Reflexões,

orientações
e relatos de
experiência
Caderno digital sobre
educação em museus
associação parceiros da educação
tomara! educação e cultura
 Reflexões,
orientações
e relatos de
experiência
Caderno digital sobre
educação em museus

Realização Patrocínio Apoio Realização

expediente
GESTÃO GERAL
Associação Parceiros
da Educação
Diretora Executiva
Lúcia Fávero
Coordenadora Pedagógica
Mônica Guerra
Coordenadora Operacional
Manoela Miranda
Coordenadora de
Comunicação e Projetos
Fabiana Pasquetto
Coordenadora Administrativa
Renata Fonseca
Assistente de Comunicação
Tamara Nobrega
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Tomara! Educação e Cultura
Ana Luiza Mendes Borges
Camila Iwasaki
Clara de Assunção Azevedo
Júlia Serra Young Picchioni
Equipe técnica Publicação
Relações Institucionais Organização
Bia Henriques Parceiros da Educação
Tomara! Educação e Cultura
Produção
Raul Cavalcanti Elaboração de textos
Tomara! Educação e Cultura
Projeto pedagógico
Renata Aparecida Felinto dos Santos
Renata Aparecida Felinto dos Santos
Marcos Felinto dos Santos Coordenação de Arte
Parceiros da Educação
Roteiros culturais
Tomara! Educação e Cultura
Amanda Carneiro
Anike Laurita de Souza Design
Giselda Pereira Rodrigues Lucia de Menezes Farias
Formadores Revisão de Texto
Evelyn Ariane Lauro Lucimara Carvalho
Marcos Felinto dos Santos
Vera Belo
Educadores
Ana Paula Ferreira Santos
André Luiz de Jesus Leitão
Anike Laurita de Souza
Carolina Rocha Pradella
Cintia Maria da Silva
Daniela Ortega
Juliana Oliveira Gonçalves dos Santos
Maria Ferreira da Silva Meskelis
Marilia Furman
Mona Lícia Santana Perlingeiro
Simone Vieira de Moraes
Tiago Luz
Assessoria de Imprensa
Mira Comunicação
Videocase
Social Filmes
SUMÁRIO
Apresentação......................................................................................................................... 5
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus: premissas e caminhos possíveis
1.1 O que é um museu? ................................................................................................... 9
Todos os museus são iguais?.................................................................................................. 11
Quem é o público dos museus e por que visitá-los? .................................................... 13
 Como pode ser o trabalho de educação dentro dos museus?.................................. 14
1.2 Qual é o papel do Educativo nos museus? ........................................................... 15
O que é Educação em Museus? ........................................................................................... 16
 É preciso escolher uma única metodologia?.................................................................... 17
A Educação em Museus e o Projeto................................................................................... 22
1.3 Quais são as orientações gerais para realizar uma visita?................................ 24
A pré-visita ................................................................................................................................ 25
A visita......................................................................................................................................... 26
A pós-visita................................................................................................................................. 30
  Dicas gerais de como fazer a “mediação” de acervos.............................................. 31
1 .4. A construção do conhecimento para além da sala de aula................................ 33
 Aproximações e distanciamentos entre educação formal
e educação não forma............................................................................................................ 33
Os PCNs e a BNCC como lugares de reflexão
e articulação de conteúdos e temas.................................................................................. 35
Os frutos da articulação entre museus e escolas.......................................................... 36
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais: um relato da primeira edição
2.1. O Projeto Conexões Culturais................................................................................. 39
2.2. A proposta educativa do Projeto Conexões Culturais........................................40
 Quais são os princípios e as bases conceituais do Projeto?....................................... 41
Quais foram os objetivos e a estrutura da formação
da equipe de educadores?.................................................................................................... 43
Como os roteiros educativos do Projeto Conexões Culturais
foram estruturados? ............................................................................................................... 45
Diferenciais de cada roteiro cultural .................................................................................. 51
2.3 Ciclo operacional do Projeto.................................................................................. 58
Como o Projeto funcionou na prática? ............................................................................ 58
 Monitoramento do Projeto: foco nas visitas educativas..............................................60
2.4 Resultados do Projeto............................................................................................. 62
Números finais de atendimento........................................................................................... 62
Avaliação da visita: o olhar dos participantes................................................................ 68
Capítulo 3
Anexos
3.1 Instrumentos de gestão e avaliação...................................................................... 74
Anexo 1: Termo de cooperação técnica ........................................................................... 75
Anexo 2: Planilha de controle de visitas por escola...................................................... 75
Anexo 3: Avaliação da visita pelos educadores............................................................. 76
Anexo 4: Avaliação da visita pelo público....................................................................... 78
3.2 Roteiros culturais..................................................................................................... 79
Anexo 5: Roteiro Cultural do Memorial da Resistência................................................ 79
 Anexo 6: Roteiro Cultural do Museu Afro Brasil............................................................80
 Anexo 7: Roteiro Cultural da Museu da Imigração ........................................................ 81
 Anexo 8: Roteiro Cultural da Pinacoteca do Estado de São Paulo......................... 82
Capítulo 4
Referências do Projeto....................................................................................................... 83
Apresentação

O
O material aqui apresentado integra Projeto Conexões Culturais constituiu-se em um
o Projeto Conexões Culturais: museu, programa de visitas a quatro museus da cidade
de São Paulo – Museu Afro Brasil, Museu da Imi-
comunidade e escola realizado pela gração, Memorial da Resistência e Pinacoteca
Associação Parceiros da Educação, com do Estado de São Paulo – que buscou promover
coordenação técnica da Tomara! Educação a ampliação do repertório sociocultural de alunos de Anos
Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, de professores
e Cultura e fomentado pelo Proac ICMS, e da comunidade de familiares de alunos de vinte escolas
iniciativa de incentivo à cultura do Governo integrantes do Programa de Ensino Integral da Secretaria
do Estado de São Paulo por meio da da Educação do Estado de São Paulo 1 . O Projeto totalizou
Secretaria de Estado da Cultura. um público de 2.811 pessoas distribuídas em 157 visitas,
proporcionadas por 79 saídas culturais para as instituições
envolvidas. Além de atender diretamente esse público com
as visitas mediadas aos acervos dos museus participantes,
o Projeto desenvolveu este caderno educativo digital e pro-
moveu um debate no encerramento das atividades, sediado
por um dos museus participantes.

Com este material, queremos que os profissionais da educa-

ção – das escolas, das organizações e dos museus – tenham
acesso a uma ferramenta de facilitação e de propagação de
ações voltadas à socialização das coleções e dos bens cultu-
rais, históricos e artísticos, que se encontram salvaguardados
e preservados nesses acervos públicos.

1
As vinte escolas participantes do Projeto possuem um relacionamento pregresso com a Da experiência de entrar em contato com essas coleções, um
Associação Parceiros da Educação, inclusive fazendo parte de outras iniciativas de cunho aspecto que ganha cada vez mais relevância no campo museal
educacional e cultural da associação junto à Rede Estadual de Educação de São Paulo. também inspirou o Projeto: a oportunidade de falar sobre nós

5
Apresentação
e nossa humanidade, conectando-nos à nossa própria história,
a partir de ideias e conceitos materializados em instalações
expográficas e objetos de arte, de história, de cultura, de vida.
Refletir sobre como tais experiências podem ser significativas
e contribuir para nos reconectarmos com as várias camadas
de memórias e com os significados e ideais de sociedade nelas
mobilizados, conduzindo-nos à transformação por meio da
educação, é um dos objetivos deste material.
Para concretizar esses desejos, este caderno apresenta,
propõe, argumenta, registra e analisa teorias e práticas
que alimentaram e alinharam o desenvolvimento do Projeto
Conexões Culturais desde as premissas e os objetivos, pas-
sando pela formação da equipe de educação – que realizou
as mediações de grupos de visitantes compostos por jovens
e adultos –, pelas etapas da visita até a apresentação dos
resultados obtidos com a iniciativa.
Este material pretende trazer à tona facetas e resultados do
Projeto, contribuindo com as reflexões acerca das relações
entre museus, comunidades e escolas e, quiçá, com o aden-
samento da articulação entre instituições privadas e poder
público, sociedade civil organizada e espaços de educação
formal e informal de nosso país, em prol da promoção de
processos educativos qualificados e significativos.
O “Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola:
Reflexões, orientações e relatos de experiência – Caderno
digital sobre educação em museus” divide-se em quatro
capítulos, detalhados a seguir.
No Capítulo 1, compartilhamos o modo como teoria e prá-
tica se encontram no trabalho educativo em museus. Para
tanto, apresentamos o que configura um museu na con-
temporaneidade, considerando as diversas naturezas de
coleções para, em seguida, dedicarmo-nos a delinear o
papel importante dos núcleos e dos setores de educação
dos museus e suas iniciativas voltadas às pesquisas das
coleções. O papel dos edifícios que alocam os museus na
criação de estratégias e dinâmicas que os aproximem dos
diversos públicos, as linguagens e os objetos de apoio
adequados aos diferentes visitantes e, ainda, a sugestão de
estrutura básica e orientações para o trabalho de mediação
de visitas educativas também fazem parte desse capítulo.
No Capítulo 2, compartilhamos, em forma de relato, de-
poimentos e números da primeira edição do Projeto, a fim
de analisá-lo de forma mais detida e divulgar informações
que consideramos de interesse social, político e educati-
vo. Assim, iniciamos apresentando o projeto educativo e
pedagógico que orientou cada etapa realizada, especial-
mente no que se refere à formação da equipe que realizou
o trabalho de mediação nas visitas e ao tipo de experiên-
cia que ambicionávamos que o Projeto proporcionasse
aos grupos de visitantes atendidos. Introduz-se também
as bases conceituais e premissas metodológicas que, em
6
Apresentação
verdade, ampararam-se na desconstrução de fórmulas fixas
de mediação e propuseram a liberdade de selecionar ferra-
mentas e práticas, pautadas em experiências significativas,
para uma visitação transformadora, mobilizadora. Tratamos,
ainda, da elaboração dos roteiros de visitação, que foram
instrumentos fundamentais durante esse processo. Neste
ponto, destaca-se o enfoque à apresentação de cada museu
em termos de origem, história do edifício, divisão dos acer-
vos, seleção de objetos e conceitos que foram abordados,
sempre com cautela em relação aos diferentes públicos
atendidos e suas faixas etárias. Apresentamos também o
ciclo operacional do Projeto na perspectiva de identificar
as ações realizadas, especialmente no que tange às visita-
ções, foco central do Projeto. Abordamos o monitoramento
contínuo das visitações, as avaliações junto à equipe do
educativo bem como as devolutivas avaliativas realizadas
pelos grupos de participantes. Por fim, trazemos resultados
do Projeto de forma sintética, por meio da apresentação de
dados quantitativos, infográficos, gráficos e tabelas.
O Capítulo 3 – Anexos contém dois grandes grupos de
documentos, o primeiro reúne instrumentais considerados
importantes de serem divulgados a título de exemplos de
como se pode garantir uma ação mínima de monitoramen-
to e avaliação em um projeto como esse. O segundo grupo
de documentos é composto por quatro roteiros culturais
gerais de mediação de visitas educativas, referentes a cada
um dos museus envolvidos no Projeto. Apesar de o Projeto
ter contado com mais de quatro roteiros, esses foram aqui
condensados de modo a exemplificar e agregar em um
único lugar as abordagens utilizadas para mediar visitas
com os diferentes públicos participantes do Projeto.
Por fim, no Capítulo 4 apresentaremos as referências bi-
bliográficas, webográficas e filmográficas utilizadas nesta
publicação e em todas as outras etapas do Projeto, além
de documentos oficiais que nos ampararam do início ao
fim do trabalho.
Desejamos que este material seja bem aproveitado e estimule
pessoas interessadas e comprometidas com a democratiza-
ção, o acesso e a fruição qualificada de bens culturais. Que
seja um instrumento que possibilite ampliar visões e reper-
tórios, incentivando todos a reverem e valorizarem os nossos
acervos, patrimônios materiais e imateriais que formam o
Brasil e são indicativos da ação da humanidade na história,
na cultura, na arte e na sociedade. Que possamos, por meio
desse compartilhamento, repensar e fortalecer o papel das
relações essenciais e contínuas destes três lugares que se
retroalimentam para dar sentido uns aos outros: museu, co-
munidade e escola. Que este seja um material que inspire e
permita estabelecer novas pontes e conexões.
Boa leitura!
7
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.1 O que é um museu?
M
useus são espaços dinâmicos, em constante transfor-
mação, a serviço da sociedade e com grande potencial
para a educação, o lazer e a pesquisa. Possuem um
papel fundamental na preservação, comunicação e discussão
das nossas memórias, articulando passado, presente e futuro
e contribuindo para a sociedade se repensar. O acesso às ins-
tituições museológicas é um direito que deve ser usufruído e,
para que seja desfrutado no máximo de suas potencialidades,
é importante saber para que servem e como funcionam.
O hábito de colecionar objetos acompanha a humanidade há
milênios, mas o modelo de instituição que denominamos hoje
museu tem origem entre os séculos XVI e XVII, com os gabi-
netes de curiosidades europeus, fruto do colecionismo de ele-
mentos coletados durante as grandes navegações europeias.
Nesse período, quem tinha riquezas para investir constituía
coleções heterogêneas com objetos de naturezas e procedên-
cias das mais diversas. Possuir e acessar essas coleções era um
marcador de distinção social. Com os gabinetes de curiosidade,
então, as coleções particulares passaram a ser expostas e apre-
sentadas a grupos seletos de nobres e iniciados nas ciências.
Durante a Revolução Francesa, pós-queda da Bastilha (1791),
a preocupação com a salvaguarda do patrimônio histórico
francês, em perigo no meio das disputas pelo poder, produ-
ziu as primeiras políticas oficiais de proteção ao patrimônio
histórico, artístico e cultural, dando origem, por exemplo, ao
Museu do Louvre, que em pouco tempo se tornou referência
para a museologia ocidental. Nesse momento, colecionar e
preservar passam a ser, também, preocupações do Estado.
No entanto, foi somente no século XIX que se popularizou,
em alguma medida, o acesso ao que hoje conhecemos como
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola
museu. No Brasil, os primeiros museus são organizados nesse
período; o mais antigo, inaugurado em 1862, foi o Museu do
Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano.
Tradicionalmente, um museu é um tipo de instituição em
que são guardados e exibidos objetos de interesse artístico,
cultural, científico, histórico, técnico ou de qualquer outra
natureza cultural com fins de preservação, pesquisa, edu-
cação e lazer. Hoje em dia, entretanto, esse conceito foi
ampliado, podendo um museu preservar, pesquisar e expor
temas, histórias ou facetas culturais de diversas maneiras e
a partir de vários suportes e recursos, não necessariamente
respaldados em obras e objetos tridimensionais.
Uma exposição de museu é um discurso sobre algo. É sem-
pre um recorte, uma versão que traz uma ou algumas pers-
pectivas sobre um assunto, um artista, um movimento. As
exposições podem ser de longa duração, quando geral-
mente o museu exibe parte de seu acervo, já que muito do
patrimônio também fica preservado nas reservas técnicas;
ou de curta duração, como são chamadas as exposições
temporárias. Esse discurso é construído por um curador ou
uma equipe curatorial. O que está à mostra numa exposição
não é, e não pode ser, despropositado ou mera decoração.
Ao contrário, é parte de uma narrativa proposta pela cura-
doria para abordar determinado conteúdo.
As exposições de longa duração são aquelas que dão soli-
dez à identidade da instituição, estruturam e representam
sua razão de ser e permanecem por um longo período sem
grandes alterações. As exposições de curta duração (ou tem-
porárias), de período que varia de museu para museu, em
geral representam a ampliação e diversificação dos discursos
9
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.1 O que é um museu?
propostos pela instituição. As exposições de curta duração
buscam dialogar com a exposição de longa duração e, mui-
tas vezes, aprofundar alguns de seus assuntos. Entretanto,
podem ser, também, espaços para se tratar de assuntos com-
pletamente novos, embora relacionados de algum modo à
instituição, ou ainda para se apresentar outras perspectivas e
formas de abordar um mesmo assunto. Isso torna os museus
espaços em constante renovação: de tempos em tempos há
algo de novo para ver naquele museu que você já visitou.
O museu não é uma instituição distanciada da sociedade:
as exposições que produz têm que ter consonância com as
demandas sociais e, para tanto, precisam ser concebidas em
diálogo com o presente e com a comunidade sobre a qual e
para a qual fala. O museu precisa, então, estar aberto para o
diálogo constante com o exterior, o que significa renovação
também constante. Nessa perspectiva, o museu se torna
um espaço de encontro e construção; e é na diversidade
desses encontros que propõe, por meio dos discursos que
elabora e materializa em exposições e em outras ações de
extroversão, que o museu estabelece suas interpretações e
conexões com a sociedade, dando sentido ao que preserva.
Para além das exposições em seus espaços físicos, os museus
também podem realizar exposições itinerantes, levando os
discursos por eles elaborados, e parte de seu acervo, para
que pessoas de outras localidades tenham acesso. Com a
popularização do acesso à internet, é comum, ainda, que
sejam feitas exposições virtuais, iniciativas que podem ser
concretizadas com menos recursos do que aqueles necessá-
rios para se fazer uma exposição física. Nesse sentido, os sites
e as redes sociais dos museus são ferramentas importantes
de difusão do conhecimento por eles produzido.
No entanto, no cotidiano de um museu, existe muita coisa
entre o guardar e o exibir...
Para que um objeto guardado seja exposto, atuam sobre ele
diversas atividades museais, tais como conservação, docu-
mentação e pesquisa, que buscam garantir as abordagens,
critérios e procedimentos em prol da preservação, da dis-
cussão e do acesso. O resultado desse conjunto de ações
é comunicado à sociedade, principalmente, por meio das
exposições – a linguagem por excelência dos museus – mas
também por meio de oficinas, publicações, cursos, palestras
e outros eventos ou mecanismos de comunicação, como a
internet. Todas essas atividades museais são importantes
e se complementam para construir significados e conferir
relevância ao acervo. É a conexão e a integração entre elas
que dá sentido ao que o público tem acesso.
Além da curadoria, da conservação, da documentação,
da pesquisa – para mencionar algumas atividades – e do
trabalho educativo – tratado adiante – para orquestrar a
série de atividades que compõem um museu existem ainda
as diversas funções de gestão. Não podemos esquecer das
equipes de recepção, manutenção, limpeza e segurança
patrimonial que, junto a tudo o que já foi listado, formam
a teia de relações institucionais que garantem o bom fun-
cionamento dos museus internamente.
É evidente que o tamanho das equipes depende dos recursos
financeiros de que o museu dispõe. São muitas as experiên-
cias de museus que atuam com equipes reduzidas, em que
cada colaborador assume diferentes funções e várias das
atividades aqui elencadas.
10
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.1 O que é um museu?

Todos os museus
são iguais?

M
useus são espaços múltiplos, Museus de Museus Museus de Museus
carregados de uma personali- Artes Plásticas Casa Ciências Antropológicos
dade definida por sua missão, e Visuais e Etnográficos
por seus objetivos e valores; São aqueles que têm São aqueles que tratam
pela natureza de seu acervo; São aqueles cujo a edificação e a das ciências naturais, São aqueles que tratam
pelo trabalho desenvolvido acervo é composto, história de vida de como a biologia, da identidade de um
pelas pessoas que nele atuam; e pela relação majoritariamente, seus habitantes como ou ainda que tratam determinado conjunto
que estabelece com a comunidade onde está por obras de artes elementos centrais, da ciência sob a de pessoas, abrigando
inserido e com seu público. Mas, para além plásticas e visuais em articulando a arquitetura, perspectiva de sua coleções relacionadas
dessa personalidade própria, os museus tam- suas múltiplas expressões, as relações humanas evolução técnica, a diversas etnias,
bém podem ser identificados por tipos ou tais como pintura, ali experimentadas tendo por objetivo voltadas para o estudo
categorias. Para se ter ideia da diversidade, escultura, desenho, e a coleção que abriga o desenvolvimento antropológico e social
listamos abaixo algumas das categorias mais gravuras, fotografias, para retratar um tipo de científico. de diferentes culturas.
acionadas, buscando reunir similaridades e instalações artísticas, ambiente, determinado
dar conta de diferenças. É importante dizer performances etc. período histórico Alguns exemplos são Exemplos dessa tipologia
que tais classificações objetivam explicitar ou modo de vida. o Museu de Zoologia da são o Museu do Índio,
como os museus estão organizados em rela- Um exemplo é a Universidade de São Paulo no Rio de Janeiro,
ção ao seu acervo e tema gerador. Inclusive, Pinacoteca do A Casa das Rosas, em e o Museu de Astronomia e o Museu Antropológico
muitos museus poderiam ser classificados Estado de São Paulo. São Paulo, e o Museu e Ciências Afins, da Universidade
em mais de uma categoria, sendo essa tipi- Casa de Portinari, em no Rio de Janeiro. Federal de Goiás.
ficação utilizada, em geral, para marcar os Brodowski, são exemplos
aspectos predominantes. dessa tipologia.

11
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.1 O que é um museu?

Todos os museus
são iguais?

Centros culturais e outros espaços de ex- Museus de Museus Museus Museus

posição, embora não sejam museus, devem História Temáticos ou Comunitários/ Virtuais
ser lembrados aqui por serem espaços múl- Especializados Ecomuseus
tiplos que muitas vezes têm no rol de suas São aqueles que buscam, São os museus no
atividades ações museológicas, tais como por meio de seu acervo, São museus que trabalham São museus em que ciberespaço. Podem ser
produzir, receber e expor coleções e acer- preservar e difundir um tema específico a integrantes de um grupo, páginas de museus físicos,
vos. Esse é o caso de diversos centros cul- determinado aspecto ou partir de diversas comunidade ou etnia são que estão cada vez
turais, além de também ser o caso, algumas período da história local, abordagens, utilizando-se protagonistas no processo mais independentes,
vezes, de teatros, bibliotecas, livrarias e ou- nacional e/ou da de diferentes tipos de formulação, execução ou podem ser instituições
tros espaços de cunho cultural. humanidade. de acervo para isso. e manutenção do criadas exclusivamente
equipamento com para existir em ambiente
Criar categorias para classificar os mu- Um exemplo é o Um exemplo é o Museu o intuito de musealizar digital, com acervo
seus é um exercício que tem por objetivo Museu do Ipiranga – do Futebol, localizado seu território, sua digital, destinados à arte
dar inteligibilidade às questões que levam ou Museu Paulista em São Paulo. cosmologia, suas e a conteúdos digitais. 
à compreensão da lógica operacional des- da Universidade de práticas e seus modos
sas instituições. No entanto, como já dito, São Paulo, seu nome de vida, englobando Um exemplo
não é difícil pensar em museus que podem oficial – em São Paulo. os ambientes cultural, é o Museu da Pessoa.
ser classificados em mais de uma das ca- social e espacial.
tegorias apresentadas, como é o caso do
Museu Afro Brasil, que pode ser entendido Alguns exemplos são o Eco
como um museu de artes plásticas e visuais, Museu de Itaipu e o Museu
de história e temático, por exemplo. Nesse da Maré, no Rio de Janeiro.
sentido, a lista proposta acima demonstra
apenas uma perspectiva para olhar esses
equipamentos. O que podemos afirmar é
que nem todo museu é igual, e também que
um museu não permanece igual a si mesmo
por muito tempo.

12
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.1 O que é um museu?
Quem é o público dos
museus e por que visitá-los?
E
m um plano ideal, o público dos museus é irrestrito,
portanto, universal. Ainda que a realidade se mostre
diferente, os museus têm potencial para o atendimen-
to de públicos cada vez mais diversos; eles estão mais pre-
parados para isso e é parte das demandas contemporâneas
garantir a universalização do acesso.
São vários os públicos potenciais, e eles podem ser classifi-
cados de diferentes maneiras: faixa etária (crianças, jovens,
adultos e idosos); ocupação (estudantes, trabalhadores, de-
sempregados, aposentados) e origem (vizinhos, habitantes
da mesma cidade, pessoas de outros estados, estrangeiros),
são apenas alguns dos modos possíveis de categorizar o
público. Para o trabalho de um museu é fundamental conhe-
cer a fundo o público e também o não-público (aqueles que
ainda não o visitam) e descobrir seus interesses, desejos e
motivações. Com esse conhecimento o museu pode rever
e diversificar a programação, considerando tanto o público
que já o frequenta como aquele que pode vir a frequentá-lo.
Mas, por que visitar um museu? Um museu é, sobretudo, um
espaço de memória e, embora esteja muito associado a dis-
cursos sobre o passado, museu é também lugar para refletir
sobre o nosso presente. De modo geral, podemos dizer que
museus buscam preservar a memória dos processos históri-
cos pelos quais a sociedade passou ao longo dos tempos, num
constante debate entre passado e presente, crucial à proje-
ção da sociedade que desejamos no futuro. O que queremos
e estamos selecionando como legado para o futuro, afinal?
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola
Os museus têm importante papel nessa tarefa e, por isso,
visitá-los, com eles se conectar e dialogar são formas de
participar desse processo, em contínua construção.
A associação entre produção cultural ou artística e contexto
histórico, social e econômico são exercícios que contribuem
para o processo de interpretação do mundo e dos contextos
sociais nos quais estamos inseridos. E os museus, ao elabo-
rarem discursos sobre as coisas e os fatos, fazem isso.
Nas palavras de Pedro Pereira Leite, do Centro de Estudos
Sociais da Universidade de Coimbra (2017), um museu con-
tribui para ampliar “o modo como olhamos para o mundo,
para os outros e para nós mesmos”.
Garantir acesso aos museus é, então, ampliar o acesso à cidade,
é contribuir para a construção do conhecimento, é fomentar a
reflexão sobre a produção humana e sobre o funcionamento
da sociedade, é fortalecer vínculos de afetividade, empatia e
reciprocidade entre e para as pessoas.
Os museus, por meio de seus acervos e exposições, têm o
potencial de alimentar processos criativos, despertar inte-
resses intelectuais e profissionais e, sobretudo, gerar ques-
tionamentos sobre a vida e a sociedade nos públicos que os
frequentam. A gama de possibilidades educativas, criativas
e de sociabilidade abertas pela experiência de visitar um
museu é imensurável.
13
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.1 O que é um museu?
Como pode ser
o trabalho de educação
dentro dos museus?
P
odemos entender que o ato de educar engloba
todos os processos de ensino e aprendizagem.
Esses processos podem ser classificados como
formais, ou seja, aqueles que acontecem nos sis-
temas de ensino regulares, tais como escolas e
universidades; não formais, ou seja, aqueles que acontecem
fora dos espaços regulares, mas cujo processo é organi-
zado de forma a se relacionar com a educação formal; e
informais, que se dão no processo de aprendizado que
se desenvolve sem planejamento, nas relações familiares,
nos meios de comunicação, nas dinâmicas corriqueiras da
vida, por exemplo.
Um museu é, por natureza, um espaço de educação não
formal. Ainda que, muitas vezes, articule conteúdos pre-
sentes nos currículos escolares, suas práticas pedagógicas
não têm, necessariamente, compromisso com eles. O que
significa dizer que os museus não estão a serviço dos cur-
rículos escolares, mas podem contribuir com a formação
escolar e acadêmica na medida em que atravessam esses
conteúdos. Por essa razão, muitos são os docentes que os
buscam como lugares alternativos à sala de aula, para pro-
mover a aprendizagem dos estudantes.
Trabalhar questões inter e transdisciplinares, possibilitar
maior interação entre abstração teórica e realidade, mostrar
outras abordagens para os fenômenos, além de promover a
ampliação do capital cultural dos estudantes, estão entre as
principais motivações de docentes e gestores da educação
ao incluir visitas a museus no planejamento escolar.
No entanto, é importante apontar que, antes da visita, vale
conhecer a instituição e as propostas educativas desenvol-
vidas pelo museu – essa dimensão será abordada a frente.
Muitos são os museus que contam com equipes dedicadas
ao atendimento de grupos, sejam eles escolares ou não, e
que, para tanto, se especializam na dinâmica de mediação e
interação entre museu e escola, museu e comunidade
Conhecer os conteúdos trabalhados nas instituições que se
pretende visitar, estabelecer contato com os serviços educa-
tivos disponíveis e criar redes de diálogos entre a escola e o
museu e entre a comunidade e o museu são ações fundamen-
tais para que a visita seja proveitosa e os museus se tornem
aliados reais dos processos de ensino e aprendizagem, confor-
me se espera dos espaços de educação formal e não formal.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola
14
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.2 Qual é o papel do

Educativo nos museus?

O
Educativo de um museu dá as boas-vindas aos dife-
rentes públicos que o visitam e participa ativamente
da mediação entre o que o público percebe e aprecia
e que o museu pretende e oferece. Seu papel é o de promo-
ver práticas que contribuam para aprofundar o entendimen-
to dos conteúdos apresentados. O educador de um museu
deve conhecer e se interessar pela historicidade das obras de
arte, dos documentos, dos objetos e de todos os elementos
constituintes dos acervos, de modo a incentivar a leitura e a
interpretação desse conjunto por parte do visitante, contri-
buindo, assim, para o processo de atribuição de significados
que podem se relacionar às experiências vividas no contexto
social e histórico do nosso país e do mundo.

Em geral, o Educativo está entre as equipes que mais têm

contato com os visitantes. Ele atua no sentido de concre-
tizar e divulgar a missão e os objetivos do museu, além
de traduzir as linguagens apresentadas para outras mais
acessíveis a fim de estimular olhares multifacetados nos
diversos públicos do museu.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

15
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.2 Qual é o papel do
Educativo nos museus?
O que é Educação
em Museus?
O
serviço educativo realiza a mediação dos conteú-
dos expostos junto ao público visitante, conside-
rando diferentes recortes etários, de escolaridade
e de condições socioeconômicas. Essa não é uma
tarefa fácil, e para que esse trabalho tenha sucesso é ne-
cessário que todos da equipe de educação se engajem em
longas jornadas de leituras e pesquisas acerca das estratégias
capazes de dar consistência às atividades.
Diferentemente de uma escola, os Educativos de museus aten-
dem um espectro mais amplo do que o oferecido da Educação
Infantil ao Ensino Médio, pois recebem grupos variados – as-
sociações, universidades e também o público que, esponta-
neamente, visita as instituições com uma multiplicidade de
interesses que transcendem e muito as preocupações dos
currículos escolares. Todavia os Educativos dedicam grande
parte de suas ações ao diálogo com o contexto escolar, visto
que, muitas vezes, a escola é um público bastante significativo.
Os profissionais que atuam nos serviços educativos dos mu-
seus, os educadores, são provocadores que tornam todas as
ocasiões, oportunidades para sensibilizar o público e compar-
tilhar com ele a responsabilidade pelo patrimônio arquitetô-
nico, histórico, social, cultural, natural, artístico, dentre outros
que estejam salvaguardados na instituição.
Em decorrência dos vários tamanhos de espaços expositivos,
quantidade e teor das obras apresentadas, cada instituição
busca seu modo de desempenhar a Educação em Museus,
procurando formas eficazes de apresentação, fruição e tra-
dução do acervo junto ao público.
Uma característica comum no trabalho de grande parte dos
Educativos é a efemeridade dos encontros com os grupos
visitantes que, em média, duram 90 minutos. O tempo de
que se dispõe com determinado grupo geralmente é úni-
co e nunca se repetirá. Essa característica do trabalho de
Educação em Museus exige ferramentas específicas, meto-
dologias e estratégias bastante elaboradas, pois a duração
do encontro é exígua e as possibilidades de aprendizagem,
embora com potencial de serem efetivas, são muitas.
Os educadores de museu, pelo contato direto por deter-
minado período de tempo com os visitantes escolares,
têm a oportunidade ímpar de provocar novas reflexões
e conexões entre a vida do estudante, a escola, o museu,
a cidade, o país, o mundo; entre o contexto e o tempo,
passado, presente e futuro. Como o período da visita é
relativamente curto, quanto mais bem preparados os edu-
cadores estiverem e mais conhecerem o grupo que irão
receber, melhor será a visita oferecida. O mesmo vale para
os estudantes e docentes: se tiverem algum contato prévio
com o conteúdo que irão encontrar, sem dúvida, poderão
se apropriar melhor do acervo e aprofundar antigas e no-
vas questões. Os Educativos de museus possuem papel
na formação crítica de estudantes, docentes e público em
geral, contribuindo para a compreensão das relações entre
museus e sociedade.
16
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.2 Qual é o papel do
Educativo nos museus?
É preciso escolher
uma única metodologia?
N
ão necessariamente é preciso escolher uma única
metodologia para o trabalho educativo dentro de
um museu, mas é importante conhecer tanto certa
variedade de metodologias e estratégias quanto o tipo de
trabalho educativo desenvolvido pelo museu que se visita-
rá. A aproximação com o fazer educativo de cada museu
é importante porque os modos de operação próprios de
cada um deles se apoiam no recorte temático da instituição
e nos modos como os educadores criam, sistematizam e
compartilham conhecimentos acerca dos acervos. Visitas
mediadas, cursos, oficinas e palestras são as ferramentas de
comunicação mais usuais entre os Educativos instituciona-
lizados e, por mais que algumas estratégias sejam comuns,
os conteúdos dificilmente serão.
Para as visitas mediadas são escolhidas metodologias que
ofereçam caminhos de observação, apreciação e compreen-
são do acervo pelos diversos públicos visitantes. A esse pro-
cesso chamamos fruição, que é a contemplação reflexiva e
significativa de obras, objetos e conteúdos de um museu.
O Projeto Conexões Culturais abrange museus com temas e
acervos muito distintos, que vão desde a história da funda-
ção do Brasil até a arte contemporânea em suas linguagens
mais recentes; por isso consideramos interessante favorecer
abordagens compreendidas no âmbito da pedagogia como
currículo integrado. Essa perspectiva se caracteriza por uma
concepção mais global da educação, muito próxima dos
objetivos educativos do Projeto, que coloca em diálogo e O currículo Integrado faz parte
no mesmo lugar de importância, a experiência de aprendi- de uma concepção de organização
zagem não formal (instituições/centros/museus), informal da aprendizagem que tem como
(comunidade/casa/família) e formal (escola). finalidade oferecer uma educação
que contemple todas as formas
A fim de experimentar a interação e a permeabilidade entre de conhecimento produzidas pela
diferentes áreas e espaços de diálogos de saberes lançamos atividade humana. Trata-se de
mão de estudar e aplicar, como referenciais teóricos para o uma visão progressista de educação
Projeto, as ideias de Jorge Larrosa Bondía (2002) e de Jac- à medida que não separa o
queline Chanda (1998), tomando-as como complementares. conhecimento acumulado pela
humanidade na forma de
Ele trata da experiência transformadora do saber, que arreba- conhecimento científico daquele
taria o ser; ela, da não hierarquização das obras de arte como adquirido no cotidiano das relações
melhores ou mais significativas, pensando na desconstrução culturais e materiais. Por essa
da história da arte generalista e eurocêntrica e sempre con- razão, possibilita uma abordagem
siderando as obras inseridas nas diferentes culturas que as da realidade como totalidade,
criaram. Nos ateremos a essas duas referências mais adiante, permitindo um cenário favorável
no Capítulo 2, ao explicitarmos como o Projeto Conexões Cultu- a que todos possam ampliar a sua
rais foi elaborado desde suas premissas didático-pedagógicas, leitura sobre o mundo e refletir
passando pela formação da equipe educativa, até a elaboração sobre ele para transformá-lo
e aplicação dos doze roteiros culturais para os quatro museus. no que julgarem necessário.
Interessa-nos aqui mencionar alguns nomes de profissionais (LOTTERMANN, 2012, p.21)
basilares para pensar o trabalho de Educação em Museus.
Pessoas que têm se dedicado a estruturar as experiências
de fruição dos acervos a fim de facilitar o contato entre os
vários públicos e as mais diferentes coleções de objetos,
documentos ou obras de arte.
17
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.2 Qual é o papel do

Educativo nos museus?

É preciso escolher
uma única metodologia?

A maioria dos pensadores mencionados tratam de me-
todologias relacionadas a acervos de arte. Isso faz com
que elas sejam mais propagadas e acabem adaptadas aos
mais diferentes acervos, desde aqueles que salvaguardam
e apresentam objetos até o chamado acervo imaterial ou
intangível.
Um desses estudiosos é o pioneiro estadunidense John
Dewey (1859-1952), um filósofo e pedagogo que formu-
lou pressupostos pedagógicos conectados à mediação de
acervos. Esses pressupostos orientaram pensadores na
Europa, na América do Norte e também no Brasil.
Na década de 1980, o professor estadunidense Robert Wil-
lian Ott produziu o texto Art Education: an international
perspective (Arte-Educação: uma perspectiva internacio-
nal), no qual compartilha o método Image Watching (olhan-
do imagens), que propõe o conhecimento da obra de arte
baseado na produção artística, crítica, estética e histórica
da arte. Nessa metodologia são percorridos seis estágios.
1. 
Aquecer e sensibilizar as pessoas participantes
para a leitura do material visual a ser apreciado.
2. Descrever os aspectos formais da imagem,
ou seja, cores, linhas, composição etc.
Dewey discorre sobre teorias da arte
e propõe certo entendimento sobre
a produção e a fruição de obras
artísticas. Embora não explicite
nenhuma proposta sobre o ensino
da arte nem sobre a presença
da arte no ensino, esse livro teve
importante participação no ingresso
da arte-educação no Brasil.
(CUNHA, 2015, p. 71)

Em seu livro A arte como experiência (1934) ele não trata
exatamente de uma metodologia de Educação em Museus
ou de etapas para uma leitura de obra de arte, mas de
como o entendimento de teorias da arte nos auxilia a abor-
dar o artista, a obra de arte e o público que a recepciona,
dando um roteiro para a compreensão do fazer artístico.
Quando Dewey escreveu sobre a experiência que o contato
com a obra de arte nos proporciona, ele estava tratando
da experiência estética.
Dewey propôs uma dimensão do pensamento sobre a arte
na qual quem a produz (artista), o produto (obra) e quem
o recepciona (público) constituem parte de um fenômeno
que não deve ser dissociado. Seu pensamento foi resgatado
no bojo de discussões no campo museal a partir de 1960.
3. Analisar os conceitos formais da obra considerando
opções de composição de quem a criou.
4. Interpretar a obra visual, apontando sensações
suscitadas pela apreciação com perguntas como:
“O que você sentiu observando a obra?”.
5. Fundamentar por meio do trabalho de mediação
a apresentação do contexto e da história da obra.
6. Revelar o fazer artístico da obra observada.
Robert William Ott nos apresenta uma metodologia que
pode ser aplicada passo a passo para que o grupo chegue
junto a uma descoberta acerca do objeto mediado. Nesse
processo, é preciso criar um ambiente agradável e estimu-

18
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.2 Qual é o papel do
Educativo nos museus?
É preciso escolher
uma única metodologia?
lante, com o objetivo de que todas as pessoas se sintam
convidadas a participar da mediação.
Seguindo esse raciocínio, no mesmo período, Michael Par-
sons, em sua obra Compreender a Arte (1992), propôs um
método que se baseia na compreensão das imagens em
cinco diferentes estágios.
1. 
Favoritismo: inclui preferência e gosto pessoal,
que podemos traduzir como a seleção
deliberada de uma obra ou parte dela.
2. Beleza e realismo: a escolha de imagens ou obras
visuais a partir da noção de Belo na arte.
3. Expressão do artista como fator importante
para compreender suas intenções ao produzir
a obra visual e os sentimentos, ideias
ou sensações que a obra suscita.
4. Estilo e forma: demonstra o interesse pelo estilo
e pela composição visual da obra, procurando
relacioná-los com a expressividade.
5. Juízo, interpretação, autonomia: a fim
de se entender a validade da obra segundo
seu contexto social e histórico, buscando
compreender os sentidos e experiências
que ela traz para as pessoas que a apreciam.
Por sua vez, a teórica Abigail Housen entende os avanços
cognitivos na leitura de obras de arte considerando uma
metodologia dividida em quatro fases:
1. 
A descritiva, que aponta
como a obra foi feita.
2. A classificativa, que dá os referenciais
sobre artista e obra, materiais
e procedimentos empregados na produção.
3. A interpretativa, que atenta para as sensações,
as ideias e os sentimentos expressos pela obra.
4. A recreativa, que se refere ao estímulo
à experimentação plástica com
base nos dados observados na obra.
Essas são as bases que causaram profundas transforma-
ções no modo de pensar metodologias de práticas de
mediações no mundo, sendo também parte da história HOUSEN, Abigail. O olhar
da educação. No Brasil, essas metodologias ou modos de do observador: investigação,
pensar a educação no âmbito dos museus encontrarão teoria e prática. In: FRÓIS,
ressonâncias em pensadores das mesmas épocas. Esse pa- João Pedro (Org). Educação
norama de renovação metodológica também é responsável estética e artística –
pelo enfraquecimento contínuo de modelos tradicionais Abordagens Transdisciplinares.
de mediação, marcados pela transmissão verticalizada de Lisboa: Fundação Calouste
informações dos Educativos para o público. Gulbenkian, 2000.
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Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.2 Qual é o papel do
Educativo nos museus?
É preciso escolher
uma única metodologia?
Em nosso país, podemos elencar diversos profissionais re-
conhecidos que têm investido no estudo das metodologias
de leitura de obras de arte, de objetos e de documentos
considerando esse amplo arcabouço desenvolvido pelos
estudiosos acima listados.
Consideramos dois nomes referenciais. O primeiro deles
é o de Ana Mae Barbosa, que ambienta o pensamento de
John Dewey no trabalho de Educação em Museus de arte
no Brasil desde a década de 1980. O segundo é o de Ul-
piano Bezerra de Meneses, que busca a compreensão da
musealização de documentos e objetos inseridos como tes-
temunhos nas exposições.
Ana Mae Barbosa desenvolveu a Abordagem Triangular,
metodologia de entendimento mais amplo da leitura de
obras de arte, largamente utilizada em escolas e museus. A
abordagem triangular está baseada em três pilares: contex-
tualização histórica; apreciação artística; e fazer artístico.
Já Ulpiano Bezerra de Meneses não criou exatamente uma
metodologia, mas dedicou-se a compreender a importân-
cia essencial do patrimônio material e o papel fundamental
dos objetos nos processos de reconstrução da memória.
Para ele, o aspecto externo dos objetos, ou a sua apa-
rência, traz marcas específicas da memória, do tempo de
uso. Basta lembrar que a simples durabilidade do artefato,
que em princípio costuma ultrapassar a vida de seus pro-
Por certo, tais atributos são
dutores e usuários originais, já o torna apto a expressar o historicamente selecionados
passado de forma profunda e sensorialmente convincente e mobilizados pelas sociedades
(MENESES. 1998). e grupos nas operações de
produção, circulação e consumo
Assim, os processos de Educação em Museus devem com- de sentido. Por isso seria vão buscar
preender os objetos musealizados com base na natureza nos objetos o sentido dos objetos.
observável: forma geométrica, peso, cor, textura, dureza,
etc. Entretanto, é fundamental lembrar que os atributos que (MENESES, 1998, p.91)
conferem sentido e significado aos objetos são acionados
pelo intercruzamento das relações possíveis entre esses
objetos; pela temática do museu; pela abordagem curatorial;
e pela recepção de quem o observa. Nessa perspectiva, o
que esses objetos representam diante do público também
está pautado nos diálogos que serão estimulados pelas
metodologias desenvolvidas para a mediação.
Assim como se elaboram etapas e perguntas que auxiliam
na leitura de uma obra de arte, é fundamental olhar para
os objetos a partir desse intercruzamento a fim de lhes
atribuir historicidade e sentido.
As observações trazidas acima refletem aspectos con-
temporâneos acerca da mediação de coleções próprias
de museus históricos. O simples procedimento de histo-
ricizar um objeto por meio da patrimonialização revela o
condicionamento do passado ao tempo presente. Esse
mesmo procedimento é o que infla de vida os documentos
e objetos históricos.
20
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.2 Qual é o papel do

Educativo nos museus?

É preciso escolher
uma única metodologia?

Ao pensar a mediação em museus e suas metodologias, é Para finalizar, destacamos outros nomes que, no Brasil, têm Robert Willian Ott
interessante também destacar museus cujo acervo é pre- se dedicado à educação patrimonial em grandes museus e Art Education: an international
dominantemente intangível, apresentado em diferentes su- cujos textos disponíveis na internet podem ser úteis para perspective (1984) (Arte-Educação: uma
portes, como é o caso de vários museus temáticos recentes. pensar na metodologia mais adequada à mediação na fusão perspectiva internacional)
São museus que se utilizam de diferentes experiências e de diferentes metodologias ou, ainda, no desenvolvimento de • Aquecer e sensibilizar
recursos para dar visualidade e entendimento às memórias novas: Cristina Rizzi, Mila Chiovatto, Miriam Celeste Martins, • Descrever os aspectos
e questões que abordam, fazendo uso de projeções audio- Paulo Portella Filho, Rejane Galvão Coutinho, Marina Sartori • Analisar os conceitos formais
visuais, ambientes virtuais imersivos (caves), interatividade de Toledo, Ialê Cardoso e Renata Bittencourt, dentre outros • Interpretar a obra visual
digital, dentre outros. Considerando essas especificidades, profissionais tão relevantes quanto os citados. • Fundamentar por meio
os museus também apresentam novos desafios na mediação
do trabalho de mediação
de seus acervos com o público. Cabe a você, leitor, se houver interesse em se aprofundar,
pesquisar algumas dessas metodologias a fim de verificar a
Para a área da educação patrimonial, as metodologias de que mais se aproxima do que espera. Lembre-se também de Michael Parsons,
mediação ainda estão em construção e consolidação, em que que é extremamente válida a convergência de metodologias Compreender a Arte (1992)
pese ser possível lançar mão de inúmeras estratégias similares ou mesmo experimentação de algo que se adeque melhor • Favoritismo
às adotadas em museus com exposições ancoradas em obras à sua realidade. De qualquer maneira, logo adiante, vamos • Beleza e realismo
de arte ou em acervos tridimensionais. O que vale ressaltar apresentar algumas orientações para a organização, prepa- • Expressão do artista
é que existem diferenças entre a abordagem de um objeto ração e realização de uma visita educativa. • Estilo e forma
inanimado, cujo princípio inicial é a observação e aprecia- • Juízo, interpretação, autonomia
ção, e uma projeção, um jogo, uma imersão sonora ou outras
formas de interatividade digital, que trazem novos desafios,
temporalidades e, em geral, apostam na multiplicidade de Abigail Housen
estímulos e nas tecnologias de ponta para mediar um tema. O olhar do observador: investigação,
teoria e prática (2000)
Ainda assim, permanecem válidas as metodologias mais • Descritiva
tradicionais de mediação, porque é com base nelas, tam- • Classificativa
bém, que se desenvolvem formas de mediar estes novos • Interpretativa
espaços museais. • Recreativa

21
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.2 Qual é o papel do

Educativo nos museus?

A Educação em
Museus e o Projeto

P
ara a elaboração do Projeto aprofundamos o nosso
conhecimento acerca dos quatro museus do Estado
de São Paulo que participaram da iniciativa – Memo-
rial da Resistência, Museu Afro Brasil, Museu do Imigrante e
Pinacoteca do Estado de São Paulo – e buscamos pensar as
noções de cidadania, sociedade e sociabilidade, conceitos
a partir dos quais também manejamos outras questões que
transcendem os limites de disciplinas isoladas como, por
exemplo, conflito, respeito, memória e identidades.

O olhar proposto pretendeu também focar na integração

da arte com as demais disciplinas do currículo: História,
Geografia, Ciências, Línguas, etc., e considerar a interdepen-
dência e as inter-relações entre dimensões macro e micro,
entre contextos global e local. Favorecer o trânsito entre
contextos mais abrangentes até chegar às especificidades
apareceu como uma opção apropriada para lidar com os
grupos em processo de formação que seriam atendidos,
quer sejam escolares, quer sejam os familiares.

Isso não significa que devemos descartar as disciplinas. Em

um currículo integrado, as disciplinas são entendidas como
ferramentas, formas de organizar o conhecimento usadas para
pensar problemas. Nos processos de ensino e aprendizagem,
nem sempre é fácil decidir se tratamos primeiro das ferramen-
tas e incentivamos o seu uso para resolver problemas mais
tarde, ou se começamos com os problemas e discutimos o uso
das ferramentas à medida que a necessidade é reconhecida.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

22
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.2 Qual é o papel do

Educativo nos museus?

A Educação em
Museus e o Projeto

Ao desenvolver o trabalho com os quatro diferentes museus

selecionados, consideramos alguns princípios gerais, para
garantir o mesmo padrão de mediação, e adotamos rotei-
ros específicos para cada museu e para cada um dos três
públicos atendidos pelo Projeto. Todos os roteiros serviram
como guias orientadoras das visitas, com flexibilidade su-
ficiente para as adaptações necessárias em cada visita e,
ao mesmo tempo, garantindo um pano de fundo teórico-
metodológico comum.
A visita a um museu deve considerar a pré-visita (prepa-
ração), o desenvolvimento (a visita propriamente dita) e
algum trabalho pós-visita, seja de amarração, seja de pon-
tapé para novas reflexões e atividades. Entre a pré-visita
e a pós-visita há a mediação educativa no contexto do
espaço expositivo, isto é, a visita na qual são promovidas
vivências fundadas na conexão entre a realidade maior dos
grupos e as especificidades dos acervos e recortes temáti-
cos das instituições. Nesse momento, os Educativos lançam
mão de ferramentas como o debate e o levantamento de
conhecimentos prévios junto ao grupo.
Os programas de acessibilidade de instituições como a Pina-
coteca do Estado de São Paulo e do Museu Afro Brasil são
exemplos palpáveis de diálogos entre as instituições e co-
munidades visitantes. Nessas visitas podemos encontrar, de
modo mais delineado, o interesse dos Educativos pela visitação
participativa. Galerias táteis, indumentárias acessíveis, instru- O que se almeja
mentos musicais, audioguias e réplicas de obras são os recur-
sos empregados nos encontros. Enquanto esses dispositivos
no final da visita não
familiarizam os visitantes com temas importantes, também
oferecem situações para que as experiências transcendam as
é especialmente a
próprias obras que motivam a existência dos museus. quantidade do que
No intuito de atingir a diversidade de públicos, sem perder foi aprendido sobre
a qualidade da informação, os museus têm investido cada
vez mais na formação de Educativos capazes de explorar a exposição, mas a
não só os conteúdos específicos, mas os modos como eles
são trabalhados: boa comunicação visual, seja interativa
qualidade das interações
ou apenas contemplativa; mediação humana descontraída
e democrática.
estabelecidas.
Desse modo, os diferentes conceitos, os que fazem parte dos
repertórios dos visitantes e aqueles que povoam o conteúdo
trabalhado pelos mediadores dos museus, são relevantes
e devem ser interconectados e retroalimentar a interação.
O que se almeja no final da visita não é especialmente a
quantidade do que foi aprendido sobre a exposição, mas
a qualidade das interações estabelecidas. Essas interações
são expressas por meio das falas das pessoas envolvidas e
podem evidenciar como o aprendizado aconteceu durante
as atividades (ALLEN, 2002; GARCIA, 2006).

23
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.3 Quais são as orientações gerais

para realizar uma visita?

T
oda visita a um museu é um momento mobilizador,
de enorme entusiasmo e expectativa para as pessoas
envolvidas. O grupo de visitantes vive, em geral, ex-
periências com as quais não possui muita familiaridade,
como o trajeto entre a escola ou instituição de origem até o Pré-visita visita PÓS-visita
museu a ser visitado; o contato com obras de arte, objetos
históricos e outros elementos salvaguardados e expostos
no acervo; a apreciação da arquitetura e o conhecimento da
história dos espaços que abrigam o museu visitado; enfim,
tudo pode gerar curiosidade e interesse.

O docente ou responsável pela sugestão de visitação e sua Pesquisa em fontes Conversa de

Acolhimento
preparação é figura-chave para que a experiência seja um diversas recapitulação
momento de descoberta capaz de motivar antes, durante
e após a visita, boas reflexões entre os participantes. Para
que isso aconteça é preciso atenção em três etapas: pré-
visita, visita e pós-visita. A eficácia da saída dependerá do
preparo dessas etapas.
Visita Ampliação do universo
Desenvolvimento
prévia visitado

Roda de Encerramento
conversa

24
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.3 Quais são as orientações gerais
para realizar uma visita?
A pré-visita
E
ssa etapa consiste na preparação da pessoa responsá-
vel pela proposição e pelo acompanhamento da visi-
ta. Essa pessoa deve ter e desenvolver conhecimento
prévio do acervo e de estratégias de aquecimento e sensi-
bilização do grupo por meio de atividades sobre a temática
abordada no museu.
O momento da pré-visita é valioso porque possibilita a inte-
ração e integração sobre o assunto. Sugerimos que se pes-
quise sobre a instituição a ser visitada, com base nas dicas
elencadas a seguir.
• Acesse o site do museu para saber um pouco
sobre a construção do projeto, sobre a fundação
da instituição, a história do edifício, o tipo
de acervo, a organização desse patrimônio
no espaço expositivo, etc. Familiarize-se
com algumas imagens e leia alguns textos
que orientam as escolhas da instituição.
• Entre em contato com bons filmes de apresentação
do museu ou de seu tema; por exemplo, entrevistas
com profissionais da direção, da curadoria, da
pesquisa, da educação que atuam no espaço.
• Reúna e leia com o grupo que irá realizar
a visita matérias de jornais, revistas, sites ou
mesmo artigos curtos que tratem do museu
e de suas ações de forma sintética.
• Pesquise obras de arte, objetos, documentos,
conceitos, experiências etc. que constituem
o patrimônio salvaguardado no acervo
e estude-os dispondo fotocópias em mesas
ou paredes ou reproduzindo vídeos e áudios de
forma que o grupo possa apreciá-las e comentar
sobre seus usos ou significados, criando
familiaridade entre a turma e o acervo.
• Leia, assista ou ouça depoimentos de pessoas que
tenham ligação com a história e o tema do museu a ser
visitado, por exemplo: profissionais que atuam em Artes
Visuais, História, Museologia, Ciências Sociais, etc.
• Se possível, conheça as pessoas que fazem o museu
funcionar e saiba um pouco mais sobre esse lugar a
partir do ponto de vista de sua equipe.
• Realize uma visita prévia à instituição
visando mapear um roteiro para o grupo
de acordo com os pontos interessantes
ao estudo coletivo, ou mesmo converse com
a equipe do Educativo para conhecer
o acervo e tirar dúvidas com antecedência.
• Organize uma roda de conversa com perguntas que
provoquem a curiosidade do grupo e ao mesmo
tempo estimulem o interesse pelo museu: O que é
um museu? Quem organiza as exposições? Como
pode ser constituído um acervo? O que é
identidade? As obras apresentadas lidam com
realidades como as que você vivencia? Em que
aspectos? Você acredita que essas diferenças e
similaridades afetam sua vida? Afetam o seu bairro,
sua família e sua educação? Por quê? Como
podemos criar leituras sobre o país e nossa cidade a
partir do contato com o acervo exposto?
Tendo trabalhado e conversado sobre essas questões an-
tecipadamente, é provável que o grupo crie, de antemão,
alguma intimidade em relação ao museu e seu acervo. E, tão
logo a turma visite o museu, a sensação será de reencontro.
É como se o espaço dissesse:
Olá, sejam bem-vindos!
Vocês já me conhecem
um pouco, agora
conheçam a minha casa!
25
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.3 Quais são as orientações gerais

para realizar uma visita?

A visita

A
visitação ao museu é uma ocasião especial e o
planejamento é importante para que ela ocorra
com bom aproveitamento, pois todas as novidades
desse passeio de estudo podem dispersar o grupo.
Em geral, ela é realizada por um educador destacado pelo
museu e já previamente agendado para receber o grupo.

Entre os Educativos de museus tem-se como consenso que

uma visita equilibrada deve durar entre uma hora e meia e
duas horas, com, no máximo, 20 pessoas em cada grupo e
duas pessoas adultas responsáveis, geralmente o educador
do museu e um responsável da escola ou instituição. Caso
o grupo tenha disponibilidade, se interesse mais que o es-
perado ou se espalhe durante a visita, o tempo estimado
pode variar. Se houver algum imprevisto durante o trajeto,
haverá mais de uma pessoa adulta para resolver a situa-
ção. O formato da visita pode variar de museu para museu,
mas sugerimos que ela seja organizada em três momentos:
acolhimento, desenvolvimento ou exploração investigativa
e encerramento. Elencamos a seguir, algumas dicas sobre
essas três fases. Caso o Educativo do museu visitado traba-
lhe de forma diferente, o docente ou educador responsável
pelo grupo pode aproveitar algumas das sugestões aqui
apresentadas e desenvolvê-las com os grupos em outros
momentos. De todo modo, as reflexões a seguir estão des-
critas no intuito de auxiliar educadores que desejem realizar
uma visita mediada a um museu.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

26
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.3 Quais são as orientações gerais
para realizar uma visita?
A visita
Acolhimento
Acolher tem como objetivo criar um contexto confortável
para que o grupo se expresse coletiva ou individualmente sem
receio de estar sob avaliação, ainda que o educador esteja
cumprindo a função de qualificar a interação do grupo com as
propostas de investigação oferecidas. Esse primeiro momento
é uma conversa introdutória na qual é interessante abordar as
expectativas do grupo em relação à visita, sondar ou reforçar
conhecimentos trabalhados anteriormente, observar e falar
sobre as primeiras impressões diante do contato com o local,
o edifício e os primeiros elementos do acervo em exibição.
Ao chegar ao museu, é importante identificar o grupo na
recepção ou bilheteria para facilitar o acesso. Informe-se
sobre onde guardar mochilas, bolsas e lanches para, em
seguida, escolher um lugar para sentar-se com o grupo ou
ir ao indicado para essa primeira atividade. A conversa ini-
cial deve usar perguntas disparadoras que estimulem o diá-
logo. As muitas respostas darão indícios aos responsáveis
envolvidos de como conduzir a visita, que peças valorizar e
que limites teóricos e conceituais abordar, desenvolver mas
detidamente ou evitar a fim de manter o maior número de
pessoas conectadas com a atividade.
Vale enfatizar a importância da qualidade desse momento
no sentido de fazer com que todos entendam a visita como
espaço para o debate, para a construção de reflexões, no
qual são permitidas divagações que levam em conta a sub-
jetividade de cada participante. Nessa perspectiva, a fala
de cada pessoa, mesmo que aparentemente inadequada,
deve ser considerada e se preciso reestruturada com ou-
A ação de
tras palavras caso soe desrespeitosa, preconceituosa ou
equivocada. Tudo isto faz parte do aquecimento da media-
acolhimento deve
tomar entre
10 e 15
ção: impressões, dúvidas e conhecimentos compartilhados.
Envolver-se com essa experiência enriquece o processo;
por isso, provocar o grupo, brincar com ele e conhecê-lo o
mais possível é fundamental; também é muito importante
abandonar a oposição entre certo e errado.
minutos
Uma dica para sensibilizar crianças pequenas de até 10 anos
é levar uma letra de música que tenha a ver com o tema es-
tudado no museu para aproximá-las do assunto e ao mesmo ;
tempo descontrair. Crianças, de modo geral, adoram cantar
juntas! Para adolescentes ou adultos, pode ser uma poesia encerrada essa
que estimule a sensibilização sobre o tema.
etapa é hora
A ação de acolhimento deve tomar entre 10 e 15 minutos;
encerrada essa etapa é hora de investigar!
de investigar!
Desenvolvimento
(ou exploração investigativa)
Nesse momento, é interessante que o educador opte por
investigar de quatro a cinco obras, objetos, conceitos, expe-
riências ou documentos de modo mais detido, sentando-se
com o grupo diante dos itens escolhidos, observando-os
27
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.3 Quais são as orientações gerais

para realizar uma visita?

A visita

com cuidado e trocando impressões. No trajeto entre um

elemento e outro será possível liberar os participantes para
que façam pequenos passeios de caráter mais livre, a fim
de explorar melhor e reconhecer os conteúdos presentes
na exposição. O educador pode, inclusive, sugerir que cir-
culem por determinado espaço dentro do museu por uns
cinco minutos e observem objetos, obras, textos, etc. para
depois reunir o grupo novamente e promover uma troca de
impressões acerca do que viram.

Há assuntos mais ou menos apropriados e interessantes para

cada faixa etária, todavia, a desenvoltura para lidar com de-
terminadas questões tidas como complexas é algo que o
educador, considerando os interlocutores, deverá avaliar – o
momento do Acolhimento pode ajudar nesse julgamento e
nas escolhas que deverão ser feitas para a visita. É importante
utilizar linguagem simples e acessível, que possibilite amplo
entendimento de todas as pessoas. Para crianças pequenas
pode ser divertido, dizer um elemento a ser descoberto em
pinturas ou fotografias, por exemplo frutas, ou identificar
outras crianças representadas. Para adolescentes ou adultos,
pode-se levar uma poesia que se relacione a um objeto no
acervo. É importante sempre contextualizar obras, objetos
e conteúdos ao fim das dinâmicas propostas.

As obras, objetos, conceitos, experiências, documentos e

demais elementos podem ser investigados de muitas formas.
Por exemplo, no caso das obras de arte, podemos lê-las a
partir da materialidade, dimensões, formas e cores; se com-
parada a outras obras da mesma categoria que estejam pró-
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

28
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.3 Quais são as orientações gerais
para realizar uma visita?
A visita
ximas, é possível falar sobre estilo. Por outro lado, se investigar-
mos a partir da simbologia, do contexto histórico, de produção
ou de uso, daremos mais espaço para reflexões que valorizem
aspectos culturais. Considerando as diversas possibilidades
de abordagem, é importante frisar que uma leitura pode ser
estética, histórica, sociológica, estruturalista, formalista, etc.
Importante notar que a sinalização de cada obra nos serve
como precioso recurso de familiarização; nas legendas, tex-
tos de parede e demais elementos é possível saber um pou-
co mais sobre a origem e o contexto histórico-cultural. Isso
tudo organizado nos mostra como a expografia, e o discurso
construído por ela, já tem em si um caráter de mediação que
em geral pressupõe a autonomia completa do visitante para
realizar seu percurso dentro do espaço expositivo.
Alguns exemplos de perguntas disparadoras capazes de esti-
mular boas trocas são: De que é feita esta obra? Qual técnica
foi empregada para a sua feitura? Quantas partes você iden-
tifica neste objeto? Quais eram os seus usos em seu contexto
original? Este objeto apresenta algum tipo de narrativa? Esta
narrativa corresponde a alguma cultura com a qual você tem
alguma familiaridade? Por qual razão esse conteúdo está sen-
do exposto? Você já teve contato com algo similar antes? O
que essa informação ou conteúdo provoca em você?
O Desenvolvimento (ou exploração investigativa) é a parte
que requer mais tempo de vivência e pode ter como base
o período de uma hora.
Encerramento
Tão importante quanto os dois momentos anteriores da vi-
sita, o encerramento encaminha o grupo para um balanço
qualitativo sobre a vivência dentro do museu. As impressões
de cada pessoa servem como parâmetro para mensurar o
que foi apreendido pelo grupo durante a visita. É importan-
te encerrar, então, lançando provocações de caráter mais
conclusivo, por exemplo: Se você fosse iniciar este museu e
na abertura pudesse apresentar apenas uma obra ou expe-
VISITA
riência que tivesse força suficiente para falar da importância
das questões discutidas na visita, o que você apresentaria
ao público? Por qual razão?
Dessas perguntas, e considerando as muitas escolhas e muitas
respostas, será possível ponderar sobre o quanto as atividades
desenvolvidas na visita deram conta de favorecer debates que
Acolhimento
visam à valorização das pautas levantas no museu.
Ouvir atentamente o grupo é fundamental. Essa rica conver- Desenvolvimento
(ou exploração investigativa)
sa de encerramento é ponto de partida para o responsável
pelo grupo na escola ou na instituição prosseguir com a
investigação na pós-visita, no contexto da sala de aula, na
instituição, na comunidade, extrapolando para outros es- Encerramento
paços que a sua criatividade pode lhe apresentar.
29
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.3 Quais são as orientações gerais

para realizar uma visita?

A pós-visita

S De volta à escola,
ão inúmeras as possibilidades de atividades para dar con-
tinuidade e aprofundamento às temáticas trabalhadas.
De volta à escola, instituição ou comunidade, é possível
iniciar uma conversa a partir da recapitulação de tudo o que
aconteceu no museu: falas e reflexões levantadas pelo grupo
durante a visitação. Dar sequência à investigação, trazendo,
por exemplo, obras e conteúdos que não fazem parte do
acervo do museu, mas que poderiam estar lá é um caminho.
É possível propor um cine-debate com a exibição de al-
gum filme que tenha relação com o museu visitado. Após
assistir ao filme com toda a turma, vale abrir uma roda de
conversa com a seguinte provocação: Vocês encontraram
relações entre o museu que visitamos e esse filme? Quais?
É possível também propor uma pesquisa a ser feita em
casa. Por exemplo, solicite que tragam para a aula ou en-
contro seguinte, imagens de jornais e revistas que se co-
nectem ao tema do museu visitado. Com o grupo reunido,
peça que formem trios e que, a partir das imagens coleta-
das, construam cartazes utilizando cola e cartolina. Esses
instituição ou
produtos podem ser expostos pelos corredores, pátio e
outros lugares de circulação pública.
comunidade, é possível
Essas são algumas alternativas para fechar o trabalho com
iniciar uma conversa a
os conteúdos mobilizados durante a visita, portanto, não partir da recapitulação
se esgotam as atividades que podem ser realizadas. Tudo
depende da criatividade e das preferências daquele que de tudo o que
irá conduzi-las. A ideia desse momento é realmente arre-
matar o conhecimento produzido ao longo do processo
aconteceu no museu
e quem sabe, abrir novas discussões e levar pessoas que
não participaram da visita a pensarem sobre os conteú-
dos trabalhados e as possibilidades de aprendizagem em
espaços fora da sala de aula.

30
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.3 Quais são as orientações gerais
para realizar uma visita?
 o selecionar o museu
A I ntroduza informações
A pós-visita
que deseja visitar, tenha
em mente os pontos
que gostaria de abordar
no espaço junto a seu
grupo. Escreva-os e tente
justificá-los. A partir disso,
visite virtualmente ou
presencialmente o acervo
da instituição e verifique
se ela contempla as suas
expectativas.
Comunique as pessoas
responsáveis pelos
participantes do grupo –
O Brasil dispõe de museus maravilhosos a se- quando for o caso – com
rem visitados e terem suas histórias, edifícios antecedência de algumas
e acervos explorados a serviço da socieda- semanas, por meio de
de. São instituições que ajudam a repensar comunicação por escrito.
acontecimentos do passado, ressignificá-los Apresente a proposta
no presente e projetar-se, como coletividade sucintamente, as
ou mesmo individualidades, no futuro. recomendações gerais
e solicite autorização de
Quando olhamos para nossos museus, per- saída, que deve ser
cebemos que variam bastante em forma e devolvida assinada, caso os
conteúdo e que dispomos de riqueza e di- participantes sejam menores
versidade a serem descobertas e cultivadas. de idade. A autorização deve
ser devolvida acompanhada
Para aproveitá-los em sua variedade e in- de fotocópia de documento
tegralidade, é preciso ter alguns cuidados de identificação. Todas as
no que diz respeito às visitações, desde a autorizações devem estar
preparação até a finalização. Assim, seguem numa pasta sob a guarda
abaixo algumas dicas mais gerais para do- de uma das pessoas
centes, educadores sociais ou responsáveis responsáveis pelo grupo.
de instituições acerca do processo que se
inicia antes mesmo da chegada ao museu.
Dicas
sobre o museu a ser
visitado antes da data gerais
da realização da saída.
Apresente o histórico, de como
o tema, promova uma
conversa, realize uma
fazer a
leitura de texto, navegue mediação
no site da instituição, conte
uma história/conto/mito
de acervos
que se alinhe ao tema
de estudo e do museu,
apresente imagens
de objetos ou obras
do acervo. Você não
precisa realizar todas
essas sugestões, mas seria
interessante desenvolver
uma ou mais delas, a fim
de aquecer o grupo sobre
Garanta sempre duas
o museu e os conteúdos
pessoas adultas como
com os quais ele entrará
responsáveis pelo grupo
em contato na visita.
de até 20 pessoas. Se
forem crianças menores Cheguem ao local com
de até 10 anos de idade, pelo menos 30 minutos de
Para o dia da visita sugerimos no máximo 15 antecedência do horário
ao museu oriente os crianças por grupo. São agendado ou no qual
participantes a usarem necessárias duas pessoas gostaria de iniciar a visita
roupas confortáveis, tênis, responsáveis porque, além a fim de se identificarem
mochila com água, fruta e de fortalecer o cuidado na recepção, dividirem os
lanche. O lanche pode ser com o grupo, havendo grupos adequadamente,
organizado coletivamente imprevisto, uma delas guardarem bolsas e
como piquenique, no caso continua a visita, enquanto mochilas, irem ao banheiro
de haver parque ou praça a outra prossegue com os e beberem água antes do
no entorno do museu. encaminhamentos. início da visitação.
31
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.3 Quais são as orientações gerais
para realizar uma visita?
A pós-visita
Escolha um local inicial
para se sentarem ou
se agruparem e dê
orientações gerais: andar
e manter-se juntos,
ninguém deve se afastar
do grupo sem autorização;
conversar; falar num tom
de voz que todos possam
se ouvir sem elevar a
voz e respeitando outras
pessoas no espaço;
observar as obras e os
objetos com os olhos,
pois o toque pode alterar
e danificar a preservação
(salvo os casos em que o
toque ou a manipulação
são permitidos e até
estimulados); aproveitar
esse momento para trazer
perguntas e observações
que contemplem os
estudos ou trabalhos que já
vem sendo desenvolvidos
junto ao grupo; vivenciar
harmoniosamente essa
experiência fora do espaço
de aula, de trabalho e/ou
dos encontros habituais.
Localize e destaque as obras,
objetos ou experiências que foram
escolhidos como foco da visita.
Busque perceber com o grupo
o que elas estão representando,
tentem narrar a cena e identificar
a que se refere. Também procurem
identificar a técnica empregada,
o estilo ou escola artística
com a qual a obra dialoga,
o contexto histórico e social
de sua criação e relacionem
as informações levantadas
anteriormente. É importante
ler a legenda de identificação
para se informar sobre o gênero,
segmento étnico-racial e origem
socioeconômica do artista
ou pessoa em destaque, pois essas
informações dizem muito sobre
o contexto de produção
desse conteúdo e mesmo sobre
quem tem acesso a ele. Se objeto,
investiguem, seu desenho
ou sua estética, sua época,
quem o deteve com base nos indícios
socioeconômicos. Após levantar
essas hipóteses, contextualize-as
em relação aos temas de
estudo e interesse do grupo.
Dicas
gerais
de como
A participação de
fazer a
cada pessoa é muito mediação
importante, portanto,
estimule de acervos
as falas, as opiniões
e interpretações e ao
final das conversas
de investigação da
exposição, reúna
todas as contribuições
pertinentes e faça Proporcione o tempo de  o final, procure um local
A
uma fala que as olhar, ou seja, é possível onde possam sentar-
sintetize, trazendo parar diante de obras, se para uma reflexão
mais elementos. objetos ou conteúdos não coletiva de finalização
necessariamente para do encontro. Uma
analisá-los em detalhe, mas boa sugestão é: cada
 scolha um
E é interessante, sempre que participante diz uma frase
espaço no qual possível, anotar as curta ou palavra que
o grupo possa ver informações das legendas, a resuma sua impressão
mais autonomamente fim de pesquisá-los melhor sobre a visitação.
as obras ou posteriormente, ou mesmo
conteúdos e registrar alguma sensação
proponha que cada ou sentimento provocado  onforme as orientações
C
participante escolha o pela interação com a obra anteriores já expressas
que considerou mais ou conteúdo exposto. aqui, sugerimos
interessante para, Pode-se até levar caderno que prossiga no
depois, sentarem-se e lápis para anotações, aprofundamento do estudo
e compartilharem se o museu permitir o em sala de aula ou no
essas eleições ingresso na área expositiva espaço em que desenvolve
e suas motivações. com esses materiais. trabalhos com o grupo.
32
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.4. A construção do conhecimento
para além da sala de aula
Aproximações e distanciamentos
entre educação formal
e educação não formal
N educação
o campo das pesquisas em educação, já foram tecidas
várias definições sobre o que caracteriza a educação
formal e a educação não formal. Resumidamente,
podemos dizer que a educação formal é aquela vincula-
da ao ensino escolar institucionalizado, cronologicamente
gradual e hierarquicamente estruturado. E a educação não
formal define-se por práticas educacionais organizadas e
sistemáticas que, geralmente, são realizadas fora do con-
texto formal de ensino. Esses diferentes modos de trocas
de conhecimento, longe de serem estanques em si mesmos,
devem ser pensados de maneira complementar, a fim de
garantir formação para a plena socialização e participação
cidadã de crianças, jovens, adultos e idosos.
No Brasil, a educação formal básica é garantida pelo Es-
tado para crianças e jovens em idade escolar e atende da
Educação Infantil ao Ensino Médio. É por meio dela que são
apresentados os saberes científicos, históricos, geográficos,
culturais, artísticos e sociais, organizados em currículos e
planos de ensino. Seus objetivos são amplos, mas se desta-
ca o desenvolvimento de habilidades e competências para
a formação de pessoas ativas em relação ao seu papel na
sociedade, à cidadania. Além disso, busca-se desenvolver
a criatividade, a motricidade, a socialização, etc.
O compartilhamento desses saberes obedece a critérios
específicos de aplicação estipulados pela Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) e suas
formal
práticas são estabelecidas e organizadas em documentos,
tais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esses documen-
tos servem como diretrizes para que as escolas e os demais vinculada ao ensino escolar
centros de ensino criem suas propostas educativas, levando institucionalizado,
em consideração suas particularidades regionais, culturais, cronologicamente gradual e
socioeconômicas, étnico-raciais e políticas. hierarquicamente estruturado.
Assim, faz parte da natureza e função dos Parâmetros
Curriculares Nacionais, por exemplo, orientar que crian-
educação
ças e jovens, mesmo de locais com pouca infraestrutura e
condições socioeconômicas desfavoráveis, tenham acesso
ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e
não formal
reconhecidos como necessários para o exercício da cida-
dania e deles possam usufruir.
O ambiente escolar deve propiciar experiências específicas
e enriquecedoras, visto que os conteúdos trabalhados na- práticas educacionais
queles espaços são constantemente pensados e articulados organizadas e sistemáticas que,
por docentes e demais profissionais da educação, de maneira geralmente, são realizadas fora
que os conhecimentos acumulados ao longo da história da do contexto formal de ensino
33
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.4. A construção do conhecimento
para além da sala de aula
Aproximações e distanciamentos
entre educação formal
e educação não formal
humanidade possam ser compartilhados e discutidos em
salas de aulas por meio dos mais variados instrumentos.
Entretanto, o espaço escolar é limitado em sua estrutu-
ra física, modelo conceitual e mesmo em relação ao tem-
po disponível. Ali, na maioria das vezes, os conteúdos são
veiculados sem a possibilidade do aprofundamento com
acontecimentos reais ou experiências mais abrangentes,
sobretudo no que diz respeito às escolas públicas. Nesse
sentido, o vínculo com a chamada educação não formal,
que tem nos museus um de seus espaços privilegiados de
materialização, pode propiciar experiências mais amplas
no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, não
se quer com isso dizer que a educação não formal deve
servir apenas como apoio à educação formal. Defendemos
a noção de que essas maneiras de difusão de saberes são
importantes tanto em seus contextos específicos, como
em ação conjunta, uma vez que essa conexão pode ser
transformadora na vida educacional de crianças, jovens e
adultos em processo de aprendizagem.
Espaços de educação não formal são locais ricos em informa-
ções, experiências sensoriais, ambientes de reflexão sobre o
passado, o presente e o futuro. Além disso, têm como uma de
suas características principais a interdisciplinaridade, o que
os torna interessantes e propícios a diversas faixas etárias, Defendemos a noção de que
níveis de escolaridade e áreas de conhecimento. Muito se essas maneiras de difusão
pode aprender nesses locais independentemente do contato de saberes são importantes
prévio com a escolarização.
tanto em seus contextos
específicos, como em ação
conjunta, uma vez que
Mas afinal, quais são esses espaços?
essa conexão pode
Como falamos anteriormente, muitas pesquisas se ocupam
em analisar esses ambientes de educação, e as delimitações
ser transformadora
algumas vezes são sutis e tênues. No caso específico dos na vida educacional
museus, que são locais de salvaguarda, pesquisa e difusão
de arte e cultura e que têm valorosos trabalhos de documen-
de crianças, jovens
tação e organização de acervos, elaboração de exposições e adultos em processo
e outras programações, realização de atividades educativas de aprendizagem.
variadas, é apropriado afirmar que são espaços consolida-
dos da educação não formal. São ambientes fecundos para
o desenvolvimento de análises críticas sobre os rumos da
política, das relações sociais e culturais e dos próprios pro-
cessos educacionais.
É tarefa importante refletir sobre as diversas característi-
cas dos contextos educativos e considerar aproximações
e diferenças entre eles, pois esse exercício contribui para o
aprimoramento das práticas educacionais.
34
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.4. A construção do conhecimento
para além da sala de aula
Os PCNs e a BNCC como
lugares de reflexão e articulação
de conteúdos e temas
O
s documentos orientadores da educação for-
mal, que em alguns casos são também dire-
trizes na educação não formal, falam sobre
desenvolvimento e estímulo de competências
e capacidades nas práticas educacionais. No
caso da Base Curricular Nacional encontramos a ideia de
competência.
A definição se aproxima bastante daquilo que é estabelecido
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) com relação
ao desenvolvimento de capacidades.
Tanto no caso dos PCN quanto da BNCC, consideramos que
para além dos conteúdos e conceitos trabalhados em sala
de aula no contexto da educação formal, temos nos espaços
dos museus enriquecedoras possibilidades de vivências e de
aprendizagens que, por sua vez, somam-se positivamente à
implementação dos PCN e da BNCC.
Um dos principais papéis dos museus quando pensamos
neles a partir desses documentos orientadores é a oferta
de possibilidades de abordagem dos temas transversais,
que estão especificamente nos PCN. São eles: ética, meio
ambiente, saúde, trabalho e consumo, orientação sexual e
pluralidade cultural.
Desse modo, educação formal e não formal conectam-se em
suas diferentes formas de promover os processos de ensinar
e de aprender. Docentes e demais agentes da educação têm
a tarefa constante de propiciar, mediar e potencializar situa-
ções que propiciem a expansão de competências e capacida-
des e, durante o processo, os temas transversais podem ser
aprofundados no contato dialógico entre escolas e museus.
Nessa jornada, a conexão entre museus e escolas é funda-
mental. Toda a mobilização em torno desse contato visa à
aprendizagem significativa, às trocas dialógicas, podendo
essa experiência ser mediada também pela ludicidade e
pelo prazer.
Assim, a proposta de investigar e conhecer espaços mu-
seais que discutam os feitos culturais, sociais, históricos,
artísticos, naturais, dentre outros, por meio de repertórios
e visões de mundo diferentes, da memória, do diálogo e
de atividades diversas das realizadas na educação formal,
pode ser muito profícuo.
No âmbito da BNCC, a noção de
competência é utilizada no sentido
da mobilização e aplicação dos
conhecimentos escolares, entendidos de
forma ampla (conceitos, procedimentos,
valores e atitudes). Assim, ser
competente significa ser capaz de, ao
se defrontar com um problema, ativar
e utilizar o conhecimento construído.
(BRASIL, 2016)
No contexto da proposta dos Parâmetros
Curriculares Nacionais se concebe a
educação escolar como uma prática que
tem a possibilidade de criar condições
para que todos os alunos desenvolvam
suas capacidades e aprendam os
conteúdos necessários para construir
instrumentos de compreensão da
realidade e de participação em relações
sociais, políticas e culturais diversificadas
e cada vez mais amplas, condições estas
fundamentais para o exercício da
cidadania na construção de uma
sociedade democrática e não excludente.
(BRASIL, 2006)
Os temas transversais caracterizam-se
por um conjunto de assuntos que
aparecem transversalizados em áreas
determinadas do currículo, que
apontam a necessidade de um trabalho
mais significativo e expressivo de
temáticas sociais na escola. Alguns
critérios utilizados para a sua
constituição se relacionam à urgência
social, à abrangência nacional, à
possibilidade de ensino e aprendizagem
na Educação Básica e ao estímulo à
participação social. São temas que
envolvem um aprender sobre a
realidade, na realidade e da realidade,
preocupando-se também em interferir
na realidade para transformá-la.
(HAMZE, 2018)
35
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis

1.4. A construção do conhecimento

para além da sala de aula Eu achei bem bacana, apesar
de ser um assunto meio triste da
Os frutos da articulação realidade que a gente está vivendo,
mesmo sendo uma coisa antiga, sendo
entre museus e escolas um museu falando da nossa
história, a gente vê muitas coisas
que aconteceram e que ainda estão

O
intercâmbio de conhecimentos é capaz de gerar
presentes na nossa sociedade.
amadurecimento de ideias, empoderamento pessoal,
sentimento de pertencimento à sociedade, noções
A opressão, o racismo, o preconceito, a
de cidadania e, consequentemente, maior poder de agencia- discriminação pela pessoa ser pobre ou
mento social, sempre com olhar apurado e crítico sobre si ser negra é uma coisa que entristece
e sobre a coletividade. Cabe aos profissionais da educação bastante, mas [a experiência da visita]
promover essa aproximação, sobretudo aos docentes, que, passa consciência pra gente (...)
por conhecerem com mais profundidade a realidade dos e mostra que a gente tem que resistir
estudantes, podem encontrar as melhores maneiras de fazer
a essas questões (...) e continuar
acontecer a integração entre experiências em sala de aula
e em ambientes da educação não formal, como os museus.
estudando e procurando
o melhor pra nossa sociedade.
Uma das estratégias, como já mencionado anteriormente,
pode ser a pesquisa prévia sobre os acervos dos museus es-
Depoimento de alunO
colhidos para visitação a partir de conteúdos e temas traba- participante da 1ª edição 2017
lhados em sala de aula. Essa pesquisa pode ser realizada em
conjunto entre estudantes e docentes e considerada como
uma das etapas da visita, a pré-visita. A internet é um ótimo
veículo para essa atividade inicial, pois vários museus têm
sites riquíssimos em informações.

No decorrer das atividades promovidas pelo Projeto Cone-

xões Culturais foi possível ver os frutos dessa articulação ao
acompanhar alguns grupos que mediados pela equipe de
educadores do Projeto, visitaram os museus. Vimos estudan-
tes e docentes em contato com experiências muito potentes.

Alguns relatos dos participantes podem ilustrar a riqueza des-

se processo, por exemplo, a fala de um estudante do Ensino
Médio, quando convidado a compartilhar o que sentiu e pen-
sou ao conhecer o Memorial da Resistência de São Paulo.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

36
Capítulo 1
O trabalho educativo em museus:
premissas e caminhos possíveis
1.4. A construção do conhecimento
para além da sala de aula
Os frutos da articulação
entre museus e escolas
O depoimento do adolescente revela o quanto podem ser
significativas experiências que extrapolam os limites da
sala de aula. Outros jovens fizeram reflexões nesse sentido,
como podemos ler na fala de uma estudante do Ensino
Médio ao visitar o Museu Afro Brasil.
O relato foi elaborado logo após a visita à exposição de
longa duração do Museu Afro Brasil. A parte da história
que não pode ser esquecida, nesse caso, é o período de
escravização de africanos no Brasil. O barco citado é uma
das obras da exposição de longa duração do museu, que
propõe pensar sobre os tratamentos cruéis e desumanos a
que foram submetidas pessoas africanas durante viagens
forçadas através do Atlântico.
Associar os fatos passados aos acontecimentos do pre-
sente e perceber o aprendizado da história como uma
ferramenta de transformação do futuro é uma perspec-
tiva próspera e revigorante. Os museus podem oferecer
diversas outras reflexões nas mais variadas áreas de co-
nhecimento e talvez seja essa a sua maior potencialidade.
Assim, muito mais do que lugares que “guardam objetos
antigos”, como o senso comum entende o papel dos mu-
seus, eles são instituições dinâmicas, reflexivas e sempre
contemporâneas que se convertem em grandes aliadas
dos processos educativos.
Aliar a visitação ao museu aos conteúdos estudados em
sala de aula ou aos assuntos trabalhados em outras ins-
tituições de educação não formal, como uma ONG ou
Foi uma experiência legal,
vai ajudar muito no nosso currículo na
escola e foi interessante naquela parte
do barco, no esqueleto do barco,
porque foi como se eu sentisse o que
eles passaram, mas eu sei que eu
nunca vou chegar aos pés disso porque,
assim, o que a gente fala que a gente
sofre, a gente não sofre nem um terço
do que eles sofreram. Eu achei meio
pesado, mas é uma parte da história
que não pode ser esquecida (...).
A história serve pra gente aprender
com os erros do passado
e não cometer eles no futuro.
Depoimento de aluna
participante da 1ª edição 2017
associação, é ação de extrema eficiência na medida em
que desperta outras formas de aprender, propicia maior
liberdade nos diálogos travados e, certamente, é uma
experiência inesquecível para crianças, jovens e adultos
que, muitas vezes, terão seu primeiro acesso a esses es-
paços. O Projeto Conexões Culturais foi criado com essa
perspectiva: unir saberes diversos e momentos de lazer,
possibilitando novas relações, conexões e aprendizados
entre todos os envolvidos.
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola
37
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.1. O Projeto Conexões Culturais
O os museus são
Projeto Conexões Culturais, realizado entre os meses
de setembro e dezembro de 2017, constituiu-se em um
programa de visitas a museus que buscou promover a
ampliação do repertório sociocultural de comunidades, alu-
nos e professores de vinte escolas integrantes do Programa
de Ensino Integral da Secretaria da Educação do Estado de
São Paulo, totalizando um público de 2.811 pessoas. Além do
atendimento direto por meio de visitas educativas aos quatro
museus escolhidos para essa primeira edição – Memorial da
Resistência, Museu Afro Brasil, Museu da Imigração e Pina-
coteca do Estado de São Paulo – a iniciativa se desdobrou
neste guia prático para realização de visitas educativas em
museus e em um evento final de celebração e troca de ex-
periências vivenciadas no âmbito do Projeto.
O Projeto esteve comprometido desde o início com as pos-
sibilidades de construção e intercâmbio de conhecimen-
tos que se estendem das visitas promovidas aos acervos
dos quatro museus contemplados e também incluem o
arcabouço de nossa equipe de educadores, composta por
profissionais da Educação com formação em Artes Visuais,
História, Geografia, Pedagogia, Filosofia, dentre outras
áreas das humanidades. A partir do diálogo, da reflexão
e dos saberes trazidos pelos grupos das escolas partici-
pantes, englobando estudantes, gestores e membros da
comunidade, foi possível criar espaços de interação entre
os diferentes atores e mobilizar conhecimentos.
Para a sua elaboração, desde a escrita do conceito até o
desenvolvimento a aplicação dos roteiros semiestruturados
das visitas, amparamo-nos nos documentos oficiais que
determinam que conhecimentos e conteúdos são ineren-
organismos
tes aos currículos escolares da educação formal, como
os PCN, a LDB e a BNCC. O objetivo foi se aproximar de
pulsantes que
conteúdos fundamentais para o desenvolvimento dos es-
tudantes participantes (a maioria do público do Projeto),
guardam uma potência
sem deixar de valorizar outros conteúdos e vivências de educativa real e
caráter experimental e sensorial – presentes na ação de
formação dos educadores do Projeto. multifacetada.
Cuidamos para que os conhecimentos mobilizados pelos
museus, por meio dos roteiros e das abordagens especi-
ficas desenvolvidas para cada um, fossem descobertos,
aprofundados e entrelaçados com os universos de cada
participante dos grupos atendidos durante os processos
de mediação dos acervos.
O entendimento aqui é de que os museus são organismos
pulsantes que guardam uma potência educativa real e
multifacetada. Assim, apresentar acervos de museus tão
diferentes e tão humanos em seus temas centrais e, com
isso, potencializar os processos de formação e de educa-
ção foi de extrema relevância.
39
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
A buscamos humanizar a
proposta educativa do Projeto Conexões Culturais
buscou conectar conhecimentos provenientes da edu-
cação formal com os da educação não formal, e tam-
bém como os da educação informal, que são os adquiridos
nas vivências e nas relações humanas que se estabelecem
ao longo da vida, tendo como mote os múltiplos temas que
se referem a nossa vida em sociedade.
Estudamos, fundamentamos e planejamos os roteiros e as
visitas considerando teorias e práticas educativas e didáti-
co-pedagógicas em consonância com os escopos histórico,
social, étnico-racial, artístico e cultural apresentados em
cada um dos quatro museus contemplados pelo Projeto.
Além disso, buscamos humanizar a experiência de visitação
com base na pesquisa, no diálogo, nos intercâmbios e nas
observações apreciativas e reflexivas.
Processos de educação e experiências com foco na diver-
sidade muitas vezes foram e são ameaçados por propostas
herméticas, padronizadas e tecnicistas, que tendem a es-
vaziar vivências plurais e não promover reflexões que aces-
sem a subjetividade de indivíduos. Na contramão dessa
recorrência observada em muitas experiências educacio-
nais, o Projeto Conexões Culturais teve como fio condutor
e princípio a prática dos verbos conhecer, experienciar,
dialogar e trocar, com o foco na pluralidade e buscando
sempre considerar as subjetividades dos envolvidos.
experiência de visitação com
A metodologia que guiou o Projeto foi construída para reforçar
base na pesquisa, no
a experiência como vivência significativa e suprimir eventuais diálogo, nos intercâmbios
hierarquias que pudessem imobilizar a produção de conheci-
mento conjunto. O objetivo foi fortalecer práticas educativas e nas observações
para a equidade, a cidadania, o sentimento de pertencimento
a uma mesma sociedade, composta por múltiplas condições
apreciativas e reflexivas
de existência humana, diversidades que devem fundamentar
os processos educativos sejam eles de qualquer natureza.
Além disso, o acesso qualificado a importantes equipa-
mentos culturais que salvaguardam patrimônios materiais e
imateriais possibilita não só o contato com objetos artísti-
cos ou documentais que falam sobre nossa história, cultura
e sociedade – embasados por um discurso curatorial –, mas
também, acompanhado do fazer educativo proposto pelo
Projeto, traz e fomenta outras vozes, compondo novos
discursos e entendimentos dos acervos, de si e dos outros,
considerando e respeitando as diferenças.
40
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Quais são os princípios e as
bases conceituais do Projeto
P
ara a concepção e planejamento das ações educa-
tivas e didático-pedagógicas do Projeto Conexões
Culturais, a equipe se fundamentou em um arcabou-
ço nacional e internacional de metodologias voltadas aos
processos de formação de educadores e de mediação de
diferentes conteúdos em museus.
Considerando as diferenças temáticas que caracterizam
os quatro museus abraçados pelo Projeto, bem como o
vasto público que seria atendido, composto por pessoas
de diversas idades, privilegiamos também como bases
conceituais as ideias contidas nos textos da afro-estaduni-
dense Jacqueline Chanda, Teoria crítica em história da arte:
novas opções para a prática de arte-educação (1998), e do
espanhol Jorge Larrosa Bondía, Notas sobre a experiência
e o saber de experiência (2002).
Chamamos a atenção ao fato de que ambos os autores não
desenvolveram exatamente metodologias para leituras de
obras/objetos/experiências, isto é, propondo métodos com
etapas ou um passo a passo como, habitualmente, encon-
tramos na bibliografia básica de formação de educadores,
e tampouco suas pesquisas são voltadas aos processos
de mediação em museus. Entretanto, eles trazem novas
maneiras de relacionar vida e conhecimento, qualidades
étnico-raciais e culturais com produção estética material,
desconstruindo ou desestabilizando importantes paradig-
mas sedimentados na educação formal e mesmo na não
formal presentes nos currículos escolares, que conferem
pouca relevância ou significado aos saberes e contribuições
dos diferentes povos e culturas para o legado humano.
Para Chanda, o exercício de olhar atentamente obras/objetos é
imprescindível, e deve ser tratado como um momento que é ao
mesmo tempo de captar informações e de apreciação. A autora
propõe abordagens para análise e leitura de objetos e obras de
arte e se apoia em teorias da Iconologia, da Semiótica, do Es-
truturalismo, da História Social da Arte e do Desconstrutivismo.
Em síntese, a Iconologia para revelar o que objetos e ideias
presentes em obras/núcleos podem nos dizer sobre práti-
cas de uma época, por exemplo. A Semiótica para amparar
a compreensão do que símbolos e signos nos dizem sobre
ideias culturais, estéticas e sociais. O Estruturalismo, grosso
modo, para descrever como obras/objetos foram organi-
zados esteticamente e conceitualmente para que atinjam
uma determinada finalidade. Já a análise a partir da História
Social da Arte para destacar a intensa conexão com fatores
políticos, religiosos, sociais, econômicos e científicos. E, final-
Para Bondía, o saber advindo
mente, o Desconstrutivismo, para inspirar exatamente o que a
palavra informa: a revisão e questionamento de um discurso
da experiência destaca sua
estético/ambiental estruturado anteriormente, inclusive, por
qualidade existencial, ou seja,
outras teorias cujas interpretações são relativamente aceitas. a relação da experiência
com a existência, com a vida
As teorias das quais a autora lança mão para falar desse “exer- singular e concreta de
cício do olhar atento” não são exatamente metodologias de um ser singular e concreto.
leitura de obras/objetos/experiências, mas caminhos possíveis
que sempre devem ser conjugados ao contexto sócio-político
Para ele, a experiência
e cultural em que tais obras/objetos/experiências foram pro- aliada ao saber permite
duzidos ou em que estão sendo lidos e interpretados. Essa que os sujeitos se
somatória confere à interpretação desses patrimônios o caráter
singular e social que coloca em destaque num espaço museo-
apoderem de suas vidas
lógico: o que a obra, o objeto, conteúdo ou experiência nos diz em direção à autonomia.
41
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Quais são os princípios e as
bases conceituais do Projeto
considerando a estrutura política, econômica, social e cultural
da sociedade na qual foi produzido? E ainda, qual a importância
deles para nos entendermos como indivíduos/sociedade hoje?
A abordagem sugerida por Chanda questiona o padrão da
arte ocidental, muitas vezes tratado como referência uni-
versal, equiparando-a à produção de arte não ocidental e
defendendo o valor da variedade da produção humana, que
deve ser lida e compreendida considerando a sociedade
que a criou. Com base nessa perspectiva, atribui-se a obras,
objetos e conteúdos outros significados e também a devida
relevância para além das definições de belo ou raro.
Já para Bondía, repensar os significados das palavras e como
as sentimos é de suma importância na construção do conhe-
cimento e como base para processos de aprendizagem inte-
ressados em romper com noções limitadores de dicionários.
O ato de pensar sobre isso, inclusive, tem potência para dar
sentido ao que somos e ao que nos acontece. As ideias do
autor discutem nossas muitas vivências e poucas experiências;
essa situação é recorrente em nosso cotidiano. Entre tudo o
que nos acontece, que episódios atuam na promoção de mu-
danças, transformações, mobilizações de sentimentos e sensa-
ções? O que se transforma de fato em novos entendimentos?
Por exemplo, no contato com uma nova informação, em uma
visita a um dos museus trabalhados no Projeto, como trans-
formá-la em experiência na era dos cliques dos smartpho-
nes, da informação superficial e imediata? Bondía destaca
também que experiência e conhecimento divergem no que
tange à massa de informações, o que nos leva a questionar o
caráter quantitativo e pouco qualitativo de nossas vivências.
Apesar de participantes da sociedade da informação, não
estamos necessariamente construindo conhecimento a par-
tir de experiências significativas, e sim, talvez, somente acu-
mulando informações que nos motivam e auxiliam a opinar
acerca de qualquer assunto – passamos a ser pseudoespe-
cialistas de tudo. Entretanto, informação, conhecimento e
aprendizagem, como aponta o autor, não necessariamente
caminham juntos ou constituem uma linha evolutiva do pro-
cesso educativo. A sensação da falta de tempo decorrente
do excesso de informação que produzimos e consumimos
em nossa sociedade impacta até mesmo as crianças.
Nessa perspectiva, as ideias do autor sinalizam que é im-
portante procurar desautomatizar as nossas atividades, bus-
cando vivenciar as experiências com serenidade e atenção
a todos os sentidos, abrindo espaço para deslocar o nosso
olhar e permitir novas compreensões.
Um acontecimento que nos toca e nos mobiliza a uma
transformação ocorre considerando a nossa subjetivida-
de. Isso quer dizer que um mesmo acontecimento pode
ter reverberações internas diferentes para cada pessoa e
gerar experiências distintas.
As ideias de Chanda e Bondía inspiraram as práticas educati-
vas e pedagógicas desenvolvidas no Projeto e, evidentemente
enriquecidas por outras leituras e estudos 2 , fundamentaram
as premissas que embasaram a nossa ação e propiciaram
atendimentos e mediações mais horizontais e humanizadores 2
Para acessar a bibliografia usada na elaboração
no processo de troca e experiências significativas proposto. e desenvolvimento do Projeto, ver Capítulo 4.
42
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Quais foram os objetivos e
a estrutura da formação da
equipe de educadores?
A
formação da equipe do Educativo do Projeto Conexões
Culturais também se amparou nas ideias e ideais de
Chanda e de Bondía. O intuito, ambicioso, foi de criar
meios próprios de conexão com nossos públicos, a fim de
contemplar (i) a diversidade temática, expressa nos acervos
dos quatro museus com os quais trabalhamos; e (ii) a diversi-
dade de visitantes, notada desde a faixa etária até as diferen-
tes origens étnico-raciais, educacionais e socioeconômicas.
A nossa equipe foi composta por profissionais graduados em
várias áreas das ciências humanas e preparada para interagir
de modo versátil e flexível, porém sempre com foco na expe-
riência transformadora, na horizontalidade de origens, povos
e culturas, cujas características estão impressas nas obras,
objetos ou conceitos mediados nos acervos. Assim, o esforço
para realizar uma adequação de linguagem na mediação,
conforme cada público e cada roteiro previamente pesqui-
sado e elaborado, esteve na base do trabalho. Importante
dizer que a maioria possuía experiência prévia com visitas
educativas em museus, o que permitiu uma interlocução
altamente qualificada durante a etapa de formação.
Apresentação
Instrumentalização
da equipe
Acolhimento
e recepção
Aplicação
dos roteiros
Experimentação
A formação dos educadores para o Projeto foi estruturada
com base nos mesmos verbos condutores da elaboração da
nossa proposta educativa: conhecer, experienciar, dialogar
e trocar, pois pretendíamos que tais palavras-ação perpas-
sassem, como prática, todo o Projeto.
A formação foi dividida em dois momentos: (i) teórica/
expositiva, que contou com oito horas de duração; e (ii)
prática/in loco, com 16 horas ao todo. A primeira etapa,
em linhas gerais, se consistiu na apresentação das ideias de
Chanda e de Bondía, na discussão de textos desses autores
e na formulação de estratégias e dinâmicas de mediação.
A segunda etapa, realizada diretamente nos museus, a fim
de a equipe conhecer todos os acervos e de avaliarmos a
aplicabilidade dos roteiros elaborados para cada espaço e
público, teve como premissa a mobilização dos conceitos
discutidos na primeira etapa e a troca de saberes e modos
de fazer entre a equipe de educadores.
Os objetivos mais gerais do processo de formação da equipe
do Educativo estão listados a seguir.
43
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Quais foram os objetivos e
a estrutura da formação da
equipe de educadores?
Apresentação
e investigação,
na formação teórica e
prática, dos acervos das
quatro instituições,
contemplando: o
surgimento, breve histórico
do edifício e introdução ao
conceito curatorial do
acervo e de sua
organização expográfica,
no caso de divisão do
acervo por setores ou
núcleos temáticos.
Instrumentalização
da equipe com bibliografia
selecionada e apostilada,
relacionada aos temas dos
museus e aos processos de
mediação, para o
aprofundamento contínuo das
investigações acerca dos
acervos e das abordagens de
leitura das obras, objetos,
conteúdos ou conceitos.
Introdução às Observação
dinâmicas de e aplicação
acolhimento dos roteiros
e de recepção dos grupos elaborados para cada
visitantes, às estratégias um dos espaços,
de mediação adequadas identificando obras,
à diversidade. objetos, conteúdos e
Essas dinâmicas foram conceitos, relacionando-os
utilizadas durante a aos textos estudados
realização das visitas. anteriormente e
verificando as adequações
de faixa etária conforme as
proposições apresentadas.
Um ponto muito sensível ao projeto e à sua
execução, enfatizado durante todo o proces-
so de desenvolvimento do trabalho e, princi-
palmente, durante a formação da equipe do
Educativo, foi a importância de estimular e
de fornecer meios de exercitar e incentivar,
em cada participante dos grupos, o senti-
mento de cidadania, de pertencimento e de
apropriação em relação aos museus visita-
dos e aos conteúdos e aprendizagens pro-
venientes dessa experiência, estabelecendo
e fortalecendo os laços entre os indivíduos
e as vivências proporcionadas.
Experimentação
e elaboração
de dinâmicas
e estratégias de mediação
desenvolvidas durante a
formação teórica ou
estruturadas a partir de
novas percepções
despertadas pela visitação
aos acervos dos museus.
44
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Como os roteiros
educativos do Projeto
Conexões Culturais
foram estruturados?
P
ara cada um dos quatro museus contemplados no
Projeto, foram desenvolvidos três roteiros culturais,
focando os diferentes públicos atendidos pelo Projeto:
Anos Finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e comu-
nidade de pais, mães e familiares dos alunos das escolas
envolvidas. Para os dois primeiros perfis de atendimento,
aproveitamos os documentos oficiais do Estado, que for-
necem subsídios sobre os conteúdos a serem trabalhos
nos currículos em cada ano/série. Para o terceiro perfil de
visitantes, levamos em consideração a possível variedade
de faixas etárias. Em todos os casos, como já mencionamos,
procuramos demonstrar a centralidade das relações que
consideramos fundamentais durante o processo educati-
vo entre três lugares de aprender – museu, comunidade e
escola – tendo o museu como catalizador das interações.
Estudamos amplamente todos os acervos e concluímos
que os roteiros culturais deveriam ter uma base comum
no que diz respeito a sua estrutura e a obras, objetos,
conteúdos ou conceitos abordados, possibilitando assim a
apreensão de informações e conhecimentos fundamentais
por parte da equipe do nosso Educativo. Ao mesmo tem-
po, buscou-se a adequação de linguagem considerando
as diferenças entre os grupos, tratando desde as questões
que perpassam o acesso a determinadas informações até
os processos de aquisição de conhecimento próprios de
cada idade e etapa escolar.
Cada roteiro cultural veio acompanhado de uma ficha de
apresentação, dando boas-vindas aos docentes responsá-
veis pelos grupos e, também, elucidando os objetivos dos
roteiros culturais. Assim, elaboramos um texto explicativo,
comum às fichas de apresentação de todos os museus.
Essa introdução foi seguida do histórico de cada museu,
conforme apresentamos a seguir.
Caro professoR
O objetivo desTe material é preparar a turma
e a escola para as visitas nas instituições,
tornando-as experiências significativas
para você e seus alunos. Para isso, é
importante que você conheça as propostas.
Abaixo, você tem informações pertinentes à
instituição, os objetivos do roteiro, os valores
que podem ser explorados, competências
e habilidades que podem ser desenvolvidas,
relações interdisciplinares que o professor
pode estabelecer e conhecimentos
específicos que podem ser aprofundados.
Por último, um item com referências sobre
o museu, outros materiais e links
interessantes para se aprofundar inicialmente
no universo da instituição a ser visitada.
45
MEMORIAL
DA RESISTÊNCIA
O Memorial da Resistência de São Paulo, uma iniciativa do Governo
do Estado de São Paulo por meio de sua Secretaria da Cultura, é
uma instituição dedicada à preservação de referências das memórias
da resistência e da repressão políticas do Brasil republicano (1889 à
atualidade), por meio da musealização de parte do edifício que foi sede,
durante o período de 1940 a 1983, do Departamento Estadual de Ordem
Política e Social de São Paulo – Deops/SP, uma das polícias políticas
mais truculentas do país, principalmente durante o regime militar.

O Memorial da Resistência é vinculado à Associação

Pinacoteca Arte e Cultura – APAC, qualificada como
Organização Social da Cultura a partir da assinatura de contrato
de gestão com a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Desde 2009, o Memorial da Resistência de São Paulo é membro

institucional da Coalizão Internacional de Sítios de Consciência,
uma rede mundial que agrega instituições constituídas em lugares
históricos dedicados à preservação das memórias de eventos passados
de luta pela justiça e à reflexão do seu legado na atualidade.

Fonte e para saber mais

www.memorialdaresistenciasp.org.br/memorial

© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

46
Museu
Afro Brasil
Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor
Curador Emanoel Araújo, o Museu Afro Brasil construiu,
ao longo de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas
para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar
a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e
internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

Araújo já tentara sem sucesso viabilizar a criação

de uma instituição voltada ao estudo das contribuições
africanas à cultura nacional quando, em 2004, apresentou
uma proposta museológica à então prefeita de São Paulo,
Marta Suplicy. Encampada a ideia pelo poder público
municipal, iniciou-se o projeto de implementação do Museu.
Foram utilizados recursos advindos da Petrobrás
e do Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet.

Desde 2009, o Museu Afro Brasil, é uma instituição

pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura
de São Paulo, que, administrado pela Associação
Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura,
é subordinado ao Governo do Estado de São Paulo.

Fonte e para saber mais

www.museuafrobrasil.org.br

© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

47
Museu da
Imigração
A Hospedaria de Imigrantes do Brás, na capital paulistana,
foi fundada em 1887 e conserva a história dos processos
de (i)migrações desde a sua fundação até 1978, quando
foi desativada. Durante esse período, passou por diversas
transformações estruturais, acompanhando o crescimento
e as mudanças de São Paulo e do Brasil, tendo, por curtos
períodos, por exemplo, sido prisão política e uma escola
de aviação. O prédio da instituição, hoje conhecida como
Museu da Imigração, ocupa 30% do espaço do conjunto
arquitetônico, que antigamente era a Hospedaria.
Os outros 70% do espaço abrigam o Arsenal da Esperança.

Passaram pela hospedaria do Brás aproximadamente

3,5 milhões de pessoas de aproximadamente 75 países.
Esse local acolheu as histórias que os (i)migrantes carregavam
e foi pensado para receber esses deslocamentos humanos –
era um local onde se podia expedir documentos,
alimentar-se, cuidar da saúde, fazer a higiene, descansar,
obter um registro civil e encaminhamento para trabalhos.

O Museu da Imigração do Estado de São Paulo é um espaço

para refletir sobre os principais fluxos migratórios que foram
a base de uma possível identidade paulista (imbricada com
a tentativa de uma identidade nacional) e sobre como essa
história se relaciona com os fluxos migratórios contemporâneos.

Fonte e para saber mais

www.museudaimigracao.org.br

© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

48
Pinacoteca do
Estado de São Paulo
A Pinacoteca é uma das instituições culturais brasileiras mais
importantes e é considerada o museu de arte mais antigo de São
Paulo. Localizado no Jardim da Luz e construído em 1900, projeto
de Ramos de Azevedo e Domiciano Rossi, o edifício tinha como
proposta inicial ser sede do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Foi inaugurada em 25 de dezembro de 1905, mas só foi

regulamentada como museu público em 1911, ano em que a entrada
de obras passou a ser registrada oficialmente. Foram destinadas
três salas para compor o salão da “Galeria de Pintura do Estado”,
que foi inaugurada com 26 pinturas transferidas do Museu Paulista.

Em seus primeiros anos de funcionamento,

recebeu visita de mais de 15 mil pessoas por ano, demonstrando
seu potencial social e artístico. Atualmente, realiza cerca
de 30 exposições e, recebe cerca de 500 mil visitantes por ano
e conta com um acervo de quase 11 mil obras.

A Pinacoteca também incorporou, em 2004, a Estação Pinacoteca,

onde está instalado o Memorial da Resistência de São Paulo,
dedicado à preservação da memória da resistência e da repressão
política do Brasil republicano, por meio da musealização de parte
do antigo edifício-sede do DEOPS – Departamento Estadual de
Ordem Política e Social de São Paulo.

Com uma história marcada por transformações sociais, políticas

e econômicas significativas, a Pina, como também é chamada, é
considerada uma das entidades culturais mais dinâmicas do país.

Fonte e para saber mais

www.pinacoteca.org.br
© Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola

49
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Como os roteiros
educativos do Projeto
Conexões Culturais
foram estruturados?
A
pós o histórico de cada museu, as fi-
chas de apresentação traziam tam-
bém os objetivos de cada roteiro
cultural; os valores que poderiam ser explo-
rados; as relações de interdisciplinaridade
presentes em cada acervo; os conhecimentos
específicos que poderiam ser apreendidos
em cada instituição; e os temas transversais
dos PCN mobilizados em cada roteiro.
Em seguida, o roteiro de visitação propria-
mente dito tinha início apresentando os pas-
sos a serem percorridos com os grupos a
partir de uma base comum. Essa estrutura é
apresentada a seguir.
I – Informações
iniciais
Retoma os objetivos, valores,
competências e habilidades,
interdisciplinaridade,
conhecimentos específicos,
temas transversais.
II - preparação
do educador
Dividida em duas partes,
tem o intuito de antecipar ao
docente, ou responsável pelo
grupo, os conteúdos com
que o educador terá contato
para a preparação da visita.
1º Passo: Apresentando
o acervo e o museu
2º Passo: Conhecendo e
aprofundando temas e conteúdos
III - roteiro:
A Visita
total de 1h30 de visitação
1º Passo: Roda de conversa /
acolhimento
Momento para que os educadores
façam perguntas a fim de
mensurar o grau de conhecimento
dos participantes do grupo em
relação ao tema sobre o qual está
organizado o acervo. O objetivo
é também que essa amostra
prévia de conhecimento auxilie
na condução mais adequada
e interessante da visita. São
apresentados os eixos temáticos
e sugeridas as perguntas
disparadoras ao público em
visitação. Essas indagações,
presentes em cada um dos
roteiros, são próprias para cada
um dos três públicos atendidos
pelo Projeto. Ou seja, partindo do
princípio de que as perguntas são
meios de condução da visitação
e estímulos à participação, elas
tiveram a linguagem adaptada
a cada perfil, a fim de serem
entendidas com facilidade.
2º Passo: O roteiro em si
e dicas de abordagem
São apresentados quatro pontos
de abordagem do acervo dentre
obras, objetos, salas especificas,
conceitos, vídeos, etc. Essas
sugestões são acompanhadas de
um breve comentário que visa
estimular e contribuir para que o
grupo reflita e responda de forma
participativa às perguntas feitas
após a mediação de cada um dos
pontos abordados.
3º Passo: Atividade no museu
Sugestão de uma atividade de
aprofundamento a ser realizada no
próprio museu como finalização.
4º Passo: De volta à escola:
interferindo na realidade/
desdobramentos
Aqui se configura a pós-visita
com sugestões de atividades que
objetivam a continuidade dos
estudos acerca dos temas e das
mediações realizados no museu.
IV - Saiba Mais
Ao final do roteiro são
apresentados anexos com
sugestões de links de vídeos
e textos a serem explorados
mais detidamente,
juntamente com às referências
bibliográficas consultadas.
50
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Diferenciais de cada
roteiro cultural
A Importante!
base comum aos roteiros culturais teve como
objetivo garantir pontos importantes a serem
atendidos em cada trajeto de visita, mesmo
considerando que cada museu abordaria as-
suntos distintos. Com essa estrutura buscou-se
que os públicos visitantes tivessem experiências parecidas
no acolhimento dos grupos; na apresentação de quatro ou
cinco obras, objetos, documentos, experiências ou con-
ceitos durante o desenvolvimento da visita; na atividade
de finalização, considerando uma média de 1h30 a 2h de
duração das visitas. Essa base comum possibilitou visitas
equilibradas sob os pontos de vista de formato e método:
o tempo, o percurso das obras, objetos, experiências, con-
ceitos abordados; as perguntas disparadoras; e também
o tempo; de resposta ou de interação entre a equipe do
Educativo do Projeto e os grupos de visitantes. Para cada
museu, os três roteiros elaborados – para os Anos Finais
do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a comunidade
– destacaram o mesmo conjunto de itens e conteúdos no
acervo e o mesmo trajeto.
No Memorial da Resistência, optou-se por um roteiro mais
enxuto, cujas perguntas foram tão fundamentais quanto
o exercício do olhar e do sentir, pois buscamos provocar
os grupos de visitantes na direção da empatia em relação
Memorial
DA Resistência
à experiência narrada e apresentada no Memorial, em um
constante exercício de colocar-se no lugar do outro. Assim,
uma das orientações do roteiro foi, justamente, promover
esse tempo da observação e de silêncio, tratados como O projeto museológico do Memorial
ativadores de identificações e percepções dos espaços. A da Resistência foi elaborado
experiência de interagir com as celas, por exemplo, pau- integralmente em parceria com o
tou-se nessa perspectiva. Nesse caso, a orientação foi que Núcleo de Preservação da Memória
os educadores interferissem menos e evitassem mediar a Política do Fórum Permanente de
relação dos participantes com esses espaços, de modo que Ex-Presos e Perseguidos Políticos
os grupos tivessem fluxo livre para explorar e se deixar de São Paulo. As escolhas sobre o
afetar pelo ambiente, tendo tempo e espaço para vivenciar que expor, como expor, como
experiências mais subjetivas e significativas. ambientar foram feitas com base
nas memórias das experiências
Estimular a livre circulação e a apreciação silenciosa para vividas no cárcere.
que os grupos pudessem escutar e decodificar as “falas”
presentes em cada ambiente foi uma estratégia quase obri-
gatória, ainda mais considerando que para o partido cura-
torial do museu, que trata de memórias da resistência e da
repressão políticas do Brasil republicano, escutar os pro-
tagonistas que vivenciaram o contexto foi fundamental.
Pensar e dar visibilidade às narrativas dos protagonistas da
história e da resistência circunscrita ao período da ditadura
no Brasil foi, assim, uma preocupação central das visitas
realizadas no Memorial da Resistência.
51
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.2. A proposta educativa do

Projeto Conexões Culturais

Diferenciais de cada
roteiro cultural

No Museu Afro Brasil a mesma inquietação guiou a constru-

ção dos roteiros das visitas: focar as perspectivas da história Museu
a partir de produções artísticas, culturais e sociais dos prota- Afro Brasil
gonistas, homens e mulheres afro-brasileiros. Paralelamente a
isso, foi importante dar ênfase às condutas de sobrevivência e
de resistência diante de uma estrutura pública, governamental (...) (...)
e social extremamente violenta que excluiu, omitiu, subesti- Mediar o acervo do Museu Afro A conformação da estrutura racista antinegra,
mou, desvalorizou a herança e a participação negro-africana Brasil passa primeiro pela enfatizada por expressões cotidianas de discriminação
na construção da história e da sociedade brasileiras. descolonização do pensamento e preconceito, é um dado possível de ser notado também
de quem media. É necessário rever no âmbito escolar, entre os professores, alunos
Para abordar esse museu, foi fundamental selecionar pala- nossos próprios conceitos acerca e comunidades que serão atendidos no Projeto.
vras e imagens tendo o zelo para não reforçar estigmas e da arte no contexto tradicional Tendo em vista o papel mediador da equipe educativa
preconceitos já correntes na sociedade brasileira acerca dos e no contexto da resistência cultural, que compõe este Projeto, é importante que pensemos
povos negros. Essa orientação e ansiedade foram explicita- em prol da preservação de uma estratégias para lidar com eventuais situações
das já no início de cada roteiro desse museu, como cautela a identidade negra e da memória de causadoras de conflitos no interior dos grupos ou mesmo
ser tomada pelos docentes e educadores diante da novidade uma ancestralidade africana, que entrem em choque com os nossos valores pessoais.
e das dificuldades que ainda povoam as discussões públicas negada pelos projetos de nação
sobre a questão étnico-racial no Brasil contemporâneo. O brasileira, desde a invasão para Uma boa estratégia diante de tensões é envolver o grupo
mito da democracia racial, que apregoava a existência de colonização até os dias atuais. na criação de soluções e acordos a partir dos quais
uma convivência harmoniosa entre os diversos grupos étni- todos lidem com os conflitos instaurados. Chamar a
co-raciais do país também foi objeto de questionamento nos Tradicional e contemporâneo estão atenção do grupo para um senso de responsabilidade,
roteiros propostos. Alguns trechos dos roteiros elaborados a todo o momento em diálogo no em algum grau, é uma medida potencialmente engajadora.
para o Museu Afro Brasil destacados a seguir sinalizam essa espaço expositivo, passado, Para que um conjunto de soluções seja efetivo,
perspectiva: primeiro, atualizando a pauta sobre mediar um presente e futuro, interligados é preciso incluir os grupos na criação desses acordos,
acervo que toca em pontos tabus da sociedade brasileira; pelo fio da ancestralidade africana de modo a valorizar as subjetividades de cada um.
segundo, discutindo posturas no âmbito escolar e museal a e da construção da identidade (...)
respeito da questão étnico-racial e da herança negro-afri- afro-brasileira.
cana ainda impregnadas de preconceitos. (...)

52
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Diferenciais de cada
roteiro cultural
No Museu da Imigração, as discussões propostas pelos ro-
teiros culturais também centralizaram pontos considerados
muitos relevantes pelo Projeto. O primeiro deles refere-se
às noções mais contemporâneas acerca dos estudos sobre
migrações e identidades culturais. Esses estudos nos infor-
mam que as identidades culturais não são fixas e se trans-
formam e se atualizam em decorrência dos deslocamentos
e dos múltiplos contatos e afetações proporcionados pelos
encontros culturais, que continuam acontecendo até hoje.
Assim, um dos focos foi marcar a atualidade dos estudos
sobre processos migratórios e imigratórios, desconstruindo a
ideia de que esses deslocamentos se referem apenas ao pas-
sado já que, em verdade, os fluxos continuam acontecendo
intensamente na contemporaneidade. Sobretudo, foi preciso
encontrar meios de demonstrar os muitos povos, naciona-
lidades, etnias que migraram e continuam migrando para o
Brasil, relativizando a centralidade das discussões da imigra-
ção europeia no século XIX e início do XX, especialmente
da italiana, ainda muito forte no imaginário dos brasileiros.
Sobre as intencionalidades prévias para a construção das
visitas culturais do Museu da Imigração, exemplificamos
com o trecho a seguir, que integrou os roteiros.
(...)
No que concerne ao período de existência
da Hospedaria do Brás, que durou quase
91 anos, vale destacar a relevância de
uma análise crítica do projeto de
desenvolvimento econômico e das
políticas de (i)migrações, desde a sua
fundação em 1887 até meados do século
XX, que encontrou nos processos
migratórios uma forma de realizar
objetivos políticos e comerciais. Seja com
as imigrações europeias, que tinham o
Museu da objetivo de povoar, civilizar e
Imigração “embranquecer” a população, seja com as
migrações internas, particularmente os
deslocamentos do Norte e do Nordeste para o Pinacoteca do
Sul e o Sudeste, que tinham diferentes Estado de São Paulo
características e visavam, entre outras
coisas, à exploração de mão de obra barata e
não especializada por determinado período,
a fim de realizar o projeto da “Campanha de
nacionalização” da era Vargas.
(...)
(...)
O vasto repertório cultural formado, ao longo da
Por fim, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, propusemos história, por imagens de mulheres, nos permite acesso
que as visitas para os três públicos buscassem uma abor- a sistemas de valores, muitos datados, além de
dagem em total consonância com uma agenda nacional e discursos e narrativas construídas a partir da
internacional que tem discutido gênero, sobretudo a partir atribuição de papéis simbólicos, sociais e políticos, do
das interseccionalidades com marcadores socioeconômicos que se considerou, ou se considera, ser mulher.
e étnico-raciais, e também propondo uma revisão de como Embora as mulheres tenham sido gradativamente, ao
a sociedade e a História da Arte representaram as mulheres longo dos séculos, idealizadas por artistas do gênero
pictoricamente. Os roteiros traduziram esse recorte em um masculino e conformadas a arquétipos, ou seja, a imagens
dos acervos mais importantes do país, destacando o que essa que compõem o inconsciente coletivo da humanidade, sua
abordagem nos diz sobre o papel das mulheres na nossa so- representatividade é diretamente oposta à densidade de
ciedade: Qual a representatividade das mulheres como artista sua representação. À medida que as artistas do gênero
visual? E qual o seu papel como objeto, modelo pintado nas feminino foram negligenciadas, seus corpos foram
obras exibidas no acervo? O que isso representa ou diz sobre largamente objetificados enquanto modelos anônimos e
as relações de gênero estabelecidas? privados de subjetividade. Mas o fato de não encontrarmos
mulheres artistas presentes em um discurso hegemônico,
O recorte proposto no roteiro cultural da Pinacoteca do ou encontrarmos muito poucas delas, no entanto, não
Estado de São Paulo pode ser visualizado no trecho apre- indica que suas produções foram escassas ou inexistentes.
sentado a seguir. (...)
53
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Exemplos práticos de estratégias
de mediação dos conteúdos
C
om as pesquisas sobre os acervos dos quatro mu-
seus realizadas e estabelecidos os recortes temáti-
cos a serem focados, o próximo desafio foi pensar a
mediação junto aos diferentes públicos, considerando que
obras, objetos, conceitos, experiências e trajetos propostos
em todos os roteiros eram os mesmos em cada museu, mas
os públicos atendidos, não. O desafio exigiu o aprofun-
damento das práticas de mediação: Que boas perguntas
podemos fazer a obras, objetos, conceitos, experiências,
a fim de sermos facilitadores durante a visitação? Como
tornar um mesmo objeto histórico interessante aos olhos
de uma criança de 10 anos de idade e de um adulto? Como
aproximar pinturas realizadas para decorar casas da elite
paulistana a pessoas que enfrentam problemas básicos de
moradia? Como relacionar a história, a arte e a vida?
Foram pensadas diferentes estratégias de mediação a fim
de atender às demandas mais específicas de cada público.
É importante notar que muitas vezes é o modo de realizar
a pergunta que deve ser alterado, e não o conteúdo em si;
outras vezes, apesar de o recorte maior ser o mesmo, conteú-
dos específicos podem ser trabalhados considerando, além
CÓDIGO
DE CORES
de fatores culturais e socioeconômicos, a faixa etária e ainda, Visando facilitar a leitura do conteúdo, CADA UMA DAS CATEGORIAS dos
no caso dos estudantes, também a série e nível de ensino diferentes públicos atendidos e museus envolvidos No projeto aparecerá
em que estão. Assim, o objetivo de promover reflexões e com uma cor diferente neste relatório, conforme a legenda abaixo
discussões dentro dos mesmos recortes para cada museu
permaneceu em todos os roteiros, mas sempre considerando,
tanto na forma de mediar como na escolha de abordagens e
de conteúdos específicos, as demandas de cada grupo e as ensino médio
diferenças entre os públicos. Dois exemplos de sugestão para
mediação presentes nos roteiros do Museu da Imigração e da
Pinacoteca do Estado, e apresentados a seguir, ilustram bem ensino fundamental
a diferenciação proposta no tratamento de alguns conteúdos.
Porém, a depender do conteúdo e da intenção, nem sempre comunidade
as perguntas precisam ser diferentes, mesmo considerando
repertórios, origens ou faixas etárias distintas. Para ilustrar
isso, trouxemos também dois exemplos presentes nos ro-
teiros do Memorial da Resistência e do Museu Afro Brasil:
situações em que optamos por trabalhar com as mesmas memorial da resistência museu da imigração
questões para os diferentes públicos. Nesses casos, as di-
ferenças podem aparecer, por exemplo, nas sugestões de
desdobramentos da visita, momento que também pode ser MUSEU AFRO BRASIL pinacoteca
reservado para especificidades de cada um (público).
54
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Exemplos práticos de estratégias
de mediação dos conteúdos
O primeiro exemplo apresenta um recorte ge-
ral comum, Hospedaria do Brás + Migração
Interna e o cotidiano dos migrantes que passa-
ram pela Hospedaria, mediados para públicos
distintos de forma significativamente diversa,
respeitando assuntos de estudo e mesmo as
limitações e potenciais relacionados ao perfil
de cada grupo.
Nesse roteiro notamos diferenças de adaptação
de linguagem, mas também de conhecimentos
a serem acionados. Evidencia-se o objetivo de
extrair dos grupos de Anos Finais do Ensino
Fundamental informações que se conectem a
conteúdos apreendidos em sala de aula como o
próprio processo migratório e suas motivações.
Já para os grupos de Ensino Médio são mo-
bilizados disparadores que retomam motivos
políticos, econômicos e outros que fogem ao
controle dos povos de diversas nacionalidades,
mas que ocasionam fluxos migratórios, numa
evidente tentativa de discussão de efeitos da
globalização e de identidades que se transfor-
mam nesse processo.
Roteiro Museu da Imigração
Obras, objetos e conceitos
Hospedaria do Brás + Migração Interna
Orientação
Pensem como era o cotidiano dos indivíduos que por aqui passaram.
Provocações
Hospedaria do Brás + Migração Interna
Anos Finais do
Ensino Fundamental
• Como eles passavam o dia?
• Que atividades eles faziam?
• Como se comunicavam?
• O que estava acontecendo no mundo?
• Por que eles resolveram sair
de seus países ou cidades?
• O que eles trouxeram com eles?
• O que a sociedade ganha com isso?
• Como contribuíram para construir
uma sociedade culturalmente plural?
Ensino Médio
• Quando pensamos em (i)migrações,
o que pensamos?
• Que tipo de vida esses indivíduos
que migraram tinham?
• O que buscavam em outros territórios?
• Como as mudanças políticas,
econômicas e sociais influenciaram
esses deslocamentos?
• Vocês se sentem (i)migrantes?
• Seus familiares e antepassados
são de onde?
• Existe uma identidade genuinamente
brasileira? Existe uma identidade
genuinamente paulistana?
Comunidade
• Vocês reconhecem esses objetos?
• Alguém já teve ou utilizou algum deles?
• Como era o cotidiano de vocês quando
eram crianças?
• E de seus antepassados?
• Vocês acham que era parecido com o
desses imigrantes?
• Qual a importância de preservarmos
essas memórias?
• Vocês se identificam como paulistas?
• Vocês se identificam como brasileiros?
55
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Exemplos práticos de estratégias
de mediação dos conteúdos
Finalizando, as questões voltadas aos grupos
das comunidades trazem um forte apelo à noção
de memória e de identificação com a cultura e
a história de São Paulo e do Brasil.
A partir de perguntas distintas, os disparadores
caminham para os mesmos pontos de reflexão
no âmbito da discussão sobre o papel das mu-
lheres nas famílias nucleares. Para os grupos de
Anos Finais do Ensino Fundamental, as indaga-
ções giram em torno dos papéis dos gêneros
ou o que se convencionou padrão para cada
um deles. Para os grupos de Ensino Médio, as
questões abordam o viés feminista e a refle-
xão sobre a família nuclear e as mulheres nessa
estrutura. E para a comunidade, as perguntas
aproximam as discussões do pensamento sobre
as relações maritais.
Roteiro Pinacoteca do Estado de São Paulo
Obras, objetos e conceitos
Almeida Junior (1850-1899), Cena de família de Antonio Augusto Pinto, 1891.
Orientação
Observem o quadro e pensem sobre a figura feminina que está representada nele.
Provocações
Anos Finais do
Ensino Fundamental
• Quem são os personagens dessa ação?
• Vocês se identificam com
esses personagens?
• Que identidades estão
representadas nessa pintura?
• O que nessa imagem
representa o feminino?
• O que nessa imagem
representa o masculino?
• Quem foi que definiu o que
é feminino e o que é masculino?
Ensino Médio
• Que tipo de família está
representada nessa imagem?
• Qual era o papel da mulher definido
pela sociedade nessa época?
• Vocês consideram essa uma
representação feminista?
• Observando essa mulher,
vocês imaginam ela como?
• Que tipo de comportamento
se esperava de uma mulher
dessa classe social nessa época?
• E de outras?
• E atualmente?
• E de um homem dessa classe social?
• As famílias atuais são parecidas
com a que vemos nessa imagem?
• Vocês acham que essa era
uma família tradicional brasileira?
Comunidade
• Quem são os personagens dessa ação?
• Nessa representação, em que papel
social está colocada essa mulher?
• Que tipo de trabalho era
considerado responsabilidade
da mulher nessa época?
• Essa imagem evoca que tipo
de memória em vocês?
• Vocês se identificam com essa imagem?
• Com essa mulher, com esse homem,
com esse ambiente?
56
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.2. A proposta educativa do
Projeto Conexões Culturais
Exemplos práticos de estratégias
de mediação dos conteúdos
Nos dois exemplos a seguir, apresentamos um
formato distinto do que vimos acima, pautado
na ideia de que as mesmas perguntas poderiam
ser feitas aos diferentes públicos sem prejuízo
do trabalho a ser desenvolvido com o conteúdo
mobilizado pelos acervos dos museus.
No Capítulo 3, estão disponíveis um roteiro ge-
ral de cada museu, com os três roteiros espe-
cíficos por público, sintetizados e trabalhados
graficamente de maneira a apresentar todas as
abordagens dispostas em um único lugar. Es-
peramos que isso estimule novas iniciativas e
possibilidades ou mesmo a replicação, com as
adaptações que se fizerem necessárias, do tra-
balho de visitação aqui exibido.
Roteiro Memorial da Resistência Roteiro Museu Afro Brasil
Obras, objetos e conceitos Obras, objetos e conceitos
Cela 3 Núcleo de Trabalho e Escravidão
Orientação Orientação
É um espaço que vale a permanência dos visitantes, para o Observem os objetos desenvolvidos por povos africanos no
exercício imaginativo e metafórico sobre a vida na prisão. Brasil e pensem nas relações que podem ser estabelecidas a
partir deles.
Públicos
Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Comunidade Públicos
Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Comunidade
Provocações
Provocações
• Há vidas encarceradas no contexto atual?
• Quais as condições de vida em uma prisão? • Que tipo de função as mulheres e os homens escravizados
desenvolviam durante a escravidão no Brasil?
• Há garantia dos direitos humanos?
• O que é tecnologia?
• Havia que tecnologia nesse período?
• Quem eram os inventores dessas peças?
• E quem lhes ensinou?
57
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.3 Ciclo operacinal do projeto
Como o Projeto
funcionou na prática?
N
esse item, realizaremos um breve sobrevoo pelo Projeto
em seus aspectos operacionais com vistas a informar
ao leitor os caminhos percorridos e as escolhas feitas
no âmbito da gestão do Projeto. Pretende- se, com esse relato,
revelar aos interessados algumas das soluções encontradas e
estratégias adotadas para estruturar e dar corpo ao Projeto,
sempre tentando contemplar da forma mais participativa e
aberta os desejos de todos os envolvidos na iniciativa.
No início de abril de 2017 começaram as reuniões para de-
linear as primeiras ações e diversos encontros se sucederam
ao longo do período de execução do Projeto com o objeti-
vo de alinhar e validar as diretrizes para a realização das
atividades. A primeira atividade, de suma importância, foi
apresentar o Projeto Conexões Culturais às diretorias dos
quatro museus escolhidos para a primeira edição. Sabíamos
que era fundamental a participação efetiva de cada uma das
instituições, assim como era imprescindível que fosse estabe-
lecida uma boa interlocução para o bom desenvolvimento do
Projeto e o atendimento dos nossos objetivos.
Ao realizarmos as reuniões, em que os objetivos e o de-
senho do Projeto foram detalhadamente tratados, todas
as instituições o acolheram muito bem e disponibilizaram
materiais produzidos por seus núcleos educativos a fim
de ajudar na elaboração dos roteiros culturais, que seriam
então utilizados nas mediações junto ao público-alvo. Com
essa parceria firmada, foi possível agendar reuniões de tra-
balho com os profissionais contratados para composição da
equipe técnica do Projeto, sendo a primeira turma destinada
ao trabalho de elaboração da proposta educativa geral e
dos roteiros culturais, e a segunda destacada para executar
a ação de mediação de visitas, os educadores.
Em maio, concomitantemente ao desenvolvimento dos ro-
teiros,  duas instituições tiveram mudanças em suas dire-
torias (Memorial da Resistência e Museu da Imigração), o
que exigiu uma nova reunião de apresentação do Projeto
para repactuar a parceria já estabelecida, uma vez que os
acervos das instituições já estavam sendo trabalhados nos
roteiros e o objetivo era manter os mesmos museus já pre-
vistos dentro do Projeto. Após essa nova rodada de reu-
niões, a parceria foi formalizada com cada um dos museus
por meio de um Termo de Cooperação Técnica (Anexo 1:
Termo de cooperação técnica, Capítulo 3 – Anexos), que
trazia em seu conteúdo definições mais precisas dos papeis
e das responsabilidades de cada membro da parceria.
Como é comum em projetos culturais, após essa primeira
etapa de montagem, foi preciso interromper as atividades
Sabíamos que era
fundamental a
participação efetiva de
cada uma das instituições,
assim como era
imprescindível que fosse
estabelecida uma boa
interlocução para o bom
desenvolvimento do
Projeto e o atendimento
dos nossos objetivos.
por determinado período de tempo até que todo o recurso
para sua execução fosse captado e garantido junto aos par-
ceiros privados, que investiram no Projeto via incentivo fis-
cal proporcionado pelo PROAC ICMS. Assim, foi necessária
uma readequação no cronograma de trabalho, já prevendo
o início das visitas educativas no mês de setembro, em vez
de junho, como incialmente planejado.
Entre os meses de junho e agosto, já com a proposta edu-
cativa e os roteiros de cada museu desenvolvidos, iniciamos
a seleção para a função de educador. Ao final do processo,
dentre vinte profissionais entrevistados, selecionamos os
doze educadores que atuariam no Projeto até o fim.
Concomitantemente, também em agosto, um mês antes de
iniciarmos as visitas aos museus, organizamos um grande
encontro na Casa do Saber, em São Paulo, para apresentar
o Projeto às escolas convidadas. Recebemos os diretores e
vice-diretores das vinte escolas integrantes do Programa de
Ensino Integral da Secretaria da Educação do Estado de São
58
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.3 Ciclo operacinal do projeto
Como o Projeto
funcionou na prática?
Paulo e apresentamos o Projeto, dando ênfase a aspectos
estruturais da operação como um todo: o sistema de agen-
damento das visitas, que aconteceria totalmente on-line;
o acompanhamento do trabalho realizado nos museus e a
apresentação dos responsáveis pelas frentes de ação pre-
vistas. A partir dessa data, as escolas passaram a entrar em
contato, via formulário eletrônico ou telefone, com o produ-
tor do Projeto, responsável, dentre outras atribuições, pelo
agendamento das visitas, articulando o desejo da escola com
a disponibilidade de agenda dos museus, além da organiza-
ção da escala de educadores e reserva de ônibus e lanches.
Ainda em agosto, dentro do cronograma, realizamos a
formação dos educadores para o trabalho no Projeto em
um denso encontro, dividido em duas partes, já mencio-
nadas anteriormente:  teórica/expositiva e prática/in loco.
Na primeira etapa, foram utilizados diversos recursos de
apresentação, aproximação e reflexão acerca dos conteú-
dos teóricos, considerados básicos para que os educadores
entendessem e incorporassem conceitos caros ao Projeto
Conexões Culturais. Na segunda parte, que aconteceu no
espaço dos quatro museus envolvidos no Projeto, foram
realizadas visitas mediadas pelos formadores com o suporte
dos roteiros produzidos pela equipe técnica. Além do acom-
panhamento de todas as visitas e do estabelecimento de
um canal de comunicação on-line com os educadores, que
incluiu instrumentos para relatos, levantamento de questões
e trocas entre a equipe, um mês depois do início das visitas
voltamos a realizar uma reunião geral com os educadores
visando a constante alinhamento entre a equipe e melhor
aproveitamento das atividades da etapa de visitas.
Paralelamente a isso, foram contratados fornecedores que
atuaram tanto na parte operacional como estratégica do Pro-
jeto: assessoria de imprensa, empresa responsável pela con-
fecção e entrega dos kit-lanches e empresa de transportes.
Ao longo dos quase 90 dias de visita aos museus, a equipe
técnica se organizou para acompanhar o trabalho, con-
solidando uma prática importante de monitoramento do
Projeto em sua ação principal. Com essa prática, era pos-
sível, além de observar o Projeto acontecendo em tempo
real, trocar ideias e impressões sobre as visitas com os
estudantes e educadores envolvidos e ainda registrar com
fotografias as atividades. No bojo desse trabalho de moni-
toramento das ações do Projeto, criamos um fluxo intenso
e profícuo de elaboração e validação dos instrumentais de
gestão, avaliação e monitoramento, do qual toda a equipe
técnica pôde participar, o que gerou um volume significa-
tivo de dados sobre a execução do Projeto.
No dia 13 de setembro de 2017, as visitas culturais come-
çaram de fato. Foram vinte escolas envolvidas, e para cada
escola foram reservadas quatro visitas, considerando o nú-
mero de participantes correspondente a um ônibus (isto é,
aproximadamente 44 participantes por ônibus). Algumas
escolas tiveram problemas para atingir o quórum mínimo
que justificasse a realização da visita (15 pessoas), abrindo
a oportunidade para que outras pudessem ocupar a data
reservada e acrescentar visitas à cota inicial. O período de
visitas transcorreu até o dia 13 de dezembro.
No dia 07 de dezembro, já na reta final das visitas, realiza-
mos uma reunião de balanço final com os representantes
de cada escola e a equipe técnica do Projeto. Nessa reunião
foi possível apresentar os resultados alcançados na etapa
das visitas; avaliar os pontos fortes e críticos do trabalho
realizado em todas as dimensões pertinentes; ouvir todos os
envolvidos diretos e indiretos; e, assim, alinhar tecnicamente
o Projeto para o encerramento previsto em março de 2018.
59
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.3 Ciclo operacinal do projeto

Monitoramento do
Projeto – Foco nas
visitas educativas olhar da olhar dOS olhar dOS
gestão FORMADORES EDUCADORES

C
Coleta de dados
omo forma de acompanhar e moni- quantitativos
torar a principal atividade do Projeto,
as visitas educativas aos museus, cria-
Observação
mos uma estratégia que envolveu boa parte participante
da equipe, desde membros da gestão até os
educadores, passando pelos especialistas que
participaram da formação dos educadores.

Para garantir um acompanhamento que abar-

casse a complexidade das visitas educativas,
com públicos variados e em museus muito
distintos, organizamos o trabalho de moni-
toramento das atividades de modo que ele
acontecesse tanto de perto, in loco, como a
distância. Para isso, produzimos instrumentais v i s i t as e d u ca t i v as
e estabelecemos fluxos que permitiram, ao
longo do Projeto, realizar de maneira consis-
tente a correção de rotas e a implementação GESTÃO Formadores educadores
de melhorias nos processos e nas atividades. Relato livre pautado Relatório de Registro on-line das visitas
em pontos de atenção acompanhamento das vistas
A sistemática de trabalho implementada está Controle de cumprimento das
ilustrada a seguir. Ela sintetiza as escolhas metas de atendimento
feitas em relação às formas de acompanhar
e avaliar o Projeto e coletar os dados sobre
a sua realização.

Elementos e conteúdos para correção de rotas

Sistema de acompanhamento e melhoria dos processos e atividades
das visitas educativas

60
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.3 Ciclo operacinal do projeto
Monitoramento do
Projeto – Foco nas
visitas educativas
Acompanhamento das visitas
in loco pela equipe de gestão:
Aconteceu à medida que se
avaliou necessário e foi concentrado
no mês de outubro – período em que
houve um adensamento do número
de visitas realizadas.
O acompanhamento consistiu
na livre observação e participação
na visita, geralmente sem
interferência na mediação do
educador, e teve como produto um
relato (em áudio), compartilhado
entre a equipe após o evento.
Acompanhamento das visitas
a distância pela equipe de
gestão: Realizado para monitorar
as visitas de modo a obter um
monitoramento preciso em termos
quantitativos de tudo que estava
ocorrendo. O objetivo era ter uma
visão apurada do cumprimento ou
não das metas previstas no Projeto;
foram utilizadas ferramentas como
planilhas e formulários (ver Anexo
2: Planilha de controle de visitas por
escola, Capítulo 3 – Anexos).
Sistema de acompanhamento
das visitas educativas
Acompanhamento das visitas in loco pela equipe de formadores
(equipe pedagógica): Cada um dos três profissionais envolvidos
acompanhou duas visitas em pelo menos um dos museus participantes. A
partir de um roteiro de observação elaborado para essa finalidade (Anexo 3:
Roteiro de acompanhamento da visita, Capítulo 3 – Anexos), os formadores
realizaram o registro escrito de cada visita acompanhada. A observação
participante foi o método adotado para coletar os dados in loco, e cada
responsável pelo acompanhamento realizou a visita com o grupo, registrando
de diversas formas o que via e ouvia, e tendo ainda a possibilidade de
participar dos debates ou mesmo de interferir na mediação do educador.
olhar da olhar dOS olhar dOS
gestão FORMADORES EDUCADORES
Coleta de dados
quantitativos
Observação
participante
O olhar dos educadores:
Fonte importante da estratégia
de monitoramento, a visão dos
educadores pôde ser captada
com a realização de registros
detalhados, também
pré-roteirizados, sempre feitos
por um deles após o termino de
cada visita. A orientação geral
era a realização do registro,
preferencialmente, no mesmo
dia ou até o dia seguinte à visita
v i s i t as e d u ca t i v as realizada, de maneira que a equipe
de gestão pudesse processar os
dados rapidamente, em tempo
de agir pontualmente, quando
GESTÃO Formadores educadores fosse necessário, para corrigir
algum desacerto ou repensar
Relato livre pautado Relatório de Registro on-line das visitas alguma estratégia. Dos registros
em pontos de atenção acompanhamento das vistas feitos pelos educadores, a
equipe de gestão extraia ainda
Controle de cumprimento das os dados efetivos de quantidade
metas de atendimento de participantes em cada visita.
Esses dados eram, então,
contabilizados, atualizando os
números informados previamente
no agendamento pelas escolas
(Anexo 4: Avaliação da visita pelos
educadores, Capítulo 3 – Anexos).
Elementos e conteúdos para correção de rotas
e melhoria dos processos e atividades
61
Capítulo 2

2.811
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Números finais
de atendimento

participantes

20
escolas públicas
participantes
4
museus de
SÃO PAULO
79
saídas culturais
realizadas
12
roteiros culturais
elaborados
1
publicação digital
disponibilizada

157 visitas 9 cidades 12 24 horas de 8 horas de encontros 1 seminário

educativas paulistas educadores formação com gestores final
mediadas envolvidas envolvidos de educadores das escolas realizado

62
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Números finais
de atendimento

A
s estratégias de monitoramento, cuja
função era retroalimentar a gestão e ESCOLAS BENEFICIADAS PELO PROJETO Município
as decisões ao longo da execução do 1 Escola Estadual Alexandre Von Humboldt São Paulo
Projeto, tiveram como foco as visitas edu-
cativas e possibilitaram a coleta de dados 2 Escola Estadual Doutor Antônio Ablas Filho Santos
representativos dessa etapa. A seguir, apre- 3 Escola Estadual Professor Antônio Alves Cruz São Paulo
sentamos os números alcançados em um
panorama sintético do que o Projeto gerou. 4 Escola Estadual Carlos Maximiliano Pereira dos Santos São Paulo
5 Escola Estadual Professor Expedito Camargo Freire Campos do Jordão
6 Escola Estadual Frederico Marcicano Ibiúna
7 Escola Estadual João XXIII Americana
8 Escola Estadual Lauro Gomes de Almeida São Bernardo do Campo
9 Escola Estadual Professora Lurdes Penna Carmelo Ibiúna
10 Escola Estadual Professora Maria Ribeiro Guimarães Bueno São Paulo
11 Escola Estadual Professor Milton da Silva Rodrigues São Paulo
12 Escola Estadual República do Paraguay São Paulo
13 Escola Estadual Professora Olga Benatti São Paulo
14 Escola Estadual Olímpio Catão São José dos Campos
15 Escola Estadual Oswaldo Aranha São Paulo
16 Escola Estadual Princesa Isabel São Paulo
17 Escola Estadual Doutor Reinaldo Ribeiro da Silva São Paulo
18 Escola Estadual Reverendo Augusto Paes de Ávila Praia Grande
19 Escola Estadual Ryoiti Yassuda Pindamonhangaba
20 Escola Estadual Teotônio Alves Pereira São Paulo

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 63
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

20% 16%
2.4 Resultados do projeto 26%
Números finais
de atendimento 52%
17% 32%
37 %

DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO
memorial da resistência DE VISITAS DE VISITAS
REALIZADAS REALIZADAS
POR MUSEU POR PÚBLICO
MUSEU AFRO BRASIL (157 visitas) (157 visitas)

museu da imigração
Distribuição
pinacoteca de público
por museu
(157 visitas) 30
22 21 21
ensino médio

11 12
ensino fundamental 10 8 8
0 7 7
comunidade memorial da resistência MUSEU AFRO BRASIL museu da imigração pinacoteca

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 64
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.4 Resultados do projeto
Depoimentos
dos Educadores
Desde o início da visita, os alunos
contaram que estavam estudando a
ditadura civil militar, citando alguns
marcos como o AI-5, além de falarem
algumas vezes de seus estudos relativos
à Era Vargas (principalmente na sala da
linha do tempo) e ao ciclo do café (quando
conversamos sobre o prédio e a região).
O Professor participou
ativamente, trazendo
sempre um ponto do
conteúdo que os alunos
tinham visto
ou que estavam vendo
em sala de aula.
MEMORIAL
DA
RESISTÊNCIA
Os estudantes
recordaram pautas
que estão estudando
para o ENEM.
Os alunos fizeram muitas
conexões com as aulas de
História (quais eram os
presidentes militares, quais os
períodos de ditaduras, quais as
implicações do uso de termos
como ditadura militar, civil-
militar e revolução) e até de
biologia (ao pensar nas doenças
causadas pela ausência do
banho de sol).
MUSEU
AFRO
BRASIL
Foi interessante saber
que essa turma está
realizando discussões na
escola sobre a cultura
afro-brasileira a partir
da religiosidade.
Muitos participantes eram migrantes ou
descendentes de migrantes dos estados
do Nordeste e reconheceram costumes
e objetos do acervo como parte
do cotidiano da infância e da juventude.
Se emocionaram e trouxeram a
perspectiva do trabalho no olhar
de quem lidou com os resquícios
das ferramentas e tecnologias
desenvolvidas e ou forjadas por negros.
Levando em consideração o relato dos
alunos, foi possível notar que estudaram
sobre o período de escravidão e sobre a
Abolição da Escravatura. Falamos sobre a
captura dos negros no continente africano,
dos vários povos, culturas e idiomas
misturados, sobre os navios negreiros, as
fazendas de cana-de-açúcar e de café...
As conexões com essa
turma aconteceram,
principalmente, por conta
das realidades e experiências
dos alunos. Assuntos como
opressão, preconceitos e
resistência foram os que
mais geraram diálogos.
65
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Depoimentos MUSEU PINACOTECA

dos Educadores DA
IMIGRAÇÃO
DO ESTADO
DE SÃO PAULO

O professor que Essa escola Consegui perceber Além do tema abordado ser pauta
estava presente, contemporânea (feminismo,
de Geografia, fica em uma que os alunos fizeram questões de classe e de gênero),
havia trabalhado região rural, e relação com o conteúdo consegui conectar com aspectos
alguns dos os estudantes de História quando de arte contemporânea
temas que é o que os alunos estão
recentemente, reconheceram falamos sobre o desejo de estudando nas aulas de artes.
em sala de aula. diversos objetos e retratar o tipo nacional.
artefatos. Falaram sobre escravidão
e colonialismo.
Os alunos trouxeram
Os alunos A experiência da visita parece
muitas reflexões sobre
trouxeram ter provocado relações mais Em alguns momentos os alunos o tema. Demonstraram
muitos profundas, além do ambiente fizeram relações entre a literatura familiaridade
exemplos escolar. Acredito que foi
interessante para entenderem
moderna e a arte moderna.
Trouxeram questionamentos quanto
com o assunto,
contemporâneos as questões sobre construção aos conteúdos acadêmicos e a autonomia de opiniões
de migrações. de identidade. representação do tipo brasileiro. e domínio de conteúdo.

66
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Percepção dos educadores

sobre o público

53% 58% 54%

74 %

Em 53% das visitas 58% das visitas Em 74% das visitas Em 54% das visitas
avaliaram que o foram experiências a participação os professores
público teve alto marcantes do público tiveram uma
aproveitamento para o público. foi satisfatória. participação
da experiência. satisfatória.

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 67
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Avaliação da visita
e o olhar
dos participantes

A
avaliação do Projeto feita pelo

1.974
público-alvo é fundamental. As-
sim, optou-se pela aplicação de
um formulário ao final da visita,
preferencialmente no caminho de volta à
unidade escolar, com alunos, pais e fami-
liares das escolas envolvidas. Tratava-se de
uma avaliação baseada na percepção dos
participantes sobre a experiência vivencia-
da, aplicada por meio de um questionário
com perguntas fechadas e abertas.

avaliações
respondidas

72 %
do público
atendido pelo
Projeto

68
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Avaliação da visita
e o olhar
dos participantes
A avaliação foi
respondida por todos
Você já tinha ido
os segmentos de público
envolvidos no Projeto. a um museu antes?
(1.974 pessoas)

Distribuição das
respostas dos segmentos
por ida anterior a museus

7%

Distribuição do público respondente por segmento

SIM
33% 60%
Segmento de público Q %
Aluno(a) 1.721 87,2% NÃO
Mãe 77 3,9 %

Professor(a) 73 3,7%
Pai 27 1,4% Não respondeu
Outro(a) responsável 62 3,1%
Não respondeu 14 0,7%
TOTAL 1.974 100%

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 69
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição

2.4 Resultados do projeto

Avaliação da visita Do que você mais Distribuição do

e o olhar gostou na visita? público por aquilo que
mais gostou na visita
dos participantes (1.974 pessoas)

MUSEU AFRO BRASIL

de conhecer No Museu Afro Brasil, a maioria do público

mais sobre se interessou pela temática e pelos conteúdos
a temática e o 14% tratados no acervo e nas exposições.
conteúdo do museu

10% memorial da resistência museu da imigração

de conhecer
o espaço do museu 47%
No Memorial da Resistência e no Museu
e o prédio onde da Imigração a maioria se interessou mais pelo
está instalado prédio em que estão instalados.

29% pinacoteca
das atividades
realizadas pelo
educador
Na Pinacoteca o público em sua maioria
com a gente valorizou mais as atividades realizadas
pelos educadores.

Não respondeu

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 70
 2% 1%
Capítulo 2 Após a essa
O Projeto Conexões Culturais: visita ao museu Sim, totalmente
um relato da primeira edição você ficou 5%
com vontade
2.4 Resultados do projeto de conhecer
outros espaços Talvez sim
Avaliação da visita culturais?
e o olhar (1.974 pessoas) 28% Não sei
dos participantes 64%
Não

Distribuição do
público respondente
Não respondeu
por impacto imediato
das visitas aos museus

1.120
Grau de satisfação com
as visitas aos museus
(1.954 pessoas - 20 pessoas
não responderam)

501
182 105 32 14
82%
6 deu notas
altas 5 4 3 2 1

57% 25% 9% 5% 2% 1%

Fonte: Avaliação preenchida pelo público ao final de cada visita. Tomara! Educação e Cultura (ver Capítulo 3 – Anexos). 71
Capítulo 2
O Projeto Conexões Culturais:
um relato da primeira edição
2.4 Resultados do projeto
Avaliação da visita Precisamos
e o olhar conhecer o
dos participantes passado para não
cometer os mesmos
erros no futuro.
Um mergulho em um mar
de descobertas sobre a
história e a cultura do nosso
país e sobre a história dos
africanos escravizados.
Aprender nem sempre
O que a visita
representou
traz alegria, porém nos
ensina a aproveitar
para o público a vida com alegria.
(depoimentos)
Todos
somos iguais.
A palestra foi super
interessante, pois ela contou
o que passou lá dentro.
Diversão e curiosidade Novas ideologias a serem Uma experiência
pela cidade de São Paulo. descobertas por mim.
incrível que
As pinturas são muito Ampliação possibilitou
mais que só tinta e sim
cultural. a reflexão
a sociedade, representada
em uma simples imagem, de questões
o que é incrível. Emocionante, pois é que são
incrível poder saber
sobre as pessoas que
necessárias.
Por mais construíram nosso país.
aprendizados Aprofundamento em
relações histórico-culturais.
como esse. Uma forma didática e
diferente de aprender. Foi legal aprender
Reveladora, pois mais sobre a cultura
nos mostrou a verdade
sobre nossas raízes.
O que não aprendi e a história do
povo africano.
antes, aprendi
Foi bom, pude com o educador. Cultura
debater e aprender.
Representou muito para afro Brasil,
Muito legal, pois mim, pois eu amo história. a melhor.
conversamos sobre as obras
e descobrimos coisas novas. Foi uma experiência muito Foi algo que mudou
boa. Agregou à minha minha maneira de falar
Lugar sensacional. bagagem cultural. e de ver o museu.
72
Capítulo 3
Anexos
Capítulo 3

Este capítulo
é destinado a
apresentar ao leitor
alguns instrumentos
de gestão referentes
ao Projeto, além dos
roteiros culturais Clique

de cada museu. para

abrir

COMO NAVEGAR PELAS PÁGINAS

3.1 Instrumentos 3.2 Roteiros DOS ROTEIROS CULTURAIS?
de gestão e avaliação culturais Nas páginas como no modelo acima
(anexos 6, 7, 8 e 9), clique sobre as palavras
sublinhadas para abrir as caixas com detalhes
Anexo 1 Anexo 6
extras e, após a leitura, clique sobre a própria
Termo de cooperação técnica Roteiro Cultural do Memorial caixa (cinza) para fechar este conteúdo.
da Resistência
Anexo 2
Planilha de controle de visitas por escola Anexo 7

Anexo 3
Roteiro Cultural do Museu Afro Brasil
COM EM EF
abordagem abordagem abordagem
Roteiro de acompanhamento da visita Anexo 8 especialmente especialmente especialmente
Roteiro Cultural da Museu da Imigração desenvolvida desenvolvida desenvolvida para
Anexo 4 para tratar para tratar do tratar do conteúdo com
Avaliação da visita pelos educadores Anexo 9 do conteúdo conteúdo com os alunos dos ANOS
Roteiro Cultural da Pinacoteca com a os alunos do finais DO ENSINO
Anexo 5 do Estado de São Paulo COMUNIDADE ENSINO MÉDIO FUNDAMENTAL
Avaliação da visita pelo público
Clique
novamente
para fechar
74
Capítulo 3
Anexo 1
Termo de cooperação técnica
Anexo 2
Planilha de controle de visitas por escola

i) Fazer o máximo de esforço para ter antecedência de 30 dias no agendamento das visitas e,
3.1 Instrumentos de gestão e avaliação caso não seja possível, adequar-se aos horários disponíveis na agenda da ENTIDADE 2. Anexo 2: Planilha de controle de visitas por escola

Anexo 1: Termo de cooperação técnica

II – Da ENTIDADE 2
Projeto Conexões Culturais
TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA QUE CELEBRAM ENTRE SI A ENTIDADE 1 E O a) Apoiar a execução do Projeto (NOME DO PROJETO) no que tange às visitas educativas e à Planilha de controle de visitas por escola
ENTIDADE 2. colaboração na produção dos roteiros das visitas educativas;
Ch. Nome da Localidade Visitas Visitas Público Público Museu
b) Participar das reuniões sobre as etapas descritas no item a, conforme disponibilidade;
c) Compartilhar com a equipe técnica da ENTIDADE 1, pesquisas e conteúdos produzidos que Princ. escola da escola previstas realizadas previsto presente visitado
A ENTIDADE 1, com sede em (CIDADE), (ENDEREÇO COMPLETO), inscrita no CNPJ sejam do interesse do projeto; 1
XXXXXXXX/XXXX-XX, neste ato representada por seu representante legal (NOME d) Compartilhar dados e informações relevantes à execução do projeto; 2
COMPLETO), (NACIONALIDADE), CPF nº XXXXXXXXX-XX, RG nº XXXXXXXX-X, e) Respeitar os prazos estabelecidos pelo projeto para as devolutivas e devidas validações de
residente e domiciliado em (CIDADE E ESTADO) e conteúdos produzidos no âmbito do projeto; 3
f) Contribuir para a promoção e divulgação do projeto, em especial por ocasião do evento final 4
O ENTIDADE 2, administrado por ENTIDADE 3, com CNPJ XXXXXXXX/XXXX-XX neste ato do projeto. 5
representado por (NOME COMPLETO), (NACIONALIDADE), CPF nº XXXXXXXXX-XX, RG
nº XXXXXXXX-X, residente e domiciliado em (CIDADE E ESTADO) resolvem firmar o presente 6
TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA, que será regido pelas cláusulas e condições que CLÁUSULA TERCEIRA – DOS RECURSOS FINANCEIROS 7
seguem: 8
O cumprimento deste TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA não implica em repasse de 9
recursos financeiros entre as partes. Caso existam repasses financeiros entre as instituições
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
envolvidas, o mesmo será orientado por instrumento contratual específico. n

O presente TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA tem por objeto o estabelecimento de uma

parceria para o desenvolvimento do Projeto (NOME DO PROJETO), de autoria da (NOME DO
AUTOR/PROPONENTE).
CLÁUSULA SEGUNDA – DAS RESPONSABILIDADES E OBRIGAÇÕES
CLÁUSULA QUARTA – DA VIGÊNCIA E DA PRORROGAÇÃO
O presente TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA vigorará por (PERÍODO DE DURAÇÃO DO
PROJETO) meses a partir da data de sua assinatura.

São responsabilidades e obrigações, além dos outros compromissos assumidos neste TERMO
DE COOPERAÇÃO TÉCNICA: CLÁUSULA QUINTA – DA MODIFICAÇÃO E RESCISÃO

I - Da ENTIDADE 1 Este TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA poderá ser modificado em qualquer de suas
Cláusulas e condições, ou mesmo rescindido, desde que tal interesse seja manifestado,
a) Executar o Projeto (NOME DO PROJETO); previamente, por uma das partes, por escrito e formalizado em comum acordo em termo aditivo,
b) Captar recursos para a realização do projeto; sem prejuízo à concretização do projeto.
c) Compartilhar dados e informações relevantes à execução do projeto;
d) Considerar como um dos espaços educativos para a realização das visitas previstas no
escopo do projeto na ENTIDADE 2;
e) Envolver a equipe educativa da ENTIDADE 2 nas discussões acerca dos conteúdos a serem São Paulo, (DIA) de (MÊS) de (ANO).
trabalhados junto ao público atendido no âmbito do Projeto, entre eles o desenvolvimento
dos roteiros, que devem considerar as sugestões e avaliação da equipe educativa da
Instituição sobre a viabilidade de sua implantação; ___________________________ ____________________________
f) Constar, no material produzido para o professor/aluno, as referências da ENTIDADE 2 e a (REPRESENTANTE LEGAL ENTIDADE 1) REPRESENTANTE LEGAL ENTIDADE 2)
menção ao trabalho desenvolvido pela Instituição, em virtude de suas experiências bem-
sucedidas da ENTIDADE 2 no tratamento de temas transversais em um espaço não formal
de educação, bem como a anuência ao texto sobre a Instituição desenvolvido pela equipe do TESTEMUNHAS:
Projeto;
g) Participar das atividades educativas específicas a serem promovidas pela ENTIDADE 2 para _____________________________ _______________________________
a celebração dessa parceria, tais como Encontro com Educadores e visitas técnicas, dentre NOME: NOME:
outras; ENDEREÇO: ENDEREÇO:
h) Considerar que as visitas educativas acompanhadas pelos educadores do Projeto devem CPF Nº CPF Nº
contar, sempre e se que possível, com a realização de atividades associadas a serem
desenvolvidas pela equipe do Programa de Ação Educativa da ENTIDADE 2, cuja
programação deverá ser acordada previamente entre os parceiros;

1
74
1 75
2
76

75
Capítulo 3
Anexo 3
Roteiro de acompanhamento da visita
Anexo 4
Avaliação da visita pelos educadores

Anexo 3: Roteiro de acompanhamento da visita Anexo 4: Avaliação da visita pelos educadores

Projeto Conexões Culturais: museu, comunidade e escola - 2017

Iniciativa: Parceiros da Educação
Coordenação técnica: Tomara! Educação e Cultura

Relatório de acompanhamento de visita educativa

Instituição:
Data:
Formadora:
Educadores:
Horário:
Grupo atendido:
Escola:

1. INFORMAÇÕES INICIAIS SOBRE A VISITA

2. AVALIAR A VISITA A PARTIR DOS ITEJNS ABAIXO:

a. O acolhimento
b. Apresentação da instituição
c. As estratégias/dinâmicas de mediação
d. Fechamento/finalização.

3. AVALIAR OS PARTICIPANTES A PARTIR DOS ITEJNS ABAIXO:

a. Resposta do público mediado
b. Relações estabelecidas entre o educador e o público.

4. RECOMENDAÇÕES PARA MELHORIA DO TRABALHO

5. OBSERVAÇÕES GERAIS

3 4 4

76
77 78 79
Capítulo 3
Anexo 4
Avaliação da visita pelos educadores

4 4 4

77
80 81 82
Capítulo 3
Anexo 5
Avaliação da visita pelo público

Anexo 5: Avaliação da visita pelo público

4 5 84

83 78
Capítulo 3
Cronologia 2º
1º passo
OApresentando
Percurso
4º
3º acervo
passo dada
Memorial Emexposição
o acervo
Resistência
2004, e o do
a Pinacoteca museu
Estado
Anexo 6 O edifício que abriga aOEsteprograma
roteiro
Estação
Memorial
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Roda
de
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é Resistência
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que e
O que o roteiro traz é um De volta à escola: Paulo, de 1940 a 1983, de obras
repressão
eram
durante
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imaginativo quando experiências
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parte
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na
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prisão. formais,
do
sobre
a fim
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recorte do acervo. Para os interferindo na realidade/ órgão foi extinto e o edifício aelas?
antigo
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2009,
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olateral
Memorial
Prédios para
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legitimada eetoda
por
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contextualizam
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expositivo
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chamar importância.
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dater antes
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Internacional suaa
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exatamente
onde
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como se
memória; conhecer parte do o acervo e o museu Ensino Fundamental são Consumidor. Em 1997, com o de relevância
processo
Consciência, do umasentido rede quemundial possui. que No contexto
agrega
mediadas as Celas 3 e 4, mais silêncio localizado
encontram-se
apresenta
resistir
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testemunhos
único
opressões?
tempo, iniciem azul,
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dentre Queuma
corpo
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pessoas desaparecido.
cela,
opressões
outros lençóis
que estiveram
recursos. limpos,
vivemos
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avançando teve
acervo das instituições
2º passo o Recuo das Artes. Para os IV - Saiba Mais de revitalização do centro Módulo
instituições
encarceradas,
etc.). dacomo
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A: Oconstituídas
cidade,
Incentivar avaliar
edifício
cidadãos?
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no
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memórias
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uma
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uma
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emmaio deluta2008, com a
DEdos esforços dosdirecionada
Apaíses consolidar um
peladireito
culturais que fazem parte do a gestão do prédio foi àDICAS transferida
preservação dada memória
programa; proporcionar uma Conhecendo e aprofundando grupos de Ensino Médio e Links externos roda que
estavam
Introduza
Módulo C:ABORDAGEM:
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encarceradas
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que doproduzidas
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que
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a flor público
alguma
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símbolovisitante
relação
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da Cultura. Em 1999, foipontos cotidiano que suscitaram
nas celas curiosidade
DEOPS/SP dos
experiência de aproximação Protocolo deResistência.
São Salvador. No OdiaBrasil
24 de janeiro de
igualmente
Celas, 1, 2 e 3. Documentário Resistir, do Todo tempo
tombado político
aoooorientação
sentimentos
com projeto e a
museológicomemória foimais elaborado oem parceria
com essas instituições e com
Cronologia Memorial da Resistência de como bem cultural pelopara Osob
dos
na Condephaat
Fonte:
sistema
protagonistas
conjunto início
deu
Memorial
preservação
de
prisional
passos
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do artista
absolutamente
prisional
uma
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importantes
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Resistência.
de hoje.
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Memorial
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contrários.
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memória?
quatro
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celas,
Resistência
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iniciado
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interessante. finalizado
ilustrativo
para Política
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CELa 1 São Paulo. Disponível em: dessa área, São Paulo
destacando- consolida
se o destacar
Plano suaNacional
implantação,
e a reflexão dos temas a partir
O acervo Projeto museológico http://memorialdaresistenciasp.
iniciou-se um projeto deMódulo
mesmos uma
de
restauração,
Fórum
Introduza
sol. Em
C:Permanente
instalação. A construção
memorialdaresistenciasp.org.br/memorial/default.
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dos
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espaços,
memória:
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Ensino
painéis e o papelde
Médio.
outros
concluído em 2002. Nesse Educação
oaspx?mn=4&c=83&s=0.
cotidiano
ano, sob nas emassumindo
celas Direitos
doAcesso o
Humanoscompromisso e as cívico
Diretrizes
dos roteiros e da autonomia
org.br/memorial/. Acesso em: Políticos
das
EMartes
Introduza
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visuais as
eram
audiovisuais Paulo.
como
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oo2017.
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criativa do educador. responsabilidade do Arquivo do Nacionais
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possibilita
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Memorial fatos
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Tavares, deles? C. política
(2012).DeO que do
PerspectivasBrasil.
eles da
abriram
Valores Direitos humanos, de longa duração em memórias
diferente.
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caso, o público
prisão? vividas
nafoique no cárcere.
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são símbolos do
patrimônio imaterial, memória. Acervo Memórias da Liberdade, abrangendotestemunhos mão
o
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Você
cotidiano
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militantes? em
máscaras
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sua comna
COM realidade
vida Há hoje
algo,
significados um
Ditadura. Disponível em: em
símbolo,nosso contexto
latino-americana Fonte:
objeto, pessoas
eMemorial
uma brasileira.
música desaparecendo?
da Resistência.
Revistaque Jurídica,
inspire n.
CELa 3 antigas celas do DEOPS/SP. repletos
Há de violência, perda, agressão, abandono.
III - roteiro: A vida na cela http://memoriasdaditadura. e dêpessoas
Fonte: Memorial
forças oudagrupos
diante
15, p. 23-33.Disponível Resistência.
de
Disponível uma sendo
em: perseguidos
Disponível
dificuldade?
www.memorialdare-
no Repositório em: Awww.
arte
UPT, http://
Competências e habilidades e exterminados? Há militantes? Há histórias
Escuta ativa; oralidade; A Visita org.br/. Acesso em: pode ser uma forma
memorialdaresistenciasp.org.br/memorial/default.
hdl.handle.net/11328/1103.
apagadas/invisíveis no seu contexto social?
de resistência?
sistenciasp.org.br/memorial/default.Acesso em: 10 ago. 2017. E
protagonismo; prática de O roteiro do Memorial da CELa 4 12 ago. 2017. Introduza
aspx?mn=4&c=83&s=0.
de outras pessoas as aspx?mn=4&c=83&s=0.
questões: Acesso
que você em:tenha 10 ago.observado?
2017.
Acesso em: 10
pesquisa, leitura e escrita; Resistência foi elaborado com O cravo vermelho EF EM Há vidas encarceradas
base na exposição de longa Documentário Trinta anos de no contexto atual? Quais as condições
ago. 2017.
criatividade, imaginação,
observação, concentração; duração, que está dividida em Recuo das artes anistia. Ministério da Justiça de vida em uma prisão?
quatro módulos. Nosso foco é do Brasil. Disponível em: COM Há garantia dos Direitos Humanos?
leitura de imagens;
representação visual; o Módulo C, que apresenta as https://www.youtube.com/
capacidade associativa. celas temáticas. Também watch?v=IMAQJIIjue4.
incluímos no fim da visita uma Acesso em: 12 ago. 2017.
Interdisciplinaridade História, atividade com o Educativo da
patrimônio material e imaterial, instituição.
arte como resistência.

79
Capítulo 3
2º e 3º passo 2º e 3º passos
passoS tradicionais, que, como contam os historiadores
banco é consideradona nossa o maiscultura
preservado
importante
nesses
queemblema
é a carneespaços
da e/ou
foi fundado geração em geração,
sagrados? O Navio negreiro
homenageando
avistou Cronologia
ao longe uma grandee respeitando
palmeira, com uma sombra O4º passo
Apresentando
Museu
acervo
CONTEXTO DAAfro OBRA:
Ossain Oso Iorubas
Brasil
ao ideia
domínio acervo
pelo
das poder ocupam
plantas epúblico
eo museu
a Oxossi da floresta e
Anexo
O roteiro7 em si, estudiosos do povo Iorubá, foi o únicorealeza
O roteiro em si, dicas de abordagem
A carne mais
orixá Luba. Éque barata do mercado
um gerador negra
de memória e história. a memória dos mais
se preservou das culturas africanas Solano Trindade.
deliciosa que o convidava a descansar. Ao encostar no
velhos.
tronco
Nos dias em
sentiuAntológica
Poesia
que há osa usar2004,
um frescorInaugurado
que o instigouem um cajado
Era
principalmente
Este
ODe
com roteiro
Museu
acervo
volta
uma
doaborda
Afro
a coleção
dosvezanimais.
Museu
1830. Sua àBrasil um menino
a municipal,
atual
aAfro
escola:
Oduduá
mãe,
história
éLuiza
uma negro
Nigéria
Brasil
continuou das
instituiçãoque nasceu
epopulações
o Benin
iniciou-se
asalvaguarda
interferindo
Mahin, distribuir
que
livre,
e,mais
pública, na
assim
o projeto Bahia,
africanas
os elementos
era africana liberta eaos
em
de Ori-
o cha-

Roteiro Cultural
que deixou vestígios de sua existênciaEstá
comoligado aoe status
que fez nesses
faz social
história e é determinante
espaços? Aqui você na pode grandes festejos/ritos paraqueagradecer
o opaxaró as divindades
sempre oparticular
acompanhava donasdiretor como
para 6 miloutros
trazidas
subordinada
aventuras,curador
de para
Emanoel
obras povos
àoxás,
Brasil
Secretaria
queOaté tradicionais
implementação
queatentando
englobam da
seumcolocou africanos
nopara
ricoCultura dodo
diferentes museu.
pontos
centro que
AEstado
da áreas
roda como foram
e Foram
de
seLuiz aSãocom
cobriu
dicas de abordagem e atividades no museu
rei do Império de Oyó, na Nigéria, onde, até segurando
divisão hierárquica da comunidade,
enriquecer
esse país no braçoa visitapor isso, muitas
contando o mitoouda
os ancestrais, afurar
Lá vem o naviomúsica,
negreiro a dança,
o tronco, a culinária,
então começou
Araújo,a jorrar a bebida
uma
o Museu Afrofresca na realidade/desdobramentos
mou
escravizados
emúltiplos
história
Paulo
Brasil
de
Luiz.
aecapa
e eadministrado
a construção
construiu,
receu
pai
trazidos
universos
quando
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utilizados
etinha para
tornou-se
doculturais
pela país;
seis anos
português.
o ocentro
Brasil,
recursos
aacusada
Associação
mãe
terra,
ancestralidade
Museu
africanos,
de de
de
consideram
da advindos onde da
desapa-
e amantêm
indígenas
estar Afro
envolvida com
e atividades no museuNúcleo
do Museu Afro Brasil
hoje, é possível encontrar a família real de eleo cabra
vezes criação
aqui
é apenas ioruba.
nãocarregado
se sente revoltado
e exibido pelos membros encenação, o transe
Lá vem deliciosa,
ele sobreeoomar Obataláestão
oficio bebeu,conectados.
bebeu, bebeu atéA que adormeceu, que os mundos
lutas a criação
divino em equilíbrio,
Petrobrás
revolucionárias e humano
pelo e
fimdo os
da Orixás
não acharam
se
Ministério dividem
escravidão. da oCultura
Tempos Ayêedepois,
um lu-
porque o revólver já está engatilhado bêbado.
ao longo de dez anos, religiosidade;
Era vinho de palma, mas ele não sabia.
Brasil,
euma
afro-brasileiros.
trajetória as presenças
uma Organização Dividido negras
Social
em de seisnas ciências,
Cultura.
núcleos letras e
temáticos,
Oyó, descendentes diretos de Xangô. da
Olhar os em momentos de investidura de um rei, o
corte; Lá vem o navio negreiro
visão deVamos gar tão bonito e agradável que resolveram não retornar
céu eminha
terra,gente inferno e céu, Sugerimos, o pai ao de no retornar
Luiz perdeu àtodos
sua oscomunidade
Leiseus bens, escolar,
vendendo-o naaosbem10
História
África: e memória
diversidade era Exúbem de eobservava
mau, deus
quecontribuições edecisivas oseacervo
artes, relacionam
doanos,
para campo
procura
a para cotidiano
por
erudito
abranger meioou por
da
popular,
suasaspectos
meio doarte,
Rouanet.
dando
danova trabalho
visibilidade
daLuisreligião
objetoseque
permanência e o vingador é lentoMito da criação na cultura Iorubá (Reconto por Quem sabia
olhar... Obatalá ao longe, ao Orum, fazendo da Terra sua morada. Mas
Núcleo compõem essa recriação ebanco
fazeraparece como mais uma insígnia de poder. mas muito bem intencionado
Pereira Rodrigues)
Giselda
diabo emLá oposição
vem o navio elesão visões
havia
negreiro colocadoquenopertenciam
valorização
caminho a palmeira à cultura que
terra,
mágina àLocalizado
do universo que
vocês
enorme
culturalnapelo
afro-brasileira, tenham
marcenaria,
importância
diminuir
noRiodistante
Pavilhão um namomento
dalidesse
dedoJaneiro ePadre
catolicismo
acordava
por
dívidas.
metalurgia,
segmento
Manoel
popular,
algumas
Como
para
umada
com cidades
escravo,
compartilhar
dentre outros.
étnico-racial
Nóbrega,
doda trabalho
grande dor
província
passou
de cabeça
de São
As religiões afro-brasileiras exercícios metafóricos sobre as simbologias e esse país Num tempo em que Olorum reinava soberano ocidental
sobrePordo colonizador
água encantoueonão
brasiliana jovem aorapaz.
africano.Exú então ao
brasileiro pegou o balaioa impressões,
revelar Preservam
com
para
dentro
e a existência
inventividade
das do mais
tecnologias
Paulo. afetos,
saber
Obatalá, do
SuafamosoDesdereflexões
ancestral
que
país.
necessárias
história foi 2009,
retornou
Objetiva
parque
marcada à eode
passado
ao suaconhecimentos
Museu
Orum
por de
também
São muito
muita geração
Afro
Paulo,
execução, sem Brasil
estimular
luta. o emé a ler
graça.
Aprendeu
I – Informações CONTEXTO Você podeTemas DO NÚCLEO:
iniciar emOnossanúcleo
a Transversais
mediação é dedicado
desse
sociedadenúcleo e na àcultura
históriaafricana
informando 1º Passo
DICASpodeDEvaiABORDAGEM:
deixando todo mundo toda a preto
A despeito
criação da conhecida
do universo, Pierre
e mantinhaVerger,
tudo sobre amensageiro
vi-Lá vem o navio as negreiro
cabaças e retornou ao palácio de Olorum.
e a ousadia de artistas adquiridos,
geração,
diálogos
da
Ibirapuera,
brasileiros amuseu
fim
naehomenageando
escravidão,
O pai
adolescência
reflexões
e
o das de
uma estimular
Olorum
sobre
festas instituição
econserva,
trabalhou como
questões
populares, emosabia
equerespeitando
já diálogo
pública,
tipógrafo,
da
11 das com
do fracasso
aartes
memóriadaoutros
vinculada
poeta,
atualidade
mil metros
missão
dose
advogado
como
visuais,
e à
sobrememória
a
CONTEXTO DO NÚCLEO: Para o Brasil foram Pluralidade,
iniciais de
diversidade importantes
de povos
trazidos ajudarsociedade personalidades
nos 53 países que
e meio a intolerância
o grupo a desvincular Roda e o cabelo
de conversa
poligamia
esticado
masculina entre gília de
os seus
Luba, olhos estrelas,entre
a mulher mantinha
tem papel dois
tudo em DICAS
mundos.
perfeito DE ABORDAGEM: Quando Olorum avistou
Diretor: A máscara gueledé, a egungun e integrantes
Trazendo carga humana... Exú com o balaio, soube que
mais velhos.
em
da
e se tornou
Nos
sua
escola infinita
um dosemaiores
àdias em
Secretaria
compreensão
daque comunidade,
dehá
acolheu
oscriar
Estadograndes
seu
dafazendo
líderes abolicionistas. filho e
A lembran-
festejos/
Cultura
lhe
dequee
negras
formamque se destacaram
oambiente,
continente Lula chamado
Buarque de Lá vem
Holanda. o navio a missão
negreiro havia fracassadointernacionais,
nas mãos de desde
Obatalá. oa
Acon- Lei 10.639/03,
quadrados,
registrando,
século XVIII umassim,
deu que
acervo
uma obriga
a nova com
trajetóriaas
missão.escolas
mais A de
de 6
histórica,a ensinar
mil no obras,
Ayê história
os seres
e africano.emjustiça
diversas
Foque naseáreas do relação
diferenças
de África milhões de pessoas escravizadas. ética, / acolhimento equilíbrio. Ele criou um mundo Orum
a epa para
são as demáscaras mais populares entre sua os segunda
Iorubá.filha mais reverberar ça que guardava
a láimportantes
importância da sua mãe
da o
arte acompanhou
eadministrado
da sempre.
cultura A impor-
Objetivos Conhecer o Museu
diálogo.
a demonização comuns em adeesses
destaque
15/20 mas nas representações
mesmo
minutos assim viver com sua artísticas
família, osdesse povo.
Produção:
Orixás Orum nin-Cheio
funfuns. No Europa Filmes, selhado
melancolia por Exú, Olorum atéchamou
a contemporaneidade. ritos para
cultura
artística
entre agradecer
africana
pinturas,
e as
tância São
dehabitariam,
Luiz Gama asPaulo,
divindades
e afro-brasileira.
esculturas, que
osinfluências
foi gravuras,
seres
tal que humanos, ou
seué enterro, os ancestrais,
fotografias,
africanas
mas emisso é uma
1882, pelaoutra
paralisou
AfroElasBrasil
trouxeram consigo suadas
e algumas conhecimento,
entre essas
história, cultura, desde
populações o período
do
símbolos. ponto colonial
de vista até os
social, Sua função histórica incluía
ainda guardo o guém asentia
direito posiçãocalor,defrio,conselheira O Festival Lá das
vem oGueledé pode
navio velha, Oduduá.
negreiro ocorrer em honra a no
a desenvolvimento
música, a dança,
história. a humano
culinária,
Associação
r dea
Museu forma
encenação,
Afro geral.
Brasil,o transe
uma
dias de hoje,
cultural, físicotendo como mediadores
e linguístico. Nas vitrinesfotografias
da exposição e 2º real.
sede ou
1998. fome, havia água em na
documentos
construção
a cidadee da
peças
de sociedade
São etnológicas,
Paulo e brasileira.
contou de
com autores
o acompanhamento de
principais obrasAsde
espiritualidade. seu afro-religiosas
práticas acervo; de algum antepassado da cor e os animais viviam entre os Orixás. qualquer orixá
Cheinho deoupoesia...
herói
A moça cultural,
ouviu os mas conselhossua dofunção
pai, consultou Ifá e acon- Acompanhe nossas sugestões.
reconhecer a importância documentos.
há máscaras deNele pode-se
vários povoscriar dinâmicas
da África. A artepara
Algumas
e 3º Passos
uma O desempenhavam
africana
mulheres da
brigar sutilmente por respeito
corte
abundância possuíam títulos e
tudo estava tãomais Lá vem oé navio
popular a deselhou-se
negreiro
aplacar comIyá Exú.NláDe Araújo
Ifá
(a ela
grande
já tentara
ouviu que
mãe) deveriasemchamar
e o
brasileiros
sucesso
a Podemos estimular o grupo
oficiocerca de
estão três mil pessoas,
conectados.
Organização entre
A visão
Social
e estrangeiros, produzidos entre o século negros de
de
zendeiros, políticos, advogados etc. (Fonte: Núcleo Educativo
pobres,
céu e
Cultura, escravos,
terra,e está fa-
espalhadas pelo
fundamental dos povos
Brasil são parte dessa II
herança - preparação Introduza as questões: roteiro em si tarefas
e
brigar bravamente por dicas Olorum começou a acharAs
determinantes
querespeito
no que estátuas
exercício
era entediante. Decidiu criar um novo mundo,
perfeito
também morrem.
Com carga decompanhia
comdiscípulas viabilizar
resistênciade seus jovens amigos Orixás, e que deveriaa criação de inferno
XVIII
Sua
uma e os
coleçãoe céu,
com as perguntas:
dias
instituição bem
de
é composta e mau,
subordinado
hoje. deusaoabarca
Odeacervo
gravuras, e Governo
diabo emdooposição
diversos
pinturas, Estado
e têm diversos nomes país afora, investigação
aparece
como em
do
tambor- pelo
todos público,
os
educador momentos levardapistas
vida esocial,
pedirtantoa eles dedoabordagem
poder. Na maioria dos bancos, a figura Direção:
feminina é Chris e suas Marker enavionatambém
Alain terravestir(as mães poderosas). ORGANIZE
são EFdo Museu
visões UMA
sala:
que Afro Brasil).
EXPOSIÇÃO:
pertenciam à cultura ocidental
africanos e de seus COMusados O que vocês já ouviram falar brigar por justiça e por respeito
características parecidas com o Orum mas com algumas Lá vem o negreiro uma grande capa durante toda
voltada ao estudo das aspectos a missão.O E
desenhos,
contribuições
que vocês dosaquarelas,
universosde
já ouviram São Paulo.
esculturas,
culturaisou viram africanos
documentos sobre e do
de-mina, xangô pernambucano,
descendentes, de sua história,
para encontrar
nos objetos
umbanda, maisdeterminadas
simples personalidades,
no cotidiano,
sobre as religiões afro-brasileiras?
um
como 60/70 de
predominante
O
minutos
algum antepassado da cor
e aparecepossibilidades
sustentando o assento
de ser Resnais,
um lugar(na 1953. Frequentemente
único. Decidiu chamar Cheinho de identificada
assim ela
inteligência... fez, como
convidou a primeira
seus amigos
africanasoàbalaio emulher
amigas
cultura Orixás A
para
a
nacional Sala
representação
colonizador
África?
históricos,
afro-brasileiros,
quando, É de
do
e nãoabordando
um
fotografias, negro Oyá
ao africano.
continente na
mobiliário, sociedade
ou
temas obras um brasileira
país?
como têxteis,
a religião,
suacandomblé,
cultura ebatuque, dentre outros.
seu legado tipoNodecaso
naqueles caça
que
1º aofazem
Passo
do tesouro.
partehá
que denacerimônias
nossa cultura religiosas. que foiforma
Núcleo
fundadodebrigar, brigar, brigarseu filho Obatalá para a missão da criação do do
cariátide). A figura feminina representada
Links
lugaruniverso
que
Disponível
Iorubáseguir
em:
e a viagem,
esposavestiu da divindade
a capa, pegouObatalá
http://estudosgeohistoricos.blogspot.
pra liderar a missão. em 2004,
e convidouVocês
apresentou o
uma
Exú Introduza as questões:
trabalho,
plumárias,
acham que
proposta a arte,
cestarias, Fonte:
a
o Brasil
Museu
escravidão,
cerâmicas,
temBrasil,
Afro
entre
alguma relação
Disponível
outros,
outras obras em:
paracandomblé, Ela permeia todo
Apresentando o ciclo da
que é bem difundido, seus deuses são e/ou preservado nesses espaços
a construção vida, desde o nascimento, se chamaria Ayê, a Terra. O pai aconselhou o (o grande
rapaz du- pai). Iyá Nlá é associada à mãe natureza, com
• países
Organizem-se
EF Nessa salaafricanos?
para
observamosrealizar E no
abuscasnosso
fotografia porpaís,
da Yalorixá
nesse banco possui alguns elementos quenegra
o merecem oDICAS
que DE ABORDAGEM: São
XVIbastante ascomuns as
museológica
e Oduduá podeàavistar registrando
entãoos prefeita
elaboradas Se tirarmos
a trajetória
deconhecem
São
desde os jogadores
www.museuafrobrasil.org.br/o-museu/
histórica
o séc.afirmar até que ose nossos de futebol,
influências
dias.
passando o acervo eo ao museu
sagrados? mundoOadulto que se atépreservou das A carne
a morte, Trabalho
mais barata
e escravidão do mercado
rante horas e édestacou
a carne Roteiro
conselho de quede com.br/2012/11/navio-negreiro-la-vem-o-navio-negrei-
visita
Obatalá deve- “A mão afro- Muitas luas se passaram vestí- poderíamos
da ossociedade brasileira.
orixás, inquices e voduns, divindades dospelapovos iniciação destaque: o umbigo saliente, que aparece em toda ou seja, a mãe de todos
gios do e a
irmão mãepelo de todas
caminho, as
passaram mães. muito
Paulo, Marta Suplicy. Encampada calor e vocês
imagens Olga,
estatuetas
sede,
africanas e informações
matriarca
erigidas
na construção em dealguma
em
uma
honra
apresentacao. sites
de personalidade
da
comunidade internet,
aspectos
Acesso tradicional
brasileira. 2017. da
em: divinizados
8 ago.
aqui?daPor sociedade
ria consultar o Oráculo Ifá para brasileira nas
saber quais providências artes
ro.html. visuais”.
Acesso em: 17 fev.todos 2018. tem relação com as culturas africanas?
quando a pessoaé se culturas
COM PERSONAGEM torna um africanas nesses espaços?
ancestral. As máscaras Ela representa o princípio maternal no cosmos Iorubá representada
revistas, de livros
candomblé didáticos,
de etc.
Salvador. que conhecemos
das própriasvitrine
Em uma está
Iorubá, Banto e Jeje, respectivamente.
Valores Direitos humanos, Cantora
são
A religião
2º passo
utilizadas em
A partir das repostas, apresente
Elza
momentos Soares
especiais, chamados
África
Núcleo o como África Introduza as questões:
símbolo datomar fertilidade, indicando
para sua missão também em: http://www.
ter Disponível
sucesso.
e traz em si os
e quando
capa
atributos que devestia
todas
pareciam
era mágica,
as
desistir
e dela
divindades
Oduduá
retirou
percebeu
água e
que
alimento
a
natureza
poucas eou emnenhuma
honra também personalidade divindades.
desse
um lugar de resistência religiosa e cultural Conhecendo
do povo instrumento musical macumba,uma
e aprofundando Diversidade
cujos
COM relação
Se tirarmos
e permanência Obatalá
ancestral; asosmarcas jovem
jogadores
rapaz,
no corpode no
quemuseuafrobrasil.org.br/docs/
diasãoseguinte
futebol,
consultou Ifá,
Introduza as questões:
para dividir com todos. OEssas
núcleo?
museu uma vestimenta
estatuetas
Há histórias
exibe organizam
parte tradicional
do eacervo do na
equilibram
importantes
seu orixá Iansã,
assobre
forças vitais
exposição a
patrimônio material ritos. Osfísicos
ritos celebram a passagemsão dos instrumento
jovens para musical, que lhe disse pra juntar outros Orixás para lhe apoiar como Iemanjá,
femininas, Oxum e Oyá. No festival
negro. Nos terreiros, que são os lugares temas de esignificados
conteúdos escarificações (cortes naalguma default-source/Roteiro-de- • Proponha
mulher divindade
e ào turma
que
homem que
domina após
negros os recolher
ventos,
no o fogo,
Brasil os
que raios
napele queque servem
ele não como (axé) entre os vivosrealiza e os mortos e aproximam os seres
vocês conhecem personalidade de longa duração, exposições temporárias
e imaterial, memória. DICAS
a idade DEadulta,
ABORDAGEM: ritmo
os ciclos da dançado
Descreva aemorte
Elza Soares
natureza, tocado.?
usando
de umas Núcleo missão, deveria de modo algum
visita-/a-nova-m%C3%A3o- EM tomarSe tirarmos Refeitos os jogadoresa missão seguiude atéfutebol,
que Ogum apontou onde
encontro, estão preservados aspectos culturais, representada
indicadores de aqui? Por
identidade e que conhecemos
hierarquia do portador). das gueledé há uma era forte
o lugar interação
exato do inícioentre
da homens
criação do Ayê, Oduduá não
em
humanos
per- nos
imagens
e as e foram
ase contadas?
informações
tempestades.
divindades. Tem observem:
Nessatambém Por que
obra a
em nãocom
missão,
particular, nos
a
informações
membro do
O a seguir
grupo,
Museu o e estimule
pedido
Afro de o grupo
proteção
Brasil a procurá-la
aos deuses Aspoucas
religiões ou nenhuma
qualquer bebida no caminho,
afro-brasileiras personalidade
e também que ele
desse
vocês
afro-brasileira-nas-artes- deveria conhecem alguma personalidade e dispõe
ensinam de auditório
na escola? e de uma biblioteca
linguísticos, culinários,
Competências e habilidades musicais, dentre outros, oferecer agrados ao Orixá Exú, responsável e mulheres,
representada
pelos cami- pois, apesar
cebendo que
aqui? de
Por os
Exú homens
concordava,
que usarem
conhecemospediu queetodos formassem – situações
sua
figura maternaque em
dança, que
de aparecem
conduzir
alimentando os pessoas
mortos negras;
à
os filhos (possivelmente nova morada.
nas
ou oimagens
agradecimento EM OBjeto:
e nos documentos
pelas graças. desse núcleo. Elza
As máscaras podem Núcleonúcleo? Há histórias importantes visuais.pdf?sfvrsn=0. sobre a
nhos dos limites do Orum. Mas, Obatalá não dançarem uma grandepersonalidade
roda, e do balaiosob da criação retirou a primeiraespecializada, complementam
como oativa;
respeito à sabedoria dos mais velhos. poucas
o levou a ou com as
nenhuma máscaras, eles atuam o controle
desse – que Háqualidades
ainda objetose valores
chamados estão deagregadossímboloa elas.
ferramentas dade
emVestimentas de mulher e o homemsério,negros Introduza as questões:
Escuta oralidade; Cronologia no Brasil
passou a noite se preparando Acesso
que em: 10 ago. 2017. cabaça, e despejou em sua mão pequenos grãos e ossua
e sonhandonúcleo?como Há histórias importantes sobre a
ibeji, isto é, gêmeos),
so- programação cultural ao longo aparece como um
do ano.
Também destacamos
protagonismo; Soares
parecer
que osdeterreiros
prática revelou-se
muitocom pessoas programas
ou
orixás com de
animais. calouro
Para e
ter teve
uma não
História nos foram
e memória contadas? Por que não nos da Iyalasé, a mulher que
prou na negrosdetém o
direção do chão, mais alto título
os grãos que de multiplicaram nutrição em orixás, que fazem relação
vinda para todos do pilão de Xangô, orixá com o elemento da
COM Qual é o material seria incrível criar sozinho
utilizado na um novo mundo. No mulher
dia se- e o homem no Brasil
pesquisa; leitura
contribuíram para oesurgimento
escrita; de seu
visãotalento
expressões musical
maisOcompleta
acervo desprezado
de uma máscara, por possuir
procure umaver ensinam durante as aulas na escola? Acervo Digital na
não sociedade.
Museu
nos foram A presença
Afro milhares
contadas? e de três
formaram marcas
Por a terra
que na
firme face,
não e escura
nos pra pisar, • Após
en-
da a
justiça. organização
natureza Os Afro e o Brasil,
Ibejis ofíciodasao
despertam imagens
qualnocada público umwww.museua-
está ligado.
uma
guinte
confecção dessa peça? Ela tem utilidade o pai Olorum lhe entregou o balaio da criação, re- Fonte: Museu Disponível em:
criatividade;
artísticas genuínas como o samba,voz
imaginação, todose interpretação
os seusoslados.únicas,
a capoeira, Caminhe hoje
em é famosa
volta dela,
DICAS DE ABORDAGEM: Em grandes De no Brasil
observe 4º aparente?
Passo Há relações
vitrines estão pleto de
compequenasas cabaças
técnicas Brasil.
que continham as chamadas
Disponível
ensinam
essências em:escarificações
na http://tregou a são
escola? Omolúmarcadores de
a cabaça que representaria identidade a terra, eelhe das informações,
Contam os mitosescolhaque
identificação por trazer consigo a relação entre
frobrasil.org.br/o-museu/apresentacao. uma
Iansã forma
guerreou de expor
ao lado
irmãos. de
observação, concentração; eosno exterior.
seus detalhes Foi consagrada,
e os materiais emde 2016,
que é a Mulher
feita. volta à escola:
utilizadas na confecção dos elementos
das a serem
máquinas www.museuafrobrasil.org.br/
criados e no novo mundo. e hierarquia
Ao ser de seusdeu a missão de cuidar desse elemento.
portadores, e as que vemos nessa
Retirou outra cabaça e soprou os grãos na direçãopara do toda a8os
turma cadaguerreiros
frente de epesquisa
afoxés, Percurso da exposição todos grandes tinhao divino
a capacidade
leitura deosimagens,
maracatus. Apesar disso, as religiões
do Milênio. deEla
dispostas
luta, Com
longa por meio
duração
vestimentas tradicionais dos
da sua arte, contra a
orixás.
EM PERSONAGEM
interferindo
ferramentas naque realidade/ quem oacervo-digital.
questionado sobreanteriormente?
observamos acompanharia, Obatalá cha- Acesso em: Revelam
Acesso em:também ago. muito
2017. da relação com eo
africanas e seus adeptos sofrem perseguições por cores e simbologias fundamentadas na máscara fazem referência à identidade de origem. e proporde uma discussão
transformar-se emcom
quanto os mundos terreno e divino estão em constante o
búfalo tema: para A representação
enfrentar os
representação visual;
COM OBRA:
violência a mulher. Após encontrarem a fotografia e Poeta
desdobramentos Solano mou os Orixás Trindade
funfuns que10 ago.
viviam com2017.
ele noEF palácio,PERSONAGEMhorizonte. De repente os grãos ao tocarem o ar denso
não serem cristãs.
capacidade associativa. mitologia trazida por nossos ancestrais africanos os velhos funfuns. e quente se transformaram em bolhas gigantes que do ao negro
relação. Asnapeças
inimigos. sociedade auxiliam brasileira.
também na formulação do
De longe o Orixá Exú pode observar a partidaAdvogado estourare
EM OBRA:
Banco
outros documentos Mbombo
III - roteiro: ou objetos que se refiram a essa de Oba- Introduza as questões:
vertiam água e mais água, e era tanta água que
conhecimento sobre estética e identificação cultural.
(Povo
personalidade, Luba
escravizados. Elas não são originárias deDICAS
–
leia acriações
letra República
deafro-brasileiras
música que seque segue. Máscara
África,DEmas ABORDAGEM: GueledéDescreva
talá, ele estava Solano (Povo
ofendido Trindade
por não ter sido convidado abolicionista
EMpara Qual material se formou mar, Luis
foio utilizado Oduduá entregounaGama a Iemanjá a missão
Interdisciplinaridade História, A Visita IV -
incorporamIoruba
usandoSaiba
elementosas informações Mais
– Nigéria/Benin)
aa missão,
seguir eenem estimule
se queroconsultado
grupo a sobre os confecção de cuidar das águas salgadas. Oxumuma encantou-se pela Introduza as questões:
Penteados, adereços, marcas são elementos possíveis
patrimônio
COM OBJETO: material e imaterial, Democrática do Congo) Filmes e documentários
melhores dessa peça? A peça tem
de relação com o universo
O roteiroestéticos do Museu de roupasAfro Brasil como as procurá-lo
europeias, saias nas imagensafro- caminhos na viagem. Aodesse
e nos documentos lado denúcleo.
Olorum na criação
utilidade
DICAS doDE ABORDAGEM: água,
aparente?Descreva Oduduá então
Há relações soprou
Luís Gama
novos
com grãos que
usandoa Oxum a mis-
dividiram EF O que vocês jovem já ouviram contemporâneo.falar sobre
arteTrono de Xangô: AIntérprete:
ativista, militância, carne
foi elaborado com base na
rodadas repletas de anáguas. Adornos sobre cultura
de cabeça
CONTEXTO
Solano DA OBRA:
Trindade universo
Os Iorubas
era artista Exú
do muito sempre
ocupam
teatro, esteve presente,
principalmente
pesquisador mas dessa
as vez...
técnicas as águas em na
utilizadas salgadas e doces,
confecção e entregou
das as religiões afro-brasileiras? O que há
divino
cultura e humano
negra africana CONTEXTO em DA
visita OBRA:Elza Soares
à Os Luba
exposição habitam
de a
longasavana da brasileira, racismo Após caminhar chegou ao que as
parecia informações
ser
máquinas os e aferramentas
seguir e estimule
são de cuidar das que
águaso grupo
doces.
observamosa procurá- na nossa cultura que foi fundado e/ou
diálogoculturas
e afro-brasileira, constante Compositor: SeueJorge,
provínciaduração,
de Shaba. africana
mãosMarcelo
uma
São
preservam
seleção
conhecidos
simbologias
Yuca e Wilson
pela
Capellettede poder
dopreservação e arte da nacultura
a atualvisão
Nigéria
negra,
tradicional e ofundador
Beninlimites
e, assim comoumoutros
dedocompanhia
Orum, de teatro
lugar povos
onde e
o equilíbrio lo
das nas
coisasimagens e nosOComo
anteriormente? documentos
calor fez parteé a da desseágua núcleo.
relação evaporar Luis Introduza as questões:
e uma forte chuva preservado nesses espaços sagrados?
tradicionais, arte tradicional, imenso acervo banto/iorubá.
que tradicionais
africana
dança. Firmou-seafricanos
comque nãoforam
sua família escravizados
em todos
era perfeito, Embupassaram dase trazidos
Artes, Gama
a sentir calor,
com foi
sede, começou
poeta, abolicionista,
a mulher em nossa a se formar,
autodidata.raios e trovões cortavam os seus,
sociedade? Ao se tornar EF O Qualqueése preservou
o material das culturas
utilizado
de seus Arelatos
carne mais orais,
baratapoesia e
do mercado é a conta
artes carne negraa
visuais, Oduduá entregou a Iansã o domínio dos ventos e na da confecção
arte contemporânea. quehistória graçado Brasil paraonde
de o Brasil,
viajouconsideram fome...
o mundo difundindo Os funfuns
que os mundos só reclamavam
a artedivino e
e a cultura que estavam suados africanas nesses
dessa espaços?
peça? A partir
DICAS DE ABORDAGEM: O que observamos principalmenteévai de aquelas ligadas aà realeza,
pro presídio partir da tais como Racismo: uma história.e cansados. Obatalá irritou-se e disse que se
advogado, conseguiu
estivessem
libertare pra
tempestade, centenas
Xangô o de escravizados
domínio dos trovões, da chu- Ela das
tem repostas
uma utilidade apresente aparente? o instrumento
Há
a recriação de um espaço
Conhecimentos sagradoemblemas
específicos
chegada
e para
dedicado
queOvai
debaixo de dos
e objetivo
esculturas. Dentre Introduza as questões:
plásticopovos africanos.
esses objetos, destaca- humanobrasileiras.
negras
Diretor:
não se dividem
Paul Tickell,
e se relacionam
Apósinsatisfeitos
encontrarem
Produção: deveria no cotidiano
a fotografia
retornar e por
ao palácio com
EF eseu
de Olorum, OBRA:
foi trabalho. va Apósmansa, encontrarem
e do fogo. a fotografia e relações musical com macumba
as técnicas cujos significados
utilizadas na
EMé O reconhecer a
de graça pro subemprego
ao orixánegra,
Cultura Xangô,relações
com simbologiassee aobjetos
produção
e pros de
hospitais
contribuição elaborados que
psiquiátricosbancos vocês
negro-africana de já ouviram
madeira. O meiosobre
outros
falar
David
do trabalho naou
documentos
Okuefuna.
terra,
BBC, o quena2007.
objetos marcenaria,
elesque se refiram
fizeram. na metalurgia,
a essa Ibejis
outros (Povo
documentos Umaobjetos
ou novaIoruba
cabaça
que foi
se aberta,
refiram –
e osagrãos
essa deram origem confecçãosão instrumento das máquinas musical, ritmo
e ferramentas
étnico-raciais, história da as religiões afro-brasileiras? O que
para a construção do Brasil.
dentreháoutros. Preservam
personalidade, leia o poema saberqueancestral
Obatalá se segue.
estava passado
sozinho cansado,decom calorNigéria/Benin)
e sede,
personalidade, leiaa otoda textoa vegetação e aos animais, Oduduá entregouque
a seguir. a dançado
observamos e tocado. anteriormente?
África e do Brasil.

80
Capítulo 3
2º e 3º passos e ainda assim ser contaminado por
novas culturas? EF Vocês
o Brasil era pensando que era a terra do fu- 4º passo
vel falar de uma moçambicanidade porque eu e escrevam
nos divertia miniautobiografias.
tanto! É através da diversão que
Anexo 8 O roteiro em si reconhecem a Cultura do Antônio?
tebol, do samba, do carnaval e dos grandes
músicos! Não era uma coisa impactante, no
me identifico com o lugar onde nasci e tenho
De volta à escola:
orgulho. É lá onde estão meus ancestrais e me
se educa. Através das narrativas, nosso povo
Estimule-os a pensar sobre suas
busca uma forma mais suave de educar, po-

Roteiro Cultural Alguém se identifica com ele? Por sentido de chocante, mas uma grande curio- identifico com aquela terra. Quando pergun- identidades e
rém, sem ofender, dossem(i)migrantes
ser muito duro e cruel.
e dicas de abordagem que será que ele diz que é mais sidade! Um misto de curiosidade e alegria! interferindo
tam “De onde você é?” eu digo que sou de escolhidos: de onde
Então, as histórias são vieram? Quem
um meio importantís-
na realidade/
do Museu da hoje Imigração
fácil estudar a África no Brasil do Quando cheguei comecei a ver uma cidade Tete. Mas, Tete é muito grande! “Que lugar de simoseus
eram para levar adiante a educação
antepassados? Comoe éissosuafaz
Imigração que lá mesmo? que começa e não acaba, não tem fim. Nos Tete?”, eu digo bem lá do sul. Mas, a pergunta parte da nossa identidade. Ser moçambicano
cultura,
(piso superior, lado esquerdo) primeiros anos ainda não conhecia nada, era desdobramentos
também pode ser: “Você vem da África? De aqui emseus hábitos
São Paulo é seralimentares,
moçambicano com
tudo novo! A cada passo que se dá é tudo qual parte?” e eu digo que venho de Moçam- suatodareligiosidade,
essa bagagem sem forma
sua jogá-la de
fora. Tenho
Núcleo: História Oral novo, parece outra cidade aqui e ali. Mas, bique! Tenho identidade nacional, me identi- falar,
orgulhode vestir? Como se identificam
de ser moçambicano porque trago
Sugerimos que ao retornar à sua
I – Informações CONTEXTOhistória Do núcleo:dasNesse espaço, o
(i)migrações, Projeto: Exposição de longa duração
III - roteiro: 4ºuma
foi Passoexperiência ótima porque fui conhe- fico como moçambicano e tenho orgulho dis- toda essa tradição.
socialmente? De vez em
Proponha umquando
textodá uma
visitante colonização,
pode selecionar depoimentos
hábitos e Entrevistado: Antônio Alone Maia cendo outro
De volta povo, outra cultura diferente da
à escola: so! Écomunidade escolar,
possível dizer que os participantes
existe uma identidade saudade de comer uma polenta do jeito como
iniciais A Visita
Forma do documento: transcrição minha dessa experiência
mesmo quepossam coletivo
se faz lá.com
Aí eubase nessa atividade
costumes;
registrados em vídeos Geografia
de migrantes ee O roteiro interferindo nacom
e essa interação o diferente foi
realidade/ moçambicana, cada lugar como preparo e como. Não esqueço
Objetivos Orientar Data: 30 jan. 2012 do Museu da abrindo minha visão. Um diferente que de- Tete,compartilhar
Beira, Maputo tenham suas próprias lín- e na
minhasvisita ao museu.
raízes, Organize
pelo contrário, um
sinto saudades!
questões geopolíticas,
imigrantes dos fluxos de deslocamentos imigração
Pessoas presentes nafoigravação
elaborado com
da entrevista:
desdobramentos suas impressões, afetos,
educadores na experiência de pois se torna familiar. Aquele estranhamento guas e são muitas as línguas locais! painel em área pública com todo essena
Para mim, estar aqui é uma continuidade
questões identitárias. reflexões
mediação em espaços contemporâneos. O Brasil, atualmente, é baseLopes
Suzana naSalgado
visitaRibeiro
à exposição
e Marcela Bonide um pouco distanciado se torna um entrosa- e conhecimentos adquiridos, formação. Não existe um corte entre o lá e o
Evangelista
longa duração chamada mento, praticamente um entrelaçamento. a fim de estimular
Então, me identifico um diálogo
com a identidade com
nacio-
material e com o texto coletivo.
aqui, é uma continuidade mesmo.
museológicos, desde a um centroConhecimentos
receptor de (i)migrações, com
específicos
preparação, pré-visita, até acaracterísticas diversas dos fluxos (i) Local: São Pauloexperiências,
“Migrar: – SP IV -deSaiba
Lembro um monte deMais gente perguntando nal eoutros integrantes da escola e da
com a local e em nenhum momento elas
Os principais fluxos da África, como é lá, se tem isso ou aquilo, entram em conflito, epelo EF
possível continuidade da
migratórios consideradosna
migratórios históricos.
história da
memórias e identidades”, que
Sou Antonio Alone Maia, em
nasci em Tete,módulos,
Moçam- oMuseu da AImigração.
que se come... gente tenta explicar, mas
comunidade decontrário,
lho moçambicano. O país é grande e tem uma
é o orgu- a
fazer reverberar BRASIL
Ser brasileiro está associado a muitas identi-
dades. OPLURAL:
brasileiro é um povo alegre, o povo
experiência em ambiente está dividida oito importância daearte e daimensa!
cultura
formação do Brasil e os novos bique, no dia 6 de maio de 1974. Vim de uma
dos quais nos dedicamos a Disponível
sempre tem aquelaem: questão de querer saber diversidade lingüística cultural Issoparado carnaval e do samba.
Selecione histórias Não asei se tem ou-
sobre
escolar; compreender a família numerosa! Somos sete irmãos, três ho- o desenvolvimento
faz a beleza do país!humano
O mesmo integral.
fluxos migratórios. como é o país “África”. Chega a ser engraçado
http://museudaimigracao.org. é o que pode tro país no mundo que seja igual, que tenha
importância de museus e DICAS DE ABORDAGEM: Apoiado nos quatro.
mens e quatroTambém
mulheres. Meu incluímos,
pai é da cidade ao ebr/.
eu respondo que a em:
África não é um país, mas ser dito sobre a África como um todo que formação
uma festa dacomopluralidade
essa. Acho que cultural
o Brasil, por
Acesso 8 ago. 2017.
instituições que trabalham diálogos traçados até esse ponto da
Temas Transversais definal, uma
Tete e minha mãeatividade
vem do distritocom o
de Cahora um continente com vários países. E pergun- também é diversa nas suas múltiplas línguas, doterBrasil quevárias
recebido enfatizem nossa
influências migratórias,
Educativo dapaiinstituição. COM
com a preservação da visita, o educador/mediador pode propor Bassa. Na época, meu saiu da cidade dele, tam se tem muito bicho lá... Eu falo que sim, culturas e tradições. É nesse multiculturalis- diversidade
tornou-se esseétnica e cultural:
país com várias identidades,
Ética; pluralidade cultural; Vídeos RODA DE CONVERSA E DE E hoje
memória; conhecer parte douma reflexão comparativa: os imigrantes que é dentro do mesmo estado. A gente chama mas não é lotado de bicho, tem ser humano mo que compomos nossa identidade. formandoafricanas,
histórias uma única, que é o povo brasileiro!
afro-brasileiras,
trabalho e consumo. 1º Passo
província, aqui vocês chamam de estado. Identidade nacional: o que é COMPARTILHAMENTO DE MEMÓRIAS:
acervo das instituições também, como aqui também. a moçambicanidade é um assunto que se Um povo que é resultado de matriz africana,
de hoje vêm dos mesmos locais que os da …Roda de Conversa …ser brasileiro. Disponível em: indígenas, histórias de migrantes
culturais que fazem parte do Organize
discute muito. uma roda de conversa entre européia, indígena e o resultado disso é a cul-
programa; proporcionar uma época da Hospedaria de Imigrantes do O /campo dessa minha pesquisa é em Mo-
acolhimento https://www.youtube.com/
Voltando para minha chegada ao Brasil, mi- … os participantes e com quem mais e imigrantes,
tura que temos histórias
aqui. sobre nossa
II - preparação
experiência de aproximaçãoBrás? O que motiva seus deslocamentos çambique.
15/20 Fiz mestrado
minutos aqui na PUC e agora watch?v=Q9LIEDRmlcE.
nha adaptação não foi muito difícil por estar miscigenação. Com os participantes
doComoeducador estou continuando na USP, desenvolvendo Acesso
vindo de um em:
país que8 fala
ago. 2017.o que
português, tiver interesse
Ser moçambicano e peça
no Brasil queaqui
é estar selecionem
sem
atualmente?
com essas instituições e com a sociedade da visita ao Museu da Imigração,
as obras; promover o diálogo
sempre
2º e na 3ºárea da antropologia e da saúde.
Passos já era uma vantagem. Junto comigo chega- perderfotos
a suaantigas, objetos,
identidade, documentos
as suas raízes. Estou
contemporânea percebe e acolhe esses (i) Cheguei aqui em 2003 e, na época, estava aqui,quemasguardem
não esquecisuas
minhas origens, pelo crie grupos de quatro estudantes.
ram
La outros
noire colegas
de... estudantes
- Ousmane que vinham memórias e
migrantes1º
e a reflexão dos temas a partir ePasso
como era no passado? Que O roteiro em si e dicas
fazendo outros estudos, ainda na graduação. de países de expressão
Sembene (1966). inglesa e francesa contrário. São Paulo foi um dos lugares que Peça que eles relacionem essas
dos roteiros e da autonomia Apresentando Erade abordagem
estudante missionário da igreja católica de seusaantepassados.
me obrigou repensar criticamenteProponha
sobre
tipo de questões identitárias estavam em na África. Tinha colegas
Disponível em:da Etiópia, do Gama, histórias ao que conheceram sobre
criativa do educador. o acervo e o museu e vim60/70
para fazerminutos
Teologia. Fiz quatro anos Sudão que não sabiam falar português e tive- minhasquetradições
os apresentem
e culturas. e,Porpor
isso,meio
estou
jogo nos fluxos migratórios dos séculos https://www.youtube.com/ a Hospedaria do Brás e sobre os
de Teologia e acabei em 2007. Então, voltei ram que estudar e começar do zero. deles, pesquisando
escrevendo, contem suamais história
do quepessoal,
nunca
Valores Preservação da XIX e XX,2º
e quais
passoestão agora? O Moçambique
para edifício para fazer a experiência no …watch?v=WvwJwb-0MDA. os traços da cultura de lá agora que estou de fluxos (i)migratórios. Proponha
Conhecendo e aprofundando (sala
campo com maquete,
de trabalho. Em 2008 estive no campo Acesso em: 8 ago. 2017. compartilhando com todos as suas
fora, com o olhar distante. Assim, descubro
memória, identidade, uma roda de contação de histórias
temas e conteúdos dano piso
missão térreo)
e depois achei que queria conti- Nós, moçambicanos, temos uma forma de ser que experiências
há valores que eprecisam
a experiência que
ser preserva-
solidariedade, respeito,
diversidade, empatia,
Introduza as questões: nuar com os estudos. Pedi uma licença aos eHospedaria do Imigrante
isso mexe com a nossa identidade. Afinal,– dos. tiveram
Nosso povonaé visita
um povoaodemuseu.
tradição oral e um debate sobre a importância
COM Algum de vocês se
O Museu da Imigração superiores,
Hospedaria disse que queria docontinuar
Brás com os Sãosou
quem eu? Meu Disponível
Paulo. em: e
pai veio de uma cidade e os que detém o conhecimento da tradição da diversidade para a formação do
equidade. reconhece nesse imigrante? Vocês estudos https://www.youtube.com/ povo brasileiro com toda a escola,
conhecem alguma pessoa que (i) + Migração Internafácil
e voltei ao Brasil. Aqui era mais minha mãe de outra. Eles se casaram e nós estãoEM morrendo. Na África, cada ancião que
porque já conhecia a língua lado
e o espaço. Então, da família temos a identidade da parte
watch?v=te3gz8igtnY. do
Acesso morre é uma biblioteca, uma enciclopédia a fim de estimular o respeito pela
migrou Cronologia que PAINEL
se perde. SOBRE IDENTIDADES:
atualmente? Vocês (piso superior, direito)
Competências e habilidades vim pela segunda vez e praticamente no final meu pai e da parte
em: 8 ago. 2017. da minha mãe. Tanto um Então, uma preocupação mui-
Escuta ativa; oralidade; percebem que existem novos tipos de 2008 para 2009 terminei o mestrado e já como o outro são do mesmo estado, ou como Proponha
to grande e umaque os estudantes
das minhas inquietações é diversidade.
O acervo “É isto com oum homem?”
imaginação, observação, de (i)migrantes hoje em dia? EM emendei doutorado. dizemos na nossa linguagem, da mesma pro-
Acervo digital do Museu da pesquisem
registrar retratos de
os conhecimentos (i)migrantes,
porque isso faz
concentração; leitura de
Os novos (i)migrantes têm o …– Nuno Ramos (piso víncia, que é a província de Tete. Por serem partedodapassado
nossa identidade. O nosso
ou contemporâneos povo é
mesmo Percurso
perfil dos da
(i)migrantes
exposiçãoque superior,
Antes de conhecersala central)
o Brasil, havia um senti-
Imigração. Disponível
de Tete são, num plano em:
mais amplo, moçam- muito lúdico e nessa ludicidade vai aparecer
imagens; capacidade e suasdehistórias.
associativa.
passaram
depela
longaHospedaria?
duração Como mento de ansiedade. Um amigo que tinha http://www.inci.org.br/
bicanos e a língua que une o país inteiro, de a literatura expressão Depois
oral nos peça
contos,que
por
essas múltiplas identidades se Imigração
estudado comigo estavahojeme esperando aqui, acervodigital/.
norte Acesso
a sul, é o português, que quaseem:
todos eles Eu
exemplo. tirem
venhouma selfie
de um (autorretrato)
ambiente em que
agregam a outras culturas? É (piso
mas mesmosuperior,
assim era um lugar que eu não 8 ago.
falam. Fora 2017.
do português, cada região, pro- a gente se junta em volta da fogueira para
Interdisciplinaridade História
possível manter nossas identidades conhecia. A maior expectativa em conhecer
lado esquerdo) víncia ou estado tem sua língua. Mas, é possí- escutar os mais velhos contanto histórias. Isso
do Brasil, história dos povos,

81
Capítulo 3
Percurso da Exposição Arte nacional. ACronologia
SALAS
SALA4ºAcademia
passo 7118-9
da Missão Artística Francesa (1816) ou os passa a se chamar A pintura Na EM
DICAS 2º
1º
3º
ressaltar
arte
lugares de
década passo
Passo
DE deABORDAGEM:
conhecido
gênero que,
representação.
de abolida
comoinicia-se
1950, O1ºA mulher
a escravidão,
Modernismo,
ainda passo
acervo
na
um mesma os O nacional nessa EM
Emresponsáveis
identidade
Em
brancas?
trabalho
fixo,
evoca
alguma
entre
as mundo
seus
1990, época?
mulheres?
Como
único,
que
as
na de
primeiros
que
Vocês
arte
inicia-se ideal
tipo
diferença
de
próprias
pelo
gênero
Essa
vocês
os
A de
hoje?
um desaparecimento
as
anos setem
imagem
percebem
homens?
para projeto
memória
Quemulheres,
de alterado?
vêm
todas
fundamental
representação papéis
deno E
em
Anexo 9 no Brasil: uma história da da Expedição Langsdorff (1824). O acervo
Escola Nacional de Belas-Artes. Nessa
O
Das
A De nacional
volta
coleções
pintura à escola:
de na arte
gênero
ORGANIZE
umacampo,
artistas
no
sala,
projeto
Os gêneros das
essa
da
Conhecendo
Roda
Atividade visando
pinturaUMA
crianças
estão nesse
obra
de em EXPOSIÇÃO
seguradeem
àperíodo,
busca
detradicionais
Almeida
circulação
conversa
no e museu era
Umauma
Juniorseu
das
Apresentando obrasde
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/ Nesse De do
apresentar
vocês?
entre
existem
dessa
protagonismo
acordo
funcionamento,
reorganização
momento
sociais o essa
com
aoda
acervo
Vocês
mulher vocês
diferençaspúblicose
afeminino
eohistória,
roteiro
ePinacoteca
recatalogaçãoparte
o
identificam
representação,
nosacreditam
de
incentiva donadoaaoo
visita
desponta
museu
baseadas

Roteiro Cultural da Pinacoteca

é composto por pinturas e ilustrações
sala, devidoEmà 1911, importância
a entradados irmãospassoueapreferidos
de obras emFOTOGRÁFICA:
colo
expressão
importante
representa uma
pelacriança
outras genuinamente
paramulher
uma
instituições,
Academia, onegra,
desenvolvimento
oem indicando
brasileira,
outroéda instituição
espaço
acervo dedesejo com produção
museu,
recebeu
acervo
pintada
na de do
criar
foi
essa
representar?
pensar como
cor/raça/etnia artística:
amontagem
museu
apor
sobre uma
mulher,podemos
visita uma demuseus,
que,
aarte
Como
ausênciacom dafalar
mais
em
mulher,
e desobre
1994,
genuinamente
exposição
esse
classe
vocês de15econta
mil
uma a
as
Pinacoteca interferindo
para
que compunham os chamados livros de
Bernadelli,ser é dado
registrada o museu
destaque na realidade/
às suas e o acervo
oficialmente aprofundando
acolhimento
proponha
vestígios
uma
do projeto
contexto:
como a reorganizado
pintura identidade, aos
da vida
histórica estudantes
estrutura
anacionalista no
e ampliado que
deescravagista
deecampo.
“dar em alma
para
paisagem,
de curso aoe duração
O educador com
brasileira, curadores,
representação
pessoas
homem, quatro
representações
socioeconômica
compreendem
figura de pormil
caráter
com
masculina? artistas
das
ano,
peças. ePor
mulheres críticos.
demonstrando
nacional.
esse as Nesse
ambiente?
anteriores
quando
lutas que Ode
mesmo
das acordo
vocês
OBRA
CONTEXTO DO NÚCLEO: O núcleo é OBRA Estelonga roteiro pretende Arte no
abordar Brasil: uma umaquestão história da
desdobramentos temas e conteúdos
do Estado de São Paulo
viagem, que foram o principal meio de
obras. Porém, sinalizamos que já perdem fotografem
no
Brasil”,
é
pode
acolher
espaço 15/20
condicionamento
isso queocomo
propor e que com
legitima
surge hoje seus
minutos
disse
que os essa
se
como celulares
social
Mario
tornou cena.
participantes de
tendência da diversos
Andrade.
um As Essa
pintadas
pensamos
com
sentimentoano chamadas
pensam
seu imagem
sua
até por
isso?
identidade
potencial
1998,
de “dar no
o tem
minorias
um
campo
social,
prédio
uma de alguma
homem? políticas
gênero? do
educacional
passou
alma ao porO
Brasil”, e
Tropical
conta
Saudade
dedicado
OBRA
comà60história e(Anita
obras.(Almeida à memória de Do women Pinacoteca,
haveatual:
bastante queas ocupa
EF formas
semelhança
trabalho?
como
todo
Vocês
Comparandoasde dos orepresentação
Quais?
segundo
com
conseguem a essa
segmentos
andar
família e dedo de
sociais
circulação e difusão de imagens da vida tipos
época.
Os
mulheres
tempos
associem
expressivo de mulheres,
A indumentária
sempre
as mudaram
duas imagens,
conjunto que
trabalharam
de representem,
também
e aobras imagem doa é A mostra
refletindo DICAS
professor
uma artístico.
grande DE ABORDAGEM:
pode
Atualmente, sugerir algumas
Tradição colonial existiam mulheres
Malfatti,
Junior,
importantes
entre as estudantes
1899)
personalidades 1917)negras a representação
to artística
be naked voltada edifício.
representatividade
segundo EF
vocês?
perceber
LGBT,
mulher Mario
édacomposta
mulher.
Que Ela
negro,
à areforma
de
tipo
da Andrade
por
No
corresponde cerca
que
diferença
de
indígena,
pintura com a na
de
seanterior,
trabalho finalidade
(1893-1945),
refere500
aentre
umaobras
formaessa
A primeira sala trata da temática da No
cotidiana no Brasil nessa época.
e artistas daEm famosa
Sugerimos
1923, cafezal
a escola,
que ao
Pinacoteca dentre
retornar
recebeu a sua à pintura a
um
serviço
sobre deEsse
partir
representa
Modernismo potente
as momento
de
da
gênero suasfator
sociedade,
isso.
diferenças ou Para
brasileiro;
de é
de efundamental
experiências
discussão,
além
mas
similaridades
a
costumes, seus
das
biblioteca
(atualmente para
pois
papéis questões
de
expressa-se
constam realiza
modelo
de
essas
elas criar
COM
outros? no
pintar um para
cerca
nos EMespaço
acervo
de
mulheres
seriam Qual
essa reflexão:
de
vários
família
da trinta
EF para
funcional,
manifestos
aproximadamente
a tela
importância
mesma estãoque O
se finalizar
que
exposições é
com
existe
a
classe ser
que se destacaram em de diversas to
AqueasPinacotecaget into do proposição, gostaríamos demovimentos?
sensibilizar para essa
tradição colonial que exerceu forte a(Georgina
elas, destacamos visitadoJulieta
comunidade
CONTEXTO
áreas DA depessoas.
escolar,
deconhecimento,
15.226OBRA:
OBRA:
Françaos participantes
inteirada
feita em
desde do
1899,
o
que focado nonos
indica,museu,
questões
foram
entre museu
the
osrepresentações
aspectos educadores
os temas
inquestionavelmente,
recorrentemente
técnicas,
passa
MET bastante
a atender
do reconheçam
abordados:
cotidiano
museum? limitados
duas 11 mil
reflexão
traços
diferentes
mulheres. e os redigidos
obras),
por meio
uma nosso
aindapormulher?
condições
compararmos
fazendo?
dentre desses
social?
da
ano,
àno
elas
arte
roteiro,
recebe
adequadas
época.
Brasil?
Esse
Observando
pinturas,
e, para
O que propomos
Esse às éesculturas,
éEM
tanto,
umser
aproximadamente
para
sentimento um
oQual
outras um homem?
exibição
trabalho
Vocês
ambiente
começamos
é ose
duas?
I – Informações influênciaConhecimentos na construção do olhar específicos
na A criação intitulada
da Academia “Arte no Brasil: uma (1870-1951), Albuquerque,
4º Passo que experiência
dessa foi aluna depossam Rodolpho compartilhar e da vidaArtigos
das
dos
ao Estado
a mulher
decididos
As saberes
duas relações
padrões
público
doméstica. odos
epelos
pinturas dede
trabalho,
digitais
da
mediante São
componentes
trabalho
pintura
homens,
Novoscontêm Paulo
oacadêmica,
feminismo,
agendamento.
interessesprovidas
além
alto dos
teor
desenhos, de de grupos
a gravuras
estava tipo
O
considerado
As
dasespaço de
reconhecem
que
doméstico,
mulheres
500 eomil
obras
alinhado família
mudou
devisitantes
dediálogo
fotografias. sãoas
arte,
ao representado
feminino
em
na
projeto alguma
vestimentas,
entre
ummantendo forma
grupo
anualmente ou
asúnico
político de
dessas
obras ee
o projeto
de
iniciais Questões identitárias, história da Pinacoteca”. De debate
Saudade
período
1930)volta nacionalista
à assumiu
colonial
escola: que
notável
até engendrará
os dias
interferindo de hoje,a ARRUDA,
relevância questões(Guerrilla
e
A avaliem qual
Lina
identitárias.
Pinacoteca do é o
Alvez.grau
Estado comde duas perguntas:
interação
Estratégias
de nessa
representar?
masculino?
etc.,lutas? imagem?
que O que vocêsComo Como
Quem
vocês acham? vocês
sujeitos
acham
seria Essaessa
que
cultura brasileira. Uma das características O ambiente apresenta o novo sentido Bernadelli Emeprodução
era
impressões,
1931,exímia desenhista
afetos,
foiartística
criado reflexões
oarte
Conselho e noedeinício despontam,ambos
essa
sua porosexemplo,
importância
obra
dramaticidade, gêneros:
suscita social,Augusto
importantes
característica
retratarcultural descansa
dareflexões
epinturaunificação que
homogêneo
conta conhecemos
arquitetônico do com ou
Brasil,um aexistem e os
significativo
original.
que temas
tantodiversas que
acervo
éosum
trazdos
Objetivos Conhecer a pluralismo cultural, feminismo, na para
tendo a como
história
realidade/desdobramentos da brasileira
mediadores brasileira.
fotografias Girls,
desconstrutivas:
que
São eles
Paulo possuem
é 1984)
uma a crítica
com
das os temas
instituições
• C
 omo as que
imaginam
mulher
sociais,
representações
a arte
representação tem que
representada
as
artísticas
mulheres eles
ver
de com
sobre
vivem
mulher eas
a
nessa causas
mulher
a
do empreendimento colonial
Arte Acadêmica, Arte foi converter na produção artística, após a vinda da escultora destacada
do conhecimentos
Orientaçãoséculo nas pesquisas
Artística
XX, a adquiridos,
pintora do de
Estado a fim
de
expressionista deo
São de
acerca
De
comportamento terno
econômica
acadêmica,
1967
• Junto da a e gravata,
representação
como
no
1971, sob
feminino
aosexplorados.
estudantes, força
entanto, roupas
nova de
ideal. da
gestão,
A associadas
trabalho
enquanto mulher
exposição
faça investigação
uma foram ser pilares
propõe discutimos
maneiras
de
homens
ideia daquase
um
atuais e
deprimeira
socioeconomicamente,
obra de 11
experimento
em
de são
feminino e
sermil
lutas
que o trabalho
mulher?
obras.
gestão
considerados
contexto
por que Odo que
presidencial
museológico
direitos,
temos coletivo
é ser
socialna
Pinacoteca do Estado de São 1º Passo Ae documentos.
pintura, DA
CONTEXTO além OBRA:de integrar
Nele pode-seuma
embora criar
pouco feminista vão
culturaisser da representação.
brasileira Essa
mais
a população catolicismo, sendo Família Real
nativa aoArte
Moderna; Roda portuguesa
de para o Brasil,
Conversa Ana Paula Simioni.estimular
Paulo,
Anita órgão
Malfatti um diálogo
consultor
destaca com
da outros
Secretaria
dos discursosA pintura
de aocuradoria
negra,
invisibilizada,
na trabalho
primeira
realizadas
Saudade,
DisponívelCONTEXTOda onão
mudanças
e 1899,
DA braçal;
representatividade
principalmente
cotidiano
selecione
em: OBRA: da
as
Biblioteca sua
referentes no
formado reverberam
esposa,
famíliada
noàDigital
qual
imagens caso
no denaVargas
éa finalidade realidade?
uma
Em de arte
mulher
cotidianamente,
vocês
iguais?
nossacomo2004, eOincorpora
acham
as
sociedade?ativismo
(1930-1945),
épersonagem
oferecer feminina?
que
mencionadas?
ao que oGuerrilla
etc.?
épúblico
equidade
queO Aque
ela ideia
edifícioOuma
pretende Girls.
que
estáfazde dela
do
Paulo e algumas obras de seu temática
dinâmicas
estudada que
e para se
raramente preocupa
uma incluída em
investigação retratar
na lista permitirá
importantes que eoséde conhecimentos
considerada o USP. vocês
inserida?
entre
uma Quando sabem
os gêneros?
você
Por ou quê?imaginam
pensa que Para
Vocês
em se que
arte,
representa se
que parteContemporânea.
significativa das primeiras em 1808,/acolhimento
criado com a chegada da Missão IVEstado -vida
Saiba
integrantes dalevarMais
escola e daSaúde de Almeidacujo
mulher
das
envolto
aquisição nome
mulheres
Juniorartista não
emde1984,
valoresesabemos,
mais
obras da
(1850-1899), oprimidas:
construção
sociais,
artistas está
na Nova vestida
negras,
de
segunda
como apagar Apresentando
feminino
Aideia
DEOPS Pinacoteca
edo hoje
recebe
asédiferenças éde
tambémimagem
oa mesma
nome
étnico-raciais dedo cartaz
algumas
incorporou,
de Estação e
acervo; compreender a que
apelo
de pintorasda campo,
permeavam
no
público, Educação
relevantes e da
a também
produção
pistasna ecomunidade
de Pública
trata
pedir
produção seus
aa de mais Teses
ano
prévios
museu
de e
representativas.
sejam
de
Dissertações
arte
na cidade
incorporados
mais
leitura
•
antigo
deC
 omo da
em
de
da
essasorganização
todo
São imagens
seela
identificam
constituir
a esperava decircuito
inventam
produzida como com
feminilidade? ou artístico
uma forjam
por
sujeito
essa mulher no
uma
quem?mulher?
Em Brasil,
ideia
social,
importância da História da produções artísticas foi promovida por Artística Francesa,
15/20 em 1816. Iniciou-se,
minutos O ensinoVideos
acadêmico
para e de parafazer
assuntos
contemporâneos, reverberar
relacionados
nesta a importância
pinturaà proteção é da
menos uma dascomYork,
imaginários
indígenas,
obra,
Flávio
Acesso roupas
adecarga
obras que
em: eque
pobres
oCarvalho
coletivo see,(1899-1973)
discursos.
emocional
marcam
ago. conectam
no2017.
composto caso
dasuas
esse mulher ao
retratado
ereferências
por sociais eDo
décadas
em
casada
Como women
Pinacoteca.2004,
aextremamente
mulheres
Para
relação busca ou
à por
na
quem?
vocês imagemhave
séculos
aOesociedade
Estação
acervo
uma
homens todiscrepantes
imaginam
No be
atrás?
identidade
caso nakedPor
Pinacoteca,
éanterior,
expandido
dessa
devem
das to get
que
que são
se
Temas Transversais emotividade,
eles
do início do largamente
encontrar
século XX, rechaçada
determinadas
Georgina deperíodoErnesto
• P
 o
eça desenvolvimento
Paulo. que eles
Localizado escrevam no da sobre
atividade
pequenos
Jardim daserLuz,
mulher?
para
Arte como documento instituições religiosas, resultando na então, um processo de atualização da As pinturas
Guerilla
das expostas
arte e daGirls.
Belas-Artes.
celebrada, mostram
cultura
ao Disponível
no
No
inserir desenvolvimento
ano
a seguinte,
mulher em:
negra a imaginário
na
é de tela,
colocada
feministasbrancas
De
contestação emde
Fiori umae
destaque.
dos
ativistas dona
imigrantes,
(1884-1945). métodos
se de
Podemos casa
Também
nacional
preocupou e em
de os into
para
época?
é homens
onde
consequência
comportar
as mulheres
a
diversidadeduas the
está
6.223 E
personalidade METque
de
culturale
personagens damuseum?,
instalado
obras da definiram/definem
tombadas,
recente
outras?
do mesma
feminismo,
que o se o educador
Memorial
Observando
dela?são dentre
abolição
maneira
iniciou que
noo
da
Ética, trabalho e consumo. 2º Passo pela
Albuquerqueproduçãotraz
personalidades, acadêmica.
um
à tipouma
tona deNocaça ao
discussão que
textos ela seja
referentes dialógica.
às imagens.
histórico de formas de característica mais marcante da arte linguagem artística no Brasil que se
O roteiro em si
http://www.rtve.es/alacarta/
o ensino acadêmicohumano
Escola
como
entanto,
tesouro.
preciosa dede
elemento das
acerca
videos/metropolis/metropolis-
forma artes
Belas-Artes
embora da esses
adepartir
integral.
fundamental SãoPara
fatores
representatividade Paulo
dotragam Introduza
ENCICLOPÉDIA
e dos temas
tanto,
debate Almeida
foi
de determinado
trabalhadoras
evidenciar
foram construído
emabordados
expor o fato
adquiridas aas
júnior.
questões:
em
estrato
braçais.
de
de
até que
discriminação
ITAÚ
1900.
Tomie
então.
Disponível
osocial,
começoO
pintorCULTURAL.
Ohtake
Odevasto
projeto
racialeestá foi essa
Quando
e
que
da escravidão
do século
repertório
em: Quem
tipos
exercer
parecidas?
pode
XIX mulher,
cultural
imaginam
identidade,
hoje produzidas
de
epropor
éBatuque,
ser
Resistência
elas, umapensamos
perdurou
se atribui
imagens
osAs
e dademulher
formado,
que
aparentam
como
uma mesmos
mulheres
São
1935,
chegada
até
elaao
estamos
sobre
os era
vocês
foram
discussão:
de em
afeminina?
Paulo, Carlos papéis?
de
de muitos
década
alongo
papéis
com em
mulher?
e
da
falando
como
dedicado
se
essa
desão
Prado,
representatividade a partir das
brasileira no período colonial: a temática sobrepôseaos conhecimentos, estruturas do século XVII, quando
elaboramos
assume a na umaforam prática
responsabilidade criadasque
desobrepode todas
COM idealizado
idealizando
(1913-2015) as Ocrianças
ea
que por
figura
Manabu essaRamos
estão
feminina
Mabe ao
mulher seu Azevedo
e
(1924- redor,
sua a
Espalhe
à contemporaneidade
preservação
adquirida
imigrantes, os cartazes
por
quanto meio da
uma pela
memória
do representa
escola
Programa
ansiedade da ou Caixa
obras selecionadas para este dicas de abordagem identitário.
subjetividade
guerrilla-girls/3057518/.
feminina Criadoa uma
produção no mulher
ano
artística que o
1917, • Com e deumgênero barbante,
http://enciclopedia.itaucultural. nodiferente
discurso
crie um 1930. Sãopor
artístico
varal
história emmais
imagens de 300
tratando
de
sociais
Quais deanos
quê?
personagem? mulheres
àsde
os Foi de sua
impactos produção
mulheres?
umaEmnos permite
subjetividade/
artista
relação queartística,
Vocês acesso
essas
que
à obra
umEixos paratemáticos:
apresenta(1851-1928)
demonstrando
subjetividade, de e
que
criandoDomiciano
os das
Rossi
roteiro; refletir sobre as
sacra-católica. O acervo é composto por
II - preparação de formação60/70dos artistas
minutose estéticas academiasAcesso de belas-artes
contribuir
acervo,
intitulado
OBRA
não
brasileira. em:reúne
pertence para
17as europeias,
bons
obras,
originalmente
Sua ago.
àpreocupação
elite, desdobramentos.
e Negra
2017. a sede
elemento doDas coleções
em baiana,
que
1997).
Introduza
duas
Nesse
hegemônico
local
quedavimos
org.br/pessoa18736/almeida- oescola
asmuseu
período,dos questões: cuidados
deouma
Estadosacervo narrativa
altaimagens
atinha Unidos e aedaobjetos
alcança
circulação.
sistemas
deas
reúna-os
de artistas mulheres?
resistência
Adoção
que
personalidade?
pintou
identificam
de valores, imagens
anterior, em
alinhados
revelam
alguns essa
uma um
decausam Como
eEntidades
da espaço
às
múltiplas
mulheres
tela,
representa
datados,
as
repressão
E vanguardas imagens
de
atualmente,
ela
na eque
circulação
política
Culturais,
narrativas
asociedade?
trabalha
em o lar
discursos suas e ae
esculturas, fragmentos
do educador de decoração desenvolvidas durante o Barroco no onde ao processo
museu
oCena de
passa criação
a ser noartística
antigo Nessa
prédio da junior. atenção
que
duas
sala (1865-1920);
trata
mil
estão
COM imediata
da
obras.
Acesso ausência
reunidas
Memória, o edifício
às crianças
obras
em: de
questões uma
de
26sobre era
figura
jul. de como
dado
a2017. europeias.
História o
de
vidas
mãe doEF
construídas
proponha
fomentado
que Brasil
outra
que
da Arte com As que
esperamos
Vocês
que obras
forma
tem
no Brasil. pela
republicano
pela os
acham
exercem da arte
estudantes
Associação
filhos asala
de e
questão
ao pela
por
representam
uma as
profissões
seu mídia
meio
dos da
da
redor.
narrativas e os discursos sobre tropical
compõe
retratar o do
COM especificamente
de
foco título família
pode
central daser
o imagem,
trabalho •
COM
I

América.
anteriormente?
mprima
Algum
as
Emprestando
de
fotografias
Quevocês
e
pseudônimos
etipo
narrativas
também as construídas
mulher
mulheres
representação
socialmente
Nessa socialmente?
imagem, base
têm na
o atribuição
mesmo
consideradas
ado mulher E
feminino?
interna de igrejas e pinturas do século século XVIII.
SALA O resultado
7 foi a formação foram acrescentadas
A Imprensa
música a
Oficial
de estruturação
do
Chiquinha Estado. Gon- renomadas pela
masculina
trabalho proposta
mãe/esposa.
coleções
econômicas
trabalhou/trabalha (a inicial
carta,
vocêspaulistas
e o ser
chapéu,
políticas
pensam sede
doadas
no do
a que
campo? Liceu
tristeza) ela de
novos ainda
compartilhem
musealização
Amigospersonagens limitam
da Pinacoteca,com os
de espaços
seus
parte
e novos dode
colegas
criada
temas, um
espaço
está
sociais
antigo
em à
da1992.
as mulheres construídos pela de
mensurado
suas
das Antônio
emoções
mulheres pelas
doestãofrutas,
campo, pelo
diretamente
eleva rosáceo provenientes de grandes de mulheres
papéis simbólicos,homem?
na
masculinas?
espera, sociais
sociedade Existem
talvez e políticos
que
até do
diferenças
da os que
homens?
construção se
produção de imagens no XVIII, quando uma leva de artistas locais, de uma geração
1º Passo A pintura de gênero
de artistas educados pela do ensino das
zaga. ORGANIZE
linguagens
A escultura UMA RODA e de DE
técnicas, CONVERSA:
Nicolina Vaz noimagens
FERREIRA,
Em
à Pinacoteca
tenha?
E Artes
universo
1970,
seus EM nocenárioe das
Ofícios
aVocês
decorrer
antepassados?
Questões obras
feminino.
Pinacoteca sededo
Ermelinda
dos São
fecharoteiro.
seus
identificam Paulo.Maria.
para
mais
Vocês Peça
FridaOperíodo pertinentes
recorte da
escola
proposto mulher?
as
edifício-sede
/pela suas
ànão, Como
transformação
mostra o feminismo
experiências
doe Departamento
seguido da
pelo guia e que
emsociedade as
relação
vai do
Apresentando Assis, Augusto
alaranjado
ligadas
a artista
reúna a os
poesia
do de fundo,
àaparticipantes
construção
um patamar
GilkaPinto
pela
dapouco
da
cor bronze
ausência
comunidade
Machado com
Trajetória
aos
conhecem
do essa
estudantes
cultural,
imagem?
da Vênus:
mulheresque as
comoOs considerou,
que espaços
leituras
organizem do
no
de
sedesse
oucolonial Sim expectativas
considera,
–
lugar
imagens ser por
social
religiosas
entre
que
mulher. dapensam
e de
homens
mulher
Embora
devoção, objetos
campo das artes; propor uma treinados nas oficinas dos mestres nova estrutura instituída pela Academia bem como Em a elevação
1939,personagem
um amovimento
um statusàpara ter
de uma DICAS
de cem reforma. DEhistória.
anosidentitárias
de ABORDAGEM:
Até 1973 eNin as eobras
Osociedade a representação
conjunto
feminismo são Stein, brasileira.
e lutas
àEmvisita
formaEstadual
2009,
mulheres
assim? identitárias
efamília.
ao
Importantedeassunto
integrado
Quando seOrdem (LGBT,
àexplorado.
Política
observar
considerarmos Estação
observamos movimentos
aeparca
Social
o acervo Cena de família de e a (Almeida
da
de mulher
uma
explorado
pintura deque
na se atrela
produção
Georgina Junior, deideia
dopictórica.
gênero Albur- de
trabalham
corpo Kahlo,
trabalho Anais
feminino ou na Gertrude
trabalharam
na arte,as mulheres
do para
no
de cultotenham
e adornos sido,
de altares,ao longopinturas dos séculos,
decorativas do interior
reflexão sobre representação portugueses, começoue aosemuseu
formar. com a introdução e disseminação
Antônio Augusto Pinto
do mental e sede
queque
que
erudito,
1891)
mulata
visitaram
masculino,
que
própria
são
a
ampliou Pinacoteca
se inicia
do continuamente
período.
oexpressa
pano Não
de
as
com
pelo é com
uma
fundo
e os
a criação
chapéu mulher
para
ressalta doa varal
Introduza
campo?
junto
Inaugurado
cotidiano
apresentadas
persistência
a mulher
classicismo
EF Identidade
suas identidades
aos
de
negra
Vocês as
em em
uma
de fragmentos
questões:
25
outros
uma
eeram
são
acham
à Biopaisagem,
de
família
gênero dezembro
museus.
cultura
os
de
burguesa
protegidas
mesmos
que
idealizadas
textos.
de de
de
presença a
por artistas
igrejas negros,
de
obras
–atuais
aos São
classe
Pinacoteca, feminina
anos do1930,
movimentos
Paulo
desocial?
éarte,
gênero
(DEOPS).
inaugurado
entre
quando
As
vocês
masculino
indígenas,
famílias
artistas,
se estabeleceu
acreditam
o salvo
ea que
as
no meio
e representatividade da Flertando
estudantes. Imprima algumas o estilo
cópias do 1905,
século só
XIX foi
a em regulamentado
São Paulo como que são
existem parecidas mais com
artistas
mulher na arte.
Dentre eles
2º está
passoAleijadinho (1730-1824), estilo Neoclássico.
(Almeida Junior, 1891) distâncias social
do negra
o documentáriocargo
disposto
e intelectual
festiva
impressionista, de diretor-técnico,
no e alegre
canto Mulheres entre
como
superior
Georgina háocupado
lumino-
colocada em Em
tradicional
o•COM
que
Ladjane
a no ambiente
1976,
rie e para
Ctrabalho
por de
um acontece
forte
Vocês
máscaras
evento da
Bandeira. acham
mulher de a primeira
influência
mulher
gorila.
abertura que
branca?
Estudos Aé exposição
francesa
tem o início
pergunta
da
conformadas o em modernistas
artístico
aNaquele
movimentos
Memorial
brasileiro
arquétipos,
vemoshomens
Anita
a distinção
nessa ouseseja,
das
daouResistência,
entre ditas
Malfatti
imagem?“belas-artes”
mulheres?a imagens
minorias)
dedicado
(1889-1964)E,eque
Vocês “arte
neste
vêm e
mo-
um dos maiores nomes do Barroco os artistas. das
Para imagens
se das
consagrar obras como que fizeram essa
Vocês
de
mesmo museu
nossa
fotográfica mulher
paulista, público
costumam
visita.
no
valor eeEssa
museuaque
por que
em elaver
pintura
(Bom
o vimos
1911, é
do quando
imagens
acadêmica
Retiro
possível
homem Tarsila à alterando
Comdo uma
preservação
Amaral as
história políticas
da
(1886-1973).marcada
memória de identidade
da por
Conhecendo e aprofundando sas.peloCONTEXTO
imagem
mulher
parte
diretor
Disponível
obras
do DAdaem:
denoeartistas
pela
roteiro.
Escola
OBRA:
carta
protagonismoPeça
de da
dahttp://tvesco-
época. Belas-Artes
a oAmulher
realizada
que
que
mulher
ação, no
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literaturaIntroduza
estampada
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anteriormente
que
na a representam
sociedade?
entrada
brasileira
nono
de
qual as
são
obras
questões:
pôster,
Asos da
mulheresmeio
estudantes
mulheres
passou compunham/compõem
mesma
a
derna”.
dede renovar acham
ser
espaçomomento
oeque
o etransformações
debate
que
inconsciente
as imagens
essa
práticas
afirmaram,
estamoseracoletivo
artísticas,
mais
uma
osnos
que
da
o
família
visitando, desejo
fundamentos
Valores Preservação da mineiro; e o
temas artista
e holandês
conteúdos Frans A Academia no
Saudade fim do século
(Almeida pintor ou escultor, por
la.mec.gov.br/tve/video/espe-
de São
Anita Paulo,
Malfatti exemplo,
já então
claramente o
responsável não semensurar epede
Luz:
o
contemporânea,
COMuma
um
impacto
comunicação
possam
classe leitura
roteiro.
As tanto atenciosa.
Fotografias
mulheres
compartilhar
social? O de da Missão
Brasília,
cunho
que comessa e Proponha
os
político,
toda n.
a 33. políticas
resistência
tradicional
há mais e de da representação?
brasileira? sociais,
repressão que E políticas
por
hoje, Ameio
Junior, 1899) ano
segura.
grupo, de
promovendo 1891,
Considerado
escolha por Almeida
oadiscurso
imagens por Junior,
muitos
nacionalista
das obras a (1
negras?
ganham
Disponívelregistrada
Como
o mesmo essas
oficialmente.
em:
que humanidade,
http://periodicos.
os
Foram de um sua
território
comorepresentatividade
contamde renovar
são as
sobre instituído
famílias?
homens é e diretamente
em movimento,
ou sobre as-
Post
memória, identidade, respeito, (1612-1980), o primeiro europeu a Muitas mudanças estruturais artista deveria
pelacontenta dominar
ciais-diversos-mulheres-lumino-
Pinacoteca.
em posar representação
para a artista Artística aos
de
imagem
mulheres
homens? participantes
Cristiano
Francesa
homens
questiona
escola suas na
nos Mascaro),
As ocupam
estão
a diz que
concepção
presença
experiências
mulheres descrevam
que os do
sobredaeo mulher inicia
gosto
mesmos
sua
são a
sim como a da representatividade
e econômicas
musealização
importância das artes de
visuais das
significativas,
parte mulheres
como do a
antigo
experiência
A Pinacoteca do em sas. representação
historiadores
não
ouAcessosódeenquanto
2)para que em: dado
17uma
mais cotidiano
arte como
questão
gostaram.
ago. 2017. de uma
um pintor unb.br/index.php/estudos/article/
papéis
destinadas na sociedade?
três salas oposta
do E na
segundo à densidade EF deLembram
mulheres? sua representação. Como da hashtag sãoÀessas “bela, e
representar
igualdade, diversidade, justiça, a paisagem brasileira aconteceram ao longo do século XIX do corpo, que branca a
eburguesaacademia
burguesa, é o
e século
segura umNo visual eacena
integração
da
cotidiano
representadas
capazes
cesto view/1977. na
produçãoque
França, observam,
história de
como
dessa
de fazer
da arte
a partir os
fotografias
sociedade
mulher? detalhes,
socialmente?
os
delas.eque mesmos
o vocês no
Que
empréstimo as
conhecimento artistas
Pina,
edifício-sede
na como
constituiçãodentro também
do de dos
DEOPS.
um sistemas
é
sujeito chamada, de
contemporâneo
SALA 11 família
que transgride
artística, é omas também do
a pintura deumXIX
política. sua foi comunidade Acesso onde
oem: medida 31da que2017.
jul. artistasrecatada do
imagens? gênero e do Entrefeminino
lar”? asSerá eram/são
situações que no
empatia, equidade, feminismo.pintura eEstado de Sãopintura
autor da primeira Paulonão com a Academia Imperial
O nacional na arte
de Belas- principal Em
Livros
A ideia
veículo
com
pintada
época, 1944, de
frutas de
que,
ocriada
toda
acervo
que
acordo
artista,
em duplas,
narrativa.
que
apresentam
com
nascido registrava
os na maior
cânones
conte
cidade
tipo
E
tipos
luzes,
ao
comportamento
500 que
andar
acervo.
de
de
vivem?as
ela
detrabalho
politicamente,
seus para
das trabalho
cores,
Nesse
faça? O
compor
as
elites.
corpos que
Esse
vocês
ações
período,
como
elas
vocês que
modelo
acreditam
têm
salão os
estão
observam
negligenciadas
em
(MESQUITA,
para arte
é
2011,
Brasil p. melhorou?
considerada
9).
todo
representadas,
traz pela hegemonia historicista, seus essa Que
uma imagens
das
realidade
existem entidades estão
da
cafezal,
sua experiência emao 1930,
outro é uma
e que das
falem tanta
homens? Galeria representatividade
de EM Pintura As ambiente
mulheres
do Estado,
sacra dasCronologia
Américas. Artes, contudo, questões pertinentes obras,
AMARAL, riqueza aumenta
detelasdetalhes
Aracy. paraArtes
domilquepeças.seuque Em
rosto. oandamento.
EF museu
alguma
HORA
quanto de
pintoresmais
DOtotaliza
asdo
memóriaOPOVO.
quadro
diferentetrês
gênero
mulheres émasculino.
mil
para oentre
Monteiro registro
peças.
vocês?
brancas? os de Feito cuidar Emcontando
culturais
mulher 15 de outubro
situações que nossa
mais fica
que história?
dinâmicas
de
se2011,
em casa
identificam Qual
do país.
acontece
para éa
Competências e habilidades da pintura
interiorana
inúmeras
dessas obras, acadêmica,
dedescrevendo
Itu,
que apesar
compõemestilode o manter
aquevasta representadas
que começou com
nesse
26 corpos
A
cafezal
exposição
pinturas foram/são foi largamente
elaborada
mais daada
com aobjetivados
partir
família vida dosse das como Será
parâmetros
alterou?
mulheres
a uma identidade cultural autônoma
Tropical (Anita Malfatti, 1917) Os gêneros 1947, de pintura
a Pinacoteca retorna aono antigo Um uma
imaginário
PROPONHA
Vocês
EM forma
comportamentos
Qualse de
paulista
QUE vida
identificam bastante
OS ALUNOS
a diferença de
com específica
homens
PRODUZAM
ele? As e a diferença
Seu
aberturapapel entre
é de as
suma
exposição representações
relevância
de longa na
Escuta ativa; oralidade; Esse
plásticas
perdurou
algum
produção realismo
apreenderam rigorna
da sintético
semana
poracadêmico,
dois
artista,
sobre séculosque
de
inova
preocupada
elas e os
22. emem a Lobato,
circunda
discurso
temas
estavam
mulheres
para
de a Malfatti
mulheres?
transferidas
ali
exposição
da
porque
do
cidade
e
Vocês
Museu
a tinham
e
crítica
Internationalmodelos
de
do lembram
formação
Paulista.
campo
aos
Survey
anônimos
de que
um e eoutras
privados
essa
imaginário composição
com de subjetividade.
as vidas
visual sobre demonstra
doso Brasil
protagonismo; prática de Os artistas viajantes para o Brasil convergiam entre as Os gêneros
São dePaulo:
edifício pintura são sede,
o tema
Perspectiva,
eàcentral desse 1976. eCOLETIVAMENTE
Em
Na transição está
1982,
fundamental
direitos
modernistas. docheioséculo de
oeedifício pistas
deveresXIX
entreda
para
CARTAZES,
Disponívelde acomo
Pinacoteca
iguais com era
em: éa
textos sobre
produção
duração: o Arte
sujeito
artística mulher,
nofamiliar
Brasil: desde umaproduzidas
oqueséculo
história
aatual ainda dividindo
O acervo imagem
hegemônico daC.nos indica
produção que a artista ofdos Painting and Sculpture, realizada um cotidiano
homens? Quais? E por assim
São apresentadas obras que registram diferentesSALA
visões.8-9Após a Proclamação espaço
relação
registrar
abordados.
expositivo:
SIMIONI,
representação
pintura
A. memória
Para
P. de
concluir,
histórica,
Profissão umdeartística
temas
cenário
forma-se o século têm
aos
tombado
XX,
de
representação os
com
alguma
www.horadopovo.com.
“mulher mesmos
homens
ideal”
pelo
as
situação
nessa
Conselho papéis
dessa
transformações daépoca.
de e em
época? sociais?
mulher
do
Defesa
que
processo do de da desenvolvimento
por
XIX artistas
até
Pinacoteca a homens
contemporaneidade
do de
Estado e um sistema
artistas
de São e
Paulo,
pesquisa; leitura e escrita; ose espaço
preocupa
brasileira.
como dacom
opintoras em
Feitaaindustrialização.
própria Escola
retratar
sob deum Belas-Artes
encomenda
pintura detipogênero. e imagens,
EM
e dasnoQue Museu
social br/2012/06jun/3063-08-06-
perceberam sobre
tipo
anteriores? de Artedequestões
que Moderna
figura
Em asque de tipo
mulheres
feminina
qual Nova tão distante
elas seriam mais propensas do que vivemos
Percurso da
criatividade, imaginação, a natureza do país, e que no séculoExposição Arte Das coleções
da República, em 1889, a Academiapara o museu artista:
retrato, paisagemengolido
uma grande pela roda
e natureza-morta. e
e os relatos
escultoras O sua são na cidade
Vocês
Patrimônio
de
imaginam
São(Museum Histórico,
Paulo evocê
em de
Arqueológico,
a chegada arte no país.
2012/ No percurso,
mulheres?
hoje?
ondeao
também Como
universo
está exposta naProduzema é mostra
na
construção apresenta
partesentidos
feminino sua casa,
ou
dadecoleção ao
uma e
de e não
para
Nessa Sãoonecessariamente
Paulo
engenheiro
pintura, e com
ele outras
Antônio
mostra instituições
ressaltarAugusto
uma relacionadas
estamos
de
contexto
mulher p8/pag8a.htm.
recebiam/recebem
York
ambiente a identidade
observando?
elas of
foram Modern
imagina de Essa
parar gênero.
tratamento
Art), oque
acadêmicas brasileiras. São Acesso em: 31 jul. com universoa sua família?
masculino? Quem são o
O Brasil,
que
observação e concentração; XIX foramno Brasil:
símbolos dauma
construção de entrou em No crise, o
cafezal que quase
(Georginaresultou gênero mais compartilhados
voltadas
Paulo:
valorizado,
DICAS
Pinto,
humanizada DE
individualidade.
a
Edusp
e
àABORDAGEM:
educação.
pintura e/
com
que
nos
não
Fapesp,
todo
consagrou
neste
serve
com um
o grupo,
último
também
corpo
2008.
de
nu Introduza
Artístico
grande
mulher diferente
contingente
Em trabalho
ela
numa
2017.
esteja? etem
nossaplantação Turístico
sociedade,
das
dos
as
o
Qualde que homens?
questões:
(Condephaat),
imigrantes,
o
Guerrillapara
de em
papel ao
café? público
comum
tornar-se
Girls
Quais
social
Será
criticava
a história
os
do
diferentes?
identidade
destaca-se
personagens
identifica
ensinoo Tratam artístico
nacional,
percurso
socialmente dessa
diferente
dacomodo
ação?
o
as
veremos
instituição
que é
leitura de imagens; história da Pinacoteca com os estudantes relatando o que com são a
vocêsas
mulher imagens
imaginam que
representada surgem
interesse na
pela arte e pelo colecionismo, a importância
nossa nacionalidade. Os trabalhos no encerramento das suas atividades. grandes artistas,espaço era a pinturadohistórica;
expositivo roteiro, afloramtornando-se
que
artistas
homem
COM elasQuem não monumento
ouestrangeiros.
mulher, precisavam
sãoéos preciso arquitetônico
que se desde Vocês questões
na
nesses cronologia
cem identitárias?
e oaque
anos. seguir
representação visual; de Albuquerque, 1930) como
ou
ouviram um
exaltando dosefetivo
mais registro
a beleza velhos. da vemos
feminina, como preocupar
na
que aimagem
presença
memória
essa mulher feminina
quando
anterior?
com opossui? nessa
pensamos
resto mostra
E opreservação
da que
das da
feminino
memória
se identificam
e a necessidade
com esses
é masculino?
de
foram realizados por diversos artistas Os irmãos Rodolpho (1852-1931) e uma das suas
Periódicos
DICAS principais
novamente DE ABORDAGEM:
umafunçõesmulher. era a
Essa
mudamos O do estado;
personagens
processopequenas
PINACOTECA.de
em em
industrialização 1989,
ascomposta
mulheres? dessa
pessoas passa
deAcervo.
O ação?
aceitem
que a ocupar
169elasas
Disponível
estão personagens? Que identidades
capacidade associativa; estrutura
normalmente social da
vemos. época, na obra
qual de As na
identificamos
obrigações qual,
representações consideradas por
diferente?
da artistas,
mediação. viajantes,III
em-geral,
roteiro:
europeus, que Henrique3ºBernadelli
Passo (1858-1936) foram criação da
CARVALHO,Essa
memória
ainda
sala,
adiálogo
proposta
mulher,
visual
detrazestilooutra
pode
e de
Francione uma
questão:
mais
estimular
época
importante,
o
apresentae a modernização
Nessa
oEssa
em: espaço
normas
mulher fazendo?
apenas
femininas,
representação,
eexclusivamente
mulher da
negra
10%comocidade
Como
http://pinacoteca.org.br/
condutas pode
eram são elas
estabelecidas
ser
iguais
mulheres,
cuidar
em
construção
comsão? que
adaàsemboraAs de uma
estão identidade
representadas cultural. nessa
vieram aoABrasilVisita
com a finalidade de designadosAtividade
para traçarnonovosMuseu rumos ou acontecimento.
Oliveira. Ae odisposta
Pinturas
história de
em
compartilhamento segundo
da arte eentre
expoentes asde São
papel
Paulo, mulheres
considerada
representações
socialmente
casa e
social
programacao/arte-no-brasil/.
mudança que dosda
está
Faculdade
transformam
de os colocada
efeminina?
acordo
filhos, homens
da de
commulher
porque Serátêm a
Belas-Artes
seuprodução
gênero.
pintura? O que nessa imagem
uma
vemos
plano cenauma
no de
quadro,trabalho,
pintura que
cuida emfoi
dos um cafezal,
produzida
filhos a
que
Acesso
branca?
fossem
mulher?
mesma
ela parte
sofre
em:
As
Que
força relevante
tipo
o mesmo
17
mulheres de
ago.sede
de
trabalho?
2017.
da
tipo
negras de Se representa o feminino?
registrar O
Interdisciplinaridade História, roteiro
nosso gentioda Pinacoteca
e nossas fauna e do para o panorama artístico brasileiro, como Benedito jovens
representações e adultos,
Calixto, Eliseu dopais e filhos,
feminino:
Visconti e o estavam
de
ambienteQue São
trabalho Paulo
urbano,
normas trabalhando
era epara
tornam-se
condutas uma
considerado temas
são na própria,
essas e O que nessa imagem
Estado de temos
São Paulo foi Do women have to be naked de eporcoloca
enquanto
quais amulher.
umamulheres mulher
o homem como
Nesse lê, protagonista
conjunto
configurando
falamos? de experimental
simE/ ohoje,
exigências
sofrem
roça? semesmo não,
sociais adesde
como que
mulhertipo os anos
são
a de 1970.
tratadas
anterior?
tem
História da Arte, Artes Visuais,
flora. Como exemplo, os artistas buscandotoa getdefinição de uma identidade Almeida Junior comunidade
compõem e escola.
a sala. responsabilidade
localizada
recorrentes nesse na Vila
período. da
Mariana. mulher
Ciências Sociais. elaborado com base na visita into the MET museum? Trama de uma
obras,
o elemento doatividade,
período
centralda
Interdisciplinar, ação,
danossa questionando
imagem. história
São Valeda Existecomo
opressão
as no
Suas
mesmasastrabalho?
umatuais
ações que discussões
delatavam
comportamentoas mulheres
condições ossobrepossíveis representa o masculino?
de
à exposição de longa duração, (Guerrilla Girls, 1984) Paulo, v. 1, n. 2, 2001.

82
Capítulo 4
Referências
do projeto
Capítulo 4
referências do projeto
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Learning Conversations in Museums. New
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