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Sistema de Ensino Presencial Conectado

serviço social

Estephany de mesquita magalhães

Serviço social e adoção:

As contribuições do assistente social neste processo.

Sobral

2014

estephany de mesquita magalhaes

Serviço social e adoção:

As contribuições do assistente social neste processo.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,


como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

Orientador: Prof. Maria Angela

Sobral

2014

ESTEPHANY DE MESQUITA MAGALHÃES

Serviço social e adoção:

As contribuições do assistente social neste processo.

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à Universidade Norte do Paraná –


UNOPAR, no Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, como requisito parcial para
obtenção do titulo de Bacharel em Serviço Social, com nota final igual a _______, conferida
pela Banca Examinadora formada pelos professores:

______________________________________________

Prof.(a) Orientador(a) Márcia Maria Santos Silva

Universidade Norte do Paraná

______________________________________________
Prof.(a) Renata Castro da Ponte

Universidade Norte do Paraná

______________________________________________

Prof.(a) Maria Aparecida Mesquita Sousa

Universidade Norte do Paraná

Sobral, ______ de ___________ de 2014

Londrina, _____de ___________de 20___.

Dedico este trabalho a minha família, que sempre me apoiou em minha formação. Mas
principalmente a minha mãe, que é meu exemplo de mulher guerreira e que sempre acreditou
em minhas conquistas, apoiando e colaborando no meu desempenho acadêmico.

agradecimentos
Primeiramente a Deus, que proporcionou esta caminhada, ajudando a superar todos os
obstáculos até aqui e que nos ilumina todos os dias.

A minha mãe e a minha família que acompanharam todo este percurso sempre incentivando a
continuar.

Ao meu amor, que teve todo cuidado e paciência comigo durante esse percurso tão difícil.

A tutora de sala Renata Ponte, que nos acompanhou e orientou durante os últimos e mais
difíceis semestres letivos, colaborando significativamente para o alcance de nossas metas.

Aos professores que contribuíram para a nossa formação acadêmica, com todo conteúdo
disciplinar oferecido.

As minhas colegas de sala, algumas em especial, que sempre contribuíram durante esses
longos períodos do curso, principalmente nas atividades em grupo.

A nossa orientadora Márcia Santos, que colaborou de forma significativa para a execução
deste trabalho.

E, finalmente, as minhas supervisoras de estagio, Edna Pacheco e Nízia Araujo, que sempre
sanaram as dúvidas e colaboraram para a aprendizagem em campo, e sem a orientação e
auxilio delas não estaria aqui.

MAGALHÃES, Estephany de Mesquita. Serviço Social e Adoção: as contribuições do


assistente social neste processo. 2014. 50 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas,
Universidade Norte do Paraná, Sobral, 2014.
RESUMO

O presente trabalho analisará o contexto histórico do serviço social frente ao processo de


adoção, juntamente a importância da atuação dos profissionais durante tal processo. O
assistente social é categoria profissional estabelecida por lei na legislação federal, e está
inserido em vários campos de atuação social como saúde, educação assistência e juizado da
criança e adolescente, com enfoque na presença em equipe técnica de processos de adoção.
O presente estudo tem como objetivo compreender a atuação do assistente social frente ao
processo de adoção em face da jurisdição e aspecto social que tal instituto abrange,
contextualizando a trajetória do serviço social e do processo de adoção chegando até os dias
atuais e as contribuições de tal profissão à esse instituto. Neste enfoque, percebe-se, a
importância deste estudo a respeito do conhecimento sobre a atuação do assistente social no
processo de adoção visto que este compõe uma das áreas de atuação da categoria
profissional.

Palavras-chave: Serviço Social. Adoção.

MAGALHÃES, Estephany de Mesquita. Social Serviceand Adoption:The contributions of the


social worker in this process. 2014. 50 sheets. Completion of course work (undergraduate
Social Work) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do
Paraná, Sobral, 2014.

ABSTRACT

This paper will examine the historical context of social services across the adoption process
along the importance of the work of professionals during this process. The social worker
professional category is established by law in federal law, and is inserted in various fields of
social action such as health, education and care of children and teen court , focusing on the
presence of crew adoption processes . This study aims to understand the role of the social
worker against the adoption process in the face of the court and social aspect that covers such
institute, contextualizing the history of social work and adoption process coming to the present
day and the contributions of such profession at this institute. In this approach, it is noticed, the
importance of this study about the knowledge on the role of social worker in the adoption
process as this makes up one of the areas of the profession

Key-words: Social Services. Adoption.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

UNOPA
Universidade Norte do Paraná
R

CEAS Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

CFAS Conselho Federal de Assistência Social

CFESS Conselho Federal de Serviço Social

CRESS Conselho Regional do Serviço Social


IAPs Instituto de Aposentadorias e Pensões

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

a.C antes de Cristo

SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO
Desde as sociedades primitivas a prática da assistência sempre foi um aspecto presente em
diversas culturas. Pobreza, fome e miséria sempre foram cenários comuns em diferentes
sociedades e épocas, porém em um determinado período tais fatores se agravaram
necessitando de uma intervenção menos paliativa e mais profunda por parte do estado e da
sociedade nascendo assim o Serviço Social. Que surgiu inicialmente com o intuito de amenizar
conflitos sociais/trabalhistas, hoje se constitui em profissão regulamentada por lei que possui
diferentes campos de trabalho e ações, como saúde, educação, assistência e juizado da
infância e adolescente, com destaque de trabalho nos processos de adoção.

O processo de adoção no Brasil consisti em processo jurídico, que visa transferir os direitos de
pais biológicos a famílias substitutas. Tal instituto advém de séculos atrás encontrando-se
presente em varias civilizações antigas e até mesmo na bíblia. Contudo com o passar das eras
esse processo foi-se modificando e reformulando-se para melhor atender aos seus objetivos.

Hoje, no Brasil, a adoção conta com legislações referentes as diretrizes processuais, como o
estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Adoção – Lei 12.010 de 2009 – tais
legislações visão reforçar o processo de adoção legalmente, contando com uma equipe técnica
que opera em prol do menor assessorando a decisão do juiz.

Nesta equipe técnica apresenta-se o profissional de Serviço Social, como instrumento


importante na concessão da adoção, pois é função deste fazer o estudo de caso no estagio de
convivência entre a criança e a futura família, disponibilizando ao final seu parecer técnico
perante o caso, através do qual o juiz dará a sentença final, favorável ou não.

O presente estudo tem por objetivo geral compreender a atuação do assistente social frente ao
processo de adoção em face da jurisdição e aspecto social que tal instituto abrange. Para
atingir tal objetivo o estudo aborda os seguintes objetivos específicos:

1. Contextualizar a trajetória do Serviço Social desde seu surgimento na Europa até os


dias atuais no contexto contemporâneo brasileiro.

2. Conhecer o contexto histórico da adoção, bem como seu processo de reconhecimento


e o papel que exerce na sociedade atual.

3. Analisar as contribuições do Assistente Social frente ao processo de adoção.

Para o alcance de tais objetivos utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica através
de artigos acadêmicos retiradas de sítios eletrônicos e livros de autores da área abordada para
que se possa compreender a atuação do assistente social diante do processo de adoção.

Percebe-se neste enfoque a importância para os acadêmicos do conhecimento sobre a


atuação do assistente social no processo de adoção visto que este compõe uma das áreas de
atuação da categoria profissional. Em concordância à pesquisa realizada o presente trabalho
encontra-se estruturado da seguinte forma:

O primeiro capítulo aborda o contexto histórico do Serviço Social até a cena contemporânea
brasileira. No segundo capitulo será discutido o contexto da adoção desde os primeiros fatos
ocorridos historicamente, o conceito e a representação social de tal instituto e as modalidades
cabidas neste processo. No capitulo final será abordado o processo jurídico da adoção bem
como a importância da atuação do assistente social neste processo.

Busca-se com uma abordagem geral sobre o tema, bem como uma análise crítica dos
objetivos, compreender a importância do profissional de Serviço Social como ferramenta de
resolução no processo de adoção.

 Serviço social
O Serviço Social, enquanto profissão, na maioria dos países, encontra-se estreitamente ligada
às relações capitalista. Uma vez que o sistema capitalista gera desigualdades sociais e má
distribuição de renda, originando, desta forma, indivíduos em situação pobreza e miséria, sem
as mínimas condições de subexistência.

Sua origem é distinta, e advém de séculos passados, inicialmente, concebido pela burguesia,
para “acalmar” a classe proletária insatisfeita com as condições de trabalho instituídas pela
classe detentora do capital. Posteriormente o Serviço Social foi-se expandindo através dos
países estando sempre vinculado a práticas caritativas e de cunho religioso, buscando entre
suas práticas, inicialmente assistencialistas, a racionalização teórica para a profissão.

Para Martinelli:

É uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês,
gestada sob o manto de uma grande contradição que impregnou suas entranhas, pois
produzida pelo capitalismo industrial, nele imersa e com ele identificada “como a criança no
seio materno” (Hegel, 1978, § 405: 228), buscou afirmar-se historicamente – sua própria
trajetória o revela – como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela
Igreja, como uma mistificada ilusão de servir. (p.66, 2000)

 QUESTÃO SOCIAL E O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL


A questão social se expressa como um conjunto de relações ligadas ao processo capitalista
revelando desigualdades sociais em níveis alarmantes tais como: pobreza, fome, insalubridade.

Na idade media o trabalho se instituía em uma estrutura familiar, onde a família trabalhava
durante o dia nas terras dos senhores feudal para prover sua subsistência, e manter a lavoura
do senhor (SIKORSKI,2009, p.3). A pobreza nesse período era um fator comum, porem
controlado, com o passar dos tempos o comercio foi se expandindo e consequentemente as
cidades, onde ocorriam às trocas de mercadoria, a população foi deixando o campo dando
origem aos aglomerados urbanos e ao sistema capitalista.

O surgimento da Revolução Industrial, ao longo do século XIX, surgida inicialmente na


Inglaterra, instituiu um novo modelo de manufatura na Europa, que deu ênfase as bases
industriais, com surgimento de máquinas e novos processos de trabalho.

Tratava-se de um tempo marcado não somente pelas grandes invenções que revolucionaram
as técnicas e os processos produtivos, mas também pelo surgimento e ascensão do
capitalismo industrial, trazendo consigo uma revolução econômica e social sem precedentes.
Caracteriza-se por um novo modo de produção, desenvolvido em um espaço específico – a
fábrica, a indústria –, exigindo uma demanda contínua de mão de obra, com formas coercitivas
de recrutamento para satisfazer o ritmo da produção fabril, levando uma concentração de
trabalhadores a viver nos arredores da fábrica. (BOGADO; BRANCO, p.118/119, 2009)

Este novo conceito de produção deixa de representar a simples natureza de transação


monetária, no momento em que a propriedade dos meios de produção começa a ser encarado
com um novo sentido. Segundo Marx (apud Martinelli, 2000), “o capital é uma relação social e o
capitalismo um determinado modo de produção, marcado não apenas pela troca monetária,
mas essencialmente pela dominação do processo de produção pelo capital.” Esse novo
processo de produção surgido, origina uma nova ordem social, onde a propriedade dos meios
de produção estava concentrada em posse de uma classe que representava a minoria da
sociedade, denominada burguesia, refletindo no aparecimento de uma segunda classe que
nada possuía além da sua força de trabalho, o proletário (Bogado; Branco, 2009).

O conceito de propriedade de terra, gerado pelo capitalismo, tornava os camponeses


“trabalhadores livres” o que promoveu a drástica ruptura entre esses trabalhadores e o campo,
pois a terra antes comum a todos, não mais provia formas de subsistência, transformando-os
em mão-de-obra urbana. Esse cenário acaba permitindo a marcha expansionista da Revolução
Industrial, de forma que os detentores de capital conseguem suprir as demandas de força de
trabalho em um primeiro momento. Para Dorigon:

Os camponeses, com a concentração da propriedade da terra nas mãos de poucos, perderam


os meios de produção e não tiveram outro caminho a não ser vender sua força de trabalho ao
capitalista em troca de um salário, o que intensificava a separação entre trabalhadores e meios
de produção. (p. 70, 2006).

BOGADO; BRANCO (2009) coloca que essa transformação capitalista que propicia à
concentração de operários próximos a indústria, faz surgir as “cidades industriais, condição
necessária ao capitalismo”. Dispõe também, que a classe burguesa tratava a população
operária com submissão e “abusiva exploração”, nesse momento o Estado, por sua vez,
encontrava-se estreitamente ligado à burguesia, subordinando-se de forma a estabelecer uma
legislação incabível ao proletário, pois se compunha de leis que protegiam e colaboravam com
a ascensão do capital e de seus possuidores, conferindo à classe operária, inúmeras e difíceis
situações no que concerne a esfera social. Martinelli (1991, p.55) explicita que a classe
trabalhadora era visualizada “como um mero atributo do capital, como um modo de existência
deste, os capitalistas não hesitavam em criar formas coercitivas de recrutamento do operariado
e de sua abusiva exploração”.

Na intenção de tornar seus produtos competitivos e aumentar os lucros, a burguesia industrial


pagava baixos salários e expunha seus operários a exaustivas jornadas de trabalho. Como
consequência, péssimas condições de vida e altos índices de acidentes de trabalho. Como
Dorigon afirma:

Num primeiro momento as fábricas surgiam com uma forma tenebrosa, em grandes edifícios
lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número de operários. O ambiente interno
era inadequado e insalubre, com pouca iluminação e ventilação deficiente; ou seja,
apresentava condições precárias, era abafado e sujo, o que de certa forma propiciava a
infestação de doenças. [...]

A remuneração dos operários era insignificante, pois não conseguiam manter sua família em
suas necessidades básicas Por sua vez essa situação levava à requisição do trabalho das
crianças e das mulheres, cujos salários, entretanto, eram mais baixos ainda que os dos
homens e levam à corrosão da saúde e à exaustão. (p. 80/81, 2006)

Os operários eram levados a morar em cortiços sem as mínimas condições de higiene, o que
resultava na propagação de doenças e epidemias. Essa situação provocou inúmeros conflitos
entre patrões e empregados. A burguesia controlava o Estado e considerava a questão
trabalhista caso de policia, estando protegidos pela lei que estipulava multas aos operários por
irregularidade ou má execução do trabalho, controlava o horário e a utilização das maquinas e
ferramentas (Martinelli, 2000).

Tais experiências de subordinação e humilhações levam a organização da classe operaria na


luta por melhores condições de trabalho e direitos sociais. O Estado sentindo-se ameaçado, e
em resposta a esses conflitos aufere a revogação da Lei dos Pobres.

Esta lei, firmada primeiramente, pela rainha Elizabeth I, por volta de 1601 (SIKORSKI, p.6) se
tratava de um estatuto que reunia normas de acolhimento aos pobres, classe em constante
expansão devido aos crescentes meios capitalistas que levaram a população para a cidade em
busca de trabalho. Esse conjunto de leis, não visava assistência como um meio de melhoria de
condições de vida, mas sim uma forma de controlar e amenizar os problemas sociais causados
pela expansão do capitalismo. A lei dos pobres defendia o fim da vagabundagem e da
mendicância, o individuo que vivia na rua deveria obter assistência da igreja recebendo
condições de sobrevivência (comida e moradia), sendo levados à indústria em detrimento do
aumento da produção capitalista (SIKORSKI, 2006, p.8). A revogação desta lei foi concebida
em 1834 “para administrar o auxílio aos pobres, de acordo com as leis já existentes antes
desse período” (DORIGON, p.67).

[...] o objetivo maior dessa lei era administrar o auxílio aos pobres da Inglaterra, bem como
impedir o homem produtivo de reivindicar ajuda, prover refúgio para o doente e desamparado,
formando um grupo para gerenciar as instituições que estavam sendo organizadas e executar a
lei, como estabelece o parágrafo 15 da lei de 1834. (DORIGON, p.67)

Martinelli acrescenta:

Com a reformulação da lei, que nada perdeu de seu caráter rigoroso e excludente, foram
criadas as Casas de Trabalho e instituídas as Caixas dos Pobres para concessão de auxilio
dependiam de rigoroso inquérito da vida pessoal e familiar dos solicitantes. [...] O atendimento
implicava assumir-se como dependente do poder público e, portanto, preso a uma vida
controlada por normas e regulamentos. (MARTINELLI, 1991, p.58)

Bogado; Branco (2009) expõem que, ainda assim, permanecia forte a dominação e exploração
dos burgueses sempre buscando artifícios para viabilizar e consolidar seus interesses,
reproduzindo o aumento intensivo da pobreza e miséria, mesmo com a evidente insatisfação da
classe trabalhadora. Neste âmbito, encontrava-se a necessidade de implantar um regime para
conter as manifestações operárias e os crescentes problemas gerados pelo aumento
incoercível da pobreza.

Os autores ressaltam também que em resultado a esse contexto conflituoso a burguesia


decidiu aplicar práticas assistencialistas findando validar o poderio e a situação subumana a
que a classe trabalhadora estava fadada a vivenciar. Tais práticas, contando com mecanismos
legais, provia em sua essência sustentar e manter a ordem imposta pela burguesia, tornando
tais feitos legítimos de garantias incontestáveis e aceita pelo proletariado, população ao qual
estava destinada.

Entretanto, as expressões da questão social imposta pelas relações contraditórias da relação


social capital versus trabalho –, más condições de trabalho, salário incompatível, carga horária
abusiva, pobreza, miséria, exploração – não foram sanadas e a crescente insatisfação da
população operária era evidente.

Com o acirramento da pobreza nas décadas iniciais da segunda metade do século XIX,
membros da alta burguesia, vinculados à Igreja Evangélica e motivados por autoridades locais,
reuniram-se com o objetivo de estudar a reforma do sistema de assistência pública inglesa,
pois a forma anacrônica de atuação desse sistema, com base na experiência pré-capitalista
posta por ações individualistas reducionistas, não mais atendia às mudanças provocadas pela
revolução Industrial e pela explosão de seqüelas sociais. (BOGADO; BRANCO, 2009, p.121)

Com o intuito de reduzir tais conflitos sociais, os burgueses recorreram aos filantropos,
estudiosos que tinham como filosofia que as contradições impostas pelo capitalismo deveriam
cessar, sem eliminar os burgueses, mas sim tornando todos os homens burgueses
(MARTINELLI, 2000). Tais estudiosos denominavam-se “reformistas sociais”, e objetivavam
impor novas práticas sociais que atendesse as controversas relações sociais existentes que
incidiam sobre o proletário refletindo-se na hegemonia burguesa. A burguesia aliando-se aos
reformistas visava uma reforma que constituísse a consolidação do modo de produção
capitalista, desta forma os transformou em agentes sociais, responsáveis por disseminar o
discurso de socialização ideológica burguesa, com estratégias garantidoras “da manutenção e
expansão da ordem capitalista”. (BOGADO; BRANCO, 2009)

Ocultando suas reais intenções em um abstrato discurso humanitário, baseado na igualdade e


na harmonia entre as classes, a prática social burguesa procurava gerar a ilusão de que havia,
por parte da sociedade, um real interesse pelas condições de vida da família operária, por seu
salário, por suas condições de habitação, saúde, educação. Assim, atendendo às
determinações da burguesia, colocando-se a seu serviço, os reformistas, eles próprios,
membros da classe burguesa, proporcionaram todas as condições para que a prática social
fosse plasmada de acordo com seus interesses de classe, fazendo da face da prática social a
face da burguesia, que era, na verdade, a face dominante da sociedade européia durante toda
a primeira metade do século XIX. (MARTINELLI, 1991, p.65)

Em meio ao cenário de autoritarismo burguês e a tentativa de consolidação dos meios de


produção capitalista a classe operária estimula a unificação dos sindicatos nacionais,
impulsionando a novas manifestações advindas destes meios. Na tentativa de refrear tais
acontecimentos, Estado, Igreja e burguesia aliam-se em um compacto bloco político a fim de
conter as expressões sociais e políticas da classe. Essa aliança resultou, na Inglaterra, a
criação da Sociedade de Organização da Caridade, reunindo os reformistas sociais que
assumiram diante da sociedade vigente a responsabilidade pela normatização, racionalização e
execução da prática de assistência. Martinelli (1991) destaca que “surgiam, assim, no cenário
histórico os primeiros assistentes sociais, como agentes executores da prática da assistência
social, atividade que se profissionalizou sob a denominação de ‘Serviço Social’, acentuando
seu caráter de prática de prestação de serviços”.

O Serviço Social origina-se como profissão, marcado profundamente pelo capitalismo em face
do conjunto de variáveis que a ele estão aliados – alienação, contradição, antagonismo –, foi
nesse cenário intenso de conflitos que ele foi gerado e desenvolvido.

O Serviço Social já surge, portanto, no cenário histórico com uma identidade atribuída, que
expressava uma síntese das práticas sociais pré-capitalistas – repressoras e controlistas – e
dos mecanismos e estratégias produzidas pela classe dominante para garantir a marcha
expansionista e a definitiva consolidação do sistema capitalista.

[...]

Transitando contraditoriamente entre as demandas do capital e trabalho, e operando sempre


com identidade que lhe fora atribuída pelo capitalismo, o Serviço Social teve roubadas as
possibilidades de construir formas peculiares e autenticas de prática social, expressando-se
sempre como um modo de aparecer típico do capitalismo, em sua fase industrial.
(MARTINELLI, 1991, p.67)
A partir desse momento histórico, as práticas assistenciais passam a ser mantidas, na
Inglaterra, pela Igreja através da Sociedade de Organização da Caridade e o Serviço Social
não passava de um instrumento burguês para a consolidação do capitalismo. Engendrando
seus agentes na “ilusão de servir e seus destinatários na ilusão de serem servidos”
mascarando desta forma, suas reais intenções. Tal sociedade partia da premissa de que
apenas refreando os movimentos trabalhistas, assim como suas manifestações, mantendo um
domínio sobre os aspectos da questão social é que se poderia garantir a organização social
adequada. A assistência cumpria, nesse período, a função econômica de assegurar a
expansão do capital expressando-se em sua função ideológica, explícita repressão sobre a
organização proletária. Contudo os movimentos organizados pelos operários tornavam-se cada
vez mais organizados politicamente, gerando uma presença marcante no cenário social, em
meio ao fenômeno que se tornara mundial, e de extensão: a pobreza, necessitando de medidas
urgentes por parte das autoridades ligadas a esfera social. Novamente a burguesia necessitou
rever suas estratégias de prática social cobrando da Sociedade de Organização da Caridade
medidas efetivas que pudessem conter os aspectos mais expressivos da questão social.

O agravamento da situação dava-se de forma tão intensa que, em 1851, Florence Nightingale,
enfermeira pertencente à alta sociedade inglesa, tomou conhecimento de trabalhos
desenvolvidos na Alemanha e na França, no âmbito da assistência a enfermos, e resolveu
estagiar nestes locais para conhecer melhor tais praticas sociais desenvolvidas nestes países.
Nos dois locais a preocupação mais iminente era com os pobres e os doentes e a realização de
visitas domiciliares como método de amenizar os sofrimentos físicos e sociais. Estes trabalhos
desenvolvidos por Nightingale, situando a visita domiciliar como instrumento eficaz de práticas
educativas, foi determinante no processo de racionalização da assistência e sua sistematização
em bases cientifica. Para Martinelli (1991, p.103):

O contato direto com a família operaria era muito valorizado nesta época, pois, segundo a
concepção da burguesia, tanto seus problemas de subsistência como suas reivindicações no
contexto de trabalho eram relacionados com ‘problemas de caráter’. Foi com base nessa
concepção que a Sociedade de Organização da Caridade adotou e difundiu a idéia da
assistência social como uma ação de ‘reforma do caráter’.

Sob o exemplo de Florence Nightingale e Octavia Hill, que originou um trabalho de instrução
familiar e social em Londres, Charles Loch, em 1875 (MARTINELLI) através da Sociedade de
Organização da Caridade, deu inicio às suas atividades nesta área, seguindo as experiências e
práticas adquiridas por estas, defendeu também a ideia de um local destinado ao atendimento
às famílias operarias e em situação de desemprego e abandono social. Com o apoio de
membros da igreja, Loch conseguiu implantar, em Londres, um Centro de Ação Social, com o
intuito de ampliar tais trabalhos em setores de educação familiar sobre higiene e saúde, além
dos demais. Com tais trabalhos desenvolvidos na intenção de reorganizar a assistência sob os
padrões do domínio burguês, a Sociedade de Organização da Caridade, ganhou força e
expandiu-se através dos países alcançando a América, defendendo a ordenação da
assistência em fundamentos científicos.

Em 1897(MARTINELLI), Mary Richmond – membro integrante da Sociedade de Organização


da Caridade de Baltimore –, participando das ideias de constituição da escola de Serviço
Social, propôs a criação de uma escola de ensino de filantropia aplicada, na Conferencia
Nacional de Caridade, acontecida em Toronto, com o intuito de formação teórica e
profissionalização dos “agentes sociais”. Richmond defendeu a utilização da investigação
domiciliar como ferramenta principal para realização do diagnostico social.

Segundo Oliveira apud  Bogado e Branco (2009):

Mary Richmond foi pioneira no Serviço Social, por sistematizar sua construção prática.
Preocupou-se em conhecer, na Assistência Social, o que era questionado pelos agentes
sociais ao concederem o auxilio e como se comportava a pessoa que o recebia. A partir dessas
indagações, procurou caracterizar o problema social, conceituando pessoa e mundo,
considerando que o individuo só pode ser pessoa se participa do meio social.

A partir da ideia divulgada por Richmond durante a Conferência em Toronto, iniciou-se em


Nova York o primeiro curso dedicado ao ensino da ação social ou aplicação cientifica da
filantropia, como Mary Richmond preferia chamar (MARTINELLI). Esse ato gerou,
posteriormente, a fundação da Escola de Filantropia Aplicada que desenvolveu cursos visando
à formação de agentes sociais voluntariados. Ao passar dos anos e aumentar das crises que
regiam os continentes de economia capitalista, as escolas de Filantropia Aplicada começam a
ser ampliadas e difundidas por toda a Europa e America, partindo ainda da mesma premissa
que a problemática social estava relacionada a transtornos de caráter da população menos
abastada.

Para Martinelli:

Acolhendo a concepção dominante na sociedade burguesa de que aos problemas sociais


estavam associados problemas de caráter, Richmond concebia a tarefa assistencial como
eminentemente reintegradora e reformuladora do caráter. Atribuía grande importância ao
diagnóstico social como estratégia para promover tal reforma e para reintegrar o individuo na
sociedade. (grifo do autor)

O crescimento das escolas de Filantropia Aplicada permitiu ordenar a ação assistencial sob
procedimentos técnicos especializados, nesta perspectiva, a assistência passava de
organização caritativa de cunho religioso a ações relacionadas a propósitos mais abrangentes,
realizar tais práticas sociais exigia o domínio sobre seus fundamentos e procedimentos que lhe
eram próprios, com objetivos mais amplos firmava-se em bases mais consistentes.

Martinelli ressalta que a intenção inicial e primordial era tornar a ação destes reformistas
sociais, marcantes de uma forma distinta, desviando-se dos objetivos implantados durante o
período feudal e pré-capitalista veiculando-a como um novo meio de abordagem da “questão
social”, no entanto, ainda desprovida de uma sistematização profissional para inserção na
divisão social de trabalho. Nessa nova fase, expressões como caridade, assistência e
filantropia aplicada não mais satisfazia a real intenção desse “trabalho social”, como Richmond
tratava e que agradou os interesses burgueses, pois favorecia a legitimação do conceito de que
se tratava de uma atividade destinada a auxiliar a família trabalhadora e de que “o agente
profissional também era um trabalhador” (MARTINELLI. 1991).

Para Bogado e Branco (2009):

O processo de institucionalização do Serviço Social caminhava a passos largos. Crescia a


penetração de seus agentes sociais não apenas em instituições de natureza públicas, mas
também privada. Os cursos de qualificação para o exercício da ação social multiplicavam-se,
acompanhado da expansão das escolas.

Realizou-se em Nova York, em 1916, a I Conferencia Nacional de Trabalhadores sociais


(MARTINELLI, 1991), evento no qual, representando as Sociedades de Organização da
Caridade americanas, Mary Richmond que há muito vinha estudando bases cientificas para a
consolidação da assistência e sua aplicação técnica, defendeu a concepção de que essa nova
profissão deveria receber oficialmente a designação de Trabalho Social e seus profissionais de
trabalhadores sociais, pois considerava que esta denominação deixava clara a diferença entre
a nova categoria profissional dos procedimentos caritativos desenvolvidos anteriormente.

De acordo com Martinelli (1991), tais práticas continuavam, na Europa, fortemente entrelaçada
as bases da Igreja sendo denominadas de Serviço Social, como a atividade de servir, de
doação, e seus agentes executores de assistentes sociais, desvinculado totalmente de uma
racionalização profissional. Enquanto as Sociedades de Organização da Caridade americanas
defendiam o processo sistemático desta nova categoria profissional, na tentativa de
desvincular-se do domínio religioso imposto, até pouco tempo, pela igreja, as europeias
colocavam-se inteiramente a disposição da disseminação da “caridade” conforme influencia
desta.

Para Bogado e Branco (2009):

Desta forma, em uma trajetória histórica, os caminhos percorridos pelo Serviço Social, assim
como seus espaços geográficos de atuação, foram se diferenciando, remetendo a
operacionalização da prática e a organização da categoria profissional a diferentes patamares.

Assim não perdemos de vista as circunstancias sob as quais surgiu o serviço social, e ainda, a
qual necessidade histórica esta profissão veio atender [...] Nessa perspectiva, entendemos que
o Serviço Social surge como mais uma das estratégias do capital para manter sob controle as
necessidades dos trabalhadores.

 o SERVIÇO SOCIAL no cenario brasileiro


O surgimento do Serviço Social, no Brasil, assim como na Europa, encontra-se estreitamente
ligado as relações capitalistas e as condições de vida impostas pelos burgueses ao proletário,
embora partindo de fenômenos conjunturais distintos, uma vez que o fim da escravidão era um
fenômeno recente na historia do país e que o advento da questão social está intimamente
ligado ao desenvolvimento alargado do trabalho livre.

Espelhando-se sempre no modelo europeu, as primeiras práticas assistenciais, no país, foram


resultados de iniciativas particulares de setores da burguesia fortemente relacionadas à Igreja
Católica, objetivando coibir os avanços das manifestações organizadas pela classe operária.
Martinelli (1991) afirma que, também no Brasil, a concentração capitalista deixava as origens
da produção agrária, concentrando-se no mercado de trabalho urbano na consolidação das
indústrias e atividades fabris incorporando sua economia ao mercado mundial. Dentro deste
quadro histórico-conjuntural, origina-se um seguimento em que:

A luta pela vida, pela sobrevivência, pelo trabalho, pela liberdade levava o proletário a avançar
em seu processo organizativo, o que era visto com muita apreensão pela burguesia. Unindo-se
ao estado e à Igreja, como poderes organizados, a classe dominante procurava conceber
estratégias com força disciplinadora e desmobilizadora do movimento do proletariado. Porém,
os antagonismos que marcavam as relações sociais do sistema capitalista e que penalizavam o
trabalhador e sua família já não admitiam mais recuos. A luta de classes se impunha como
realidade irreversível, determinando um quadro social marcado pela permanente tensão. A
República Velha estava desmoronando e teve seu fim com o movimento político-militar de
1930. (MARTINELLI, 1991, p.122)

A partir da década de 20 (IAMAMOTO; CARVALHO, 2006) as atividades assistenciais partiram


de iniciativas da Igreja, com o movimento católico “leigo”, o Serviço Social inicia-se como um
setor caracterizado pela ação social, englobando a Igreja como instituição social de caráter
religioso. A cooperação do clero no controle do operariado remete ao inicio das primeiras
unidades fabris, desenvolvendo trabalhos assistenciais pretendendo opor-se ao sindicalismo
autônomo. Nesse contexto, Bogado e Branco (2009) expõem que partindo dessa premissa de
assistência católica, inicia-se em 1920 a Associação das Senhoras Católicas, em São Paulo, e
a Liga das Senhoras Católicas, no Rio de Janeiro em 1923, com atividades desenvolvidas pela
burguesia com forte apoio do Estado. As atividades desenvolvidas neste período não
buscavam apenas o amparo aos indigentes, como também assistência preventiva, numa
concepção original de aliviar as profundas sequelas marcadas pelo desenvolvimento
capitalista.
SIKORSKI (2009) alega que no desenvolver da década de 30 a classe operária se manifesta
com um maior peso numérico e organizacional, dentro de um contexto político e social que dá
ênfase a crise da primazia burguesa e a constante associação do proletário, frente às péssimas
condições de trabalho a eles impostos.

De acordo com Martinelli (1991) foi criado em 1932, com o objetivo de tornar as atividades
promovidas, pela filantropia burguesa apoiada pela Igreja, mais eficazes e produtivas, o Centro
de Estudos e Ação Social de São Paulo – CEAS, que deu início a seus trabalhos, oficialmente
a partir da abertura do “Curso Intensivo de Formação Social para Moças” constituído por
jovens, de formação ligada a Igreja, que se mostravam empenhadas a aprender os novos
problemas da sociedade da época que as remetiam.

Como descrito por Iamamoto; Carvalho (2006) o objetivo principal do CEAS era de:

“[...] promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e
fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos
problemas sociais”, visando “tornar mais eficiente à atuação das trabalhadoras sociais” e
“adotar uma eficiente orientação definida em relação aos problemas a resolver, favorecendo a
coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e obras de caráter social”.

Até o fim do ano de 1932, o CEAS contava com quatro Centros operários, fundados com o
objetivo de aproximar-se do proletariado buscando investigar suas necessidades e possíveis
formas de atuação social, através de atividades diversas. Para Bogado; Branco (2009) sob o
efeito da vasta amplitude que a assistência social se difundia neste período, através do CEAS,
marcada pelo forte assistencialismo e influencia religiosa, iniciaram-se os trabalhos de
formação de profissionais sociais com a criação da Escola de Serviço Social de São Paulo.

A partir desta fase, começam a surgir uma demanda de especialistas na área social por parte
do Estado que originaram, em primeira iniciativa, cargos de fiscais femininos para o trabalho de
mulheres e menores. Em conseguinte criou-se o departamento de Assistência Social do Estado
com o objetivo de gerir e organizar a demanda de serviços sociais estatais, à população.
Segundo Iamamoto; Carvalho (2006), em 1938, seria estruturado a Seção de Assistência
Social, com o objetivo de:

[...] “realizar o conjunto de trabalhos necessários ao reajustamento de certos indivíduos ou


grupos às condições normais de vida”, organiza para tal: o Serviço Social dos Casos
Individuais, a Orientação Técnica das Obras Sociais, o Setor de Investigação e Estatística e o
Fichário Central de Obras e Necessitados. (Iamamoto; Carvalho. 2006 p.175)

Segundo GOES (2009) essa marcha de sistematização profissional se enraíza no cenário


social com a inauguração de novas escolas de formação e o aumento de vagas de trabalho ao
profissional, permanecendo na posição de conservador do status burguês: “os profissionais
continuam a centrar sua prática no trabalho basicamente com ‘casos’ na tentativa de fazer o
individuo se adaptar e manter a sociedade estável”.

Neste cenário observa-se o inicio da construção de políticas sociais e a fundação de entidades


que visam à prática da assistência como forma de desdobramento das questões sociais,
advindas da conjuntura político-social da época, instituições como o Instituto de Aposentadoria
e Pensão (IAPs) e a criação Legião Brasileira de Assistência (LBA), demonstram alguns
ganhos as classes menos afortunadas como também com a instituição de direitos sociais como
salário mínimo nacional, jornada de oito horas diárias de trabalho, assistência à saúde, à
maternidade, férias remuneradas, entre outros (Belgini, 2006, p. 20).

A partir do primeiro Congresso Brasileiro de Serviço Social promovido em 1947, pelo CEAS, o
Serviço Social nacional começou a incorporar bases norte-americanas, com a reunião de
sujeitos determinados pela busca de uma profissão competente, com o intuito de obter uma
carreira remunerada e melhores salários para sua atuação. Do ponto de vista de GOES (2009):

Tudo isso vem caracterizar o papel do estado, pactuando com o aperfeiçoamento de


mecanismos de intervenção, comprometido na ofuscação das contradições do modo de
produção e em subsidiar a criação de um aparato institucional responsável pela prática
assistencialista com objetivo de buscar legitimidade para seu governo. Em suma, o serviço
social ultrapassa a condição de distribuidor da caridade, para se transformar instrumento de
execução da política social do Estado e dos setores empresariais.

Iamamoto; Carvalho (2006) reassalta que:

A atuação prática desenvolvida pelos primeiros Assistentes Sociais estará, assim, voltada
essencialmente para a organização da assistência para a educação popular, e para a pesquisa
social. Seu público preferencial – e quase exclusivo – se constituirá de famílias operárias,
especialmente mulheres e crianças. (grifo do autor)

Seguindo dos anos 1960 (PIANA, 2009), acontece a primeira crise ideológica em algumas
instituições de Serviço Social, tornando uma fase importante na construção da profissão no
âmbito nacional, pois a partir deste momento começa-se a perceber a “perspectiva política” de
sua prática. É neste momento que se inicia o movimento de reconceituação da profissão,
“representou uma tomada de consciência crítica e política dos assistentes sociais” o qual
questionavam-se sobre seus papeis na sociedade por meio de analise das contradições
acometidas no meio profissional. “Suas expectativas e desejos voltavam-se para a busca da
identidade profissional do Serviço Social e sua legitimação no mundo capitalista”. (PIANA,
2009).

FERREIRA (2009) ressalta ainda:

O movimento de reconceituação do serviço social constitui-se num esforço para


desenvolvimento de proposta de ação profissional condizente com as especificidades do
contexto latino-americano, ao mesmo tempo em que se configura como um processo amplo de
questionamento e reflexão crítica da profissão. [...]

Com o intuito de construir uma proposta que determinasse a ação profissional, desencadeou-
se um processo de discussão e revisão crítica, numa abordagem teórico-metodológica,
buscando promover o desenvolvimento de uma ação articulada com as lutas de movimentos
populares, objetivando a transformação social. (2009, p.161)

Para Netto (apud PIANA, 2009) podemos perceber a presença de três tendências no processo
de renovação do Serviço Social no Brasil e instauraram o pluralismo profissional: a vertente
modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção de ruptura.

Piana (2009) destaca ainda que, na tentativa de modernizar as práticas de serviço social
partindo do principio instrumental vigente, “a vertente modernizadora teve hegemonia até os
anos 70, iniciando-se no Seminário de Araxá em 1967 e se consolidando no Seminário de
Teresópolis em 1970”, fazendo a retificação de técnicas e métodos para adequar-se as novas
necessidades sociais. A segunda tendência constitui-se da reatualização do conservadorismo,
momento em que o Serviço Social “reatualiza a forma mais tradicional de atuação profissional”
“fundado na valorização do dialogo e do relacionamento” (BARROCO, apud Piana, 2006).

A terceira vertente desse movimento é a tendência conhecida como intenção de ruptura


(Netto, apud Piana, 2006), momento em que os profissionais buscam a construção de um
projeto que se destina romper com as bases estruturais conservadoras em busca de uma
reestruturação teórico-metodológica da profissão.

De acordo com Brandão:

Neste período foram lançados os alicerces mais sólidos para as análises da historicidade da
profissão, em suas relações com o Estado e o movimento das classes sociais, detectando
nessas relações as particularidades da profissionalização do Serviço Social sob diversos
pontos de vista. Foi feita, ainda, uma ampla reconstituição histórica da sua evolução no país,
sob diferentes angulações. (2006, p.52)

Neste período o Serviço Social amplia suas bases relacionando sua prática às relações entre
classes, visando à questão social em detrimento das classes menos abastadas. A década de
1980 (Ferreira, 2009) marcou fortemente os rumos técnicos do Serviço Social, período em que
pode se elaborar um projeto profissional que orienta as ações de diversos profissionais em todo
o país. Nesta mesma década e fruto deste projeto podemos identificar a criação do Conselho
Federal de Assistentes Sociais – CFAS – hoje Conselho Federal de Serviço Social – CFESS –
e dos CRESS – Conselho Regional de Serviço Social, a criação do Código de Ética Profissional
(Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993) (BRASIL, 2011) e as leis de
regulamentação da profissão – Lei nº 8.662/93 (BRASIL, 2011). Do ponto de vista de
GONÇALVES; KERNKAMP (2013) estas legislações técnicas “conjugaram não somente um
novo olhar sobre a autonomia profissional, como também a definição de valores humanistas,
éticos e o estabelecimento de atribuições e competências”. As autoras ressaltam ainda que:

Os princípios fundamentais do Código de Ética profissional enfocam, pois, o compromisso com


a liberdade, bem como a intenção de luta no campo democrático, para o estabelecimento de
uma nova ordem societária e um novo modo de operar o trabalho profissional. Rompe com o
conservadorismo, instaura um novo projeto profissional e afirma um compromisso com a
cidadania, e isso deve ser pensado na cotidianidade profissional. (GONÇALVES; KERNKAMP,
2013. P. 47)

Enquanto a lei de regulamentação da profissão Lei 8.662 de 1993 dispõe sobre a profissão do
Assistente Social e atribuições relativas a estes, tais como: elaborar políticas sociais junto aos
órgãos da administração pública; elaborar, coordenar, executar e avaliar planos programas e
projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social; orientar indivíduos e grupos no
sentido de identificar recursos e fazer uso destes no atendimento e na defesa de seus direitos.
(BRASIL, 2012)

Neste enfoque, o Serviço Social, surgido em um cenário de contradições e clima de


antagonismos gerados pelo capitalismo industrial, como profissão advém da tentativa de
amenizar as situações trabalhistas insustentáveis pelo proletário. O Assistente Social torna-se
um profissional marcado pelo desenvolvimento da questão social e suas expressões que se
torna seu objeto de trabalho, atuando na busca pela inclusão social e a participação das
classes menos abastadas por meios de atividades e ações, buscando conhecer a realidade em
que atua. PIANA (2009) define que:

A atuação do assistente social realiza-se em organizações públicas e privadas e em diferentes


áreas e temáticas, como: proteção social, educação, programas socioeducativos e de
comunidade, habitação, gestão de pessoas, segurança pública, justiça e direitos humanos,
gerenciamento participativo, direitos sociais, movimentos sociais, comunicação,
responsabilidade social, marketing social, meio ambiente, assessoria e consultoria, que variam
de acordo com o lugar que o profissional ocupa no mercado de trabalho, exigindo deste um
conhecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo.
A autora ressalta ainda que o rompimento com o conservadorismo tornou o Serviço Social,
através das políticas públicas, não mais uma oferta do sistema capitalista na tentativa de
hegemonia estatal, mas sim uma forma de acesso aos direitos sociais e à defesa da
democracia.

A partir deste processo de reconceituação e regulamentação da profissão, o Serviço Social


passa a ser reconhecido como categoria profissional, sendo requisitados seus trabalhos em
varias áreas sociais como assistência, saúde, educação, bem como no âmbito jurídico em
processos de adoção. A atuação do assistente social (em uma equipe técnica interprofissional)
encontra-se gerida no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – conforme explicita
Digiácomo (2013).

 Adoção
A adoção consisti em um procedimento jurídico que visa “transferir direitos e deveres de pais
biológicos a uma família substituta” atribuindo a criança ou adolescente todos os direitos e
deveres de filho (Adoção passo a passo, AMB). Ao longo dos anos, o processo de adoção
passou por inúmeras transformações jurídicas, contudo a legislação, ainda hoje, prima pelo
parentesco consanguíneo: o Estatuto da Criança e do Adolescente que rege os direitos e
deveres, bem como o processo de adoção de crianças e adolescentes, ressalta que tal
procedimento só acontece quando todos os recursos para que a criança permaneça com os
pais biológicos encontrem-se esgotados, sendo utilizado como uma última forma de encontrar
um lar para uma criança/adolescente que não pode mais conviver com a família consanguínea.
(DIACOMO, 2013)

FERNANDES (2008) afirma também que a adoção pode, ainda, ser conhecida como:

[...] filiação civil, pois não resulta de uma relação biológica, mas de uma manifestação de
vontade, conforme o sistema do Código Civil de 1916, ou de sentença judicial, no atual sistema
do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei 8.069/90), e Código Civil.

A filiação natural repousa sobre o vínculo de sangue, genético ou biológico. A adoção é uma
filiação exclusivamente jurídica, que se sustenta sobre a pressuposição de uma relação não
biológica, mas afetiva.

 contexto histórico e juridico


O processo de adoção é um instituto antigo que sofreu diversas mudanças através dos
séculos, sendo em determinados momentos da historia, mais ou menos importante pra o
contexto social em que estava incluída.

A adoção forma-se em uma conduta que remete há séculos atrás sendo praticamente
impossível determinar sua origem, uma vez que, durante todo o processo histórico quase todos
os povos o praticaram em algum momento: seja para dar conforto aos casais estéreis ou
mesmo como critério de escolha de futuros chefes de Estado. Segundo MAUX; DUTRA (2010)
a adoção é um instituto que advém de tempos antigos, na Bíblia já encontram-se os primeiros
relatos sobre adoção em períodos antes de Cristo, bem como no decorrer dos tempos ela foi
adquirindo vários significados “conforme a cultura e o modo de pensar da época”. Ovando;
Pinto completa que tal processo surgiu regulamentado pela primeira vez no Código de
Hamurabi, na Babilônia por volta de 2283 a.C. onde neste período contata-se uma
preocupação em relação ao abandono do filho não biológico, resguardando a este uma terça
parte dos bens do adotante a titulo de herança. Tal Legislação promulgava o seguinte direito a
respeito da adoção:

Enquanto o pai adotivo não criou o adotado, este pode retornar à casa paterna; mas uma vez
educado, tendo o adotante despendido dinheiro e zelo, o filho adotivo não pode sem mais
deixá-lo e voltar tranqüilamente à casa do pai de sangue. Estaria lesando aquele princípio de
justiça elementar que estabelece que as prestações recíprocas entre os contratantes devam
ser iguais, correspondentes, princípio que constitui um dos fulcros do direito babilonense e
assírio. (CHAVES, 1983. p. 40).

Em tempos antigos, a procriação tinha importância não apenas para a perpetuação da espécie
humana, como também para preservar o culto religioso doméstico, o sobrenome e o patrimônio
familiar. Weber (2009, p.69) destaca que:

A adoção na antiguidade atendia aos anseios de ordem religiosa, pois as civilizações primitivas
acreditavam que os vivos eram protegidos pelos mortos. A religião só podia propagar-se pela
geração. O pai transmitia vida ao filho e, ao mesmo tempo, a sua crença, o seu culto, o direito
de manter o lar, de oferecer o repasto fúnebre, de pronunciar as fórmulas da oração. Assim,
adotar um filho era, portanto, garantir a perpetuidade da religião doméstica, era a salvação do
lar pela continuação das oferendas fúnebres pelo repouso dos antepassados. Não havia
sequer a preocupação com os laços afetivos entre adotante e adotado.

Desta forma, MORENO (2009) afirma que entre o século XVIII e XIX, a ausência de prole
biológica era um dos principais incentivos à adoção no Brasil, enquanto que MAUX; DUTRA
(2010) defende que a historia da adoção nacional se faz presente desde a colonização e que
as primeiras práticas estavam estreitamente ligadas à caridade, onde as famílias prestavam
assistência “criando” parte da prole dos menos abastados, sem qualquer direito a herança e
sendo utilizados mais tarde – na maioria dos casos – como mão de obra gratuita. Concluindo
que “foi através da possibilidade de trabalhadores baratos e da caridade cristã, que a prática de
adoção foi construída no país”. Assim Fernandes (2008) afirma que “a adoção não envolvia
uma relação de afeto, não visava a proteção ou bem estar do adotando, o seu objetivo era
servir aos interesses do adotante”.

A primeira regulamentação sobre adoção, no Brasil, surgiu com a promulgação do Código Civil,
em 1916, em meio a um cenário de crescente abandono fato que levou a adoção de um
dispositivo utilizado em vários países na Europa chamado de Roda dos Expostos onde às
crianças eram depositadas em uma abertura de formato cilíndrico no muro, ou janela, de uma
instituição acolhedora, em seguida tocava-se uma sineta para que a criança fosse recolhida
pela instituição, tal sistema vigorou até meados da década de 50, e visava reduzir o aborto e o
abandono nas ruas, o que geralmente levava a morte por frio, fome ou comido por animais,
garantindo também o anonimato do expositor (Ovando; Pinto, 2009).

O Código Civil de 1916 instituiu esse processo para pessoas maiores de 50 anos, sem filhos
legítimos, pois a prole adotiva serviria para ocupar o espaço deixado pela natureza de filhos
legítimos (Ovando; Pinto, 2009). As autoras MAUX; DUTRA (2010) ressalta que a adoção, de
acordo com esta Lei, poderia ser revogada e o adotando jamais perdia o vinculo com a família
consanguínea. No decorrer dos anos as regulamentações foram se moldando acerca do tema,
e em 1957 ocorreu uma primeira mudança significativa na legislação deste tópico, que reduziu
a idade do adotante para 30 anos, instaurando à adoção um caráter mais assistencial, em que
o objetivo primordial passa a ser a melhoria das condições de vida do adotando, e não mais,
somente, como o desígnio inicial de “suprir o vazio deixado pela ausência de filhos biológicos”,
embora no caso de haverem filhos biológicos, o adotando não teria direito a herança (Ovando;
Pinto, 2009). A legislação de 1965 possibilitou a adoção, para, além de pessoas casadas, às
viúvas e divorciados. Esta mesma Lei concebeu a “legitimação adotiva” que:

[...] se caracterizava pela possibilidade de o filho por adoção ter praticamente os mesmos
direitos legais do filho biológico (com exceção dos direitos sucessórios) e, automaticamente,
interromper os vínculos com a família biológica, o que significava a irrevogabilidade do ato de
adotar. Entretanto (...) a adoção somente seria irrevogável nos casos envolvendo crianças
abandonadas até os seus sete anos de idade ou aquelas cuja identidade dos pais era
desconhecida. (MAUX; DUTRA, 2010. p.360)
Rui Ribeiro de Magalhães acrescenta ainda:

Apesar de todo avanço social que representou essa lei para a adoção, não deixou o legislador
de discriminá-la, e o fez amparado no mesmo princípio mesquinho da redação sucessória,
mandando observar, quanto a essa parte, a regra do art. 1.605 § 2º, do Código Civil Brasileiro,
assegurando ao legitimado adotivo apenas a metade do que coubesse na herança aos filhos
legítimos supervenientes.

A promulgação do Código de Menores em 1979 – Lei número 6.697 de 1979 – findou a


legitimação adotiva e expediu duas novas formas de adoção: a adoção simples e a adoção
plena. De acordo com Ovando; Pinto (2009):

Na adoção simples, criava-se um parentesco entre adotante e adotado, sem desconstituir o


parentesco natural, podendo ser revogada pelas partes conforme a vontade.

A adoção plena, possuía outra conotação, pois apagava todo e qualquer vestígio do parentesco
natural do adotado. A certidão de nascimento era alterada, o nome dos pais e avós
substituídos, para que o atual parentesco se firmasse como o único existente. (2009, p.5)

As autoras MAUX; DUTRA (2010) acrescenta ainda que a adoção plena se tratava de
adotando até os sete anos de idade, situação em que o processo se tornaria irrevogável, o
processo exigia que o casal estivesse em vínculo matrimonial há no mínimo cinco anos, e
possuir uma diferença entre adotando e adotante de ao menos 16 anos. A simples se referia a
adoção de crianças e adolescentes entre sete e dezoito anos, que se encontrasse em situação
irregular. O Código de Menores deu origem, neste processo, ao Estagio de Convivência,
período de um ano em que o adotando convivia com o adotante antes da sentença final.

A partir da Constituição Federal de 1988, o Brasil adotou um novo conceito para o instituto da
família, agregou novos padrões afetivos, primando pelo bem estar dos membros a partir dos
princípios constitucionais, família começou a ser vista como um ambiente de afeto. A
constituição trouxe também um novo conceito à infância tratando as crianças como sujeitos
detentores de direitos e priorizando os seus cuidado, neste ensejo as lei de adoção passaram a
abordar os direitos de forma igual todos os filhos, sanguíneos ou por ato de adoção, e a partir
da promulgação do ECA em 1990, a adoção simples foi extinta e ampliou-se o beneficio de
adoção plena a todos os menores de 18 anos definindo, ainda, o direito de adotar a todas as
pessoas maiores de 21 anos, independendo de “estado civil ou condições de fertilidade”
(MAUX; DUTRA, 2010). Assim expõe a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227, que:
“Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.

Já a nova lei de adoção, segundo CUNHA (2009) – contida no Código Civil de 2002 – propõe a
redução da idade do adotante de 21 para 18 anos, mantendo a diferença de idade entre
adotante e adotando de 16anos pelo fato do “propósito da adoção é de tornar tudo semelhante
à paternidade natural, assim, o fato do adotante ser mais velho viabiliza o exercício pleno do
poder familiar”, Diniz ainda completa que “[...] não se poderia conceber um filho de idade igual
ou superior à do pai, ou mãe, por se imprescritível que o adotante seja mais velho para que
possa desempenhar cabalmente o exercício do poder familiar”. (Diniz, 2010, p.529)

Dentro deste contexto o ato de adotar, hoje, compõe um processo jurídico pelo qual o vinculo
de filiação é criado artificialmente, consistindo em transferir as obrigações de pais biológicos
para uma família substituta, quando esgotados as formas para que a convivência com a família
original seja mantida. A sociedade atual primando pela consanguinidade, em casos que os pais
biológicos querem “dar” os filhos em adoção à preferência de adotar fica aos parentes
próximos, quando estes não demonstram interesse então acontece à adoção por “estranhos”
que tornam estas crianças, abandonadas pela família biológica, parte de sua família (Adoção
passo a passo, p.9).

 Conceito e representação social


O conceito de adoção é amplo e advém de séculos atrás, origina-se de uma palavra latina
– adoptione – que representa escolher, optar, ajuntar, desejar (OVANDO; PINTO, 2009). Desta
forma, tal palavra deixa clara sua intenção: acolher, receber no seio familiar um filho não-
saguíneo, por motivos diversos. Para Ovando; Pinto (2009, p.3) “adoção é um ato jurídico pelo
qual o vinculo de filiação é criado artificialmente, gerando sem consanguinidade nem afinidade,
o parentesco de primeiro grau em linha reta e descendente”. Completa ainda Carvalho (2009,
p. 346), que “a adoção (...) é um ato jurídico bilateral de filiação, construído e solidificado no
afeto e na convivência, configurando, uma das formas de filiação socioafetiva”. Quanto a esse
instituto, Bordalho (2013, p. 321) declara que a adoção é “ato de amor, que acontece no
coração do adotante e do adotado, ocorrendo anterior e independentemente do ato judicial que
faz produzir os efeitos jurídicos.”.

De acordo com CUNHA (2009), a adoção foi muito conceituada por diversos civilistas, mas os
mesmos concordam que tal processo implica na construção de “um vínculo fictício de filiação,
trazendo para sua família [adotante], na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é
estranha”. Dentro desta perspectiva podemos perceber ao longo das mudanças jurídicas e
sociais que os conceitos e representação da adoção na sociedade muito tem se modificado.

Para Welter (2004, p. 67):

A filiação socioafetiva é fruto do ideal da paternidade e da maternidade responsável, hasteando


o véu impenetrável que encobre as relações sociais, regozijando-se com o nascimento
emocional e espiritual do filho, conectando a família pelo cordão umbilical do amor, do afeto, do
desvelo, da solidariedade, subscrevendo a declaração do estado de filho afetivo. Pais são
aqueles que amam e dedicam sua vida aos filhos e dão a eles afeto, atenção, conforto, carinho,
enfim, um porto seguro, cujo vínculo nem a lei e nem o sangue garantem. É dizer, no
fundamento do estado de filho afetivo que é possível encontrar a genuína paternidade, que
reside antes no serviço e no amor do que na procriação.

As funções da adoção foram se modificando ao longo das eras, inicialmente, na sociedade


grega, as pessoas sem filiação natural não teriam como continuar o culto familiar aos deuses,
sendo instituída a adoção com esta finalidade, pois acreditava-se que existia uma vida após a
morte, e que sem certos ritos religiosos praticados por seus descendentes teriam suas almas
condenadas a vagar pela eternidade (VENOSA, 2005, p. 295). Neste período a adoção era
praticada sem qualquer interesse afetivo, ou preocupação em relação ao adotando, sendo
pretendido apenas ceder aos objetivos do adotante. No período da Idade Média, com a
fervorosidade católica instituída em vários países na Europa, o instituto da adoção foi
praticamente extinto, para evitar-se a adoção de filhos ilegítimos ou incestuoso.

No Brasil, não distante da realidade de outros países, o instituto da adoção, foi recorrido, por
muitos anos a partir do código civil de 1916, para sanar o problema da falta herdeiros naturais,
contudo, após a Constituição Federal de 1988 este quadro se inverteu, pois tal constituição
passou a zelar pelos direitos humanos e tratas as crianças como cidadãos detentores de
direitos, passando esse instituto a preocupar-se com a inserção de um menor desamparado em
família substituta, consagrando a proteção integral e do melhor interesse da criança. Maux;
Dutra afirma que:

As leis nacionais anteriores ao E.C.A privilegiavam os filhos biológicos em detrimento dos


adotivos, valorizando o chamado laço de sangue, dando ao fator biológico um  status superior.
A recente lei 12.010/09, em seu artigo 25, apresenta o conceito de família extensa ou família
ampliada, que seria composta por parentes próximos da criança e que teriam prioridade em
sua adoção como filiação de segunda categoria discriminada. Observa-se que todas as leis
referentes a adoção, e que foram anteriores ao E.C.A, há sempre uma prioridade à família
biológica, seja considerando a adoção possível somente quando as pessoas não pudessem
gerar filhos ; ou considerando o filho adotivo inferior ao biológico ( que poderia perder seu
espaço dentro da família, para as adoções revogáveis), ou, ainda, negando-lhe o direito à
herança deixada pelos pais quando havia filhos biológicos. (grifo do autor) (Maux; Dutra. 2010,
p.361)

Segundo Farias (2011), a adoção atualmente tem a finalidade de oportunizar a inserção em


núcleo familiar, criança ou adolescente em situação de abandono, incluindo-o efetiva e
plenamente, de forma a garantir sua dignidade e sanar suas necessidades de desenvolvimento
psíquicas e educacionais. Esse instituto, hoje é utilizado com vários intuitos como:

“[...] suprir o vazio que a ausência de filhos biológicos gera, ou ainda para compensar a perda
de um filho natural.Outras motivações também são encontradas, como para resolver problemas
conjugais, fazer companhia a solidão, para pagar uma promessa, pela simples necessidade de
ajudar uma criança, ou pelo simples fato de querer dar amor” (Ovando; Pinto, 2009, p.4)

Concluímos assim que através das legislações vigentes em nosso país, esse processo passou
de remediador da esterilidade, para conceder uma serie de melhorias no que tange ao
adotando e ao processo de adoção. As autoras, acima citadas, defendem ainda que os “efeitos
que a adoção proporciona são de integral incorporação do adotado na família adotante”. Assim,
na adoção prevista pelo ECA, existe o marcante interesse público que afasta a noção
contratual. A ação de adoção é de competência do Estado, de caráter constitutivo, a qual
confere a posição de filho ao adotado. Podemos averiguar, nesta perspectiva, que o maior o
interesse do Estado é proporcionar ao infante um lar, cercado de afeto e respeito, buscando
sempre agir em favor da criança e do adolescente, porém nem sempre acontece isso. Bordalho
(2011, p. 293) descreve que:

A adoção é o grande exemplo da filiação socioafetiva, seu único elo é o afeto, que deve
prevalecer sobre tudo. Toda criança/adolescente que tem a possibilidade de ser adotada já
passou por um momento de rejeição em sua vida, tendo conseguido obter e dar amor a um
estranho que vê, agora, como um pai, superando o sentimento de perda. Não se justifica que,
em nome ao respeito a uma regra que tem a finalidade única de dar publicidade e legalidade às
adoções, o sentimento, o sustentáculo da adoção, seja colocado em segundo plano e a criança
seja obrigada a passar por outro drama em sua vida, sair da companhia de quem aprendeu a
amar.

O que se pretende é o melhor interesse do menor, independentemente, de constar ou não na


lei. O amor, carinho e afeto são sentimentos que jamais poderão ser deixados de lado frente à
soberania do Estado. Conclui-se, portanto, pela prevalência dos laços já construídos, quando
comprovado, o bem estar e felicidade do adotado.

 tipos de adoção
Diferentes são as modalidades de adoção, embora, após o advento do Código Civil de 2002,
tenha havido unificação quanto ao regime jurídico desse instituto, passando de simples ou
pleno para um só, o judicial. Assim, adoção pode ser: conjunta, unilateral, póstuma, intuitu
personae e internacional. (ECA,1990)

A adoção conjunta trata-se da mesma forma, antes denominada adoção bilateral, onde
conforme § 2º do artigo 42 do ECA, “é indispensável que os adotantes sejam casados
civilmente ou mantenham união estável, comprovada estabilidade da família”. Esta nova
denominação se originou com a Lei da Adoção – Lei 12.010 de 29 de julho de 2009 – que
instituiu o rompimento de todos os vínculos do adotando com a família biológica, salvo os
impedimentos matrimoniais. Nessa modalidade, a lei não descarta a possibilidade de que
divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros adotem em conjunto, contudo é
imprescindível que o estagio de convivência tenha havido início durante o relacionamento do
casal, demonstrado a presença de vínculos afetivos com aquele não detentor da guarda,
havendo, assim, um acordo de guarda e visitas. (Lei 12.010 /ECA, 1990)

Sobre a adoção conjunta e o direito do adotando, Bordalho (2013, p. 320) afirma:

Mesmo com os avanços da doutrina e da jurisprudência no que refere ao reconhecimento das


mais diversas modalidades de família para fim de proteção do direito do direito, com os quais
concordamos plenamente, temos de ter muito cuidado com esta ampliação para a adoção.
Nem tudo pode ser decidido em nome do princípio do melhor interesse, pois mesmo que o
julgador faça a correta interpretação das normas, adaptando-as às novas entidades familiares,
deverá pensar na realidade da vida na qual a criança/adolescente está inserida. Muitas vezes a
aplicação das doutrinas mais modernas do direito e a interpretação das normas legais em
consonância com aquelas pode não ser o melhor para a sociedade.

Assim, em tese, para que ocorra a adoção conjunta é necessário que entre os indivíduos haja
ou tenha havido um relacionamento com intuito de constituir família, sendo casados civilmente
ou mantenham união estável, logo um casal de amigos ou irmãos não podem adotar
conjuntamente.

A adoção unilateral trata sobre a adoção dos filhos de um dos cônjuges ou companheiro, pelo
outro, oriundos de algum relacionamento anterior, não reconhecido ou mesmo renegado pelo
outro genitor. Essa modalidade está prevista no artigo 41, § 1º, do ECA, e prevê o rompimento
do vinculo familiar à apenas um dos genitores, tratando o processo de forma hibrida por se
tratar da substituição de apenas um dos pais (pai ou mãe), admitindo que em lugar do pai/mãe
biológico passe a existir a figura do adotante. (ECA, 1990)

Maria Berenice Dias, através de um exemplo, explica:

(...) se uma mulher tem um filho, seu cônjuge ou companheiro pode adotá-lo. O infante
permanecerá registrado em nome da mãe biológica e será procedido ao registro do adotante
(cônjuge ou companheiro da genitora) como pai. O filho manterá os laços de consanguinidade
com a mãe e com os parentes dela. O vínculo pelo lado paterno será com o adotante e os
parentes dele. O poder familiar será exercido por ambos, e o parentesco se estabelece com os
parentes de cada um dos genitores. (DIAS, 2006, p. 390-391)

Neste enfoque podemos compreender que a adoção unilateral é aquela em que apenas um,
esposo ou esposa, pleiteará a adoção do filho de seu cônjuge, visando regularizar uma
situação que já existe, qual seja, tornar legal sua paternidade ou maternidade, baseado no
afeto e respeito demonstrado por adotante e adotado.

A adoção póstuma dispõe sobre casos em que a tal instituto é concedido após a morte do
adotante, sendo impreterível que o mesmo tenha manifestado interesse na adoção e que os
tramites legais tenham iniciado-se antes de sua morte, esta modalidade integrou-se ao
ordenamento jurídico a partir da CF de 88 e encontra-se exposta no artigo 42, § 6º do ECA.

Nas palavras de J.M. Leoni Lopes de Oliveira (2000, p. 186) tem-se:

Deixa claro o texto legal que, para o adotante, a essência da adoção consiste na sua
manifestação de vontade para adotar alguém e, em virtude disso, o legislador mantém a
possibilidade da concretização da adoção, mesmo após a morte do adotante, durante o curso
do procedimento de adoção.
Os efeitos da sentença são de natureza constitutiva e retrocedem ao momento da morte do
autor da ação, desse modo, impedindo qualquer ruptura nos laços socioafetivos já construídos
entre adotante e adotado. Em síntese, esse processo póstumo é uma forma de inserir
criança/adolescente numa família que a receba como filho recebendo sobrenome e amparo
jurídico por toda a sua vida, mesmo após a morte do adotante.

Já na adoção intuito personae  acontece a “doação” da criança por seus pais biológicos a uma
família especifica, acreditando que esta será a melhor escolha para a vida da criança, no
entanto a mesma família deve preencher os requisitos exigidos para a adoção. Segundo o
doutrinador Bordalho (2013, p. 323): “nesta modalidade de adoção há a intervenção dos pais
biológicos na escolha da família substituta, ocorrendo esta escolha em momento anterior à
chegada do pedido de adoção ao conhecimento do Poder Judiciário”.

Ressaltamos aqui que na adoção convencional os pais biológicos consentem, porém, não
escolhem e também desconhecem a nova família de seu filho. Os pais adotivos serão
escolhidos a partir de um cadastro nacional previsto no artigo 50 do ECA, enquanto na
adoção intuito personae  os pais biológicos entregam o filho para pessoas específicas,
escolhidas por eles mesmos, por achar ser o melhor para a criança, sendo desnecessário tal
cadastro, por parte do casal adotante. Dias (2010, p. 37) dispõe sobre a referida adoção que:

[...] nada impede que a mãe escolha quem sejam os pais de seu filho. Às vezes a patroa, às
vezes uma vizinha, em outros casos um casal de amigos que têm uma maneira de ver a vida,
uma retidão de caráter que a mãe acha que seriam os pais ideais para seu filho. É o que se
chama adoção intuitu personae, que não está prevista na lei, mas também não é vedada [...]
basta lembrar que a lei assegura aos pais o direito de nomear tutor a seu filho (CC, art. 1.729).
E, se há a possibilidade de eleger quem ficar com o filho depois da morte, não se justifica negar
o direito de escolha a quem dar em adoção.

A ausência de jurisdição a essa modalidade, muitas vezes, impede a adoção por aqueles que
não constam no cadastro nacional de adotantes, obstando que seja aplicado o princípio do
melhor interesse do menor no caso da adoção Intuitu Personae. Há relatos em que alguns
juízes deferem tal processo aludindo que não se sabe se a atitude dos genitores de “doar” a
criança é de espontânea vontade ou de origem coerciva, ou ainda por não saber se a família
preterida tem aptidões para adotar, preenchendo os requisitos legais para o processo (Leite,
2005).

Contudo alguns profissionais da área reservam o direito aos pais biológicos decidirem qual
família que melhor cuidará de sua prole, aceitando, assim esta forma de adoção, segundo
Motta (apud Leite, 2005, p.248):

Se não houver problemas que se considere serem impeditivos de uma adoção, pensamos que
não há porque não respeitar a vontade e a iniciativa da mãe biológica, que, a nosso ver, não
pode mais ser considerada com uma “fonte” de crianças que deve ser esquecida e não tem
direito nenhum a participar do destino do filho que entrega em adoção.

Após o advento da Lei nº 12.010/09 houve a alteração do artigo 50 do ECA, acrescido do


parágrafo 13 veio a reduzir a adoção intuito personae  exceto a regra do cadastro prévio:

Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não
cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de
afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos
ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de
afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Embora, o legislador tenha tido boa intenção, ao tentar diminuir as obscuridades que maculam
a adoção, esqueceu-se ele do fator mais importante, qual seja, a afetividade. Deve ele
entender que o Direito caminha lado a lado com o amadurecer da sociedade que o cria,
entretanto, não é capaz de abranger todas as situações fáticas, principalmente quando estão
envolvidos sentimentos. Bordalho (2013, pp. 327-328) argumenta sobre a inclusão desse novo
parágrafo ao Estatuto, que:

É uma péssima regra, que não deveria constar de nosso ordenamento jurídico. Trata-se, (...) de
necessidade de controle excessivo da vida privada e ideia de que todas as pessoas agem de
má-fé. Esta regra restringe a liberdade individual, viola o poder familiar, pois tenta impedir que
os pais biológicos, ainda detentores do poder familiar, escolham quem lhes pareça deter
melhores condições para lhes substituir no exercício da paternidade. À primeira vista podemos
ver um quê de inconstitucionalidade nesse dispositivo.

A adoção intuitu personae deve ser vista, não como um meio ilegal, mas sim como uma
possibilidade real e legal de se construírem novos ambientes familiares, adotantes e adotados
ligados pelo laço de afeto e amor. Devendo, indubitavelmente, prevalecer o interesse da
criança ou adolescente. O que se busca com a adoção, independentemente, da sua
modalidade, é inserir o menor em uma família distinta que o ofereça amor e proteção social.

Na adoção internacional busca-se a adoção de criança /adolescente por uma família


estrangeira, na tentativa de preencher lacunas deixadas pelos adotantes nacionais. Desta
forma o adotando só seria adotado por estrangeiros, se não ocorresse interesse pelos
adotantes no Brasil (ECA, 1990). Esta modalidade está disposta no Estatuto da Criança e do
Adolescente, em seus artigos 46, 51 e 52.

Bordalho (2013, p. 331) afirma que:

[...] a adoção internacional, como qualquer modalidade de colocação em família substituta, é


excepcional, sendo ela mais ainda, pois será utilizada quando não se conseguir a realização da
adoção internacional (arts. 19, 31 e 51, § 1º, todos do ECA e Convenção de Haia, art. 4º, b).
Logo, deve-se fazer empenho no sentido de que a criança/adolescente permaneça no seio de
sua família natural. Se impossível, passa-se à colocação em família substituta brasileira, só se
devendo cogitar da colocação em lar estrangeiro na hipótese de frustrarem-se aquelas
tentativas. Na hipótese em que o adotando for adolescente, este deverá ser consultado sobre
seu interesse na medida.

Os requisitos para adoção, nesta modalidade, devem ser preenchidos pelo adotante no país
em que reside, sendo o Brasil responsável por indicar os pressupostos que a
criança/adolescente deverá preencher afim de ser adotado. O processo de adoção se realizará
em escritório brasileiro e deverá obedecer as regras do direito local. (ECA, 1990)

A adoção internacional requer um acompanhamento especializado, visando, sobretudo, a


proteção de nossas crianças e adolescentes, e a sua inclusão num verdadeiro lar, sendo
aceito, respeitado e amado pela sua nova família. Com base no tema, muitos são os debates
realizados no cenário nacional, bem como no cenário internacional, visto a ligação e o interesse
de ambos na busca pela concretização do princípio do melhor interesse do adotando.
Existe ainda outro conceito de adoção não previsto em lei estatutária federal: Adoção à
Brasileira. Segundo a cartilha Adoção passo a passo (AMB): “este procedimento consiste em
registrar como filha biológica uma criança, sem que ela tenha sido concebida como tal”. Sobre
a adoção à brasileira Bordalho (2013, p. 328) defende:

Essa figura não pode ser classificada como uma modalidade do instituto da adoção, pois se
trata, na verdade, do registro de filho alheio como próprio. Vem recebendo esta denominação
pela doutrina e jurisprudência pelo fato de configurar a paternidade socioafetiva, cujo grande
exemplo é a adoção e a ela se assemelhar neste ponto.

Tal forma de adoção não segue procedimento legal e pode ser considerada ilegal por não
possuir nem uma origem jurídica, segundo o código penal:

Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-
nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:

Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único – Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:

Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Código Penal
Brasil)

Contudo, na prática, em poucos casos a pessoa que realizou tal adoção será responsabilizada
penalmente. Devendo-se esse fato a muitos juízes que poderão reconhecer erro de proibição
ou mesmo aplicar o perdão judicial previsto no parágrafo único do artigo 242 do código penal
(Código Penal Brasil).

Entretanto os genitores da criança poderão requerer a desconstituição do registro civil


realizados pelos pais adotivos, uma vez que não foi concretizada a partir de sentença judicial.
Velando-se, porém a segurança do menor levando em consideração o afeto constituído pelos
membros familiares. Sobre tal processo Ovando; Pinto (2009) defende que:

A adoção à brasileira tem muitas probabilidades de ser um fracasso, pois além de ser crime, os
pais não receberam nenhuma preparação ou orientação quanto à adoção e a criança corre o
risco de ser novamente abandonada.

Além disso, este tipo de adoção facilita o tráfico de crianças, pois muitas vezes as mães estão
confusas, inseguras e não tem certeza de qual procedimento tomar por falta de orientação
adequada. Como não possuem condições de ficarem com seus bebês, são persuadidas por
pessoas de má índole a entregarem suas crianças, ma maioria das vezes por parcos trocados.
Isso faz expandir a máfia do tráfico de menores.

Contudo, a finalidade do Estado em casos como esse é manter a paternidade socioafetiva,


como também os laços familiares construídos baseados no afeto e respeito que deve ser
mantido na família, priorizando o interesse da criança/adolescente envolvido.

 Serviço social na adoção


O processo de adoção instaurado a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, consta com
uma gama de profissionais envolvidos, em aspectos judiciais, psicológicos e sociais. Nesse
contexto torna-se fundamental a intervenção do Serviço Social para avaliação social da família
adotante, pensando sempre no bem estar do adotando.
 processo de adoção
Em 13 de julho de 1990, foi aprovada no congresso a Lei 8.069 conhecida como o Estatuto da
Criança e do Adolescente que “dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente” e
marcou a forma de tratamento com estes, passando a vê-los como cidadãos detentores de
direitos e deveres, resguardando a estes “direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária” (ECA, 1990). Tal lei define que: “A adoção
atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
matrimoniais”. Neste enfoque tal lei trata da adoção sempre como uma preocupação de
conseguir um lar para crianças e adolescentes que não encontram-se inseridos em convívio
familiar.

Segundo o ECA em seu art. 45, para que tal processo aconteça é necessário que haja o
consentimento dos pais ou representante legal do adotando, salvo em casos em que os pais
são desconhecidos ou encontrem-se destituídos do poder familiar. Em casos em que os pais
biológicos falecem, a dispensa do consentimento também é relevante, embora não conste no
estatuto (OVANDO; PINTO, 2009).

Segundo Regina Bandeira (CNJ online), o processo de adoção pode durar cerca de um ano, ou
mais dependendo do perfil escolhido pelo adotante. No momento em que uma pessoa, ou um
casal, decide adotar uma criança/adolescente deve procurar o Fórum da cidade com os
documentos requisitados para cadastrar-se como pretendente (OVANDO; PINTO, 2009). De
acordo a lei 12.010/09 – que dispõe sobre adoção alterando alguns parágrafos do ECA – a
adoção deve ser concedida a interessados maiores de 18 anos mantendo a diferença de 16
anos entre adotante e adotando, levando em consideração estabilidade familiar, concordância
do adotando – quando este tiver discernimento para expressar sua vontade – e o estágio de
convivencia. OVANDO; PINTO (2009) aponta que:

A lei não faz qualquer distinção em relação ao estado civil do pretenso adotante, entretanto, na
hipótese de ser casado ou manter uma relação de concubinato, a adoção deverá ser
pretendida e solicitada por ambos, que necessariamente participarão juntos de todas as etapas
do processo.

Neste enfoque muito se debate a adoção por casais homoafetivos, embora alguns juízes já
tenham atribuído sentenças favoráveis, esse tipo de adoção não encontra-se amparada na lei
(Regina Bandeira CNJ online). Sobre este tipo de adoção OVANDO; PINTO (2009) ressalta
que o comportamento dos pretendentes será sempre investigado, “mas nunca vetada por
opção sexual, aliás, isso representaria latente violação à Carta Magna por discriminação, o que
em geral ocorre, é a adoção em nome de um membro desta nova concepção familiar”.

Para tanto os pretendentes a adoção são entrevistados pela equipe técnica do poder judiciário
– psicólogos, assistentes sociais, promotores e juízes. Nesse momento os requerentes são
constantemente avaliados e podem definir o perfil da criança que querem adotar, sendo
possível escolher sexo, idade, faixa etária, etc. (Regina BandeiraCNJ online). A partir do laudo
da equipe e deferida a habilitação, o postulante é inscrito no cadastro.

Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da


Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir
a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da


Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, que inclua preparação
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
irmãos. (art. 197-C, ECA. Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Após satisfeitas essas exigências, a pessoa será inscrita no cadastro, devendo esta obedecer a
uma ordem, como bem menciona Bordalho (2013, p. 292):

Habilitada, a pessoa será inscrita no cadastro, que terá uma ordem sequencial e ficará
aguardando o surgimento de uma criança ou adolescente que se enquadre nas suas opções de
idade e sexo. Será entregue certificado à pessoa, constando que se encontra habilitada a
adotar.

Assim, quando uma criança aparece com o perfil escolhido, os requerentes serão chamados de
acordo com a ordem cronológica de cadastro, com o intuito de conhecer o menor, caso ocorra
um empatia com o menor o processo dar-se-á inicio, em caso contrario, o requerente inscrito
posteriormente será chamado (Regina Bandeira CNJ online). Em caso de obter-se êxito no
encontro entre adotante e adotando, o juiz pode determinar a guarda provisória ou “estágio de
convivência”. Essa fase é instaurada com o intuito de avaliar a adaptação da criança ou
adolescente à sua nova família sendo imprescindível, na maioria dos casos, para a
concretização da adoção, por possibilitar “a consolidação do liame emocional entre eles”
(LIBERATI, 2006). Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo
prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.

§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou


guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
conveniência da constituição do vínculo.

Findado o prazo de convivência e após apresentado estudo social ou laudo pericial do caso o
juiz proferirá a sentença. “Sendo lavrada a sentença, a criança/adolescente passará a ter uma
certidão de nascimento na qual os adotantes constarão como pais. O processo judicial será
arquivado, e o registro original do adotado será cancelado” (OVANDO; PINTO, 2009).

“São poucas as restrições para adotar e quase todas dependem da avaliação do Juiz em face
do conjunto de informações prestadas pelos técnicos do juizado” (OVANDO; PINTO, 2009).
Vale ressaltar que o juizado trabalha prioritariamente com o interesse do infante, desta forma,
se ocorrer qualquer circunstância que o juiz considere negativa à criança, durante o estagio de
convivência, poderão ser corrigidas as concessões de guarda e a criança poderá retornar para
o juizado. Contudo, após definida a adoção, o adotante não mais poderá desistir da criança e
simplesmente devolvê-la ao juizado. “A adoção é um caminho sem volta, por isso exige muita
reflexão e maturidade. Pela lei a adoção é irrevogável” (OVANDO; PINTO, 2009).

 O papel do assistente social na adoção


O processo de adoção, como já citado anteriormente, conta com uma equipe técnica
interprofissional que inclui assistentes sociais e psicólogos, como prevê o art.151 do ECA
(1990) :

Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência,
e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento,
prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.
Através do que foi dito aqui, até então, podemos observar que o trabalho do assistente social,
junto a tal instituto, consisti em oferecer suporte à família requerente a adoção orientando-a
sobre os trâmites judiciais, encaminhamento a grupos de adoção, sugerindo leituras sobre o
tema sempre avaliando se a família é capaz de responsabilizar-se pelos cuidados de filho
através deste processo. Além de sua prática especifica oferecendo subsídios ao estudo de
caso como um todo, dentro as competências que lhe são conferidas mediante pareceres
sociais escritos ou verbalmente em audiência em Juízo.

Segundo Promotor de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério Público do estado de


São Paulo, Luiz Antonio Miguel Ferreira:

Esta intervenção, dependendo da forma e da oportunidade como ocorre, apresenta duas


situações distintas:

a) o atuar do assistente social e psicólogo eqüivale-se ao perito judicial, na medida em que


observa, investiga e conclui seu trabalho com a apresentação de um lado, diagnosticando as
situações que envolvem a criança ou o adolescente e sua família, com os encaminhamentos
pertinentes ao caso; ou

b) desempenha funções de execução, quando realiza o trabalho de acompanhamento,


orientação, encaminhamento visando propiciar mudanças na realidade constatada no
procedimento.

Gomes (2001) explicita que o fazer profissional na área da adoção envolve a articulação das
dimensões técnica, política e ética exigindo o domínio de conhecimentos teóricos, instrumentos
de intervenção e no desígnio para direcionar o processo de trabalho.

Compreendemos, portanto, que compete aos profissionais de Serviço Social, orientar e


encaminhar usuários a órgãos que estejam em posição de atender suas problemáticas,
realizando Estudo Social em casos de guarda e tutela e inscrições para adoção nacional e
internacional. O assistente social utiliza-se da observação como instrumento técnico para
reconhecer as reais intenções dos adotantes acerca da criança a ser adotada, “analisando seu
comportamento durante a elaboração do estudo social” (Ângela Maria De Vilhena Martins,
2001).

Segundo Pryscila Maria De Moura em seu artigo: “O papel do assistente social na adoção e o
sistema de garantia de direitos à luz do ECA” compete-se ao assistente social:

1. Assessorar os juízes de direito, subsidiando-os na ótica relativa aos fenômenos econômicos


e sócio culturais que envolvem as relações na sociedade e na família com a elaboração de um
laudo e de um parecer social;

2. O Serviço Social na adoção se coloca como um elo, entre a família e o adotando,


possibilitando que a adoção aconteça dentro dos pressupostos legais.Proporciona um espaço
de escuta qualificada, acolhimento, orientação e encaminhamentos, de forma a zelar pela
efetivação dos direitos e na medida do possível desburocratizar o acesso ao objetivo
pretendido, no caso, a adoção;

3. Exerce um papel preventivo importante, quando detecta situações de risco a exigir imediata
resposta jurisdicional;

4. Visa o fortalecimento e a defesa do usuário, no caso na adoção, garantindo o melhor para a


criança e para a família que se propõe a adotar;
5. Desmonta as noções estereotipadas ou meramente caritativas sobre a adoção, reforçando a
cidadania, a singularidade e a identidade da criança, que é a prioridade.

O Manual de Procedimentos Técnicos prevê que: 

O assistente social judiciário deve ter em mente que precisam buscar a imparcialidade evitando
pré-julgamento. Necessitam ter clareza do poder que a situação de avaliação que o lugar
institucional lhe confere buscando estabelecer uma vinculação positiva com os atendidos. O
clima deve ser amistoso e proporcionar um espaço que facilite as reflexões, o que gerará –
provavelmente – maior disponibilidade para revelações e reais motivações. Recomenda-se que
os profissionais apurem suas escuta e a observação em relação a como os pretendentes à
adoção lidam com as suas relações sócio familiar e afetivas, pois elas trarão elementos
significativos para a avaliação. (2006, pg. 156) 

Concluído o estudo social, o profissional irá fornecer seu parecer técnico ao juiz que marcará a
audiência para executar a sentença final. O assistente social faz o acompanhamento como
uma investigação sobre a maneira como vivem e se relacionam os requerentes em relação ao
menor, averiguando se a família encontra-se bem estruturada em âmbito psicossocial e
econômico.

Neste enfoque, através do que foi aqui investigado conclui-se que o assistente social deve
manter o profissionalismo ético e moral instituídos no código de ética profissional
demonstrando imparcialidade evitando pré-julgamentos, mostrando-se como ferramenta
importante para a melhor inclusão da criança/adolescente abandonada em família substituta.

 CONCLUSÃO
Na sociedade contemporânea, o assistente social cumpre um papel sócio-assistencial de
inclusão de classes, e de luta contra o frágil sistema governamental de desorganização em
distribuição de capital no setor de políticas publicas, para viabilização de projetos sociais.

Nesta esfera de responsabilidades sociais, exige-se do profissional de Serviço Social largo


conhecimento em planejamento social, legislação social alem de trabalho profissional e
observação de campo de trabalho para posterior intervenção.Neste contexto de intervenção
social torna-se evidente a necessidade de intervir do assistente social através de planos e
projetos de ação em várias realidades no país inclusive em processos de adoção. Com o
principal objetivo de atendimento as necessidades da criança e do adolescente, através de
estudos psicossociais de caso, com enfoque no bem-estar do menor, percebe-se a extrema
importância do profissional em processo de adoção, embora nem sempre tenha o reconhecido
valor.

Através do estudo acima relatado, concluímos que o processo de adoção passou por inúmeras
trajetórias e desafios, passando de remediador da esterilidade a reprodutor de direitos sociais
para o bem da criança/adolescente. A adoção na legislação atual prima pela afetividade e
empatia entre adotando e adotante, originando a preocupação com a vida que a criança
adotada terá após findado o processo, e é nesse intuito a intervenção do assistente social que
observa e estuda a inserção do menor no novo seio familiar, para a concessão da guarda pelo
juizado.

A adoção não deve ser vista apenas como um meio de se inserir uma criança/adolescente no
seio de uma família substituta, mas, acima de tudo, um meio de se dar pais presentes e
amáveis àqueles que, por ironia do destino, lhes foram negados.

REFERÊNCIAS
BOGADO, Franciele Toscan. Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do
serviço social I / Franciele Toscan Bogado,Patrícia Martins Castelo Branco. – São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2009

BRANDÃO, Rita de Cássia Camargo O Serviço Social no Brasil: A Reinstrumentalização


Necessária. Franca: UNESP, 2006 Tese – Doutorado – Serviço Social – Faculdade de
Historia, Direito e Serviço Social – UNESP. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp026269.pdf>. Acesso em abril de 2014.

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