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UNIVERSIDADE PAULISTA

Alexia Yukari Oshiro - RA N3949F9

Beatriz Faria Maciel - RA D876IB4

Bianca França Alves - RA N454440

Maria Caroline Gomes Vitor - RA D9131A4

Micaela dos Santos Dezes- RA N4034F1

Terapias alternativas sob a visão Behaviorista Ortodoxa

SÃO PAULO

2019
Alexia Yukari Oshiro - RA N3949F9

Beatriz Faria Maciel - RA D876IB4

Bianca França Alves - RA N454440

Maria Caroline Gomes Vitor - RA D9131A4

Micaela dos Santos Dezes- RA N4034F1

Terapias alternativas sob a visão Behaviorista Ortodoxa

Trabalho apresentado à disciplina de Ética Profissional como


parte da avaliação do segundo Bimestre do Curso de
Psicologia da Universidade Paulista. Campus Paraíso. Turno
Noturno.

Professor Vagner Pepe.

SÃO PAULO

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5

2. O BEHAVIORISMO ORTODOXO ........................................................................ 6

2.1. BEHAVIORISMO METODOLÓGICO ............................................................ 6

2.2. BEHAVIORISMO RADICAL .......................................................................... 7

2.2.1. CONDICIONAMENTO OPERANTE ........................................................ 7

3. AS TERAPIAS ALTERNATIVAS ......................................................................... 9

3.1. ACUPUNTURA .............................................................................................. 9

3.2. REIKI............................................................................................................ 10

3.3. SHIATSU ..................................................................................................... 11

3.4. FLORAIS DE BACH .................................................................................... 12

4. O POSICIONAMENTO DO CRP E CFP............................................................. 14

4.1. A REGULAMENTAÇÃO DAS TERAPIAS ALTERNATIVAS ...................... 14

4.2. O POSICIONAMENTO DOS CONSELHOS DE PSICOLOGIA ................... 16

5. A ÉTICA E A PRÁTICA DE TERAPIAS ALTERNATIVAS SOB A VISÃO


BEHAVIORISTA ORTODOXA.................................................................................. 18

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 22


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Método da acupuntura .......................................................................... 10


Figura 2 – Imagem ilustrativa da energia vital canalizada nas mãos ................. 11
Figura 3 – Método do Shiatsu ................................................................................ 12
Figura 4 – Frascos contendo as essências florais ............................................... 13
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1. INTRODUÇÃO

Ocorreu a partir dos anos 90 uma proliferação dentro do âmbito terapêutico,


uma prática que ficou conhecida como terapia alternativa. Esse estilo de terapia pode
ser definido como um conjunto de técnicas voltadas à saúde que busca tratar o ser
humano em sua totalidade (Corpo, mente e espírito) definição dada pelos profissionais
adeptos dessas práticas. Ainda hoje, ocorrem grandes tensões acerca da legitimidade
desse estilo terapêutico. O Conselho Federal de Psicologia, assim como outros
conselhos regionais, promoveu, e ainda promove grandes debates entre a categoria,
que acontecem dentro de congressos e fóruns regionais com o objetivo de definir
diretrizes para essas práticas. Contudo, ainda não aconteceu essa legitimidade, e os
profissionais da área da saúde, são proibidos de realizarem tais práticas no âmbito
profissional, já que essas são consideradas “práticas alheias ao campo da psicologia
e da medicina”.

Com relação aos dados estatísticos sobre essas práticas alternativas, não há
conhecimento de nada disponível que comprove sua eficiência. Entende- se por
eficiência, o benefício obtido por pessoas que se submeteram a esses tratamentos.

É possível constatar uma forte influência do pensamento oriental com relação


aos conceitos de terapia alternativa. Tais tratamentos são caracterizados em sua
maioria pelo uso de meditações e relaxamentos, com o entendimento de aspectos que
usam termos como corpo e alma.

Behaviorismo é um termo utilizado na psicologia, e deriva do termo behavior


que significa comportamento. O Behaviorismo Ortodoxo coloca aspectos que separam
as terapias alternativas daquelas que são atualmente aceitas pela comunidade
psicológica. Essa rejeição se dá pelo fato de que está escola traz a ideia de que o
comportamento é uma função biológica. Nesse contexto, o homem é uma máquina
orgânica evoluída, que se difere dos animais apenas em grau de complexidade.
6

2. O BEHAVIORISMO ORTODOXO

Behaviorismo é uma palavra de origem inglesa que se refere ao


comportamento – da palavra “behavior” em inglês. O Behaviorismo surgiu no início
deste século como uma proposta para Psicologia, para tomar como seu objetivo de
estudo o comportamento, ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa
que expressasse pelo outro através do comportamento.

A psicologia behaviorista se ramificou em algumas vertentes que defendiam


ideias com certas semelhanças, mas que também tinham divergências importantes.
Dentre todos os behavioristas os mais conhecidos foram John Watson o fundador do
behaviorismo metodológico e Frederick Skinner o fundador do behaviorismo radical.

2.1. BEHAVIORISMO METODOLÓGICO

O behaviorismo metodológico foi o ponto de partida Watson seu fundador


estava interessado em estudar comportamentos reflexos e considerava que coisas
como pensamentos e emoções não deveriam ser estudados pela psicologia, pois
eram fenômenos que não podiam ser observados seu objetivo teórico é a previsão e
o controle do comportamento.
O comportamento do homem, com todo o seu refinamento e complexidade,
constitui apenas uma parte do esquema total de investigação do behaviorista. Para
ele a psicologia deveria focar em prever e controlar o comportamento de todo e
qualquer indivíduo.
''Por que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da
Psicologia?'' Ou, em outras palavras:
Estudar o comportamento por si mesmo:

• Opor-se ao mentalismo;
• Aderir ao evolucionismo biológico;
• Adotar o determinismo materialístico;
• Usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a
introspecção;
• Realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle;
• Observar consensualmente;

Com exceção das duas últimas características, as demais também se aplicam


ao que mais tarde veio a se chamar behaviorismo radical.
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2.2. BEHAVIORISMO RADICAL

Outro grande nome do movimento behaviorista foi B. F. Skinner, criador do


behaviorismo radical que atuou fortemente contra as causas internas, ou seja, mentais
da conduta humana.
Skinner, estava interessado em estudar o comportamento operante, além disso
o behaviorismo radical não exclui o estudo das emoções do pensamento e de outros
fenômenos que não podemos enxergar.
Para Skinner, o comportamento de todo e qualquer indivíduo poderia ser
moldado ao se controlar os estímulos do ambiente. Ele desenvolveu sua teoria não
como um campo de pesquisa experimental, mas como uma proposta filosófica sobre
o comportamento em sua forma mais natural.

2.2.1. CONDICIONAMENTO OPERANTE

Para muitos autores é considerado o principal conceito do behaviorismo.


Desenvolvido por Skinner, o condicionamento operante procura explicar os
comportamentos aprendidos durante a ontogenia do organismo (seu
desenvolvimento). A principal diferença entre o condicionamento respondente
(clássico) e o operante, é que o segundo pressupõe um ser ativo em relação ao
ambiente do qual participa. De maneira mais simples, no comportamento operante, o
mesmo é condicionado não por reflexo entre o estímulo e a resposta, mas sim pela
probabilidade de um estímulo se seguir à resposta condicionada.
Para Skinner, o comportamento é reforçado por suas próprias consequências,
ou seja, a medida que o organismo apresenta a necessidade de sobreviver, realizar
algo, ou se proteger, o comportamento procurará atingir esse resultado. Caso o
comportamento praticado, alcance o resultado que fora desejado, irá ocorrer a
tendência dele se repetir. É justamente esse mecanismo de repetição que é chamado
operante, já que quando o comportamento é seguido da apresentação de um reforço
(positivo ou negativo) existe maior probabilidade dele se repetir. Se for seguido de
uma punição essa probabilidade diminui argumentos e críticas ao behaviorismo.
Contudo para certas variáveis, em determinados contextos, é possível
descrever funções semelhantes para diferentes indivíduos. Isto ocorre, já que
indivíduos de uma mesma espécie partilham de um mesmo conjunto de contingências
filogenéticas, e indivíduos com histórias passadas semelhantes podem estar
8

partilhando de contingências ontogenéticas semelhantes, assim como membros de


uma mesma comunidade partilham das mesmas contingências culturais.
9

3. AS TERAPIAS ALTERNATIVAS

A prática de terapias alternativas no processo psicológico ou psicoterapêutico


é uma questão que ainda gera muita discussão entre os profissionais desta área, pois
estas não têm uma base científica para se legitimar. Serão descritas algumas dessas
práticas alternativas, - a acupuntura, o Reiki, o Shiatsu e as essências florais - tais
como seu propósito e método.

3.1. ACUPUNTURA

A Resolução n°5/2002 do CFP dispõe sobre o uso da acupuntura pelo


profissional de psicologia, e fora anulada por decisão do Tribunal Regional Federal,
deste modo, esta prática não possui embasamento científico para seu uso dentro do
processo terapêutico.
A acupuntura é uma técnica que fora desenvolvida na China há mais de cinco
mil anos, que tem como propósito prevenir e tratar os indivíduos através do equilíbrio
das energias circulares no corpo, pois um organismo equilibrado não adoece,
defende. Acredita-se que o homem e a natureza estão interligados no universo,
contrapondo-se à teorias mais racionais e mecanizadas.
A utilização das agulhas da acupuntura estimula as terminações nervosas
presentes na pele. De acordo com estudos realizados por Han Jisheng, fundador do
Centro de Pesquisa em Neurociência da Universidade de Beijing, a inserção da agulha
seria capaz de induzir o encéfalo e a medula espinhal a produzir substâncias que
modificam a sensação de dor. White (2001) defende que com a estimulação de pontos
específicos na acupuntura há a liberação de substâncias que possuem efeito
analgésico.
No contexto de sua prática durante um processo terapêutico, estudos
defendem que a acupuntura tem eficácia ao tratar de pacientes depressivos e que
apresentam quadro de ansiedade generalizada ao inserir as agulhas em pontos
específicos, Lewith e Kenvon (1984) demonstram que qualquer agulhamento no corpo
irá desencadear algum efeito psicológico no indivíduo.
Celia (2005) acredita que a utilização da prática de acupuntura pelo profissional
de psicologia irá melhorar a relação do terapeuta-paciente assim como sua
compatibilidade de crenças, deste modo, aumentando a confiança do paciente e a
expectativa quanto ao seu processo terapêutico.
10

Figura 1 – Método da acupuntura

Fonte: iStock

3.2. REIKI

A técnica japonesa denominada Reiki tem como objetivo a redução do estresse


e o relaxamento do indivíduo, sendo uma prática espiritual, o Reiki é uma terapia
considerada holística, pois considera o ser humano como um todo, tratando de
condições agudas e crônicas, - depressão inclusa- promovendo o bem-estar mental e
emocional.
Caracteriza-se pelas dimensões da matéria e no espírito sendo canalizadas
para as mãos, tendo o objetivo de reestruturar o equilíbrio do corpo. Há o desbloqueio
dos “chakras” – representantes dos aspectos do corpo, mente e alma, que estão em
constante movimento, sua função é transmitir energias para áreas afetadas,
equilibrando o indivíduo -, permitindo que haja a sintonia dos canais de energia com
a Energia Universal, gerando, assim, o processo de cura.
Freitag, Andrade e Badke (2015) defendem que o Reiki irá fornecer ao paciente
a energia necessária para que haja a reestruturação do equilíbrio de sua mente, corpo
e emoções. Deste modo, há a partilha dos benefícios dessas energias canalizadas,
contribuindo para o bem-estar do indivíduo.
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Figura 2 – Imagem ilustrativa da energia vital canalizada nas mãos

Fonte: Site reikiterapia.com

3.3. SHIATSU

Liechti (1994) aponta que em uma sessão de Shiatsu o profissional irá aplicar
pressão em áreas do corpo com os polegares e outros dedos, se utilizará também das
mãos e cotovelos no objetivo de promover relaxamento e sensação de bem-estar no
indivíduo ao amassar e libertar músculos contraídos.
O Shiatsu atuará no sistema energético do corpo por meio das energias que se
relacionam com os órgãos internos do sujeito, tal como sua harmonia emocional,
espiritual e psicológica. Essa prática atua como medida de prevenção, mantendo o
corpo saudável e equilibrado, também controlando mudança nas energias que podem
ser causadoras de uma doença.
A utilização do Shiatsu em uma sessão terapêutica pode tratar de pacientes
que apresentam quadros de ansiedade, depressão, tensão e instabilidade emocional,
pois, de acordo com Liechti (1994), essa prática é capaz de entrar em contato com o
modo energético de cada indivíduo, se dedicando em relaxar o corpo em um nível
profundo.
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Figura 3 – Método do Shiatsu

Fonte: Site neutrahealthcare.com

3.4. FLORAIS DE BACH

Nascido na Inglaterra nos anos de 1886, Edward Bach desenvolveu uma tese
de que a saúde e a enfermidade estão relacionadas ao modo de viver do sujeito e no
seu desejo de mudança, dando origem ao seu método de se utilizar flores no ano de
1930.
A terapia floral tem uma característica não invasiva, sendo o potencial
energético das flores o fundamento de sua teoria, que quando entram em contato com
a água, elas irão corresponder aos níveis da consciência. Deste modo, o objetivo dos
Florais de Bach seria tratar de condições não físicas, mas sim de harmonizar o corpo,
mente e emoções. Cada essência floral teria um desencadeamento diferente e
específico para o indivíduo. De acordo com Salles e Silva (2012):

“A essência floral Impatiens ajuda aquietar a alma e desenvolver empatia, delicadeza de


sentimentos e paciência angelical. Leva a aceitação do ritmo dos outros e do desenrolar
dos acontecimentos. A essência White Chestnut ajuda o indivíduo a recuperar o repouso
mental, a paz interior e, consequentemente, a clareza de ideias e a consciência dos seus
sentimentos. A Cherry Plum faz o indivíduo encorajar-se e acreditar ser capaz de lidar
com os desafios da vida, superando a tensão e os medos extremos. Finalmente, a
essência Beech ajuda os que são críticos e intolerantes a se abrir e elevar seu potencial
13

de conhecimento e autoconhecimento e, consequentemente, a colocar-se no lugar do


outro para adotar uma atitude mais compreensiva e tolerante.” (SALLES; SILVA; Acta
Paul Enferm. 2012;25(2):238-42).

Figura 4 – Frascos contendo as essências florais

Fonte: Site prohealth.com


14

4. O POSICIONAMENTO DO CRP E CFP

4.1. A REGULAMENTAÇÃO DAS TERAPIAS ALTERNATIVAS

Devido a emergência das terapêuticas alternativas na década de 90, os


Conselhos representativos de Psicologia, começaram a analisar essas práticas.
Nesse primeiro momento os órgãos enxergaram essas técnicas com certa
preocupação, considerando-as como uma ameaça externa, e não com
reconhecimento ou com a possibilidade de legitimação delas.
Por conta dessa visão denunciativa, os conselhos espalharam cartazes, com o
intuito de alertar a população sobre essas práticas, as quais não deveriam ser
confundidas com a Psicologia científica.
Na década de 80 essas técnicas já eram utilizadas por psicólogos, porém não
apresentavam uma ameaça ao saber psicológico, na visão dos conselhos, mas a
medida que foram ganhando uma ênfase terapêutica, gerou-se uma angústia, pelo
fato de apresentarem um caráter místico e não científico.
Entre os anos de 1990 a 1994 passou a existir uma tensão entre 2 posições
quanto a essas práticas, a postura do conselho, que até então apresentava um olhar
resistente e a postura dos psicólogos que faziam uso dessas técnicas.
Foi no ano de 1993 que o CFP mudou o foco da sua atenção para o efeito das
terapias alternativas quanto ao exercício profissional do psicólogo, período em que
essas terapêuticas ganharam maior visibilidade. Com o objetivo de conseguir
subsídios para a Comissão de Ética do Conselho Federal, para que pudessem se
posicionar e a partir daí criar resoluções normativas, nesse mesmo ano o conselho
solicitou pareceres para 3 profissionais da área, que apresentaram 3 posturas
diferentes, sendo elas: holística, ortodoxa e problematizadora.
Foi realizado em 1994 o I Congresso Nacional Constituinte da categoria, sendo
as terapias alternativas um dos temas discutidos, onde gerou-se uma resposta
negativa do CFP, voltada para a proibição do exercício profissional que estivesse
ligado a essas práticas, o que gerou uma enorme onda de indignação por parte dos
psicólogos que faziam o uso das mesmas.
Com o tempo o CFP mudou parte de sua visão quanto a essas terapêuticas,
por conta das diversas reações produzidas.
Mesmo após a criação da Resolução Nº 016/95 pelo CFP, a qual impedia a
propagação dessas técnicas, a prática por parte dos psicólogos, ainda era muito
15

abrangente e difícil de ser fiscalizada, pelo fato do conselho não possuir, na época,
uma estrutura adequada para controlar esse crescimento.
Com a intensa não aceitação por parte dos psicólogos adeptos dessas práticas
o Conselho Federal incluiu como sendo um dos temas principais a serem discutidos,
as terapias alternativas no II Congresso Nacional, que foi realizado em Belo Horizonte,
em 1996, abrindo assim novas possibilidades de posicionamento.
Além de ter sido realizado o Congresso Nacional, houve a realização do
Congresso Regional de Psicologia da 4ª região, o qual abordou também as práticas
alternativas.
Após o II Congresso Nacional, enfim houve um posicionamento oficial quanto
as terapêuticas alternativas, ocorreu uma mudança no rumo das discussões,
evidenciando uma amplitude ao debate.
Quanto ao argumento que foi utilizado para tal mudança de posicionamento do
CFP:

"O Conselho não é um órgão de validação e de reconhecimento de técnicas. Tem função


de normalizar o exercício profissional, isto é, a relação do profissional com a comunidade
científica, zelando pelos princípios e compromissos da profissão. Não é o Conselho, mas
sim a comunidade científica, que tem esta responsabilidade, embora o mesmo deva
fornecer subsídios relativos ao exercício profissional para que essa função se cumpra.
Ele deve se instrumentalizar para saber o que já é validado e o que não é, ter regras
claras para a comunidade, considerando:

a) técnicas já reconhecidas;
b) técnicas em processo de reconhecimento;
c) técnicas em fase de pesquisa.

O Conselho deverá estimular e incentivar a comunidade científica para a discussão e


pesquisa das diferentes práticas alternativas.
O Conselho deverá promover ações políticas no sentido de, em conjunto com outros
Conselhos de Saúde, possibilitar a discussão e posterior regulamentação sobre a
utilização de recursos de saúde que não são exclusivos de quaisquer profissões, mas
que poderão ser utilizados enquanto prática das diversas profissões de saúde" (CNP,
1996, p. 18).

A partir do Fórum Nacional de Práticas Alternativas, foram criadas duas


Resoluções Nº 010/97 e 011/97, as quais foram executadas pelo CFP, porém não
regulamentam essas práticas, enquanto a resolução proibitiva (029/95) foi anulada.
16

4.2. O POSICIONAMENTO DOS CONSELHOS DE PSICOLOGIA

Quanto as terapêuticas alternativas o CFP estabeleceu no ano de 1997 a


Instrução Normativa Nº 001/1997, a qual regulamenta as Resoluções CFP Nº
010/1997 e Nº 011/1997.
A resolução Nº 010/97, de 20 de outubro de 1997, conforme a sua ementa,
"estabelece critérios para divulgação, publicidade e exercício profissional do
psicólogo, associados a práticas que não estejam de acordo com os critérios
científicos estabelecidos no campo da psicologia", já a Resolução Nº 011/97, de 20
de outubro de 1997, de acordo com a sua ementa, "dispõe sobre a realização de
pesquisas com métodos e técnicas não reconhecidas pela psicologia".
Podemos verificar no artigo 1 da Instrução Normativa Nº 001/97 que essas
práticas podem ser utilizadas de maneira complementar ao exercício profissional,
desde que sigam os requisitos estabelecidos pelo CFP, corretamente.

“Art 1º As técnicas e práticas não reconhecidas pela Psicologia poderão ser utilizadas na
atividade profissional de forma complementar, observando-se:
I. o Código de Ética Profissional do Psicólogo; e
II. a Resolução Nº 196/1996, sobre pesquisa envolvendo seres humanos, do Conselho
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA)

Em relação ao artigo 2 da instrução normativa Nº 001/97 o CRP permitiu a


realização de pesquisas quanto as terapias alternativas, desde que o profissional
esteja devidamente qualificado para tal atividade.
Podemos observar no artigo 1 da Resolução CFP Nº 011/97 quanto a conduta que
deve ser seguida para a realização das pesquisas, referente a essas práticas e
técnicas, o psicólogo deve possuir um protocolo aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa que é reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde, para que possa dar
andamento a sua investigação.
No que se refere as pesquisas, de acordo com o artigo 3 da Resolução CFP Nº
011/97:
“Art. 3° - O reconhecimento da validade dos resultados das pesquisas em métodos ou
técnicas não reconhecidas no campo da psicologia dependem da ampla divulgação dos
resultados, derivados de experimentação, e reconhecimento da comunidade científica e
não apenas da conclusão das pesquisas” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA)
17

A Resolução CFP Nº 010/97 estabelece no artigo 2, que as terapêuticas


alternativas podem ser utilizadas pelo profissional desde que sejam aplicadas como
recurso complementar ao exercício profissional.
O CRP atualmente atua com uma visão orientadora e não proibitiva, quanto as
terapias alternativas, continuando a realizar a fiscalização e disciplina dessas práticas,
essa conduta está presente no artigo 4 da Resolução CFP Nº 010/97: “Art. 4º - Caberá
aos Conselhos regionais orientar, disciplinar e fiscalizar, junto à categoria, a
observância do disposto nesta Resolução.”
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5. A ÉTICA E A PRÁTICA DE TERAPIAS ALTERNATIVAS SOB A VISÃO


BEHAVIORISTA ORTODOXA

Na década de 90, a demanda por alternativas no atendimento psicológico tornou-se


uma questão relevante para os Conselhos de Psicologia, assim como o aumento de
profissionais que passaram a adotar essas práticas alternativas em suas consultas
terapêuticas. Nos últimos anos, o debate entre psicólogos e os defensores dessas
terapias alternativas exigiu uma postura do Conselho Federal de Psicologia e outros
conselhos regionais.

Em 1990, o Conselho Federal de Psicologia adotou uma postura denunciativa quanto


à prática dessas terapias alternativas pelos profissionais, tratando essa questão como
algo externo. Uma postura proibitiva foi adotada, reconhecendo essas práticas como
algo interior na psicologia no ano de 1993 pelo Conselho Federal de Psicologia. Só
em 1997 que houve a utilização de uma postura regulamentadora, tornando lítico aos
profissionais de psicologia adotar essas técnicas alternativas quando praticadas além
das fronteiras do psicólogo, como para fins de pesquisa, havendo maior abertura para
o debate e discussão sobre a legalidade dessas terapias através de artigos,
entrevistas e editoriais nos jornais dos conselhos. No Jornal do Psicólogo da 4ª
Região:

"Rumo ao II CNP

Com relação às chamadas práticas alternativas, ao invés de excluí-las, à priori, do


campo da psicologia, a proposta é de se criar espaços de discussão e estudos onde
os psicólogos que lidam com essas práticas possam ter a oportunidade de apresentá-
las, fundamentando-as ou se implicando eticamente com os seus fazeres (...).

II CNP: teses da 4ª Região compõem temário de encontro nacional

Proposta referente às práticas alternativas: que o CRP, a princípio, não exclua as


práticas alternativas, criando espaços para discussão e estudos fundamentados
cientificamente" (Jornal do Psicólogo, n. 54, p. 2).

Como discutido anteriormente neste trabalho – no capítulo 4 sobre o posicionamento


dos Conselhos de Psicologia -, o Conselho Federal de Psicologia não aprova práticas
que não possuem respaldo científico para serem adotadas no processo psicológico
ou psicoterápico, e o profissional não deve induzir suas convicções religiosas,
políticas, filosóficas e morais durante o exercício de psicologia. Deste modo, não é
aceita a prática de métodos místicos pelo psicólogo, sendo algumas terapias
19

alternativas baseadas nesses conceitos como já fora explicado neste trabalho – no


capítulo 3 sobre as terapias alternativas -, portanto pode-se questionar que alguns
profissionais estejam deliberadamente não seguindo o Código de Ética.

De acordo com uma matéria no Jornal PSI do site do Conselho Regional de Psicologia
de São Paulo, cerca de 25% das denúncias feitas ao Conselho são motivadas pela
adoção dessas práticas alternativas e não reconhecidas durante o processo
terapêutico, o que compromete o trabalho psicológico e a imagem da profissão no
Brasil. Para a coordenadora da Comissão de Ética do CRP-SP, Elisa Zaneratto Rosa:

"Se o psicólogo oferece algum tipo de prática mística, ou não reconhecida, ele não
pode misturá-la à prestação de serviço psicológico. Se ele é, ao mesmo tempo,
astrólogo e psicólogo, deve separar constantemente as duas atividades, seja no cartão
de visitas ou em outras formas de divulgação, nos locais em que trabalha, nas
atividades que realiza, quando procurado para cada tarefa. Vincular as duas coisas e
oferecer àquele que procura a Psicologia uma prática que não pode ser reconhecida
enquanto tal é deturpar a profissão". (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA).

A professora de Ética Profissional da PUCSP, Bronia Liebesny enfatiza:

"Para a Psicologia, o indivíduo é um sujeito ativo na solução dos problemas, nas


relações. Ele é partícipe na construção de sua saúde no processo de desenvolvimento
psicológico, não importando qual é a linha teórica do profissional". (CONSELHO
REGIONAL DE PSICOLOGIA).

Portanto, a partir desta declaração, afirma-se que as terapias alternativas não


condizem com o objetivo da Psicologia, pois procura permitir o indivíduo controlar o
seu processo de desenvolvimento nas relações.

No Jornal PSI o site do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo,


há uma matéria que discute a preocupação com as terapias alternativas:

“No II Congresso os psicólogos perceberam a necessidade de fazer uma distinção


entre as diversas práticas que hoje são consideradas alternativas, separando aquelas
que dispõem de pressupostos científicos das que se baseiam em princípios religiosos,
místicos, irracionais ou de senso comum. De acordo com as decisões da plenária,
algumas delas podem conter elementos passíveis de utilização pela psicologia.

É o caso da acupuntura, técnica oriental que compreende os distúrbios humanos a


partir de seus aspectos orgânicos e psíquicos. Sobre a questão, falou-se na
possibilidade de o psicólogo fazer uso da acupuntura, mas não de utilizá-la como uma
técnica da psicologia. Para Delvo Ferraz da Silva, psicólogo e acupunturista presente
20

no Congresso, pode ser útil para a psicologia fazer uma comparação entre as teses
orientais e as ocidentais sobre a psique. ‘Mas sou contra o casamento entre qualquer
prática alternativa e a psicologia. Se um indivíduo me procurar para fazer psicoterapia,
devo encaminhá-lo a outro profissional, porque o que faço é acupuntura, embora tenha
conhecimentos da psicologia.’”. (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA).

Sendo assim, pondera-se de que a utilização desses métodos alternativos pode não
se tornar um exercício ilícito se o profissional não basear inteiramente sua consulta
terapêutica nessa prática, mas adotar esta como algo complementar em sua sessão.

Ortodoxo, do grego “orthos” que significa “reto” e “doxa” que significa “fé”, é uma
expressão utilizada para referenciar algo rígido, tradicional, conservador, é aquele que
segue fielmente uma doutrina, princípio e que não está inclinado a se adaptar ou
admitir nossos princípios ou novas ideias. No Behaviorismo Radical de Skinner, o
sujeito poderá ser analisado através do próprio comportamento, isto é, um
comportamento irá gerar outro e o objetivo é identificar as relações funcionais entre
eventos comportamentais. Os estudos de Darwin sobre a Seleção Natural tiveram
grande influência na teoria de Skinner, que afirma que o homem é produtor do meio
que o determina, portanto, as variações que se mostrarem adaptativas serão
selecionadas e reproduzidas pelo sujeito. Para entender o comportamento, Skinner
elaborou a Tríplice ambiental indissociável, que aborda a filogenética – a espécie -, a
ontogenética – a vida do indivíduo – e a cultura em que ele está inserido.

Deste modo, sob a visão Behaviorista Ortodoxa, a prática de terapias alternativas


durante o processo terapêutico não é algo que poderá ser aceito sem que haja uma
base científica em que possa sustentar-se.

Pedro (2014) afirma que a ética é uma ciência especulativa, isto é, ela se respalda na
dinâmica da moral, pois o contexto social estará em constante mudança e o trabalho
do psicólogo deve se ajustar à essas novas exigências, pois, se não, a sua prática se
torna retrógrada. Entretanto, por mais que haja uma demanda pelas terapias
alternativas, não se pode afirmar que os profissionais de psicologia devem adotar
essas práticas em seu processo terapêutico, já que estas não são aceitas pelo Código
de Ética da profissão.
21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que ao longo de todo o processo de discussões sobre as terapias


alternativas e práticas emergentes, até o momento atual ainda não foi possível
encontrar estudos científicos que comprovem eficácia de tais práticas, portanto não
há embasamento suficiente para considerá-las parte da psicologia.
A administração do conflito que acontece entre o saber psicológico, definido
através das diretrizes dadas pelo conselho de psicologia, e as terapêuticas
alternativas, foi marcado por diferentes estratégias, onde a exclusão das designações
alternativo, permitiu que a psicologia se resguardasse dentro de seus limites já
consolidadas diante de competências profissionais da esfera da regulamentação.
Porém, na dinâmica de espaços sociais terapêuticos, ainda observa - se movimentos
de cruzamento de competências, onde as fronteiras entre a validação científica da
psicologia, e algumas técnicas relacionadas a medicinas emergentes de “curas
espirituais” tem sido até hoje, bastante imprecisas, pois na sociedade contemporânea,
há um crescente conteúdo de crenças que promovem relações entre competências
religiosas e terapêuticas. Apesar dessas especificidades variarem de acordo com
contextos sociais, fica claro a importância desse movimento migratório para que se
compreenda esse fenômeno na sociedade, que buscam ressignificados de conteúdos,
crenças e práticas. Essa validação não ocorreu ainda. Deixemos claro que, essa falta
de validação não exclui a dimensão racional do sentido de sua totalidade que é
produzido através das experimentações individuais e coletivas.
22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (ORGS.) HISTÓRIA DA


PSICOLOGIA: RUMOS E PERCURSOS. 3a ED. RIO DE JANEIRO: NAU EDITORA,
2013.

SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA MODERNA. 9a ED.


SÃO PAULO: THOMSON LEARNING, 2011.

DITTRICH, A. Behaviorismo Radical, Ética e Política: Aspectos Teóricos do


Compromisso Social. Tese de Doutorado em Filosofia. Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2004. Disponível em:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/4745/TeseAD.pdf?sequence=1
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