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PÓS GRADUAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS

DISCIPLINA: CITOLOGIA ONCÓTICA


ALUNO: JOÃO DAVID BATISTA LISBÔA

ZONTA, M. Pós Graduação a Distância. Mod.8: Citologia Oncótica.


Curso de Pós Graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas. UniAlphaville.
p.1-28. 2019.

1 Anatomia e Histologia do Aparelho Reprodutor Feminino Inferior


O aparelho genital feminino está situado na cavidade pélvica e é
composto, internamente, por dois ovários, duas tubas uterinas, um útero, dividido
em corpo uterino e colo uterino, e uma vagina. A região de interesse para colheita
de material para análise citológica é o cérvice, ou colo uterino.

Figura 1. Comparação entre células do epitélio cervical.

Fonte: Autor (2019)

2 Colheita de Citologia Cérvico-vaginal


Para a colheita é necessário abstinência sexual de 72 horas, não estar
menstruada, não estar em uso de medicamento tópico (creme, pomada, óvulos
vaginais) e não realizar banho de ducha íntima antes da realização do exame.
As mulheres são colocadas em posição ginecológica em maca específica
sob foco luminoso, de forma que, após a introdução do espéculo não lubrificado,
possa-se observar as paredes vaginais, o colo uterino e o orifício deste.
Em seguida, utiliza-se a espátula de Ayres, para “raspagem” do colo
uterino e parede vaginal, e uma escova com cerdas plásticas, para colheita do
material do canal endocervical. O material é fixado em lâminas.
3 Coloração de Papanicolaou
A coloração de Papanicolaou apresenta basicamente três etapas:
1. Fase de Hidratação: as lâminas previamente fixadas são mergulhadas em
cubas contendo álcool em concentração regressiva (95°, 70° e 50°). Em seguida,
coradas com hematoxilina, para coloração do núcleo. Então essas amostras
passam por um processo de desclarificação citológica, no qual são mergulhadas
em HCl a 0,2% e, em seguida, colocadas em um fluxo leve de água corrente.
2. Fase de Desidratação: as amostras são submetidas a concentrações de
álcool progressivas (50°, 70° e 95°) para permitir a coloração definitiva do núcleo
e proporcionar a absorção de dois corantes pelo citoplasma e demais estruturas
do esfregaço (Orange G, responsável pela coloração das estruturas básicas do
citoplasma, corando-os acidofilicamente ou de coloração eosinofílica, e eosina
alcóolica – EA36, responsável pela coloração das estruturas ácidas do
citoplasma, corando-as basofilicamente ou de coloração cianofílica).
2. Fase de Diafanização: responsável pela desidratação total das células,
utilizando álcool absoluto. As células são fixadas no esfregaço, e os espaços
anteriormente com água são preenchidos por xilol, responsável pela
manutenção da morfologia celular e preservação do citoesqueleto.

4 Alterações Inflamatórias do Trato Genital Feminino


Estudos têm valorizado os epitélios de transformação que acompanham
os processos inflamatórios da cérvice. Nessa região, também ocorre a maior
incidência das neoplasias de colo uterino.
Os processos inflamatórios podem ser agudos ou crônicos e estão
frequentemente associados às infecções. Esses processos são classificados
quanto à sua localização. Quando ocorrem no tecido glandular, recebem o nome
de endocervicite, ou simplesmente cervicite. Quando localizados exclusivamente
na mucosa vaginal, chamam-se colpites. Quando estão instalados no epitélio
estratificado e são acompanhados de corrimento vaginal, são denominados de
cervicocolpites.
Com a evolução do processo inflamatório, pode ocorrer perda do epitélio
e mesmo erosão do córion subjacente, caracterizando uma ulceração.
As secreções brancas, amareladas, viscosas, sanguinolentas podem recobrir o
colo. A resposta à agressão é conjutivo-vascular, com comprometimento dos
epitélios. Esse mecanismo é representado por eversão, expondo o epitélio
endocervical ao pH ácido da vagina, alteração de microbiota e desenvolvimento
de resposta inflamatória.

5 Classificações Citológicas
As classificações foram criadas como o objetivo de poder indicar o grau
de alteração celular presente nas células cervicais. Em 1945, a primeira
classificação a ser padronizada foi a proposta por George Nicholas
Papanicolaou.
Com a necessidade de confirmação dos graus de diferenciação de lesão
e principalmente de verificação do desenvolvimento de hiperplasia atípica,
Reagan et al (1953) verificaram a necessidade de um melhor detalhamento para
o diagnóstico de citologias sugestivas e não conclusivas para neoplasia (CL III).
Richart et al (1967) criaram uma melhor classificação para as amostras
consideradas como suspeitas para neoplasia.
Em 1988, uma nova classificação foi criada para padronizar a
interpretação e a conduta clínica a partir de exames citológicos. O Sistema
Bethesda permite a classificação da amostra citológica desde o momento da
colheita de material até o diagnóstico citológico final da lesão.

6 Agentes Infecciosos
O trato genital feminino inferior pode sofre agressões endógenas, como
alteração do pH vaginal em virtude da mudança do ciclo hormonal, e exógenas,
decorrentes das infecções por agentes biológicos sexualmente transmissíveis.
As infecções bacterianas normalmente são causadas por via sexual.
As principais bactérias infecciosas estão presentes na microbiota do trato
genital feminino como Gardnerella vaginalis, Mobilluncus ssp. e Chlamydia ssp..
Uma outra infecção bactéria, dessa vez filamentosa, pode ser observada em
mulheres que fazem o uso de DIU (dispositivo intrauterino).
Outras infecções comumente observadas no trato geniturinário são as
causadas por fungos, comumente por Candida ssp., e protozoários, como o
Trichomonas vaginalis.
As infecções virais também são comuns no colo uterino causadas pelo
herpesvírus e o papilomavírus humano (HPV).

7 Papilomavírus Humano
Os HPVs estão divididos em dois grandes grupos. Os tipos mais comuns,
classificados como vírus de baixo risco para o desenvolvimento de neoplasias.
O segundo grupo são os HPVs de alto risco oncogênico, representados pelos
tipos 16, 18, 31 e 45.
O ciclo viral inicia-se com a infecção das células da camada basal do
epitélio em decorrência da abrasão ou de microlesões da pele e da mucosa.
Após a maturação nas células parabasais, a replicação viral efetiva inicia-se
quando a célula-filha que contém o vírus sofre maturação. O DNA-HPV é
replicado num grande número de cópias, e posteriormente ocorre sua inserção
no DNA celular. Após a transcrição e a tradução do DNA-HPV inserido no DNA
celular, ocorre a formação de partículas virais maduras. A região tardia (L1/L2)
sintetiza as proteínas do capsídeo viral, que são direcionadas aos núcleos das
células hospedeiras, onde ocorre a formação da partícula viral completa.

8 Atipias Escamosas de Significado Indeterminado (ASC-US – ASC/H)


Os ASC-US estão no limiar de diferenciação entre o processo inflamatório
e a neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Esse tipo de alteração celular não
oferece critério suficiente para um diagnóstico seguro da lesão, porém possibilita
a exclusão de alterações celulares benignas.
Os parâmetros celulares adotados para se caracterizar um esfregaço
como ASC-US são aumento da relação núcleo/citoplasma em duas a três vezes
o tamanho da célula intermediária normal, leve variação da forma nuclear,
hipercromia discreta, cromatina regularmente distribuída e membrana nuclear
bem delimitada.

9 Lesão escamosa intraepitelial de baixo grau (LSIL) e alto grau (HSIL)


A história natural das lesões escamosas de baixo grau (LSIL) e de alto
grau (HGSL) está diretamente ligada à ação do HPV no trato genital feminino,
associada principalmente ao vírus de alto risco.
As lesões escamosas intraepiteliais de baixo grau (LSIL) são lesões pré-
neoplásicas do epitélio escamoso podem permanecer em latência por um
período de 20 anos, com eliminação de células anormais. As lesões pré-
malignas representam uma continuidade de alterações morfológicas, com limites
relativamente indistintos, e não irão, obrigatoriamente, evoluir para lesões
malignas, podendo sofrer regressões espontâneas.
As lesões escamosas intraepiteliais de alto grau (HSIL) estão
relacionadas com os tipos 16 e 18 do HPV. Essas lesões caracterizam-se pela
presença de células imaturas com discariose severa e carioteca irregular,
pleomorfismo nuclear, depósito de cromatina na membrana nuclear. O
citoplasma é escasso e basofílico, caracterizando a imaturidade celular.

10 Carcinoma de Células Escamosas


O carcinoma de células escamosas caracteriza-se pelas seguintes
modificações celulares, citologicamente:
Alterações nucleares como cariomegalia (aumento do volume nuclear
mais que seis vezes o volume da célula normal), hipercromia nuclear severa,
cromatina grosseira e mal distribuída, com acúmulo na periferia da membrana
nuclear, membrana nuclear irregular, pleomorfismo nuclear e celular, presença
de macronucléolos, núcleo hipercorado, marcado em forma de tinta da China,
células de reserva e basais pequenas, células parabasais e metaplásicas
grandes. Comumente observa-se a presença de formas bizarras. Raramente
observa-se coilocitose.
Alterações citoplasmáticas incluindo células com citoplasma escasso,
cianofílico ou eosinofílico, vacúolos citoplasmáticos, formação em fila indiana,
disqueratose com picnose ou anucleadas, células pequenas que podem ser
confundidas com leucócitos, macrófagos e células metaplásicas e de reserva e
presença de diátese tumoral e hemorrágica.

11 Atipias Glandulares
As atipias glandulares são classificadas em benignas e malignas,
decorrentes normalmente de processos como hiperplasia microglandular, pólipo
endocervical, uso de anticoncepcionais orais e de DIU.
 Atipia de células glandulares (AGC): pode-se observar discariose leve,
com aumento da relação N/C de duas a cinco vezes, hipercromia nuclear,
nucléolo aumentado em tamanho, porém único, e membrana nuclear que
começa mostrar graus de irregularidade. O citoplasma aparece pouco
preservado, e os grupamentos celulares são mais frequentes.

 Adenocarcinoma in situ: caracteriza-se por grupamentos celulares com


núcleos enegrecidos, compostos por mais de 20 células, exibindo
nucléolos proeminentes. Observa-se sobreposição de núcleos malignos
aglomerados. Pode-se observar uma estratificação do epitélio, simulando
um corte de tecido.

 Adenocarcinoma invasor: caracteriza-se por alterações celulares


semelhantes às do adenocarcinoma in situ, porém podemos evidenciar
formação acinar, papilar ou em roseta. Os núcleos desenvolvem um
processo de amoldamento, e numerosos macronucléolos são
observados.

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