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Índice

Introdução..............................................................................................................................................2
1. REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO COMO OBJECTO DE ESTUDO DA PEDAGOGIA......3
Resumo..................................................................................................................................................5
2. RELAÇÃO ENTRE AS CATEGORIAS DA PEDAGOGIA........................................................7
1. O que é educação?.........................................................................................................................8
2. O que é auto-educação.................................................................................................................12
3. O que é instrução?.......................................................................................................................13
4. O que é auto-educação.................................................................................................................14
5. O que é ensino?............................................................................................................................14
Resumo................................................................................................................................................16
3. ÁREAS DE ACTUAÇÃO DA PEDAGOGIA E DO PEDAGOGO............................................18
O exercício profissional do pedagogo..................................................................................................18
Actuação do Pedagogo........................................................................................................................21
a) Gestão Escolar.............................................................................................................................21
b) Educação Especial.......................................................................................................................21
c) Pedagogia Empresarial................................................................................................................22
d) Pedagogia Hospitalar...................................................................................................................22
e) Orientação Educacional...............................................................................................................23
f) Indústrias de Brinquedos.............................................................................................................23
g) Produção de Material Pedagógico................................................................................................23
Resumo................................................................................................................................................23
4. ANÁLISE CRITICA DA EDUCAÇÃO NA ACTUALIDADE..................................................25
4.1. Educação na Actualidade.........................................................................................................25
4.1.1. Educação na actualidade: na perspectiva da diversidade e cidadania...................................28
Conclusão............................................................................................................................................30
Bibliografia..........................................................................................................................................31
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Introdução
O trabalho da cadeira de Fundamentos de Pedagogia, em apresso visa de forma clara os temas
ora propostos, de reafirmar que este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada por mim,
em contacto com várias obras, a partir deste contacto, vi envolvidos pelo pensamento de um
homem comprometido com a vida, com a prática, cujas ideias vão transpondo fronteiras e
alcançando novos continentes. O trabalho tem com temas: Reflexão sobre a educação como
objecto de estudo da pedagogia, relação entre as categorias da pedagogia, áreas de
actuação da pedagogia e do pedagogo e análise critica da educação na actualidade.
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1. REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO COMO OBJECTO DE ESTUDO DA


PEDAGOGIA
Historicamente, a Pedagogia se organiza cientificamente dentro de pressupostos da
ciência positivista, com a promessa de um método científico sendo capaz de explicar todas as
qualidades da ciência. O método, originado nas ciências exactas, desfruta de um grande
prestígio, fazendo que todos os fenómenos naturais ou sociais fossem submetidos ao rigor do
método. Consequentemente, a Pedagogia fazendo parte das disciplinas sociais se viu
impossibilitada de alcançar tal precisão, exactidão e frequência na aplicação do método.
Como decorrência desta suposta cientificidade, a Pedagogia não exerceu a sua especificidade
histórica, não encontrou um espaço de significação e não estabeleceu seu objecto de estudo.
A história da Pedagogia desde a Grécia antiga é muito contraditória, pois o conceito de
Pedagogia tem dupla referência, como afirma Saviani (2007), desenvolvendo, de um lado a
reflexão estreita com a filosofia, finalidade ética que guia o ato educativo e de outro lado, a
experiência e a prática, reforçando a metodologia, a condução da criança. Ainda, como
discorre Franco (2008), no percurso histórico da Pedagogia ela é tratada ora como arte, ora
como metodologia, ora ciência da arte educativa e recentemente a grande ênfase na actuação
docente e não no estudo do fenómeno educativo na sua complexidade e amplitude.
Com o intuito de conceber a Pedagogia como ciência da educação, Libâneo (2001, p. 6) a
define como “um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e
historicidade e, ao mesmo tempo, uma directriz orientadora da acção educativa.” A Pedagogia
se ocupa do ato educativo; interessa-se pela prática educativa, fazendo parte da actividade
humana e da vida social do indivíduo. A educação é prática humana e social, que transforma
os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, dando a
configuração a nossa existência humana individual e colectiva. E são essas transformações
que constituem o objecto de estudo da Pedagogia. Esclarece também que isso acontece pela
comunicação, experiência acumulada, saberes e modos de agir construídos e acumulados pela
humanidade e pela cultura transformada em património do ser humano. Resumindo Libâneo
(2001, p. 10) diz que:
"A Pedagogia, mediante conhecimentos científicos, filosóficos e técnicoprofissionais,
investiga a realidade educacional em transformação, para explicitar objectivos e
processos de intervenção metodológica e organizativa referentes à
transmissão/assimilação de saberes e modos de acção. Ela visa o entendimento, global e
intencionalmente dirigido, dos problemas educativos e, para isso, recorre aos aportes
teóricos providos pelas demais ciências da educação."
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A Pedagogia é a ciência que tem a educação como objecto de estudo, diz Libâneo (2001).
A sociologia, a psicologia, a economia, entre outras, também podem e tem se ocupado com os
problemas educativos, abordando-os segundo o referencial teórico construídos por estas
ciências. Entretanto, “é a Pedagogia que pode postular o educativo, propriamente dito, e ser
ciência integradora dos aportes das demais áreas. Isto não quer dizer, todavia, que ela, por
isso, passa ocupar lugar hierarquicamente superior às demais” (LIBÂNEO, 1996, p. 118).
Cabe-lhe ocupar o seu devido lugar como Ciência da Educação. Completando, relata Libâneo
(2001) que a Pedagogia é responsável por integrar os enfoques das diversas ciências
(sociologia, psicologia, .) “em função de uma aproximação global e intencionalmente dirigida
aos problemas educativos.” Para o autor, a Pedagogia tem uma identidade e tem problemas
próprios, tendo como campo de estudos os elementos da acção educativa e sua
contextualização. Outro educador que tem como preocupação a Pedagogia é Saviani (2001),
que também preconiza que a Pedagogia tem íntima relação com uma teoria da prática
educativa. Salienta que:
"Na verdade o conceito de Pedagogia se reporta a uma teoria que se estrutura a partir e
em função da prática educativa. A pedagogia, como teoria da educação, busca
equacionar, de alguma maneira, o problema da relação educador-educando, de modo
geral, ou, no caso específico da escola, a relação professor-aluno, orientando o processo
de ensino e aprendizagem (SAVIANI, 2001, p. 102)."
Deixa claro também que se toda Pedagogia é teoria da educação, nem toda teoria da
educação é Pedagogia, exemplos são Sociologia da Educação, Filosofia da Educação e outras.
Descreve Saviani (2007), que foi Herbart quem apresentou a Pedagogia como um sistema
coerente: unificando os fins da educação (ética) e os meios da educação (psicologia). Mas
Gentile, apud Saviani (2007), no campo do Idealismo, nega esta unificação propagada por
Herbart (ética e psicologia), dizendo que a Pedagogia se identifica com a filosofia.
Do mesmo modo podemos argumentar que a pedagogia, enquanto teoria da educação, está
mais avançada ao estudar a educação escolar do que a educação de modo geral, até mesmo
porque “....é na escola que o pedagógico tem lugar de forma mais explícita” (LIBÂNEO,1990,
p. 7). À medida que o cerne da educação escolar é a docência, enquanto articuladora do
processo de ensino-aprendizagem que ocorre na sala de aula, a pedagogia escolar tem nela a
sua referência principal.
Finalmente, é importante destacar que o conceito ampliado de pedagogia, como campo do
conhecimento sobre e na educação, embora concebido a partir da educação escolar, apresenta-
se com possibilidade de facilitar não apenas a interpretação e intervenção dos processos
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educativos que ocorrem na escola, mas também daqueles que ocorrem em espaços não-
escolares.
Resumo

Para se reconhecer a autonomia epistemológica de uma ciência específica da educação, é


necessário precisar a natureza do seu objecto e seus métodos de estudo. É indubitável que a
discussão do estatuto epistemológico da ciência pedagógica se deva realizar no contexto de
uma reflexão epistemológica própria. Para isso, recorremos à epistemologia específica da
educação. O que significa dizer que a educação é um objeto dinâmico, em construção,
portador de finalidade e perspectivas temporais, que torna complexo seu conhecimento.

O objecto refere-se à educação e seu método necessita de uma concepção que represente
o "universal concreto", que forneça leis objectivos, as quais sejam, ao mesmo tempo, leis de
todo o movimento, tanto do real quanto do pensamento. Este método é o dialéctico. Sua
existência possibilita definir a pedagogia como ciência autónoma da educação, pois leva à
compreensão do fato educacional em seu movimento e em seu campo de intersubjectividades,
assim, permite compreender a pedagogia como um campo de estudo concreto da realidade
educacional.

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da


educaçãodo acto educativo, da prática educativa como componente integrante da actividade
humana, como fato da vida social, inerente ao conjunto dos processos sociais. Não há
sociedade sem práticas educativas. Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o
fenómeno educativo, sobre as práticas educativas, para poder ser uma instância orientadora do
trabalho educativo. Ou seja, ela não se refere apenas às práticas escolares, mas a um imenso
conjunto de outras práticas. O campo do educativo é bastante vasto, uma vez que a educação
ocorre em muitos lugares e sob variadas modalidades: na família, no trabalho, na rua, na
fábrica, nos meios de comunicação, na política, na escola. De modo que não podemos reduzir
a educação ao ensino e nem a Pedagogia aos métodos de ensino. Por consequência, se há uma
diversidade de práticas educativas, há também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a
pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação ., além, é claro, da pedagogia
escolar.
Podemos dizer, então, que a toda educação corresponde uma pedagogia. Mas o que
entendemos sobre esse termo que denominamos educação ou prática educativa? Educação
compreende o conjunto dos processos, influências, estruturas e acções que intervêm no
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desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação activa com o meio natural e
social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando a
formação do ser humano. A educação é, assim, uma prática humana, uma prática social, que
modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma
configuração à nossa existência humana individual e grupal. Escreve a esse respeito o
pedagogo alemão SCHMIED-KOWARZIK (1983):
A educação é uma função parcial integrante da produção e reprodução da vida social, que
é determinada por meio da tarefa natural e, ao mesmo tempo, cunhada socialmente da
regeneração de sujeitos humanos, sem os quais não existiria nenhuma práxis social. A história
do progresso social é simultaneamente também um desenvolvimento dos indivíduos em suas
capacidades espirituais e corporais e em suas relações mútuas. A sociedade depende tanto da
formação e da evolução dos indivíduos que a constituem, quanto estes não podem se
desenvolver fora das relações sociais.
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2. RELAÇÃO ENTRE AS CATEGORIAS DA PEDAGOGIA


Uma das problemáticas neste campo de conhecimento é a ambiguidade da terminologia.
Claro que ciência não é como os neopositivistas consideraram, "colocar na língua científica o
conhecimento popular". Não obstante, o sistema de conhecimento de qualquer ciência está
determinado pelas categorias e os termos que descrevem e fundamentam a estrutura base de
seu objecto de estudo. E tudo isso se logra com uma adequada utilização da língua científica,
em especial sua terminologia.

Uma das complexidades tanto para a Pedagogia, como para a Didáctica são seus
respectivos objectos de estudo, pois qualquer leigo se acha no "direito" de "dissertar" sobre
educação ou ensino. Por exemplo. Quem fala sobre Física Quântica? Ou sobre Biologia
Molecular? Não é suficiente saber contar para ser matemático! Este fato leva a que existam
trabalhos, "resultados de pesquisas" que no conteúdo deles têm uma mistura de
conhecimentos acientíficos e anticientíficos que pouco ajudam na prática social e no
desenvolvimento destas ciências.

Um exemplo neste contexto é o posicionamento do ilustre Jean Piaget que segundo um


dos seus discípulo, Gadotti,M (1988, p. 64) considerava que

Quando a maioria dos institutos de ciências, hoje, ainda se mantêm fechados em


pequenas capelas, fechados num linguajar hermético, Piaget sempre concebeu o estudo
científico como uma intersecção de disciplinas. Não se pode fazer Psicologia sem a física,
sem a Matemática, sem as Ciências Sociais.

Aliás, o sucesso das teorias de Piaget sobre desenvolvimento da inteligência nas crianças
deve-se, em grande parte, à rigorosa fundamentação físico-matemática e bioquímica. Ele
sempre soube escolher, nesse sentido, os melhores pesquisadores das áreas. Era um homem
que sabia ouvir.

Piaget não gostava de responder a perguntas sobre educação. Limitava-se a dizer que não
havia pesquisado esse campo do saber. Perguntaram num programa de Rádio Suisse
Romande, por que não investigara a afectividade. Respondeu que não tinha tempo para tratar
da inteligência e da afectividade ao mesmo tempo. Preferiu optar pelo estudo da inteligência.

Já pensou que educando, aluno, estudante, discente, criança, escolar, aprendiz, são a


mesma coisa? Ao final não são sinónimos? Sim. Essas palavras são sinónimas na utilização
do dia-a-dia, mas não na língua científica, pois cada palavra mencionada expressa um
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conceito distinto. No caso da Pedagogia, educando e escolar, seriam importantes termos


dentro do campo de estudo e pesquisa. Já para a Didáctica referiria melhor os termos de
aluno, estudante e discentes, e assim por diante.

A língua científica deve ser objectiva, não deve permitir ambiguidades. Outro exemplo
poderia ser o fato que o professor não tem "didáctica", o que o docente pode e deve ter é
competência didáctica. Quando no dia-a-dia, alguém diz: -"Esse professor tem uma boa
didáctica", na língua científica deve considerar-se que aquele profissional de referência, tem
domínio dos aspectos ou dimensões didácticas necessárias que conformam essa competência.

Se importante é a adequada utilização da terminologia de uma ciência, imagine o que


acontece quando o assunto em questão é o próprio objecto de estudo? Então, considerando
que na língua científica não se admite a sinonímia, se pode dizer, cientificamente "falando",
que educação, ensino e instrução não são sinónimos.

a) Educação
b) Auto-Educação
c) Instrução
d) Auto-Instrução
e) Ensino

1. O que é educação?

Desde a época de Platão, o termo educação foi centro dos debates. Para ele era dar ao corpo e a alma
toda beleza e perfeição que seja possível. Émile Durkheim a considerava a preparação para a vida.
Para Pestalozzi, a educação do ser humano deve responder às necessidades de seu destino e ás leis de
sua natureza. Para José Martí, é depositar em cada homem toda a obra da humanidade vivida, é
preparar o ser humano para a vida.

Segundo o ICCP (1988) se entende por educação o conjunto de influências que exerce a sociedade
sobre o indivíduo. Isso implica que o ser humano se educa durante toda a vida.

A educação consiste, ante todo, em um fenómeno social historicamente condicionado


e com um marcado carácter classista. Através da educação se garantirá a
transmissão de experiências de uma geração à outra. (ICCP, 1988, p.31).

Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988), a educação é uma categoria geral e eterna, pois é parte
inerente da sociedade desde seu surgimento. Também, a educação constitui um elo essencial
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no sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a ponto de não conceber progresso histórico-


social sem sua presença.

Para Martins,J (1990) a educação é um processo de ação da sociedade sobre o educando,


visando entregá-lo segundo seus padrões sociais, económicos, políticos, e seus interesses.
Reconhece-se aqui a necessária preparação para a vida, já referida em outras definições e que
só se logra a através de convicções fortes e bem definidas de acordo com esses padrões. Por
isso é tão importante, mas que uma definição o mais precisa possível, a caracterização deste
objecto de estudo e pesquisa da Pedagogia.

Para uns, Educação é processo, para outros é categoria, ou fenómeno social, ou preparação, ou
conjunto de influências, e muitos conceitos mais. Ainda seguindo a linha de pensamento de J.
Martins, se concorda que:

A educação tem os seguintes caracteres:

 É fato histórico, pois se realiza no tempo;


 É um processo que se preocupa com a formação do homem em sua plenitude;
 Busca a integração dos membros de uma sociedade ao modelo social vigente;
 Simultaneamente, busca a transformação da sociedade em beneficio de seus
membros;
 É um fenómeno cultural, pois transmite a cultura de um contexto de forma global;
 Direcciona o educando para a auto consciência;
 É ao mesmo tempo, conservadora e inovadora. (MARTINS, J, 1990, p.23)

Deve-se analisar que a educação, mais que processo, mais que conjunto de influências, e
outras, é uma actividade. Como toda actividade tem orientação, por tanto pode ser planejada.
É processo, pois está constituída por acções e operações que devem ser executadas no tempo e
no espaço concreto. É resultado que expressa ou manifesta uma cultura, como fato sócio-
histórico.

Mas, o que é educação? A definição a seguir não pretende ser exaustiva, nem focalizada
nessa palavra desde a perspectiva da linguística textual, onde claramente, o significado
sempre estará dependendo de seu contexto. Aqui só se esta definindo a categoria geral e
eterna, como objecto de estudo e pesquisa da Pedagogia.
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Portanto, a Educação é uma actividade social, política e económica, que se manifesta de


diversas formas e que seu sistema de acções e operações exercem influências na formação de
convicções para o desenvolvimento humano do ser social e do ser individual.

Neste último aspecto vale destacar que o ser humano que se pretende construir, desde a
óptica como ser social deve ser

Desenvolvido simultaneamente nos planos, físico e intelectual, que tem consciência clara
de suas possibilidades e limitações. Um homem munido de uma cultura que lhe permita
conhecer, compreender e reflectir sobre o mundo. (MARTINS,J 1990, p. 22).

Isso significa que a educação pode ser direccionada, considerando a expressão social que deve
reflectir na consciência de cada pessoa. Por outro lado, se deve também trabalhar, nessas influências
que exerce a sociedade e o estado na formação humana do ser individual, onde:

O homem independente, mas não isolado, que conhecendo suas capacidades físicas,
intelectuais e emocionais, e senhor de uma visão crítica da realidade, seja capaz de
actuar de forma eficaz e eficiente nessa realidade. (MARTINS,J 1990, p. 22)

Resumindo, a educação, como fenómeno inerente à sociedade, é orientação, é processo e


expressão de uma cultura sócio-política. Pois como actividade, está constituída por esses
aspectos. Por outro lado, sabe-se que o ser humano se realiza culturalmente em tempo e
espaço, e que a complexidade dos fenómenos sociais e a quantidade de cultura emanada de
muitas gerações, precisam ser optimizadas no tempo. Por isso, e em busca de seu
aperfeiçoamento social e individual, surge o processo pedagógico, que não deve confundir-se
com o processo docente, com educação, ou com o processo educativo.

O processo pedagógico, como aspecto consciente dentro do panejamento educacional,


surge a partir das mudanças sofridas pela sociedade e com o objectivo de construir
determinado protótipo de ser humano. Por isso, um dos meios importante para influir na
construção desse novo ser, é através do adequado panejamento educacional. Os programas,
planos, e projectos, resultado dessas actividades de gestão educativa, sejam introduzidos e
generalizados como forma ideal para orientar, executar e controlar o trabalho educativo.

A educação, enquanto forma de ensino-aprendizagem, é adquirida ao longo da vida dos


cidadãos. Gadotti (2005), Gohn (2009) e Vieira, Bianconi e Dias (2005) dividem-na em três
diferentes formas:

1.1. Formal
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1.2. Não formal


1.3. Informal

 Educação formal é aquela que acontece na escola mediante a participação do


professor e que tem os objectivos relativos ao ensino e a aprendizagem de conteúdos
historicamente sistematizado, regimentados por leis.
 A educação informal ocorre na família, na igreja, com amigos, no bairro, ou seja,
através da interacção com grupos sociais, os quais são carregados de valores e culturas
herdadas historicamente e que através dessas interacções são repassados de um para outro.
Tem o objectivo se socializar, desenvolvendo neles, hábito, desenvolver modos de pensar e
agir frente aos obstáculos enfrentados na vida.
 A educação não formal é aquela que ocorre no mundo, através da interacção com o
quotidiano, nos momentos em que interagimos com as pessoas e o mundo que nos cercam,
neste modelo o aprendizado se dá através de acções colectivas quotidianos, pois tem como
objectivo preparar o ser humano para a civilidade.
Em cada um destes processos existe um agente do processo de construção do saber que
também chamamos de educador e também um local onde ocorre processo de
ensino/aprendizagem. Na educação formal este agente é o professor e o processo ocorre no
ambiente escolar. Na educação informal, o agente são os pais, os vizinhos, os amigos, a
família em geral, os vizinhos, os amigos, . O local são os ambientes demarcados por
referencias de nacionalidade, localidade, sexo, cor, etnia, credo religioso, etc, uma vez que
ocorre segundo gostos e preferências ou heranças culturais de cada um.
Na educação informal o agente é o outro, aquele com quem se interage, e ocorre na rua
ou nos ambientes onde ocorrem interacções que acompanham a trajectória de vida de cada
um, apesar de não possuir uma sistematização a educação não formal ocorre de forma
intencional, pois há no sujeito o interesse em aprender, em trocar conhecimento mesmo que
de uma forma despadronizada.
Devido a pouca compreensão acerca do significado da educação não formal ocorre entre
os professores a falta de alguns conhecimentos para que ela seja considerada e trabalhada na
escola, como por exemplo: definição mais clara das funções e definições do que seja de fato
educação não formal.
A educação deve ser promotora de mecanismos de inclusão social, esta inclusão deve ser
pensada como mecanismo que promove o acesso ao direito de cidadania, como; o respeito ao
próximo, civilidade e tolerância.
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De acordo com o texto essa cidadania deve ser reflectida pode ser estruturas colegiadas e
nos movimentos sociais existentes na escola, como; os conselhos de pais, de forma que se
possa construir e desenvolver, colectivamente valores comuns a todos os grupos, tendo como
base o principio de igualdade e universalidade, para que todos tenham vez e voz. Dessa forma
a sociedade civil poderá estar presente de forma activa nas principais decisões da escola,
dessa forma a gestão poderá ser de fato considerada democrática.
Os movimentos sociais são os sujeitos da sociedade civil organizada, quando esses
movimentos são desenvolvidos pela escola, percebemos que através dessa vinculação entre a
educação não formal e formal, torna-se mais fácil a resolução de problemas comuns
observados nas escolas, pois possibilita a luta da sociedade civil organizada pelos direitos
inerentes a todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem.
Apesar de tudo o que foi exposto acima é comum encontramos nas escolas, estruturas
colegiadas como; o conselho escolar, em que seus objectivos principais não são atingidos,
pois em nada contribuem para a descentralização do poder como a democratização da tomada
de decisões pelo núcleo gestor, pois os participantes advindos da comunidade e até mesmo da
própria escola, como é o caso dos funcionários, estão presentes porque são chamados a fazer
parte, porém não participam de forma directa das decisões que são colocadas na pauta das
reuniões, pois muitas vezes não tem tempo e não estão preparados para tal, estando presentes
na maioria das vezes simplesmente para dar quórum as reuniões e assim ajudar nas tomadas
das decisões, deixando que as decisões sejam manipuladas pelos seus dirigentes. Precisamos
mudar esse quadro, trabalhando a pratica da cidadania, através do conhecimento de seus
direitos e deveres.
Os coordenadores pedagógicos, enquanto membros do núcleo gestor, precisam
juntamente com o director, criar oportunidades para que tanto os pais como pessoas da
comunidade possam participar de acções desenvolvidas na escola e que assim as informações
e saberes possam ser repassadas em forma de troca, em que um aprende com o outro, para que
os valores de respeito ao próximo, civilidade e tolerância seja de fato desenvolvidos no
ambiente escolar.
2. O que é auto-educação
É uma tarefa que impõe o desenvolvimento intelectual que lhe permite usar a razão e o
dissentimento para distinguir o certo do erro.

Não existe educação sem auto-educação.


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Muitas pessoas ficam reclamando da vida, desesperadas, dizendo que são ignorante, que
não entendem nada, isto é, consequência da falta de educação. Não estamos falando da
educação sistemática, profissional, mas de uma qualidade de educação mais normal, vital, que
funciona 24 horas.

A maioria dos Líderes que deixaram uma realização histórica mais importante não
estudaram. A pessoa mais valiosa pouco estudou nas escolas do sistema, exemplo Jesus
Cristo, então o estudo não esta relacionado apenas com o interesse profissional, externa. A
super valorização da educação formal, independente é um erro grave.

A educação interna, a auto-educação são as principais. Não existe educação sem auto
educação, sem a educação de si próprio. A qualidade de educação que nós precisamos esta
baseada no diálogo nos relacionamentos, na experiencia. Ela é efectiva, prática e fácil. A
auto-educação não possui mensalidade. A auto-educação é viver, sonhar, dialogar e relaciona-
se, ele é muito económico.

A Auto-Educação é o trabalho individual consciente a sua formação em si. Formam-se


qualidades, traços individuais e formas de comportamento seleccionados individualmente.

3. O que é instrução?

Este é um termo que tem sido utilizado indistintamente para se referir ao que se define
como educação, e também tem sido empregado com a denotação dada aqui de ensino. Isso
traz consigo um grande dilema. Suma-se a essa ambiguidade do termo, o fato de erros de
tradução de um idioma a outro. Mas como o objectivo não é fazer a história das denotações
desta palavra, se passa a delimitar sua concepção neste trabalho.

Segundo Baranov, S.P. et al. (1989, p. 22) "a instrução constitui o aspecto da educação
que compreende o sistema de valores científicos culturais, acumulados pela humanidade".
Nesta perspectiva nota-se a coincidência com o próprio termo de educação. A instrução, não é
directamente um aspecto da educação, mas bem, deve ser considerado como um elemento que
aperfeiçoa o processo educativo, o que é diferente.

A instrução não é inerente à educação, através da instrução pode-se desenvolver a


educação. Se estes autores estiveram certos, não existiriam pessoas bem instruídas, pessoas já
formadas, más educadas. Ou também, não existiriam analfabetos, sem alguma instrução, com
uma boa educação.
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É muito mais preciso, desde a óptica deste trabalho, o conceito de instrução valorado
pelos alemães Neuner, G, et al. (1981, p. 112) enfatizando que na literatura pedagógica o
conceito de instrução se emprega, na maioria das vezes, com a significação de ministrar e
assimilar conhecimentos e habilidades, com a formação de interesses cognoscitivos e talentos,
e com a preparação para as actividades profissional.

O ICCP (1988), também valora a instrução com essa mesma perspectiva


profissionalizante quando expressa que:

O conceito expressa o resultado da assimilação de conhecimentos, hábitos, e


habilidades; se caracteriza pelo nível de desenvolvimento do intelecto e das
capacidades criadoras do homem. A instrução pressupõe determinado nível de
preparação do individuo para sua participação numa ou outra esfera da actividade
social. (ICCP, 1988, p. 32)

Portanto, a instrução não forma parte do conceito de educação, nem existe uma
denominada lei de unidade da instrução e a educação. A instrução, como manifestação
concreta do ensino, é uma acção didáctica que desenvolve o intelecto e a criatividade dos
seres humanos com conhecimentos e habilidades que os prepara para desenvolver actividades
sócio-culturais.

4. O que é auto-educação
A auto-educação é um processo de auto-conhecimento que tem por finalidade
desenvolver no homem os valores da natureza humana; porquanto a natureza humana existe
em cada indivíduo apenas em forma de potencialidades.

5. O que é ensino?
Antes de entrar-se na definição do objecto de estudo e pesquisa da Didáctica, lembre-se
das palavras de J. Martins (1990, p. 23) quando expressou que "desde seu surgimento a
palavra didáctica, significou a ciência de ensinar". Pode ser questionado o termo ciência, mas
a ideia fica clara que o objecto é o ensino.

Não se deve esquecer que na época que se utiliza o termo, ciência era só as áreas de
conhecimentos da natureza. O termo "art" era utilizado para as actividades das actuais e
reconhecidas áreas das ciências sociais. Mas, então por que, ainda hoje, é questionada a
utilização do termo: ensino, substituindo-o por ensino-aprendizagem? Seria interessante
considerar a seguinte analogia que ajudará a entender o ensino, como objecto e não o ensino
como categoria, termo ou uma simples palavra.
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Quando alguém denomina um homem de pai, utilizando o termo de pai com a


significação de pai biológico, é porque esse ser humano masculino, tem, como mínimo um
filho. Portanto, qualquer homem não é pai, só aquele que gerou um descendente. Algo
parecido, salvando a analogia, sucede com a palavra ensino.

Se um determinado professor realiza uma actividade que não gere uma "aprendizagem"
objectivada, essa actividade não pode ser denominada de ensino. Por tanto, se não é lógico
utilizar a palavra composta pai-filho, para designar um ser humano masculino que gerou um
descendente dele, também é ilógico supor que a palavra composta "ensino-aprendizagem",
substitua o objecto: ensino.

Segundo Baranov, S.P. et al (1989, p. 75) o ensino é "um processo bilateral de ensino e
aprendizagem". Daí, que seja axiomático explicitar que não existe ensino sem
"aprendizagem". Seu posicionamento sempre foi muito claro, quando estabeleciam entre
ensino e aprendizagem, uma unidade dialéctica.

Para Neuner, G. et al (1981, p. 254) "a linha fundamental do processo de ensino é a


transmissão e apropriação de um sólido sistema de conhecimentos e capacidades duradouras e
aplicáveis." Destaca-se, por um lado, neste conceito a menção de "um sólido sistema de
conhecimento", e por outro lado, as "capacidades duradouras e aplicáveis". No primeiro caso,
referindo-se ao processo de instrução que procura atingir a superação dos discentes e o
segundo caso ao treinamento, como forma de desenvolver as capacidades.

O ICCP (1988, p. 31) define "o ensino como o processo de organização da actividade
cognoscitiva" processo que se manifesta de uma forma bilateral: a aprendizagem, como
assimilação do material estudado ou actividade do aluno, e o ensino como dilecção deste
processo ou actividade do professor.

Considerando estas ideias, fica claro que não é preciso a utilização da composição léxica
"ensino-aprendizagem" para destacar a importância da "aprendizagem" neste processo, pois
ela é inerente ao ensino. A palavra aprendizagem neste contexto, não esta sendo utilizada
desde a perspectiva terminológica que distinguiria semanticamente os termos: aprendência,
aprendizado e aprendizagem.

Portanto, o ensino, é uma actividade direccionada por docentes à formação qualificada


dos discentes. Por isso, na implementação do ensino se dão a instrução e o treinamento, como
formas de manifestar-se, concretamente, este processo na realidade objectiva.
16

Diferenciando Educação, de Ensino, seria interessante reflectir com as palavras de J.M.


Guyau, quando diz que "educar a um homem não é ensinar alguma coisa que não sabia, senão
fazer dele o homem que não existia." (GUYAU, J apud. ISÓIS, J. 1976, p. 14)

Há uma relação de subordinação entre instrução à educação, uma vez que o processo e o
resultado da instrução são orientados para o desenvolvimento das qualidades específicas da
personalidade. Portanto, a instrução, mediante o ensino, tem resultados formativos quando
convergem para o objectivo educativo, isto é quando os conhecimentos, habilidades e
capacidades propiciados pelo ensino se tornam princípios regulares da acção humana, em
convicções e atitudes reais frente á realidade.
Há, pois, uma unidade entre educação e instrução, embora sejam processos diferentes;
pede se instruir sem educar, e educar sem instruir; conhecer os conteúdos de uma matéria,
conhecer os princípios morais e normas de conduta não leva necessariamente a pratica-los,
isto é, a transforma-los em convicções e atitudes efectivas frente aos problemas e desafios da
realidade. Ou seja, objectivo educativo não é um resultado natural e colateral do ensino,
devendo se supor parte do educador um propósito intencional e explicito de orientar a
instrução e o ensino para objectivos explicativos.
Cumpre acentuar, entretanto que o ensino é o principal meio e factor da educação – ainda
que não é o único – e, por isso, destaca se como campo principal da instrução e educação.
Neste sentido, quando mencionamos o termo educação escolar referimo-nos a ensino.
Resumo
A educação, em sentido lato, compreende todos os processos, institucionalizados ou não,
que tem como objectivo transmitir aos membros da sociedade determinados conhecimento e
padrões de comportamento com a finalidade de garantir a continuidade da cultura e da
sociedade.
Em todas as culturas encontramos, intrinsecamente, os mecanismos da sua própria
perpetuação, através de certas normas de acção. Estas normas determinam algumas relações
básicas entre seus participantes. Se a cultura é simples, as regras pedagógicas consistem
apenas em actos rotineiros que visam manter a autoridade dos mais velhos. Culturas mais
complexas necessitam de regras pedagógicas expressas.
Tais necessidades podem acentuar-se a ponto de fazer surgir um sistema de
conhecimentos especializados que se relacionam com o mecanismo de transmissão cultural. O
carácter institucional da educação torna-se cada vez mais emergente, manifestando-se na sua
forma mais concreta: a escola. Podemos considerar, portanto, dois aspectos da transmissão da
17

cultura e da educação como parte integrante da própria cultura.


Após adentrar na cultura, através do processo de socialização e na ciência, através do
processo de escolarização, o indivíduo, não necessariamente, estará habilitado a auto-
conhecer-se (o auto-conhecimento está no campo da consciência).Iniciará a partir desta
aquisição o processo de auto-conhecimento, que consistirá em criar em si mesmo o homem
integral.
O homem de ciência, diz Einstein, descobre as leis da natureza, mas o homem de
consciência realiza valores dentro de si mesmo.
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3. ÁREAS DE ACTUAÇÃO DA PEDAGOGIA E DO PEDAGOGO


Pedagogo é um educador profissional da Pedagogia, tal como o pedagogista, capaz de actuar
em espaços escolares e em não-escolares, na implantação do ensino de sujeitos em diferentes
fases de desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo
apresentado pelo pedagogista.
O termo pedagogo, como é patente, surgiu na  Grécia Clássica, da palavra cujo significado
etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz. Segundo  Ghiraldelli Júnior, o Pedagogo
era o condutor da criança. Era ele, um paternal  aio do jovem, quem a guiava até o local de ensino e,
metaforicamente, em direcção ao saber
O pedagogo é o profissional que actua em processos relacionados ao ensino e aprendizagem.
Seu trabalho está intimamente ligado ao do professor e é considerado como um apoio
educacional.
Ele é especialista em educação e associa o aprendizado às questões sociais e à realidade em
que o estudante se encontra. Desta forma, o pedagogo contribui para a qualidade do ensino e
aprendizado, fortalecendo a construção do conhecimento.

O exercício profissional do pedagogo


Quem, então, pode ser chamado de pedagogo? O pedagogo é o profissional que actua em
várias instâncias da prática educativa, directa ou indirectamente ligadas à organização e aos
processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de acção, tendo em vista
objectivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica.
Esse entendimento permite falar de três tipos de pedagogos:
1) pedagogos lato sensu, já que todos os profissionais se ocupam de domínios e
problemas da prática educativa em suas várias manifestações e modalidades, são,
genuinamente, pedagogos. São incluídos, aqui, os professores de todos os níveis e
modalidades de ensino;
2) pedagogos stricto sensu, como aqueles especialistas que, sempre com a contribuição
das demais ciências da educação e sem restringir sua actividade profissional ao ensino,
trabalham com actividades de pesquisa, documentação, formação profissional, educação
especial, gestão de sistemas escolares e escolas, coordenação pedagógica, animação
sociocultural, formação continuada em empresas, escolas e outras instituições;
3) pedagogos ocasionais, que dedicam parte de seu tempo em actividades conexas à
assimilação e reconstrução de uma diversidade de saberes.
19

O curso de Pedagogia se destina a formar o pedagogo-especialista, isto é, um profissional


qualificado para actuar em vários campos educativos, para atender demandas socioeducativas
(de tipo formal, não-formal e informal) decorrentes de novas realidades, tais como novas
tecnologias, novos atores sociais, ampliação do lazer, mudanças nos ritmos de vida,
sofisticação dos meios de comunicação.
Além disso, informar as mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado,
preservação ambiental, nos serviços de lazer e animação cultural, nos movimentos sociais, nos
serviços para a terceira idade, nas empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos
serviços de psicopedagogia, nos programas sociais, na televisão e na produção de vídeos e
filmes, nas editoras, na educação especial, na requalificação profissional.
A caracterização de pedagogo-especialista é necessária para distingui-lo do profissional
docente. Importa formalizar uma distinção entre trabalho pedagógico (actuação profissional
em um amplo leque de práticas educativas) e trabalho docente (forma peculiar que o trabalho
pedagógico assume na escola). Caberia, também, entender que todo trabalho docente é
trabalho pedagógico, mas que nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente.
Fica claro, portanto, que há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e, em
todas elas, desde que se configurem como intencionais, está presente a acção pedagógica. A
contemporaneidade mostra uma “sociedade pedagógica”, revelando amplos campos de
actuação pedagógica.
A partir de indicações de BEILLEROT (1985), podemos definir para o pedagogo duas
esferas de acção educativa: escolar e extra-escolar. No campo da acção pedagógica escolar, há
três tipos de actividades que se distinguem:
a) A de professores do ensino público e privado, de todos os níveis de ensino e dos que
exercem actividades correlatas fora da escola convencional;
b) A de especialistas da acção educativa escolar operando nos níveis centrais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos, gestores,
administradores escolares, planejadores, coordenadores, orientadores educacionais .);
c) Especialistas em actividades pedagógicas paraescolares actuando em órgãos públicos,
privados e públicos não-estatais, envolvendo associações populares, educação de adultos,
clínicas de orientação pedagógica/psicológica, entidades de recuperação de portadores de
necessidades especiais . (instrutores, técnicos, animadores, consultores, orientadores, clínicos,
psicopedagogos .).
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No campo da ação pedagógica extra-escolar, há profissionais que exercem


sistematicamente actividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nessas
actividades:
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores,
orientadores, que desenvolvem actividades pedagógicas (não escolares), em órgãos públicos,
privados e públicos não-estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde,
alimentação, promoção social .;
b) formadores ocasionais, que ocupam parte de seu tempo em actividades pedagógicas,
em órgãos públicos estatais, não-estatais e empresas, referentes à transmissão de saberes e
técnicas ligados a outra actividade profissional especializada. Falo, por exemplo, de
engenheiros, supervisores de trabalho, técnicos ., que dedicam boa parte de seu tempo a
supervisionar ou ensinar trabalhadores no local de trabalho, orientar estagiários.
Nessa categoria, são incluídos trabalhadores sociais, monitores e instrutores de recreação e
educação física, bem como profissionais das mais diversas áreas, nas quais ocorre algum tipo
de actividade pedagógica, tais como: administradores de pessoal, redactores de jornais e
revistas, comunicadores sociais e apresentadores de programas de rádio e TV, criadores de
programas de TV, de vídeos educativos, de jogos e brinquedos, elaboradores de guias urbanos
e turísticos, mapas, folhetos informativos, agentes de difusão cultural e científica .
O campo da actividade pedagógica extra-escolar é extenso. Poderíamos incluir no item da
educação extra-escolar toda a gama de agentes pedagógicos que actuam no âmbito da vida
privada e social: pais, parentes, trabalhadores voluntários em partidos políticos, sindicatos,
associações, centros de lazer.
Obviamente, não cabe imaginar que um curso de Pedagogia venha a incluir a formação de
todos os profissionais mencionados. Por exemplo, várias categorias de profissionais do
segundo grupo são pedagogos apenas em sentido amplo (podemos dizer que realizam uma
actividade de cunho pedagógico).
Em todo caso, poderíamos prever para esses “formadores ocasionais” formas também
ocasionais de suprimento de capacitação profissional, tais como cursos de aperfeiçoamento ou
actualização dentro, talvez, de actividades de extensão universitária.
O mesmo pode ser dito em relação à formação de agentes pedagógicos que actuam na vida
privada e social (cursos para pais, cursos de costura, culinária, línguas).
Para enfrentar as exigências colocadas pelo mundo contemporâneo, são requeridos dos
educadores novos objectivos, novas habilidades cognitivas, mais capacidade de pensamento
abstracto e flexibilidade de raciocínio, capacidade de percepção de mudanças. Portanto, é
21

clara a necessidade de formação geral e profissional implicando o repensar dos processos de


aprendizagem e das formas do aprender a aprender, a familiarização com os meios de
comunicação e o domínio da linguagem informacional, o desenvolvimento de competências
comunicativas e capacidades criativas para análise de situações novas e cambiantes.
Actuação do Pedagogo

Um profissional formado em Pedagogia pode actuar como professor dos primeiros anos
do ensino fundamental. Pode também actuar na pré-escola, como professor ou auxiliar de
sala.

Fora das salas de aula, o pedagogo também encontra oportunidades de emprego em


ambientes escolares e não-escolares. Conheça um pouco mais sobre algumas das áreas onde
um pedagogo pode actuar.

Quem opta por seguir carreira em Pedagogia deve ter vocação para ensinar, ser paciente e
gostar de lidar com crianças e adolescentes.
Conheçamos a seguir um pouco mais sobre o trabalho deste profissional, em que áreas ele
pode actuar e quais actividades um pedagogo desempenha.
a) Gestão Escolar

No ambiente escolar, além de ministrar aulas, o pedagogo pode actuar também na área de
gestão, desempenhando diversas tarefas de gerenciamento, tais como:

 Organizar o calendário lectivo, estipulando datas para os diversos eventos escolares.


 Estipular os horários dos professores em sala de aula e organizar as actividades de
planejamento de ensino.
 Planejar e organizar actividades culturais.
 Organizar e coordenar conselhos de classe.
 Desenvolver projectos pedagógicos de educação básica, coordenar a execução e
avaliar o andamento destes projectos.
 Coordenar reuniões pedagógicas com pais de alunos.
 Promover a integração entre a escola e a família do estudante, através de eventos nos
quais a família possa participar e conhecer o trabalho desenvolvido pela escola.
 Coordenar reformas curriculares, definindo que tipo de conhecimentos e competências
os alunos devem adquirir em cada etapa do ensino regular.

b) Educação Especial
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Em educação especial o pedagogo lidará com alunos portadores de necessidades


especiais, ou que possuem alguma limitação de aprendizado (cegueira, dislexia, autismo,
surdez, .). Nestes casos, deverá ministrar aulas utilizando técnicas diferenciadas de ensino,
para que estes alunos sejam capazes de compreender o conteúdo ensinado.

O pedagogo procura adequar os métodos de ensino e também os materiais didácticos


utilizados no aprendizado destas crianças.

c) Pedagogia Empresarial

Em uma empresa, o pedagogo actua na área de gestão de pessoas. É responsável pelo


treinamento e desenvolvimento de pessoal.

O maior objectivo do pedagogo empresarial é provocar mudanças comportamentais nos


colaboradores de acordo com a missão da empresa.

Para isto, o pedagogo aplica técnicas pedagógicas no ambiente corporativo, garantindo


que os colaboradores se sintam acolhidos e possuam os conhecimentos necessários para a
prática de sua profissão.

A cada nova mudança nos procedimentos da empresa, o pedagogo é responsável por


elaborar e executar o treinamento dos colaboradores.

Também faz parte da rotina do pedagogo coordenar equipes multidisciplinares no


desenvolvimento de projectos.

d) Pedagogia Hospitalar

A Pedagogia Hospitalar cuida da educação de crianças e jovens enfermos. O pedagogo


elabora acções educacionais para os pacientes, respeitando suas limitações e as condições em
que se encontram.

Hospitais contratam pedagogos para executar estes planos educacionais durante o tempo
em que as crianças e jovens ficam internados.

Um dos objectivos destas acções é acompanhar e ocupar estes pacientes para que a
experiência da internação não seja tão traumática. Outro objectivo é que o paciente não fique
muito atrasado em termos de conteúdo e que a doença não prejudique seus estudos.

Além de trabalhar em hospitais e clínicas, o especialista em Pedagogia Hospitalar


também pode prestar atendimento domiciliar a crianças que estejam impedidas de ir à escola
por motivo de doença.
23

O profissional precisa adaptar as estratégias de ensino para cada paciente, respeitando


suas limitações, que podem ser de natureza motora ou sensorial. O profissional deverá buscar
técnicas de aprendizado mais lúdicas para atrair a atenção do paciente.

Além do apoio educacional, o pedagogo presta uma assistência emocional e humanística,


no intuito de proporcionar uma recuperação mais tranquila à criança.

e) Orientação Educacional

Na área de Orientação Educacional, o pedagogo trabalha com alunos e professores. No


que diz respeito aos alunos, o pedagogo trabalha em parceria com os professores para
compreender a realidade de cada estudante, suas características e possíveis dificuldades de
aprendizagem. Conversa individualmente com cada aluno a fim de orientá-lo sobre como
melhorar seu desempenho escolar.

Com os professores, o pedagogo realiza um trabalho de supervisão procurando orientar


os professores sobre como organizar suas aulas e lidar com alunos desatentos e dispersos.
Também ajuda o professor a criar e aplicar métodos de ensino adaptados para a realidade de
cada aluno.

f) Indústrias de Brinquedos

Em indústrias de brinquedos, o pedagogo actua juntamente com a equipe de


desenvolvimento a fim de adequar o produto a faixa etária que desejam atingir.

g) Produção de Material Pedagógico

Um pedagogo pode actuar no desenvolvimento de material pedagógico para a educação


infantil. Isto compreende escrever livros didácticos e também desenvolver todo tipo de
instrumentos, brinquedos e jogos que possam auxiliar na aprendizagem do aluno.

Além de desenvolver materiais para a educação infantil, o pedagogo pode actuar na


produção de material para as outras séries do ensino regular. Neste caso, ele irá actuar junto
ao professor da área específica de conhecimento (Português, Ciências, Matemática, .). O
pedagogo faz revisão de textos didácticos e orienta a organização dos conteúdos nos livros
didácticos.

Também auxilia na construção de materiais diversificados, esclarecendo sobre o processo


de aprendizagem do aluno, como ele fará uso daquele material específico, se está de acordo
com a faixa etária do aluno e com o conhecimento que o professor deseja transmitir.

Resumo
24

Pedagogo é o profissional formado em Pedagogia, o qual actua em processos


pedagógicos, e também educativos ou seja, processos relacionados com o ensino. Ele pode
actuar inclusive em empresas, desenvolvendo projectos educativos. Trata-se de um indivíduo
preparado para desenvolver um trabalho de educação com qualidade de acordo com todo o
conhecimento que o mesmo adquiriu em sua faculdade e em cursos, levando sempre em
consideração a legislação vigente. O trabalho do pedagogo está intimamente relacionado com
o do professor, operacionalizando projectos, métodos e sistemas pedagógicos das instituições
escolares, visando o desenvolvimento do processo de aprendizagem, assim como,
identificando as dificuldades dos indivíduos, desenvolvendo práticas e didácticas
pedagógicas, sempre mantendo um nível elevado de conteúdo educacional.

Para que o pedagogo exerça de forma satisfatória as suas funções, ele deverá trabalhar de
maneira determinada, para que possa identificar a realidade de cada problema, solucionando-o
de forma favorável, conseguindo assim resultados que auxiliem de forma eficiente o corpo
docente. De acordo com o desenvolvimento de seu trabalho podemos salientar algumas
funções, como seguem:

 desenvolver projectos educacionais de modo a contribuir com a profissionalização e


crescimento dos educadores.
 liderar em sistemas educacionais, em níveis de coordenação, supervisão ou ensino.
 implementar, planejar, e acompanhar a qualidade e o desenvolvimento do ensino.
 auxiliar o corpo docente conferindo-lhe maior criatividade na aplicação das
disciplinas, implementar técnicas de estudo, buscar a integração da escola com a
comunidade.
 organizar os métodos de ensino, sempre almejando inovar, formar grupos de
professores competentes e motivados, tendo como consequência uma instituição de
ensino moderna e referencial.
 identificar áreas mais “fracas” ou com resultados pobres, entrando com medidas
apropriadas para sanar tais problemas.
 construir e qualificar equipes de ensino.
 Orientar estudantes em processo de aprendizagem, utilizando-se de métodos
psicológicos e pedagógicos.
 Orientação vocacional, ou seja, orientar jovens na escolha da profissão
 Desenvolver programas de treinamento empresarial em recursos humanos
25

 Assessorar pedagogicamente em serviços de comunicação de massa (jornais, revistas,


.) e difusão cultural ( museus, feiras)
 Actuar no terceiro setor (ONG’S), na coordenação de programas em saúde, trânsito,
meio-ambiente.
26

4. ANÁLISE CRITICA DA EDUCAÇÃO NA ACTUALIDADE


Ao iniciarmos nossa reflexão crítica quanto a conceitual natureza jurídica da educação no
na actualidade, devemos observar que este é um bem fundamental a vida digna, existindo
como atributo intrínseco da própria democracia, desta fazendo parte indissociável.
A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a
sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo dinâmico que busca,
continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios que a continuidade,
transformação e desenvolvimento da sociedade impõem.
Neste momento da globalização, as sociedades enfrentam o dilema da construção da aldeia
global e a pertinência da defesa e desenvolvimento das identidades nacionais. Este dilema
constitui um factor que a educação deve equacionar na perspectiva de garantir que os
cidadãos, ao mesmo tempo que se capacitam para se integrarem na aldeia global, não percam
a sua identidade pessoal, comunitária e nacional. Deste modo, procura-se, em cada etapa,
desenvolver estratégias educativas, por forma a responder cabalmente aos desafios que se
colocam.
4.1. Educação na Actualidade
A educação é tão antiga como a própria Humanidade, parecendo constituir um dos
primeiros sustentáculos da própria sobrevivência do Homem. Através da educação, pretende-
se que o ser humano se adapte ao meio/ambiente, criando condições para a aquisição e
desenvolvimento de conhecimentos, valores e atitudes favoráveis a essa adaptação.
Para se fazer uma eficaz análise à situação actual da educação em no mundo é necessário
atender a três vectores: os pais, a sociedade e a escola.
Cada vez mais, os pais delegam quase integralmente na escola a educação dos filhos,
limitando a sua acção educativa a castigos por maus comportamentos. A forma como grande
parte dos pais portugueses educam os filhos incentiva nestes a falta de autoconfiança, a falta
de iniciativa e de responsabilidade.
Deve reconhecer-se que o problema actual da educação das crianças e dos jovens é um
problema de toda a sociedade e de cada adulto.
Temos todos uma responsabilidade com as gerações futuras. Compete-nos preparar os
jovens para a vida adulta, preparando-lhes um tipo de sociedade onde seja possível viver.
Durante muito tempo, a escola foi vista como única fonte de saber, capaz de assegurar
prestígio e posição social. Hoje, embora continue a ter um papel importante, ela já não tem o
"monopólio" do saber exclusivo, ou seja, actualmente há já muitas outras fontes de
informação igualmente credíveis. Nestas novas fontes de informação estão incluídas as novas
27

tecnologias que são excelentes meios para a construção do conhecimento.


A escola já não deve ser encarada como um espaço fechado e triste, mas sim como um
lugar de prazer e de aprendizagem. Para tal, o contributo do professor é fundamental. O papel
deste não se deve resumir à transmissão de teorias muitas vezes já em desuso mas em estar
aberto à imprevisibilidade e às constantes mutações socioculturais. O papel do professor não
poderá limitar-se a uma comunicação unilateral entre este e os seus alunos. Este papel terá de
ser activo e criativo, de forma a que a educação decorra numa acção cooperativa e onde haja
espaço para a criatividade de alunos e professores.
Naturalmente que há sempre quem pense que o uso dos audiovisuais e dos media no acto
educativo poderá pôr em risco o papel do professor como detentor ou transmissor do
conhecimento. É óbvio que tal não acontece, mas também será óbvio que à crescente
importância dos media no processo de ensinoaprendizagem se impõe uma redefinição do
papel do professor e da estratégia que deve adoptar junto dos alunos.
Na verdade, se uma verdadeira integração dos meios audiovisuais no ensino é
indispensável na escola, ela deve ser o resultado de uma perfeita tomada de consciência do
papel que estes meios devem desempenhar no seio do processo pedagógico, sem ultrapassar
nem reduzir o papel do professor.
Assim sendo, os audiovisuais deverão contribuir para uma modificação do papel do
professor, pois este já não é o único responsável pela transmissão da matéria aos alunos. O
educador deve ver o aluno já não como um auditor que deve transcrever e memorizar as
mensagens, mas sim como um aprendiz que, utilizando todos os meios disponíveis, contribui
para a sua própria aprendizagem.
O professor tem como papel principal criar e estimular o ambiente educativo. Neste novo
perfil de escola, o ensino tem de se processar ao nível da coordenação e acompanhamento, das
informações (conteúdos) devendo fornecer os contextos e o conhecimento base que promova
uma verdadeira autonomia. Neste sentido, deve, igualmente, haver uma preocupação em
colocar os alunos face a problemas que exijam experimentação. Contudo, muitos professores
desconhecedores desta realidade ignoram estas inovações, provavelmente por não as
conhecerem e não as dominarem. Hesita-se em alterar as estruturas existentes há muito tempo,
simplesmente porque as inovações exigem uma formação, uma preparação e uma organização
suplementares.
Por outro lado, existe o problema financeiro, pois, nalguns casos, evita-se o uso de novos
métodos de ensino dado que o dinheiro já é pouco para fazer funcionar convenientemente os
sistemas existentes. Mas não dar importância aos audiovisuais pode originar consequências
28

graves, principalmente nos níveis etários mais baixos. Acima de tudo deve existir um espírito
crítico por parte de todos os intervenientes no processo educativo.
O formador tem, assim, de integrar na sala de aula meios que facilitem a comunicação.
Os progressos no domínio da comunicação têm sido óptimos. Os novos meios de informação
permitem a troca de informação, independentemente da distância, com toda a precisão e
rapidez. O processo de ensino tem necessidade de uma ligação constante com o mundo
exterior. Neste domínio, a evolução tecnológica pôs à disposição do professor meios
suficientes para trazer até ao aluno um mundo até há bem pouco tempo distante.
A técnica passou a ser aceite por muitos como a solução para os problemas existentes no
ensino, sendo importante de modo a conseguir-se um sistema educativo eficiente apoiado em
instrumentos que respondam às exigências da época. Contudo, os meios tecnológicos não
valem por si mesmos. A sua utilidade depende da metodologia com que são usados. Não são
apenas os meios que contam, mas sim a forma de apropriamento desses meios para criar uma
situação educativa. A integração destes meios facilita a comunicação, facultando um precioso
auxílio tanto ao nível do ensino como ao nível da aprendizagem.
O contributo das novas tecnologias na escola
Nunca, como hoje, foi possível aprender com uma variedade tão alargada de meios nos
quais se encontram a informação. Os livros, as revistas, o vídeo, o cinema, a televisão, a
fotografia, a banda desenhada, os jornais, o software do computador, os multimédia e as
pessoas com as quais convivemos no dia adia, entre outros, constituem os suportes aos quais
podemos recorrer para termos acesso à informação.
A educação tem, obrigatoriamente, de se adaptar às necessidades das sociedades onde
está inserida. Mas este processo nem sempre é fácil, pois essa "adaptação" tem pela frente um
grande desafio, que é o de se adaptar às mudanças sociais, culturais e económicas que nascem
aquando da massificação do uso das novas tecnologias.
Contudo, a educação, ultimamente, tem vindo a ser reformulada. Embora, na sua
essência, mantendo o mesmo objectivo, que é o de educar, não podemos ficar indiferentes aos
novos métodos e técnicas introduzidas no ensino, decorrentes do aparecimento das novas
tecnologias.
Com o mundo em constante desenvolvimento, a educação tem de se adaptar às novas
necessidades dos seus destinatários. Outrora, a economia baseava-se, essencialmente, numa
lógica industrial que implicava que a educação girasse mais em torno de um saber que
valorizava a experiência. Actualmente, a sociedade privilegia mais um saber especializado,
onde a sua construção possa ser uma actividade social plenamente integrada no meio que nos
29

rodeia. Assim, existe um número cada vez maior de indivíduos que exigem uma grande
variedade de canais de aprendizagem esta crescente exigência fomenta, também o
desenvolvimento mais sofisticado de novas tecnologias que permitem colocar à disposição
dos indivíduos recursos cada vez mais elaborados que permitem assegurar maior mobilidade à
informação. Assim, a informação passa a estar ao alcance de todos nós. Neste contexto, é
inevitável que a escola se adapte aos novos desafios decorrentes da evolução da sociedade.
Torna-se necessário definir um novo perfil de escola, por oposição à escola tradicional.
Actualmente, o papel da escola é de extrema importância pois devido à elevada variedade
de oferta de informação verifica-se um afastamento dos educandos da informação chave, ou
seja, o papel da escola do século XXI é o de moderador. Indiscutivelmente, nesta nova escola,
as novas tecnologias desempenham um papel importantíssimo: o de ferramentas auxiliares do
processo ensino/aprendizagem.
É fundamental, por isso, que a escola esteja familiarizada com estas ferramentas
informáticas e saiba utilizá-las na acção educativa normal. Assim, a escola tem de fornecer
aos alunos os meios adequados para que possam ter acesso à informação e, simultaneamente,
familiarizar-se com eles, possibilitando-lhes também oportunidades de interacção social.
Assumindo este novo perfil, a escola não deve esquecer a componente pedagógica
associada aos novos meios de informação. Estas ferramentas possibilitam ao aluno a
manipulação e construção do conhecimento de uma forma diferente daquela que era utilizada
por métodos tradicionais onde, habitualmente, o conhecimento se transmite de forma oral.
4.1.1. Educação na actualidade: na perspectiva da diversidade e cidadania
 Actualmente, quando se refere à educação reflectimos que está ligado ao acto de educar,
ou seja, são acções e reacções, nas direcções de realizarem o que as pessoas humanas dizem
como um caminho adequado e coerente, até mesmo “disciplinado”. Será? De fato,
exemplifiquei de forma bem simples, quando questionei sobre a educação com alguns
docentes, porque a palavra educação é muito ampla e complexa, dependendo muito da
situação e da circunstância que ocorre a sua aplicabilidade; sendo que através deste blog
pretendo comentar e discutir a finalidade da educação na nossa actualidade.
A respeito da diversidade, em primeiro momento faz relembrar sobre respeito das
diferenças (deficiências, raças, sexo e outras) e o que é diferente (objecto, costumes,
manifestações e outras), ou seja, cada ser humano deve agir conscientemente perante a
comunidade em que está inserido e cada um é único e diferente do outro. Com isso, é
fundamental viver do jeito que se sente bem e aceitando a maneira do outro ser ou situação
diversa.
30

Visto que, a cidadania é uma palavra-chave quando se fala em educação e faz pensar em
democracia, justiça social e igualdade, assim cada um exercendo e lutando pelos seus direitos
e cumprindo com os seus deveres na sociedade que convive na actualidade.
Dessa forma, vejo que falta realmente uma valorização pela actuação do
professor/educador. Todavia, é um grande desafio educar na actualidade, contextualizando a
diversidade e a cidadania, na sociedade brasileira. Assim, acredito que é totalmente possível
mudar e para melhor, tendo como princípio dedicação, tolerância, paciência, inclusão, diálogo
e valorização do potencial pedagógico que existe em cada ser humano (aluno).
O mundo actual vive mergulhado num caos de problemas e angústias em consequência
das mudanças pelas quais passou nestes últimos tempos, como podemos citar: a revolução
tecnológica, a exacerbação religiosa, as mudanças na ordem mundial (como a queda do muro
de Berlim, por exemplo), a globalização, entre outros. Tudo isso traz uma grande repercussão
para a vida do homem, em todos os sectores, inclusive (e talvez principalmente) na educação;
consequentemente, isto não tinha como deixar de repercutir na vida dos docentes, já que estes
trabalham com a vida humana, com a “produção de sentidos”, com o subjectivismo; o
professor está intrinsecamente ligado às coisas do mundo, aos acontecimentos que ocorrem ao
seu redor.
Angústias e interrogações “sacodem” o mundo individual do educador actual, que tem
uma série de factores e coisas que funcionam como seus rivais nessa “exaustiva” profissão.
Essas angústias são naturalmente normais na vida do professor da actualidade, ou da maioria
deles. Segundo Celso Vasconcelos, não podemos afirmar que, no tempo actual, um professor
que não tenha um nível razoável de angústia em relação à sua actividade, que não se sinta
desacomodado, com certeza não é um professor do tempo actual.
31

Conclusão
Reafirmo que a educação é entendida como processo de criação e recriação de
conhecimentos. Professor e aluno são considerados sujeitos do processo ensino-
aprendizagem. A apropriação do conhecimento é também um processo que demanda trabalho
e disciplina. valoriza-se a problematização, o que implica uma análise crítica sobre a
realidade-problema, desvelando-a. É ir além das aparências e entender o real significado dos
factos. 
Assume-se, geralmente, que educação é parceira do conhecimento, e sendo este a fonte
principal da inovação, estaria directamente envolvida nas mudanças da sociedade e da
economia, como quer, por exemplo, a assim dita "qualidade total". Sendo desenvolvimento o
reflexo directo da capacidade de mudar, educação desempenharia para tanto um papel central,
dependendo de sua definição obviamente, e, neste caso, valendo como investimento
fundamental. Ademais, a informática, como filha predilecta do conhecimento, teria também
ligação estreita com educação, razão pela qual se depositam nela as melhores esperanças de
aprendizagem futura.
Ocorre que entre educação e conhecimento existe uma parceria necessária, insuficiente e
controversa. Necessária, porque educação tem sempre a ver com o saber pensar e a inovação
com base na capacidade de conhecer. Insuficiente, porque educação já não pode mais ser
reduzida à cognição, tendo em vista as modernas e pós-modernas teorias da aprendizagem. E
controversa, porque facilmente se ocultam os riscos do conhecimento, sobretudo quando
ligado ao mero crescimento económico ou à mera qualidade formal. Assim, não é tarefa fácil
conjugar adequadamente educação e conhecimento, e tem sido quase normal que instituições
públicas de planejamento, talvez também pela predominância da mão do economista,
dificilmente saibam valorizar educação sob a óptica interdisciplinar do desenvolvimento
humano.
32

Bibliografia
CABANAS, José Maria Quintana, "Pedagogia, Ciência de la Educación y Ciencias de la
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