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ÉRIKA CRISTINA DE OLIVEIRA

O PAPEL DOS PSITACÍDEOS NA DISSEMINAÇÃO DA


CLAMIDIOSE AVIÁRIA QUANTO ZOONOSE

Anápolis
2015
ÉRIKA CRISTINA DE OLIVEIRA

O PAPEL DOS PSITACÍDEOS NA DISSEMINAÇÃO DA


CLAMIDIOSE AVIÁRIA QUANTO ZOONOSE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Anhanguera de Anápolis, como requisito
parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário
em “Medicina Veterinária”.

Orientador: Prof. Laércio dos Reis Júnior

Anápolis
2015
O PAPEL DOS PSITACÍDEOS NA DISSEMINAÇÃO DA CLAMIDIOSE AVIÁRIA
QUANTO ZOONOSE

Elaborado por Érika Cristina de Oliveira.

Aluna do Curso de Medicina Veterinária.

Foi analisado e aprovado

com grau: ...................................

Anápolis, ____ de _______________ de ______.

___________________________

Membro

___________________________

Membro

___________________________

Professor Orientador Presidente

Anápolis, dezembro. 2015


Dedico este trabalho a todos
aqueles que de algum modo
contribuíram para minha
formação pessoal e
profissional.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que até aqui tem me sustentado.

Aos meus pais que não mediram esforços para me educar e manter
no caminho do bem, sem vocês eu não teria chegado aonde cheguei. Obrigada mãe
por ter sido minha companheira e amiga de todas as horas, por ter agüentado meus
medos, incertezas e mau humor, obrigada por ter estado aqui o tempo todo, me
dando força e coragem para seguir adiante, obrigada por ter acreditado em mim
quando nem eu mesmo acreditei essa vitória mais do que minha, é sua!

Aos demais familiares e amigos, que me incentivaram e apoiaram ao


longo de toda essa jornada, vocês foram essenciais.

Ao Prof. Stiwens Orpinelli, que tanto contribuiu para minhas


escolhas, me dando oportunidades e inspiração.

À professora e coordenadora Juliana Dias Martins que não mediu


esforços para ajudar a mim e aos meus colegas na conclusão desde trabalho,
batalhando pelos nossos direitos e assumindo para si uma árdua tarefa quando mais
ninguém a quis, obrigada por tudo!

A todos os professores que durante esses anos dedicaram seu


tempo e conhecimento à nós alunos, principalmente aqueles que além de mestres
se tornaram amigos.

Ao médico veterinário Luciano de Paula, supervisor do estágio


obrigatório, que pacientemente me cedeu seu tempo, conhecimento e por fim, sua
amizade, meus sinceros agradecimentos “Dr. House Gru”!

A todo quadro de funcionários do CETAS do IBAMA- GO, que me


acolheu com afeto e presteza, com vocês eu aprendi muito e certamente me tornei
uma profissional melhor.

Aos amigos que fiz durante o estágio curricular, Thaís, Diógenes,


Guilherme, Kaíque, André e Hellen, futuros biólogos e ecóloga, vocês foram
fundamentais para meu aprendizado no tempo em que estive no CETAS, obrigada
pelo carinho, apoio e ajuda!
“Antes de ter amado um animal, parte da nossa
alma permanece desacordada”

Anatole France
OLIVEIRA, Érika Cristina de. O papel dos psitacídeos na disseminação da
clamidiose aviária quanto zoonose. 2015. 21 folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso Bacharelado Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera de Anápolis,
Anápolis, 2015.

RESUMO

A clamidiose aviária é uma doença cujo agente é a Chlamydophlia psittaci,


comumente detectada em aves de vida livre, entretanto, a transmissão oriunda
dessas fontes é rara. Os psitacídeos pertencentes à família Psittacidae que
compreendem aproximadamente 340 espécies - dentre elas araras, papagaios e
periquitos que constam como as principais fontes de contaminação humana. Tais
aves são muito populares devido à inteligência e fácil interação com o homem, o que
tem proporcionado o aumento do número de animais em cativeiro, seja para fins de
companhia ou preservação. O contato íntimo dessas aves com criadores e
profissionais que trabalham na área como tratadores e médicos veterinários entre
outros é responsável pela formação do grupo de risco da clamidiose quanto
zoonose.

Palavras-chave: Chlamydophila pscittaci. Zoonose. Clamidiose aviária.

OLIVEIRA, Érika Cristina de. The role of parrots in the spread of avian
chlamydiosis The zoonosis. 2015. 21 leaves. Course work Veterinary Medicine
Degree Completion – Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2015
ABSTRACT

The avian clamidiose whose agent is the Chlamydophila psittaci is commonly found
in free-living birds, however, the transmission from these sources is rare. The parrots
in the family Psittacidae comprising approximately 340 species-including macaws,
parrots and parakeets, are among the main sources of human contamination. Such
birds are very popular due to the intelligence and easy interaction with the man, who
has provided the increase in the number of animals in captivity, whether for company
purposes or preservation. The intimate contact of these birds with creators and
professionals working in the field as zookeepers and veterinarians are responsible for
the formation of the risk group of clamidiose as zoonosis.

Key-words: 1. Chlamydophila psittaci. 2. Zoonosis. 4. Avian clamidiose.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ciclo de desenvolvimento da Chlamydophila psittaci.................................................................15


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 13

2 METODOLOGIA................................................................................................................................... 15

3 REVISÃO LITERÁRIA - CLAMIDIOSE...................................................................................................... 16


3.1 ETIOLOGIA....................................................................................................................................................17
3.2 EPIDEMIOLOGIA.............................................................................................................................................18
3.3 SINAIS CLÍNICOS.............................................................................................................................................19
3.4 DIAGNÓSTICO...............................................................................................................................................20
3.5 TRATAMENTO................................................................................................................................................20
3.6 PROFILAXIA...................................................................................................................................................21
3.7 SAÚDE PÚBLICA.............................................................................................................................................21

4 CONCLUSÃO....................................................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS...........................................................................................................................................................23
13

1 INTRODUÇÃO

A família Psittacidae que compreende aproximadamente 340 espécies -


dentre elas araras (Ara sp.), papagaios (Amazona sp.), calopsitas (Nymphicus sp.)
entre outros, estão entre as principais fontes de contaminação da Chlamydophila
psittaci, o agente causador da clamidiose aviária (PEREIRA, 2009). Os psitacídeos
são aves muito populares devido à inteligência beleza e fácil interação com o
homem, o que tem proporcionado o aumento do número de animais em cativeiro,
seja para fins de companhia ou preservação (HIDASI, 2010).
O gênero Chlamydia é dividido em Chlamydia e Chlamydophila, o último com
cinco espécies. Conhecida também como psitacose e ornitose, o termo clamidiose
aviária tem sido reservado para todas as infecções aviárias causadas por
Chlamydophila psittaci (ANDREATTI, 2006).
O agente trata-se de uma bactéria intracelular obrigatória que pode sobreviver
por longos períodos em fezes e secreções secas das aves contaminadas. Aves
jovens e/ou com alto índice de estresse por estarem imunodeprimidos são em geral
mais suscetíveis às clamidioses e os sinais clínicos dependem da idade da ave,
virulência da cepa e espécie da ave infectada. (RUPLEY, 1999).
Animais infectados pela forma latente são particularmente perigosos para a
saúde humana (HIDASI, 2010). As aves em geral mascaram os sinais de doença,
não exibindo assim sinais clínicos até que o curso da doença esteja bem avançado
(JEPSON, 2010).
Segundo Andreatti (2006), a clamidiose de origem aviária é a de maior
freqüência no contágio humano, sendo que em estudo realizado no Reino Unido,
mais de 1.620 casos foram reportados, 661 na Alemanha e 165 nos Estados Unidos,
todos no período de 1996 a 2001. Hidasi (2010) ressalta que a prevalência de
infecções por clamídias em humanos é subestimada, mesmo em países cuja
notificação é compulsória.
A clamidiose aviária é considerada uma zoonose ocupacional, uma vez que o
maior grupo de risco é composto por pessoas que tem contato direto com as aves
como, por exemplo, criadores, proprietários de lojas de pássaros, empregados de
lojas de animais e aves, veterinários, técnicos em atividades laboratoriais,
trabalhadores de zoológicos entre outros (ANDREATTI, 2006).
No homem os sintomas da doença são facilmente confundidos com resfriado,
14

incluindo febre, dores de cabeça severas e encurtamento da respiração, podendo


evoluir para a morte (RUPLEY, 1999).
O Brasil tem a maior biodiversidade de psitacídeos do mundo, com o
crescente número de animais fora da sua fauna, vivendo em cativeiro e cada vez
mais próximos ao homem muitas vezes em ambientes estressantes, expostos a
muitas doenças, dentre elas a clamidiose, fazendo com que o conhecimento dos
mecanismos desta enfermidade seja de grande relevância para a saúde pública, o
que justifica a realização desta revisão bibliográfica.
15

2 METODOLOGIA

O método foi à revisão bibliográfica, o qual compreende as seguintes etapas:


identificação do tema e formulação da questão de pesquisa, busca de artigos e
livros, seleção e coleta de dados relevantes dos artigos encontrados, interpretação
dos resultados obtidos e apresentação da revisão.
A pergunta elaborada foi: “O crescente número de aves silvestres em
cativeiro, em especial os psitacídeos, tem influência na caracterização da clamidiose
aviária como zoonose ocupacional?”
A busca foi realizada nas bases de dados: Google Acadêmico, Scielo,
Repositório da Universidade Federal de Goiás, com as palavras-chaves “clamidiose
aviária”, “doenças bacterianas em psitacídeos” “clamidiose aviária como zoonose”,
além de livros especializados e já consagrados sobre a temática como os de autoria
de Cubas, Rupley, Andreatti entre outros.
Para obtenção de dados mais atualizados, priorizou-se a busca por
publicações mais recentes, entretanto, a média de tempo do material encontrado
variou entre 2006 a 2013.
16

3 REVISÃO LITERÁRIA - CLAMIDIOSE

A Chlamydophila psittaci é o microorganismo que causa a psitacose nas aves


e a ornitose nos outros animais, inclusive no homem (RUPLEY, 1999). A clamidiose
deve ser vista como um grupo de processos inflamatórios de origem bacteriana que
trata-se de zoonose de ampla distribuição mundial, tendo fortes características de
doença ocupacional relacionada a pessoas que mantém contato direto com aves
(ANDREATTI, 2006).
As clamídias são bactérias intracelulares obrigatórias que não crescem em
meios sem células. A virulência e sinais clínicos dependem das muitas cepas
existentes e da espécie do hospedeiro afetado (ANDREATTI, 2006).
Estudos relatam o isolamento com sucesso de Chlamydia em um grande
número de animais domésticos e selvagens, tendo sido identificada em 32 espécies
de mamíferos (HIDASI, 2010).
As araras e os papagaios sul-americanos parecem ser mais suscetíveis,
sendo as aves jovens geralmente mais susceptíveis que os adultos, e o estresse
pode resultar em sinais clínicos ou no aumento da eliminação de microrganismo nos
portadores. (RUPLEY, 1999).
A lista de espécies aviárias que podem ser acometidas por C. psittaci
aumentou rapidamente em um corto período de tempo, chegando a um número
aproximado de 465 espécies compreendidas em 30 ordens diferentes, sendo os
psitacídeos os maiores reservatórios, principalmente quando submetidos a
condições de cativeiro (HIDASI, 2010).
Devido à beleza, inteligência e fácil interação com o homem os psitacídeos
desempenham importante papel na disseminação da clamidiose para humanos
(PEREIRA, 2009), pois devido a proximidades dessas aves associada ao manejo
incorreto e sem os cuidados adequados deixam proprietários e profissionais que
lidam diretamente com as mesmas expostos aos microorganismos que são
eliminados nas fezes, urina, muco orofaringeano e secreções lacrimais e nasais
(RUPLEY, 1999).
Dessa forma, a clamidiose é considerada uma das principais zoonoses
transmitidas por aves silvestres ao homem (CUBAS et al., 2006).
17

3.1 ETIOLOGIA

Chlamydophila é o nome do novo gênero adotado na reclassificação que


separa a família Chlamydiaceae em dois gêneros: Chlamydia e Chlamydophila (EC,
2002)
O agente etiológico da clamidiose, C. psittaci é um uma bactéria Gram-
negativa, parasita intracelular obrigatória que apresenta um ciclo de
desenvolvimento bifásico, com duas formas morfológica e funcionalmente distintas,
o corpo elementar (CE) que forma extracelular infecciosa (esférico, denso e imóvel,
apresentando diâmetro de 0,2 a 0,3μm), metabolicamente inativa e o corpo reticular
(CR), forma intracelular e metabolicamente ativa (possui diâmetro de 0,6 a 1,5μm e
parede fina e flexível) (CUBAS et al., 2006).
O ciclo de desenvolvimento da C. psittaci (Fig. 1) se completa em 48 horas e
tem inicio com a penetração do CE na célula do hospedeiro por endocitose, em
seguida acontece a diferenciação em CR pela redução de ligações cruzadas entre
pontes dissulfeto das proteínas da membrana externa de sua parede celular
(CUBAS et al., 2006). O corpo reticular parasita a mitocôndria da célula hospedeira,
extraindo a energia necessária para o seu crescimento e sua multiplicação. (RASO,
2007).
Então ocorre a síntese de DNA, RNA e proteínas, e a multiplicação do Corpo
reticular por divisão binária, formando microcolônias contendo de 100 a 500
microorganismos por célula, os chamados corpúsculos de inclusão ou corpos de
Levintal-Collie-Lilie (LCL). Após maturação, os corpos reticulares transformam-se
novamente em corpos elementares, os quais são liberados por meio da lise da
célula hospedeira (CAVALCANTE, 2008).
Atualmente tem-se conhecimento de oito sorovares, sendo seis relacionados
a doença aviária, sendo que C e D apresentam risco zoonótico particular ao
homem, não tendo estes hospedeiros específicos (ANDREATTI, 2006).
A C. psittaci é sensível ao calor e aos agentes que destroem os componentes
lipídicos da parede celular. Quando protegidos por matéria orgânica presente em
fezes e secreções, os CE podem sobreviver por meses à dissecação ou ação direta
do sol (CUBAS et al., 2006).
18

FIGURA 1: Ciclo de desenvolvimento da Chlamydophila psittaci nas células do


hospedeiro. CE = corpo elementar e CR = corpo reticular. Fonte: Raso (2007).

3.2 EPIDEMIOLOGIA

Endêmica em todo o mundo, a C. Psittaci é detectada em cerca de 460


espécies aviárias de 30 ordens. Apesar disso, sua prevalência em aves é
subestimada em decorrência da falta de diagnóstico laboratorial específico.
Questionário epidemiológico realizado em zoológicos latino-americanos revelou a
dificuldade em obter testes rápidos de diagnóstico, medicações adequadas e
ausência de protocolos de quarentena e tratamento, além de baixa utilização de
exames histopatológicos e dificuldade na confirmação laboratorial da doença
(RASO, 2007).
Hidasi (2010) ressalta que a prevalência das infecções por clamídia em
humanos é subestimada, mesmo em países cuja notificação é compulsória.
São escassas as informações da ocorrência da doença nos países da
América do Sul, sendo descritos casos esporádicos na Argentina, Bolívia, Brasil,
Chile, Suriname, Uruguai e Venezuela; nos demais países, não existem informações
oficiais, segundo o Office International of Epizooties (OIE).
Esporadicamente são descritos surtos de clamidiose em aves silvestres. No
Brasil, em 2000, um surto da doença em papagaios jovens, proveniente de tráfico e
mantidos em quarentena, ocasionou 96,5% de mortalidade dos mesmos. As aves
sobreviventes não se recuperaram dos sinais clínicos, após dois tratamentos, e
foram eutanasiadas como medida de controle da doença (RASO, 2007).
19

A ocorrência de clamidiose em aves de vida livre é limitada pela rápida


predação das aves doentes e pela decomposição das carcaças (CUBAS et al.,
2006).
A transmissão da doença entre as aves ocorre por inalação ou ingestão do
microrganismo, bem como por contato direto com secreções e/ou excreções
contaminadas. A infecção também pode ocorrer no ninho, quando os pais regurgitam
para os filhotes alimentos contendo células infectadas provenientes da descamação do
epitélio do inglúvio. Fômites também podem disseminar clamidiose, além de insetos
mastigadores, ácaros e piolhos, que podem ser importantes vetores mecânicos
(CAVALCANTE, 2008).
A taxa de morbidade é elevada, com grande percentual de psitacídeos
portadores inaparentes, estimado entre 10 a 40% nos EUA, atingindo 100% em certas
localidades, tais dados se assemelham as verificados no Brasil. Já a mortalidade é
extremamente variável, dependendo do sorotipo envolvido (RASO, 2007).

3.3 SINAIS CLÍNICOS

Segundo Andreatti (2006) os sinais clínicos de uma infecção dependem da


idade da ave, bem como da virulência da cepa e espécie infectada. Raso (2007)
afirma que conforme os sinais clínicos a doença se classifica em superaguda,
aguda, crônica e inaparente. Sendo que na forma superaguda o óbito geralmente
ocorre em horas sem sinais aparentes, atingindo principalmente aves jovens.
Comumente os sinais descritos na forma aguda incluem diarréia, anorexia,
depressão biliverdinúria, espirros, descarga nasal mucopurulenta, dispnéia, sinusite
e conjuntivite (CAVALCANTE, 2008).
Na forma crônica os sinais são discretos e consequentemente negligenciados,
caracterizados por emagrecimento progressivo, conjuntivite e algumas alterações
respiratórias. Enquanto que na forma inaparente as aves não apresentam sinais
clínicos, provavelmente ligados a cepas de média ou baixa virulência (RASO, 2007).
O estresse causado por superpopulação, higiene precária, alimentação
deficiente, alterações ambientais, transporte ou infecções concomitantes pode ativar
uma infecção latente, resultando na manifestação clínica da doença (CAVALCANTE,
2008).
No homem o período de encubação varia entre 5 a 15 dias, podendo se
estender por meses. As principais vias de contágio são as respiratórias, conjuntiva
20

ocular e oral. Na forma branda manifesta-se com sintomatologia semelhante a uma


gripe, incluindo dores musculares, articulares e de cabeça, febre, fotofobia e dor de
garganta, entretanto, em estado mais agravado leva ao desenvolvimento de
pneumonia atípica com respiração dificultosa e dolorosa, podendo também afetar
outros órgãos, resultando em miocardite, encefalite, hepatite, meningite, etc.
(ANDREATTI, 2006).

3.4 DIAGNÓSTICO

Para Rupley (2009), o diagnóstico se baseia nos sinais clínicos, patologia


clínica, radiologia e citologia, com ajuda de uma cultura, sorologia e eletroforese,
ressaltando ainda a inexistência de teste único que detecte a infecção em todas as
aves infectadas ou portadoras. O diagnóstico definitivo é obtido por isolamento e/ou
detecção do agente etiológico, entretanto tais métodos são dispendiosos e
demorados (RASO, 2007).
A radiologia revela com freqüência hepatomegalia, aerossaculite e
esplenomegalia, enquanto a patologia clínica pode apontar leucocitose severa,
anemia e elevação de nas taxas de AST ou TGO. A citologia se torna útil em aves
com conjuntivite ou em amostras postmortem do fígado, baço, sacos aéreos e
pericárdio (RUPLEY, 1999).
Diversos testes imunoenzimáticos (ELISA-Ag) e de imunoflorecência direta
são utilizados para detecção direta da Chlamydaceae em amostras clínicas
provenientes de fezes ou cloacas de aves, podendo, entretanto, apresentar
resultados falso-positivos devido a reações cruzadas com outros microrganismos
(RASO, 2007).

3.5 TRATAMENTO

Rupley (1999) preconiza o uso de tetraciclinas no tratamento da clamidiose,


podendo também se adotado o uso da doxiciclina ambas por via oralmente,
administradas em rações ou em preparações injetadas por via intramuscular.
Raso (2007) aponta que o tratamento é longo, em torno de 45 dias, embora
não se tenha garantia da efetividade do mesmo ou completa eliminação do C.
psittaci em aves.
21

Durante o tratamento devem ser adotadas terapias de suporte, incluindo


terapia por calor, alimentação com sonda, fluidoterapia e antibioticoterapia para as
infecções bacterianas secundárias. Sendo de extrema importância minimizar a
exposição a fezes aerossolizadas e a pó de penas através da remoção diária dos
excrementos das gaiolas (RUPLEY, 1999).

3.6 PROFILAXIA

Para Andreatti (2006) a profilaxia e o controle da doença no homem depende


do controle da doença nas aves, devendo-se adotar nos aviários medidas como
lavagem e desinfecção diária das gaiolas, utilizando-se detergentes e desinfetantes,
além de aplicação de calor ao qual o agente é sensível.
Até o momento, não se encontram disponíveis no mercado vacinas eficazes
para a prevenção da clamidiose (RASO, 2007). Embora seja difícil evitar a
introdução da clamidiose em um plantel de aves, a quarentena e realização de
testes de triagem sorológicos e antigênicos pode diminuir consideravelmente a
probabilidade da aparição da doença (RUPLEY, 1999).

3.7 SAÚDE PÚBLICA

A psitacose humana, determinada pela C. psittaci, representa uma das


principais zoonoses de origem aviária, embora de ocorrência esporádica (RASO,
2007).
Andreatti (2006) afirma que a doença deve ser vista como doença
ocupacional, uma vez que está fortemente relacionada a pessoas que desenvolvem
atividades ligadas a aves.
A psitacose foi considerada enfermidade fatal antes do uso dos antibióticos e,
em alguns surtos, a mortalidade humana atingiu 20%, com índices mais elevados
em idosos conforme exposto por Raso (2007).
As pessoas de atividade de risco devem ser educadas sobre os riscos da
doença e orientados a respeito das medidas protetivas, tanto com equipamentos de
proteção individual quanto cuidados com a biosseguridade do ambiente (CUBAS et
al., 2006).
22

4 CONCLUSÃO

A clamidiose aviária causada pelo agente C. psittaci representa uma das


principais zoonoses de origem aviária, embora tenha um caráter zoonótico
ocupacional, uma vez que geralmente afeta pessoas ligadas ao manejo direto de
aves silvestre como proprietários, médicos veterinários, donos de loja, tratadores,
funcionários em abatedouros de aves, etc.
O Brasil possui uma enorme biodiversidade de psitacídeos, cujo comercio e
contato com humanos tem sido cada vez maior devido a beleza e fácil interação
dessas aves com humanos.
É sabido que os psitacídeos são um dos maiores grupos reservatórios da C.
psittaci, e o seu contato mais intimo com o homem acaba sendo responsável por
grande parte da disseminação da zoonose.
O diagnóstico da clamidiose representa grande desafio para o clínico
veterinário, devido à inespecificidade dos testes existentes e da possibilidade de
resultados falso-negativos.
A clamidiose aviária é uma doença de alta morbidade e mortalidade variável
conforme a virulência da cepa, além de fatores como idade, imunidade, condições
de estresse e ambiente da espécie afetada.
O tratamento é longo, realizado por meio de antibioticoterapia, onde se
preconiza o uso de tetraciclinas, entretanto, não se tem garantia da eficácia nem da
eliminação completa do agente nas aves.
É de suma importância que o grupo de risco humano seja instruído a tomar os
devidos cuidados para evitar a contaminação, uma vez que a psitacose quando
agravada pode ter caráter fatal.
23

REFERÊNCIAS

ANDREATTI FILHO, R. L. Saúde Aviária e Doenças. São Paulo: Roca, 2006.

CAVALCANTE, G. C., Clamidiose Aviária – Revisão Literária. Trabalho


monográfico de conclusão do curso de Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica
de Animais Selvagens e Exóticos (TCC), apresentado à UCB, como requisito para
obtenção do título de especialista. Brasília, 2008.

CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens-


Medicina Veterinária. ROCA, São Paulo, 2006.

HIDASI, Hilari W. Detecção de Enterobacteriaceae e Chlamydophila spp. Em


psitacídeos provenientes do centro de triagem de animais selvagens e Goiás.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária,
2010.

JEPSON, Lance. Clinica de Animais Exóticos, referência rápida. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2010.

OIE. Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2004.
Disponível em: < http://www.oie.int/esp/normes/mmanual/A_00105.htm>. Acesso
em: 15 de novembro de 2015.

PEREIRA, Daniel A. OCORRÊNCIA DE CLAMÍDIA (Chlamydophila psittaci) EM


PSITACIDEOS DE CATIVEIRO NA REGIÃO DE JUNDIAÍ – SP –
análise retrospectiva de casuística de laboratório particular - período de 2007 a
2009-. Projeto de Monografia apresentado para a conclusão do Curso de Medicina
Veterinária da Faculdade da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo,
2009. Disponível em: http://www.vetsilvestre.com.br/artigos/index.php?&art=ocorr
%EAncia%20de%20clam%EDdia%20em%20psitacideos.htm. Acesso em 22 de
outubro de 2015.
24

RASO, Tânia de Freitas. Clamidiose. In: CUBAS, Zalmir S.; SILVA, Jean C. R.;
CATÃO-DIAS, J. L. (org.). Tratado de animais selvagens. São Paulo: Roca, 2007.
Cap. 47.

RUPLEY, A. E. Manual de clínica aviária. São Paulo. Editora Roca, 1999.

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