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1. Terminologia e Conceitos
Cabo de Energia: conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo o conjunto ser isolado ou não.
Mufla: caixa metálica ou não metálica destinada a conter e proteger os condutores de um cabo, nos pontos em
que estes devem ser ligados a outros condutores.
Mufla terminal: mufla destinada a selar a extremidade de um cabo e assegurar saída isolada para os condutores
do mesmo.
Blindagem: é utilizada para confinar o campo elétrico do cabo ao isolamento do condutor, além de servir como
proteção dos cabos conectados a linhas aéreas ou sujeitos a potenciais induzidos e oferecer segurança no
manuseio do cabo.
Corrente de Fuga: corrente num material isolante submetido a um gradiente de potencial menor do que sua
rigidez dielétrica.
Tensão de Isolamento: são as tensões para as quais o cabo foi projetado (V0 /V).
Ri Xc
Blindagem
XL ⇒ reatância indutiva do condutor do cabo;
R ⇒ resistência do condutor do cabo;
Ri ⇒ imperfeições do dielétrico;
XC ⇒ reatância capacitiva entre os condutores e sua respectiva blindagem;
Circuito simplificado equivalente de um cabo de energia:
Ri X
Como é analisado o isolamento do cabo de energia, pode-se considerar XL e R (parâmetros do condutor) como
desprezíveis em relação à Ri e XC (parâmetros do isolamento).
Quando aplica-se um tensão CA haverá uma corrente através do capacitor, causando perdas no dielétrico ou
ainda uma pequena corrente de fuga através da resistência de isolamento. Como a aplicação de corrente
contínua, só haverá a circulação de corrente de fuga através da resistência de isolamento.
A corrente total será a soma de três componentes: IC, IA, e IF, onde:
a) corrente capacitiva de carga (IC): é resultado da aplicação de uma tensão à capacitância do isolamento e função
do material isolante do cabo. Inicia com o valor muito alto e decai muito rápido e exponencialmente até zero, de
V −t
acordo com a equação: I C = × e RC . Esta corrente não é considerada para efeito de avaliação da condição
R
do isolamento.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA DE MANUTENÇÃO E ENSAIOS
PROFESSOR FERNANDO PIAZZA
ELÉTRICOS
b) corrente de absorção dielétrica (IA): surge devido à polarização e acumulação de cargas elétricas no interior de
dielétricos imperfeitos, estando sujeito a uma tensão em CC. É dada pela seguinte equação:
I A = ∆V × C × D × t − n .
V
c) corrente de fuga (IF): o valor da corrente de fuga é determinado pela lei de Ohm, ou seja: I F = .
R
Como IC e IA decrescem com o decorrer do tempo, a corrente medida após um tempo suficiente para atingir a
estabilização, será a corrente de fuga IF. Após a estabilização, a corrente de fuga deve permanecer constante,
independente do tempo, para determinado valor de tensão aplicada ao isolamento.
Deste modo, pode-se afirmar que o isolamento do cabo ensaiado suporta o valor de tensão aplicada. Porém, se
houver um aumento contínuo de corrente de fuga, mantendo-se constante a tensão, possivelmente a isolação do
cabo estará com defeito, podendo ser perfurada se houver continuidade de aplicação de tensão.
Termômetro e higrômetro.
Cronômetro.
3. Preparativos
O cabo ensaiado deverá estar com suas muflas terminais instaladas, pois assim todo o conjunto é testado. As
muflas devem estar limpas e secas a fim de evitar fugas superficiais de corrente.
No ensaio “corrente de fuga x tensão”, a tensão é elevada vagarosamente em degraus de 5kV ou 10kV dependendo
da tensão ou isolamento do cabo, registrando-se o nível de tensão e a corrente de fuga correspondente. É fornecido
o limite de aplicação da tensão, porém deve-se interromper o acréscimo de tensão no ponto em que a curva “corrente
de fuga x tensão” apresentou uma tendência à subida brusca.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA DE MANUTENÇÃO E ENSAIOS
PROFESSOR FERNANDO PIAZZA
ELÉTRICOS
Pela análise do gráfico, verifica-se que o segmento da curva entre os ponto A e B indica uma variação quase linear e
suave da corrente de fuga, significando que o isolamento está se comportando adequadamente. Ao atingir o ponto C,
verifica-se início de uma subida rápida da corrente.
Mesmo quando a tensão limite não foi atingida, em função do aparecimento do ponto C, antes desta tensão limite, os
aumentos de tensão devem ser interrompidos neste ponto.
5. Execução do Ensaio
Partindo-se do zero, eleva-se a tensão gradativamente até o valor do 10 degrau, num tempo igual a 30 segundos;
Aguarda-se, no mínimo, 1minuto para a estabilização da corrente, efetuando-se, em seguida, a leitura da corrente
de fuga. Plota-se o primeiro ponto no gráfico;
Eleva-se a tensão gradativamente até o valor do 20 degrau, num tempo igual a 30 segundos;
Repete-se a seqüência acima até atingir o valor de tensão limite de ensaio estabelecido;
Imediatamente após ser atingida a tensão de ensaio ou o ponto “C”, sem aguardar a estabilização da corrente,
efetuar a leitura desta última e plota-se o valor encontrado;
Mantendo-se fixa a tensão, efetuar leitura de corrente de 1 em 1 minuto até 10 minutos. Plota-se cada valor no
gráfico “corrente de fuga x tempo”;
Após cada 10 minutos, reduz-se a tensão até zero. Aguarda-se alguns minutos para que seja descarregada a
energia contida no cabo;
Por medida de segurança, aterra-se o cabo para a eliminação de eventuais cargas residuais.
Este ensaio é feito para uma avaliação comparativa de ensaios atuais com anteriores. A curva “corrente de fuga x
tempo” quando apresentar sinais de elevação, significará uma má condição do isolamento.
A resistência de isolamento do cabo, referida ao comprimento de 1km, não deve ser inferior à calculada com a
fórmula, com a constante de isolamento (ki) especificada, como exemplo a cobertura XLPE tem ki=3700MΩkm,
para temperatura de 200C.
A tensão é aplicada entre o condutor e a proteção metálica (blindagem), quando não houver a blindagem, aplicar
a tensão entre o condutor e a água (cabos imersos em água).
Este ensaio deve ser realizado após o ensaio de tensão aplicada em cabo submerso.
A resistência de isolamento do cabo, referida ao comprimento de 1km, não deve ser inferior à calculada com a
fórmula, com a constante de isolamento (ki) especificada, como exemplo a cobertura XLPE tem ki=3,7MΩkm, para
temperatura de 200C.
Utiliza-se a mesma fórmula utilizada para o cálculo da resistência de isolamento a temperatura ambiente
Sob tensão elétrica CC, 300 a 500V, sendo o tempo mínimo 1 minuto e máximo 5 minutos.
A tensão é aplicada entre o condutor e a proteção metálica (blindagem), quando não houver a blindagem, aplicar
a tensão entre o condutor e a água (cabos imersos em água).
Este ensaio deve ser realizado após o ensaio de tensão aplicada em cabo submerso.