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FIEP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA PARAÍBA

SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL


CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ODILON RIBEIRO COUTINHO

Lubrificação Básica

&

Plano de Lubrificação

OFICINA MECÂNICA DE MANUTENÇÃO


Centro de Educação Profissional Odilon Ribeiro Coutinho

FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DA PARAIBA


Presidente Francisco de Assis Benevides Gadelha

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA PARAIBA


Diretor Regional Maria Gricelia Pinheiro de Melo
Diretora Administrativa
Financeira Jose Aragão Filho
Diretora Técnica Maria Berenice de Figueiredo Lopes

SENAI – PB, 2005 Trabalho elaborado pela Escola Senai “Odilon Ribeiro Coutinho”

Coordenação Geral Francisco das Chagas Rodrigues da Silva(Souza)


Supervisão Edson Alves da Silva
Elaboração Técnica Fredy de Andrade Barroso

SENAI CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ODILON RIBEIRO COUTINHO

Avenida das Industrias S/N – Distrito Industrial


CEP: 58082-050 – João Pessoa – PB
Fone (83) 3233 2156
Fax (83) 3233 2187
Email www.senaijp@terra.com.br
Home Page www.pb.senai.br

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Oficina Mecânica de Manutenção
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SUMÁRIO

Item Página

Apresentação........................................................................ 04
Origem da Lubrificação.......................................................... 05
Origem do Petróleo................................................................ 07
Refinação............................................................................... 07
Atrito....................................................................................... 09
Conceito de Lubrificação........................................................ 11
Tipos de Lubrificação............................................................. 12
Película de Óleo..................................................................... 15
Funções dos Lubrificantes..................................................... 16
Tipos de Lubrificantes............................................................ 18
Propriedades dos Óleos......................................................... 21
Graxas.................................................................................... 27
Propriedades das Graxas....................................................... 27
Características das Graxas.................................................... 28
Espessantes........................................................................... 29
Aditivos dos Lubrificantes....................................................... 31
Mistura de Lubrificantes......................................................... 35
Ferramentas de Lubrificação.................................................. 37
Armazenagem........................................................................ 57
Segurança.............................................................................. 62
Plano de Lubrificação............................................................. 67
Nomenclatura......................................................................... 75
Anexos................................................................................... 76

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APRESENTAÇÃO

Caro aluno

Neste momento você esta iniciando seus estudos na área de Mecânica de


Manutenção, no curso de Lubrificação Básica e Plano de Lubrificação, no SENAI-
PB.

O principal objetivo deste estudo é fazer você conhecer um pouco sobre o


que é Lubrificação, os lubrificantes, suas funções, propriedades, aditivos e sua
influência no desempenho de máquinas e equipamentos.

Vai conhecer os processos e as ferramentas utilizadas em cada um deles.

Trata-se de um material de referência preparado com todo cuidado para


ajuda-lo em sua caminhada profissional. Por isso, desejamos que ele seja não
apenas a porta de entrada no mundo do trabalho, mas que também indique os
vários caminhos que este mundo pode oferecer quando se tem curiosidade,
criatividade e vontade de aprender.

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ORIGEM DA LUBRIFICAÇÃO

Os lubrificantes não são produtos da era industrial; tem antepassados há


milhares de anos.
A luta contra o atrito tem sido travada desde que o homem precisou mover
objetos volumosos, à história começa com experiências simples, empregando vários
produtos da natureza, más somente no século XIX a luta contra o atrito conseguiu
alcançar grandes progressos.
Ex.: Graxa animal, pasta de babosa, azeite de oliva, etc.

* 4.000 a.C. Começa a luta contra o atrito

As primeiras grandes civilizações evoluíram-se no Oriente Médio há cerca de


6.000 anos. O comércio, a construção e as guerras necessitavam do transporte de
mercadorias pesadas, que eram movidas, geralmente, sobre rodas, ainda que isto
não fosse sempre fácil. Há quem afirme que, no Egito, um homem engenhoso
descobriu que, colocando-se gordura de animal ou pasta de babosa entre o eixo e o
cubo da roda, as carroças se moviam melhor e o desgaste diminuía. Não sabemos
de que forma isso foi descoberto.

* 2.000 a.C. O lubrificante dos Egípcios( Óleo de oliva e cal )

O óleo de oliva era muito usado pelos povos do Mediterrâneo, sendo também
empregado como lubrificante. O óleo limpo, puro, vazava dos cubos de rodas novos,
e os cubos que estavam funcionando durante algum tempo não necessitavam de
lubrificação freqüente, já que o óleo se misturava com a sujeira, formando uma certa
pasta. Assim foi possível juntar o óleo com um material sólido. As análises de
material da época mostram que a graxa lubrificante empregada pelos egípcios
consistia em óleo de oliva e cal.

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* 1.000 a.C. O óleo mineral era empregado, mas não como lubrificante

Os óleos minerais também eram conhecidos desde eras remotas. Em certas


regiões escorriam por entre as rochas, porém não existe nenhuma evidência de que
era utilizado como lubrificante. O “breu” que Noé empregou para calefação da Arca
foi provavelmente asfalto. No Império Romano, foi empregado óleo para
embalsamar; na Babilônia, para tochas. Os Antigos Persas construíram templos nas
redondezas de poços de óleo, e os Índios empregaram óleo em medicina e para
impermeabilizar as canoas que construíam.

* 1.859 d.C. Nasce a indústria do petróleo

O nascimento da indústria do petróleo ocorre no ano de 1859 com a


inauguração do primeiro poço de petróleo na Pensilvânia-EUA. O homem começou
a ler os sinais geológicos que indicavam a presença de petróleo e foi também capaz
de controlar o jorramento de um reservatório subterrâneo. O refinamento do petróleo
cru e o desenvolvimento dos lubrificantes modernos somente começaram quando o
homem deu o grande passo na era industrial.

* 1.900 d.C. A batalha contra o atrito continua( Graxas de sabões de cálcio e sódio )

Os primeiros motores a vapor funcionavam a uma rotação por minuto( 1 RPM


). No entanto, as velocidades aumentaram e as exigências com relação a
lubrificantes e rolamentos eram conseqüências desta evolução. As primeiras graxas
lubrificantes foram produzidas em 1.872, sendo utilizados sabões de cálcio e sódio.
Em 1940, foram desenvolvidas graxas à base de sabão de lítio; em 1950 foram
lançadas graxas à base de sabão complexo de alumínio.

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ORIGEM DO PETRÓLEO

As camadas de óleo devem ter se formado entre 10 e 40 milhões de anos,


originadas de plancton, grandes animais e organismos que viveram ao redor dos
mares interiores.
Os fósseis dessas formas de vida foram enterrados em argila. E formaram
grossas camadas de matéria orgânica. A pressão e o calor, combinados com
processos químicos bacteriológicos, converteram essa matéria em óleo, petróleo
cru.
O petróleo foi forçando gradualmente seu caminho através das camadas de
aeronitos. Em muitos lugares, sobre rochas compactas, foram-se formando sob o
solo grandes reservatórios de petróleo, hoje extraído através de poços de
perfuração.

REFINAÇÃO

Geralmente o petróleo não é encontrado no seu lugar de origem. As pressões


exercidas pelas camadas terrestres e a porosidade de certas rochas provocam sua
migração para outros pontos de pressão mais reduzida, o que concorre para as
dificuldades de sua localização. Fica retido na porosidade das camadas rochosas,
logo abaixo de uma camada impermeável, em profundidades geralmente superiores
a dois mil metros.
Mesmo após a perfuração do solo e a localização do petróleo, é necessário
verificar a viabilidade econômica da exploração, já que esta envolve um grande
investimento.
O petróleo recebe denominações em função da predominância de
determinados tipos de hidrocarbonetos.
Normalmente ele pode ser classificado como:

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Petróleo de Base Parafínica: apresenta grande percentagem de parafina e pouco


asfalto no resíduo após a destilação .
Petróleo de Base Naftênica: apresenta pouca parafina e grande quantidade de
asfalto após sua destilação.
Petróleo de Base Mista: contém quantidades apreciáveis de parafina e asfalto no
seu resíduo.
Nas refinarias o petróleo é analisado para avaliarem suas características e
sua transformação de acordo com seu tipo de base. Como o petróleo contém grande
quantidade de hidrocarbonetos, o passo inicial é a separação destes ou frações
contendo as propriedades desejadas, o que é feito por meio de destilação.
Nesse processo o petróleo é aquecido e enviado à torre de fracionamento,
onde, por condensação a diferentes temperaturas, são obtidas as frações de gás
liquefeito de petróleo( GLP ), gasolina, querosene, óleo diesel e outros produtos
mais pesados que darão origem a óleos lubrificantes, óleos combustíveis e asfaltos.

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ATRITO

Conceito de Atrito

Sempre que uma substância se mover em relação à outra, haverá uma força
contrária a esse movimento. Essa força se chama atrito.
Considerando este tipo de contato entre as superfícies em movimento, temos
o atrito sólido e o atrito fluido.

Atrito Sólido

Ocorre quando as superfícies em contato são solidas.

O atrito sólido pode apresentar-se de duas formas:

* Atrito de Deslizamentos – quando uma superfície se desloca diretamente em


contato com a outra;

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* Atrito de Rolamento – quando o deslocamento se efetua através de rotação de


corpos cilíndricos, cônicos ou esféricos, colocados entre as superfícies em
movimento. Neste caso, como a área de contato é menor, o atrito também será.

Atrito Fluido

Ocorre entre superfícies fluidas ou entre superfícies sólida ou fluida. Tanto


maior é o atrito fluido quanto mais viscoso for o fluido.

Causas do Atrito Solido

Como nenhuma superfície usinada, ou não, é perfeitamente lisa, a rugosidade


das superfícies é a principal causa do atrito, pois, quando um sólido desliza sobre
outro, a interferência entre as rugosidades é responsável por uma parte considerável
do atrito, especialmente se as superfícies são muito ásperas. Os modos como as
superfícies se relacionam caracterizam os dois mecanismos de atrito, que são:

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* Cisalhamento

Quando os picos da duas superfícies entram em contato lateral entre si, o


atrito se desenvolve pela resistência oferecida pelo próprio corpo sólido; há ruptura
destes picos. Há duas situações diversas de acordo com dureza relativa das duas
superfícies. Se ambas têm dureza semelhantes, haverá ruptura de ambos os picos
em contato; porém, uma das superfícies é bem menos dura, os picos da superfície
dura agirão como ferramenta de corte, aplainando a superfície menos dura.

* Adesão

Quando as superfícies em contato apresentam áreas relativamente planas em


lugar de picos e vales, o atrito se desenvolve pela soldagem dos pontos, causados
pela pressão localizada e pelo calor gerado pelo atrito.
Na seqüência do movimento, as micro-soldas se rompem, dando como
conseqüência o empastamento do material em uma superfície e protuberâncias na
outra.

CONCEITO DE LUBRIFICAÇÃO

Lubrificar significa introduzir uma substância (lubrificante) entre duas


superfícies em movimento relativo, formando uma película, que evita o contato direto
entre as superfícies, e conseqüentemente diminuindo o atrito, o desgaste das peças
e a geração de calor.

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Simplificando, pode-se dizer que a lubrificação é uma técnica de minimizar o


atrito desenvolvido entre as partes dos diversos equipamentos.

No caso mais geral de um fluido ser utilizado como película lubrificante (ex.:
óleo), temos como objetivo substituir o atrito direto entre as superfícies pelo atrito do
lubrificante, que é bastante reduzido, isto é, substituir o atrito sólido pelo atrito fluido.
Além dessa redução de atrito, outros objetivos são alcançados com a
lubrificação, se a substância lubrificante for selecionada corretamente:
• Menor dissipação de energia em forma de calor;
• Redução da temperatura de trabalho da peça, pois o lubrificante também
refrigera;
• Redução da corrosão;
• Redução das vibrações e ruídos;
• Redução do desgaste.

TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO

Quando a lubrificação é feita corretamente, consegue-se, em alguns casos,


eliminar totalmente o contato metal com metal, obtendo-se a formação de uma
película fluida, formada pela substância lubrificante que absorve toda a carga
decorrente da operação do mecanismo que está sendo lubrificado.

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Existirão, entretanto, outros casos em que não se conseguirá manter intacta a


película lubrificante, fato que acarretará, em certas regiões, a recomposição do
contato metal com metal, caracterizando desta forma a existência de dois tipos de
atrito, ou seja, o atrito fluido onde a película lubrificante é mantida e o atrito sólido
onde a película foi interrompida.
As variáveis que definem o tipo de lubrificação em um sistema são:
• Viscosidade do lubrificante;
• Velocidade relativa das partes metálicas;
• Carga existente sobre as partes metálicas;
• Ambiente de trabalho(impurezas, vibrações e temperatura).
A lubrificação pode ocorrer nas seguintes maneiras, pôr uma lubrificação
Hidrodinâmica, Hidrostática e Limítrofe.

Hidrodinâmica

Quando o filme de fluido se desenvolve em decorrência do movimento relativo


entre as superfícies, separando-as completamente.
Antes de iniciar o movimento, existe o contato do metal com metal em uma
parte da peça, e o contato do metal com o fluido no restante da mesma.
No início do movimento, começa a existir o atrito, parte dele é sólido e parte é
fluido; na parte em que a película não está formada, região esta que apresenta
contato metal com metal, o atrito é sólido. Na outra região o atrito é fluido, pois
apresenta contato metal com fluido. Na continuidade do movimento, o atrito será
totalmente fluido, pois, através do movimento, o fluido se espalhará por toda a região
de contato da peça, formando uma película que deverá abranger toda a peça.

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Hidrostática

Quando as cargas envolvidas no sistema são elevadas, injeta-se óleo sobre


pressão entre as superfícies, com a finalidade de separá-las, antes de iniciar o
movimento.
Ex.: Sistema Hidráulico.

Antes de iniciar o movimento, o atrito é nulo, mesmo apresentando contato


metal com metal em toda a peça.
Instantes antes de iniciar o movimento, o atrito continua nulo, mas o contato é
substituído pelo metal com fluido, pois é injetado óleo sob pressão de forma a
preencher toda a extensão da peça.
Ao iniciar o movimento, o atrito é fluido, pois a película lubrificante já está
formada em toda a extensão da peça antes de o movimento se iniciar; desta forma o
desgaste das partes nos componentes é menor que na lubrificação por
Hidrodinâmica.

Limítrofe

Partindo como base do principio da lubrificação Hidrodinâmica, mas a


lubrificação Limítrofe ocorre quando as pressões entre as superfícies móveis são
muito elevadas, devido à velocidade e viscosidades baixas, altas cargas ou não
formação da película de óleo; neste caso as duas superfícies entram em contato,
podendo ocorrer pontos de soldagem. É a condição de lubrificação mais difícil de ser
satisfeita, sendo o atrito decorrente minimizado apenas por alguns tipos de aditivos.
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Assim podemos dizer que a lubrificação é semifluida, pois apresenta atrito


sólido e fluido ao mesmo tempo em pontos distintos.

PELÍCULA DE ÓLEO

O desenvolvimento hidrodinâmico do filme fluido exige que as superfícies não


sejam paralelas.
A cunha de óleo é comum a todos os mancais.
Sua formação exige as seguintes etapas:
1° Etapa: Com o eixo em repouso, há o contato metálico.
2° Etapa: Ao iniciar-se a rotação, ainda ocorre o contato metálico, mas pequenas
quantidades de óleo vão sendo arrastadas para as superfícies que suportam a
pressão. O eixo sobe ligeiramente sobre a parede do mancal em sentido ao da sua
rotação, até começar a escorregar, por encontrar as superfícies cada vez mais
umedecidas com o óleo. É um período de lubrificação limítrofe.
3° Etapa: À medida que a viscosidade aumentar, maior quantidade de óleo é
arrastada à parte onde a folga é mais estreita, criando-se, gradualmente, uma
pressão hidrodinâmica produzida pelo efeito do bombeamento, resultante da rotação
do eixo.

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A pressão hidráulica levanta o eixo, eliminando o contato metálico, e o eixo


passa a girar sobre uma delgada película de óleo que rapidamente reduz o esforço
para mantê-lo em movimento.

FUNÇÕES DOS LUBRIFICANTES

A principal função de um lubrificante é a redução do atrito, mas com o passar


do tempo, foram atribuídos aos lubrificantes outras funções, as quais essenciais na
escolha de um lubrificante, tendo, em alguns casos o mesmo nível de prioridade, ou
mais, em relação à redução de atrito. As principais funções dos lubrificantes são:

Redução das forças de atrito

A resistência dos fluidos ao deslocamento (atrito fluido) é apenas uma


percentagem mínima do atrito sólido.

Redução do desgaste

O lubrificante impede o contato entre as partículas sólidas e remove partículas


abrasivas.

Redução do calor

O óleo absorve o calor que inevitavelmente é gerado nos pontos de contato


entre as peças, mesmo quando a lubrificação é adequada. Em alguns sistemas, o
óleo é refrigerado antes de ser reciclado. Em outros, o calor passa para as paredes
do tanque e deste para a atmosfera.

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Vedação

Característica específica das graxas, que formam uma barreira que impede a
entrada de impurezas, pois as graxas possuem uma película lubrificante mais
resistente do que a película lubrificante do óleo.

Proteção contra a corrosão

O filme de óleo evita o contato das peças com o ar ou com a umidade,


protegendo-as da corrosão.

Remoção de contaminantes

A ação de limpeza dos lubrificantes remove contaminantes sólidos


responsáveis pela abrasão. Essa remoção pode ser feita através da circulação
excessiva do óleo, como no caso de óleos para corte ou através de aditivos
detergentes e/ou dispersantes, que mantêm em suspensão (circulação) as borras e
partículas sólidas.

Isolamento elétrico

Estes óleos devem possuir alta resistividade elétrica, poder dielétrico e ponto
de fulgor. Devem ser isentos de água, impurezas e possuir estabilidade química a
altas temperaturas localizadas.

Transmissão de força

Baseia-se no princípio da lubrificação por Hidrostática, onde a pressão é


transmitida igualmente em todos os sentidos. A força aplicada em uma determinada
área é diretamente proporcional à pressão e à área de contato.

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Quando esta pressão é transmitida através de um líquido a uma área maior, a


força resultante é proporcional à nova área, multiplicando-se, assim, a força
transmitida.

Amortecimentos de choques

O óleo, devido ao seu atrito fluido, dissipa a energia mecânica que se origina
de vibrações e oscilações das peças em movimento.O aumento da viscosidade de
um óleo com o aumento da pressão também responde pelo amortecimento de
choques, já que, tanto maior a viscosidade, maior a resistência de um filme de
lubrificante a cargas.

TIPOS DE LUBRIFICANTES

Substâncias as mais diversas são utilizadas como lubrificantes. Em função do


seu estado de agregação, os lubrificantes podem ser classificados em:

Lubrificantes Líquidos

Óleos minerais: São obtidos a partir do petróleo por destilação. São mais
estáveis do que os óleos animais ou vegetais.

Óleos animais e vegetais: São obtidos por prensagem e extração de matérias


animais e vegetais.

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Eles se decompõem mais facilmente que os óleos minerais, quando


submetidos ao calor ou quando em presença de oxigênio.

Óleos sintéticos: São formulados para atenderem a condições extremas, como


altas e baixas temperaturas, nas quais os óleos minerais não podem ser
empregados.
Alguns sintéticos são usados como aditivos de óleos minerais, para melhorar
suas características lubrificantes.

Óleos compostos: Quando óleos animais e vegetais são misturados com


óleos minerais, o lubrificante resultante apresenta características emulsificantes, de
oleosidade e estabilidade, não encontradas em ambos os tipos de óleos quando
usados separadamente. Usualmente 10% destes óleos conferem máxima
oleosidade e propriedade emulsificantes aos óleos minerais. Quantidades acima
deste valor não melhoram substancialmente estas características.

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Lubrificantes Semi-sólidos

Graxas: São dispersões de agentes espessantes em líquidos lubrificantes


sintéticos ou minerais. Os agentes espessantes mais usados são os sabões
metálicos. Podem também conter aditivos que lhes confiram características
especiais.
Composições Betuminosas: Apresentam elevada viscosidade e grande
adessividade. Para serem aplicadas, requerem aquecimento ou diluição em
solventes que, quando evaporados, deixam uma película lubrificante bastante
resistente.

Lubrificantes Sólidos

Os lubrificantes sólidos geralmente são minerais como o grafite, talco, mica,


óxido de zinco e dissulfeto de molibdênio, por apresentarem boa untuosidade e
resistência a altas temperaturas e pressões.
Obs: Untuosidade: Vem de Untar. Aplicar unto a, friccionar, esfregar com unto, cobrir com
unto, engordurar. Dicionário Aurélio.
São geralmente usados sob a forma de pó ou de flocos.
Quando colocados entre duas superfícies em movimento, eles introduzem um
baixo atrito sólido, controlando o elevado atrito sólido esperado.
Podem ser adicionados às graxas quando as cargas suportadas são muito
elevadas. Neste caso, funcionam analogamente aos aditivos de oleosidade.

Lubrificantes Gasosos

Os lubrificantes gasosos são usados em casos especiais, em lugares onde


não são possiveis as aplicações dos lubrificantes convencionais. Podemos citar
alguns deles, como o ar e o nitrogênio.

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PROPRIEDADES DOS LUBRIFICANTES

Os lubrificantes possuem características distintas entre si, elas variam de


acordo com o tipo de lubrificante, seja líquido, sólido, semi-sólido, etc. Nesta
apostila, nós estudaremos as propriedades dos líquidos(óleos) e semi-
sólidos(graxas).

Propriedades dos Óleos

Densidade

Densidade é a razão entre a massa específica do óleo e a massa específica


da água.
A densidade varia com a temperatura. O método usual para sua determinação
é mergulhando óleo em um densímetro que fica em equilíbrio a uma certa
profundidade.
Na haste graduada lê-se, ao nível da superfície, o valor da densidade. Por
meio de um termômetro, mede-se a temperatura do óleo no momento da leitura da
densidade.
Sua maior aplicação é para corrigir variações de volume com a temperatura
por ocasião do envasamento dos produtos.
A densidade de óleos novos não tem significado quanto à sua qualidade.
No caso de óleos usados, o aumento da densidade pode indicar a presença
de água ou sedimentos, enquanto que sua redução acusará a presença de produtos
mais leves, como os combustíveis.

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Viscosidade

A viscosidade de um fluido é a sua resistência ao escoamento e mede o grau


de atrito interno do óleo quando ele escoa. É a propriedade mais importante dos
óleos lubrificantes e a escolha do lubrificante adequado é basicamente uma escolha
de viscosidade.
Os fluidos espessos ou mais viscosos, tais como o mel, têm uma viscosidade
elevada; eles não escoam facilmente.
Os fluidos “mais finos” ou menos viscosos, tais como a água, escoam com
maior facilidade e possuem uma viscosidade baixa.
Os óleos lubrificantes são encontrados numa grande variedade de
viscosidade. A viscosidade não é uma constante para um determinado fluido; ela
varia inversamente com as variações de temperatura, e a variação não é a mesma
para todos os óleos.
São usados diversos aparelhos para medida da viscosidade. Os mais
conhecidos são o Viscosímetro Saybolt e os baseados em capilares de vidro
conhecidos como Viscosímetro Cinemático.
Todos eles são equipamentos com banho para controle da temperatura, um
receptáculo para o óleo e um orifício ou tubo capilar por onde o óleo escoa. A
viscosidade é calculada a partir do tempo que certo volume de óleo leva para
percorrer o capilar.
No caso da viscosidade Saybolt, a medida pode ser em Segundo Saybolt
Universal ( SSU ) ou em Segundo Saybolt Furol( SSF ), conforme o diâmetro do
orifício usado. No Furol é dez vezes maior que no Universal e se aplica para a
medida de produtos muito viscosos. No Cinemático, o tempo de escoamento em
segundo é convertido em Centistokes ( cSt ), por multiplicação pelo fator do tubo.
Essa unidade pode ser convertida em SSU ou SSF, sempre à mesma
temperatura, por meio de tabelas publicadas pela ASTM.

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Para permitir a comparação de viscosidades, cada escala elegeu pelo menos


duas temperaturas de referência nas quais são determinadas as viscosidades. No
Brasil, as escalas Saybolt e Cinemática, em utilização, são referidas às temperaturas
de 37,8°C(100°F) e 98,9°C(210°F).

Índice de Viscosidade( IV )

O número que indica a variação da viscosidade com a temperatura é


chamado Índice de Viscosidade.
Um alto índice de viscosidade indica uma pequena variação de viscosidade
em relação à temperatura, enquanto o baixo índice de viscosidade indica uma
grande variação de viscosidade com uma pequena variação de temperatura. Os
óleos parafínicos possuem maior índice de viscosidade do que os óleos naftênicos.
A escolha dos padrões se baseou em dados práticos, atribuindo-se IV = 0 a
um óleo naftênico, que, na época, sofria a maior variação de viscosidade com a
temperatura e IV = 100 a um óleo parafínico, cuja viscosidade era a menos sensível
com a temperatura. Atualmente, através de aditivos, é possível elevar o IV acima de
100.
O IV é obtido por cálculo através de tabelas publicadas pela ASTM,
atribuindo-se os valores da viscosidade a 37,8°C e 98,9°C como dados.

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Ponto de Fulgor

É a menor temperatura na qual os vapores de um lubrificante, aquecido em


aparelho adequado, se inflamam por curto período de tempo quando em contato
com uma chama. Produtos com ponto de fulgor abaixo de 70°C são considerados
por lei como de manuseio perigoso. Na lubrificação devemos utilizar para maior
segurança um óleo que possua ponto de fulgor de no mínimo 40°C a 60°C acima da
temperatura máxima de trabalho.
Obs.: Essa margem de segurança deve ser levada em consideração quando houver
algum problema mecânico que possa elevar a temperatura da peça acima das
condições normais de trabalho.
Ex.: Temperatura normal: 40°C Temperatura anormal máxima: 80°C
Ponto de Fulgor: 120°C

Ponto de Combustão

É a menor temperatura na qual os vapores de um lubrificante aquecido no


mesmo aparelho para determinação do ponto de fulgor se inflamam e continuam
queimando por mais de 5 segundos (combustão continua). Essa temperatura é um
pouco superior a do ponto de fulgor.

Ponto de Mínima Fluidez

É a menor temperatura na qual o óleo deixa de fluir livremente quando


submetido a um processo de resfriamento.
Esta característica é de grande utilidade na aplicação de lubrificantes em
sistemas submetidos a baixas temperaturas(sistemas de refrigeração).

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Cor

Os produtos de petróleo apresentam variação de cor quando observados


contra a luz. Esta faixa de variação atinge desde o preto até quase o incolor.
As variações de cor são devidas às variações da natureza dos crus, da
viscosidade e dos métodos e formas de tratamento empregados durante a refinação,
sendo que são usados corantes para uniformizar o aspecto de certos produtos.
Sua determinação é feita por comparação a cores padronizadas, em aparelho
ASTM ou similar. No colorímetro da ASTM, temos vidros com oito cores diferentes,
desde o mais claro (n° 1) até o mais escuro (n° 8), abrangendo desde o claro até o
vermelho carregado. Cor mais escura observa-se usando-se uma diluição de 15%
de óleo e 85% de querosene, e ao resultado se acrescenta a palavra diluída.
Antigamente a cor clara indicava um óleo de baixa viscosidade. Atualmente
conseguem-se óleos de alta viscosidade bem claros.
* Óleos de origem parafínicas – refletem luz de cor verde fluorescente.
* Óleos de origem naftênicas – refletem luz azulada
Podem-se imitar essas cores com a adição de aditivos.
A cor de um lubrificante não tem nenhuma relação com a qualidade. A cor é
usada como uniformização de tipo ou marca de lubrificantes, assim como também
no auxílio da manutenção na identificação de vazamentos e controle de qualidade
para determinação do seu período de troca.

Demulsibilidade / Emulsibilidade

Demulsibilidade é a propriedade de um óleo separar-se rapidamente da água.


Esta característica é importante quando se considera que, em vários sistemas de
lubrificação, o óleo pode entrar em contato com a água. Neste caso uma rápida
separação da água passa a ser um fator preponderante à sua aplicação. Exemplos
típicos são os óleos de turbina.

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Por outro lado, a Emulsibilidade ou a capacidade de misturar-se com a água é


uma propriedade necessária a certos tipos de óleo, como os usados nos cilindros a
vapor. Outro exemplo é o tipo solúvel, empregado na fabricação de fios de lã e
nylon, para torná-los mais flexíveis (óleo amaciante) e lubrificar as Fiadeiras, e que
deve ser removido do fio por imersão em um banho de água. Ou o óleo solúvel para
refrigeração de peças em processos de usinagem.

Acidez / Basicidade

Os óleos minerais são praticamente neutros. Com o uso, aparecem


substâncias de reação ácida que podem atacar os metais e desenvolver compostos
insolúveis.
Em certas aplicações, por exemplo grandes motores a diesel, o óleo deve
neutralizar a elevada acidez gerada pela própria operação da máquina, sendo para
isso, formulados com aditivos de reação alcalina, que lhe conferem Basicidade.

Ponto de Névoa

É a temperatura na qual uma névoa de material sólido se desenvolve quando


o produto é resfriado sob condições padronizadas. Ex.: Tratamento térmico como a
tempera.

Resíduos de Carbono

É o resíduo deixado pelo óleo quando o mesmo se evapora, esse teste não
determina necessariamente a qualidade de um lubrificante, mas, dependendo da
aplicação do óleo a qual se destina, quanto menos resíduo maior será a relação de
custo-benefício.

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GRAXAS

As graxas são compostos lubrificantes semi-sólidos, constituídos por uma


mistura de óleo, aditivos e agentes engrossadores (espessantes) chamados sabões
metálicos. Elas são utilizadas onde o uso de óleos não é recomendado.
O componente líquido da graxa, que atua efetivamente como lubrificante é em
geral um óleo mineral, ou seja, é ele que fornece as suas principais características
lubrificantes, e a sua viscosidade está ligada ao tipo de serviço a que se destinará a
graxa produzida.
O agente espessante (sabão) é o componente responsável pelas
propriedades de resistência em serviço na presença de água, pelo tempo de serviço
da graxa e pela eficiência da lubrificação, já que uma de suas principais funções é a
de mantê-la nos pontos passíveis a serem lubrificados, tendo ainda influência na
performance da graxa em serviço e na presença de altas temperaturas.
Os aditivos encarregam-se de fornecer ao produto algumas características
muito importantes, como resistência à oxidação e corrosão, condições de trabalho a
pressões elevadas, manutenção de consistência, etc.
Assim, genericamente, considerados os três componentes principais das
graxas (sabão, óleo lubrificante e aditivo) pode-se afirmar que as características do
produto dependem da natureza destes componentes.

Propriedades das Graxas

Consistência

É a resistência à deformação por ação de uma força.


Na escolha de uma graxa para determinado serviço, escolhemos pela
consistência, é como escolher à viscosidade de um óleo. Veja quadro abaixo:

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Grau NLGI Consistência à 25°C


00 445 - 475
00 400 - 430
0 355 - 385
1 310 - 340
2 265 - 295
3 220 - 255
4 175 - 205
5 130 - 160
6 85 - 115

As graxas de grau NLGI 000, NLGI 00 e NLGI 0 são graxas semi-fluidas, as


graxas de grau NLGI 5 e NLGI 6 são semi-sólidas. As mais utilizadas são as graxas
de grau NLGI 1 e NLGI 2, sendo esta última utilizada em maior escala.

Ponto de Gota

É a temperatura na qual a graxa passa a gotejar; nesta temperatura a graxa


está no estado liquido. O ponto de gota de uma gota depende principalmente do tipo
de espessante utilizado. Depois da consistência, é o principal fator na escolha de
uma graxa.

Características das Graxas

Estrutura

É o tato ou a aparência da graxa.

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Filamento

É a capacidade de formar fios ou filamentos.

Adesividade

É a capacidade de aderência. Muito importante na aplicação em peças que


estão sujeitas à ação da lavagem ou presença de água, como também na aplicação
em peças que trabalham com movimentos oscilantes e deslizantes.

Bombeabilidade

A facilidade com que a graxa pode ser bombeada é fator de grande


importância nos sistemas manuais e centralizados de lubrificação. A viscosidade de
um óleo, ou seja, sua consistência e o tipo de sabão empregado na fabricação da
graxa são alguns dos fatores que influenciam na sua bombeabilidade.

Estabilidade

Os lubrificantes em contato com o ar tendem a oxidar-se. O aumento da


temperatura e o contato com vários metais aceleram a oxidação, diminuindo a vida
útil do lubrificante.

ESPESSANTES

As graxas utilizam espessantes em sua composição, os espessantes são


denominados de sabões, em sua maioria sabões metálicos. Os sabões podem ser
metálicos e não metálicos.

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Sabão Metálico

Os sabões metálicos representam 90% das graxas produzidas. Podem ser de


Cálcio, Sódio, Alumínio, Lítio, Bário e Misto(Sódio/Cálcio, Cálcio/ Lítio, etc.).

Sabão Misto

Para atender a certas exigências dos conjuntos mecânicos, torna-se


necessária a elaboração de graxas com diferentes tipos de sabão, aliando-se as
suas propriedades. Uma graxa à base de sabão de sódio com uma pequena parte
de sabão de cálcio torna-se mais macia, sem abaixar o Ponto de Gota.

Sabão não Metálico

São as graxas que não utilizam sabões metálicos em sua composição, como
as graxas sem sabão ou as composições betuminosas.
As graxas sem sabão são as graxas que utilizam determinadas argilas e sílica
de gel como agentes espessantes. Sua maior vantagem é o alto Ponto de Gota. São
empregadas em mancais de deslizamento e/ou de rolamento em máquinas que
operam em temperaturas de até 260°C.
A composição betuminosa consiste na mistura de um óleo mineral com
asfalto. Pela sua elevada aderência, são próprias para lubrificação de engrenagens
abertas e cabos de aço, etc.

Vantagens e Desvantagens da Graxa

Vantagens
* pela sua consistência, a graxa permite formar uma camada protetora sobre a
superfície;

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* por sua adesividade, tem vantagem na lubrificação de peças deslizantes e


oscilantes;
* dispensa cuidados constantes;
* em lugares poluídos e úmidos, oferecem melhor vedação.

Desvantagens
* não dissipam bem o calor como o óleo;
* possui elevado atrito e geração de calor;
* não são tão resistentes à oxidação.

ADITIVOS

São produtos que, adicionados a um óleo lubrificante, melhoram ou criam


determinadas propriedades.

TIPOS DE ADITIVOS

Detergentes / Dispersantes

Usados para limpar as superfícies das peças e deixar em suspensão os


produtos insolúveis do desgaste e oxidação.

Inibidores de Oxidação / Anti-oxidantes

Também conhecidos como anti-oxidantes. Todo óleo em contato com o ar ou


com temperaturas elevadas, tende a oxidar-se. O aditivo evita que o óleo se oxide
antes que todo o aditivo presente no mesmo tenha se esgotado, pois ele tem maior
afinidade com o oxigênio do que o lubrificante; desta forma, o lubrificante só
começará a oxidar depois que o aditivo já estiver totalmente oxidado.

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Anti-corrosivos

Quando um óleo se oxida, formam-se produtos ácidos que atacam as


superfícies metálicas produzindo corrosão e ferrugem; esses aditivos agem cobrindo
as superfícies com um filme impermeável aos ácidos ou neutralizando-os através de
reação química.

Anti-espumante

Faz com que a espuma, formada durante o funcionamento da máquina, se


desfaça o mais rapidamente possível.
Em alguns sistemas não é possível evitar a formação de espuma originada
normalmente na tubulação de retorno no reservatório, gerando ocasionalmente
desgaste prematuro em dispositivos mecânicos que fazem parte do sistema como
pistão, bombas de engrenagens ou palhetas, válvulas, etc.

Anti-desgaste

Torna-se necessário nas máquinas onde, devido a cargas e/ou velocidades


elevadas, outro lubrificante não consegue se manter entre as partes móveis.

Extrema Pressão

São utilizados quando o aditivo anti-desgaste por si só não minimiza o


desgaste a um nível considerado - são conhecidos como aditivos EP, pois estes
reagem quimicamente quando submetidos a grandes pressões e temperaturas,
evitando que as superfícies metálicas entrem em contato, formando um composto
químico de superfície com menor resistência ao cisalhamento do que a superfície
original. Esta reação ocorre quando a temperatura no local do atrito varia em torno
de aproximadamente 50°C.

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Abaixadores do Ponto de Fluidez

Reduzem a tendência ao congelamento do óleo; têm como finalidade abaixar


a temperatura do Ponto de Fluidez de um lubrificante.

Melhoradores de I.V.

Têm como função reduzir a tendência dos óleos lubrificantes de variarem a


sua viscosidade com a variação de temperatura.

Anti-ferrugem

Os aditivos anti-ferrugem agem formando uma película junto às superfícies


metálicas repelentes à água, que não permite o seu ataque aos metais.

Agentes de Adesividade

Conferem ao lubrificante um maior poder de adesão, por isso dificilmente


desalojado do mancal pela centrifugação ou gravidade. São bastante utilizados nas
indústrias de produtos alimentícios e têxteis. Sua composição consta principalmente
de óleos graxos.

Agentes de Oleosidade

È utilizado quando as superfícies metálicas tendem a arrastar a película


lubrificante. Os aditivos mais comuns são as gorduras animais.

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Agentes Sólidos

Normalmente são utilizados em lubrificantes que trabalham com temperaturas


muito elevadas, formando uma película muito aderente ao metal. Como o grafite e o
bissulfeto de molibdênio.

Emulsificantes

Atuam reduzindo a tensão interfacial, permitindo assim mistura íntima do óleo


com a água.

Controladores de Odor

Não possuem nenhuma finalidade específica com relação à qualidade de um


lubrificante; são mais utilizados com finalidade de padronização e de segurança.
Como identificação de produtos, mascarar odores desagradáveis (óleos de corte
sulfurizados) e fator psicológico.

Corantes

Como os Controladores de Odor, não atuam na qualidade. São utilizados para


identificação de produtos e vazamentos, assim como no fator psicológico.

Anti-sépticos

Geralmente utilizados em óleos solúveis devido a que as emulsões propiciam


ambiente favorável à proliferação de bactérias que atacam a emulsão, destruindo a
mistura, exalam mau cheiro e promovem ferrugem.

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MISTURA DE OLEO

A princípio, os óleos existentes no mercado são compatíveis entre si, não


apresentando problemas quanto a misturas, desde que se tome o cuidado de
misturar produtos de mesmo nível de desempenho e de mesma faixa de
viscosidade. No entanto, a melhor alternativa ainda é evitar estas misturas, sempre
que possível, de forma a permitir o melhor desempenho do óleo utilizado.

OBS: Para óleos de mesmo índice e fabricante.

Como prática habitual, não é o mais recomendável, porém, diante de uma


necessidade urgente, como pode ser o caso de que o nível de óleo estar baixo e
querermos completá-lo, pode ser realizado. Sempre levando em conta que a
viscosidade resultante não será conhecida e não será a que recomenda o
fabricante.
Também convém ressaltar que a mistura de duas qualidades de óleos
diferentes rebaixa a qualidade superior. Por isso, é recomendável corrigir a situação
o mais rápido possível, fazendo uma troca de óleo.
Ao longo da vida, pode ser necessário variar a viscosidade do lubrificante
inicialmente recomendado pelo fabricante. As condições de uso podem mudar, as
peças se desgastam ou as condições climáticas podem variar; nesses casos o
funcionamento será melhor com uma viscosidade maior do que a inicial.

Obs.: Para óleos de viscosidades diferentes, independente do fabricante.


Como também para óleos de mesma viscosidade e fabricantes diferentes.

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FERRAMENTAS

O supervisor de uma área da indústria constatou que algumas máquinas


apresentavam ruídos e superaquecimento.
O mecânico de manutenção desmontou as máquinas e constatou que, devido
ao entupimento dos bicos das engraxadeiras, a graxa não penetrava nos mancais e,
por isso, não os lubrificava.
Trocaram as engraxadeiras e o problema foi sanado.
Veja como os dispositivos usados para lubrificação são importantes. Existem
dois métodos de lubrificação: o sistema de lubrificação com perda total do
lubrificante e o sistema de lubrificação centralizada, juntamente com os dispositivos
usados em cada sistema.

Lubrificação por perda total

Nesse sistema, o lubrificante não pode ser utilizado novamente. Por isso, usa-
se a expressão perda total, ao contrário do que ocorre no sistema selado, em que o
lubrificante pode ser reaproveitado várias vezes.
No sistema de perda total são empregados os seguintes dispositivos:
almotolia, copo graxeiro, pistola graxeira, pistola de óleo, pincel, espátula, copo
conta-gotas, copo com vareta, copo com mecha (tipo sifão), copo com mecha (tipo
tampão), lubrificador mecânico.
Vamos estudar cada um desses dispositivos.

Almotolia

Pode ser do tipo comum ou do tipo bomba. Ambas devem ser mantidas
limpas e com os bicos desobstruídos.
Na lubrificação por almotolia, é importante que os pontos de lubrificação
sejam mantidos limpos e protegidos sempre que possível.

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Copo graxeiro

O copo graxeiro pode ser manual ou automático. O copo manual faz a graxa
chegar ao ponto de aplicação por meio do rosqueamento da tampa ou do êmbolo. O
copo automático usa a pressão de uma mola para a aplicação, evitando a atenção
freqüente do operador.
Além do reenchimento e da limpeza, pouca atenção é requerida por esses
copos. Porém, podem ocorrer problemas por falta de lubrificação, se o mancal
aquecer a ponto de provocar o escorrimento livre da graxa. Dessa maneira, ela vaza
pelas extremidades do mancal e o copo se esvazia rapidamente.

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Pistola graxeira

A aplicação de graxa com pistola graxeira é simples quando se usam pistolas


com acionamento manual.
Entretanto, a aplicação torna-se complexa quando se usa ar comprimido ou
bombas elétricas para forçar a entrada de graxa nos mancais.

pistola graxeira manual

pistola graxeira manual de alavanca

Os pontos de aplicação constituídos pelos bicos graxeiros (engraxadeiras)


devem ser limpos antes de se aplicar o conector da pistola, a fim de evitar impurezas
nos mancais.

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As engraxadeiras possuem uma mola que atua numa esfera. Dessa forma,
fica vedado o escape de graxa e a entrada de sujeiras. A graxa entra sob pressão e
força a esfera para trás. Assim, vence a força da mola. Ao cessar a entrada de
graxa, a vedação é restabelecida.

Pistola de óleo

É semelhante à pistola graxeira. Dispõe de pinos para óleo, encontrados em


máquinas-ferramenta, roletes de esteiras etc.

Pincel

A aplicação de lubrificante com pincel é feita em engrenagens, cabos de aço,


correntes etc., quando são usados produtos especiais como composições
betuminosas e compostos anti-ferrugem. Em alguns casos, o pincel é fixo no corpo
da máquina e o óleo goteja sobre ele. Desse modo, o pincel faz uma distribuição
contínua.

Espátula

Destina-se à aplicação de graxa, composições betuminosas, composições para


estampagem e outros produtos muito viscosos.
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Copo conta-gotas

É um dispositivo que permite aplicar lubrificante na quantidade e em períodos


desejados.
Exige atenção constante na verificação do nível de óleo, do reenchimento e
regulagem do número de gotas por minuto.

O inconveniente principal do copo conta-gotas é o fato de ele exigir regulagem


após o aquecimento da máquina. Isso porque, com o calor, a viscosidade do
lubrificante diminui e faz aumentar o seu fornecimento.

Copo com vareta

É automático do início ao fim do fornecimento de óleo. Esse dispositivo é


aplicado em mancais com cargas leves.
O copo com vareta é um reservatório que possui uma haste em seu interior.
Sua extremidade toca no eixo. Com o movimento do eixo, ocorre a vibração da
haste que permite a passagem do óleo através de uma folga. Essa folga localiza-se
entre a haste e a luva da extremidade do reservatório. O funcionamento é
automático e o fornecimento do óleo é mais contínuo do que no conta-gotas.

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Esse dispositivo requer verificação de tempo em tempo, a fim de se certificar


de que a haste está se movimentando livremente.

Copo com mecha tipo sifão

Esse tipo de dispositivo é constituído de um tanque metálico ao qual é ligado


um tubo. O tanque fica cheio de óleo, até um nível ligeiramente inferior ao do tubo.
Nesse tubo é introduzido um estopim que fica imerso no tanque. O estopim envia o
óleo sob a forma de gotas que caem do tubo no eixo em movimento. Para regular a
queda de lubrificante, pode-se colocar um registro no oleador. Também se pode
comprimir, mais ou menos, o estopim com um parafuso. O objetivo é evitar o
consumo de lubrificante com a máquina parada.

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O copo com mecha tipo sifão é usado em locomotivas, motores estacionários,


mancais e máquinas de tamanho médio.

Copo com mecha tipo tampão

Nesse dispositivo, a mecha é feita com fios de lã ou arame fino, e se ajusta no


tubo de descarga.

O tubo e a mecha não estão ligados ao reservatório de óleo. Em serviço,


devido aos movimentos bruscos do mancal, o óleo é arremessado para cima e
alimenta o tubo.
Esse dispositivo é usado em partes de máquinas com movimentos bruscos,
como bielas de grandes bombas e de prensas.

Lubrificador mecânico

Esse dispositivo consiste em um reservatório de óleo e vários elementos


individuais de bombeamento. Os elementos fornecem o óleo em pequenas
quantidades, sob pressão, para tubos que o conduzem ao ponto de aplicação.

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O funcionamento do lubrificador mecânico se dá do seguinte modo:


• No uso de admissão do êmbolo, o óleo é aspirado através de válvulas de sucção,
tipo esfera, para a câmara de bombeamento.
• A pressão criada fecha automaticamente as válvulas de sucção e força o óleo da
câmara de bombeamento para as válvulas de descarga.
• O óleo deixa o bocal de descarga, em forma de gotas, e se desloca para cima,
através da água contida no visor. Esse deslocamento decorre da diferença de
densidade entre os dois líquidos.
O funcionamento do lubrificador mecânico é automático e, como é acionado
pela própria máquina, a quantidade de fluido é diretamente proporcional à
velocidade.
Existem lubrificadores mecânicos que dispensam água e arame no visor.
Nesse caso, a partir do visor, o óleo é distribuído por gravidade.
Os lubrificantes mecânicos têm largo emprego em compressores alternativos,
motores de combustão interna, cilindros de máquinas a vapor e mancais em geral.

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Lubrificador por névoa

Esse lubrificador pulveriza o óleo em uma fina camada, distribuída através de


uma tubulação.
Esse sistema foi desenvolvido, principalmente, para lubrificação de mancais
de rolamentos que giram em altíssimas velocidades. Esses mancais necessitam de
óleo em quantidade cuidadosamente controlada. Se houver excesso de óleo,
ocorrerá aumento anormal da temperatura. Por outro lado, se houver falta de óleo,
haverá rápido desgaste dos mancais.
O mecanismo funciona com um pulverizador (venturi) que produz a névoa.

Quando a névoa chega ao ponto de aplicação, com o auxílio de conexões


adequadas, o lubrificante pode ser expelido nas seguintes formas:
• névoa - usada em mancais de rolamento;
• atomização (esguichos) - usada em correntes e engrenagens;
• condensação (gotas) - usada em mancais de deslizamento e barramentos.

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Esse lubrificador pode ser ligado a linhas de ar comprimido. Seu consumo é


de 300 a 600 litros de ar por hora e de 0,25 a 1cm3 de óleo por hora.

O lubrificador por névoa é muito eficiente, pois a névoa, sendo semelhante a


um gás, atinge todas as superfícies. Também é econômico; mas, por outro lado,
poluente. Isso se deve à parcela de névoa que escapa do lubrificador e atinge o
ambiente à sua volta.

Lubrificador hidrostático

É usado para a lubrificação dos cilindros e órgãos de distribuição das


máquinas a vapor.
O lubrificador hidrostático introduz o óleo na canalização de abastecimento do
vapor, a pouca distância da máquina. O vapor, ao passar pela canalização, espalha
ou pulveriza o óleo sobre as superfícies do cilindro.
Além de lubrificar, esse dispositivo serve de elemento de vedação, juntamente
com os anéis de segmento e a gaxeta da haste do êmbolo.
O reservatório de óleo do lubrificador fica também ligado ao encanamento do
vapor. Dessa maneira, são utilizadas a pressão e a condensação desse vapor para
introduzir o óleo no sistema.

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Mancais com cavidade

Esses mancais, geralmente, trabalham em altas temperaturas, como os


mancais de secadores de papel. Possuem cavidades nas quais são aplicadas
graxas em bloco com conformação adequada.

A graxa de bloco deve ficar livre na cavidade. Para isso, corta-se o bloco de
graxa em tamanho ligeiramente menor que a cavidade. Por ação do próprio peso, a
graxa exerce pressão sobre o eixo. O calor do atrito das superfícies em contato
(graxa e eixo) amolece a graxa e lubrifica o mancal.
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Lubrificação Centralizada

É um sistema de lubrificação para graxa ou óleo, com a finalidade de lubrificar


um elevado número de pontos, a partir de um distribuidor central.
Esse sistema permite racionalizar o consumo de lubrificante, economizar
mão-de-obra e lubrificar a máquina em movimento. Os principais componentes do
sistema centralizado são:

• reservatório de lubrificante
• válvula direcional
• rede de distribuição
• dosadores
• manômetros
• sinalizadores de defeito

O acionamento do sistema centralizado pode ser manual (pequenos circuitos)


ou automatizado. Nesse último caso, o comando é feito pela própria máquina em que
se usa o sistema.
O sistema centralizado mais utilizado divide-se em dois tipos:
• linha simples
• linha dupla

Linha simples

Esse sistema é usado em máquina de pequeno e médio porte. Dispõe de


bombas manuais, pneumáticas ou elétricas.
Quando a bomba atua, desloca lubrificante e pressuriza a linha de
alimentação. Isso faz com que os dosadores, acionados pelo próprio lubrificante,
injetem óleo nos pontos de lubrificação.

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Terminada a pressurização, a linha principal é aliviada. Assim, os pistões dos


dosadores retornam à posição original. O retorno é feito por mola e permite a
recarga para o próximo ciclo. A ligação entre os dosadores e a linha principal é do
tipo paralelo, isto é, os dosadores encontram-se fora da linha principal.

Linha dupla

Esse sistema dispõe de duas linhas principais: uma para acionamento e outra
para retorno dos dosadores. Assim, a válvula direcional ora pressuriza uma linha,
ora pressuriza a outra.
O sistema centralizado por linha dupla não tem molas, gaxetas ou outras
peças facilmente desgastáveis. Por isso, opera por muitos anos, sem problemas de
manutenção.
O sistema pode ser operado manual ou automaticamente.
Nos sistemas automáticos, controladores elétricos e eletrônicos programam a
freqüência dos períodos de lubrificação e monitoram o funcionamento.

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As bombas usadas no sistema de linha dupla podem ser elétricas,


pneumáticas ou manuais.
A ligação entre os dosadores e a linha principal é do tipo paralelo.

Sistema selado

Notou-se excessivo ruído no sistema de mudança da caixa de câmbio de um


automóvel.
Um mecânico verificou que a caixa de câmbio estava com problemas por falta
de óleo.
A falta de lubrificação provocou atrito exagerado nas engrenagens, causando
o engripamento do mecanismo. Descobriram que a falta de óleo ocorreu devido a
vazamento.
Essa situação ilustra a importância da lubrificação por sistema selado que, ao
contrário do sistema de perda total, possibilita uso prolongado do lubrificante, desde
que não haja vazamento.
Os mais simples sistemas selados de lubrificação dependem das
propriedades do óleo: viscosidade e untuosidade. Assim, o óleo lubrifica as
superfícies das peças por meio de rodas dentadas, de anéis ou correntes. No
primeiro caso, por exemplo, uma ou mais rodas puxam o óleo para a parte inferior
do depósito. O óleo é projetado em volta da peça, e lubrifica também os mancais
devido à força da projeção.
Além da função de lubrificante, o óleo tem ação refrigerante. O nível de óleo
no cárter não deve ser muito baixo, caso contrário ele não atinge o nível das partes a
serem lubrificadas. Se isso acontecer, as partes não se resfriam e ocorre aquecimento
excessivo do óleo, além de desgaste e ruídos. Por outro lado, se o nível do óleo for
muito elevado, haverá aumento inútil de resistência ao movimento. A turbulência
excessiva provocará aumento de temperatura e maior possibilidade de perda de
lubrificante nos mancais.

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Para a carga e descarga do óleo usam-se tampas apropriadas. O controle do


nível de óleo é feito por meio de indicadores que podem ser fabricados em náilon
preto, com cristal incorporado, ou em resina sintética transparente. Os indicadores
de náilon são encontrados no comércio para montagem forçada com anel de
vedação tipo OR ou para montagem parafusada. Os indicadores de resina são
montados por meio de parafusos.
Nesse sistema de lubrificação, uma determinada quantidade de fluido circula
constantemente entre as partes móveis e o tanque.
Por não haver perdas, após certo tempo é necessário trocar o óleo, uma vez
que os aditivos perdem sua eficiência. Vamos ver, a seguir, os principais sistemas
de aplicação com reaproveitamento do lubrificante.

Lubrificação por banho

Nesse sistema, o lubrificante fica num recipiente que, em geral, é a própria


carcaça da máquina.
As partes a serem lubrificadas mergulham total ou parcialmente no óleo. A
seguir, o excesso de óleo colhido no banho é distribuído para outras partes. Para
isso, existem ranhuras e coletores que formam uma rede de distribuição. A
lubrificação por banho é muito usada em caixas de engrenagens. A figura a seguir
ilustra a lubrificação de mancal de rolamento por banho.

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É importante manter constante o nível de óleo, pois um nível baixo reduz a


lubrificação. Por outro lado, um nível muito alto de óleo causa excesso de agitação,
provocando a formação de espuma e o aumento da temperatura.

Banho com anel

Nesse sistema, o óleo fica num reservatório, abaixo do mancal. Ao redor do


eixo do mancal repousa um anel com diâmetro maior que o do eixo e com a parte
inferior mergulhada no óleo.
Devido ao movimento do eixo, o anel também gira e transporta o óleo até um
canal de distribuição. Pode-se usar uma corrente no lugar do anel.
O banho com anel é muito usado em motores elétricos, bombas e
compressores.
Óleos muito viscosos são inadequados a esse sistema porque prendem o
anel.

Banho com colar

É um sistema que substitui o anel do sistema anterior por um colar fixo ao eixo
do mancal. É adequado a lubrificantes viscosos e em serviços com alta velocidade.
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Lubrificador de nível constante

É um lubrificador auxiliar para os sistemas descritos.


O dispositivo constitui-se de dois reservatórios interligados.
O primeiro reservatório é o alimentador que, em geral, é transparente.
O segundo é o reservatório de nível constante em que funciona a lubrificação
por anel, colar etc.
O funcionamento do lubrificador de nível constante ocorre do seguinte modo:
quando o nível do segundo reservatório baixa, o ar passa pelo tubo de interligação e
impulsiona o óleo do primeiro reservatório para o segundo, restabelecendo o nível.

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Lubrificação por salpico

É uma derivação do banho de óleo.


Mergulha-se uma peça no óleo e com o movimento das peças, o lubrificante é
salpicado nas várias partes do conjunto mecânico. Trata-se de um sistema muito
usado em motores de combustão interna e em compressores de ar.

Banho com estopa

É um sistema que mantém um chumaço de estopa em contato com o eixo. Na


extremidade inferior da estopa é colocado o óleo, que atinge o eixo por capilaridade.

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A estopa, em geral, é de lã. Antes de introduzi-la, impregnada de óleo, na


caixa, deve-se drená-la, pois o óleo em excesso aumenta o peso da estopa e faz
com que ela se afaste do eixo.
O banho com estopa é um sistema usado em pequenos motores elétricos e
em vagões ferroviários.

Banho com almofada

É constituído de uma almofada de lã fiada, contida em armação que é forçada


por mola contra o eixo do mancal.
O óleo é retirado do reservatório pela ação capilar da franja de mechas que
sai da almofada. A quantidade de óleo varia de acordo com o número de mechas.
Esse sistema tem os mesmos usos do banho com estopa.

O banho com almofada é um sistema que está caindo em desuso. Em seu


lugar estão sendo colocados mancais de rolamento.

Sistema circulatório

É um sistema que usa bomba para distribuir o lubrificante. O sistema


circulatório pode atuar com alimentação por gravidade ou com alimentação por
pressão.

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No sistema por gravidade, o fluido é bombeado do cárter para um reservatório


superior. Desse reservatório, o fluido é distribuído por gravidade aos pontos de
lubrificação.
Um sistema mais complexo de lubrificação é o de circulação de óleo sob
pressão, em que todos os elementos de uma máquina em movimento são
lubrificados por uma corrente contínua de óleo. Além de desempenhar a função
lubrificante, esse sistema serve para resfriar eficazmente superfícies em atrito. O
óleo contido em um depósito é aspirado por uma bomba. Por meio de tubulações
apropriadas, o óleo é levado aos órgãos em movimento. Após a lubrificação, o óleo
retorna ao depósito e é submetido a uma filtragem.
Pode ser necessário esfriar o óleo antes de colocá-lo em circulação
novamente, o que é feito mediante circulação de água fria em serpentinas
adequadas.
Esse sistema é muito usado para lubrificar máquinas-ferramenta, redutores de
engrenagens, motores endotérmicos e compressores. Como nos sistemas de anel,
também no sistema de circulação a troca do óleo é efetuada periodicamente, e o
lubrificante deve ser conservado corretamente.

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A ilustração abaixo mostra o detalhe de um suporte que compõe o cárter de


um redutor de engrenagens e um sistema de lubrificação sob pressão. Além de
lubrificar rodas dentadas, o suporte serve para lubrificar, com óleo, o mancal
revestido de metal branco.
O desenho apresenta uma série de canais circulares que aumentam, na
superfície, a dispersão do calor pelo resfriamento do próprio mancal (Detalhe A).

Detalhe de um
caráter de redutor
de engrenagens.
Os mancais e as
rodas dentadas
são lubrificados
por um sistema
selado de
circulação de óleo.

ARMAZENAGEM

Os lubrificantes, de maneira geral, não são afetados por variações climáticas,


exceto temperaturas excessivamente baixas ou altas e contato com a água.
Os tambores devem ser estocados sobre estrados ou ripas de madeiras, de
forma a não ter contato direto com o chão.
Devem ser estocados em áreas cobertas, pois a exposição de tambores ao
sol direto pode ocasionar temperaturas de aproximadamente 90°C nas paredes dos
mesmos.

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Não há necessidade de paredes laterais, apenas de um teto de forma a


proteger os produtos da incidência direta dos raios solares. No caso de temperaturas
baixas, é conveniente proteger produtos sensíveis ao congelamento. Pequenas
embalagens(baldes, caixas com latas, etc.) são ainda mais sensíveis a intempéries.
Se isso for impossível, deverão ser mantidas cobertas com plástico grosso ou lona
impermeável.
Em outras palavras, devemos estocar todos os lubrificantes em áreas
cobertas, mas, no caso de impossibilidade, os seguintes produtos nunca deverão ser
guardados em áreas descobertas:
∪ Óleos isolantes;
∪ Óleos de Refrigeração;
∪ Óleos Brancos;
∪ Graxas.

Em todos os casos de estocagem de lubrificantes, é necessária especial


atenção aos efeitos da mesma sobre as embalagens, pois a estocagem prolongada
pode danificar a pintura e destruição do nome ou marcas das embalagens.
Os óleos lubrificantes são embalados usualmente em tambores de 200 litros,
conforme norma do INMETRO (Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial).
As graxas são comercializadas em quilograma e os tambores são de 170 ou
180 kg, conforme o fabricante.
Em relação ao manuseio e armazenagem de lubrificantes, deve-se evitar a
presença de água. Os óleos contaminam-se facilmente com água. A água pode ser
proveniente de chuvas ou da umidade do ar. Areia, poeira e outras partículas
estranhas também são fatores de contaminação de óleos e graxas.
Outro fator que afeta os lubrificantes, especialmente as graxas, é a
temperatura muito elevada, que pode decompô-las.

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Quando não houver possibilidade de armazenagem dos lubrificantes em


recinto fechado e arejado, devem ser observados os seguintes cuidados:
• manter os tambores sempre deitados sobre ripas de madeira para evitar a
corrosão;
• nunca empilhar os tambores sobre aterros de escórias, pois estas atacam seriamente
as chapas de aços de que eles são feitos;
• em cada extremidade de fila, os tambores devem ser firmemente escorados por
calços de madeira. Os bujões devem ficar em fila horizontal;

• fazer inspeções periódicas para verificar se as marcas dos tambores continuam


legíveis e descobrir qualquer vazamento;
• se os tambores precisarem ficar na posição vertical, devem ser cobertos por um
encerado. Na falta do encerado, o recurso é colocá-los ligeiramente inclinados,com
o emprego de calços de madeira, de forma que se evite o acúmulo de água sobre
qualquer um dos bujões.

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A armazenagem em recinto fechado e arejado pode ser feita em estantes de


ferro apropriadas chamadas racks ou em estrados de madeira chamados pallets.
O emprego de racks exige o uso de um mecanismo tipo monorail com talha
móvel para a colocação e retirada dos tambores das estantes superiores. Para a
manipulação dos pallets, é necessária uma empilhadeira com garfo.
Uma outra possibilidade é dispor os tambores horizontalmente e superpostos
em até três filas, com ripas de madeira de permeio e calços convenientes, conforme
já foi mostrado. A retirada dos tambores é feita usando-se uma rampa formada por
duas tábuas grossas colocadas em paralelo, por onde rolam cuidadosamente os
tambores.
Panos e estopas sujos de óleo não devem ser deixados nesses locais, porque
constituem focos de combustão, além do fator estético. O almoxarifado de lubrificantes
deve ficar distante de poeiras de cimento, carvão etc., bem como de fontes de calor
como fornos e caldeiras.
O piso do almoxarifado de lubrificantes não deve soltar poeira e nem absorver
óleo depois de um derrame acidental.
Pode-se retirar óleo de um tambor em posição vertical utilizando uma
pequena bomba manual apropriada.
Os tambores que estiverem sendo usados devem ficar deitados
horizontalmente sobre cavaletes adequados. A retirada de óleo é feita, nesse caso,
por meio de torneiras apropriadas. Geralmente adapta-se a torneira ao bujão menor.
Para o caso de óleos muito viscosos, recomenda-se usar o bujão menor. O bujão
com a torneira adaptada deve ficar voltado para baixo, e uma pequena lata deve ser
colocada para captar um eventual gotejamento, conforme a figura.

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Os recipientes e os funis devem ser mantidos limpos, lavados periodicamente


com querosene e enxugados antes de voltarem ao uso.
Para graxas, que em geral são em número reduzido e cujo consumo é muito
menor que o de óleos, recomenda-se o emprego de bombas apropriadas, mantendo-se
o tambor sempre bem fechado.
Para facilitar o trabalho de armazenagem, devemos ter em mente os
seguintes passos:

1°) Sempre

∪ Certificar-se de que os recipientes estejam limpos;

∪ Certificar-se de que o óleo é distribuído corretamente conforme pedido;

∪ Manter limpo o chão do almoxarifado de lubrificantes;

∪ Colocar tambores sobre ripas de madeira;

∪ Estabilizar as pilhas de tambores deitados.

2°) Nunca

∪ Deixar acumular água ao redor ou em cima dos tambores;

∪ Deixar sujeitos a variações extremas de temperatura;

∪ Deixar material sujo de óleo no chão;

∪ Deixar que a identificação do produto se danifique;

∪ Deixar que gotas do produto atinjam o chão;

∪ Deixar recipientes abertos.

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ARMAZENAMENTO DE PETRÓLEO E DERIVADOS


(Norma Brasileira NB-216)
Classe Ponto de Fulgor Produtos
Gasolina
1 Inferior a 37,8°C Álcool Carburante
Óleo Diesel Automotivo
2 Igual ou superior a 37,8°C Querosene iluminante
e inferior a 60°C ASG
Óleos Lubrificantes
3 Igual ou superior a 60°C Óleos Combustíveis
Óleo Diesel Marítimo

SEGURANÇA
Riscos de Incêndios

Muitos lubrificantes e produtos correlacionados, sob determinadas condições,


podem entrar em combustão. O risco de que isso ocorra está relacionado com o
respectivo ponto de fulgor, e os seguintes valores podem servir como uma primeira
orientação.
Produtos com ponto de fulgor abaixo de 60°C devem ser armazenados em
locais bem ventilados e longe de fontes de aquecimento. Quando usados em
tanques abertos, o local deve ter boa exaustão, boa ventilação e o tanque estar bem
aterrado para evitar eletricidade estática. Quando não estiver sendo utilizado o
tanque deverá ser coberto.
Produtos com ponto de fulgor igual ou superior a 60°C não requerem
nenhuma precaução especial. Entretanto, constitui uma boa prática mantê-los longe
de fontes de aquecimento. Caso necessitem de aquecimento, isso deverá ser feito
com cuidado e nunca utilizando o fogo em contato direto com o produto.

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Em casos de incêndio, utilizar os extintores de dióxido de carbono( CO2 ), pó


químico ou espuma, nunca utilizar água, pois pode espalhar ainda mais o fogo. Na
ausência de extintores adequados e em incêndios pequenos, pode-se utilizar terra
ou areia para abafar o fogo.

Aspectos Relativos à Saúde

Os lubrificantes e similares, tais como protetivos, óleos de corte, tratamento


térmico, etc., apresentam riscos insignificantes à saúde desde que corretamente
usados e manuseados. Os mesmos podem se tornar potencialmente perigosos se
atigirem partes vitais do corpo humano em quantidades acima das normalmente
toleráveis.
Isso pode acontecer por:
∪ Ingestão(engolir o produto);
∪ Aspiração(liquido penetrando no pulmão);
∪ Inalação(através da respiração);
∪ Contato com os olhos(respingos ou salpicos);
∪ Contato com a pele(direto e absorção através da pele).

Do exposto acima, concluímos que o fato de um produto representar ou não


risco à saúde depende de sua natureza química e do tempo, freqüência e tipo de
exposição a que o indivíduo for submetido.

Medidas Preventivas

Ingestão ou Aspiração: A ingestão acidental, embora pouco comum nos locais de


trabalho, pode ocorrer em casa, principalmente com crianças. O perigo é constituído
pela aspiração do líquido diretamente pelos pulmões ou após o vômito. Derivados de

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petróleo devem ser mantidos em recipientes adequados, corretamente rotulados e
longe do alcance das crianças.

Inalação: a inalação de vapores de derivados de petróleo pode causar náuseas,


dores de cabeça e tonteiras, devendo, portanto, sempre que possível, ser evitada. A
ventilação adequada nos locais de trabalho é muito importante.

Contato com os olhos: não são conhecidos efeitos duradouros de contatos


acidentais. Entretanto, poderão ocorrer irritações no caso de respingos, por isso
recomenda-se o uso de óculos protetores em operações em que podem ocorrer com
freqüência. Recomendações especiais poderão ser válidas para os usuários de
lentes de contato.

Contato com a pele: derivados de petróleo, geralmente não causam prejuízos a


seres humanos quando em contato com a pele. Porem, poderão ocorrer danos a
pele, tais como dermatites e ulcerações quando houver contato repetido e
prolongado. Por isso recomenda-se o uso de luvas e/ou cremes impermeáveis
quando forem realizados trabalhos em que os produtos tenham contato direto e
permanente com as mãos.

Primeiros Socorros

Ingestão: não provoque o vômito, exceto se indicado expressamente no rótulo do


produto. Dê para beber um copo de leite ou água. Envie o acidentado imediatamente
para o hospital.

Inalação: leve a vítima para um local onde exista ar fresco, mantenha-a em repouso
e aquecida. Se não houver recuperação imediata, obtenha auxilio médico sem
demora.

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Contato com a pele: lave imediatamente o local atingido com água e sabão
abundantes, troque roupas e calçados sujos. Se a irritação persistir, procurar auxilio
médico.

Contato com os olhos: lave com água limpa durante pelo menos 10 minutos. Se a
irritação persistir, consulte um médico.
OBS: é importante ressaltar que todos estes riscos podem ser eliminados se forem
observadas rigorosas condições de higiene industrial e pessoal.

Precauções Quanto à Higiene

∪ Qualquer contato desnecessário com derivados de petróleo deverá ser evitado, bem
como deverá haver boas condições de higiene pessoal e coletiva na indústria;
∪ Protetores contra respingos devem ser instalados corretamente nas máquinas, a fim de
evitar que produtos atinjam os olhos;
∪ Usar roupas protetoras adequadas, luvas, aventais impermeáveis e calçados;
∪ Nunca usar roupas e calçados encharcados de óleo; as roupas devem ser lavadas com
freqüência e calçados impregnados de óleo (atingindo a parte interna) devem ser
trocados. A pele que ficou em contato com o óleo deve ser lavada com água e sabão ou
com uma pasta adequada;
∪ Devem ser utilizados equipamentos e ferramentas adequadas para remover limalhas e
partículas sólidas nas máquinas. Nunca utilizar ar comprimido para esta finalidade;
∪ Lavar regularmente as mãos com água e sabão, principalmente antes de comer, fumar,
ir ao banheiro e após o trabalho;
∪ Não guardar panos, estopas ou trapos encharcados de óleo nos bolsos, especialmente
nos bolsos das calças, para evitar que as roupas íntimas fiquem sujas de óleo;
∪ Banheiros e instalações hidráulicas adequados para higiene pessoal, bem como sabão,
pastas adequadas à higienização da pele e toalhas limpas devem estar sempre à
disposição do pessoal e em locais de fácil acesso;
∪ Nunca utilizar gasolina, querosene e óleo diesel para limpeza do corpo ou das mãos,
pois poderão causar danos a pele;

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∪ Cremes protetores poderão ser utilizados, apesar de não protegerem completamente a
pele do contato direto com óleos e similares. O uso de cremes hidratantes, após a
lavagem, evita a aspereza e ressecamento da pele;

∪ Cortes, escoriações e arranhões devem receber os primeiros socorros imediatamente.


Qualquer anormalidade na pele ou em qualquer parte do corpo deve ser comunicada
imediatamente e examinada pelo médico.

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS QUANTO AO


RISCO DE SEGURANÇA NO MANUSEIO
Classe Descrição
Mantenha fora do alcance das crianças, evite contato prolongado e repetitivo com a pele.
A Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.

Mantenha fora do alcance das crianças, contém compostos aromáticos policíclicos.


B Poderá causar irritação da pele. Evite contato com a pele.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.
Mantenha fora do alcance das crianças, evite ingestão e contato com a pele. Contem
C menos de 2% de chumbo e compostos aromáticos policíclicos. Poderá causar irritação da
pele. O chumbo tem efeito cumulativo no organismo.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.
Mantenha fora do alcance das crianças, evite inalar e contato prolongado e repetido com
D a pele. Contem menos de 20% de cloroeteno. Não succionar com a boca.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.
Mantenha fora do alcance das crianças, evite contato prolongado e repetitivo com a pele
E e ingestão. Contem nitrito de sódio.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.
Mantenha fora do alcance das crianças, evite contato prolongado e repetitivo com a pele.
F Evite aquecimento ou proximidade de chamas. Componentes voláteis.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.
Mantenha fora do alcance das crianças, evite contato prolongado e repetitivo com a pele.
G Inflamável, não fume, mantenha afastado de chamas e fontes de aquecimento.
Em caso de irritação da pele, olhos ou ingestão, consulte um médico.

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Mantenha fora do alcance das crianças. Evite ingestão que pode ser fatal. Contém glicóis
H e éteres de glicól. Se ingerido provoque o vômito e procure socorro médico
imediatamente.
Evite contato com os olhos e inalação.

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO

Uma lubrificação só pode ser considerada completa quando o ponto de


lubrificação recebe o lubrificante correto, na quantidade adequada e no tempo exato.
Garantir a lubrificação adequada significa implantar um programa estruturado,
principalmente através de fichas de lubrificação, contendo todas as anotações
necessárias à execução da lubrificação sem dar lugar a dúvidas e erros.
O complemento fundamental deste programa será o reconhecimento do
lubrificador como profissional e do seu treinamento freqüente. Por último, a
viabilidade de centralizar e automatizar a lubrificação devem ser considerados em
alguns casos, para aumentar a eficiência e diminuir custos.

Organização da lubrificação

Uma lubrificação só poderá ser considerada correta quando o ponto de


lubrificação recebe o lubrificante certo, no volume adequado e no momento exato.
A simplicidade da frase acima é apenas aparente. Ela encerra toda a
essência da lubrificação.
De fato, o ponto só recebe lubrificante certo quando:
• a especificação de origem (fabricante) estiver correta;
• a qualidade do lubrificante for controlada;
• não houver erros de aplicação;
• o produto em uso for adequado;
• o sistema de manuseio, armazenagem e estocagem estiverem corretos.
O volume adequado só será alcançado se:
• o lubrificador (homem da lubrificação) estiver habilitado e capacitado;

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• os sistemas centralizados estiverem corretamente projetados, mantidos e
regulados;
• os procedimentos de execução forem elaborados, implantados e obedecidos;
• houver uma inspeção regular e permanente nos reservatórios.

O momento exato será atingido quando:


• houver um programa para execução dos serviços de lubrificação;
• os períodos previstos estiverem corretos;
• as recomendações do fabricante estiverem corretas;
• a equipe de lubrificação estiver corretamente dimensionada;
• os sistemas centralizados estiverem corretamente regulados.
Qualquer falha de lubrificação provoca, na maioria das vezes, desgastes com
conseqüências a médio e longo prazo, afetando a vida útil dos elementos
lubrificados. Pouquíssimas vezes a curto prazo.
Estudos efetuados por meio da análise ferrográfica de lubrificantes têm
mostrado que as partículas geradas como efeito da má lubrificação são partículas do
tipo normal, porém em volumes muito grandes, significando que o desgaste nestas
circunstâncias ocorre de forma acelerada, levando inexoravelmente até a falha
catastrófica.
Uma máquina, em vez de durar vinte anos, irá se degradar em cinco anos.
Um mancal de um redutor previsto para durar dois anos será trocado em um ano. Os
dentes de engrenagens projetados para operarem durante determinado período de
tempo terá de ser substituído antecipadamente.

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Se projetarmos estes problemas para os milhares de pontos de lubrificação
existentes, teremos uma idéia do volume adicional de paradas que poderão ser
provocadas, a quantidade de sobressalentes consumidos e a mão-de-obra utilizada
para reparos.

Somente um monitoramento feito por meio da ferrografia poderá determinar


os desgastes provocados pela má lubrificação.
É muito difícil diagnosticar uma falha catastrófica resultante da má
lubrificação. Normalmente se imagina que se a peça danificada estiver com
lubrificante, o problema não é da lubrificação. Mas quem poderá garantir a qualidade
da lubrificação ao longo dos últimos anos?
Somente a prática da lubrificação correta, efetuada de forma contínua e
permanente, garante uma vida útil plena para os componentes de máquinas.
Por fim, acrescentamos que, embora não percebida por muitos, a lubrificação
correta concorre, também, para a redução no consumo de energia e na preservação
dos recursos naturais.
Não estamos falando da energia que é economizada como conseqüência da
redução de atrito, mas da energia embutida, isto é, a energia inerente ao processo
de fabricação das peças desgastadas e substituídas.
Quando trocamos uma peça prematuramente, estamos consumindo toda a
energia embutida no processamento e uma parte dos recursos naturais não-
renováveis, como os minérios.
Produtividade, qualidade, custo e segurança não são mais fatores isolados
para o crescimento das empresas. Esses fatores estão inter-relacionados entre si e
inter-relacionados com a lubrificação, conforme mostra o esquema a seguir.

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Por fim, uma lubrificação organizada apresenta as seguintes vantagens:

• aumenta a vida útil dos equipamentos em até dez vezes ou mais;


• reduz o consumo de energia em até 20%;
• reduz custos de manutenção em até 35%;
• reduz o consumo de lubrificantes em até 50%.

Elementos a Considerar na Preparação do Programa

A máxima eficiência de um programa de lubrificação será atingida quando


forem atendidos os seguintes elementos básicos:

01°) Método de utilização dos lubrificantes;


02°) Redução do número de lubrificantes;
03°) Minimização dos registros administrativos das atividades;
04°) Eficiente sistema de armazenagem, manuseio e distribuição;
05°) Adequada coordenação de trabalho dos lubrificadores;
06°) Responsabilidade dos serviços executados;
07°) Automatização da lubrificação;
08°) Acompanhamento contínuo;

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09°) Lubrificador.

Ficha de Lubrificação

Trata-se de uma ficha que descreve as necessidades de lubrificação de cada


elemento. Numa ficha devem constar os dados cadastrais do equipamento (nome,
número, departamento e setor) e os seguintes dados:

01° Elementos a lubrificar;


02° Quantidade de pontos;
03° Freqüência de Lubrificação;
04° Tipo de Lubrificante;
05° Método de Aplicação;
06° Quantidade de Lubrificante;
07° Freqüência de Troca
08° Tempo de Execução;
09° Quadro Esquemático.

Simbologia

Como uma ficha de lubrificação contem muitas informações, tornou-se


necessária a utilização de símbolos para que fosse possível visualizar todas as
informações em uma mesma folha. Desta forma, os símbolos podem ser utilizados
para indicar as seguintes informações:

01° Pontos do equipamento (identificação e quantidade);


02° Freqüência (aplicação e troca);
03° Tipo de lubrificante;

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04° Quantidade do lubrificante.

Levantamento dos Pontos

Primeiro devemos verificar quais os equipamentos que são considerados


mais críticos pela produção, que normalmente será o de maior custo de manutenção
e de hora improdutiva.
Em outras palavras devemos respeitar a *hierarquia das prioridades* para
implantação de um programa.

Para cada equipamento, a principal fonte de informação será o manual do


equipamento, mas em caso de inviabilidade, podemos obter as informações
necessárias das seguintes formas:

01° Fabricante do Equipamento;


02° Técnico Especialista do Equipamento;
03° Técnico Especialista de Lubrificantes;
04° Equipamento Similar;
05° Experiência Profissional.

Automatização e Centralização

Em sua maioria, os equipamentos novos apresentam este sistema de


lubrificação.
Os equipamentos mais velhos podem, por sua vez, ser adaptados com
unidades centralizadas, desde que seja estudada a sua viabilidade de poder se
adaptar este sistema para cada equipamento ou conjunto destes.
As vantagens de um sistema centralizado são consideráveis, tais como:

01° Menor custo de aplicação do lubrificante;

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02° Maior economia do lubrificante;
03° Menor desperdício;
04° Maior limpeza;
05° Menor tempo de execução;
06° Independência da ação do homem;
07° Garantia de lubrificação.

Acessórios de lubrificação

Os principais acessórios utilizados em lubrificação são os seguintes:

Talha: serve para mover os Empilhadeira: é utilizada Tanque: é utilizado para a


tambores de lubrificantes e na estocagem dos limpeza do equipamento de
pode ser manual ou elétrica. tambores. lubrificação.

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Misturador: é aplicado para Torneira: é utilizada para Equipamento de retirada


misturar óleo solúvel com retirar óleo do tambor e é de óleo: são normalmente,
água. aplicada nos orifícios dos bombas manuais instaladas
bujões de enchimento. no bujão do tambor.

Equipamento para retirada Enchedores de pistola de Pistolas portáteis para


de graxa: a graxa, devido a graxa: são úteis para evitar graxa: são usadas para
sua consistência, exige a contaminações, podendo lubrificação de grupos de
remoção da tampa e ser manuais ou a ar equipamentos e podem ser a
instalação de um comprimido. ar comprimido ou elétricas.
equipamento especial à base
de ar comprimido, que a
mantém comprimida contra a
base do tambor mediante uma

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chapa.

Carrinhos de lubrificação: por causa da Lubrificadores de fusos têxteis: são


necessidade de se aplicar diferentes tipos aparelhos utilizados para retirar o óleo
de lubrificantes a vários equipamentos e usado, limpar o recipiente e aplicar óleo
em locais distantes, usam-se carrinhos novo.
de lubrificantes.

Lubrificador

Um bom lubrificador deve ter conhecimentos e habilidades necessários para o


exercício de suas atividades. Um bom lubrificador deverá saber:

01° Forma certa de lubrificar;


02° Lubrificante utilizado;
03° Mistura de lubrificantes;
04° Equipamentos de lubrificação;
05° Contaminação (prevenção e conseqüência);
06° Amostra;
07° Armazenagem, estocagem e manuseio;
08° Segurança (pessoal e coletiva);
09° Qualidade;
10° Lubrificantes (funções e características);

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11° Meio ambiente;
12° Sistemas de lubrificação (funcionamento e manutenção);
13° Equipamento;
14° Pontos de lubrificação.

NOMENCLATURA

Sigla Descrição
AGMA Associação Americana dos Fabricantes de Engrenagens
ASTM Sociedade Americana para Testes de Materiais
ISO Organização Internacional de Padronização
NLGI Instituto Nacional de Graxas Lubrificantes
SAE Sociedade dos Engenheiros Automotivos
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NB Normas Brasileiras

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