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Copyright © 2017 Evilane Oliveira

A Jogada Incerta

1ª Edição

Capa: ML Capas
Revisão: Margareth Antequera
Diagramação digital: April Kroes

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens e


acontecimentos que aqui serão descritos, são produtos
da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência. Esta obra segue as regras da Nova
Ortografia da Língua Portuguesa. É proibido o
armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte
dessa obra, através de quaisquer meios, sem o
consentimento escrito da autora. A violação dos
direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº.
9.610./98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Todos os direitos reservados.


Edição Digital | Criado no Brasil.
Índice
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Epílogo
Sobre a Autora
Contato
Prólogo
nde colocou minha boneca? — Annabelle

O pergunta para a irmã idêntica.


— Eu não sei. — sua voz sai fraca.
— Você é tão chata, Marianne. — a menina
resmunga empurrando os braços da irmã.
— Belle...
— Annabelle. — ela a corrige mandante.
— Você não a deixou na sala? — a irmã indica.
— Irei ver. — Annabelle sai do quarto, mas não
sem antes puxar o cabelo da irmã.

— Precisamos voltar. — Marianne pede quando


ver que seu Chito não está entre seus braços.
— Mari. O que foi dessa vez? — a voz suave de
sua mãe questiona amorosa.
— Chito não está aqui. — Seus olhinhos se
enchem de lágrimas e sua mãe suspira fazendo o pai
dirigir pelo retorno voltando para a casa de praia
que eles passaram o verão.
Em questão de segundos tudo escureceu e
devagar os gritos de toda sua família foram ouvidos
pela pequena Marianne.
A culpa é sua! A culpa é sua! A culpa é sua!
Capítulo Um
Annabelle

u ouço algo caindo no chão e me viro para dar

E de cara com Lauren. Ela tem seus olhos pidões


e seu lábio está um pouco torto. Acho que ela
fez cara de cachorrinho, mas não posso ter certeza.
—Desculpe Okay? — ela se abaixa e começa a
juntar os cacos do resto do vaso que deixou cair.
— Não se preocupe. Mas você sabe que vai me
pagar, não é? — questiono sussurrando enquanto
coloco o brinco em minha orelha e vejo se meu
batom está okay.
— Que seja! — ela revira os olhos e se afasta
indo pegar seu próprio batom vermelho escarlate.
— Nós iremos nos atrasar. — aviso cruzando os
braços enquanto a espero.
— Você é crack nisso, hein Anna? — ela ri.
Certamente lembrando-se da minha caminhada da
vergonha entrando na sala com 10 minutos de atraso
no primeiro dia de aula.
Eu queria sumir.
— Não seja boba... Eu sempre odiei os primeiros
dias de aula, mas esse foi o pior “ever”. — ela ri e me
puxa pela mão para irmos até a porta para destrancá-
la.
Pego minhas chaves e andamos até o
estacionamento, mas para minha total surpresa tem
um táxi parado. Olho para Lauren em busca de
respostas e ela abre a porta me ignorando.
— Iremos ficar bêbadas não quero parar no
hospital na volta. — ela fala quando percebe que não
a segui.
— Tudo bem. — desisto com um baixar de
ombros e entro no táxi me sentando ao seu lado.
Entrando na boate minha visão fica sem foco pela
quantidade de fumaça no recinto. Lauren segura
minha mão e me guia até a mesa que as outras
meninas estão. Encolho-me vendo elas, são todas tão
bonitas e charmosas.
Eu me sinto feia as olhando de perto, não que eu
seja, mas elas são muito mais bonitas.
— Meninas! — Tara grita e pula fazendo seus
seios pulares também.
— Hey! Que bom que vieram. Honestamente
pensei que não viriam. — Alisha sorri simpática
mostrando seus dentes bonitos.
Ela é doce, vejo isso de longe.
— Olá! — cumprimento deslizando no banco e
Lauren me segue sorrindo.
Ela está em êxtase pelo primeiro ano na
faculdade. Eu também estou, mas ainda está sendo
difícil me mudar assim da minha cidade e vir para a
capital do estado.
Deixar minha mãe foi algo que me encheu de
alívio. Muitos podem estranhar, mas a verdade é que
eu apenas sinto. Foi como se um peso que eu carrego
a vida inteira tivesse saído das minhas costas.
Quero dizer, parte dele.
— Então vocês já pediram bebida? — Lauren
pergunta enquanto enrola uma mecha do seu cabelo
vermelho vivo no dedo.
— Sim, eles devem estar trazendo, mas em
questão de alguns minutos nós teremos que ir até lá.
Dizem que o local fica muito cheio, nós iremos ver.
— Tara diz olhando para o bar.
Todas elas são amistosas e em pouco tempo
estamos conversando animadamente. Assim que as
conheci há uma semana pensei que eram sem miolos
e que só a aparência importava para elas, muito
preconceito da minha parte. Admito.
— Olha isso está ficando chato, que tal uma
brincadeira? — Tara fala enquanto deposita o seu
copo na mesa depois de beber mais uma vez.
Minha cabeça está um pouco zona, mas logo
adoro a ideia.
— Claro! Que tipo de brincadeira? — Lauren
pergunta moendo seu lábio, bêbada.
— Iremos desafiar umas às outras, porém tem
que ser uma coisa rápida. Vou sortear quem começa e
depois a pessoa desafia e a que foi desafiada escolhe
quem desafiar. Pronto. É simples. — Tara ri
orgulhosa de si mesma.
Sinto-me alegre pela brincadeira, talvez seja a
bebida, mas um pequeno incômodo se propaga em
minha barriga. Acho que é medo.
— Tudo bem. Vou colocar nossos nomes no
papel e pedirei alguém para retirar. — Lauren pega
sua bolsa e começa a rabiscar sua agenda pequena.
Ela amassa os papéis e quando uma garota
aleatória passa pela nossa mesa ela pede para ela
retirar um dos papéis. A garota nos olha como se
fossemos de outro planeta e eu rio disso. É claro,
estamos numa boate brincando de desafio. Deus, nós
somos patéticas.
A morena retira o papel e o abre entregando para
Tara que logo se volta para nós.
— Quem começa é... — Ela esconde o papel e
sua boca faz um O para seguir com o suspense. —
Lauren. Vamos pequena comece o nosso jogo. —
Lauren ri, e olha para nós três devagar e eu rezo
quando seus olhos passam por mim.
Graças a Deus, ela segue e para em Alisha. Solto
um suspiro de alívio e dou minha atenção a Lauren.
— Eu desafio você a beijar a moça que retirou o
papel com meu nome. — quando ela diz isso, Tara
logo se levanta indo até ao seu lado.
Elas ficam aos cochichos enquanto vejo a cor da
cara que Alisha faz; simplesmente branco igual papel.
Ela está tão assustada.
— Tudo bem. Tara vai ser a desafiada no lugar
de Alisha. Mas ninguém mais troca, okay? — nós
acenamos e Ali suspira aliviada agradecendo Tara por
ficar em seu lugar.
Por isso, até eu agradeceria.
Tara pisca para nós e sai rebolando até a mesa da
garota que estava conosco. As duas conversam
animadamente por alguns minutos e de repente Tara
está atacando a boca da garota.
— Meu Deus! — grito arregalando meus olhos.
— Elas estão se beijando! — grito fazendo Ali e
Lauren me olharem.
— Esse foi o desafio, Anna, e temos que cumprir.
Tudo bem? — Lauren ri de mim e volta sua atenção
para Tara.
Ela se afasta da garota e limpando os cantos dos
seus lábios vermelhos e, devagar, vem em nossa
direção. Ela sorri e se senta olhando diretamente para
Alisha.
— Agora vamos lá, Alisha. — Tara sorri e a Ali
a corresponde acenando.
— Okay, o que é? — seus dedos batem na mesa e
eu seguro-os tentando acalmá-la.
— Humm deixe me ver. — ela inspeciona o local
e um sorriso grande se destaca em seus lábios
parando no bar. — Você vai beijar o carinha moreno
que está ali. — ela aponta e nós três, Lauren, Alisha e
eu nos viramos para ver quem é.
— Meu Deus! Ele é lindo. — Lauren diz
empurrando o ombro de Alisha que está mais
vermelha que um tomate maduro.
— Tudo bem. Eu consigo. — ela sorri, mas antes
que ela dê um passo volta para a mesa e aponta para
mim. — Eu vou te desafiar a seduzir o amigo dele. Aí
vamos nós duas. — Meu queixo cai e eu engulo em
seco.
— Alisha... — mordo meus lábios e as meninas
logo me fazem levantar para seguir Ali.
Atrapalho-me com meus saltos e quase caio no
chão. Meu Deus, que vergonha. Vou matar Tara por
inventar essa brincadeira idiota.
— Vamos. — Ali pega meu braço e me puxa
para o bar onde eles estão.
— Eu estou morrendo de vergonha. — gemo
perto do ouvido de Alisha.
— Você não está mais que eu. Apenas sorria e
empine seus seios, vi Tara dizer que os homens
adoram. — ela pisca com um sorriso tenso.
— Tudo bem. — respiro fundo e faço o que me
pede. — Vamos lá.
Chegamos ao lado deles e suspiro quando vejo
meu desafio. Meu Deus! Que homem é esse?
Seu rosto quadrado está sorrindo enquanto o cara
— o desafio de Alisha — que está com ele diz algo.
Meu baixo ventre se aperta vendo seu cabelo curto
cair na sua testa e ele retirar com seus dedos grandes.
Vamos lá. Preciso cumprir o desafio e voltar
para o Campus com segurança. É só isso. Vamos,
faça rápido.
—Por favor, uma bebida para mim e minha
amiga. — digo sentindo minha língua pesar trinta
quilos.
Alisha entra e fica entre o seu desafio e o banco,
enquanto eu entro no meio dos dois homens. A
conversa dos dois cessa e eles nos olham com
curiosidade. Dou meu melhor sorriso e espero o
barman fazer seu serviço.
— Aqui. — ele as deposita e eu levo a minha ao
meu lábio.
— Eu pago. — o meu desafio fala com sua voz
firme nas minhas costas.
— Eu posso pagar. — digo me virando para
encontrar seus olhos verdes claros me olhando.
Meus seios, especificamente. Os empino mais um
pouco e seus olhos crescem famintos. Bom.
— Mas não vai. — ele se inclina para mim e
devagar seu nariz se apossa do meu cheiro enquanto
ele inspira no meu pescoço.
Minha calcinha fica úmida e eu me pergunto qual
foi o mosquito que me picou. Eu não sou uma sedenta
por sexo. Quero dizer, eu já fiz sexo, mas já faz tanto
tempo que não lembro de me sentir molhada desse
modo.
E tudo por um cheiro.
— Você vai falar algo ou só vai ficar com seus
lábios abertos para mim? — ele me traz para o
momento e em segundos lembro que o desafio tem
que ser rápido.
— Se você preferir a segunda... — eu nem
mesmo termino de falar.
Seus lábios gentis cobrem os meus chupando e
dando mordidas antes de afundar sua língua em
minha boca. Ela é suave diferente das suas mãos que
apertam meus quadris me levando para entre suas
pernas.
Seu membro duro cresce em linha com minha
barriga e eu gemo descaradamente em sua boca. O
seguro pelos ombros e deixo minha língua passear
por sua boca deliciosa. Seu gosto se mistura com o
gosto de uísque e limão, me deixando sem ar.
— Você vai me matar se não soltar minha boca.
— escuto minha voz e devagar ele se afasta. Os olhos
que antes eram de um verde claro agora estão escuros
e dilatados.
— Quem é você, pequena? — suas palavras
enviam arrepios em minha espinha.
Seus olhos olham no fundo dos meus me fazendo
soltar de seus braços rapidamente.
— Hey... Eu só quis dizer que quero saber seu
nome. — ele franze as sobrancelhas e delicadamente
me puxa para seu aperto novamente.
—Annabelle. — digo sentindo meu queixo
tremer. Aperto minha mandíbula e sorrio tentando
disfarçar.
— Olá Belle. — ela diz e eu desvio de seus
olhos. O que é que está havendo comigo? — Meu
nome é Caleb. — sua voz é suave me fazendo relaxar
contra suas mãos. Seus dedos seguram meu queixo
enquanto ele se inclina capturando meus lábios
novamente.
Então o calor cresce em mim novamente. O que
esse homem está fazendo com meu corpo?
— Belle... — ele geme se afastando da minha
boca.
— Obrigada pelos beijos. — mordo meu lábio e
sorrio me afastando.
—“Obrigada”? Eu não fiz nenhum favor...
— Você está demorando demais nesse desafio,
Anna. — Alisha diz chegando ao meu lado.
Os olhos de Caleb se fecham quase por inteiros
olhando para os meus e ele solta minha cintura.
— Cadelas e seus jogos... — ele balança a cabeça
e sorri para seu amigo. — Saint você ouviu isso? — o
amigo dá um olhar sério a Ali, que se encolhe vendo
a burrada que fez, e depois se levanta.
— Vou ao banheiro. — e sai sem olhar para
ninguém.
— Desculpe. Você me chamou de cadela? —
questiono cruzando os braços.
— Caleb... Como vai Dom? — uma mulher
bonita chega ao seu lado e ele já não lembra que
estou aqui.
— Debb... Você sabe como ele está. Não foda
com minha cabeça. — Ele dá um sorriso frio e se
levanta jogando dinheiro no balcão.
— Onde Ashley está? — ele pergunta ignorando
totalmente a minha presença.
— Você sabe que não precisa se preocupar.
Ligue e ela estará na sua cama. Nua. A vadia é louca
por você. — a tal Debb fala revirando os olhos.
Meu estômago embrulha e eu digo a mim mesma
que isso foi uma lástima. Beijar ele foi um jogo
estúpido. Suspiro pegando meu copo entre os dois e
me viro para Ali que está olhando na direção que o tal
Saint foi.
— Vamos.
Então, eu volto para minha mesa para encontrar
as meninas bêbadas e rindo feito loucas.
— Vocês se deram bem, hein? O desafio foi a
melhor coisa que fizeram essa noite. — Lauren grita
quando chegamos à mesa.
—Eu te desafio a calar a boca, Lauren. — brinco
sorrindo e ela me mostra a língua. — Mas agora
sério, eu te desafio a beijar Tara. — elas arregalam os
olhos e eu sorrio.
Tomem garotas malvadas!
As duas se levantam e se beijam não um beijo
como o que Tara deu na menina que retirou o papel.
Só um selinho sem maldade.
Depois disso, tento prestar atenção nas piadas
idiotas que Tara faz, mas mesmo não querendo minha
cabeça girava a procura de Caleb. Eu estou
impressionada e muito afim dele, talvez seja por isso
que continuo o procurando pela boate. Onde ele está?
Ele está em sua cama com a tal Ashley, sua
idiota!
Eu esperava que fosse minha mente dizendo
essas coisas, mas a verdade é que foi a voz de minha
mãe que ouvi dizendo essas palavras.
E nada me assusta mais, que sua voz em meus
pensamentos.
Capítulo Dois
Caleb

le não está falando? — Hayden pergunta assim

E que entramos no hospital.


— Não. Parece um método de afastar as pessoas, ou
talvez ele esteja apenas digerindo a sua condição. —
explico sentindo um gosto amargo na boca ao falar
assim de Dom.
— Foda-se eu odiei essa merda. Eu que o tirei de
casa para irmos para essa porra de festa. Isso tudo é
minha culpa. — Hayden diz sério apertando seus
dentes.
— Cale a sua boca. Eu já falei que foi uma
fatalidade. Não repita isso, Hayden. — Emma fala
quase gritando.
Paro de andar e fico na frente do meu amigo.
Hayden e eu temos nossas divergências. Eu já dormi
com sua namorada e ele ainda não aceitou bem essa
merda, mas nós somos amigos.
—Olha você não tem culpa de nada. Coloque
isso em sua cabeça e siga em frente. Dominick
precisa de nós dois, para ajudar na sua nova vida, na
sua nova condição. Ele não precisa da gente se
culpando por algo que foi obra do acaso. Deixe esse
sentimento de culpa fora da sua mente. — digo sério
enquanto ele acena.
Seus olhos estão molhados e então eu me afasto
para que Emma possa ajudá-lo. Assim que entro no
quarto de Dom aperto minhas mãos em punhos. Ele
não merece passar por isso, Dominick é uma das
pessoas que mais admiro em minha vida, a vida foi
muito injusta com ele.
Passo alguns minutos com ele, Hayden e Emma e
vejo o quão surpreso Dominick está por Hayden estar
ao meu lado. Quando sua enfermeira entra no quarto,
eu percebo seus olhares para ela.
E dela para ele.
Saio de lá depois de me despedir e passo em casa
para ver minha irmã. Tessa é a única pessoa que amo
no mundo, nada além dela.
Seus cachos castanhos balançam enquanto corre
até mim. A giro em meus braços no jardim da minha
casa.
— Hey! — ela gargalha segurando meu pescoço.
— Onde está Lila? — pergunto entrando em
casa.
— Está fazendo minha comida. — ela explica
quando a coloco no chão.
— Ela estava na cozinha enquanto você estava lá
fora, Tessa? — minha voz sai mais dura do que eu
queria, mas ela tem que entender que isso é perigoso.
— Eu vi seu carro, papai. — ela diz piscando
seus olhos e minha respiração engata quando ela me
chama assim.
Eu não sou seu pai, Tessa sabe disso, mas eu amo
quando ela me chama assim. E ela também gosta, diz
que agora sou seu pai e seu irmão.
— Tudo certo, mas eu não quero que saia de
dentro de casa sem Lila. Você me fez uma promessa,
lembra? — me ajoelho a sua frente a fazendo me
olhar nos olhos.
— Sim. Desculpe-me. — sua mão tira uma
mecha do seu cabelo de trás da orelha e coloca na
frente do rosto. Um gesto que possui quando está
envergonhada.
— Eu te amo Tessa, não quero que se afaste de
casa. Isso é para nosso bem. — explico devagar e ela
suspira acenando. — Tudo bem. Agora vamos até
Lila, pois papai quer conversar com ela. — ela acena
e me segue segurando minha mão.
Vejo a babá de Tessa correr de um lado para o
outro mexendo em uma panela e cortando legumes.
— Lila. — a chamo e ela fica tensa.
— Senhor Lewis. — ela acena e se aproxima.
— Gostaria que desse mais sua atenção a Tessa,
ela estava do lado de fora, e eu já deixei bem claro
que ela não pode estar lá sem a presença de alguém.
— afirmo sério a vendo se encolher.
Foda-se, Tessa é minha vida, ninguém vai tirá-la
de mim. Nem mesmo nossa mãe.
—Desculpe senhor. Foi um momento de
distração. — eu aceno e me afasto pegando Tessa.
— Em um momento de distração podem levá-la
de mim. Nós já discutimos isso. — deixo minhas
palavras com ela e subo para o quarto de jogos da
casa.
Contratei Lila para ser babá de Tessa, mas eu
entendo que às vezes ela tem que fazer mais que isso.
Vou procurar uma cozinheira para a casa. Lila tem
que ficar de olho em minha irmã, nada mais.
— Papai, eu... — ela esconde seus olhos de mim
e eu me sento no sofá de frente para a TV da sala.
— O quê, filha? — questiono.
—Minhas amigas têm mamães. Só eu que não
tenho. Por quê? — sua pergunta faz meu peito rachar.
Eu sabia que chegaria esse dia, mas não imaginei
que doeria tanto, eu não poderia ver a tristeza nos
olhos da minha Tessa.
Peguei minha irmã da minha mãe quando ela era
apenas um bebê, eu ainda estava na faculdade e
precisava trabalhar para cuidar dela. Então, não
esperei para terminar meu curso, apenas entrei no
time quando fizeram as primeiras chamadas. Para
hoje poder dar a Tessa e a mim um lar de verdade,
mesmo que todos os dias eu amanheça a procurando
pela casa e sinto alívio ao ver que ela está bem e ao
meu lado. Minha mãe era uma vadia estúpida e eu a
quero morta, para não ter que temer o dia que ela irá
se lembrar de que tem uma filha pequena.
Eu a odeio, nunca senti nada além de ódio por
aquela mulher.
— Tessa, todos temos mamães. Algumas foram
embora e têm outras que ainda vão chegar. — digo
com minha voz rouca.
— Então a minha foi embora ou ainda vai
chegar? — sua voz é uma seda indefesa.
— Ainda vai chegar. Não se preocupe. — minto
abraçando seu corpo pequeno.
Tessa tem apenas cinco anos, mas é tão
inteligente. Conversa como adulto e eu sou muito
orgulhoso da menina que ela se tornou.
— Eu vou fazer uma festa para ela assim que
chegar. — ela sorri e seus olhos brilham. — Você me
ajudará? — beijo seu cabelo e aceno.
— Vou, Tessa. Eu sempre vou lhe ajudar. —
prometo.
Passamos à tarde na sala de jogos. Tessa
brincando com suas bonecas, e eu no videogame.
Comemos aqui, e Lila ficou na cozinha preparando o
café de Tessa.
— Irei contratar uma cozinheira. Desculpe pelo
serviço extra, irei lhe pagar. — aviso quando
descemos para comer.
— Não se preocupe. Faço com amor. Mais uma
vez, me desculpe pelo o ocorrido. — aceno e nos
sentamos.
Escuto meu celular tocar e corro para pegá-lo na
sala. Saint.
— Acabei de marcar um encontro com as diabas
da outra noite. — Ele fala rindo e eu suspiro me
lembrando da cadela e seu desafio.
— Como conseguiu seu número? — questiono
subindo as escadas.
— Não tem número que eu não encontre. Então
marquei no Shopping, o que acha?
— Acho que hoje faço aquela diaba pagar pelo
desafio de criança que me meteu. — rindo ele
desliga.
Entro no chuveiro e deixo a água limpar minha
pele. Levo meus pensamentos a Tessa e suspiro.
Minha irmã não sabe quem é a mãe que Deus lhe deu.
Ela é má. O pior tipo de pessoa que existe no mundo.
Meu coração ainda está apertado por sua pergunta. Eu
sempre soube que ela sentia falta de uma presença
feminina em casa, mas eu nunca namorei sério e a
última coisa que eu quero é que Tessa se apegue a
alguém além de mim. Além do mais, não quero correr
o risco de alguma cadela a maltratar.
Pego minha toalha e vou para o meu closet pegar
uma calça jeans e camiseta branca. Enquanto passo
perfume me lembro do cheiro da diaba da outra noite.
Ela era tão linda, cheirosa e com um corpo que me
deixou de pau duro na hora.
Seus cabelos loiros foram à primeira coisa que
prestei atenção. Não tem como ser mais claro, é a
perfeição. A segunda coisa que me chamou atenção
foi sua boca. Ela é tão bem desenhada e suave, a
última parte eu sei o porquê a beijei. Foda-se ela
ficou em minha mente a noite inteira.
Porém, ela é uma diaba. Fiquei tão chateado por
ela me envolver em sua brincadeira estúpida. Quem
ela pensa que é?
Irei colocá-la em seu lugar, e logo depois a quero
em minha cama. Sei que ela não é inocente e tenho
mais certeza ainda que me dará muito prazer no sexo.
Eu espero por isso.
Pego as chaves do carro e ando até a sala. Já são
sete horas da noite, então Tessa já está quase indo
para a cama. Caminho até seu quarto, mas ela não
está lá. Suspiro e vou para a cozinha da casa, mas
mais uma vez não a encontro.
Mordo meus lábios controlando minha ansiedade.
Ela está aqui, Caleb. Se acalme. Respiro fundo e
ando até o jardim, onde vejo Lila balançar ela no
balanço que está pendurado na árvore grande de
frente para nossa casa.
— Lila. — chamo e vejo quando seus ombros
ficam tensos.
Não sei o que tem nela, já trabalhamos juntos há
anos e sempre quando chego ela fica assim. Tensa.
— Senhor. — ela desce Tessa do balanço e a traz
para mim. — Já colocarei Tessa para tomar banho e
dormir. — ela avisa e eu me aproximo ficando na
altura de minha irmã.
— Eu vou sair com meus amigos, tudo bem? —
questiono segurando sua mão e tirando uma mecha
do cabelo do seu rosto corado.
— Eu posso ir com você? — ela sussurra e minha
garganta aperta. — Você nunca me leva para
conhecer seus amigos, só o tio Saint, tio Dominick e
tio Hayden. — resmunga tirando seus olhos de mim.
— Tio Dominick está doente, mas quando ele
melhorar eu irei lhe levar na casa dele, tudo bem?
Hoje não posso levá-la. Até porque já está no seu
horário de dormir. — beijo sua testa e ela suspira
aceitando.
—Promete que vai me apresentar a suas amigas?
— seus olhinhos brilham e eu aceno.
— Eu vou. Prometo. — ela sorri e pega a mão de
Lila.
— Tchau. — ela balança a mão e logo depois
entra em casa.
Suspiro e ando até a garagem para pegar meu
carro. Saio de casa e conecto meu celular pelo
Bluetooth no carro para ligar para Saint.
— Onde está? — ele pergunta assim que atende.
— No caminho. Elas já chegaram? — questiono
olhando para os lados para ver se vêm algum carro.
—Não é... Estou achando que elas não vêm. —
ele resmunga de mal humor.
— Não acredito que você está na da diabinha
número dois. — gargalho pensando em Saint
apaixonado.
— Foda-se, eu gostei dela. A quero para mim. —
ele fala irritado enquanto fico rindo.
— Tudo bem cara. Se elas não forem até o
Shopping, nós vamos até a casa delas. — afirmo
sério.
— Como assim? Nem sabemos onde mora.
— Você encontrou o número de telefone.
Encontrar o endereço não vai ser difícil. — digo
sorrindo.
— Você está certo. Estou te esperando na praça
de alimentação. — e ele desliga.
Quando chego vejo Saint falar ao telefone.
Depois de Hayden e Dom, Saint é o único mais
próximo de mim. Confesso que quando o conheci
fiquei um pouco assustado. O cara é enorme e bem
moreno, ele parecia um segurança de boate. Sei lá, ele
parecia um homem barra pesada, porém não há nada
disso nele. Saint é um cara de ouro. Cuida sozinho da
mãe e irmão mais novo. Seu pai foi morto quando ele
era apenas uma criança.
Sento-me à sua frente e descanso meus braços
cruzados no peito. Espero que ele desligue a chamada
e logo está sorrindo.
— Tentei ligar para Alisha, mas não me atende.
Então consegui o endereço. — ele deixa a frase no ar
e eu bufo impaciente.
—Então?
— Elas são universitárias, Caleb. — Ele ri e eu
engulo em seco.
Foda-se ainda são malditas crianças.
— Isso explica a brincadeira estúpida delas. —
reviro os olhos e ele acena.
— E aí? Vamos até lá ou esquecemos delas? —
ele pergunta, mas eu estou vendo seu rosto se
contorcendo com a ideia.
— Você não vai esquecer, eu sei. — dou de
ombros e me levanto. — Vamos pegar as diabas. —
resmungo lembrando de... — Como é o nome da
minha diaba? — questiono vendo que eu não lembro
como ela se chama.
—Annabelle.
Belle, Belle, estou indo te pegar, minha diaba.
Capítulo Três
Annabelle

perto meus dedos entre minhas sobrancelhas

A tentando relaxar contra a cadeira. Os livros


estão amontoados ao meu redor, e minha
cabeça lateja pelas palavras que se misturam me
fazendo fechá-los em um baque.
— Estou tão cansada. — Lauren diz se esticando
na cama.
— Sim, eu também. — confirmo.
—Sabe você não falou nada depois que
completou o desafio. O cara mexeu com você? — sua
pergunta me faz parar o movimento da caneta contra
a mesa.
Caleb.
Sim, esse era o seu nome. Eu desanimei depois
que o perdi entre a multidão. E quando cheguei a casa
dormi pensando nele.
— Eu... — olho para Lauren que espera minha
resposta e opto por falar a verdade. Eu não a conheço
bem, mas falar que um cara mexeu com você não é
nada demais. — Sim, ele mexeu. Ele era tão bonito,
mas eu não sei. Ele me chamou atenção e seu beijo...
Meu Deus! Fiquei ardendo só sentindo seus lábios
nos meus, não posso imaginar quando estivermos
juntos, finalmente. — suspiro mordendo meus lábios
ao lembrar dele.
— Cara, eu acho que você deveria procurar ele.
Tesão reprimido não faz bem a nenhuma mulher. —
Lauren ri e joga o travesseiro em meu rosto.
Vagabunda.
— Como se fazer isso fosse simples... — reviro
meus olhos olhando para ela. — Eu nem sei seu
número ou nome completo...
—Annabelle... — meu corpo arrepia com sua voz
e eu a olho. — Não acredito que não conhece aquele
homem. — sua boca está aberta em choque.
— Como assim? É óbvio que não. O conheci
ontem. — franzo minha testa sem saber aonde Lauren
quer chegar.
— Ele é jogador do Arizona Cardinals. Onde
você vivia Anna? — Ela se levanta e vem até mim.
— Meu Deus! — arregalo meus olhos e meus
lábios caem abertos.
Caralho!
— Jesus! Ele é um jogador? — minha voz sai
desacreditada.
— Sim! Eles ganharam o estadual esse ano, seu
melhor amigo sofreu um acidente uma semana depois
e ficou paraplégico. Você não assiste jornal? — ela
pergunta como se eu fosse uma alienígena.
— Eu não sabia. — pisco me sentando ereta na
cadeira.
— Sim. Então você vai procurá-lo? Podemos
encontrar seu número com alguma das meninas. Eu
acho que elas têm. — ela morde sua unha longa e eu
balanço a cabeça me levantando.
— Não. Ele é um jogador, você sabe o que falam
deles? — questiono vendo a confusão no rosto dela.
— Não. Eu não sei. Que tal me falar? — Lauren
ri e se aproxima de mim, curiosa.
— Ouvi dizer que eles fazem sexo grupal e meu
Deus! Isso é terrível. — digo lembrando das
conversas que escutei sobre os jogadores da
Universidade, não que Caleb seja um deles, até
porque ele joga no profissional.
— Você tem a cabeça tão fértil. Poderia até
engravidar só com a força do pensamento. — ela ri e
eu empurro seu ombro a fazendo cair na sua cama.
— Besta.
— Olha vou tomar banho, pois tenho que sair. —
ela pisca e eu já sei que irá para a casa de Kane.
— Tomara que ele esteja com seus amigos. —
falo rindo quando ela me mostra o dedo do meio.
Infantil.
Guardo meus livros e pego meu celular para
verificar o relógio que marca 18 horas. Hoje é
domingo e aqui no Campus é tudo tão calmo nos
finais de semana. Quando Lauren volta do banheiro
alguém bate à porta. Caminho para lá enquanto ela
vai se vestir. Alisha sorri tensa para mim do outro
lado e eu a puxo para dentro.
— O quê? — questiono seu jeito esquisito.
— Ele me ligou. Como conseguiu meu número
eu não sei, mas ele ligou e eu estou muito assustada.
Se eles quiserem se vingar da gente? O que fizemos
foi feio e eles ficaram bem chateados. — Ela derrama
as palavras com seus dedos tremendo e eu a sento na
minha cama.
— Alisha, respira. — peço e ela me obedece,
devagar, fazendo seu peito subir e descer.
— Você entendeu? — seus olhos castanhos estão
amedrontados e eu não deixo de rir dela.
— Alisha, pelo amor de Deus! Ele deve querer
transar com você, não te matar. — ela faz careta e
empurra minha cintura.
— Tudo bem. — Ela respira fundo e sorri. —
Nós vamos ao Shopping com eles! — ela pula na
cama como uma criança de cinco anos e eu preciso
segurar a cadeira para entender o que disse.
— Eles? — meus olhos se arregalam.
— Sim, Caleb e Saint. — ela sorri alegre e eu me
pergunto onde está a garota medrosa que estava aqui
nesse instante.
— Você está louca? Como assim nós quatro?
Você pode ir só com Saint. —Digo sentando ao seu
lado.
— Não. Eu não sairei sozinha com um cara que
não conheço, além do mais, Saint disse que Caleb
quer te ver. — ela dá de ombros fazendo seu cabelo
ondulado e preto pular.
— Me ver? — mordo meu lábio pensando na
possibilidade.
Eu quero aquele homem, mas eu tenho medo por
ele ser um jogador. Ele só quer sexo e nada mais,
talvez eu também queira, mas e se no caminho eu me
apaixonar?
— Você está pensando demais. Vamos logo. —
ela manda e me puxa para se levantar.
Tudo bem. Não pire.
Pego uma calça jeans no meu guarda-roupa e
deslizo-a pelas minhas pernas depois que tomei
banho. No banheiro limpei todos os lugares possíveis
e me depilei também, não que eu esteja pensando em
dormir com Caleb, não.
Quero dizer, talvez sim. Eu não sei.
Fecho meu sutiã preto que está combinando com
a minha calcinha e visto uma regata e uma jaqueta
preta por cima. Ao me olhar no espelho fico
pensando se não é melhor eu trocar, mas eu não tenho
tempo para isso. Solto meus cabelos e passo meus
dedos entre as mechas para domá-las.
Respiro fundo e vejo meu celular tocar. O nome
da minha mãe aparece e eu fico tensa sentindo meus
dedos suarem. Porém, eu sei que ela não vai parar até
que eu atenda.
— Alô.
— Pensei que iria me deixar chamar no seu
celular até amanhã. — ela resmunga de mau humor.
— Desculpe. — minha voz sai tão estúpida.
— Tanto faz agora me fale como foi sua semana.
O curso está sendo difícil? Você sabe que tem que se
esforçar. Não espero nada além do primeiro lugar na
turma para você. Não me decepcione. — ela fala
devagar fazendo suas palavras entrarem em minha
cabeça como um som retumbante.
— Foi ótima. Não se preocupe, estou adorando,
as matérias são legais. — minto forçando minha voz
soar alegre. Olho para meus livros na mesa ao lado da
minha cama e faço uma careta.
— Isso é ótimo. Cuide-se Annabelle e cuidado
com possíveis distrações. — e ela desliga me
deixando com os pelos arrepiados e sua aura negra
me puxando para a escuridão.
Mordo meu lábio e suspiro fechando meus olhos
fortemente. Não pire.
— Temos que voltar para meu quarto, eu esqueci
meu celular. — Alisha avisa assim que entramos em
meu carro.
— Meu Deus, Ali. — resmungo saindo do carro
e a acompanho em passos lentos até o prédio do seu
quarto.
Assim que a porta se abre vejo Tara passando
batom nos lábios de frente para o espelho.
— Não iam sair? — Ela franze suas sobrancelhas
e eu sorrio a cumprimentando.
— Tara. — aceno. — Alisha esqueceu o celular
e, bem, ela demorou bastante para chegar a meu
quarto. — digo e Ali me mostra a língua ao ouvir
minha reclamação.
— Tudo bem. Porém, eu já vou indo. — Ela se
despede e sai em seguida.
— Onde ele está? — Ali questiona passando a
mão pelos cabelos, enquanto procura o celular.
— Onde o colocou a última vez que o viu? —
pergunto olhando para os lados no quarto.
Seu quarto é como o meu. Tem duas camas em
cada parede e um guarda-roupa grande dividido para
as duas pessoas que moram aqui. O quarto é simples.
Mas o lado negativo daqui é o banheiro, que é
coletivo. Eu odeio.
— Achei! — pulo quando Ali grita e, ao mesmo
tempo, batem em sua porta. — Quem será? — ela
torce o nariz, confusa.
— Tara? — indico, mas ela abana a mão
descartando minha dica.
Ao abrir a porta Ali fica branca então apareço ao
seu lado para saber quem é. Minha boca se abre e eu
engulo em seco vendo Caleb na porta junto com
Saint.
Ele está com os braços cruzados e as pernas
separadas olhando diretamente para mim. Minha boca
seca olhando para seu tamanho, seu corpo é magro,
mas composto de músculos firmes.
Umedeço meus lábios, que secaram de repente e
o vejo respirar forte. Bom.
— Por que não foram ao nosso compromisso? —
Saint pergunta e eu pulo assustada.
Meu Deus! Sua voz é tão rouca e ele é tão cara de
segurança forte. Ele é quase o dobro de Caleb.
— Eu... Eu... — Ali murmura sem nexo e eu
pego sua mão tentando acalmá-la.
— Estávamos indo. É que mulheres se atrasam e
Alisha ainda esqueceu seu celular. — sussurro
olhando para Saint.
Se eu tivesse falando e olhando para Caleb, com
certeza eu não falaria um terço da frase. Ele me deixa
sem ar.
— Bom. — Caleb responde dando um passo para
trás. — Vamos. — ele manda e eu estúpida vou sem
retrucar.
Alisha fecha a porta e bate em meu corpo quando
se vira e me vê parada olhando o corredor de frente
para a sua porta. Pelo menos cinco meninas estão em
suas portas encarando Caleb e seu amigo. Enrugo a
testa e volto a andar atrás deles.
As garotas suspiram quando passamos e eu reviro
os olhos. No estacionamento caminho para meu
carro, porém paro meus movimentos quando sinto a
mão de Caleb rodear meu pulso.
— O quê? — questiono virando.
— Vamos no meu carro. — não foi um pedido,
no entanto.
— Como eu e Ali iremos voltar? — questiono
puxando meu pulso, mas ele aperta me fazendo parar.
— Eu venho deixar você, já sua amiga, é negócio
do Saint. — sua voz sai decidida e eu respiro fundo
me deixando levar por ele para seu carro.
Ainda bem que não me esqueci de dinheiro. Seria
minha ruína esquecer um método de voltar para casa.
Ele abre a porta e eu deslizo me sentando. Coloco o
cinto e espero-o dar a volta entrando no carro. Saímos
do Campus com o carro de Saint na frente do nosso.
Eu não sei onde eles estão nos levando, mas acho que
é para o Shopping.
— Você vai ficar calada o caminho inteiro? —
ele resmunga parando em um sinal vermelho.
— O que quer que eu fale? — questiono olhando
pela janela.
— Quero que olhe para mim e fale. O quê? Não
sei. Fale de você. — sua voz sai tão impaciente que
me pergunto se ele está aqui obrigado.
— Saint te obrigou a vir? — pergunto olhando
diretamente para seus olhos.
— O quê? Lógico que não. De onde tirou isso?
— seus olhos estão tão confusos que eu me deixo
sorrir.
— Você está mal-humorado. Não sei... — dou de
ombros voltando a prestar atenção na rua
movimentada.
— Não estou mal-humorado. Você que é muito
teimosa. — seus dedos batem contra o volante e eu
bufo.
— Não fiz nada além de acatar suas ordens desde
que bateu seus olhos em mim, a menos de dez
minutos. — informo.
— Eu não estou lhe dando ordens. — ele late
irritado e eu suspiro voltando a olhar para seu rosto.
— Sim, você está.
— Retiro o que falei. Fique quieta mesmo. — ele
manda e eu aperto meus olhos vendo seu rosto bonito
se contrair.
— Você é um babaca. — digo simplesmente e
quando vejo seu rosto eu quero rir.
— Me chame assim novamente que não iremos
para porra de bar nenhum. — irritado é apenas um
eufemismo para seu estado agora.
— E para aonde iremos? — atrevo-me a
perguntar sentindo minha barriga apertar em
contentamento.
Eu sou uma depravada. Eu sei, mas eu quero que
o céu caia em cima de mim se eu não estou em êxtase
pela possibilidade de ir para sua cama.
— Você irá para minha casa e eu vou te foder até
você me dizer o porquê de me aderir a seu jogo
idiota.
Minha calcinha está ensopada em antecipação e
meus pensamentos insistem nas cenas dele me
fodendo pela sua casa. Meu Deus, eu sou uma
pequena cadela sedenta por sexo.
Dando uma última olhada em seu rosto me viro
lembrando de cruzar minhas pernas e focar nas
paisagens passando por nós.
— Boa menina.
Capítulo Quatro
Caleb

u vejo quando ela cruza suas pernas uma e

E outra vez durante nosso trajeto até um bar que


Saint e eu vamos sempre. Ela está excitada e se
eu não tivesse dirigindo eu iria dar prazer a ela.
Entramos no bar alguns minutos depois, e eu
aceno para o dono e sua esposa que estão atendendo
algumas pessoas no balcão do local. Saint escolhe
uma mesa e, juntos, nos sentamos.
— O que irão querer? — pergunto me levantando
junto com Saint.
— Água. — as duas falam em uníssono. Vamos
para o bar e eu sorrio vendo Kátia empurrar Paul para
o lado vindo até mim.
— Você, lindo como sempre e você... — ela
lambe seus lábios olhando para Saint. — Gostoso
como sempre. — nós rimos quando seu marido lhe dá
uma tapa na bunda.
— O que vão querer? E aquelas meninas bonitas?
— Kátia pergunta olhando para Belle e Alisha.
— Nossas garotas...
— De hoje. — completo a fala de Saint e ele me
manda um olhar afiado. Dou de ombros, ele sabe que
é verdade.
— Ainda irão encontrar uma mulher para amarrar
suas bolas e nesse dia eu quero estar na primeira fila
vendo o quanto vocês serão massacrados pelo próprio
coração. — Kátia bate os dedos em seus lábios e sorri
forte olhando para as meninas.
— No dia que você me ver assim, me amarre
com uma corda no pescoço. — brinco, fazendo-a
revirar os olhos castanhos.
Paul abraça seu corpo roliço e beija seu rosto
fazendo eu e Saint revirarmos os olhos.
— Quando isso acontecer você vai estar tão
afogado em lágrimas que morrerá sozinho. Sem nossa
ajuda. — ele pisca e se afasta.
— Quero duas águas e uísque puro. Obrigado. —
ela se afasta com uma careta.
Pegamos nossas bebidas e voltamos para onde as
meninas estão. Sento-me ao lado de Annabelle e
afasto seus cabelos loiros do rosto a fazendo me
olhar.
— O que está pensando? — sussurro perto do seu
ouvido.
— No quanto irei acordar cansada amanhã. —
ela sorri e eu me lembro que ela ainda está na
Universidade.
— O que você cursa? — pergunto deslizando sua
água para perto dela.
Ela engole em seco e leva o copo aos seus lábios
antes de me falar.
— Medicina. — sua resposta é curta e eu aceno
entendido. Seus olhos fogem de mim e se concentram
no copo à sua frente.
Quando ela fala me parece que não gosta do
curso, mas como não a conheço não sei dizer ao
certo. Bebo meu uísque devagar enquanto a vejo pela
minha visão periférica sorrindo para as piadas idiotas
de Saint e olhar admirada para sua amiga.
— Caleb. — me viro quando escuto me
chamarem, mas logo quero fingir que não ouvi.
— Ashley. — afirmo acenando.
— Eu gostaria de saber o porquê de não ter me
ligado na noite passada. Você sabe, Debb me disse
que estava no "Gabes", ontem. — Ela estala sua
língua e se aproxima de mim, baixando seu corpo
para ficar na altura dos meus olhos.
— Não precisei de você. — digo entre dentes,
dando um dos meus olhares de aviso. Mas a cadela é
pior, ela sabe onde apertar meus botões e faz isso sem
pestanejar.
— Você acha que ela vai aguentar você na cama?
— ela aponta para Annabelle e lhe dá um olhar cheio
de raiva para logo voltar sua atenção para mim.
— Eu acho que você está acostumada comigo na
sua cama, porém sabe que não vou mais estar lá. —
me levanto a pegando pelo braço. — Vá embora. —
mando trincando meus dentes.
— Você vai fazer seu caminho para lá logo, logo.
Você sabe disso. — ela se inclina e beija minha boca
para logo se afastar.
Mordo meus lábios com vontade de pegar Ashley
pelos cabelos e lhe bater. Vadia filha da puta.
Balanço a cabeça e volto a me sentar ao lado de
Annabelle que viu a cena estúpida de Ashley. Pego
minha bebida e a bebo olhando para frente.
— Por que não aproveita e a leve para sua casa e
aproveita para fodê-la no meu lugar? — ela pergunta
séria e eu quase engasgo com meu uísque.
Olho para seu rosto e a vejo calma, sem
demonstrar qualquer raiva ou brincadeira.
— Por que eu quero foder você em minha casa.
Não ela, não qualquer outra mulher. — a encaro
firme e deixo meus lábios se arrastarem pelo seu
pescoço alvo.
— Por quê? Você quer me punir pela
brincadeira? — ela procura meus olhos e eu suspiro
me afastando. — Eu juro...
— Antes de saber desse caralho eu já queria
você, Belle. — vejo quando se retrai ao me ouvir,
então me afasto novamente querendo ver seu rosto.
Querendo saber se ela quer a mesma coisa que eu.
—Annabelle? — a chamo vendo seus olhos
apertados e novamente ela se retrai.
— Me desculpe. — sua voz sussurra e eu elevo
seu rosto para mim.
— Você me quer, não é? — questiono quando ela
abre seus olhos.
— Sim. Eu quero. — ela afirma e acena devagar.
— Bom. — me afasto voltando minha atenção
para Saint e Alisha.
— Porém, eu não... — ela se cala e eu espero que
continue.
— O que estava falando? — questiono quando
vejo que não continuará a falar.
— Eu não aceito que beije outra mulher na minha
presença. Eu não quero compromisso e nem nada do
tipo, mas eu mereço respeito. — ela fala calma
prestando atenção em minha reação.
— Eu entendo. Não se preocupe. Ashley
enlouqueceu. Isso não vai acontecer novamente. —
afirmo sério. — E eu não quero relacionamento com
ninguém, nem mesmo espero repetir. — ela faz uma
careta e acena mordendo seu lábio fazendo o sangue
dele ficar preso entre a pele e a carne.
Depois disso, ela se encolheu e não falou mais
comigo. Eu quis me bater por falar essa merda, mas é
a verdade. Já tenho Ashley que é uma tremenda dor
na bunda, não preciso de mais uma garota.
Pago a conta e espero com Saint, Alisha e Belle
voltarem do banheiro.
— Você vai levar ela para o Campus? —
pergunto deslizando minha carteira no bolso da
minha calça.
— Não agora. Te encontro amanhã. — ele bate
em minhas costas e se afasta indo encontrar Alisha
que já caminha em nossa direção.
— Podemos ir? — pergunto pegando a mão de
Annabelle.
— Sim.
Ao entrar em minha casa vejo tudo escuro e
acendo a luz da sala. Levo um susto ao ver Lila
sentada no sofá, somente de camisola. Que porra ela
está fazendo aqui na sala? Lila é como uma mãe para
Tessa, mas nunca lhe dei permissão de ficar assim
pela casa. Seu corpo está quase desnudo no sofá e eu
suspiro vendo Belle me olhar séria. Lila não é uma
mulher mais velha que eu, mas já é uma mulher feita.
Eu entendo a careta de Annabelle.
— Lila. — chamo e empurro seu ombro. Ela
desperta aos poucos e arregala os olhos quando me vê
a sua frente.
— Desculpe Caleb. Eu... Eu... — ela para de falar
quando vê minha acompanhante na sala. — Oh me
desculpe. — ela se levanta e se apressa para sair da
sala.
Respiro fundo e lhe dou boa noite. Viro-me para
Annabelle e a vejo de braços cruzados apertando seus
seios.
— Eu deveria ir. — sua afirmação verbera pela
minha sala de estar silenciosa.
— Por quê? — me aproximo dela em passos
lentos e eu a vejo dar alguns para trás até chegar na
parede.
— Pelo amor de Deus, Caleb! — ela suspira
baixo e morde seus lábios novamente. — Eu já fui
surpreendida por duas mulheres em uma noite. O
quê? Vai sair alguma debaixo da sua cama enquanto
estivermos lá? — ela continua falando e eu sorrio
sentindo o cheiro dos seus cabelos.
— Ela é minha empregada, Annabelle. —
respondo e seguro sua cintura apertando-a devagar.
— Agora que tal pararmos de falar? — olho em seus
olhos e ela suspira acenando.
Bom.
Seguro sua nuca pegando alguns dos seus cabelos
a fazendo se arquear para que eu possa alcançar sua
boca. O gosto de menta da pastilha que ela e sua
amiga compartilhavam explode em minha boca
quando sua língua viaja pelos seus cantos.
—Segure. — mando com um rosnado a
levantando pela cintura.
Annabelle se agarra a mim e devagar subo as
escadas até meu quarto. Olho de relance para o quarto
ao lado do meu; de Tessa e me preocupo dela ver
Annabelle aqui, mas não penso por muito tempo, pois
a menina em meus braços puxa meu rosto de
encontro à sua boca.
Fecho a minha porta com o pé e deito em cima de
Belle na cama me empurrando de encontro ao seu
núcleo apertado. Afasto-me respirando fundo e a
deixo deitada na cama totalmente sedenta. Seus olhos
me procuram e eu aceno para sua calça jeans.
— Tire a roupa. — ela engole em seco, mas me
obedece.
Suas pernas são pequenas, mas tão bem torneadas
que eu quero lamber cada pedaço de pele que está
visível aos meus olhos. Sua calcinha é de renda preta
e eu suspiro vendo o quão pequena ela é.
— Nua.
Reforço meu pedido quando vejo que ela para de
se despir. Seus dedos ágeis desprendem o fecho do
seu sutiã, porém ela não os descobre para que eu os
veja sem nada.
— Retire. — rosno deslizando minha calça e
cueca para baixo.
— Venha retirar você, seu mandão. — ela fala
suavemente me fazendo suspirar e sorrir. Ela é
abusada. Eu gosto.
Pego seu tornozelo e a puxo para o final da cama
levantando sua perna. Escovo meus lábios pela sua
pele macia e grunho vendo sua calcinha ensopada
grudada em sua doce boceta. Foda-se, eu estou quase
gozando só de ver isso. Passo meus dedos por cima e
ela arqueia querendo mais contato. O sutiã quase
caiu, mas ela foi mais rápida e o segurou.
— Por favor. — escuto seu pedido e sorrio
sentindo sua necessidade de longe.
— Retire sua roupa, Annabelle. — mando sério.
Seus olhos crescem, mas ela faz o que mandei.
Bom.
Os bicos dos seus seios aparecem para mim e eu
salivo com a vontade de prendê-los entre meus dentes
e lábios. Sua calcinha desce a deixando nua em
minha cama.
— Você é linda, Belle.

Annabelle

Meu corpo inteiro se arrepia com a voz rouca de


Caleb. Seus olhos passam pelos meus seios até meu
núcleo pulsante me fazendo tremer de desejo. O que
está acontecendo comigo? Eu nunca senti nada
parecido com essa necessidade que esse homem está
me fazendo sentir.

Caleb fica de joelhos na cama e de relance


consigo ver seu membro reto e longo. Não direi que
não vai caber, pois tenho certeza de que comigo
molhada assim, com certeza vai entrar e me dar
prazer como nunca tive.
Estranho quando o vejo ainda de camiseta, mas
logo trato de pegá-la pelas bordas para ajudá-lo a tirá-
la por sua cabeça, porém recuo quando sinto meus
pulsos serem apertados pela mão de Caleb.
— O... — tento questionar, mas sua voz me faz
ficar em silêncio.
— Não. — sua voz é fria e logo afasto a minha
mão do seu corpo.
— Por...
— Sem perguntas. — procuro seus olhos e me
surpreendo ao ver a intensidade brutal que me olha.

Engulo em seco fechando meus olhos e aceno.


Não entendo seu jeito, mas não irei contrariá-lo. Se
ele não quer perguntas, eu não irei me atrever. Somos
dois estranhos que querem transar, então sem
perguntas.
— Tudo bem.
Quando ele encontra o caminho para beijar
minha boca eu o devoro. Seguro seus cabelos um
pouco grandes ainda receosa da sua reação, mas
relaxo quando ele não me para. A mão dele aperta
lugares em meu corpo até chegar a minha intimidade
sedenta por ele.
Seus dedos brincam com minha excitação, me
fazendo empurrar meu corpo para ele. Em meu baixo
ventre uma onda de arrepios se alastra pelo meu
corpo quando o clímax se constrói em mim. Com
apenas um movimento dos dedos de Caleb entrando
em mim, eu desmorono. Nos meus olhos luzes
piscam brilhantes e eu os aperto respirando forte,
porém logo um grito rasga minha garganta quando
ele entra em mim sem cerimônia.
Seu membro longo alcança meu ponto G e em
menos de segundos estou gozando novamente. No
meio da minha névoa lembro de que não o vi pegar
um preservativo, mas esqueço isso quando
novamente ele entra e sai de mim rápido e forte.

Eu não dei atenção para o que Ashley falou, mas


agora eu estou começando a entender o que quis dizer
com a sua força na cama. Caleb me fode sem dó ou
piedade. Seu quadril bate no meu cada vez que entra
em mim e suas mãos apertam minhas coxas e cintura
com força desmedida.
Quando sinto meu corpo querer chegar a um
novo orgasmo, Caleb começa a tremer e alcançar seu
desejo. Meus músculos relaxam quando o sinto sair
de dentro de mim, mas antes que eu adormeça
cansada, o vejo retirar o preservativo.
Graças a Deus!
Capítulo Cinco
Annabelle

inha cabeça gira quando abro meus olhos. A

M luz da manhã entra pelo quarto e eu começo


a estranhar já que não tem janelas em meu
quarto, porém logo me lembro que não estou no
Campus. Estou na casa de Caleb. Olho para o lado a
sua procura, mas os lençóis estão intactos, não
deixando qualquer dúvida de que ele não dormiu
aqui.
Procuro a cadeira que coloquei minha bolsa, mas
aqui não tem nada, além de uma cama e um guarda-
roupa grande. Esse não é o quarto dele. Eu não
acredito que o filho da mãe me colocou em outro
quarto. Que escroto!
Sento-me puxando os lençóis para cobrir minha
nudez e quase caio da cama ao ver uma criança
sentada na borda. Abro a boca a vendo com as duas
mãozinhas no queixo sorrindo terna para mim, mas
volto a fechá-la sem saber o que falar.
— Você é a minha mamãe? A que papai disse
que estava chegando? — sua voz suave e baixa me
questiona e eu tenho que segurar o colchão para que
eu não caia.
Porra! Caleb é pai?
Respiro fundo e tento pensar em algo coerente
para falar, mas nada me vem à cabeça. A criança
continua me olhando e eu engulo em seco. Vamos, lá.
Fale algo, sua burra.
— Humm... Qual é o seu nome? — sim, eu fiz
essa pergunta.
— Tessa e o seu? — ela parece esquecer-se da
primeira pergunta e eu relaxo.
Quando vou responder, paro e me pergunto se
posso falar assim. Porém, ela é somente uma criança,
não vou mentir para mais uma pessoa.
— Marianne. — meu lábio treme quando falo
meu nome verdadeiro. Uma vontade imensa de
chorar bate em meu peito, mas a afasto. Não quero
que Tessa se assuste comigo. — Porém na frente das
outras pessoas você tem que me chamar de Belle. Vai
ser nossa brincadeira. O que acha? — espero sua
reação e confirmação, mas quando sua boquinha ia se
abrir seu pai entrou no quarto.
— Tessa. — ele respira fundo e caminha até ela a
pegando nos braços.
— Bom dia, papai. — ela beija seu rosto e meu
coração aquece o vendo olhar para ela com adoração.
— Eu estava te procurando. O que faz aqui?
Você acordou Belle? — eu sorrio tensa quando ela
me olha, talvez pensando que seu pai também está na
minha brincadeira. Porém relaxo quando ela pisca e
sorri.
— Eu estava olhando seu sono. Você sempre faz
comigo. — ela sorri retirando os cabelos que estão
em seu rosto.
— Sim... — ele olha para mim pela primeira vez
depois que entrou no quarto e meu corpo se arrepia
lembrando ontem. O que foi aquilo? Fecho minhas
pernas e solto um gemido de dor quando sinto o quão
dolorida ele me deixou.
— Você pode descer para tomarmos café? — ele
pergunta com sua testa franzida e eu aceno
confirmando.
— Só preciso tomar banho. É... Onde estão
minhas... — aceno para meu corpo temendo que
Tessa entenda que estou nua debaixo desse lençol e
ele acena rindo de lado.
— Estão ali. — sua mão aponta para o criado-
mudo e meu rosto aquece vendo sua filha olhar para
elas.
— Obrigada.
Eles saem me deixando sozinha e eu suspiro me
levantando e indo tomar o banho. A água quente
corre pelo meu corpo e eu relaxo passando minhas
mãos por ele. Pego um shampoo e lavo meus cabelos
devagar fazendo massagens no meu couro cabeludo.
Quando pego a toalha branca para me enxugar
penso em Caleb e Tessa. Quem é a mãe dele? Será
que morreu em seu parto? Penso na sua pergunta e
meu coração dói por ela. Tessa quer uma mãe. Deve
ser difícil ir à escola e ver suas amiguinhas
acompanhadas e ela não.
Depois de estar vestida e com os cabelos
penteados por meus dedos, já que não encontrei
nenhum pente ou escova no banheiro, pego minha
bolsa da cadeira e a levo comigo. Irei embora na
primeira oportunidade que eu tiver.
Entro na sala e escuto as vozes de Caleb e Tessa
rindo, mas quando entro vejo a garota que vi ontem
aqui no sofá. Seus olhos crescem quando me vê. O
prato que estava em sua mão cai e eu me aproximo
para ajudá-la. Seus olhos estão marejados e eu não
entendo sua atitude. Ela me conhece?
— Desculpe. — sua voz sai amarga e eu levanto
meus olhos para vê-la.
Agora a realidade me bate. Ela gosta de Caleb.
Ontem achei tão estranho ela estar na sala só de
camisola. Qual é a empregada que faz isso? Eu me
senti insultada. Não bastava Ashley? Ainda tinha uma
mulher em seu sofá? E só um cego não vê o quanto
ela é bonita. Ela é morena com cabelos pretos. Seus
quadris são largos e eu me sinto menos gostosa na
sua frente.
— Não se preocupe. — digo com um sorriso,
mas ela não me dá atenção, apenas sai da cozinha
sem falar nada.
Sento-me ao lado de Tessa e ela sorri pegando
um pedaço de fruta de sua taça cheia delas.
— Bom dia.
— Bom dia, Belle. — Tessa e Caleb falam juntos
e eu aceno pegando um prato com ovos e pães.
Como em silêncio e quando levanto minha
cabeça vejo Tessa olhando para mim. Como ela pode
ser tão linda? Seus cabelos são castanhos chocolates e
seus olhos são castanhos como os de Caleb. Não
posso negar que eles se parecem.
— Você não respondeu minha pergunta Mari...
— arregalo meus olhos quando ela quase fala meu
nome. — Belle. Por quê? — meus olhos fogem para
Caleb que nos olha sem entender nada e eu mordo
meus lábios.
— Desculpe por não responder, Tessa. — peço e
engulo em seco sem saber como responder.
Eu não sou sua mãe e muito menos alguém que
vai conviver com ela. Não irei criar expectativas em
uma criança. A verdade é que eu deveria ter ido
embora ontem mesmo. Isso não estaria acontecendo,
porém eu também não teria conhecido Tessa. E eu
gostei dela, eu não me arrependo de conhecê-la.
— O que você perguntou a Annabelle, Tessa? —
Caleb pergunta e eu abaixo minha cabeça com medo
da sua reação.
— Que... Perguntei se Belle era minha mamãe
que estava vindo. — eu vejo quando ele fecha os
olhos e se afasta da mesa encostando-se à cadeira.
— Tessa... A Belle não é sua mamãe. Ela é
apenas uma colega do papai. Só. — eu não sei o
porquê, mas algo dentro de mim se remexe com suas
palavras.
— Não. Ela é minha amiga. Não é Belle? — seus
olhinhos estão brilhando e eu sinto meu peito apertar.
— Sim. É. Eu e Tessa somos amigas, Caleb. —
afirmo olhando diretamente para seus olhos.
Ele aperta sua mandíbula enquanto seus olhos me
olham com raiva reprimida. Foda-se ele. Eu não vou
dizer para uma garotinha que não somos amigas. Que
tipo de pessoa ele pensa que sou?
— Papai? — ela o chama e sua atenção se volta
para ela. — Não olhe assim para minha amiga. — Ela
pede e eu sorrio deixando minha mão apertar a sua.
— Ele não me dá medo, Tessa. Não se preocupe.
— afirmo e ela sorri acenando.
— Eu não sou um monstro para dar medo em
ninguém. — ele fala firme.
— Não. Você é um idiota. — tampo minha boca
e quero me bater por ter falado isso na frente de
Tessa.
— O que é um idiota? — Caleb respira fundo
quando Tessa pergunta e olha diretamente para mim,
me recriminando.
— É um cara muito legal. — respondo e termino
de beber meu suco. — Agora eu preciso ir. — afasto
a cadeira e me levanto.
— Onde você mora? — Tessa pergunta e eu me
abaixo ao seu lado ficando na sua altura.
— Moro na minha escola. — falo como se fosse
um segredo e ela ri arregalando seus olhos.
— Lá é legal? — aceno e beijo seu rosto. —
Você pode vir me ver novamente? Papai não me leva
para sair e eu gostaria de ir a uma praça brincar. Você
me leva? — seu pedido me faz querer entrar em um
buraco e gritar de tanta fofura em meu peito.
— Se seu pai deixar, eu te levo sim. — afirmo
beijando seu rosto fofo.
— Eu te levo a porta. — Caleb nos interrompe
levantando e olha para Tessa. — Me espere aqui, nós
iremos conversar.
Eu saio da cozinha com Caleb me acompanhando
até a sua porta. Pego meu celular e chamo um táxi até
aqui depois de pedir o endereço. Ele abre sua porta e
a fecha atrás de nós.
— Não faça isso. — Caleb pega meu braço e o
aperta entre seus dedos me fazendo voltar para perto
do seu corpo.
— Não faça o quê? Solte meu braço. —puxo-o
com força fazendo ele me deixar ir. Acaricio as
marcas e o olho como se fosse louco.
— Não dê esperanças a minha filha, você e eu
sabemos que não irão mais se ver. — ele está tão
irritado e eu quero bater em seu rosto por falar assim
comigo.
— Você não sabe de nada. Se eu quiser vou vir
vê-la sim. Agora se me dê licença gostaria de esperar
o táxi sozinha. — falo encarando seu rosto tenso.
— Não se meta com Tessa, Annabelle. Isso é um
aviso. —Ele entra e bate a porta e eu luto com a
vontade de bater lá e mandá-lo se foder.
Escroto estúpido!
Deslizo a caneta na folha de papel respondendo
as perguntas da prova. Mordo meu lábio me
concentrando na pergunta e suspiro terminando.
Reviso as minhas respostas três vezes antes de me
levantar e entregar o papel para o professor. Meus
nervos estão inflamados. Eu não posso ir mal nessa
prova. Eu não posso fazer com que minha mãe me
ligue e reclame de mim.
Eu pareço uma criança no fundamental, mas
ninguém além de mim conhece a fúria de Beatriz.
Ninguém.
— Pare de andar de um lado para o outro. Você
vai fazer um barraco no chão. — Tara informa
mascando seu chiclete.
Ela saiu de sua aula e me encontrou aqui
esperando por Alisha e Lauren que foram comprar
um lanche.
— Eu não posso sair mal nessa prova. — repito
pela décima vez.
— Você não vai. Pare com isso, Anna. Você
estudou, vai sair melhor que todas. — Tara aperta
minha mão e eu aceno me sentando ao seu lado.
Olho para a tela do meu telefone e vejo uma
chamada perdida de um número desconhecido. Trago
o celular para minha orelha e espero a pessoa atender.
Toda e qualquer pessoa passou pela minha cabeça,
menos Caleb.
—Por que não me atendeu? — ele rosna e eu
suspiro.
— Bom dia para você também. — Reviro os
olhos e Tara se senta arregalando os olhos. Sua boca
me pergunta em silêncio se é Caleb e eu aceno.
— Você fez uma promessa a minha filha e agora
ela está cobrando. — Sua voz sai tão entediada que
eu quero matar ele por me menosprezar desse jeito.
— Então eu deveria estar falando com ela, não
acha? — debocho e Tara franze a testa sem saber o
que falar.
— Foda-se, eu estou lhe esperando. Venha. —
ele manda.
— Você vai esperar muito, viu? Você não manda
em mim, então passe o celular para Tessa que vou
falar com ela. — digo séria e o escuto ranger os
dentes.
Bom.
— Eu vou te castigar quando estiver na minha
frente...
— Pensei que ouvi você dizer que não repetia. —
me atrevo a lembrar da sua frase escrota.

— Mas eu vou. — ele diz tão sério que eu aperto


minhas pernas juntas em antecipação.
— Passe para Tessa. — peço em voz baixa.
— Mari? — sua voz me chama e eu fico tensa ao
pensar que Caleb está ao seu lado. — Belle?
— Oi amor. Não se esqueça da nossa brincadeira,
Tessa. — sussurro temendo que seu pai ainda esteja
com ela.
— Eu lembro. Vamos ao parque hoje? Papai
deixou. — ela se apressa em dizer e eu mordo meu
lábio.

— Hoje não posso. Tenho outro compromisso,


mas eu juro que amanhã cedo te pego para irmos. O
que acha? — a respondo lembrando que marquei com
Tara, Lauren e Alisha para irmos ao Shopping.
— Que pena. — fecho meus olhos ouvindo sua
voz triste. — Eu... — sua voz está embargada e eu
quero me bater por isso.
— Eu vou com minhas amigas ao Shopping,
você quer ir? Aí outro dia vamos ao parque. — me
pego oferecendo e eu já sei que Tessa vai me
estragar.
— Oba! Papai vou ao Shopping com Belle e suas
amigas. — ela grita e eu rio sentindo meu peito
encher de sentimentos bons.
— Eu vou te pegar. Beijo, Tessa.

Ela desliga e eu sorrio vendo Tara me olhar em


questionamento.
— Ganhamos uma nova amiga. — afirmo
sorrindo.
Deus me ajude a ser somente sua amiga e que no
caminho eu não deixe seu pai entrar em meu coração
como Tessa já entrou.
Capítulo Seis
Caleb

ordo meu lábio olhando Tessa subir para

M seu quarto com Lila para se arrumar.


Annabelle não sabe o que fez. Eu fui o
culpado de tudo, afinal, fui eu que a trouxe para
minha casa. Eu, idiota, a deixei se aproximar da
minha vida com minha irmã.
Ando pela minha sala temendo essa aproximação
das duas. Eu não quero que Tessa saia machucada
nisso. Ter alguém como amigo é algo muito forte e eu
não tenho certeza se Belle vai querer permanecer por
muito tempo em nossas vidas.
Eu não quero um relacionamento, mas ficar com
Annabelle ao meu lado é testar meus limites. Eu
quero a possuir, é uma possessividade sem tamanho.
Entrar em seu corpo me fez fraco e na noite que
dormimos juntos, eu quase a deixei na minha cama e
a puxei para meus braços, mas voltei à porra da
minha mente e a levei para o quarto ao lado.
Respiro fundo me deixando desabar na minha
poltrona. Não irei contra os desejos da minha irmã,
só posso esperar para que isso não acabe em merda.

— Belle. — Tessa se põe de pé quando


Annabelle entra em nossa sala.
Suas pernas entram em minha visão e eu engulo
em seco. Foda-se isso é um short? Não parece. Não
parece mesmo.
— Tessa! Vamos? — ela se abaixa e abraça
minha irmã. Seus olhos permanecem em Tessa e
nenhuma vez sequer ela olha para mim.
— Sim! Papai nós já vamos. — ela avisa se
virando e correndo para meus braços.
— Sim, com certeza. Porém vou falar com Belle
antes, tudo bem? — ela franze as sobrancelhas e eu
beijo seu rosto a colocando para baixo.
Levanto os olhos para a mulher na minha sala e
espero Tessa sair. Annabelle anda até a parede oposta
e levanta seu queixo em atrevimento.
— O que quer falar? — sua fala amarga me
confunde. O que fiz agora?
— Eu quero que me explique para onde vão e
com quem. Que horas voltam e um motivo para eu
confiar Tessa a você. — digo impassível e me afasto
da minha poltrona.
— Olha, Caleb, nós não nos conhecemos, eu
entendo seu temor em colocar sua filha em meus
cuidados...
— O que falou? — questiono tentando entender
se ela acha que Tessa é minha filha de verdade.
— Que eu entendo...
— Você disse que Tessa é minha filha. —
lembro-a cortando sua divagação.
— Sim, eu falei. Até por que... — seus olhos
crescem e ela se acalma. — Ela é adotada? — seu
sussurro me faz rir.
Deus, essa mulher é impossível!
— Tessa é minha irmã. — explico e Belle morde
seus lábios balançando a cabeça.
— Oh. Eu... — ela engole em seco e sorri. — Eu
pensei que... Desculpe-me.
— Não precisa. Até porque ela me chama assim,
então muitos pensam o mesmo que você. — coloco o
dedo em meus lábios e ando devagar até onde Belle
está.
— Sim... É... — capturado uma mecha do seu
cabelo e inspiro seu cheiro na pele do seu pescoço
claro.
— O que, Belle? — pergunto e beijo seu
pescoço.
— Não faça isso. — sua voz entrecortada avisa.
— Explique o porquê.
— Você... — ela engole em seco fechando seus
olhos firmes e quando os abre a explosão sexual se
esvaiu deles. — Você me levou para outro quarto,
Lewis. Por quê? — sinto um arrepio em minha
espinha quando escuto sua voz suave pronunciar meu
sobrenome.
— Não me chame assim. — ordeno devagar. —
E eu lhe levei para outro quarto para sua
privacidade...
— Não minta para mim, Caleb. — ela late quase
gritando e eu recuo. Foda-se ela não é boba. — Eu
sabia o que estava acontecendo. Eu também queria só
sexo, pode parecer contraditório me ouvir
questionando o porquê de me levar para outro quarto,
mas eu sabia que era só sexo. Eu sabia que não iria
me acordar com baboseiras. Porém, eu não gostei do
que fez. Senti-me como uma prostituta. Que foi usada
e depois descartada. Eu não espero que minta para
mim, Caleb. — aceno respirando fundo quando ela
termina.
— Eu entendi. — afasto-me e viro as costas para
ela. — Tessa deve estar na sala de jogos. Pode buscá-
la. — eu não me viro para saber se ela fez ou não.
Apenas saio de lá.

Annabelle

Ele sobe suas escadas e me deixa aqui. Fodido


idiota. Eu não sei o que deu em mim, porém enquanto
eu vinha até aqui me peguei pensando na sua atitude
escrota de me colocar em outro quarto depois de ter
fodido até meus miolos.
Doeu acordar em outro quarto e doeu mais uma
vez o ver me dando as costas. Procuro Tessa pela
casa e quando a encontro dou de cara com Lila
olhando para mim encostada à parede da sala.
— Pensei que você iria levar Tessa para passear,
não ir com Caleb para outro cômodo. — molho meus
lábios passando a língua e sorrio chegando perto dela.
— Eu vou para onde eu quiser Lila. — sorrio e
me viro para Tessa que está sentada no sofá. —
Vamos meu amor? — ela pula e eu a pego nos braços
até o meu carro.
Passo cinto de segurança pelo seu corpo e beijo
seus cabelos.
— Você e papai não são mais amigos? — Tessa
pergunta quando saio da propriedade do seu pai,
quero dizer, irmão.
Fiquei tão surpresa quando ele disse que é irmão
dela, não pai. Pergunto-me como Tessa veio morar
com ele. Onde a mãe deles está?
— Eu ouvi vocês brigando. — ela admite e eu
sorrio terna olhando para ela pelo retrovisor.
— Somos Tessa, é que às vezes amigos também
discutem. Não se preocupe. Tudo bem? — pisco e ela
acena virando seu rosto para a janela.
Estaciono e saio do carro para pegar Tessa do
banco traseiro. Seus cabelos estão soltos e um lindo
laço dourado está no topo. Seu short jeans é curto e a
camisa quase o cobre por inteiro. Tessa é muito bem
cuidada, não posso imaginar Caleb fazendo compras
para ela, então meus pensamentos vão até Lila. Ela
deve comprar as coisas da pequena.
—Onde suas amigas estão? — ela pergunta
enquanto caminhamos pelo Shopping.
— Na praça de alimentação. Marcamos de nos
encontrar lá e depois iremos às compras. O que acha?
— pergunto seguindo até a escada rolante.
— Que será divertido. — ela ri e eu beijo o topo
de sua cabeça.
— Vou ficar muito feliz se você se divertir. —
pisco e juntas andamos até a mesa que Lauren, Tara e
Alisha estão.
— Oh meu Deus! Onde você comprou essa
boneca enorme?
— Lauren finge estar surpresa enquanto olha
para Tessa.
— Não... Eu não... — Tess tenta falar enquanto
suas bochechas esquentam.
— Ela não é linda? Seu nome é Tessa. — entro
na brincadeira vendo os olhos dela se expandirem.
— Eu também quero uma. — Alisha sorri
cruzando os braços como uma criança.
— Oh, eu não sou uma boneca de brinquedo. Sou
a amiga da Belle. — ela fala firme sorrindo para que
nós possamos entender.
— Ah. Eu entendi. — elas falam juntas e nós
rimos nos sentando.
Depois de comprar um sorvete para Tessa nós
vamos às compras. Comprei algumas coisas para
Tessa e sempre quando estávamos no caixa ela me
mostrava o cartão de crédito que seu pai a deu.
Escondida dela revirei meus olhos e depois a
expliquei que eram presentes. Ela só acenou e sorriu
me acompanhando.
— Hey! — escuto uma voz divertida sobre mim
e eu mordo meu lábio, dizendo que estou imaginando
coisas.
— Tem um cara falando com você, Anna. —
Alisha avisa e eu viro assustada.
Cohen abre os braços e eu corro até ele quase
caindo no processo pelos meus sapatos. Jesus, o que
ele está fazendo aqui?
— Meu Deus! Cohen, o que está fazendo aqui?
— questiono acariciando seu rosto bonito.
Ele sorri me mostrando sua covinha perfeita e eu
relaxo em seus braços. Cohen tem esse poder sobre
mim. Desde a nossa adolescência que era
basicamente restrita a se esconder pelos corredores da
escola para nos beijarmos, eu sempre me sinto assim.
Mas não é atração ou algo do tipo. Eu e ele
descobrimos cedo que não éramos um do outro.
Lógico que isso não nos parou de beijarmos e
transarmos sempre que podíamos. Porém esse tempo
passou.
— Mari você está tão linda. — fico tensa em seus
braços com medo de alguma das minhas amigas
tenha escutado, mas relaxo quando ele balança a
cabeça dizendo que não.
— Obrigada. Por favor, não me chame assim...
— É seu nome. — vejo a raiva passar pelo seu
olhar e fechos os meus olhos querendo esquecer isso.
— Mas ninguém sabe. Por favor, Cohen. — peço
e ele acena a contragosto.
— Tudo bem. — ele se inclina e beija meus
lábios devagar. — Senti sua falta baby. — ele
sussurra perto de mim.
— Eu também. O que veio fazer aqui na cidade?
— questiono imaginando que veio fazer algo
importante.
— Resolver alguns problemas. Que bom que te
encontrei aqui. — ele sorri e eu aceno o abraçando e
me afasto para apresentá-lo as meninas.
— Esse é meu amigo, Cohen. — sorrindo as
meninas se levantam e o abraçam. — Essa é Tara,
Lauren e Alisha. — aponto para cada uma e me
abaixo para ficar na altura de Tessa. — E essa é a
minha amiga Tessa. — ela sorri e levanta os olhos
para Cohen.
— Por que você beijou Belle? Só namorado que
beija na boca. — Ela parece chateada e eu aperto sua
mão na minha.
— Cohen só não desacostumou. Ele foi meu
namorado e me beijava, mas ele não vai mais fazer
isso, não é, Cohen? — sorrindo me viro e o vejo
segurando o riso.
Sim, ele não presta.
— Não. Desculpe pequena Tessa, não beijarei
mais sua amiga. — ele sorri de lado e eu suspiro me
virando para Tessa.
— Pronto. Viu? — sorrio e beijo seus cabelos.
— É que ela e meu papai vão namorar e eu acho
que a Belle não pode ter dois namorados. — ela
explica séria e sinto meu coração parar de bater um
segundo.
— Sim, não posso ter dois namorados. —
confirmo, porém não toco no assunto do seu pai.
Namorar Caleb? Eu acho que isso nunca
acontecerá.
— Humm seu pai, não é? — Cohen me olha
sorrindo e eu reviro os olhos vendo as meninas rirem
de mim. Vacas.
— Podemos ir? — Alisha pergunta teclando no
seu celular.
Ela e Saint se viram muito nessa última semana.
Eu sei que ela já está começando a gostar dele e de
verdade, eu também acho que ele gosta dela.
— Podemos. — Tara pula da cadeira e junta suas
sacolas.
Viro-me para Cohen e o abraço.
— Foi bom te rever. Quando eu voltar para a
cidade te ligarei, tudo bem? — beijo sua bochecha
sobre os olhos atentos de Tessa.
— Sim. Vou te ligar para que me fale do tal que
Tessa falou. — Ele pisca e sinto minhas bochechas
corarem. Oh meu Deus!
Ele dá tchau soltando sua gargalhada e eu gemo
envergonhada.
Coloco Tessa em meu carro e sorrio vendo as
meninas saírem do estacionamento a nossa frente.
Sigo para casa de Caleb e me surpreendo com o
silêncio de Tessa.
— Está tudo bem, meu amor? — pergunto gentil
a fazendo me olhar pelo retrovisor do carro.
— Sim. Eu gostei muito de passear com você. —
sua voz demonstra outro sentimento. Tristeza.
— Tessa, nós somos amigas. Você pode me falar
tudo que quiser e sentir, okay? — digo firme e ela
suspira deixando seus ombros caírem.
— Só me lembrei de uma coisa que Geórgia me
falou... — seus olhinhos brilham e eu paro o carro no
acostamento para olhar em seus olhos.
— Quem é Geórgia, Tessa? E o que ela falou? —
questiono confusa. Sua atenção se concentra em suas
mãos entrelaçadas e eu espero paciente que ela
comece a falar.
— Ela é minha coleguinha da escola. Ontem ela
falou que minha mamãe não me ama, por isso foi
embora. — seus olhinhos brilham e eu me pego
querendo chorar também.
— Venha até aqui, querida. — retiro seu cinto e a
puxo para meu colo.
— Ela disse a verdade, Mari? — meu coração
aperta quando escuto sua voz falar meu nome de
nascimento.
— Não, meu amor. Ela é apenas uma criança e
não sabe o que fala. Não preste atenção no que ela
diz. — digo firme e ela abraça meu pescoço.
— Por que você não pode ser minha mamãe,
Mari? — sua pergunta aquece e esfria meu coração
ao mesmo tempo.
— Tess, eu... — engulo em seco e deslizo meus
dedos por suas bochechas rosadas cheias de lágrimas.
— Eu posso ser sua mamãe. Você ainda me quer
como mamãe? — quando deixo as palavras caírem
vejo seu rosto se iluminar.
E toda e qualquer dúvida que eu tinha de não
poder lhe dar falsas esperanças se esvai de mim. É
uma loucura. Eu não a conheço direito e seu pai vai
odiar a ideia, mas... Tessa é meu pequeno anjo.
Eu sou sua mamãe.
Capítulo Sete
Annabelle

u quero! — ela grita e eu beijo sua bochecha.

e — Então pronto. Eu sou sua mamãe a partir de


hoje. — ela ri e limpa suas bochechas.
— Verdade? Você pode ir à minha escola para
minhas amigas verem que tenho uma mamãe? — ela
pergunta com expectativa e eu mordo meu lábio
pensando em Caleb.
O que ele vai dizer sobre isso?
— Tessa por enquanto esse vai ser nosso
segredo. Eu preciso falar com seu papai primeiro. —
beijo a ponta do seu nariz e espero por sua resposta.
— Tudo bem. — ela acena e eu sorrio voltando
seu corpo para o banco de trás.
Quando chego a sua casa com ela ao meu lado a
porta é aberta e Caleb entra em minha visão. Ele está
suado e sua camisa está grudada em seu peito. Oh
Deus! Por que ele tem que ser tão lindo?
— Papai! — Tess grita e ele a pega nos braços a
abraçando. — Eca! O papai está sujo. — ela faz
careta e eu rio da cara que ele faz.
— Sim, Tess. Agora se despeça de Annabelle
para eu ir tomar banho. — O modo como fala meu
nome me envia arrepios e minha imaginação corre até
sua imagem tomando banho. Eu detesto o poder que
ele tem sobre mim, somente com a voz.
—Obrigada pelo passeio. — Tessa beija minha
bochecha ainda nos braços de Caleb. Seu braço roça
em meu ombro e eu suspiro me afastando.
— De nada, baby. — beijo seus cabelos e a vejo
descer e correr para dentro de casa.
— Como foi o passeio? — ele pergunta fechando
a porta em suas costas.
— Foi ótimo. Tess se divertiu muito com as
meninas. — sorrio olhando para seus olhos verdes.
— Agradeço por ter a levado. Ela sente falta de
uma figura feminina em casa... — ele fala com
tristeza estampada em seu rosto.
— Mas Lila sempre está aqui. — minha voz sai
mais fria do que pensei que sairia e Caleb me olha
sem entender meu jeito, porém não respondo nada.
— Sim, mas Lila é sua babá, é diferente. — ele
explica e se encosta à parede de sua casa.
Quando ele fala diferente me lembro que disse a
Tessa que ela poderia me ter como sua mamãe. Agora
na frente dele me pego temendo sua reação. O que é
normal, já que cheguei à vida da menina a menos de
uma semana e já falei que ela é minha filha.
Meu Deus, ele vai pirar! Com razão.
— É... Eu queria... — ele franze as sobrancelhas
e chega mais perto de mim. Seu cheiro misturado
com suor bate em mim e eu inspiro devagar.
— Queria o quê, Belle? — ele me pressiona e eu
me afasto indo para o estacionamento em passos
curtos. Preciso estar um pouco distante dele para falar
isso.
— Tessa me falou algumas coisas. — começo
devagar e ele acena chegando perto outra vez. Eu me
escoro no meu carro e suspiro tentando me acalmar.
— Ela disse que uma coleguinha falou que a mãe de
vocês não a amava e por isso foi embora... — ele
morde seu lábio e aperta as mãos em punhos, irritado.
Eu vejo quando a dor atravessa seu olhar, mesmo
que tenha sido apenas um segundo, mas eu vi. Ele
ainda sofre com essa questão, mas sua raiva mascara
toda e qualquer dor.
— Ela estava alegre e do nada se lembrou. Foi
triste... Meu coração se quebrou um pouquinho por
ela, Caleb. — argumento mesmo sem ter falado o que
fiz tentando me justificar.
Suspiro e mordo meus lábios criando coragem
para falar.
— Eu sou ainda uma desconhecida Caleb, mas eu
já a adoro. Por favor, não me afaste dela. — peço
quando a ideia passa por minha cabeça.
— Por que você acha que vou afastar vocês? Eu
que te liguei para vir buscá-la, Annabelle. — ele me
lembra e eu respiro fundo.
— Ela me perguntou o porquê de eu não poder
ser sua mamãe... — meus olhos brilham com
lágrimas e eu vejo, mesmo que embaçado, Caleb se
aproximar. — Eu não quero causar mal-estar entre
vocês, mas Tessa é minha filha agora, Caleb. —
limpo meus olhos e o encaro firme.
— O que diabos você fez, Belle? — seus olhos
estão perturbados e me olham afiados.
— Eu falei que posso ser sua mamãe. —
respondo sem medo.
—Annabelle você é uma criança! Como você vai
ser mãe de outra criança? — ele questiona gritando.
— O quê? — minha boca se abre em choque. Ele
acha mesmo que sou uma criança? — Eu não sou
uma criança Caleb, eu já sou uma mulher! — grito na
sua cara vendo vermelho.
— Você ainda está na faculdade, Annabelle! —
ele ruge irritado.
— O que isso tem haver? Pare de colocar
motivos para não me querer ao redor dela. — grito
querendo socar sua cara.
— Você não podia ter feito isso. — ele balança a
cabeça e em um passo longo está me segurando
contra o carro. — Quando você quiser sua própria
família o que vai acontecer? Você vai dar as costas
para ela? Ela é apenas uma criança, porra! — seu
grito faz até os meus dedos tremerem.
Ele está transtornado.
— Caleb se acalme, por favor. — peço
empurrando seu peito. — Nada disso vai acontecer.
Tess gosta de mim e eu posso estar com ela alguns
momentos. Isso vai fazer bem a ela, não se preocupe
tanto. — digo devagar ainda presa entre seus braços e
o carro.
— Eu... Eu só não quero que a magoe. Tessa é
minha vida, Annabelle. Ela é a única coisa na minha
vida que importa. Não a faça sofrer. — ele pede mais
calmo e eu relaxo contra seu peito.
— Eu não vou. Eu prometo baby. — digo
olhando em seus olhos verdes, pois quero passar
confiança.
—Obrigada por ter a levado para passear. — ele
se afasta e eu o seguro no lugar.
— Eu... Humm. — antes que eu fale alguma
idiotice lembro-me das compras de Tessa e aponto
para o porta-malas. — As sacolas dela. — ele acena e
juntos vamos até lá.
Depois que ele tira elas eu entro em meu carro
para ir embora.
— Não falamos sobre nossa conversa no
telefone, mas já adianto que não esqueci e nem vou
esquecer que você estará em minha cama em breve.
— sua voz rouca sussurra e sem outra palavra ele
anda até sua porta.
Acelero e saio de lá. Filho da puta! Suas palavras
me aquecem. Eu o desejo tanto que chega a doer,
literalmente. Suspiro mordendo meus lábios e vou
embora.
Abro a porta do meu carro e paro quando vejo
Saint encostado no seu carro com Alisha entre suas
pernas. Eles fazem um casal lindo, tenho que admitir.
Saint é moreno e grande, Alisha ao seu lado parece
uma pequena boneca branca de cabelos pretos.
— Hey! — ela sorri e me chama com a mão. —
Como foi com Tess?
— Foi ótimo. Saint como vai? — cumprimento-o
e ele sorri acenando.
— Ali falou que Caleb deixou Tess ir com vocês
para o Shopping. Ela deve ter adorado. — ele diz
com sua voz rouca e eu sorrio.
— Sim, ela se divertiu muito. — afirmo e me
despeço deles entrando no prédio do Campus.
Encontro Lauren deitada em sua cama com um
livro nas mãos. Já percebi que ela adora ler, em
algumas brechas entre as aulas ela está lá com algum
livro nas mãos.
— Hey... — ela se senta e deixa a página
marcada com um marcador bem fofo de fita de cetim.
— Oi. Vocês vão sair hoje? — questiono
lembrando que hoje é sexta-feira e que elas não
perdem uma balada.
— Sim. Kane terminou comigo e a última coisa
que eu quero é ficar em casa. — ela fala com um
sorriso azedo de lado.
— Terminou? Por quê? — não escondo minha
surpresa. Lauren é louca por ele e eu sinceramente,
pensei que ele também.
— Por que ele quer fazer o que todos os caras
dessa faculdade fazem. Curtir e comer boceta
livremente. Foda-se ele, eu encontro alguém para
comer a minha e acabou. — sua voz é irritada e eu
suspiro.
— Quem te escuta pensa que não está doendo. —
afirmo me sentando ao seu lado.
— Está, Anna. Porém eu não vou me debulhar
em choro. Kane sabe o que faz, se ele acha melhor
assim, tudo bem. — ela dá de ombros e eu a abraço.
— Tenho certeza que ele vai voltar a sua mente e
vir até aqui. — sorrio quando a vejo bufar.
— Espero, pois estou mijando em um balde para
jogar nele quando isso acontecer. — ela fala tão séria
que eu me deixo gargalhar imaginando a cena.
— Você é terrível!
Continuamos rindo até Tara entrar no quarto.
Seus cabelos estão no topo da cabeça e ela revira os
olhos quando nos vê abraçadas.
— Você já falou que eu te aconselhei a juntar seu
mijo para tacar no filho da puta do Kane? — eu
gargalho novamente.
Essas ideias só podem vir de Tara.

—Onde colocou meu rímel? — Lauren pergunta


pela milésima vez.
— Eu não peguei seu rímel! — digo suspirando
contando as vezes que ela me perguntou por algo que
é seu.
— Eu tinha certeza que ele estava aqui. — ela vai
até o seu lado do guarda-roupa e pega a máscara de
cílios de dentro da sua gaveta.
— Sei. — Reviro os olhos e ela me mostra a
língua. Infantil.
Quando termino de me arrumar saio do prédio
com Lauren e Tara ao meu lado. Decidimos ir a uma
boate no centro. De verdade, não sei onde fica, mas
Tara disse que é ótima.
— Como você está com o jogador? — Tara
apelidou Caleb assim e agora só Deus para pará-la.
— Eu não estou. — respondo e Lauren ri se
sentindo divertida.
— Não está? Anna, a filha dele te adora e ele
deixa você passear com ela. Senão está acontecendo
nada, querida, ele é louco. — elas sorriem e eu reviro
os olhos permanecendo calada o caminho inteiro.
Como dizer que o jogador que elas falam, não
está à procura de coisa séria. Principalmente
envolvendo sua filha? E for fim, eu não quero
namorar. Na verdade, eu temo o tamanho dessa nossa
aproximação.
Quando chegamos ao local ficamos em uma fila
imensa esperando para entrarmos. Enquanto Tara
retoca o batom, eu e Lauren esperamos de braços
cruzados.
Todas nós estamos de vestidos. O meu é preto
com um decote profundo e muito sugestivo enquanto
o de Lauren é totalmente fechado com mangas curtas.
Já Tara, como sempre é a cadela cheia de poder; um
vestido dourado curto e aberto nas costas.
Sinto meu celular começar a tocar e estremeço
quando penso ser minha mãe. Porém suspiro aliviada
quando vejo que não é, mas a ansiedade me perturba
quando vejo o nome de Caleb.
O que ele quer?
— Alô. — atendo estranhando sua ligação.
—Onde está? — sua pergunta sai estressada e eu
me pergunto o que aconteceu agora.
— O que foi? Aconteceu algo com Tessa? —
questiono me distanciando das meninas.
— Nada aconteceu. Onde está? — ele pergunta
novamente e eu suspiro.
— Estou numa boate. — leio o nome no letreiro
e falo para ele. — Por quê? — pergunto.
— Você está numa boate? — sua voz sai
incrédula.
— Sim, eu estou...
— Estou indo te buscar. — ele desliga na minha
cara e eu grito frustrada apertando as teclas do meu
telefone para ligar de volta.
As meninas me olham sem entender e eu grunho
ouvindo seu celular tocar algumas vezes até cair na
caixa postal.
— Ele disse que está vindo me buscar! Caleb é
tão mandão! Idiota. — digo frustrada olhando para os
lados como se ele fosse surgir de uma hora para
outra.
— Então vai ficar aqui o esperando? — Lauren
pergunta elevando sua sobrancelha desenha por
sombra e vejo que já estamos na entrada.
— Não. Eu vou entrar e fazer o que vim fazer. —
Tara ri e levanta a mão para que eu possa bater.
E eu faço.
Peço um copo de uísque ao barman que me olha
mais alguns segundos antes de me entregar. Sei que
ele sabe que não tenho idade para beber, mas graças a
Deus, não falou nada. Tara segura minha mão me
arrastando até a pista enquanto Lauren fica sentada no
bar girando seus braços e rindo para nós.
Remexo meu quadril enquanto a música de
Ariana Grande toca nas caixas de som. Vejo Tara
rebolar contra um cara moreno e muito bonito e
suspiro sentindo alguém contra minhas costas.
As mãos do homem seguram minha cintura com
força e eu repito o balanço que Tara estava fazendo,
mas antes que eu termine a pessoa me deixou.
Quando penso em me virar para procurar o
homem uma mão se fecha em torno do meu pescoço
e a outra segura minha cintura me deixando marcada.
— O que porra está fazendo? — o rosnado baixo
e perigoso faz minhas pernas ficarem bambas fazendo
sugestão à música que toca.
Caleb me deixa molhada com sua voz e suas
mãos em meu corpo, porém não reclamo. Sei que ele
vai me recompensar.
A noite toda.
Capítulo Oito
Caleb

ntro em minha casa depois de ver Annabelle ir

E embora. Meus nervos estão inflamados, ouvir


dela que agora é mãe de Tessa me deixa tão
furioso, mas quando me lembro da minha filha eu me
permito relaxar.
Tess precisa disso. Belle me dizer que ela falou
de uma colega fez minha garganta apertar. A vadia da
nossa mãe não merece que Tessa se lembre sequer da
cor do seu cabelo.
—Onde Tessa está? — pergunto quando vejo
Lila no quarto.
— A coloquei no banho. Ela diz que já está
grandinha e pode tomar banho sozinha. — ela ri e eu
aceno me preparando para sair. — É... Annabelle vai
vir para cá muitas vezes?
Viro-me voltando minha atenção para Lila. Ela é
uma mulher linda, sua pele é morena clara e seus
cabelos são lisos e longos. Lila é da minha idade e eu
gosto muito dela. A respeito muito, principalmente.
— Sim. Isso é um problema? — pergunto
confuso.
— Lógico que não... Só... É que não traz suas
mulheres para casa... — sua voz perde a intensidade
quando a interrompo.
— Ela não é minha mulher. Agora que respondi
sua pergunta, vá ver Tess e a traga para a sala de
jantar. — saio de lá rapidamente e passo em meu
quarto para tomar banho e esperar Tess.
Já são mais de sete horas, ela já deveria estar na
cama, mas como saiu com Belle não teve como.
— Papai? — escuto sua voz e sorrio me virando
para ela.
—Oi, minha princesa. — pego-a em meus braços
e a sento na sua cadeira enquanto Larissa põe a mesa.
Ela é a cozinheira que contratei essa semana.
Nanã me ajudou nessa parte, pois segundo ela,
comida é coisa séria. Então ela me trouxe Larissa e eu
amei a comida dela.
— Belle me disse que iria conversar sobre uma
coisa com você... — ela desvia seus olhinhos de mim
envergonhada.
— Sim, ela já conversou. — suspiro e aperto
meus dedos juntos. — Que tal agora você me falar o
mesmo que disse para Belle? — peço pegando sua
mão e fazendo carinho.
— Geórgia me disse que nossa mamãe não me
amava e por isso foi embora. — ela sussurra olhando
para os talheres na mesa.
— Você sabe que isso não é verdade. Eu já
expliquei que sua mamãe está vindo. — reforço
minha mentira e ela funga devagar. — Tess eu não
quero que chore por isso, filha. — puxo-a para meu
colo e ela esconde sua cabeça entre meu pescoço e
ombro.
— Você deixou a Belle ser minha mamãe? —
pergunta retirando seu rosto e deixando-me ver as
suas bochechas molhadas de lágrimas.
— Sim, eu deixei. — suspiro e deslizo meus
dedos por seu rosto. — Porém, Annabelle ainda está
na escola como você, Tessa. Você não vai poder estar
com ela sempre que quiser okay? — explico e ela
acena deixando um pequeno sorriso crescer em sua
boca.
— Ela vem morar conosco? — sorrio vendo que
meu aviso não surtiu efeito.
— Não, Tess. Annabelle vai ficar morando em
sua escola. — beijo seus cabelos e a volto para sua
cadeira.
— Tudo bem. — ela acena e se concentra em sua
comida que Larissa colocou no prato.
Comemos em silêncio e quando penso que irei
levantar e pegar Tessa para levá-la para seu quarto
para que possa dormir, ela começa a falar,
novamente.
— Beijar na boca é só coisa de namorado né,
papai? — eu quase cuspo meu suco quando a escuto
falar isso.
Que merda? Alguém a beijou?
—Por quê? Alguém beijou na sua boca, Thereza?
— ela franze as sobrancelhas quando uso seu nome
de nascimento. Eu nunca a chamo assim.
— Não... — ela fala ainda estranhando eu a ter
chamado pelo seu nome, e não pelo apelido.
— Então por que a pergunta, Tess? — volto a seu
apelido para tentar fazê-la relaxar.
— Cohen beijou Belle na boca quando estávamos
no Shopping... — levanto meus olhos para minha
filha e mordo meu lábio até sentir o sangue tocar
minha língua.
— Belle estava com outro homem? E ela deixou
que ele a beijasse nos lábios? — questiono para Tess.
— Sim, mas eu briguei com ele e avisei que ela
vai namorar com você, então ela não pode ter dois
namorados. — ela sorri orgulhosa de seu gesto.
Eu não sei se quero matar Annabelle por estar
com outro homem enquanto minha filha está com ela
ou desmentir para minha filha que não iremos
namorar. Tipo, nunca.
— Sim, meu amor. Ela não pode namorar com
dois. — afirmo em partes e beijo seus cabelos
deixando que ela vá com Lila para seu quarto.
Arrumo-me rapidamente e passo no quarto de
Tess para ver se ela dormiu e quando chego a sua
porta vejo que ainda está acordada conversando com
Lila.
— Li? — ela chama a atenção de Lila e sorri
trazendo as mãos para abafar sua voz, como se fosse
falar um grande segredo. — Eu tenho uma mamãe,
agora. — seu sorriso faz qualquer dúvida que eu tinha
de ir embora.
Tess é tudo para mim, eu não posso deixar que a
machuquem, mas também não posso a guardar em
um pote para sempre.
— É mesmo? — a voz de sua babá sai incrédula
e não sou somente eu que percebo isso. Tessa
também.
—Por quê? Você acha que não posso ter uma
mamãe, Li? — sua voz sai confusa e um pouco triste.
Eu olho para Lila e ela sorri se sentando ao lado da
minha pequena.
— Lógico que sim minha bonequinha. Só fiquei
surpresa. Então, quem é a sua mamãe? — ela faz uma
cara de questionadora e Tess relaxa novamente
voltando a rir.
— É a Belle. Ela disse que poderia ser minha
mamãe e ela até vai a minha escola mostrar para
minhas amigas que eu tenho uma mamãe. — sua voz
é tão alegre e contagiante que eu me pego rindo.
— Ela de novo? — franzo as sobrancelhas
ouvindo Lila, mas Tess parece não ter escutado, pois
não dá atenção.
Então resolvo entrar as interrompendo. Lila
levanta da cama e diz que vai se retirar então lhe
agradeço e a mando dormir.
— Papai vai sair, mas qualquer problema você já
sabe, não é? — aponto para a primeira gaveta do
criado-mudo.
— Sim. Eu sei. — ela boceja e eu beijo seus
cabelos levantando seu cobertor.
Antes de sair do seu quarto verifico se o celular
que fica na gaveta de Tess está carregado e logo
depois sigo para o estacionamento. Entro em meu
carro e dirijo até Annabelle. Quando chego a seu
prédio no Campus peço para uma garota me dizer
onde é seu quarto. Quando vim aqui fomos até o
quarto de Alisha, então não sei onde fica o de
Annabelle.
Depois de bater incansavelmente eu sei que ela
não está. Onde essa mulher foi?
Desligo a chamada depois de falar com ela é
meus punhos se fecham. Não adianta ficar com um
cara qualquer na frente da minha filha, ela vai para
uma boate atrás de mais homens. É assim que ela
quer ser uma mãe para Tess?
Fecho meus olhos e tento me acalmar. Saio do
estacionamento e dirijo até o centro. Demoro a achar
uma vaga, mas no final a encontro. Vejo uma fila
enorme e suspiro indo para o começo. Não sou o tipo
de pessoa que usa da popularidade para se dar bem
em locais, mas hoje eu só quero pegar Annabelle e ir
para casa. Mas antes vou foder seu juízo dentro do
meu carro. Porra.
O segurança me olha um minuto a mais, porém o
reconhecimento vem a seguir.
— Sr. Lewis. — ele acena e me deixa passar
depois de sorri.
Encosto-me ao bar e vejo Lauren ao meu lado
dançando igual uma louca e presto atenção para onde
olha. Então a encontro. Meu sangue esquenta e eu
quero bater na bunda dela. Levanto-me e sigo até
onde ela está dançando com um homem colado a sua
bunda. Aperto minha mandíbula e mando com o olhar
o cara se retirar. E ele faz.
Bom para ele.
Encaixo-me em suas costas e seguro seu pescoço
entre meus dedos. Aperto sua cintura querendo que
fique com todas as marcas que eu puder dar a ela.
— O que porra você está fazendo? — rosno em
seu ouvido e sinto quando ela geme.
— Me divertindo. — responde atrevida.
— Estamos indo embora, Annabelle. — aviso e
puxo seu braço a carregando até a saída.
— Caleb, me deixe avisar as meninas. Elas
ficarão preocupadas. — ela tenta em vão me
convencer, mas não a respondo.
Ainda estou pensando nela beijando outro
homem na frente da minha filha e agora quase
fodendo com um desconhecido. Quando chegamos ao
estacionamento ela se solta da minha mão e
massageia o local mordendo seu lábio.
— Você está louco porra? — ela está irritada,
mas eu estou muito mais.
— A única pessoa com problemas mentais é
você, Annabelle! — grito a pegando pelo braço e a
prensando no meu carro.
Fecho meus dedos em seu pescoço e tenho
vontade de apertar com força, porém apenas aperto
devagar.
— O que está acontecendo, Caleb? — seus olhos
brilham e ela se debate querendo se soltar de mim,
mas aperto seu pescoço a fazendo arregalar os olhos.
— Quem é Cohen? — quando solto a pergunta
meu maxilar trinca novamente.
Os olhos de Annabelle se expandem e ela suspira
para depois sorri. Eu não sei por que está sorrindo,
mas eu não gosto.
— Você está com ciúmes, Caleb? — sua
pergunta me faz se afastar.
— Você acha que estou? — dou-lhe uma careta e
continuo. — Você levar seus namorados quando sair
com minha filha não está sendo feito, você me ouviu?
Foda-se eu não a quero ao seu redor enquanto você
fode seus machos estúpidos. — falo firme encarando
seus olhos.
Annabelle abre e fecha a boca algumas vezes até
que sua mão acerta meu rosto em um baque. A encaro
incrédulo. Não acredito que fez isso. Cadela.
— Não fale assim comigo! Eu não levei
ninguém, Cohen apareceu de repente...
— Eu não quero saber porra! — grito a fazendo
se retrair. — Só porque o idiota apareceu você o
beija? Não me faça rir Annabelle. — afasto-me mais
dela, pois ainda estou com vontade de machucá-la. E
isso não pode acontecer.
— Caleb pare... — eu não a deixo falar. Eu a
pego pelo braço e a faço entrar no carro.
Saio do estacionamento da boate enquanto ela me
olha incrédula.
— Você veio atrás de um homem nessa boate,
Annabelle? — pergunto por cima dos seus gritos me
avisando para parar o carro e a deixar aqui.
— Eu vim me divertir. E isso não te interessa. Eu
fodo com quem eu quiser e se você não tivesse
chegado eu estaria fodendo com o cara que estava...
— sua voz se perde quando encosto o carro e a pego
pelos ombros a trazendo para meu colo.
— Você estaria fodendo com quem, Annabelle?
— pergunto subindo seu vestido e deixando suas
pernas a mostra.
Quando passo a mão por sua bunda vejo que
veste uma calcinha pequena que se perde entre sua
bunda perfeita. Prendo meus dedos na sua boceta e
sinto o lugar úmido. Quer dizer que minha Belle está
excitada.
— Você gosta de brigar comigo, Annabelle? Isso
te dá prazer? — pergunto atrevido vendo ela me olhar
com ódio.
Não o bastante para se afastar.
— Caleb, eu vou te matar... — novamente sua
voz se perde quando eu afasto sua calcinha e enfio
dois dedos na sua intimidade úmida.
Círculo seu clitóris inchado e afundo meus dedos
dentro dela, Annabelle grita apertando meus ombros.
— Você quer que eu te foda aqui ou em casa? —
questiono entrando e saindo dela.
— Aqui e em casa. — sua resposta é fraca e eu
dou o que ela pede.
Rasgo sua calcinha pelos lados e a levanto
retirando o pano de renda o jogando pelo carro. Abro
meu cinto e puxo meu amigo para fora. Annabelle
saliva embaixo quando vê ele. Sem perder tempo
pego uma camisinha no porta-luvas e depois de vesti-
la deslizo Annabelle até que ela grite com a dor e o
prazer misturados.
Sua intimidade quente me recebe molhada e eu
quase gozo só de sentir essa porra.
— Caleb... — ela chama por meu nome enquanto
rebola em meu colo.
Aproveito do seu descontrole e retiro seus seios
de dentro do vestido. Eles pulam em meu rosto como
um convite, e eu me deleito os chupando como um
pequeno bebê.
Annabelle convulsiona em cima de mim
enquanto gozamos juntos.
F.O.D.A.—.S.E!
Annabelle vai ser a minha morte!
Capítulo Nove
Annabelle

le me retira do seu colo e me coloca de volta

E para o meu banco para retirar a camisinha.


Meu rosto queima com vergonha de mim
mesma.
Como o deixei fazer isso depois das coisas que
me falou? Ele apertou meu pescoço! O que tem de
errado comigo?
Desço meu vestido para o lugar e fico o caminho
inteiro olhando pela janela. Eu estou tão
envergonhada de mim, mas eu amei transar com ele
no carro. Apenas fiquei triste por ele não me beijar.
Será que ele não queria por ele pensar que beijei
Cohen de propósito?
Suspiro e saio do carro antes mesmo que ele abra
a porta. Espero que abra a sua casa para entrarmos e
me pergunto o que ainda estou fazendo aqui. Não é
nessa hora que eu deveria fazê-lo me deixar em casa?
Fazê-lo me pedir desculpas pelas coisas que falou
e por ter me prendido pelo pescoço? Mas eu não
estou e eu não vou.
Entramos em seu quarto e eu penso se ele vai me
levar para o outro quarto. Ele é capaz de fazer
novamente, não é mesmo?
— Venha até aqui, Belle. —relaxo quando ele me
chama pelo apelido.
O vejo sentado na cama e me aproximo
lentamente. Suas mãos me seguram pela cintura
quando estou a um passo do seu colo.
— Desculpe pela explosão, baby. — ele afasta
meus cabelos e inspira meu cheiro para depois deixar
um beijo.
— Caleb, eu não beijei ninguém. Cohen é meu
ex-namorado e não perdeu o costume, mas eu
expliquei tudo a Tess. Eu não faria nada que a
colocasse em um momento delicado. — tento
convencê-lo olhando em seus olhos verdes tão
bonitos.
— Eu só quero que tenha cuidado. Ela é apenas
uma criança. — ele avisa com voz baixa me olhando
nos olhos.
Eu sinto quando algo em mim se quebra ao ter
certeza de que ele não estava preocupado de outro
homem ter me beijado. Porém eu o ignoro.
— Então quando eu não estiver com ela, posso
ficar com outros homens? — pergunto atrevida vendo
algo como raiva atravessar seu olhar.
— Não. Por que você é minha. — sua voz aperta
meu estômago e eu relaxo contra seu peito. — Nunca
mais outro homem vai tocar você. Me ouviu, Belle?
— suas mãos ágeis baixam meu vestido e sua língua
brinca com meus seios.
— Oh Deus, Caleb! — gemo descaradamente
sentindo sua boca chupar com força meu mamilo
sensível
— Fale. — ele ordena baixo ainda com meu seio
esquerdo em sua boca.
Gemo mais um pouco e um grito rasga minha
garganta quando sinto seus dentes fincarem no meu
peito. Filho da puta.
— Eu ouvi Caleb. Por Deus, homem! — um
gemido de dor enche o quarto, mas eu me esqueço
disso quando ele volta a chupar e lamber
delicadamente meus seios médios.
Sua boca os abandona e ela sobe até a minha
então o mundo inteiro se dissipa. Caleb é meu
também. Sua boca é minha e ela me beija como
ninguém foi capaz de beijar. Meu vestido sai do meu
corpo, logo depois ele se levanta comigo em seu colo
e me deita no meio da cama. Ele se afasta retirando
sua calça e cueca e eu salivo olhando para seu
membro.
Eu não estranho que esteja com a camisa. Ele me
disse para não fazer perguntas. E eu não faço. Meus
olhos se arregalam quando ele abre minhas pernas e
dá um beijo suave em minha intimidade. Porém logo
depois é um ataque quente e esfomeado.
Gozo em sua boca e antes que eu me recupere ele
entra em mim de uma vez. Rápido e forte me fazendo
gritar. Caleb bombeia em mim algumas vezes até que
nós dois estamos suados, satisfeitos e desmaiados um
em cima do outro.

Acordo com um braço me prendendo pela cintura


e eu sorrio quando tenho certeza que é Caleb. Ele não
me deixou no outro quarto hoje, eu agradeço por isso.
Pode parecer bobo, mas em mim essa atitude
mostra algo diferente. Porém balanço a cabeça
esquecendo isso. Não posso ter relacionamentos. Pelo
menos, não enquanto eu estiver na faculdade.
Vejo que ainda está com sua camisa e me
pergunto o que tem embaixo dela que ele não quer
me mostrar. Porém esqueço isso quando mexo
minhas pernas e me sinto dolorida. Um gemido baixo
é arrancado da minha garganta quando tento me
mexer mais vezes, então tento relaxar, pois acho que
melhora e é isso que acontece.
— Bom dia. — a voz rouca amanhecida de Caleb
sussurra em minha orelha e eu sorrio me virando,
devagar, para encará-lo.
— Bom dia. — cumprimento prendendo meus
lábios entre meus dentes.
— Você é linda, Annabelle. — seu elogio envia
ondas quentes as minhas bochechas, fazendo-as
corarem.
— Obrigada.
— Precisamos levantar. Tessa irá chegar aqui a
qualquer momento... — quando ele termina de falar
escutamos batidas na porta.
— Papai? — a voz confusa de sua filha questiona
e dá a entender o quão ela está estranhando chamar
por ele.
— A porta sempre está aberta. — ele explica
pegando um short e vestindo por cima da cueca.
— Oh. — levanto-me rapidamente e pego minha
bolsa a levando para o banheiro.
Escuto as vozes abafadas e sei que Caleb deixou
Tess entrar.
Fico em dúvida se tomo banho, mas me lembro
que ontem dormi sem ir ao banheiro então vou a
contragosto para debaixo do chuveiro.
Prendo meus cabelos e rápido termino o banho
que eu não queria tomar. Visto meu vestido e tiro
uma calcinha nova da minha bolsa carteira. Se ela não
estivesse no meu ombro enquanto dançava na boate,
eu a teria deixado lá. Com certeza.
Olho para meu vestido e suspiro o colocando. Eu
não queria vestir novamente, mas não tenho outra
roupa, então fico assim mesmo. Saio do banheiro e
suspiro aliviada quando não vejo Tessa e Caleb.
Desço as escadas devagar e dou de cara com Lila
sentada no sofá com Tess no chão brincando com
suas bonecas.
— Belle! — a pequena levanta rapidamente e eu
a pego nos braços beijando seu rosto.
— Hey! Você já lanchou? — pergunto olhando
em seus olhos, porém sinto Lila me medindo.
— Sim, Lila me deu. — ela sorri carinhosa para a
sua babá e eu lhe dou um pouco da minha atenção.
— Bom dia, Lila. — sorrio e ela faz uma careta
quando Tess não está vendo. —Onde está Caleb? —
questiono fingindo que não vejo suas atitudes.
— Tomando banho. — ela sorri e eu desço Tess
e me aproximo.
— Oh que pena. Eu poderia ter ido com ele. —
bato meus cílios juntos e sorrio inocente.
— Você é apenas mais uma... — as palavras dela
perdem intensidade quando Caleb desce as escadas.
Ele pega Tess nos braços e eu respiro fundo
esquecendo-me de Lila. Preciso ir para casa. Estudar
e me preparar para o resultado da minha prova na
segunda-feira.
— Estou indo embora. — aviso devagar e
sorrindo para Tess.
— Depois de comermos café da manhã e eu vou
lhe deixar. — ele afirma não me dando brechas para
contrariá-lo.
Comemos em silêncio enquanto Tess e Lila
foram para o jardim, porém antes me despeço de Tess
e prometo que iremos ao parque essa semana.
— Em que está pensando tanto? — ele me traz
para o presente e sorrio.
— Em minha ida com Tess ao parque essa
semana. — digo e bebo o resto do suco de laranja
fresco.
— Talvez eu vá com vocês. Ainda não sei. — ele
fala enquanto corta a torta de morango em seu prato.
Juro, que não sei o porquê de ele estar comendo
doce esse horário, mas parece uma rotina. Da outra
vez foi o mesmo.
— Então, você é um jogador? — questiono,
mesmo sabendo que sim, porém eu quero saber mais
sobre ele, então esse foi um caminho a seguir para
começar.
— Sim, percebi que não sabia. — ele ri e eu me
pego de boca aberta olhando para seu rosto risonho.
Eu acho que nunca o vi rir assim tão espontâneo. É
encantador.
— E você tem muitas... Humm... Mulheres? —
meu rosto queima com vergonha da minha pergunta
idiota, mas eu tenho que saber em qual terreno estou
pisando.
Não quero cortar, ou, muito menos, decepar meu
pé inteiro.
— Não. Eu tenho fodas casuais. — desvio o meu
rosto para fora e suspiro. Foda-se, eu quem perguntei.
— A única que repeti foi Ashley, mas a vadia
enlouqueceu, então a deixei também.
Sua voz é como ácido atacando minhas
entranhas. Caleb, fodido Caleb, estúpido!
— Você gostava de Ashley? É que ela foi à única
que repetiu...
— Você também, esqueceu? — aceno moendo
meus lábios e suspiro o vendo querer afastar minhas
perguntas.
— Responda. — peço.
— Não. Ashley só estava onde eu estava então
me acostumei. Só que acabou. Não existe mais nada
entre nós. — ele explica sério e eu dou de ombros.
Isso não me importa.
— Okay...
— Voltando ao assunto jogador. Eu sou um
Linebacker. — ele me dá um sorriso orgulhoso e eu
relaxo.
— É mesmo? O que você faz no campo?
Desculpe, mas não sei de nada que envolva esportes.
— tento puxar assunto e ele sorri como se tivesse
conquistado o que mais queria.
Ele gosta quando se interessam pelos seus gostos.
Eu percebi.
— Um Linebacker é membro do time de defesa,
eles atacam os lados da linha ofensiva adversária... —
ele sorri e bebe seu suco. — Você entendeu? —
sorrio e aceno.
— Entendi. — sorrio e ele levanta sua
sobrancelha me questionando à verdade. — Um
pouco. — rimos juntos enquanto ele balança a
cabeça. — Quando voltam a jogar? — questiono me
recuperando.
Tara disse algo como eles terem acabado o
Campeonato agora, então acho que demorará que
voltem aos campos.
— Daqui a dois meses e meio. — explica
devagar e em questão de segundos está falando de
tudo que envolva seu time.
— Dominick, ele está bem? — seus olhos
escurecendo quando toco no nome do seu amigo e eu
imediatamente me arrependo.
— Está. Só precisa que estejamos juntos. Nada
mais. — aceno entendendo e deixo a conversar
morrer.
— Eu sinto muito por ele... — suspiro sem olhar
em seus olhos. — Podemos ir agora? — pergunto
voltando a prestar atenção nele.
— Sim. Vamos lá.
Entramos em seu carro e em silêncio vamos para
o Campus. Meus dedos batem contra minha coxa
assim que entramos no Campus. Meus nervos estão
fervendo e eu não entendo meu estado.
Mesmo que esse sentimento seja constante na
minha vida. É medo. Eu não sei por que, de que ou de
quem, porém eu estou. Suspiro tentando relaxar e
Caleb estaciona virando o rosto para mim.
— Eu estou te deixando nervosa? — sua
pergunta gentil me faz o olhar alarmada.
— Não... Eu só estou ansiosa para o resultado de
uma prova. — a mentira desliza fácil. Não que seja
totalmente uma inverdade, eu estou sim ansiosa pelo
resultado, mas é mais que isso. E eu tenho certeza
que descobrirei em breve.
— Você se saiu ótima. Não se preocupe. — ele
afirma sorrindo e eu sinto vontade de me inclinar até
ele e beijar sua boca, mas não faço isso. — O que vai
fazer hoje à noite? — ele questiona enquanto morde
seus lábios.
— Ficar em casa. — engulo em seco quando ele
sorri.
— Então ficaremos em casa. — ele afirma e eu
abro a boca para questionar, mas uma batida na porta
do meu lado me faz ficar como uma pedra.
Dura, tensa... Olhando para Sean.
— Sai porra! — ele grita olhando duro em minha
direção e eu me encolho vendo seus olhos azuis
negros.
Seu cabelo loiro sujo está despenteado e eu me
pergunto como ele veio até aqui. Como chegou a
minha faculdade.
— Quem é esse babaca? — fecho meus olhos
quando escuto o tom irritado de Caleb. — Responda
minha pergunta, Annabelle!
Merda, eu estou fodida! Simplesmente fodida.
Capítulo Dez
Caleb

eus nervos me dizem para esperar Belle

M abrir a boca e falar, mas quando o fodido


filho da puta bate no meu carro gritando
novamente eu saio a deixando lá dentro trancada.
Foda-se, ninguém vai gritar com ela comigo estando
presente. Principalmente um homem com cara de
drogado do caralho.
— Quem diabos é você? — questiono firme
apertando meus punhos.
— Caleb! — escuto o grito abafado de Annabelle
pelo carro e o vejo se virar para olhá-la.
— Não olhe para ela, porra! Diga quem é antes
que eu arrebente sua cara de mauricinho. —
aproximo-me ouvindo meus dentes ranger um contra
o outro e ele começa a rir.
— Foda-se! A puta da família tem um defensor?
— ele ri com escárnio e eu me aproximo o pegando
pela gola da camisa.
— Você a chamou de puta, foi isso mesmo? —
minha voz sai como gelo. Frio e duro. Eu me vejo
partindo seu rosto em dois, então é somente o que
falta quando sua voz é ouvida por mim.
— Ela sabe que é verdade... — ele não termina
de falar, pois faço seu nariz ranger dando um soco
forte em seu rosto. Merda.
O cara urra de dor no chão enquanto me
amaldiçoa mais e mais. Idiota. Eu não sinto nada
além de raiva. Irritação irradia de mim, eu poderia
matar o desgraçado. Merda. Eu estou sem controle
novamente. Respiro fundo e tento me acalmar... Eu
preciso me acalmar.
— Caleb me tire daqui! — Annabelle volta a
gritar e eu me aproximo destrancando o carro.
Seus punhos acertam meu peito assim que seus
pés tocam o chão e eu a olho confuso. Que porra está
errado com essa mulher?
— Pare! — grito a parando quando eu pego seus
pulsos.
— Você está louco? Por que bateu nele? — seu
rosto está em choque e eu me pergunto qual é a droga
que essa garota anda ingerindo.
— Por que ele lhe chamou de puta. Quem é o
idiota? — questiono e a vejo tentar se afastar. —
Responda a minha pergunta Annabelle! — grito
vendo vermelho.
Minhas mãos apertam seus pulsos e quando seu
gemido de dor é ecoado eu afrouxo o aperto. Eu
tenho que me acalmar. Porra! Eu não posso machucar
ela. Ela é somente minha Abelha. Eu não preciso
machucar ela.
— Até ele te chama por esse nome
estúpido, vadia? — o cara ri no chão e eu inclino
meu rosto sem entender o que falou.
O rosto dela fica branco. Seus olhos azuis
arregalados e sua boca vermelha aberta, cheia de
surpresa ou... Eu não sei. Ela é a única coisa que não
consigo decifrar. Isso é perturbador.
— Cale a boca Sean! — ela grita enfurecida,
porém seus olhos a traem. Eles transmitem pavor e
tristeza.
— O que ele quis dizer... — o cara me
interrompe enquanto segura seu nariz quebrado.
— Vamos Marianne, fale para ele. — meus
ombros ficam tensos quando ele a chama assim.
Por que ele está chamando Annabelle assim?
— Sean eu vou te matar. Cale a boca, seu fodido!
— o azul dos seus olhos é preenchido por lágrimas e
eu tenho vontade de agarrar seus ombros para
confortá-la.
— Por que ele te chamou assim? Por Marianne?
— seu lábio treme quando encontra meus olhos.
— Por nada. Por favor, vá embora. — ela
implora e eu molho meus lábios desacreditando no
que me fala.
— Você está me mandando embora? — minha
voz não disfarça a descrença em seu pedido.
— Caleb, eu vou ligar, por favor, apenas vá. —
ela desvia seus olhos de mim e eu tenho vontade de
bater em algo. Ou alguém.
— Foda-se! Marianne ou Annabelle! Fodam-se
as duas. — grito andando de volta para meu carro.
Antes de sair do estacionamento eu jogo sua
bolsa pela janela do meu carro em seu peito.
Vislumbro seu lábio tremendo e suas lágrimas, mas
eu não vou me deixar parar e tentar fazê-la mudar de
ideia.
Eu não sou o mocinho da história. Eu sou o vilão.
Todos irão descobrir em breve.
Deixo-me vagar até o armazém aonde venho
quando a porra está fodida demais e aceno para
Joshua quando passo por ele na entrada. Ele é o dono
do local e um cara legal, não um amigo,
definitivamente, não. Perder Ashley para mim foi
como se algo nele tivesse quebrado.
Eu lhe disse que lhe fiz um favor. Qual o cara
que quer uma puta como namorada? Uma puta que se
exibe e olha para outros homens descaradamente os
chamando para foder? Eu não queria. Mas ele não viu
isso assim, caímos na porrada não posso dizer qual
ficou pior, mas foi uma briga que valeu apena no
final.
Não por Ashley. Mas sim por que meu estresse
inteiro se esvaziou. E ele quase nunca se esvazia.
Jogo minha blusa em um lugar longe e me
concentro em bater no saco de pancadas. A corrente
que o sustenta balança fazendo barulho e quando
menos espero, ele cai aos meus pés.
Passo para o próximo imaginando Sean, o idiota
que estava com...
Annabelle ou Marianne.

Minha cabeça fervilha com essa dúvida. Eu fui


negligente com a segurança de Tessa, eu não
pesquisei nada sobre Annabelle, eu não sei de onde
ela é e o que faz. Eu apenas a deixei se aproximar da
minha filha. Da minha Tessa.
Agora um aperto assustador invade minhas
entranhas quando penso que ela pode ter sido
mandada pela minha mãe. Olho para os lados com
medo de estar sendo observado e sinto meu coração
rugir com um estalo de realidade.
Eu não posso voltar ao cara que eu era. Sempre
temendo o momento que a vadia volte a sua mente.
Temendo que tirem minha Tessa de mim. Ela é
minha.
Ninguém vai me tirar o que é meu. Nem mesmo,
Annabelle.
Então, quando chego a minha casa a primeira
coisa que faço é ligar para Peter. Peço-lhe toda e
qualquer informação depois de passar o nome
Annabelle Reed.
— Até amanhã darei repostas às suas perguntas.
— ele afirma deixando seu sotaque do Texas
aparente.
— Eu sei que sim. — desligo o telefone e
encosto-me à cadeira de couro que tenho em meu
escritório.
Peter é um investigador particular. O contratei
logo depois que entrei para o futebol profissional para
descobrir onde estava minha mãe, eu queria estar
preparado, um passo a sua frente, e eu estou. Até
hoje.
Peter me dá por mês todos os movimentos da
vadia. Eu tenho certeza que ele me trará às respostas
que quero sobre Belle.
Quem é você, Annabelle Reed? E por que aquele
babaca te chamou de Marianne?
— Papai? — Vejo Tessa abrir a porta e entrar
tímida.
Instantaneamente sinto meus músculos
relaxarem. Ela está aqui. Está a salvo.
— Oi minha bebê. — com cuidado a pego nos
braços e a sento em meu colo.
—Onde Mari está? — seus olhinhos estão
sonolentos e eu inclino o rosto em confusão.
— Quem é Mari, baby? — pergunto cauteloso,
com medo de que alguém esteja se aproximando dela.
— Sua namorada... A Belle. — ela solta um
bocejo e eu engulo em seco.
— Ela te disse que seu nome era Mari? —
pergunto devagar e ela desperta arregalando seus
olhinhos.
— Papai... Eu não disse... Ela não disse... — suas
palavras saem apressadas e eu pressiono meus dedos
em seus lábios.
— A verdade, Tessa. — peço calmo, então ela
funga olhando para longe de mim.
— Ela disse que era nosso segredo. Eu não podia
contar para ninguém. — seus olhos preenchidos por
lágrimas fitam suas mãos e eu levanto seu rosto.
— Sim, mas você pode falar para o papai. Você
pode falar tudo para o papai. — afirmo sério tentando
fazê-la entender que entre nós dois não pode haver
segredos.
— Sim... — ela limpa seu rosto molhado e sorri
devagar. — Ela disse apenas que seu nome era Mari,
mas que eu precisava chamá-la de Belle. — ela
explica sussurrando e eu beijo sua bochecha.
— Papai entendeu. — suspiro e tento sorri.
Por que ela falou seu nome verdadeiro para uma
criança e não falou para mim? Para o homem que
possuiu seu corpo?
—Onde ela está papai? — Tessa volta a
questionar e eu me levanto a levando nos braços.
—Ela está em casa. — respondo e ela se cala
escondendo seu rosto no meu pescoço.
Coloco Tess em sua cama e lhe conto uma
história dessas que ela adora. Eu nem chego à página
cinco e ela já dormia profundamente. Puxo sua
coberta e beijo sua testa. Tomo banho e volto para
minha cama apenas de cueca. O cheiro dela ainda está
em meus lençóis, sua calcinha preta descansa em uma
das gavetas do meu criado-mudo e eu a pego
apertando entre meus dedos.
Annabelle...
Marianne...
Quem é você? Por que estava tão apavorada
quando o bastardo te chamou por esse nome?
Meu celular brilha na escuridão e eu suspiro
tenso quando vejo o nome de Hayden no visor. Ele
nunca liga para mim.
O que aconteceu?
— Alô.
— Podemos sair? — seu sussurro baixo é como
uma onda de náusea na minha barriga.
— O que aconteceu? — questiono já sabendo que
foi obra da Emma.
— Você já sabe o quê. Eu só preciso sair. —
desligo dizendo que irei passar em sua casa em
poucos minutos.
Emma. Fodida Emma.
A mulher tem pavor de relacionamentos. Eu
nunca quis nada sério, mas Hayden é um homem
apaixonado. Assim que a viu ele a queria, agora está
sofrendo as consequências.
Chego a sua casa e suspiro vendo sua figura
encostada à parede. Ele entra em meu carro e em
questão de segundos estamos na mesma boate que vi
Annabelle a primeira vez.
Deslizo no banco e vejo meu amigo se entregar a
bebida. Seus olhos vermelhos me olham e um sorriso
frio se propaga em seus lábios.
— Você está gostando disso, não? — ele vira o
copo nos lábios. — Você me avisou... — seu tom
irradia raiva e frustração e antes que ele faça qualquer
movimento eu estou lhe olhando frente a frente.
De homem para homem.
— Não foda as coisas comigo, Hayden. Eu não
estou feliz pela sua tristeza. Emma vai voltar a sua
mente se ela gostar de você. Senão, boceta não vai
faltar para seu pau. — resmungo sério e ele acena
suspirando.
— O que faço se só quero a dela? — depois de
alguns minutos ele pergunta.
— Bebe. — ele ri e vira o copo mais uma vez.
Passamos meia hora bebendo até que avisto os
cabelos loiros que estavam preenchendo meus
travesseiros essa manhã. Aperto meus olhos para ela
que logo me localiza. Sua boca se abre e devagar ela
engole seco. Eu sorrio e levanto meu copo.
Seu rosto desconcertado me diz que ela esperou
tudo, menos isso vindo de mim. Pouco me importo.
Essa mentirosa não é nada para mim. Foda-se
Annabelle, foda-se Marianne, foda-se todos os nomes
que ela possui.
— A loira está vindo para cá. — Hayden avisa
quando volto minha atenção para nossas bebidas.
— Que bom. — deslizo a bebida pela garganta e
sorrio para Hayden que balança a cabeça em
repreensão.
— Caleb, será que... — sua voz perde intensidade
quando duas mãos femininas me abraçam por trás.
Ashley.
— Baby, eu cheguei. — sua voz arrastada me faz
levantar para ver o que deu nela.
Eu não a chamei aqui.
— Eu a chamei. — Hayden resmunga. — Parece
que você precisa de uma boa foda, irmão. — ele joga
dinheiro no balcão e se levanta. — Tem quanto
tempo que não transa? — ele ri se afastando. — Vou
ao banheiro.
— Menos tempo que imagina. — grito para ele
vendo Annabelle se contorcer no local.
— Acho que você percebeu que eu não chamei
você. Desculpe Ashley. — empurro suas mãos para
longe e a mando embora.
— Mas... — ela fecha a boca quando aceno
novamente e depois vai embora.
— Eu não tenho nada para falar com você... —
finjo estar pensando em algo e volto minha atenção
para seu rosto apertado. — Marianne? Ou Annabelle?
— questiono divertido, mas em seus olhos nada disso
é tão engraçado.
— Eu posso explicar. — seu lábio é mordido
com força e eu balanço a cabeça.
— Eu não preciso Annabelle. Nós não temos
nada. — suspiro rindo e me inclino para perto dela.
— Não ouse chegar perto da minha irmã novamente.
Acabou. Você morreu para ela. — afirmo sério a
deixando sufocar um resmungo em choque.
— Você não seria capaz. Ela gosta de mim...
Eu... — a interrompo frio.
— Ela gosta de você? De qual? Da Marianne ou
da Annabelle? — vejo quando o sangue é jorrado do
seu lábio para seus dentes os deixando vermelhos.
— Caleb. — ela tenta falar com a voz
estrangulada.
— Você acha que vou deixar minha filha perto
de uma mentirosa como você? — pergunto
interessado. Ela levanta a mão para me bater, mas a
paro antes que acerte meu rosto. — Não. Você teve
oportunidade para me falar. Ser sincera, mas olhe
agora. Não sei nem mesmo quem é. — quando digo
essa frase escuto minha voz magoada.
Mesmo que eu não queira admitir, ela me
magoou.
Ela mentiu como minha mãe.
Elas sempre mentem.
Capítulo Onze
Marianne

nde colocou minha boneca? — Annabelle

O pergunta para a irmã idêntica.


— Eu não sei. — sua voz sai fraca.
— Você é tão chata. — a menina resmunga
empurrando os braços da irmã.
— Belle...
— Annabelle. — ela a corrige mandante.
— Você não a deixou na sala? — a irmã indica.
— Irei ver. —Annabelle sai do quarto, mas não
sem antes puxar o cabelo da irmã.

— Precisamos voltar. — Marianne pede quando


vê que seu Chito não está entre seus braços.
— Mari. O que foi dessa vez? — a voz suave de
sua mãe questiona amorosa.
— Chito não está aqui. — Seus olhinhos se
enchem de lágrimas e sua mãe suspira fazendo o pai
dirigir pelo retorno voltando para a casa de praia
deles.
Em um segundo tudo escureceu e devagar os
gritos foram ouvidos pela pequena Marianne.
A culpa é sua! A culpa é sua! Q culpa é sua!
Acordo arfante quando o pesadelo acaba. Meus
olhos já estão queimando de lágrimas, enquanto
abraço minhas pernas perto do meu peito.
Fazia tanto tempo que eu não sonhava com o
acidente. O que mudou?
Aperto meus lábios juntos tentando parar de
chorar, Lauren está dormindo e eu não quero que
fique triste por mim.
Eu sou uma peça danificada. Uma pessoa enviada
pelo inferno para trazer desgraça e tristeza à vida das
pessoas. Eu não quero ser assim, porém mamãe me
dizia isso enquanto estávamos no hospital, quando
chegamos a nossa casa.
Todos os dias da minha vida ela me fez acreditar
nisso. E hoje essa é a única certeza que tenho. Eu sou
má. Respiro fundo engolindo meu choro e me levanto
andando pelo quarto pequeno. Lauren se agita no seu
sono e eu prendo a respiração.
Ela relaxa novamente e eu me deixo abrir a porta
para sair para os corredores do prédio. O sol já está
clareando, então não tenho tanto medo, mas ainda
assim eu olho para os lados a procura de algo ou
alguém escondido.
Sento-me contra uma parede fria e abraço minhas
pernas cobertas pela calça de moletom que vesti hoje
depois que cheguei da boate com Tara. Eu estava
uma bagunça de choro e bebida. Tara não me
perguntou nada, mas eu sei que o mesmo não
acontecerá mais tarde.
Caleb me fez chorar.
Ele quer me afastar de Tess.
Mas eu não posso. Algo nela me faz sentir bem.
Eu preciso dela ao meu redor. Eu quero cuidar e
protegê-la do mundo.
Caleb não vai me afastar. Eu errei em mentir para
ele. Eu errei em dizer o nome da minha irmã morta no
lugar do meu. Porém isso é uma loucura da minha
mãe.
Eu lembro como se fosse hoje o que ela me falou
assim que cheguei a nossa casa depois do acidente
que levou Annabelle...
— Você é a culpada de tudo, Marianne. E é por
isso que não queremos mais ouvir esse nome na
nossa casa. — ela apertou meu braço até que ele
estivesse vermelho. — Você vai ser chamada pelo
nome da sua irmã. Annabelle. — seu lábio sorriu e
ela me belisca aonde tinha uma pequena queimadura
do acidente.
— Mas meu... — sua mão acertou meu rosto e eu
baixei a cabeça. Obediente.
— Seu nome traz desgraça. Você traz desgraça e
tristeza. Eu não quero mais que alguém lhe chame
pelo nome podre que recebeu na maternidade. Você
agora é Annabelle. Entendeu? — Eu aceno sentindo
minhas lágrimas chegarem aos meus olhos azuis.
Essa foi à primeira das muitas vezes que ela me
culpou pela morte de Annabelle. Seu poder podre
sobre minhas ações.
Sobre quem eu sou.
Eu odeio Medicina. Eu odeio tudo que envolva
hospitais, mas Annabelle amava então mamãe me
obrigou a cursar Medicina. Obrigou-me a ser melhor
em tudo pela memória de Annabelle.
Eu odeio minha irmã morta.
Eu sou má e eu a odeio por me fazer deixar de ser
a Marianne que mamãe e papai amavam. A Marianne
que todos os amiguinhos gostavam, a Marianne que
cursaria psicologia por amor.
Eu apenas odeio a minha irmã morta.
Eu odeio você, Annabelle!
Levanto-me do chão e volto para meu quarto
depois de chorar pela vida que Annabelle roubou de
mim quando morreu.
Eu a amava, amava tanto, ela era apenas uma
criança quando morreu, mas por culpa dela eu pedi
para que voltássemos para buscar Chito. Ele era meu
urso favorito, eu dormia com ele todas as noites, mas
na noite antes de voltarmos para casa...
—Onde está Chito? — pergunto chegando perto
de Annabelle.
Estamos prontas para dormir. Mamãe nos vestiu
iguais com pijamas rosa. Mas enquanto meus cabelos
loiros estão em uma trança bonita, os de Annabelle
estão soltos pelos ombros.
— Irei dormir com ele essa noite. — ela afirma e
eu sinto meu coração apertar.
Chito não gosta de Belle. Eu sei, pois nós
conversamos. Às vezes eu também não gosto, mas ela
é minha irmã. Eu tenho que amá-la.
— Mas eu só durmo com ele...
— Apaguem as luzes meninas. — mamãe manda
colocando a cabeça na porta. — Boa noite meus
amores. — ela beija minha cabeça e depois a de
Annabelle.
— Você ouviu mamãe... Apague as luzes,
Marianne. — ela se deitou me ignorando e eu me
arrastei apagando as luzes e entrando de baixo das
minhas cobertas.
Àquela noite passei em claro olhando para o
rosto de Chito. Eu senti no fundo do meu coração que
ele estava sofrendo.
Eu era apenas uma criança.
Balanço a cabeça tentando dispensar as
lembranças estúpidas! Tento dormir novamente, mas
meus pensamentos voam até Caleb e Sean hoje. Eu
enlouqueci quando vi Sean aqui, Caleb bateu nele e
eu enlouqueci mais ainda.
Ele quebrou seu nariz! Eu sei que ele me chamou
de puta e vadia, mas eu não ligo para nada que ele
fala. Eu o odeio também. Eu odeio minha família
inteira.
— O que você quer aqui? — questiono vendo o
carro de Caleb sair do estacionamento.
— Sua mãe me mandou vir. — ele debocha
estupidamente. — Ela sabe que está namorando um
jogador? — meus olhos se arregalam me virando
para o vê.
— Como você sabe que ele é jogador? —
pergunto tremendo.
Eu não posso trazer mais pessoas para minha
desgraça. Principalmente Caleb.
— Eu assisto jogos, Marianne. — ele ri e depois
geme pegando em seu nariz quebrado.
— Por que me chamou de vadia na frente dele,
Sean? — pergunto sentindo meu coração apertar.
Sean é enteado da minha mãe. Como um meio
irmão. Depois que papai morreu minha mãe se casou
novamente e então veio Sean no pacote.
— Não seja estúpida! Nós dois sabemos que você
deu para quase todos os caras da nossa cidade. —
ele fala amargo e observa meu corpo com seus olhos
podres de desejo. — Só não me quis. Por que
Marianne? — ele aproxima-se e eu respiro fundo.
— Você é meu irmão! — grito lembrando-me das
vezes que Sean quis me beijar e transar comigo.
Ele é doente.
— Não somos irmãos porra! — ele volta a gemer
com dor no nariz e eu pulo longe do seu toque
doentio.
— Você não veio aqui pela minha mãe. Você veio
atrás de mim, Sean. — meu lábio treme quando
constato isso.
— Sim. Você está certa. — ele aperta as mãos do
seu lado. — E você está fodendo com o jogador...
— Não se meta com ele. Não fale nele! — grito,
medrosa.
Sean é um doente. Ele pensa que sou dele, mas
eu não sou. Não sou de ninguém.
Talvez de Caleb. Mas somente dele.
— Então a vadia está apaixonada? — meu lábio
treme com o pensamento.
Apaixonada?
Eu acho que é cedo demais para isso, mas, sim,
Caleb tem meu carinho.
— Vá embora. Eu ligarei para minha mãe e
avisarei que está me perseguindo. — afirmo andando
para trás.
Olho para os lados e não vejo ninguém que
possa me ajudar. O Campus está solitário.
— E eu avisarei que a filhinha dela está com um
namorado... Ela te proibiu lembra? Nada de
namorados até a faculdade terminar. Ela é louca. A
velha é estúpida! Mas eu aprovo isso. Você é minha
Marianne. Só minha. — ele corre até mim segurando
seu nariz e me puxa para seu peito enquanto aperta
minha bunda.
Eu bato em seu peito tentando me soltar, mas ele
é mais forte que eu. Muito mais. Meu peito aperta
com as lembranças dele entrando em meu quarto a
noite. Tentando me estuprar.
Eu odeio Sean.
Em um segundo eu estou sozinha novamente,
então vejo Saint segurando Sean pela camisa e
batendo em seu rosto. Minhas lágrimas descem
quando sinto Alisha me abraçar por trás.
— Vai ficar tudo bem, Baby. — ela promete me
segurando em seus braços. — Se acalme.
Eu quero esquecer essa merda que aconteceu,
então quando Tara chegou dizendo que iria sair, eu
somente a acompanhei. Então vi Caleb.
Ele estava tão lindo, como sempre, e eu me
surpreendi por ele não brigar comigo pela cena à
tarde. Então fui até ele. Só para saber que ele me acha
uma mentirosa. Que não deixará mais eu ficar ao lado
de Tess.

Acordo depois das sete e lembro que era hoje o


dia que eu e Tessa iríamos ao parque. Já faz uma
semana que não escuto falar nada de Caleb. Saint
vem aqui quase todos os dias para pegar Alisha, só
que ele não toca no nome do amigo e eu também não.
— Você ainda está triste pela prova? — Lauren
pergunta olhando para mim pelo espelho.
— Não, Lauren. — balanço a cabeça e engulo
seco.
Eu fiquei muito triste e temerosa pela atitude da
minha mãe, mas eu percebi que não importa o que eu
faça. Nada para ela está bom, então esperei que
ligasse.
E ela fez.
Perguntou-me como tinha sido e eu disse que não
foi uma das minhas melhores. Ela somente me disse
que eu era uma imprestável e que eu me esforçasse
mais. Quando desligou, eu suspirei aliviada. Eu não
aguento mais.
— Que bom. — ela sorri e eu também.
— E Kane? Ligou novamente? — pergunto
lembrando que ele está a procurando de novo.
— Sim. Eu já falei que se ele pisar aqui vai levar
banho de urina então ele ainda não veio com medo.
— ela ri orgulhosa e eu também.
— Você é má. — digo rindo e ela pisca os olhos
para mim.
— Não era hoje que você levaria Tess para o
parque? — Ela questiona separando uma mexa do seu
cabelo para cachear.
— Caleb não me deixa mais se aproximar dela.
— mordo meu lábio sentando na cama.
— Por quê? — quando olho nos olhos de Lauren
eu vejo Caleb refletido.
Eu também minto para elas. Eu as deixo me
chamar pelo nome da minha irmã morta. E isso não é
uma coisa que amigos fazem.
— Eu preciso contar algo para você e para as
meninas. — respiro fundo e pego meu celular. Mando
mensagem as chamando aqui, e Lauren logo deixa o
babyliss na cômoda vindo sentar à minha frente.
— Aconteceu algo baby? — sua pergunta sai tão
preocupada que meu coração fica mais culpado ainda.
— Sim. — afirmo e logo a porta é aberta por
Tara e Alisha.
— O que aconteceu? — Alisha pergunta
entrando e sentando ao meu lado.
— Você está grávida? Nós vamos ter um mini
jogador pelo Campus? — Tara grita aos pulos e eu
balanço a cabeça para sua loucura.
— Nada de mini jogador, Tara. — digo rindo e a
puxo pela mão para que sente ao lado de Lauren.
— Então o que Anna? — meu lábio inferior
treme quando escuto ela me chamar assim.
— Eu menti para vocês. — engulo em seco
afastando meus olhos delas.
— Como assim? — Tara pergunta olhando para
as outras meninas que estão igualmente confusas.
— Meu nome não é Annabelle. — mordo meu
lábio e espero que digam algo.
— Não é. — Lauren acena e se vira para mim. —
Então qual o seu nome?
— Marianne. — afirmo olhando entre elas.
Meu coração parece ter se livrado de um peso
enorme. Como se nesse momento uma tonelada
tivesse sido retirada. E é tão bom.
— É mais bonito que Annabelle. — Tara diz
sorrindo e pega minhas mãos se ajoelhado a minha
frente. — Por que mentiu Anna... Mari? — ela
balança a cabeça confusa e eu suspiro.
— Eu tinha uma irmã gêmea... O seu nome era
Annabelle. Ela morreu quando nossa família estava
vindo de férias para casa, por que eu pedi a minha
mãe para buscar um urso que eu tinha desde pequena.
— suspiro e finjo limpar minhas unhas. — Nosso
carro foi atingido por outro do lado em que ela
estava. Ela morreu na hora.
—Desde então minha mãe me culpa pela morte
dela. Quando cheguei em minha casa depois de sair
do hospital, ela me disse que eu só trazia desgraça e
tristeza. Ela não queria mais ouvir meu nome, então
mandou que todos me chamassem de Annabelle. —
limpo as poucas lágrimas que caem dos meus olhos e
vejo minhas amigas com suas próprias.
— Eu só tinha dez anos. Eu era uma criança. —
as mãos de Alisha me envolvem e eu me deixo chorar
pelos anos de culpa e tristeza.
— Não se preocupe Mari. Sua mãe é doente. Ela
foi má com você querida. — Tara afirma e eu balanço
a cabeça.
— Eu que sou má. Eu trago desgraça e tristeza...
— Cale-se! — Lauren grita limpando seus olhos.
— Você não é má. Você era uma criança. Não é sua
culpa. — ela beija meus cabelos e suas mãos suaves
passam por minha bochecha.
— Agora Caleb sabe que eu menti para ele. Ele
não me deixou explicar. Só disse que eu não veria
mais Tess. Ele me tirou ela, meninas. Eu a amo, ela
me faz respirar com tranquilidade. Ao lado dela eu
não me sinto má. — Alisha sorri e me puxa
novamente para seus braços.
— Saint pode ajudar nisso. Ele sempre leva Tess
para passear. Você pode chegar de surpresa. — ela
indica e eu sorrio gostando da ideia.
— É o que mais quero. Você pode me dizer
quando eles irão passear e eu vou até eles... —
começo a divagar e Alisha acena sorrindo. Beijo seu
rosto e agradeço. —Obrigada meninas. — peço e elas
me abraçam.
Suspiro sentindo pela primeira vez, depois que
Annabelle morreu, eu estou sendo amada novamente.
Por minhas amigas.
Capítulo Doze
Caleb

nnabelle Reed.

A Um acidente de carro.
Morta aos 10 anos de idade.
Família mora no Sul do Arizona.
O pai morreu há seis anos e ficaram apenas a irmã,
Marianne Reed com 20 anos e sua mãe, Heloísa Reed
de 43 anos. Marianne estuda Medicina na
Universidade do Arizona.
A mãe se casou novamente com Tom Ghost que tem
um filho, Sean Ghost.
Aperto minha temporã olhando mais uma vez
para esses papéis. Faz uma semana que estão comigo
e todos os dias eu pego e os releio.
Annabelle é irmã de Marianne. Minha Annabelle
é a Marianne.
Isso é tão confuso. Por que ela mentiu? Por que
ela usa o nome da irmã? Aperto meus dedos e relaxo
quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — Ela chama da porta e eu aceno para
que venha até mim. Quando ela para perto eu beijo
seu rosto a pegando em meus braços.
— Oi minha menina. — sorrio.
Deixo os papéis na mesa e saio do escritório com
ela. Tess está cabisbaixa e eu sei que está pensando
em Anna... Marianne.
— A Mari ficou chateada comigo? — franzo
minha testa não entendendo sua pergunta.
— Por que ela estaria chateada com você, Tess?
— questiono enquanto saímos para o jardim. O sol
está no alto indicando que é meio dia. Sento-me em
um banco debaixo da sombra e coloco Tess ao meu
lado.
— É que eu falei nosso segredo para você. — ela
baixa a cabeça apertando seus dedos. — Ela não veio
mais me ver. — Ela funga devagar.
Minha garganta fecha com suas palavras. Eu não
quero que ela sofra. Jamais, mas eu não posso deixar
Marianne ao redor dela. Ela mentiu.
— Ela não está chateada com você, baby. Foi o
papai que disse para ela não vir mais aqui. — ela
levanta a cabeça e me encara chateada.
— Por quê? Eu amo a Mari papai. Por favor,
deixa ela vir me ver. — seu lábio inferior treme
enquanto sua cabeça inclina para o lado.
— A Mari mentiu, filha. Eu não posso a deixar
próxima de você. — explico calmo, mas Tess logo se
levanta e vira suas costas para mim.
— Ela não mentiu. Eu preciso ver ela, papai. —
sua voz sai chorosa.
— Isso não vai acontecer, Tess. — afirmo sem
me deixar amolecer pela sua tristeza.
— Ela é minha mamãe. Eu... Papai por favor... —
ela se vira para mim e meu coração parece ser
esmagado quando vejo o tamanho de sua dor.
— Tess...
— Eu a amo. A amo tanto papai que meu coração
dói se ela não vem me ver... — ela solta um soluço e
eu a aperto junto ao meu peito.
— Deus, Tess. Você vai me matar com seu
choro. — digo suspirando. — O papai vai ligar tudo
bem? — digo sorrindo e ela me abraça dando beijos
em meu rosto.
— Obrigada papai.
Pego meu celular e quando vou discar para
chamar Marianne, ele começa a tocar com Saint
ligando.
— Hey! — ele fala alegre e eu suspiro.
— Oi Saint. — digo e vejo Tess sorrir grande ao
ouvir o nome do tio.
— Posso pegar a boneca hoje? Quero levá-la ao
parque. — engulo em seco com seu pedido.
Eu confio minha vida a Saint, mas não deixo de
temer por minha Tess sempre que pede que ela vá a
algum passeio.
— Tudo bem, Cara. Venha, mas cuidado. — por
fim deixo e desligo depois dele avisar que está
chegando.
— O tio Saint vem me ver? — Tess pergunta
sorrindo e eu aceno.
— Ele vai levar você ao parque. Você queria ir,
lembra? — questiono a pegando nos braços
novamente e caminhando para casa.
— Sim, mas eu queria ir com a Mari. — ela
franze suas sobrancelhas escuras e eu sorrio.
— Você vai deixar tio Saint ir sozinho? — faço
cara de espantado e ela arregala os olhos negando.
— Não. Eu vou com ele. Pode chamar a Mari? Aí
vamos os três, não, nós quatro. — ela balança a
cabeça confusa e eu rio.
— Os quatro, filha. — ela acena e suspira.
— Você liga? — Eu aceno e a coloco para baixo.
— Peça a Lila para arrumá-la. Tio Saint está
chegando. — ela corre até a cozinha e chama Lila.
Em poucos segundos ela está vindo com sua
babá. Lila sorri para mim e eu retribuo acenando.
Respirando fundo pego meu celular novamente. Não
sei por que me vejo tão nervoso para ligar para aquela
mulher.
Espero ela atender e suspiro ouvindo seu sussurro
dizendo alô.
— Sou eu. — a linha fica muda depois que falo e
penso que ela desligou, mas logo sua voz é escutada
por mim.
— Caleb... Humm... Oi. — estranho sua voz e me
pergunto o que diabos está fazendo.
— Você está ocupada? — questiono ouvindo
música.
— Estava dirigindo, mas... Parei no acostamento.
O que... Aconteceu? — ela responde tentando soar
calma, mas eu sei que não. Sua gagueira a denúncia.
— Onde está indo? — questiono e sento na
minha cama olhando para os travesseiros que dias
atrás ela estava.
— Por... Quê? — aperto meus olhos não
gostando do nervosismo dela.
— O que está fazendo, Marianne? — pergunto
sério usando seu nome verdadeiro.
— O que quer Caleb? — ela se esquiva e eu
suspiro.
— Você está indo ver outro homem? É isso? Por
isso não quer conversar? — a possibilidade passa por
meus pensamentos, e antes que eu consiga me calar já
estou falando.
— O quê! Não! Eu não estou indo ver homem
nenhum! — ela soa tão desesperada para que eu
possa acreditar que eu acredito.
Sou um doente filho da puta. Literalmente para a
última parte.
— Okay. Então venha até aqui em casa. Tess
quer te ver. — digo firme sentindo meu coração
desacelerar. Imaginar Anna... Marianne com outro
homem me dá náusea. Ela é minha, de um jeito
totalmente louco, mas é.
— Você... Você... Quer que eu vá? Tipo você
disse que eu não a veria mais... — ela parece tão
confusa que eu sorrio.
— Você sabe que a pestinha me tem na mão. Ela
derramou lágrimas, então cedi. — opto por falar meia
verdade.
Marianne pode ser uma mentirosa, mas eu a
quero aqui. Eu anseio sua permanência em minha
casa. Em minha cama.
— Eu... Fico feliz, Caleb. Você tem que me
deixar explicar o porquê da mentira. Eu juro... — eu a
corto antes que acabe.
— Eu vou escutar. Estou lhe esperando. — ela
diz que tudo bem e depois desliga.
Depois de meia hora a vejo sentada em minha
sala. Suas pernas estão nuas me chamando para elas,
mas repito mais e mais que minha filha estará aqui a
qualquer momento.
— Oi. — ela sussurra e eu levanto meus olhos
até encontrar seu rosto corado.
Seus cabelos loiros estão presos em um rabo de
cavalo e ela está vestida com um vestido rodado
florido e curto. Ela está linda.
— Olá. — cruzo meus braços e encosto-me à
parede.
— Eu... hãn... Preciso falar uma coisa... — a
porta se abre interrompendo sua fala nervosa e Saint
entra.
— Você não ia esperar no parque? — seu cenho
franzido me faz olhar entre os dois.
Como assim esperar no parque? O rosto da Mari
parece pegar fogo e ela logo se levanta vindo até
mim.
— Do que está falando? — pergunto a Saint.
Vejo ela se aproximar mais e eu me afasto indo
encontrar meu amigo.
— Caleb, para. — ela pede segurando meus
braços.
— O que porra está acontecendo aqui? —
questiono irritado e empurro sua mão para longe de
mim.
Eles estão ficando? É isso?
— Você está fodendo minha mulher, irmão? —
questiono chegando à frente de Saint que começa a
rir. Por que o idiota está rindo?
— Vai se foder, Caleb. Eu tenho namorada. —
ele continua rindo e eu me afasto procurando Mari.
— Então o quê? — ela baixa a cabeça e eu me
aproximo segurando seu queixo para que me olhe.
— Eu só iria passar no parque para vê Tess... —
fecho meus olhos vendo que mais uma vez Marianne
mentiu.
— Mais uma mentira? — pergunto voltando para
onde estava quando Saint chegou. — Você ia ver
minha filha escondido de mim, Marianne? —
pressiono-a e ela vem para minha frente.
— Você disse que não a veria mais. Caleb, eu só
quero estar perto dela. — seu lábio treme e seus olhos
azuis se enchem de lágrimas. Mais lágrimas para a
coleção das vezes que eu a faço chorar.
— Você sabe que só seria questão de tempo.
Você sabe que minha filha é louca por você, porra!
— grito me afastando novamente.
— Eu sei... Eu sei... Mas eu estava triste, eu
queria vê-la hoje. Não fique bravo. — ela segura
meus ombros e eu respiro fundo procurando Saint.
— Você ia me trair Saint? — pergunto o vendo
cruzar os braços à frente do corpo.
— Deixe de ser dramático, Caleb. Annabelle é
como uma mãe para Tess. Só quis ajudar as duas. —
ele dá de ombros.
— Seu nome é Marianne, não a chame mais
assim. — mando irritado. Ele dá de ombros com as
sobrancelhas franzidas, demonstrando sua confusão.
— Vou esperar lá fora. — ele sai depois de
acenar concordando.
— Você pensa que eu seria capaz de ficar com
seu amigo, Caleb? — Mari pergunta andando para
longe.
— Não foi isso que eu quis dizer...
— Não? Pelo amor de Deus, você o perguntou se
estava fodendo comigo! Me fez parecer uma vadia na
frente dele. — Ela balança a cabeça e devagar volta a
se sentar no sofá.
— Esqueça essa merda! Eu só pensei errado. Só
isso. — grunho frustrado e me distancio da parede.
— Só isso. — ela acena ironizando.
Fico por alguns segundos, calado, mas quando
vejo que a tensão não se dissipa eu me aproximo.
— Marianne... — começo, mas logo paro,
quando a vejo chorar de novo. — Por que você só
chora baby? — pergunto me abaixando a sua frente.
— Por que você me chama. Você, Caleb, me
chama, não pela minha irmã. Mas por mim. Pela
Marianne. — ela levanta seu rosto e eu vejo o quanto
ela ansiou por isso.
— Por que você deixou as pessoas te chamarem
pelo nome de sua irmã morta? — pergunto cauteloso,
seu rosto se inclina e eu passo meus dedos por seus
lábios vermelhos.
— Como sabe que ela está morta? — Ela
pergunta confusa e eu engulo em seco.
— Eu contratei um investigador. Eu sei tudo
sobre você, Mari. — afirmo sério esperando pela
bronca.
Esperando que ela grite e diga que eu não podia
fazer isso. Mas ela não faz.
— Eu estou cansada da minha vida, Caleb.
Cansada de estudar o que era sonho da minha irmã,
cansada de ser ela. Eu a odeio tanto, Caleb. Tanto. —
ela soluça e eu a aperto no meu peito.
— Está tudo bem. Para mim você é a Marianne.
A minha Marianne. — beijo seus cabelos e fico tenso
quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — sua voz me chama e eu me viro
mostrando Mari a ela. — Mari! — ela corre, mas para
antes de chegar ela inclina a cabeça sem entender o
choro da Mari. — Por que chora? — minha filha dá
mais alguns passos e para em frente a sua mamãe.
— Não foi nada...
— Eu te amo, não precisa chorar. — Tess diz tão
séria que eu tenho vontade de rir da sua inocência.
— Eu sei baby. Eu também te amo muito. —
Mari a pega nos braços e beija seu rosto.
Levanto-me e vejo Lila de pé nos olhando.
Aceno discreto, a avisando que pode se retirar. Ela
logo faz.
— Eu ia ao parque com tio Saint, mas eu posso
ficar com você aqui mesmo. — Mari ri negando e se
levanta pegando a mão de Tess.
— Eu também estava indo. Vamos as duas. Tio
Saint está esperando lá fora. — Tess acena
confirmando e sai puxando Mari. Eu não as
acompanho, porém vejo-a me olhando enquanto sai.
Passo à tarde no meu escritório organizando
alguns contratos que estou analisando para a empresa
que estou tentando erguer. Ainda é só uma ideia, mas
como ser jogador lhe traz benefícios, os contratos são
um deles.
Paro para pensar no que Peter me disse no
começo da semana. A cadela está se mudando. Para
onde eu ainda não sei, mas espero que seja para o
mais longe possível de mim e Tess.
Ela deixou as drogas, ela se casou novamente e
vive no Norte do estado. Eu sei todos os seus passos,
e eu espero estar sempre à frente dela. Por mais que
hoje ela esteja sóbria e viva de maneira digna eu não
quero aproximação com ela ou dela com Tess.
Aquela mulher me marcou de uma maneira que
eu nunca fui capaz de superar. Ela é podre. Ela
sempre foi. Eu não me deixo enganar por um trabalho
e um casamento bem-sucedido. Ela ainda fede a
destruição e depravação.
Eu odeio Vanessa Lewis.
Se eu pudesse, eu mesmo a matava.
Capítulo Treze
Marianne

ejo Tess brincar com Saint enquanto ele a gira

V devagar. Eu sorrio acenando com a mão


quando ela me olha e suspiro constatando que
lembro perfeitamente de Caleb quando vejo seu
sorriso. Ela é simplesmente a cara dele. Ninguém
diria que são irmãos. De verdade, eles devem pensar
que ela é sua filha biológica.
Ontem não pensei muito sobre o poder que ele
tem em mim. Sobre eu estar me apaixonando por ele,
mas hoje foi tão intenso vê-lo me chamando de
Marianne. Ver que ele me enxerga como a Marianne.
Não como a Annabelle.
E sim, eu estou apaixonada por ele. Eu estou tão
apaixonada que só de ouvir ele me chamando de sua
mulher acendeu lugares em meu corpo que anseiam
por ele. Por seu toque. Porém também me vi
humilhada por ele pensar que eu estaria dormindo
com Saint. Pelo amor de Deus ele é namorado da
minha amiga!
— Quero sorvete! — Tess grita e Alisha sorri
indo pegar ela nos braços e a levar até o carrinho
próximo a nós.
Ali veio depois que saiu de um encontro com sua
mãe. Eu adorei e Tess já adora minha amiga em
poucas horas que estão brincando.
— Não pense no que o idiota falou Mari... —
Saint sorri leve e eu aceno dando de ombros.
— Só não estou me sentindo merecedora de sua
confiança. Eu já menti duas vezes... Na outra
questão... — suspiro e encaro seus olhos escuros. —
Ele pensar que estávamos dormindo juntos foi como
se uma faca me perfurasse.
— Ele estava com ciúmes. Só isso. — Ele afirma
sério e eu sorrio acenando.
— Eu sei. — mas isso não faz doer menos, eu
penso, mas não completo.
Nossa conversa morre e passamos mais meia
hora com as meninas brincando. Quando estamos
indo embora digo que levarei Tessa para casa e que
eles podem ir sem problema. Sei que Ali quer seu
namorado um pouco. Afinal, eles estão há dois dias
sem se ver. A vinda da mãe dela sobrecarregou, então
ficou difícil deles se verem.
— Você e meu papai são namorados, Mari? —
engasgo com a pergunta de Tess quando estamos
quase entrando em sua casa
— É complicado, Tessa. — suspiro e beijo seu
rosto. — Mas eu gosto muito dele, quem sabe um dia,
a gente seja namorados? — pisco para ela enquanto
saio do carro e abro sua porta a retirando.
— Eu vou ficar muito feliz. — eu sorrio e beijo
seu rosto novamente.
Entramos em sua casa e estranho o local está tão
silencioso. Coloco Tess no chão e ela diz que vai para
a cozinha procurar Larissa, a cozinheira, para fazer
bolo de chocolate. Pego a maçaneta da porta do
escritório de Caleb e quando vou girá-la ela se abre
mostrando Lila. Seus lábios estão vermelhos e ela
está fechando sua blusa branca de botões.
Meu estômago se revira e eu tento me acalmar
quando vejo o sorriso de escárnio que ela me dá. Ele
não estava com ela. Ele não estava com ela.
— Eu disse que você era só mais uma. — ela
limpa a borda dos lábios carnudos sorrindo cínica. Eu
não me paro quando seguro seus cabelos a fazendo
me olhar diretamente.
— Eu espero que não esteja assim por estar com
Caleb, por que se for eu vou arrancar sua garganta
com minhas unhas. — minha voz sai tão determinada
que me pego pensando se eu poderia mesmo fazer
isso.
— Vá embora. Ele fica comigo desde que
cheguei aqui. Nós nos amamos...
— Mentira! Você não é nada mais do que sua
empregada. Você que é doente por ele. — falo
apertando seus cabelos entre meus dedos.
Seu rosto se contorce, mas o sorriso odioso está
lá, me irritando.
— Ele me fode à noite, Annabelle. Ele me fode
na sua cama. E nesse minuto ele estava me fodendo
sobre sua mesa... — eu a calo com uma tapa e me
afasto vendo seu rosto vermelho.
— Isso é mentira! — meus dedos tremem
enquanto penso sobre isso.
Caleb dorme com ela? Como ele... Balanço a
cabeça. É mentira! Ele não faria isso. Eu perguntei a
ele sobre ela e ele me disse que era apenas sua
empregada.
Meu Deus, o que está havendo comigo?
— Vá embora e não volte mais. Caleb é meu e
nem você e nem ninguém vai me tirar ele. — sua voz
é carregada de veneno e eu me aproximo sentindo
meu sangue esquentar em minhas veias.
— Ele é meu e eu sou dele. Isso tudo é sua
mentira! — digo e a empurro tentando abrir a porta.
— Você verá com seus próprios olhos... — então
eu abro a porta.
Sinto meu coração ser rasgado quando o encontro
com a bermuda aberta. Ele arregala os olhos me
olhando e eu entro. Se ele e ela pensam que vou
correr daqui, estão muito enganados.
— Já chegaram? — ele se levanta e anda até
mim. — Cadê Tess? — questiona a procurando sobre
meu ombro.
— Você me disse que ela é apenas sua
empregada, Caleb. — deixo a acusação no ar e ele
franze o cenho olhando entre mim e Lila
— O que está acontecendo? — ele pergunta tão
sério como nunca o vi. Caleb cruza os braços e espera
que alguma de nós duas fale algo.
— Lila estava aqui com você. Ela falou que
dorme com ela. Ela disse que você era dela... O que
quer comigo? — questiono confusa. — Por que você
me quer? — balanço a cabeça sem entender.
Se ele a tem, para que ele me quer aqui?
Afasto-me dele e me viro a tempo de ver Lila
olhando para o chão. Aproximo-me dela e a pego
pelo queixo.
— Fale a ele o que me disse. Fale que ele te fode,
não é? Que ele transa com você na sua cama, nesse
escritório. Fale! — grito vendo vermelho. Sinto um
sentimento tão ruim invadir meu sangue, minha
barriga, tudo. É raiva como nunca senti.
— Lila por que você falou isso para Mari? —
Caleb pergunta e em questão de segundos eu sei que
foi mentira dela.
Vagabunda!
Ela pensou que eu iria correr de lá assim que a
visse se ajeitando e limpando seus lábios. Ela pensou
que eu fosse estúpida, que eu fosse embora o
deixando aqui para ela.
— Caleb... — ela tenta falar, mas eu estou em
cima dela antes disso.
Estapeio seu rosto e a puxo pelos cabelos
enquanto Caleb me segura pela cintura.
— Mentirosa! Por que mentiu? Está apaixonada
pelo patrão, não é? — eu rio dela e a solto quando
Caleb me puxa. — Ele é meu, sua estúpida! — grito
tentando me soltar dos braços dele, mas ele me aperta
mais.
— Vadia! Você é uma puta, Annabelle. Eu vou
acabar com você. — ela promete se levantando e eu
sorrio vendo sua boca sangrar.
— Venha.
— Calem-se! — escuto a voz de Caleb tão alta
em meu ouvido que só agora me lembro que estou em
seus braços. — Lila vá para seu quarto. Nós iremos
conversar. — ele promete e então ela sai tentando dar
um jeito em seus cabelos ridiculamente assanhados.
Suspiro relaxando minha coluna contra seu peito
forte. Caleb me vira devagar e suspira cheirando meu
pescoço. Ficamos assim por alguns minutos até que o
escuto rir.
— Você estava com ciúmes, gata? — ele
pergunta rindo suavemente.
— Sim, oh meu Deus! Eu enlouqueci.
Totalmente. — admito me sentindo envergonhada.
Porém eu não voltaria atrás. Eu faria tudo novamente.
Principalmente arrancar seus cabelos.
— Você pensou que eu estava fodendo Lila,
Mari? — seu questionamento me faz ficar tensa.
— Quando entrei, achei que sim. Sua bermuda
está aberta. — aponto para lá e depois encontro seu
olhar aceso.
Escuros de desejo.
— Por que ela ficou pequena enquanto eu estava
pensando onde te foder quando chegasse. — minha
calcinha vira uma poça de umidade e eu aperto elas
juntas tentando amenizar minha necessidade.
— Você já decidiu? — pergunto atrevida e cheia
de desejo.
— Sim. Na minha mesa. — Caleb afirma. Ele
caminha até a porta do escritório comigo em seus
braços e a tranca rapidamente.
Seu braço empurra tudo que estava em sua mesa
para o chão e me deita nela. Meu vestido embola na
cintura quando Caleb abre minhas pernas o deixando
entrar no meio delas. Seus dedos um pouco calejados
entram entre minha calcinha e na minha intimidade e
me contorço com o mínimo contato de seus dedos
contra ela.
— Molhada e apertada como sempre. — e em
apenas um puxão ele rasga o pedaço de pano delicado
e desliza seus dedos para dentro de mim.
Eu arqueio sentindo a pressão aumentar no meu
ventre e quando seus dedos se movem dentro de mim
apenas um pouco eu desmorono. Caleb puxa as alças
do meu vestido deixando meus seios inchados livres.
— Porra. — sua boca se fecha em torno de um
deles ao mesmo tempo em que ele me preenche.
Empurro contra ele e cada vez mais me sinto
cheia. Sinto-me flutuar. Minhas paredes doem com o
contato bruto dele. Ele entra e sai de mim com uma
força e rapidez tão grande que meu útero sente as
pontadas.
Seus dedos apertam minha pele branca e eu sei,
como da primeira vez que transamos, sairei cheia de
marcas roxas.
Meu prazer começa a crescer novamente em
questão de segundos estou convulsionando em seu
peito. Sinto Caleb despejar dentro de mim e a
realidade de que transamos sem camisinha.

Saímos do escritório depois que nos limpamos no


banheiro que há lá. Sinto-me boba quando ele pega
minha mão e me leva para a cozinha. Larissa está
sorrindo e cobrindo um bolo com cobertura de
chocolate quando entramos no cômodo. Minha boca
saliva e eu sorrio me aproximando de Tess que olha
tudo com os olhos pidões.
— Vou falar com Lila. — ele avisa e eu perco o
sorriso ao lembrar-me dela.
— Tudo bem. — suspiro e me inclino beijando
sua boca.
Caleb geme baixo e eu sorrio enfiando minha
língua em sua boca. O gosto dele é puro e suas mãos
cheias de carinho passeiam por minhas costas.
— Agora vocês estão namorando? —afastamo-
nos quando escutamos a voz de Tess.
— Tessa...
— Papai disse que só namorados beijam...
— Sim, somente namorados beijam. — ele acena
e sai da cozinha me deixando para trás com a missão
de responder ela.
— Eu quero tanto um pedaço desse bolo. Você
poderia me dar um pedaço, Tess? — pergunto
molhando meus lábios tentando fazer ela se esquecer
da pergunta.
— Claro. Larissa fez para todos comerem. — ela
sorri e eu também, só que o meu é de alívio.

— Não. — suspiro segurando o telefone entre o


ombro e a orelha. Olho dentro da bolsa e a jogo em
cima da cama quando vejo que ele não está lá
também.
—Por que, não? — Caleb pergunta impaciente.
— Caleb eu preciso estudar. — digo mais uma
vez, já que ele não entende. — Eu já expliquei. Dei-
me mal na primeira prova, eu não posso me dar mal
novamente. — mordo meus lábios e respiro fundo
quando encontro meu livro. — Acabei de achar o
livro. Tenho que ir agora...
— Eu vou sozinho, então. Quando você parar
com essa paranoia me liga. — eu sei que ele vai
desligar então apenas jogo o celular perto da bolsa.
Eu sei que ele está enlouquecendo com meus
horários de estudo, mas estou na faculdade. Eu
preciso estudar, se eu quiser passar. Porém enquanto
me sento e deixo minha atenção nos livros me pego
pensando nele em uma boate sozinho. Eu confio nele,
quero dizer, não temos nada oficializado para eu
querer marcar território, mas eu me pego pensando, e
se alguém se aproximar? Será que ele afasta a mulher
ou a leva para casa?
Quando vejo que eu não conseguirei estudar
estou pegando um vestido e indo para o banheiro me
arrumar rapidamente. Foda-se, se pareço uma doida,
uma ciumenta e insegura. Caleb é mais que um
ficante para mim e eu não vou o perder. Não mesmo!
Capítulo Quatorze
Caleb

esligo o celular e suspiro. Mari ainda é uma

D universitária, ela precisa estudar, eu entendo,


mas já passou uma semana e ela ainda está
pilhada com a prova que se deu mal. Eu sei que isso é
alguma influência da mãe dela em sua vida. Eu vejo o
quanto ela fica nervosa quando ela liga, o quanto seus
olhos transparecem medo e receio.
Mari tem medo da mãe, eu não sei por que, ainda
não tive tempo de conversar com ela sobre o porquê
de usar o nome da sua irmã, mas sei que é algo
relacionado à sua família.
Arrumo-me enquanto Lila dá a comida de Tess.
Fiquei tão surpreso com a mentira que ela disse a
Marianne. Não a mandei embora por ser alguém de
confiança e que Tess gosta. Porém deixei claro que
numa próxima vez, eu a mandaria embora sem pensar
duas vezes. Não a deixei se explicar, eu já vi o que
está acontecendo com ela. Lila está fantasiando
comigo, mas isso foi outra coisa que deixei claro.
Não sinto e nunca senti algo além de respeito por ela.
Espero que ela tenha entendido.
Depois de alguns minutos estou saindo do quarto
de Tess a deixando dormindo. Acelero meu carro e
sigo indo para a boate onde Saint marcou. Peço um
uísque ao barman e bato meus dedos no balcão
escuro.
— Ora, Ora... — olho por cima do meu ombro e
sorrio vendo Katherine se sentar ao meu lado.
— Se não é Katherine Reilow... — completo
rindo e ela bate nos meus ombros.
— Está com quem? — ela pergunta olhando para
os lados.
— Ninguém. — Dou de ombros e ela sorri
acenando enquanto desce do banco.
— Vou voltar para minha mesa. Estou com
colegas. — ela solta beijos pelo ar e eu balanço a
cabeça lhe mandando ir.
— Sério? — escuto um grunhido e logo depois o
cheiro de Mari preenche meu espaço.
Foda-se, ele chega a mim mesmo com a fumaça
de cigarro e cheiros de todas as outras pessoas.
Marianne é a única que meu corpo responde.
Foda-se eu pareço um idiota!
— O quê, Abelha? — pergunto me virando e a
puxando pelos braços para ficar entre minhas pernas.
— Você estava com outra mulher? — seus olhos
se apertam e eu sorrio afundando minha cabeça em
seu pescoço.
— Aquela era Kath. Irmã do Dominick. Não
viaje tudo bem? — peço deixando beijos em seu
pescoço.
— Por que me chamou de abelha? — ela engole
em seco e empurra devagar, meus ombros.
— Você não vai querer saber. — rindo seguro
seus quadris firmemente.
— Mas eu... — a interrompo beijando a costura
da sua boca.
— Você disse que não vinha, baby. O que
mudou? — afasto-me e encaro seus olhos bonitos.
— Mudou quando eu imaginei... — ela cora e se
cala desviando seus olhos de mim.
— Imaginou? — instigo para que continue
trazendo sua atenção para mim segurando seu queixo.
— Nada. — ela suspira e se afasta por completo
falando com o barman. — Uma Cosmopolitan. —
ela pede olhando em seus olhos enquanto sua atenção
está em seus seios. Aperto minhas mãos olhando para
esse fodido. Ele acena afastando os olhos dela, sem
nem mesmo se tocar que estou aqui olhando para ele.
Eu aperto o balcão quando ele volta e novamente
está com seus olhos lá. Nos seios dela.
— Você perdeu algo no decote dela porra? —
levanto-me e o puxo pela camisa encarando seus
olhos que estão cheios de medo.
— Caleb. — escuto o tom de aviso da Mari, mas
a ignoro apertando mais ainda a camisa o fazendo
ficar quase roxo.
— Você perdeu algo lá? — pergunto
pausadamente. Ele balança a cabeça em negativa e eu
o empurro o vendo correr para longe.
Seguro meus punhos juntos tentando me acalmar.
Eu preciso juntar minha merda. O que está
acontecendo comigo? Conto até dez como aprendi
com a psicóloga que eu ia depois da faculdade e
devagar volto ao normal e minha atenção se dirige as
mãos de Marianne empurrando meu peito.
— Qual é o seu problema, Caleb? — ela grita e
eu aperto meus olhos precisando me acalmar.
— Nada. Vamos embora. — rosno me
levantando, mas desequilibro quando ela novamente
me empurra, por pouco não caio no chão. — Está
ficando louca? — pergunto segurando seus pulsos.
— Você estava sufocando o homem! O que deu
em você? — afasto-me dela e mordo meus lábios.
— Eu já falei que nada. Vamos embora
Marianne. — rosno novamente pegando seu pulso e
puxando em direção a saída, mas não dou dois
passos, pois ela se afasta me deixando sozinho.
— Se quiser pode ir, mas eu não irei. — ela me
dá as costas e pisando duro vai para a pista de dança.
Sim! Foda-se, ela foi.
Passo minhas mãos pelo meu rosto rigidamente e
rosno apertando meu punho. Eu vou matar Marianne.
Vou fodê-la tão duro que amanhã ela não vai poder se
levantar.
Tentando segurar minha raiva me encosto contra
o balcão e observo ela começar a dançar. Seus
quadris balançam ao som de uma música lenta e
provocadora enquanto seus olhos estão fechados.
Seu corpo a denúncia me dizendo que está tensa
e irritada. Minha coluna fica rígida quando um cara
chega próximo a ela. Seu rosto se contrai e ela logo
me acha no meio da multidão. Seus olhos se
arregalam e ela se afasta rapidamente.
Eu vou matar ele. Sim, estou fazendo meu
caminho para eles nesse momento.
— Eu só vou falar uma vez... — rosno ficando
cara a cara com o idiota que sorria para ela. — Se
manda. — exijo e ele levanta as mãos em sinal de
rendição se afastando.
Viro-me e encontro Marianne me olhando
apreensiva.
— Eu espero que seu show tenha acabado. —
pego seu pulso e a puxo em direção a saída, só que
dessa vez ela não tenta se soltar.
Caminho até meu carro e abro a porta. Presumo
que ela tenha vindo de táxi, pois não diz nada sobre
seu carro. Coloco seu cinto de segurança e ando até a
porta para assumir o volante. Aperto ele entre meus
dedos quando vejo que minha raiva não passou.
— Caleb... — ela suspira e eu me concentro na
avenida. — Caleb, por favor... — eu a corto
resmungando um “agora não”.
Eu penso sobre o que fazer. Eu juro que gostaria
de levá-la para minha casa e foder seus miolos,
porém eu não me sinto bem. Meus músculos estão
apertados e meu sangue bombeia chicoteando meus
ouvidos. É por isso que não gosto de sentir raiva.
Meu temperamento é forte e eu ainda fui
diagnosticado com *TEI, não é algo que eu goste,
porém sempre me precavi para que as pessoas não
percebessem. Nos jogos eu sempre malho antes e
depois para liberar a raiva. Minha psicóloga disse que
o futebol me faria bem, é um jogo que te deixa
extravasar a raiva. Então eu me entreguei e eu amo
isso. Eu amo jogar, nada me faz mais feliz.
Então quando chego ao Campus onde Mari mora
eu sei que fiz certo. Eu preciso me acalmar.
— Caleb... Por que não me levou para sua casa?
— sua voz sai confusa e eu suspiro.
— Tenho algo para fazer Marianne. Por favor,
vá. — peço olhando pela janela.
— Eu sei que fui estúpida... Desculpe-me, eu não
estava pensando...
— Annabelle! — grito e depois arregalo os olhos
vendo que a chamei pelo nome da irmã morta.
Porra!
*TEI (Transtorno Explosivo Intermitente)
— Marianne... — me viro chocado e a encontro
com os olhos brilhando com lágrimas enquanto suas
mãos tentam abrir a porta. Travo-as rapidamente e
tento pegar sua mão, mas ela se afasta.
— Mari, por favor, me desculpe. Eu só estou
irritado... — explico enquanto uma única lágrima
desce por seu rosto bonito.
— Você chamou por ela... — ela afirma e eu
seguro seu rosto trazendo ela para mais perto de mim.
— Eu sei. Eu sei Mari. — suspiro e colo minha
testa na dela. — Por favor, vá para casa. Depois nos
falamos. — digo sentindo minha garganta se fechar
quando a vontade de chorar bate em mim.
— Tudo bem. — ela limpa a lágrima
rapidamente e sai do carro pegando sua bolsa.
Eu espero ela entrar no prédio e saio do
estacionamento indo para minha casa.

Duas semanas depois estou com o celular no


ouvido olhando diretamente para Tessa brincando no
jardim.
— Você tem que estar brincando comigo, Peter!
— rosno mordendo meu lábio enquanto escuto ele
tentar me acalmar.
— Foi de repente. Eu tenho certeza que ela sabia
que estávamos em sua cola. — ele respira fundo
quando sinto meu coração disparar, é a mesma
sensação que eu sentia quando era apenas a porra de
uma criança.
— Eu a matarei agora. Foda-se se eu for preso, se
ela se aproximar eu a matarei, Peter. Eu mato e você
sabe disso. — afirmo me afastando da janela e indo
até minha mesa abrindo minha gaveta depois de
destravar a fechadura.
Olho para a pistola intocável que eu possuo desde
que eu tinha dezesseis anos de idade. Eu nunca a usei,
mas se Vanessa tentar pegar minha filha de mim, eu a
matarei sem remorsos. Tenho na minha pele o quanto
de maldade ela é capaz de causar. Nunca permitirei
que faça algo parecido com Tess.
— Não será preciso. Estamos a procurando. Eu a
encontrarei, Caleb. Você sabe que eu vou. — ele fala,
resignado, e eu aceno sabendo que ele não está aqui
para me ver fazendo isso.
— Que seja! Ligue-me com mais informações.
— desligo sabendo que eu não dormirei por dias até
que ela seja encontrada.
Aproximo-me, novamente, da janela depois de
fechar minha gaveta guardando lá a arma. Meus
ombros ficam tensos quando procuro Tess e não a
vejo mais. Corro até a sala de estar e abro a porta
vendo ela nos braços da Mari. Suspiro aliviado e
ando até elas.
— Hey! — sorrio e Tess olha entre nós tentando
entender o porquê de estarmos distantes.
Marianne se distanciou de mim, não responde
meus telefonemas e eu estou cada dia ficando louco.
Eu sei que a magoei a chamando pelo nome de sua
irmã falecida, já pedi desculpas, mas ela só responde
que já desculpou e nem lembra mais.
Eu sei quando ela mente, então também sei que a
mentira deslizou fácil por seus lábios.
— Olá Caleb. — ela sorri apertado e beija Tess
no rosto. — Eu gostaria de levar Tess para a praia
amanhã, se estiver tudo bem para você. — ela dá de
ombros sorrindo para minha filha que arregala os
olhos e ri olhando para mim.
— Deixa papai! — ela grita e vem para meus
braços.
Suspiro e chamo Lila com um aceno a vendo
sentado no sofá olhando para nós.
— Eu vou conversar com a Mari. Eu vou te
chamar assim que acabarmos tudo bem, filha? —
pergunto vendo ela suspira e seus ombros caírem.
— Tudo bem, papai. — ela sai com Lila subindo
as escadas e eu coloco minha mão nas costas de Mari
a fazendo estremecer enquanto andamos até meu
escritório.
— Você vai à praia? — pergunto e a vejo acenar
trocando o peso dos seus pés. — Com quem? —
pergunto sentando em minha cadeira e apontando a
outra para que ela se estabeleça.
— Não comece com seus ciúmes sem cabimento.
— ela avisa cruzando seus braços em seu peito.
— Então vai com um homem. — afirmo e passo
minha língua pelos meus lábios ressecados.
— Eu não disse isso. — ela afirma irritada e
suspira cutucando suas unhas.
— Então com quem vai, Marianne? — quando
falo seu nome ela aperta seus olhos fechados e eu
respiro fundo me levantando.
— Eu vou com as meninas, Caleb. — seu peito
sobe e desce quando ela abre suas pérolas azuis para
mim vendo que estou na sua frente, de joelhos.
— Com elas? — questiono me inclinando e
cheirando seu pescoço.
— Sim... — Minha abelha suspira e eu sinto o
seu tremor quando passo meus dedos por sua coluna.
- Você ainda está magoada, baby? – encaro seus
olhos e eles se fecham, não querendo me encarar. –
Desculpa baby. Eu não quis te magoar. –sussurro me
inclinando e beijando seu pescoço.
- Só estou... Triste. Mas vai passar, eu juro. – ela
finge um sorriso e respira fundo me encarando. –
Tessa pode ir conosco?
— Ela não pode ir com você. — aviso levando
tudo de mim para dizer isso.
Eu sei que minha filha vai ficar triste. Até mesmo
Mari está triste quando olho para seus olhos.
— Por... Por quê? — sua voz suave me questiona
devagar me cortando com seus olhos afiados.
— Eu...
— Ainda é sobre eu... — ela engole devagar. —
dançar com aquele rapaz? — sua pergunta é tão
envergonhada.
Somente ela me faz lembrar disso. Somente. Eu
já tinha esquecido.
— Não, Abelha. — balanço a cabeça e me
levanto.
— Então por que, Caleb? — ela também se
levanta e vai para trás da cadeira como se eu não
percebesse sua tentativa de me manter afastado.
— Minha mãe está se mudando. Tessa não sairá
de casa até eu saber para onde ela está indo. — aviso
me aproximando mais de seu corpo.
Mari se distancia de mim indo de encontro à
parede e eu a prenso sob meu peito segurando
devagar seus cabelos.
— Você me ouviu, Marianne? — questiono e sua
respiração engata enquanto a seguro pela cintura.
— Eu não entendo. — ela respira fundo e me
afasta saindo do meu domínio.
— Minha mãe é uma vadia e eu não quero que
ela encontre Tessa ou a mim. Eu a odeio e não vou
lhe dar brechas para tirar minha filha de mim. —
afirmo pausadamente quando Mari se vira e me olha.
Seus olhos suavizando como nunca vi e eu
instantaneamente me sinto como o menino fraco que
eu era enquanto Vanessa fazia o que queria comigo.
Isso não voltará a acontecer. Nunca.
Capítulo Quinze
Marianne

alanço a cabeça acenando e me aproximo dele.

B Seu corpo está tenso e seus olhos tão duros e


irritados como nunca vi.
— Está tudo bem, baby. — Afirmo séria pegando sua
mão.
Parece que ele estava em outro lugar. Caleb volta a
me encarar e se aproxima.
— Ela não pode pegar minha filha. Você
entende? Eu não posso perder Tess. Minha mãe é má
Mari. Ela é má. — ele repete isso algumas vezes e eu
começo a entrar em pânico.
O que ela fez para ele? Por que ele está assim?
Ele parece uma criança assustada e eu me sinto
sufocar olhando para ele.
— Eu entendi querido. Caleb olhe para mim. —
peço deixando ele sentado e me ajoelhando a sua
frente.
— Eu não quero que fique triste. Quando Peter
encontrar ela eu juro que levo vocês para a praia. Eu
juro. — Ele pisca e suspira como se tivesse acabado
de acordar.
— Okay. Sem problema. — afirmo olhando
diretamente em seus olhos sem nem mesmo saber
quem é Peter.
Meu coração se aquece vendo que ele está
preocupado com minha alegria ou tristeza. Eu fui tão
estúpida indo dançar e deixando ele mais irritado,
porém ouvir chamar por Annabelle quebrou algo em
mim.
Foi algo sem ele perceber, mas mesmo assim
doeu. Então passei essas duas semanas, afastada.
Tentando organizar meus sentimentos por Caleb. Eu
sei que gosto dele mais do que eu já gostei de
alguém. E eu sei que ele sabe disso.
—Obrigada, Abelha. — ele suspira e se inclina
para beijar minha boca.
Sento-me em seu colo e me deixo relaxar contra
ele. Isso que estamos fazendo com nós dois é
inexplicável. Eu sei que eu não deveria estar com ele.
Eu sei que esses sentimentos irão me ferir mais que
qualquer coisa, mas não estou voltando atrás. Eu
quero estar com Caleb. Já tentei me convencer de que
Caleb não é o cara para mim, suas ações para comigo
dizem muito disso. Seu ciúme, sua raiva desmedida e
às vezes em que me machuca realmente.
Eu deveria me afastar, mas quem disse que irei?
Eu quero ficar ao seu lado, não quero ficar com mais
ninguém.
— Nós podemos ficar aqui então. Ficarmos na
piscina, o que acha? — indico tentando fazer ele se
convencer de que a praia não é importante e ele sorri
contra minha boca.
— Sim. Obrigado linda. — ele me puxa para
mais perto para tomar minha boca novamente para si.
Sua língua brinca com a minha, mas logo seus lábios
seguem para meu pescoço colo e seios.
Suas mãos trabalham em abrir minha blusa de
botões e rapidamente os primeiros já estão abertos
deixando meu sutiã aparente, então ele o segura
puxando meu mamilo duro e vermelho para sua boca
quente.
A língua de Caleb se agita sobre minha pele
sensível e eu gemo sentindo minha calcinha
encharcar rapidamente. Ele solta o outro seio do sutiã
e logo muda sua atenção para o mesmo. Meus quadris
se movimentam por fricção e logo recebo vendo a
mão dele se perder entre minha calcinha apertando
meu clitóris inchado.
Em questão de minutos estou convulsionando em
seu colo enquanto ele continua chupando meu seio.
Só que agora é delicadamente.
Suspiro e sorrio quando ele mesmo ajeita minha
roupa. Seus olhos verdes sorriem e ele inclina a
cabeça beijando meus lábios devagar, entreabro
minha boca e sua língua suave percorre minha boca
chupando e lambendo a costura dos meus lábios.
Quando nos afastamos, ele me levanta do seu colo e
me abraça encostando sua cabeça em meu ombro.
— Tessa vai ficar triste. — ele suspira e se afasta.
— Sim, eu sei. Mas vou dizer que iremos assistir
filmes na sua sala de cinema até amanhã se for
preciso. — eu pisco e ele sorri balançando a cabeça.
— Você tem isso. — Ele afirma e eu aceno
pegando sua mão para sairmos do escritório.
Quando chegamos à cozinha vejo Tessa balançar
seus pezinhos enquanto está sentada no balcão com
Lila a sua frente. Caleb não a demitiu. Eu nem
mesmo queria que fizesse, Tessa gosta dela, ela é
acostumada com a presença dela. Arranjar outra babá
não é uma tarefa simples.
— Hey! — Tess grita quando nos vê. — Nós
podemos ir papai? — ela pergunta com expectativa e
eu sorrio me aproximando mais e fazendo Lila se
afastar.
— Não amanhã. Nós iremos outro dia... — ela
desce seus ombros e olha para Caleb com o lábio
tremendo.
— Por que não deixou papai? — sua voz suave e
trêmula me faz sentir dor no estômago.
— Tess... — Ele começa, mas não termina. —
Iremos fazer uma noite de cinema, eu, você e a Mari.
O que acha? — ele muda de assunto a fazendo fazer
careta.
— Eu adorei, mas eu queria ir para a praia. — ela
olha para mim e funga devagar.
— Nós iremos. Porém não amanhã. Eu juro que
vamos e o melhor, o papai também vai com a gente.
Não seria muito mais divertido com ele lá? —
questiono pegando sua mão e rindo levemente.
— Sim. — ela acena e solta minha mão para
limpar seus olhinhos molhados.
— Então qual filme iremos ver? — pergunto
sorrindo.
— Meu papai também vai assistir conosco? —
Tess pergunta e eu me viro para que Caleb a
responda.
— Sim, baby. Vão subindo que irei pegar alguma
comida com Larissa. — ele avisa e eu aceno pegando
Tessa em meus braços.
— Nos vemos lá em cima. — Aviso e beijo seus
lábios para depois me afastar.
Tessa escolhe dois filmes de crianças, Prozem e
Marsha e o Urso. Esperamos seu pai para colocar e
depois estamos os três deitados no sofá cama com
Tess em nosso meio vidrada na TV imensa que está
na parede.
A sala de cinema é cheia de pufes e sofás
pequenos. No centro tem o sofá cama que estamos e a
nossa frente tem uma estante enorme com vários
equipamentos. Caleb disse que são jogos de
videogame, sua outra paixão.
Estico a mão para pegar mais pipoca na tigela,
mas não há mais nada. Aperto meus olhos para Caleb
e ele dá de ombros com a mão cheia delas.
Guloso.
— Vou pegar mais. — aviso sentando-me e
deixando os dois vidrados nas brincadeiras da Marsha
com o Urso.
Quando chego à cozinha vejo Lila encostada no
balcão com o celular no ouvido.
— Sim. — ela responde e se vira me
encontrando. Seus olhos se arregalam e sua boca se
abre.
— O que te assustou tanto Lila? — pergunto
dando a volta nela e vendo-a desligar o celular e
guardá-lo em seu bolso.
— Nada. Com licença. — ela sai e eu estranho
seu nervosismo.
Talvez seja somente coisas da minha cabeça.
Balanço-a e me afasto pegando mais um pacote de
pipoca e fazendo rapidamente. Quando volto para a
sala de cinema, vejo Tess dormindo e Caleb com sua
total atenção para o filme.
— Está gostando garotão? — pergunto rindo e
ele dá de ombros rindo levemente.
— Deite aqui. — ele bate no sofá onde Tessa
estava, pois ele a afastou um pouco para o lado.
— Okay. — ando até ele e me deito de costas
para ele e puxo Tess para meus braços. Os dedos dele
se arrastam por meu braço e eu respiro fundo
sentindo meu corpo se arrepiar.
— Por que chamavam você pelo nome da sua
irmã, Abelha? — meu corpo fica tenso ouvindo sua
pergunta. Caleb percebe então começa a me
massagear. Eu suspiro e me forço a relaxar.
— Minha mãe me culpou pela morte dela. Ela
não queria mais ouvir meu nome sendo dito por
ninguém, então ordenou que todos me chamassem
por Annabelle. — suspiro e limpo uma única lágrima
que desce por meu rosto.
— Você só tinha dez anos. Pelo amor de Deus!
— ele tenta não gritar por Tess estar aqui conosco e
ainda por cima, estar dormindo.
— Ela disse que meu nome trazia desgraça e
tristeza. Eu aceitei isso, pois eles me fizeram acreditar
nisso. Eu sou má, Caleb. Eu causei a morte da minha
irmã...
— Você não é má e muito menos causou a morte
dela, baby. — ele afirma e eu balanço a cabeça
negando.
— Eu pedi para meus pais voltarem para pegar
Chito, um urso que eu tinha, então assim que eles
fizeram o retorno um carro veio e bateu em cheio no
nosso. Do lado que Anna estava. — eu soluço e levo
minha mão para tampar meus lábios com medo de
Tess ouvir.
— Ainda assim, não é culpa sua. Sua mãe é uma
idiota por fazer você se sentir culpada por um
acidente. Por que foi isso que aconteceu amor, um
acidente. — ele beija minha testa e eu respiro fundo
procurando ar ao ouvi-lo me chamar de amor.
— Talvez seja. – falo me recuperando. — Eu só
quero terminar essa faculdade, entregar esse diploma
para ela e me afastar deles. Eu quero ir embora para
sempre, não deixar rastros. Eu nunca mais voltarei à
cidade que eu morava. Nunca mais. — e isso é uma
promessa.
— Eu entendo bebê. — ele beija minha cabeça e
juntos, eu, ele e nossa filha dormimos abraçados.
Alguns dias depois.
— O que está acontecendo? — pergunto pela
milésima vez à Caleb.
Ele está tenso. Não deixa mais Tess sozinha com
ninguém. Nem mesmo Lila ou Larissa. Somente
comigo e ele.
— Por favor, Caleb. — peço suspirando.
—Peter não a encontrou. Isso faz dias porra! —
ele grita apertando seu peito e eu suspiro.
— Está tudo bem. Ela está conosco baby. Ela não
vai sair de perto da gente. — tento o convencer. Tess
já está perguntando por que de não poder ir à aula.
Caleb não deixa.
— Eu só estou apavorado. Só isso. Desculpe. —
ele beija meus cabelos e me abraça firme.
— O que essa mulher fez a você, amor? —
questiono vendo seus olhos se fecharem e seu corpo
se tornar uma pedra de tão rígido.
— Eu... Não... — ele gagueja nervoso e se afasta
de mim rapidamente.
— Caleb... — chamo indo me aproximar de
novo, mas ele levanta a mão me mandando parar.
—Onde está Tess? Procure ela e fique com ela,
por favor, baby. — sua voz é fraca e eu luto entre ir e
ficar, mas saio do seu escritório quando vejo que
minha presença não vai adiantar.
Encontro Tessa brincando na sala e me aproximo
passando por Lila. Essa está sempre me observando.
Acho que quer apanhar mais. Só pode. Já vi várias
vezes em que ela fica no andar de cima vendo Caleb
na piscina. Minha vontade é de arrancar seus olhos
desejosos por meu homem.
Brinco com Tess por algumas horas e logo me
levanto mandando Lila dar banho e colocá-la para
almoçar.
— Eu... — me interrompo quando entro na sala
de Caleb e o vejo sentado no chão com os olhos
cheios de lágrimas. — Baby? — aproximo-me e
ajoelho em sua frente.
— Ela voltou. — ele repete isso algumas vezes e
eu o abraço apertado.
— Quem amor? — questiono sufocada. Ver
como ele está vulnerável me corta ao meio. Consigo
sentir sua dor sobre meu coração.
— Minha mãe voltou para Phoenix. — ele afirma
passando seus braços pela minha cintura.
— Agora já sabemos onde ela está. Isso é bom.
— tento o fazer relaxar com minhas palavras.
—Peter acabou de ligar avisando que ela
comprou uma casa no centro. — ele me diz. — Eu
odeio me sentir como um menino estúpido. Ela me
deixa assim. Ela é o demônio. — suas palavras e
olhos estão carregados de ódio.
Um ódio tão grande que eu me sento a sua frente
para administrar que Caleb odeia tanto alguém. E
esse alguém era para cuidar, ela era para ser a pessoa
que ele mais ama.
— Eu estou aqui. Não se preocupe. Eu não vou
deixar Tess sozinha. Ela não vai pegar nossa filha.
Não vai. — prometo olhando em seus olhos.
—Obrigado Mari. — ele beija meus lábios e eu
suspiro.
— De nada.
Ficamos um tempo calados apenas ouvindo a
respiração um do outro. Caleb rasteja seus dedos por
minha pele e eu me aqueço quando suas mãos
apertam meus quadris firmemente. Seus lábios
seguem devagar pelo meu pescoço e beija meu
ombro.
— Nós vamos para a Praia. Ficaremos uma
semana lá. Tenho uma casa de praia na Califórnia.
Vai ser bom para Tess, e ficaremos afastados de tudo.
—Ele sentencia e eu engulo em seco, nervosa. Eu
tenho aulas essa semana. Porém, eu aceito ir para
praia com eles.
— Então, estamos indo para Califórnia. — sorrio
e tomo seus lábios nos meus.
Capítulo Dezesseis
Caleb

oloco o celular em cima da mesa e sorrio

C quando vislumbro Mari na porta de braços


cruzados. Seus seios estão prensados entre os
mesmos e eu devoro suas pernas torneadas com os
olhos.
— Nem pense. — avisa em tom calmo
começando a andar até mim.
— O quê!? — questiono sorrindo de lado.
— Você não me engana Caleb Lewis. — eu
sorrio balançando a cabeça e a deixo se aproximar
mais para que eu possa pegá-la em meus braços.
— Entendo. — respiro fundo e agindo rápido
pego sua cintura e a trago para o meio das minhas
pernas. — Onde está Tessa? — passo meus dedos
pelo cós da sua calça jeans preta e vejo os pequenos
pelos se arrepiarem.
— Está nos esperando. — ela suspira e tenta se
afastar, porém a impeço segurando sua bunda. —
Caleb, por favor. — sua voz sai entrecortada
enquanto eu beijo sua barriga lisa.
Minha calça se aperta contra meu cumprimento e
eu aproximo Marianne para minha boca. A pele dela
é macia e tem gosto de... Bem, de nada, mas é
igualmente bom. Deixo minha língua brincar
entrando em seu umbigo e seguro suas pernas quando
ela quase desfalece.
— Hoje você vai me alimentar, Abelha. Eu juro.
— sussurro devagar enquanto me levanto e a deixo se
firmar no chão.
— Você... — ela se cala e rapidamente suas
bochechas e colo queimam. — Vamos embora. — ela
me puxa pela mão e eu aceno a seguindo.
A viagem até Califórnia foi calma. Marianne
achou melhor Lila não vir, eu entendi seu desconforto
e aceitei, mas desconfio de que teria sido melhor com
ela por aqui. Eu não sei.
Peter me ligou dizendo que Vanessa está
morando no bairro vizinho ao meu, se separou do
marido imprestável e veio embora. Eu não gosto
disso, sinto como se eu tivesse que redobrar os
cuidados para com Tessa. Como se, de algum modo,
eu tenha que mostrar para alguém que eu sei cuidar
dela. Que eu posso cuidar da minha filha, porém eu
não preciso mostrar nada disso para ninguém. Tessa
sabe que a amo e nada é mais importante que ela.
Eu sou um bom pai. Eu sei.
—Onde posso colocar Loren? — Tessa pergunta
segurando uma boneca de pano nas cores vermelha e
creme.
— No seu quarto baby. — respondo dando de
ombros.
Aonde ela quer colocar?
— É, amor. — escuto a voz da Mari e ela se
abaixa ficando a altura da minha filha. — Vamos
fazer uma cama muito linda para ela e podemos fazê-
la dormir contando historinhas, o que acha? — os
olhos de Tessa brilham e ela começa a pular dizendo
que sim.
— Okay. — Mari beija o rosto dela e se afasta
levantando e vindo até mim. Pisco para minha filha
enquanto ela vai em direção ao jardim com a moça
que cuida da casa quando não estamos aqui.
Daqui posso ver o que está fazendo e com quem
conversa. É melhor assim. Tenho que manter meus
olhos em Tessa.
— Vou vestir seu biquíni e descemos para ir até a
praia. Tudo bem? — os olhos azuis de Mari estão
brilhantes e sua pele já um pouco vermelha quando
trago minha atenção para ela.
Ela está a cada dia mais bonita, não sei se são os
vários momentos que estamos passando juntos que
estão me fazendo gostar mais ainda de sua
companhia, mas eu percebo sua presença antes de
todos. Eu estou viciado nela.
E eu espero que ela esteja em mim.
— Tudo bem. Estarei falando com Saint. Ele
deve chegar por aqui em breve. — Aviso me
abaixando e a levantando pela cintura para deixar um
beijo casto em seus lábios vermelhos.
— Alisha disse que viria também. — ela sorri
alegre e eu beijo sua testa acenando.
— Eles estão firmes. — admito estranhando o
fato de Saint ter se apegado à Alisha tão rapidamente.
— Foi repentino, mas parece estar fazendo bem a ele.
— afirmo dando de ombros.
— Sim. Ali gosta dele realmente. Ela está
apaixonada. — Mari sorri e eu noto uma pequena
hesitação em seus olhos.
— Quem? Ela ou você? — inclino-me sentindo
seu cheiro e beijo o lóbulo da sua orelha.
— Se eu disser que são as duas? O que você
faria? — Sua voz sai tão dura que eu me afasto para
poder olhar em seu rosto.
— Eu iria ficar assustado, mas malditamente
satisfeito. — respondo honestamente e deixo um
beijo em seus lábios. — Vá pegar Tessa. — peço e
saio a deixando lá no centro da sala.

— Só mais um pouco... — Marianne pede


enquanto Tess bate seus pés no chão.
— Acabou? — minha filha pergunta e eu sorrio
me virando para que Mari não veja.
Ela está tentando passar protetor solar em Tess,
mas a pequena está eufórica querendo ir para o mar.
— Prontinho. Vamos lá. — elas se levantam e eu
volto a me aproximar.
— Pronto? — pergunto a Tess e ela acena
sorrindo. A coloco nos braços e pego a mão da Mari
enquanto andamos para a praia.
Deixo Tess fazendo um castelo e volto para a
sombra onde Marianne está sentada. Suas pernas
bonitas estão esticadas e nuas.
Seu biquíni é um vermelho que acentua sua pele
branca e seus cabelos loiros. Sento-me em cima de
seus quadris com cuidado para não colocar peso
sobre ela.
— Caleb! — ela chia fingindo irritação e eu me
inclino capturando seu lábio inferior.
— Você está tão gostosa nesse biquíni, baby. —
rosno em seu ouvido e me afasto somente um pouco
para olhar seus olhos azuis brilhantes se expandirem.
— Caleb... — a calo colando meus lábios nos
dela novamente.
Suas mãos apertam meus braços enquanto as
minhas seguram sua cintura fina. Seu gemido ecoa
em meio ao silêncio e eu rosno querendo arrancar
esse biquíni dela.
— Tenha santa paciência! Parem com isso e
prestem atenção na filha de vocês! — afasto-me
quando escuto a voz de Saint.
Ele está rindo enquanto Alisha corre para brincar
com Tess. Já percebi que ela gosta da minha filha. Eu
agradeço por isso.
— Cala a boca Saint. — mando e inclino-me para
Mari novamente, mas paro ao ver seus olhos estão
cheios de lágrimas. — O que aconteceu bebê? —
pergunto confuso.
— Saint... — ela tampa a boca com a mão e eu
olho para meu amigo em busca de respostas.
— Eu não fiz nada, Mari. — ele balança a cabeça
para mim e eu volto minha atenção para minha
Abelha.
— Ele disse que Tess é nossa filha. — ela afirma
se sentando depois que saio de cima dela.
— Sim... — ele acena confirmando e ela limpa
suas lágrimas com um sorriso enorme.
— Ela é nossa, baby. — digo suspirando
enquanto ela continua sorrindo.
— Você... Acha mesmo? — ela pergunta e eu
rio.
— Lógico. Você mesma disse para ela que era
sua mamãe. — dou de ombros e beijo sua testa.
— Sim, é verdade. — ela ri e me abraça
encostando sua cabeça em meu peito. —Obrigada por
isso. Por ela.
— Não agradeça. — acaricio seus cabelos e
deixo outro beijo em sua testa.
Depois disso Mari corre até onde Alisha e Tess
estão deixando eu e Saint sozinhos.
— Como estão os preparativos para voltar ao
campo? — Saint pergunta se jogando na cadeira ao
lado.
— Ainda está longe. Não quero pensar nisso
agora, tenho que manter o olho em Vanessa e Tess.
— escuto meu amigo suspirar e sei da sua
preocupação. Saint pensa que sou paranoico com
isso, mas não. Eu só estou prevendo merda e com
certeza não vou deixar que caia em mim e minha
filha.
— Caleb, você não acha que se ela quisesse
pegar Tess, ela já não teria tentado? Por favor, é
questão de lógica...
— Com ela não tem lógica, Saint. Ela é fria e
calculista, nesse momento ela deve estar achando que
esses são os meus pensamentos. Que vou estar
desguardado e ela vai poder dá o bote e me pegar
desprevenido. É assim que ela pensa. — afirmo sério
sabendo que tudo que falei é verdade. Ela é uma
pequena traidora. Sórdida e nojenta.
— Okay irmão. — ele levanta as mãos se
rendendo e eu respiro fundo virando a cabeça para
ver Tess e Mari brincando enquanto Alisha está
sentada.
Mari corre pela praia e minha pequena corre atrás
dela. Em meu peito um sentimento de paz e
tranquilidade se fazem presente. Eu, por um
momento, permaneço sem saber o que esses
sentimentos representam, passei tanto tempo vivendo
na angustia. No medo.
Essa paz é merecida. Eu nunca a possuí e agora
que a tenho não a deixarei partir. Nunca.
— Elas se dão bem. — Saint fala olhando para
elas.
— Sim. — afirmo. — Tess está indo bem na
escola novamente. — aviso e o vejo sorrir.
Depois que Tess ficou mais grandinha ela passou
a entender o que era ter uma mãe, foi difícil para ela
às brincadeiras dos colegas na escola e
consequentemente seu desempenho caiu. Porém tudo
melhorou nesse último mês. Mari está mais presente e
todos os dias em que ela dorme comigo leva Tess a
escola e depois vai para a faculdade.
Está sendo cansativo para ela, mas eu não vou
pedir para que ela fique no Campus, longe de nós.
Claro, tem noites que ela fica lá e faz ligação pelo
FaceTime para colocar Tess para dormir. Nessas
noites me pego rolando na cama, sentindo sua falta. É
uma loucura, nunca, nenhuma mulher fez isso
comigo.
Mas Marianne Reed me enfeitiçou e eu estou
viciado, dependente de sua presença. Tanto na minha
casa, ao lado da nossa filha, quanto na minha cama
comigo em cima dela. Meu calção de banho fica
pequeno quando penso que mais tarde a terei só para
mim.
— Vamos comer? — acordo dos meus
pensamentos com Mari na minha frente segurando a
mão de Tess. — Ela está com fome. — Mari explica
e eu aceno me levantando.
— Eu também estou. — aponto para meu calção
e ela abre a boca olhando para os lados enquanto suas
bochechas pegam fogo.
— Deus, pare já! — ela rosna balançando a
cabeça e eu sorrio pegando Tess no braço.
— Vamos comer então papai. — ela me dá a
solução e eu rio da cara de horror da Marianne.
— Comida. Vamos comer comida. — ela pega
sua bolsa grande da cadeira de praia e sai na frente
rebolando sua bunda perfeita na minha frente.
Rindo eu e Tess a acompanhamos. Alisha e Saint
foram nadar, segundo Mari, já que eu não vi quando
ele saiu, então não vamos esperar por eles.
Comemos em silêncio enquanto Tess conta como
foi seu dia ontem na escola. Depois de assistir um
filme que Tess queria muito, estou a levando até seu
quarto, adormecida. Mari ficou na cozinha fazendo
algo e eu subi a avisando para subir logo em seguida.
Tomo banho rapidamente e saio indo até meu
escritório ver se tenho algum e-mail, mas para minha
sorte não tem nenhum. Relaxo contra a cadeira
confortável e sorrio quando Mari entra no cômodo
com uma camisola bonita.
— Venha até aqui. — mando me sentando mais
confortavelmente.
Seu peito sobe e desce constante e eu sei que ela
já sabe o que vai acontecer. Suas bochechas estão
coradas de um jeito único, só dela e eu me pego
querendo colocá-la em meus braços e a foder duro.
Porém, não posso.
Marianne não é para ser usada assim, ela merece
lento e carinhoso.
Seguro sua cintura quando ela está na minha
frente e com a outra mão afasto as coisas que estavam
em cima da mesa. Depois de sentada na mesa eu a
faço se deitar e se abrir para mim. Sua calcinha fina
está molhada e eu suspiro me inclinando para beijá-
la.
Tiro sua calcinha devagar pelas pernas e rosno ao
ver o quanto está molhada para mim. Sim, só para
mim. Deixo suas pernas bem abertas e ataco sua
intimidade com fome. Deslizo minha língua pelas
suas dobras quentes e mergulho no mel da minha
pequena abelha. Depois de gozar em minha boca, eu
a levanto e a faço se inclinar na mesa, então a penetro
devagar.
— Caleb... — ela geme segurando a mesa e
rebola em mim quando permaneço parado por um
momento.
Bato nela agora rápido e forte e vejo sua bunda
bonita ficar empinada com Marianne querendo mais
contato.
E eu lhe dou. Tudo.
Capítulo Dezessete
Marianne

cordo com raios de sol banhando o quarto e

A gemo sentindo preguiça de levantar. Sinto


Caleb nas minhas costas e sorrio lembrando-
me de ontem. Fizemos amor durante quase toda a
noite. Amor? Foi isso mesmo que falei? Eu não sei
para ele, mas para mim foi amor. E continuará sendo
por que eu estou apaixonada por ele.
Não me imagino terminando tudo e seguindo
minha vida normalmente. Eu não. Talvez para Caleb
seja mais fácil, mas para mim seria uma queda grande
sem opção para não sofrer. Eu iria cair dando de cara
no chão.
Suspiro e me viro devagar para olhar para ele.
Seu peito está coberto por uma camisa e eu me
pergunto o que tanto esconde de mim por debaixo das
roupas. Ontem quando estávamos na praia ele estava
vestido, nenhuma vez sequer retirou a blusa, até
mesmo entrou no mar com ela.
Deslizo minha mão pelo seu peito e penso em
levantar sua camiseta para ver o que ele esconde, mas
quando pego a aba dela decidindo por tentar ver algo,
ele desperta amassando meu punho entre seus dedos.
— Caleb... — gemo tentando puxar meu braço,
mas ele aperta mais fazendo lágrimas se construírem
em meus olhos.
— Porra! — ele grita soltando meu pulso e se
levanta rapidamente.
Arregalo meus olhos o vendo respirar rápido e
constante. Seu peito largo desce e sobe depressa e eu
me sinto mal por isso.
— Meu Deus! — falo absorta olhando dele para
meu braço. O que ele tem de errado?
— Não faça isso, Marianne. Não faça! — seu
grito verbera irritado chamando minha atenção e eu
limpo a lágrima que desceu pelo meu rosto.
— Desculpe. Caleb, por favor, me desculpe. —
peço levantando e seguindo até ele.
— Eu... — ele engole seco fechando os olhos e
suspira trazendo seu olhar para meu pulso. — Baby...
— Não. Está tudo bem. — aceno tentando
amenizar e suspiro quando ele se aproxima mais,
ficando na minha frente.
Ele levanta a mão e eu me retraio pensando que
vá me machucar, mas quando vejo o seu rosto cheio
de dor eu tento relaxar. Foi sem querer Mari. Ele não
fez por querer, você o assustou. Penso comigo
mesma e engulo em seco.
— Não tenha medo de mim. — sua voz sai tão
envergonhada e cheia de temor que me vejo tentando
acalmá-lo acenando. — Me perdoe. Eu não vou te
machucar de novo. Eu juro. — Caleb pega minhas
mãos e devagar me abraça.
Encostando a cabeça em seu peito me deixo
respirar aliviada. Meu coração parece um pedaço de
papel amassado cheio de rasuras. Por ele. Pela dor
que emana de seu peito nesse momento.
— Não se preocupe. — sorrio tentando
tranquilizá-lo.
— Lógico que me preocupo, Mari. Eu te
machuquei de novo. — Ele se afasta balançando a
cabeça e eu tento em vão alcançá-lo novamente.
Trazer ele para meus braços.
— Caleb, por favor, eu só não entendo... O que
está me escondendo? Me fala. Talvez eu possa...
— Não. Pare. Eu não vou falar nada, eu não vou
mostrar nada. Pare já com essa merda Marianne. —
seu grito frustrado me deixa saber que ele está
falando sério.
Ele nunca vai me falar isso. Nunca. Tristeza corre
pelas minhas veias quando essa realidade me bate. É
isso aí.
— Então o que estamos fazendo aqui? —
questiono mesmo não querendo brigar com ele.
— Como assim? — sua pergunta me faz
estremecer me odiando por falar isso.
— Eu só quero entender. O que estamos fazendo
juntos? Eu não sei nada de você. Eu durmo a noite na
sua cama e mesmo assim você não me fala o que te
atormenta tanto. — respiro fundo tentando não
chorar.
Estou cansada de chorar. Isso não me leva a nada
a não ser para um rosto inchado e vermelho.
Literalmente.
— Nós gostamos um do outro e temos nossa
filha. É isso. Pare de me pressionar Mari. Se não falo
algo é por que não é importante para nós. — balanço
a cabeça sem acreditar no que está falando.
— Não é importante Caleb? Eu durmo com
você... Nós passamos mais tempo juntos do que
separados. Você deveria me contar... Eu te contei
tudo sobre mim. — mordo meu lábio quando vejo
que essa briga não vai nos levar a lugar algum.
Caleb não vai me dizer nada. Nunca.
— Mari...
— Esquece. — aceno entendendo e me viro indo
para o banheiro. — Eu desço daqui a pouco, por
favor, veja se Tess já acordou. — e então eu fecho a
porta o deixando lá, parado e sozinho.
Deslizo por ela e me sento no chão do banheiro
impecável. Descanso minha cabeça na porta e suspiro
tentando aliviar essa tensão que nossa discussão fez a
mim. Eu preciso esquecer isso, mas é tão difícil. Tão
difícil quando vejo que isso o faz mal.
Deixando isso de lado tiro minhas roupas e deixo
a água levar minha frustração e tristeza.

Passamos dois dias na praia. Depois da nossa


discussão eu e Caleb passamos o resto do dia sem nos
falarmos muito, mas a noite tudo voltou ao normal.
Eu agradeci por isso.
Acordo procurando meu celular que toca
insistentemente e gemo quando vejo o nome da
minha mãe na tela. Tenho vontade de não atender,
mas já faz mais de uma semana que não falo com ela,
não quero que ela colecione seus questionamentos e
incômodos. Então mesmo não querendo, eu atendo.
— Alô. — sento-me na cama e puxo meu
edredom cobrindo meu peito.
— Até que enfim atendeu esse celular. — ela
reclama com raiva e eu suspiro. — Te liguei diversas
vezes no final de semana Annabelle, o que estava
fazendo? — aperto meus olhos tentando dissipar o
sufoco que meu coração recebe ao ouvir o nome de
Belle.
Eu não sou Annabelle. Eu não sou Annabelle.
— Eu estou falando com você Annabelle! — ela
grita chamando minha atenção.
—Eu...Estou aqui. — sussurro me sentindo
diminuir a cada segundo que passa com ela no
telefone.
— Responda minha pergunta. Onde esteve? —
Eu grunho ouvindo sua voz estrangulada.
— Eu fui à praia e meu celular ficou no Campus.
Desculpe. — peço lembrando-me de Caleb e Tess.
Passar esse tempo com eles dois foi ótimo para
mim. Pela primeira vez, depois de algum tempo, eu
me senti encaixada em um lugar. Senti pertencer
àquela família. A minha família.
— Praia... — ela começa, porém, para e parece
estar pensando em algo. — Espero que suas novas
amizades não estejam lhe deixando dispersa. Bastou
uma nota baixa, espero que a recupere em breve. —
avisa amena, mas sei que nesse momento quer me
atacar com insultos.
— Eu irei... — respiro fundo e pressiono minha
testa tentando aliviar a dorzinha chata que quer
começar. — Agora preciso desligar. Vou me arrumar
para as aulas. — aviso e sorrio quando vejo que
Lauren acorda e levanta sentando ao meu lado.
— Cuide dos estudos. Tchau. — e desliga.
Pressiono meu rosto na almofada e grito
frustrada. Eu a odeio tanto. Eu deveria amar ela, eu
deveria gostar dela antes de todos, porém isso não
acontece em meu coração.
Eu só tenho sentimentos ruins por ela.
— Sua mãe? — Lauren pergunta acariciando
meus cabelos loiros.
— Sim... Mas não quero falar dela. — Ela acena
e eu me deito colocando minha cabeça em seu colo.
— Como foi o fim de semana? Alisha e você
estão tão lindas com esse bronzeado. Queria ter ido
também. — ela faz um beicinho e eu rio dela.
— Vocês iam à praia semana passada. —
lembro-a e ela bufa.
— Tara não quis ir sem você e Alisha. — seus
olhos dão voltas e eu bato em sua coxa.
— E Kane? Você já jogou a urina que está
guardando nele? — pergunto rindo levemente.
— Ainda não. Ele veio aqui algumas vezes, mas
eu sempre me esqueço do balde. — nós rimos até
lágrimas caírem dos meus olhos.
Arrumo-me rapidamente e saio com Lauren para
encontrar Tara e Alisha no refeitório do Campus.
— Tara avisa que nos matriculou nas aulas de
ioga, explicando que precisamos liberar a tensão
sexual que está sob nossas costas. — fala fazendo
uma careta.
— Tensão sexual? Na ioga? — Lauren ri
balançando a cabeça enquanto eu bebo meu suco.
— Alisha e Mari não estão com tensão nenhuma.
Só o que andam fazendo ultimamente é trepar. —
quase cuspo meu suco em cima de Alisha quando
Tara afirma isso.
— Tara! — Alisha cobre seu rosto vermelho e
geme envergonhada.
— Não mintam! Por favor, aqueles dois homens
são... — ela percorre seus lábios com a língua e eu
reviro os olhos. — Tão gostosos...
— Pare de chamar meu namorado assim! — Ali
murmura e eu rio de seu rosto irritado.
— Porém Caleb Lewis é uma coisa quente.
Amiga, vamos dividir aquele homem, o que acha? —
Ela sorri maliciosa e eu a fulmino.
— Não acredito que está falando sério! — afirmo
ficando de pé.
— Calma menina ciumenta. — elas riem de mim
e eu suspiro voltando a me sentar. — Estou brincando
sua chata. — ela me mostra língua e eu lhe devolvo
com o dedo do meio.
— Voltando ao assunto da ioga. Precisamos ir até
em casa pegar roupas e voltar. — Lauren avisa.
Então nós fomos até nosso prédio e voltamos
logo em seguida com legging e camisetas. Sento-me
na parte mais afastada e as meninas na minha frente
tentando calar a boca, pois a professora já mandou
nos calarmos.
— Podemos ir? — gemo quando sinto alguém
cutucar minhas costelas. — Você não é a Marianne?
— uma voz rouca pergunta e eu fico tensa me
levantando rapidamente.
Eu dormi na aula de ioga.
Não acredito!
Procuro as meninas pela sala, mas elas estão
sentadas longe de mim, fazendo dupla com outras
pessoas. Minhas bochechas coram e eu suspiro
envergonhada. Talvez eu só tenha cochilado. Não
sei... Volto à atenção para quem me acordou e sorrio
devagar para um cara loiro.
— Oi.
— Você é minha dupla. Hum... Podemos? — sua
voz é suave e eu aceno sentando direito.
— Desculpe acho que cochilei. — ele ri e
balança a cabeça se sentando ao meu lado.
— Sem problema.
— Não entendo... Porque de duplas? Ioga é
apenas sentar e fechar os olhos, não? — questiono
confusa e olho para minhas amigas as vendo
respirando fundo e se concentrando na própria
respiração.
— Eu também não sei. É minha primeira aula...
Só feche os olhos e respire, mas não durma. Por
favor. — eu rio acenando e fecho meus olhos
começando o que é para fazer.
Humm, nada.
Eu não sei se essa professora é uma preguiçosa e
não quer ensinar ou ela também não sabe o que é
ioga. Passamos mais dez minutos respirando fundo e
sentados. Abro meu olho para procurar a professora e
a encontro dormindo. Sim! Seu corpo fino está
dobrado e ela está quase babando.
— Eu acho que alguém deveria acordar ela. —
murmuro para o loiro e ele sorri quando abre os olhos
e vê a professora dormindo.
— Vamos embora. — ele levanta-se e me dá a
mão para que eu possa me levantar.
Olho para minhas amigas e as vejo se levantando
também. Volto a olhar para a professora e me
pergunto se todos sairão e a deixaram aqui,
dormindo. Mas relaxo quando uma mulher vai até ela
e a acorda. Ela limpa sua babá e engole seco vendo
todos nós a olharmos.
— Desculpem! Estou com dois bebês em casa.
Preciso dormir por uma semana. — ela grunhe e eu
sorrio a entendendo.
Não que eu tenha dois bebês em casa, mas Tess
suga a vida de mim quando estamos juntas.
Saímos juntos e encontro as meninas já na porta.
— Primeira e última vez. Foda-se a tensão
sexual, isso não fez nada para mim, a não ser deixar
minha bunda dormente. — Tara reclama e eu rio
baixinho.
— Hey! Quem é seu amigo Mari? — viro-me
lembrando do loiro e sorrio o vendo parado olhando
para nós.
— Eu não sei... Qual o seu nome mesmo? —
questiono segurando minha bolsa no ombro.
— James. Prazer, Marianne. — eu suspiro e
aceno.
É bom ter alguém lhe conhecendo por Marianne.
Nada mais.
— Prazer James. Essas são minhas amigas,
Alisha, Tara e Lauren — ele as cumprimenta sorrindo
e juntos caminhamos até a saída do Campus, entrando
para os prédios, onde ficam nossos dormitórios.
Em nossa conversa James deixou escapar que
mora no mesmo complexo que nós.
— Mari... — me viro encontrando James e sorrio
vendo que ele vai em direção ao outro prédio.
— Ei. Até mais. — levanto a mão para dar tchau,
mas me assusto quando ele beija minha bochecha.
— Até mais. — James dá de ombros sorrindo e
eu engulo em seco acenando.
— Não vá tão longe. — meu corpo fica tenso
quando escuto a voz de Caleb.
Fria e dura.
Não pode ser.
Capítulo Dezoito
Caleb

spere um momento. Papai vai buscar Mari. —

E aviso e ela acena mostrando seus dentes sujos


de chocolate.
Saio do carro e deixo sua porta aberta para que se
sinta à vontade, então ando a passos duros até onde
Marianne está com suas amigas e um cara.
Minha coluna retesa quando o vejo se inclinar.
Que porra é essa?
Sorte dele que seus lábios vão para a bochecha
dela, ou não tanta assim. Foda-se quem ele pensa que
é?
— Não vá tão longe. — rosno me aproximando
mais quando ele se vira e mostra estar indo embora.
Vejo Marianne ficar tensa e tenho vontade de
perguntá-la o porquê de estar nervosa. Ela estava
fazendo algo errado? Parece.
— Caleb... — ela começa e eu passo por ela indo
até seu amigo.
— Não posso ficar muito tempo, então vou ser
direto. Não se aproxime dela novamente. Se eu ver
você aproximando a porra da sua boca para perto da
pele dela eu vou quebrar algum osso seu. Você me
ouviu? — pergunto cauteloso vendo seus olhos
crescerem me reconhecendo.
— Lewis. Não é o que está pensando. Mari só...
— Marianne. — rosno baixo e ele acena dando
um passo para trás.
— Caleb. Pare. — Mari entra entre nós e
empurra meu peito.
— Eu espero que não seja o que estou pensando.
— aceno olhando diretamente para seus olhos e pego
a mão da Mari andando até meu carro.
— Você quer mijar ao meu redor, Caleb? — Ela
pergunta furiosa e para ao ver Tess sentada no banco
de trás. Seus olhos azuis crescem e suas bochechas
coram enquanto engole seco.
— Por que papai tem que fazer xixi em você
Mari? —a pergunta da minha filha me faria rir se eu
não estivesse tão irritado.
— Por que seu pai pensa ser meu dono, amor. —
ela diz com a voz suave, pegando a mão de Tess, mas
sei que está tão irritada quanto eu.
— Seu dono? Ele é seu namorado, não é dono. —
nossa filha explica com o cenho franzido.
—Obrigada por explicar isso para ele. — ela se
inclina e beija a testa da nossa filha suspirando.
Marianne se volta para frente e prende seu cinto
vendo que já saímos do Campus da sua faculdade.
Foda-se ela não vai ficar lá.
Quando entramos em casa vou direto para meu
escritório e tento me acalmar. Marianne não fez nada.
O que diabos há de errado comigo? Quem era aquele
cara? Não importa.
Marianne não merece esse meu temperamento.
Eu só estou cansado dessa merda. Peter avisou que
Vanessa está vendo um advogado. Minhas suspeitas
dizem que ela vai entrar na justiça por Tessa, estou
tão louco.
Acabei jogando minha irritação e frustração nela.
Eu tenho que acalmar essa inquietação e me
desculpar.
Depois de alguns minutos vou para a cozinha a
sua procura, mas não a encontro, só estão na cozinha
Larissa e Lila, então subo as escadas. Encontro-a
saindo do banho e pronta para pegar uma de suas
roupas que estão aqui em casa.
— Mari. — chamo e me aproximo a vendo subir
seu muro de proteção.
Eu me odeio tanto pelas vezes que eu a machuco.
Pelo meu descontrole idiota. Eu tenho que voltar para
a terapia.
Eu tenho que falar sobre isso com a Mari. Ela
tem que saber que não é uma opção minha quando eu
explodo. TEI é uma doença, eu cuidei dela por um
tempo, mas com os jogos acabei deixando isso de
lado. Foi um erro.
Agora eu sei.
Ela se vira para mim e suspira cruzando os
braços.
— O que Caleb? — seus olhos estão afiados e eu
sei que mais uma vez estaremos brigando.
— Me desculpe pelo modo como agi. Foi
impulsivo e idiota, mas eu... — engulo em seco
criando coragem. — Eu quero falar com você sobre
isso há um tempo. — sento-me na nossa cama e
suspiro cruzando as mãos.
— Falar o quê? — sua voz questiona firme
enquanto se veste rapidamente. Eu desvio meus olhos
do seu corpo e espero até que ela esteja vestida.
— Eu sou doente. — murmuro sentindo meus
músculos repuxarem.
— Co-como assim do-doente? — Marianne se
aproxima e se senta à minha frente juntando as
pernas.
— Eu tenho TEI... — sua testa se junta e eu sei
que ela não faz ideia do que isso significa. — Eu
tenho Transtorno Explosivo, eu não sei controlar
minha raiva. — estico minha mão e acaricio seu
rosto. — É por isso que às vezes te machuco que às
vezes explodo com outros caras ao seu redor. Eu... —
esfrego meu rosto tentando me concentrar.
— Caleb... Por que não me disse antes? — sua
pergunta é suave como se só estivesse confusa. Nada
mais que isso.
— Eu... Não sei. — meus ombros caem e eu a
olho. — Eu parei de ir à terapia depois que os jogos
ficaram mais próximos um do outro, porém eu vou
voltar Mari. Eu juro que vou. — aperto sua mão clara
entre as minhas escuras e beijo seu dorso.
— Eu... — sua boca se fecha e ela fica calada por
um tempo. — Eu quero ir com você para a terapia na
próxima vez. Pode ser? — eu suspiro aliviado e
aceno.
— Lógico. Sem problema. — ela se inclina e
devagar beija meu rosto.
— Eu não estou assustada. Eu só quero que
esqueça às vezes em que me machucou. Eu sei que
você não fez por querer. — ela sussurra enquanto
seus dedos acariciam a pele do meu braço.
—Obrigado baby.
Abraço seu corpo e ficamos calados por algum
tempo, até Tess nos chamar para brincar na sala de
jogos.

Dois meses depois


Suspiro e procuro Mari pelos torcedores na
arquibancada do setor VIP e a encontro acenando
para mim. Pisco para ela e relaxo fazendo contagens
como meu terapeuta sempre manda. Eu voltei a fazer
terapia e Mari sempre me acompanha. Ela está me
fazendo melhor. Muito melhor.
Sorrio para Dom na arquibancada mais à frente
das meninas e ele acena me encorajando. Eu sei o
quanto estar aqui está sendo doloroso para ele, mas
ele veio. Ele passou por cima dessa insegurança e
veio nos prestigiar.
Seus olhos estão contentes, mas por dentro sei
que está derrotado. Deixar Kayla foi, sem dúvida, mil
vezes mais doloroso para ele do que não estar
jogando. Porém eu sei que eles voltarão. É questão de
tempo.
Estaciono fora da minha casa e abro a porta para
que Mari desça. Meus músculos estão me matando e
orando para que eu me jogue na hidromassagem ou
na cama mesmo.
— Desculpe novamente. — peço entrando em
casa e procurando Tess.
— Eu já desculpei. — ela afirma, mas sei que
ainda está irritada pela cena que fiz quando Steve a
empurrou. Foda-se.
—Onde está Tess? — pergunto entrando na
cozinha e vendo Larissa cozinhando.
— Saiu com Lila. Ela disse que iriam até o
parque. — ela responde ainda olhando para sua
panela.
— Vocês estão loucas? Surdas talvez? — grito
furioso. — Eu disse que ela não sai daqui senão for
comigo ou com a Marianne. Ligue agora para ela.
Mande-a vir embora. — aperto meus pulsos vendo as
veias dos meus braços saltarem.
— O-kk. Senhor Lewis. — sua voz sai
amedrontada e eu suspiro quando Mari passa por
mim indo até ela.
— Desculpe Larissa. Porém Caleb avisou a todos
que Tess não pode sair sem nós. O que aconteceu? —
de longe se nota que ela sabe falar com os
funcionários melhor que eu.
— Eu vou atrás dela. — aviso e saio da cozinha
indo para o estacionamento.
Assim que abro a porta do carro vejo Lila
caminhar com Tess até a nossa casa.
— Tess. — chamo voltando a fechar a porta.
— Papai! — ela pula em meus braços e eu sorrio
beijando seu rosto.
— A Mari está aí. Vá dar olá. — peço e a deixo
descer e observo ela ir para dentro. Volto minha
atenção para Lila e me aproximo em passos largos.
— Eu dei uma ordem Lila. Tessa não sai dessa
casa sem mim ou a mãe dela. Será que você não
entendeu? — seus olhos se arregalam medrosos e eu
tento me acalmar.
Ela deve estar pensando que a matarei. Foda-se
eu quero, mas não sou um porra louco.
— Desculpe Caleb. É que ela pediu muito. Na
verdade, ela queria ter ido ao jogo com vocês, mas
você não a levou, então eu só quis dar a ela um pouco
de alegria.
— Eu não levei porque não é um lugar seguro e o
que diabos você tem a ver com isso? Tess é minha
filha e quando digo que ela deve ficar em casa, ela
deve e acabou. Você me entendeu? — ela acena com
a cabeça repetidamente e eu entro em casa
procurando Mari e Tess.
— Hey! — escuto a voz de Mari e caminho até
ela. Beijo seus cabelos e pego Tess dos seus braços.
— Como foi no passeio? — pergunto cauteloso.
Nesses dois meses descobri que minha mãe não
estava querendo tirar Tess de mim, pelo menos por
enquanto, Vanessa contratou um advogado para se
divorciar do marido. Não sei o que ela planeja, mas
eu não quero ser surpreendido por ela.
Nunca.
— Eu brinquei no escorrega e Lila me comprou
um sorvete. — seu sorriso faz a tensão em meu corpo
relaxar.
— Foi mesmo? — pergunto e juntos, nos três
subimos para nosso quarto.
À noite Marianne me obrigou a vir deixá-la no
Campus. Foda-se não sei o que diabos ela ainda quer
ver aqui.
— Essa é minha casa Caleb. Eu moro aqui. Você
já deveria ter se acostumado. — seu murmúrio de
descontentamento é calmo.
— Pegue suas coisas. Venha morar comigo. —
peço de uma vez vendo seu rosto ficar branco.
— Caleb...
— Diga sim, baby. Eu quero você em minha
casa. Eu gosto de você. Isso é o mais importante. —
interrompo-a e ela sorri.
— Eu também gosto de você, mas isso não
acontece assim. Eu ainda estou na faculdade. Não
tenho um emprego e além do mais temos Tessa.
Como vamos explicar isso a ela...
— Tessa te ama. Ela vai adorar. — suspiro
tentando a convencer.
— Eu sei. Porém, ainda é cedo. Temos três meses
de convivência, isso é pouco. Precisamos nos
conhecer mais. — ela afirma e eu vejo quando seus
olhos seguem para meu peito.
Minha coluna fica rígida e eu desvio o olhar dela.
Merda. Isso não. Ela nunca vai ver o que tenho por
debaixo dessa blusa. Nunca.
— Vamos devagar. — Ela se inclina e captura
meus lábios. Beijo sua boca com desejo, mas logo
nos afastamos para podermos entrar em seu prédio.
Quando a porta do seu quarto se abre eu acabo
tropeçando em suas costas e vejo que ela parou na
porta sem conseguir se mexer. Que merda é essa?
— Marianne... O que foi? — questiono e levanto
a cabeça encontrando uma senhora loira.
Seus olhos são azuis como os de minha Abelha e
seus cabelos são loiros idênticos aos dela também,
com nem mais uma segundo eu sei que ela é a mãe da
minha mulher.
A que a fez sofrer como ninguém foi capaz.
— Annabelle. O que está acontecendo aqui? —
sua voz é uma pasta fria e arrogante e eu me encho de
raiva a ouvindo chamar Mari pelo nome da irmã
morta.
— Mãe... — e pela primeira vez eu posso
presenciar o efeito que essa mulher tem na vida de
Marianne. Da minha Mari.
Seu rosto parece perder a cor e seus ombros caem
como uma forma de rendimento. Seus olhos antes
azuis brilhantes agora estão mortos e sem brilho
algum.
— Seu nome é Marianne. — rosno entrando
entre a mulher arrogante e Mari.
— Annabelle Reed se livre desse homem! — ela
manda revirando os olhos e olhando para as paredes
do quarto.
— Eu... Eu... — olho para minha Abelha e
suspiro a segurando pelos ombros.
— Se acalme Marianne...
— Annabelle. Seu nome é Annabelle. Pare de
pronunciar esse nome vergonhoso e cheio de
podridão. — viro-me com ódio saindo por todos os
meus poros.
— Não fale essa merda sua velha louca! — grito
andando até ela e pela primeira vez vejo algo, sem ser
prepotência, cruzar seus olhos.
— Quem diabos é você? — ela pergunta, mas
seus olhos estão em Mari.
— Eu sou o namorado da sua filha e se não a
tratar com devido respeito à senhora vai ter que se
retirar. — digo firme e ela se afasta de mim andando
até Mari.
— Você está louca? Nada de namorados sua
idiota. Você é surda? — ela grita sacudindo os
ombros da Mari.
— Mãe... — os olhos, a característica dela que
mais gosto, agora estão repletos de medo e lágrimas.
— Solte-a! — pego-a pelos braços sentindo o
sangue retumbar em meus ouvidos e a jogo na parede
longe de Mari.
— Parem! — viro-me vendo Mari limpar seus
olhos. — Vá embora! — ela grita irritada e eu olho
para ela como se fosse louca.
Ela está me mandando embora?
— O quê? — pergunto ao mesmo tempo em que
sua mãe diz; Sim. Vá embora.
— Não. Você. Você que era para ser minha mãe,
mas é somente um estorvo preto pairando em minha
vida. Eu odeio você! Vá embora. Esqueça-me!
Esqueça que existo! Me deixa em paz!
E é como se eu estivesse vendo uma Fênix
ressurgir das cinzas. Mari está se libertando das
loucuras da mãe. Eu não poderia estar mais feliz com
isso.
Capítulo Dezenove
Marianne

inhas mãos tremem. Meu coração parece

M estar prensado entre meu ódio e amor por


minha mãe. Minha respiração é irregular e
eu estou temendo desmaiar a qualquer momento.
— Você não pode estar falando sério. — ela ri de
mim e olha com asco para Caleb.
Eu nunca senti tanta raiva dela como estou tendo
agora a vendo destratar ele com os olhos debochados.
Ela se sente melhor que ele, mas ela não é. Ninguém
é melhor que ninguém, mas para essa mulher a vida
está sempre de pé a aplaudindo.
Deus, perdão, mas eu a odeio tanto. Eu não
consigo medir o tamanho do meu desgosto por ela.
Esse ódio não nasceu da noite para o dia, não. Ele
nasceu de pouco a pouco, nasceu das situações
ridículas que ela me fazia passar durante toda minha
infância e adolescência. Todos na minha escola se
perguntavam o porquê de me chamarem por
Annabelle se nos meus documentos o nome que
constava era Marianne. As professoras me
questionavam e eu não sabia o que responder. Eu não
sabia o que falar para a mulher, pois nem mesmo eu
sabia o que havia com minha mãe para ela colocar o
nome da minha irmã como meu. Eu tinha vergonha
de todos esses momentos, enquanto ela só mandava
as pessoas se preocuparem com suas vidas e
deixassem a minha em paz.
Porém, esse foi o ponto. Ela nunca me deu paz.
Minha mãe nunca me fez sentir esse sentimento tão
bondoso e necessário. Respiro fundo e travo meu
olhar com o dela.
— Eu mandei ir embora. Agora! —ando até ela a
encarando como nunca cheguei perto de fazer.
— Você está revoltada pela influência desse
marginal. É tão nítido agora. Quando Sean me falou
duvidei, mas é verdade. Você está transando com ele
e agora acha que é mulher suficiente para me tirar da
sua vida, mas, eu vou te dizer uma coisa, você não é.
Agora se cale e o mande embora daqui e de sua vida.
— a cada palavra pronunciada por ela é mais um
pedaço do que eu sentia por ela se rompendo. Fosse
amor, ou respeito, ele não existe mais.
Eu a odeio.
—Primeiro: Caleb não é marginal. Segundo: eu
acho que a única coisa que não ficou nítida para você
era que seu enteado tentava me estuprar todas as
malditas noites. Eu me trancava todas as noites no
banheiro para que quando ele viesse no meu quarto
não me encontrasse. Você, que era para cuidar de
mim, nunca sequer notou que aquele nojento sempre
teve obsessão em mim. — grito, descontrolada,
enquanto as lágrimas embaçam minha visão.
— O quê porra? — escuto a voz de Caleb
incrédula e quando limpo meus olhos o vejo se
aproximar de mim afastando minha mãe do seu
caminho para me abraçar.
— Isso é mentira, não é Annabelle? Sean nunca
faria algo do tipo. — ela balança a cabeça com
veemência e eu me afundo no peito de Caleb.
— Vá embora porra ou eu mesmo irei lhe atirar
na rua! — Caleb avisa baixo com seu rosnado típico
de quando está com o controle por um fio. O seguro
pela cintura e o abraço mais apertado.
— Eu voltarei Annabelle. Pode esperar. — ela se
afasta e quando escuto a porta bater se fechando caio
de volta nos braços do homem que eu amo.
Agora eu tenho certeza que eu o amo. Nunca
enfrentei minha mãe. Por ninguém, nem mesmo
minhas antigas amigas, mas ela falar barbaridades
para Caleb me fez louca. Então, sim, eu amo esse
Linebacker. Ele e nossa filha são os meus tesouros.
As pessoas por quem eu esperei durante todo o meu
sofrimento vivendo sob o teto da minha mãe.
— Por que não me falou Mari? — escuto o
sussurro de Caleb e respiro fundo me afastando um
pouco para observá-lo.
— Eu não queria te envolver nisso. A gente tinha
acabado de se conhecer. — dou de ombros sabendo
que isso é verdade.
— Você disse no carro que a gente acabou de se
conhecer... Eu não te entendo... — ele senta na cama
feita de Lauren e eu me ajoelho na sua frente.
— Desculpa. — peço e inclino-me descansando
minha cabeça em seu ombro. — Eu não sei o que
fazer da minha vida. — confesso baixo lembrando-
me das palavras da minha mãe.
Com certeza ela irá deixar de pagar essa
faculdade, esse dormitório e tudo mais. Esse é o
momento que eu tanto ansiei, mas agora não sei por
onde começar, ou, talvez, eu saiba.
— O que quer fazer, baby? — a pergunta de
Caleb me tem afastada para olhar em seus olhos
verdes.
É tão fácil amá-lo. Caleb foi a primeira pessoa na
minha vida que me perguntou o que eu queria. O que
EU queria não a minha irmã, não a minha mãe, mas
somente, eu.
Diversas pessoas não sabem o quanto isso faz
bem para nossa vida. Muitas pessoas desprezam a
escolha que alguém dá para ela. Eu não vou desprezar
essa escolha, porém é algo novo para mim. Não sei
como escolher o que quero.
Qual faculdade cursar?
Qual roupa usar?
Qual carro comprar?
Qual emprego arrumar?
Qual a vida que eu quero viver?
A única resposta concreta que tenho nesse
momento é que eu quero viver ao lado dele. Eu só
quero estar com ele e nossa filha. Nada mais, pelo
menos por enquanto.
— Eu só quero viver com você e Tess. Nada
mais. — seu sorriso me faz sorrir instantaneamente.
Ele me ama. Talvez ele ainda não saiba, mas eu
tenho certeza de que seu coração bate por mim, como
o meu bate por ele. Só por ele.
— Então vamos viver juntos baby. — ele
sussurra e me rouba o ar e o coração, mais uma vez,
com um beijo apaixonado.
Depois de algum tempo namorando na cama de
Lauren, Caleb vai embora para cuidar de Tess. Eu
não queria me afastar dele, mas também não posso
deixar minha vida ruir e não fazer nada.
No outro dia acordo cedo e dedico um bom
tempo a me arrumar. Não que eu queira me arrumar
diretamente, eu só preciso cuidar de mim. Da minha
alma e corpo, sem finalidade ou emoção.
Lavei os cabelos cuidadosamente, hidratei e
enrolei os fios dourados os deixando caírem bonitos
nas minhas costas. Visto uma calça jeans, uma
camisa branca simples e pego um casaco para vestir
por cima.
Vejo Lauren sair do banho e sorrio.
— Hey! Amiga você não acha que essa roupa
está muito... Humm... — ela finge pensar por um
momento e sorri. — Chamativa para a sua aula? —
Eu rio dela e me aproximo.
— Não vou para a aula, Lauren. — ela franze a
testa e eu suspiro. — Estou indo trocar de curso. Eu
odeio Medicina, então resolvi estudar o que me faz
bem. Só isso. — dou de ombros tentando banalizar
isso, mas sei que minha atuação foi péssima quando
ela pega minha mão e me faz sentar.
— O que aconteceu Mari? — mordo meu lábio,
nervosa, e olho para minha amiga.
Seus cabelos vermelhos estão em um coque
louco e seus olhos atentos aos meus movimentos me
lembram de que tenho que responder sua pergunta.
— Eu me libertei da minha mãe, Lauren. Agora
eu tenho que arranjar um emprego para pagar meus
estudos e o dormitório. Vai ser muito difícil, mas eu
vou tentar. — ela acena e passa seu braço por meus
ombros me abraçando.
— Estou aqui. Eu vou te ajudar no que for
preciso. E vamos começar com escolher o seu curso...
Não, espera. Você já escolheu? — sua pergunta me
faz sorrir grande.
— Sim! Eu quero cursar psicologia com foco em
crianças. Quero cuidar do desenvolvimento delas e
perceber algum problema em suas vidas. Eu quero
fazer a diferença no mundo. — Lauren me olha
calada por alguns segundos e quando penso em falar
algo ela me abraça novamente.
— Você vai conseguir. — ela pisca sorrindo. —
Além do mais Tara estuda psicologia. Vocês vão se
ver muito pelo prédio de lá. Fora que Tara conhece
vários psicólogos gatos para te apresentar. — ela ri
quando a afasto de mim e jogo um travesseiro em seu
rosto.
— Não fale isso na frente do Caleb! — reclamo
com medo só dessa possibilidade.
— Então o Linebacker fez você se apaixonar de
verdade? — ela passa sua língua pelos lábios em uma
tentativa nula de sensualidade.
— Sim. Eu o amo. E você e Tara têm que ir vera
minha princesa novamente. — aviso apontando meu
dedo, e em seu rosto um sorriso leve se forma.
— Eu quero mesmo. Alisha disse que ela está
cada dia mais encantadora. — ela levanta-se e meu
coração incha de amor.
— Sim, minha filha é encantadora. — afirmo
olhando pela janela enquanto meus pensamentos
vagam para ela e Caleb.
— Então vou me arrumar bem rápido para que
você possa se livrar de mim e ir vê-la. O que acha? —
escuto a voz de Lauren e me viro sorrindo.
— Eu adoraria.
Então fizemos. Mudei de curso e amanhã eu já
começaria numa turma nova. Descobri que posso
contratar uma bolsa de 50% e pagar só metade do
valor total da faculdade. O dormitório fica além do
meu orçamento, quero dizer, qualquer orçamento que
eu venha ter, mas me disseram que posso ficar neles
por enquanto até eu me estabelecer financeiramente.
Uma dádiva. Admito.
Deixo Lauren na sua aula e sigo para o
estacionamento para pegar meu carro. Sorrio quando
vejo Cohen parado do lado dele e me aproximo me
jogando em seus braços.
— Cohen. — ele sorri e beija minha testa.
— Como você está querida? — suspiro e afasto-
me.
— Bem. E você o que anda fazendo? — encosto-
me ao carro ao seu lado e o observo.
Cohen é lindo. Seus olhos são castanhos
chocolates e quando sorriem parecem um sorvete
derretido, de chocolate, é óbvio. Seus cabelos
bagunçados são sua marca registrada e nesse
momento percebo o quanto de saudade eu estava
sentindo dele.
— Abri minha gráfica no centro da cidade. Eu te
falei que estava vindo de vez. Eu vim. — ela abre os
braços sorrindo e eu abro a boca em choque.
— Não acredito! Eu pensei que estava apenas
brincando. — lembro-o e ele balança a cabeça
colocando suas mãos nos bolsos.
— Não. Eu vim de verdade... — ele se vira
ficando de frente para mim e eu sorrio fácil ao
imaginar que ele vai estar aqui por perto. — Eu vim
por você. Para ficar perto de você. — meu sorriso
desliza e eu dou um passo para trás.
— Eu... Cohen, você está falando como amigo
não é? Por que...
— Não. Eu te amo e você sabe disso, Mari... —
molho meus lábios com minha língua e respiro fundo
me afastando mais.
— Eu não posso ser o que precisa Cohen. Eu...
— procuro seus olhos e falo a verdade: — Eu amo
outro homem. Ele tem meu coração agora. — ele
engole seco e se afasta, copiando meus gestos ao dar
um passo para trás.
— Mais você não me falou nada. — ele
argumenta parecendo magoado.
— Não tinha o que falar. Nós somos amigos, mas
você estava em outra cidade...
— Mas eu devia saber Mari! Eu espero por você
desde nossa adolescência... — sua voz perde
intensidade quando assistimos Caleb descer do seu
carro na nossa frente.
— Eu... Por favor, me desculpe Cohen. Agora eu
preciso ir. Vou te ligar em breve. Eu juro. — apresso-
me em dizer, mas fico parada ao ver Caleb descendo
Tess do carro.
Merda.
— Baby. — Caleb acena e me puxa para seu
peito ainda segurando nossa filha.
— Oi. — sorrio e viro-me para Tessa. — Oi meu
amor. Como foi na escola? — pergunto sorrindo e ela
sorri de volta respondendo que foi ótima.
Seus olhinhos se fixam em Cohen e ela sorri.
— Cohen! — ela grita batendo palminhas e
Cohen sorri a reconhecendo.
— Oi baixinha.
—De onde você conhece minha filha? — a voz
de Caleb sai cautelosa e eu pego seu braço vendo o
olhar do meu ex seguir minhas ações.
— Ele é o “galoto” que beijou Mari na boca
papai. — minhas bochechas coram e Caleb olha de
Tess para mim e por último Cohen.
— Cohen eu preciso ir mesmo. Depois te ligo.
Juro. — ele acena se distanciando e eu me sinto mal
por isso.
— Mari nós vamos almoçar no restaurante
favorito do papai. — Tess avisa sorrindo amplamente
e eu sorrio de volta sem querer olhar para seu pai.
— Sim, nós vamos. — Caleb afirma e pega
minha mão me puxando até seu carro.
Um suspiro quase aliviado é emanado de mim.
Sim, eu estava pensando que ele iria brigar fazer uma
cena, mas mais uma vez ele me surpreendeu.
Como sempre.
Capítulo Vinte
Caleb

nquanto almoçamos penso no cara, o tal de

E Cohen. Sei que ele é ex da Mari, acho que ela


ainda não percebeu, mas eu sei que o cara
ainda a quer. Hoje vi seus olhos se encherem de dor
quando ela estava em meus braços. Foda-se, não sei
por que não enlouqueci ao vê-los juntos. Talvez seja
porque eu estava vindo da terapia. Eu saio de lá
parecendo um bobo.
Não bobo, não. Eu saio calmo.
Então apenas respirei fundo e trouxe minha
mulher comigo. Deu-me raiva saber que o idiota a
beijou da última vez que se viram, deu, bastante, mas
ela está comigo. E é comigo que ela vai continuar.
Pelo menos eu espero.
— Caleb. — sua voz me traz para o presente.
— Oi? — questiono vendo sua testa franzida.
— Você está calmo. — sua afirmação me faz
sorri.
— Sim, baby, por quê? Isso é algo ruim? — pego
sua mão em cima da mesa e olho divertido para Tess,
que brinca com as crianças no parque pequeno a
nossa frente.
São apenas brinquedos de plástico, mas que as
crianças adoram. Isso inclui Tessa, é claro.
— Não. Só estou... Surpresa. — ela dá de ombros
e eu me inclino deixando um beijo em seus lábios.
— Sim, eu sei. Mas eu não vou brigar por causa
do seu ex. Ele não é nada. — ela me olha por um
instante e desvia seus olhos bonitos de mim. — Não é
Marianne? — reforço a vendo hesitar.
— Ele é meu amigo. — ela frisa me
contradizendo.
— Você sabe que ele não quer ser somente seu
amigo. — rosno sabendo que a calmaria está indo
embora.
— Mas é o que ele é. — responde afiada
afastando sua mão pálida da minha.
— Okay... — volto a me encostar a minha
cadeira e observo Tess.
Durante a próxima meia hora ficamos calados
apenas observando nossa filha brincar. Pago a conta e
acompanho Mari que pegou Tess nos braços até o
estacionamento. Em certo momento sinto que tem
alguém me observando. É estúpido, já que paparazzi
sempre estão rondando jogadores, mas hoje é
diferente.
Viro-me olhando para os lados, mas não encontro
nenhum possível observador, finjo esquecer isso e em
um movimento rápido volto a olhar ao redor e para
minha total irritação eu a vejo.
Eu sabia que alguém estava nos observando. Só
não pensei que ela chegaria a tanto. Seus olhos se
expandem quando me vê e ela tenta correr, mas antes
que faça eu começo a andar até ela deixando Tess
com uma Marianne confusa.
— O que porra você está fazendo aqui? — cada
palavra sai carregada de um ódio intenso. Se ela acha
que pode me seguir, ela está malditamente enganada.
— Caleb... — ela suspira e coloca as mãos na
cintura e se inclina para o lado tentando olhar para
onde minhas meninas estão.
— Suma da minha frente. — rosno entrando em
seu campo pessoal.
— Eu só quero a ver. — seus olhos imploram e
eu recuo quando ela levanta sua mão para me tocar.
Foda-se eu tenho nojo de suas mãos imundas.
— Você nunca vai chegar perto dela, está
ouvindo? Eu juro que matarei você se ousar chegar
perto dela. — aviso baixo tentando controlar a
tremedeira das minhas mãos.
— Você... — seus olhos me medem de cima a
baixo. — Está lindo filho. — assim que as palavras
saem de sua boca eu pego seu braço apertando até
que suma a cor entre meus dedos. Sim, estou a
machucando. E eu quero mais.
— Fique longe de mim e da minha filha. Eu juro
que matarei você. — prometo apertando mais ainda
seu braço.
— Me solte. — ela manda rapidamente e
empurra meu peito. — Ela é minha filha, Caleb... Ela
é apenas sua irmã! Nada mais. — seu grito emana
pela minha cabeça me fazendo respirar fundo para
que eu possa me acalmar.
— Vá viver sua vida de merda. Tessa não sabe
que você existe. Para ela você não é ninguém. Ela
tem mãe agora e não é uma puta imunda que pensa
que depois de deixar as drogas e a vida de prostituta
tem condições de criar uma filha.
— Eu entrarei na justiça pela guarda dela...
— E você acha que eles vão te dar? Você está
olhando para o Linebacker que está entre os mais
bem pagos dos Estados Unidos. Você acha que algum
juiz vai tirá-la de mim? Vanessa, eu sei que você é
mais esperta que isso... — sorrio e dou um passo para
trás a soltando.
— Não se sinta tão autossuficiente. Ela pode
sumir Caleb... — sem mais nenhuma palavra ela se
vira e vai embora.
Vagabunda!
Volto para o carro e vejo Marianne me olhando
preocupada. Tess está no banco de trás brincando
com uma boneca e eu agradeço por ela não ter
percebido minha ausência. Coloco o carro em
movimento e durante todo o trajeto respiro fundo
tentando acalmar meu peito. Eu preciso me acalmar.
Ela não é ninguém. Ela não vai tirar Tess de mim,
minha filha nunca vai sumir.
— Baby... — Mari começa, mas balanço a
cabeça a interrompendo.
Quando chegamos a nossa casa, subo para meu
quarto deixando Tessa com Lila. Mari me segue em
passos curtos deixando uma distância segura de mim.
— Caleb nós temos que conversar. — ela avisa
assim que fecha a porta.
— Eu sei. — passo a mão pelos meus cabelos,
frustrado.
— Quem era aquela mulher? — fecho meus
olhos tentando aliviar a dor em meu coração.
Por que eu a temo? Eu não deveria mais. Já se
passou tanto tempo. Ela não pode mais me ferir.
— Era... Sua mãe? — viro-me para Mari e
suspiro acenando.
— Ela nunca foi uma mãe, de verdade... —
começo, mas desisto. Eu não quero falar sobre isso.
Eu não quero falar da minha vida antes de tudo.
— Você pode falar comigo. Eu quero te ouvir...
— balanço a cabeça andando pelo quarto.
— Não precisamos falar...
— Precisamos. Eu vejo o quanto você fica
transtornado quando fala dela, e hoje foi... Pelo amor
de Deus! Você estava irreconhecível. Eu vi Caleb.
Ninguém me disse, eu estava lá. — ela argumenta
firme me encarando. Seu peito sobe e desce e eu sei
que ela está certa sobre isso. Ela está decidida.
— Marianne... Ela não é ninguém. Só me
colocou no mundo. Ponto final! — falo em
exasperação enquanto ela se aproxima.
— E Tessa? Ela é a mãe dela Caleb.
— Não! A mãe dela é você. Vanessa é apenas
uma ex-drogada e puta que não aceitou que venci na
vida e cuidei da minha irmã sozinho desde os meus
dezoito anos. Então quando eu falo que ela não é
ninguém, essa é a verdade e eu quero que você
respeite isso. — minha mulher passa a mão pelos
cabelos e suspira cruzando seus braços.
— Você que sabe. Eu gostaria de saber de você.
Da sua infância...
— Não! — rosno apontando para ela que pula se
assustando. Seus olhos azuis estão arregalados e sua
garganta sobe e desce me dizendo que a assustei
muito.
— Marianne...
— Eu entendi. — ela molha seus lábios
vermelhos e dá de ombros, tentando mostrar que isso
não a importa.
— Não Mari...
— Sim, eu entendi. Não tenho nada a ver com
isso. Eu não preciso saber quem é o homem que
dorme comigo, eu não preciso saber quem é o cara
que eu... — ela balança a cabeça e não termina sua
frase.
— Eu não... Você me conhece baby... Esse sou
eu. — aproximo-me dela com medo que se afaste,
mas para minha surpresa, não.
Marianne fica parada com o olhar fixo ao meu,
me desafiando.
— Esse é o que você quer ser. Hoje eu vi outro
homem, esse eu não conheço. — ela afirma.
— Mari, por favor...
— Eu tenho que ir. Preciso... — ela tenta falar,
mas para se afastando. — Preciso me preparar para
começar o curso novo, tenho que procurar emprego...
Você sabe... — Mari morde seu lábio inferior
indecisa.
— Como assim? Você mudou o curso? —
pergunto indo atrás dela, mas ela para levantando a
mão.
— Fique aí. — ela suspira e dá de ombros. — Eu
mudei de curso. Passei para psicologia... Você sabe...
Eu não gostava de Medicina.
— Eu estou orgulhoso de você, baby. Muito. —
ela acena confirmando e desvia seus olhos de mim.
— Fique. Durma aqui. — peço deixando minha
postura de homem grande e forte de lado e vestindo a
roupa do cara que é completamente louco por essa
mulher.
— Não. Hoje não. — sua cabeça balança e eu
suspiro cedendo.
— Tudo bem. Você está chateada. Eu entendo.
— mordo meu lábio e a vejo suspirar virando e indo
embora.
Foda-se, não sabia que se apaixonar era uma
merda.
Sim, merda, eu estou apaixonado pela Abelha.
Duas semanas depois...
Observo seu corpo coberto pelo lençol preto e
engulo o último resquício do uísque que estava em
meu copo. Marianne está cansada. Começou a
trabalhar em uma clínica como recepcionista há
poucos dias, talvez uma semana. Eu falei que ela não
precisava fazer isso, até porque seu dia agora está
exaustivo. Ela chega e cai na cama pronta para
dormir.
Perdeu peso e seus olhos estão rodeados por
olheiras pelas horas noite adentro que passa
estudando. Seu curso novo está a deixando muito
feliz, eu admito, mas o trabalho está demais. E eu
estou indo acabar com isso em breve. Mesmo ela não
querendo. Foda-se ela é minha mulher, eu cuido dela
e pronto. Isso não era para ser algo proibido.
Ela resmunga se mexendo e eu me levanto
voltando para a cama. Deito-me ao seu lado e tiro
seus cabelos bonitos do seu rosto.
— Não acredito que dormi. — ela se vira e sorrio
para seu rosto inchado e com marcas do travesseiro.
— Você estava cansada. — lembro-a deixando
um beijo em seu rosto.
— Sim... Meus horários na clínica e nas aulas
não estão me deixando dormir tanto quanto eu quero.
— seus ombros sobem como se isso fosse algo bobo.
— Eu já falei, mas... Você não precisa trabalhar.
Eu pago sua faculdade. Eu tenho dinheiro suficiente...
— tento a convencer, mas ela me corta antes que eu
termine meu pensamento.
— Não Caleb. Eu não quero seu dinheiro. — ela
responde se sentando.
— Besteira! É apenas dinheiro. Eu tenho, então
posso dar para você Marianne. — afirmo a puxando
para meu colo contra sua vontade.
— Não falaremos sobre isso Caleb. Eu não quero
seu dinheiro e eu não vou aceitar. — ela suspira se
sentando mais à vontade em meu colo.
— Tudo bem. — confirmo me inclinando e
capturando sua boca vermelha.
Estou cansado de brigar. Eu só quero estar com
ela esse resto de noite. Amanhã, quero dizer, hoje,
mais tarde precisamente, irei viajar com o time então
só quero relaxar e saber que Mari e Tess estarão bem
sozinhas.
Minha atenção volta para ela e eu respiro fundo
quando vejo que seus cabelos loiros estão caindo até
seus seios cobertos apenas por uma camisola branca
transparente, a fazendo parecer um anjo. Meu anjo
loiro.
— Eu quero você Mari, mas sei o quanto está
cansada. — suas mãos entram pelo meu cabelo curto
enquanto sinto suas unhas se arrastarem pelo meu
couro cabeludo.
— Eu não estou cansada para você garotão.
Nunca. — suspiro tentando controlar meus extintos,
porém quando ela aperta meu membro entre seus
dedos. Merda.
Tudo ao redor se apaga.
Em questão de segundos ela está nua na minha
cama. Suas pernas abertas e eu lhe dando prazer.
Com o gosto do seu mel ainda em minha boca subo
pelo seu corpo e a beijo. Marianne geme
descontrolada enquanto entro nela devagar.
Prolongando nosso prazer. Seus quadris se agitam
contra os meus e logo a tenho tremendo pelo prazer
que varre seu corpo claro.
Depois de mais três longas estocadas, meus
músculos se tencionam e eu gozo relaxando contra
seu peito.
— Você vai sentir minha falta, baby? — Mari
pergunta em meio ao silêncio do quarto.
— Você sabe que sim, Abelha. — beijo seus
seios e a trago para cima do meu peito.
— Por que me chama assim? — mesmo na
penumbra do quarto eu vejo seu vinco entre as
sobrancelhas.
— Por que quando provei sua boca e algo além...
Eu senti gosto de mel. Você é minha abelha. A
rainha. — afirmo sério lembrando-me do nosso beijo
naquele bar/boate.
— Mel? — Ela ri e eu me volto para ela fingindo
indignação. — Sorry, baby. Eu achei engraçado. —
ela dá de ombros e eu beijo seus lábios.
Sua língua toca a minha e por minutos ficamos
apenas beijando um ao outro. Mari é deliciosa. Com
certeza é dela, o gosto que mais me viciei em toda
minha vida.
— Ligue-me todas as horas vagas que tiver. —
ela manda quando já estamos quase adormecendo. —
E não fique com outras garotas, Caleb... — seu
bocejo longo a interrompe. — Eu não sei como
chegarei lá, mas se eu flagrar você em revista com
alguma vadia, ah Caleb, eu irei até lá...
— E o que vai fazer? — pergunto rindo enquanto
ela fecha a boca e suspira.
— Eu... Com certeza... Sinceramente? Eu não sei,
mas não pague para ver, garotão!
Logo depois que fala ela me deixa rindo e dorme
tranquilamente.
Sim, com certeza eu não pagarei para ver!
Capítulo Vinte e Um
Marianne

ess dá tchau mais uma vez para seu pai

T enquanto fico um pouco atrás assistindo eles se


despedirem. Sinto-me tão doente por o ver
indo embora assim, eu sei, estou sendo dramática,
mas eu estou acostumada com sua presença todos os
dias.
E agora só ficaremos eu e Tess durante três dias.
É muito tempo.
— Comer todos os legumes... E o que mais? —
ele ri quando Tess se esquece do que ele acabou de a
mandar fazer todos os dias.
— A Mari vai te dizer. — ele beija seu rosto e ela
o abraça apertado dizendo que vai sentir saudades.
Meu coração apertar com a visão dos dois. Sim,
eles são tão importantes para mim. Eu não consigo
imaginar minha vida sem os dois. Tessa desce dos
braços dele e corre para os braços de Alisha que veio
se despedir de Saint. Sorrio ao ver eles dois
brincando com minha filha.
Caleb me leva para seus braços e eu abraço seu
pescoço sentindo seu cheiro maravilhoso. Deus, eu o
amo tanto que dói.
— Prometa que cuidará da nossa filha. — ele
pede e eu vejo o quão vulnerável ele está por ter que
nos deixar.
O encontro com a mãe dele foi algo que eu nunca
tinha presenciado. Caleb estava com tanta raiva, nem
em suas cenas de ciúmes ele ficou tão irritado. Agora
ele está paranoico. Para ele, Tess pode sumir a
qualquer momento.
Até seguranças ele contratou. Não fui contra,
pois é da filha dele que estamos falando. Se ele acha
que algo pode acontecer, então nós temos que cuidar
de tudo.
A sua negação a mim quanto a falar da sua
infância me deixou chateada e agora semanas depois
ainda estou um pouco. Naquele dia fui embora bem
irritada, porém no outro dia Caleb estava encostado
em seu carro no estacionamento do Campus em uma
desculpa silenciosa.
Eu, é óbvio, aceitei.
— Eu prometo querido. Não se preocupe. Estarei
com ela todos os dias e estaremos aqui esperando por
você no domingo à noite. — digo firme e ele suspira
entre meus cabelos.
— Fique bem. — eu aceno e sua boca desce para
a minha.
Nosso beijo é lento e cheio de sentimento.
Ninguém além de nós dois pode saber o que a gente
compartilha aqui. Caleb Lewis é meu centro. Nada na
minha vida é mais importante que ele. Eu pareço uma
idiota falando isso, pode ser, mas eu só tenho ele,
Tess e as meninas. Não nego que se eu o perdesse
ficaria sem rumo. Totalmente.
— Vou sentir saudades. — sussurro quando ele
se afasta dando por fim o nosso beijo.
— Eu também sentirei. — seus olhos me fitam
gentis e suaves e eu relaxo contra seu peito. — Nada
de festas com suas amigas... — ele murmura baixo e
eu rio.
— Se eu quiser irei. — dou de ombros brincando.
— Não, você não vai. — ele ri e me suspende no
ar.
— Somente por Tess. — aviso rindo e o abraço
com minhas pernas. — Nada de outras garotas... Nós
conversamos...
— E eu não pagarei para ver. Já estamos
entendidos Mari. — seu olho verde pisca e eu
capturado seu lábio lhe dando um último beijo.
O vejo se afastar com Saint e suspiro pegando
Tess de Alisha que sorri para mim.
— Nos veremos em breve! Tara quer ir tomar
banho na piscina de Caleb. — eu rio balançando a
cabeça.
— Tara é impossível! — respondo colocando
Tessa no banco dela e passando o cinto de segurança.
— Sim, ela é. Eu já vou indo. Cuide-se e no
domingo estarei lá com as meninas. — avisa dando
de ombros.
— Eu esperarei por vocês. — solto beijos para
ela e saio do estacionamento entrando no trânsito.
— Por que Ali não veio com a gente? — olho
para Tess pelo retrovisor e sorrio ao vê-la me olhando
de volta.
— Por que ela tem que deixar o carro do tio Saint
na casa dele. — Ela acena entendendo e perde o
interesse em mim, se entretendo com sua boneca.
Quando chegamos a sua casa eu a coloco para
comer seu lanche da tarde e vou no quarto pegar meu
material para estudar. O curso está sendo ótimo. Não
fiz amigos até porque mal tenho tempo para fazer
algo além de prestar atenção ao que o professor fala e
correr para a clínica médica onde estou trabalhando.
É cansativo, mas mais cansativo era atender as
ligações de mamãe com cobranças estúpidas e me
chamando por Annabelle. Não. Eu prefiro trabalhar
muito a tê-la ao meu redor. Talvez eu esteja sendo
insensível com a mulher que me deu à luz. Porém, eu
não sou ingênua para pensar que ela mudará ou que
meu amor fará isso. Não. Se ela não mudou por uma
criança, tenho certeza que não mudará por uma
adulta.
Às vezes só temos que aceitar o que a vida nos
dá. Mesmo não sendo o que estamos esperando.
— Já acabou? — pergunto me sentando ao lado
da pequena.
— Sim. — seu sorriso me ilumina.
Dou-lhe banho e ignoro Lila andando atrás de
nós duas como uma segurança louca. Ainda não
esqueci o que fez aquele dia. A maneira como
insinuou que tinha algo com Caleb me fez odiar a sua
pessoa, porém Tess adora essa cobra e eu vejo que
mesmo Lila sendo uma invejosa e queira roubar meu
homem, ela ama minha filha.
— Eu posso vestir ela Annabelle... — ela arrasta
o nome da minha irmã me fazendo ficar tensa.
Deixo Tess em pé escolhendo sua roupa e me
viro encontrando a cobra me observando e ostentando
um sorriso irônico nos lábios.
— Lila meu nome é Marianne. Caleb já deixou
isso claro para você, mas senão sabe como se
pronuncia eu posso te ensinar sem problema algum.
— sorrio simpática mostrando que sua tentativa de
me ferir falhou.
— Marianne... Annabelle... Sabe que acho os
dois muito feios. Sua mãe não teve bom gosto...
— Eu adoraria arrancar seus dentes como você
deve estar querendo, mas não vou fazer isso na frente
da minha filha, então suma daqui. Eu vou cuidar de
Tessa o final de semana em que seu pai não está. Não
se preocupe. — empurro seus ombros a colocando no
corredor e fechando a porta em seguida.
Volto para Tess e visto seu vestido com estampa
de flores e depois vamos para a sala de jogos onde a
coloco para assistir filmes infantis enquanto eu abro
meus livros para estudar.
No sábado pela manhã acordo sentindo uma mão
pequena fazendo carinhos em meus cabelos e sorrio
para Tess. Ela dormiu comigo, pois, segundo ela,
seria nossa festa do pijama. E a certeza disso está
diante de mim. O quarto está repleto de penas dos
travesseiros que eu e Tess jogamos uma na outra,
lógico que eu apenas fingi jogar, pois estava com
medo de machucá-la.
— Bom dia, mamãe. — paro por um momento
escutando sua voz suave me chamar por mamãe.
— Bom dia, filha. — minha voz sai embargada e
eu tento relaxar sorrindo amplamente.
— Ali falou que viria para a piscina... É hoje? —
seus olhos verdes iguais ao do seu pai questionam
brilhosos.
— Amanhã. Hoje nos duas iremos a minha casa e
ao parque brincar. O que acha? — finjo expectativa e
ela sorri batendo palmas.
— Eba! — ela pula da cama e corre porta a fora
dizendo que vai escolher sua roupa.
Suspirando feliz me sento na cama e olho para o
quarto que venho dividindo com Caleb desde a
primeira vez que ele me trouxe aqui. Nunca parei
para olhar nada de fato, mas hoje percebo o quanto do
seu quarto tem dele.
Ele é cinza com cortinas brancas que nos
separam do jardim e seus móveis são pretos.
Descendo da cama sigo para seu closet e suspiro
vendo suas camisas e jeans. Caleb é despojado então
o que ele mais tem em calçados são chinelos e
sapatênis. A maioria de suas camisas tem um V no
peito sempre me mostrando a pele morena que tem.
Adentro mais um pouco e percebo uma caixa
embaixo de um dos vãos que há no closet. Ela perece
um pouco velha devido às rasuras e a cor amarelada
que tem no papel que a contorna. Abro-a e suspiro
olhando para o que tem dentro. O garoto que me olha
agora poderia ser Caleb, talvez seja, mas meu coração
não me deixa imaginar que é.
Seus olhos verdes são vazios. Sua bochecha tão
quadrada e de pelos grossos hoje, era apenas um fio
de pele fraca. Elas são fundas e seu pequeno corpo
era muito magro. A foto está rasgada, mas vejo uma
mão feminina em seu ombro.
Seu corpo estava tenso, eu percebo pelos seus
olhos e sua mandíbula travada. Eu demoro a perceber
o que estava acontecendo ali, mas eu percebo, ele
estava com medo. Porém, não consegui entender do
que ele poderia estar.
Deslizo meus dedos com unhas pintadas de rosa
claro pelo seu rosto e suspiro quando sinto uma
lágrima descendo por minha bochecha. Pergunto-me
se ele passou fome, pois na foto dá a entender que
sim.
Minha mãe é uma mulher má, muito, mas ela
nunca deixou que passássemos dificuldade. Sempre
tive comida e roupas limpas dentro de casa. É óbvio,
que isso não é muita coisa comparada ao amor que
alguns recebem, mas eu tinha isso.
Sinto-me mal. Sinto meu peito apertado e que eu
deveria saber disso, mas ele não se abre comigo.
Caleb nunca vai se abrir para mim de verdade.
— Mari! — deixo a caixa cair me assustando
com o grito de Tess.
Murcho quando vejo que voltei a ser Mari e não
mamãe, mas tento me recompor para que ela não
perceba. Volto minha atenção para a caixa depois de
gritar dizendo para ela que estou no closet e vejo uma
foto de um bebê nos braços de Caleb já grande e
forte.
Ele deveria estar saindo do jogo, pois está de
uniforme enquanto segura a bebê, que presumo ser
Tess. Ela estava com uma faixa bonita na cabeça e
com um vestido maior que seu corpo de recém-
nascido. Vejo que Caleb está muito feliz quando
meus olhos batem em seu rosto risonho observando
sua irmã em seus braços.
Guardo as duas fotos, as únicas que estavam na
caixa e devolvo-a para seu lugar de origem.
— Hey! — sorrio para Tess e a pego no colo.
— Lila disse que não vamos para sua escola. —
ela murmura de cabeça baixa e eu finjo um sorriso
com vontade de matar aquela vadia.
— E eu posso saber por quê? — questiono saindo
do closet e o fechando.
— Ela disse que eu tenho um lugar para ir com
ela...
— Foi mesmo? Então vamos saber para onde ela
acha que vai levar você. — coloco-a no chão e saio
do quarto segurando sua mão.
Entro na cozinha e vejo Lila conversando com
Larissa enquanto as duas riem de algo.
— Olá! — O sorriso some e no lugar deles, no
rosto de Lila, uma carranca profunda se estabelece. Já
no de Larissa um olhar assustado. Eu já percebi que
ela tem medo de mim e Caleb. Não sei por que já que
nunca falei nada com ela.
— Gostaria de saber para onde você acha que vai
com minha filha hoje. — encaro seus olhos que vão
de Tessa para mim firme.
— Passear um pouco. Ficar dentro de casa não
faz bem...
— Quanto a isso, não se preocupe. Tess vai sair
comigo. — aviso baixo e deixo as duas lá não dando
chance para a bruxa responder.

— Sabe o que me faria muito bem? — Ali


pergunta dramática para Tess enquanto as duas estão
deitadas na cama de Lauren.
— Não sei tia Ali. — ela sorri se desculpando e
Alisha para por um momento antes de responder,
talvez sentindo o amor que minha filha tem por ela.
— Piscina! Você deixa a gente ir para sua piscina
grande e bem geladinha? — balanço a cabeça para
Ali a repreendendo, pois eu iria levar Tess para o
parque, mas minha filha já entrou na onda da
dramática da turma.
— Sim! Sim! — Tess pula da cama e corre para
meu colo. — Podemos ir Mari? — sorrio olhando
para seus olhos e para Ali que junta às mãos rezando.
Sorrindo grito que sim, então Alisha, Lauren e
Tara correm para pegar seus biquínis.
E o dia de hoje, promete.
Capítulo Vinte e Dois
Caleb

aio do vestiário de banho tomado e com minha

S bolsa com uniforme no ombro. Saint me


empurra para o estacionamento e eu suspiro
quando vejo a quantidade de garotas que estão nos
esperando.
Sim, essa parte era minha favorita, mas agora
estou tão focado em Marianne que nenhuma outra me
dá vontade ou interesse. Lógico que eu olho para
outras mulheres, não sou cego, mas minha mulher me
tem na mão.
Eu sou homem e posso muito bem admitir que eu
estou apaixonado por ela. Foda-se, eu sou e nenhuma
outra mulher foi capaz de me deixar assim. Nunca.
— Merda. Emma vai arrancar meu pau quando
me ver aqui. — Hayden geme medroso e Saint ri me
fazendo gargalhar.
— Você a trouxe porra? — questiono rindo
enquanto ele dá de ombros.
— Ela não confia em mim, eu tive que trazer ela.
— Saint gargalha alto e eu empurro o ombro de
Hayden.
— Marianne confia em mim. —digo orgulhoso
da minha Abelha.
— Confia? Ela disse que fará você pagar se você
ficar com outra mulher. — Saint ri enquanto lembra-
se das palavras de Marianne antes de me deixar entrar
no ônibus.
— Foda-se eu não vou traí-la e ela sabe disso. —
dou de ombros fazendo Hayden parar de andar e me
olhar.
— Está amarradinho hein Caleb? — ele murmura
rindo e corre de mim quando dou passo em sua
direção.
— Idiota! — rindo vamos até as meninas e
tiramos selfie e autografamos camisas e outras coisas
que elas pedem.
— Caleb como está Dominick? Estamos com
saudades. — uma delas fala manhosa e eu sorrio
forçado.
— Está se recuperando. Obrigado por perguntar.
— ela acena entendendo e se afasta indo para suas
amigas.
Entro no ônibus do time e relaxo contra o encosto
do banco. Saint senta ao meu lado e em questão de
segundos está falando com Alisha. Quero chegar ao
hotel para ligar para Tess e Mari, não gosto de
ninguém escutando minhas conversas.
O ônibus entra em movimento e eu suspiro
fechando meus olhos. Ele vai quase vazio, pois os
caras saíram para beber e pegar mulher. Hayden
resmunga atrás de nós e eu espio vendo Emma
murmurar palavras quase gritadas para ele.
Coitado.
Pego meu telefone assim que fecho a porta do
meu quarto. A foto de Mari sorri para mim e eu
suspiro. Sim, ela é tão bonita.
— Baby. —sua voz é alegre e eu
instantaneamente sinto meus músculos relaxarem.
Não gosto de sair e deixar Tess. Sempre sofro
quando tenho jogos fora. É terrível.
— Abelha. Como estão? — Me sento na cama e
retiro minha camiseta ouvindo sua voz.
— Ela está dormindo. Passamos à tarde na
piscina. Ela ficou cansada. — explica devagar. — E
você? Como foi o jogo?
— Nós vencemos. — digo orgulhoso.
— Parabéns querido. Fico feliz por você. Que
horas chega amanhã? — ela questiona ansiosa e eu
posso até vê-la roendo sua unha.
— Ainda não sei de fato, mas com certeza deve
ser à tarde. Você vai me esperar? — pergunto
enquanto caminho pelo quarto elegante.
— Com certeza. Eu e Tess estaremos lá. — sua
promessa é como uma carícia em meu peito.
Mari lembrar sempre de Tessa me faz sentir bem.
Faz com que eu tenha certeza de que fiz a escolha
certa em trazê-la para nossas vidas. Em confiar minha
filha, nossa filha, a ela.
— Fico feliz baby. Agora tenho que desligar.
Vou dormir um pouco e mais tarde ligo para falar
com ela. — aviso baixo e abro minha bolsa tirando de
lá um short mais fino.
— Okay. Cuide-se. Estou com saudades...
— Eu também Abelha. — e desligo.

Marianne

— Bom dia! — suspiro quando sinto Tess pular


em cima da cama.
Senhor eu só quero dormir dois minutos a mais.
Tessa me esgotou totalmente. Não quis dormir de
modo algum depois que falou com seu pai. Eu até
pedi por uma festa do pijama, mas ela não quis.
Passou horas brincando com suas bonecas e me
fazendo cuidar de uma delas, o pior é que eu dormia e
ela me acordava com um bico lindo e muito fofo nos
lábios, dizendo que não podemos dormir, pois
tínhamos que cuidar das nossas filhinhas.
Então simplesmente desmaiei depois de meio
segundo em que ela fechou seus olhos.
— Bom dia, Tess. — beijo sua testa e me sento.
— Papai vai chegar hoje não é? — ela pergunta
descendo da cama.
— Sim. Mas não sabemos o horário então iremos
ao parque nos divertir. — afirmo sorrindo e ela pula
rindo e batendo palmas.
Faço minha higiene e visto uma calça jeans,
enquanto Tess vai com Lila para seu quarto se
arrumar para o café da manhã.
— Você não acha que está a acostumando mal?
Tessa não dorme na cama do Caleb, nem mesmo
quando era um bebê. — assim que entro no corredor,
escuto Lila resmungar.
— Eu acho que você opina demais para uma
mera empregada não acha? — fuzilo-a com os olhos.
Saber que ela trabalha aqui há tanto tempo me
faz ficar tão irritada. Saber que ela ajuda Caleb e
cuida de Tess desde bebê me faz questionar por que
não cheguei antes. Eu gostaria de ver meu bebê dar os
primeiros passos, a primeira palavra. Tudo.
— Só estou fazendo uma observação como babá
da Tess. — Reviro os olhos e continuo andando até as
escadas.
Olho por cima do meu ombro imaginando Lila
nas minhas costas querendo me jogar pela escada.
Okay. Eu viajei, mas tudo pode acontecer.
Ela está parada me encarando enquanto seus
braços estão cruzados.
— Tessa é minha filha e Caleb confia em mim.
Não se preocupe okay? — desço lhe dando minhas
costas e vou para a cozinha.
Passo a manhã fazendo trabalhos da faculdade na
sala de jogos enquanto Tessa brinca na minha frente.
Às vezes paro o que estou fazendo e sorrio a vendo
conversar com a boneca bonita. É um amor tão
grande, chega a ser imensurável, que sinto por ela.
Mesmo tendo tão pouco tempo de convivência ela já
se tornou parte de mim.
Acordo dos meus devaneios quando meu celular
começa a tocar. A foto de Caleb aparece e meu
coração acelera de uma maneira tão boa. É como se
um calor bom crescesse em meu peito.
— Alô. — suspiro e franzo minha testa quando
escuto uma música ao fundo.
— Hey! Baby estou ligando para avisar que
chegarei ao começo da noite. Tudo bem? — estranho
sua alegria, mas deixo isso passar.
— Tudo bem. Estarei te esperando. — prometo.
Ele pergunta por Tess e depois que eu aviso que ela
está brincando ele desliga.
Mais tarde saio de casa com ela e vamos para o
parque da cidade juntas. Vesti um macaquinho nela
com uma camiseta com estampa da Minnie. Ela
adorou.
— Podemos brincar no balanço Mari? — ela
pergunta sorrindo enquanto seus olhinhos brilham
olhando para as outras crianças.
— Claro. Vamos lá. — seguro sua mão e
caminho com ela até lá.
A sento direitinho e sorrio empurrando o balanço.
Uma senhora está ao meu lado e ela acena simpática
enquanto um menino brinca a sua frente.
— É sua filha? — ela pergunta curiosa e eu
mordo meu lábio olhando para Tess.
— Sim. — afirmo instantaneamente.
Tess sorri piscando seus olhinhos e meu dia ficou
mil vezes melhor com isso. A velha senhora continua
suas perguntas sobre Tess e eu em certo momento
começo a me estressar. Por que ela pergunta tanto?
— A senhora conhece minha filha? — pergunto
depois que pergunta onde está o pai.
— Oh não. — ela balança a cabeça e suas
bochechas coram totalmente envergonhadas.
— Okay. — aceno e pego a mão da minha
pequena e a levo para o próximo brinquedo.
Ajeito meu vestido floral que está subindo com o
vento e abro um sorriso observando Tess descer o
escorregador. Desvio minha atenção dela para meu
celular que vibra e sorrio vendo o nome de Alisha.
— Hey!
—Onde está? Passei na sua casa para irmos
juntas ao centro de treinamento dos meninos. Buscá-
los. — estranho sua pergunta, pois pensei que Saint
tivesse ligado para avisar.
— Caleb me ligou e disse que chegariam só à
noite. — digo suspirando e me viro olhando para o
escorregador onde Tess estava.
A procuro com os olhos e começo a andar
olhando para os lados. Minha cabeça gira quando
escuto alguém gritar e vejo que foi Alisha gritando no
celular.
— Marianne! O que está acontecendo? — meu
sangue bombeia nos meus ouvidos e corro entre os
brinquedos procurando minha filha.
— Ela não está mais aqui. — tento falar, mas
minhas lágrimas me fazem sufocar.
Estou entrando em pânico. Novamente olho para
os lados, mas não a encontro. Corro até a senhora que
estava fazendo perguntas, mas ela já não está aqui.
— Tess! Filha! — grito e vejo várias mães
virarem para mim. — Por favor, vocês viram uma
menina de cinco anos, ela tem o cabelo castanho... —
soluço estampando minha boca e viro novamente
procurando ela. — Ela é minha filha! Onde ela está?
Por favor, me ajudem. — peço gritando enquanto
corro pelo parque.
—Marianne! Onde você está? — Alisha grita do
outro lado do celular e eu começo a chorar mais e
mais.
Onde ela está? Será que alguém a pegou? Será
que está perdida?
— Ela sumiu. Foi um segundo que olhei para o
celular Ali! — grito vendo embaçado pelas lágrimas
enquanto aperto meu peito.
— Eu estou indo. Por favor, se acalme...
— Mamãe! — escuto seu grito e me viro a tempo
de vê-la sendo carregada por uma mulher para longe
de mim.
Eu corro tentando alcançá-las enquanto Tessa
grita novamente chamando por mim. Antes que eu
posso chegar até ela, a mulher entra no carro e sai
pela avenida a levando para longe.

34 — 62 H.Y.S

Repasso a placa rapidamente na cabeça enquanto


olho para o carro que segue pela avenida. O rosto da
mulher passa por meus olhos e eu choro. Era a
senhora que perguntava. Eu vi. É ela, mas eu não
entendo por que pegou minha filha.
Por que ela pegou meu bebê?
Desço até ficar de joelhos e choro ouvindo os
gritos de Alisha pelo celular que caiu no chão. As
pessoas passam por mim e param me fazendo sentar.
Uma pessoa chama a Polícia, outra me dá água e me
pede calma. Porém por dentro estou acabada. Meu
coração está doendo só de imaginar o que essa
mulher quer com minha bebê. Será que ela sabe que
Caleb é o pai dela e possui dinheiro?
Meu Deus! Caleb... Meu choro aumenta quando
vejo o que acabou de acontecer. Eu perdi a filha dele.
Ele vai me odiar.
— Marianne. — Alisha corre até mim e eu me
levanto chocando meu corpo com o dela.
— Uma mulher a levou. Ela levou minha filha...
Eu não entendo... Eu não entendo Ali. — choro em
seus cabelos enquanto duas mãos acariciam minhas
costas.
— Se acalma. Vai ficar tudo bem. Nós vamos
encontrar ela. Eu juro Mari. — sua voz sai firme
encarando meus olhos e eu pego essa certeza para
mim.
Nós vamos encontrá-la.
— Com licença. — um policial chama devagar e
eu me afasto de Alisha. — Sou o oficial Fernandes.
— Marianne Reed. — aperto sua mão depois
limpo meu rosto repleto de lágrimas.
— Sinto por sua perda. Mas precisamos dos
detalhes deste sequestro. Toda e qualquer informação
é importante Senhorita Reed. — ele avisa sério.
Então falo tudo. As perguntas da mulher, o
momento em que me distrai com o celular, o grito de
Tess por mim. Por sua mamãe.
— A placa será uma ajuda muito importante. Eu
peço que se acalme. Ela vai voltar. — o oficial acena
se afastando e Alisha me abraça novamente.
Meus pensamentos voam para minha mãe. Ela
está certa, eu só trago desgraça. Eu sou má. Tudo que
toco gera tragédia e tristeza.
— Temos que pegar os meninos. Os policiais
irão para a casa de Caleb. — só de ouvir seu nome
ser pronunciado me faz estremecer.
Ele me odiará tanto. Eu o prometi que cuidaria da
nossa filha.
— Eu não sei se conseguirei. Ele vai me odiar
tanto Ali. — mordo meu lábio que treme
incontrolável.
— Não. Você não fez...
— Eu perdi a filha dele Alisha! Essa mulher a
levou por minha culpa! Enquanto eu me distraí com
telefone. — balanço a cabeça sem entender como ela
pode me defender.
— A filha de vocês Mari. Tessa é sua filha. Se
acalme. Tudo ficará bem. Eu juro. — abraço-a
suspirando e limpo mais uma vez às lágrimas que
descem por meus olhos.
Caleb
Assim que encontro seu rosto no meio das
pessoas eu sei que algo muito ruim aconteceu. Minha
garota está com os olhos azuis brilhantes apagados e
nariz vermelho. Seu cabelo loiro bonito é uma
bagunça e olhando para Alisha que está logo atrás, eu
sei que alguma merda aconteceu.
— O que aconteceu Baby? — questiono pegando
ela nos braços.
Suas pernas circulam minha cintura e ela me
abraça forte. Eu engulo seco e olho para sua amiga
em busca de alguma resposta, mas só recebo um
fechamento de olhos.
— Mari... — ela chora e desce dos meus braços
me afastando do seu corpo.
Suas lágrimas sofridas banham suas bochechas
claras. Seus olhos encontram os meus e eu dou um
passo tentando chegar até ela, mas ela se afasta.
— Eu a perdi. — inclino minha cabeça sem
entender.
— Perdeu o quê Marianne? — seu corpo se retrai
e ela se afasta novamente.
— Nossa filha. — talvez a cor do meu rosto
tenha drenado. Talvez meu sangue tenha coagulado.
Eu não sei.
Mas a única coisa que tenho certeza é que meu
coração parou.
Eu estou morto.
Capítulo Vinte e Três
Caleb

u procuro seus olhos, mas Mari se afasta mais.

E Suspiro mais uma vez e respiro fundo


procurando Saint e Hayden. Os dois me olham
apavorados.
— Você a perdeu? É só isso que vai me dizer
porra!? — grito furioso e começo a andar até ela.
Minhas mãos voam para seus braços apertando
com toda minha força e a balanço. Seu corpo treme
em minhas mãos enquanto a raiva, o medo... A
mistura mais desprezível para mim se instala nas
minhas entranhas.
— Responde Marianne. Onde está a minha filha?
— rosno novamente e mordo meu lábio até sair
sangue quando sinto tapas serem atacados em minhas
costas diversas vezes. Olho por cima do meu ombro e
encontro Alisha batendo em mim com ódio em seus
olhos.
— Solte-a! Eu vou matar você se não a soltar
agora! — ela vocifera possuída pelo demônio e eu,
depois de dar um olhar a Saint para parar sua mulher,
volto minha atenção para Marianne.
—Onde ela está Marianne? Fale de uma vez! —
balanço seu corpo novamente e a solto me afastando.
Eu não quero machucar ela. Eu jamais iria querer
deixá-la com algum hematoma. Eu prometi a ela que
nunca mais faria isso, mas agora eu só quero que ela
me fale que isso é uma brincadeira de mau gosto. Ou
que minha filha esteja em um lugar seguro, aonde
vou poder pegá-la a qualquer momento.
— Nós estávamos no parque... — ela começa
enquanto eleva seus braços para abraçar a si mesma.
— Foi de repente baby. Num momento ela estava
brincando no escorregador e no outro não estava mais
lá... — ela soluça forte e Alisha passa por mim indo a
abraçar. — Eu a ouvi gritar por mim, ela gritou por
mamãe, Caleb, e então eu corri... Eu tentei pegá-la...
Por favor, querido, acredita em mim... — ela engole
seco quando o choro aumenta. — Porém a mulher
que estava com ela nos braços correu e entrou num
carro. — ela termina entre soluços e eu ando, quero
dizer, eu corro até meu carro.
— Caleb. Porra não! Você não vai fazer isso. —
Saint grita me chamando.
Mas eu não o escuto de verdade. Eu sinto minhas
mãos tremerem e as lágrimas que até minutos atrás
eram tão distantes da minha vida agora queimam
dentro de mim esperando o momento em que as
deixarei fluir e me quebrar.
Antes de entrar no carro olho para Marianne e
vejo que está chorando nos braços de sua amiga. E
agora eu não me importo com isso. Com a sua dor.
Nada mais importa quando minha filha está perdida,
não, raptada por alguém desconhecido que pode lhe
fazer mal.
Acelero o carro e entro no trânsito da cidade
seguindo para o parque. Eu sei onde fica eu levei
minha Tess lá milhares de vezes quando queria
brincar. Por um tempo deixei o lugar de lado e foi
nesse período que Marianne entrou em nossas vidas.
Depois de quase dez minutos sentado no banco
da praça percebo que foi inútil vir para cá. Eu não a
encontrarei aqui. Fecho meus olhos e tento convencer
meu coração de que ela está bem. Essa pessoa só quer
dinheiro, nada mais. Ela vai ligar, vai me dizer onde
deixar o dinheiro e logo mais estarei com minha
princesa em meus braços.
Mordo meu lábio e sinto minha garganta fechar.
Tento inutilmente respirar, mas o ar fica preso entre
meus pulmões. Quando penso que morrerei sozinho
alguém chega.
Marianne.
— Respira. É apenas um ataque de pânico
Caleb... Respira. — sigo o comando da sua voz calma
e logo depois sinto o ar entrar novamente.
— Ela não está aqui. — constato olhando para
seus olhos azuis cheios de lágrimas.
— Eu sei... Eu daria minha vida para ela estar
aqui... Daria tudo para não ter que ver você me
odiando... Mas eu não posso... Eu não sou capaz. —
ela sorri triste e limpa meu rosto.
— Eu a confiei a você Mari... — a lembro me
levantando. Ela é a única pessoa quem eu confio
minha filha de olhos fechados e agora... Ela
desapareceu.
— E eu peço perdão. Eu não sou a pessoa certa.
Eu não sou digna da sua confiança. Talvez minha
mãe estivesse certa o tempo todo. — ela dá de
ombros quando se aproxima de mim. — Porém eu
prometo que a trarei de volta. Eu anotei a placa do
carro. A Polícia está na sua casa te esperando... Eu
juro que estou tentando ajudar... — mordo meu lábio
já rasgado e olho para seu rosto inchado de chorar.
— Eu só quero que você... Que você vá para
casa. — decido por fim vendo-a ser magoada por
mim. Pelo meu sofrimento que acabou de se
transformar em raiva dela.
— Eu amo Tessa. Eu faria qualquer coisa por ela,
então se é isso que você quer, eu vou fazer. Peço
perdão Caleb... Eu nunca quis causar isso... — ela dá
um passo para trás e devagar vai embora de cabeça
baixa.
Ver Mari assim me deixa doente, mas ela perdeu
a pessoa que mais amo em toda minha vida. Nada e
nem ninguém é mais importante que minha filha.
Entro em meu carro para voltar para casa e quando
paro em um sinal vermelho vejo um grupo de
mulheres sorri e acenar para meu carro. Prostitutas...
O freio do meu carro é pisado com força quando
a imagem de Vanessa me ameaçando roubar Tess
entra em minha mente. É claro! Ela fez. A
Vagabunda pegou minha filha.
Mais rápido do que o permitido começo a dirigir
até a casa da minha mãe. Um misto de alívio e
desespero entra em mim e eu não sei o que é pior;
saber que elas estão juntas ou que Tess está com
algum desconhecido.
Um desconhecido pode ser melhor de coração do
que a doente da Vanessa. Eu só peço que se caso a
minha intuição esteja certa que alguém toque em seu
coração e não faça nenhuma maldade com minha
filha.
Desço do meu carro e bato na porta de sua casa.
Espero segundos entre as batidas, mas ninguém abre
a maldita porta.
— Vanessa! — grito e soco a porta mais vezes.
—Abra a porta!
Olhando ao redor vejo a vizinhança toda escura.
Eles devem estar se recolhendo. Bato mais duas vezes
e suspiro quando ninguém abre. Mas é tão óbvio que
ela não estaria aqui. Ela sabe que seria o primeiro
lugar que eu viria.
Volto para meu carro e ligo para Peter. Ele diz
que Saint ligou perguntando se eu tinha ligado e ficou
sem entender nada. Desligo depois de lhe mandar
procurar minha mãe e só descansar quando encontrar.
Ligo também para Saint e pergunto como estão
as buscas por ela, ele responde que estão rastreados o
carro e que logo terão o local exato. Agradeço e logo
depois desligo dizendo que estou chegando a casa.
Dirijo para lá e quando entro na sala vejo os tênis
dela na porta, num lembrete de que ela os retirou
antes de ir para o jardim. Tess gosta de sentir a areia e
a grama molhada contra seus pés. Meu peito sufoca e
meus olhos, tão desacostumados com as lágrimas, as
recebem sem poder de impedimento. Subo para meu
quarto correndo, mas ainda escuto o grito de Larissa
avisando que os policiais estão no meu escritório com
Saint e Hayden.
A ignoro e entro em meu quarto vendo ele
impecavelmente arrumado. Marianne é a dona dessa
obra. Ela é obcecada por arrumação. Caminho por ele
e me lembro dela dizer hoje de manhã que o final de
semana inteiro elas dormiram juntas na mesma cama.
A roupa de dormi da Tess está dobrada na
cadeira e eu desabo na cama soluçando forte. Eu
tento me convencer de que preciso ser forte, mas
agora é como se eu fosse aquele garoto medroso e
estúpido de sempre.
O garoto que nunca deixei de ser.

Quando passa quase uma hora descobrimos onde


o carro está. Numa localização há uma hora daqui,
parece que é uma pousada. Corremos para o
estacionamento e entramos em nossos carros para ir
pegar minha filha.
Sinto-me aliviado quando Saint e Hayden me
dizem novamente que ela está bem. Que a terei
novamente em questão de minutos, que só preciso ter
fé. E é isso que eu encontro no mais fundo do meu
ser. É difícil encontrar a fé no meio de tanto
sofrimento, de tanta dor, porém quando o sentimento
que plantamos em nossos corações vai, além disso,
sempre a encontraremos. E eu encontro a minha.
Desligo meu carro em frente à casa de dois
andares numa rua movimentada e iluminada e espero
os policiais saírem dos seus para que meus amigos
possam me deixar sair também.
— Isso não é filme. Ninguém aqui é super-herói,
então fiquem quietos e nos deixem fazer nosso
trabalho. — Um deles fala sério me encarando e eu
aceno mesmo a contragosto.
Foda-se, Tessa está aí dentro. E eu preciso dela
ao meu lado novamente.
Entramos no local a recepcionista se levanta e
nos cumprimenta então logo o oficial pergunta por
uma menina de cabelos castanhos e olhos verdes. A
mulher acena dizendo que ela está no prédio e eu me
aproximo.
— Está com Vanessa, não é? Uma mulher de
cabelos castanhos, olhos verdes e magra? —
questiono ansioso e ela começa a responder, mas o
oficial me puxa para trás.
— Vamos ver as coisas primeiro Caleb. Depois
nós dois vamos interrogar qualquer pessoa que esteja
nesse prédio. — aceno entendendo e suspiro secando
minhas mãos suadas na minha calça jeans.
— Vamos subir até o quarto em que a criança
está e a senhora vem com a gente. — ele manda
rapidamente e ela se levanta novamente nos
acompanhando.
Quando chego ao corredor um choro baixinho é
escutado por todos e eu sei que ali é minha filha.
Tessa está chorando.
— É ela! — digo rápido e o oficial acena
confirmando e manda a moça abrir a porta.
E então tudo acontece. Tessa entra em meu
campo de visão. Minha língua cresce na minha boca e
de repente eu quero vomitar. Quem fez isso com ela?
Minha filha está com uma corda amarrada em suas
mãos e todo o seu corpo está com hematomas. Minha
mandíbula trava e eu posso escutar meus dentes
rangendo e então, eu só quero matar quem bateu
desse modo nela.
— Tess. — chamo baixinho com medo de pegar
em seu corpo machucado e fazer doer. — É o papai
meu amor. — falo quando ela chora mais se
encolhendo.
— Papai? Oh papai... — seus olhinhos verdes me
encontram e eu começo a desatar a corda que aperta
seus pulsos pequenos.
Sua roupa está suja e em seus braços consigo ver
marcas roxas. Por que a machucaram tanto? Como
alguém é capaz de machucar um bebê como ela? Por
que fizeram isso com minha pequena? Tessa é
somente um bebê, porra!
A pego em meus braços e suspiro mordendo meu
lábio quando ela chora mais por eu tocar suas feridas.
Será que quebraram algo? Por Deus, não.
— Eu quero a mamãe... Eu quero minha mamãe,
papai. — ela pede chorando e meu peito se aperta por
não ter trazido sua mãe comigo.
— Ela está te esperando em casa. Vamos chegar
rapidinho lá. Você vai ver. — prometo e deixo um
beijo em sua testa.
Já no carro pronto para ir embora com ela no meu
colo enquanto Saint dirige meu carro de punhos
fechados vejo o oficial fazer mais perguntas as
pessoas, mas ninguém viu como Vanessa deixou o
local sem ser vista.
— Por que sua mãe é má, papai? — o ar foge dos
meus pulmões quando Tess pergunta isso, por que
quando eu era apenas uma criança eu também
questionava isso.
— Por que ela não tem coração. — digo sincero
olhando para seus olhinhos brilhantes iguais os de sua
mãe sem coração. — Durma. Nós vamos chegar a
nossa casa rapidinho e você verá sua mamãe.
Quando enfim Tessa adormece em meus braços
peço para que Hayden ligue para Marianne ir até o
hospital perto da nossa casa, esperar por mim e Tess.
E quando eu chego é lá que ela está. Ainda de pijama
ela chora quando vê nossa filha em meus braços. Tess
desperta quase que imediatamente e começa a chorar
sentindo o corpo doer novamente.
— Baby... — Mari a chama e ela chora quando
encontra a mãe parada a sua frente. — Oh meu Deus!
O que fizeram com você, minha princesa? —
Marianne cuidadosamente pega nossa filha em seus
braços e chora acariciando os cabelos castanhos de
Tess.
— Ela foi má por que ela não tem coração,
mamãe. — seu murmúrio é ouvido por todos e
mesmo aqueles que trabalham com essas questões
todos os dias enchem seus olhos de lágrimas.
— Eu te amo filha. Perdão. Perdoa a mamãe
minha pequena... — e ela repetiu o pedido durante
quase todas as horas em que passamos no hospital
com Tessa.
Eu só aquieto meu coração quando chego a nossa
casa e coloco as duas na cama. Uma do lado da outra.
Minha vida estava resumida naquela cama. Eu não
podia perder nenhuma das partes.
Capítulo Vinte e Quatro
Marianne

ento permanecer imóvel, fingindo dormir

T enquanto escuto Caleb levantar da cama e sair


do quarto. Ele pensa que adormeci há muito
tempo, mas não. Eu sequer consigo ficar mais tempo
apertando os olhos com o coração batendo na
garganta, não me deixando relaxar, o que é preciso
para que uma pessoa normal adormeça.
Abro meus olhos em meio à escuridão do quarto
e devagar tampo minha boca quando soluços voltam
para me atormentar. Tess está com alguns curativos
pelo corpo e devagar, eu os acaricio.
Como essa mulher pôde fazer algo assim com sua
própria filha? Ela com certeza deve ser doente. Eu
não tenho explicação para isso.
— Ela foi má por que ela não tem coração,
mamãe.
Suas palavras voltam a minha mente e eu sinto
minhas lágrimas descerem constantes. Parece que
meu corpo ficou seco, oco por dentro quando eu
consegui enxergar meu bebê nos braços do pai dela.
Ver o tanto que essa mulher bateu nela me faz tão
doente.
Eu queria que isso fosse o meu pior pesadelo só
para depois acordar com ela na cama, sorrindo e me
dando bom dia. Nós passaríamos o dia dentro de casa
e depois iríamos buscar seu pai. Ele ficaria feliz e me
beijaria na frente de todos e Tess estaria rindo das
brincadeiras de Saint. Mas não isso.
Não essa cena tão dolorosa para mim. Eu quero
poder retirar todos os seus ferimentos. Tudo.
Kayla disse que ela ficaria bem. Que não quebrou
nada e que só precisa do meu carinho. Ela estava de
plantão no hospital e eu vi em seus olhos o quanto ela
ainda sofre por Dominick ter ido para New York.
Ouvi Caleb comentar uma vez e fomos nos despedir.
Eu poderia ficar mais triste por ela, mas naquele
momento Tess precisava de mim. E eu também
precisava dela.
Levanto-me depois de beijar seu rosto e a cubro
mais com o edredom quente para protegê-la do frio
do ar-condicionado. Saio do quarto deixando a porta
aberta para caso ela acorde eu posso vir ao seu
chamado. Ando pela casa à procura de Caleb, mas me
sinto frustrada quando não o encontro.
Passo pela sala olhando para o sofá e para os
cantos, mas ele não está então me lembro do seu
escritório e corro para lá, mas murcho vendo que
também não está. Aonde ele foi?
Com um último suspiro subo as escadas e me
preparo para entrar no quarto, só que uma fresta de
luz num dos quartos me chama atenção. É um
cômodo que nunca entrei de fato, mas a curiosidade e
também a esperança de que ele esteja lá me faz andar
até ela.
E quando abro a porta eu o vejo. Caleb está
parado de costas para mim com a atenção para uma
janela grande por onde podemos ver a cidade. É
simplesmente lindo.
O espaço é uma sala. Tem uma mesa grande atrás
de Caleb e no centro tem um sofá grande parecido
com o que temos na sala de jogos. Olhando mais
atentamente, essa sala parece com uma sala de jogos.
Tem uma TV na parede de frente para o sofá e
quando entro sinto nos meus pés descalços um tapete
felpudo.
Ele não escuta minha aproximação, ou se escuta,
prefere não se mexer. Caminho até estar atrás dele
mantendo um pouco de distância e engulo em seco
vendo seus ombros tremerem.
Ele... Ele está chorando.
— Caleb. — chamo estranhando a rouquidão da
minha voz.
— Oi. — ele limpa o rosto e depois se vira para
me olhar.
— Eu... Você está bem? — mordo meu lábio
inferior me sentindo completamente nervosa.
— Eu... Não sei. — seus ombros descem e ele
encosta-se à janela.
— Se você precisar de...
— Eu só preciso de você Marianne. — ele
interrompe minha fala me deixando com olhos
arregalados. — Eu fui um idiota com você. Eu sei
que você não a perdeu por que quis. Eu estava cego
pela raiva e você era... Era um alvo fácil. Afinal você
estava com ela. — sua garganta sobe e desce
enquanto seus olhos verdes me avaliam.
— Eu sei que sim. Você não precisa se explicar...
— digo firme. Por que essa é a verdade. Era a filha
dele que eu perdi, é compreensível que ele perdesse a
cabeça.
— Eu não irei me perdoar por machucar você de
novo. Nunca. — suas mãos se fecham em punhos e
quando olho para seu rosto vejo sua atenção em meus
braços.
Tem pequenas manchas lilás de suas mãos
grandes. Eu as acaricio, devagar, por que estão
doloridas e suspiro me aproximando mais.
— Não irei dizer para não se preocupar Caleb...
Afinal, eu mereço mais que isso. — aponto para as
malditas manchas sentindo meu coração acelerar. —
Com certeza, eu merecia que você me escutasse que
me entendesse... — respiro fundo procurando
palavras para que ele possa compreender. — Você
fez um juramento e quebrou. Mas eu posso entender
Caleb por que eu sei do seu problema de
temperamento. E ali era sua filha...
— Eu sei... Mas isso não vai justificar. Você
deveria se afastar Abelha. — ele morde seu lábio e eu
sinto meu coração encolher. — Eu falo isso por que
eu não sou capaz de me afastar. Eu não sou. Você e
Tess é minha família. Eu nunca vou me afastar, mas
se você me disser que quer se afastar. Eu vou
entender...
— Mas eu não quero Caleb... Eu não sei nem se
posso! — fecho minhas mãos tentando me acalmar.
— Eu te amo. — falo por fim mordendo meu lábio
em seguida. Seus olhos ficam grandes e sua boca se
abre sem saber o que responder. — Eu nunca vou ser
capaz de te deixar porque eu não me vejo mais sem
você. Eu não me vejo sem nossa filha... Vocês são a
minha família. — engulo em seco e me assusto ao ver
que ele andou e já está na minha frente.
— E você é a nossa Abelha. — ele suspira
afastando meus cabelos do meu pescoço. — Você me
tem na mão, você sabe disso, não sabe Marianne? —
balanço a cabeça sem poder abrir a boca. — Você me
enlouquece... Deixou-me louco quando nos
conhecemos e me põe de quatro quando penso que
está com outro homem... — tento falar que nunca
estive com ninguém depois dele, mas ele não deixa.
— E eu sei que não esteve com outro depois de mim,
eu o mataria... — ele dá de ombros e eu empurro seu
peito repreendendo sua fala.
— Você está cheio de si Caleb... — as palavras
se perdem pelo escuro do quarto quando sua boca
desce até a minha me calando.
Suas mãos seguram minha cintura enquanto sua
língua serpenteia minha pele buscando meu gosto por
toda sua extensão. Pego seus braços fortes tentando
me firmar no chão, mas logo não necessito disso, pois
Caleb me levanta fazendo com que eu o abrace com
elas.
— Caleb... — chamo temendo Tess acordar, mas
ele não me escuta.
Ele me senta à mesa grande não deixando meus
lábios sozinhos enquanto abro os botões da sua
camisa jeans. Seus dedos tiram minha camisola preta
deixando rastros de arrepios na minha pele alva.
Meus seios ficam nus, e com o ar frio os bicos rosa
tornam-se rijos a ponto de quase arranhar o seu peito
musculoso.
Caleb se afasta apenas um pouco e seus olhos
caem na minha pele nua logo se abaixando e
abocanhando um seio me fazendo molhar a mesa. Sua
atenção se divide entre os dois e num avanço rápido
estou deitada na madeira fria.
— Ah Abelha... — ele respira e estende sua mão
tocando minha calcinha.
Meu quadril se arqueia querendo mais contato
dele, e eu recebo, só que com sua boca. As pontas dos
seus dedos seguram minha calcinha e devagar, quase
dolorosamente, ele a retira pelas minhas pernas. E
então o prazer acontece. Seus lábios me provam sem
pressa e em questão de segundos estou tremendo e
lhe dando meu prazer.
Caleb sorri maliciosamente para mim quando se
afasta e eu vislumbro seus lábios molhados com meu
prazer. Ele me leva para o final da mesa e logo o
sinto entrando em mim. Preenchendo-me. Dando-me
tudo de si.
A luz da lua banha nos dois e o quarto
completamente escuro. Eu não consigo vê-lo direito,
mas quando olho atentamente eu vejo seu rosto. E
enquanto olho diretamente para seus olhos, sei que
ele me ama. Talvez ele não esteja pronto para falar,
mas eu tenho plena certeza de que eu habito em seu
forte coração.
— Eu te amo Caleb. — afirmo olhando
diretamente para os olhos verdes que me olham ainda
cheios de desejo.

Voltamos para o quarto depois de nos vestirmos


rapidamente. Eu estava temendo que Tess tivesse
acordado, mas quando chegamos, ela ainda estava
adormecida. Dormindo como o anjo que é.
Adormecemos olhando um para o outro enquanto
seguramos a mão de Tess. E assim, dormi me
sentindo a mulher mais segura desse mundo.
Acordo procurando Tess e relaxo quando sinto
seu corpo ao meu lado. A luz do sol entra pela janela
banhando nós duas e eu me levanto fechando as
cortinas. Pego meu robe e o visto antes de sair
procurando Caleb.
Respiro fundo quando o vejo sentado em sua
cadeira no escritório. Ele parece concentrado no
celular e eu me aproximo cautelosa.
—Peter. Eu já falei. Foi ela e eu a quero morta.
Você não pode entender pelo menos uma vez o que
eu falo porra? — ele ruge dando um soco na mesa e
eu pulo deixando um grito baixo sair dos meus lábios.
Mas que foi o suficiente para ele me notar.
Seus olhos estão em mim firmes e eu relaxo
quando ele se despede do tal Peter e concentra sua
total atenção em mim. Caminho para ele e me sento
em seu colo quando ele me puxa para lá.
— O que quis dizer com isso Caleb? — pergunto
olhando para minhas unhas.
— O que falei. Eu a quero morta. — o
ressentimento e a raiva em sua voz me fazem se
retrair.
— Você está com raiva, eu também estou. Eu
odeio sua mãe pelo que ela fez com nossa filha, mas
não pode fazer isso. Nem mesmo pensar nisso...
— Marianne... — ele engole em seco e eu fico
calada esperando que ele termine de falar. — São
várias coisas... Não foi somente isso. Se você
soubesse... — Caleb balança a cabeça dando fim a
sua fala.
— Então... Me fala. — peço deixando minha
preocupação por aquele menino da foto ressurgir em
meu coração.
— Não me peça isso. — sua cabeça desce e ele
entra em meu pescoço sentindo meu cheiro. — Você
é minha mulher, mas não a quero metida nisso...
Esqueça.
— Não me peça isso você. E não fará nada com
essa mulher. — seriamente o encaro. — Você quer
que eu e sua filha vivamos sozinhas? Quer que Tessa
cresça com um pai presidiário? — seus olhos se
desviam de mim e ele permanece calado. — A Polícia
vai pegar ela. Nós só precisamos focar em nossa vida
juntos, no nosso bebê. Somente.
A contragosto ele acena e devagar eu relaxo
contra seu peito. E então como um passe de mágica
eu me lembro de ontem à noite. Lembro que pela
primeira vez ele retirou a blusa, só que eu não me
toquei disso. Como eu pude não ter notado na hora?
Eu poderia ter descoberto o que ele esconde debaixo
da camisa. Eu estava tão focada em transar com ele
que me esqueci disso.
— O que está pensando? — seus dedos
pressionam minha testa e eu sorrio tentando fingir
tranquilidade.
— Nada. Só quero esquecer o que aconteceu. —
afirmo suspirando e pressiono minha mão em seu
peito.
— Eu também Baby. — seus lábios pressionam
os meus e logo depois subimos de volta para nosso
quarto.
Tess continua dormindo calmamente e eu me
coloco ao seu lado com Caleb do outro e beijo seus
cabelos castanhos.
Suspirando vejo Caleb voltar a dormir e logo
depois eu também.

Seguro minha barriga sentindo uma náusea bater


e levanto da cama correndo para o banheiro. Ajoelho-
me no vaso sanitário e começo derramar líquido
parecido com água pela boca. Suspiro limpando meus
lábios e me levanto para me olhar no espelho, mas
escuto o som do chuveiro sendo desligado e levanto a
cabeça para ver Caleb me olhando.
Engulo seco e devagar meus olhos descem por
seu peito nu. Diferente de ontem agora estou com
minha consciência focada e consigo ver nitidamente o
que ele me esconde desde quando nós conhecemos.
— Caleb... O que... — fecho meus olhos e escuto
ele se movimentar, quando volto a olhar para ele seu
peito está coberto pela toalha.
Meu estômago revira e de novo caio no chão
vomitando nada além de água.
Aperto meus olhos tentando apagar isso, mas as
imagens voltam para me assombrar.
— O que... Quem fez... — não consigo dizer
nada.
Sinto-me completamente dormente. Meu coração
parece que está sendo sufocado e o ar não consegue
entrar para deixá-lo me deixar viver.
Capítulo Vinte e Cinco
Caleb

eito-me na cama e espero mamãe voltar do

D trabalho para comer algo. Minha barriga


ronca e eu a aperto tentando fazê-la parar.
Não lembro quando comi de verdade. Sempre são
apenas sobras da rua.
A porta do meu quarto se movimenta e eu me
sento sabendo que minha mãe chegou. Sua mão entra
na porta e de lá ela sorri. Não gosto do jeito que ela
anda sorrindo para mim ultimamente. É estranho.
Faz meu estômago revirar, as mães dos meus amigos
não sorriem assim.
— Caleb... Vá tomar banho. Mamãe trouxe uma
comida bem gostosa para você. — ela fala
arrastando a voz e eu me levanto rapidamente
fazendo o que me manda.
Eu tento relaxar quando a água bate em minhas
costas. Talvez mamãe tenha comprado um bolo para
mim, hoje estou completando 10 anos. Ela diz que já
sou um homenzinho. Que tenho que cuidar dela. Eu
cuido. Talvez eu devesse cuidar mais, pois já ouvi
várias vezes os homens que ela traz para casa gritar
e bater nela. Mas não vou até lá, pois ela não gosta
que eu faça isso.
Estico a mão para pegar a toalha encardida no
cabide na parede e me assusto ao ver mamãe na
porta olhando para mim.
— Você está tão lindo filho. — ela diz sorrindo e
morde seus lábios suspirando. E nem um segundo
depois ela sai sem outra palavra.
Eu saio depois de algum tempo que ela se foi
com um pressentimento ruim. Assim que coloco os
pés no quarto engulo em seco vendo que ela está lá
com nada além de uma camisola transparente.
O que ela está fazendo? Por que está assim aqui
no meu quarto?
— Mãe... — minhas mãos tremem quando ela se
levanta da cama e anda até mim fazendo os seios
balançarem.
— Hoje é seu aniversário e você já virou um
homenzinho... O meu homenzinho. — ela afirma me
fazendo inclinar a cabeça, sem entender. — Como
presente de aniversário irei ensinar várias coisas
para você, querido. — ela beija meu peito devagar.
— Você vai amar... — ela sussurra.
Fecho meus olhos apertados e começo a pensar
no por que ela está fazendo isso? Isso é errado.
Eu sei o que é sexo. Meus amigos da escola
sempre mostram revistas para mim, mas eu nunca
imaginei isso com outra pessoa. E com mamãe seria
errado.
Não é? Eu não tenho certeza, mas acho que sim.
Mamãe me derruba na cama empurrando meus
ombros e sobe em cima de mim se sentando em
minha barriga. Todos os dias, depois daquela noite,
ela veio até meu quarto e só sai depois de gritar
algumas vezes e me chamar de seu homenzinho. Eu
odeio a noite. Eu acho que estou começando a odiar
minha mamãe também.

Meus olhos se focam em Marianne enquanto ela


se levanta de perto do vaso sanitário olhando
novamente para minhas cicatrizes.
— O que... Quem fez isso? — seus olhos estão
cheios de lágrimas e eu suspiro sentindo todo o meu
corpo se tencionar.
— Marianne... — falo depois de me cobrir.
Eu... Eu odeio essa merda. Eu odeio meu peito.
Meu coração aperta quando Mari anda até mim sem
desviar os olhos das marcas de cigarro que se
estendem pelo meu abdômen e peito.
— Você vai conversar comigo Caleb... Você vai
confiar em mim e vai me dizer quem fez isso com
você! E eu quero que comece agora... — seu corpo
treme descontrolado e ela suspira mordendo seus
lábios vermelhos.
Respiro fundo sob seus olhos questionadores e
penso em uma maneira de fugir desta conversa. Ela
vê a parte mais feia e dolorosa do meu corpo já foi a
pior coisa que poderia ter acontecido comigo depois
de perder Tess. Não quero imaginar contar isso para
ela.
— Mari... Eu não...
— Nós dois vamos conversar Caleb... — ela
acena firme me explicando que isso não está em
discussão. — Nós dois nos amamos e você tem que
confiar em mim. Na sua mulher... — não desminto
quando ela fala que nos amamos, porque essa é a
verdade.
Eu a amo.
— Okay. Só... Vamos para o escritório... Eu não
quero... — ela pressiona seus dedos nos meus lábios e
tenta sorri.
— Tudo bem. Vamos lá, baby. — ela segura
minha mão e me leva do banheiro.
Visto uma roupa rapidamente e a sigo até meu
escritório. Mari parece firme e cheia de resiliência.
Não sei se isso é bom ou ruim. Nós dois nos
sentamos no sofá e eu suspiro olhando para a janela
que há atrás dela. Passo a mão com força por minhas
cicatrizes e suspiro reunindo força para começar a
falar.
— Foi minha mãe quem fez isso. — digo
apertando minha mão uma na outra fazendo o sangue
se reunir na ponta dos meus dedos.
— Como assim? Ela... Ela... — seu lábio treme e
Mari não consegue terminar de falar. Seu rosto é uma
mistura de confusão com tristeza tão devastadora que
eu queria sumir daqui para não ter que presenciar essa
dor.
— Ela me queimou com o cigarro que fumava.
— olho firme para a janela desejando que eu pudesse
ter a opção de pular e não tocar nesse assunto nunca
mais.
— Mas... Por que ela fez isso querido? — um
sentimento de pena em seus olhos é percebida por
mim e inacreditavelmente isso me faz sentir feliz.
Ninguém nunca olhou para mim mais de uma vez
para poder sentir pena, ou qualquer outro sentimento.
Teve vezes que eu queria ter alguém me olhando até
com ódio, pois dessa maneira alguém pelo menos
estaria me observando. Estaria vendo que eu existo.
Que eu sofri nas mãos da Vanessa.
— Tudo começou quando eu completei dez
anos... — começo sentindo minha garganta fechar e
as lágrimas pinicarem meus olhos. — No dia do meu
aniversário ela entrou em meu quarto e me tocou... —
falo firme sem emoção alguma passando por meu
rosto ou coração.
Mari arregala os olhos e tampa a boca quando um
grito é dado por ela. Eu ignoro seu choque e continuo
devagar.
— Nesse dia ela disse que me ensinaria várias
coisas... — aperto a ponta do meu nariz lembrando-
me daquele dia. — E na verdade... Ela abusou de
mim... É... Essa merda durou anos. Dos dez até os
dezesseis, que foi quando aconteceram as
queimaduras...
— Pare... Não fale... Não precisa... — ela leva as
mãos aos ouvidos enquanto seu rosto está cheio de
lágrimas, diferente do meu que apenas duas lágrimas
solitárias descem por ele.
— Quando eu tinha dezesseis anos me apaixonei
por uma garota da minha escola... Ela era linda,
parecia um anjo loiro como você, e eu queria namorá-
la, mas Vanessa já tinha me avisado diversas vezes
que eu era só dela. Eu era seu homem. — o gosto
amargo da raiva se põe em minha boca e eu engulo
seco tentando me controlar. — Essa garota me
chamou para sair, ela também gostava de mim. Então
marquei de ir com ela assistir um filme... Eu nunca
pensei que minha mãe estaria no cinema também... —
dou de ombros novamente encontrando os olhos azuis
cheios de lágrimas do meu verdadeiro anjo loiro.
— Caleb... — ela se levanta e caminha até mim
sentando em meu colo enquanto soluça forte. Eu a
abraço colocando sua cabeça em meu ombro e deixo
um beijo em sua cabeça.
— Ela fez o papel perfeito de mãe na frente da
garota, mas... Quando chegamos a nossa casa ela me
mandou tirar a roupa e fez o que fazia todas as noites.
Abusou-me, usou meu pau para brinquedo próprio.
Como se ele fosse um vibrador. Um objeto dela. —
aperto minha mandíbula lembrando-me disso. —
Enquanto ela descia e subia repetia mais e mais que
eu era dela, que meu pau era dela e que eu não
deveria ficar com outra menina. Nunca. — Mari se
levanta enquanto balança a cabeça me pedindo para
parar de falar.
Eu a sigo no gesto de se levantar e vou para a
janela me mantendo distante.
— Depois de gozar como a boa puta que ela é,
ela me amarrou na cama e acendeu um cigarro
enquanto dizia para eu ficar calado. — meus ombros
ficam tensos lembrando-me da cena da vadia. —
Então ela começou o processo de me queimar
lentamente...
— Caleb pare! Eu não quero mais ouvir isso.
Pare agora! — Mari grita atrás de mim e eu fecho
meus olhos me forçando a falar.
— Enquanto ela me queimava dizia mais e mais
que eu era dela e que nenhuma menina iria querer
olhar para minha pele feia e cicatrizada. Mas ela sim,
pois ela me amava...
— Meu Deus! Pare de falar isso! Eu a odeio
tanto. Como ela pôde fazer isso com você? Como ela
pôde? Que mãe faz isso com seu próprio filho? —
Mari grita se colocando a minha frente e me abraça
apertado. — Eu te amo tanto Caleb... Eu daria minha
vida para que você não tivesse passado por isso... Eu
juro que daria baby.
— Ela era doente Mari... Uma louca varrida... —
afirmo sério limpando suas lágrimas devagar. —
Depois desse dia eu fui embora e comecei a trabalhar
para me sustentar. Depois de dois anos eu descobri
que ela tinha tido uma criança... Tess estava sozinha
no dia em que fui até lá para conhecer minha irmã...
Ela estava com fome, frio e o pior de tudo, quase
morta. Ela estava sem roupas e nesse dia estávamos
no inverno. Ela era apenas um recém-nascido Mari.
— aperto-a em meu peito enquanto ela chora
baixinho. — Eu a trouxe comigo e desde esse dia ela
mora na minha casa. Desde esse dia Tessa se tornou
minha filha. Foi difícil... — engulo seco e beijo sua
testa. — Eu tive que sair da faculdade e entrar para o
time diretamente. Eu não vivi, eu só cuidei dela e
convivi com a paranoia e o medo de perdê-la. De
deixá-la à mercê da loucura de Vanessa. — confesso
murmurando.
— Ela nunca mais vai chegar perto de você ou de
Tess. Eu sou capaz de matá-la. Eu passei a odiar
aquela mulher quando bati o olho em nossa filha e vi
o quão machucada ela estava, porém agora eu desejo
nada menos do que a morte para ela. Vanessa não é
nada e ela não é louca de vir até aqui, e de te
machucar ou machucar nossa filha. — seus olhos
estão afiados e eu sorrio fraco para a mulher que
domina meus pensamentos.
— Eu te amo Mari. Você e a Tessa são minha
vida. Nada que Vanessa fez no passado doeria mais
do que ficar sem vocês duas. Nada. — digo olhando
diretamente para seus olhos e suspiro quando ela sorri
para mim docemente.
— Eu te amo mais. —a promessa silenciosa em
seus olhos me deixa sem ar.
As pontas dos seus dedos entram por minha
camisa e devagar ela retira completamente o pano.
Suas unhas finas e bem pintadas arranham meu peito
vagarosamente e eu suspiro.
— Nada em você me faz te desejar menos. Suas
cicatrizes são apenas isso. Cicatrizes. — Marianne
me encara e de repente começa a beijar cada ferida
cicatrizada na minha pele. Passo alguns segundos
apenas sentindo seus lábios em mim e logo seguro
seus cabelos a puxando para cima.
E durante o processo de beijar minhas cicatrizes,
eu tive a certeza de que escolhi a mãe certa para
minha filha. Nossa filha.
Bato meus lábios nos dela e a seguro junto a
mim. Sua língua suave e macia é chupada por mim e
Mari geme com prazer em meus braços. Desacelero
nosso ritmo e sorrio encostando a cabeça em sua
testa.
— O que significa nós dois nos amarmos? —
Mari questiona e seus olhos se arregalam, não
acreditando que falou isso alto. — Oh meu Deus!
Desculpe...
— Significa que você vem morar comigo,
significa que você é minha namorada e significa
também que nós vamos ser uma família. Nossa
família. — ela tenta impedir um sorriso de se formar
em seus lábios, mas perde a batalha quando eu vejo
seus dentes brancos me informarem de sua felicidade.
— Você é meu namorado. — ela acena para si
mesma e dá um grito de felicidade.
— Você é minha namorada...
— Oh meu Deus! Você deveria ter feito um
pedido... Caleb... — ela arregala os olhos e eu fico
sem entender. — Você nunca, nenhuma vez sequer
me levou para jantar fora. — sua indignação me faz
ri.
Só Marianne para me fazer rir depois de tanta
história e drama ser contada. Porém estou indo levar
minha namorada a um jantar de verdade.
Capítulo Vinte e Sete
Marianne

liso o vestido vermelho que coloco no corpo e

A sorrio vendo o quão bonita fico com ele. Seu


tecido sedoso abraça minhas curvas de
maneira quase imprópria, mas hoje quero agradar
Caleb. Estou cansada de estar sempre de camisola e
calça jeans.
Escuto seu grito pela porta do quarto e suspiro
correndo atrás do meu sapato e da minha bolsa
enquanto pressiono meus lábios um no outro para que
o batom nude se espalhe de maneira uniforme e
bonita.
— Já estou indo. — grito de volta e pego minha
bolsa no criado-mudo.
Quando abro a porta eu sorrio vendo ele de
costas para mim. Seus ombros largos estão cobertos
por um terno escuro, caro e muito bonito. Seus
cabelos longos estão penteados para trás deixando
eles domados.
— Você está quente Baby. — arrasto minha voz
suavemente e ele respira fundo se virando para mim.
— Não mais do que você nesse pedaço de pano...
— Você acha que está curto? — finjo inocência e
me viro devagar.
— Você é uma menina malvada Marianne. —
sua língua serpenteia pelos seus lábios bonitos e eu
me aproximo lentamente, Caleb resmunga algo sobe
sua respiração e quando ele pensa que vou beijar sua
boca eu passo por ele e sigo para a escada.
— Iremos nos atrasar querido...
Deixo Tess dormindo serenamente, demorei a
sair do seu quarto, depois de alguns minutos
respirando com dificuldade por sair de perto dela, eu
me levantei e fui me arrumar. Esse medo é constante,
mas Vanessa está presa e ela não nos fará mal
novamente.
Sento-me em frente à Caleb quando entramos
num restaurante italiano que ele mesmo escolheu.
Não reclamei, pois adoro massas.
— Sua mãe não entrou em contato com você
Mari? — Caleb questiona como quem não quer nada,
mas eu sei que ele sabe a resposta para essa pergunta.
Peter anda o mantendo atualizado dela, de Cohen
e principalmente de Sean. Minha mãe não me ligou,
nenhuma vez sequer, eu também não esperei que
fosse. É claro que eu estaria mentindo se dissesse que
eu não sinto desejo de que ela fizesse.
Mas ela não fez. Ela nunca irá.
— Não. — levo a taça de vinho aos meus lábios
encarando Caleb e sorrio vendo que ele me observa.
— Estou falando sério...
— Eu sei. Você não precisa dela... Você tem a
mim, a nossa filha. — seus dedos entram nos meus e
ele acaricia minha palma devagarzinho.
— Eu sei querido. Não se preocupe — sorrio
fraco e dou o assunto por encerrado.
— Vi que não levou suas coisas para nossa casa...
O que aconteceu? — depois de alguns minutos
degustando nosso jantar Caleb volta a falar.
— Temos que oficializar nosso relacionamento
antes de morarmos juntos...
— Como o quê... Casar? — seu rosto fica branco
e eu me sento mais confortável ficando bem de frente
para ele.
— Talvez... Você não quer? — pergunto confusa
encarando seus olhos verdes.
— Eu... Não sei... Você quer tipo, para casarmos
esse ano? — ele parece incrivelmente confuso e eu
suspiro relaxando contra a cadeira.
— Não. Nós vamos casar quando você parar de
agir desse jeito quando eu tocar no assunto. Até lá,
ficarei na faculdade. — suspiro e distancio minha
mão da dele.
— E Tessa? Ela pensa que vai morar conosco. —
ele rosna baixo e eu encaro seus olhos, irritada.
Esse jantar não era para ficarmos discutindo, mas
acho que isso é inevitável quando Caleb está
presente.
— Não use nossa filha para isso. — aviso em
tom sério e ele respira fundo desviando seus olhos de
mim.
— Nós vamos nos casar amanhã. Não se
preocupe. — minha boca se abre em choque ao ouvir
isso dele. Filho de uma puta!
— Não irei me casar com você amanhã!
— Você acabou de dizer que vai morar comigo
depois que oficializarmos nosso relacionamento...
— Eu não quis dizer assim. Quero que me peça
em casamento... Que compre um anel bonito, essas
coisas que os homens fazem, mas estou vendo que
nem um jantar normal podemos ter! — rujo as
palavras tremendo de raiva.
— Levante-se! — sua voz me faz pular da
cadeira. — Agora Marianne. Eu quero que levante e
vá para o banheiro...
— Eu não quero ir para o banheiro...
— Marianne. — ele avisa apertando sua
mandíbula e respirando fundo me levanto da mesa e
sigo para o banheiro feminino.
Não entendi o porquê de eu vir para o banheiro.
Eu não queria ir ao banheiro! Respiro fundo e molho
minhas mãos na água corrente que vem da torneira
apertando-as juntas.
Viro quando escuto a porta se abrir e minhas
pernas parecem virar geleia quando Caleb entra no
local. Suas mãos ágeis pegam uma cadeira de plástico
que estava perto da porta e a pressiono entre a
madeira e a fechadura.
— O que está fazendo? — pergunto calma
sentindo os meus seios se tornarem pesados e os
bicos duros o suficiente para ficarem doloridos.
— Eu vou te acalmar. — em segundos ele está na
minha frente me colocando em seus braços e me
sentando na bancada.
— Caleb não faremos isso no banheiro de um
restaurante... — minhas palavras se perdem quando
sua mão entra em meu vestido e engancha seus dedos
na minha calcinha para logo depois descê-la pelas
minhas pernas.
Eu sou louca, mas foda-se se eu não estiver
molhada com a ideia de transar com ele aqui.
— Você está muito nervosa Marianne... — suas
mãos seguram meus joelhos e ele os afasta
rapidamente me deixando totalmente aberta. —
Iremos rápido, mas quando chegarmos a nossa casa
irei te acalmar mais... — deixo de escutar suas
palavras quando seus dedos pressionam meu clitóris
inchado e devagar começam a me torturar.
Rapidamente ele se afasta e desce o zíper da sua
calça e solta o seu membro completamente duro. Eu
sufoco um grito quando ele me preenche amassando
as minhas carnes. Meu Deus!
— Caleb... — chamo enquanto seus movimentos
se intensificam.
— Vamos relaxar baby... — ele rosna baixinho
em meu ouvido e eu o aperto dentro de mim sentindo
meu corpo tremer com o desejo alcançado. Eu
poderia cair senão fossem os braços dele me
segurando enquanto ainda entra e sai de mim com
rapidez e uma força absurda.
Seu membro parece crescer e em golpes ele me
preenche com seu clímax.
— Está mais calma, baby? — balanço a cabeça
rindo e beijo seus lábios perfeitos.
— Sim, bem mais calma, mas não iremos nos
casar amanhã. Esqueça isso. — ele respira fundo e
uma última vez entra em mim, me fazendo gemer.
— Gemendo você fica mais bonita, baby. — ele
pisca rindo e eu beijo sua boca.

Meus dedos tremem de uma forma assustadora e


eu tento respirar mais forte para que o ar chegue ao
meu pulmão.
Estou começando a sentir a raiva, o ódio e o
desejo de enforcar essa vagabunda crescer em meu
peito. Eu só queria cortar um dedo seu para sentir a
dor que meu Caleb sentiu quando ela fez as
queimaduras nele.
Sento-me cruzando as pernas e a vejo se
aproximar com uma guarda penitenciária a
escoltando. Vanessa foi presa dois dias depois de
machucar Tessa. Estava escondida com o ex-marido
na sua cidade natal. Olhando para ela e tento não rir,
mas é impossível. Ela merece mais, mas o mais dela
só vira quando morrer.
— Quem é você? — Ela pergunta confusa e eu
suspiro olhando para o guarda.
— Marianne. Namorada do Caleb. Mãe de Tessa.
Você deve conhecer... — seus olhos se enrugam e ela
me olha com ódio velado.
— Eles são...
— Não é nada sua doente mental! Ele me falou o
que fazia com ele desde seus dez anos. — falo
tremendo e seguro minha mão junto ao meu peito
para evitar que ele voe e, sem querer, possa atingir
seu rosto velho. — A depravação que você o colocou
durante seis longos anos. Os anos que ele deveria
estar brincando, se divertindo...
— Você acha que ele não gostava? — ela me
interrompe rindo alto. — Ele ficava duro para mim.
Eu era a putinha dele... — em um movimento rápido
eu seguro seus cabelos e a faço bater o rosto na mesa
fria. — Sua Vagabunda! — Ela grita e olha para a
policial que finge não nos ver.

Graças a Deus!

— Ele era uma criança. Você era a puta doente...


A depravada. — grito em sua cara e me afasto.
— Eu era apaixonada por ele. Só isso, você não
entende...
— Eu volto a dizer... Ele era uma criança! Seu
filho! — grito descontrolada com a doença dessa
mulher. — Como pôde queimá-lo com cigarro?
Como foi capaz? — pergunto tremendo e sinto minha
barriga doer de nervoso.
— Ele era meu. Não podia me trocar por uma
adolescente idiota. Eu já era sua mulher... — fecho
meus olhos ao escutar as palavras cheias de certeza
que Vanessa derrama em mim.
— Você é completamente louca... — balanço a
cabeça e me viro para encará-la. — Por que bateu em
minha filha? Por que deixou meu bebê daquele jeito?
— pergunto e seguro na cadeira para não cair dela.
Meu coração se parte novamente lembrando-me do
jeito que encontrei meu bebê.
—Tessa só me afastou mais de Caleb... Ela ficou
repetindo mais e mais que sua mamãe estava vindo.
A mãe dela sou eu, mas aquela... Ela não me ouvia,
então descontei minha raiva de anos nela. — encaro
seus olhos verdes iguais os de Caleb e Tess e só vejo
maldade e resistência. Ela é louca. — Caleb ainda
não percebeu, mas iremos ficar juntos. Quer ele
queira ou não.
Respiro fundo quando vejo que não vou chegar a
lugar nenhum conversando com essa mulher e me
levanto rapidamente querendo dar o fora daqui.
— Eu só quero que saiba que hoje ele tem
alguém que o ama e que vai cuidar dele. Você não é
nada. Tess te odeia e ele mais ainda. — afirmo e saio
de lá depressa.

Paro por um momento e respiro fundo deixando


todos os sentimentos ruins aqui. Nesse lugar com a
mulher que podia ter estragado a vida do meu
namorado... Que podia ter matado tanto ele como sua
irmã. Eu apenas deixo as coisas ruins que ela plantou
em nossos corações.

Entro em meu carro e dirijo devagar até a casa de


Saint. Os meninos estão lá, pois darão uma festa hoje
à noite. A final do Campeonato está próxima e eles
estão mais confiantes que nunca.
A foto de Caleb aparece em meu celular e eu
paro o carro no acostamento para atendê-lo. Ele pensa
que sai com Tara para o Shopping, não quis dizer que
vim até o presídio visitar sua mãe.
Ele nunca me deixaria vir.
—Onde está? — sua voz sai tão irritada que antes
mesmo que ele fale, eu sei que a mentira não deu
certo.
— Chegando. Quando eu estiver aí
conversaremos...
— Marianne, eu acho que você está querendo
tapas na bunda que te prometo... Eu sei da sua
mentira e cuide, pois, estou lhe esperando no quarto.
— então ele desliga.
O que vou fazer com esse homem e seu desejo de
me dar tapas na bunda? Sim, Caleb está com essa
mania há algumas semanas. Ele disse que viu um
filme que o homem fazia isso e agora quer fazer
comigo. Vê se pode?
Não me pergunte qual era o bendito filme, pois
não tenho tempo nem de me coçar quanto mais de
assistir filmes. Somente os de Tess, até porque deles
eu não posso escapar.
Volto para a estrada e chego à casa de Saint antes
do que eu verdadeiramente esperava. Subo as escadas
passando pelos outros jogadores e respiro fundo
abrindo a porta do quarto que estarei dividindo com
Caleb hoje.
— Entre Marianne. — em um comando baixo
escuto a voz dele e meu corpo obedece rapidamente.
— Caleb...
— Não. — engulo em seco e seguro minhas
mãos juntas torcendo à frente da minha blusa. — Tire
a roupa. — seu segundo comando, no entanto não é
obedecido.
— Não farei isso, Caleb. Por favor, vamos
conversar...
— Eu quero que tire a roupa Marianne. Não se
preocupe. Nós vamos conversar. — sua voz tem
promessas silenciosas e eu suspiro tentando relaxar.
Seguro as pontas da minha blusa e a retiro
rapidamente querendo terminar com isso. Desço
minha calça jeans ficando apenas de lingerie e
vislumbro a sombra de Caleb se erguer. O quarto
ainda permanece escuro e eu não consigo enxergá-lo.
— Você pensa que cai na sua mentira, Marianne?
— sua voz rouca é sussurrada perto do meu ouvido e
eu pulo assustada.
— Não... Não...
—Pronto. Essa é a resposta. Não, Marianne, eu
não cai. — ele respira fundo e cheira meu perfume
gemendo no final. Jesus!
— Caleb, nós estamos na casa do seu...
— Não importa, além do mais com essa música
nem eu consigo ouvir meus pensamentos. — engulo
em seco e fecho minhas pernas quando seus dedos
tocam a renda da minha calcinha. — Vamos foder
hoje, Marianne. Eu sei que gosta, oh, já está
molhadinha para mim... — seu dedo acaricia minha
calcinha e por ela ele percebe a umidade.
— Caleb... — gemo envergonhada sentindo seu
dedo passar por meu clitóris inchado.
— Retire o resto das roupas. — ele manda
ríspido e eu faço rapidamente.
Caleb me pega nos braços depois de eu ficar nua
me leva para a cama. Assustada, escuto seu comando
novamente:
— De quatro, Marianne...
Rapidamente fico com os joelhos e cotovelos na
cama e ele permanece parado em frente à cama tendo
uma total visão da minha intimidade nua. Seus dedos
deslizam por ela e eu me retraio quando sua língua os
substitui. Escuto seu gemido misturado com os meus
e suspiro quando ele se afasta.
— Você sabe por que eu te chamo de Abelha,
Marianne?
— Sim. — falo com urgência, querendo que ele
volte a me lamber.
— Fale.
—Porque, segundo você, tenho gosto de mel. —
e então, como um urso faminto ele volta a provar
minha intimidade inchada e cheia de desejo.
Gozo violentamente e Caleb geme enlouquecido
se distanciando apenas para colocar a camisinha, que
aprendemos a lembrar, no seu comprimento.
Lentamente minhas paredes se esticam para ele me
preenche.
Então começa a se movimentar, rápido e forte.
Minha bunda bate em seu quadril e eu suspiro
gozando novamente. Caleb segura meu quadril me
mantendo no lugar e de repente sinto sua mão atacar
minha nádega direta. Assustada, me retraio, mas ele
me mantém no lugar.
— Caleb! — reclamo incomodada, mas ele volta
a atacar me dando mais uma. Mesmo contra minha
vontade, meu desejo aflora e já estou excitada
novamente.
O que tem de errado comigo?
— Espero que dessa vez aprenda, que você não
me esconde nada. Não quero saber de você em
presídio, muito menos visitando aquela desgraçada.
Você me entendeu Abelha? — enquanto ele fala seu
membro sai de dentro de mim e ele segura minhas
nádegas deixando-me aberta para ele.
— Entendi... — então ele está me chupando
novamente.
Acordo no outro dia com meu namorado sorrindo
para mim. Suas mãos acariciam minha bunda com o
auxílio de alguma pomada e eu suspiro me lembrando
de ontem.
— Eu te amo. Você é tudo que eu preciso e
quero. — engulo seco olhando para seus olhos cheios
de sinceridade. — Eu não quero me lembrar de
Vanessa ou ouvir sobre ela. Acabou. É passado.
Agora só quero você e minha filha. Vocês são as
minhas constantes, ninguém mais.
Aceno piscando para afugentar as lágrimas e me
inclino beijando seus lábios. Eles também são as
minhas únicas constantes. Ninguém além deles.

FIM.
Epílogo
Marianne

02 anos depois...

orrindo balanço minha mão para Tess que está

S descendo do palco da sua escola. Estamos no


ginásio e hoje era uma apresentação do balé
que ela faz parte. Ela é apaixonada pela dança, então
eu e Caleb embarcamos no seu sonho também.
— Você está tão linda filha. — enxugo meus
olhos a vendo sorrir balançando a mão para mim.
—Mamãe já sou uma mocinha, não pode chorar
assim. — ela sorri e me abraça vindo para meus
braços contradizendo o que acabou de afirmar.
— Certeza? — pergunto fingindo não ter certeza
e ela ri. — Vamos lá?
— Papai não veio? — seu rosto murcha e meu
coração aperta.
— Infelizmente não deu tempo. Seu jogo
terminou mais tarde...
— Felizmente papai tem muito dinheiro e pode
alugar um jatinho. — Viro-me ao ouvir sua voz e
sorrio. Ele se levanta de uma poltrona, dois lugares
atrás da minha e anda abrindo os braços.
— Pai! — ela ri e corre para os braços de Caleb.
— Que bom que veio. — Tessa beija seu rosto rindo
alegremente e eu caminho até eles.
— Estávamos com saudade. — aviso sorrindo e o
abraço também.
— Não estavam mais que eu, tenho certeza. —
ele pisca e eu beijo sua boca perfeita. Tessa cobre
seus olhos e resmunga algo referente ao seu nojo em
nos ver com os lábios juntos.
Voltamos para casa rindo ouvindo Tessa falar de
suas amigas que andam sempre a perguntando de
namorados. Não preciso dizer que Caleb quase nos
meteu em um acidente nesse momento. Tessa ter sete
anos não diz nada para ele, nos seus pensamentos ela
ainda tem 5, lógico que não concordo com namoro,
mas ele leva isso tão a sério que está ranzinza até
agora.
—Você acha que ela vai namorar cedo? — ele
pergunta tirando sua blusa e pegando a toalha em
nosso closet.
— Não sei... Talvez. — dou de ombros e o vejo
olhar pela janela.
— Não quero que ela namore. Acho que namorar
não é algo saudável... — seus olhos permanecem
sérios e eu acho graça do seu rosto pensativo.
— Caleb, por favor... — acabo caindo de rir na
cama e ele se vira para mim.
— Estou falando sério.
— Eu sei e é por isso que estou rindo... — respiro
fundo e tento me acalmar. — Relaxe, ela ainda não
namora... E se for namorar vai ser com um homem
respeitador e gentil...
— Você nunca me leva a sério. — resmunga de
cara fechada e vai para o banheiro tomar banho me
deixando rir sozinha.
Corro pelo quarto ainda rindo e pego a caixa de
presente no closet a deixando em cima da cama.
Deixo-a fechada e suspiro tentando me acalmar. Ele
vai enlouquecer.
Não conversamos sobre isso, mas espero que ele
goste da ideia. E mesmo ele não gostando, não há
volta. É definitivo. Apresso-me saindo do quarto e
vou para a sala de estar esperar sua reação.
Mordo meu lábio e concentro-me em olhar para o
jardim bem cuidado. Nas horas em que não estou na
faculdade, que graças a Deus falta poucos meses para
o fim, fico no jardim cuidando das flores. Eu gosto
disso. É relaxante.
Vim morar com Caleb assim que nos casamos
um mês depois que visitei sua mãe. Depois daquele
dia descobrimos pelo Peter, que Lila foi cúmplice do
sequestro de Tessa. Ela avisou a Vanessa onde eu
estaria, que horas e com quem. Acho que nunca vi
Caleb tão decepcionado com alguém, por que, mesmo
eu não gostando, ela era alguém que ele confiava a
nossa filha. Se depender de mim, ela vai apodrecer na
cadeia ao lado daquela doente mental que é a mãe do
meu marido.
Balanço a cabeça para esquecer aquela mulher e
foco no jardim onde foi meu casamento. No final
Caleb teve o que queria. Casamos. Foi o dia mais
feliz da minha vida sem dúvidas. Foi tudo simples,
mas eu e ele ficamos em êxtase. Foram poucas
pessoas. Seus amigos, as minhas amigas, Tessa e só.
Foi perfeito.
— Marianne! — pulo assustada com seu grito e
me viro o vendo descer a escada.
— Hã... Oi. — sorrio nervosa e ele balança sua
cabeça olhando de mim para os sapatinhos vermelhos
que segura.
— O quê... É verdade? — seus olhos voam para
minha barriga e eu sorrio vendo suas lágrimas.
— Sim! — levanto para me aproximar e Caleb se
ajoelha em minha frente com sua mão pairando perto
do meu estômago, por enquanto liso.
— Nós vamos ter um bebê? — ele pisca
deixando as lágrimas caírem e eu me ajoelho
também.
— Vamos, sim. Você está feliz? — pergunto
limpando suas bochechas com meus dedos.
— Nunca me senti mais feliz, Abelha. — ele ri
divertido. — Não posso acreditar que vamos ter um
bebê. — ele pronuncia bobo e eu me afasto me dando
mais espaço para olhar em seus olhos.
— Eu sei. Também estou muito louca com isso,
mas nós vamos o amar tanto quanto nossa Tessa.
Seremos uma família mais feliz do que já somos. —
sorrio sentindo que pela primeira vez meu peito está
completamente preenchido de amor.
Nada mais que isso.
— Tenho plena certeza disso. Hayden e Dom vão
enlouquecer por mais um sobrinho. — seus olhos
brilham com diversão dançando por eles.
— Sim. Emma vai conseguir logo e não posso
dizer de Kayla, já que ela não pensa em bebês agora.
— dou de ombro sabendo o quão minha amiga não
quer bebês enquanto estiverem em lua de Mel.
Que está durando muito.
— Podemos sentir ele? Ouvi Kayla dizer algo
assim quando fomos ao hospital enquanto ela
conversava com uma mulher grávida. — sua
sobrancelha franze e eu beijo entre elas.
— Ainda não. Mas logo poderemos. Vamos
subir? Temos que dar a notícia a Tess. — lembro-o e
ele sorri levantando.
— É verdade.
— Então... — Caleb engole em seco quando
chegamos ao quarto de Tess.
Ela se levanta da cama e anda até nós, nos
oferecendo sua atenção.
— Sabe a conversa que tivemos sobre
irmãozinhos? — pergunta vendo que Caleb não
consegue falar nada.
— Sim, vocês disseram que só irei ter um irmão
daqui um tempo. — ela pisca sorrindo.
— E se ele chegar mais cedo? — Caleb questiona
mordendo o lábio e eu sorrio balançando a cabeça.
Parece que ele vai desmaiar a qualquer momento.
— Mais rápido como? O Papai Noel vai trazer no
Natal? — seus olhos brilham em êxtase e eu relaxo.
— Sim, mas só no próximo Natal, esse ainda não.
— explico sorrindo e me ajoelho a sua frente.
— Por que não nesse?
— Por que tínhamos que pedir com antecedência.
O Papai Noel não vai ter tempo para trazer logo.
Tudo bem? — Caleb se aproxima também se
ajoelhando.
— Eu posso esperar. — ela ri e nos abraça.
Sem perceber eu relaxo contra eles dois. Tudo
vai ficar bem e nós três, quero dizer, nós quatro,
vamos ficar bem. E muito felizes.
Sobre a Autora
vilane Oliveira é uma cearense de vinte anos

E que conheceu o mundo da literatura aos quinze


anos quando estudava o ensino médio.
Começou a escrever aos 17 anos pelo Wattpad e
conquistou alguns leitores que a acompanham desde
seu primeiro romance New Adult.
Casada e com uma filha a nordestina sonha
alcançar o coração de mais leitores.
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