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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

Prova: Filosofia da História II – Prof. Marco Casanova


Fernando da Conceição Neves

Rio de Janeiro
2019
Questão 1. Todo o esforço da psicologia descritiva de Dilthey aponta na
direção de uma contraposição a uma interpretação dos objetos que
sempre parte de hipóteses com vistas à construção subsequente de
teorias. Uma psicologia descritiva não parte de teorias, mas chega a
teorias! Desenvolve com base no texto do livro Ideias para uma
psicologia descritiva e analítica tal posição. Procure acentuar a noção
de análise compreensiva.

O que marca o projeto epistemológico de Dilthey é sua crítica a um modo de


investigação dos fenômenos que toma como ponto de partida e como fundamento
metodológico uma união de hipóteses que vão dar base para explicações subsequentes
acerca do ser de fenômenos. Neste mesmo caminho Dilthey se esforça para defender no
âmbito da psicologia - que tenta dar conta do modo de funcionamento do psiquismo -
um método que, ao contrário daquele acima citado, possui como elemento primordial
não se utilizar de hipóteses como ponto de partida. Disso é possível colocar seguinte a
pergunta: o que há de problemático na ideia de partir de hipóteses para então estabelecer
explicações que tentam dar conta do ser dos fenômenos? Por que há esta rejeição tão
radical no projeto de Dilthey?
Partiremos da definição de hipótese pelo qual o autor está se referindo: “cada conclusão,
que completa um modelo experimental por meio da indução, pode ser designada
inicialmente como uma hipótese”1, ou seja, a hipótese é aquela conclusão que completa
uma falta de conexão causal entre aqueles elementos coexistem em um determinado
campo da natureza, seja ela psíquica ou física.
Quanto ao que foi dito acima é importante ressaltar que em determinado contexto
Dilthey não rejeita a ideia de hipótese. Quais contextos? Seja aqueles que diz respeito a
pesquisa strictu sensu das ciências naturais, e aquela pesquisa que após fundamentada
por uma análise compreensiva pode se utilizar de hipótese para dar conta de certos
fenômenos que exigem a apresentação de hipótese. Por enquanto irei ressaltar o porquê
que no caso das ciências naturais é coerente a ideia de hipótese: porque entre os
fenômenos naturais há certas sucessões que não possuem ligações necessárias e
autodadas, e por isso é preciso de uma hipótese para dar conta de dois fenômenos
fisiológicos, por exemplo, que aparentemente por meios de experimentos indutivos
parecem se conectarem, mas que por eles mesmo não se mostram com causa nem
ligação necessária e dada. Além disso, as ciências naturais possuem a matemática como
instrumento para dar maior grau de probabilidade da ligação dessas hipóteses com as
explicações dessas conexões.
Entretanto, qual é o lugar da crítica de Dilthey à noção de hipótese como base para uma
pesquisa? Esta crítica tem seu lugar primordial quando o que se está em jogo não é o
método das ciências naturais, mas sim aquela investigação que dará uma base para o
estudo da vida espiritual e que em seguida fundamentará todas aquelas disciplinas que
buscarem trabalhar neste campo. A ideia de Dilthey é: no que diz respeito a vida

1
DILTHEY, W., 2012, Pag.24.
psíquica, além de ser extremamente frágil buscar indutivamente coexistência e
causalidade nos componentes da vida psíquica, neste caso, não se tem o apoio da
matemática para dar seguridade a esta investigação. Visto que seu projeto é de
fundamentar as ciências humanas e que este projeto parte da ideia de uma psicologia,
este projeto precisa ter um teor de consistência e indubitabilidade, e algo que faz parte
da essência de uma hipótese é que a investigação que tem por base uma hipótese sempre
estará aberta para novas hipóteses. Diante disso, não se pode fundamentar um conjunto
de disciplinas partindo de um método que em sua base mostra-se sem rigor e frágil.
Tudo isso em outras palavras: o objeto de estudo da psicologia assim como seu lugar de
fundamentação das ciências humanas não são compatíveis com a noção de hipótese,
porque a ideia de uma psicologia é a reconstrução da base comum das ciências humanas
assim como dos fenômenos pelo qual as ciências naturais partem, e a noção de hipótese
como ponto de partida contribui pelo isolamento e pela retirada do fenômeno de seu
horizonte de constituição. Portanto, é possível perceber que há uma primazia
metodológica do método descritivo que acompanha a vida psíquica em seu nexo com
seu horizonte de constituição e um método explicativo que nutrindo-se desta descrição
tenta dar conta de certo fenômeno dentro de um horizonte de estabelecimento
específico. Em outras palavras, a psicologia explicativa se vê fundada.
Por este motivo é que Dilthey tem como proposta para uma psicologia o método
descritivo e analítico que tem total unidade com a ideia de análise compreensiva.
Vejamos como Dilthey a define: por análise compreensiva entendo “a decomposição de
uma realidade efetiva complexa dada”, ou seja, analisar significa decompor uma
realidade dada e acontecida por meio de seu acompanhamento. O segundo elemento é
compreensivo que encontra neste trabalho de decomposição da vida psíquica a
rearticulação de um componente particular desse nexo com o seu campo total de
constituição. Neste sentido, o que há de coerente com tudo que foi dito é que o método
analítico e descritivo de uma psicologia se dá por este movimento insistente de
decomposição do todo da vida psíquica e articulando suas partes com o nexo total que a
constitui sem que se prescinda em nenhum momento de hipóteses para este
procedimento. E o lugar da construção em articulação com o papel da psicologia
descritiva é que após dado este fundo que orienta todo a base pelo qual qualquer
fenômeno está imiscuído é que se pode chegar a hipóteses que procurem dar conta de
algo posicionado em um horizonte de sentido específico.

Conclusão
Há uma fragilidade de base no conceito de hipótese que impede o projeto de
fundamentação das ciências humanas. As hipóteses são complementos, portanto, partem
de uma falta existente no procedimento. As ciências humanas precisam de uma base
universalmente válida que se valha de um método que dê seguridade ao seu
procedimento e dê orientação para sua atuação. Este método é o descritivo e analítico
que se vê rigoroso pois não parte de hipóteses para sua execução, e sim, de um
procedimento de acompanhamento de um nexo estrutural que é composto por: uma
decomposição de uma realidade desenvolvida e a rearticulação de seus elementos
particulares com seu todo estrutural. Apenas este método mostra-se coerente com a
fundamentação das ciências humanas e a base comum para qualquer tentativa de se
levantar hipóteses.

Bibliografia
Dilthey, W. Ideias para uma psicologia descritiva e analítica. Via Vérita: Rio de Janeiro,
2012.

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