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Abstract: This article is about contributions of neurosciences to the docents’ education: mediating
disorders and learning disabilities. It is a study based on a literature search with quantitative and
qualitative approach as well as a descriptive and explanatory search. To analyze the contributions
of neuroscience to teaching students in a situation of disorder and learning disabilities. Learning
Disorders among the respondents, 50% of all cases have comorbid ADHD. Of Learning
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Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Del Pacifico de Assunção – PY
Universidade Estadual do Piauí (Professor Formador I do Programa de Formação de Professores da Educação
Básica/PARFOR/CAPES/UESPI)
fiderisas@hotmail.com
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Pós-Doutor em Ciências da Educação. Universidade Del Pacifico – PY
crim48@gmail.com
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Disabilities surveyed about 79% are of environmental becoming a minority of 21% for the organic
origin. Applying the contributions of neuroscience to the teacher training and to the pyramid:
family, school and society can successfully achieve a good interference to interdisciplinary
Disorders and Learning Difficulties making possible a better mediation and prevention of these
educational differences. The low-income students are mostly caused by environmental learning
difficulties (79%), being a minority for Learning Disorders (21%) which may worsen as the
environmental factors that the individual is inserted.
INTRODUÇÃO
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VISÃO DE NEUROCIÊNCIAS NO CENÁRIO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
COGNIÇÃO E ESCOLARIDADE
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A função integrativa inclui os processos de pensamento e memória.
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Área de associação parieto-occipitotemporal: Localiza-se no grande espaço
cortical entre o córtex sensorial somático, à frente; o córtex visual, atrás; e córtex auditivo,
ao lado. Área deassociação pré-frontal: Funciona em íntima associação com o córtex
motor para planejar padrões complexos e sequência de movimentos motores. Para
participar dessa função, ela recebe sinais aferentes4 muito fortes por meio de um maciço
feixe subcortical de fibras que conectam a área de associação parieto-occipitotemporal com
a área de associação pré-frontal. Área de associação límbica: Fica situada no polo anterior
do lobo temporal, nas regiões ventrais dos lobos frontais, e nos giros cingulados, nas
superfícies mediais dos hemisférios cerebrais. Essa região está relacionada basicamente ao
comportamento, às emoções e à motivação. O córtex límbico é parte de um sistema muito
mais extenso, o sistema límbico, que inclui um grupo complexo de estruturas neurais nas
regiões cerebrais médias basais. É esse sistema límbico que fornece a maioria dos
estímulos para a ativação de outras áreas do cérebro, e fornece também o impulso
motivacional para o próprio processo de aprendizado.
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função cerebral - que é o papel da inteligência e da cognição, também responsável pela
área de Wernicke para a compreensão da linguagem e área de Broca para a produção da
fala em 95% das pessoas destras. Então, ações de pensamento e inteligência desenvolvidas
pelos seres humanos estão diretamente associadas ao córtex cerebral, pois quando os
estudantes desenvolvem suas ações cognitivas eles estão inseridos dentro desse processo.
Sendo assim, a cada momento se ouve falar na escola de alunos que não
desempenham satisfatoriamente suas habilidades cognitivas e são indisciplinados e
desinteressados pelos estudos, entretanto, pouco se ouve falar sobre cognição e
escolaridade, porque infelizmente fazer um estudo de caso desse tema não atrai muito os
professores. Então, por que o professor chama seusalunos de indisciplinados e
desinteressados? Se o próprio professor às vezes desconhece o que fala. O despreparo do
professor em lidar com as habilidades cognitivas dos alunos, assim como indisciplina e
desinteresse pelos estudos, é algo de tão profunda reflexão que os impulsiona
urgentemente a começar ler a literatura neurocientífica, conhecer e aplicar conhecimentos
das neurociências em sala de aula, como mediação das peculiaridades educacionais, tais
como os TA’s e DA’s, que serão enfatizados mais adiante.
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Comportamento da Classificação Internacional de Doenças –CID - 10, elaborada pela
Organização Mundial de Saúde afirma que:
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experimentam o estresse, não sentem nenhuma ansiedade, nenhum
desgosto quando vão cometer alguma atrocidade (NIEHOF, 1999).
(Tradução nossa)
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Educação holística é um conjunto de estratégias de ensino que se projeta fundamentalmente nas diferenças
da lateralidade cerebral. Seu principal objetivo é fomentar indivíduos de pensamento completo sem se
preocupar se esse estudante é um indivíduo que globaliza o que analisa.
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com a presença de condutas inadequadas para a idade, dificuldade do relacionamento
diário no âmbito familiar e escolar, chegando a ser vistas estas crianças como
incontroláveis pelas pessoas que estão ao seu redor. Esse transtorno tem
principalmente:Origem - Genética com fortes influências ambientais. Segundo um novo
estudo realizado na Inglaterra, o comportamento antissocial em alguns adolescentes pode
ser oriundo de anomalias cerebrais que os levam a ser agressivos. Os cientistas
descobriram que os adolescentes com essa doença psiquiátrica conhecida como Transtorno
de Conduta têm um padrão anormal da atividade cerebral em comparação com aqueles sem
a mesma condição.Áreas do cérebro afetadas- Mostradas em tomografias de adolescentes
agressivos e antissociais com transtorno de conduta (TC) revelaram diferenças na estrutura
do cérebro em desenvolvimento que podem estar ligadas a seus problemas de
comportamento. As tomografias ainda revelaram que amígdala e ínsula foram
notavelmente menores nos adolescentes com comportamento antissocial. Um estudo,
realizado por neurocientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelou que
as diferenças cerebrais estavam presentes independentemente da idade quando o transtorno
é iniciado, desafiando a opinião de que o início do TC na adolescência é uma mera
consequência da imitação do mau comportamento de outros. Sintomas-Os sintomas do
transtorno da conduta surgem no período compreendido entre o início da infância e a
puberdade e podem persistir até a idade adulta. Quando se iniciam antes dos 10 anos,
observa-se com maior frequência a presença de transtorno com déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH), comportamento agressivo, déficit intelectual, convulsões e
comprometimento do sistema nervoso central devido à exposição a álcool/drogas no
período pré-natal, infecções, uso de medicamentos, traumas cranianos, etc., além de
antecedentes familiares positivos para hiperatividade e comportamento antissocial. O início
precoce indica maior gravidade do quadro com maior tendência a persistir ao longo da
vida. Causas- Mudanças nas estruturas cerebrais, pois alterações no volume de substância
cinzenta nessas áreas do cérebro poderiam explicar por que os adolescentes com transtorno
de conduta têm dificuldades em reconhecer emoções nos outros. Entretanto, mais estudos
são necessários para investigar se essas mudanças na estrutura do cérebro são uma causa
ou uma consequência do transtorno.Consequências - O TC traz como consequências
comportamentos antissociais mais graves (por exemplo, brigas com uso de armas,
arrombamentos, assaltos) que costumam ser antecedidos por comportamentos mais leves
(por exemplo, mentir, enganar, matar aulas, furtar objetos de pouco valor) e, ao longo do
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tempo, observa-se o abuso de álcool/drogas, principalmente no sexo masculino e os
quadros de ansiedade e depressão, principalmente no sexo feminino. Ele traz também
como consequências um comportamento antissocial persistente com violação de normas
sociais ou direito individual.Diagnóstico- Tendência permanente para apresentar
comportamentos que incomodam e perturbam, além do envolvimento em atividades
perigosas e até mesmo ilegais. Não aparentar sofrimento psíquico ou constrangimento com
as próprias atitudes e não se importar em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar
seus direitos. Portanto, seu comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em
si mesmo. Os comportamentos antissociais tendem a persistir, parecendo faltar a
capacidade de aprender com as consequências negativas dos próprios atos. Tratamento -
Os tratamentos citados na literatura são bastante variados, incluindo intervenções junto à
família e à escola (por exemplo, psicoterapia familiar e individual, orientação de pais,
comunidades terapêuticas e treinamento de pais e professores em técnicas
comportamentais). Apesar de nenhum deles ser muito eficaz, principalmente como
intervenção isolada, quanto mais precocemente iniciados e quanto mais jovem o paciente,
melhores os resultados obtidos. Salienta-se a importância das intervenções concomitantes e
complementares a longo prazo.
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métodos de determinação. Assim, o comportamento oposicional é uma característica típica
de certos estágios do desenvolvimento (por exemplo: infância ou adolescência).Origem-
Parece haver um risco genético ao TOD que interage com fatores ambientais e é provavelmente
dependente de diferentes subtipos de TOD, tais como com ou sem TDAH. Disfunções familiares e
escolares estão certamente presentes no TOD. Nadder et. al (2002) sugeriram, com base em um
estudo com gêmeos, que havia um risco genético para a co-ocorrência de TOD/TC com TDAH e
também para a persistência da sintomatologia de TOD/TC. Áreas do cérebro afetadas -
Principalmente os lobos frontais, que são os principais responsáveis pela impulsividade em
conjunto com o neurotransmissor adrenalina, que se encontra em mais alto nível em alunos que
estão em situação de TOD. Van Goozen et. al (2000) demonstraram que os níveis de andrógenos
adrenais dos indivíduos com TOD são mais altos que os dos controles normais ou de crianças com
outros diagnósticos, incluindo TDAH. Sintomas-Os sintomas do transtorno tipicamente
evidenciam-se mais nas interações com adultos ou companheiros a quem o indivíduo conhece bem,
podendo assim não ser perceptíveis durante o exame clínico. Em geral, os indivíduos com este
transtorno não se consideram oposicionais ou desafiadores, mas justificam o seu comportamento
como uma resposta a exigências ou circunstâncias irracionais, sendo mais prevalente em homens
do que em mulheres antes da puberdade, mas as taxas são provavelmente iguais após a
puberdade.Causas–TOD é mais prevalente em famílias nas quais os cuidados da criança são
perturbados por uma sucessão de diferentes responsáveis ou em famílias nas quais práticas rígidas,
inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos, são comuns. O Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade é comum em crianças com TOD, bem como os Transtornos da
Aprendizagem e da Comunicação.Consequências -Durante os anos escolares, pode haver baixa
autoestima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustração, blasfêmias e uso precoce de
álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Existem, frequentemente, conflitos com os pais, professores e
companheiros. Pode haver um círculo vicioso, no qual os pais e a criança trazem à tona o que há de
pior um do outro. O início é tipicamente gradual, em geral, estendendo-se por meses ou anos. Em
uma proporção significativa dos casos, o TOD é um antecedente evolutivo do Transtorno da
Conduta.Diagnóstico- Uma vez que o comportamento oposicional temporário é muito
comum em crianças pré-escolares e adolescentes, deve-se ter cuidado ao fazer o
diagnóstico de TOD, especialmente durante esses períodos do desenvolvimento, pois o
número de sintomas de oposição tende a aumentar com a idade. Para se fazer o diagnóstico
de TOD, o paciente não pode apresentar concomitantemente um transtorno psicótico ou
um transtorno afetivo. Também, o paciente não pode preencher os critérios para transtorno
de conduta (menores de 18 anos) ou personalidade antissocial (em maiores de 18
anos).Tratamento- O Treinamento de Manejo Parental, uma modalidade de terapia
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cognitivo-comportamental (TCC) que objetivava modificar o comportamento da criança da
alteração na forma como os pais lidam com a criança, provou-se eficaz para TOD. Os
estudos definem a quantidade de responsivos em torno de 40-50%,mesmo em populações
tão diferentes do ponto de vista cultural, como americanos e chineses. As terapias
cognitivas entraram recentemente mais em evidência, alcançando índices de resposta de até
74%. Provavelmente, a escolha apropriada da terapia depende das características
psicológicas do indivíduo. Há muitos relatos do efeito da medicação em caso de oposição e
agressão, mas especialmente em pacientes que de fato têm TC ou TDAH comórbido.
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criança a comportamentos antissociais e a sentimentos de inferioridade, não se sente aceita
individualmente (excesso de comparações) e manifesta crises emocionais e de
depressão.Consequências- Ansiedade, angústia e depressão. Os humanos que foram
estimulados ao Desamparo Apreendido com frequência se viram ansiosos, deprimidos e
inquietos. Probabilidade de humor hostil a um inocente quando alguns estudantes usam de
excessivo sarcasmo e fazem ou agem de maneira que fere os demais. Grande submissão ao
estresse crônico ou moderado. (JENSEN, 1998).Diagnóstico- Com a intenção de
diagnosticar algo como TDA, Jensen (1998) apresenta as seguintes condições: Trauma - O
estudante se encontra em uma situação que implica um evento importante incontrolável. O
evento pode ser verbal, físico ou psicológico, que se qualifica em uma vida caseira
ofensiva ou na existência de um professor agressivo. Falta de controle: O estudante teve
uma experiência traumática e não soube superá-la.Tratamento- Para a incontrolabilidade
comportamental que pode levar à depressão Tavares e Motta (2005, citados por
MARQUES, R. G., 2011), apresentam que a consequência da história de incontrolabilidade
pode ser revertida por meio de dois procedimentos: um deles é programar o sujeito passar
por um esquema de controlabilidade chamado de Imunização e o outro é a terapia. O
procedimento de imunização previne a ocorrência de efeitos da história de
incontrolabilidade e, na terapia, os efeitos são revertidos pela exposição a eventos
controláveis após a experiência com incontrolabilidade.
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Muitos autores consideram essa nomenclatura ultrapassada, visto que o nome doença que está associada a
distúrbio foi substituída pelo termo transtorno, cuja função foi suavizar e abolir esse significado.
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impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais de relacionamento, bem como baixo
desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Origem -
Possui forte padrão hereditário. Alguns estudos mostram uma prevalência maior em meninos do
que em meninas, mas outros contestam esses achados, acreditando que a disparidade se deva à
maior hiperatividade e ao comportamento mais desordeiro dos meninos. O TDAH pode cursar com
ou sem hiperatividade. Áreas do cérebro afetadas - Hoje já se sabe que a área do cérebro
envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro), responsável pela
inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o
futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes
apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região
frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando a sintomas semelhantes aos de
TDAH.Sintomas - Os principais sintomas são irritabilidade e dificuldade de manter a
atenção.Causas - Principalmente orgânicas com fortes índices hereditários. Entretanto, as
pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a
gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo). Assim, problemas familiares
como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, baixo
nível socioeconômico, ou falta de um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau de
agressividade nas interações podem contribuir para o agravamento de comportamento agressivo ou
de oposição desafiante nas crianças, o que pode ser denominado de hiperatividade de fundo
socialdiferente de TDAH. Leva-se em conta também que à ansiedade à frustação e a depressão
também podem levar a comportamentos hiperativos com ou sem o TDAH.Consequências - As
crianças afetadas apresentam um risco maior de fracasso escolar, transtorno de
personalidade antissocial e abuso de substâncias tóxicas.Diagnóstico - O TDAH é
diagnosticado em 3 a 9% das crianças em idade escolar e pode ser diagnosticado aos oito
anos de idade, nunca se iniciando na idade adulta. Antes se achava que o TDAH melhorava
sozinho na idade adulta. A hiperatividade melhora, mas 50% dos pacientes continuam com
déficits cognitivos e precisam de tratamento continuado. No entanto, é necessário
distinguir esses pacientes de adultos que são apenas inquietos, entediados ou desatentos.
Assim, para diagnosticar um caso de TDAH, é necessário que o indivíduo em questão
apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de
hiperatividade; além disso, os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois
ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.Tratamento- As objeções às
abordagens atuais de diagnósticos e tratamento do TDAH se explicam por sua alta
prevalência e pelo medo de drogar as crianças, ao invés de avaliar e suprir suas
necessidades educacionais. Apesar da possibilidade de ocorrer uso impróprio de
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medicação, a avaliação individual e o tratamento médico não são mutuamente exclusivos, e
errar o diagnóstico e deixar sem tratamento uma doença real é tão indesejável quanto o
excesso de tratamento.
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Transtornos que afetam a compreensão e a produção da linguagem falada e escrita ocorrem como uma
consequência de danos cerebrais.
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Dislexia como causa dos distúrbios de leitura, porque a criança disléxica
demonstra sérias dificuldades com a identificação dos símbolos e gráficos
no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que
dependem da leitura e da escrita. Em geral, ela é considerada relapsa,
desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que cria uma situação
emocional que tende a se agravar, especialmente em função da injustiça
que possa vir a sofrer. (JOSÉ, 2004, p.91)
Segundo Smith e Strick (2001) a rigidez na sala de aula para as crianças com
dificuldades de aprendizagem, é fatal. Para progredirem, tais estudantes devem ser
encorajados a trabalhar ao seu próprio modo. Se forem colocados com um professor
inflexível sobre tarefas e testes, ou que usa materiais e métodos inapropriados às suas
necessidades, eles serão reprovados. Enquanto Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos.
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Neste aspecto, se a aprendizagem for significativa para o aluno, ele se tornará menos
rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus sentimentos, interesses,
limitações e necessidades. Já para Fonseca (1995), as dificuldades de aprendizagem
aumentam na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais
didáticos inovadores, além de frequentemente contarem com muitos professores derrotados
e desmotivados. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucessos. Na escola, a
criança deve ser amada, pois só assim poderá considerar-se útil.Logo, o que foi citado
pelos autores é o verdadeiro papel social da pirâmide, lugar em que estão inseridos os
sujeitos em questão. Foi muito bem colocado pelos autores o papel da família e da escola
nas DA’s dessas crianças e adolescentes, que na maioria das vezes são os principais
causadores dessas deficiências. Nota-se que os TA’s passaram longe das DA’s ambientais
discutidas aqui, pois as DA’s conforme os estudos apresentados são as principais causas
das DA’s escolares nos dias atuais. Dessa forma, os maiores problemas de aprendizagem
começam na família e se estendem até a escola. Mas, e a sociedade, onde entra nessa
história? Como ela enfrenta o aluno com DA? Da pior forma possível. Assim, pode-se
fazer uma metáfora: o aluno com DA ambiental é o aluno que começa o castigo em casa,
completa na escola e é morto pela sociedade. Isso acontece porque a família é negligente, a
escola despreparada e a sociedade excluidora de pessoas, pois ela espera sujeitos bons,
inteligentes e úteis para se inserirem no meio social, o que se apresenta de forma
diferenciada é excluído. Então, como entender um sujeito com DA? Imediatamente ele (a)
será excluso (a) do meio social como um incapaz, e isso é cruel e desumano.
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os padrões científicos e menos intuitivos. Os quatros transtornos de aprendizagem, TC-
TOD-TDA-TDAH- estão todos envolvidos com o comportamento do individuo,
consequentemente seu comportamento de conduta será o responsável por seu déficit de
aprendizagem. Assim, de acordo com os resultados desse estudo, em mais de 50% dos
casos, os referidos TA’s apresentam comorbidade com o TDAH, um fator de risco, um
futuro devastador para crianças e adolescentes em idade escolar.
MATEMÁTICA E NUMERAÇÃO
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Intraparietal (SBIP), ativa-se quando os participantes realizam tarefas tais como comparar
números, cuja comparação inclua números arábicos, conjuntos de pontos ou palavras
numéricas. Imagina-se que este sistema é que organiza o conhecimento acerca das
quantidades dos números. Outras operações aritméticas dependem da recuperação de fatos
baseados na língua, como é o caso da multiplicação que ativa o giro angular. Um cálculo
mais complexo envolve as regiões viso-espaciais, possivelmente averiguando a
importância da imaginação visual mental nas operações multidigitais: uma linha mental do
número, em que os números menores estão representados no lado esquerdo do espaço e os
números maiores no lado direito. Por último, uma área distinta parietal-premotora se ativa
durante a contagem com os dedos e também durante o cálculo (GOSWAMI, 2004 e 2006).
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sugerindo-lhe novas possibilidades em pedagogia ou para o projeto de currículo; por outro
lado a educação pode informar a neurociência cognitiva, proporcionando uma fonte de
dados condutais complementares, especialmente sobre as crianças, como também
estabelecer novas linhas de pesquisa dignas de atenção. É, portanto, fundamental para o
desenvolvimento da profissão a construção de uma ponte entre estas duas disciplinas,
educação e neurociência cognitiva, através de um interesse comum em compreender como
aprende o cérebro.
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Programas de computadores
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expandir o conhecimento básico sobre educação diferenciada, dificuldades de
aprendizagem e diferenças individuais. Sendo assim, a profissão de neuroeducador (a) é
um mercado promissor e de extrema importância em todos os campos da educação, pois
está amparada pelo guarda-chuva neurociência que veio para melhorar, senão, revolucionar
o atual processo de ensino, como se vê mais adiante.
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A referida tabela apresenta em dados estatísticos o resultado das perguntas abertas
da entrevista e fechadas do questionário, aplicados aos participantes da pesquisa. Faz-se
uma análise dos dados mais relevantes e expõe-se o desempenho docente e
psicopedagógico em relação aos estudantes do 1º ao 9º ano em situação de transtornos e
dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, observa-se que, entre os professores 68,42 %
indicaram a origem dos transtornos de aprendizagem como neurológicas e genéticas; o
mesmo percentual, 68,42 %, para a idade padrão de 7 a 8 para o aluno apresentar TA e DA.
Assim, 94,73 % afirmaram que a maior percentagem para apresentar esses transtornos é do
masculino, seguido de 73,68 % do déficit de atenção, como principal transtorno de
aprendizagem em sala de aula. Em virtude desse transtorno ou não, as principais DA’s em
sala de aula foram leitura e escrita, com 78,94%; 36,84% dos docentes os consideram
fracos na leitura/escrita; fracos no cálculo matemático com 15,78 % e, razoavelmente bons
10,52 %, nas línguas estrangeiras (Inglês/espanhol). A pesquisa comprovou também que
entre as atividades de aprendizagem aplicadas, as que apresentam melhores resultados são
os Jogos em 63,15% das respostas; o modelo de aula mais atrativa são as aulas lúdicas, em
57,89 %. Foi também informado por 78,94 % dos participantes que nenhuma visita é feita
à biblioteca, portanto, frequência zero. O lugar na sala de aula onde costumam sentar-se é
sempre no fundo, em 52,63 % das respostas; um interesse muito grande pelo que acontece
nos corredores durante as aulas, em 78,94%. As constantes saídas ao banheiro ou ao
bebedouro, 52,63%; de 63,15% dos professores, classificaram os referidos estudantes
como desafiadores em relação ao humor e comportamento, colocando-os no topo das
deficiências nas salas de aulas, ficando atrás apenas do déficit de atenção que disparou com
o primeiro lugar de 73,68 %.
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aulas mais atrativas foram aulas lúdicas em 100%. Foi também informado por 66,66% das
participantes que nenhuma visita é feita à biblioteca, portanto, frequência zero. O lugar na
sala de aula onde costumam sentar-se é sempre o fundo em 100,00 % das respostas e um
interesse muito grande pelo que acontece nos corredores durante as aulas em 66,66%. As
constantes saídas ao banheiro ou ao bebedouro fizeram 66,66% das respostas
acompanhadas de 66,66% das psicopedagogas, que classificaram os referidos estudantes
como desafiadores em relação ao humor e comportamento, colocando-os no topo das
deficiências nas salas de aulas, ficando atrás apenas do déficit de atenção que disparou com
o primeiro lugar de 100%.
CONCLUSÕES
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de aplicar a pedagogia nos padrões neurocientíficos das neurociências, levando os
profissionais da educação a ser consumidores incansáveis da literatura neurocientífica.
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