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Curso Profissional de Técnico de Ação Educativa

Nível 4 – 12º ano


Referencial de Formação CNQ 761.175

UFCD´s - Processo de comunicação e formas relacionais e pedagógicas da criança (50h) – Componente


Tecnológica

A importância dos afetos


O afecto, do latim affectus, corresponde (Ferreira, 1999) a “sentimento de amizade”, “afeiçoado a”, “carinho”,
“afabilidade”. Quando se pensa em “afeição”, vêm-nos à mente imagens relacionadas com cuidado, aceitação,
acolhimento, afago. Se por outro lado juntarmos ao adjetivo afecto os significados “sujeito a”, “dependente
de” (Cunha 1986), percebemos que receber ou dar afecto representa uma situação de abertura do sujeito ao ato
afetivo. Se percebermos este fato tornamo-nos capazes de reconhecer que, entre as necessidades que precisamos
de garantir para que possamos ter uma sã convivência humana num contexto sócio-histórico-cultural, está o afeto.

Os valores e as regras que permitem o equilíbrio da pessoa na sociedade são relevantes para a qualidade de vida,
sendo a sua negação ou violação elementos perturbadores à saúde, nomeadamente à saúde mental, com é
afirmado pela Organização Mundial da Saúde.

O respeitar, o cuidar de si e dos outros são critérios geradores de bem-estar e de satisfação que levam àquela
saúde, pelo que cuidar adequadamente é de extrema importância tanto do ponto de vista individual como do
ponto de vista social.

A afetividade é uma dinâmica profunda e complexa ligada a sentimentos tais como o ciúme, a raiva, o ódio, a inveja,
a saudade, o amor...sendo a mistura de todos estes sentimentos, e o aprender a cuidar adequadamente de todas
essas emoções, que vai proporcionar à pessoa uma vida emocional plena e equilibrada.

O padrão emocional do ser humano é formado nos primeiros anos de vida. Se os pais fornecerem um modelo
deformado durante a infância desse padrão, será difícil modificá-lo mais tarde. Por vezes os pais desconhecem as
consequências para a criança de não se atribuir às emoções uma importância significativa.

O aspeto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual podendo acelerar ou diminuir
o ritmo desse desenvolvimento sendo, igualmente, o princípio norteador da autoestima.

Os adultos-cuidadores são, digamos, como espelhos que devolvem determinadas imagens à criança. Quando se
demonstra afetividade por alguém, essa pessoa torna-se o nosso espelho e nós nos tornamos o dela; e refletindo
um no sentimento de afeto do outro, desenvolvemos o forte vínculo do amor - essência humana em matéria de
sentimentos.

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É nesta interação afetiva que desenvolvemos nossos sentimentos positiva ou negativamente e construímos a
nossa autoimagem.

Se se age a partir de uma perspetiva negativa para com as crianças, ir-se-á formando nelas uma imagem "pequena"
e negativa do seu valor. Se pelo contrário se agir numa perspetiva positiva formarão um conceito positivo de si
mesmo.

É sabido que a inteligência emocional da criança é determinada, até certo ponto, pelos traços de personalidade
com os quais nasce, mas também é moldada pelas interações com os adultos e com o meio. Essa influência começa
nos primeiros dias de vida, quando o sistema nervoso imaturo da criança está no seu início formativo, podendo as
primeiras impressões da infância durar toda a vida.

É comum não se fazer caso das emoções das crianças alegando-se que “são apenas crianças”.

Deixar, sistematicamente, de dar um abraço, recusar beijos, evitar um carinho, é como deixar de alimentar a
criança e pode deixar marcas irreversíveis.

Uma criança privada de afeto fica sujeita a ter de enfrentar situações de desconforto para o qual não está ainda
preparada, originando alterações gravosas no seu desenvolvimento.

Nas relações familiares aprende-se a viver o “jogo” da afetividade de forma adequada. No entanto, essa
adequação é tanto melhor quanto melhor forem as referências positivas necessárias ao desenvolvimento de uma
personalidade emocionalmente equilibrada.

Uma das mais meritórias funções da família é a de socializar e estruturar as crianças como seres humanos. Vários
têm sido os estudos que apontam para o facto das chamadas “crianças problema”, serem oriundos de famílias que,
independentemente do seu nível socioeconómico, não lhes proporcionam o afeto suficiente. O que efetivamente
faz a diferença é a capacidade da família estabelecer vínculos afetivos unindo-se tanto no amor como nas
frustrações.

É na família que a criança vive as mais gratificantes sensações de alegria, felicidade, prazer e amor. A família é o
espaço onde e no qual experimenta tristezas, desencontros, brigas, ciúmes, medos e ódios, mas também é no seu
seio que a criança aprende a linguagem mais complexa da vida: a linguagem da afetividade.

Na família existem, forçosamente, momentos de desencontro mas, igualmente, momentos de amor. Uma família,
digamos, normal, passa por momentos de satisfação e de prazer, alternados por momentos de tristeza e
desentendimentos os quais são reparados através da compreensão e dos valores da tolerância, da amizade e do
amor, sendo esta aprendizagem de extrema importância na preparação adequada para se ser cidadão sociável e
integrado.

A “tarefa” de cuidar, adequadamente, de um ser em formação não é uma tarefa fácil exigindo dos pais e
restantes educadores, capacidade para lidar com os conflitos gerados pelos impulsos imediatos das crianças e
bem como às suas necessidades biopsíquicosociais a cada momento.

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No entanto importa ter presente que uma criança com auto - conceito positivo parece mais ativa; tem
facilidade em fazer amigos, tem senso de humor, participa em discussões e em projetos, lida melhor com o erro,
sente orgulho por contribuir e é mais feliz, confiante, alegre e afetiva.

Para além da família, a sociedade tem uma responsabilidade direta na educação, formação e
desenvolvimento da criança dado que é em ambas, através dos mitos, ritos e regras sociais que adquirimos o
sentido da vida, sendo as referências oferecidas por essa cultura que nos proporcionam a noção de pertença e,
saber que se pertence a alguém e a um lugar, proporciona à pessoa um referencial de valor significativo.

Numa sociedade solidária, saudável e cidadã, os seus membros nunca estão sós, dado que o desejo de
cuidar de si, do outro e do nós, assenta na ética das relações entre as pessoas ressaltando o facto de que quando
melhor o outro estiver, melhores estaremos todos.

Assim sendo CUIDAR das nossas crianças a níveis diversos, mas, principalmente, ao nível da
afetividade, é um ato de cidadania.

E…todas as crianças necessitam de consolo, de braços que abracem, de ouvir


histórias aconchegadas num colo, de receber carícias, de um tom de voz agradável e
suave, de sorrisos sinceros, de que sejam justos para com elas, que não a deixem fazer
tudo aquilo que quer, que lhe digam sim mas igualmente não porque os limites devem
ser entendidos desde cedo, que a entendam e a incentivem a entender os outros, que a
ouçam e que possa ouvir os outros, que… lhe digam muitas vezes que a amam e que é
importante para os seus para que não tenha disso dúvidas e cresça feliz.

Adaptado de: http://pelascriancasvamosconversar.blogspot.pt/2010/10/importancia-dos-afectos.html

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