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RBEn, 31 : 182-192, 1978

COM ISSÃO D E CONTROLE DE I N F ECÇÃO HOSP ITALAR

Lidvina Horr *
Inez Maria Oro *
Alacoque Lorenzini *
Lorena Machado e Silva *

RBEn/04

HORR, L. e Colaboradores - Comissão de controle de infecção h::Jspitalar. Rev. Bras. Enf. ;


DF, 31 : 182-192, 1978.

I - INTRODUÇAO "As infecções hospitalares, segundo es­


timativas consideradas otimistas, matam
Historicamente, o controle das infec­ mais de 50 mil pessoas por ano no Bra­
ções bacterianas sistêmicas teve início sil". (O jornal "O Estado de São Paulo") .
em 1935, com o emprego da sulfanilami­ Segundo ZANON e colaboradores, "são
da e a seguir, com a descoberta da pe­ conhecidas até a presente data, taxas de
nicilina por Fleming. infecção hospitalar de apenas 4 hospitais
brasileiros, que se situam entre 4,1 a
Novas investigações levaram a aumen­
13,2 % , e nos Estados Unidos variam en­
tar de muito a eficácia da quimioterapia
tre 3 a 1 5 % .
bacteriana. porém, um grande númer0
de microrganismos adquiriu resistência "Pela gravidade do problema é neces­
a muitos agentes antimicrobianos, por sário instituir-se, no " Hospital, medidas
um ou mais dos seguintes mecanismos : de controle e tratamento da infecção
mutação, transdução, transformação e, hsopitalar, com a finalidade primordial
conjugação. de zelar pelo bem-estar do paciente, con­
seguindo a diminuição da permanência
Este prOblema de resistência bacte­
do mesmo no hospital, e conseqüente­
riana aos antibióticos é um dos mais im­
mente a diminuição do custo/paciente".
portantes e que mais p reocupa aos pes­
Para tais medidas visamos neste tra­
quisadores, bem como aos profissionais
balho :
da área de saúde. As soluções para .:>
mesmo, apóiam-se geralmente, sobre o - promover a conscientização de pes­
desenvolvimento de novos e mais efica­ soas, em nível de decisão, para a
zes agentes antimicrobianos. importância da constituição de co-

• Mestrandas da Universidade Federal de santa catarina.

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HORR, L. e ColabOradores - Comissão de controle de infecção hospitalar. Rev. Bras. EDr.;
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missões de controle de infecção hos­ blema das infecções nos ambientes hos­
pitalar, órgão normativo, que cen­ pitalares, particularmente das infecções
traliza o problema permitindo o cruzadas, agravado pelas novas amostras
pronto reconhecimento dos surtos de bactérias resistentes aos antibiót1CÕ6.
nas diversas áreas do hospital, bem Medidas efetivas devem ser adotadas
como, determinação das medidas de visando a redução e eliminação das in­
prevenção e controle ; fecções, proporcionando maior seguran­
- conscientizar os administradores so­ ça aos pacientes, visitantes e servidores
bre a importância de existir uma
do hospital, destacando-se como medida
Comissão de Controle de Infecção priOritária a criação de uma C . C . I . H .
Hospitalar (C.C.I.H.) , conalderando
os graves riscos de morbidade e 2.1. Estrutura fisica
mortalidade, bem como o custo do
tratamento e média de permanên­
A área física destinada para o func10-
cia dos pacientes nas Instituições
namento de uma C . C . I . H . dependerá
de Saúde ;
do tamanho e condições de cada hospi­
- oferecer subsídios para a implanta­
tal, bem como do número e gravidade
ção de comissões de controle de in­
da ocorrência de infecções. Acredita-se
fecções nas Instituições de Saúde.
que a C . C . L H . deva dispor no min1mo
de uma sala para chefia e reuniões, se­
II - DESENVOLVIMENTO cretaria e arquivo, laboratório para bac­
teriologia epidemiológica.
1. Fontes e causas de infecção hos­
pitalar
2.2. Estrutura funcional
A interação entre os agentes mórbidos
2.2.1. Posição da C . C . L H . no orga­
com o meio ambiente e o homem pode
nograma
determinar uma infecção a partir do me­
mento em que diminuem as defesas na­
A C . C . L H . deve estar diretamente su­
turais do organismo em relação ao agen­
bordinada a Administração superior, o
te agressor.
que ravorecerá a comunicação e resolu­
A infecção hospitalar, segundo a maio­
ção imediata dos problemas referentes
ria dos autores, inclui os processos in­
às infe�ções.
fecciosos adquiridos no hospital e os não
identificados na admissão do paciente
2.2.2. Número e qualificação do pes­
por dificuldade diagnóstica Ou prolonga­
soal
do períOdo de incubação, e que se ma­
nifestem durante a sua permanência e A Comissão de Controle de Infecção
até mesmo depois de sua alta. Hospitalar ec.C.I.H.) é atualmente uma
No hospital, as principais fontes de in­ necessidade &�ntida em muitos hospitais
fecção decorrem de causas ligadas ao e recomendada desde há muito pela As­
ambiente, pessoal, equipamento, mate­ sociação Americana de Hospitais, atravéS
rial, veículos, desempenho deficiente das de seu conselho espeCialmente formado
técnicas de trabalho e uso indiscrimina­ para estudar as infecções e seu controle.
do de antibióticos.
Conscientizados da problemática da
infecção hospitalar, suas repercusS'ões
2. Constituição de uma C . C . ! . H .
negativas e graves conseqüências, tais
Paralelamente aos avanços tecnológi­ como aumento da taxa de mortalidade,
cos na área da Saúde aumenta o pro- morbidade, taxa elevada de ocupação,

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média de permanência, é que hospitais rada em vários setores com atribuições


de pequeno, médio e grande porte cria­ definidas, a saber:
ram sua C . C . L H . O número de compo­
nentes de uma Comissão depende de - Setor normativo : ao qual compete
uma série de fatores, tais como : tipo estudar ·e aprovar os recursos usa­
de hospital, número de leitos, taJta de dos ou a serem usados para o con­
ocupação e taxa de infecção. Assim, em trole e profilaxia de infecções.
hospitais pequenos, a responsab1l1dade - Setor informativo e de estatistica :
poderá ser confiada apenas a um profis­ compete notificar todos os casos de
sional, que reúna conhecimentos de bac­ infecção ou · sugestivos a infecção e
teriologia, epidemiologia e de enferma­ as transgressões das normas e roti­
gem. ' nas da C . C . L H . , ao setor executi­
Em hospitais de médio e grande porte, vo e fiscalizador.
fazem parte da comissão, vários profis­ - Setor executivo e fiscalizador : ao
sionais da área da saúde a saber : qual . compete executar, fazer exe­
cutar e fiscalizar as normas esta­
- Administrador do hosp ital belecidas e aprovadas pelo setor
- Enfermeiro normativo.
- Médico clínico e/ou cirurgião - Setor laboratorial: ao qual compete
- Becteriologista executar testes laboratoriais, quer
- . Sanitarista ou Epidemiologista esclarecedores de diagnóstico ou de
- Secretária. controle geral.

A primeira vista pode parecer onerosa A introdução destes setores na estru­


a existência de uma C . C . L H . Atualmen­ tura da C . C . I . H . não significa maior
mente, as poucas comissões j á em fun­ número de participantes na Comissão,
cionamento e a vasta bibliografia a res­ mas uma maior organização e divisão de

peito, provam ser um investimento para responsabilidade. Os membros constituin­


o hospital. tes poderão fazer parte d,e vários setores.

Não é necessário lembrar que os mem­


3. Funções da C . C . L H .
bros da ComJ.ssão devem ter horas dis­
poníveis para estas atividades por se
As funções d a C . C . I . H . , estão direta­
tratar de um trabalho difícil que requer
mente ligadas às fontes e causas da in­
muito tempo, eficiência e vigilância per­
fecção.
manente para que possa atingir seus ob­
Ao se organizar uma Comissão, esta
j etivos.
deve evidentemente montar o seu pro­
Como o Serviço de Enfermagem repre ­ grama, partindo de um minucioso diag­
senta mais de 50% do pessoal hospita­ nóstico situacional de seu hospital, dan­
lar, é aconselhável que tenha um repre­ do prioridade às áreas chamadas críticas.
sentante Enfermeiro, em tempo integral, 1i: sumamente importante a conscien­
para atuar como um dos membros exe­ tização geral de todos os servidores do
cutivos e fiscalizadores da Cimissão. hospital através da Educação e Orienta­
ção nas práticas de técnicas assépticas,
2.2.3. Setores e competência da atingindo desde o servente de limpeza
C.C.LH. até a Administração Geral. O bom êxito
na profilaxia e controle das infecções,
. Para maior dinamismo e eficácia dos depende do esforço permanente e siste­
trabalhos, a comissão pode ser estrutu- matizado de todo pessoal hospitalar e

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não apenas da C . C . I . H . , isoladamente, tal, visitantes e em particular o pacien­


pois trata-se de um trabalho difícil que te, como sendo a maior fonte de infec­
exige a colaboração contínua e eficiente ção hospitalar. É também sabido, no que
de todos. se refere aos servidores, que, indepen­

As atividades de relevância da C.C.I.H. dente da escala. hierárquica, aqueles que

podem ser agrupadas em : estão em contato direto com o paciente


são fontes de infecção hospitalar.

3.1. Controle do ambiente A atenção da C . C . I . H . deve estar vol­

3.2. Controle do pessoal tada para os três aspectos de pessoal e


programar suas ações no sentido de pro­
3.3. Controle de produtos químicos
teger esta mesma população, bem como
3.4. Elaboração de normas e rotinas
prevenir e comba'ter os agentes infec­
3.5. Investigação epidemiológica
ciosos.
3. 6. Reuniões periódicas.
Cada hospital através de sua C.C.I.H.
deve estabelecer as prioridades e a fre­
Estas desdobram-se em várias outras,
qüênCia dos exames que j ulgar neces­
das quais apresentaremos alguns aspec­
sários ao controle sanitário de seu pes­
tos sob forma de sugestão :
soal, levando em consideração as fontes
de infecção e tipos de agentes identifi­
3.1. Controle do ambiente
cados e as possibilidades de recursos ma­
teriais e humanos do Serviço de Análises
As ações da C . C . I . H . devem estar pla­
Clínicas.
nej adas para manter o controle das in­
fecções em todas as áreas do ambiente Entre outras atividades no controle de

hospitalar, dando, porém, prioridade às pessoal a Comissão deverá executar :

áreas críticas. Assim os esforços da Co­ Em relação ao paciente :


missão estarão voltados para :
- Controle p ermanente de qualquer
- Elaboração, controle e atualizaçâo caso suspeito ou confirmado através
de normas e rotinas referentes à da investigação epidemiológica.
limpeza e desinfecção dos ambien­ - Educação para a Saúde dos pacien­
tes, estabelecendo a freqüência, tipo tes internados e de ambulatório ; su­
de desinfetante, dando ênfase es­ pervisão e controle do comporta­
pecial às áreas críticas : centros ci­ mento esperado.
rúrgico, obstétrico, berçário, sala de - Isolamento de todos os pacientes
recuperação pós anestésica, unidade com suspeita ou infecção instalada.
de terapia intensiva, pediatria, iso­ - Supervisão e controle da realização
lamento, serviço de Nutrição e Die­ dos exames indicados na admissão
tética. estabelecidos pela Comissão : cultu­
- Programas de treinamento e atua­ ra de secreção de rino e orofaringe,
lização sobre limpeza e desinfecção de lesões cutâneas, e exame de
de ambiente. fazes.
- Controle das desinfecções concor­ - Supervisão do preparo do campo
rentes. operatório em pacientes cirúrgicos.
- Controle das desinfecções terminais.
Em relação aos visitantes :
3.2. controle de pessoal

A maioria dos autores consideram o - Programas de Educação para a


elemento humano, servidores do hospi- Saúde.

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- COntrole dos horários e número ele material nospitalar, como por


visitas por paciente. exemplo : máscaras, nebullzado­
- Limitação de idade para visitantes. res, cânulas de traqueotomla,
bolsas de água quente e gelo,
- Orientação sobre a transmissão de
aspiradores, frascos de drena­
infecções e infeCção cruzada.
Item, respiradores artificiais, se­
ringas, agulhas, material cirúr­
Em relação aos servidores :
gico, aparelhos de anestesia, ca­
- Programas permanentes de proflla­ téteres e sondas ;
xia, controle de infecções hospitala­
• empacotamento de material e
res.
instrumental a ser esterilizado ;
- Programas de Educação para a

Saúde. • controle periódico do funciona­

- Treinamento de todos os servidores mento dos aparelhos de esterili­


zação e câmaras frigoríflcas ;
na prática de técnicas assépticas
desde o Servente de llmpeza até o • lavagem e preparo de aUmentos
Administrador no sentido de prote­ crus, frutas e demais gêneros
ger, prevenir e controlar as infec­ aIlmenticios ;
ções. • destino das sobras de aUmentos.
- Controle dos exames periódicos es­
tabelecidos pela cODussão no ato da 3.3. Controle dos produtos químicos
admissão dos servidores.
ZANON e colaboradores afirmam que
- Controle periódico da saúde dos
"na Illaioria dos hospitais brasileiros,
servidores e pesquisa bacteriológica
desinfetantes e antissépticos são escolhi­
de material de naso-faringe, pele,
dos em função do preço, de avaliações
fezes, mãos, de acordo com a ne­
bacteriOlógicas inadequadas como expo­
cessidade sentida.
sição de placas de meio de cuIlura ou de
- Elaboração, supervisão e atualiza­
preferências individuais SUbjetivas, pois
ção de rotinas referentes às técni­
as empresas não declaram a composição
cas de assepsia: degermação, desin­
quantitativa de seus produtos" .
fecção, saniflcação, desinfestação,
Embora s e saiba que a s soluções de­
higiene, limpeza, esterUlzação, es­
sinfetantes e antissépticas podem so­
covação das mãos, uso de aventais.
frer contaminação, " acarretando infec­
máscaras, pró-pés, manipulação de
ções graves e, até mesmo fatais, e/ou
medicamentos, ellminação do ma­
ainda apresentarem-se com atividade
terial de curativos, de dejetos, (l �
antimicrobiana não satisfatória ou mes­
secreções d o paciente e d o llxo em
mo nula, não é dada a devida atenção
geral.
a esse problema.
• transporte, separação e lavagem
da roupa, cobertores e colchões. Cabe, portanto, à C . C . I . H . :
sujos e/ou contaminados ; - a Seleção dos produtos químicos -
• objetos utlllzados nos cuidados germicidas, desinfetantes, antissép­
higiênicos dos pacientes ; ticos, agentes de limpeza ;
• limpeza e desinfecção de pratos, - o controle da sua aquisição e em­
copos e talheres, de uso comum prego;
dos pacientes ; - o teste bacteriOlógiCO periódico ;
• limpeza, deSinfecção e esterlll­ - a elaboração de normas e rotinas
zação de todo o equipamento e quanto ao uso dos mesmos.

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3.4 Elaboração de Normas e rotinas • taxa de incidênç1a e de preva­


lência de infecções hospitalares;
- Normas : • taxa de infecção em cirurgias
As normas estabelecem em princípios não contaminadas;
científicos e de autoridade o que e como • taxa de infecção em cirurgias
deve ser feita em determinada situação. potencialmente contaminadas;
Vários aspectos importantes devem ser
• taxa de letalldade por infecções
considerados, como :
hospitalares;
- Normas da organização da C.C.I.H. • taxa de infecção por microrga­
- Normas referentes ao Pessoal. nismo específico ;
- Normas referentes ao orçamento. • coeficientes de sensibilidade aos
- Normas referentes ao relaciona- antimicrobianos ;
mento interno e externo de comis­
• indice de consumo de antimicro­
são.
bianos ;
- Normas técnicas relacionadas às
caracteristicas e classificação das
_ notificação compulsória pelos mé­
infecções.
dicos, dos casos de infecção me­
diante preenchimento de Ficha de
ZANON e colaboradores em trabalho
Notificação de Infecções, constan­
elaborado para o I Encontro Nacional
te de todos os prontuários ;
de Diretores dos Hospitais Próprios do
ros, dos
identificação, pelos enfermei
INPS e IPASE, apresentam em apên­
_

uso de
prontuários de pacientes em
dice um resumo de normas técnicas infec-
ou sem
antimicrobianos, com
aprovadas pelo CDC - center for
ção;
Disease Control, do Departamento de
alta , dos
Saúde dos Estados Unidos, consagradas _ encaminhamento, após
paci entes com in­
e aceitas internacionalmente. (Anexo) prontuários dos
C.C. I.H. para estu do; •
fecção, à
- Rotinas:
ódicas de prev alen­
pesquisas peri
As rotinas consistem na descrição sis­
_

cia de infecção;
tematizada dos passos a serem dados
levantamentos bacteriológiCOS da
para a execução das ações componentes
_

freqüência e dos coeficientes de sen­


de uma atividade. São o produto do es­
de microrganismos iSO­
sibilidade
tudo e vivência adquirtdas nas rotinas
lados em pacientes, visitantes e
diárias, no trabalho de planej amento,
funcionários;
na orientação e no treinamento do pes­
_ levantamento e controle do consu­
soal.
mo de antlmicrobianos.
A C.C.I.H. é responsável pela elabora­
ção de rotinas administrativas, relacio­
Este conjunto de ações de investiga­
nadas ao material, equipamento, produ­
gação epidemiOlógica dá à C.C.I.H. maior
tos quimicos e procedimentos.
possibilidade de controle das infecções,
3.5. Investigação epidemiOlógica
e conseqüentemente de eliminar as
A vigilância epidemiOlógica possib1llta causas.
a tomada de decisões corretas em tempo
oportuno. 3 . 6 . Reuniões periódicas
A C.C.I.H. atuará através de : Periodicamente a C.C.I.H. deve reu­
- levantamento e análise de um con­ nlr-se para analisar e avaliar progra­
j unto de indicadores: mas, número, natureza e quantidade de

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infecções e programar novas ações. Para - estabelecer critérios exigentes para


que. os obj etivos da C.C .I.H., sejam atin­ a indicação dos responsáveis pelOS
gidos, · é imprescindível a participação Serviços de Limpeza e Lavanderia,
nestas reuniões de representantes mti­ para através da qualificação des­
dicos, enfermeiros, chefes de serviço, tes, reduzir a freqüência das in­
principalamente quando novas medidas fecções:
deverão seI' implantadas. - permitir a compra de antissépticos
e desinfectantes que atendam os
4. Areas críticas do hospital critérios estabelecidos pela Comis­

A C.C .I.H. deve preocupar-se com to­ são ;

das as áreas, considerando o Hospital - tomar compulsória, a notificação

com uma unidade. Algumas áreas, po­ das infecções à C.C.I.H. pelOS pro­

rém, pela finalidade a que se destinam, fissionais da equipe de saúde ;

merecem atenção especial, tais como : - dar condições materiais e humanas


- bercário ; para que a comissão possa desen­

- centro cirúrgico ; volver seus trabalhos;

- centro obstétrico ; - assessorar nas construções e refor­

- centro de recuperação pós-anesté- mas do Hospital para facilitar a

sica; implantação das medidas de redu­

- unidade de terapia intensiva ; ção de infecções.

- centro de material e esterilização ; 6. A chefia de Enfermagem na


- pediatria ;
C .C.I.H.
- isolamento ;
A Enfermagem representa papel im­
- serviço de nutrição e dietética ;
portante no controle de infecções por­
- lavanderia.
que mantém maior contato com os pa­
cientes. Assim, a Enfermagem através
5. O Administrador na C.C .I.H.
de sua chefia, pOderá prestar valiosa
colaboração à C.C.I.H. assumindo res­
O Administrador do hospital, respon­
ponsabilidades como as que seguem :
sável pela segurança dos pacientes cons­
- cooperação consciente na elabora­
cientizado da gravidade do problema da
infecção hospitalar, deve, não somente ção das normas, rotinas e técnicas
adotadas pela Comissão ;
incentivar a . criação da C.C .I.H., como
também, tomar parte da mesma. - orientação e supervisão do pessoal
na execução das normas e rotinas
Entre as suas atividades como mem­
elaboradas pela comissão ;
bro da comissão, destacam-se :
- eleboração das normas e rotinas
- manter um serviço de vigilância
referentes às técnicas de Enferma­
sanitária para o pessoal;
gem;
- oferecer condições para identifica­ - realização de trabalhos de investi..
ção dos agentes etiológicos pelos gação para certificar-se da obser­
Serviços de Análises �linicas ; vância das normas e rotinas ;
- estimular os serviços médicos, de - programação e realização, de cursos
enfermagem, Nutrição e Dietética, de atualização no que conceI'ne à
Lavanderia, Limpeza e Auxiliares prevenção e a controle de · infecções;
de Diagnóstico e Tratamento a to­ - assessoria nas construções e refor­
marem parte na elaboração de nor­ mas do Hospital para possibllltar a
mas e rotinas refere�tes à preven­ implantação das medidas de pre­
ção e controle das infecções; venção e controle das infecções ;

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- ampliação dos conhecimentos sobre nência dos pacientes o que resulta na


antissépticos e desinfetantes ; maior rotatividade dos leitos, recomen­
- conscientização dos pacientes, visi­ da-se:
tantes e servidores sobre os perigos 1.1. Aos órgãos deliberativos das
das infecções hospitalares e a im­ Instituições de Saúde que :
portância de sua participação na - Criem Comissões de Controle de
prevenção das mesmas. Infecção Hospitalar, a curto e mé­
dio prazo levando em consideração
1I1 - CONCLUSõES os problemas específicos de infec­

Acreditamos que : ção de cada Unidade Hospitalar;


- Promovam cursos para Adminis­
- o problema das infecções hospita­
tradores, sobre infecção hospitalar,
lares se reveste, na nossa realidade,
conscientizando-os do problema ;
de uma importâpcia transcenden­
- Forneçam os subsídios necessários
tal;
a manutenção do funcionamento
- as Instituições de Saúde, desde das C.C.I.H. em nível adequado.
que adequadamente concientizadas,
usufruirão de vantagens sócio- eco­ 1 .2 . Aos administradores dos Hospi­
nômicas e políticas na implantação tais que :
de uma C.C.I.H.;
- mantenham-se atualizados sobre o
- a existência de uma C.C.I.H. pro­ prOblema das infecções hospitala­
porciona a elevação da qualidade res ;
da assistência aos pacientes nos - participem das C.C.LH. dos seus
níveis de promoção, proteção, re­ hospitais;
cuperação e reabilitação) ; - apoiem e estimulem os membros
- economicamente, a existência de da comissão ;
uma C.C.LH. elevará a produtivi­ - liberem elementos participantes da
dade em função da diminuição da Comissão, para ;uas atividades, de
média de permanência e da maior acordo com o volume de seus tra­
rotatividade e ocupação dos leitos ; balhos ;
- independente do número de leitos - providenciem recursos materiais e
e de profissionais Íotados em cada financeiros para garantir o funcio­
Instituição de Saúde, é viável a im­ namento da comissão;
plantação e funcionamento de uma _ colaborem na educação e orienta­
C.C.LH., desde que sejam feitas ção formal e informal, permanente
adaptações de acordo com a rea­ e obrigatória, de todos os servido­
lidade ; res do hospital através de progra­
mas de atualização e/ou de trei­
- as condições para o ensino, na área
namento.
da saúde serão diretamente propor­
cionais ao nível de atuação da 2. Considerando a importância da
C.C.LH. existência de normas e rotinas que de­
terminem a atuação d o pessoal de En­
IV - RECOMENDAÇõES fermagem na execução de procedimen­

1. Considerando as vantagens que tos técnicos ; a necessidade da orienta­

oferece a redução das infecções · hospi­ ção e supervisão na execução das mes­

talares, entre outras diminuição do risco mas, recomenda-se:

de mortalidade e morbidade, do custo Aos chefes de Serviços de Enfermagem


do tratamento e da média de perma- que :

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- tomem parte ativa na Comissão - participem dos cursos de atualiza­


designando um enfermeiro em ho­ ção e/ou treinamento oferecidos ;
rário integral ; - cumpram rigorosamente as normas
- colaborem na elaboração de nor­ estabelecidas pela comissão ;
mas e rotinas especificas de En­ - sigam rigorosamente as rotinas es­
fermagem ; tabelecidas pela comissão.
- supervisionem e orientem a exe­
4. Considerando que as Instituições
cução fiel das mesmas;
de saúde se caracterizam como "campo"
- Colaborem na atualização e treina­
de elevada importância na formação de
mento do pessoal de Enfermagem.
futuros profissionais da área da saúde
3. Considerando que os servidores da e que a presença de acadêmicos deverá
Instituição de Saúde constituem a massa contribuir para manutenção no COntrole
crítica diretamente responsável peJa das infecções hospitalares recomenda-se :
execução de atividades visando diminuir As Instituições de Ensino que :
os riscos de infecção hospitalar, reco­ _ instruam seus professores e alunos
menda-se : acerca das normas e rotinas esta­
A todos os servidores do Hospital que : belecidas pela comissão ;
- mantenham-se atualizados sobre o _ providenciem para que as mesmas
problema das infecções hospitala­ sejam rigorosamente cumpridas
res; pelos corpo docente e discente.

REFER:S:NCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Grafiltor, 1975. 205 p. (4) :75-84, 1976.

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CRITiRlOS PARA ID,NTllcAÇÁO
DE INFEcçOES HOSPITALARES
I INFECÇAO NAO INSTITUCIONAL, não hospitalar ou comunltárla, defi­

ne"" como .a Infecção conatatada no ato da adm'ul.o do paCiente, desde


,que não relaclonada com lnternaçlo anterior no melDlO hospital.,
II - INPECÇAO INSTITUCIONAL, hOlpltalar ou nosocomlnal, define-se como .
qualquer infecção QUe não tenha 8ldo d!lLgnostleada no ato da ,admlaaio
do paciente e que teDha se manifestado durante, a Internação ou mesmo
depois da alta quando puder ser correlae1onada com a hospltaltzaçio.
UI - c:mrrmI08 PARA DIAGNóSTICO DA INFECÇAO INSTITUCIONAL,

1 " Normas, gerais


1 . 1 . Quando, depois de Internado com infecção comúIlftárla, o pacien­
te apresentar slnals e alntomas c1lnlcoa de uma infecção em local
d1f�rente, amda quando se tratar do mésmo germe, o, caso deverá.
ser clasalflcado como infecÇão ,ho.çltalar.
1 . 2 . Quando, nO meBn;lO lOCaI da infecção diagnosticada nG lngtésao
do paciente no hoapltal., for LIolado um: ,germe diferente, o caso
deverá ser conslderado como ,infecçlo hospitalar.

2 . Infecção urlnárla
2 . 1 . Asalntomát1ca: conflrma-se o dtacnÓlt1co com a presença de
100.000 IU1cro-OrgapJamQl Im mUllltro de utlna recente, na au-
sênc1a de qualQuer 8lnWma cIfmcô. C� o �nte tenha sido
,admitido cOm bacterl6r1a e a eul" poaterIor revelar a é:dB­
têncla de' UJn � diferente em .n6m.ero algnlflcatlvo,
será c:ona1derada inteççio 'urln6l1a lnStltuclonal.
2 . 2 . Slntomát1ca: conflrma-se,
quanclo forem rectatrados pelo menos
um dos segumtes elementos; a) 10;000 prmea por m1lU1tro de
urina recente; b) preaença de germes em esfregaço. de urina
recente não centrlfugada corada pelo oram; c) pl'árta, revelando
número superior a 10 p16c1toa pót campo.

3 . InfecÇÕeS respiratória

3 . 1 . Do trato respiratório superior: manifestações cUn1cas, do nariZ,


garganta ou ouVido, boladas OU combinadas.
3 . 2 . ,Do . trato respIratório inferior: Iílnals é, BlJ)tomas cllnlcoa, como
tosse, dor pleural, febre e' outras secreç6ea, .do conslderadaa sufi­
clentes pq,ra o dlagnóstlco, mesmo na ausência de exaJJles radio­
lógicos ou cultura, de escarro. A exlstênc1a dé escarro purulento,
COm ou sem Isolamento de mlcro-oJ:'lanlaDio patogên1cO" com

illJ
HORR, L. e Colaboradores - Comissão de controle de infecção hospitalar. Rev. Bras. Enf.;
DF, 31 : 182-192, 1978.

exame radiológico compatível, configura caso de infecção insti­


tucional.

4 . Gastroentel1tes institucionais: nos casos em que o período de incubação


for conhecido (salmonelose, p or exemplo) somente serão considerados
casos de infecção institucional aqueles em que o tempo de internação
for superior ao tempÓ de incubação da d()ença.

5 . Infecções cutâneas institucionais


5 . 1 . Infecções em queimados : o simples isolamento de micro-organis­
mos patogênicos é insuficiente para o diagnóstico, tornando-se
Indispensável a existência de secreção purulenta na lesão bem
como sinais de bacteriemIa, para caracterizar a infecção.
5 . 2 . Infecções cirúrgicas: qualquer ferida cirúrgica que drene material
purulento, com ou sem cultura positiva, deve ser considerada como
uma infecção institucional, independente de cogitação quanto à
origem dos micro-organismos, se endógenos ou exógenos.
5 . 3 . Outras infecções cutâneas: dermatites, úlceras de decúbito, quando
desenvolvidas depois da admissão do paciente, serão classificadas
como infecções institucionais. Em pacientes admitidos com in­
fecções cutâneas ou subcutâneas, o isolamento de um micro-or­
ganismo diferente deverá constituir elemento para classificar o
caso como infecção institucional.

6 . Outras infecções hospitalares

6 . 1 . Bactel1emias :
ocorrendo depois da admissão do paciente, do­
cumentadas com cultura, devem ser classificadas como infecção
hospitalar.
6 . 2 . Infecções por cateter intravenoso ou agulha: drenagem purulenta
depois de manipulação e emprego de cateter intravenoso ou punção,
deve ser considerada infecção hospitalar, mesmo na ausência de
cultura positiva.
'6 . 3 . Endometrites: ocorrendo durante a internação,. devem ser consi­
deradas institucionais, caracterizando-se por supuração cervical
acompanhada de cultura positiva de germe p atogênico ou de
manifestação sistêmica de infecção.
6 . 4 . Infecções intra-abdominais : apendicites, colecistites e diverti­
ticulites não devem ser consideradas infecções institucionais.

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