimos”.
Em resumo, Putzi era um cidadão americano no coração do círculo íntimo de Hitler desde o início
dos anos 20 até o final dos anos 30. Em 1943, depois de cair em desgraça com os Nazis, e preso
pelos Aliados, Putzi foi retirado das misérias de um campo de prisioneiros de guerra canadense, por
seu amigo e protetor, o presidente Franklin Delano Roosevelt. Quando a ação de FDR apontou o
perigo de tornar-se um problema político interno nos Estados Unidos, Putzi foi preso novamente na
Inglaterra. Como se não fosse surpresa bastante encontrarmos tanto Heinrich Himmler quanto
Franklin Delano Roosevelt como importantes na vida de Putzi, descobrimos também que as músicas
de marcha Nazis das Storm Troops (Sturmabeitelung = SA − N. T.) foram compostas por
Hanfstaengl, “incluindo aquela que foi tocada pelas colunas dos camisas pardas durante marcha
através do Portal de Bradenburg (Bradenburg Tor) no dia em que Hitler assumiu o poder”. Para
maior surpresa ainda, Putzi afirmou que a genesis do Hino Nazi “Sieg Heil, Sieg Heil”, usado nos
movimentos de massa Nazis, era não outro senão “Harvard, Harvard, Harvard, Rah, Rah, Rah”.
Quando Hitler assumiu o poder em março de 1933, simultaneamente com Franklin Delano
Roosevelt em Washington, um “emissário” privado foi enviado por Roosevelt de Washington DC,
para Hanfstaengl em Berlim, com uma mensagen dizendo que Roosevelt esperava que em vista de
sua longa intimidade, assim como ele [Roosevelt] havia se sobressaído, Hitler alcançaria
brevemente o poder, e que Putzi fizesse todo o possível para prevenir qualquer precipitação e
cabeça quente. “Pense como tocando seu piano, e tente e use o pedal maciamente se as coisas
ficarem ruins”, foi a mensagem de FDR. “Se as coisas começarem a se tornar inconvenientes, por
favor, entre logo em contato com nosso Embaixador”.
De muitas maneiras, ele [Dodd] foi um representante insatisfatório. Ele era um modesto
sulista professor de história, que dirigia sua embaixada com austeridade e estava
provavelmente tentando economizar dinheiro de seu salário. Quando eu necessitei de
um robusto milionário para competir com a exuberância dos Nazis, ele vacilou auto
desvalorizando-se como se estivesse ainda no campus do colégio. Sua mente e suas
opiniões eram medíocres.
De fato, o embaixador Dodd tentou declinar da sua indicação por Roosevelt para embaixador. Dodd
não tinha tendência e preferia viver com seu salário de Departamento de Estado ao invés de
negociatas políticas; ao contrário de políticos, Dodd era leal para com aquele de quem recebia seu
dinheiro. De qualquer modo, Dodd também fez comentários desagradáveis sobre Putzi, “... ele deu
dinheiro para Hittler em 1923, ajudou-o a escrever Mein Kanpf e foi, de todas as maneiras,
conivente com os objetivos de Hitler...”
Foi Hanfstaengl um agente do establishment liberal dos Estados Unidos? Podemos provavelmente
descartar essa possibilidade porque, de acordo com Ladislas Farago, foi Putzi quem sinalizou a
penetração britânica nos altos escalões do comando de Hitler. Farago relata que o barão William S.
de Ropp tinha penetrado nos mais altos escalões Nazis nos dias anteriores à Segunda Guerra
Mundial, e Hitler usou de Ropp “... como seu consultor confidencial sobre relações britânicas”. De
Ropp foi suspeito de ser agente duplo somente por Putzi. De acordo com farago:
A única pessoa... que sempre suspeitou dele, de tal duplicidade e que alertou o Führer
sobre ele foi o errático Putzi Hanfstaengl, o chefe, educado em Harvard, do escritório de
Hitler que lidava com a imprensa estrangeira.
Como Farago observa, “Bill de Ropp estava jogando dos dois lados − um agente duplo no mais alto
posto”. Putzi foi igualmente diligente alertando seus amigos, os homens de Hermann Goering, sobre
espiões potenciais em sua área. Como prova, temos o seguinte excerto das Memórias de Putzi, na
qual ele acusa de espionagem o jardineiro de Goering:
“Hermann”, disse eu um dia, “aposto qualquer dinheiro que o amigo Greinz é espião”.
“Não me diga, Putzi”, Karin [Sra. Hermann Goering] retrucou, “ele é um bom amigo e
ótimo jardineiro”. “Ele está fazendo exatamente o que um espião deve fazer”, eu lhe
disse, “ele próprio tem-se feito indispensável”.
Por volta de 1941, Putzi caiu em desgraça com Hitler e os Nazis, fugiu da Alemanha e foi internado
em um campo de prisioneiros de guerra canadense. Com a Alemanha e os Estados Unidos agora em
guerra, Putzi reavaliou as condições e concluiu, “sendo assim, eu sabia que a Alemanha poderia ser
derrotada”. A libertação de Putzi do POW camp (Prisonier of War camp = campo de prisioneiros de
guerra − N. T.) veio com a intervenção pessoal do velho amigo presidente Roosevelt:
Dei-lhe uma carta, a qual ele a colocou em seu bolso. Foi endereçada ao Secretário de
Estado americano, Cordell Hull. Poucos dias depois ela estava na mesa do meu amigo do
Clube Harvard, Franklin Delano Roosevelt. Nela eu me oferecia para atuar como
conselheiro de guerra política e psicológica na guerra contra a Alemanha.
A resposta e oferta para “trabalhar” para o lado americano foi aceita. Putzi foi instalado
confortavelmente com seu filho, sargento do Exército dos Esttados Unidos, Egon Hanfstaengl,
também lá como ajudante pessoal. Em 1944, sob pressão do risco Republicano, caso a poeira fosse
levantada sobre o favoritismo de Roosevelt parra com um antigo Nazista, Egon foi enviado para a
Nova Guiné e Putzi para a Inglaterra, onde os britânicos prontamente o internaram num POW pelo
tempo de duração da guerra, com Roosevelt ou sem Roosevelt.
As amizades de Putzi e suas manipulações políticas podem ou não ser de alguma grande
consequência, mas seu papel no incêndio do Reichstag é significante.
Naquele tempo, a culpa pelo incêndio do Reichstag foi lançada sobre os comunistas, mas há poucas
dúvidas, em perspectiva histórica, de que o incêndio foi deliberadamente provocado pelos Nazis
para fornecer uma desculpa para assegurar poder político. Fritz Thyssen comentou nos
interrogatórios Dustbin do pós-guerra:
Quando o Reichstag foi queimado, todos estavam certos de que aquilo tinha sido feito
pelos comunistas. Fiquei sabendo depois, na Suíça, que tudo era mentira.
Nos dias de hoje, poderia ficar claro que esta ação não poderia ser realizada pelo Partido
Comunista. Em qual extensão individual os Nacional-Socialistas cooperaram com o
planejamento e a execução do fato será difícil estabelecer, mas em vista de tudo que tem
sido revelado neste meio tempo, deve ser aceito o fato de que Goebbels e Goering
tiveram papel de liderança, o primeiro no planejamento, o outro na execução do plano.
O incêndio do Reichstag foi deliberado, provavelmente com a utilização de líquido inflamável, por
um grupo de experts. É aí que Putzi Hanfstaengl entra em cena. A pergunta chave é como este
grupo incendiário fez para ganhar acesso ao Reichstag para realizar a tarefa? Depois das 8 horas da
noite, somente uma porta no prédio principal ficava aberta, e esta era guardada. Pouco antes das 9
horas da noite, uma revista no prédio, pelo vigia, indicou que tudo estava bem; nenhum líquido
inflamável foi noticiado e nada estava fora do comum na Câmara de Sessões onde o fogo iniciou.
Aparentemente ninguém poderia ter acesso ao prédio do Reichstag depois das 9 horas da noite, e
ninguém foi visto entrando ou saindo entre 9 horas e o início do incêndio.
Havia somente uma maneira para que um grupo com materiais inflamáveis pudesse entrar no
Reichstag − através de um túnel que ligava o Reichstag ao Palácio do presidente do mesmo.
Hermann Goering era o presidente do Reichstag e morava no Palácio, e inúmeros homens das SA e
SS estavam sabidamente no Palácio. Nas palavras de um autor:
O uso da passsagem subterrânea, com todas as suas complicações, foi possível somente
pelos Nacional-Socialistas. A entrada e a fuga da gangue foi factível somente com a
conivência de empregados bem colocados no Reichstag. Todas as chances, todas as
possibilidades apontam condenatoriamente em uma direção, a conclusão de que o
incêndio do Reichstag foi trabalho de Nacional-Socialistas.
Como Putzi Hanfstaengl fez para colocar-se neste quadro de incendiário e de intrigas políticas?
Putzi − por sua própria admissão − estava numa dependência do Palácio do lado opsto ao túnel que
levava ao Reichstag. E de acordo com o julgamento do incêndio do Reichstag (Reichstag Fire
Trial), Putzi Hanfstaengl realmente estava no próprio Palácio durante o incêndio:
De acordo com o Nazi Kurt Ludecke, certa vez existiu um documento assinado pelo líder SA Karl
Ernst − o qual supostamente ateou o fogo e foi depois morto por amigos Nazis − o qual implicou
Goering, Goebbels e Hanfstaengl na conspiração.
Para o Presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, com profunda
admiração por sua concepção de uma nova ordem econômica, com devoção por sua
personalidade. O autor, Baden, Alemanha, 9 de novembro de 1933.
A resposta de FDR por esta admiração por sua nova ordem econômica foi a seguinte:
Meu querido Dr. Magers: Gostaria de enviar meus agradecimentos pela cópia de seu
pequeno livro sobre mim e o “New Deal”. Considere, como você sabe, eu freqüentei a
escola na Alemanha e pude falar alemão com considerável fluência em certa época.
Estou lendo seu livro não somente com grande interesse mas porque ele me ajudará no
alemão.
O New Deal ou a “Nova Ordem Econômica” não foi uma criação do liberalismo clássico. Foi uma
criação do socialismo corporativo. Os Big Bussiness como refletido em Wall Street, lutaram muito
por um estado de ordem no qual pudessem controlar a indústria e eliminar a competição, e isto foi o
coração do New Deal de FDR. A General Electric, por exemplo, foi proeminente tanto na
Alemanha Nazista quanto no New Deal. A German General Electric foi financiadora proeminente
de Hitler e do Partido Nazi, e a AEG também financiou Hitler tanto direta quanto indiretamente
através da Osram. A Generral Electric Internacional (International General Electric) em Nova York,
tinha a maior participação em propriedade e direção de ambas, AEG e Osram. Gerard Swope, Owen
Young e A. Baldwin da General Electric nos Estados Unidos eram diretores da AEG. Contudo, a
estória não termina na General Electric e no financiamento de Hitler de 1933.
No livro prévio, Wall Street e a Revolução Bolchevista, o autor identificou o papel da General
Electric na Revolução Bolchevista e na localização geográfica dos americanos participantes [da
Revolução Bolchevista] na Rua Broadway 120, cidade de Nova York; os escritórios executivos da
General Electric estavam também na Broadway 120. Quando Franklin Delano Roosevelt trabalhava
em Wall Street, seu endereço era também Broadway 120. De fato, a Fundação Georgia Warm
Springs (Georgia Warm Springs Foundation), a fundação de FDR, estava localizada na Broadway
120. O proeminente suporte financista num dos primeiros negócios de risco de Roosevelt na
Broadway 120 foi Gerard Swope da General Electric. E foi o “Plano de Swope” que tornou-se o
New Deal de Roosevelt − o plano fascista que Herbert Hoover não desejava que fosse instalado
subrepticiamente nos Estados Unidos. Resumindo, tanto a Nova Ordem de Hitler quanto o New
Deal de Roosevelt foram apoiados pelos mesmos industriais, e em conteúdo eram bem similarres −
isto é, ambos eram planos para um Estado corporativo.
Existiu então, pontes tanto corporativas quanto individuais entre a América de FDR e a Alemanha
de Hitler. A primeira ponte foi a American IG Farben, a afiliada americana da IG Farben, a maior
corporação alemã. Na diretorida da American IG, sentava-se Paul Warburg, do Banco de Manhattan
e do Banco da Reserva Federal de Nova York. A segunda ponte era entre a General Electric
Internacional, subsidiária totalmente de propriedade da General Electric Company e sua afiliada de
propriedade parcial da mesma na Alemanha, a AEG. Gerard Swope, que formulou o New Deal de
Roosevelt era chairman da IEG (International General Electric) e estava na diretoria da AEG. A
terceira ponte, era entre a Standard Oil of New Jersey e Vacuum Oil e a subsidiária alemã de sua
total propriedade, Deutsche-Amerikanische Gesellschaft. O chairman da Standard Oil of New
Jersey era Walter Teagle, do Banco da Reserva Federal de Nova York. Ele foi representante de
negócios da Fundação Georgia Warm Springs de Franklin Delano Roosevelt e indicado por FDR
para um posto administrativo chave na Administração Nacional de Recuperação (National
Recovery Administration − NRA).
Estas corporações estavam profundamente envolvidas tanto em promover o New Deal de Roosevelt
quanto em construir o poder militar da Alemanha Nazista. O papel de Putzi Hanfstaengl no
alvorecer dos dias, até meados dos anos 30, foi o de uma ligação informal entre a elite Nazi e a Casa
Branca. Depois de meados dos anos 30, quando o mundo foi colocado no curso da guerra, a
importância de Putzi declinou − enquanto os american big bussiness continuaram a ser
representados através de intermediários como o advogado do Barão Kurt von Schröder e membro
do Círculo de Amigos de Himmler, Westrick.
CAPÍTULO 9
WALL STREET E O CÍCULO INTERNO
NAZISTA
Durante o período inteiro de nossos contatos de negócios, não tivemos o menor conhecimento
de conivência por parte da Farben com as brutais políticas de Hitler. Nós oferecemos
qualquer ajuda que possamos dar para tentar trazer à luz a verdade completa, e que justiça
rígida seja feita.
F. W. Abrams, chairman da junta de diretores, Standard Oil Company of New Jersey, 1946.
Adolf Hitler, Hermann Goering, Josef Goebbels e Heinrich Himmler, o grupo interno do Nazismo, eram ao
mesmo tempo chefes de feudos menores dentro do Estado Nazi. Grupos de poder ou cliques políticas eram
centradas em volta dos líderes Nazis, principalmente depois do final dos anos 30, em torno de Adolf Hitler e
Heinrich Himmler, líder da SS do Reich (a terrível Schutzstaffel). O mais importante destes círculos internos
Nazistas foi criado por ordem do Führer; ficou conhecido primeiramente como Círculo Keppler (Keppler
Circle) e depois, como Círculo de Amigos de Himmler (Himmler Circle of Friends).
O círculo Keppler originou-se como um grupo de homens de negócios alemães apoiando a subida de Hitler
ao poder antes e durante 1933. Em meados dos anos 30, o Círculo Keppler caiu sob a influência e a proteção
do chefe SS Himmler e sob o controle organizacional do proeminente banqueiro de Colônia e homem de
negócios Nazi Kurt von Schröder. Schröder, relembrando, era chefe do J. H. Stein Bank na Alemanha e
afiliado ao J. Henry Schroder Banking Corporation of New York. É dentro deste mais interno dos círculos
internos, o mais central ponto do coração do Nazismo, que encontraremos Wall Street, incluindo a Standard
Oil Company of New Jersey e ITT, representadas desde 1933 até tão tarde como 1944.
Wilhelm Keppler, fundador do original círculo de amigos, tipifica o bem conhecido fenômeno de
homem de negócios politizado − isto é, um homem de negócios o qual cultiva a arena política ao
invés do mercado imparcial, para seus lucros. Tais homens de negócios tem estado interessados em
promover causas socialistas, porque uma sociedade socialista planejada fornece a mais lucrativa
oportunidade para contratos através de influência política.
Detetando tais oportunidades lucrativas, Keppler juntou-se aos Nacional-Socialistas, e estava junto
a Hitler antes de 1933. O círculo de amigos nasceu de uma reunião entre Adolf Hitler e Wilhelm
Keppler em dezembro de 1931. Durante o curso de suas conversações − isto foi vários anos antes de
Hitler tornar-se ditador − o futuro Führer expressou o desejo de ter competentes homens de
negócios alemães disponíveis para aconselhamento econômico para quando o Nazismo tomasse o
poder. “Tente apanhar alguns líderes econômicos − eles não necessitam ser membros do Partido −
os quais estarão à nossa disposição quando chegarmos ao poder”. Keppler incumbiu-se de fazê-lo.
Em março de 1933, Keppler foi eleito para o Reichstag e tornou-se expert financista de Hitler. Isto durou
somente pouco tempo. Keppler foi substituído pelo infinitamente mais capaz Hjalmar Schacht, e enviado
para a Áustria onde em 1938, tornou-se Comissário do Reich, mas ainda capaz de usar sua posição para
adquirir considerável poder no Estado Nazi. Dentro de poucos anos, ele capturou um jorro de lucrativas
diretorias em firmas alemães, incluindo o cargo de chairman da junta de diretoria de duas subsidiárias da IG
Farben: Braunkohle-Benzin AG e Kontinental Oil AG. A Braunkohlen-Benzin era a exploradora alemã da
tecnologia Standard Oil of New Jersey para produção de gasolina derivada de carvão (veja Capítulo 4).
Resumindo, Keppler foi chairman da forte firma que utilizou tecnologia americana para a indispensável
gasolina sintética que capacitou a Wehrmacht ir à guerra em 1939. Isto é significativo porque, quando
ligada a outra evidência apresentada neste capítulo, ela sugere que os lucros e o controle destas
fundamentalmente importantes tecnologias para fins militares alemães estavam restritas a um pequeno
grupo de firmas internacionais e homens de negócios operando através de fronteiras nacionais.
O sobrinho de Keppler, Fritz Kranefuss, sob a proteção de seu tio, também ganhou proeminência tanto como
ajudante do chefe SS Heinrich Himmler quanto como homem de negócios e operador político. Foi a ligação
de Kranefuss com Himmler que levou o Círculo de Keppler a se afastar gradualmente de Hitler nos anos 30
para cair na órbita de Himmler, onde em troca de doações anuais aos projetos da SS de estimação de
Himmler o círculo de membros recebia favores políticos e não desprezável proteção da SS.
O Barão Kurt von Schröder era, como temos notado, o representante da ITT na Alemanha Nazi e
antigo membro do Círculo Keppler. O Círculo Keppler original era composto por:
Este círculo de amigos original, reuniu-se com Hitler em maio de 1932 e encabeçou a declaração
dos objetivos Nazi. Heinrich Himmler depois, tornou-se um acíduo participante das reuniões, e
através dele, vários funcionários da SS, assim como outros homens de negócios juntaram-se ao
grupo. Este grupo expandido tornou-se o Círculo de Amigos de Himmler, com Hjalmar Schacht
atuando como protetor e orientador para seus membros.
Quando examinarmos os nomes que compunham tanto o Círculo de Keppler original pré-1933 quanto o
expandido Círculo de Keppler e Himmler pós-1933, encontraremos as multi-nacionais de Wall Street
pesadamente representadas − mais que qualquer outro grupo institucional. Apanhemos cada multi-
nacional americana ou suas associadas alemães − aquelas identificadas no Capítulo 7 como ligadas ao
financiamento de Hitler − e examinar seus canais com Keppler e Heinrich Himmler.
A IG Farben estava pesadamente representada dentro do Círculo Keppler: não menos que 8 dentre
os 40 membros, quando do pico do círculo, eram diretores da IG Farben ou de suas subsidiárias.
Estes 8 membros incluíam o prévio descrito Wilhelm Keppler e seu sobrinho Kranefuss, além do
Barão Kurt von Schröder. A presença da Farben foi enfatizada pelo membro Hermann Schmitz,
chairman da IG Farben e diretor da Vereinigte Stahlwerke, ambas, cartéis construídos e
consolidados por empréstimos de Wall Street durante os anos 20. Um relatório Congressual dos
Estados Unidos descreveu Hermann Schmitz como segue:
Hermann Schmitz, uma das pessoas mais importantes da Alemanha, tem atingido grande
sucesso simultaneamente em três campos separados, industrial, financeiro e governamental,
e tem servido com zelo e devoção cada governo no poder. Ele simboliza o cidadão alemão
que depois da devastação da Primeira Guerra Mundial tornou possível a Segunda.
Ironicamente, possa ser dito ser ele o grande culpado naquela, em 1919 ele foi um dos
membros da delegação de paz do Reich, e nos anos 30 estava em posição de ensinar aos
Nazis muito do que eles tinham para aprender sobre penetração econômica, usos de
cartel e materiais sintéticos para guerra.
Outro membro do Círculo Keppler na junta da IG Farben foi Friedrich Flick, criador do cartel do
aço Vereinigte Stahlwerke e diretor da Allianz Versicherungs AG e da German General Electric
(AEG). Heinrich Schmidt, diretor do Dresdner Bank e chairman da junta da subsidiária da IG
Farben, Braunkohle-Benzin AG, estava no círculo; do mesmo modo, era Karl Rasche, outro diretor
do Dresdner Bank e diretor da Metallgesellschaft (parente do Delbrück Schickler Bank) e da
Accumulatoren-Fabriken AG. Heinrich Buetefisch era também diretor da IG Farben e membro do
Círculo Keppler. Em resumo, a contribuição da IG Farben à conta Nationale Treuhand de Rudolf
Hess − o fundo para suborno político − foi confirmada depois da tomada de poder em 1933 por
pesada representação no círculo interno Nazi.
Quantos membros deste Círculo Keppler no complexo IG Farben eram associados a Wall Street?
MEMBROS DO ORIGINAL CÍRCULO KEPPLER ASSOCIADOS COM MULTI-
NACIONAIS AMERICANAS
Similarmente, podemos identificar outras instituições de Wall Street representadas no antigo Círculo de
Amigos de Keppler, confirmando suas contribuições monetárias ao National Trusteeship Fund ( fundo da
conta Nationale Treuhand) operado por Rudolf Hess em favor de Hitler. Estes representantes eram Emil
Heinrich Meyer e o banqueiro Kurt von Schröder, nas juntas de todas as subsidiárias da ITT na Alemanha, e
Emil Helffrick, o chairman da junta da DAPAG, 94% de propriedade da Standard Oil of New Jersey.
A maioria das multi-nacionais americanas estavam também muito bem representadas no posterior
Círculo de Heinrich Himmler, e fizeram contribuições em dinheiro vivo à SS (a Sonder Konto S)
até 1944 − enquanto a Segunda Guerra Mundial estava em progresso.
Quase um quarto das contribuições de 1944 à Sonder Konto S vieram das subsidiárias da
International Telephone and Telegraph, representada por Kurt von Schröder. Os pagamentos de
1933 das subsidiárias da ITT para a Conta Especial (Special Account) foram as seguintes:
Sosthenes Behn da International Telephone and Telegraph, durante o tempo de guerra, transferiu o controle das
Mix & Genest, C. Lorenz e os outros interesses da Standard Telephone na Alemanha para Kurt von Schröder −
o qual foi o membro fundador do Círculo Keppler e organizador e tesoureiro do Círculo de Amigos de
Himmler. Emil H. Meyer, SS Untersturmfuehrer (Segundo Representante), membro da Vorstand (junta de
diretores) do Dresdner Bank, da AEG, e diretor de todas as subsidiárias da ITT na Alemanha, era também
membro do Círculo de Amigos de Himmler − dando à ITT dois poderosos representantes no coração da SS.
Uma carta para o amigo membro Emil Meyer do Barão Kurt von Schröder datada de 25 de
fevereiro de 1936, descreve os objetivos e requisitos do Círculo de Himmler e a natureza da de
longa data Conta Especial “S” com fundos no próprio Banco de Schröder − o J. H. Stein Bank de
Colônia (J. H. Stein Bank of Cologne):
Pessoal!
Ao Círculo de Amigos do Líder SS do Reich.
Ao fim de dois dias de visitas de inspeção à Munique, para a qual o Líder SS do Reich nos
convidou janeiro passado, o Círculo de Amigos concordou em colocar − cada um de acordo
com seus meios − à disposição do Líder do Reich na “Conta Especial S” (Sonder Konto S), a
ser estabelecida na firma bancária J. H. Stein em Colônia, fundos a serem utilisados para
certas tarefas fora do orçamento. Isto capaciatria o Líder do Reich a contar com a ajuda de
todos os seus amigos. Em Munique foi decidido que o abaixo assinado os tornaria capazes
de movimentar esta conta. No meio tempo, a conta foi aberta e queremos que todos os
participantes saibam que no caso de algum deles querer fazer contribuições ao Líder do
Reich para as tarefas acima mencionadas − tanto a favor de sua firma ou do Círculo de
Amigos de Himmler − pagamentos podem ser feitos à firma bancária J. H. Stein, Colônia
(Conta de Compensações do Banco do Reich, Conta para ordens postais No. 1392) à Conta
Especial S.
Heil Hitler!
Esta carta também esplica porque o Coronel Bogdan do Exército dos Estados Unidos, antigo do
Schröder Banking Corporation of New York, estava ansioso em desviar a atenção dos
investigadores do Exército dos Estados Unidos no pós-guerra, do J. H. Stein Bank of Cologne para
“os grandes bancos” da Alemanha Nazista. Era o Stein Bank que mantinha os segredos das
associações de subsidiárias americanas com as autoridadees Nazi, enquanto a Segunda Guerra
Mundial estava em progresso. Os interesses financeiros de Nova York podiam não conhecer a
precisa natureza destas transações (e particularmente a natureza de quaisquer registros que
pudessem ter estado em poder de seus associados Alemães), mas eles sabiam que algum registro
bem poderia existir sobre seus acordos em tempo de guerra − o bastante para embaraçá-los com o
público americano. Foi esta possibilidade que o Coronel Bogdan sem sucesso tentou evitar.
A German General Electric lucrou bastante com suas associações com Himmler e com outros
líderes Nazistas. Vários membros da clique de Schröder eram diretores da AEG, o mais
proeminente sendo Robert Pferdmenges, o qual não era somente membro do Círculo de Keppler e
Himmler, mas era sócio na casa banqueira arianizada Pferdmenges & Company, sucessora da antiga
casa banqueira judaica Sal Oppenheim of Cologne. Waldemar von Oppenheim atingiu a dúbia
distinção (para um judeu alemão) de “ariano honorário” e foi capaz de continuar sua antiga e
estabelecida casa banqueira, sob Hitler, em parceria com Pferdmenges.
KRANEFUSS, Frtiz X
KEPPLER, Wilhelm X
SCHRÖDER, Kurt X X
von
BUETEFISH, X
Heinrich
RASCHE, Dr. Karl X
FLICK, Friedrich X X
LINDEMANN, Karl X
SCHMIDT, Heinrich X
ROEHNERT, X
Hellmuth
SCHMIDT, Kurt X
MEYER, Dr. Emil X
SCHMITZ, X
Hermann
Pferdmenges foi também diretor da AEG e usou sua influência Nazi para boa vantagem.
Dois outros diretores da German General Electric eram membros do Círculo de Amigos de
Himmler e fizeram contribuições monetárias em 1943 e 1944 para a Sonder Konto S. Foram eles:
Kurt Schmitt era chairman da junta de diretores da AEG, e membro do Círculo de Amigos de
Himmler, mas o nome Schmitt não está registrado na lista de pagamentos de 1943 e 1944.
A Standard Oil of New Jersey também contribuiu significativamente para a Conta Especial de
Himmler através de sua subsidiária alemã, totalmente de sua propriedade (94%), a Deutsche-
Amerikanische Petroleum Gesellschaft (DAPAG). Em 1943 e 1944, a DAG contribuiu com o que
segue:
É importante notar que o Staatsrat [diretor] Lindemann contribuiu com 4.000 RM pessoalmente,
então fazendo clara distinção entre contribuição corporativa de 10.000 RM da subsidiária
totalmente de propriedade da Standard Oil of New Jersey e a contribuição pessoal do diretor
Lindemann. No caso do Staatsrat Helffrich, a única contribuição foi a da Standard Oil de 10.000
RM; não há registro de contribuição pessoal.
A IG Farben, companhia mãe da IG (veja Capítulo 2), foi outro contribuinte significativo da Sondo
Konto S de Heinrich Himmler. Houvera 4 diretores da IG Farben dentro do círculo interno: Karl
Rasche, Fritz Kranefuss, Heinrich Schmidt e Heinrich Buetefisch. Karl Rasche era membro do
Comitê de Gerenciamento (Management Committee) do Dresdner Bank e especialista em leis
internacionais e Banking. Sob Hitler, Karl Rasche tornou-se proeminente diretor de muitas
corporações alemães, incluindo a Accumulatoren-Fabriken AG em Berlim, que financiou Hitler, a
Metallgesellschaft e a Felten & Guilleaume, uma companhia ITT. Fritz Kranefuss era membro da
junta de diretores do Dresdner Bank e diretor de várias corporações ligadas à IG Farben. Kranefuss,
sobrinho de Wilhelm Keppler, era advogado e proeminente em muitas organizações públicas Nazis.
Heinrich Schmidt, diretor da IG Farben e de várias outras companhias alemães, era também diretor
do Dresdner Bank.
É importante notar que os três acima − Rasche, Kranefuss e Schmidt − eram diretores de uma
subsidiária da IG Farben, a Braunkohle-Benzin AG − fabricante de gasolina sintética alemã
utilizando a tecnologia da Standard Oil, resultado dos acordos IG Farben-Standard Oil, do início
dos anos 30.
Resumindo, a elite financista de Wall Street estava bem representada tanto no antigo Círculo
Keppler quanto no posterior Círculo Himmler.
CAPÍTULO 10
O MITO DE “SIDNEY WARBURG”
A questão vital, só parcialmente resolvida, é a extensão pela qual a ascenção de Hitler ao poder em
1933, foi diretamente apoiada por financistas de Wall Street. Temos mostrado evidência com
documentação original, de que houve participação e apoio indireto americano através de firmas
alemães afiliadas, e (como por exemplo no caso da ITT) conhecido e deliberado esforço em
benefício do suporte ao regime Nazi. Este financiamento indireto foi extendido a financiamento
direto?
Depois de Hitler subir ao poder, firmas e indivíduos dos Estados Unidos trabalharam a favor do
Nazismo e certamente lucraram com o Estado Nazi. Sabemos por intermédio dos diários de William
Dodd, embaixador americano para a Alemanha, que em 1933 um fluxo de banqueiros e industriais
de Wall Street passava pela embaixada dos Estados Unidos em Berlim, expressando sua admiração
por Adolf Hitler − e ansiosos para encontrar maneiras de fazer negócios com o novo regime
totalitário. Por exemplo, em 1º. de setembro de 1933, Dodd registrou que Henry Mann do National
City Bank e Winthrop W. Aldrich do Banco Chase (Chase Bank) encontraram-se com Hitler e
“estes banqueiros sentiram que podiam trabalhar com ele”. Yve Lee, o agente de relações públicas
de Rockefeller, de acordo com Dodd, “mostrou-se a si mesmo ao mesmo tempo capitalista e
defensor do fascismo”.
De forma que pelo menos, podemos identificar resposta simpática ao novo ditador Nazi,
remanescente da maneira pela qual banqueiros internacionais de Wall Street, saudaram a nova
Rússia de Lênin e Trotsky em 1917.
A questão colocada neste capítulo, é a acusação de que alguns financistas de Wall Street (os
Rockefeller e os Warburg tem sido especificamente acusados) planejaram e financiaram
diretamente a subida de Hitler ao poder em 1933, e que eles fizeram isto de Wall Street. Sobre esta
questão, o tão chamado mito de “Sidney Warburg” é relevante. O proeminente Nazi Franz Von
Papen declarou em suas Memórias:
Um livro com este título em holandês escrito por “Sidney Warrburg” foi, sem dúvida, publicado em
1933, mas permaneceu nas prateleiras das livrarias da Holanda somente por alguns dias. O livro foi
recolhido. Uma das três cópias originais sobreviventes foi traduzida para o inglês. A tradução foi
certa vez colocada no Museu Britânico, mas está agora fora do alcance do público e não está
disponível para pesquisa. Nada se sabe agora sobre a cópia original holandesa da qual a tradução
inglesa foi baseada.
A segunda cópia holandesa, foi possuída pelo chanceler Schussning da Áustria, e nada sabe-se
sobre seu presente destino. A terceira cópia holandesa foi para a Suíça e foi traduzida para o
alemão. Esta tradução sobreviveu até o presente dia no arquivo Schweizerischen Sozialarchiv em
Zurique, Suíça. A cópia certificada da tradução alemã autenticada desta cópia sobrevivente suíça,
foi comprada por este autor em 1971, e traduzida para o inglês. É sobre esta tradução inglesa, da
tradução alemã que o texto deste capítulo é baseado.
A publicação do livro de “Sydney Warburg” foi prontamente relatada no New York Times (24 de
novembro de 1933) sob o título Hoax on Nazis Feared (Fraude sobre Temor Nazi). Um breve
artigo, observava que um livreto “Sidney Warburg” tem aparecido na Holanda, e o autor não é o
filho de Felix Warburg. O tradutor é J. G. Shoup, jornalista belga vivendo na Holanda. Os editores e
Shoup “esperam não ter sido vítimas de fraude”. O artigo do Times acrescenta:
Por que o original holandês foi retirado de circulação em 1933? Porque “Sidney Warburg” não
existe e um “Sidney Warburg” foi tido como autor. Desde 1933, o livro “Sidney Warburg” tem sido
considerado tanto falsificação quanto documento genuíno. A própria família Warburg tem tido
algumas dores de cabeça para substanciar sua falsificação.
O que o livro relata? O que o livro declara ter acontecido na Alemanha no início dos anos 30? E tem
estes eventos aguma semelhança com fatos sabidamente verdadeiros por outras evidências?
Do ponto de vista de pesquisa metodológica, é muito mais preferível assumir que o livro “Sidney
Warburg” é uma falsificação, a menos que possamos provar o contrário. Este é o procedimento que
adotamos. O leitor pode bem perguntar − então por que preocupar-se em examinar uma possível
falsificação? Há pelo menos duas boas razões, aparte curiosidade acadêmica.
Primeiro, a afirmação dos Warrburg de que o livro é uma falsificação tem uma curiosa e vital falha.
Os Warburg declaram falso um livro que eles admitem nunca terem lido − nem sequer visto. A
negativa dos Warburg é limitada especificamente a não autoria por um Warburg. Esta negativa é
aceitável; mas ela não nega ou rejeita a validade do conteúdo. A negativa meramente repudia a
autoria.
Segundo, nós já temos identificado a IG Farben como financiadora e suporte chave de Hitler.
Fornecemos evidência fotográfica (nas páginas deste livro) do recibo de transferência bancária de
400.000 marcos da IG Farben para a conta “Nationale Treuhand” de Hitler, a conta de fundos para
suborno político administrada por Rudolf Hess. Agora, é provável, quase certo, que “Sidney
Warburg” não existe. Por outro lado, é matéria de registro público que os Warburg estavam
estreitamente ligados à IG Farben na Alemanha e nos Estados Unidos. Na Alemanha, Max Warburg
era diretor da IG Farben, e nos Estados Unidos, o irmão Paul Warburg (pai de James Paul Warburg)
era diretor da American IG Farben. Resumindo, temos irrefutável evidência de que alguns Warburg,
incluindo o pai de James Paul, o denunciador do livro de “Sidney Warburg”, eram diretores da IG
Farben. E a IG Farben é conhecida por ter financiado Hitler. “Sidney Warburg” era um mito, mas os
diretores da IG Farben, Max Warburg e Paul Warburg não. Isto é motivo suficiente para ir em
frente.
Façamos primeiramente um sumário do livro o qual James Paul Warburg declara ser falsificação.
Existem momentos em que eu quero sair fora do mundo de intrigas, truques, fraudes e
manipulações do mercado de ações... Você sabe o que eu nunca entendi? Como é
possível que uma pessoa de bom e honesto caráter − para a qual eu tenho ampla prova −
participar de defraudações e fraudes, sabendo muito bem que estes atos afetarão centenas
de pessoas.
Shoup depois descreve “Sidney Warburg” como “filho de um dos maiores banqueiros dos Estados
Unidos, membro da firma banqueira Kuhn, Loeb & Co., Nova York. “Sidney Warburg” depois diz
a Shoup que ele (“Warburg”) deseja registrar para a história como o Nacional-Socialismo foi
financiado por financistas de Nova York.
A primeira seção do livro é intitulada simplesmente “1929”. Ela diz que em 1929, Wall Street tinha
enormes créditos não pagos na Alemanha e na Áustria, e que eles tinham em sua maior parte sido
congelados, enquanto a França estava economicamente fraca e com medo da Alemnha, e ela estava
também retirando a “parte do leão” de fundos de reparação (da Primeira Guerra Mundial − N. T.)
que eram de fato financiados pelos Estados Unidos. Em junho de 1920, uma reunião teve lugar
entre os membros do Banco da Reserva Federal e importantes banqueiros americanos, para decidir
o que fazer com a França, e particularmente para parar com sua demanda de reparações da
Alemanha. Desta reunião participaram (de acordo com o livro “Warburg”) os diretores do Guaranty
Trust Company, os presidentes dos Bancos da Reserva Federal (12 bancos em 12 distritos − N. T.),
acrescidos de mais cinco banqueiros independentes, do “jovem Rockefeller” e de Glean, da Royal
Dutch Shell. Carter e Rockefeller, de acordo com o texto, “dominaram a reunião”. Os outros
escutavam e inclinavam suas cabeças.
O consenso geral nesta reunião de banqueiros, foi de que a única maneira de livrar a Alemanha das
garras financeiras da França, era por revolução, tanto fazia se comunista ou alemã socialista. Em
uma reunião anterior, tinha sido acordado contatar Hitler para “tentar descobrir se ele seria
receptível a suporte financeiro americano”. Com isto Rockefeller teria conhecimento mais
atualizado sobre o Nacional-Socialismo de Hitler, e o objetivo desta segunda reunião era para
determinar se “Sidney Warburg” estava preparado para ir à Alemanha como mensageiro, para fazer
contato pessoal com Hitler.
Em retorno ao suporte financeiro oferecido, Hitler conduziria uma “política externa agressiva e
incitaria a idéia de revanche contra a França”. Esta política, como foi antecipado, resultaria em
apelação por parte da França aos Estados Unidos e Inglaterra para assistência em “questões
internacionais envolvendo a eventual agressão alemã”. Hitler não deveria conhecer o objetivo da
assistência de Wall Street. Seria deixado “para ele próprio descobrir os motivos por trás da
proposta”. “Warburg” aceitou a missão proposta, deixou Nova York e foi para Cherbourg na Ile de
France, “com passaporte diplomático e cartas de recomendação de Carter, Rockefeller, Glean e
Herbert Hoover”.
Aparentemente, “Sidney Warburg” teve alguma dificuldade para encontrar Hitler. O Cônsul
americano em Munique não obteve sucesso em fazer contato com os Nazis, e finalmente “Warburg”
foi diretamente ao Prefeito Deutzberg de Munique, “com uma recomendação do Cônsul
americano”, e um pedido para colocar “Warburg” em contato com Hitler. Shoup apresenta depois
excertos de declarações de Hitler desta reunião inicial. Estes extratos incluem os usuais delírios
anti-semíticos Hitlerianos, e deve-se observar que todas as partes anti-semíticas do livro “Sidney
Warburg” são menções à Hitler (isto é importante porque James Paul Warburg declara ser o livro de
Shoup anti-semítico). Financiamento dos Nazis foi discutido nesta reunião e Hitler é descrito como
tendo insistido que os fundos não poderiam ser depositados num banco alemão, mas somente em
banco estrangeiro à sua disposição. Hitler pediu 100 milhões de marcos e sugeriu que “Sidney
Warburg” relatasse a reação de Wall Street através de Von Heydt na Lutzow-ufer 18, Berlim.
Depois de reportar-se novamente à Wall Street, Warburg tomou conhecimento de que 24 milhões
de dólares era muito para os banqueiros americanos; eles ofereceram 10 milhões. Warburg contatou
Von Heydt e outra reunião foi arranjada, desta vez com um “homem desconhecido, apresentado a
mim sob o nome Frey”. Instruções foram dadas para tornar 10 milhões de dólares disponíveis no
Mendelsohn & Co. Bank em Amsterdam, Holanda. Warburg deveria pedir ao Mendelsohn Bank
para fazer cheques pagáveis a Nazistas indicados em 10 cidades alemães. Subsequentemente,
Warburg viajou para Amsterdam, completou sua missão com o Mendelsohn & Co., e depois foi
para Southampton, Inglaterra, onde embarcou no Olympia de volta à Nova York onde reportou-se à
Carter no Guaranty Trust Company. Dois dias depois Warburg entregou seu relatório ao grupo
inteiro de Wall Street, mas “desta vez um representante inglês estava lá, sentado ao lado de Glean,
da Royal Dutch, um homem chamado Angell, um dos chefes da Asiatic Petroleum Co”. Warburg
foi questionado sobre Hitler, e “Rockefeller demonstrou incomum interesse pelas declarações de
Hitler sobre os comunistas”.
Poucas semanas após o retorno de Warburg da Europa, o jornal Hearst demonstrou “incomum
interesse” pelo novo partido Nazi alemão, e até o New York Times passou a publicar regularmente
pequenas reportagens sobre discursos de Hitler. Anteriormente, estes jornais não haviam mostrado
muito interesse, mas mudaram. Também, em 29 de dezembro, um longo estudo sobre o movimento
Nacional-Socialista alemão apareceu “em uma publicação mensal da Universidade de Harvard”.
Quando Wall Street soube disto, Hoover perdeu o respeito deste círculo de uma só vez.
Até a eleição subseqüente foi afetada − muitos acreditavam que a falha de Hoover em
reeleger-se pode ser consequência deste fato.
Em outubro de 1931, Warburg recebeu uma carta de Hitler a qual, ele passou à Carter no Guaranty
Trust Company, e subsequentemente outra reunião de banqueiros foi requisitada nos escritórios do
Guaranty Trust Company. Opiniões nesta reunião estavam divididas. “Sidney Warburg” relatou que
Rockefeller, Carter e McBean estavam com Hitler, enquanto os outros financistas estavam em
dúvida. Montagu Norman do Banco da Inglaterra (Bank of England) e Glean da Royal Dutch Shell
argumenteram que os 10 milhões já gastos com Hitler era muito, que Hitler poderia nunca agir. A
reunião finalmente concordou em princípio em dar mais assistência à Hitler, e Warburg novamente
assumiu a tarefa de mensageiro, retornando para Alemanha.
Nesta viagem, Warburg, sabidamente, discutiu relações alemães com “um banqueiro judeu” em
Hamburgo, com um magnata industrial e com outros suportes de Hitler. Uma das reuniões foi com
o banqueiro Von Heydt e com um “Luetgebrunn”. Este último declarou que a SA (Storm Trooper =
Tropa Furacão − N. T.) estava mal equipada e a SS precisava de metralhadoras, revólveres e
carabinas.
Na posterior reunião Warburg-Hitler, Hitler argumentou que “os soviéticos não podem prescindir
da nossa produção industrial ainda. Nós daremos crédito, e se eu não for capaz de derrotar a França
por mim mesmo, então os soviéticos me ajudarão”. Hitler disse que tinha dois planos para subir ao
poder na Alemanha: (A) o plano da revolução, e (B), o plano de subir ao poder legalmente. O
primeiro plano levaria três meses, e o segundo plano, três anos. Hitler foi mencionado como tendo
dito, “revolução custa 500 milhões de marcos, tomada de poder legal custa 200 milhões de marcos
− o que seus banqueiros decidem?” Depois de cinco dias, um cabograma do Guaranty Trust chegou
para Warburg, e é citado no livro como segue:
Quantias sugeridas estão fora de questão. Não queremos e não podemos. Explique ao
homem que tal transferência para a Europa quebrará o mercado financeiro.
Absolutamente desconhecido em território internacional. Espere longo relatório, antes
que decisão seja tomada. Fique aí. Continue investigação. Tente persuadir o homem
sobre impossível demanda. Não esqueça de incluir no relatório sua própria opinião sobre
possibilidades para o futuro do homem.
Warburg cabografou seu relatório de volta à Nova York e três dias depois recebeu um segundo
cabograma dizendo:
Relatório recebido. Prepare para entrega 10, máximo 15 milhões dólares. Avise homem
necessidade de agressão contra perigo externo.
Os 15 milhões de dólares foram aceitos para o caminho de tomada de poder legal, não para o plano
revolucionário. O dinheiro foi transferido de Wall Street para Hitler via Warburg como segue − 5
milhões de dólares a serem pagos ao Mendelsohn & Company, Amsterdam; 5 milhões para o
Rotterdamsche Bankvereinigung em Roterdam; 5 milhões para o “Banca Italiana”.
Warburg viajou para cada um destes bancos, onde ele sabidamente encontrou Heydt, Strasser e
Hermann Goering. Os grupos arranjaram que cheques fossem feitos para diferentes nomes em
várias cidades na Alemanha. Em outras palavras, os fundos foram “lavados” na moderna tradição de
desviar sua origem de Wall Street. Na Itália o grupo de pagamento foi sabidamente recebido no
prédio principal do banco por seu presidente, e enquanto esperando em seu escritório, dois italianos
fascistas, Rossi e Balbo, foram apresentados a Warburg, Heydt, Strasser e Goering. Três dias depois
do pagamento, Warburg retornou para Nova York de Gênova, à bordo do Savoya. Novamente, ele
reportou-se à Carter, Rockefeller e aos outros banqueiros.
A informação no livro foi ressuscitada depois da Segunda Guerra Mundial e publicada em outros
livros num contexto anti-semítico que não existe no livro original de 1933. Dois destes livros, do
pós guerra, foram o de Rene Sonderegger “Spanischer Sommer” e o de Werner Zimmerman “Liebet
Eure Feinde”.
Mais importante, James P. Warburg de Nova York, assinou uma declaração escrita juramentada em
1949, que foi publicada como Apêndice no Memoirs (Memórias) de von Papen. Esta declaração
juramentada de Warburg, nega terminantemente a autenticidade do livro “Sidney Warburg” e
declara que foi uma fraude. Infelizmente, James P. Warburg focaliza-se no livro anti-semítico
“Spanischer Sommer” de Sonderegger, de 1947, não no livro original suprimido “Sidney Warburg”
publicado em 1933 − onde o único anti-semitismo é restrito as alegadas declarações de Hitler.
Em outras palavras, a declaração juramentada de Warburg levanta mais questões do que as resolve.
Poderíamos, por conseguinte, olhar a declaração juramentada de Warburg de 1949, que nega a
autenticidade das “Fontes de Financiamento do Nacional-Socialismo”.
Em 1953, o Nazista Franz von Papen publicou suas Memórias. Este foi o mesmo Franz von Papen o
qual tinha sido ativo nos Estados Unidos em favor da espionagem alemã durante a Primeira Guerra
Mundial (e penúltimo chanceler da Alemanha antes da queda da República de Weimar com a
subida de Hitler à chancelaria − o último chanceler foi Kurt von Slacher, o qual permaneceu
somente 53 dias como chanceler, antes de sua queda e consequente indicação de Hilter para
chanceler, indicação esta feita pelo preidente da Alemanha, Ludendorf − N. T.). Em suas
Memórias, Franz von Papen discute a questão de financiamento de Hitler e coloca a culpa
diretamente sobre o industrial Fritz Thyssen e o banqueiro Kurt von Schröder. Papen nega que ele
[Papen] financiou Hitler, e ainda assim, nenhuma crível evidência tem aparecido para ligar Von
Papen com fundos de Hitler (embora Zimmerman em Liebet Eure Feinde acuse Papen de doação de
14 milhões de marcos). Neste contexto, Von Papen menciona o Financial Sources of Nacional
Socialism (Fontes Financeiras do Nacional Socialismo) de “Sidney Warburg”, junto com os dois
mais recentes livros do pós-Segunda Guerra Mundial de Werner Zimmerman e Rene Sonderegger
(pseudônimo Severin Reinhardt). Papen acrescenta que:
Existem duas seções no Apêndice II do livro de Papen. Primeiro, uma afirmação de James P.
Warburg; segundo, a declaração juramentada, datada de 15 de julho de 1949.
A abertura do parágrafo da afirmação registra que em 1933, a casa editora holandesa Holkema and
Warendorf publicou De Geldbronnen van Het Nationaal-Socialisme (Drie Gesprekklen Met Hitler)
e acrescenta que:
Este livro foi alegadamente escrito por “Sydney Warburg”. Um sócio na firma de
Amsterdam Warburg & Co. informou James P. Warburg sobre o livro e a Holkemma &
Warendorf foi informada que tal pessoa “Sidney Warburg” não existia. Eles, em seguida,
retiraram o livro de circulação.
O livro contém uma massa de libelos contra vários membros de minha família, e contra
várias casas banqueiras e indivíduos proeminenttes em Nova York. Eu nunca vi, até o
dia de hoje, uma cópia do livro. Aparentemente só um punhado de cópias escapou à
supressão pelo editor.
Então, por um lado, Warburg declara que nunca viu uma cópia do livro “Sidney Warburg”, e por
outro lado, fala sobre o “libelo”, e prossegue construindo uma detalhada declaração juramentada,
sentença por sentença, para refutar a informação supostamente contida em um livro que ele declara
nunca ter visto! É muito difícil aceitar a validade da declaração de Warburg de que “nunca até hoje
vi cópia do livro”. Ou ele de fato não viu, logo a declaração juramentada não tem valor.
James Warburg acrescenta que o livro “Sidney Warburg” é “obviamente anti-semitismo”, e a força
da declaração de Warburg é a de que a história de “Sidney Warburg” é pura propaganda anti-
semítica. De fato (e Warburg teria descoberto este fato se tivesse lido o livro), as únicas declarações
anti-semíticas do livro de 1933 são aquelas atribuídas a Adolf Hitler, cujos sentimentos anti-
semíticos são dificilmente alguma grande descoberta. Aparte delírios de Hitler, não há nada no livro
original “Sidney Warburg” remotamente ligado a anti-semitismo, a menos que classifiquemos
Rockefeller, Glean, Carter, McBean, etc. como judeus. De fato, é notável que nenhum único
banqueiro judeu tenha sido indicado no livro, exceto pelo mítico “Sidney Warburg” o qual é um
mensageiro, não um dos alegados fornecedores de dinheiro. Agora sabemos por fonte autêntica
(embaixador Dodd) que o banqueiro judeu Eberhard von Oppenheim fez de fato, contribuição de
200.000 marcos a Hitler, e é improvável que “Sidney Warburg”, tivesse omitido esta observação
caso estivesse deliberadamente fornecendo falsa propaganda anti-semítica.
A primeira página da declaração de James Warburg diz respeito ao livro de 1933. Depois da
primeira página, James Warburg introduz Rene Sonderegger e outro livro escrito em 1947.
Cuidadosa análise da declaração de Warburg, e da declaração juramentada, indica que sua negação
e afirmações, referem-se essencialmente a Sonderegger, e não a “Sidney Warburg”. Logo,
Sonderegger era anti-semítico e provavelmente foi parte de um movimento neo-Nazi depois da
Segunda Guerra Mundial, mas esta afirmação de anti-semitismo não pode recair sobre o livro de
1933 − e este é o x da questão sob exame. Resumindo, James Paul Warburg inicia chamando para
discussão um livro que ele nunca viu, mas sabe ser um libelo anti-semítico, e depois, sem aviso,
muda a acusação para outro livro que era certamente anti-semítico, mas que foi publicado uma
década depois. Logo, a declaração juramentada de Warburg, definitivamente confunde os dois
livros, de modo que o leitor é levado a condenar o mítico “Sidney Warburg” juntamente com
Sonderegger. Olhemos algumas declarações de J. P. Warburg:
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Será o intento de James Warburg indicar o caminho errado?
É verdade que “Sydney Warburg” pode muito bem ter sido uma invençaão, no sentido de que
“Sidney Warburg” nunca existiu. Assumimos que o nome é uma fraude; mas alguém escreveu o
livro. Zimmerman e Sonderegger podem ou não ter comprometido o libelo ao nome Warburg, mas
infelizmente quando examinamos a declaração juramentada de James P. Warburg, como publicada
nas memórias de Von Papen, somos deixados muito mais no escuro do que sempre. Há três
questões importantes e não respondidas: (1) Por que a declaração juramentada de Warburg declara
como falsficação um livro nunca por ele lido? (2) Por que a declaração juramentada de Warburg
evita a questão chave e desvia a discussão do “Sidney Warburg” para o livro anti-semítico de
Sonderegger publicado em 1947? E (3), seria James P. Warburg tão insensível ao sofrimento judeu
na Segunda Guerra Mundial, para publicar sua declaração juramentada nas memórias de Franz von
Papen, que era um proeminente Nazi no coração do movimento de Hitler desde os primeiros dias de
1933?
Não somente foram os Warburg da Alemanha perseguidos por Hitler em 1938, mas milhões de
judeus perderam suas vidas pelo barbarismo Nazi. Parece elementar para qualquer um que tenha
sofrido, e sensível aos sofrimentos passados alemães, evitar os livros Nazi, de Nazismo ou neo-
Nazistas, como praga. Ainda assim, aqui temos o Nazi Von Papen como gênio literário e anjo
portador para o auto descrito anti-Nazi James P. Warburg, o qual aparentemente agradece a
oportunidade. Mais ainda, os Warburg tiveram ampla oportunidade de publicar tal declaração
juramentada com grande publicidade sem utilizar canais neo-Nazi.
O leitor lucrará ponderando sobre esta situação. A única explicação lógica é a de que alguns dos
fatos do livro “Sidney Warburg” são tanto verdade, ou chegam perto da verdade, quanto são
embaraçosos para James P. Warburg. Não se pode dizer que a intenção de Warburg seria indicar a
pista errada (embora esta poderia ser a conclusão óbvia), porque homens de negócios são
notoriamente escritores ilógicos e desarazoados; e não há certamente nada que possa excluir
Warburg desta categoria.
“Sidney Warburg” nunca existiu; neste sentido o livro original de 1933 é um trabalho de ficção.
Contudo, muitos dos depois pouco conhecidos fatos registrados no livro são corretos; e a declaração
juramentada de James P. Warburg não é baseada no livro original, mas, ao contrário, no livro anti-
semítico circulado uma década depois.
Quem escreveu o livro de 1933? J. G. Shoup diz que as notas foram escritas por um Warburg, na
Inglaterra, e entregues a ele para tradução. Foi alegado que o motivo de Warburg, foi genuíno
remorso sobre o comportamento amoral dos Warburg e seus associados de Wall Street. Parece isto
um motivo plausível? Não tem sido escondido que aqueles mesmos Wall Streeters os quais são os
criadores de complôs para guerra e revolução, são sempre em suas vidas privadas, genuinamente
cidadãos decentes (Grifos do Tradutor); não está além do reino da razão, que um deles tenha tido
uma mudança no coração ou consciência pesada. Mas isto não está provado.
Se o livro foi uma falsificação, logo, por quem ele foi escrito? James Warburg admite não saber a
resposta, e escreve: “O objetivo original da falsificação permanece de alguma forma obscuro, ainda
hoje”.
Poderia algum governo ter forjado o documento? Certamente não os governos britânico e
americano, os quais estão ambos diretamente implicados, segundo o livro. Certamente não o
governo Nazista na Alemanha, embora James Warburg parece sugerir esta improvável
possibilidade. Poderia ter sido a França, União Soviética ou talvez a Áustria? A França,
possivelmente, porque temia a ascenção da Alemanha Nazista. A Áustria é uma possibilidade
similar. A União Soviética é uma possibilidade, porque os soviéticos também tinham muito a temer
por Hitler. De modo que é plausível que a França, Áustria ou União Soviética tivesse alguma
participação na preparação do livro.
Qualquer cidadão privado que forjasse tal livro, sem materiais internos governamentais, teria que
ser admiravelmente bem informado. O Guaranty Trust não é, particularmente, um banco bem
conhecido fora de Nova York, ainda que haja um extraordinário grau de plausibilidade sobre o
envolvimento do Guarranty Trust (Banco de J. P. Morgan − N. T.), porque ele foi o veículo de
Morgan usado para financiamento e infiltração na Revolução Bolchevista. Qualquer um que
indicasse o Guaranty Trust como veículo de financiamento de Hitler, ou conhecia muita coisa mais
que o homem comum da rua, ou tinha autêntica informação governamental.
O único motivo que parece aceitável, é aquele de que o autor desconhecido, tinha conhecimento de
que uma guerra estava em preparação, e esperou por uma reação pública, contra os fanáticos de
Wall Street e seus amigos industriais na Alemanha − antes de ser tarde demais. Claramente, alguém
escreveu o livro, sendo o motivo quase certamente um alerta contra a agressão Hitleriana, e uma
indicação para sua fonte em Wall Street, porque a assistência técnica por parte de companhias
americanas controladas por Wall Street era ainda necessária para construir a máquina de guerra de
Hitler. As patentes de hidrogenização da Standard Oil, o financiamento de plantas para fabricação
de óleo derivado de carvão, instrumental de visualização de alvo para bombardeio, e outras
tecnologias necessárias, não tinham ainda sido totalmentte transferidas quando o livro “Sidney
Warburg” foi escrito. Conseqüentemente, este poderia ter sido um livro desenhado para quebrar as
pernas dos suportadores de Hitler no estrangeiro, para inibir a planejada transferência do potencial
industrial de guerra americano e suporte financeiro e diplomático do Estado Nazi. Se este era o
objetivo, é lamentável que o livro tenha falhado em alcançar algum destes objetivos.
CAPÍTULO 11
COLABORAÇÃO WALL STREET-NAZI NA
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Por trás das frentes de batalha da Segunda Guerra Mundial, através de intermediários na Suíça
e África do Norte, a elite financista de Nova York colaborou com o regime Nazista. Arquivos
capturados depois da guerra, geraram uma massa de evidências demonstrando que, por causa
de alguns elementos dos BIG BUSINESS, o período 1941-1945 foi de “negócios como de
costume”. Por exemplo, correspondências entre firmas dos Estados Unidos e suas subsidiárias
francesas, revelam a ajuda fornecida à máquina militar do Eixo − enquanto os Estados Unidos
estavam em guerra com a Alemanha e a Itália. Cartas entre a Ford of France (Ford da França)
e a Ford dos Estados Unidos entre 1940 e julho de 1942, foram analisadas pela seção de
Controle de Fundos Estrangeiros (Foreign Funds Control) do Departamento do Tesouro. Seu
relatório inicial concluiu que, até meados de 1942:
Similarmente, o Banco Chase (Chase Bank) de Rockefeller foi acusado de colaborar com os Nazis
na França na Segunda Guerra Mundial, enquanto Nelson Rockefeller tinha um suave trabalho em
Washington, DC:
Estas duas situações [isto é, Ford e Banco Chase] nos convence de que é imperativo
investigar imediatamente com microscópio, as atividades de subsidiárias de pelo menos
algumas das grandes firmas americanas que estavam operando na França durante
ocupação alemã...
Funcionários do Tesouro urgiram que uma investigação fosse iniciada sobre subsidiárias francesas
de muitos bancos americanos − isto é, Chase, Morgan, National City, Guaranty, Bankers Trust e
American Express. Embora os Chase e Morgan fossem os únicos dois bancos a manter escritórios
na França durante ocupação Nazista, em setembro de 1944, todos os maiores bancos de Nova
York estavam pressionando o Governo dos Estados Unidos por permissão para reabertura das
filiais de pré-guerra. Uma subsequente investigação do Tesouro, gerou evidência documental
sobre colaboração entre ambos os bancos Chase e J. P. Morgan e os Nazis na Segunda Guerra
Mundial. A recomendação de uma investigação completa é citada na íntegra como segue:
DEPARTAMENTO DO TESOURO
COMUNICAÇÃO INTERNA
f. O objetivo total das políticas e operação do Chase eram para manter a posição do
Banco a qualquer custo.
e. O poder do Morgan and Company na França não se compara aos pequenos recursos
financeiros de outras firmas, e o inquérito agora em processo, será de real valor em
possibilitar-nos, pela primeira vez, estudar o padrão Morgan e a maneira pela qual
tem usado seu grande poder;
O Sr. Jefferson Caffery, embaixador dos Estados Unidos para a França, tem sido mantido
informado sobre o processo desta investigação, e em todos os momentos, deu-me todo o
suporte e encorajamento, em princípio e em fato. Em verdade, foi o próprio Sr. Caffery que
perguntou-me como as subsidiárias da Ford e da General Motors da França tem atuado
durante a ocupação, e expressou o desejo de que olhássemos estas companhias, depois que
a investigação dos bancos fosse completada.
RECOMENDAÇÃO
Eu recomendo que esta investigação, a qual, por razões inevitáveis, tem prosseguido
vagarosamente até agora, seja urgentemente pressionada e que pessoal necessário adicional
seja enviado a Paris o mais rápido possível.
A investigação completa jamais foi feita, e nenhuma investigação tem sido feita sobre esta
presumível atividade traiçoeira, até a presente data.
A colaboração entre homens de negócios americanos e os Nazis na Europa Eixo, foi acompanhada
pela proteção dos interesses Nazis nos Estados Unidos. Em 1939, a American IG Farben trocou o
seu nome para General Aniline & Film, com a General Dyestuffs atuando como sua agente de
vendas exclusiva nos Estados Unidos. Estes nomes definitivamente disfarçaram o fato de que a
American IG (ou General Aniline & Film) foi uma importante fabricante da maioria dos materiais
de guerra, incluindo artabrine (anti-malária), magnésio e borracha sintética. Acordos restritivos
com sua mãe IG Farben, reduziram os fornecimentos para a América, destes produtos militares
durante a Segunda Guerra Mundial.
Um cidadão americano, Halbach, tornou-se presidente da General Dyestuffs em 1930, e adquiriu,
em 1939, grande controle sobre Dietrich A. Schmitz, diretor da American IG e irmão de Hermann
Schmitz, diretor da IG Farben na Alemanha e chairman da junta da American IG, até o início da
guerra em 1939. Depois de Pearl Harbor, o Tesouro dos Estados Unidos bloqueou as contas
bancárias de Halbach. Em junho de 1942, a Custódia de Propriedade Estrangeiras (Alien Property
Custodian) bloqueou as ações de Halbach da General Dyestuffs, e encampou a firma, como firma
inimiga, sob o Ato de Comércio com o Inimigo (Trading with Enemy Act). Subsequentemente, a
Custódia de Propriedade Estrangeira indicou uma nova junta de diretores para atuar como
representante da mesma, pela duração da guerra. Estes atos foram razoáveis e de prática usual,
mas quando investigamos sob a superfície, uma outra e assaz anormal história emerge.
Entre 1942 e 1945, Halbach era nominalmente consultor da General Dyestuffs. De fato, Halbach
dirigia a companhia, com um salário de 82.000 dólares anuais. Louis Jonhson, antigo Secretário-
assistente de Guerra, foi indicado presidente da General Dyestuffs pelo Governo dos Estados
Unidos, para o qual ele recebia 75.000 dólares por ano. Louis Jonhson tentou fazer pressão para
forçar o Tesouro dos Estados Unidos a desbloquear os fundos bloqueados de Halbach e habilitá-lo
a desenvolver políticas contrárias aos interesses dos Estados Unidos, então em guerra com a
Alemanha. O argumento usado para desbloquear as contas bancárias de Halbach, foi de que
Halbach estava dirigindo a companhia e que a junta de diretores indicada pelo Governo “poderia
perder-se sem o conhecimento de Halbach”.
Durante a guerra, Halbach preencheu uma petição contra a Custódia de Propriedade Estrangeira,
através da firma de advocacia Sullivan e Cromwell, para remover o Governo dos Estados Unidos
do controle das companhias da IG Farben. Esta petição foi mal sucedida, mas Halbach obteve
sucesso em manter os acordos do cartel Farben intactos durante a Segunda Guerra Mundial; a
Custódia de Propriedade Estrangeira nunca foi à corte durante a Segunda Guerra Mundial, ante a
petição de desbloqueio. Por que não? Leo T. Crowley, chefe do escritório da Custódia de
Propriedade Estrangeira, tinha como seu conselheiro, John Foster Dulles, e este, era sócio da firma
acima mencionada, Sullivan and Cromwell, a qual estava atuando em favor de Halbach em sua
petição contra a Custódia de Propriedade Estrangeira.
Havia outra situação de conflito de interesses que devemos observar. Leo T. Crowley, da Custódia
de Propriedade Estrangeira, indicou Victor Emanuel para as juntass de ambas General Aniline &
Film e General Dyestuffs. Antes da guerra, Victor Emanuel era diretor do J. Schroder Banking
Corporation. Schröder, como já vimos, era um proerminente financiador de Hitler e do Partido
Nazi − e naquele tempo era importante membro do Círculo de Amigos de Himmler, fazendo
substanciais contribuições às organizações SS na Alemanha.
Desta forma, Victor Emanuel indicou Leo T. Crowley para chefe da Standard Gas & Electric
(controlada por Emanuel) por 75.000 dólares anuais. Esta soma era adicionada ao salçário da
Custódia de Propriedade Estrangeira e mais 10.000 dólares por ano como chefe da Corporação de
Seguros Federal Deposit do Governo dos Estados Unidos (US Government Federal Deposit
Insurance Corporation). Por volta de 1943, James E. Markham tinha substituído Crowley na CPE
(Custódia de Propriedade Estrangeira) e foi também indicado por Emanuel para diretor da
Standard Gas com 4.850 dólares por ano, além de 10.000 dólares que ele tirava da CPE.
Assim como Victor Emanuel, testa de ferro do banqueiro Schröder, Crowley e Markham, os quais
eram também empregados do Governo dos Estados Unidos, tentaram lidar com a questão destes
interesses da IG Farben nos Estados Unidos e no México. Em 13 de abril de 1943, James
Markham enviou uma carta ao Secretário de Estado Cordell Hull objetando ao proposto negócio
da Cyanamid em bases de que ele era contrário à Carta do Atlântico e poderia interferir com a
ajuda para estabelecimento de firmas independentes na América Latina. A posição de Markham
era apoiada por Henry A. Wallace e pelo Procurador Geral Francis Biddle.
As forças aliadas contra o negócio da Cyanamid eram a Sterling Drug, Inc. e Winthrop. Ambas,
Sterling e Winthrop prepararam-se para perder seu mercado de remédios no México se o negócio
da Cyanamid vingasse. Também, hostis à este negócio, é claro, eram a General Aniline e a
General Dyestuffs, dominadas por Victor Emanuel, antigo associado do banqueiro Schröder.
A IG Farben ganhou esta luta em Washington, mas, questões mais ominosas são levantadas
quando olhamos o bombardeio da Alemanha durante a guerra pela Força Aérea americana. Há
rumores de longo tempo, mas nunca provados, de que a Farben recebeu tratamento favorecido −
isto é, de que ela não foi bombardeada. James Stuart Martin comenta o seguinte sobre o
tratamento favorecido dispensado à IG Farben no bombardeio à Alemanha.
Enquanto esta acusação é muito mais uma questão em aberto, requerendo um grande trabalho de
pesquisa especializada nos registros de bombardeio da Força Aérea, outros aspectos de
favoritismo em favor dos Nazis são bem lembrados.
No final da Segunda Guerra Mundial, Wall Street mudou-se para a Alemanha através do Conselho
de Controle (Control Council) para proteger seus amigos do velho cartel e limitar a extensão do
fervor da desnazificação, a qual poderia prejudicar velhos relacionamentos de negócios. O
General Lucius Clay, Governador Militar representante para a Alemanha, indicou homens de
negócios opostos a desnazificação, para posições de controle sobre os procedimentos de
desnazificação. William H. Draper da Dillon, Read (firma de Clarence Dillon − N.T.),firma que
financiou os cartéis alemães nos idos dos anos 20, tornou-se representante do General Clay.
O banqueiro William Draper, como Brigadeiro-general, colocou seu time de controle junto com
homens de negócios os quais tinham representado negócios americanos na Alemanha pré-guerra.
A representação da General Motors incluiu Louis Douglas, antigo diretor da GM, e Edward S.
Sdunke, chefe da General Motors pré-guerra na Antuérpia, indicado para supervisionar a seção de
engenharia do Conselho de Controle. Peter Hoglund, expert em indústria automotiva alemã,
recebeu licença para ausentar-se da General Motors. A seleção de pessoal para o Conselho foi
assumida pelo Coronel Graeme K. Howard − antigo representante da GM na Alemanha e autor de
um livro “que glorifica práticas totalitaristas [e] justifica a agressão alemã...”
Divisão Econômica
Divsão Política William DRAPPER,
Robert D. MURPHY parceiro da
Dillon Read & Co
Divisão Financeira
Louis DOUGLAS,
diretor General Motors e
presidente
Mutual Life Insurance
MEMORANDO
2. Louis Douglas, o qual o general Clay descreve como “meu conselheiro pessoal em
matérias econômica, financeira e governamental”. Douglas demitiu-se do cargo de Diretor
do Orçamento em 1934; e pelos oito anos seguintes atacou as políticass fiscais do governo.
Desde 1940, Douglas tem sido presidente da Mutual Life Insurance Company, e desde
dezembro de 1944, ele tem sido diretor da Generral Motors Company.
Então quando examinamos o Conselho de Controle para a Alemanha sob o General Lucius D.
Clay, verificamos que o chefe da Divisão de Finanças era Luis Douglas, diretor da General
Motors controlada por Morgan e presidente da Mutual Life Insurance (a Opel, subsidiária da
General Motors alemã, tem sido a maior fabricante de tanques de Hitler). O chefe da Divisão
Econômica do Conselho de Controle era o General Draper, sócio da Firma Dillon, Read, que tinha
muito a ver com a construção da Alemanha Nazi, em primeiro lugar. Todos os três homens eram,
não por surpresa, sob a luz de mais recentes descobertas, membros do Conselho de Relações
Exteriores (Cuncil of Foreign Relations − CFR).
O julgamento por crimes de guerra de Nuremberg, propunha selecionar aqueles responsáveis pela
preparação e atrocidades da Segunda Guerra Mundial, e colocá-los em julgamento. Quanto a tal
procedimento ser moralmente justificável é assunto de debate; há alguma justificativa para crer-se
que Nuremberg tenha sido uma farsa política, distante de pricípios legais. Contudo, se assumirmos
que há tal justificativa moral e legal, então com razão tal julgamento deveria aplicar-se a todos,
independentemente de nacionalidade. O que, por exemplo, poderia isentar Franklin Delano
Roosevelt e Winston Churchill, mas não Adolf Hitler e Goering? Se a ofensa é preparação para
guerra, e não vingança cega, então, a justiça deveria ser imparcial.
As diretivas preparadas pelo Conselho de Controle dos Estados Unidos (US Control Council) na
Alemanha para a prisão e detenção de criminosos de guerra refere-se a “Nazis” e a “simpatizantes
Nazi”. Os excertos relevantes são os seguintes:
Então segue, uma lista das categorias de pessoas a serem presas, incluindo:
Altos industriais e financistas americanos indicados neste livro estão cobertos pelas categorias
listadas acima. Henry Ford e Edsel Ford respectivamente, contribuiram com dinheiro para Hitler e
lucraram com a produção de guerra alemã. A Standard Oil of New Jersey, a General Electric, a
General Motors e a ITT, certamente fizeram contribuições financeiras ou técnicas as quais
compõem evidência prima facie de “participação de planejamento ou realização de
empreendimentos Nazi”.
*
A Alemanha Nazista de Hitler foi subdividida em uma intrincada estrutura partidária que
correspondesse à organização do governo germânico e, na realidade, da sociedade alemã. O país
foi dividido em distritos ou Gaue, que correspondiam aproximadamente aos trinta e quatro
distritos eleitorais do Reichstag e à frente dos quais se achava um Gauleiter designado por Hitler.
Havia sete Gaue adicionais para a Áustria, para Dantzig, para o Sarre e para a Sudetolândia, na
Tcheco-Eslováquia. Um Gaue era dividido em Kreise − círculos − e estes dirigidos por
Kreisleiter. A menor unidade do partido era o Ortsgruppe − grupo local − que nas cidades estava
subdividida em célula de ruas e quarteirões (N. T.).
a) Cooperação com a Wehrmacht (Ford Motor Company, Banco Chase, Banco Morgan);
b) Ajuda ao Plano de Quatro Anos Nazi e mobilização econômica para guerra (Standard Oil
Company of New Jersey);
Há, no mínimo, evidência suficiente para demendar uma total e imparcial investigação. Contudo,
como vimos previamente, estas mesmas firmas e financistas foram proeminentes na eleição de
1933 de Franklin Delano Roosevelt, e consequentemente, tinham suficiente união política para
silenciar ameaças de investigação. Excertos do diário de Morgenthau demonstram que a força
política de Wall Street foi suficiente para controlar a indicação de funcionários responsáveis pela
desnazificação e eventual governo da Alemanha no pós-guerra.
Estas firmas americanas conheciam sua assistência à máquina militar de Hitler? De acordo com as
próprias firmas, definitivamente não. Elas clamam inocência por qualquer intento de ajuda à
Alemanha de Hitler. Como testemunha, um telegrama enviado pelo chairman da junta da Standard
Oil of New Jersey ao Secretário de Guerra, Patterson, depois da Segunda Guerra Mundial, quando
investigação preliminar sobre a asistência de Wall Street estava em andamento:
De acordo com tudo, não é tão difícil visualizar por que industriais Nazis estavam contra
“investigações” e assumiram no fim da guerra, que seus amigos de Wall Street iam livrar e protegê-los
do ódio daqueles que tinham sofrido. Estas atitudes foram apresentadas ao Comitê Kilgore, em 1946:
Você pode também estar interessado em saber, Sr. Chairman, que pessoas do topo da
IG Farben e outras, quando as questionamos sobre estas atividades, estavam algumas
vezes inclinadas a ficar indignadas. A atitude e espectativa geral era de que a guerra
estava acabada e nós devíamos estar agora assistindo-os para colocar a IG Farben e a
indústria alemã de pé novamente. Alguns deles disseram em alto e bom tom que este
questionamento e investigação eram, em sua opinião, somente um fenômeno de curta
duração, porque tão logo a poeira sentasse, esperavam eles, seus amigos nos Estados
Unidos e Inglaterra voltariam. Seus amigos, assim disseram, colocariam um ponto final
em atividades tais como estas investigações, e receberiam (os alemães) o tratamento
que eles viam como correto e a assistência poderia lhes ser dada para ajudar no
reestabelecimento de sua indústria.
CAPÍTULO 12
CONCLUSÕES
Demonstramos com evidência documental, um número de críticas associações entre banqueiros
internacionais de Wall Street e a ascenção de Hitler e do Nazismo na Alemanha.
Primeiro: Que Wall Street financiou cartéis alemães em meados dos anos 20, os quais, como
resultado, prosseguiram na trajetória de levar Hitler ao poder.
Segundo: Que o financiamento de Hitler e suas gangues de rua SS, vieram em parte, de afiliadas
ou de subsidiárias de firmas americanas, incluindo Henry Ford em 1922, pagamentos pela IG
Farben e General Electric em 1933, seguido por pagamentos de subsidiárias das Standard Oil of
New Jersey e ITT à Heinrich Himmler até 1944.
Terceiro: Que multi-nacionais americanas, sob o controle de Wall Street, lucraram bastante com o
programa de construção militar de Hitler nos anos 30, e pelo menos até 1942.
Quarto: Que estes mesmos banqueiros internacionais usaram de influência política nos Estados
Unidos para encobrir sua colaboração em tempo de guerra, e para fazer isto, infiltraram-se na
Comissão de Controle dos Estados Unidos para a Alemanha.
Nossa evidência para estas quatro maiores afirmativas podem ser sumarizadas como segue:
No Capítulo 1, apresentamos evidência de que o Plano Dawes e o Plano Young para as reparações
da Alemanha, foram formulados por Wall Streeters, temporariamente usando chapéus de homens
de Estado, e estes empréstimos geraram uma chuva de lucros para estes banqueiros internacionais.
Owen Young da General Electric, Hjalmar Schacht, A. Voegler e outros, intimamente ligados à
ascenção de Hitler ao poder, tinham anteriormente sido negociadores dos lados dos Estados
Unidos e Alemanha, respectivamente. Três casas de Wall Street − Dillon, Read; Harris, Forbes; e,
National City Company − manipularam três quartos dos empréstimos de reparação, usados para
criar o sistema de cartel alemão, incluindo a dominante IG Farben e Vereinigte Stahlwerke, as
quais juntamente produziram 95% dos explosivos do lado Nazi na Segunda Guerra Mundial.
O papel central da IG Farben no coup d`etat de Hitler, foi revisto no Capítulo 2. Os diretores da
American IG (Farben) foram identificados como proeminentes homens de negócios americanos:
Walter Teagle, estreito associado de Roosevelt e administrador e suporte do NRA; o banqueiro
Paul Warburg (seu irmão Max Warburg estava na junta da IG Farben na Alemanha); e Edsel Ford.
A Farben contribuiu com 400.000 RM diretamente à Schacht e Hess, para uso nas cruciais
eleições de 1933, e a Farben foi subsequentemente o carro chefe do desenvolvimento militar na
Alemanha Nazista.
Um donativo de 60.000 RM foi feito para Hitler pela General Electric alemã (AEG) a qual tinha
quatro diretores e, de 25 a 30% de interesse participativo, detido pela empresa mãe americana
General Electric. Este papel foi descrito no Capítulo 3, e descobrimos que Gerard Swope, o
mentor do New Deal (segmento da Administração Nacional de Recuperação − NRA) de
Roosevelt, junto com Owen Young, do Banco da Reserva Federal de Nova York e Clarck Minor
da General Electric Internacional (IGE), eram os Wall Streeters dominantes na AEG, e a mais
significativa influência individual.
Também, não encontramos nenhuma evidência para acusar a firma de eletricidade alemã Siemens,
a qual não estava sob controle de Wall Street. Ao contrário, há evidência documental que ambas,
AEG e Osram, as outras unidades da indústria elétrica alemã − ambas tinham participação e
controle dos Estados Unidos − de fato financiaram Hitler. Em verdade, quase todos os diretores da
German General Electric eram suportes de Hitler, tanto diretamente através da AEG, quanto
indiretamente através de outras firmas alemães. A AEG facilitou seu apoio a Hitler pela
cooperação técnica à Krupp, baseada na restrição dos Estados Unidos em desenvolvimento de
tungstênio carbide, e que trabalhou em detrimento dos Estados Unidos na Segunda Guerra
Mundial. Concluímos que as instalações da AEG na Alemanha gerenciaram, por manobra ainda
desconhecida, para evitar o bombardeio pelos Aliados.
Um exame do papel da Standard Oil of New Jersey (a qual era, e é controlada por interesses de
Rockefeller) foi estudado no Capítulo 4. A Standard Oil, aparentemente, não financiou a ascenção
de Hitler ao poder em 1933 (parte do “mito Sidney Warburg” não está provado). Por outro lado,
pagamentos foram feitos até 1944 pela Standard Oil of New Jersey, para desenvolver gasolina
sintética com objetivos de guerra em favor dos Nazis e, através da subsidiária totalmente de sua
propriedade, ao Círculo de Amigos de Himmler para objetivos políticos. O papel da Standard Oil
foi de ajuda técnica ao desenvolvimento Nazi de borracha e gasolina sintéticas, através de uma
companhia de pesquisa dos Estados Unidos, sob controle gerencial da Standard Oil. A Ethyl
Gasoline Company, como propriedade da Standard Oil of New Jersey e da General Motors, foi
instrumento para o suprimento do vital chumbo etílico para a Alemanha Nazi − sob os protestos
escritos do Departamento de Guerra dos Estados Unidos − com o claro conhecimento de que o
chumbo etílico era para objetivos militares Nazistas.
No Capítulo 5, demonstramos que a International Telephone and Telegraph Company, uma das
mais notórias multi-nacionais, trabalhou para os dois lados da Segunda Guerra Mundial através do
Barão Kurt von Schröder, do grupo banqueiro Schroder. A ITT também detinha 28% de
participação na Focke-Wolf Aircraft, que fabricava excelentes aviões de combate alemães.
Também descobrimos que a Texaco (Texas Oil Company) estava envolvida em todas as batalhas
do advogado alemão Westrick, mas desligou seu chairman da junta, Rieber, quando estas batalhas
tornaram-se públicas.
Henry Ford foi um antigo (1922) suporte de Hitler, e Edsel Ford continuou a tradição da família
em 1942, pelo encorajamento da Ford França em lucrar com o armamento da Wehrmacht alemã.
Subsequentemente, os veículos produzidos pela Ford, eram usados contra soldados americanos,
assim que os mesmos aterrissaram na França em 1944. Por seu cedo reconhecimento de, e
assistência pontual para os Nazis, Henry Ford recebeu uma medalha Nazi em 1938. Os registros
da Ford França sugerem que a Ford Motor Company recebeu tratamento com luvas de pelica por
parte dos Nazis depois de 1940.
Finalmente, no Capítulo 11, examinamos os papéis dos bancos Morgan e Chase na Segunda
Guerra Mundial, especificamente suas colaborações com os Nazis na França enquanto uma grande
guerra estava sendo travada.
Em outras palavras, como em nossos dois exames prévios sobre as ligações entre banqueiros
internacionais de Nova York e importantes eventos históricos (aqui o autor refere-se aos seus dois
livros anteriores Wall Street e FDR e Wall Street e a Revolução Bolchevista − N. T.) descobrimos
um provável padrão de manipulação política e financeira.
Dois homens foram depois apoiados como líderes para grandes países ocidentais: Franklin Delano
Roosevelt nos Estados Unidos e Adolf Hitler na Alemanha. O New Deal de Roosevelt e o Plano
de Quatro Anos de Hitler tinham grandes semelhanças. Os planos de Roosevelt e de Hitler foram
planos fascistas para tomada de poder em seus respectivos países. Enquanto o NRA de Roosevelt
falhou, devido aos posteriores constrangimentos constitucionais operacionais, o plano de Hitler
obteve sucesso.
Por que a elite de Wall Street e os banqueiros internacionais queriam Roosevelt e Hitler no poder?
Isto é um aspecto ainda não explorado. De acordo com o “mito de Sidney Warburg”, Wall Street
queria uma política de vingança; isto é, queria guerra na Europa entre França e Alemanha.
Sabemos ainda, pela história estabelecida, que tanto Hitler quanto Roosevelt praticaram políticas
direcionadas à guerra.
As ligações entre pessoas e eventos nesta série de três livros requereriam outro livro. Mas um
único exemplo indicará talvez a considerável concentração de poder dentro de relativamente
poucas organizações, e o uso de seu poder.
Em 1º. de maio de 1918, quando os bolchevistas controlavam somente uma pequena fração da
Rússia (estavam perto de perder até mesmo esta pequena fração no verão de 1918), a Liga
Americana para Ajuda e Cooperação com a Rússia (American League to Aid and Cooperation
with Rússia) foi organizada em Wasshington, DC para apoiar os bolchevistas. Este não foi um
Comitê do tipo “Hands off Rússia” formado pelo Partido Comunista dos Estados Unidos (US
Communist Party) ou por seus aliados. Este Comitê foi criado por Wall Street com George P.
Whalen da Vacuum Oil Company, como tesoureiro, e por Coffin e Oudin da General Electric,
com Thompson do Sistema da Reserva Federal, Willard da Baltimore & Ohio Raylroad, e
socialistas agrupados.
Na última década ou mais, certamente desde os anos 60, um sólido fluxo de literatura tem
apresentado a tese de que os Estados Unidos são dirigidos por uma elite de poder auto-perpétua e
não eleita. Ainda mais, a maioria destes livros afirma que esta elite controla, ou pelo menos
influencia pesadamente, todas as decisões políticas domésticas e externas, e que, nenhuma idéia
torna-se considerada ou é publicada nos Estados Unidos sem tácita aprovação, ou talvez por falta
de desaprovação, deste círculo elitista.
Obviamente, este vasto fluxo de literatura anti-establishment, por si mesmo testifica, que os
Estados Unidos não podem estar totalmente sob manipulação indesejada de qualquer único grupo
ou elite. Por outro lado, literatura anti-establishment não é totalmentte reconhecida, ou
razoavelmente discutida em meios acadêmicos ou da mídia. Mais que nunca, ela consiste de
edições limitadas, particularmente produzidas, quase circulada de mão em mão. Existe algumas
exceções, é verdade; mas, não o bastante para questionar a observação de que críticas anti-
establishment não entram facilmente nos canais normais de informação/distribuição.
Ainda que, no início e em meados dos anos 60, qualquer conceito de direção por uma elite
conspiracional, ou ainda qualquer tipo de elite, fosse razão suficiente para isolar o proponente em
erro, imediatamente como “caso perdido”, a atmosfera de tais conceitos tem mudado
radicalmente. O caso Watergate, provavelmente adicionou os toques finais para o longo e
desenvolvido ambiente de ceticismo e dúvida. Estávamos quase no ponto onde qualquer um que
aceitassse, por exemplo, o relatório da Comissão Warren (investigação sobre o assassinato do
Presidente Kennedy − N. T.), ou imaginasse que o declínio e queda do Sr. Nixon não tinha alguns
aspectos conspiracionais, era suspeito. Resumindo, ninguém mais acredita realmente no processo
de informação do establishment. E há agora, uma ampla variedade de alternativas de apresentação
dos eventos, disponíveis para os curiosos.
Muitas centenas de livros, na lotada faixa do espectro político e filosófico, adicionam pedaços e
partes de evidências, mais hipóteses e mais afirmações. O que era, não muito tempo atrás, uma
idéia excêntrica, comentada por volta da meia-noite arás de portas fechadas, em segredo e quase
em sussurro conspiracional, é agora abertamente debatido − não, para ser exato, em jornais do
establishment, mas, certamente, em debates em shows de rádio não pertencentes à redes, na
imprensa subterrânea, e até, de vez em quando, em livros de respeitáveis casas editoras do
establishment.
Então, deixe-nos fazer a pergunta novamente: Existe uma elite de poder, não eleita, por trás do
governo dos Estados Unidos?
... os poderes do capitalismo financeiro tinham outros e mais abrangentes objetivos, nada
menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro em mão privadas capaz de
dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo.
Possivelmente, os papéis usados por Quigley tenham sido vetados, e não incluissem
documentação sobre manipulação elitista de eventos tais como a Revolução Bolchevista, a
ascenção de Hitler ao poder, e a eleição de Roosevelt em 1933. É mais provável, que estas
manipulações políticas não estivessem registradas no todo, nos arrquivos dos grupos de poder.
Elas podem ter sido ações não registradas, por um pequeno segmento ad hoc da elite. É digno de
nota que os documentos usados por este autor, vieram de fontes governamentais, registrando ações
dia-a-dia de Ttrotsky, Lênin, Roosevelt, Hitler, J. P. Morgan e várias firmas e bancos envolvidos.
Por outro lado, tais autores como Jules Archer, Gary Allen, Helen P. Lasell e William Domhoff,
escrevendo sobre amplos e diferentes pontos de vista políticos, são consistentes com a evidência
da série Wall Street. Estes escritores apresentam a hipótese de uma elite de poder manipulando o
governo dos Estados Unidos. A série Wall Street demonstra como esta hipotética “elite de poder”
tem manipulado eventos históricos específicos.
Mas, uma história acurada, não pode ser baseada em documentação liberada seletivamente de
arquivos. Acuidade requer acesso a todos os documentos. Na prática, assim que documentos
previamente classificados, como aqueles contidos nos arquivos do Departamento de Estado dos
Estados Unidos, no Escritório do Exterior Britânico (British Foreign Office) ou no Ministério do
Exterior Alemão (German Foreign Ministry), são adquiridos, uma nova versão da história emerge;
a corrente versão do establishment passa a ser vista, não somente como incorreta, mas desenhada
para esconder um disperso tecido de mentiras e condutas imorais.
O centro de poder político, como previsto pela Constituição dos Estados Unidos, é composto por
um Congresso eleito e um Presidente eleito, trabalhando dentro de uma moldura e sob limitação
da Constituição, como também interpretado por uma Corte Suprema imparcial. Tínhamos
assumido no passado, que poder político era consequente e cuidadosamente exercitado pelo
Executivo e pelo Legislativo, depois da adequada deliberação e exame dos desejos do eleitorado.
De fato, nada poderia estar mais distante desta pretensão. O eleitorado há muito suspeitou, mas
agora sabe, que promessas políticas não valem nada. Mentiras são a ordem do dia para os
implementadores de política. Guerras são iniciadas (e terminadas) sem nenhuma explicação
coerente. Palavras políticas nunca se casaram com atos políticos. Por que não? Aparentemente
porque o centro do poder político tem estado em qualquer lugar, menos com representantes eleitos
e presumivelmente responsáveis em Washington, e esta elite de poder tem seus próprios objetivos,
os quais são inconsistentes com aqueles do grande público.
Autor e Título: Tese Essencial: (1) Wall Street e a (2) Wall Street e FDR (3) Wall Street e a
Revolução Bolchevista Ascenção de Hitler
Carroll Quigley: Tragedy O “semi-secreto” Quigley não inclui Não: o argumento O registro de Quigley
and Hope (Tragédia e Establishment da Costa evidência de Wall de Quigley é sobre a ascensão de Hitler
Esperança) (1) Leste e suas ligações tem Street na Revolução totalmente inconsistente não inclui evidência de
papel dominante no Bolchevista envolvimento do
planejamento político dos Establishment de Wall
Estados Unidos Street
Jules Archer: Plot to Seize Em 1933-34 houve Não relevante, mas Sim: em geral a evidência Aquelas partes em Archer
the Wite House (Complô uma conspiração de elementos de Wall de Archer é consistente, que tocam em Hitler e no
para Tomada da Casa Wall Street para derrubar Street citados por exceto que o papel de Nazismo, são consistentes
Branca) (2) FDR e instalar um Archer estiveram FDR é interpretado de com o livro acima
fascismo ditatorial nos envolvidos na forma diferente
Unidos Estados Revolução Bolchevista
Gary Allen: None Dare Existe uma conspiração Sim, exceto por Não incluído em Não incluído em
Call It Conspiracy secreta (o Conselho de diferenças menores Allen, mas é consistente Allen, mas é consistente
(Ninguém Ousa Chamar Relações Exteriores) no financiamento
Isto de Conspiração) (3) para instalar um regime
ditatorial nos Estados
Unidos e por último
controlar o mundo
Helen P. Lasell: Power O Conselho de A evidência de Lasell A evidência de Lasell é A evidência de Lasell é
Behind the Government Relações Exteriores é consistente com o consistente com o livro consistente com o livro
Today (O Poder Por Trás é uma secreta e livro acima acima acima
do Governo Hoje) (4) subversiva organização
dedicada a derrubar o
governo Constitucional
dos Estados Unidos
William Domhoff: Who Existe uma “elite de A série acima extende A série acima extende o A série acima extende
Rules América? (Quem poder” que controla o argumento de argumento de Domhoff o argumento de Domhoff
dirige a América?) (5) todos os maiores bancos, Domhoff para a para eleições presidenciais para a política externa
corporações, fundações, política externa
o Executivo e as agências
regulatórias do Governo
dos Estados Unidos
Nesta série de três volumes, identificamos, para três eventos históricos, o local do poder político
nos Estados Unidos − o poder por trás das cenas, a influência escondida por trás de Washington −
como sendo aquele do establishment financeiro em Nova York: os banqueiros privados
internacionais, mais especificamente as casa financeiras de J. P. Morgan, o Banco Chase
Manhattan (Chase Manhattan Bank) controlado por Rockefeller, e em dias anteriores (antes da
união de seu Manhattan Bank com o antigo Chase), os Warburg.
Enquanto não temos (ainda) visão aberta para os estratagemas ditatoriais, os campos de
concentração e a batida na porta à meia-noite, nós, certamente teremos as ameaças e as ações
direcionadas à sobrevivência das críticas ao não-establishment, uso dos Serviços de Rendas
Internas (Internal Revenue Service − IRS) para identificar os dissidentes, e manipulação da
Constituição por um sistema de corte que é politicamente subserviente ao establishment.
Logo, não poderá ser entendido e apreciado em sua totalidade as políticas americanas e externas
do século XX, sem a conscientização de que esta elite financista efetivamente monopoliza a
política de Washington.
Caso após caso, novos documentos liberados implicam esta elite e confirmam esta hipótese. As
versões revisionistas dos dados dos Estados Unidos nas Primeira e Segunda Guerra Mundial,
Coréia e Vietnã revelam a influência e os objetivos desta elite.
Pela maior parte do século XX, o Sistema da Reserva Federal, particularmente o Banco da
Reserva Federal de Nova York (o qual está fora do controle do Congresso, sem auditoria e sem
controle, com o poder para imprimir dinheiro e criar crédito à sua vontade) (o Sistema da Reserva
Federal “FED”, é um sistema de bancos particulares controlados por banqueiros internacionais −
N. T.), tem exercido virtual monopólio sobre a direção da economia americana. Em relações
externas, o Conselho de Relações Exteriores (Council of Foreign Rrelations − CFR),
superficialmente um inocente fórum para os acadêmicos, os homens de negócios e políticos,
contém dentro de sua concha, talvez desconhecido para muitos de seus membros, um centro de
poder que determina unilateralmente a política externa. O maior objetivo deste submerso − e
obviamente subversivo − órgão de política externa, é a aquisição de poder econômico e de
mercado (lucros, se você deseja), para um pequeno grupo de multi-nacionais gigantescas, sob
virtual controle de poucas casas banqueiras de investimento e famílias controladoras.
Através de fundações controladas por esta elite, pesquisas por acadêmicos coniventes e sem
caráter, “conservadores” assim como “liberais”, tem sido dirigidas à canais úteis para os objetivos
da elite, essencialmente para manter este subversivo e inconstitucional aparato de poder.
Através de casas editoras controladas por esta mesma elite financista não bem vinda, livros têm
sido suprimidos e livros úteis (à elite) promovidos; Felizmente, editores têm poucas barreiras para
entrada no mercado e são quase competitivos. Através do controle de dúzias ou mais de jornais,
dirigidos por editores que pensam do mesmo modo, informação pública pode quase ser
orquestrada à vontade. Ontem, o programa espacial; hoje, uma crise energética ou uma campanha
ecológica; amanhã, uma guerra no Oriente Médio ou alguma outra “crise” fabricada.
O resultado total desta manipulação da sociedade pela elite do establishment, tem sido quatro
grandes guerras em sessenta anos, um danoso débito nacional, abandono da Constituição,
supressão de liberdade e oportunidade, e criação de um vasto buraco entre o homem comum e
Washington, DC. Enquanto o dispositivo transparente de dois grandes partidos que alardeiam
diferenças artificiais, convenções do tipo circo e o clichê de “política externa bi-partidarista”, não
mais tenham credibilidade, e a própria elite financista reconheça que suas políticas perderam
aceitação pública, esta mesma elite está obviamente preparada para ir em frente sozinha, sem
sequer, suporte público nominal.
Em resumo, temos agora que considerar e debater, se este establishment elitista baseado em Nova
York, é uma força subversiva operando com deliberação e conhecimento para suprimir a
Constituição e a sociedade livre. Esta será a tarefa da próxima década.
A arena para este debate e as bases para nossas acusações de subversão é a evidência fornecida
pelo historiador revisionista. Lentamente, através de décadas, livro por livro, quase linha por
linha, a verdade sobre a história recente, tem emergido à medida que documentos são liberados,
investigados, analisados, e ajustados dentro de uma moldura histórica mais válida.
Deixe-nos considerar alguns poucos exemplos. Dados americanos sobre a Segunda Guerra
Mundial foram supostamente precipitados, de acordo com a versão do establishment, sobre o
ataque japonês de Pearl Harbor. Revisionistas tem estabelecido que Franklin Delano Roosevelt e o
general Marshall sabiam do iminente ataque japonês, e não fizeram nada para alertar as
autoridades militares de Pearl Harbor. O establishment queria guerra com o Japão.
Subsequentemente, o establishment fez com que as investigações Congressuais sobre Pearl
Harbor, encaixassem-se na cobertura de Roosevelt. Nas palavras de Percy Greaves, expert, chefe
de pesquisas para a minoria Republicana do Comitê Congressual Unido (Joint Congressual
Committee) que investigava Pearl Harbor:
Os fatos completos nunca serão conhecidos. Muitas das assim chamadas investigações,
têm sido tentativas para suprimir, desorientar, ou confundir aqueles que perseguem a
verdade. Desde o início até o final, fatos e registros têm sido seguros, para assim
revelar somente aqueles ítens de informação que beneficiam a administração sob
investigação. Àqueles que procuram a verdade é dito, que outros fatos ou documentos
não podem ser revelados porque estão misturados em diários pessoais, pertemcentes as
nossas relações com países estrangeiros, ou jura-se que não contenham informação de
valor.
Mas esta, não foi a primeira tentativa de levar os Estados Unidos à guerra, ou a última. Os
interesses de Morgan, em concerto com Winston Churchill, tentaram levar os Estados Unidos à
Primeira Guerra Mundial tão cedo quanto em 1915, e obtiveram sucesso em 1917. O Lusitânia de
Colin Thompson, inplica o presidente Woodrow Wilson no afundamento daquele navio − um
dispositivo horroroso para gerar descontentamento público levando assim os Estados Unidos à
guerra com a Alemanha. Thompson demonstra que Woodrow Wilson sabia quatro dias antes, que
o Lusitânia transportava seis mil cargas de munição, além de explosivos, e assim, “os passageiros
que se propunham a viajar naquele navio estariam navegando em violação ao estatuto daquele
país”.
A Junta de Inquérito Britânica (British Board of Inquire), sob Lord Mersey, foi instruída pelo
Governo Britânico “que é considerado conveniente que o Capitão Turner, comandante do
Lusitânia, seja fortemente culpado pelo desastre”.
Em retrospectivva, dada a evidência de Colin Thompson, a culpa é mais justa se for atribuída ao
presidente Wilson, ao “Coronel” House (Edward Mandel House − N. T.), à J. P. Morgan e à
Winston Churchill; esta elite conspiracional deveria ser levada à julgamento por negligência
intencional, senão traição. É para o crédito eterno de Lord Mersey, que depois de realizar seu
“trabalho” sob instruções do Governo de Sua Majestade, e colocar a culpa no Capitão Turner,
tenha se demitido, rejeitado seu pagamento, e daquele dia em diante recusado-se a gerenciar
comissões do governo britânico. À seus amigos, Lord Mersey diria somente a respeito do caso do
Lusitânia, que foi “trabalho sujo”.
Depois, em 1933-34, veio a tentativa pela firma Morgan de instalar um ditador nos Estados
Unidos. Nas palavras de Jules Archer, aquilo foi planejado para ser um putsch (golpe − N. T.)
fascista para tomar o governo e “dirigi-lo por um ditador, em favor dos banqueiros e industriais
americanos”. Novamente, um único e corajoso indivíduo emergiu − o general Smedley Darlington
Butler, que sinalizou sobre a conspiração de Wall Street. E, uma vez mais, o Congresso manteve-
se firme, particularmente os congressistas Dickstein e MacCormack, em sua covarde recusa de
fazer mais que uma simbólica e encoberta investigação.
Depois da Segunda Guerra Mundial, vimos a Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnã − sem
sentido, intrincadas, sem vencedores e dispendiosas em dólares e vidas, com não outro grande
objetivo senão gerar contratos de multibilhões de dólares em armamentos. Certamente, estas
guerras não foram feitas para evitar o comunismo, porque por 50 anos, o establishment tem
nutrido e subsidiado a União Soviética a qual supriu armamentos para o outro lado nas duas
guerras − Coréia e Vietnã. Assim, nossa história revisionista, mostrará que os Estados Unidos,
direta ou indiretamente, armou ambos os lados, pelo menos na Coréia e no Vietnã.
O que esta história revisionista realmente nos ensina, é que nossos desejos como cidadãos
individuais, para se renderem ao poder político de uma elite, tem custado ao mundo,
aproximadamente, a morte de 200.000.000 (duzentos milhões) de pessoas de 1820 à 1975.
Adicione a esta indizível miséria os campos de concentração, prisioneiros políticos e supressão e
opressão daqueles que tentam trazer a verdade à luz.
Quando tudo isto acabará? Não acabará até que atuemos sobre um simples axioma: De que o
sistema de poder continua somente, por tanto tempo quanto os indivíduos queiram que continue, e
ele continuará somente, por tanto tempo quanto os indivíduos tentarem ganhar alguma coisa por
nada. O dia em que a maioria dos indivíduos declarar ou atuar como se não quizessem nada do
governo, declarar que olharão adiante de seus próprios bem-estar e interesses, então naquele dia,
as elites de poder estarão condenadas. A atração para “ir junto” com as elites é uma atração de
algo por nada. Esta é a isca. O establishment sempre oferece algo por nada; mas o algo é assumido
por qualquer outro, como taxas ou extorção, e recompensado em qualquer outro lugar em troca de
apoio político.
Crises e guerras periódicas são usadas para apoio de outros ciclos de extorção-recompensas, os
quais com efeito, apertam o nó em torno de nossas liberdades individuais. E, é calro, temos hordas
de parasitas acadêmicos, homens de negócios imorais e declarados cabides, para agirem como
recebedores não produtivos da extorção.
Pare o ciclo da extorção e de recompensas imorais, e a estrutura elitista entrará em colapso. Mas
não, até que a maioria encontre coragem moral e poder interno para resistir ao conhecido jogo
algo-por-nada e substituí-lo por associações voluntárias, comunidades voluntárias ou regras locais
e sociedades descentralizadas.Assim as mortes e as extorções cessarão.
APÊNDICE A
PROGRAMA DO PARTIDO NACIONAL
SOCIALISTA DOS TRABALHADORES ALEMÃES
(NSDAP)
Nota: Este programa é importante porque demonstra que a natureza do Nazismo foi conhecida
publicamente tão cedo quanto 1920.
O PROGRAMA
O programa do Partido dos Trabalhadores Alemães é limitado ao período. Os líderes não têm
intensão, uma vez que os objetivos nele anunciados tenham sido alcançados, de criar outros novos,
meramente para aumentar artificialmente o descontentamento das massas, e assim assegurar a
existência continuada do Partido.
1. Demandamos a união de todos os Alemães para formar uma Grande Alemanha com base
no direito de determinação própria desfrutado pelas nações.
2. Demandamos igualdade de direitos para o Povo Alemão em seus tratos com outras nações,
e abolição dos Tratados de Paz de Versalles e St. Germmain.
4. Ninguém, além de membros da nação podem ser cidadãos do Estado. Ninguém, além
daqueles alemães de sangue, seja qual for seu credo, pode ser membro da nação. Nenhum
Judeu, consequentemente, pode ser membro da nação.
5. Qualquer um que não seja cidadão do Estado pode viver na Alemanha somente como
convidado e deverá ser visto como sendo sujeito à leis estrangeiras.
6. O direito de voto para o governo do Estado e legislação é para ser desfrutado somente pelo
cidadão do Estado. Demandamos, por conseguinte, que todos os compromissos oficiais, de
qualquer tipo, seja no Reich, no país ou em localidades menores, deverão ser autorizados
somente à cidadãos do Estado. Nos opomos à corrupção habitual do Parlamento, de
preencher informações meramente com vistas a considerações do Partido, e sem referência
a caráter ou capacidade.
7. Demandamos que o Estado exerça seu primeiro dever de promover a indústria e a vida de
cidadãos do Estado. Se não for possível sustentar a população inteira do Estado, cidadãos
estrangeiros (não-cidadãos do Estado) devem ser excluídos do Reich.
8. Toda imigração não-Alemã deve ser prevenida. Demandamos que todo não-Alemão, com
entrada na Alemanha posterior a 2 de agosto de 1914, seja requerido a deixar o Reich
imediatamente.
12. Em vista do enorme sacrifício de vida e da própria demanda da nação em toda guerra,
enriquecimento pessoal devido à guerra deve ser visto como crime contra a nação.
Demandamos consequentemente, cruel confisco de todos os ganhos com guerra.
13. Demandamos nacionalização de todos os negócios que têm sido, até o presente, formados
em companhias (Trustes).
18. Demandamos cruel processo para aqueles cujas atividades são injuriosas ao interresse
comum. Criminosos sórdidos contra a nação, usurários, especuladores, etc., devem ser
punidos com a morte, seja qual for seu credo ou raça.
19. Demandamos que a Lei Romana, a qual serve a materialística ordem mundial, seja
substituída por um sistema legal para toda a Alemanha.
20. Com o objetivo de abrir, para todo o Alemão capaz e diligente, a possibilidade de melhor
educação, e deste obter sucesso, o Estado deve considerar uma completa reconstrução de
nosso sistema nacional de educação. O curriculum de todos os estabelecimentos
educacionais deve ser colocado em linha com as necessidades da vida prática.
Compreensão da idéia do Estado (sociologia do Estado) deve ser o objetivo da escola,
começando pelo primeiro alvorecer da inteligência no pupilo. Demandamos
desenvolvimento dos talentos naturais de crianças de pais pobres, seja qual for sua classe
ou ocupação, às expensas do Estado.
21. O Estado deve visar aumentar o padrão de saúde da nação pela proteção de mães e
crianças, proibindo trabalho infantil, aumentando a eficiência corporal pela ginástica
obrigatória e esportes dispostos em Lei, e por extenso apoio à clubes engajados no
desenvolvimento corporal da juventude.
(a) Que todos os editores de jornais e seus assistentes, que empregam língua Alemã,
sejam membros da nação;
(b) Que permissão especial do Estado seja necessária antes que jornais não-Alemães
apareçam;
(c) Que não-Alemães sejam proibidos por Lei de participação financeira ou influência
em jornais Alemães, e que a penalidade por contravenção da Lei deverá ser supressão
de tal jornal e imediata deportação do não-Alemão responsável.
Deve ser proibido a publicação de papéis que não conduzam ao bem-estar nacional.
Demandamos processo legal para todas as tendências em arte e literatura do tipo que
desintegrem nossa vida como nação, e a supressão de instituições que militem contra
os requisitos acima mencionados.
24. Demandamos liberdade para todas as denominações religiosas no Estado, desde que não
sejam perigosas à ele e que não militem contra os sentimentos morais da raça Alemã. O
Partido, como tal, posiciona-se pelo Cristianismo positivo, mas não se obriga em matéria
de credo por qualquer confissão em particular. Ele combate o espírito materialista – Judeu
dentro e fora de nós, e está convencido de que nossa nação pode somente atingir saúde
permanente dentro do seguinte princípio: O INTERESSE COMUM ANTES DO SEU
PRÓPRIO
25. Para que tudo escrito acima possa ser realizado, demandamos a criação de um forte poder
central do Estado. Inquestionável autoridade do politicamente centralizado Parlamento
sobre todo o Reich e suas organizações; e formação de Câmaras por classes e ocupações
com o propósito de realizar as Leis gerais promulgadas pelo Reich nos vários estados da
confederação.
Os líderes do Partido juram caminhar sem desvio − se necessário sacrificando suas vidas −
assegurando o total cumprimento dos Pontos acima.
Fonte: Tradução oficial inglesa por E. Dugdale, reimpressa de Kurt G. W. Ludecke, “Eu Conheci
Hitler (I Knew Hitler)” (Nova York: Charles Scribner`s Sons, 1937).
APÊNDICE B
DECLARAÇÃO JURAMENTADA DE HJALMAR
SCHACHT
Eu, Dr. Hjalmar Schacht, depois de ter sido alertado de que estarei sujeito à punição por falsa
declaração, declaro por meio desta, sob juramento, de minha livre e espontânea vontade e sem
coerção, o seguinte:
Eu dispus de quantias desta conta preenchendo cheques ao Sr. Hess. Eu não sei o que o Sr. Hess
realmente fez com o dinheiro.
Em 4 de abril de 1933, eu fechei a conta no Delbrück, Schickler & Co. e o saldo foi transferido
para a “Conta Ie” no Reichsbank em meu nome. Depois eu fui ordenado diretamente por Hitler,
que estava autorizado pela assembléia de 20 de fevereiro de 1933, a dispor das quantias coletadas,
ou através de Hess, seu representante, a pagar o saldo de cerca de 600.000 marcos à Ribbentrop.
Eu li cuidadosamente esta declaração (uma página) e assinei. Fiz as correções necessárias de meu
próprio punho e iniciei cada correção na margem da página. Declaro por meio desta, sob
juramento, que declarei toda a verdade no melhor do meu conhecimento e fé.
12 de agosto de 1947
Fonte: Cópia do Documento do Processo Exhibit 55, Julgamento de Crimes de Guerra ante o
Tribunal Militar de Nuremberg sob a Lei no. 10 do Conselho de Controle, Nuremberg, outubro de
1946 – abril de 1949, Volume VII, IG Farben, (Washington: Escritório de Impressão do Governo
dos Estados Unidos, 1952).
APÊNDICE C
MOVIMENTO DE FUNDOS NA CONTA
“NATIONALE TREUHAND” NOS ARQUIVOS DO
BANCO DELBRÜCK, SHICKLEY & CO.
NATIONALE TREUHAND
REICHSBANK PRESIDENTE DR. HJALMAR SCHACHT,
BERLIM-ZEHLENDORF
Fevereiro Debibk (Deutsche Bank Diskonto – Fevereiro 23 200.000,00
23 Gesellschaft) Verein fuer die Bergbaulichen
Interessen, Essen
Postagem 2,5 5
Saldo 72.370,00 5
Abril 5 72.370,00
APÊNDICE D
CARTA DO DEPARTAMENTO DE GUERRA
DOS ESTADOS UNIDOS À ETHYL
CORPORATION
15 de dezembro de 1934
Exhibit No.144
Cópia para: Sr. Alfred P. Sloan Jr., General Motors Corporation, Cidade de Nova York
Sr. Donaldson Brown, General Motors Corporation, Cidade de Nova York
15 de dezembro de 1934
Sr. E. W. Webb,
Presidente da Ethyl Gasoline Corporation, 135 E. Rua 42, Cidade de Nova York.
Caro Sr. Webb: Tomei conhecimento hoje, através de nossa Divisão de Produtos Químicos, que a
Ethyl Gasoline Corporation tem em mente formar uma companhia alemã com a IG, para fabricar
chumbo etílico naquele país.
Eu estive duas semanas em Washington, parte da qual, não inconsideravelmente, foi devotada a
avaliar o intercâmbio com companhias estrangeiras, de conhecimento químico, que poderiam ter
valor militar. Tal transferência de informação por uma companhia industrial poderia ter grave
repercução. A Ethyl Gasoline Corporation não seria exceção, e de fato, seria provavelmente
escolhida para especial ataque por causa dos estoques de sua propriedade.
Poderia ser visto, em face disto, que a quantidade de chumbo etílico usado com finalidades
comerciais na Alemanha seria tão pequena que não justificaria ir em frente. Tem sido afirmado
que a Alemanha está se armando secretamente. O chumbo etílico seria sem dúvida de grande
ajuda para aviões militares.
Estou lhe escrevendo isto para dizer que na minha opinião, sob nenhuma condição, deveria você
ou a junta de diretores da Ethyl Gasoline Corporation, revelar quaisquer segredos ou know how
ligados a fabricação de chumbo tetra-etílico para a Alemanha.
Estou informado de que você será alertado através da Divisão Dyestuffs, da necessidade de revelar
a informação que recebeu da Alemanha à funcionários apropriados do Departamento de Guerra.
Fonte: Senado dos Estados Unidos, Audiências ante o Sub-comitê do Comitê de Relações
Militares, Mobilização Científica e Técnica, 78º.Congresso, Segunda Sessão, Parte 16,
(Washington, DC: Escritório de Impressão do Governo, 1944), p. 939.
APÊNCICE E
EXCERTO DO DIÁRIO DE MORGENTHAU
(ALEMANHA) SOBRE SOSTHENES BEHN DA
ITT
16 de março de 1945
11:30
REUNIÃO DE GRUPO
Bretton Woods − IT & T − Reparações
Presentes:
Sr. White
Sr. Fussel
Sr. Feltus
Sr. Coe
Sr. DuBois
Sra. Klotz
Sr. Coe: Sim, senhor. A ITT como ia dizendo, transferiu, ou pegou 15 milhões de dólares ontem,
ou poucos dias atrás, de seus débitos em dólares pagos à ela pelo governo espanhol, e isto, eles
podem fazer sob nossa licença geral, de forma que está tudo certo. Contudo, isto é em parte, como
representação deles para conosco, parte de um acordo para a venda da companhia na Espanha, de
modo que, isto significa que eles estão tentando forçar-nos. Então, a proposta que eles fizeram
durante anos, em diferentes formas, agora toma esta forma. Eles podem pegar seus débitos
recebíveis em dólares, os quais eles dizem não ter sido capazes de fazer até hoje − tanto 15
milhões agora como 10 ou 11 milhões depois. Eles venderão a companhia para a Espanha e
receberão como pagamento 30 milhões de dólares em títulos − títulos do governo espanhol − que
deverão ser amortizados em um determinado número de anos e à uma taxa extorsiva de 2 milhões
de dólares por ano, e eles ainda receberão 20% das exportações, com o propósito de amortizar os
títulos mais rapidamente, caso as exportações forem para os Estados Unidos.
Sr. Coe: Correto. O governo espanhol. Eles estão querendo, eles dizem − eles são capazes de
pegar garantias do governo espanhol, de que elas não serão, de que as ações que o governo
espanhol pretende vender não irão para ninguém da lista negra, e assim por diante. Em algumas
negociações que temos tido com eles durante as últimas semanas, eles têm estado querendo ir
adiante. Nossa exitação neste assunto refere-se a duas coisas: uma delas é que não se pode confiar
em Franco, e depois, se eles são capazes − se Franco é capaz de vender 50 milhões de dólares em
ações desta companhia no próximo período de tempo, ele pode muito bem vender as ações para
interesses pró-alemães. Parece duvidoso que ele seja capaz de dispor delas para os espanhóis, de
forma que esta é uma coisa. A outrra coisa, e que não podemos documentar muito bem, mas eu
penso que está mais claro na minha mente que nas mentes dos Fundos externos e do pessoal legal.
Eu não acredito que possamos confiar também em Behn.
Sr. Coe: O homem encarregado de suas propriedades agora é Westrick, o qual o Sr. recorda, veio
para cá e esteve envolvido com a Texaco. Eles tentaram por todos os modos, fechar acordos
rapidamente, para escapar. Eles estão ligados a altos grupos alemães e etc. Por outro lado, o
coronel Behn tem sido utilizado várias vezes como emissário pelo Departamento de Estado, e
acredito que ele está pessoalmente em alta conta com Stettinius. Temos ouvido o Estado dizendo,
nesta carta, que eles não têm objeções. Nós propusemos para você antes − a carta que eu enviei a
você sugerindo que pergunte ao Estado, se em vista de nossos seguros objetivos, eles ainda dizem
sim. Tenho certeza, por ter falado com eles ao telefone um ou dois dias atrás, que eles escreverão
de volta dizendo sim, eles ainda pensam que é um bom negócio.
H. M. Jr.: Esta é a minha posição. Como você sabe, estou muito ocupado agora e não posso entrar
nisto pessoalmente, e penso que estamos justamente indo ter que virar a coisa, com cobertura do
Departamento de Estado, e se eles quizerem resolver isto, certo. Eu só não tenho tido o tempo e a
energia para lutar com eles nestas bases.
Sr. Coe: Então temos o dever de pedir licença para isto agora.
Sr. White: Primeiro você tem o dever de escrever uma carta. Eu concordo com o Secretário sobre
este ponto de vista, de que o amigo Behn não é de confiança. Existe alguma coisa sobre este
acordo que parece suspeito, e tem sido pelos últimos que temos estado negociando com ele.
Contudo, uma coisa é acreditar, e outra é defender esta crença ante a pressão que advirá do fato de
estarem tentando retirar esta companhia do acordo de negócios, mas penso que o que poderíamos
fazer é pegar uma declaração do Departamento de Estado sobre o fato de que em vista de um
projeto seguro, eles não vêem qualquer perigo nestes negócios − eu poderia citar alguns deles,
soletrar a carta. Colocá-los (os perigos) em uma declaração e ainda fazê-los um pouco de medo e
oferecê-la (a carta). Assim, pelo menos eles terão a declaração e voce terá chamado sua atenção
para estes perigos. De qualquer modo, este amigo Behn nos odeia mesmo. Nós estaremos entre ele
e os acordos de quatro anos, pelo menos.
H. M. Jr.: Sigam o que White disse. Alguma coisa nesta linha: “Caro Sr. Stettinius: Estou
preocupado sobre estas coisas devido aos seguintes fatos, e gostarria que o Sr. me aconselhasse se
devemos ou não devemos...”
Sr White: “Em vista do perigo das propriedades alemães poderem ser escondidas aqui, o futuro...”,
e deixe-o vir a dizer, “não”, e nós o observaremos.
Sr. Coe: Nós dissemos que queríamos dar a Acheson alguma coisa na segunda-feira.
Nota: “Sr. White é Harry Dexter White. “Dr. DuBois” é Josiah E. DuBois Jr., autor do livro
“General in Gray Suits” (Londres: The Bodley Head, 1953). “H. M. Jr. é Henry Morgenthau Jr.,
Secretário do Tesouro.
Este memorando é importante porque ele acusa Sosthenes Behn de tentar fazer acordos por trás
das cenas com a Alemanha Nazista “para 4 anos, pelo menos” − isto é, enquanto o resto dos
Estados Unidos estavam em guerra, Behn e seus amigos estavam ainda fazendo negócios como de
costume com a Alemanha. Este memorando suporta a evidência apresentada nos Capítulos 5 e 9
concernente a influência da ITT no círculo interno de Himmler e acrescenta Herman Goering à
lista dos contatos da ITT.