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RIBEIRÃO PRETO
2008
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL
RIBEIRÃO PRETO
2008
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Á
Meus pais e minhas irmãs.
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“Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo
impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais
horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que
esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase
vive já morreu."
Luis Fernando
Veríssimo
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FICHA CATALOGRÁFICA
Moreno, Giuliana D’Angelo
5
RESUMO
6
SUMÁRIO
Página
RESUMO ..........................................................................................................06
1- INTRODUÇÃO ............................................................................................09
1.1 - Principais patologias causadas por pneumococo................................10
1.2 - Vacina..................................................................................................13
1.3 - Diagnóstico Laboratorial......................................................................14
1.4 - Teste de Sensibilidade aos antimicrobianos (TSA)..............................15
1.5 - Técnicas para realização de Antibiograma.........................................15
1.6- Padronização do Antibiograma (TSA)para Streptococcus pneumonia.16
1.7 - Leitura do teste de sensibilidade à penicilina.......................................17
1.8 - Resistência Bacteriana.........................................................................18
1.9 - Tratamento...........................................................................................19
1.10 - Estrutura Antigênica...........................................................................21
2- OBJETIVOS.................................................................................................22
3- MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................23
4- RESULTADOS.............................................................................................24
5- DISCUSSÃO E CONCLUSÃO.....................................................................26
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................28
7
LISTA DE FIGURAS
8
1 - INTRODUÇÃO
9
A importância das doenças pneumocócicas e o aumento da resistência
bacteriana tornaram essencial o desenvolvimento de vacinas para prevenir
essas doenças. A vacina conjugada 7 valente – proteína diftérica (WYETTI) é
indicada na imunização ativa, por via intramuscular, de crianças de 6 semanas
a 60 meses, contra doença invasiva, pneumonia e otite média. Não é indicada
para uso em adultos. Contém polissacarídeo capsular dos sorotipos 4, 6B, 9V,
14, 18C, 19F e 23F, os quais são responsáveis por 70% das doenças
pneumocócicas brasileiras, conjugados com um mutante da toxina diftérica, a
proteína CRM197. Deve-se ressaltar que mais de 95% das cepas resistentes à
penicilina estão representados nessa vacina. No Brasil o sorotipo 14 é o mais
associado à resistência à penicilina e outros antibióticos (PLETZ, 2008).
Na última década a resistência do pneumococo à penicilina e a outros
antimicrobianos tem aumentado em vários países, inclusive no Brasil. No Egito,
Grécia, Estados Unidos, Bulgária e Eslováquia atualmente a resistência situa-
se em torno de 30% (LOTUFO, 2003).
10
pneumococo, ao atingir os alvéolos, se desintegra, liberando produtos tóxicos,
fermentativos e antigênicos que vão provocar uma alveolite. O processo
inflamatório alveolar se estende até os septos que servem de limite ao lobo
pulmonar, caracterizando a topografia lobar da infecção (KOBZIK, 1994;
TORANTINO, 1997).
O pneumococo pode ser isolado do sangue (bacteremia) em até 30%
dos doentes com pneumonia. Como complicação da pneumonia pneumocócica
observa-se a presença de derrame pleural em cerca de 50% dos casos, mas
geralmente o pneumococo não é isolado na cultura de líquido pleural (BALDY,
2002).
11
infecção pneumocócica é do tipo específica, e a exposição prévia a um sorotipo
pneumocócico não protege contra infecção por outro sorotipo. Existem mais de
80 sorotipos de pneumococos. O pneumococo é uma causa freqüente de
meningite em indivíduos alcoólatras, na anemia falciforme e em portadores de
deficiências de imunoglobulinas. O índice de letalidade varia de 10% a 50%, de
acordo com o relato de vários serviços especializados. O risco estimado de
seqüelas importantes, pós meningite pneumocócica, é de cerca de 20%.
(FOCACCIA, 2002)
12
1. 2 - VACINA
13
1. 3 - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Provas bioquímicas
O Streptococcus pneumoniae apresenta as seguintes provas
bioquímicas:
Prova da Catalase negativa;
Prova da bile-solubilidade positiva: a lise dos pneumococos
ocorre em poucos minutos quando se adiciona agentes
tensoativos, bile de boi (10%) ou dexoxicolado de sódio (2%), a
um caldo de cultura ou suspensão de microrganismos em pH
neutro;
Prova da optoquina sensível: o teste de susceptibilidade a
optoquina é realizado para diferenciar o pneumococo de outros
estreptococos alfa-hemolítico. A colônia suspeita é semeada em
ágar sangue, e colocada sobre o inoculo um disco de optoquina, a
placa é incubada durante 18-24 horas a 37°C em atmosfera de
microaerofilia e então é realizada a leitura, na qual halos ≥14mm
de diâmetro são considerados positivos (amostras sensíveis)
(SILVA, 1999).
14
1. 4 - TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS (TSA):
MÉTODO DE DISCO-DIFUSÃO
É um teste qualitativo descrito por Kirby e Bauer, utilizado pela pela
maioria dos laboratórios.
É realizado dispensando discos de antimicrobianos (são feitos de papel-
filtro impregnado com antibiótico com concentração fixa) na superfície da placa
de Ágar Mueller Hinton ou Ágar Sangue (para Streptococos), após a
semeadura do inóculo na escala 0,5 de McFarland. As placas são incubadas à
15
35°C por 18 a 24 horas em estufa bacteriológica sob atmosfera de CO2,
quando indicado(KIRBY e BAUER, 1966).
Os resultados são interpretados comparando o valor do halo de inibição
formado na placa de antibiograma com os valores padronizados pelo CLSI, que
podem ser classificados: em sensíveis (significa que a infecção ao agente
isolado pode ser tratada com a dose recomenda do antibiótico), intermediário
(indica que a infecção pode ser tratada em sítios corpóreos onde a droga é
fisiologicamente concentrada ou quando uma alta dosagem da droga pode ser
usada) ou resistente ( implica que o microrganismo não será inibido pelas
padronizadas do antimicrobiano) (SILVA, 1999; ROSSI, 2005).
E-TEST®
Teste quantitativo que determina a Concentração Inibitória Mínima
(MIC), ou seja, menor concentração do antibiótico que inibe o crescimento
bacteriano.
Consiste em uma fita plástica impregnada por concentrações
crescentes do antimicrobiano. Uma suspensão da amostra bacteriana na
escala 0,5 de McFarland é inoculada em uma placa de Ágar Muller Hinton
suplementado com 5% de sangue de carneiro, e após quinze minutos as fitas
são dispensadas sobre o ágar. Após o período de incubação, a determinação
do MIC é lida como o ponto de inserção entre a fita de Etest® e a zona de
inibição do crescimento do microrganismo (forma elíptica) (MACHADO, 2005).
16
1. 7 - LEITURA DO TESTE DE SENSIBILIDADE À PENICILINA
1. 8 - RESISTÊNCIA BACTERIANA
PENICILINAS E CEFALOSPORINAS
Existem vários mecanismos de resistência a estas drogas. A clivagem
por β-lactamases (penicilinases e cefalosporinases) é o mecanismo mais
importante, mas a resistência do pneumococo não se deve a produção de β-
lactamases. A resistência às penicilinas pode também mediada pela diminuição
da afinidade dos antibióticos betalactâmicos a enzimas conhecidas como
proteínas ligadoras de penicilina (PBP) da membrana celular bacteriana. As
PBPs são enzimas alvos para os antibióticos betalactâmicos, sendo que cada
bactéria possui uma sequência específica destas proteínas, permitindo o seu
mapeamento.
O Streptococcus pneumoniae possui as PBPs 1ª, 1B, 2ª, 2B, 2X e 3, que
alteradas passam a apresentar baixa ligação com as penicilinas .Tais
mudanças são responsáveis tanto pelo baixo quanto pelo alto nível de
resistência de S. pneumoniae à penicilina G (MYCEH, 2000).
17
VANCOMICINA
É causada por uma mudança na D-alanil-D-alanina do componente
peptídico do peptideoglicano, que é o sítio natural de ligação da vancomicina,
para D-alanina-D-lactato, que não é reconhecido pela droga. Dos quatro lócus
de genes que medeiam a resistência a vancomicina, VanA é o mais importante.
Ele é transportado por um transposon em um plasmídeo e fornece um alto
nível de resistência a vancomicina e ateiclopanina. O lócus VanA codifica
enzimas que sintetizam D-ala-D-lactato, bem como diversas proteínas
regulatórias (LEVINSON, 2006).
TETRACICLINAS
Resultante de uma falha da droga alcançar a concentração inibitória
apropriada para a bactéria. Isso se deve a processos relacionados a
plasmídeos, que reduzem a entrada da droga na célula ou aumentem seu
transporte para o exterior da célula (mecanismo de proteção do ribossoma).
CLORANFENICOL
Esta resistência se deve a produção de uma acetiltransferase plasmidial
que acetila a droga inativando-a(CUNHA, 2006).
ERITROMICINA
Devido a uma enzima codificada por plasmídeo, que metila o RNAr 23S,
bloqueando a ligação da droga (modificação no ribossoma); e presença de um
sistema de efluxo(CUNHA, 2006).
QUINOLONAS
Devido principalmente a mutações cromossômicas que modificam a
DNA-girase bacteriana. A resistência também pode ser causada por mudanças
nas proteínas da membrana externa da bactéria, resultando em uma entrada
reduzida da droga na bactéria(CLAMBERS, 2005).
RIFAMPICINA
Mudança cromossômica no gene que codifica a subunidade da RNA-
polimerase, resultando em uma ligação ineficiente da droga(LEVINSON, 2006).
18
SULFONAMIDAS
Resistência é mediada principalmente por dois mecanismos: um
plasmídeo que codifica um gene relacionado ao sistema de transporte que
exporta ativamente a droga para fora da célula; e uma mutação cromossomal
no gene que codifica o alvo da enzima, a diidropteroato sintetase, que reduz a
afinidade de ligação da droga (CLAMBERS, 2005) .
TRIMETOPRIMA
Devida primariamente a mutações no gene cromossômico que codifica a
diidrofolato-redutase, a enzima que reduz diidrofolato para tetraidrofolato
(CLAMBERS, 2005).
AMINOGLICOSÍDEOS
A resistência aos aminoglicosídeos ocorre por três mecanismos:
modificação das drogas por plasmídeos que codificam enzimas de fosforilação,
adenilação e acetilação ( o mecanismo mais importante) ; mutação
cromossomal, Por exemplo, uma mutação no gene que codifica a proteína-alvo
da subunidade 30S do ribossomo bacteriano; e diminuição da permeabilidade
da bactéria à droga (LEVINSON, 2006).
1. 9 - TRATAMENTO
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A exposição prévia a uma determinada substância antimicrobiana pode
predispor a infecção por pneumococos resistente ao antimicrobiano usado. A
resistência do penumococo aos diversos antimicrobianos resulta de
mecanismos específicos. E a resistência às penicilinas e outros betalactâmicos
deve ser o resultado de mutações e progressiva seleção dos mutantes
resistentes (PEREIRA, 2004).
Os pneumococos resistentes à penicilina G (benzilpenicilina) também
expressam resistência às penicilinas semi-sintéticas (ampicilina, amoxacilina),
cefalosporinas de primeira geração (cefazolina, cefalotina, cefapirina e
cefadroxil), ampicilina-sulbactam, amoxacilina-ácido clavulânico, imipenem e
meropenem. Configurando assim o S. pneumoniae multidroga-ressistente
(ROSSI, 2005).
Os pneumococos com elevada resistência à penicilina geralmente
mantém a sensibilidade às fluorquinolonas e glicopeptídeos, tornando-as
opções terapêuticas para infecções causadas por pneumococos com
resistência elevada, a levofloxacina nas infecções respiratórias e a vancomicina
para as infecções sistêmicas. No tratamento de meningite por pneumococo
altamente resistente é indicado a associação de vancomicina com ceftriaxona
(ou cefotaxima), rifampicina com ceftriaxona, vancomicina com rifampicina, ou
cloranfenicol com rifampicina (ALVES,2007).
À resistência intermediária à penicilina não oferece dificuldades
terapêutica uma vez que doses usuais ou aumentadas de penicilina e
cefalosporinas pode ser o tratamento adequado para infecções pneumocócicas
respiratórias ou sistêmicas. Em contrapartida nas meningites pneumocócicas a
concentração da penicilina não atinge o pneumococo com resistência
intermediária quando está situado nas meninges, sendo assim as
cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) mostram-se
adequadas ao tratamento. (VIEIRA, 2007)
20
pneumoniae. Existem mais de 80 sorotipos conhecidos, e os tipos antigênicos
são determinados pela cápsula, a qual pode ser detectada sorologicamente.O
polissacarídeo é um antígeno que desencadeia primariamente resposta das
células B. A fração somática do pneumococo contém uma proteína M
característica de cada tipo, bem como um carboidrato grupo-específico comum
a todos os pneumococos. O carboidrato pode ser precipitado pela proteína C-
reativa, uma substância encontrada no soro de alguns pacientes. Outro fator
de virulência corresponde à hemolisina, uma proteína com atividade citotóxica
(BROOKS, 1998).
Reação de Quellung: quando os pneumococos de determinados tipos
são misturados com soro antipolissacarídico específico do mesmo tipo, ou com
anti-soro polivalente, em lâmina de microscópio, verifica-se o intumescimento
capsular (formação de edema). Esta reação é útil para a identificação rápida e
tipagem de microrganismos (VIEIRA, 2007).
21
2 - OBJETIVOS
22
3 - MATERIAS E MÉTODOS
23
4 - RESULTADOS
FIGURA 1: Relação entre diagnóstico e material clínico com isolamento de Streptococcus pneumoniae.
24
Em relação à susceptibilidade bacteriana 64 amostras (64%)
apresentaram halo de inibição para oxacilina (1μg) maior ou igual à 20 mm
(pelo método de disco-difusão) reportadas como penicilina-sensível; 36
amostras mostraram um halo de oxacilina (1μg) ≤ 19mm, sendo determinada a
concentração inibitória mínima (CIM) pelo E-test® de penicilina, indicando
assim 20 amostras (20%) com resistência intermediária à penicilina e 16
amostras (16%) com resistência de nível pleno à penicilina (Figura 3). E em
duas amostras não foi realizado o teste.
25
5 - DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
As doenças causadas por Streptococcus pneumoniae prevalecem em
pacientes do sexo masculino, em crianças (faixa etária de 0 a 11 anos) e em
pacientes com infecção respiratória, semelhante ao que ocorre nos EUA,
Canadá, Europa Oceania e América Latina (VIEIRA, 2007).
Apesar do pneumococo ser um dos principais patógenos de infecções
pulmonares, de acordo com dados epidemiológicos da literatura
(LUNDGREN,2003) foram mais diagnosticados através do sangue e menos de
materiais de sítios respiratórios.
O sorotipo encontrado em maior número foi o 14, assim como em outros
estudos (MANTESE, 2003; BRICKS, 2006). E os sorotipos mais
frequentemente isolados estão presentes na vacina heptavalente,
determinando a importância da inclusão da vacina no calendário básico de
imunização no Brasil, diminuindo assim a incidência desse microrganismo na
população. A resistência à penicilina, na maioria dos casos envolveu os
sorotipos 14, 6B, 19A e 23F, denominados sorotipos infantis responsáveis por
infecções em crianças, como demonstrado em países em desenvolvimento.
O uso de penicilina G cristalina é a opção terapêutica utilizada nesta
instituição para o tratamento de pneumonias, meningites e septicemias por este
agente, visto que 84% das amostras foram sensíveis ou intermediárias a este
antibiótico. Entretanto, é previsível um aumento da resistência à penicilina e
mudanças na antibioticoterapia empírica para pneumonia nos próximos anos,
visto que 16% das amostras foram resistentes.
Publicações nacionais descrevem pequenas taxas de resistência a
ceftriaxona, mas é um fato preocupante devido ao uso indiscriminado de
cefalosporinas oral no tratamento de meningite, principalmente em crianças. A
resistência as fluorquinolonas foi ausente no estudo, mas está aumentando em
algumas regiões do mundo, predominando em adultos, principalmente acima
de 65 anos, devido ao uso elevado dessas drogas (CUNHA, 2006)
Vancomicina tem o potencial de atuar em todos os pneumococos
resistentes a penicilina e ceftriaxona.
Conclui-se que as características intrínsecas de patogenicidade
dependendo da idade contribuem para o predomíneo em crianças, assim como
a extensa exposição aos antimicrobianos no desenvolvimento de resistência à
26
penicilina. É importante que a adequação do tratamento antibiótico empírico
nas infecções pneumocócicas seja avaliada mediante teste de sensibilidade
corretamente executado. Embora a pequena dimensão da população estudada,
existe semelhança com resultados nacionais e internacionais.
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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VIEIRA, A.C.; GOMES, M.C.; ROLO FILHO, M.; EUDES FILHO, J.; BELLO,
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