Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
GRUPO I
70 pontos
1
Ah, mas se ela adivinhasse,
0 Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr’a saber que a estão a amar!
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Indica o possível referente dos pronomes pessoais “ela” (vv. 3 e 9), “lhe” (vv. 4, 11, 17,
18, 19 e 20) e “a” (v. 12) e comenta a utilização da terceira pessoa do singular. 15 pontos
3. Explica o verso 10, “Se pudesse ouvir o olhar”, comentando o valor expressivo
do recurso estilístico aí presente. 15 pontos
30 pontos
Atenta nas seguintes palavras de Manuela Parreira da Silva sobre Ricardo Reis:
“É no estoicismo que vai beber a força para suportar o fatalismo da morte ou dor de viver […]. É ao
epicurismo que vai buscar a apologia da suprema indiferença.”
in Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português,
coord. de Fernando Cabral Martins, Caminho, 2008
Fazendo apelo à tua experiência de leitura, comenta, num texto de oitenta a cento e trinta palavras,
o enunciado acima transcrito sobre a poesia do heterónimo pessoano, Ricardo Reis.
GRUPO II
30 pontos
Daqui a muitos anos, a seguinte frase poderá fazer parte da História: “O Wisconsin
5 parece estar ao comando, na rota para a vitória, ao liderar por 51-10 após o terceiro
quarto.” Quem escrever os futuros anais da História poderá dizer que este foi o primeiro
parágrafo de uma notícia articulada integralmente escrita por uma máquina.
Com alguma liberdade poética, o historiador do futuro até poderá acrescentar que foi
no primeiro quartel do século XXI que a figura do jornalista – essa espécie constan-
10 temente agarrada a telefones e a computadores, trabalhando horas a fio nos intervalos
dos cigarros – cedeu passagem à concorrência: um software que mastiga dados em
bruto e cospe artigos limpinhos. Mais rápido que uma bala. Sem úlceras, sem stress,
sem gralhas. O futuro do Tintim, do Bob Woodward e do Edward R. Murrow é um
computador. Será?
15 Voltemos ao início: a frase de abertura deste artigo foi efetivamente escrita por uma
máquina – ao contrário deste texto, facto que muito lamenta a sua autora. A frase é o
arranque de uma notícia sobre um jogo de futebol americano e foi escrita por um
software desenvolvido pela start-up americana Narrative Science.
O que este software faz é pegar em dados em bruto – como estatísticas desportivas
20 ou relatórios financeiros, por exemplo – e transformá-los em textos jornalísticos arti-
culados e interessantes, rigorosos e fiáveis. Não importa se os dados em bruto são tex-
tuais ou numéricos, estruturados ou não. A máquina resolve.
E mais: os artigos são escritos com uma rapidez proibitiva para falangetas e neuró-
nios. O texto sobre o jogo de futebol americano foi escrito em 60 (sessenta) segundos
25 após o final do terceiro quarto de jogo. Toma lá, humano!
[…] Se o vídeo matou a estrela da rádio, será que a máquina pode matar o jorna-
lista? Os criadores da tecnologia acreditam que não. Reafirmaram ao NYT que ela é
apenas uma ferramenta low-cost para as publicações, a fim de que estas se possam
“expandir e enriquecer as suas coberturas de eventos numa altura em que os orçamen-
30 tos editoriais estão sob pressão”.
Mas as provas estão aí: a máquina não adoece, a máquina é mais rápida e mais
barata, a máquina não se sindicaliza, não tem filhos nem consultas médicas, a máquina
não tem pruridos editoriais nem para para comer. Mas a máquina não tem pernas, não
tem olhos, não tem cérebro. António Granado é da opinião de que “ainda passarão
35 algumas gerações até que um computador saia à rua e escreva uma reportagem de
qualidade”.[…]
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter
uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que
identifica a opção escolhida.
1.1. A frase: “O Wisconsin parece estar ao comando, na rota para a vitória, ao liderar por 51-10
após o terceiro quarto.” (ll. 4-6), aparece entre aspas porque constitui 5 pontos
1.2. Com a forma verbal “trabalhando” (l. 10), a ação é perspetivada como 5 pontos
1.3. Segundo a autora, o historiador do futuro poderá dizer que o computador 5 pontos
1.4. Em “transformá-los” (l. 20), o pronome sublinhado tem como antecedente 5 pontos
1.5. A autora do texto refere também que os futuros artigos jornalísticos serão escritos 5 pontos
1.6. A expressão “Toma lá, humano!” (l. 25) realiza um ato ilocutório 5 pontos
1.7. Na frase “[…] a máquina não adoece, a máquina é mais rápida e mais barata, a máquina
não se sindicaliza, não tem filhos nem consultas médicas, a máquina não tem pruridos
editoriais nem para para comer.” (ll. 31-33), a repetição de “máquina” constitui um mecanismo
linguístico 5 pontos
2.1. Classifica a oração iniciada por “que” em “[…] que foi no primeiro quartel do
século XXI” (ll. 8-9). 5 pontos
2.3. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão “à rua” (l. 35). 5 pontos
GRUPO III
50 pontos
Em declarações acerca do tema “Como vamos viver em 2049”, à Revista Única, Nuno Crato afirma:
“Não me atrevo a prever o que acontecerá daqui a 38 anos. Os computadores e a Internet não
estupidificam as pessoas nem as tornam mais inteligentes. Tudo depende do uso que deles se faça.”
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto transcrito – o impacto das novas
tecnologias nas nossas vidas.
Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.