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A Jogada Incerta
1ª Edição
Capa: ML Capas
Revisão: Margareth Antequera
Diagramação digital: April Kroes
Annabelle
Annabelle
nnabelle Reed.
A Um acidente de carro.
Morta aos 10 anos de idade.
Família mora no Sul do Arizona.
O pai morreu há seis anos e ficaram apenas a irmã,
Marianne Reed com 20 anos e sua mãe, Heloísa Reed
de 43 anos. Marianne estuda Medicina na
Universidade do Arizona.
A mãe se casou novamente com Tom Ghost que tem
um filho, Sean Ghost.
Aperto minha temporã olhando mais uma vez
para esses papéis. Faz uma semana que estão comigo
e todos os dias eu pego e os releio.
Annabelle é irmã de Marianne. Minha Annabelle
é a Marianne.
Isso é tão confuso. Por que ela mentiu? Por que
ela usa o nome da irmã? Aperto meus dedos e relaxo
quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — Ela chama da porta e eu aceno para
que venha até mim. Quando ela para perto eu beijo
seu rosto a pegando em meus braços.
— Oi minha menina. — sorrio.
Deixo os papéis na mesa e saio do escritório com
ela. Tess está cabisbaixa e eu sei que está pensando
em Anna... Marianne.
— A Mari ficou chateada comigo? — franzo
minha testa não entendendo sua pergunta.
— Por que ela estaria chateada com você, Tess?
— questiono enquanto saímos para o jardim. O sol
está no alto indicando que é meio dia. Sento-me em
um banco debaixo da sombra e coloco Tess ao meu
lado.
— É que eu falei nosso segredo para você. — ela
baixa a cabeça apertando seus dedos. — Ela não veio
mais me ver. — Ela funga devagar.
Minha garganta fecha com suas palavras. Eu não
quero que ela sofra. Jamais, mas eu não posso deixar
Marianne ao redor dela. Ela mentiu.
— Ela não está chateada com você, baby. Foi o
papai que disse para ela não vir mais aqui. — ela
levanta a cabeça e me encara chateada.
— Por quê? Eu amo a Mari papai. Por favor,
deixa ela vir me ver. — seu lábio inferior treme
enquanto sua cabeça inclina para o lado.
— A Mari mentiu, filha. Eu não posso a deixar
próxima de você. — explico calmo, mas Tess logo se
levanta e vira suas costas para mim.
— Ela não mentiu. Eu preciso ver ela, papai. —
sua voz sai chorosa.
— Isso não vai acontecer, Tess. — afirmo sem
me deixar amolecer pela sua tristeza.
— Ela é minha mamãe. Eu... Papai por favor... —
ela se vira para mim e meu coração parece ser
esmagado quando vejo o tamanho de sua dor.
— Tess...
— Eu a amo. A amo tanto papai que meu coração
dói se ela não vem me ver... — ela solta um soluço e
eu a aperto junto ao meu peito.
— Deus, Tess. Você vai me matar com seu
choro. — digo suspirando. — O papai vai ligar tudo
bem? — digo sorrindo e ela me abraça dando beijos
em meu rosto.
— Obrigada papai.
Pego meu celular e quando vou discar para
chamar Marianne, ele começa a tocar com Saint
ligando.
— Hey! — ele fala alegre e eu suspiro.
— Oi Saint. — digo e vejo Tess sorrir grande ao
ouvir o nome do tio.
— Posso pegar a boneca hoje? Quero levá-la ao
parque. — engulo em seco com seu pedido.
Eu confio minha vida a Saint, mas não deixo de
temer por minha Tess sempre que pede que ela vá a
algum passeio.
— Tudo bem, Cara. Venha, mas cuidado. — por
fim deixo e desligo depois dele avisar que está
chegando.
— O tio Saint vem me ver? — Tess pergunta
sorrindo e eu aceno.
— Ele vai levar você ao parque. Você queria ir,
lembra? — questiono a pegando nos braços
novamente e caminhando para casa.
— Sim, mas eu queria ir com a Mari. — ela
franze suas sobrancelhas escuras e eu sorrio.
— Você vai deixar tio Saint ir sozinho? — faço
cara de espantado e ela arregala os olhos negando.
— Não. Eu vou com ele. Pode chamar a Mari? Aí
vamos os três, não, nós quatro. — ela balança a
cabeça confusa e eu rio.
— Os quatro, filha. — ela acena e suspira.
— Você liga? — Eu aceno e a coloco para baixo.
— Peça a Lila para arrumá-la. Tio Saint está
chegando. — ela corre até a cozinha e chama Lila.
Em poucos segundos ela está vindo com sua
babá. Lila sorri para mim e eu retribuo acenando.
Respirando fundo pego meu celular novamente. Não
sei por que me vejo tão nervoso para ligar para aquela
mulher.
Espero ela atender e suspiro ouvindo seu sussurro
dizendo alô.
— Sou eu. — a linha fica muda depois que falo e
penso que ela desligou, mas logo sua voz é escutada
por mim.
— Caleb... Humm... Oi. — estranho sua voz e me
pergunto o que diabos está fazendo.
— Você está ocupada? — questiono ouvindo
música.
— Estava dirigindo, mas... Parei no acostamento.
O que... Aconteceu? — ela responde tentando soar
calma, mas eu sei que não. Sua gagueira a denúncia.
— Onde está indo? — questiono e sento na
minha cama olhando para os travesseiros que dias
atrás ela estava.
— Por... Quê? — aperto meus olhos não
gostando do nervosismo dela.
— O que está fazendo, Marianne? — pergunto
sério usando seu nome verdadeiro.
— O que quer Caleb? — ela se esquiva e eu
suspiro.
— Você está indo ver outro homem? É isso? Por
isso não quer conversar? — a possibilidade passa por
meus pensamentos, e antes que eu consiga me calar já
estou falando.
— O quê! Não! Eu não estou indo ver homem
nenhum! — ela soa tão desesperada para que eu
possa acreditar que eu acredito.
Sou um doente filho da puta. Literalmente para a
última parte.
— Okay. Então venha até aqui em casa. Tess
quer te ver. — digo firme sentindo meu coração
desacelerar. Imaginar Anna... Marianne com outro
homem me dá náusea. Ela é minha, de um jeito
totalmente louco, mas é.
— Você... Você... Quer que eu vá? Tipo você
disse que eu não a veria mais... — ela parece tão
confusa que eu sorrio.
— Você sabe que a pestinha me tem na mão. Ela
derramou lágrimas, então cedi. — opto por falar meia
verdade.
Marianne pode ser uma mentirosa, mas eu a
quero aqui. Eu anseio sua permanência em minha
casa. Em minha cama.
— Eu... Fico feliz, Caleb. Você tem que me
deixar explicar o porquê da mentira. Eu juro... — eu a
corto antes que acabe.
— Eu vou escutar. Estou lhe esperando. — ela
diz que tudo bem e depois desliga.
Depois de meia hora a vejo sentada em minha
sala. Suas pernas estão nuas me chamando para elas,
mas repito mais e mais que minha filha estará aqui a
qualquer momento.
— Oi. — ela sussurra e eu levanto meus olhos
até encontrar seu rosto corado.
Seus cabelos loiros estão presos em um rabo de
cavalo e ela está vestida com um vestido rodado
florido e curto. Ela está linda.
— Olá. — cruzo meus braços e encosto-me à
parede.
— Eu... hãn... Preciso falar uma coisa... — a
porta se abre interrompendo sua fala nervosa e Saint
entra.
— Você não ia esperar no parque? — seu cenho
franzido me faz olhar entre os dois.
Como assim esperar no parque? O rosto da Mari
parece pegar fogo e ela logo se levanta vindo até
mim.
— Do que está falando? — pergunto a Saint.
Vejo ela se aproximar mais e eu me afasto indo
encontrar meu amigo.
— Caleb, para. — ela pede segurando meus
braços.
— O que porra está acontecendo aqui? —
questiono irritado e empurro sua mão para longe de
mim.
Eles estão ficando? É isso?
— Você está fodendo minha mulher, irmão? —
questiono chegando à frente de Saint que começa a
rir. Por que o idiota está rindo?
— Vai se foder, Caleb. Eu tenho namorada. —
ele continua rindo e eu me afasto procurando Mari.
— Então o quê? — ela baixa a cabeça e eu me
aproximo segurando seu queixo para que me olhe.
— Eu só iria passar no parque para vê Tess... —
fecho meus olhos vendo que mais uma vez Marianne
mentiu.
— Mais uma mentira? — pergunto voltando para
onde estava quando Saint chegou. — Você ia ver
minha filha escondido de mim, Marianne? —
pressiono-a e ela vem para minha frente.
— Você disse que não a veria mais. Caleb, eu só
quero estar perto dela. — seu lábio treme e seus olhos
azuis se enchem de lágrimas. Mais lágrimas para a
coleção das vezes que eu a faço chorar.
— Você sabe que só seria questão de tempo.
Você sabe que minha filha é louca por você, porra!
— grito me afastando novamente.
— Eu sei... Eu sei... Mas eu estava triste, eu
queria vê-la hoje. Não fique bravo. — ela segura
meus ombros e eu respiro fundo procurando Saint.
— Você ia me trair Saint? — pergunto o vendo
cruzar os braços à frente do corpo.
— Deixe de ser dramático, Caleb. Annabelle é
como uma mãe para Tess. Só quis ajudar as duas. —
ele dá de ombros.
— Seu nome é Marianne, não a chame mais
assim. — mando irritado. Ele dá de ombros com as
sobrancelhas franzidas, demonstrando sua confusão.
— Vou esperar lá fora. — ele sai depois de
acenar concordando.
— Você pensa que eu seria capaz de ficar com
seu amigo, Caleb? — Mari pergunta andando para
longe.
— Não foi isso que eu quis dizer...
— Não? Pelo amor de Deus, você o perguntou se
estava fodendo comigo! Me fez parecer uma vadia na
frente dele. — Ela balança a cabeça e devagar volta a
se sentar no sofá.
— Esqueça essa merda! Eu só pensei errado. Só
isso. — grunho frustrado e me distancio da parede.
— Só isso. — ela acena ironizando.
Fico por alguns segundos, calado, mas quando
vejo que a tensão não se dissipa eu me aproximo.
— Marianne... — começo, mas logo paro,
quando a vejo chorar de novo. — Por que você só
chora baby? — pergunto me abaixando a sua frente.
— Por que você me chama. Você, Caleb, me
chama, não pela minha irmã. Mas por mim. Pela
Marianne. — ela levanta seu rosto e eu vejo o quanto
ela ansiou por isso.
— Por que você deixou as pessoas te chamarem
pelo nome de sua irmã morta? — pergunto cauteloso,
seu rosto se inclina e eu passo meus dedos por seus
lábios vermelhos.
— Como sabe que ela está morta? — Ela
pergunta confusa e eu engulo em seco.
— Eu contratei um investigador. Eu sei tudo
sobre você, Mari. — afirmo sério esperando pela
bronca.
Esperando que ela grite e diga que eu não podia
fazer isso. Mas ela não faz.
— Eu estou cansada da minha vida, Caleb.
Cansada de estudar o que era sonho da minha irmã,
cansada de ser ela. Eu a odeio tanto, Caleb. Tanto. —
ela soluça e eu a aperto no meu peito.
— Está tudo bem. Para mim você é a Marianne.
A minha Marianne. — beijo seus cabelos e fico tenso
quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — sua voz me chama e eu me viro
mostrando Mari a ela. — Mari! — ela corre, mas para
antes de chegar ela inclina a cabeça sem entender o
choro da Mari. — Por que chora? — minha filha dá
mais alguns passos e para em frente a sua mamãe.
— Não foi nada...
— Eu te amo, não precisa chorar. — Tess diz tão
séria que eu tenho vontade de rir da sua inocência.
— Eu sei baby. Eu também te amo muito. —
Mari a pega nos braços e beija seu rosto.
Levanto-me e vejo Lila de pé nos olhando.
Aceno discreto, a avisando que pode se retirar. Ela
logo faz.
— Eu ia ao parque com tio Saint, mas eu posso
ficar com você aqui mesmo. — Mari ri negando e se
levanta pegando a mão de Tess.
— Eu também estava indo. Vamos as duas. Tio
Saint está esperando lá fora. — Tess acena
confirmando e sai puxando Mari. Eu não as
acompanho, porém vejo-a me olhando enquanto sai.
Passo à tarde no meu escritório organizando
alguns contratos que estou analisando para a empresa
que estou tentando erguer. Ainda é só uma ideia, mas
como ser jogador lhe traz benefícios, os contratos são
um deles.
Paro para pensar no que Peter me disse no
começo da semana. A cadela está se mudando. Para
onde eu ainda não sei, mas espero que seja para o
mais longe possível de mim e Tess.
Ela deixou as drogas, ela se casou novamente e
vive no Norte do estado. Eu sei todos os seus passos,
e eu espero estar sempre à frente dela. Por mais que
hoje ela esteja sóbria e viva de maneira digna eu não
quero aproximação com ela ou dela com Tess.
Aquela mulher me marcou de uma maneira que
eu nunca fui capaz de superar. Ela é podre. Ela
sempre foi. Eu não me deixo enganar por um trabalho
e um casamento bem-sucedido. Ela ainda fede a
destruição e depravação.
Eu odeio Vanessa Lewis.
Se eu pudesse, eu mesmo a matava.
Capítulo Treze
Marianne
Marianne
34 — 62 H.Y.S
Graças a Deus!
FIM.
Epílogo
Marianne
02 anos depois...